CAMINHADA COM DEUS

CAMINHADA COM DEUS
MOISEIS MATIAS
na solidão da noite?
Comecei então a caminhar só. Passei a falar brevemente sobre a caminhada para algumas
pessoas. Eu jogava a semente e esperava o mover do espírito. Em algumas as sementes
germinavam, elas demonstravam interesse pelo caminho, faziam perguntas com um
brilho especial no olhar e, então, eram convidadas para a próxima caminhada com Deus.
Para ser um caminhante é preciso sentir o mover espiritual, o desejo incontido de buscar
a presença do Senhor em suas vidas. É como uma sede que não passa com água, ou
um sentimento de desconforto por algo que se deseja, mas que não se sabe o que é, muito
menos como conseguir, até uma dor indecifrável em uma parte desconhecida do corpo.
Quem apresenta estes sintomas deve ser convidada para a caminhada. E ela seguramente
aceitará o primeiro chamado e no dia e na hora estará no local combinado.
Algumas são convidadas através de sonhos. O Espírito Santo indica a pessoa que precisa
ser convidada, ou é a pessoa quem sonha e, por sua vez, toma a iniciativa de se convidar.
Mas há aquelas que simplesmente se integram à caminhada ao verem o exemplo dos
caminhantes. Elas conseguem ver o sobrenatural, na figura dos caminhantes, e desejam
fazer parte daquela equipe. É o que fala Isaías:
“Quão suaves são sobre os montes os pés do que anuncia as boas- novas, que faz ouvir a
paz, que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!” (Is 52,7).
Todavia, devemos evitar a participação dos curiosos que apenas querem uma aventura
para o currículo e crêem que a caminhada com Deus é um percurso que precisa ser
vencido e, caso não sejam demovidas, podem trazer transtornos para os que buscam a experiência
espiritual genuína e - o que é mais grave - podem se machucar, pois Deus opera
maravilhosamente na caminhada.
COMO SE FORMA UM CAMINHANTE
Sebastião Cantanhede. começou a fazer a caminhada com o propósito de ganhar intimidade
com Deus. Logo na primeira caminhada, disse que iria fazer sete caminhadas ininterruptas.
Sebastião mora do outro lado da cidade e para chegar ao local da caminhada,
tinha que pegar três ônibus. Desde a primeira caminhada do Sebastião, a situação gerou
preocupões, uma vez que a volta para casa é ainda mais complicada.
No início ele dormiu no Sítio Panakuí. Outras vezes voltou de carona com algum caminhante,
o que gerava desconforto para quem o levava, pois o local é distante; ou então foi
mesmo de ônibus, ou seja, teve que se submeter a uma situação de risco e de desconforto,
pois os ônibus demoram muito, no horário noturno.
Outras pessoas que passaram a caminhar também moravam em localidades distantes.
Como resolver a situação do Sebastião e dos outros caminhantes, que moram distantes,
mas querem fazer o roteiro da caminhada? Então, após refletir sobre a questão, definimos
um critério inspirado no exemplo do Sebastião:
O caminhante deveria participar de sete caminhadas e, após isso, seria liberado, como
Caminhante, para conduzir, se assim o quisesse, uma caminhada próximo à sua casa.
O primeiro caso foi Tiago Lima Barros, que concluiu as sete caminhadas e foi ungido,
ao final do propósito, como o primeiro caminhante apto, portanto, para conduzir uma ca-