O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel
O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel
O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
O MEU MELHOR NATAL<br />
Era a véspera <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>, todos estavam na sua casa, aconchegados ao calor <strong>da</strong> lareira,<br />
enquanto a minha família convivia à luz <strong>da</strong> lareira e <strong>da</strong> televisão.<br />
Esperei o ano todo para que este dia chegasse, mas no meu cantinho <strong>da</strong>s pren<strong>da</strong>s na<strong>da</strong><br />
se encontrava. Será que me iam <strong>da</strong>r os presentes no dia <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>? Mesmo assim, convivia<br />
alegremente com os meus irmãos e a minha mãe. Só faltava o meu pai, porque tinha ido para a<br />
guerra e nunca mais voltara. Nunca mais nos mandou uma carta, um postal ou um mail!<br />
Estava a ver televisão, quando a porta do meu quarto estremeceu. Não fiquei com medo,<br />
como me tinha ensinado o pai, apenas enfrentei aquilo. E os meus irmãos estavam por <strong>de</strong>trás <strong>de</strong><br />
tudo!<br />
Esqueci-me <strong>de</strong> contar que, por ser o mais novo, era o mais gozado.<br />
Decidi tomar medi<strong>da</strong>s. Tranquei a porta e enfiei-me na cama, a escrever as opções <strong>de</strong><br />
ataque que o meu pai lhes faria se cá estivesse. Acabei por adormecer.<br />
Quando acor<strong>de</strong>i, esperava-me o sermão <strong>da</strong> minha mãe por ter dormido até tar<strong>de</strong>. Era<br />
sempre assim!<br />
Fui à sala e encontrei; no meu espaço <strong>de</strong> pren<strong>da</strong>s, uma pequena caixa rectangular. Tinha<br />
um bilhete do pai. Fiquei feliz por saber que estava bem.<br />
Tocaram à campainha e quem não havia <strong>de</strong> ser? O Pai <strong>Natal</strong>. Tinha muitos presentes!<br />
Depois <strong>de</strong> os entregar, a mãe perguntou-lhe quem estava por trás <strong>da</strong>quelas barbas. Ele<br />
respon<strong>de</strong>u que ela lhe conhecia a cara. Desmascarou-se e… era o meu pai!<br />
Além <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as pren<strong>da</strong>s que recebi, as que estavam no saco do Pai <strong>Natal</strong> e a caixa<br />
rectangular, <strong>de</strong>scobrimos o nosso pai.<br />
Ele contou-nos que, <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> guerra, fora para o Pólo Norte e tomara o lugar do Pai <strong>Natal</strong>.<br />
Também disse que este era o último ano que iria distribuir pren<strong>da</strong>s, o que significava que po<strong>de</strong>ria<br />
viver connosco, como uma ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira família.<br />
Este era o melhor <strong>Natal</strong> <strong>de</strong> sempre. Éramos uma família e sabia que o meu pai tinha sido<br />
um gran<strong>de</strong> herói, quer na guerra, quer no mundo, distribuindo pren<strong>da</strong>s a to<strong>da</strong> a gente e levando a<br />
alegria necessária a to<strong>da</strong>s as casas.<br />
Miguel Teixeira nº 18 6ºC