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O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel

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Para lá <strong>da</strong>quela porta…<br />

Era uma vez uma porta branca com nove quadradinhos <strong>de</strong> vidro. Tinha uma fechadura. A porta tinha um aro<br />

azul <strong>de</strong> metal. Era uma porta com um tapete sempre à frente.<br />

Para lá <strong>da</strong>quela porta, estava uma família com cinco filhos. Estava a mesa posta para a ceia <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>. A<br />

árvore <strong>de</strong> <strong>Natal</strong> tinha pren<strong>da</strong>s para as crianças. Na sala, o gato e o cão dormitavam preguiçosamente.<br />

Nos quartos: as camas, as cómo<strong>da</strong>s e os can<strong>de</strong>eiros pareciam esperar pacientemente a meia-noite. No<br />

quarto dos filhos estava a cama <strong>de</strong>les, era um beliche branco e preto, e os brinquedos… tantos! Um <strong>de</strong>les estava a<br />

brincar com carros. A irmã mais nova, no quarto <strong>de</strong>la, brincava com as barbies.<br />

No corredor, o pai, Bruno, a <strong>da</strong>r comi<strong>da</strong> aos peixes. Depois foram os dois, o Bruno e a mãe Sofia, para a<br />

televisão. Entretanto, os outros filhos, na televisão do quarto dos pais, viam um filme cómico.<br />

Perto <strong>da</strong> meia-noite, foram todos para a sala, jantaram e <strong>de</strong>pois, ao pé <strong>da</strong> árvore <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>, preparavam-se<br />

para o momento alto <strong>da</strong> noite: abrir as pren<strong>da</strong>s. Estavam muito felizes.<br />

Passavam cinco minutos <strong>da</strong> meia-noite quando se ouviram três panca<strong>da</strong>s na porta.<br />

Sofia foi abrir e o que viu? O rosto aflito <strong>de</strong> uma senhora que pedia aju<strong>da</strong>. Morava perto <strong>da</strong>li e a sua casa<br />

estava a ar<strong>de</strong>r. To<strong>da</strong> a família se prontificou a ir aju<strong>da</strong>r. O cenário era terrível. A casa estava to<strong>da</strong> em chamas e perto<br />

<strong>de</strong>la já mal se conseguia respirar.<br />

Quando o pai Bruno perguntou se estaria alguém lá <strong>de</strong>ntro, estava longe <strong>de</strong> imaginar a angustiante resposta<br />

que recebeu <strong>da</strong> senhora:<br />

– Está lá <strong>de</strong>ntro o meu bebé <strong>de</strong> três meses!!! Por favor, aju<strong>de</strong>m-me!<br />

Enrolado num cobertor, Bruno foi lá <strong>de</strong>ntro e conseguiu salvar o menino. Lava<strong>da</strong> em lágrimas a senhora<br />

agra<strong>de</strong>cia e repetia:<br />

– O meu menino! O meu menino!<br />

Sem casa, sem roupa, sem “vi<strong>da</strong>” ,a mãe, com o filho nos braços, olhava agora o seu lar que, como uma<br />

gran<strong>de</strong> montanha ilumina<strong>da</strong>, se <strong>de</strong>sfazia em chamas. Não reagia.<br />

Então, Bruno e a família levaram-nos para casa. Cui<strong>da</strong>ram <strong>de</strong> ambos.<br />

Naquela noite, na sala aqueci<strong>da</strong> e ilumina<strong>da</strong>, as pren<strong>da</strong>s esqueci<strong>da</strong>s viram o <strong>Natal</strong> ganhar um sentido novo: a<br />

mãe chamava-se Maria. O menino podia muito bem ser Jesus.<br />

Quando se ouviram novamente três panca<strong>da</strong>s na porta e a mãe Sofia foi abrir, viu o seu pai e os seus dois<br />

irmãos. Traziam pren<strong>da</strong>s para a mãe e para o menino. Era um presépio vivo. Na<strong>da</strong> faltava.<br />

Bruno Maciel – CEO

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