O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel

– Olá! Que jogo tão interessante jogam? Posso brincar?
– Claro que sim! – responde o mais moreno dos cinco que ali estavam. – A minha equipa
estava mesmo a precisar de mais um jogador.
Harry esteve ali por mais ou menos meia hora, que
chegou para conversarem e para o pequeno rapaz conhecer
uma realidade totalmente diferente. Acabou por ser levado dali
pelos pais que não podiam acreditar que o filho estivesse a
brincar com aquele grupo de meninos. Ninguém o pôs de
castigo ou ralhou com ele, mas proibiram Harry de voltar a
falar com eles ou com crianças como eles, sem apresentarem
motivos ou qualquer explicação. Harry não queria
compreender o porquê de tudo aquilo, pois eram rapazes
muito simpáticos e divertidos e com quem ele queria brincar mais vezes.
Decidiu sair de casa e voltar a encontrá-los. Pegou no seu casaco, no gorro, nas botas, tirou
alguns brownies e bombons da cozinha e partiu. Não demorou muito a chegar ao beco onde estivera
naquela tarde, mas eles já não estavam lá. Estavam junto a uma loja mais à frente a pedir esmola.
Harry apressou-se a distribuir os brownies e bombons e foram todos juntos passear e brincar por
sítios secretos que os cinco rapazinhos da rua conheciam muito bem. Mas começou a fazer-se tarde
e Harry pensou que poderia levá-los com ele para passar o Natal em sua casa.
Quando chegaram, os pais de Harry ficaram muito aliviados por Harry estar a salvo, mas não
gostaram da história nem do acto do filho que contou tudo e explicou que não queria que os seus
novos amigos passassem o Natal nas ruas de Londres. A família comoveu-se e aceitou a ideia muito
nobre e solidária do filho e conseguiu encontrar novas famílias para os amiguinhos de Harry, que
começaram a frequentar o mesmo colégio e a passar longas tardes a brincar. Agora, finalmente, o
vazio que Harry sentia tinha sido preenchido.
Boas Festas!
Diego Oliveira Alves – 8ºE, Nº23