17.04.2013 Views

O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel

O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel

O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O meu melhor <strong>Natal</strong><br />

Acor<strong>de</strong>i e, como todos os dias, risquei o calendário que correspondia ao dia 24 <strong>de</strong><br />

Dezembro. Quando me <strong>de</strong>i conta, era véspera <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>. Vesti-me, comi, fiz a cama e arranjei-me.<br />

Depois chamei a minha mãe e perguntei-lhe:<br />

– Mãe, on<strong>de</strong> está o livro <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>?<br />

– Está na estante <strong>de</strong> dias especiais.<br />

A estante <strong>de</strong> dias especiais, feita pela nossa família, era on<strong>de</strong> tínhamos os livros para<br />

relembrar os dias mais comemorativos. Dirigi-me à sala. Era uma sala gran<strong>de</strong>, com pare<strong>de</strong>s<br />

baixas, cobertas <strong>de</strong> um manto <strong>de</strong> livros, com apenas uma abertura, a varan<strong>da</strong> on<strong>de</strong> se podia ver<br />

uma lin<strong>da</strong> paisagem. Aquela era a minha divisão favorita, on<strong>de</strong> me sentava a ler e olhava pela<br />

janela para imaginar o que lia. Depois, comecei a ler as placas que tinham o nome <strong>da</strong>s estantes:<br />

“Enciclopédias”, “Contos Tradicionais”, “Ban<strong>da</strong>s Desenha<strong>da</strong>s”, “ Dias Especiais”. Na estante<br />

encontrei o livro que me interessava: “Dia <strong>de</strong> <strong>Natal</strong>”.<br />

Abri-o, passei as folhas até à última página e comecei a ler em voz alta:<br />

“Foi sem dúvi<strong>da</strong> o pior <strong>Natal</strong> que já tive. Acor<strong>de</strong>i, fui ver à chaminé e não tinha presentes.<br />

Dei-lhe uma pequena palma<strong>da</strong> e caiu um monte <strong>de</strong> pren<strong>da</strong>s sem embrulhos, nem laços; fiquei<br />

muito zangado porque adorava guar<strong>da</strong>r os laços que vinham nelas.<br />

Abri aquelas caixas sem nenhuma beleza e o meu irmão Guilherme veio ter comigo. A<br />

minha irmã não veio, porque estava a celebrar com as amigas.<br />

Nas caixas havia carros <strong>de</strong> corri<strong>da</strong>, bonecos feios, material <strong>de</strong> cozinha. Na<strong>da</strong> do que eu e o<br />

Gui tínhamos pedido. Desiludidos, fomos para os nossos quartos”.<br />

Fechei o livro, tinha lágrimas a escorregarem pela cara, pela tristeza que sentia. Foi<br />

naquele momento que <strong>de</strong>cidi que o <strong>Natal</strong> não voltaria a ser assim e que iria falar com o Pai <strong>Natal</strong>.<br />

O resto do dia correu bem. Anoiteceu, esperei que as luzes se apagassem, fui ao quarto <strong>da</strong><br />

minha mãe e dos outros. No quarto do meu irmão ouvi:<br />

– On<strong>de</strong> vais?<br />

– Vou falar com o Pai <strong>Natal</strong> sobre o ano passado.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!