17.04.2013 Views

O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel

O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel

O Natal da Margarida e da Constança - Pegada-de-papel

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Especialmente especial...<br />

Eram nove horas, tinha acabado <strong>de</strong> chegar. O vento soprava por todos os cantos, as<br />

estrelas brilhavam como o fogo e a Lua tinha um ar diferente <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as épocas do ano.<br />

Tinha vindo estu<strong>da</strong>r para uma <strong>da</strong>s melhores universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do Mundo. Deixei a minha<br />

família, os meus amigos e a minha vi<strong>da</strong> to<strong>da</strong> para trás, naquela al<strong>de</strong>ia <strong>da</strong> qual ninguém se<br />

lembrava, naquela al<strong>de</strong>ia em que tudo era igual sem tristeza, sem felici<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Entrei na residência que me indicaram. Mal conseguia ler o nome<br />

"Ma...ri...a...gg...eent...ill.", era complicado! Receberam-me com um sorriso nas caras e, após<br />

termos "discutido" o preço, entregaram-me a chave <strong>de</strong> um pequeno quartinho que ficava no<br />

segundo an<strong>da</strong>r, primeiro corredor à direita. Era um quartinho confortável com uma cama, um<br />

guar<strong>da</strong>-roupa e uma mesinha-<strong>de</strong>- cabeceira pinta<strong>da</strong> com verniz, mas o melhor <strong>de</strong> tudo era a vista<br />

<strong>da</strong> varan<strong>da</strong>...Ah! que encanto! Vi logo que seria o meu cantinho nos próximos meses ou mesmo<br />

anos.<br />

Na porta tinham pendurado uma espécie <strong>de</strong> coroa com plantinhas ver<strong>de</strong>s; achei lhe graça<br />

mas não percebi o seu significado.<br />

Tinha começado uma nova vi<strong>da</strong>, uma nova aventura pois senti que o cheiro <strong>da</strong>s coisas e a<br />

maneira como tudo olhava para mim era diferente.<br />

Depois <strong>de</strong> me ter ajustado no pequeno quartinho, saí à rua, reparei que em to<strong>da</strong>s as<br />

portas estavam pendura<strong>da</strong>s as coroas ver<strong>de</strong>s. Que estranho!...O mais espantoso foi o porteiro, ai<br />

que rico rapaz!<br />

Já cá fora, tudo estava iluminado, porém na<strong>da</strong> ultrapassava o brilho cintilante <strong>da</strong>s estrelas.<br />

As crianças brincavam <strong>de</strong> um lado ao outro, outros <strong>de</strong>slizavam sobre a neve gela<strong>da</strong> e alguns<br />

idosos bebiam o café quentinho sentados nos bancos ao lado <strong>da</strong>s árvores. Tudo me era<br />

<strong>de</strong>sconhecido, menos uma árvore que estava no meio <strong>da</strong> praça, com uma estrela no topo.<br />

Reconheci-a porque nas épocas <strong>de</strong> Ano Novo, lá em casa, também se fazia algo <strong>de</strong> semelhante<br />

com aquela árvore. Mas era bizarro! Naquela altura estar uma árvore enfeita<strong>da</strong> na praça?! Não<br />

era Ano Novo, ain<strong>da</strong> faltavam três semanas…<br />

Voltei para a residência, estava frio lá fora.<br />

As semanas foram passando, como se fossem segundos e eu sem <strong>da</strong>r conta. Tinha<br />

chegado o dia vinte e quatro <strong>de</strong> Dezembro e foi nesse dia que <strong>de</strong>scobri que se festejava o <strong>Natal</strong>!<br />

A dona <strong>da</strong> residência disse-me que era uma época em que se comia muito e as pessoas<br />

ficavam felizes, o rapaz do portão disse que era época <strong>da</strong>s pren<strong>da</strong>s; porém a senhora <strong>da</strong> porta ao<br />

lado <strong>da</strong> minha, uma senhora idosa com cerca <strong>de</strong> 80 anos, <strong>de</strong>u-me uma resposta a tudo que tinha<br />

visto: a árvore naquela época, a coroa <strong>de</strong> plantinhas ver<strong>de</strong>s e as luzinhas cintilantes nas ruas.<br />

Apesar <strong>de</strong> tudo, a resposta não justificava o comportamento <strong>de</strong> algumas pessoas. Ela tinha-me<br />

dito que o <strong>Natal</strong> é amor, é carinho, é paixão pelo Menino Jesus que nascera naquela época, <strong>Natal</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!