O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel
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Um Milagre <strong>Natal</strong>ício<br />
Era Inverno e a neve cobria a terra com um manto branco.<br />
Uma tribo <strong>de</strong> índios sofria uma gran<strong>de</strong> praga e muitos homens, mulheres e crianças morreram.<br />
Ca<strong>da</strong> vez mais índios ficavam doentes e a tribo indígena começava a diminuir. Por conseguinte, o chefe<br />
preocupava-se com a sua tribo. Era a época natalícia. Poucos dias faltavam para o <strong>Natal</strong>. O chefe<br />
interrogava-se como é que morriam tantas pessoas, pois este acreditava que o <strong>Natal</strong> era uma época<br />
mágica e que neste período os milagres eram reais.<br />
Na tribo, a mulher <strong>de</strong> um índio Takema adoeceu. O homem ficou preocupado. Não queria per<strong>de</strong>r a<br />
mulher, visto que já per<strong>de</strong>ra os tios, avós, padrinhos … Quase to<strong>da</strong> a sua família… Com esta situação, fez<br />
uma promessa a si próprio: jurou que ninguém <strong>da</strong> sua família iria morrer outra vez. Estava disposto a<br />
sofrer para salvar os seus entes queridos.<br />
Então, o índio lembrou-se <strong>de</strong> que um dia um chefe <strong>da</strong> tribo que já morrera lhe dissera: “Se algum<br />
dia esta tribo sofrer uma praga ou uma doença incurável, <strong>de</strong>sloca-te para Norte, até encontrares uma fonte<br />
…”<br />
Assim fez. O índio pegou na sua mochila e partiu a caminho. Deslocou-se para Norte, apesar <strong>de</strong><br />
não ver na<strong>da</strong> à sua frente, <strong>de</strong>vido ao nevoeiro.<br />
Caminhou, caminhou, … Passou um dia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que <strong>de</strong>ixara a sua terra para trás.<br />
Este índio não <strong>de</strong>sistiu e, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> an<strong>da</strong>r um pouco mais, começou a ouvir o barulho <strong>de</strong> uma água<br />
a correr e então <strong>de</strong>satou a correr, com pressa <strong>de</strong> chegar ao seu <strong>de</strong>stino. O barulho <strong>da</strong> água ficava ca<strong>da</strong><br />
vez mais forte… E chegou. Viu uma fonte, uma água cristalina a correr por entre a neve …<br />
“ – E agora?” – pensou. Que iria fazer?<br />
Entretanto ouviu uma voz, vin<strong>da</strong> do céu, que lhe dizia: “Se esta água queres levar, a tua situação<br />
terás <strong>de</strong> contar.”<br />
O índio ficou estupefacto … Não sabia o que dizer.<br />
A voz voltou a repetir: “Se esta água queres levar, a tua situação terás <strong>de</strong> contar.”<br />
Amedrontado, o índio contou a sua situação. Falou <strong>da</strong> tribo, <strong>da</strong> sua família, <strong>da</strong> sua mulher, dos<br />
seus filhos, do que lhes aconteceria se a sua mulher morresse e ele não regressasse. As lágrimas<br />
escorriam-lhe pela face e, por mais que quisesse, não conseguia controlá-las. Caíam ca<strong>da</strong> vez mais, até<br />
que o índio se pôs <strong>de</strong> joelhos e chorou durante muito tempo, quando a mesma voz lhe disse: “Leva a água<br />
que precisares. Nunca ouvi história tão comovente como a tua. Leva a água, mas não fales a ninguém<br />
sobre isto.”<br />
O índio agra<strong>de</strong>ceu com to<strong>da</strong> a sua alma. Pegou em to<strong>da</strong> a água que conseguia e pô-la nos potes e<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> mochila.