O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel
O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel
O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
– Acho que vive no mesmo sítio… – quando acabou <strong>de</strong> proferir estas palavras, levantei-me e corri para a<br />
porta <strong>de</strong> entra<strong>da</strong>. No entanto, não fui capaz <strong>de</strong> a abrir, sair e ir procurar o Rui. Olhei para a sala, para o Bernardo.<br />
Conformar-me-ia com a minha infelici<strong>da</strong><strong>de</strong> e com a felici<strong>da</strong><strong>de</strong> dos outros ou partiria em busca do meu ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro<br />
amor? Chorando, sussurrei: "Desculpa, Bernardo." E saí.<br />
Corri até à casa on<strong>de</strong> ele vivia quando namorávamos. Estava exausta, custava-me respirar, mas não era<br />
capaz <strong>de</strong> parar. A minha felici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>pendia <strong>da</strong>quilo.<br />
Ao chegar à casa do Rui, olhei pela janela. Estava abraçado a uma mulher e um bebé gatinhava no chão <strong>da</strong><br />
sala. Sentei-me no <strong>de</strong>grau e comecei a chorar. O que tinha eu ido lá fazer, afinal? Já <strong>de</strong>via saber que ele tinha<br />
seguido com a sua vi<strong>da</strong>… On<strong>de</strong> tinha eu a cabeça?<br />
Levantei-me e segui pelas pedras <strong>da</strong> calça<strong>da</strong>. Olhava em redor, via as luzes, a alegria. Só eu <strong>de</strong>stoava <strong>da</strong>quele<br />
cenário magnífico. Pensando bem, acho que fiz bem em ter ido a casa do Rui. Assim, tinha a certeza <strong>de</strong> que não<br />
haveria mais esperanças, <strong>de</strong> que aquele era o meu <strong>de</strong>stino. O meu triste, triste <strong>de</strong>stino.<br />
Mariana Rajado, n.º 18, 9.ºD