O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel
O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel
O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
O Pai <strong>Natal</strong> esqueceu-se dos presentes<br />
– Outra vez sem pren<strong>da</strong>s… – disse o Rui para os seus botões.<br />
Rui era um menino <strong>de</strong> seis anos, o mais novo <strong>de</strong> uma pequena e pobre família. Naquele<br />
momento, ele estava a olhar pela janela, à espera <strong>de</strong> ver um trenó puxado por renas.<br />
– É quase meia-noite e o Pai <strong>Natal</strong> ain<strong>da</strong> não chegou – murmurou ele.<br />
Há três anos que o Rui pedia a mesma coisa – um helicóptero <strong>de</strong> brincar – mas nunca o<br />
tinha recebido. Nesses últimos anos, só tinha encontrado <strong>de</strong>baixo <strong>da</strong> árvore uns chocolates, um<br />
carro, uma bola … coisas mais simples do que o tão <strong>de</strong>sejado helicóptero.<br />
Rui levantou-se e foi queixar-se aos pais:<br />
– Pai! Mãe! O Pai <strong>Natal</strong> ain<strong>da</strong> não chegou!<br />
– Vai-te <strong>de</strong>itar, filho – or<strong>de</strong>nou o pai. – É muito tar<strong>de</strong>.<br />
Rui começou a chorar:<br />
– E se o Pai <strong>Natal</strong> não vier? – perguntou ele a soluçar.<br />
– Calma, filho, calma. O Pai <strong>Natal</strong> vem <strong>de</strong> certeza. Vou ligar-lhe para que ele não se<br />
esqueça <strong>de</strong> ti. Agora, vai dormir.<br />
Quando o Rui já estava a dormir, o pai e a mãe começaram a conversar, tristes por<br />
saberem que, mais uma vez, não tinham conseguido comprar o helicóptero do filho.<br />
– Como é que vamos <strong>da</strong>r-lhe aquele helicóptero? – questionava o pai.<br />
– Vamos fazer-lhe uma surpresa! – exclamou a mãe.<br />
Ambos trabalharam to<strong>da</strong> a noite e fizeram um pequeno helicóptero.<br />
Quando o filho acordou, ficou tão contente que não reparou que o brinquedo era feito <strong>de</strong><br />
cartão, ma<strong>de</strong>ira e arame.<br />
Vendo to<strong>da</strong> esta felici<strong>da</strong><strong>de</strong>, os pais perceberam que todo o seu esforço tinha valido a pena.<br />
António Porto, n.º 4, 5.º I