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Cartilha da Gestante 2021

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ÍNDICE<br />

CUIDADOS NO PRÉ-NATAL & COMO SERÁ MEU PARTO?<br />

• A importância do Pré-Natal<br />

• Queixas e dúvi<strong>da</strong>s mais comuns na gravidez<br />

• Mu<strong>da</strong>nças psicológicas na gravidez e pós-parto<br />

• A importância do exercício físico na gestação<br />

• Manual <strong>da</strong> alimentação durante a gestação<br />

• Importância do Pré-Natal Odontológico<br />

• Como será meu parto?<br />

07<br />

11<br />

23<br />

31<br />

43<br />

53<br />

59<br />

CUIDADOS NO PÓS-PARTO E COM O BEBÊ<br />

• Cui<strong>da</strong>dos no Pós-Parto<br />

• Amamentação<br />

• Nutrição durante a amamentação<br />

• Cui<strong>da</strong>dos com o bebê<br />

• Segurança do bebê<br />

• Carta de Informação à <strong>Gestante</strong><br />

• Bibliografia básica<br />

73<br />

85<br />

99<br />

105<br />

129<br />

140<br />

141


CUIDADOS NO PRÉ-NATAL<br />

& COMO SERÁ MEU PARTO?


A IMPORTÂNCIA<br />

DO PRÉ-NATAL<br />

A assistência à mulher no período <strong>da</strong> gestação é uma <strong>da</strong>s ações de<br />

saúde mais relevantes. Um pré-natal com experiências positivas é fator<br />

fun<strong>da</strong>mental para um parto adequado e a base para uma jorna<strong>da</strong> saudável<br />

de materni<strong>da</strong>de.¹<br />

As ativi<strong>da</strong>des do Pré-Natal deverão iniciar-se, preferencialmente, antes<br />

<strong>da</strong> concepção, ou o mais precocemente possível, considerando as<br />

doenças pré-existentes e os fatores genéticos maternos e paternos,<br />

além <strong>da</strong> orientação de hábitos, tais como alimentação e ativi<strong>da</strong>des.<br />

O Pré-Natal deve ser realizado, de preferência, por uma equipe<br />

multidisciplinar experiente e dedica<strong>da</strong>. Estes deverão ter esclarecimento<br />

sobre to<strong>da</strong>s as doenças intercorrentes, <strong>da</strong>quelas específicas <strong>da</strong> gravidez,<br />

e possuir ampla capaci<strong>da</strong>de de ouvir com afeto as questões físicas,<br />

emocionais e sociais relata<strong>da</strong>s pela gestante.<br />

37ª semana até o nascimento.³ <strong>Gestante</strong>s de alto risco, que representam<br />

cerca de 15% <strong>da</strong>s gestações, devem ter acompanhamento especializado<br />

de acordo com o fator de risco identificado no pré-natal. 4<br />

Durante a primeira consulta, é realiza<strong>da</strong> uma história clínica e obstétrica,<br />

exame clínico geral, obstétrico e ginecológico. Confirma-se a i<strong>da</strong>de<br />

gestacional e inicia-se o estabelecimento do vínculo entre o profissional,<br />

a gestante e a família e solicitam-se os exames complementares de<br />

rotina. Nas consultas subsequentes, focaliza-se nas queixas recentes,<br />

na verificação <strong>da</strong> pressão arterial, a ausculta dos batimentos cardíacos<br />

A gravidez exige uma série de cui<strong>da</strong>dos na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> mulher. Muitos deles<br />

devem ser tomados antes mesmo <strong>da</strong> concepção, durante o planejamento<br />

<strong>da</strong> gravidez, uma delas e o uso do Ácido fólico pré e durante a gestação,<br />

previne malformações no tubo neural do bebê.²<br />

O objetivo do Pré-Natal é assegurar que to<strong>da</strong>s as gestações terminem<br />

com o nascimento de um bebê saudável, sem prejuízos à saúde materna.<br />

Uma gravidez considera<strong>da</strong> de baixo risco necessita de uma consulta de<br />

Pré-Natal mensal até a 28ª semana de gestação, de quinze em quinze<br />

dias <strong>da</strong> 28ª semana até a 36º semana e semanalmente no a partir <strong>da</strong><br />

/ 7 /


do bebê, a medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> altura do fundo do útero, o exame <strong>da</strong>s mamas e<br />

orientando para o aleitamento materno, o preparo psicológico e corporal<br />

para o parto e o controle do ganho de peso, além <strong>da</strong> realização dos<br />

subsequentes exames complementares.<br />

Os exames laboratoriais complementares de rotina mais comuns são:<br />

hemograma, grupo sanguíneo + fator Rh, glicemia de jejum, sorologias<br />

para sífilis, rubéola, toxoplasmose, hepatite B e C, Citomegalovirus, e HIV,<br />

além do exame simples de urina com urocultura, colpocitológico (exame<br />

de prevenção ou Papanicolau) e ultrassonografia obstétrica. As sorologias<br />

negativas devem ser repeti<strong>da</strong>s no terceiro trimestre. A ultrassonografia<br />

é geralmente repeti<strong>da</strong> no segundo e terceiro trimestres. Outros exames<br />

poderão ser solicitados de acordo com as necessi<strong>da</strong>des de ca<strong>da</strong> caso<br />

específico. Quando a gestante for Rh negativo (-) e o marido Rh positivo<br />

(+), ou não conhecido, solicita-se detecção de anticorpos anti-Rh nas<br />

mães.<br />

DAR ATENÇÃO ESPECIAL PARA AS VACINAS:<br />

Vacina Antitetânica dT- Protege a gestante e o bebê contra difteria e<br />

Tétano Você deve ter 3 doses <strong>da</strong> vacina, devendo iniciar ou completar<br />

a depender <strong>da</strong> sua situação vacinal.<br />

Vacina dTpa - Uma única vacina é capaz de proteger mãe e bebê contra<br />

três doenças graves, imuniza contra difteria, tétano e coqueluche. Deve<br />

ser aplica<strong>da</strong> uma dose somente nas futuras mães a partir <strong>da</strong> 20ª semana<br />

de gestação, ou até 45 dias após o parto (Puepério). A dose de dTpa<br />

deve ser administra<strong>da</strong> em to<strong>da</strong>s as gestações, independentemente do<br />

intervalo entre as gestações<br />

Vacina Hepatite B - caso você não seja vacina<strong>da</strong>, tomas 3 doses para<br />

ficar protegi<strong>da</strong>. Se faltar alguma dose, deve-se tomar para completar o<br />

esquema de proteção, de acordo com o cartão vacinal.<br />

Vacina contra Gripe (Influenza)- recomen<strong>da</strong>-se para to<strong>da</strong> gestante<br />

durante a campanha de vacinação. 3<br />

REFERÊNCIAS:<br />

1. Organização Mundial <strong>da</strong> Saúde (OMS). Recomen<strong>da</strong>ções <strong>da</strong> OMS sobre cui<strong>da</strong>dos pré-natais para uma experiência positiva na gravidez. [Internet]. 2016 [acesso em 01 de março <strong>2021</strong>].<br />

Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/250800/WHO-RHR-16.12-por.pdf;sequence=2<br />

2. Federação Brasileira <strong>da</strong>s Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Manual de assistência pré-natal. 2a. ed [Internet]. São Paulo; 2014 [acesso em 01 de março <strong>2021</strong>].<br />

Disponível em: file:///T:/SETPAS/USUÁRIOS/Aline%20Coelho/PARTO%20ADEQUADO/CARTILHA%20GESTANTE/REFERÊNCIAS/304_Manual_Pre_natal_25SET.pdf<br />

3. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde. Cadernos de Atenção Básica, n° 32: Atenção ao pré-natal de baixo risco [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2012 [acesso em 01 de março <strong>2021</strong>].<br />

Disponível em: http://189.28.128.100/<strong>da</strong>b/docs/portal<strong>da</strong>b/publicacoes/caderno_32.pdf<br />

4. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde. Gestação de alto risco: manual técnico [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2012 [acesso em 01 de março <strong>2021</strong>].<br />

Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_tecnico_gestacao_alto_risco.pdf<br />

/ 8 /<br />

5. Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Imunizações (SBIm). CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO SBIm GESTANTE [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2020/<strong>2021</strong> [acesso em 01 de março <strong>2021</strong>].<br />

Disponível em: https://sbim.org.br/images/calen<strong>da</strong>rios/calend-sbim-gestante.pdf


QUEIXAS E DÚVIDAS MAIS<br />

COMUNS NA GRAVIDEZ<br />

Saiba como amenizar os pequenos ou grandes desconfortos <strong>da</strong> gestação<br />

e tire to<strong>da</strong>s as suas dúvi<strong>da</strong>s durante o Pré-Natal.<br />

DESCOBRINDO A GRAVIDEZ<br />

Suspeita-se <strong>da</strong> gravidez quando ocorre atraso menstrual. Hoje, temos<br />

testes de gravidez que necessitam apenas de um dia, ou menos, de<br />

atraso menstrual para <strong>da</strong>r positivo. É o teste chamado dosagem do<br />

b-HCG, embora, aconselha-se aguar<strong>da</strong>r cinco dias de atraso menstrual<br />

para obter resultados mais confiáveis.<br />

A ultrassonografia é, também, um ótimo método para o diagnóstico de<br />

gravidez, porém, mais tardio que a dosagem hormonal. Como com uma<br />

semana de atraso observa-se apenas o saco gestacional, <strong>da</strong>í é melhor<br />

esperar um pouco mais.<br />

SINTOMAS INICIAIS<br />

São sintomas frequentes e que podem incomo<strong>da</strong>r:<br />

• dor nas mamas: pareci<strong>da</strong>s com aquelas <strong>da</strong> pré-menstruação;<br />

• aumento <strong>da</strong> frequência urinária: resultante de alterações hormonais<br />

e compressão <strong>da</strong> bexiga pelo útero aumentado de volume;<br />

• enjoos: principalmente com alguns tipos de alimentos ou cheiros;<br />

ALTERAÇÕES DURANTE A GRAVIDEZ<br />

Queimação ou pirose<br />

É muito comum na gestação e é resultante do refluxo de alimentos e<br />

suco gástrico do estômago para o esôfago. Para diminuir os efeitos,<br />

aconselha-se:<br />

• não deitar logo após as refeições;<br />

• realizar refeições mais frequentes e em pequenas quanti<strong>da</strong>des;<br />

• evitar alimentos que provoquem fermentação ou os gordurosos;<br />

• de preferência ficar em pé ou caminhar.<br />

Se necessário, fazer uso de medicação conforme prescrição médica.<br />

Náuseas e vômitos<br />

A intensi<strong>da</strong>de varia muito de pessoa para pessoa. Há aquelas em que<br />

passam rápido e outras que necessitam de medicamentos via oral ou até<br />

injetáveis.<br />

O que pode ser feito para melhorar:<br />

• alimentar-se várias vezes ao dia em pequenas porções;<br />

• evitar frituras, gorduras, chocolate, café, chá mate, refrigerantes, e<br />

bebi<strong>da</strong>s alcoolicas;<br />

• evitar líquidos durante as refeições;<br />

• medicamentos para vômitos: o seu médico saberá indicar o melhor<br />

para você;<br />

Sialorreia (saliva excessiva)<br />

Pode incomo<strong>da</strong>r muito. Indica-se para melhorar:<br />

• chupar gotas de limão ou gelo;<br />

• engolir a saliva e não se acostumar a cuspir;<br />

• tomar bastante líquido;<br />

Alterações do apetite<br />

• aumento do apetite - é real, mas pode e deve ser controlado;<br />

• desejo por alguns alimentos específicos: azedos, picantes, salgados,<br />

etc.;<br />

• aversão por outros alimentos.<br />

• desejos de comer alimentos diferentes e em horários não habituais.<br />

Gengivites<br />

É geralmente acompanha<strong>da</strong> por sangramento. Na gestação acontece<br />

uma variação dos níveis hormonais, o que ocasiona várias alterações<br />

como as gengivites. Para diminuir esta intercorrência, recomen<strong>da</strong>-se<br />

realizar adequa<strong>da</strong>mente a higiene bucal com escovação adequa<strong>da</strong>, uso<br />

de fios dentais e, eventualmente, antissépticos bucais. Não descui<strong>da</strong>r <strong>da</strong><br />

visita ao odontólogo. A gravidez por si só não aumenta o surgimento de<br />

cárie dentária.<br />

/ 10 / / 11 /


Tonturas<br />

percebido como “falta de ar”. É preciso fazer as ativi<strong>da</strong>des sem pressa,<br />

Durante a gestação, aumenta a chance de surgimento ou piora de<br />

De qualquer maneira, a secreção vaginal sempre deve ser examina<strong>da</strong><br />

Ocorrem por conta <strong>da</strong>s alterações de pressão arterial <strong>da</strong> gestante e por<br />

alterações nas articulações, que são comuns na gestação. Outras causas<br />

falar mais lentamente. Ativi<strong>da</strong>des físicas leves fazem muito bem. Quando<br />

o sintoma é muito intenso, deve-se fazer uma avaliação médica.<br />

hemorroi<strong>da</strong>s. Para prevenir, deve-se fazer uma dieta realizar higiene com<br />

água e sabão, evitando usar papel higiênico.<br />

durante a gestação.<br />

de tonturas acontecem quando a grávi<strong>da</strong> permanece muito tempo de pé<br />

(hipotensão postural).<br />

Orientações:<br />

• levantar-se devagar;<br />

• sentar-se com a cabeça abaixa<strong>da</strong> ou deitar-se do lado esquerdo ao<br />

perceber que a tontura está chegando;<br />

Palpitações (batedeira)<br />

É o aumento súbito <strong>da</strong> frequência cardíaca que pode ocorrer em função<br />

<strong>da</strong>s a<strong>da</strong>ptações do organismo materno à gestação. Nos casos frequentes<br />

e que demoram a voltar ao normal, este sintoma deverá ser relatado ao<br />

obstetra, que indicará ou não um especialista.<br />

Na crise de hemorroi<strong>da</strong>s é necessário fazer banhos de assento com água<br />

morna e utilizar medicamentos orientados pelo médico.<br />

Dor lombar (costas) e no “pé <strong>da</strong> barriga”<br />

São muito comuns na gestação, principalmente nos últimos meses.<br />

Ocorrem pela distensão dos músculos e ligamentos e pela compressão<br />

Câimbras<br />

São frequentes em grávi<strong>da</strong>s, especialmente nas pernas.<br />

Orientações:<br />

• evitar excesso de exercícios e movimentos bruscos;<br />

• ingerir bastante líquido;<br />

• comer mais vezes ao dia, como orientado anteriormente.<br />

Sintomas mamários<br />

Apresentam-se sob forma de dor que é decorrente de alterações<br />

hormonais e pelo aumento <strong>da</strong>s mamas. Aconselha-se apenas a manter o<br />

Obstipação (intestino preso)<br />

Seja pela compressão do útero e/ou pelo excesso de hormônios <strong>da</strong><br />

gravidez, é comum o intestino ficar “preguiçoso”.<br />

Importante saber:<br />

do bebê sobre os órgãos <strong>da</strong> pelve. Pode ser prevenido com: correção<br />

<strong>da</strong> postura, exercícios de fortalecimento muscular e alongamento <strong>da</strong><br />

musculatura sob tensão, massagens, calor local e até mesmo fisioterapia.<br />

Caso não melhore, seu médico(a) pode prescrever medicamentos<br />

analgésicos.<br />

• ingerir alimentos ricos em cálcio, potássio e fósforo;<br />

• no momento <strong>da</strong> câimbra, realizar a flexão do pé em direção à perna<br />

para alongar os músculos <strong>da</strong> panturrilha para alívio <strong>da</strong> dor.<br />

Parestesias<br />

uso do sutiã como forma de diminuir o sintoma. Outra queixa que pode<br />

surgir é o aparecimento do colostro que é uma secreção geralmente<br />

transparente, associa<strong>da</strong> ao leite materno.<br />

Falta de ar<br />

• comer alimentos ricos em fibras como frutas e verduras (inclua<br />

sempre uma fruta no café <strong>da</strong> manhã e no almoço, e verduras e<br />

legumes no almoço e jantar) ou produtos integrais (vide guia de<br />

orientação alimentar);<br />

• beber bastante líquido (6 a 8 copos/dia);<br />

• praticar exercícios físicos regularmente, com orientação médica;<br />

Contrações uterinas (endurecimento <strong>da</strong> barriga)<br />

No terceiro trimestre de gestação, o útero gravídico começa a contrair<br />

com certa regulari<strong>da</strong>de, mas geralmente sem dor, são chama<strong>da</strong>s de<br />

“contrações de treinamento”. No entanto, se a frequência <strong>da</strong>s contrações<br />

aumentar e se tornar dolorosa, este fato deve ser comunicado ao obstetra<br />

para afastar a possibili<strong>da</strong>de de trabalho de parto prematuro.<br />

Apresentam-se como a sensação de “formigamento ou dormência”, mais<br />

frequentemente nas mãos, e são decorrentes de compressão nervosa,<br />

seja por postura inadequa<strong>da</strong> dos ombros (“que<strong>da</strong>s dos ombros”) ou por<br />

edema (inchaço) na região do punho. Não há muito que fazer além <strong>da</strong><br />

correção postural e exercícios específicos para as mãos. Geralmente<br />

desaparecem após a gestação.<br />

À medi<strong>da</strong> que o útero cresce, juntamente com o bebê, o diafragma<br />

(músculo <strong>da</strong> respiração) e o pulmão são comprimidos, ficando mais difícil<br />

respirar.<br />

Além do mais, o hormônio progesterona estimula o centro respiratório<br />

no cérebro, tornando a respiração mais consciente, o que pode ser<br />

• fazer uso de medicamentos apenas sob orientação médica.<br />

Hemorroi<strong>da</strong>s<br />

Ocorrem devido à dilatação persistente <strong>da</strong>s veias <strong>da</strong> região perianal.<br />

Corrimento vaginal<br />

Nem sempre o corrimento significa doença. A gestante tem a secreção<br />

vaginal em maior quanti<strong>da</strong>de, branca e/ou leitosa, porém não tem odor<br />

fétido e nem coceira. Se isto ocorrer ou houver dúvi<strong>da</strong>s, deverá ser<br />

avaliado pelo seu médico.<br />

Varizes<br />

A gravidez pode desencadear o aparecimento de varizes, especialmente<br />

quando há tendência familiar.<br />

Orientações:<br />

/ 12 / / 13 /


• evitar ficar em pé por muito tempo;<br />

durante a gestação podem desenvolver pré-eclâmpsia.<br />

• ter período de repouso durante o dia e deitar de lado, preferencialmente<br />

peso adequado e controle <strong>da</strong>s taxas de açúcar no sangue. 2<br />

• realizar exercícios físicos e/ou caminha<strong>da</strong>s;<br />

• repousar com as pernas eleva<strong>da</strong>s;<br />

• usar meias elásticas (de média compressão para gestantes), que<br />

devem ser vesti<strong>da</strong>s pela manhã com as pernas eleva<strong>da</strong>s e retira<strong>da</strong>s<br />

A Pré-eclâmpsia é defini<strong>da</strong> pela presença de hipertensão arterial após a<br />

20ª semana associa<strong>da</strong> a alterações de exames laboratoriais específicos.<br />

A eclampsia é defini<strong>da</strong> como a presença de convulsões na gestante com<br />

pré-eclâmpsia. 1<br />

à esquer<strong>da</strong>, para aliviar a compressão dos vasos sanguíneos e <strong>da</strong>s<br />

vias urinárias;<br />

• comunicar seu médico(a) se houver qualquer aumento <strong>da</strong> pressão<br />

arterial;<br />

Anemia<br />

Anemia Anemia na gestação é condição razoavelmente comum com uma<br />

prevalência de aproxima<strong>da</strong>mente 40%, porém, deve ser acompanha<strong>da</strong><br />

à noite;<br />

de perto para prevenir riscos tanto para a gestante quanto para o feto.<br />

• cirurgia e aplicações não são realiza<strong>da</strong>s durante a gestação.<br />

Edema (inchaço)<br />

Existe o inchaço normal <strong>da</strong> gravidez que, geralmente, ocorre nas pernas,<br />

ao final <strong>da</strong> gestação, especialmente à tarde. Para prevenir, valem as<br />

mesmas recomen<strong>da</strong>ções para as varizes.<br />

Pré-eclâmpsia: fatores desencadeantes:<br />

• primeira gravidez;<br />

• i<strong>da</strong>de muito jovem ou i<strong>da</strong>de avança<strong>da</strong>;<br />

• história familiar;<br />

• diabetes;<br />

• obesi<strong>da</strong>de;<br />

Diabetes Mellitus (DM) na gravidez<br />

Diabetes mellitus gestacional (DMG) é definido, como uma intolerância<br />

a carboidratos de gravi<strong>da</strong>de variável, que se inicia durante a gestação<br />

atual, podendo se estender ou não após o parto. 2<br />

Nota: A insulina é um hormônio produzido pelas células do pâncreas,<br />

extremamente necessárias para o metabolismo energético do nosso<br />

corpo, quando o assunto está relacionado a carboidratos e glicemia.<br />

A anemia que é a redução anormal <strong>da</strong> taxa de hemoglobina no sangue,<br />

resulta em deficiência de ferro, vitamina B12 e ácido fólico. O profissional<br />

de saúde irá avaliar entre suplementos, e se necessário medicamentos,<br />

adequados e específicos para ca<strong>da</strong> caso de acordo com os resultados de<br />

exames. 6-7<br />

DICAS IMPORTANTES:<br />

Quando o inchaço é generalizado desde a manhã, a gestante deve procurar<br />

seu médico para reavaliação, especialmente se estiver acompanhado <strong>da</strong><br />

elevação <strong>da</strong> pressão arterial.<br />

Hipertensão na gravidez (pressão alta)<br />

A Hipertensão Arterial (HA) crônica é defini<strong>da</strong> pela sua detecção antes <strong>da</strong><br />

gestação ou antes de 20 semanas.<br />

A hipertensão gestacional é caracteriza<strong>da</strong> pela ocorrência de HA após a<br />

20ª semana associado a outros exames laboratoriais.<br />

O tratamento ocorre com monitoramento quanto ao agravamento dos<br />

sintomas. A hipertensão gestacional pode prever um aumento do risco de<br />

• passado de pré-eclâmpsia em gestação anterior;<br />

• hipertensão prévia, entre outros.<br />

Orientações:<br />

• Verificar se há fatores de risco<br />

• dieta adequa<strong>da</strong>: sem excesso de sal e gordura, rica em cálcio,<br />

proteínas, vitaminas e ácido fólico;<br />

• controle de peso<br />

• reduzir o stress;<br />

O mau funcionamento desse sistema (insulina) pode acarretar em<br />

aumentos significativos de glicose na corrente sanguínea, se tornando<br />

extremamente arriscado para a paciente com diabetes. Um diagnóstico<br />

de diabetes mellitus gestacional está associado ao aumento do risco<br />

de hipertensão gestacional e de pré-eclâmpsia, bem como ao aumento<br />

do risco de diabetes tipo 2 e doença cardiovascular após o parto. As<br />

implicações fetais incluem (elevação <strong>da</strong> insulina na corrente sanguínea),<br />

um bebê pesando mais de 4.500kg), e, portanto, maior risco de<br />

complicações no parto. 3 As mulheres com diabetes gestacional devem<br />

ser acompanha<strong>da</strong>s cui<strong>da</strong>dosamente durante a gestação e trata<strong>da</strong>s por<br />

uma equipe multidisciplinar. 3 O tratamento inicial do diabetes mellitus<br />

gestacional, consiste em orientação alimentar que permita ganho de<br />

Cansaço e excesso de sono na gravidez<br />

Um dos sintomas mais comuns <strong>da</strong> gravidez é um intenso e aparentemente<br />

inexplicável cansaço, que frequentemente vem acompanhado de sono<br />

excessivo. O cansaço e o sono têm origem nas alterações hormonais<br />

e fisiológicas que o corpo <strong>da</strong> mulher começa a sofrer já nas primeiras<br />

semanas de gestação. O sono e a exaustão geralmente são mais<br />

intensos nas primeiras semanas de gestação e tendem a melhorar com<br />

o tempo. Durante esse período, dê um descanso para o seu corpo. O<br />

mais importante é dormir sempre que o corpo pede. Dê preferência a<br />

dormir de lado, principalmente do lado esquerdo; você terá um sono<br />

mais agradável. 4<br />

hipertensão no futuro. Algumas mulheres que desenvolvem hipertensão<br />

/ 14 / / 15 /


• ondulações, permanentes e alisamentos – desaconselhados durante<br />

Dirigir<br />

de aumentar a chance de alcoolismo futuro. Nem o uso social e em<br />

Melasma (máscara gravídica)<br />

a gestação;<br />

A gestante não deve dirigir motos, pela gravi<strong>da</strong>de de possíveis acidentes.<br />

pequenas doses é recomen<strong>da</strong>do na gestação.<br />

É uma mancha escura que aparece no rosto <strong>da</strong> gestante devido aos<br />

hormônios <strong>da</strong> gravidez, exposição ao sol ou luz excessiva. Deve-se evitar<br />

o sol e usar protetor solar pelo menos três vezes ao dia.<br />

• xampus e condicionadores – sem restrições;<br />

• esmaltes nas unhas – sem restrições.<br />

• Repelentes - use repelentes indicados para gestantes a fim de<br />

prevenir doenças como a dengue, Zika vírus, febre chikungunya e<br />

Nos automóveis, é fun<strong>da</strong>mental a utilização do cinto de segurança de<br />

três pontos. Evitar dirigir muito próximo ao parto, devido à possibili<strong>da</strong>de<br />

de traumatismo abdominal e risco de rotura uterina, pelo tamanho <strong>da</strong><br />

barriga, durante colisões ou frea<strong>da</strong>s bruscas.<br />

Vestuário<br />

Após três meses de gravidez, não dá para improvisar. É necessário adequar<br />

suas roupas à nova condição. O ideal é usar tecidos leves e confortáveis<br />

Estrias<br />

As estrias se abrem logo abaixo <strong>da</strong> cama<strong>da</strong> mais superficial <strong>da</strong> pele<br />

geralmente na região do quadril, abdome e mamas, ocasiona<strong>da</strong>s pela<br />

distensão dos tecidos, ou seja, a pele estica muito além do que ela pode<br />

suportar. Na tentativa de preveni-las, pode ser recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> a massagem<br />

local, com óleos e cremes hidratantes compatíveis com a gravidez, livre<br />

de conservantes ou qualquer outro alergênico. Qualquer tratamento de<br />

estrias está contraindicado na gestação, inclusive o uso de ácido retinoico,<br />

também contraindicado na amamentação. É importante salientar que,<br />

mesmo com os cui<strong>da</strong>dos indicados, pode ocorrer o apareceimento de<br />

estrias.<br />

febre amarela. Repelentes devem ser aplicados nas áreas expostas<br />

do corpo e por cima <strong>da</strong> roupa. Os repelentes à base de DEET, icaridin,<br />

ou picaridin e IR 3535 ou EBAAP são considerados seguros para uso<br />

durante a gestação. 5<br />

Sexo na gestação<br />

A vi<strong>da</strong> sexual do casal não precisa mu<strong>da</strong>r, a não ser em situações especiais<br />

em que o médico irá alertar, como nos casos de sangramento ou ameaça<br />

de parto prematuro. Ter relações sexuais até o final <strong>da</strong> gravidez é saudável,<br />

pode <strong>da</strong>r muito prazer, não machuca o bebê e pode, inclusive, aju<strong>da</strong>r no<br />

seu nascimento. Evite posições que causem desconforto e lembre-se de<br />

Fumo<br />

É totalmente contraindicado na gestação, independentemente do<br />

número de cigarros, devido a desencadear no feto: restrição importante<br />

do crescimento fetal, maior percentual de parto prematuro e ruptura<br />

prematura de membranas com graves repercussões para o recémnascido<br />

e para o futuro desenvolvimento <strong>da</strong> criança. Evite frequentar<br />

ambientes onde haja fumantes em qualquer fase <strong>da</strong> gravidez. Respirar a<br />

fumaça do cigarro com frequencia, pode afetar o bebê.<br />

Drogas ilícitas (Maconha, Crack e outras)<br />

durante esse período.<br />

Evitar calçados de salto alto (maior chance de desequilíbrio e que<strong>da</strong>s) e<br />

aqueles sem nenhum salto, tipo rasteirinha, pois forçam mais a coluna.<br />

Ocupação<br />

A grávi<strong>da</strong> pode continuar trabalhando, exceto em situações de alto<br />

risco, tais como trabalho de parto prematuro, pré-eclâmpsia, etc.; tendo<br />

cui<strong>da</strong>do para não exagerar.<br />

Procure manter seu local de trabalho tranquilo, não esqueça de suas<br />

refeições e evite tarefas além do seu limite.<br />

Uso de cosméticos na gestação<br />

• hidratantes – sem contraindicações ao uso;<br />

• maquiagem – sem restrições;<br />

que o que realmente importa é que seja respeita<strong>da</strong> sua vontade de ter ou<br />

não relação. Converse com seu(sua) companheiro(a) sobre isso!<br />

São totalmente contraindica<strong>da</strong>s na gestação, pelos efeitos francamente<br />

nocivos para o feto e o recém-nascido.<br />

As gestantes que trabalham em locais insalubres (muito calor, produtos<br />

tóxicos, radiações, etc.) devem solicitar mu<strong>da</strong>nça de função ou licença<br />

médica.<br />

• protetores solares – sem restrições;<br />

Viagens<br />

Álcool<br />

• retinóides – utilizados para o tratamento de manchas na pele, não<br />

são indicados durante a gestação;<br />

• tinturas – Desaconselhável, principalmente no primeiro trimestre.<br />

Deve-se evitá-las no início <strong>da</strong> gravidez e no último mês. É desagradável<br />

ter o parto fora <strong>da</strong> sua ci<strong>da</strong>de, em um ambiente às vezes inapropriado ou<br />

desconfortável.<br />

Contraindicado na gestação. O álcool atravessa rapi<strong>da</strong>mente a barreira<br />

placentária e atinge níveis no feto semelhantes aos <strong>da</strong> mãe. Pode causar<br />

a síndrome alcoólica fetal e leva a repercussões cerebrais futuras, além<br />

/ 16 / / 17 /


Prevenção de doenças infecciosas<br />

Uma <strong>da</strong>s mais graves é a toxoplasmose congênita, que pode levar a<br />

defeitos do sistema nervoso central e <strong>da</strong> visão do bebê.. A grávi<strong>da</strong> deve<br />

evitar, principalmente no primeiro trimestre, o contato muito próximo<br />

com gatos e com outros animais que convivem no mesmo ambiente<br />

e também, caso não seja imune, lavar bem as frutas e legumes antes<br />

de comer e evitar carnes cruas ou mal passa<strong>da</strong>s de procedência<br />

desconheci<strong>da</strong>.<br />

DICAS IMPORTANTES PARA AS CONSULTAS:<br />

• Tenha todos os exames em uma pasta, por ordem de <strong>da</strong>ta;<br />

• Leve sempre o cartão de acompanhamento pré-natal. Todos os <strong>da</strong>dos<br />

<strong>da</strong> carteirinha são fun<strong>da</strong>mentais, a carteirinha é agora o documento<br />

oficial <strong>da</strong> gestante, sendo necessário sempre estar com ela;<br />

• Siga rigorosamente os conselhos e orientações médicas;<br />

• Não falte às consultas e exames marcados.<br />

A GESTANTE DEVE COMUNICAR AO MÉDICO SE:<br />

O pré-natal é essencial para garantir gestação e parto saudáveis,<br />

além de diminuir riscos e complicações que possam acontecer.<br />

Então, não falte a nenhuma consulta de pré-natal pois, será<br />

essencial neste momento intenso de mu<strong>da</strong>nças, descobertas e<br />

aprendizados, onde suas dúvi<strong>da</strong>s serão esclareci<strong>da</strong>s te deixando<br />

mais confiante e segura.<br />

• Os movimentos do bebê tiverem diminuído (menos que seis<br />

movimentos por hora após a refeição) ou se não se movimentar por<br />

mais de 6 a 12 horas;<br />

• Se houver saí<strong>da</strong> de líquido que escorra molhando as vestes e/ou<br />

pernas ou se houver sangramento, como se fosse uma menstruação.<br />

• sentir dor pélvica persistente ou cólica intensa ou perceber<br />

endurecimento do útero (contração) duas a três vezes em dez<br />

minutos, 1 especialmente se regulares.<br />

• Dor de cabeça intensa e persistente.<br />

• Febre com temperatura >37,9C°<br />

• Dor ou queimação ao urinar<br />

REFERÊNCIAS:<br />

1. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde. Cadernos de Atenção Básica, n° 32: Atenção ao pré-natal de baixo risco [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2012 [acesso em 01 de março <strong>2021</strong>].<br />

Disponível em: http://189.28.128.100/<strong>da</strong>b/docs/portal<strong>da</strong>b/publicacoes/caderno_32.pdf<br />

2. Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Cardiologia (SBC). 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardio. [Internet]. 2016 [acesso em 01 de março <strong>2021</strong>]; 107 (3).<br />

Disponível em: http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTERIAL.pdf<br />

3. Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Diabetes (SBD). Diabetes mellitus GESTACIONAL. In: Diretrizes Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Diabetes 2019-2020. 2019.<br />

4. Mahan LK, Raymond JL. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 14.ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2018.<br />

5. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Estratégia de Resposta ao vírus Zika e o combate ao mosquito transmissor. [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2016 [acesso em 01 de março <strong>2021</strong>]. Disponível em: https://www.gov.br/<br />

casacivil/pt-br/.arquivos/estrategia-de-resposta-ao-virus-zika.pdf<br />

6. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Coordenação Geral <strong>da</strong> Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Programa Nacional de Suplementação de Ferro. [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2013 [acesso em 01 de março <strong>2021</strong>].<br />

Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_suplementacao_ferro_condutas_gerais.pdf<br />

7. Montenego CAB, Santos FC, Rezende-filho J. Anemia e Gravidez. Brazilian Journal of Health and Biomedical Sciences. 14 (2) 2015.<br />

/ 18 / / 19 /


MUDANÇAS PSICOLÓGICAS<br />

NA GRAVIDEZ E PÓS-PARTO<br />

O nascimento de um bebê não modifica só o corpo, ele modifica também:<br />

• o entorno social.<br />

• a vi<strong>da</strong> e os sentimentos <strong>da</strong> família.<br />

• as emoções <strong>da</strong> mulher durante a gravidez e no puerpério (pós-parto).<br />

Quais sentimentos a gravidez provoca na mulher, no casal e na família?<br />

Alegria<br />

Dúvi<strong>da</strong>s<br />

Preocupações<br />

Medos<br />

• Pela realização do desejo<br />

• Estou grávi<strong>da</strong> mesmo?<br />

• Com os futuros cui<strong>da</strong>dos<br />

• Pela saúde e vi<strong>da</strong> do bebê;<br />

ancestral próprio <strong>da</strong><br />

• Será que a gravidez<br />

do bebê e sua criação;<br />

• Pelo parto, tipo,<br />

mulher de ser mãe e do<br />

transcorrerá bem?<br />

• Com as mu<strong>da</strong>nças<br />

riscos e dor.<br />

homem de ser pai.<br />

• O meu bebê será normal?<br />

corporais, sociais,<br />

financeiras e profissionais.<br />

/ 21 /


QUAIS SÃO OS INDÍCIOS MAIS COMUNS?<br />

interpretação desperta ansie<strong>da</strong>des que, se leva<strong>da</strong>s ao extremo, faz<br />

COMO DEVEMOS ENCARAR ESTAS MUDANÇAS?<br />

• parto normal e cesárea, métodos para alívio <strong>da</strong> dor e cui<strong>da</strong>dos pós-<br />

No começo <strong>da</strong> gravidez<br />

• Desejos – são a expressão psíquica de estados de carência emocional,<br />

sobretudo para despertar no meio ambiente, principalmente no<br />

companheiro (a), provas de carinho e proteção.<br />

• Sonhos – estes podem ocorrer ao longo de to<strong>da</strong> a gravidez. É comum<br />

sonhar com o bebê e com situações que lembrem os fenômenos e<br />

desejos do período gestacional, de maneira a encobrir e solucionar os<br />

medos e preocupações inconscientes que a grávi<strong>da</strong> está vivenciando<br />

no momento.<br />

Fase intermediária <strong>da</strong> gravidez<br />

• movimentos fetais – entre o 4° e 6° mês: provocam sensações de<br />

alegria e também de desconforto na mulher. Estes movimentos<br />

marcam o fim <strong>da</strong>s dúvi<strong>da</strong>s se realmente existe uma gravidez e o início<br />

<strong>da</strong> possibili<strong>da</strong>de de interação afetiva dos pais com o bebê, através de<br />

conversas e contatos físicos (como toques e massagens na barriga).<br />

Isto vai favorecer o início do vínculo afetivo e do futuro diálogo verbal<br />

com o filho.<br />

Últimos meses<br />

• versão interna – psicologicamente, a mulher pode interpretar,<br />

inconscientemente, a mu<strong>da</strong>nça ou vira<strong>da</strong> do bebê para a posição<br />

de cabeça para baixo, como tendo chegado a hora de <strong>da</strong>r a luz. Esta<br />

aumentar na mulher o desejo de antecipação do parto devido à<br />

necessi<strong>da</strong>de de se a<strong>da</strong>ptar ao novo desconforto, agora, também na<br />

região do assoalho pélvico (região baixa do ventre – “pé <strong>da</strong> barriga”).<br />

• Medo do parto – a cultura ocidental revestiu o parto como um fato<br />

perigoso e doloroso. Isto leva a mulher, muitas vezes, a ignorar sua<br />

capaci<strong>da</strong>de e força natural. Então, a grávi<strong>da</strong> regride mentalmente às<br />

fantasias ancestrais de temor à morte, de dor e esvaziamento.<br />

• Alteração de humor– esta mu<strong>da</strong>nça de humor ocorre frequentemente<br />

ao longo de to<strong>da</strong> gravidez. É comum a mulher ficar mais sensível a<br />

todos os fatos que ocorrem ao seu redor. Às vezes, este estado de<br />

chorar, tanto de alegria como de contrarie<strong>da</strong>de, incomo<strong>da</strong> a grávi<strong>da</strong> e<br />

os familiares. Mas não há necessi<strong>da</strong>de de preocupação. Este estado é<br />

passageiro e, psicologicamente, tem a função de aguçar a percepção<br />

<strong>da</strong> mulher para vivenciar as várias mu<strong>da</strong>nças que a materni<strong>da</strong>de<br />

provoca.<br />

Estas são as formas mais comuns encontra<strong>da</strong>s pela mente <strong>da</strong> grávi<strong>da</strong><br />

para li<strong>da</strong>r com as mu<strong>da</strong>nças biológicas, sociais e afetivas que ocorrem<br />

durante este período tão especial.<br />

Procurar, com tranquili<strong>da</strong>de, compreender as emoções que ocorrem<br />

neste período. Ca<strong>da</strong> grávi<strong>da</strong> vai conviver com estas mu<strong>da</strong>nças de<br />

sentimentos e humor de forma pessoal, de acordo com a estruturação<br />

de sua personali<strong>da</strong>de.<br />

Porém, hoje existem propostas para diminuir estas ansie<strong>da</strong>des e<br />

sintomas específicos <strong>da</strong> gravidez, parto e pós-parto, com os seguintes<br />

objetivos básicos:<br />

• trabalhar os anseios <strong>da</strong> gravidez a partir do fornecimento de<br />

informação. Conhecimento traz segurança, esse é o nosso obejtivo!<br />

• prevenir a depressão pós-parto;<br />

• fazer a escolha do tipo de parto;<br />

• aprender a cui<strong>da</strong>r do bebê;<br />

• a<strong>da</strong>ptar-se à nova condição de mãe.<br />

COMO ESTES OBJETIVOS PODEM SER ALCANÇADOS?<br />

Buscando informações sobre a reali<strong>da</strong>de dos processos biológicos e<br />

psicológicos que ocorrem na gravidez, parto e pós-parto diminuindo as<br />

incertezas, ansie<strong>da</strong>des, medos e mitos que cercam o período. Para isto, é<br />

proposto um programa que abarca os seguintes temas:<br />

• como ocorre e se desenvolve biologicamente uma gravidez e suas<br />

implicações psicológicas e sociais;<br />

parto;<br />

• importância <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de física no período gestacional;<br />

• amamentação;<br />

• cui<strong>da</strong>dos com o bebê;<br />

• métodos contraceptivos (de acordo com os participantes do grupo).<br />

Para que a gestante e seu acompanhante tenham um maior conforto<br />

e segurança durante esse período tão especial, é recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> a<br />

participação no grupo de gestantes. Nesse momento a mãe terá interação<br />

com diversos temas que vão complementar as informações ofereci<strong>da</strong>s<br />

nas consultas de pré-natal. Terá também a oportuni<strong>da</strong>de de interagir<br />

com diversos profissionais para tirar dúvi<strong>da</strong>s sobre a gestação, parto,<br />

e cui<strong>da</strong>dos com o bebê. Nesse espaço haverá a interação com outras<br />

mães, com oportuni<strong>da</strong>de de trocar experiências sobre esse momento tão<br />

singular e especial.<br />

Existem alguns passos que devem ser trabalhados na gestação:<br />

1. Estabelecimento do vínculo afetivo entre pais e bebê, para o<br />

favorecimento do desenvolvimento de aspectos amorosos, cognitivos,<br />

intelectuais, <strong>da</strong> futura vi<strong>da</strong> escolar, profissional e social do filho de<br />

maneira harmônica.<br />

• alimentação na gravidez;<br />

• dúvi<strong>da</strong>s, queixas e sintomas na gestação;<br />

2. Mitos e fantasias inconscientes que surgem pelo fato do casal estar<br />

grávido e que podem atrapalhar o relacionamento.<br />

/ 22 / / 23 /


3. Mitos, medos e fantasias sobre o parto. Dentre to<strong>da</strong>s as escolhas que<br />

5. Construção dos pais imaginários. A partir dos desejos e impulsos<br />

7- Ajustamento do filho imaginário com o bebê real. Quando o bebê<br />

mãe e do bebê e que formará a base para o desenvolvimento psíquico<br />

temos que fazer durante a gravidez, tem uma que é especial e deve ser<br />

ancestrais e inconscientes de serem pais, com a gravidez inicia uma nova<br />

sai <strong>da</strong> barriga <strong>da</strong> mãe e passa para os seus braços, alguns ajustes<br />

saudável do filho. É um período crucial porque exige uma a<strong>da</strong>ptação<br />

feita juntamente com a equipe que está te acompanhando. Você sabe<br />

etapa de desenvolvimento psíquico de suas vi<strong>da</strong>s.<br />

são necessários. Primeiramente, porque o bebê real já nasce com as<br />

sincroniza<strong>da</strong>, simultânea do ato de <strong>da</strong>r e receber. É a ação que vai marcar<br />

qual é? O Parto.<br />

O parto normal é indicado para to<strong>da</strong>s as mulheres como melhor escolha<br />

para a saúde <strong>da</strong> mãe e do bebê. A vivência do parto normal conecta a<br />

mulher consigo mesma, tornando-se a protagonista do nascimento do<br />

seu bebê. Por isso é muito importante que a mulher tenha uma equipe de<br />

saúde e rede de apoio alinha<strong>da</strong> com suas decisões. Lembre-se: a mulher<br />

e o bebê são os principais autores, então tudo deve seguir o tempo deles.<br />

Parto não tem <strong>da</strong>ta marca<strong>da</strong>, tem <strong>da</strong>ta provável. O nascimento pode ser<br />

no feriado, no final de semana, na madruga<strong>da</strong>, no momento que o bebê<br />

estiver pronto para nascer.<br />

Em relação a cesariana, ela pode sim ser a forma de nascimento do bebê,<br />

desde que haja indicação médica ver<strong>da</strong>deira. A cesariana é uma cirurgia,<br />

que tem vários riscos, e deve ser feita somente em caso de riscos para<br />

mãe ou para o bebê. Geralmente a cesariana é indica<strong>da</strong> em caráter de<br />

Agora, serão pais. Como ca<strong>da</strong> um vai exercer sua função? Neste momento<br />

aparecem os devaneios sobre os modelos de pais que desejam ser.<br />

Pais responsáveis que assumirão o filho, pais amorosos, cui<strong>da</strong>dores?<br />

Descobrindo-se grávi<strong>da</strong>, a mulher entra no que Stern (1997) chamou<br />

de “constelação <strong>da</strong> materni<strong>da</strong>de”. Neste momento, seus devaneios e<br />

fantasias giram em torno de temas como: “serei boa mãe? Darei conta de<br />

gestar, <strong>da</strong>r à luz e depois cui<strong>da</strong>r do meu bebê para que ele seja saudável?<br />

Quem vai poder me aju<strong>da</strong>r? Quando poderei retomar às minhas ativi<strong>da</strong>des<br />

como mulher e profissional? Como vou conciliar o papel de mãe, mulher<br />

e profissional?”. Ao tentar responder estas questões, a mulher vai se<br />

construindo e se preparando imaginariamente para exercer sua nobre<br />

função de mãe, capaz de manter vivo seu bebê, amá-lo e educá-lo dentro<br />

de seus valores pessoais, sem esquecer de si mesma.<br />

características pessoais de personali<strong>da</strong>de às quais o meio ambiente<br />

necessita se adequar. Às vezes, o bebê não tolera os desconfortos<br />

naturais de a<strong>da</strong>ptação à nova vi<strong>da</strong> e chora muito; outras vezes, é calmo<br />

e dorminhoco; seu ritmo de sono e mama<strong>da</strong>s, de modo geral, não<br />

coincidem com as expectativas cria<strong>da</strong>s pelos pais durante a gestação;<br />

seus aspectos físicos não são os imaginados e sua saúde também pode<br />

requerer cui<strong>da</strong>dos específicos não esperados. Ante a reali<strong>da</strong>de do filho<br />

agora presente, a melhor opção que os pais têm é deixar fluir de dentro<br />

de si o amor, responsabili<strong>da</strong>de e desejo de proteger, amparar e amar<br />

aquela “criaturinha” tão dependente e que necessita tanto de amor<br />

quanto de cui<strong>da</strong>dos para crescer saudável. O amor pelo bebê e o desejo<br />

de cui<strong>da</strong>r são características presentes no ser humano. Quando ocorre<br />

algo diferente disso é hora de buscar aju<strong>da</strong>, pois pode estar presente um<br />

indicador de problemas de ordem psicológica.<br />

como ca<strong>da</strong> ser humano vai li<strong>da</strong>r na vi<strong>da</strong> com as trocas de amor, carinho,<br />

confiança e tudo mais. Cognitivamente, o momento <strong>da</strong> amamentação<br />

inaugura também o aparecimento <strong>da</strong>s noções de tempo e espaço e<br />

também a capaci<strong>da</strong>de de tolerar a frustração, o sofrimento e a espera.<br />

Conseguir esta sintonia boca-seio é tão importante ao ponto de merecer<br />

orientações específicas nos grupos de apoio, de modo a minimizar<br />

os possíveis desconfortos e descompassos para assegurar uma<br />

amamentação saudável e prazerosa para os pares mãe-bebê.<br />

emergências. Então fique atenta as indicações de cesariana, pesquise e<br />

se informe com profissionais diferentes.<br />

4. Construção do filho imaginário. É no período <strong>da</strong> gravidez que se vai<br />

imaginando to<strong>da</strong>s as quali<strong>da</strong>des físicas, estéticas e sentimentos que<br />

se deseja para o bebê, de acordo com os valores éticos morais, sociais<br />

e afetivos pessoais e dos familiares. Portanto, enquanto a criança vai<br />

6. Saí<strong>da</strong> do hospital e chega<strong>da</strong> em casa. A rotina doméstica mu<strong>da</strong>, já que<br />

o momento pede que se considerem os seguintes aspectos:<br />

• rede de apoio para aju<strong>da</strong>r a mãe e o bebê;<br />

• os cui<strong>da</strong>dos afetivos e físicos que o bebê exige;<br />

• novos cui<strong>da</strong>dos higiênicos e afetivos pessoais para a mulher que deu<br />

à luz;<br />

8- Mu<strong>da</strong>nças no pós-parto. Grandes mu<strong>da</strong>nças se tornam marcantes em<br />

momentos específicos como a chega<strong>da</strong> do bebê. Dentre elas, podem ser<br />

cita<strong>da</strong>s a ansie<strong>da</strong>de e insegurança em relação aos cui<strong>da</strong>dos com o bebê,<br />

a amamentação, o ritmo de sono <strong>da</strong> criança, a rea<strong>da</strong>ptação do próprio<br />

corpo feminino e o reatamento <strong>da</strong>s relações sexuais, a volta ao trabalho,<br />

o desmame do bebê e a sua nova rotina e quali<strong>da</strong>de alimentar.<br />

sendo forma<strong>da</strong> biologicamente dentro do útero, os pais, sobretudo a<br />

mãe, vão criando to<strong>da</strong> uma expectativa em torno <strong>da</strong> futura saúde física<br />

9- Amamentação. Uma questão especial que merece destaque no pós-<br />

e psicológica do bebê. Esta etapa é profun<strong>da</strong>mente rica e forma to<strong>da</strong><br />

parto, que é fun<strong>da</strong>mental para a saúde física e psicológica do bebê e <strong>da</strong><br />

a base para as futuras relações amorosas com o bebê real depois do<br />

mãe. É no ato de amamentar que se vai consoli<strong>da</strong>r a relação afetiva <strong>da</strong><br />

nascimento.<br />

/ 24 / / 25 /


Amamentar: não é só <strong>da</strong>r o alimento que assegura<br />

a vi<strong>da</strong> biológica do filho. É também favorecer o desenvolvimento<br />

psicológico. É <strong>da</strong>r e receber, plantar as sementes do amor<br />

e <strong>da</strong> esperança.<br />

Engravi<strong>da</strong>r, gestar, <strong>da</strong>r à luz, criar e conduzir a educação e formação<br />

psíquica de um filho é uma tarefa que implica responsabili<strong>da</strong>de dos pais.<br />

O que importa é a responsabili<strong>da</strong>de, dos que se assumem como pais, de<br />

<strong>da</strong>r amor e proteção ao filho para que este novo ser possa se desenvolver<br />

harmoniosamente em todos os aspectos de sua personali<strong>da</strong>de.<br />

/ 26 /<br />

LEITURAS ADICIONAIS:<br />

Stern DN. Constelação <strong>da</strong> Materni<strong>da</strong>de: um panorama <strong>da</strong> psicoterapia paisbebê. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.<br />

Araújo DMSF. Representaciones Maternas en el Embarazo y Puerperio. Tese doutoral apresenta<strong>da</strong> na Universi<strong>da</strong>de de Barcelona, Espanha. 2003. Não publica<strong>da</strong>.<br />

Soifer R. Psicologia <strong>da</strong> Gravidez, Parto e Puerpério. Porto Alegre: Artes Médicas 1997.


A IMPORTÂNCIA DOS<br />

EXERCÍCIOS FÍSICOS<br />

NA GESTAÇÃO<br />

Principais alterações fisiológicas<br />

• aumento do sangue e líquidos circulantes;<br />

• modificações <strong>da</strong> a<strong>da</strong>ptação cardiovascular;<br />

• aumento <strong>da</strong> frequência cardíaca;<br />

• aumento do consumo de oxigênio;<br />

• alterações do sistema endócrino;<br />

Benefícios do exercício<br />

• maior consciência corporal;<br />

• menor ganho de peso corporal e tecido adiposo<br />

• reeducação respiratória;<br />

• melhora <strong>da</strong> postura e força muscular;<br />

• redução de dores nas costas;<br />

• diminuição <strong>da</strong> resistência vascular periférica.<br />

• melhora <strong>da</strong> circulação sanguínea;<br />

Ter um bebê é uma transformação importante na vi<strong>da</strong> de uma mulher. Um<br />

momento especial e único, marcado por diversas mu<strong>da</strong>nças corporais,<br />

emocionais e sociais.<br />

A gravidez constitui-se um período de inúmeras mu<strong>da</strong>nças em que a<br />

prática de ativi<strong>da</strong>des e exercícios físicos poderão auxiliar para uma melhor<br />

a<strong>da</strong>ptação de forma mais tranqüila e com mais quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>. Neste<br />

A prática regular de exercícios físicos, de forma bem orienta<strong>da</strong> e<br />

estrutura<strong>da</strong>, poderá possibilitar à mulher que vive essa experiência um<br />

preparo diferenciado a fim de minimizar os possíveis desconfortos,<br />

despertando uma relação saudável com o seu corpo, sua mente, seu<br />

bebê e o ambiente em que está inseri<strong>da</strong>.<br />

A realização de ativi<strong>da</strong>de física, de acordo com os princípios fisiológicos e<br />

Principais alterações corporais<br />

• reajuste do centro de gravi<strong>da</strong>de para frente;<br />

• aumento <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> pelve;<br />

• frouxidão dos ligamentos e tendões;<br />

• redução de cãibras e edemas;<br />

• diminuição do stress e ansie<strong>da</strong>de<br />

• melhora do sono;<br />

• prevenção e tratamento do diabetes gestacional e <strong>da</strong> hipertensão<br />

arterial;<br />

ensaio pretende-se enfatizar e conhecer essas abor<strong>da</strong>gens, procurando<br />

metodológicos específicos para gestantes, pode proporcionar benefícios<br />

• compressão diafragmática (musculatura responsável pela respiração)<br />

• preparação para o parto;<br />

desmistificar alguns tabus relacionados à prática de ativi<strong>da</strong>des físicas e<br />

exercícios físicos para gestantes. 3<br />

O corpo <strong>da</strong> gestante, ao longo dos nove meses, vai assumindo novas<br />

formas. Devido ao aumento do volume abdominal, há mu<strong>da</strong>nça do<br />

por meio do ajuste corporal à nova situação. Orientações sobre exercícios<br />

físicos básicos devem ser forneci<strong>da</strong>s na assistência pré-natal e puerperal.<br />

Uma boa preparação corporal e emocional capacita a mulher a vivenciar<br />

a gravidez com prazer, permitindo-lhe desfrutar plenamente seu parto.<br />

devido ao aumento do volume uterino;<br />

• aumento <strong>da</strong> parede do abdômen;<br />

• aumento do volume <strong>da</strong>s mamas.<br />

• disposição para o trabalho de parto e tolerância às dores;<br />

• melhor recuperação pós-parto;<br />

• diminuição a sensação de isolamento social e melhorar a autoestima;<br />

centro de gravi<strong>da</strong>de para frente, o que força os músculos paravertebrais<br />

e a coluna, que também pode apresentar alterações, observa<strong>da</strong>s através<br />

Recomen<strong>da</strong>-se que a gestante faça uma avaliação médica antes de<br />

iniciar a ativi<strong>da</strong>de física. Em geral não são necessárias limitações, mas<br />

Principais alterações emocionais<br />

• diminui o risco de depressão pós parto.<br />

<strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça de postura, causando desconfortos. Os ligamentos ficam<br />

mais “soltos” em função dos hormônios (progesterona e relaxina), o<br />

que aumenta a possibili<strong>da</strong>de de lesões e que<strong>da</strong>s, além <strong>da</strong> ocorrência de<br />

edemas (inchaços) provocados pelo aumento dos líquidos circulantes<br />

associados à pressão do útero sobre os vasos sanguíneos.<br />

se deve atentar para o risco de fadiga ou acidentes. A gestação não é o<br />

melhor período para intensificar treinamento ou iniciar novos exercícios<br />

aeróbicos.<br />

• instabili<strong>da</strong>de do humor;<br />

• ansie<strong>da</strong>de;<br />

• insegurança;<br />

• medo;<br />

Recomen<strong>da</strong>ções sobre o exercício<br />

• não apresentar contraindicações absolutas e ser recomen<strong>da</strong>do pelo<br />

médico, mediante atestado. Então, é importante conversar com o<br />

médico sobre esse assunto;<br />

• insônia.<br />

• frequência cardíaca média máxima, de trabalho, de 140 batimentos<br />

/ 28 / / 29 /


por minuto (bpm);<br />

• trombose recente;<br />

Para os exercícios na água, observar a profundi<strong>da</strong>de - o nível <strong>da</strong> água<br />

• Alongamentos<br />

• evitar impacto, per<strong>da</strong> de equilíbrio, traumas de alta intensi<strong>da</strong>de;<br />

• frequência média semanal: para sedentárias, 3 vezes, e para ativas, de<br />

4 a 5 vezes, com duração máxima de 60 minutos por sessão;<br />

• hipertensão grave;<br />

• ruptura de bolsa e/ou sangramentos;<br />

• falta de controle pré-natal.<br />

ideal está localizado na altura do osso externo – abaixo <strong>da</strong>s mamas, a<br />

temperatura ideal seria entre 28 a 30 ºC.<br />

Na maioria <strong>da</strong>s vezes, não possuem contraindicações, e podem ser<br />

realizados diariamente. É indicado permanecer na postura durante 30<br />

segundos, e realizá-los bilateralmente.<br />

• evitar contrações isométricas máximas;<br />

• equilibrar a respiração durante a execução dos exercícios – jamais<br />

prender a respiração;<br />

Sinais e sintomas que indicam a interrupção do exercício físico na<br />

gestação.<br />

Figura 01: segurando<br />

no seu pé, realize uma<br />

Figura 02: Com os<br />

braços elevados<br />

• evitar exercícios de longa duração;<br />

• dor;<br />

flexão de joelho, com<br />

próximos às orelhas,<br />

CONTRAINDICAÇÕES AO EXERCÍCIO FÍSICO (CONDUTA MÉDICA)<br />

• sangramento;<br />

• falta de ar;<br />

intuito de promover<br />

um alongamento no<br />

músculo <strong>da</strong> coxa –<br />

acima <strong>da</strong> cabeça,<br />

realize uma flexão<br />

lateral do tronco, com<br />

Relativas<br />

• contrações uterinas ou per<strong>da</strong> de líquidos (caso ain<strong>da</strong> não esteja no<br />

quadríceps. Pode ser<br />

intuito de promover<br />

• hipertensão arterial descompensa<strong>da</strong>;;<br />

• anemia ou outros distúrbios sanguíneos;<br />

• disfunções endócrinas;<br />

• arritmia cardíaca;<br />

período provável do parto);<br />

• vertigem ou fraqueza;<br />

• ausência de movimentos fetais;<br />

• dificul<strong>da</strong>de de an<strong>da</strong>r.<br />

executado utilizando<br />

outros apoios, como<br />

por exemplo, uma<br />

cadeira, uma mesa ou<br />

mesmo uma parede.<br />

um alongamento nos<br />

músculos localizados<br />

nesta região.<br />

• diabetes descompensa<strong>da</strong>;<br />

• obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong>;<br />

• histórico de sedentarismo extremo;<br />

EXERCÍCIOS FÍSICOS SUGERIDOS<br />

Aeróbios<br />

• caminha<strong>da</strong>s;<br />

Absolutas<br />

• hidroginástica;<br />

• doenças cardíacas graves descompensa<strong>da</strong>s;<br />

• natação.<br />

• trabalho de parto prematuro;<br />

• histórico de três ou mais abortos espontâneos;<br />

Para caminha<strong>da</strong>s, observar as condições do piso, calçado, clima, ritmo<br />

<strong>da</strong>s passa<strong>da</strong>s, tempo de execução (20 a 40 minutos) e, principalmente,<br />

controlar a frequência cardíaca.<br />

01<br />

02<br />

/ 30 / / 31 /


- Fortalecimento muscular<br />

Exercícios respiratórios<br />

São exemplos de exercícios que promovem o fortalecimento<br />

muscular: musculação, pilates e ioga. Seguem abaixo algumas<br />

sugestões:<br />

04<br />

03<br />

06<br />

07<br />

Figura 03: Deite com as pernas eleva<strong>da</strong>s e apoia<strong>da</strong>s, realize<br />

movimentos com os pés em to<strong>da</strong>s as direções – gire para a<br />

direita, gire para a esquer<strong>da</strong>, esten<strong>da</strong> como a posição de uma<br />

bailarina e flexione como se fosse encostar a ponta dos dedos na<br />

parte anterior <strong>da</strong> perna. Pode ser executado com outros apoios,<br />

como por exemplo, vários travesseiros empilhados um a um.<br />

05<br />

Figuras 04/05: Deite procurando deixar as costas bem retas e<br />

abrace as duas pernas, deste modo você estará alongando as<br />

regiões lombar e glútea. Pode ser realizado também de forma<br />

Figura 06: Respire de forma consciente, observando o caminho<br />

que o ar percorre durante o processo de inspiração e expiração.<br />

Na inspiração procure inflar o abdômen, expandindo as costelas,<br />

e quando exalar procure diminuir o volume do abdômen,<br />

retornando-o para a posição de relaxamento inicial. Realize estes<br />

exercícios senta<strong>da</strong> com a coluna reta e/ou deita<strong>da</strong> em decúbito<br />

dorsal com as pernas eleva<strong>da</strong>s.<br />

Figura 07: Deite em decúbito dorsal, com as pernas flexiona<strong>da</strong>s<br />

em 90º, os pés apoiados no chão e os braços ao longo do corpo,<br />

também apoiados no chão. Realize uma inspiração e eleve o<br />

quadril, contraindo os glúteos. Expire, retornando o quadril na<br />

posição inicial e articulando vértebra por vértebra devagar no<br />

chão. Realize a sequência 6 a 8 vezes.<br />

unilateral, abraçando uma <strong>da</strong>s pernas em diagonal, livrando-a do<br />

espaço <strong>da</strong> barriga.<br />

/ 32 / / 33 /


Figuras 08/09: Na posição quatro apoios,<br />

inspire e realize uma extensão <strong>da</strong> coluna,<br />

como se fosse um gato arrepiado. Na<br />

sequência do exercício, exale o ar e<br />

realize o movimento contrário, como se<br />

quisesse exagerar a curvatura lombar.<br />

Este movimento traz maior mobili<strong>da</strong>de<br />

para a coluna, fortalecendo os músculos<br />

paravertebrais. Realize a sequência 6 a 8<br />

vezes.<br />

Figura 10: Na posição<br />

quatro apoios, realize<br />

uma extensão do quadril,<br />

de forma unilateral.<br />

Realize nesta posição<br />

um ciclo de 5 respirações<br />

completas.<br />

08<br />

10<br />

Figura 11: Na posição quatro<br />

apoios, realize uma extensão<br />

do quadril, e coloque o braço<br />

contrário à perna à frente <strong>da</strong><br />

cabeça no prolongamento do<br />

corpo. Realize nesta posição<br />

um ciclo de 5 respirações<br />

completas e, em segui<strong>da</strong>, repita<br />

o movimento com a outra perna<br />

e o outro braço.<br />

09<br />

11<br />

/ 34 / / 35 /


Figura 12: Na posição quatro<br />

apoios, o bebê ganha espaço,<br />

aliviando a pressão na<br />

pelve. Podem ser realizados<br />

movimentos circulatórios do<br />

quadril.<br />

Figura 15: Cócoras – procure colocar o pé<br />

todo no chão. Pode ser realiza<strong>da</strong> apoia<strong>da</strong> pelo<br />

companheiro (a), ou na cama, ou na cadeira, etc.<br />

É uma postura fisiologicamente favorável ao<br />

parto, auxilia na desci<strong>da</strong> e encaixe do bebê, e no<br />

processo de dilatação do colo uterino.<br />

12<br />

Considerações finais<br />

A mulher que vive a gestação necessita de<br />

atenção especial no seu universo corporal,<br />

emocional e social, em função <strong>da</strong>s diversas<br />

transformações que acompanham este período.<br />

O trabalho de preparação corporal para o<br />

parto normal colabora para que as gestantes<br />

atravessem esta fase <strong>da</strong> melhor maneira<br />

possível. Contribui para redução de desconfortos<br />

O exercício físico bem orientado e corretamente<br />

aplicado é uma excelente ferramenta capaz de<br />

proporcionar à gestante, em sua totali<strong>da</strong>de, uma<br />

vivência equilibra<strong>da</strong>, consciente e integra<strong>da</strong> em<br />

comuns durante a gestação, auxilia a li<strong>da</strong>r<br />

melhor com medos, dúvi<strong>da</strong>s e ansie<strong>da</strong>des. É um<br />

espaço de reflexão e toma<strong>da</strong> de consciência <strong>da</strong>s<br />

dimensões que envolvem o gerar e o parir.<br />

13<br />

Figura 13: Posição genupeitoral – com as pernas flexiona<strong>da</strong>s<br />

14<br />

Figura 14: Com joelhos flexionados, apoie o tronco na bola,<br />

todo o período. São inúmeros benefícios que<br />

podemos observar, capazes de garantir uma<br />

melhor quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> durante este momento<br />

especial e único <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> de uma mulher.<br />

As práticas corporais trabalha<strong>da</strong>s são muito<br />

úteis para facilitar a experiência do parto e<br />

tornar esse momento mais gratificante.<br />

e projeção do tronco à frente, promove alívio na pressão<br />

ou mesmo em travesseiros empilhados um a um. Podem<br />

exerci<strong>da</strong> sobre a pelve. Pode ser realiza<strong>da</strong> no momento <strong>da</strong><br />

ser realizados movimentos circulatórios do quadril. O<br />

contração, ou no momento de intervalo dela.<br />

companheiro(a) pode realizar massagens na região lombar,<br />

durante a contração, com intuito de alívio dos desconfortos.<br />

15<br />

REFERÊNCIAS:<br />

1. Spinning Babies [homepage na internet]. Conheça a página brasileira oficial <strong>da</strong> Spinning Babies®! [acesso em 02 mar <strong>2021</strong>].<br />

Disponível em: https://www.spinningbabies.com/parents/spinning-babies-para-o-brasil/<br />

/ 36 / / 37 /


MANUAL DA ALIMENTAÇÃO<br />

DURANTE A GESTAÇÃO<br />

Os 300 primeiros dias correspondem ao período <strong>da</strong> gestação até as 3<br />

primeiras semanas de vi<strong>da</strong> do bebê. Esta fase requer cui<strong>da</strong>dos especiais,<br />

por ser um período de grande vulnerabili<strong>da</strong>de a riscos, tanto para mulher<br />

como para seu filho. 1 Durante to<strong>da</strong> a gestação, as necessi<strong>da</strong>des nutricionais<br />

aumentam para garantir o adequado crescimento e desenvolvimento <strong>da</strong><br />

criança bem como manter o metabolismo materno. Portanto, de acordo<br />

com a necessi<strong>da</strong>de individual <strong>da</strong> gestante, as recomen<strong>da</strong>ções nutricionais<br />

podem ser a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s dentro de uma alimentação saudável e equilibra<strong>da</strong><br />

contribuindo para bom desenvolvimento do bebê. 1<br />

1. COMO É O GANHO DE PESO NA GESTAÇÃO?<br />

No decorrer <strong>da</strong> gravidez, a mulher percebe um conjunto de alterações que<br />

vão surgindo no seu corpo. Uma <strong>da</strong>s principais mu<strong>da</strong>nças é a elevação do<br />

peso corporal. O aumento do peso corporal ocorre principalmente por<br />

dois fatores:<br />

• Produtos <strong>da</strong> concepção (placenta, líquido amniótico e feto);<br />

• Incremento dos tecidos corporais maternos (Volume do útero e do<br />

sangue, tecidos mamários e reservas de gordura) Recomen<strong>da</strong>ções e<br />

cui<strong>da</strong>dos Nutricionais durante a gravidez e aleitamento materno.<br />

A Tabela 1 apresenta a distribuição de ganho de peso na gestação.<br />

Tabela 1. Distribuição do ganho de peso na gestação.<br />

Produtos <strong>da</strong> concepção<br />

Feto<br />

Líquido Amniótico<br />

Placenta<br />

2,7 Kg a 3,6 Kg<br />

0,9 kg a 1,4 kg<br />

0,9 kg a 1,4 kg<br />

Aumento dos tecidos maternos<br />

Expansão do volume sanguíneo<br />

Expansão do líquido extracelular<br />

Crescimento do útero<br />

Aumento do volume de mamas<br />

Aumento dos depósitos maternos – tecido adiposo<br />

1,6Kg a 1,8Kg<br />

0,9Kg a 1,4Kg<br />

1,4Kg a 1,8Kg<br />

0,7Kg a 0,9Kg<br />

3,6Kg a 4,5Kg<br />

Fonte: Institute of Medicine (IOM-2009) 2<br />

/ 39 /


O ganho de peso abaixo do recomen<strong>da</strong>do está relacionado ao risco no<br />

Alguns cui<strong>da</strong>dos devem ser observados durante a gestação para que a<br />

Na tabela abaixo seguem alguns dos principais nutrientes para o<br />

A importância <strong>da</strong> nutrição durante a gestação já está bem defini<strong>da</strong> pela<br />

atraso de crescimento intrauterino e mortali<strong>da</strong>de perinatal (período que<br />

corresponde entre as 22 semanas completas de gestação e os 7 dias<br />

completos após o nascimento).<br />

Em contraparti<strong>da</strong>, o excesso de peso ou obesi<strong>da</strong>de na gravidez pode levar<br />

ao aumento de peso do bebê ao nascer, risco de complicações no parto.<br />

Por todos estes motivos o ganho de peso saudável na gestação garante<br />

a evolução tranquila e um parto mais seguro. 3<br />

A Tabela 2, apresenta a recomen<strong>da</strong>ção de ganho de peso segundo o IMC<br />

(Índice Massa Corporal) materno pré-gestacional. Para o cálculo do IMC<br />

pré-gestacional, utilize a seguinte fórmula: IMC Pré-Gestacional: Peso<br />

Pré-gestacional/Altura. 1<br />

Tabela 2. Ganho de peso recomen<strong>da</strong>do de acordo com o IMC materno<br />

pré-gestacional<br />

Estado<br />

Nutricional<br />

antes <strong>da</strong><br />

gestação<br />

IMC (Kg/m²)<br />

Ganho de peso<br />

durante a<br />

gestação (Kg)<br />

Ganho de peso por<br />

semana no 2º e 3º<br />

trimestre (Kg)<br />

Baixo Peso


IV - SUPLEMENTAÇÃO NA GESTAÇÃO<br />

V - SEGURANÇA DOS ALIMENTOS DURANTE A GESTAÇÃO<br />

Probióticos são microrganismos vivos que, quando administrados<br />

quanti<strong>da</strong>des adequa<strong>da</strong>s, conferem benefícios à saúde do hospedeiro.<br />

As espécies de Lactobacillus e Bifidus dobacterium são<br />

usa<strong>da</strong>s como probióticos, mas o fermento Saccharomyces<br />

e algumas espécies E. coli e Bacillus também são usa<strong>da</strong>s. 8 • Simbióticos são produtos que contêm tanto probióticos como<br />

prebióticos, que conferem benefícios à saúde.⁸ Sabe-se que<br />

uma alimentação desequilibra<strong>da</strong>, rica em alimentos ultraprocessados,<br />

pobre em frutas e verduras e com alto teor de<br />

gorduras, altera a microbiota intestinal, causando o que chamamos<br />

de disbiose. Esta condição pode estar relaciona<strong>da</strong> com muitas<br />

doenças, desde infl amatórias intestinais, obesi<strong>da</strong>de, diabetes<br />

tipo 2, entre muitas outras. Desta forma, também durante a<br />

gravidez deve ser <strong>da</strong><strong>da</strong> atenção a saúde intestinal <strong>da</strong> futura mãe.⁴<br />

• em<br />

as mais<br />

boulardii<br />

• Prebióticos são ingredientes seletivamente fermentados que<br />

permitem mu<strong>da</strong>nças específicas na composição e/ou ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

microbiota gastrointestinal, conferindo assim benefícios à saúde do<br />

hospedeiro. 8<br />

COMPREENDENDO<br />

OS CONCEITOS:<br />

O fato <strong>da</strong> microbiota <strong>da</strong> mãe ser modulável, durante a gravidez,<br />

pela sua dieta, muito em particular, pela ingestão de hortifrutícolas,<br />

prebióticos e também de probióticos, vai ter influência na<br />

microbiota do bebê, porque há ‘passagem’ de bactérias <strong>da</strong><br />

mãe para o feto durante o parto e durante a amamentação (o<br />

intestino do filho é colonizado com bactérias <strong>da</strong> mãe durante<br />

a amamentação). O tipo de parto, vaginal ou por cesariana, o<br />

tipo de alimentação (leite materno ou fórmula) determinam a<br />

quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s bactérias intestinais do filho e assim a sua saúde. 3<br />

O consumo de probióticos na gestação reduz as chances de diabetes<br />

gestacional e obesi<strong>da</strong>de, risco de pré-eclâmpsia e constipação, além<br />

de contribuir positivamente para a per<strong>da</strong> de peso corporal após o<br />

parto. Estudos recentes mostram que a administração de probióticos<br />

desde o primeiro mês de gestação reduz também as chances de<br />

o bebê nascer com sobrepeso ou se tornar uma criança obesa<br />

futuramente. Em adição, para o bebê, os benefícios de um intestino<br />

materno saudável estão relacionados também a menores chances de<br />

rinite, otites e alergias na infância. 6<br />

A constituição do feto e placenta<br />

bem como a preparação <strong>da</strong>s<br />

glândulas mamárias para a<br />

lactação são modificações<br />

fisiológicas do organismo de uma<br />

grávi<strong>da</strong> que carecem de um aporte<br />

suplementar de nutrientes.¹⁰<br />

Por isso muitos profissionais<br />

de saúde que acompanham a<br />

gestante recomen<strong>da</strong>m o uso<br />

de suplementos vitamínicos e<br />

minerais até mesmo antes <strong>da</strong><br />

concepção.¹¹ Estes suplementos podem ser compostos por um nutriente<br />

apenas, como por exemplo, o ácido fólico ou por múltiplas vitaminas e<br />

/ 42 / / 43 /<br />

minerais.<br />

Quanto mais comprometido for o estado nutricional <strong>da</strong> mulher, maior será<br />

benefício para o resultado <strong>da</strong> gestação com uma dieta e suplementação<br />

nutricional melhores.⁴ Portanto, é importante dedicar na alimentação,<br />

principalmente no que diz respeito à quali<strong>da</strong>de, varie<strong>da</strong>de. Um cardápio<br />

balanceado e o acompanhamento médico e com nutricionista são<br />

essenciais para essa fase.<br />

Vale ressaltar que a suplementação não deve ser usa<strong>da</strong> como um<br />

substituto para o comer bem.⁴ A indicação sobre a suplementação<br />

deverá ser feita somente pelo profissional de saúde.<br />

Durante a gestação, a mãe<br />

está mais vulnerável a sofrer<br />

consequências negativas <strong>da</strong>s<br />

doenças transmiti<strong>da</strong>s por<br />

alimentos.⁴<br />

Para saber quais são os principais<br />

alimentos que devem ser<br />

evitados durante a gestação,<br />

ACESSE O LINK DO MANUAL<br />

1000 DIAS!<br />

VI - INTERVENÇÃO NUTRICIONAL NOS SINAIS E SINTOMAS DA<br />

GESTAÇÃO<br />

Muitas <strong>da</strong>s seguintes complicações decorrem <strong>da</strong>s alterações hormonais<br />

normais durante a gestação. Essas alterações fazem que o tempo de<br />

trânsito gastrointestinal retarde, de modo que mais nutrientes fiquem<br />

disponíveis para o feto. No entanto isso causa náusea e vômito, prisão<br />

de ventre e azia. Embora sejam normais, essas complicações podem ser<br />

desconfortáveis e merecem todo cui<strong>da</strong>do.⁴


Os mais comuns são:<br />

I. Náuseas e Vômitos e Hiperêmese Gravídica (tipo forte de náusea e<br />

vômito durante a gestação)<br />

Náuseas e vômitos na gestação são muito comuns e afetam entre 50% e<br />

90% <strong>da</strong>s mulheres grávi<strong>da</strong>s no primeiro trimestre e geralmente resolve<br />

por volta de 20 semanas de gestação. Casos em que estes sintomas se<br />

prolongam, são um pouco mais raros, mas podem acontecer. 3,4<br />

II. Azia e Pirose (Queimação)<br />

A sensação de queimação pode ocorrer principalmente após as refeições<br />

e aumenta de intensi<strong>da</strong>de ao longo <strong>da</strong> gestação. Isso ocorre porque, com<br />

o aumento do útero, aumenta a pressão sobre o estômago, que favorece<br />

o retorno do ácido gástrico para o esôfago.⁷<br />

III. Prisão de Ventre e Hemorroi<strong>da</strong>s<br />

A obstipação intestinal é um problema digestivo muito comum em<br />

grande parte <strong>da</strong> população e em gestantes a situação pode se agravar<br />

em função de fatores como alimentação pobre em fibras, baixa ingestão<br />

de água, sedentarismo, redução <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong>de, suplementação de<br />

ferro, sendo assim a nutrição tem muito a contribuir para alívio dos<br />

sintomas e significativa melhora do transito intestinal. O consumo<br />

de fibras alimentares deve alcançar a média diária de 28g de fibras ao<br />

dia. Logo as escolhas alimentares influenciam bastante na regulação e<br />

funcionamento intestinal. 8,9<br />

Alguns sintomas como os apresentados acima podem ser tratados<br />

de maneira simples e eficaz, acesse o nosso manual para saber quais<br />

são as melhores estratégias para evitar os principais desconfortos <strong>da</strong><br />

gestação!<br />

VII - PASSOS PARA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NA GESTAÇÃO 33<br />

• Faça pelo menos três refeições (café <strong>da</strong> manhã, almoço e jantar) e<br />

dois lanches saudáveis por dia, evitando ficar mais de três horas sem<br />

comer. Entre as refeições beba muita água. Evite comer doce como<br />

sobremesa, optando por frutas.<br />

• Dê preferência aos alimentos em sua forma mais natural.<br />

• Ingira arroz e feijão. É um prato brasileiro, com uma combinação<br />

equilibra<strong>da</strong> de nutrientes.<br />

• Inclua na alimentação diária leite e derivados (com baixo teor de<br />

gordura), carnes magras, peixe ou ovos. Retire a pele e a gordura <strong>da</strong><br />

carne antes <strong>da</strong> preparação, tornando este alimento mais saudável.<br />

• Diminua o consumo de gorduras. Fique atenta aos rótulos dos<br />

alimentos e prefira aqueles livres de gorduras trans.<br />

• Coma todos os dias legumes, verduras e frutas <strong>da</strong> época.<br />

• Evite refrigerantes e sucos industrializados, chocolates, doces,<br />

biscoitos recheados e outras guloseimas em seu dia a dia.<br />

• Diminua a quanti<strong>da</strong>de de sal na comi<strong>da</strong> e retire o saleiro <strong>da</strong> mesa.<br />

Faça o mesmo com o açúcar.<br />

• Para evitar a anemia (falta de ferro no sangue), consuma diariamente<br />

alimentos ricos em ferro, como carnes, miúdos, feijão, lentilha, grãode-bico,<br />

soja, folhas verde-escuras, grãos integrais, castanhas e<br />

outros. Consuma junto com esses alimentos fontes de vitamina C,<br />

como acerola, goiaba, laranja, caju, limão e outras.<br />

• Pratique exercício físico e evite as bebi<strong>da</strong>s alcoólicas e o fumo.<br />

ACESSE O NOSSO MANUAL DE 1000 DIAS DE SUCESSO!<br />

REFERÊNCIAS:<br />

1. Associação Portuguesa de Nutrição. Alimentação nos primeiros 1000 dias de vi<strong>da</strong>: um presente para o futuro. E-book n. 53. Porto: Associação Portuguesa de Nutrição; 2019.<br />

2. Institute of Medicine (IOM). Institute of Medicine and National Research Council Committee to Reexamine Pregnancy Wheight Guidelines. Weight gain during pregnancy: reexamining the guidelines [Internet].<br />

Washington: National<br />

Academies Press; 2009 [cited <strong>2021</strong> mar 02]. Available from: https://www.nap.edu/catalog/12584/weight-gain-during-pregnancy-reexamining-the-guidelines<br />

3. Teixeira D et al. Programa Nacional para a Promoção <strong>da</strong> Alimentação Saudável. Alimentação e nutrição na gravidez [Internet]. Lisboa: Direção-Geral <strong>da</strong> Saúde; 2014 [acesso em 02 de março <strong>2021</strong>].<br />

Disponível em: http://nocs.pt/wp-content/uploads/2017/10/alimentacaoenutricaonagravidez.pdf<br />

4. Hanson MA et al. The International Federation of Gynecology and Obstetrics (FIGO) recommen<strong>da</strong>tions on adolescent, preconception and maternal nutrition: “Think Nutrition First”. Int J Gynaecol Obstet. [Internet].<br />

2015 [cited <strong>2021</strong> mar 03]; 131 (4). Available from: https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1016/S0020-7292%2815%2930034-5<br />

5. Organização Mundial de Gastroenterologia (OMG). Diretrizes Mundiais <strong>da</strong> Organização Mundial de Gastroenterologia. Probióticos e prebióticos [Internet]. 2017 [cited <strong>2021</strong> mar 03].<br />

Available from: https://www.worldgastroenterology.org/UserFiles/file/guidelines/probiotics-and-prebiotics-portuguese-2017.pdf<br />

6. Vahamiko S, Laiho A, Lund R, Isolauri E, Salminen S, Laitinen K. The impact of probiotic supplementation during pregnancy on DNA methylation of obesity-related genes in mothers and their children. Eur J Nutr.<br />

[Internet]. 2018 [cited <strong>2021</strong> mar 03]; 58 (1). Available from: https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1016/S0020-7292%2815%2930034-5<br />

7. Senado Federal [homepage na internet]. Orientações Nutricionais: <strong>da</strong> gestação à primeira infância. 2015-2017. [acesso em 03 mar <strong>2021</strong>].<br />

Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/509815<br />

8. Saffioti RF, Nomura RMY, Dias MCG, Zugaib M. Constipação intestinal e gravidez. Femina. [Internet]. 2011 [acesso em 03 de mar <strong>2021</strong>]; 39 (3).<br />

Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/0100-7254/2011/v39n3/a2502.pdf<br />

9. Bernaud FSR, rodrigues TC. Fibra alimentar – ingestão adequa<strong>da</strong> e efeitos sobre a saúde do metabolismo. Arq Bras Endocrinol Metab. [Internet]. 2013 [acesso em 03 de mar <strong>2021</strong>]; 57 (6).<br />

Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/abem/v57n6/01.pdf<br />

/ 44 / / 45 /


IMPORTÂNCIA<br />

DO PRÉ-NATAL<br />

ODONTOLÓGICO<br />

A gestante, durante o seu pré-natal, além de realizar os exames médicos,<br />

deve também procurar aconselhamento odontológico específico. Esse<br />

aconselhamento vai lhe ensinar como prevenir e solucionar problemas<br />

de saúde oral que aconteçam durante a gestação e vai promover a sua<br />

própria saúde e do bebê.<br />

Quando se trata <strong>da</strong>s ações específicas <strong>da</strong> odontologia, tem-se uma<br />

grande conquista, pois no Cartão <strong>da</strong> <strong>Gestante</strong> já é possível incluir os<br />

<strong>da</strong>dos do atendimento odontológico realizado durante o pré-natal, como<br />

você pode observar abaixo.²<br />

Seção do Cartão <strong>da</strong> <strong>Gestante</strong> destina<strong>da</strong> às informações do atendimento odontológico realizado durante o pré-natal.<br />

Visita ao dentista durante a gestação<br />

O tratamento odontológico necessário pode ser seguramente fornecido<br />

em to<strong>da</strong>s as fases <strong>da</strong> gestação, sendo que o segundo trimestre é<br />

considerado ótimo, tanto pelo maior conforto <strong>da</strong> gestante na cadeira<br />

odontológica quanto pelo fato de que a fase <strong>da</strong>s náuseas geralmente<br />

já passou. Vale ressaltar que não existem evidências que tratamentos,<br />

preventivos ou reparadores, sejam <strong>da</strong>nosos à gestante ou ao feto em<br />

desenvolvimento, durante qualquer trimestre.<br />

O mais importante é que a gestante informe ao seu odontólogo caso<br />

sinta algum incômodo durante qualquer procedimento que necessite ser<br />

realizado.<br />

o tratamento odontológico não prejudica a mãe e nem o bebê. Pelo<br />

contrário, a ausência dele é que pode levar à dor ou infecção de origem<br />

dentária, que, dissemina<strong>da</strong>s no organismo materno, podem causar <strong>da</strong>nos<br />

graves à gestante e ao feto.¹<br />

/ 47 /


Problemas comuns de saúde oral durante a gestação<br />

se escovar os dentes e passar o fio dental adequa<strong>da</strong>mente, a gestante<br />

O que a mamãe e o papai precisam saber sobre o bebê<br />

(posição posterior <strong>da</strong> mandíbula) do recém-nascido. Por isso, é importante<br />

Cárie dentária<br />

É importante saber que os dentes não se alteram durante a gravidez.<br />

Quando uma gestante tem cárie, isso se deve às condições locais, tais<br />

como dieta, má higiene oral ou vômitos frequentes. Para prevenir, o<br />

dentista estabelecerá práticas educativas e preventivas de acordo<br />

com o estado bucal <strong>da</strong> grávi<strong>da</strong>. Fazendo o aconselhamento de hábitos<br />

alimentares, higiene oral, realizando a limpeza bucal profissional e o uso<br />

estará menos propensa a sofrer desta doença.<br />

Quando inflamações e infeções são mal controla<strong>da</strong>s, pode haver per<strong>da</strong> do<br />

osso que sustenta e segura o dente. Esta doença se chama periodontite.<br />

Pesquisas ligam a doença periodontal às gestantes com pré-eclâmpsia,<br />

partos prematuros e bebês de baixo peso. Apesar disso, tenha em mente<br />

que a gestação não causa a doença periodontal. A gengivite é resultado<br />

<strong>da</strong> má higiene oral, que causa mu<strong>da</strong>nças na gengiva.¹<br />

Desenvolvimento <strong>da</strong> boca na vi<strong>da</strong> intrauterina<br />

Os dentes decíduos começam o seu desenvolvimento por volta <strong>da</strong> sexta<br />

semana de vi<strong>da</strong> intrauterina, já os germes dos dentes permanentes, em<br />

torno do quarto mês de vi<strong>da</strong> intrauterina. O pala<strong>da</strong>r se desenvolve a partir<br />

<strong>da</strong> 12ª semana, e as papilas gustativas tornam-se bem desenvolvi<strong>da</strong>s na<br />

14ª semana, quando ocorre o surgimento de preferências de gostos.<br />

que o seu bebê faça o esforço para sugar. É o que chamamos de estímulos<br />

funcionais para um desenvolvimento adequado dos ossos <strong>da</strong> face.<br />

Caso não seja possível o aleitamento materno, surge a mamadeira como<br />

opção. Neste caso, é importante escolher uma mamadeira com bico<br />

anatômico, cujo tamanho seja proporcional ao tamanho <strong>da</strong> boca do<br />

bebê. Não se deve aumentar o furo original. Mesmo com a mamadeira é<br />

importante o mesmo aconchego entre mamãe e bebê.¹<br />

do flúor.¹<br />

Hiperplasia gengival e granuloma gravídico<br />

O reflexo <strong>da</strong> deglutição inicia-se na 12ª semana. Entre a 18ª e 22ª, iniciase<br />

a sucção, que ain<strong>da</strong> é o abrir a boca e projetar a língua para frente. Já<br />

Hábitos<br />

Erosão dentária<br />

Trata-se de um crescimento demasiado <strong>da</strong>s gengivas. A presença de<br />

a sucção do dedo, por volta <strong>da</strong> 28ª semana intrauterina. Para finalmente,<br />

As chupetas não devem ser usa<strong>da</strong>s, pois podem causar deformi<strong>da</strong>des<br />

É o desgaste dos dentes sem a presença de bactérias. Ela pode acontecer<br />

durante a gestação devido a vômitos frequentes e por período prolongado,<br />

ou possivelmente devido à ingestão de comi<strong>da</strong>s áci<strong>da</strong>s. Isto, também,<br />

pode causar sensibili<strong>da</strong>de ao calor e ao frio. Para prevenção é interessante<br />

que o dentista examine e avalie o risco. É necessário o uso de flúor,<br />

orientar para que a higiene dentária não seja feita imediatamente após<br />

o vômito e, nos casos mais graves, restaurações podem ser indica<strong>da</strong>s.¹<br />

Doença periodontal (gengivite-periodontite)<br />

fatores locais, como: biofilme, cálculo e excesso de material restaurador<br />

na superfície do dente, pode acentuar a resposta <strong>da</strong> gengiva, formando<br />

o granuloma gravídico. É uma lesão benigna de rápido crescimento, que<br />

ocorre comumente no primeiro trimestre e poderá se estender até o<br />

terceiro trimestre. A higiene oral, neste caso, também se faz necessária<br />

para minimizar as hiperplasias gengivais. Geralmente regride após o<br />

parto, mas, apesar disso, a excisão cirúrgica pode ser necessária.¹<br />

Xerostomia<br />

entre as semanas 32ª e 34ª, o feto já conseguir deglutir o suficiente para<br />

sua nutrição extrauterina.<br />

Importância odontológica <strong>da</strong> amamentação<br />

O leite materno é o alimento<br />

ideal para a nutrição e o<br />

conforto emocional do<br />

bebê. Durante o aleitamento<br />

materno, o bebê realizará<br />

nas arca<strong>da</strong>s dentárias. A sucção que o bebê faz no peito substituiu o uso<br />

<strong>da</strong> chupeta, e faz bem para o desenvolvimento oral e psicológico. Nunca<br />

coloque a chupeta como 1ª opção, verifique o motivo do choro, que pode<br />

ser por exemplo um desconforto passageiro ou ate mesmo uma simples<br />

necessi<strong>da</strong>de de aconchego.<br />

Atenção: o período de auto regulação do bebe, normalmente ocorre a<br />

partir dos 3 meses. Portanto, a medi<strong>da</strong> que o bebe dormir mais a noite,<br />

evite acordá-lo para mamar apos este período.¹<br />

A gestação pode tornar a gengiva e outros tecidos que sustentam<br />

os dentes mais susceptíveis às inflamações. Isso se chama doença<br />

periodontal e acontece por causa <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças hormonais que afetam<br />

a flora oral. <strong>Gestante</strong>s portadoras de Diabetes Mellitus são mais<br />

propensas a ter a doença periodontal. Quando a inflamação é na gengiva<br />

temos a gengivite, muito comum na gravidez. É importante informar que<br />

Algumas gestantes podem sofrer de um ressecamento temporário na<br />

boca. As alterações hormonais associa<strong>da</strong>s podem ser a explicação para<br />

tal situação. Para minimizar recomen<strong>da</strong>-se a ingestão de muita água,<br />

mastigar goma de mascar sem açucar, para estimular a salivação e aliviar<br />

o ressecamento. Uso frequente de pasta de dentes e soluções bucais<br />

com flúor para remineralizar os dentes e reduzir a sensibili<strong>da</strong>de local e o<br />

risco de cárie.¹<br />

um exercício oral que<br />

estimulará todos os seus<br />

músculos orais, promovendo<br />

a respiração nasal, fala<br />

e desenvolvimento <strong>da</strong>s<br />

arca<strong>da</strong>s dentárias, fazendo<br />

a correção do retrognatismo<br />

Por que levar o bebê ao dentista no seu 1º ano de vi<strong>da</strong>?<br />

• para reforçar as orientações recebi<strong>da</strong>s no Pré-Natal Odontológico;<br />

• tirar as dúvi<strong>da</strong>s sobre a erupção dentária, que é um processo natural,<br />

mas, sem dúvi<strong>da</strong>, difícil para alguns bebês;<br />

• falar sobre a introdução alimentar, que deve iniciar aos 6 meses.<br />

Aqui é muito importante orientar a consistência ideal dos alimentos<br />

/ 48 / / 49 /


e de como oferecer os alimentos para estimular a mastigação e<br />

oportunizar a participação ativa do bebê;<br />

• orientar aos pais que os líquidos oferecidos para o bebê devem ser<br />

<strong>da</strong>dos em copos transicionais;<br />

• mostrar aos responsáveis a maneira correta de fazer a higiene oral.<br />

Tornando este momento prazeroso para todos os envolvidos;<br />

• para evitar problemas como cáries e deformi<strong>da</strong>des orais decorrentes<br />

de maus hábitos;<br />

• informar medi<strong>da</strong>s preventivas para evitar os traumatismos dentários<br />

e, caso ocorra, alertar de que maneira procurar um profissional, que<br />

deverá saber quando, como e onde foi o acidente.<br />

Assim, o Pré-Natal Odontológico conhecido também como Odontologia<br />

Intrauterina é tudo isto e muito mais.<br />

REFERÊNCIAS:<br />

1. Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Pediatria (SBP). Guia de Saúde Oral Materno-Infantil [Internet]. 2020 [acesso em 03 de mar <strong>2021</strong>]. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Guia_Saude_Oral_<br />

Materno-Infantil1.pdf<br />

2. UMA-SUS. Saúde Bucal <strong>da</strong> <strong>Gestante</strong>: Acompanhamento Integral em Saúde <strong>da</strong> <strong>Gestante</strong> e <strong>da</strong> Puérpera. [Internet]. 2028 [acesso em 03 de mar <strong>2021</strong>]. Disponível em: https://www.unasus.ufma.br/wp-content/<br />

uploads/2019/12/ISBN_SBG_Portugues.pdf<br />

LEITURAS ADICIONAIS<br />

Konisshi F, Abreu-e-Lima F. Odontologia intra-uterina: a construção <strong>da</strong> saúde bucal antes do nascimento. Rev Bras Odontol. 2002; 59(5).<br />

Guedes-Pinto AC, Issao M. Manual de Odontopediatria.10º.Ed. Odontopediatria. São Paulo : Pancast; 1999.<br />

Walter LRF, Ferelle A, Issao M. Odontologia para bebê. Rio de Janeiro: Artes Médicas; 1996.<br />

WALTER, LRF.; FERELLE, A; ISSAO, M. Odontologia para bebê. Artes Médicas: Rio de Janeiro; 1996.<br />

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COMO SERÁ MEU PARTO?<br />

“A questão central do protagonismo <strong>da</strong> mulher no parto é saber que<br />

a mulher é a fonte de poder no parto. Ela pode precisar de (e merece)<br />

aju<strong>da</strong>, mas essencialmente ela sempre teve, tem e terá o poder”<br />

Heather McCue<br />

"Estou protegi<strong>da</strong>. Eu sou forte. Meu corpo sabe o que fazer. O<br />

parto vai durar o tempo necessário para mim. As on<strong>da</strong>s vão<br />

vir trazendo para mais perto uma nova vi<strong>da</strong>. Junto comigo,<br />

nesse momento milhares de outras mulheres parem, eu vou<br />

conseguir. Sou merecedora de um lindo parto. Meu corpo se<br />

abre lentamente para receber meu bebê nos braços. Estou<br />

segura e ampara<strong>da</strong>. Sou ama<strong>da</strong>."<br />

Afirmações para o parto,<br />

autor desconhecido.<br />

Assim como ca<strong>da</strong> gravidez é única, também é única ca<strong>da</strong> experiência de<br />

parto, ain<strong>da</strong> que para a mesma mulher.<br />

A gravidez é um período muito especial na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> mulher, e <strong>da</strong> família.<br />

São momentos de alegria, mas também de muitas angústias e<br />

dúvi<strong>da</strong>s. Além de todos os medos do período gravídico, o parto que se<br />

aproxima pode parecer um grande obstáculo a ser enfrentado. Temos<br />

que desconstruir esta imagem. Primeiramente, não é uma barreira<br />

intransponível; segundo, é para ser um momento de realização, vivido<br />

em to<strong>da</strong> sua magnitude e não “enfrentado” como uma batalha.<br />

PARTO NORMAL OU CESÁRIO?<br />

A decisão sobre qual o tipo de parto mais adequado precisa ser<br />

compartilha<strong>da</strong> entre a equipe de saúde, a gestante e sua família. O<br />

profissional deve fornecer informações sobre a situação clínica <strong>da</strong> mulher<br />

e os riscos e benefícios envolvidos em ca<strong>da</strong> escolha para ajudá-la na<br />

toma<strong>da</strong> de decisão. Deve, também, orientar a futura mãe sem influenciála,<br />

compartilhando com ela a responsabili<strong>da</strong>de sobre o assunto.¹<br />

Entender as etapas parto normal é importante para qualquer futura<br />

mamãe. Isso porque embora a duração exata de um parto normal seja<br />

sempre imprevisível, quanto mais prepara<strong>da</strong> e informa<strong>da</strong> estiver sobre<br />

os estágios do trabalho de parto e os primeiros sinais de que é chega<strong>da</strong><br />

a hora do bebê nascer, com mais naturali<strong>da</strong>de, tranquili<strong>da</strong>de e segurança<br />

poderá li<strong>da</strong>r com esse momento único na vi<strong>da</strong> de qualquer mulher.<br />

/ 52 / / 53 /


O parto é um dos momentos mais importantes na vi<strong>da</strong> de uma<br />

mulher e de sua família e nós acreditamos que, ao fornecer<br />

informações qualifica<strong>da</strong>s à mulher, ao informá-la sobre os riscos que<br />

podem ser gerados em decorrência de um procedimento cirúrgico<br />

desnecessário, ela estará mais segura na decisão em relação ao seu<br />

parto, escolhendo o melhor para sua saúde e a de seu bebê.²<br />

PARTO NORMAL<br />

É considerado o ideal, tanto para a mãe quanto para o bebê, especialmente<br />

nas gestantes de baixo risco (as que não apresentam riscos obstétricos).<br />

Desde que bem assistido, apresenta menor risco materno (hemorragia,<br />

infecção, aderências, endometriose) e fetal (problemas respiratórios).<br />

A mãe que teve parto normal tem melhor recuperação pós-parto, fica<br />

menos limita<strong>da</strong>, por não ter sido submeti<strong>da</strong> a uma cirurgia e, portanto,<br />

tem maior agili<strong>da</strong>de para amamentar, cui<strong>da</strong>r do bebê e realizar seus<br />

afazeres habituais.<br />

O principal medo <strong>da</strong>s mulheres, em relação ao parto normal, está ligado<br />

à dor, mas muitas mulheres se a<strong>da</strong>ptam com facili<strong>da</strong>de às contrações<br />

uterinas e, nas que julgam necessário, pode-se lançar mão de técnicas<br />

não medicamentosas para a dor (massagens, eletroestimulação,<br />

acupuntura, banhos, etc.) ou analgesia de parto (anestesia que tira a dor,<br />

mas não tira os movimentos do corpo), que pode ser aplica<strong>da</strong> quando a<br />

intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> dor aumenta, o que acontece mais ao final do trabalho de<br />

parto, quando as contrações ficam mais próximas.<br />

Outra grande preocupação <strong>da</strong>s mulheres em relação ao parto normal<br />

é sobre a possível interferência com a vi<strong>da</strong> sexual do casal depois do<br />

parto (“será que vou ficar fláci<strong>da</strong> e com a “que<strong>da</strong> de bexiga”?”). Devemos<br />

lembrar que a capaci<strong>da</strong>de de a<strong>da</strong>ptação dos tecidos do corpo feminino<br />

é extraordinária na gravidez e pós-parto. Para se ter uma ideia, o útero<br />

chega a pesar mais de 1kg no final <strong>da</strong> gravidez e volta aos 60-80 gramas<br />

originais. O canal de parto é composto por músculos elásticos, e após a<br />

passagem do bebê (que acontece no período expulsivo do parto - que<br />

dura cerca de 30 minutos a 3 horas) o canal vaginal rapi<strong>da</strong>mente retorna<br />

ao seu formato inicial. 3<br />

Como ocorre o parto?<br />

Ao final <strong>da</strong> gravidez, geralmente o bebê fica com a cabeça para baixo, que<br />

é a posição mais adequa<strong>da</strong> ao nascimento.<br />

A partir <strong>da</strong> 35ª semana de gestação, o corpo <strong>da</strong> gestante e o bebê<br />

começam a se preparar para o parto. Dentre as muitas preocupações<br />

que afligem o casal, uma delas é saber a hora de ir para a materni<strong>da</strong>de<br />

(“não deixar passar <strong>da</strong> hora”), por isso, na nossa divisão de fases do parto<br />

(dilatação, expulsão, saí<strong>da</strong> <strong>da</strong> placenta e pós-parto imediato) incluiremos<br />

o momento anterior, que chamamos pródomos de trabalho de parto.<br />

Pródomos de trabalho de parto<br />

Período de tempo variável, no qual a mulher já tem algumas contrações,<br />

mas falta proximi<strong>da</strong>de entre elas, regulari<strong>da</strong>de e/ou maior intensi<strong>da</strong>de,<br />

características que encontramos no trabalho de parto.<br />

Obs.: contração é quando o útero fica todo endurecido por alguns<br />

segundos (25” - 50”) e assim a barriga <strong>da</strong> gestante fica endureci<strong>da</strong>.³<br />

Ao final <strong>da</strong> gravidez, no período de preparação, ocorre o encaixamento<br />

(a cabeça do feto se fixa à pelve materna). As contrações são leves e<br />

passageiras, ocorre dor nas costas e no baixo ventre, o que não quer dizer<br />

que haja algum problema na gestação.<br />

Caso haja dúvi<strong>da</strong>s se está ou não em trabalho de parto, a gestante<br />

deve tentar relaxar, tomar um banho, repousar deita<strong>da</strong> de lado<br />

(preferencialmente à esquer<strong>da</strong>) e observar por cerca de uma hora se<br />

as contrações persistem. Em caso de dúvi<strong>da</strong>s, procure o serviço de<br />

emergência (materni<strong>da</strong>de de referência).<br />

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Sinais importantes a serem observados<br />

algo que goste, alimente o que desejar, e sinta o seu corpo. O momento<br />

normalmente. Mas ao realizar a analgesia o trabalho de parto pode<br />

de forma natural. Se houver alguma alteração no bem estar do bebê<br />

• que<strong>da</strong> do ventre: a barriga fica mais baixa devido ao encaixe cefálico,<br />

pois a cabeça do bebê desce pela pelve;<br />

• per<strong>da</strong> do tampão mucoso: é uma rolha mucosa que se forma na entra<strong>da</strong><br />

do útero, apresenta secreção parecendo um catarro esbranquiçado,<br />

abun<strong>da</strong>nte, às vezes com aspecto líquido, com ou sem rajas de<br />

sangue, que sai pela vagina, também chamado de “sinal”, que pode<br />

ocorrer de 2 a 14 dias antes do parto;<br />

• frequência <strong>da</strong>s contrações: quando as contrações ficam ritma<strong>da</strong>s,<br />

mais intensas e frequentes (duas ou mais contrações em 10 minutos),<br />

mesmo em repouso, é que se considera estar em trabalho de parto;³<br />

<strong>da</strong> internação é quando essas contrações estão regulares e atinge-se no<br />

mínimo 6 cm de dilatação, caracteriza<strong>da</strong> como fase ativa do trabalho de<br />

parto.⁴ Quando a gestante chega à materni<strong>da</strong>de, ela pode ser examina<strong>da</strong><br />

em uma sala de triagem ou na própria sala de pré-parto ou quarto.<br />

No período de dilatação, as contrações ocorrem no intervalo de 3 a 5<br />

minutos e duram em média de 25 a 50 segundos. A duração do trabalho<br />

de parto na fase ativa é indeterminado, visto que há vários fatores que<br />

podem interferir na evolução (estado emocional <strong>da</strong> mulher, quanti<strong>da</strong>de<br />

de partos anteriores, se é um parto espontâneo ou induzido, se houve<br />

analgesia ou não), a duração estará mais relaciona<strong>da</strong> a individuali<strong>da</strong>de de<br />

ca<strong>da</strong> mãe e bebê. Então jamais se compare.<br />

se prolongar, e a mulher pode ter maior dificul<strong>da</strong>de de identificar o<br />

momento <strong>da</strong> contração.³<br />

• a posição adota<strong>da</strong> pela paciente deve ser a que proporcione o maior<br />

conforto (em pé, an<strong>da</strong>ndo, agacha<strong>da</strong>, etc.);<br />

• ficar em pé ou caminhar pode reduzir o tempo <strong>da</strong> dilatação, pois a<br />

força <strong>da</strong> gravi<strong>da</strong>de aju<strong>da</strong> o bebê a descer.<br />

Para que o parto normal aconteça de forma mais natural possível, 4<br />

fatores devem ser levados em consideração:<br />

a dilatação do colo do útero: sem a dilatação do colo uterino, não se forma<br />

uma abertura suficiente para a passagem <strong>da</strong> criança, e o nascimento é<br />

existem diversas ações que podem ser realiza<strong>da</strong>s, entre medicamentos,<br />

posicionamento <strong>da</strong> mãe, uso de oxigênio, instrumentos para o parto. Em<br />

última opção a interrupção do parto por uma cesariana, pois é ação com<br />

maior risco materno e infantil, e seu risco deve ser avaliado caso a caso. 3-4<br />

contrações uterinas ritma<strong>da</strong>s: é preciso que haja contrações uterinas<br />

ritma<strong>da</strong>s, durante todo o trabalho de parto para que o bebê possa ser<br />

impulsionado através do canal vaginal e possibilite a dilatação do colo<br />

uterino progressivamente. Se houver redução dessas contrações, serão<br />

avalia<strong>da</strong>s condições emocionais, de conforto e bem estar materno.<br />

Existem métodos não farmacológicos (sem medicações) que estimulam<br />

as contrações, então estes devem ser utilizados primeiramente. Em caso<br />

• per<strong>da</strong> de líquido pela vagina: fluido em grande quanti<strong>da</strong>de que escorre<br />

impossibilitado de acontecer, o que só é possível saber após entrar em<br />

de ausência de mu<strong>da</strong>nças na progressão do parto (após o período de seis<br />

perna a baixo. Significa que a bolsa <strong>da</strong>s águas ou saco aminiotico, deve<br />

ter se rompido e deve ser o quanto antes comunicado ao obstetra;<br />

• sangramento: semelhante à menstruação, não é normal e deve ser<br />

investigado;<br />

• movimentação fetal: deve persistir normal, mesmo próximo ao<br />

trabalho de parto. Caso o feto não se movimente por mais de 6<br />

horas, mesmo após alimentação, deve-se comunicar ao obstetra.<br />

Período de dilatação<br />

É o período no qual ocorre a abertura do colo uterino, à custa de contrações<br />

vigorosas, regulares e repetitivas. A fase inicial, ou "latente" é quando há<br />

contrações frequentes mas ain<strong>da</strong> não é a hora de internação, que pode<br />

durar de 14 a 20 horas. Nessa fase é importante que a mulher aproveite<br />

os seus últimos momentos como gestante no aconchego do seu lar, faça<br />

É importante:<br />

• o apoio do médico, do(a) parceiro(a), <strong>da</strong> mãe ou outra pessoa próxima;<br />

• o ambiente deve ser tranquilo;<br />

• métodos para alívio <strong>da</strong> dor: banho com água morna (chuveiro ou<br />

banheira), massagens com óleos, penumbra (luz baixa, ambiente<br />

escurecido, tranquili<strong>da</strong>de), exercícios respiratórios, meditação,<br />

aromoterapia (uso de essências específicas que aliviam a tensão e<br />

auxiliam na concentração), musicoterapia, <strong>da</strong>nça, auriculoterapia,<br />

acumputura, entre outros;<br />

• analgesia: método utilizado para reduzir a dor se os métodos não<br />

farmacológicos não forem efetivos. A analgesia é realiza<strong>da</strong> por uma<br />

punção na coluna pareci<strong>da</strong> com a anestesia para cesariana, porém não<br />

imobiliza o corpo, ou seja, a mulher consegue an<strong>da</strong>r e se movimentar<br />

trabalho de parto;<br />

A desci<strong>da</strong> do bebê na pelve (bacia) <strong>da</strong> mãe: esse fato só é possível avaliar<br />

com a evolução do trabalho de parto. No pré-natal não é uma indicação<br />

de cesariana "bacia pequena, não tem passagem, etc". Durante o trabalho<br />

de parto a pelve <strong>da</strong> mãe sofre a<strong>da</strong>ptações bem como o bebê. Fatores<br />

que podem influenciar é o posicionamento do bebê e <strong>da</strong> mãe, que são<br />

possíveis de trabalhar tanto na gestação como no parto. Então informese<br />

e procure um profissional atualizado e que apoie suas escolhas e o<br />

parto normal.7<br />

o bem-estar do bebê: a saúde <strong>da</strong> criança também é um ponto<br />

fun<strong>da</strong>mental. As condições de saúde do bebê são checa<strong>da</strong>s por meio<br />

<strong>da</strong> ausculta intermitente dos seus batimentos cardíacos com um<br />

aparelho pequeno chamado "sonar". Se necessário pode ser realizado<br />

o exame cardiotocografia fetal, que avalia o bem estar do bebê. Se as<br />

condições para o parto continuam favoráveis ele é conduzido até o final<br />

horas - fase ativa, ou no período expulsivo de 2 a 3 horas - quando já<br />

está totalmente dilata<strong>da</strong> a passagem e o bebê já está quase nascendo),<br />

mesmo tomando to<strong>da</strong>s as medi<strong>da</strong>s cita<strong>da</strong>s anteriormente, pode ser<br />

utilizado o soro com o hormônio artificial <strong>da</strong> contração que se chama<br />

ocitocina, caso a mulher aceite.⁴<br />

Período expulsivo<br />

Neste período, a dilatação do colo é completa (cerca de 10 cm), mas na<br />

maioria <strong>da</strong>s vezes o bebê encontra-se “alto” na vagina (4 cm ou mais<br />

acima do introito vaginal) e inicia-se a expulsão do feto através do canal<br />

do parto, o bebê percorre este trajeto (útero, vagina e vulva) descendo a<br />

ca<strong>da</strong> contração, aju<strong>da</strong>do pela força expulsiva que a mãe fará.<br />

Essa força deve ser instintiva, no momento <strong>da</strong> contração, então somente<br />

a mãe sabe o momento e a intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> sua força, não necessitando<br />

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<strong>da</strong> interferência <strong>da</strong> equipe de saúde. Esse é o momento mais próximo do<br />

preferir. É importante que se em boas condições o bebê fique em contato<br />

6. Herpes genital com lesão ativa no momento em que se inicia o trabalho<br />

tentado com equipe experiente e se for essa a decisão <strong>da</strong> gestante);<br />

nascimento do bebê, se todos os fatores anteriores (dilatação, desci<strong>da</strong><br />

do bebê, bem estar do bebê, e contrações) estiverem progredindo, não<br />

há necessi<strong>da</strong>de de nenhuma intervenção. 4 To<strong>da</strong> ação <strong>da</strong> equipe deve ter<br />

a autorização <strong>da</strong> mulher (uso de ocitocina, instrumento - vácuo, fórceps,<br />

outros medicamentos, mu<strong>da</strong>nça de posição se necessário), somente essas<br />

ações tem evidências para realização, e se não consenti<strong>da</strong>s caracterizam<br />

violência obstétrica. 8 Outras ações como episiotomia (corte na vagina,<br />

o "pique"), manobra de kristeller (pressão na barriga para o bebê sair),<br />

toques repetitivos, não tem evidências científicas de benefícios, e são<br />

claramente violência obstétrica. 8 O ideal é deixar o momento fluir<br />

naturalmente e com muito respeito, para a mãe colecionar memórias<br />

boas desse momento tão especial.<br />

pele a pele no mínimo uma hora, aproveitando esse momento também<br />

para se alimentar no seio <strong>da</strong> mãe. 3-4<br />

No nascimento é realiza<strong>da</strong> a avaliação do bebê e dá-se uma nota no<br />

primeiro e quinto minuto, que é chama<strong>da</strong> APGAR (0-10). Quando a<br />

nota é de 7 a 10, especialmente no quinto minuto, considera-se que as<br />

condições de nascimento foram boas.<br />

Alguns minutos (5’ a 30’) após o nascimento, ocorre a saí<strong>da</strong> <strong>da</strong> placenta. Em<br />

segui<strong>da</strong> é realiza<strong>da</strong> revisão <strong>da</strong> vagina, se há algum local com necessi<strong>da</strong>de<br />

de rafia (costura), que pode ser necessária quando ocorre lacerações<br />

pela passagem do bebê. Nesses casos é utilizado fio absorvível, e esses<br />

pontos caem sozinhos.<br />

de parto (lesão primária).<br />

Indicações reais de cesarianas (casos raros): 5-7<br />

1. Ruptura uterina;<br />

2. Macrossomia fetal (mais de 5kg sem diabetes, acima de 4,5 com<br />

diabetes);<br />

3. Obstrução mecânica do canal de parto (grandes miomas no canal,<br />

codiloma gigante);<br />

4. Câncer cervical invasor (colo do útero).<br />

Podem acontecer, porém frequentemente têm o diagnóstico equivocado<br />

para indicação de cesariana: 5-7<br />

2. Duas ou mais cesáreas anteriores (o risco potencial de uma ruptura<br />

uterina – variando de 0,5% - 1,5% - deve ser pesado contra os riscos de<br />

se repetir a cesariana, que variam desde lesão vesical, lesão intestinal,<br />

até hemorragia, infecção e maior chance de histerectomia); as diretrizes<br />

mais recentes não discriminam entre uma ou duas cesáreas para quem<br />

quer tentar um VBAC - Parto Vaginal Após Cesárea;<br />

3. HIV-Aids (considerar carga viral <strong>da</strong> gestante).<br />

Com a evolução <strong>da</strong> medicina, a cesárea tornou-se uma cirurgia bastante<br />

segura, e pelo fato de ser mais prática e poder ser agen<strong>da</strong><strong>da</strong>, o que evitaria<br />

alguns dissabores, tais como não ter vaga em determina<strong>da</strong> materni<strong>da</strong>de<br />

ou não ter acesso ao médico escolhido, é muito utiliza<strong>da</strong>. Entretanto,<br />

1. Desproporção céfalopélvica (o diagnóstico só é possível durante o<br />

ain<strong>da</strong> existem complicações, desde mais simples até muito graves. 11<br />

O nascimento<br />

Logo após o nascimento, a mulher experimenta uma explosão de<br />

sentimentos associados a um momento de relaxamento e tranquili<strong>da</strong>de.<br />

Assim que o bebê nasce ele deve ir direto para o colo <strong>da</strong> mãe, em contato<br />

pele a pele, ou seja, o tórax <strong>da</strong> mãe sem roupa em contato direto com a<br />

pele do bebê. Esse momento é essencial para o vínculo, mas também<br />

para a estabilização <strong>da</strong> temperatura e frequência cardíaca do bebê.<br />

Ain<strong>da</strong> no colo <strong>da</strong> mãe, o bebê pode ser avaliado pelo pediatra, e ele pode<br />

demorar alguns segundos para começar a chorar e alguns minutos para<br />

ficar corado. Caso seja preciso realizar algum cui<strong>da</strong>do pelo pediatra,<br />

seja aspirar a boca e as narinas (em casos de não a<strong>da</strong>ptação do bebê)<br />

ou de reanimar, esses cui<strong>da</strong>dos também podem ser feitos no colo <strong>da</strong><br />

mãe e com o cordão umbilical ligado na mãe. O corte ou clampeamento<br />

do cordão pode ser esperado, geralmente minutos, ou quando a mãe<br />

CESARIANA<br />

A cesárea pode ser importante e necessária para salvar a vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> mulher<br />

e <strong>da</strong> criança, em casos específicos. Cesariana é uma cirurgia de grande<br />

porte que pode apresentar riscos para a mulher e para o bebê se for<br />

realiza<strong>da</strong> sem a necessi<strong>da</strong>de.<br />

Indicações reais de cesariana: 5-7<br />

1. Prolapso de cordão – sem dilatação completa;<br />

2. Descolamento prematuro <strong>da</strong> placenta com feto vivo – fora do período<br />

expulsivo;<br />

3. Placenta prévia completa (total ou centro-parcial);<br />

4. Apresentação córmica (situação transversa);<br />

5. Ruptura de vasa praevia;<br />

trabalho de parto franco e não pode ser antecipado durante a gravidez);<br />

2. Sofrimento fetal agudo (o termo mais correto atualmente é "frequência<br />

cardíaca fetal não-tranquilizadora", exatamente para evitar diagnósticos<br />

equivocados baseados tão-somente em padrões alterados de frequência<br />

cardíaca do bebê – lembrando que existem métodos para solucionar<br />

essa alteração durante o trabalho de parto);<br />

3. Para<strong>da</strong> de progressão que não resolve com as medi<strong>da</strong>s habituais.<br />

Situações especiais em que a conduta deve ser individualiza<strong>da</strong>,<br />

considerando-se as peculiari<strong>da</strong>des de ca<strong>da</strong> caso e as expectativas <strong>da</strong><br />

gestante, após informação: 5-7<br />

1. Apresentação pélvica (recomen<strong>da</strong>-se oferecer versão cefálica externa<br />

depois de 36 semanas mas se não for bem sucedi<strong>da</strong> ou não for aceita<br />

pela gestante, discutir riscos e benefícios: o parto pélvico só deve ser<br />

Os mais frequentes problemas a curto prazo pela realização de uma<br />

cesariana para a mãe é a maior incidência de infecção e hemorragias, por<br />

se tratar de uma cirurgia de médio porte, além <strong>da</strong> mortali<strong>da</strong>de materna<br />

quatro a cinco vezes maior do que no parto normal.⁷ Para o bebê que<br />

nasce por uma cesariana há maior risco de prematuri<strong>da</strong>de e desconforto<br />

respiratório, e consequente aumento <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong>de de internação em<br />

UTI neonatal, principalmente quando a cesariana é realiza<strong>da</strong> antes de 39<br />

semanas de gestação.⁷ O bebê que nasce por uma cesárea nem sempre<br />

passou pelo período de a<strong>da</strong>ptação necessário para o novo ambiente<br />

como acontece no parto normal.<br />

Além disto, deve-se lembrar de que a cesárea pode causar alterações<br />

futuras no abdômen e no útero <strong>da</strong> mulher, especialmente por se tratar do<br />

corte e sutura (costura) de sete cama<strong>da</strong>s até chegar ao bebê. Ao se cortar<br />

os tecidos, pode haver o enfraquecimento nos músculos do abdômen<br />

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e <strong>da</strong> parede uterina, levar a problemas estéticos (flacidez e distensão<br />

DICAS PARA O(A) ACOMPANHANTE:<br />

abdominal), causar doenças como a endometriose (tecido endometrial<br />

fora <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de uterina) tanto do útero como <strong>da</strong> parede abdominal,<br />

processos aderenciais (quando os órgãos abdominais aderem entre si) e<br />

dor pélvica, os quais podem indicar nova cirurgia e até mesmo maiores<br />

complicações.<br />

Também há maior chance de complicações nas gestações futuras, tais<br />

ATENÇÃO<br />

• leve-a à materni<strong>da</strong>de;<br />

• esteja ao seu lado;<br />

• quando os cui<strong>da</strong>dos com o bebê forem realizados pela<br />

equipe (após o contato com a mãe, aleitamento, cerca de<br />

1 hora após o nascimento) acompanhe o bebê caso sejam<br />

feitos em outra sala (a mãe se sentirá mais segura);<br />

• passe a noite com ela na materni<strong>da</strong>de;<br />

• controle as visitas para evitar stress materno;<br />

• estimule-a a amamentar;<br />

• cuide do bebê, fora o aleitamento, todos os outros cui<strong>da</strong>dos<br />

podem ser realizados pelo acompanhante.<br />

como placenta prévia (ou baixa) e acretismo placentário (quando a<br />

placenta fica aderi<strong>da</strong> à parede uterina e não sai após o parto) o que leva<br />

a hemorragias e frequentemente são causas de histerectomia (retira<strong>da</strong><br />

do útero), transfusões sanguíneas e, mesmo que raro, ao óbito materno.<br />

Ressaltamos o importante papel do acompanhante que<br />

a gestante tenha elegido para apoiá-la durante todo o<br />

acompanhamento na gravidez e período do parto.<br />

Conheça 3 sintomas do trabalho de parto<br />

Pós-parto imediato<br />

Também chamado quarto período, é a primeira hora após a saí<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

placenta. O organismo materno sofre algumas a<strong>da</strong>ptações havendo<br />

uma redistribuição do sangue no corpo <strong>da</strong> mãe, existindo maior risco de<br />

hemorragia neste período. O controle natural do sangramento é realizado<br />

especialmente pela contração uterina, pois onde estava implanta<strong>da</strong> a<br />

placenta ficam vasos sanguíneos abertos que atravessam a parede do<br />

útero e são pinçados pela musculatura uterina. Por este motivo, uma<br />

1.º Contrações regulares- Na fase em que sentir de 2 a 5<br />

contrações em 10 minutos e que duram entre 25 e 50 segundos.<br />

As contrações se mantêm constantes, mesmo quando a grávi<strong>da</strong><br />

deita ou an<strong>da</strong>.<br />

2.º Per<strong>da</strong> de água pela vagina- Indica a ruptura <strong>da</strong>s membranas,<br />

ou “bolsa <strong>da</strong>s águas”, que mantêm o líquido amniótico durante<br />

a gravidez. Quando isso ocorre, a grávi<strong>da</strong> não sente dor, apenas<br />

a sensação de uma água morna escorrendo pelas pernas.<br />

cui<strong>da</strong>dosa observação e a utilização de medicamentos que garantam a<br />

3.º Eliminação do tampão mucoso- Saí<strong>da</strong> de uma substância<br />

contração do útero, durante esta hora, são muito importantes para evitar<br />

mucosa pela vagina, com aspecto de catarro esbranquicado,<br />

hemorragia pós parto.<br />

com alguns filetes de sangue. Este não é exatamente um sinal<br />

de trabalho de parto, e sim que ele está se aproximando. 9<br />

/ 60 / / 61 /


DICA: IMPORTANTE VOCÊ SABER 10<br />

PARA A MÃE:<br />

CESÁREA<br />

• Mais dor e dificul<strong>da</strong>de para an<strong>da</strong>r e cui<strong>da</strong>r do bebê após a cirurgia;<br />

• Maior risco de hemorragia, infecção e lesão de outros órgãos;<br />

• Maior risco de complicações na próxima gravidez.<br />

PARA O BEBÊ:<br />

• Mais riscos de nascer prematuro, ficar na incubadora, ser afastado<br />

<strong>da</strong> mãe e demorar a ser amamentado;<br />

• Mais riscos de desenvolver alergias e problemas respiratórios<br />

na i<strong>da</strong>de adulta;<br />

• Mais riscos de ter febre, infecção, hemorragia e interferência<br />

no aleitamento.<br />

PARA A MÃE:<br />

PARTO NORMAL<br />

• Rápi<strong>da</strong> recuperação, facilitando o cui<strong>da</strong>do com o bebê após o parto;<br />

• Menos riscos de complicações, favorecendo o contato pele a pele<br />

imediato com o bebê e o aleitamento;<br />

• Processo fisiológico, natural;<br />

• Menor risco de complicações na próxima gestação, tornando<br />

o próximo parto mais rápido e fácil.<br />

PARA O BEBÊ:<br />

• Na maioria <strong>da</strong>s vezes, ele vai direto para o colo <strong>da</strong> mãe;<br />

• O bebê nasce no tempo certo, seus sistemas e órgãos são<br />

estimulados para a vi<strong>da</strong> por meio <strong>da</strong>s contrações uterinas<br />

e <strong>da</strong> passagem pela vagina.<br />

REFERÊNCIAS:<br />

1. Agência Nacional de Saúde [homepage na internet]. Parto é Normal. [acesso em 09 mar <strong>2021</strong>]. Disponivel em: http://www.ans.gov.br/parto-e-normal<br />

2. Agência Nacional de Saúde [homepage na internet]. A ANS. [acesso em 09 mar <strong>2021</strong>]. Disponivel em: http://www.ans.gov.br/aans/noticiasans/quali<strong>da</strong>de-<strong>da</strong>-saude/2923-entram-em-vigor-novas-regras-sobreparto-nasaude-suplementar<br />

3. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Diretrizes nacionais de assistência ao parto normal [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2017 [acesso em 08 de março <strong>2021</strong>].<br />

Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_nacionais_assistencia_parto_normal.pdf<br />

4. World Health Organization (WHO). WHO recommen<strong>da</strong>tions: intrapartum care for a positive childbirth experience. [Internet]. 2018 [cited <strong>2021</strong> mar 08]. Available from: https://apps.who.int/iris/bitstream/hand<br />

le/10665/260178/9789241550215-eng.pdf;jsessionid=4915F2EEEC94C72FDD24A3F1ABD0AB04?sequence=1<br />

5. Amorim MMR, Souza ASR, Porto AMF. Indicações de cesariana basea<strong>da</strong>s em evidências: parte I. Femina [Internet]. 2010 [acesso em 09 de março <strong>2021</strong>]; 38 (8). Disponível em: http://files.bvs.br/<br />

upload/S/0100-7254/2010/v38n8/a1585.pdf<br />

6. Souza ASR, Amorim MMR, Porto AMF. Indicações de cesariana basea<strong>da</strong>s em evidências: parte II. Femina [Internet]. 2010 [acesso em 09 de março <strong>2021</strong>]; 38 (9). Disponível em: http://files.bvs.br/<br />

upload/S/0100-7254/2010/v38n9/a459-468.pdf<br />

7. Souza ASR, Amorim MMR, Porto AMF. Condições frequentemente associa<strong>da</strong>s com cesariana, sem respaldo científico. Femina [Internet]. 2010 [acesso em 09 de março <strong>2021</strong>]; 38 (10). Disponível em: http://files.bvs.<br />

br/upload/S/0100-7254/2010/v38n10/a1708.pdf<br />

8. Katz L, Amorim MM, Gior<strong>da</strong>no JC, Bastos MH. Quem tem medo <strong>da</strong> violência obstétrica? Rev. Bras. Saúde Mater. Infant. [Internet]. 2020 [acesso em 09 de março <strong>2021</strong>]; 20 (2). Disponível em: https://www.scielo.br/<br />

pdf/rbsmi/v20n2/pt_1519-3829-rbsmi-20-02-0623.pdf<br />

9. Albert Einstein – Socie<strong>da</strong>de Beneficente Israelita Brasileira [homepage na internet]. Conheça 3 sintomas do trabalho de parto. 2020. [acesso em 09 mar <strong>2021</strong>]. Disponivel em: https://vi<strong>da</strong>sau<strong>da</strong>vel.einstein.br/<br />

conheca-3-sintomas-do-trabalho-de-parto/<br />

10. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Caderneta <strong>da</strong> gestamte [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2018 [acesso em 08 de março <strong>2021</strong>]. Disponível em: https://antigo.saude.gov.br/images/pdf/2018/agosto/31/Caderneta<strong>da</strong>-<strong>Gestante</strong>-2018.pdf<br />

Quando uma mulher leva uma criança em seu ventre, ela fica<br />

cheia. Obviamente, quando a criança nasce, ela se sente vazia.<br />

Ela sente falta <strong>da</strong> nova vi<strong>da</strong> que pulsava e se mexia no útero.<br />

A criança saiu; ela se sente vazia durante alguns dias. Mas ela<br />

pode devotar amor à criança e pode esquecer seu vazio amando<br />

a criança e aju<strong>da</strong>ndo-a a desenvolver-se.<br />

OSHO<br />

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CUIDADOS NO PÓS-PARTO<br />

E COM O BEBÊ


CUIDADOS NO PÓS-PARTO<br />

ATENÇÃO À MULHER NO PUERPÉRIO<br />

O cui<strong>da</strong>do <strong>da</strong> mulher no puerpério é fun<strong>da</strong>mental para a saúde materna e<br />

neonatal e deve incluir to<strong>da</strong> a rede de apoio envolvi<strong>da</strong> nesta fase do ciclo<br />

vital e familiar.¹<br />

Após o parto, o organismo materno retorna aos poucos às condições<br />

anteriores à gravidez. O conjunto de transformações que compreende<br />

esta fase é denominado puerpério, coloquialmente chamado de<br />

“resguardo”. O puerpério se inicia, seja no parto normal ou cesáreo, após<br />

a saí<strong>da</strong> <strong>da</strong> placenta e se estende por meses, mas a fase mais importante<br />

está entre os primeiros quarenta a cinco dias. Neste período, o útero<br />

retornará ao tamanho normal e haverá redução do peso corpóreo, além<br />

de outras mu<strong>da</strong>nças. Com o tempo, as alterações ocorri<strong>da</strong>s no corpo <strong>da</strong><br />

mulher durante a gravidez e o parto irão regredir total ou parcialmente.<br />

FASES DO PUERPÉRIO²<br />

• imediato: do 1º ao 10º dia pós-parto;<br />

• tardio: vai do 10º ao 45º dia pós-parto;<br />

• remoto: além do 45º dia pós-parto, com término imprevisto.<br />

RECUPERAÇÃO PÓS-PARTO<br />

Durante a internação, a equipe de saúde ficará atenta à temperatura, à<br />

pressão sanguínea, à frequência cardíaca, à redução do tamanho do útero<br />

e ao sangramento vaginal. De acordo com ca<strong>da</strong> caso e prescrição médica,<br />

a mãe recebe, em horários regulares, medicamentos para diminuir as<br />

dores e náuseas, controlar o sangramento genital e prevenir possíveis<br />

infecções.<br />

No pós-parto imediato, a mãe deverá ficar em repouso no leito até que se<br />

sinta bem para realizar os seus cui<strong>da</strong>dos (banho, caminhar), mas sempre<br />

com auxílio de alguém na primeira vez que levantar do leito. (rezende)<br />

Se não houver anestesia, a alimentação poderá ser libera<strong>da</strong>. Nos casos<br />

em que for utiliza<strong>da</strong> anestesia, a mãe deverá permanecer em jejum pelo<br />

período de seis horas pós-parto.<br />

Quando é necessário cesariana, no pós-operatório, a medi<strong>da</strong> que a<br />

anestesia for passando, movimentar-se no leito e esperar que os efeitos<br />

cessem completamente para tentar levantar. Esse tempo leva, em média<br />

6 horas. Aproxima<strong>da</strong>mente 30 minutos após a primeira alimentação, a<br />

mãe deve sentar-se na cama por alguns minutos e tentar levantar-se,<br />

com a aju<strong>da</strong> <strong>da</strong> enfermeira e/ou acompanhante, ficando em pé por um<br />

momento e, sentindo-se bem, deve caminhar. Estes cui<strong>da</strong>dos reduzem<br />

o aparecimento de vômitos e/ou tonturas e aceleram a recuperação <strong>da</strong><br />

/ 67 /


mãe para que possa cui<strong>da</strong>r do seu bebê. Entretanto, não é incomum a<br />

mãe apresentar alguma tontura ou escurecimento visual na primeira vez<br />

que se levantar após o parto, pois se manteve em repouso prolongado,<br />

ficou algum tempo sem se alimentar, usou medicamentos durante a<br />

anestesia ou parto, passou por estresse físico e emocional e ain<strong>da</strong> teve<br />

uma per<strong>da</strong> sanguínea considerável.<br />

O banho pode ser tomado assim que a mãe se levantar e deve ser como de<br />

costume <strong>da</strong> mulher, ou seja, pode lavar o cabelo se tiver vontade. Alguns<br />

médicos recomen<strong>da</strong>m não molhar o curativo <strong>da</strong> cesárea nas primeiras<br />

24 horas, mas no pós-parto normal é permitido a higienização <strong>da</strong> região<br />

íntima (mesmo se tiver algum ponto no local) com água e sabão desde o<br />

primeiro banho.<br />

A utilização de roupas confortáveis e p sutiã de amamentação são<br />

recomen<strong>da</strong>dos. As calcinhas devem ser à altura do umbigo, de preferência,<br />

especialmente após a cesárea, evitando inchaço <strong>da</strong> cicatriz por<br />

compressão <strong>da</strong> incisão. O uso de cintas, de baixa ou média compressão,<br />

irá depender do conforto <strong>da</strong> mulher.<br />

DICA: IMPORTANTE VOCÊ SABER 2<br />

PUERPÉRIO: VOCÊ TAMBÉM PRECISA DE CUIDADOS<br />

Se o parto foi normal - Se houve necessi<strong>da</strong>de suturar<br />

(costurar) a vagina por lacerações <strong>da</strong> passagem do bebê<br />

(pequenas aberturas superficiais), mantenha a cicatriz bem<br />

limpa, lavando-a com sabonete durante o banho ou após fazer<br />

suas necessi<strong>da</strong>des, e secando bem o local. Não se preocupe, os<br />

pontos vão cair sozinhos. A região está cicatrizando e se ficar<br />

dolori<strong>da</strong> utilizar compressa de gelo, caso não resolva procurar<br />

atendimento em uni<strong>da</strong>de de saúde.<br />

Se o seu bebê nasceu de cesariana - Mantenha a cicatriz bem<br />

limpa, lavando com sabonete durante o banho e secando-a<br />

bem. Os pontos deverão ser retirados entre 7 a 10 dias.<br />

Seu útero estará voltando ao tamanho normal. Por isso é comum<br />

ter cólicas que, às vezes, aumentam durante a amamentação.<br />

Por mais ou menos um mês você vai perceber uma secreção<br />

que sai pela vagina, que no início é como um sangramento e<br />

depois vai diminuindo e clareando gra<strong>da</strong>tivamente.<br />

Alojamento conjunto<br />

O alojamento conjunto consiste na permanência <strong>da</strong> mãe e bebê juntos no<br />

mesmo local, desde o nascimento. O alojamento conjunto é obrigatório<br />

em todos os hospitais, desde que o bebê e a mãe estejam com boas<br />

condições de saúde.³<br />

Tem como objetivo a integração mais íntima <strong>da</strong> mãe com o recémnascido<br />

(RN), contribuindo para:<br />

• estabelecer um relacionamento afetivo favorável entre mãe-filho,<br />

desde o nascimento;<br />

• desenvolver habili<strong>da</strong>des e proporcionar segurança emocional quanto<br />

aos cui<strong>da</strong>dos com o bebê;<br />

• incentivar o aleitamento materno;<br />

• reduzir a incidência de infecções hospitalares cruza<strong>da</strong>s;<br />

• permitir à equipe de saúde melhor integração e observação sobre o<br />

comportamento normal do binômio mãe-filho.<br />

DÚVIDAS RECORRENTES<br />

O abdômen<br />

É comum a preocupação de estar com o abdômen inchado e “solto”. É<br />

importante lembrar que as modificações ocorri<strong>da</strong>s em nove meses de<br />

gestação não irão regredir em poucas horas ou dias.<br />

Lóquios<br />

O sangramento vaginal ou lóquios geralmente possui cor avermelha<strong>da</strong><br />

até o 4º dia, tornando-se serosanguíneo ou rosado, e por fim, seroso ou<br />

amarelo-esbranquiçado até cerca de um mês pós-parto.² Nesta fase<br />

jamais é normal ter hemorragia ou secreção de odor fétido.<br />

Hemorragia pós-parto<br />

Trata-se <strong>da</strong> per<strong>da</strong> sanguínea excessiva, maior que 500 ml no parto<br />

vaginal ou 1000 ml na cesárea, durante ou após o trabalho de parto.<br />

A equipe de saúde, mãe e acompanhante devem estar atentos a esta<br />

possibili<strong>da</strong>de, para que seja corrigi<strong>da</strong> o mais prontamente possível.<br />

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Deambulação<br />

Funcionamento <strong>da</strong> bexiga e intestino<br />

Alimentação no pós-parto<br />

Trata-se de uma condição fisiológica, devido às intensas alterações<br />

An<strong>da</strong>r após as refeições é importante para evitar o acúmulo de gazes,<br />

reduzir a dor no local <strong>da</strong> cicatriz e as cólicas abdominais, além de regredir<br />

o inchaço dos membros inferiores, comuns nos primeiros dias pós-parto.<br />

Quanto mais cedo a mãe conseguir an<strong>da</strong>r, menor é o risco de trombose<br />

(coagulação dos vasos sanguíneos).<br />

É comum haver certa dificul<strong>da</strong>de de esvaziamento <strong>da</strong> bexiga,<br />

especialmente após uma cesariana, às vezes percebi<strong>da</strong> como uma dor<br />

no baixo ventre. Assim que a mulher consegue se levantar e sentar no<br />

vaso, a grande maioria delas consegue urinar bem. O volume de urina é<br />

variável de acordo com o parto, a hidratação e o volume de sangramento<br />

Durante a amamentação, as necessi<strong>da</strong>des nutricionais <strong>da</strong> mãe são<br />

eleva<strong>da</strong>s, maiores do que durante a própria gravidez e em particular<br />

no que respeito aos micronutrientes como vitaminas ou minerais.<br />

A alimentação <strong>da</strong> mãe deverá assim ser bastante cui<strong>da</strong><strong>da</strong>, de forma a<br />

providenciar os nutrientes necessários ao bom desenvolvimento do<br />

hormonais que ocorrem nesta fase e à mu<strong>da</strong>nça radical <strong>da</strong> rotina diária,<br />

mas geralmente passa em 15 dias. O(a) companheiro(a), mais do que<br />

nunca, deve ter muita paciência e compreensão, ser o mais colaborativo<br />

e presente possível. Com o passar dos dias, tudo vai <strong>da</strong>ndo certo. Vale a<br />

pena.<br />

Infecção puerperal<br />

A infecção puerperal caracteriza-se por apresentar temperatura materna<br />

maior ou igual a 38ºC, por dois dias sucessivos, dentro dos primeiros 10<br />

dias pós-parto, depois <strong>da</strong>s primeiras 24 horas pós-parto, sem outras<br />

causas aparentes.<br />

Ela ocorre principalmente no útero, pois tem origem no aparelho<br />

genital após parto recente. Mastites (inflamação <strong>da</strong> mama) e abscessos<br />

mamários tendem a ocorrer depois do 3º dia do parto.<br />

Dor pós-parto<br />

É mais comum após cesariana, impedindo uma mobili<strong>da</strong>de ágil.<br />

Geralmente, é mais intensa entre o 2º e 10º dia pós-parto, período em<br />

que a anestesia já passou e a mulher necessita movimentar-se. Na<br />

maioria <strong>da</strong>s vezes, é controla<strong>da</strong> com analgésicos comuns e/ou antiinflamatórios.<br />

Espera-se que a intensi<strong>da</strong>de vá diminuindo com o passar<br />

apresentado.<br />

O intestino pode demorar de dois a três dias para funcionar. Muitos<br />

médicos prescrevem laxantes para auxiliar a primeira evacuação,<br />

segui<strong>da</strong> por uma dieta laxativa. O excesso de gases, que se acumulam<br />

nos primeiros dias, especialmente pós-cesárea, é resolvido com<br />

medicamentos, alimentação adequa<strong>da</strong> e deambulação (caminha<strong>da</strong>)<br />

precoce.<br />

Inchaço ou edema<br />

A mãe pode apresentar edema nas pernas até 20 dias depois do parto.<br />

Pode ser considerado fisiológico (normal), desde que a pressão arterial<br />

esteja dentro dos padrões <strong>da</strong> normali<strong>da</strong>de. Ocorre, devido às mu<strong>da</strong>nças<br />

hormonais, redistribuição dos líquidos corporais e o uso frequente de<br />

medicamentos (soro, anti-inflamatórios e outros).<br />

bebê. 4<br />

E necessário assegurar o correto equilíbrio do gasto energético, necessário<br />

para manter o peso corporal saudável <strong>da</strong> mãe, a sua composição corporal,<br />

seus níveis de ativi<strong>da</strong>de física, o volume e composição do leite produzido,<br />

para assegurar a adequa<strong>da</strong> alimentação do lactente (bebê). No período<br />

<strong>da</strong> gravidez, há a acumulação de reservas energéticas, principalmente,<br />

sob a forma de gordura, que serão utiliza<strong>da</strong>s durante o período <strong>da</strong><br />

amamentação, ocorrendo a per<strong>da</strong> ponderal após o parto. 5<br />

Depressão pós-parto<br />

É comum a mãe apresentar-se muito sensível após o parto, com choro<br />

fácil, impaciência, irritabili<strong>da</strong>de e dificul<strong>da</strong>de em cui<strong>da</strong>r do bebê. Tudo<br />

parece muito difícil e o cansaço é indescritível, apesar de muitas vezes<br />

estar cerca<strong>da</strong> de cui<strong>da</strong>dos em tempo integral pelos parentes afins ou<br />

profissionais especializados.<br />

Infelizmente, algumas mães, mesmo tendo to<strong>da</strong> a assistência necessária<br />

e sem ocorrência de nenhum fator externo, podem apresentar depressão<br />

pós-parto. Ela pode aparecer até 12 meses após o nascimento, mas é<br />

mais frequente por volta do 1º ao 4º mês. Os sintomas mais comuns são<br />

desânimo, ansie<strong>da</strong>de, fadiga, apatia, falta de alegria, excesso de cui<strong>da</strong>dos<br />

com o bebê, falta de apetite ou aumento excessivo do mesmo, insônia<br />

ou sono intenso, pensamentos e sensações inapropria<strong>da</strong>s ou estranhas.<br />

A depressão pós-parto leve (baby blues ou blues puerperal), em geral,<br />

é transitória e, se necessário, existem tratamentos seguros e eficazes<br />

para esta ocasião. Precisa-se admitir a possibili<strong>da</strong>de de estar depressiva<br />

e pedir aju<strong>da</strong>. A condição é considera<strong>da</strong> grave se durar mais de 72 horas<br />

ou se for associa<strong>da</strong> à falta de interesse pelo bebê, pensamentos suici<strong>da</strong>s<br />

ou homici<strong>da</strong>s, alucinações ou comportamentos alterados. Nesses casos<br />

a duração <strong>da</strong> crise é imprevisível e requer acompanhamento psiquiátrico<br />

e psicoterápico.<br />

do tempo. Se a dor for muito intensa e persistente, a equipe de saúde<br />

deve ser comunica<strong>da</strong>.<br />

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Alguns fatores podem corroborar com a depressão pós-parto:<br />

• existência de fases depressivas anteriores ou doenças psiquiátricas<br />

Relações sexuais<br />

Dirigir veículos<br />

• falta de suporte emocional, familiar e social;<br />

durante a gravidez;<br />

O retorno às ativi<strong>da</strong>des sexuais é recomen<strong>da</strong>do em torno de 40 dias após<br />

Assim que a mãe estiver fisicamente e emocionalmente bem, pode voltar<br />

• eventos de vi<strong>da</strong> negativos durante a gravidez ou próximos ao parto;<br />

• problemas pessoais e emocionais <strong>da</strong> mãe em relação à materni<strong>da</strong>de;<br />

• gravidez não planeja<strong>da</strong> ou não deseja<strong>da</strong>;<br />

• dificul<strong>da</strong>des conjugais;<br />

• existência de histórico de depressão em pessoas <strong>da</strong> família;<br />

• problemas <strong>da</strong> glândula tireoide e ataques de pânico após a gravidez.<br />

É importante que fique bem claro que depressão não é sinal de fraqueza<br />

de caráter e nem passará apenas com “pensamento positivo”. A pessoa<br />

com depressão precisa de aju<strong>da</strong>.<br />

o parto, (tempo adequado para a cicatrização do períneo, normalização<br />

do abdômen e dos hormônios femininos).<br />

Devemos lembrar que é comum, nos primeiros meses pós-parto, a<br />

redução do desejo sexual, devido à prolactina (hormônio produtor do<br />

leite) que também promove certa atrofia ou afinamento do epitélio<br />

vaginal durante o período <strong>da</strong> amamentação. Entretanto, este fato é<br />

facilmente contornável com o carinho e atenção do(a) parceiro(a). Após<br />

o parto é recomen<strong>da</strong>do que se inicie um método contraceptivo, como o<br />

a dirigir tranquilamente.<br />

Drenagem linfática<br />

A drenagem linfática manual reduz edemas, aumenta o grau de hidratação,<br />

aumenta a absorção de hematomas e equimoses, melhora o retorno <strong>da</strong><br />

sensibili<strong>da</strong>de em cirurgias, diminui a retenção de líquidos nos tecidos e<br />

produz um maior relaxamento à parturiente.<br />

DIU, pílula, injetável, entre outros. Sempre associar o uso <strong>da</strong> camisinha<br />

BABY BLUES<br />

Preocupação excessiva com a saúde do bebê<br />

DEPRESSÃO PÓS-PARTO<br />

Tristeza constante<br />

para potencializar o efeito contraceptivo e proteger de infecções<br />

sexualmente transmissíveis. 1 O intervalo entre uma gestação e outra<br />

deve ser de no mínimo dois anos, para total recuperação do organismo<br />

<strong>da</strong> mulher.⁶<br />

Retorno <strong>da</strong>s menstruações<br />

O retorno <strong>da</strong> menstruação ou de ciclos menstruais regulares é variável.<br />

Vai depender se a amamentação é exclusiva ou parcial e do método<br />

contraceptivo adotado pela mulher no pós-parto.<br />

Ansie<strong>da</strong>de<br />

Nervosismo<br />

Dificul<strong>da</strong>de de se concentrar<br />

Cansaço<br />

Dificul<strong>da</strong>de para dormir<br />

Choro sem motivo<br />

Sentimento de culpa<br />

Autoestima baixa<br />

Desânimo e cansaço extremo<br />

Pouco ou nenhum interesse pelo bebê<br />

Incapaci<strong>da</strong>de de cui<strong>da</strong>r de si mesma e do filho<br />

Medo de ficar sozinha<br />

Falta de apetite<br />

Ativi<strong>da</strong>des físicas<br />

Ativi<strong>da</strong>des físicas são de fun<strong>da</strong>mental importância no pós-parto e<br />

devolvem à mulher seu condicionamento físico e estético em um menor<br />

espaço de tempo. Recomen<strong>da</strong>-se exercícios leves com 15 dias para o<br />

parto vaginal e com 30 dias para a cesariana. Abdominais e exercícios<br />

mais pesados são recomen<strong>da</strong>dos com 60 dias para o parto vaginal e com<br />

60 a 90 dias para a cesariana, sempre acompanhados por profissional<br />

capacitado.<br />

Os outros filhos<br />

Não se esqueça de preparar os filhos mais velhos para a chega<strong>da</strong> de um<br />

novo(a) irmãozinho(a). As reações <strong>da</strong>s crianças podem ser imprevisíveis,<br />

variam <strong>da</strong>s boas-vin<strong>da</strong>s ao ciúme extremo. Para facilitar o processo de<br />

entrosamento entre eles, deixe seu filho participar de tudo, começando<br />

pelo pré-natal.<br />

Falta de prazeres nas ativi<strong>da</strong>des diárias<br />

Insônia<br />

/ 72 / / 73 /


ATENÇÃO!<br />

Comunique o médico em caso de:<br />

NO FINAL, TUDO DÁ CERTO<br />

• As informações são muitas, os cui<strong>da</strong>dos com o bebê exigem muita<br />

dedicação. A mu<strong>da</strong>nça na vi<strong>da</strong> familiar é radical, mas deve ser bem<br />

administra<strong>da</strong> com amor e união.<br />

• Sangramento exagerado;<br />

• Febre alta (≥ 38ºC);<br />

• Secreção vaginal de odor fétido;<br />

• Inchaço e/ou secreção nos pontos (<strong>da</strong><br />

episiotomia ou <strong>da</strong> cesárea);<br />

• Dor intensa nas mamas acompanha<strong>da</strong> de<br />

vermelhidão e febre.<br />

REFERÊNCIAS:<br />

1. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa. Protocolos <strong>da</strong> Atenção Básica : Saúde <strong>da</strong>s Mulheres [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2016 [acesso em 09 de março <strong>2021</strong>].<br />

Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_saude_mulheres.pdf<br />

2. Montenegro CAB, Filho JR. Rezende obstetrícia. 13 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2017.<br />

3. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde. Atenção à saúde do recém-nascido : guia para os profissionais de saúde [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2012 [acesso em 09 de março <strong>2021</strong>].<br />

Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_saude_recem_nascido_profissionais_v1.pdf<br />

4. Associação Portuguesa de Nutrição. Alimentação nos primeiros 1000 dias de vi<strong>da</strong>: um presente para o futuro. E-book n. 53. Porto: Associação Portuguesa de Nutrição; 2019.<br />

5. Guine RPF, Gomes AL. A Nutrição na Lactação Humana. Millenium [Internet]. 2015 [acesso em 09 de março <strong>2021</strong>]; 49. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/millenium/article/view/8082<br />

6. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde. Cadernos de Atenção Básica, n° 32: Atenção ao pré-natal de baixo risco [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2012 [acesso em 01 de março <strong>2021</strong>].<br />

Disponível em: http://189.28.128.100/<strong>da</strong>b/docs/portal<strong>da</strong>b/publicacoes/caderno_32.pdf<br />

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AMAMENTAÇÃO<br />

POR QUE AMAMENTAR?<br />

ocitocina, a mãe que amamenta está menos predisposta a hemorragias<br />

no período pós-parto, pois o útero contrai a ca<strong>da</strong> mama<strong>da</strong>, auxiliando o<br />

O medo, a insegurança e o estresse somados à técnica inadequa<strong>da</strong><br />

(posicionamento errado do bebê e pega incorreta do peito) podem<br />

A alimentação <strong>da</strong> criança tem repercussões ao longo de to<strong>da</strong> sua<br />

existência, desde o nascimento e nos primeiros anos de vi<strong>da</strong> e, por isso,<br />

deve ser acompanha<strong>da</strong> bem de perto, a fim de evitar <strong>da</strong>nos futuros.<br />

”O risco de morte por diarreia e doenças pulmonares, no primeiro<br />

ano de vi<strong>da</strong>, é muito menor nas crianças amamenta<strong>da</strong>s.”<br />

retorno ao seu tamanho original, além de proporcionar satisfação à mãe<br />

(hormônio do prazer).<br />

dificultar a saí<strong>da</strong> do leite. Se isso acontecer, fique confiante, mantenhase<br />

calma e busque o apoio de pessoas que a estimulem a manter a<br />

amamentação (Xô, desânimo!). No banco de leite humano existem<br />

Sabe-se que o leite materno é o primeiro e mais completo alimento.<br />

Sozinho, é capaz de nutrir adequa<strong>da</strong>mente o bebê até os 6 meses de<br />

i<strong>da</strong>de. To<strong>da</strong>s as vitaminas, proteínas, sais minerais e até mesmo a água<br />

estão presentes no leite na quanti<strong>da</strong>de exata. Assim, até os 6 meses de<br />

vi<strong>da</strong> não é necessário, além de ser potencialmente prejudicial, oferecer<br />

outro alimento ao seu bebê.<br />

Amamentar representa o mais nobre ato de carinho entre mãe e filho,<br />

estreitando o vínculo entre eles. E, amamentando, você estará oferecendo,<br />

além de afeto, saúde ao seu filho, pois, através do leite, ele recebe as<br />

chama<strong>da</strong>s “vacinas naturais”, ou seja, os anticorpos, que conferem<br />

proteção contra infecções, diminuem o risco de diarreia e alergias. A<br />

Nos primeiros dias, a produção de leite é aparentemente pequena, mas<br />

este leite inicial (colostro) tem alto valor nutritivo, e é suficiente para<br />

suprir as primeiras necessi<strong>da</strong>des do bebê. A desci<strong>da</strong> do leite (apojadura)<br />

geralmente ocorre por volta do 2º ou 3º dia pós-parto. Deixe seu bebê<br />

mamar sempre que quiser, sem estabelecer horários fixos ou duração<br />

<strong>da</strong>s mama<strong>da</strong>s. Ele saberá a hora de parar (isto se chama amamentar sobre<br />

livre deman<strong>da</strong>), <strong>da</strong> mesma forma, não há necessi<strong>da</strong>de de acor<strong>da</strong>r o bebê<br />

em intervalos fixos (a ca<strong>da</strong> 2 ou 3 horas), como muitos acreditam. O leite<br />

materno também é digerido com mais facili<strong>da</strong>de, logo, ele necessitará<br />

mamar mais vezes; mas isto não significa que seu leite é “fraco”. Quanto<br />

mais o bebê mama, mais leite você produz, pois a produção do leite é<br />

estimula<strong>da</strong> pela sucção que, por reflexo, libera hormônios que estimulam<br />

a produção (prolactina) e a ejeção (ocitocina) do leite. Por causa <strong>da</strong><br />

O bebê amamentado exclusivamente no peito tem ritmo intestinal muito<br />

variável. Os benefícios <strong>da</strong> amamentação são inúmeros, não apenas para o<br />

bebê, mas também para saúde <strong>da</strong> mulher. Amamentar reduz as chances<br />

de adquirir anemia, câncer de mama e ovário, previne a osteoporose,<br />

promove um retorno ao peso anterior à gravidez mais rapi<strong>da</strong>mente.<br />

To<strong>da</strong> mulher é capaz de amamentar, e ca<strong>da</strong> uma produz o leite adequado<br />

às necessi<strong>da</strong>des de seu bebê. Não existe leite fraco ou a possibili<strong>da</strong>de de<br />

não estar sustentando seu filho. Caso você tenha alguma dúvi<strong>da</strong> quanto<br />

a isso, vá ao banco de leite mais próximo <strong>da</strong> sua casa. O leite materno é<br />

o alimento mais completo, econômico, prático, pois já está pronto e na<br />

temperatura ideal para ser oferecido.<br />

profissionais experientes e habilitados para aju<strong>da</strong>r na amamentação. Se<br />

possível busque uma consultoria em amamentação.<br />

O seu bebê pode ser amamentado até os 2 anos de i<strong>da</strong>de ou<br />

mais! Mantenha-se calma, descanse nos intervalos e alimentese<br />

bem! Amamentar é doar-se!<br />

amamentação também aju<strong>da</strong> na prevenção <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de, <strong>da</strong>s cáries, do<br />

colesterol alto e permite o bom desenvolvimento <strong>da</strong> face, dentes e fala.<br />

/ 76 / / 77 /


ALGUMAS DICAS PARA O SUCESSO DA AMAMENTAÇÃO:<br />

• O bebê deve pegar bem o peito, abocanhando a aréola (parte<br />

escura em volta do bico). Não dê chupetas para seu bebê, pois pode<br />

TIPOS DE ALEITAMENTO MATERNO<br />

• Aleitamento materno complementado – quando a criança recebe,<br />

AMAMENTAÇÃO<br />

atrapalhar a pega e a sucção do leite.<br />

Assim, o aleitamento materno costuma ser classificado em:¹<br />

• Aleitamento materno exclusivo – quando a criança recebe somente<br />

leite materno, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas,<br />

sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos;<br />

além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semissólido com<br />

a finali<strong>da</strong>de de complementá-lo, e não de substituí-lo;<br />

• Aleitamento materno misto ou parcial – quando a criança recebe<br />

leite materno e outros tipos de leite.<br />

Amamentando, você dá a seu bebê uma melhor quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>.<br />

A amamentação é importante para o desenvolvimento do bebê e para<br />

sua relação com ele. Todo leite materno é forte, nutritivo e protege<br />

contra várias doenças. O colostro é o primeiro leite, tem cor amarela<strong>da</strong><br />

e é ideal para proteger o bebê nos primeiros dias.<br />

• Lave seu peito só com água, não passe sabonete nem poma<strong>da</strong> nas<br />

mamas. Fique sempre com o sutiã seco.<br />

• Em caso de rachaduras nos mamilos observe se a pega está correta<br />

e tente mu<strong>da</strong>r a posição de o bebê mamar.<br />

• É bom tomar sol nas mamas, de manhã ou à tarde. Aproveite para <strong>da</strong>r<br />

um banho de sol em seu bebê também. Ele deve ficar sem a roupinha,<br />

para que o sol bata diretamente em sua pele.<br />

• Aleitamento materno predominante – quando a criança recebe, além<br />

do leite materno, água ou bebi<strong>da</strong>s à base de água (água adocica<strong>da</strong>,<br />

chás, infusões), sucos de frutas e fluidos rituais;<br />

• Aleitamento materno – quando a criança recebe leite materno (direto<br />

<strong>da</strong> mama ou ordenhado), independentemente de receber ou não<br />

outros alimentos;<br />

Dica: quanto mais seu bebê mamar, mais leite você terá. Não coloque<br />

horário ou tempo certo para ca<strong>da</strong> mama<strong>da</strong>; seu bebê sabe quando e<br />

quanto necessita mamar. Deixe o bebê mamar até esvaziar uma mama,<br />

antes de passar para a outra. Caso não esvazie um peito numa mama<strong>da</strong>,<br />

retorne ao mesmo peito na mama<strong>da</strong> seguinte. Amamente o bebê sempre<br />

que ele quiser, não dê chá, água, mingau ou outro leite. Nos primeiros<br />

seis meses ele só precisa do leite materno.<br />

• Em caso de mamas muito cheias ou endureci<strong>da</strong>s, é necessário retirar<br />

o excesso de leite, o que promoverá alívio para você e facilitará a<br />

pega pelo bebê. Peça orientação ao profissional de saúde.<br />

• Se você produz mais leite do que seu bebê mama, pode ser uma<br />

doadora de leite materno. Verifique na Uni<strong>da</strong>de de Saúde se há posto<br />

de coleta ou Bando de Leite perto de sua casa e como você pode doar.<br />

• Em caso de problemas com a amamentação, procure orientação com<br />

os profissionais de Saúde, no Banco de Leite ou no posto de coleta<br />

Para que o bebê sugue bem o leite, encontre uma posição em que ele<br />

fique tranquilo e você relaxa<strong>da</strong> e confortável. Você pode amamentar<br />

deita<strong>da</strong>, senta<strong>da</strong> ou em qualquer posição boa para os dois.<br />

mais próximo.<br />

• Para mais informações sobre amamentação e cui<strong>da</strong>dos com o bebê,<br />

consulte <strong>da</strong> Caderneta <strong>da</strong> Criança.<br />

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COMO AMAMENTAR?<br />

• se o queixo está encostado na parte inferior <strong>da</strong> mama;<br />

A amamentação deve ocorrer na primeira hora após o parto, sempre<br />

• se a grande parte <strong>da</strong> aréola está coberta pelos lábios do bebê.<br />

que possível, ain<strong>da</strong> na sala de parto. Nesta primeira mama<strong>da</strong>, não é<br />

fun<strong>da</strong>mental que o bebê sugue, mas apenas que se estabeleça um<br />

contato pele a pele com a mãe.<br />

Ao final de ca<strong>da</strong> mama<strong>da</strong>, coloque o bebê para arrotar, ou seja, numa<br />

posição em que possa eliminar o ar que deglutiu durante a mama<strong>da</strong>.<br />

Nesse momento não é necessário <strong>da</strong>r batidinhas nas costa do bebê e<br />

PARA A MÃE:<br />

nem balançá-lo. Nem sempre vai ser possível escutar o barulho do<br />

VANTAGENS DA AMAMENTAÇÃO<br />

√ Aju<strong>da</strong> o útero a voltar ao tamanho normal mais<br />

rapi<strong>da</strong>mente.<br />

√ Reduz o risco de hemorragia e anemia após o<br />

Para as mama<strong>da</strong>s seguintes:<br />

• procure um lugar tranquilo e confortável. Se possível, o procedimento<br />

deve ser feito com as duas mamas expostas. Se a mama estiver muito<br />

"arroto", então lembre-se que o mais importante é mantê-lo em posição<br />

vertical por cerca de 10 minutos. Quando for colocar o bebê para dormir<br />

sempre posicione de barriguinha para cima (posição supina).²<br />

parto.<br />

cheia, realizar massagens circulares ao redor <strong>da</strong> aréola e <strong>da</strong> parte<br />

PARA O BEBÊ:<br />

√ É mais nutritivo e protege contra doenças,<br />

como infecção, alergias, asma e desnutrição.<br />

√ Fortalece o vínculo mãe e bebê.<br />

√ Favorece maior contato entre você e seu bebê.<br />

√ Aju<strong>da</strong> na redução mais rápi<strong>da</strong> de seu peso.<br />

√ Reduz o risco de câncer de mama no futuro.<br />

√ É mais econômico e higiênico: você só precisa<br />

lavar as mãos.<br />

√ É mais prático e seguro: o leite está sempre pronto<br />

periférica de ca<strong>da</strong> mama, segui<strong>da</strong>s de retira<strong>da</strong> manual (ordenha).<br />

Você verá seu leite gotejando.<br />

• retire as roupas do bebê, deixando-o só de fral<strong>da</strong>s e favorecendo o<br />

contato.<br />

• posicione o bebê no colo. Ele deve estar bem próximo de você,<br />

barriga com barriga, a boca do bebê de frente ao mamilo e sua cabeça<br />

apoia<strong>da</strong> na curva do braço, para que não faça extensão do pescoço<br />

DIFICULDADES NA AMAMENTAÇÃO<br />

Ingurgitamento mamário (mama muito cheia)<br />

• consiste na retenção de leite, causando aumento do tamanho <strong>da</strong>s<br />

mamas’ que ficam dolori<strong>da</strong>s. As mamas podem ficar avermelha<strong>da</strong>s,<br />

dificultando a pega do bebê e impedindo que o leite saia com<br />

facili<strong>da</strong>de. Deve-se observar se a pega está correta, e após massagear<br />

esvaziar as mamas. Pode ser utilizado compressas com água em<br />

√ Previne problemas dentários e respiratórios.<br />

e fresco, na temperatura certa, e não estraga.<br />

para trás (posicionamento correto).<br />

temperatura ambiente para alívio <strong>da</strong> dor.<br />

• toque o mamilo no lábio inferior do bebê, que abrirá a boca por<br />

Trauma mamilar (“fissuras”)<br />

reflexo. Ao abrir, a mãe deve introduzir a aréola (parte mais escura <strong>da</strong><br />

mama) na boca do bebê e não apenas o bico do peito.<br />

• geralmente os traumas devem-se à pega inadequa<strong>da</strong>, uso de cremes<br />

e poma<strong>da</strong>s, uso de protetores de mamilos e exposição prolonga<strong>da</strong><br />

Para verificar se o bebê pegou corretamente o peito, observe:<br />

à umi<strong>da</strong>de. Observe sempre se o bebê está sugando corretamente,<br />

• se a boca do bebê está com os lábios evertidos (como boquinha de<br />

peixe);<br />

deixe a aréola e os mamilos “pegarem ar” e/ou sol, evite antissépticos<br />

(álcool) e utilize o próprio leite como cicatrizante. Pode ser necessário<br />

uso de medicação para dor. Neste caso, procure orientação médica.<br />

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Mastite<br />

• usar sutiã com alças largas e firmes para alívio <strong>da</strong> dor e manutenção<br />

RETIRANDO E ARMAZENANDO O LEITE<br />

• se apenas uma coleta não foi suficiente para completar o volume do<br />

É a infecção <strong>da</strong> mama, cuja parte afeta<strong>da</strong> fica dolorosa, vermelha, incha<strong>da</strong><br />

e quente, com presença de febre (≥ 38 ºC), acompanha<strong>da</strong> de calafrios<br />

dos ductos (canais por onde flui o leite) em posição adequa<strong>da</strong>;<br />

• não usar produtos que retiram a proteção natural do mamilo;<br />

• para armazenar o leite, utilize um frasco de vidro com tampa de<br />

plástico;<br />

vidro, o leite coletado em outras oportuni<strong>da</strong>des poderá ser colocado<br />

diretamente sobre aquele que já está armazenado no congelador;<br />

e mal-estar. Comumente acomete apenas uma <strong>da</strong>s mamas. Se esses<br />

sintomas aparecerem, procure seu médico o mais rápido possível. Além<br />

dos cui<strong>da</strong>dos descritos acima, pode ser necessário uso de antibióticos<br />

e anti-inflamatórios (que devem ser utilizados conforme orientação<br />

médica).<br />

Candidíase (infecção por fungo)<br />

Costuma se manifestar com coceira, sensação de queimadura ou ardor e<br />

fisga<strong>da</strong>s nos mamilos, que persistem após as mama<strong>da</strong>s. É comum o bebê<br />

apresentar placas brancas na boca (sapinho).<br />

• manter os mamilos secos, trocando com frequência o sutiã quando<br />

há vazamento de leite;<br />

• evitar o uso contínuo de protetores de mamilos;<br />

• evitar intermediários que se usam acoplados ao mamilo, durante a<br />

amamentação, esses acessórios atrapalham a amamentação, pois se<br />

assemelham a mamadeira/chupeta, e confundem o bebê quanto aos<br />

movimentos necessários para mamar.<br />

• passar o próprio leite nos mamilos se estes estiverem doloridos ou<br />

machucados;<br />

• ferva os vidros e as tampas em uma panela, cobrindo todo o vidro com<br />

água, por mais ou menos 15 minutos (a partir do início <strong>da</strong> fervura);<br />

• deixe-os escorrer em pano limpo até secar. Evite tocá-los na parte<br />

interna;<br />

• o método ideal para a retira<strong>da</strong> do leite é o manual;<br />

• pren<strong>da</strong> os cabelos;<br />

• lave mãos e braços até o cotovelo com água e sabão;<br />

• lave o peito apenas com água;<br />

• Após terminar a ordenha, fechar bem o vidro, anotar a <strong>da</strong>ta em que<br />

iniciou a coleta e guar<strong>da</strong>r o vidro imediatamente no congelador por<br />

até 15 dias;<br />

• Na hora de alimentar o bebê, aquecer o leite congelado em banhomaria.<br />

Desligue o fogo quando a água do banho-maria começar a<br />

ferver;<br />

• O leite descongelado pode ser conservado na geladeira, na prateleira<br />

superior (não na porta), por 12 horas;<br />

Mãe e filho devem ser adequa<strong>da</strong>mente tratados com antifúngicos<br />

prescritos por um médico.<br />

• tomar sol nas mamas.<br />

• seque as mãos e mamas com toalha limpa;<br />

• evite conversas, tosse ou espirros durante a retira<strong>da</strong> do leite (através<br />

AMAMENTAÇÃO X MEDICAMENTOS<br />

Os medicamentos podem ser transferidos aos bebês por meio do leite,<br />

do ar, as gotículas podem contaminar o leite);<br />

logo, mães em amamentação devem evitar o uso de medicamentos,<br />

Cui<strong>da</strong>dos com as mamas para prevenir intercorrências <strong>da</strong> amamentação:<br />

• iniciar amamentação o mais cedo possível (na sala de parto);<br />

• amamentar com técnica correta;<br />

• amamentar com frequência, em livre deman<strong>da</strong>, ou seja, sem horários<br />

pré-estabelecidos e pelo tempo que o bebê desejar, para evitar que<br />

as mamas fiquem pesa<strong>da</strong>s e muito cheias;<br />

• se a aréola estiver tensa, massagear e ordenhar, manualmente, um<br />

pouco de leite antes <strong>da</strong> mama<strong>da</strong>, para facilitar a pega;<br />

TODA MULHER TEM DIREITO A TRABALHAR,<br />

ESTUDAR, PASSEAR E CONTINUAR AMAMENTANDO.<br />

A mãe que trabalha, estu<strong>da</strong>, ou que, por qualquer outro<br />

motivo, tenha que se afastar momentaneamente do seu filho,<br />

pode e deve oferecer ao bebê seu próprio leite ordenhado e<br />

armazenado. Neste caso, o leite deve ser oferecido em copinho.<br />

Evitar, ao máximo, o uso de mamadeiras ou chuquinhas, porque<br />

elas interferem na sucção do bebê e causam “confusão de bicos”.<br />

• massageie o peito com movimentos circulares para facilitar a saí<strong>da</strong><br />

do leite;<br />

• coloque o polegar e o indicador na linha que divide a aréola do<br />

restante do peito (não no mamilo) e aperte suavemente um dedo<br />

contra o outro, em movimentos repetidos. O leite inicialmente sairá<br />

em gotas e logo após em pequenos jatos;<br />

• despreze os primeiros jatos;<br />

• colete, em ca<strong>da</strong> vidro, apenas o volume a ser utilizado em 24 horas;<br />

exceto os estritamente necessários. Deve ser avalia<strong>da</strong> a necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

terapia medicamentosa. Consulte sempre seu pediatra e/ou obstetra para<br />

que a opção seja por uma medicação já estu<strong>da</strong><strong>da</strong>, pouco excreta<strong>da</strong> pelo<br />

leite materno, ou que não tenha risco aparente para a saúde <strong>da</strong> criança.<br />

A amamentação deverá ser interrompi<strong>da</strong> ou desencoraja<strong>da</strong> se a droga<br />

for comprova<strong>da</strong>mente nociva para o bebê e não existir outra opção. As<br />

vantagens do aleitamento materno são enormes, enquanto os riscos <strong>da</strong><br />

grande maioria dos medicamentos são mínimos. Siga as orientações<br />

médicas!⁴<br />

/ 82 / / 83 /


Condições clínicas que são contraindicação do aleitamento materno:<br />

que confirmar a gravidez a até cinco meses após o parto. Isso não significa<br />

MITOS SOBRE A AMAMENTAÇÃO<br />

• Infecção por HIV<br />

• Infecção pelo HTLV (vírus linfotrópico humano de células T)<br />

• Uso drogas ilícitas: anfetaminas, cocaína, crack, fenciclidina, heroína,<br />

inalantes, LSD, maconha e haxixe<br />

que ela não pode ser demiti<strong>da</strong> em hipótese alguma. Caso cometa ato<br />

que seja considerado falta grave (improbi<strong>da</strong>de, incontinência de conduta,<br />

mau procedimento, negociação habitual, condenação criminal, desídia,<br />

violação de segredo <strong>da</strong> empresa, entre outros) pode ser dispensa<strong>da</strong> por<br />

justa causa.<br />

Os mitos sobre a amamentação podem minar tanto a confiança <strong>da</strong>s mães<br />

como o apoio que elas recebem.<br />

Os mais comuns são:<br />

“Uma vez interrompi<strong>da</strong>, a amamentação não pode ser retoma<strong>da</strong>”<br />

Com uma técnica adequa<strong>da</strong> de relactação e apoio, é possível aju<strong>da</strong>r<br />

as mães e seus bebês a reiniciarem a amamentação, mesmo após a<br />

mu<strong>da</strong>nça para a fórmula infantil. Isto, às vezes, é vital em uma emergência.<br />

• Em tratamento quimioterápico e radioterápico<br />

Obs: Drogas considera<strong>da</strong>s lícitas, como: tabaco e álcool, devem ser<br />

evita<strong>da</strong>s durante a amamentação. 3<br />

DIREITOS DA GESTANTE NO TRABALHO<br />

Licença-materni<strong>da</strong>de<br />

Art. 70, inc. XVIII <strong>da</strong> Constituição Federal de 1988: a mulher tem direito a<br />

120 dias de licença-materni<strong>da</strong>de, a partir do 8º mês de gestação ou pósparto,<br />

com o pagamento de seu salário.<br />

Ambiente de trabalho <strong>da</strong> gestante<br />

CLT: Art. 392- É garantido à emprega<strong>da</strong>, durante a gravidez, sem prejuízo<br />

do salário e demais direitos: I - transferência de função, quando as<br />

condições de saúde o exigirem, assegura<strong>da</strong> a retoma<strong>da</strong> <strong>da</strong> função<br />

anteriormente exerci<strong>da</strong>, logo após o retorno ao trabalho. Reforma<br />

trabalhista- ADI 5938: Não e permitido o trabalho de mulheres gravi<strong>da</strong>s<br />

em ambientes considerados insalubres.<br />

Direitos do pai<br />

“Estresse faz o leite secar”<br />

As situações de ansie<strong>da</strong>de podem gerar alterações fisiológicas. O<br />

extremo estresse ou o medo podem fazer com que o leite pare de fluir<br />

momentaneamente. Mas essas reações são, geralmente, temporárias.<br />

A mulher que amamenta, também produz hormônios que reduzem a<br />

tensão <strong>da</strong> nutriz e acalmam a mãe e o bebê, criando um elo amoroso.<br />

“Mães desnutri<strong>da</strong>s não conseguem amamentar”<br />

Os alimentos devem ser <strong>da</strong>dos às mães lactantes de modo que elas<br />

possam alimentar seus bebês e também manter o vigor para cui<strong>da</strong>r <strong>da</strong>s<br />

“Seios pequenos produzem pouco leite”<br />

Tamanho não é documento. Seios grandes e pequenos produzem a<br />

mesma quanti<strong>da</strong>de de leite.<br />

“Leite materno é fraco e deixa o bebê com fome”<br />

Não existe leite materno fraco. Ao contrário, o leite materno é o melhor<br />

para o bebê, por ser mais adequado, de fácil digestão e apresentar alto<br />

valor nutricional.<br />

Direito a amamentar durante a jorna<strong>da</strong> de trabalho<br />

Art. 396 <strong>da</strong> CLT: a mulher tem direito a dois descansos especiais, de meia<br />

hora ca<strong>da</strong>, durante sua jorna<strong>da</strong> de trabalho, para amamentar seu filho até<br />

6 meses de i<strong>da</strong>de.<br />

Estabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> gestante no emprego<br />

Art. 391 a 400 – CLT: a mulher não pode ser demiti<strong>da</strong> a partir do dia em<br />

Art. 70, XIX, <strong>da</strong>s Disposições Transitórias, <strong>da</strong> Constituição Federal de<br />

1998: o trabalhador tem direito a cinco dias de licença paterni<strong>da</strong>de,<br />

contados a partir do nascimento de seu filho.<br />

CLT: Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço<br />

sem prejuízo do salário: X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas<br />

médicas e exames complementares durante o período de gravidez de<br />

sua esposa ou companheira; XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar<br />

filho de até 6 (seis) anos em consulta médica.<br />

crianças mais velhas <strong>da</strong> família. No caso de uma má nutrição, o uso de<br />

alimentos suplementares durante a amamentação pode assegurar um<br />

aumento na produção de leite materno.<br />

“Bebês com diarreia necessitam de água ou chá”<br />

Como o leite materno (LM) é constituído por aproxima<strong>da</strong>mente 90% de<br />

água, bebês que são amamentados exclusivamente com ele e estão com<br />

diarreia, normalmente, não necessitam de líquidos adicionais, tais como<br />

água com açúcar ou chá.<br />

“Canjica, cerveja preta, água inglesa e outros alimentos aumentam a<br />

produção de leite.”<br />

Alimentação saudável e boa hidratação, acompanha<strong>da</strong>s por um<br />

profissional de saúde, são as principais dicas para aumentar a quanti<strong>da</strong>de<br />

de leite. Outro fator importante é deixar o bebê sugar à vontade.<br />

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“Seios inflamados impedem a amamentação”<br />

Ao contrário, deve-se <strong>da</strong>r de mamar mais vezes para o peito não<br />

“empedrar” e aju<strong>da</strong>r a desinflamar.<br />

“Mãe com alguma infecção não pode amamentar”<br />

Poucas infecções ou medicamentos impedem o aleitamento materno.<br />

Na maioria dos casos, é necessário apenas pequenos cui<strong>da</strong>dos e uma<br />

consulta com um profissional de saúde.<br />

AMAMENTAÇÃO<br />

A amamentação é extremamente importante para manter a<br />

quali<strong>da</strong>de do vínculo emocional entre mãe e filho e continuar<br />

protegendo a criança de organismos externos que possam<br />

causar algumas infecções e processos alérgicos.<br />

REFERÊNCIAS:<br />

1. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde. Cadernos de Atenção Básica, n° 33: Saúde <strong>da</strong> criança : crescimento e desenvolvimento [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde;<br />

2012 [acesso em 09 de março <strong>2021</strong>]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_crescimento_desenvolvimento.pdf<br />

2. American Academy of Pediatrics. SIDS and Other Sleep-Related Infant Deaths: Up<strong>da</strong>ted 2016 Recommen<strong>da</strong>tions for a Safe Infant Sleeping Environment. Pediatrics [Internet]. 2010 [cited 2020 mar 10]; 138 (5).<br />

Available from: https://pediatrics.aappublications.org/content/pediatrics/138/5/e20162938.full.pdf<br />

3. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa. Protocolos <strong>da</strong> Atenção Básica : Saúde <strong>da</strong>s Mulheres [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2016 [acesso em 09 de março <strong>2021</strong>].<br />

Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_saude_mulheres.pdf<br />

4. Chaves RG, Lamounier JA. Saiba mais sobre: Uso de drogas e Aleitamento Materno. Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Pediatria. [Internet]. 2012 [acesso em 09 de março <strong>2021</strong>].<br />

Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2012/12/Saiba-mais-sobre-Uso-de-drogas-e-Aleitamento-Materno.pdf<br />

/ 86 /


Recomen<strong>da</strong>ções de cardápio alimentar<br />

Sugestão de cardápio com 2150 cal para nutriz com média de peso de<br />

63 kg e altura 1,60 m.<br />

NUTRIÇÃO DURANTE<br />

A AMAMENTAÇÃO<br />

A lactação é a fase de maior deman<strong>da</strong> energética do período reprodutivo<br />

humano. As necessi<strong>da</strong>des nutricionais do recém-nascido e <strong>da</strong> nutriz são<br />

maiores do que durante a gestação, pois em 4 meses o bebê dobra o<br />

peso acumulado ao longo de nove meses de gravidez.<br />

Para a adequa<strong>da</strong> produção do leite materno, é importante aumentar o<br />

consumo de calorias (aproxima<strong>da</strong>mente 500 Kcal) acima do habitual,<br />

bem como de líquidos, incluindo água, sucos naturais, água de coco etc.<br />

Vale ressaltar a importância de uma alimentação saudável e equilibra<strong>da</strong>.<br />

Necessi<strong>da</strong>des nutricionais até o 6º mês de amamentação<br />

Tabela 1 - Necessi<strong>da</strong>des nutricionais <strong>da</strong> lactante que teve adequado<br />

ganho de peso durante a gestação.<br />

Energia e nutrientes<br />

Até 6 meses<br />

Energia (kcal) + 500<br />

Proteína (g)<br />

+ 16 g<br />

Vitamina A (µg) 1200 a 1300*<br />

Ácido ascórbico (mg) 115 a 120*<br />

Cálcio (mg) 1000 a 1300<br />

Fósforo (mg) 700 a 1250*<br />

Iodo (µg) 290<br />

Refeição<br />

Café <strong>da</strong> Manhã<br />

Refeição<br />

Almoço<br />

*A critério médico<br />

Alimento<br />

- Laticínios* - leite ou iogurte ou queijo magro<br />

(frescal ou ricota): 1/2 porção, inicialmente.<br />

(Sugestão 1: 1/2 copo de leite desnatado ou 1 fatia<br />

pequena de queijo ou 1/2 pote de iogurte)<br />

- Pão (ou substitutos): 1 porção<br />

(Sugestão 2: 1 pão francês ou 4 torra<strong>da</strong>s ou 4<br />

uni<strong>da</strong>des de bolacha água e sal ou 6 uni<strong>da</strong>des de<br />

biscoito maisena)<br />

- Margarina light: 1 colher de chá rasa<br />

- Fruta ou suco de fruta: 1 porção<br />

(Sugestão 3: 1 copo de suco de fruta ou 1 banana<br />

ou 1 maçã ou 1 laranja <strong>da</strong> ilha ou 1 pera)<br />

Alimento<br />

- Carnes magras, como o frango (retirar a pele antes <strong>da</strong><br />

cocção): 1 porção<br />

(Sugestão: 1 uni<strong>da</strong>de média de bife grelhado ou 1<br />

uni<strong>da</strong>de média de peito de frango ou 3 e 1/2 colheres<br />

de sopa de carne moí<strong>da</strong>)<br />

Refeição<br />

Lanche Matinal (colação)<br />

Almoço<br />

Refeição<br />

Jantar<br />

Ceia<br />

Alimento<br />

- Fruta ou suco de fruta - 1 porção (Sugestão 3)<br />

- Pão 1/2 porção (observar os substitutos)<br />

(Sugestão: 2 uni<strong>da</strong>des de bolacha água e sal ou 2<br />

torra<strong>da</strong>s ou 3 uni<strong>da</strong>des de biscoito maisena)<br />

- Verduras e legumes cozidos, consumir todos os<br />

dias (aproxima<strong>da</strong>mente 4 colheres de sopa)<br />

- Arroz ou massas: 3 porções<br />

(Sugestão: 6 colheres de sopa de arroz ou 4<br />

colheres de sopa de arroz + 2 colheres de sopa de<br />

purê de batata)<br />

- Feijão: 1 porção<br />

(Sugestão: 2 colheres de sopa de feijão, inicialmente<br />

priorizar apenas o caldo de feijão)<br />

Alimento<br />

- O mesmo que no almoço, porém de fácil digestão,<br />

evitando frituras e carnes gordurosas.<br />

- Suco de fruta: 1 copo<br />

- Bolachas sem recheio: 1 porção (Sugestão 2)<br />

Ferro (mg) 10 a 15*<br />

- Sobremesa: 1 porção de fruta (Sugestão 3)<br />

Zinco (mg) 12 a 14*<br />

*Quanti<strong>da</strong>de varia conforme a faixa etária. Fonte: Carmo MGT, et al, 2002.<br />

Lanche <strong>da</strong> tarde<br />

- Bolachas ou torra<strong>da</strong>s: 1 porção (Sugestão 2)<br />

- Leite*: 1/2 porção inicialmente (Sugestão 1)<br />

- Fruta ou suco: 1 porção (Sugestão 3)<br />

Observação: lembramos que este cardápio é apenas um modelo. Para<br />

obter um cardápio personalizado, ajustado para as suas necessi<strong>da</strong>des,<br />

procure o atendimento com o(a) nutricionista.<br />

*A critério médico<br />

/ 88 / / 89 /


RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS<br />

A alimentação equilibra<strong>da</strong> durante a lactação garante a produçãoe a<br />

composição do leite materno. Deve-se:<br />

• ingerir em maior quanti<strong>da</strong>de alimentos fontes de vitamina A e C;<br />

- vitamina A: fígado, carne, gema, leite etc.<br />

- betacaroteno: vegetais e frutas de cor verde-escuro e amarelo<br />

alaranjado.<br />

- vitamina C: kiwi, mamão, laranja <strong>da</strong> ilha, caju, goiaba, brócolis etc.<br />

• ingerir em maior quanti<strong>da</strong>de alimentos fontes de cálcio e ferro;<br />

- cálcio: leite, queijo e vegetais folhosos.<br />

- ferro: fígado e carnes.<br />

• não fazer dietas restritivas, objetivando per<strong>da</strong> de peso, pois pode<br />

afetar a produção láctea. A amamentação favorece a mobilização<br />

natural <strong>da</strong> reserva adiposa acumula<strong>da</strong> durante a gravidez;<br />

• realizar ativi<strong>da</strong>des físicas com orientação médica;<br />

• aumentar a ingestão de líquidos (água e sucos naturais) para, no<br />

mínimo, 2 litros ao dia (quanti<strong>da</strong>de recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> pela Organização<br />

Mundial de Saúde);<br />

• restringir o uso de alimentos alergênicos:<br />

- baixa alergenici<strong>da</strong>de: abóbora, abobrinha, banana cozi<strong>da</strong>, cenoura<br />

cozi<strong>da</strong>, chuchu, melancia, óleo de oliva, maçã cozi<strong>da</strong>, mamão maduro,<br />

tapioca e frango;<br />

- média alergenici<strong>da</strong>de: agrião, alface, batata, mandioca, óleos vegetais,<br />

repolho, abacate, limão, maracujá, carne de vaca, café, aveia, feijão, soja e<br />

arroz;<br />

- alta alergenici<strong>da</strong>de: abacaxi, coco, trigo, manga, casca <strong>da</strong> maçã, alho,<br />

cebola, tomate, leite e derivados, peixe e frutos do mar, clara de ovo,<br />

amendoim, ervilha, chocolate, milho e carne de porco.<br />

• evitar o uso de bebi<strong>da</strong>s que contenham cafeína (café, chá mate,<br />

refrigerantes à base de cola);<br />

• evitar alimentos gordurosos, frituras e preparações concentra<strong>da</strong>s em<br />

carboidratos simples, como: doces, balas, refrigerantes, entre outros;<br />

• aumentar o número de refeições ao dia, porém, em menor quanti<strong>da</strong>de<br />

(6 refeições: desjejum, colação, almoço, lanche <strong>da</strong> tarde, jantar e<br />

ceia,de 3 em 3 horas);<br />

• preferir alimentos em preparações simples: assados, cozidos,<br />

ensopados, grelhados;<br />

• aumentar a ingestão de vegetais e frutas;<br />

• evitar o uso exagerado de óleo, azeite em sala<strong>da</strong>s e maionese, pois<br />

são ricos em calorias. Preferir vinagre, cheiro-verde, salsa, ervas e<br />

molhos, como iogurte light. Ao utilizar alimentos energéticos, como<br />

macarrão, batatas ou farinhas nas grandes refeições (almoço e jantar),<br />

reduzira quanti<strong>da</strong>de de arroz na mesma proporção;<br />

• evitar o consumo de bebi<strong>da</strong>s alcoólicas, pois podem interferirno<br />

reflexo de ejeção láctea;<br />

Observação: há falta de evidências científicas que confirmema associação<br />

entre o álcool e o benefício <strong>da</strong> produção de leite;<br />

• evitar a automedicação.<br />

REFERÊNCIAS:<br />

1. Hospital Universitário <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal <strong>da</strong> Grande Dourados. Manual de Normas e Rotinas de Aleitamento Materno do HU-UFGD/EBSERH [Internet]. Dourados: Ministério <strong>da</strong> Educação; 2019 [acesso em 09<br />

de março <strong>2021</strong>]. Disponível em: http://www2.ebserh.gov.br/documents/16692/3913225/Anexo+Portaria+22+-+GAS+-+manual+de+Aleitamento+Materno.pdf/474cca5c-5bca-45d7-9404-466568935778<br />

2. BRASIL. Decreto-Lei Nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s Leis do Trabalho. Diário Oficial <strong>da</strong> União: 9.8.1943. 7943 mai 1. Legislação Federal.<br />

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CUIDADOS COM O BEBÊ<br />

No alojamento conjunto, será o momento em que a mãe e filho<br />

intensificarão seu relacionamento. Mesmo sendo gerado dentro <strong>da</strong> mãe<br />

e apresentado a ela na sala de parto, é no quarto <strong>da</strong> materni<strong>da</strong>de que se<br />

iniciam os cui<strong>da</strong>dos individuais do bebê e se restabelece a amamentação.<br />

São momentos de importante contato físico para ambos, já que, desde o<br />

período fetal, o bebê já possui os cinco sentidos.<br />

Tato: quando o bebê nasce, sua pele é sensível a qualquer toque. Por<br />

mais leve que seja, o cérebro irá registrar este ato.<br />

Olfato: no útero, ele sente o cheiro do líquido amniótico. Quando nasce,<br />

nos primeiros dias, ele sabe identificar o cheiro <strong>da</strong> mãe.<br />

Audição: desde a segun<strong>da</strong> metade <strong>da</strong> gestação, o feto ouve sons e, ao<br />

nascer, já reconhece a voz materna.<br />

Pala<strong>da</strong>r: as papilas gustativas <strong>da</strong> língua são forma<strong>da</strong>s a partir <strong>da</strong> sétima<br />

semana de gestação. Ao nascer, o bebê está apto para reconhecer sabores.<br />

Visão: é o sentido menos desenvolvido. Ao nascer, o bebê vê apenas<br />

vultos a mais ou menos 20 cm de distância. Leva de dois a três meses<br />

para ter noção de profundi<strong>da</strong>de. A percepção total <strong>da</strong>s cores ocorre até o<br />

sétimo mês de vi<strong>da</strong> extrauterina.<br />

O bebê é um ser com sentidos e emoções e necessita ser estimulado para<br />

seu desenvolvimento, com carinho e segurança, pela mãe e familiares<br />

desde o início de sua vi<strong>da</strong> e durante sua infância.<br />

VACINAÇÃO – DIREITO DA CRIANÇA, DEVER DOS PAIS/CUIDADORES<br />

É de fun<strong>da</strong>mental importância que pais/mães/responsáveis levem as<br />

crianças aos postos de saúde para serem vacina<strong>da</strong>s, de acordo com o<br />

Calendário Nacional de Vacinação, mantendo os cartões de vacinas<br />

sempre atualizados, pois somente com a conclusão do esquema vacinal<br />

é que as crianças estarão protegi<strong>da</strong>s. O Calendário Nacional de de<br />

Vacinação traz os nomes de to<strong>da</strong>s as vacinas que seu(sua) filho(a) precisa<br />

tomar para ficar protegido(a) contra doenças 1 .<br />

/ 93 /


CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO SBIm CRIANÇA<br />

Recomen<strong>da</strong>ções <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Imunizações (SBIm) – 2020/<strong>2021</strong><br />

0


QUANDO O BEBÊ VAI PARA CASA<br />

Hoje, existem 5 testes recomen<strong>da</strong>dos pelos pediatras:<br />

Durante o período de gestação, a mãe se prepara para a chega<strong>da</strong> de seu<br />

bebê, o enxoval, o nome, a materni<strong>da</strong>de. Depois que o bebê nasce, sai<br />

do hospital e chega em casa, mil dúvi<strong>da</strong>s aparecem. Será que eu sei <strong>da</strong>r<br />

banho? Meu leite está sustentando o meu bebê? O que fazer quando<br />

ele chora? Será cólica? São tantas perguntas, e tão pouca experiência,<br />

principalmente para os pais de primeira vez.<br />

Quando devo ir para o pediatra?<br />

A primeira consulta deve ser feita, no maximo, até o 7º dia de vi<strong>da</strong>,<br />

geralmente 3 a 5 dias após alta hospitalar. Se tudo estiver bem, as<br />

próximas consultas serão mensais até o 6º mês de vi<strong>da</strong>, e uma visita a<br />

ca<strong>da</strong> dois meses, a partir dos sete meses do bebê. Para as crianças com<br />

dois anos ou mais, o ideal é uma consulta a ca<strong>da</strong> três meses. A quanti<strong>da</strong>de<br />

de visitas ao pediatra depende <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de <strong>da</strong> criança e <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des<br />

específicas para ca<strong>da</strong> caso.<br />

• Teste do pezinho: é um exame laboratorial simples que tem o objetivo<br />

de detectar precocemente doenças metabólicas, genéticas e/ou<br />

infecciosas, como hipotireoidismo, anemia falciforme, fenilcetonúria<br />

etc. Existem três tipos de teste: Básico, Ampliado e Plus. Converse<br />

com o seu pediatra para saber qual o mais indicado. O exame deve<br />

ser realizado na primeira semana pós-parto, de preferência entre o<br />

3º e 7º dia.<br />

• Teste do olhinho ou teste do reflexo vermelho: o teste é feito em uma<br />

sala escureci<strong>da</strong>, onde o médico ilumina o olho do recém-nascido com<br />

um feixe de luz. Pode ser feito por um pediatra, ain<strong>da</strong> na materni<strong>da</strong>de.<br />

Permite o diagnóstico precoce de catarata, glaucoma congênito,<br />

opaci<strong>da</strong>des de córnea, tumores, inflamações ou hemorragias.<br />

• Teste <strong>da</strong> orelhinha: também conhecido como “Triagem Auditiva<br />

• Teste do coraçãozinho: também denominado de oximetria<br />

de pulso, é um exame simples, indolor e rápido. É importante<br />

para o diagnóstico precoce de cardiopatia congênita crítica.<br />

O teste já é obrigatório em alguns estados do Brasil,<br />

porém ain<strong>da</strong> não há uma legislação federal específica.<br />

• Teste <strong>da</strong> linguinha: O teste <strong>da</strong> linguinha é um exame padronizado<br />

que tem como objetivo diagnosticar e indicar o tratamento precoce<br />

<strong>da</strong>s limitações dos movimentos <strong>da</strong> língua causa<strong>da</strong>s pela língua presa,<br />

que podem comprometer as funções de sugar, engolir, mastigar e<br />

falar. De acordo com a Lei nº 13.002/2014 é obrigatória a realização<br />

do protocolo de avaliação do frênulo <strong>da</strong> língua em bebês em todos<br />

os hospitais e materni<strong>da</strong>des do Brasil. O teste é simples, basta elevar<br />

a língua do bebê para verificar o frênulo. E deve ser feito o mais<br />

precoce possível.<br />

SINAIS E SINTOMAS DE ALERTA<br />

Soluços, espirros e obstrução, o que fazer?<br />

• Soluços, são sintomas muito comuns nos primeiros anos de vi<strong>da</strong>.<br />

Costumam ocorrer em duas situações: após as mama<strong>da</strong>s, quando o<br />

bebê está de “barriga” cheia. Neste caso, é só esperar o esvaziamento<br />

do estômago, que é rápido quando o bebê mama só no peito; quando<br />

o bebê está com frio, após o banho ou com a fral<strong>da</strong> molha<strong>da</strong>. Neste<br />

caso, é só trocá-lo e o problema estará resolvido;<br />

• espirros são bastante comuns e as narinas do recém-nascido são<br />

bem pequenininhas. Os espirros ocorrem frequentemente e não<br />

devem ser atribuídos a resfriados. Qualquer coisa afeta a mucosa<br />

do nariz do bebê: ar quente, ar frio, perfumes, roupa recém-lava<strong>da</strong><br />

podem causar esses espirros;<br />

Neonatal”, é um exame importante para detectar se o recém-<br />

Realização dos testes de triagem<br />

São exames realizados com o objetivo de detectar doenças, antes que se<br />

manifestem, para prevenir complicações e/ou iniciar o tratamento o mais<br />

nascido tem problemas de audição. Recomen<strong>da</strong>-se que o exame<br />

seja realizado na materni<strong>da</strong>de, antes <strong>da</strong> alta hospitalar. O teste <strong>da</strong><br />

orelhinha é rápido, indolor, não tem contraindicação e, geralmente, é<br />

feito com o bebê dormindo. Pode ser realizado por fonoaudiólogo ou<br />

• Obstrução nasal, é um sintoma muito comum na infância podendo<br />

levar a dificul<strong>da</strong>de na respiração e na alimentação. Portanto, qualquer<br />

quanti<strong>da</strong>de de secreção, por mínima que seja, pode resultar em uma<br />

obstrução. Por isto, é muito importante a higiene, mesmo quando não<br />

precoce possível.<br />

otorrinolaringologista.<br />

/ 96 / / 97 /


estão obstruí<strong>da</strong>s. Em caso de obstrução nasal, utilize para limpeza a<br />

Febre<br />

O que fazer?<br />

solução fisiológica 0,9%. Colocar a quanti<strong>da</strong>de de meio a um contagotas<br />

em ca<strong>da</strong> narina sempre que necessário. Não use aspirador<br />

nasal, pois este aumenta muito a chance de contaminação <strong>da</strong>s vias<br />

aéreas superiores.<br />

Febre é defini<strong>da</strong> como uma elevação <strong>da</strong> temperatura corpórea em<br />

resposta a uma varie<strong>da</strong>de de estímulos, media<strong>da</strong> e controla<strong>da</strong> pelo<br />

centro termorregulador localizado no sistemanervoso central (SNC). O<br />

conceito de febre é firmado para temperatura axilar acima de 37,8ºC.²<br />

Obs: evite o excesso de roupas, principalmente nos dias quentes para não<br />

aumentar a temperature corporal <strong>da</strong> criança, evitando falso diagnostico<br />

de febre.<br />

Sapinho (Monilíase ou Candidiase Oral)<br />

Cólicas<br />

É o sintoma que mais incomo<strong>da</strong> os pais. A cólica geralmente está<br />

associa<strong>da</strong> a um choro inexplicável durante os 3 primeiros meses de vi<strong>da</strong>.<br />

Os bebês que apresentam cólicas são bem alimentados, sadios e felizes<br />

entre as crises. O choro pode ocorrer varias vezes ao dia.<br />

• Mantenha a calma, pois a ansie<strong>da</strong>de dos pais pode ser percebi<strong>da</strong> pelo<br />

bebê;<br />

• Segure o bebê no colo encostando a barriga dele contra o seu corpo;<br />

• Caminhe com ele, a fim de acalmá-lo. Ou leve-o para um ambiente<br />

tranquilo;<br />

• Caso não dê certo, coloque o bebê virado de barriga para cima e faça<br />

movimentos leves do umbigo para baixo, para estimular a liberação<br />

dos gases intestinais. Também é possível flexionar as pernas contra<br />

o abdome;<br />

É uma doença provoca<strong>da</strong> por fungos, pode ser transmiti<strong>da</strong> pelas mãos<br />

Sinais de cólica:<br />

• Deite-o de bruços e massageie suavemente suas costas, como forma<br />

ou por objetos contaminados. O fungo atinge a língua e a parte interna<br />

• o bebê chora sem parar;<br />

de ajudá-lo a liberar os gases;<br />

<strong>da</strong> boca, formando um conjunto de pontos brancos que impedem a<br />

alimentação normal do bebê, por ser dolorosa. Portanto, previna-se:<br />

• Mantenha a higiene perfeita dos seios, mãos e objetos do bebê;<br />

• Busque auxílio de um pediatra para o tratamento;<br />

• Sempre lave as mãos antes de amamentar.<br />

• ele se contorce e flexiona as perninhas na direção do abdômen;<br />

• a barriga fica endureci<strong>da</strong>;<br />

• a criança solta gases;<br />

• o rosto fica avermelhado;<br />

• as mãos ficam com os punhos fechados;<br />

• Enrole o bebê em um pano aquecido. Essa prática aju<strong>da</strong> a resgatar a<br />

memória <strong>da</strong> barriga <strong>da</strong> mãe.<br />

“Algumas mu<strong>da</strong>nças na alimentação <strong>da</strong> mãe podem ser necessárias,<br />

assim como uso de medicações específicas, por isso, converse com o<br />

seu pediatra”<br />

• a expressão do rosto é de dor e sofrimento.<br />

/ 98 / / 99 /


As fezes do bebê<br />

Como prevenir:<br />

Conjuntivite<br />

Nos casos mais leves o pediatra pode recomen<strong>da</strong>r que o bebê fique<br />

Observe a cor <strong>da</strong>s fezes do bebê. As fezes dos primeiros dias costumam<br />

ser escuras, ficando amarela<strong>da</strong>s durante a primeira semana de vi<strong>da</strong>.<br />

• A ca<strong>da</strong> troca de fral<strong>da</strong>, certifique-se de que to<strong>da</strong> a área foi bem<br />

higieniza<strong>da</strong> e seque em segui<strong>da</strong> (sem esfregar, <strong>da</strong>ndo pequeno<br />

Existem várias causas para este sintoma. A mais frequente causa devese<br />

ao método de credeização (colírio a base de nitrato de prata), para<br />

exposto ao sol diariamente, de manhã, quando o sol ain<strong>da</strong> está fraco,<br />

sempre antes <strong>da</strong>s 9 horas e depois <strong>da</strong>s 17 horas.<br />

Podem também ser líqui<strong>da</strong>s e, às vezes, esverdea<strong>da</strong>s. Se a criança está<br />

toques);<br />

a prevenção <strong>da</strong> conjuntivite gonocócica, que geralmente é feita ao<br />

bem, isso não é diarreia.<br />

• Aumente a frequência <strong>da</strong> troca de fral<strong>da</strong>s, de forma que o bebê não<br />

nascimento.<br />

Brotoeja<br />

Assaduras<br />

As assaduras podem ser provoca<strong>da</strong>s por:<br />

• Higiene inadequa<strong>da</strong>: as fral<strong>da</strong>s não são troca<strong>da</strong>s na frequência<br />

necessária ou a região não está sendo limpa adequa<strong>da</strong>mente após<br />

ca<strong>da</strong> troca;<br />

• Alergia a algum produto existente na composição <strong>da</strong> fral<strong>da</strong> descartável<br />

e utilizar lenço umedecido. Se o bebê estiver com assadura, deixe-o<br />

sem fral<strong>da</strong>s o maior tempo possível, evite o uso de calça plástica e<br />

não utilize lenço umedecido para higiene, apenas água. Não use talco<br />

para evitar sufocação do bebê.<br />

passe muito tempo com a fral<strong>da</strong> molha<strong>da</strong> ou suja, mesmo que ele<br />

não esteja reclamando;<br />

• Evitar usar lenços umedecidos, limpe o bebê com pano ou algodão<br />

umedecido.<br />

• Todos os dias, deixar o bebê ficar sem fral<strong>da</strong> por um tempo.<br />

• Não use talco, para evitar sufocação do bebê<br />

A urina<br />

Nos primeiros dias de vi<strong>da</strong>, a urina do bebê pode se apresentar avermelha<strong>da</strong><br />

ou alaranja<strong>da</strong>, isto é, devido a um tipo especial de cristais chamado<br />

oxalato, mas, se persistir, comunique o pediatra. Observe a quanti<strong>da</strong>de<br />

que o bebê esta urinando. Se estiver mamando adequa<strong>da</strong>mente, terá que<br />

fazer bastante xixi.<br />

Pode-se ter uma conjuntivite bacteriana lacrimal, que é nos dois olhos, e<br />

o tratamento consiste no uso de colírios com antibiótico sob prescrição<br />

médica.<br />

O bebê está amarelo, é “Icterícia”?<br />

Icterícia neonatal surge quando a pele, os olhos e as mucosas do corpo<br />

ficam amarelados, devido ao excesso de bilirrubina no sangue. A principal<br />

causa de icterícia no bebê é a icterícia fisiológica, que surge devido à<br />

incapaci<strong>da</strong>de do fígado de metabolizar e eliminar a bilirrubina, por estar<br />

ain<strong>da</strong> pouco desenvolvido. Geralmente, não é uma causa preocupante, e<br />

o tratamento é feito com fototerapia.<br />

A fototerapia é feita com a colocação do bebê num pequeno bercinho onde<br />

fica completamente nu, usando somente fral<strong>da</strong>, ficando exposto a uma<br />

luz especial. Enquanto o bebê estiver exposto a esta luz fluorescente ele<br />

É uma erupção cutânea forma<strong>da</strong> por pequenas lesões vermelhas ou <strong>da</strong><br />

cor <strong>da</strong> pele relaciona<strong>da</strong>s ao calor. A brotoeja em bebês é muito comum,<br />

costuma surgir a partir <strong>da</strong> primeira semana de vi<strong>da</strong>. Ela é conheci<strong>da</strong>,<br />

também, pelo nome popular <strong>da</strong> miliária - uma dermatite inflamatória<br />

causa<strong>da</strong> pela obstrução <strong>da</strong>s glândulas sudoríparas, o que impedes a<br />

saí<strong>da</strong> do suor.<br />

Em geral, as brotoejas surgem em bebê e criança, no tronco, pescoço,<br />

axilas e dobras de pele, sob forma de pequenas bolhas de água. A aparência<br />

<strong>da</strong> brotoeja é muito semelhante a de espinhas, porém as bolhas tendem<br />

a coçar. Ambiente fresco e ventilado aju<strong>da</strong>m no desaparecimento dessas<br />

lesões. Se não houver melhora procure avaliação do pediatra.<br />

deve permanecer com os olhos ven<strong>da</strong>dos com uma máscara protetora.<br />

/ 100 / / 101 /


CUIDADOS COM A SAÚDE DA CRIANÇA<br />

PREPARAMOS ALGUMAS RESPOSTAS PARA AS PERGUNTAS MAIS<br />

FREQUENTES.<br />

SINAIS DE PERIGO<br />

Os sinais de perigo variam com a i<strong>da</strong>de e indicam que a criança pode<br />

estar com uma doença grave.<br />

• Temperatura do corpo baixa, menor ou igual a 35,5ºC.<br />

• Febre – temperatura maior ou igual a 37,8ºC.<br />

• Pus saindo <strong>da</strong> orelha.<br />

Roupas do bebê:<br />

As roupas do bebê devem ser macias, confortáveis e lava<strong>da</strong>s<br />

separa<strong>da</strong>mente <strong>da</strong>s demais roupas <strong>da</strong> família. Precisam também ser bem<br />

enxagua<strong>da</strong>s, para retirar todo o resíduo de detergente que possa causar<br />

Passo 3<br />

• Cor amarela<strong>da</strong> <strong>da</strong> pele (icterícia), atingindo os braços e as pernas do<br />

irritação na pele, e passa<strong>da</strong>s até mesmo do lado avesso.<br />

Você deve procurar IMEDIATAMENTE o serviço de saúde mais próximo<br />

de sua casa quando observar algum dos seguintes sinais de perigo:<br />

• Está muito “molinha” e “caidinha” – movimentando-se menos que<br />

o normal.<br />

• Está muito sonolenta, com dificul<strong>da</strong>de para acor<strong>da</strong>r.<br />

bebê.<br />

• Urina escura.<br />

• Fezes claras. Observe a cor <strong>da</strong>s fezes <strong>da</strong> criança usando a escala de<br />

cores abaixo. Se a cor <strong>da</strong>s fezes for suspeita, procure com urgência o<br />

serviço de saúde.<br />

Cuide com o excesso de roupas, o recém-nascido possui extremi<strong>da</strong>des<br />

não tão quentinhas, como o pé, mão e nariz, portanto, é comum que essas<br />

regiões sejam mais frias que outras. A criança sente a mesma sensação<br />

térmica que o adulto, por isso, avalie o calor ou o frio pela nuca.<br />

Passo 1<br />

• Convulsão (ataque) ou per<strong>da</strong> de consciência.<br />

Como <strong>da</strong>r o banho no bebê?<br />

• Dificul<strong>da</strong>de ou cansaço para respirar ou respiração rápi<strong>da</strong>.<br />

O banho do bebê segue algumas regras:<br />

• Não consegue mamar.<br />

• deixe tudo pronto antecipa<strong>da</strong>mente: o sabonete (deve ser neutro),<br />

• Vomita tudo o que ingere.<br />

a toalha (deve ser macia), as fral<strong>da</strong>s e roupinhas (devem estar bem<br />

• Umbigo com vermelhidão ao redor ou com secreção malcheirosa.<br />

limpas);<br />

FEZES NORMAIS<br />

FEZES SUSPEITAS<br />

Passo 2<br />

• verifique a temperatura <strong>da</strong> água, experimentando-a na região anterior<br />

do antebraço e sentindo que está confortável. O nível <strong>da</strong> água <strong>da</strong><br />

banheira deve atingir a altura do umbigo do bebê;<br />

• tire a roupinha do bebê, envolva-o em uma toalha, principalmente<br />

nos primeiros meses e especialmente se estiver frio, sente-se<br />

próximo à banheira, lave o rosto e a cabecinha (não use sabonete no<br />

seu rostinho), não se esqueça de proteger os ouvidos do bebê com o<br />

polegar e indicador (de acordo com a imagem do passo 1 ). Assim você<br />

se sentirá segura de estar lavando cabeça e rosto com água limpa.<br />

Enxugue e retire a toalha;<br />

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• segure-o com seu braço esquerdo, passando pelas costas do bebê e<br />

pren<strong>da</strong>-o firmemente embaixo do braço esquerdo dele. Desse modo,<br />

a cabecinha fica inteiramente apoia<strong>da</strong> no seu antebraço, e o bebê se<br />

sentirá seguro. A sua mão direita vai aju<strong>da</strong>r a segurar o bebê para<br />

colocá-lo na água;<br />

• mergulhe-o delica<strong>da</strong>mente na água. Com a mão direita você poderá<br />

banhá-lo com facili<strong>da</strong>de. Se você for canhota, troque para a mão<br />

esquer<strong>da</strong>;<br />

Como fazer a higiene dos órgãos genitais?<br />

A pele do genital dos meninos não deve ser força<strong>da</strong>, pois existe a “fimose”<br />

fisiológica que pode se resolver espontaneamente até o final do primeiro<br />

ano. Quanto às meninas, a mãe deve limpar as dobrinhas <strong>da</strong> vulva e entre<br />

os pequenos lábios, sempre <strong>da</strong> frente para trás, na direção do ânus.<br />

• retire-o <strong>da</strong> água e envolva-o na toalha. Seque cui<strong>da</strong>dosamente to<strong>da</strong>s<br />

as dobrinhas. O uso do talco é desaconselhável;<br />

Quais são os cui<strong>da</strong>dos com o coto umbilical?<br />

• seque bem o umbigo e aplique álcool 70% com auxílio de uma gaze<br />

ou algodão, com cui<strong>da</strong>do para que a substância não entre em contato<br />

com a região genital do bebê. Não use faixas, nem curativos fechados;<br />

• vista o bebê com roupas que sejam confortáveis e não pren<strong>da</strong>m seus<br />

bracinhos ou perninhas. O bebê gosta de se movimentar.<br />

O uso de shampoo e colônias é recomendável?<br />

Nos primeiros meses (até 6 meses), não é recomen<strong>da</strong>do o uso de talco,<br />

shampoo ou colônia para higiene do bebê, pois podem desencadear<br />

alergias.<br />

Quando devo cortar as unhas do bebê?<br />

As unhas devem ser corta<strong>da</strong>s sempre que estiverem grandes. Para<br />

facilitar, pode apará-las quando o bebê estiver dormindo logo após<br />

o banho, pois as unhas ficam molinhas. A tesoura deve ser de ponta<br />

arredon<strong>da</strong><strong>da</strong> e própria para bebê.<br />

Higiene bucal<br />

Realize diariamente a higiene bucal de seu bebê para evitar a criação de<br />

ambiente favorecido às bactérias. Envolva seu dedo indicador em uma<br />

gaze limpa e umedeci<strong>da</strong> em água filtra<strong>da</strong>. Remova a película forma<strong>da</strong> pelo<br />

leite ou por outros alimentos <strong>da</strong>s gengivas <strong>da</strong> criança, com movimentos<br />

circulares em to<strong>da</strong> a superfície <strong>da</strong> boquinha, não se esqueça de limpar a<br />

língua.<br />

Banho de sol em recém-nascido e sua importância<br />

Uma rotina prazerosa e saudável na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> nova mamãe é a do banho<br />

de sol em recém-nascido. O sol estimula a produção de vitamina<br />

D, que já é ti<strong>da</strong> como um pró-hormônio para muitos médicos e,<br />

quando em quanti<strong>da</strong>des ideais, apresenta inúmeras vantagens, como:<br />

desenvolvimento e fortalecimento dos ossos, prevenção de icterícia, etc.<br />

Fique de olho no horário <strong>da</strong> exposição- O tempo recomen<strong>da</strong>do é de 5 a<br />

10 minutos diários. To<strong>da</strong>via, não é em qualquer momento que a criança<br />

pode ficar exposta, sua pele ain<strong>da</strong> é frágil. Os horários mais apropriados<br />

são antes <strong>da</strong>s 9h <strong>da</strong> manhã ou após as 17h, pois o sol não está tão forte<br />

nem emitindo tantos raios ultravioleta. Nos horários entre 11h e 15h, a<br />

radiação UVB pode ser prejudicial não só às crianças, mas também aos<br />

adultos. Retire o excesso de roupas, cobrir todo o bebê com roupas não é<br />

tão eficaz para ele absorver os raios solares.<br />

Mude o bebê de posição, não se esqueça <strong>da</strong>s costas, por exemplo.<br />

Controle o tempo, mu<strong>da</strong>ndo o recém-nascido de posição, para que ele<br />

pegue sol em ca<strong>da</strong> parte do seu corpo. Vá retirando suas roupas aos<br />

A limpeza do coto umbilical deve ser feita, exclusivamente, com algodão<br />

ou gaze embebido em solução de álcool 70%. O umbigo não dói, pois não<br />

há nenhuma terminação nervosa.<br />

O coto umbilical deve ficar arejado para uma melhor cicatrização. A<br />

que<strong>da</strong> do coto umbilical acontece por volta do 7º ao 14º dia de vi<strong>da</strong>. A<br />

ca<strong>da</strong> troca de fral<strong>da</strong> é necessário fazer a limpeza do coto umbilical.<br />

A presença de secreção amarela<strong>da</strong>, com mau cheiro, purulenta no umbigo,<br />

ou de vermelhidão ao seu redor, sugere infecção. Neste caso, a criança<br />

deve ser vista imediatamente por profissional de saúde.<br />

poucos.<br />

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Soninho do Bebê<br />

No início <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, o bebê dorme bastante. Para garantir um bom sono, é<br />

importante que ele durma em lugar tranquilo, arejado e limpo. O bebê<br />

nunca deve dormir de barriga para baixo (de bruços). Recomen<strong>da</strong>se que<br />

ele durma de barriga para cima. Cuide para que a boca e o nariz não fiquem<br />

cobertos. Para aquecê-lo, é preferível agasalhá-lo com mais roupas do<br />

que cobri-lo com muitas cobertas.²<br />

Embora alguns bebês consigam dormir à noite inteira já aos 2 meses,<br />

muitos não chegam a esse marco até os 5 ou 6 meses de i<strong>da</strong>de e, às<br />

vezes, até mais tarde.<br />

Veja algumas ideias para aju<strong>da</strong>r seu filho a se preparar para uma boa<br />

noite de sono:<br />

Apren<strong>da</strong> os sinais que indicam cansaço.<br />

Nas primeiras seis a oito semanas de vi<strong>da</strong>, o bebê não consegue ficar<br />

acor<strong>da</strong>do por mais de duas horas por vez. Se você esperar muito mais<br />

que isso para colocá-lo para dormir, ele estará cansado demais e não vai<br />

conseguir adormecer com facili<strong>da</strong>de, por incrível que pareça.<br />

Preste atenção aos sinais de cansaço. Ele está esfregando os olhos?<br />

Não para de mexer na orelha? Está mais irritado? Se você notar essas<br />

indicações é o momento do soninho.<br />

Ensine a diferença entre dia e noite<br />

Alguns bebês são mais notívagos (algo que você pode até ter percebido<br />

durante a gravidez) e estarão com to<strong>da</strong> a energia do mundo bem quando<br />

você se prepara para pegar no sono. Nos primeiros dias, não há muito<br />

o que se fazer quanto a isso. Mas, quando o bebê tiver por volta de 2<br />

semanas, você pode começar a fazê-lo distinguir o dia <strong>da</strong> noite.<br />

Deixe que o bebê adormeça por conta própria.<br />

Quando ele tiver com 6 a 8 semanas, tente deixar o bebê adormecer<br />

sozinho. Coloque-o no berço quando ele parecer cansado, mas ain<strong>da</strong><br />

acor<strong>da</strong>do.<br />

Para estabelecer um padrão de sono, é importante seguir a mesma rotina<br />

de dormir todos os dias. Por exemplo, <strong>da</strong>r o banho, cantar/contar uma<br />

história, <strong>da</strong>r de mamar. Sempre tenha alguém para revezar nos cui<strong>da</strong>dos<br />

do bebê. Atenção: a única ação que ninguém pode fazer por você é<br />

amamentar, então não se sobrecarregue, trabalhe essa divisão de tarefas<br />

com sua rede de apoio.<br />

O bebê já enxerga?<br />

O bebê nasce com o sistema visual prontinho, porém imaturo. Com um<br />

mês enxerga vultos, não distingue cores e percebe poucos contrastes.<br />

No segundo mês, distingue melhor as cores e associa a visão com ruídos.<br />

No sexto mês, a visão é praticamente igual a do adulto. A cor dos olhos<br />

só será defini<strong>da</strong> aos 8 meses, pois ao nascer a cor é um pouco mais clara<br />

que a definitiva. Até o sexto mês existe um estrabismo fisiológico.<br />

/ 106 / / 107 /


Regurgitação<br />

Meu bebê assusta, é normal?<br />

Regurgitação é quando o bebê devolve uma pequena quanti<strong>da</strong>de de leite<br />

após as mama<strong>da</strong>s. A regurgitação pode ter várias causas, a mais comum<br />

é ingestão de gazes devido à maneira como o bebê pega o peito, o ideal<br />

é colocar to<strong>da</strong> a aréola na boca, evitando a ingestão excessiva de ar, que<br />

provoca a regurgitação.<br />

Esse susto é Reflexo de Moro ou do Abraço. Sua presença traduz<br />

imaturi<strong>da</strong>de normal ao recém-nascido. Tremores ou abalos musculares<br />

isolados durante o sono são normais. Se forem constantes ou repetitivos,<br />

é melhor investigar.<br />

O que são aquelas manchas escuras nas nádegas e costas do bebê?<br />

Também chama<strong>da</strong>s de mancha mongólica, são frequentes e mais comuns<br />

em crianças de pele escura ou amarela. Começam a desaparecer depois<br />

do 1º aniversário e desaparecem totalmente na i<strong>da</strong>de escolar.<br />

O bebê apresenta um estufamento (como uma bola de ar) no umbigo,<br />

principalmente quando chora.<br />

Geralmente é a hérnia umbilical. Não é perigosa nem dolori<strong>da</strong> e<br />

desaparece, na maioria dos casos, após o 1º ano de vi<strong>da</strong>.<br />

É sempre bom colocar o bebê para arrotar após as mama<strong>da</strong>s.<br />

Outra causa de vômito é o Refluxo Gastro Esofágico (RGE). O RGE ocorre<br />

quando a “válvula” que existe na entra<strong>da</strong> do estômago não funciona,<br />

pemitindo que o alimento retorne do estômago para o esôfago, podendo<br />

fazer com que a criança fique mais irrita<strong>da</strong>, não ganhe peso e tenha<br />

problemas respiratórios de repetição, que podem ser corrigidos. O<br />

Eu observei uma mancha vermelha de sangue no branco dos olhos, isto<br />

é perigoso?<br />

Não. É causa<strong>da</strong> pela pressão exerci<strong>da</strong> durante o trabalho de parto e<br />

desaparece espontaneamente em poucos dias.<br />

Meu recém-nascido parece estar com cravinhos, isto é normal?<br />

Sim. É o que chama “milium”. Aparecem na ponta do nariz e no queixo e<br />

são causados pela secreção de sebo por glândulas <strong>da</strong> pele. Desaparecem<br />

em 2 ou 3 semanas.<br />

Um testículo parece bem maior que o outro<br />

Geralmente trata-se de hidrocele, um acúmulo de líquido em volta do<br />

testículo. Vai desaparecer lentamente. Se, no entanto, o inchaço do<br />

testículo aparece de repente ou aumenta com o choro, pode ser uma<br />

hérnia inguinal. Leve-o ao pediatra.<br />

pediatra fará o diagnóstico e as devi<strong>da</strong>s orientações.<br />

O que são aquelas manchas vermelhas conheci<strong>da</strong>s como “pica<strong>da</strong>s <strong>da</strong><br />

cegonha”?<br />

As mamas do bebê estão incha<strong>da</strong>s e às vezes até sai um pouco de leite<br />

(que o povo chama de “leite de bruxa”). Devo apertar?<br />

São marcas de nascimento (hemangiomas) localiza<strong>da</strong>s na raiz (acima) do<br />

nariz, na parte inferior central <strong>da</strong> testa, atrás <strong>da</strong> cabeça (occipital) e nuca.<br />

A maioria desaparece em meses ou 1 ano.<br />

De maneira alguma! Isso é devido aos hormônios que passam <strong>da</strong> mãe para<br />

o recém-nascido, estimulando o crescimento mamário, e desaparece nas<br />

primeiras semanas ou meses. Se você tentar apertar pode infeccionar.<br />

/ 108 / / 109 /


GANHO DE PESO, COMPRIMENTO (C) / ESTATURA (E) E PERÍMETRO<br />

CEFÁLICO (PC) SEGUNDO A FAIXA ETÁRIA<br />

VIGIANDO<br />

O CRESCIMENTO<br />

DA CRIANÇA<br />

IDADE<br />

GANHO DE<br />

PESO DIÁRIO (g)<br />

GANHO DE PESO<br />

MENSAL (g)<br />

AUMENTO DE<br />

C/E (cm/mês)<br />

AUMENTO DE<br />

PC (cm/mês)<br />

0-3 meses 30 880 3,5 2,00<br />

• A criança cresce, ganha peso e altura, ao mesmo tempo em que se<br />

3-6 meses 20 550 2,0 1,00<br />

desenvolve. A melhor maneira de ver se a criança está crescendo<br />

É importante para a mãe que suas dúvi<strong>da</strong>s sejam sempre esclareci<strong>da</strong>s.<br />

Se as dúvi<strong>da</strong>s puderem esperar a próxima consulta, anote-as e faça uma<br />

lista. Se não, ligue para seu médico(a).<br />

6-9 meses 15 440 1,5 0,50<br />

9-12 meses 12 390 1,2 0,50<br />

1-3 anos 8 240 1,0 0,25<br />

4-9 anos 6 180 4-6 cm/ano 1 cm/ano<br />

bem é acompanhando o seu peso e sua altura.<br />

• Verifique, em ca<strong>da</strong> consulta, se o profissional de saúde anotou o<br />

peso e a altura <strong>da</strong> criança na ficha de vigilância do crescimento e se<br />

registrou esses <strong>da</strong>dos nos gráficos.<br />

DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA ATÉ 2 ANOS<br />

O acompanhamento do desenvolvimento <strong>da</strong> criança com o profissional<br />

MONITORIZAÇÃO DO CRESCIMENTO DA CRIANÇA<br />

O crescimento é um processo complexo que integra desde a vi<strong>da</strong><br />

intrauterina fatores hormonais, genéticos e nutricionais, influenciados<br />

pelos ambientes socioeconômico e emocional. O acompanhamento<br />

do processo de crescimento, com a realização de medi<strong>da</strong>s de peso,<br />

comprimento/estatura e perímetro cefálico, de maneira regular e<br />

sistemática, permite a detecção precoce, prevenção e definição de<br />

situação de risco. Os registros do peso, do comprimento, bem como do<br />

perímetro cefálico <strong>da</strong> criança, aferidos nos gráficos de crescimento, são<br />

recomendáveis em to<strong>da</strong>s as consultas, para crianças de risco ou não, até<br />

os 2 anos de i<strong>da</strong>de. Entre os 2 e os 10 anos de i<strong>da</strong>de, deve-se aferir o peso<br />

e a altura e registrá-los no gráfico nas consultas realiza<strong>da</strong>s.<br />

VELOCIDADE DE CRESCIMENTO ANUAL DA INFÂNCIA<br />

IDADE<br />

Até 1 ano<br />

Primeiro semestre<br />

Segundo semestre<br />

CRESCIMENTO (cm/ano)<br />

1-2 anos 12-13<br />

2-3 anos 8<br />

3-4 anos 7<br />

4-9 anos 4-6<br />

fonte: Pediatria Ambulatorial: <strong>da</strong> Teoria à Prática, Socie<strong>da</strong>de de<br />

Pediatria de São Paulo, 2016<br />

25<br />

15<br />

10<br />

• É muito importante que você saiba como a criança está crescendo.<br />

Se tiver dúvi<strong>da</strong>s sobre seu crescimento, solicite esclarecimentos ao<br />

profissional de saúde.<br />

• Uma boa alimentação e a prevenção de doenças por meio de vacinação<br />

são importantes para o bom crescimento <strong>da</strong> criança. O afeto dos<br />

pais e de outras pessoas que cui<strong>da</strong>m <strong>da</strong> criança e os cui<strong>da</strong>dos com a<br />

higiene também são muito importantes.<br />

• O bebê que nasce com baixo peso (menos de 2.500g) é um bebê<br />

que necessita de maiores cui<strong>da</strong>dos. Ele deve ter o crescimento<br />

acompanhado com mais frequência até atingir o peso e a altura<br />

adequados para a i<strong>da</strong>de.<br />

de saúde, objetiva sua promoção, proteção e a detecção precoce de<br />

alterações passíveis de modificação que possam repercutir em sua<br />

vi<strong>da</strong> futura. A criança deve atravessar ca<strong>da</strong> estádio de desenvolvimento<br />

segundo uma sequência regular, ou seja, os estádios de desenvolvimento<br />

cognitivo são sequenciais. A identificação de problemas neste processo<br />

é fun<strong>da</strong>mental para maiores cui<strong>da</strong>dos com a saúde <strong>da</strong> criança.³<br />

A evolução <strong>da</strong> criança com alterações do desenvolvimento depende, em<br />

grande parte, do momento <strong>da</strong> detecção e do início <strong>da</strong> intervenção. Se<br />

ela não for estimula<strong>da</strong> ou motiva<strong>da</strong> no devido momento, não conseguirá<br />

superar o atraso do seu desenvolvimento. Portanto, são de relevância<br />

o diagnóstico e o acompanhamento do desenvolvimento <strong>da</strong>s crianças,<br />

com a avaliação de habili<strong>da</strong>des motoras, de comunicação, de interação<br />

social e cognitivas nas consultas.³<br />

/ 110 / / 111 /


Entre 1 e 2 meses:<br />

Em torno de 2 meses<br />

Entre 2 e 3 meses<br />

Entre 2 e 4 meses:<br />

Aos 4 meses:<br />

Entre 4 a 6 meses:<br />

Em torno dos 6 meses:<br />

Entre 6 e 8 meses<br />

Entre 6 e 9 meses<br />

A partir do 7º mês:<br />

Em torno do 10º mês:<br />

Entre 1 ano e 1 ano e 6 meses:<br />

Entre 1 ano e 6 meses a 2 anos:<br />

Em torno dos 2 anos:<br />

DESENVOLVIMENTO DO REFLEXO INFANTIL<br />

Predomínio do tônus flexor, assimetria postural e preensão reflexa;<br />

Apoio plantar, sucção e preensão palmar;<br />

Reflexo cutâneo plantar: obtido pelo estímulo <strong>da</strong> porção lateral do pé;<br />

Reflexo de Moro: medido pelo procedimento de segurar a criança pelas mãos e liberar bruscamente seus braços;<br />

Reflexo tônico-cervical: rotação <strong>da</strong> cabeça para um lado, com consequente extensão do membro superior e inferior do lado facial e flexão dos membros contralaterais;<br />

Melhor percepção de um rosto.<br />

Ampliação do seu campo de visão (o bebê visualiza e segue objetos com o olhar).<br />

Sorriso social.<br />

Bebê fica de bruços, levanta a cabeça e os ombros.<br />

Preensão voluntária <strong>da</strong>s mãos.<br />

O bebê vira a cabeça na direção de uma voz ou de um objeto sonoro.<br />

Inicia-se a noção de “permanência do objeto<br />

O bebê apresenta reações a pessoas estranhas.<br />

O bebê arrasta-se, engatinha<br />

O bebê senta-se sem apoio.<br />

O bebê fica em pé sem apoio.<br />

O bebê an<strong>da</strong> sozinho.<br />

O bebê corre ou sobe degraus baixos.<br />

O bebê reconhece-se no espelho e começa a brincar de faz de conta (ativi<strong>da</strong>de que deve ser estimula<strong>da</strong>, pois auxilia<br />

no desenvolvimento cognitivo e emocional, aju<strong>da</strong>ndo a criança a li<strong>da</strong>r com ansie<strong>da</strong>des e conflitos e a elaborar regras sociais)<br />

0 aos 4 meses<br />

DESENVOLVIMENTO AUDITIVO INFANTIL<br />

Comunica-se com o meio por variações na entonação do choro e dos sonzinhos que emite. Chora, emite alguns sons e dá gargalha<strong>da</strong>s. Sorri quando alguém fala de<br />

frente para ela. Quando exposta a sons muito fortes, a criança pode ter algumas reações: se assustar, acor<strong>da</strong>r, acelerar ou interromper a mama<strong>da</strong>, piscar os olhos. Reage<br />

inconsistentemente aos sons familiares (voz dos pais, sons do cotidiano).<br />

4 aos 7 meses Reconhece a voz <strong>da</strong> mãe e localiza os sons lateralmente<br />

7 aos 9 meses Consegue demonstrar reações de agrado ou desagrado ao som que ouve. Localiza a fonte sonora para os lados diretamente e para baixo indiretamente<br />

9 aos 13 meses Localiza os sons para os lados e para baixo rapi<strong>da</strong>mente. Compreende comandos verbais mais simples, como: “dá tchau”, “man<strong>da</strong> beijo”.<br />

13 aos 16 meses Localiza os sons para os lados, para baixo e para cima. Começa a compreender e responder a comandos verbais mais complexos: “Cadê a mamãe? “Cadê o papai?”<br />

Acima de 16 meses<br />

1 a 3 meses<br />

Localiza diretamente os sons em to<strong>da</strong>s as direções. Compreende ordens ou perguntas relaciona<strong>da</strong>s às partes do corpo, como: “Cadê o pé?”, “Cadê a mão?<br />

DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM INFANTIL<br />

Comunica-se com o meio por variações na entonação do choro e dos sonzinhos que emite. Chora, emite alguns sons e dá gargalha<strong>da</strong>s.<br />

Sorri quando alguém fala de frente para ela.<br />

4 a 6 meses Grita, emite alguns sons num ritmo como se conversasse. Presta atenção enquanto alguém está falando e vocaliza.<br />

7 a 11 meses Emite alguns sons, repete palavras simples, bate palmas, aponta o que quer e dá tchau.<br />

12 meses<br />

Fala as primeiras palavras e imita a ação de outras pessoas. Aumenta a interação verbal por meio de balbucio e palavras simples. Identifica o próprio<br />

nome quando é chama<strong>da</strong>. Entende ordens simples como “dá tchau”, “bata palmas”.<br />

18 meses Forma frases curtas com 2 ou 3 palavras.<br />

2 anos Seu vocabulário tem cerca de 300 palavras. Compreende e emite frases simples. Pergunta nome e funções.<br />

Moura .P , et al Boone,D e Plante,E. (1994)-Comunicação humana e seus hábitos<br />

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REFERÊNCIAS:<br />

1. 1. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde. Caderneta de Saúde <strong>da</strong> Criança 11ª edição [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2017 [acesso em 10 de março <strong>2021</strong>].<br />

Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_crianca_menino_11ed.pdf<br />

2. Socie<strong>da</strong>de de Pediatria de São Paulo. Recomen<strong>da</strong>ções: Atualização de Condutas em Pediatria [Internet]. São Paulo: Socie<strong>da</strong>de de Pediatria de São Paulo; 2019 [acesso em 10 de março <strong>2021</strong>].<br />

Disponível em: https://www.spsp.org.br/site/asp/recomen<strong>da</strong>coes/Rec87_2.pdf<br />

3. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde. Cadernos de Atenção Básica, n° 33: Saúde <strong>da</strong> criança : crescimento e desenvolvimento [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2012 [acesso em 09 de<br />

março <strong>2021</strong>]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_crescimento_desenvolvimento.pdf<br />

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PREVENÇÃO DE ACIDENTES<br />

Como evitar engasgos<br />

Apresentamos a seguir as principais causas de acidentes na infância,<br />

• O bebê deve ser acomo<strong>da</strong>do em um colchão firme, preso ao berço,<br />

SEGURANÇA<br />

DO BEBÊ<br />

A segurança dos bebês e <strong>da</strong>s crianças deve ser considera<strong>da</strong> uma<br />

priori<strong>da</strong>de. O perfil <strong>da</strong> família atual é dos pais que trabalham fora e deixa<br />

a criança em creches, berçários, com babás, vizinhos ou familiares ou<br />

até mesmo com outras crianças, o que pode facilitar acidentes e atos de<br />

violência.<br />

A chega<strong>da</strong> do bebê deve vir acompanha<strong>da</strong> de alguns cui<strong>da</strong>dos especiais.<br />

Os pais devem ser capazes de examinar o ambiente em que a criança<br />

vive, eliminando a maioria dos fatores de riscos e fornecendo proteção<br />

DICA IMPORTANTE<br />

Nunca medique o seu bebê sem antes conversar com o pediatra.<br />

Situações semelhantes nem sempre têm a indicação do mesmo<br />

remédio. Siga rigorosamente a prescrição médica: respeite os<br />

horários prescritos, a dose indica<strong>da</strong> e não interrompa o uso<br />

antes do prazo prescrito sem o conhecimento do médico, pois<br />

assim poderá prejudicar a saúde do seu bebê.<br />

que, muitas vezes, podem levar à morte. Supervisione seu filho o tempo<br />

todo e nunca o deixe sozinho. A partir de alguns cui<strong>da</strong>dos simples de<br />

segurança, acidentes podem ser prevenidos e evitados.<br />

Cui<strong>da</strong>dos para não engasgar<br />

Em caso de engasgo com o próprio leite, primeiramente retire o bebê do<br />

seio, deixe-o em posição lateraliza<strong>da</strong> e dê pequenos “tapinhas” em suas<br />

costas. Caso não consiga respirar e comece a ficar com a pele arroxea<strong>da</strong>,<br />

deite-o de barriga para baixo, de forma que a cabeça fique mais baixa<br />

que o corpo e dê tapas firmes em suas costas, até que o mesmo chore ou<br />

emita sons com a boca, indicando desobstrução do pulmão, conforme a<br />

imagem.<br />

sem qualquer embalagem plástica o envolvendo.<br />

• Preferencialmente, este berço deve ser certificado pelo Inmetro,<br />

conforme as normas de segurança <strong>da</strong> ABNT (Associação Brasileira de<br />

Normas e Técnicas), e suas grades não devem ter mais que 6 cm de<br />

distância entre elas. A posição ideal para o bebê dormir é de barriga<br />

para cima (posição supina).<br />

• Remova do berço brinquedos, almofa<strong>da</strong>s ou qualquer objeto macio<br />

que possa causar sufocamentos. Observe, nos brinquedos, se existe<br />

uma certificação do Inmetro, evitando assim riscos desnecessários<br />

ao bebê. Deixe fora do alcance <strong>da</strong> criança objetos pequenos, botões,<br />

bolas de gude, moe<strong>da</strong>s, tachinhas, pregos, brincos ou qualquer objeto<br />

que o mesmo possa engolir e, por ventura, engasgar-se.<br />

Sufocação<br />

integral, já que a maioria dos acidentes, e mesmo óbitos, de crianças<br />

em i<strong>da</strong>de pré-escolar ocorrem no domicílio ou em locais onde mais<br />

convivem.<br />

Pode ocorrer em várias situações cotidianas, tais como no período em que<br />

o bebê estiver dormindo e principalmente se o rosto estiver encoberto<br />

com o lençol, travesseiro ou outro objeto macio. Quando o berço for<br />

inadequado, a cabecinha pode ficar presa nas grades de proteção e causar<br />

lesões por estrangulamento e sufocação. Os bebês também podem se<br />

engasgar com pequenos objetos, tais como brinquedos, pe<strong>da</strong>ços de<br />

comi<strong>da</strong>s e outros.<br />

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1.Por tal motivo, devemos estar atentos e seguir os cui<strong>da</strong>dos abaixo:<br />

Envenenamento ou intoxicação<br />

• dê preferência às embalagens com tampas à prova de abertura por<br />

• bebês devem dormir em colchão firme, de barriga para cima. O<br />

colchão deve estar bem preso ao berço (não mais que dois dedos<br />

de espaço entre o berço e o colchão) e sem qualquer embalagem<br />

A exploração do ambiente é uma ativi<strong>da</strong>de importante para o<br />

desenvolvimento infantil. Colocar objetos na boca ou tentar pegar<br />

frascos com líquidos coloridos são comportamentos característicos<br />

crianças. Essas tampas de segurança não oferecem total garantia que<br />

a criança não abrirá a embalagem, mas podem dificultar bastante,<br />

<strong>da</strong>ndo tempo para que alguém intervenha;<br />

plástica;<br />

• seja especialmente cauteloso em relação ao berço. Procure berços<br />

certificados pelo Inmetro, conforme as normas de segurança <strong>da</strong><br />

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Fique atento às<br />

grades de proteção do berço, que devem estar fixas e não haver mais<br />

que 6 cm de distância entre elas;<br />

• considere a compra de cortinas ou persianas sem cor<strong>da</strong>s, para evitar<br />

riscos de estrangulamento em crianças menores;<br />

• remova do berço todos os brinquedos, travesseiros e objetos macios<br />

quando o bebê estiver dormindo, com o objetivo de reduzir o risco<br />

de asfixia;<br />

• compre somente brinquedos apropriados para o bebê. Objetos<br />

menores ou pequenas partes soltas de brinquedos podem causar<br />

sufocação. Verifique as indicações de i<strong>da</strong>de no selo do Inmetro. Tenha<br />

certeza de que o piso está livre de objetos pequenos, como botões,<br />

contas de colar, bolas de gude, moe<strong>da</strong>s, tachinhas etc. Tire esses e<br />

outros pequenos itens do alcance do bebê;<br />

• após os seis meses de i<strong>da</strong>de, quando for <strong>da</strong>r outros alimentos para a<br />

criança, corte os alimentos em pe<strong>da</strong>ços bem pequenos ou amasseos,<br />

facilitando a deglutição.<br />

<strong>da</strong>s crianças, por isso, crianças até dois anos de i<strong>da</strong>de correm maior<br />

risco de envenenamento acidental. Produtos domésticos comuns, como<br />

produtos de limpeza, cosméticos, bebi<strong>da</strong>s alcoólicas, plantas, pestici<strong>da</strong>s,<br />

produtos de arte, tintas, medicamentos e vitaminas podem envenenar a<br />

criança.<br />

Bebês podem se envenenar respirando a fumaça de cigarros e até de<br />

outras substâncias ilícitas. O envenenamento é a quinta causa de<br />

hospitalização por acidentes com crianças de 1 a 4 anos. Portanto,<br />

sugerimos os seguintes cui<strong>da</strong>dos:<br />

• as tintas do berço e <strong>da</strong> parede de sua casa podem conter substâncias<br />

tóxicas, como chumbo e monóxido de carbono, que fazem mal à<br />

saúde <strong>da</strong> criança; por isso, preste atenção à sua composição;<br />

• mantenha todos os produtos de higiene e limpeza, venenos e<br />

medicamentos guar<strong>da</strong>dos e trancados, fora <strong>da</strong> vista e do alcance <strong>da</strong>s<br />

crianças;<br />

• mantenha os produtos em suas embalagens originais. Nunca coloque<br />

um produto tóxico em outra embalagem que não a de origem. Isso<br />

pode confundir a criança e mesmo outras pessoas;<br />

• saiba quais produtos domésticos são tóxicos. Produtos comuns,<br />

como enxaguantes bucais, podem ser nocivos se a criança os ingerir<br />

em grande quanti<strong>da</strong>de;<br />

• nunca deixe produtos venenosos sem atenção enquanto em uso;<br />

• não crie novas soluções de limpeza misturando diferentes produtos<br />

designados para outro fim. Esta nova mistura pode ser nociva e mais<br />

tóxica;<br />

• sempre leia os rótulos e bulas e siga corretamente a receita médica<br />

para <strong>da</strong>r remédios às crianças, baseando-se no peso e i<strong>da</strong>de. Use<br />

apenas o medidor que acompanha as embalagens de medicamentos<br />

infantis;<br />

• nunca se refira a um medicamento como doce. Isto pode levar a criança<br />

a pensar que não é perigoso ou que é agradável de comer. Como as<br />

crianças tendem a imitar os adultos, evite tomar medicamentos na<br />

frente delas;<br />

• saiba quais plantas existentes dentro e ao redor de sua casa são<br />

venenosas, remova-as ou deixe-as inacessíveis para as crianças,<br />

como exemplo: Comigo Ninguém Pode, Saia Branca, Oficial de Sala<br />

e Pinhão de Papagaio;<br />

• sempre que comprar um brinquedo, certifique-se que ele seja atóxico,<br />

ou seja, sem componentes tóxicos;<br />

• jogue fora medicamentos com <strong>da</strong>ta de vali<strong>da</strong>de venci<strong>da</strong> e outros<br />

venenos potenciais. Procure por produtos de limpeza que você não<br />

utiliza mais e desfaça-se deles.<br />

AFOGAMENTO: POR QUE ACONTECE E QUAIS<br />

OS RISCOS ÀS CRIANÇAS?<br />

No Brasil, o afogamento é a segun<strong>da</strong> maior causa de morte<br />

acidental de crianças e adolescentes de zero a 14 anos,<br />

segundo <strong>da</strong>dos do Ministério <strong>da</strong> Saúde.<br />

O afogamento normalmente ocorre de maneira rápi<strong>da</strong> e<br />

silenciosa. Pode acontecer em um breve momento em que a<br />

criança se encontra sem supervisão. Em apenas dois minutos<br />

submersa, a criança perde a consciência. Após quatro minutos,<br />

<strong>da</strong>nos irreversíveis ao cérebro podem ocorrer.<br />

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DICAS DE<br />

PREVENÇÃO<br />

Ambiente doméstico<br />

• Depois do uso, mantenha vazios, virados para baixo e fora do alcance<br />

<strong>da</strong>s crianças baldes, bacias, banheiras e piscinas infantis;<br />

• evite móveis com vidro ou outro material que possa quebrar e cortar;<br />

• só transporte a criança no banco traseiro, usando sempre a cadeirinha<br />

apropria<strong>da</strong> para a i<strong>da</strong>de, bem presa ao banco de trás do carro;<br />

• Deixe a porta do banheiro e <strong>da</strong> lavanderia fecha<strong>da</strong> ou tranca<strong>da</strong> por<br />

• procure orientação <strong>da</strong> cadeirinha adequa<strong>da</strong> para o transporte<br />

Geral<br />

• Nunca deixe crianças sozinhas quando estiverem dentro ou próximas<br />

<strong>da</strong> água, nem por um segundo. Nessas situações, garanta que um<br />

adulto estará as supervisionando de forma ativa e constante o tempo<br />

• Fique atento! Crianças pequenas podem se afogar em qualquer<br />

recipiente com mais de 2,5 cm de água ou outros líquidos, seja uma<br />

banheira, pia, vaso sanitário, balde, piscina, praia ou rio;<br />

• Ensine as crianças a não correr, empurrar, pular em outras crianças<br />

fora e mantenha a tampa do vaso sanitário baixa<strong>da</strong> (se possível,<br />

lacra<strong>da</strong> com um dispositivo de segurança);<br />

• Mantenha cisternas, tonéis, poços e outros reservatórios domésticos<br />

sempre trancados.<br />

conforme a i<strong>da</strong>de.<br />

COMO PREVENIR QUEIMADURA<br />

Entre os acidentes que podem acontecer com crianças, um dos mais<br />

todo;<br />

ou simular que estão se afogando quando estiverem na piscina, lago,<br />

devastadores é a queimadura, que todos os anos deixa milhares de<br />

• Ensine as crianças que na<strong>da</strong>r sozinhas, sem ninguém por perto, é<br />

perigoso;<br />

• O colete salva-vi<strong>da</strong>s é o equipamento mais seguro para evitar<br />

afogamentos. Boias e outros equipamentos infláveis passam uma<br />

falsa segurança, mas podem estourar ou virar a qualquer momento;<br />

• Tenha um telefone próximo à área de lazer e o número do atendimento<br />

de emergência sempre visível (SAMU: 192; Corpo de Bombeiros: 193);<br />

rio ou mar.<br />

Piscina<br />

• Piscinas devem ser protegi<strong>da</strong>s com cercas de no mínimo 1,5 m de<br />

altura e portões com cadeados ou trava de segurança. Atenção!<br />

Alarmes e capas de piscina garantem mais proteção, mas não<br />

eliminam o risco de acidentes;<br />

Que<strong>da</strong>s e acidentes<br />

Entre os principais responsáveis por que<strong>da</strong>s de bebês estão os móveis<br />

(camas, cômo<strong>da</strong>s etc.), as esca<strong>da</strong>s e os an<strong>da</strong>dores. A maior parte <strong>da</strong>s<br />

lesões resulta de que<strong>da</strong>s em esca<strong>da</strong>s ou simplesmente de tropeços<br />

quando estão no an<strong>da</strong>dor.<br />

• não use an<strong>da</strong>dor com ro<strong>da</strong>s, pois podem causar sérias que<strong>da</strong>s. Prefira<br />

o cercado (chiqueirinho);<br />

crianças com sequelas permanentes. Na maioria <strong>da</strong>s vezes, o tratamento<br />

dessas feri<strong>da</strong>s é dolorido e demorado e, em muitos casos, as vítimas<br />

desenvolvem traumas físicos e psicológicos para to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong>.<br />

Muitas <strong>da</strong>s queimaduras que acontecem com crianças ocorrem dentro<br />

de casa. Os tipos mais comuns são as escal<strong>da</strong>ntes (causa<strong>da</strong>s por água ou<br />

vapor quente) e as térmicas (causa<strong>da</strong>s por contato direto com fogo ou<br />

objetos quentes).<br />

• Muitos casos de afogamentos acontecem com pessoas que acham<br />

que sabem na<strong>da</strong>r. Não superestime a habili<strong>da</strong>de de crianças e<br />

adolescentes;<br />

• Evite deixar brinquedos e outros atrativos próximos à piscina e<br />

reservatórios de água.<br />

• mantenha uma mão no bebê enquanto troca as fral<strong>da</strong>s. Não deixe o<br />

bebê sozinho em mesas, camas ou outros móveis;<br />

• instale telas ou grades nas janelas e saca<strong>da</strong>s. Nunca coloque berços<br />

Dicas de prevenção<br />

Em casa<br />

• Crianças devem aprender a na<strong>da</strong>r com instrutores qualificados ou em<br />

escolas de natação especializa<strong>da</strong>s. Se os pais ou responsáveis não<br />

sabem na<strong>da</strong>r, devem aprender também;<br />

Águas naturais<br />

• Tenha certeza que as crianças estão na<strong>da</strong>ndo em áreas seguras de<br />

rios, lagos, praias e represas;<br />

ou outros móveis próximos de uma janela. Observe a <strong>da</strong>ta de vali<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong>s telas, que geralmente têm garantia de quatro anos;<br />

• procure adquirir móveis com pontas arredon<strong>da</strong><strong>da</strong>s ou considere o<br />

uso de pontas de silicone (protetores de quinas) vendi<strong>da</strong>s em lojas<br />

• Mantenha as crianças longe <strong>da</strong> cozinha e do fogão, principalmente<br />

durante o preparo <strong>da</strong>s refeições;<br />

• Cozinhe nas bocas de trás do fogão e sempre com os cabos <strong>da</strong>s<br />

panelas virados para dentro, para evitar que as crianças entornem os<br />

• Ensine as crianças a respeitarem as placas de proibição nas praias, os<br />

de artigos infantis;<br />

conteúdos sobre elas. O uso de protetores de fogão é um cui<strong>da</strong>do a<br />

guar<strong>da</strong>-vi<strong>da</strong>s e a verificarem as condições <strong>da</strong>s águas abertas.<br />

mais para evitar que a criança tenha acesso às panelas;<br />

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• Evite cui<strong>da</strong>r, ficar perto ou carregar as crianças no colo enquanto<br />

Eletrici<strong>da</strong>de<br />

• Oriente sobre os perigos de entrar nas áreas <strong>da</strong>s estações de<br />

mexe em panelas no fogão ou manipula líquidos quentes. Até um<br />

simples cafezinho pode provocar graves queimaduras na pele de um<br />

bebê;<br />

• Deixe comi<strong>da</strong>s e líquidos quentes no centro <strong>da</strong> mesa, longe do<br />

alcance <strong>da</strong>s crianças;<br />

• Não utilize toalhas de mesa compri<strong>da</strong>s ou jogos americanos. As<br />

crianças podem puxar esses tecidos, causando escal<strong>da</strong>dura ou<br />

queimadura de contato;<br />

• Durante o banho do bebê, coloque primeiro a água fria e verifique a<br />

temperatura <strong>da</strong> banheira imergindo a mão inteira na água, espalhando<br />

os dedos e movendo a mão por to<strong>da</strong> a extensão <strong>da</strong> banheira, para ter<br />

certeza de que não há nenhum ponto muito quente;<br />

• Não deixe as crianças brincarem por perto quando você estiver<br />

passando roupa ou utilizando outro aparelho que produza calor,<br />

como secador de cabelo. Ao utilizá-los, desligue, tire <strong>da</strong> toma<strong>da</strong> e os<br />

guarde longe do alcance <strong>da</strong>s crianças;<br />

• Fogos de artifício devem ser manipulados por profissionais e nunca<br />

por crianças. Nas festas juninas não permita brincadeiras com balões<br />

ou de saltar fogueira;<br />

• Brinquedos elétricos podem causar queimaduras. Evite brinquedos<br />

com elementos de aquecimento, como baterias e toma<strong>da</strong>s elétricas,<br />

para crianças com menos de oito anos;<br />

• Verifique sempre o estado <strong>da</strong>s instalações elétricas. Substitua as<br />

fiações antigas e desencapa<strong>da</strong>s. Os fios devem ficar isolados em<br />

locais adequados como canaletas e conduítes e longe do alcance <strong>da</strong>s<br />

crianças;<br />

• Evite ligar vários aparelhos eletrônicos em uma mesma toma<strong>da</strong>;<br />

• As toma<strong>da</strong>s devem estar protegi<strong>da</strong>s por tampas apropria<strong>da</strong>s,<br />

esparadrapo, fita isolante ou mesmo cobertas por móveis;<br />

• Cui<strong>da</strong>dos com eletrodomésticos em mau estado de conservação,<br />

como ventiladores e geladeiras. Eles podem causar choque e curtocircuito.<br />

Se possível, faça revisões ou a troca desses produtos;<br />

• Antes de consertos e reformas em sua casa, desligue a chave geral.<br />

Prefira os serviços de um eletricista;<br />

• Desligue o chuveiro antes de mu<strong>da</strong>r a chave de temperatura;<br />

• Não coloque objetos metálicos (facas, garfos, etc.) dentro de<br />

equipamentos elétricos;<br />

• Considere a instalação de um dispositivo de proteção residual (DR)<br />

no quadro de distribuição de energia elétrica de sua casa. Esse<br />

aparelho tem a função de cortar a vazão de corrente elétrica que<br />

causa choques;<br />

• Só permita que as crianças empinem pipas em campos abertos, com<br />

boa visibili<strong>da</strong>de, sem a presença de fios e postes de eletrici<strong>da</strong>de.<br />

Oriente-as quanto aos riscos do uso do cerol e de retirar a pipa caso<br />

enrosque na rede elétrica;<br />

distribuição ou nas de torres de transmissão;<br />

Inflamáveis<br />

• Guarde fósforos, isqueiros, velas e outros produtos inflamáveis em<br />

locais altos e trancados, longe do alcance <strong>da</strong>s crianças;<br />

• Muito cui<strong>da</strong>do com o álcool. Ele é responsável por um grande<br />

número de queimaduras graves em crianças. Guarde o produto<br />

longe do alcance delas. Não deixe que ele faça parte <strong>da</strong> brincadeira,<br />

principalmente quando já houver alguma fogueira ou chama por<br />

perto. O mais seguro é substituir qualquer versão de álcool por<br />

outros produtos de limpeza doméstica, como água e sabão;<br />

• Nunca jogue álcool sobre chamas ou brasas, nem utilize esse produto<br />

para cozinhar;<br />

• Use velas e candeeiros somente em cômodos onde há a supervisão<br />

de um adulto. Garanta que elas não estejam perto de objetos<br />

inflamáveis, como isqueiros, acetona, móveis de madeira, cortina,<br />

mosquiteiro ou colchões;<br />

• Só acen<strong>da</strong> velas em recipientes apropriados, como lamparina, ou em<br />

um prato fundo com água;<br />

• Apague velas e candeeiros quando sair de casa, mesmo que seja por<br />

poucos minutos;<br />

• Deixe itens inflamáveis, como roupas, móveis, jornais e revistas,<br />

longe <strong>da</strong> lareira, do aquecedor e do radiador;<br />

Criança sozinha no carro<br />

O acesso <strong>da</strong> criança ao veículo, quando sozinha e sem supervisão ativa<br />

de um adulto, pode colocá-la em sérios riscos. Para a criança, o carro<br />

pode ser um ver<strong>da</strong>deiro paraíso a ser explorado e o porta-malas o local<br />

perfeito para a brincadeira de esconde-esconde. Uma eventual mu<strong>da</strong>nça<br />

de rotina também pode levar o adulto a esquecer do bebê dentro do<br />

carro por horas, o que pode levar a consequências graves.<br />

• Tire todos os aquecedores portáteis do alcance <strong>da</strong>s crianças;<br />

Com uma temperatura externa de 38 °C, a temperatura interna de um<br />

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carro fechado pode chegar a 60 °C, ocasionando graves queimaduras,<br />

asfixia, para<strong>da</strong> cardíaca e respiratória. Além disso, outros perigos podem<br />

advir quando a criança resolve soltar o freio de mão. Portanto, sugerimos<br />

os seguintes cui<strong>da</strong>dos:<br />

• não deixe a criança sozinha dentro do carro, mesmo com o vidro<br />

levemente aberto;<br />

• coloque algo que você vá precisar pegar em sua próxima para<strong>da</strong> no<br />

trajeto do carro, como uma bolsa, o almoço, no chão do banco de<br />

trás, onde a criança está senta<strong>da</strong>. Esse ato simples pode prevenir o<br />

esquecimento acidental <strong>da</strong> criança, caso ela esteja dormindo;<br />

• observe as crianças de perto quando próximas a veículos,<br />

especialmente no momento de carregar e descarregar o carro;<br />

• certifique-se que to<strong>da</strong>s as crianças já estejam devi<strong>da</strong>mente<br />

acomo<strong>da</strong><strong>da</strong>s nos dispositivos de retenção (bebê conforto, cadeirinha,<br />

assento de elevação) antes de ligar o motor do carro. Isso limitará<br />

o acesso <strong>da</strong>s crianças ao controle <strong>da</strong>s janelas. Nunca deixe-as sem<br />

supervisão;<br />

• sempre trave as portas e o porta-malas do veículo, especialmente<br />

quando parado na garagem ou perto de casa, e mantenha as chaves<br />

fora do alcance e <strong>da</strong> visão <strong>da</strong>s crianças;<br />

• acione as travas de segurança do banco de trás para as crianças e<br />

fique atento a elas;<br />

• mantenha o encosto do banco de trás travado para aju<strong>da</strong>r a prevenir<br />

que as crianças tenham acesso ao porta-malas por dentro do carro;<br />

• ensine as crianças mais velhas como desabilitar as travas <strong>da</strong>s portas<br />

de trás pela porta do motorista, para o caso de ficarem presas no<br />

veículo. Uma criança que está aprendendo a an<strong>da</strong>r não saberá como<br />

ir ao banco <strong>da</strong> frente para sair do carro;<br />

• mostre para as crianças mais velhas como localizar e utilizar a trava<br />

de emergência do porta-malas, que existe nos modelos de carros<br />

mais modernos;<br />

COMO PREVENIR ACIDENTES COM ANIMAIS<br />

Estudos mostram que o convívio entre as crianças e animais trazem<br />

muitos benefícios para a saúde e para o bem-estar de meninos e meninas.<br />

Entretanto, é preciso tomar alguns cui<strong>da</strong>dos para evitar que acidentes<br />

ocorram. Os acidentes envolvendo crianças e cães podem ser evitados<br />

com alguns cui<strong>da</strong>dos simples no dia a dia.<br />

É importante ter em mente algumas características do comportamento<br />

infantil que podem levar à ocorrência de acidentes durante essa interação:<br />

• Crianças tendem a agir de forma imprevisível e mais ativa (correm,<br />

gritam, etc.);<br />

• As crianças mais novas, especialmente, não possuem habili<strong>da</strong>des<br />

cognitivas completas. Por exemplo, ain<strong>da</strong> não compreendem que<br />

outros seres possuem desejos e intenções distintas <strong>da</strong>s suas;<br />

• Crianças são menores e mais fracas do que adultos, por isso, as<br />

chances de mordi<strong>da</strong>s na região <strong>da</strong> cabeça e do pescoço aumentam. Já<br />

nos adultos, as maiores incidências são nas extremi<strong>da</strong>des do corpo.<br />

• ao chegar no seu destino, tenha certeza de que to<strong>da</strong>s as crianças<br />

deixaram o veículo;<br />

• nunca deixe o carro sozinho com o motor ligado e as portas<br />

destrava<strong>da</strong>s. Crianças curiosas podem entrar e desengatar o veículo;<br />

• assim como qualquer cor<strong>da</strong> ou cabo, os cintos de segurança do carro<br />

também podem representar riscos para a criança. Não permita que<br />

elas brinquem com eles;<br />

EM CASO DE ACIDENTE, ENTRE EM CONTATO<br />

IMEDIATAMENTE COM O SOS UNIMED<br />

OU LEVE A CRIANÇA AO PRONTO-SOCORRO<br />

UNIMED OU HOSPITAIS CREDENCIADOS.<br />

REFERÊNCIAS:<br />

1. Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Pediatria. Manual de Orientação. Departamento Científico de Segurança<br />

(2019-<strong>2021</strong>). Os acidentes são evitáveis e na maioria <strong>da</strong>s vezes, o perigo está dentro de casa!<br />

[Internet]. 2020 [acesso em 10 de março <strong>2021</strong>]. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/<br />

user_upload/_22337c-ManOrient_-_Os_Acidentes_Sao_Evitaveis__1_.pdf<br />

/ 124 / / 125 /


Carta de Informação à <strong>Gestante</strong><br />

O parto é um momento muito especial, que marca uma transição na vi<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> mulher e <strong>da</strong> família. Representa o primeiro encontro com o bebê. Por<br />

isso, é importante a mulher vivenciar este momento plenamente.<br />

Pense em tudo o que gostaria ou não gostaria que acontecesse em seu<br />

parto, quem você gostaria de ter ao seu lado, como gostaria de aliviar a<br />

dor.<br />

Quando for escolher o médico para realizar o seu pré-natal, você pode<br />

buscar informações importantes junto a sua operadora pelos canais de<br />

comunicação disponíveis, como o percentual de cesarianas e de parto<br />

normais realizados pelo médico e a materni<strong>da</strong>de. A operadora deverá lhe<br />

fornecer um número de protocolo e responder à sua solicitação em 15<br />

dias úteis de forma presencial, por carta ou por e-mail.<br />

Além disso, esclareça as dúvi<strong>da</strong>s com seu médico. Assim você participará<br />

de forma ativa de to<strong>da</strong>s as decisões sobre o seu parto.<br />

O final <strong>da</strong> gestação, entre a 37ª e a 42ª semana, também é fun<strong>da</strong>mental<br />

para a completa formação do bebê dentro do útero, para que após o<br />

nascimento ele possa se a<strong>da</strong>ptar ao mundo exterior, física e mentalmente<br />

com mais facili<strong>da</strong>de e tranquili<strong>da</strong>de. Muitos recém-nascidos acabam<br />

sofrendo de problemas respiratórios devido a cesáreas agen<strong>da</strong><strong>da</strong>s e<br />

realiza<strong>da</strong>s antes do início do trabalho de parto, em uma fase em que o<br />

bebê ain<strong>da</strong> não está pronto para nascer. Isto pode aumentar algumas<br />

complicações, tais como problemas respiratórios agudos e outras<br />

morbi<strong>da</strong>des neonatais, quando comparados àqueles nascidos com 39<br />

semanas ou mais. Em consequência, levar a necessi<strong>da</strong>de de internação<br />

em uma UTI neonatal. Esta situação interfere no início do aleitamento<br />

materno e na adequa<strong>da</strong> a<strong>da</strong>ptação do recém-nascido à vi<strong>da</strong> extrauterina,<br />

ocasionados pela internação.<br />

O parto cesáreo é procedimento cirúrgico que deve observar claras<br />

indicações médicas.<br />

To<strong>da</strong>s as mulheres têm o direito a um acompanhante de sua livre escolha<br />

no pré-parto, parto e pós-parto imediato. Planos hospitalares com<br />

obstetrícia com acomo<strong>da</strong>ção enfermaria, quarto semi-privativo, quarto<br />

privativo, ou qualquer outra acomo<strong>da</strong>ção, devem cobrir as despesas <strong>da</strong><br />

paramentação (roupas higieniza<strong>da</strong>s necessárias para entrar no centro<br />

cirúrgico), alimentação e acomo<strong>da</strong>ção do acompanhante.<br />

Dúvi<strong>da</strong>s, reclamações e sugestões, entre em contato com<br />

o Disque ANS 0800 701 9656.<br />

ESPAÇO SINTA-SE BEM /<br />

PROGRAMA DE ATENÇÃO À SAÚDE<br />

RUA 15-A, Nº 212, SETOR AEROPORTO - GOIÂNIA - GO<br />

TELEFONE: (62) 3524-6800<br />

DIRETOR: DR. DIOLINDO DOS SANTOS FREIRE NETO<br />

/ 126 / / 127 /


Goiânia<br />

Versão <strong>2021</strong><br />

www.unimedgoiania.coop.br<br />

Central de Atendimento:<br />

0800 642 8008 | 3216 8000

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