Cartilha da Gestante 2021
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ÍNDICE<br />
CUIDADOS NO PRÉ-NATAL & COMO SERÁ MEU PARTO?<br />
• A importância do Pré-Natal<br />
• Queixas e dúvi<strong>da</strong>s mais comuns na gravidez<br />
• Mu<strong>da</strong>nças psicológicas na gravidez e pós-parto<br />
• A importância do exercício físico na gestação<br />
• Manual <strong>da</strong> alimentação durante a gestação<br />
• Importância do Pré-Natal Odontológico<br />
• Como será meu parto?<br />
07<br />
11<br />
23<br />
31<br />
43<br />
53<br />
59<br />
CUIDADOS NO PÓS-PARTO E COM O BEBÊ<br />
• Cui<strong>da</strong>dos no Pós-Parto<br />
• Amamentação<br />
• Nutrição durante a amamentação<br />
• Cui<strong>da</strong>dos com o bebê<br />
• Segurança do bebê<br />
• Carta de Informação à <strong>Gestante</strong><br />
• Bibliografia básica<br />
73<br />
85<br />
99<br />
105<br />
129<br />
140<br />
141
CUIDADOS NO PRÉ-NATAL<br />
& COMO SERÁ MEU PARTO?
A IMPORTÂNCIA<br />
DO PRÉ-NATAL<br />
A assistência à mulher no período <strong>da</strong> gestação é uma <strong>da</strong>s ações de<br />
saúde mais relevantes. Um pré-natal com experiências positivas é fator<br />
fun<strong>da</strong>mental para um parto adequado e a base para uma jorna<strong>da</strong> saudável<br />
de materni<strong>da</strong>de.¹<br />
As ativi<strong>da</strong>des do Pré-Natal deverão iniciar-se, preferencialmente, antes<br />
<strong>da</strong> concepção, ou o mais precocemente possível, considerando as<br />
doenças pré-existentes e os fatores genéticos maternos e paternos,<br />
além <strong>da</strong> orientação de hábitos, tais como alimentação e ativi<strong>da</strong>des.<br />
O Pré-Natal deve ser realizado, de preferência, por uma equipe<br />
multidisciplinar experiente e dedica<strong>da</strong>. Estes deverão ter esclarecimento<br />
sobre to<strong>da</strong>s as doenças intercorrentes, <strong>da</strong>quelas específicas <strong>da</strong> gravidez,<br />
e possuir ampla capaci<strong>da</strong>de de ouvir com afeto as questões físicas,<br />
emocionais e sociais relata<strong>da</strong>s pela gestante.<br />
37ª semana até o nascimento.³ <strong>Gestante</strong>s de alto risco, que representam<br />
cerca de 15% <strong>da</strong>s gestações, devem ter acompanhamento especializado<br />
de acordo com o fator de risco identificado no pré-natal. 4<br />
Durante a primeira consulta, é realiza<strong>da</strong> uma história clínica e obstétrica,<br />
exame clínico geral, obstétrico e ginecológico. Confirma-se a i<strong>da</strong>de<br />
gestacional e inicia-se o estabelecimento do vínculo entre o profissional,<br />
a gestante e a família e solicitam-se os exames complementares de<br />
rotina. Nas consultas subsequentes, focaliza-se nas queixas recentes,<br />
na verificação <strong>da</strong> pressão arterial, a ausculta dos batimentos cardíacos<br />
A gravidez exige uma série de cui<strong>da</strong>dos na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> mulher. Muitos deles<br />
devem ser tomados antes mesmo <strong>da</strong> concepção, durante o planejamento<br />
<strong>da</strong> gravidez, uma delas e o uso do Ácido fólico pré e durante a gestação,<br />
previne malformações no tubo neural do bebê.²<br />
O objetivo do Pré-Natal é assegurar que to<strong>da</strong>s as gestações terminem<br />
com o nascimento de um bebê saudável, sem prejuízos à saúde materna.<br />
Uma gravidez considera<strong>da</strong> de baixo risco necessita de uma consulta de<br />
Pré-Natal mensal até a 28ª semana de gestação, de quinze em quinze<br />
dias <strong>da</strong> 28ª semana até a 36º semana e semanalmente no a partir <strong>da</strong><br />
/ 7 /
do bebê, a medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> altura do fundo do útero, o exame <strong>da</strong>s mamas e<br />
orientando para o aleitamento materno, o preparo psicológico e corporal<br />
para o parto e o controle do ganho de peso, além <strong>da</strong> realização dos<br />
subsequentes exames complementares.<br />
Os exames laboratoriais complementares de rotina mais comuns são:<br />
hemograma, grupo sanguíneo + fator Rh, glicemia de jejum, sorologias<br />
para sífilis, rubéola, toxoplasmose, hepatite B e C, Citomegalovirus, e HIV,<br />
além do exame simples de urina com urocultura, colpocitológico (exame<br />
de prevenção ou Papanicolau) e ultrassonografia obstétrica. As sorologias<br />
negativas devem ser repeti<strong>da</strong>s no terceiro trimestre. A ultrassonografia<br />
é geralmente repeti<strong>da</strong> no segundo e terceiro trimestres. Outros exames<br />
poderão ser solicitados de acordo com as necessi<strong>da</strong>des de ca<strong>da</strong> caso<br />
específico. Quando a gestante for Rh negativo (-) e o marido Rh positivo<br />
(+), ou não conhecido, solicita-se detecção de anticorpos anti-Rh nas<br />
mães.<br />
DAR ATENÇÃO ESPECIAL PARA AS VACINAS:<br />
Vacina Antitetânica dT- Protege a gestante e o bebê contra difteria e<br />
Tétano Você deve ter 3 doses <strong>da</strong> vacina, devendo iniciar ou completar<br />
a depender <strong>da</strong> sua situação vacinal.<br />
Vacina dTpa - Uma única vacina é capaz de proteger mãe e bebê contra<br />
três doenças graves, imuniza contra difteria, tétano e coqueluche. Deve<br />
ser aplica<strong>da</strong> uma dose somente nas futuras mães a partir <strong>da</strong> 20ª semana<br />
de gestação, ou até 45 dias após o parto (Puepério). A dose de dTpa<br />
deve ser administra<strong>da</strong> em to<strong>da</strong>s as gestações, independentemente do<br />
intervalo entre as gestações<br />
Vacina Hepatite B - caso você não seja vacina<strong>da</strong>, tomas 3 doses para<br />
ficar protegi<strong>da</strong>. Se faltar alguma dose, deve-se tomar para completar o<br />
esquema de proteção, de acordo com o cartão vacinal.<br />
Vacina contra Gripe (Influenza)- recomen<strong>da</strong>-se para to<strong>da</strong> gestante<br />
durante a campanha de vacinação. 3<br />
REFERÊNCIAS:<br />
1. Organização Mundial <strong>da</strong> Saúde (OMS). Recomen<strong>da</strong>ções <strong>da</strong> OMS sobre cui<strong>da</strong>dos pré-natais para uma experiência positiva na gravidez. [Internet]. 2016 [acesso em 01 de março <strong>2021</strong>].<br />
Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/250800/WHO-RHR-16.12-por.pdf;sequence=2<br />
2. Federação Brasileira <strong>da</strong>s Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Manual de assistência pré-natal. 2a. ed [Internet]. São Paulo; 2014 [acesso em 01 de março <strong>2021</strong>].<br />
Disponível em: file:///T:/SETPAS/USUÁRIOS/Aline%20Coelho/PARTO%20ADEQUADO/CARTILHA%20GESTANTE/REFERÊNCIAS/304_Manual_Pre_natal_25SET.pdf<br />
3. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde. Cadernos de Atenção Básica, n° 32: Atenção ao pré-natal de baixo risco [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2012 [acesso em 01 de março <strong>2021</strong>].<br />
Disponível em: http://189.28.128.100/<strong>da</strong>b/docs/portal<strong>da</strong>b/publicacoes/caderno_32.pdf<br />
4. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde. Gestação de alto risco: manual técnico [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2012 [acesso em 01 de março <strong>2021</strong>].<br />
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_tecnico_gestacao_alto_risco.pdf<br />
/ 8 /<br />
5. Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Imunizações (SBIm). CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO SBIm GESTANTE [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2020/<strong>2021</strong> [acesso em 01 de março <strong>2021</strong>].<br />
Disponível em: https://sbim.org.br/images/calen<strong>da</strong>rios/calend-sbim-gestante.pdf
QUEIXAS E DÚVIDAS MAIS<br />
COMUNS NA GRAVIDEZ<br />
Saiba como amenizar os pequenos ou grandes desconfortos <strong>da</strong> gestação<br />
e tire to<strong>da</strong>s as suas dúvi<strong>da</strong>s durante o Pré-Natal.<br />
DESCOBRINDO A GRAVIDEZ<br />
Suspeita-se <strong>da</strong> gravidez quando ocorre atraso menstrual. Hoje, temos<br />
testes de gravidez que necessitam apenas de um dia, ou menos, de<br />
atraso menstrual para <strong>da</strong>r positivo. É o teste chamado dosagem do<br />
b-HCG, embora, aconselha-se aguar<strong>da</strong>r cinco dias de atraso menstrual<br />
para obter resultados mais confiáveis.<br />
A ultrassonografia é, também, um ótimo método para o diagnóstico de<br />
gravidez, porém, mais tardio que a dosagem hormonal. Como com uma<br />
semana de atraso observa-se apenas o saco gestacional, <strong>da</strong>í é melhor<br />
esperar um pouco mais.<br />
SINTOMAS INICIAIS<br />
São sintomas frequentes e que podem incomo<strong>da</strong>r:<br />
• dor nas mamas: pareci<strong>da</strong>s com aquelas <strong>da</strong> pré-menstruação;<br />
• aumento <strong>da</strong> frequência urinária: resultante de alterações hormonais<br />
e compressão <strong>da</strong> bexiga pelo útero aumentado de volume;<br />
• enjoos: principalmente com alguns tipos de alimentos ou cheiros;<br />
ALTERAÇÕES DURANTE A GRAVIDEZ<br />
Queimação ou pirose<br />
É muito comum na gestação e é resultante do refluxo de alimentos e<br />
suco gástrico do estômago para o esôfago. Para diminuir os efeitos,<br />
aconselha-se:<br />
• não deitar logo após as refeições;<br />
• realizar refeições mais frequentes e em pequenas quanti<strong>da</strong>des;<br />
• evitar alimentos que provoquem fermentação ou os gordurosos;<br />
• de preferência ficar em pé ou caminhar.<br />
Se necessário, fazer uso de medicação conforme prescrição médica.<br />
Náuseas e vômitos<br />
A intensi<strong>da</strong>de varia muito de pessoa para pessoa. Há aquelas em que<br />
passam rápido e outras que necessitam de medicamentos via oral ou até<br />
injetáveis.<br />
O que pode ser feito para melhorar:<br />
• alimentar-se várias vezes ao dia em pequenas porções;<br />
• evitar frituras, gorduras, chocolate, café, chá mate, refrigerantes, e<br />
bebi<strong>da</strong>s alcoolicas;<br />
• evitar líquidos durante as refeições;<br />
• medicamentos para vômitos: o seu médico saberá indicar o melhor<br />
para você;<br />
Sialorreia (saliva excessiva)<br />
Pode incomo<strong>da</strong>r muito. Indica-se para melhorar:<br />
• chupar gotas de limão ou gelo;<br />
• engolir a saliva e não se acostumar a cuspir;<br />
• tomar bastante líquido;<br />
Alterações do apetite<br />
• aumento do apetite - é real, mas pode e deve ser controlado;<br />
• desejo por alguns alimentos específicos: azedos, picantes, salgados,<br />
etc.;<br />
• aversão por outros alimentos.<br />
• desejos de comer alimentos diferentes e em horários não habituais.<br />
Gengivites<br />
É geralmente acompanha<strong>da</strong> por sangramento. Na gestação acontece<br />
uma variação dos níveis hormonais, o que ocasiona várias alterações<br />
como as gengivites. Para diminuir esta intercorrência, recomen<strong>da</strong>-se<br />
realizar adequa<strong>da</strong>mente a higiene bucal com escovação adequa<strong>da</strong>, uso<br />
de fios dentais e, eventualmente, antissépticos bucais. Não descui<strong>da</strong>r <strong>da</strong><br />
visita ao odontólogo. A gravidez por si só não aumenta o surgimento de<br />
cárie dentária.<br />
/ 10 / / 11 /
Tonturas<br />
percebido como “falta de ar”. É preciso fazer as ativi<strong>da</strong>des sem pressa,<br />
Durante a gestação, aumenta a chance de surgimento ou piora de<br />
De qualquer maneira, a secreção vaginal sempre deve ser examina<strong>da</strong><br />
Ocorrem por conta <strong>da</strong>s alterações de pressão arterial <strong>da</strong> gestante e por<br />
alterações nas articulações, que são comuns na gestação. Outras causas<br />
falar mais lentamente. Ativi<strong>da</strong>des físicas leves fazem muito bem. Quando<br />
o sintoma é muito intenso, deve-se fazer uma avaliação médica.<br />
hemorroi<strong>da</strong>s. Para prevenir, deve-se fazer uma dieta realizar higiene com<br />
água e sabão, evitando usar papel higiênico.<br />
durante a gestação.<br />
de tonturas acontecem quando a grávi<strong>da</strong> permanece muito tempo de pé<br />
(hipotensão postural).<br />
Orientações:<br />
• levantar-se devagar;<br />
• sentar-se com a cabeça abaixa<strong>da</strong> ou deitar-se do lado esquerdo ao<br />
perceber que a tontura está chegando;<br />
Palpitações (batedeira)<br />
É o aumento súbito <strong>da</strong> frequência cardíaca que pode ocorrer em função<br />
<strong>da</strong>s a<strong>da</strong>ptações do organismo materno à gestação. Nos casos frequentes<br />
e que demoram a voltar ao normal, este sintoma deverá ser relatado ao<br />
obstetra, que indicará ou não um especialista.<br />
Na crise de hemorroi<strong>da</strong>s é necessário fazer banhos de assento com água<br />
morna e utilizar medicamentos orientados pelo médico.<br />
Dor lombar (costas) e no “pé <strong>da</strong> barriga”<br />
São muito comuns na gestação, principalmente nos últimos meses.<br />
Ocorrem pela distensão dos músculos e ligamentos e pela compressão<br />
Câimbras<br />
São frequentes em grávi<strong>da</strong>s, especialmente nas pernas.<br />
Orientações:<br />
• evitar excesso de exercícios e movimentos bruscos;<br />
• ingerir bastante líquido;<br />
• comer mais vezes ao dia, como orientado anteriormente.<br />
Sintomas mamários<br />
Apresentam-se sob forma de dor que é decorrente de alterações<br />
hormonais e pelo aumento <strong>da</strong>s mamas. Aconselha-se apenas a manter o<br />
Obstipação (intestino preso)<br />
Seja pela compressão do útero e/ou pelo excesso de hormônios <strong>da</strong><br />
gravidez, é comum o intestino ficar “preguiçoso”.<br />
Importante saber:<br />
do bebê sobre os órgãos <strong>da</strong> pelve. Pode ser prevenido com: correção<br />
<strong>da</strong> postura, exercícios de fortalecimento muscular e alongamento <strong>da</strong><br />
musculatura sob tensão, massagens, calor local e até mesmo fisioterapia.<br />
Caso não melhore, seu médico(a) pode prescrever medicamentos<br />
analgésicos.<br />
• ingerir alimentos ricos em cálcio, potássio e fósforo;<br />
• no momento <strong>da</strong> câimbra, realizar a flexão do pé em direção à perna<br />
para alongar os músculos <strong>da</strong> panturrilha para alívio <strong>da</strong> dor.<br />
Parestesias<br />
uso do sutiã como forma de diminuir o sintoma. Outra queixa que pode<br />
surgir é o aparecimento do colostro que é uma secreção geralmente<br />
transparente, associa<strong>da</strong> ao leite materno.<br />
Falta de ar<br />
• comer alimentos ricos em fibras como frutas e verduras (inclua<br />
sempre uma fruta no café <strong>da</strong> manhã e no almoço, e verduras e<br />
legumes no almoço e jantar) ou produtos integrais (vide guia de<br />
orientação alimentar);<br />
• beber bastante líquido (6 a 8 copos/dia);<br />
• praticar exercícios físicos regularmente, com orientação médica;<br />
Contrações uterinas (endurecimento <strong>da</strong> barriga)<br />
No terceiro trimestre de gestação, o útero gravídico começa a contrair<br />
com certa regulari<strong>da</strong>de, mas geralmente sem dor, são chama<strong>da</strong>s de<br />
“contrações de treinamento”. No entanto, se a frequência <strong>da</strong>s contrações<br />
aumentar e se tornar dolorosa, este fato deve ser comunicado ao obstetra<br />
para afastar a possibili<strong>da</strong>de de trabalho de parto prematuro.<br />
Apresentam-se como a sensação de “formigamento ou dormência”, mais<br />
frequentemente nas mãos, e são decorrentes de compressão nervosa,<br />
seja por postura inadequa<strong>da</strong> dos ombros (“que<strong>da</strong>s dos ombros”) ou por<br />
edema (inchaço) na região do punho. Não há muito que fazer além <strong>da</strong><br />
correção postural e exercícios específicos para as mãos. Geralmente<br />
desaparecem após a gestação.<br />
À medi<strong>da</strong> que o útero cresce, juntamente com o bebê, o diafragma<br />
(músculo <strong>da</strong> respiração) e o pulmão são comprimidos, ficando mais difícil<br />
respirar.<br />
Além do mais, o hormônio progesterona estimula o centro respiratório<br />
no cérebro, tornando a respiração mais consciente, o que pode ser<br />
• fazer uso de medicamentos apenas sob orientação médica.<br />
Hemorroi<strong>da</strong>s<br />
Ocorrem devido à dilatação persistente <strong>da</strong>s veias <strong>da</strong> região perianal.<br />
Corrimento vaginal<br />
Nem sempre o corrimento significa doença. A gestante tem a secreção<br />
vaginal em maior quanti<strong>da</strong>de, branca e/ou leitosa, porém não tem odor<br />
fétido e nem coceira. Se isto ocorrer ou houver dúvi<strong>da</strong>s, deverá ser<br />
avaliado pelo seu médico.<br />
Varizes<br />
A gravidez pode desencadear o aparecimento de varizes, especialmente<br />
quando há tendência familiar.<br />
Orientações:<br />
/ 12 / / 13 /
• evitar ficar em pé por muito tempo;<br />
durante a gestação podem desenvolver pré-eclâmpsia.<br />
• ter período de repouso durante o dia e deitar de lado, preferencialmente<br />
peso adequado e controle <strong>da</strong>s taxas de açúcar no sangue. 2<br />
• realizar exercícios físicos e/ou caminha<strong>da</strong>s;<br />
• repousar com as pernas eleva<strong>da</strong>s;<br />
• usar meias elásticas (de média compressão para gestantes), que<br />
devem ser vesti<strong>da</strong>s pela manhã com as pernas eleva<strong>da</strong>s e retira<strong>da</strong>s<br />
A Pré-eclâmpsia é defini<strong>da</strong> pela presença de hipertensão arterial após a<br />
20ª semana associa<strong>da</strong> a alterações de exames laboratoriais específicos.<br />
A eclampsia é defini<strong>da</strong> como a presença de convulsões na gestante com<br />
pré-eclâmpsia. 1<br />
à esquer<strong>da</strong>, para aliviar a compressão dos vasos sanguíneos e <strong>da</strong>s<br />
vias urinárias;<br />
• comunicar seu médico(a) se houver qualquer aumento <strong>da</strong> pressão<br />
arterial;<br />
Anemia<br />
Anemia Anemia na gestação é condição razoavelmente comum com uma<br />
prevalência de aproxima<strong>da</strong>mente 40%, porém, deve ser acompanha<strong>da</strong><br />
à noite;<br />
de perto para prevenir riscos tanto para a gestante quanto para o feto.<br />
• cirurgia e aplicações não são realiza<strong>da</strong>s durante a gestação.<br />
Edema (inchaço)<br />
Existe o inchaço normal <strong>da</strong> gravidez que, geralmente, ocorre nas pernas,<br />
ao final <strong>da</strong> gestação, especialmente à tarde. Para prevenir, valem as<br />
mesmas recomen<strong>da</strong>ções para as varizes.<br />
Pré-eclâmpsia: fatores desencadeantes:<br />
• primeira gravidez;<br />
• i<strong>da</strong>de muito jovem ou i<strong>da</strong>de avança<strong>da</strong>;<br />
• história familiar;<br />
• diabetes;<br />
• obesi<strong>da</strong>de;<br />
Diabetes Mellitus (DM) na gravidez<br />
Diabetes mellitus gestacional (DMG) é definido, como uma intolerância<br />
a carboidratos de gravi<strong>da</strong>de variável, que se inicia durante a gestação<br />
atual, podendo se estender ou não após o parto. 2<br />
Nota: A insulina é um hormônio produzido pelas células do pâncreas,<br />
extremamente necessárias para o metabolismo energético do nosso<br />
corpo, quando o assunto está relacionado a carboidratos e glicemia.<br />
A anemia que é a redução anormal <strong>da</strong> taxa de hemoglobina no sangue,<br />
resulta em deficiência de ferro, vitamina B12 e ácido fólico. O profissional<br />
de saúde irá avaliar entre suplementos, e se necessário medicamentos,<br />
adequados e específicos para ca<strong>da</strong> caso de acordo com os resultados de<br />
exames. 6-7<br />
DICAS IMPORTANTES:<br />
Quando o inchaço é generalizado desde a manhã, a gestante deve procurar<br />
seu médico para reavaliação, especialmente se estiver acompanhado <strong>da</strong><br />
elevação <strong>da</strong> pressão arterial.<br />
Hipertensão na gravidez (pressão alta)<br />
A Hipertensão Arterial (HA) crônica é defini<strong>da</strong> pela sua detecção antes <strong>da</strong><br />
gestação ou antes de 20 semanas.<br />
A hipertensão gestacional é caracteriza<strong>da</strong> pela ocorrência de HA após a<br />
20ª semana associado a outros exames laboratoriais.<br />
O tratamento ocorre com monitoramento quanto ao agravamento dos<br />
sintomas. A hipertensão gestacional pode prever um aumento do risco de<br />
• passado de pré-eclâmpsia em gestação anterior;<br />
• hipertensão prévia, entre outros.<br />
Orientações:<br />
• Verificar se há fatores de risco<br />
• dieta adequa<strong>da</strong>: sem excesso de sal e gordura, rica em cálcio,<br />
proteínas, vitaminas e ácido fólico;<br />
• controle de peso<br />
• reduzir o stress;<br />
O mau funcionamento desse sistema (insulina) pode acarretar em<br />
aumentos significativos de glicose na corrente sanguínea, se tornando<br />
extremamente arriscado para a paciente com diabetes. Um diagnóstico<br />
de diabetes mellitus gestacional está associado ao aumento do risco<br />
de hipertensão gestacional e de pré-eclâmpsia, bem como ao aumento<br />
do risco de diabetes tipo 2 e doença cardiovascular após o parto. As<br />
implicações fetais incluem (elevação <strong>da</strong> insulina na corrente sanguínea),<br />
um bebê pesando mais de 4.500kg), e, portanto, maior risco de<br />
complicações no parto. 3 As mulheres com diabetes gestacional devem<br />
ser acompanha<strong>da</strong>s cui<strong>da</strong>dosamente durante a gestação e trata<strong>da</strong>s por<br />
uma equipe multidisciplinar. 3 O tratamento inicial do diabetes mellitus<br />
gestacional, consiste em orientação alimentar que permita ganho de<br />
Cansaço e excesso de sono na gravidez<br />
Um dos sintomas mais comuns <strong>da</strong> gravidez é um intenso e aparentemente<br />
inexplicável cansaço, que frequentemente vem acompanhado de sono<br />
excessivo. O cansaço e o sono têm origem nas alterações hormonais<br />
e fisiológicas que o corpo <strong>da</strong> mulher começa a sofrer já nas primeiras<br />
semanas de gestação. O sono e a exaustão geralmente são mais<br />
intensos nas primeiras semanas de gestação e tendem a melhorar com<br />
o tempo. Durante esse período, dê um descanso para o seu corpo. O<br />
mais importante é dormir sempre que o corpo pede. Dê preferência a<br />
dormir de lado, principalmente do lado esquerdo; você terá um sono<br />
mais agradável. 4<br />
hipertensão no futuro. Algumas mulheres que desenvolvem hipertensão<br />
/ 14 / / 15 /
• ondulações, permanentes e alisamentos – desaconselhados durante<br />
Dirigir<br />
de aumentar a chance de alcoolismo futuro. Nem o uso social e em<br />
Melasma (máscara gravídica)<br />
a gestação;<br />
A gestante não deve dirigir motos, pela gravi<strong>da</strong>de de possíveis acidentes.<br />
pequenas doses é recomen<strong>da</strong>do na gestação.<br />
É uma mancha escura que aparece no rosto <strong>da</strong> gestante devido aos<br />
hormônios <strong>da</strong> gravidez, exposição ao sol ou luz excessiva. Deve-se evitar<br />
o sol e usar protetor solar pelo menos três vezes ao dia.<br />
• xampus e condicionadores – sem restrições;<br />
• esmaltes nas unhas – sem restrições.<br />
• Repelentes - use repelentes indicados para gestantes a fim de<br />
prevenir doenças como a dengue, Zika vírus, febre chikungunya e<br />
Nos automóveis, é fun<strong>da</strong>mental a utilização do cinto de segurança de<br />
três pontos. Evitar dirigir muito próximo ao parto, devido à possibili<strong>da</strong>de<br />
de traumatismo abdominal e risco de rotura uterina, pelo tamanho <strong>da</strong><br />
barriga, durante colisões ou frea<strong>da</strong>s bruscas.<br />
Vestuário<br />
Após três meses de gravidez, não dá para improvisar. É necessário adequar<br />
suas roupas à nova condição. O ideal é usar tecidos leves e confortáveis<br />
Estrias<br />
As estrias se abrem logo abaixo <strong>da</strong> cama<strong>da</strong> mais superficial <strong>da</strong> pele<br />
geralmente na região do quadril, abdome e mamas, ocasiona<strong>da</strong>s pela<br />
distensão dos tecidos, ou seja, a pele estica muito além do que ela pode<br />
suportar. Na tentativa de preveni-las, pode ser recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> a massagem<br />
local, com óleos e cremes hidratantes compatíveis com a gravidez, livre<br />
de conservantes ou qualquer outro alergênico. Qualquer tratamento de<br />
estrias está contraindicado na gestação, inclusive o uso de ácido retinoico,<br />
também contraindicado na amamentação. É importante salientar que,<br />
mesmo com os cui<strong>da</strong>dos indicados, pode ocorrer o apareceimento de<br />
estrias.<br />
febre amarela. Repelentes devem ser aplicados nas áreas expostas<br />
do corpo e por cima <strong>da</strong> roupa. Os repelentes à base de DEET, icaridin,<br />
ou picaridin e IR 3535 ou EBAAP são considerados seguros para uso<br />
durante a gestação. 5<br />
Sexo na gestação<br />
A vi<strong>da</strong> sexual do casal não precisa mu<strong>da</strong>r, a não ser em situações especiais<br />
em que o médico irá alertar, como nos casos de sangramento ou ameaça<br />
de parto prematuro. Ter relações sexuais até o final <strong>da</strong> gravidez é saudável,<br />
pode <strong>da</strong>r muito prazer, não machuca o bebê e pode, inclusive, aju<strong>da</strong>r no<br />
seu nascimento. Evite posições que causem desconforto e lembre-se de<br />
Fumo<br />
É totalmente contraindicado na gestação, independentemente do<br />
número de cigarros, devido a desencadear no feto: restrição importante<br />
do crescimento fetal, maior percentual de parto prematuro e ruptura<br />
prematura de membranas com graves repercussões para o recémnascido<br />
e para o futuro desenvolvimento <strong>da</strong> criança. Evite frequentar<br />
ambientes onde haja fumantes em qualquer fase <strong>da</strong> gravidez. Respirar a<br />
fumaça do cigarro com frequencia, pode afetar o bebê.<br />
Drogas ilícitas (Maconha, Crack e outras)<br />
durante esse período.<br />
Evitar calçados de salto alto (maior chance de desequilíbrio e que<strong>da</strong>s) e<br />
aqueles sem nenhum salto, tipo rasteirinha, pois forçam mais a coluna.<br />
Ocupação<br />
A grávi<strong>da</strong> pode continuar trabalhando, exceto em situações de alto<br />
risco, tais como trabalho de parto prematuro, pré-eclâmpsia, etc.; tendo<br />
cui<strong>da</strong>do para não exagerar.<br />
Procure manter seu local de trabalho tranquilo, não esqueça de suas<br />
refeições e evite tarefas além do seu limite.<br />
Uso de cosméticos na gestação<br />
• hidratantes – sem contraindicações ao uso;<br />
• maquiagem – sem restrições;<br />
que o que realmente importa é que seja respeita<strong>da</strong> sua vontade de ter ou<br />
não relação. Converse com seu(sua) companheiro(a) sobre isso!<br />
São totalmente contraindica<strong>da</strong>s na gestação, pelos efeitos francamente<br />
nocivos para o feto e o recém-nascido.<br />
As gestantes que trabalham em locais insalubres (muito calor, produtos<br />
tóxicos, radiações, etc.) devem solicitar mu<strong>da</strong>nça de função ou licença<br />
médica.<br />
• protetores solares – sem restrições;<br />
Viagens<br />
Álcool<br />
• retinóides – utilizados para o tratamento de manchas na pele, não<br />
são indicados durante a gestação;<br />
• tinturas – Desaconselhável, principalmente no primeiro trimestre.<br />
Deve-se evitá-las no início <strong>da</strong> gravidez e no último mês. É desagradável<br />
ter o parto fora <strong>da</strong> sua ci<strong>da</strong>de, em um ambiente às vezes inapropriado ou<br />
desconfortável.<br />
Contraindicado na gestação. O álcool atravessa rapi<strong>da</strong>mente a barreira<br />
placentária e atinge níveis no feto semelhantes aos <strong>da</strong> mãe. Pode causar<br />
a síndrome alcoólica fetal e leva a repercussões cerebrais futuras, além<br />
/ 16 / / 17 /
Prevenção de doenças infecciosas<br />
Uma <strong>da</strong>s mais graves é a toxoplasmose congênita, que pode levar a<br />
defeitos do sistema nervoso central e <strong>da</strong> visão do bebê.. A grávi<strong>da</strong> deve<br />
evitar, principalmente no primeiro trimestre, o contato muito próximo<br />
com gatos e com outros animais que convivem no mesmo ambiente<br />
e também, caso não seja imune, lavar bem as frutas e legumes antes<br />
de comer e evitar carnes cruas ou mal passa<strong>da</strong>s de procedência<br />
desconheci<strong>da</strong>.<br />
DICAS IMPORTANTES PARA AS CONSULTAS:<br />
• Tenha todos os exames em uma pasta, por ordem de <strong>da</strong>ta;<br />
• Leve sempre o cartão de acompanhamento pré-natal. Todos os <strong>da</strong>dos<br />
<strong>da</strong> carteirinha são fun<strong>da</strong>mentais, a carteirinha é agora o documento<br />
oficial <strong>da</strong> gestante, sendo necessário sempre estar com ela;<br />
• Siga rigorosamente os conselhos e orientações médicas;<br />
• Não falte às consultas e exames marcados.<br />
A GESTANTE DEVE COMUNICAR AO MÉDICO SE:<br />
O pré-natal é essencial para garantir gestação e parto saudáveis,<br />
além de diminuir riscos e complicações que possam acontecer.<br />
Então, não falte a nenhuma consulta de pré-natal pois, será<br />
essencial neste momento intenso de mu<strong>da</strong>nças, descobertas e<br />
aprendizados, onde suas dúvi<strong>da</strong>s serão esclareci<strong>da</strong>s te deixando<br />
mais confiante e segura.<br />
• Os movimentos do bebê tiverem diminuído (menos que seis<br />
movimentos por hora após a refeição) ou se não se movimentar por<br />
mais de 6 a 12 horas;<br />
• Se houver saí<strong>da</strong> de líquido que escorra molhando as vestes e/ou<br />
pernas ou se houver sangramento, como se fosse uma menstruação.<br />
• sentir dor pélvica persistente ou cólica intensa ou perceber<br />
endurecimento do útero (contração) duas a três vezes em dez<br />
minutos, 1 especialmente se regulares.<br />
• Dor de cabeça intensa e persistente.<br />
• Febre com temperatura >37,9C°<br />
• Dor ou queimação ao urinar<br />
REFERÊNCIAS:<br />
1. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde. Cadernos de Atenção Básica, n° 32: Atenção ao pré-natal de baixo risco [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2012 [acesso em 01 de março <strong>2021</strong>].<br />
Disponível em: http://189.28.128.100/<strong>da</strong>b/docs/portal<strong>da</strong>b/publicacoes/caderno_32.pdf<br />
2. Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Cardiologia (SBC). 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardio. [Internet]. 2016 [acesso em 01 de março <strong>2021</strong>]; 107 (3).<br />
Disponível em: http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTERIAL.pdf<br />
3. Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Diabetes (SBD). Diabetes mellitus GESTACIONAL. In: Diretrizes Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Diabetes 2019-2020. 2019.<br />
4. Mahan LK, Raymond JL. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 14.ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2018.<br />
5. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Estratégia de Resposta ao vírus Zika e o combate ao mosquito transmissor. [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2016 [acesso em 01 de março <strong>2021</strong>]. Disponível em: https://www.gov.br/<br />
casacivil/pt-br/.arquivos/estrategia-de-resposta-ao-virus-zika.pdf<br />
6. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Coordenação Geral <strong>da</strong> Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Programa Nacional de Suplementação de Ferro. [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2013 [acesso em 01 de março <strong>2021</strong>].<br />
Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_suplementacao_ferro_condutas_gerais.pdf<br />
7. Montenego CAB, Santos FC, Rezende-filho J. Anemia e Gravidez. Brazilian Journal of Health and Biomedical Sciences. 14 (2) 2015.<br />
/ 18 / / 19 /
MUDANÇAS PSICOLÓGICAS<br />
NA GRAVIDEZ E PÓS-PARTO<br />
O nascimento de um bebê não modifica só o corpo, ele modifica também:<br />
• o entorno social.<br />
• a vi<strong>da</strong> e os sentimentos <strong>da</strong> família.<br />
• as emoções <strong>da</strong> mulher durante a gravidez e no puerpério (pós-parto).<br />
Quais sentimentos a gravidez provoca na mulher, no casal e na família?<br />
Alegria<br />
Dúvi<strong>da</strong>s<br />
Preocupações<br />
Medos<br />
• Pela realização do desejo<br />
• Estou grávi<strong>da</strong> mesmo?<br />
• Com os futuros cui<strong>da</strong>dos<br />
• Pela saúde e vi<strong>da</strong> do bebê;<br />
ancestral próprio <strong>da</strong><br />
• Será que a gravidez<br />
do bebê e sua criação;<br />
• Pelo parto, tipo,<br />
mulher de ser mãe e do<br />
transcorrerá bem?<br />
• Com as mu<strong>da</strong>nças<br />
riscos e dor.<br />
homem de ser pai.<br />
• O meu bebê será normal?<br />
corporais, sociais,<br />
financeiras e profissionais.<br />
/ 21 /
QUAIS SÃO OS INDÍCIOS MAIS COMUNS?<br />
interpretação desperta ansie<strong>da</strong>des que, se leva<strong>da</strong>s ao extremo, faz<br />
COMO DEVEMOS ENCARAR ESTAS MUDANÇAS?<br />
• parto normal e cesárea, métodos para alívio <strong>da</strong> dor e cui<strong>da</strong>dos pós-<br />
No começo <strong>da</strong> gravidez<br />
• Desejos – são a expressão psíquica de estados de carência emocional,<br />
sobretudo para despertar no meio ambiente, principalmente no<br />
companheiro (a), provas de carinho e proteção.<br />
• Sonhos – estes podem ocorrer ao longo de to<strong>da</strong> a gravidez. É comum<br />
sonhar com o bebê e com situações que lembrem os fenômenos e<br />
desejos do período gestacional, de maneira a encobrir e solucionar os<br />
medos e preocupações inconscientes que a grávi<strong>da</strong> está vivenciando<br />
no momento.<br />
Fase intermediária <strong>da</strong> gravidez<br />
• movimentos fetais – entre o 4° e 6° mês: provocam sensações de<br />
alegria e também de desconforto na mulher. Estes movimentos<br />
marcam o fim <strong>da</strong>s dúvi<strong>da</strong>s se realmente existe uma gravidez e o início<br />
<strong>da</strong> possibili<strong>da</strong>de de interação afetiva dos pais com o bebê, através de<br />
conversas e contatos físicos (como toques e massagens na barriga).<br />
Isto vai favorecer o início do vínculo afetivo e do futuro diálogo verbal<br />
com o filho.<br />
Últimos meses<br />
• versão interna – psicologicamente, a mulher pode interpretar,<br />
inconscientemente, a mu<strong>da</strong>nça ou vira<strong>da</strong> do bebê para a posição<br />
de cabeça para baixo, como tendo chegado a hora de <strong>da</strong>r a luz. Esta<br />
aumentar na mulher o desejo de antecipação do parto devido à<br />
necessi<strong>da</strong>de de se a<strong>da</strong>ptar ao novo desconforto, agora, também na<br />
região do assoalho pélvico (região baixa do ventre – “pé <strong>da</strong> barriga”).<br />
• Medo do parto – a cultura ocidental revestiu o parto como um fato<br />
perigoso e doloroso. Isto leva a mulher, muitas vezes, a ignorar sua<br />
capaci<strong>da</strong>de e força natural. Então, a grávi<strong>da</strong> regride mentalmente às<br />
fantasias ancestrais de temor à morte, de dor e esvaziamento.<br />
• Alteração de humor– esta mu<strong>da</strong>nça de humor ocorre frequentemente<br />
ao longo de to<strong>da</strong> gravidez. É comum a mulher ficar mais sensível a<br />
todos os fatos que ocorrem ao seu redor. Às vezes, este estado de<br />
chorar, tanto de alegria como de contrarie<strong>da</strong>de, incomo<strong>da</strong> a grávi<strong>da</strong> e<br />
os familiares. Mas não há necessi<strong>da</strong>de de preocupação. Este estado é<br />
passageiro e, psicologicamente, tem a função de aguçar a percepção<br />
<strong>da</strong> mulher para vivenciar as várias mu<strong>da</strong>nças que a materni<strong>da</strong>de<br />
provoca.<br />
Estas são as formas mais comuns encontra<strong>da</strong>s pela mente <strong>da</strong> grávi<strong>da</strong><br />
para li<strong>da</strong>r com as mu<strong>da</strong>nças biológicas, sociais e afetivas que ocorrem<br />
durante este período tão especial.<br />
Procurar, com tranquili<strong>da</strong>de, compreender as emoções que ocorrem<br />
neste período. Ca<strong>da</strong> grávi<strong>da</strong> vai conviver com estas mu<strong>da</strong>nças de<br />
sentimentos e humor de forma pessoal, de acordo com a estruturação<br />
de sua personali<strong>da</strong>de.<br />
Porém, hoje existem propostas para diminuir estas ansie<strong>da</strong>des e<br />
sintomas específicos <strong>da</strong> gravidez, parto e pós-parto, com os seguintes<br />
objetivos básicos:<br />
• trabalhar os anseios <strong>da</strong> gravidez a partir do fornecimento de<br />
informação. Conhecimento traz segurança, esse é o nosso obejtivo!<br />
• prevenir a depressão pós-parto;<br />
• fazer a escolha do tipo de parto;<br />
• aprender a cui<strong>da</strong>r do bebê;<br />
• a<strong>da</strong>ptar-se à nova condição de mãe.<br />
COMO ESTES OBJETIVOS PODEM SER ALCANÇADOS?<br />
Buscando informações sobre a reali<strong>da</strong>de dos processos biológicos e<br />
psicológicos que ocorrem na gravidez, parto e pós-parto diminuindo as<br />
incertezas, ansie<strong>da</strong>des, medos e mitos que cercam o período. Para isto, é<br />
proposto um programa que abarca os seguintes temas:<br />
• como ocorre e se desenvolve biologicamente uma gravidez e suas<br />
implicações psicológicas e sociais;<br />
parto;<br />
• importância <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de física no período gestacional;<br />
• amamentação;<br />
• cui<strong>da</strong>dos com o bebê;<br />
• métodos contraceptivos (de acordo com os participantes do grupo).<br />
Para que a gestante e seu acompanhante tenham um maior conforto<br />
e segurança durante esse período tão especial, é recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> a<br />
participação no grupo de gestantes. Nesse momento a mãe terá interação<br />
com diversos temas que vão complementar as informações ofereci<strong>da</strong>s<br />
nas consultas de pré-natal. Terá também a oportuni<strong>da</strong>de de interagir<br />
com diversos profissionais para tirar dúvi<strong>da</strong>s sobre a gestação, parto,<br />
e cui<strong>da</strong>dos com o bebê. Nesse espaço haverá a interação com outras<br />
mães, com oportuni<strong>da</strong>de de trocar experiências sobre esse momento tão<br />
singular e especial.<br />
Existem alguns passos que devem ser trabalhados na gestação:<br />
1. Estabelecimento do vínculo afetivo entre pais e bebê, para o<br />
favorecimento do desenvolvimento de aspectos amorosos, cognitivos,<br />
intelectuais, <strong>da</strong> futura vi<strong>da</strong> escolar, profissional e social do filho de<br />
maneira harmônica.<br />
• alimentação na gravidez;<br />
• dúvi<strong>da</strong>s, queixas e sintomas na gestação;<br />
2. Mitos e fantasias inconscientes que surgem pelo fato do casal estar<br />
grávido e que podem atrapalhar o relacionamento.<br />
/ 22 / / 23 /
3. Mitos, medos e fantasias sobre o parto. Dentre to<strong>da</strong>s as escolhas que<br />
5. Construção dos pais imaginários. A partir dos desejos e impulsos<br />
7- Ajustamento do filho imaginário com o bebê real. Quando o bebê<br />
mãe e do bebê e que formará a base para o desenvolvimento psíquico<br />
temos que fazer durante a gravidez, tem uma que é especial e deve ser<br />
ancestrais e inconscientes de serem pais, com a gravidez inicia uma nova<br />
sai <strong>da</strong> barriga <strong>da</strong> mãe e passa para os seus braços, alguns ajustes<br />
saudável do filho. É um período crucial porque exige uma a<strong>da</strong>ptação<br />
feita juntamente com a equipe que está te acompanhando. Você sabe<br />
etapa de desenvolvimento psíquico de suas vi<strong>da</strong>s.<br />
são necessários. Primeiramente, porque o bebê real já nasce com as<br />
sincroniza<strong>da</strong>, simultânea do ato de <strong>da</strong>r e receber. É a ação que vai marcar<br />
qual é? O Parto.<br />
O parto normal é indicado para to<strong>da</strong>s as mulheres como melhor escolha<br />
para a saúde <strong>da</strong> mãe e do bebê. A vivência do parto normal conecta a<br />
mulher consigo mesma, tornando-se a protagonista do nascimento do<br />
seu bebê. Por isso é muito importante que a mulher tenha uma equipe de<br />
saúde e rede de apoio alinha<strong>da</strong> com suas decisões. Lembre-se: a mulher<br />
e o bebê são os principais autores, então tudo deve seguir o tempo deles.<br />
Parto não tem <strong>da</strong>ta marca<strong>da</strong>, tem <strong>da</strong>ta provável. O nascimento pode ser<br />
no feriado, no final de semana, na madruga<strong>da</strong>, no momento que o bebê<br />
estiver pronto para nascer.<br />
Em relação a cesariana, ela pode sim ser a forma de nascimento do bebê,<br />
desde que haja indicação médica ver<strong>da</strong>deira. A cesariana é uma cirurgia,<br />
que tem vários riscos, e deve ser feita somente em caso de riscos para<br />
mãe ou para o bebê. Geralmente a cesariana é indica<strong>da</strong> em caráter de<br />
Agora, serão pais. Como ca<strong>da</strong> um vai exercer sua função? Neste momento<br />
aparecem os devaneios sobre os modelos de pais que desejam ser.<br />
Pais responsáveis que assumirão o filho, pais amorosos, cui<strong>da</strong>dores?<br />
Descobrindo-se grávi<strong>da</strong>, a mulher entra no que Stern (1997) chamou<br />
de “constelação <strong>da</strong> materni<strong>da</strong>de”. Neste momento, seus devaneios e<br />
fantasias giram em torno de temas como: “serei boa mãe? Darei conta de<br />
gestar, <strong>da</strong>r à luz e depois cui<strong>da</strong>r do meu bebê para que ele seja saudável?<br />
Quem vai poder me aju<strong>da</strong>r? Quando poderei retomar às minhas ativi<strong>da</strong>des<br />
como mulher e profissional? Como vou conciliar o papel de mãe, mulher<br />
e profissional?”. Ao tentar responder estas questões, a mulher vai se<br />
construindo e se preparando imaginariamente para exercer sua nobre<br />
função de mãe, capaz de manter vivo seu bebê, amá-lo e educá-lo dentro<br />
de seus valores pessoais, sem esquecer de si mesma.<br />
características pessoais de personali<strong>da</strong>de às quais o meio ambiente<br />
necessita se adequar. Às vezes, o bebê não tolera os desconfortos<br />
naturais de a<strong>da</strong>ptação à nova vi<strong>da</strong> e chora muito; outras vezes, é calmo<br />
e dorminhoco; seu ritmo de sono e mama<strong>da</strong>s, de modo geral, não<br />
coincidem com as expectativas cria<strong>da</strong>s pelos pais durante a gestação;<br />
seus aspectos físicos não são os imaginados e sua saúde também pode<br />
requerer cui<strong>da</strong>dos específicos não esperados. Ante a reali<strong>da</strong>de do filho<br />
agora presente, a melhor opção que os pais têm é deixar fluir de dentro<br />
de si o amor, responsabili<strong>da</strong>de e desejo de proteger, amparar e amar<br />
aquela “criaturinha” tão dependente e que necessita tanto de amor<br />
quanto de cui<strong>da</strong>dos para crescer saudável. O amor pelo bebê e o desejo<br />
de cui<strong>da</strong>r são características presentes no ser humano. Quando ocorre<br />
algo diferente disso é hora de buscar aju<strong>da</strong>, pois pode estar presente um<br />
indicador de problemas de ordem psicológica.<br />
como ca<strong>da</strong> ser humano vai li<strong>da</strong>r na vi<strong>da</strong> com as trocas de amor, carinho,<br />
confiança e tudo mais. Cognitivamente, o momento <strong>da</strong> amamentação<br />
inaugura também o aparecimento <strong>da</strong>s noções de tempo e espaço e<br />
também a capaci<strong>da</strong>de de tolerar a frustração, o sofrimento e a espera.<br />
Conseguir esta sintonia boca-seio é tão importante ao ponto de merecer<br />
orientações específicas nos grupos de apoio, de modo a minimizar<br />
os possíveis desconfortos e descompassos para assegurar uma<br />
amamentação saudável e prazerosa para os pares mãe-bebê.<br />
emergências. Então fique atenta as indicações de cesariana, pesquise e<br />
se informe com profissionais diferentes.<br />
4. Construção do filho imaginário. É no período <strong>da</strong> gravidez que se vai<br />
imaginando to<strong>da</strong>s as quali<strong>da</strong>des físicas, estéticas e sentimentos que<br />
se deseja para o bebê, de acordo com os valores éticos morais, sociais<br />
e afetivos pessoais e dos familiares. Portanto, enquanto a criança vai<br />
6. Saí<strong>da</strong> do hospital e chega<strong>da</strong> em casa. A rotina doméstica mu<strong>da</strong>, já que<br />
o momento pede que se considerem os seguintes aspectos:<br />
• rede de apoio para aju<strong>da</strong>r a mãe e o bebê;<br />
• os cui<strong>da</strong>dos afetivos e físicos que o bebê exige;<br />
• novos cui<strong>da</strong>dos higiênicos e afetivos pessoais para a mulher que deu<br />
à luz;<br />
8- Mu<strong>da</strong>nças no pós-parto. Grandes mu<strong>da</strong>nças se tornam marcantes em<br />
momentos específicos como a chega<strong>da</strong> do bebê. Dentre elas, podem ser<br />
cita<strong>da</strong>s a ansie<strong>da</strong>de e insegurança em relação aos cui<strong>da</strong>dos com o bebê,<br />
a amamentação, o ritmo de sono <strong>da</strong> criança, a rea<strong>da</strong>ptação do próprio<br />
corpo feminino e o reatamento <strong>da</strong>s relações sexuais, a volta ao trabalho,<br />
o desmame do bebê e a sua nova rotina e quali<strong>da</strong>de alimentar.<br />
sendo forma<strong>da</strong> biologicamente dentro do útero, os pais, sobretudo a<br />
mãe, vão criando to<strong>da</strong> uma expectativa em torno <strong>da</strong> futura saúde física<br />
9- Amamentação. Uma questão especial que merece destaque no pós-<br />
e psicológica do bebê. Esta etapa é profun<strong>da</strong>mente rica e forma to<strong>da</strong><br />
parto, que é fun<strong>da</strong>mental para a saúde física e psicológica do bebê e <strong>da</strong><br />
a base para as futuras relações amorosas com o bebê real depois do<br />
mãe. É no ato de amamentar que se vai consoli<strong>da</strong>r a relação afetiva <strong>da</strong><br />
nascimento.<br />
/ 24 / / 25 /
Amamentar: não é só <strong>da</strong>r o alimento que assegura<br />
a vi<strong>da</strong> biológica do filho. É também favorecer o desenvolvimento<br />
psicológico. É <strong>da</strong>r e receber, plantar as sementes do amor<br />
e <strong>da</strong> esperança.<br />
Engravi<strong>da</strong>r, gestar, <strong>da</strong>r à luz, criar e conduzir a educação e formação<br />
psíquica de um filho é uma tarefa que implica responsabili<strong>da</strong>de dos pais.<br />
O que importa é a responsabili<strong>da</strong>de, dos que se assumem como pais, de<br />
<strong>da</strong>r amor e proteção ao filho para que este novo ser possa se desenvolver<br />
harmoniosamente em todos os aspectos de sua personali<strong>da</strong>de.<br />
/ 26 /<br />
LEITURAS ADICIONAIS:<br />
Stern DN. Constelação <strong>da</strong> Materni<strong>da</strong>de: um panorama <strong>da</strong> psicoterapia paisbebê. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.<br />
Araújo DMSF. Representaciones Maternas en el Embarazo y Puerperio. Tese doutoral apresenta<strong>da</strong> na Universi<strong>da</strong>de de Barcelona, Espanha. 2003. Não publica<strong>da</strong>.<br />
Soifer R. Psicologia <strong>da</strong> Gravidez, Parto e Puerpério. Porto Alegre: Artes Médicas 1997.
A IMPORTÂNCIA DOS<br />
EXERCÍCIOS FÍSICOS<br />
NA GESTAÇÃO<br />
Principais alterações fisiológicas<br />
• aumento do sangue e líquidos circulantes;<br />
• modificações <strong>da</strong> a<strong>da</strong>ptação cardiovascular;<br />
• aumento <strong>da</strong> frequência cardíaca;<br />
• aumento do consumo de oxigênio;<br />
• alterações do sistema endócrino;<br />
Benefícios do exercício<br />
• maior consciência corporal;<br />
• menor ganho de peso corporal e tecido adiposo<br />
• reeducação respiratória;<br />
• melhora <strong>da</strong> postura e força muscular;<br />
• redução de dores nas costas;<br />
• diminuição <strong>da</strong> resistência vascular periférica.<br />
• melhora <strong>da</strong> circulação sanguínea;<br />
Ter um bebê é uma transformação importante na vi<strong>da</strong> de uma mulher. Um<br />
momento especial e único, marcado por diversas mu<strong>da</strong>nças corporais,<br />
emocionais e sociais.<br />
A gravidez constitui-se um período de inúmeras mu<strong>da</strong>nças em que a<br />
prática de ativi<strong>da</strong>des e exercícios físicos poderão auxiliar para uma melhor<br />
a<strong>da</strong>ptação de forma mais tranqüila e com mais quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>. Neste<br />
A prática regular de exercícios físicos, de forma bem orienta<strong>da</strong> e<br />
estrutura<strong>da</strong>, poderá possibilitar à mulher que vive essa experiência um<br />
preparo diferenciado a fim de minimizar os possíveis desconfortos,<br />
despertando uma relação saudável com o seu corpo, sua mente, seu<br />
bebê e o ambiente em que está inseri<strong>da</strong>.<br />
A realização de ativi<strong>da</strong>de física, de acordo com os princípios fisiológicos e<br />
Principais alterações corporais<br />
• reajuste do centro de gravi<strong>da</strong>de para frente;<br />
• aumento <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> pelve;<br />
• frouxidão dos ligamentos e tendões;<br />
• redução de cãibras e edemas;<br />
• diminuição do stress e ansie<strong>da</strong>de<br />
• melhora do sono;<br />
• prevenção e tratamento do diabetes gestacional e <strong>da</strong> hipertensão<br />
arterial;<br />
ensaio pretende-se enfatizar e conhecer essas abor<strong>da</strong>gens, procurando<br />
metodológicos específicos para gestantes, pode proporcionar benefícios<br />
• compressão diafragmática (musculatura responsável pela respiração)<br />
• preparação para o parto;<br />
desmistificar alguns tabus relacionados à prática de ativi<strong>da</strong>des físicas e<br />
exercícios físicos para gestantes. 3<br />
O corpo <strong>da</strong> gestante, ao longo dos nove meses, vai assumindo novas<br />
formas. Devido ao aumento do volume abdominal, há mu<strong>da</strong>nça do<br />
por meio do ajuste corporal à nova situação. Orientações sobre exercícios<br />
físicos básicos devem ser forneci<strong>da</strong>s na assistência pré-natal e puerperal.<br />
Uma boa preparação corporal e emocional capacita a mulher a vivenciar<br />
a gravidez com prazer, permitindo-lhe desfrutar plenamente seu parto.<br />
devido ao aumento do volume uterino;<br />
• aumento <strong>da</strong> parede do abdômen;<br />
• aumento do volume <strong>da</strong>s mamas.<br />
• disposição para o trabalho de parto e tolerância às dores;<br />
• melhor recuperação pós-parto;<br />
• diminuição a sensação de isolamento social e melhorar a autoestima;<br />
centro de gravi<strong>da</strong>de para frente, o que força os músculos paravertebrais<br />
e a coluna, que também pode apresentar alterações, observa<strong>da</strong>s através<br />
Recomen<strong>da</strong>-se que a gestante faça uma avaliação médica antes de<br />
iniciar a ativi<strong>da</strong>de física. Em geral não são necessárias limitações, mas<br />
Principais alterações emocionais<br />
• diminui o risco de depressão pós parto.<br />
<strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça de postura, causando desconfortos. Os ligamentos ficam<br />
mais “soltos” em função dos hormônios (progesterona e relaxina), o<br />
que aumenta a possibili<strong>da</strong>de de lesões e que<strong>da</strong>s, além <strong>da</strong> ocorrência de<br />
edemas (inchaços) provocados pelo aumento dos líquidos circulantes<br />
associados à pressão do útero sobre os vasos sanguíneos.<br />
se deve atentar para o risco de fadiga ou acidentes. A gestação não é o<br />
melhor período para intensificar treinamento ou iniciar novos exercícios<br />
aeróbicos.<br />
• instabili<strong>da</strong>de do humor;<br />
• ansie<strong>da</strong>de;<br />
• insegurança;<br />
• medo;<br />
Recomen<strong>da</strong>ções sobre o exercício<br />
• não apresentar contraindicações absolutas e ser recomen<strong>da</strong>do pelo<br />
médico, mediante atestado. Então, é importante conversar com o<br />
médico sobre esse assunto;<br />
• insônia.<br />
• frequência cardíaca média máxima, de trabalho, de 140 batimentos<br />
/ 28 / / 29 /
por minuto (bpm);<br />
• trombose recente;<br />
Para os exercícios na água, observar a profundi<strong>da</strong>de - o nível <strong>da</strong> água<br />
• Alongamentos<br />
• evitar impacto, per<strong>da</strong> de equilíbrio, traumas de alta intensi<strong>da</strong>de;<br />
• frequência média semanal: para sedentárias, 3 vezes, e para ativas, de<br />
4 a 5 vezes, com duração máxima de 60 minutos por sessão;<br />
• hipertensão grave;<br />
• ruptura de bolsa e/ou sangramentos;<br />
• falta de controle pré-natal.<br />
ideal está localizado na altura do osso externo – abaixo <strong>da</strong>s mamas, a<br />
temperatura ideal seria entre 28 a 30 ºC.<br />
Na maioria <strong>da</strong>s vezes, não possuem contraindicações, e podem ser<br />
realizados diariamente. É indicado permanecer na postura durante 30<br />
segundos, e realizá-los bilateralmente.<br />
• evitar contrações isométricas máximas;<br />
• equilibrar a respiração durante a execução dos exercícios – jamais<br />
prender a respiração;<br />
Sinais e sintomas que indicam a interrupção do exercício físico na<br />
gestação.<br />
Figura 01: segurando<br />
no seu pé, realize uma<br />
Figura 02: Com os<br />
braços elevados<br />
• evitar exercícios de longa duração;<br />
• dor;<br />
flexão de joelho, com<br />
próximos às orelhas,<br />
CONTRAINDICAÇÕES AO EXERCÍCIO FÍSICO (CONDUTA MÉDICA)<br />
• sangramento;<br />
• falta de ar;<br />
intuito de promover<br />
um alongamento no<br />
músculo <strong>da</strong> coxa –<br />
acima <strong>da</strong> cabeça,<br />
realize uma flexão<br />
lateral do tronco, com<br />
Relativas<br />
• contrações uterinas ou per<strong>da</strong> de líquidos (caso ain<strong>da</strong> não esteja no<br />
quadríceps. Pode ser<br />
intuito de promover<br />
• hipertensão arterial descompensa<strong>da</strong>;;<br />
• anemia ou outros distúrbios sanguíneos;<br />
• disfunções endócrinas;<br />
• arritmia cardíaca;<br />
período provável do parto);<br />
• vertigem ou fraqueza;<br />
• ausência de movimentos fetais;<br />
• dificul<strong>da</strong>de de an<strong>da</strong>r.<br />
executado utilizando<br />
outros apoios, como<br />
por exemplo, uma<br />
cadeira, uma mesa ou<br />
mesmo uma parede.<br />
um alongamento nos<br />
músculos localizados<br />
nesta região.<br />
• diabetes descompensa<strong>da</strong>;<br />
• obesi<strong>da</strong>de mórbi<strong>da</strong>;<br />
• histórico de sedentarismo extremo;<br />
EXERCÍCIOS FÍSICOS SUGERIDOS<br />
Aeróbios<br />
• caminha<strong>da</strong>s;<br />
Absolutas<br />
• hidroginástica;<br />
• doenças cardíacas graves descompensa<strong>da</strong>s;<br />
• natação.<br />
• trabalho de parto prematuro;<br />
• histórico de três ou mais abortos espontâneos;<br />
Para caminha<strong>da</strong>s, observar as condições do piso, calçado, clima, ritmo<br />
<strong>da</strong>s passa<strong>da</strong>s, tempo de execução (20 a 40 minutos) e, principalmente,<br />
controlar a frequência cardíaca.<br />
01<br />
02<br />
/ 30 / / 31 /
- Fortalecimento muscular<br />
Exercícios respiratórios<br />
São exemplos de exercícios que promovem o fortalecimento<br />
muscular: musculação, pilates e ioga. Seguem abaixo algumas<br />
sugestões:<br />
04<br />
03<br />
06<br />
07<br />
Figura 03: Deite com as pernas eleva<strong>da</strong>s e apoia<strong>da</strong>s, realize<br />
movimentos com os pés em to<strong>da</strong>s as direções – gire para a<br />
direita, gire para a esquer<strong>da</strong>, esten<strong>da</strong> como a posição de uma<br />
bailarina e flexione como se fosse encostar a ponta dos dedos na<br />
parte anterior <strong>da</strong> perna. Pode ser executado com outros apoios,<br />
como por exemplo, vários travesseiros empilhados um a um.<br />
05<br />
Figuras 04/05: Deite procurando deixar as costas bem retas e<br />
abrace as duas pernas, deste modo você estará alongando as<br />
regiões lombar e glútea. Pode ser realizado também de forma<br />
Figura 06: Respire de forma consciente, observando o caminho<br />
que o ar percorre durante o processo de inspiração e expiração.<br />
Na inspiração procure inflar o abdômen, expandindo as costelas,<br />
e quando exalar procure diminuir o volume do abdômen,<br />
retornando-o para a posição de relaxamento inicial. Realize estes<br />
exercícios senta<strong>da</strong> com a coluna reta e/ou deita<strong>da</strong> em decúbito<br />
dorsal com as pernas eleva<strong>da</strong>s.<br />
Figura 07: Deite em decúbito dorsal, com as pernas flexiona<strong>da</strong>s<br />
em 90º, os pés apoiados no chão e os braços ao longo do corpo,<br />
também apoiados no chão. Realize uma inspiração e eleve o<br />
quadril, contraindo os glúteos. Expire, retornando o quadril na<br />
posição inicial e articulando vértebra por vértebra devagar no<br />
chão. Realize a sequência 6 a 8 vezes.<br />
unilateral, abraçando uma <strong>da</strong>s pernas em diagonal, livrando-a do<br />
espaço <strong>da</strong> barriga.<br />
/ 32 / / 33 /
Figuras 08/09: Na posição quatro apoios,<br />
inspire e realize uma extensão <strong>da</strong> coluna,<br />
como se fosse um gato arrepiado. Na<br />
sequência do exercício, exale o ar e<br />
realize o movimento contrário, como se<br />
quisesse exagerar a curvatura lombar.<br />
Este movimento traz maior mobili<strong>da</strong>de<br />
para a coluna, fortalecendo os músculos<br />
paravertebrais. Realize a sequência 6 a 8<br />
vezes.<br />
Figura 10: Na posição<br />
quatro apoios, realize<br />
uma extensão do quadril,<br />
de forma unilateral.<br />
Realize nesta posição<br />
um ciclo de 5 respirações<br />
completas.<br />
08<br />
10<br />
Figura 11: Na posição quatro<br />
apoios, realize uma extensão<br />
do quadril, e coloque o braço<br />
contrário à perna à frente <strong>da</strong><br />
cabeça no prolongamento do<br />
corpo. Realize nesta posição<br />
um ciclo de 5 respirações<br />
completas e, em segui<strong>da</strong>, repita<br />
o movimento com a outra perna<br />
e o outro braço.<br />
09<br />
11<br />
/ 34 / / 35 /
Figura 12: Na posição quatro<br />
apoios, o bebê ganha espaço,<br />
aliviando a pressão na<br />
pelve. Podem ser realizados<br />
movimentos circulatórios do<br />
quadril.<br />
Figura 15: Cócoras – procure colocar o pé<br />
todo no chão. Pode ser realiza<strong>da</strong> apoia<strong>da</strong> pelo<br />
companheiro (a), ou na cama, ou na cadeira, etc.<br />
É uma postura fisiologicamente favorável ao<br />
parto, auxilia na desci<strong>da</strong> e encaixe do bebê, e no<br />
processo de dilatação do colo uterino.<br />
12<br />
Considerações finais<br />
A mulher que vive a gestação necessita de<br />
atenção especial no seu universo corporal,<br />
emocional e social, em função <strong>da</strong>s diversas<br />
transformações que acompanham este período.<br />
O trabalho de preparação corporal para o<br />
parto normal colabora para que as gestantes<br />
atravessem esta fase <strong>da</strong> melhor maneira<br />
possível. Contribui para redução de desconfortos<br />
O exercício físico bem orientado e corretamente<br />
aplicado é uma excelente ferramenta capaz de<br />
proporcionar à gestante, em sua totali<strong>da</strong>de, uma<br />
vivência equilibra<strong>da</strong>, consciente e integra<strong>da</strong> em<br />
comuns durante a gestação, auxilia a li<strong>da</strong>r<br />
melhor com medos, dúvi<strong>da</strong>s e ansie<strong>da</strong>des. É um<br />
espaço de reflexão e toma<strong>da</strong> de consciência <strong>da</strong>s<br />
dimensões que envolvem o gerar e o parir.<br />
13<br />
Figura 13: Posição genupeitoral – com as pernas flexiona<strong>da</strong>s<br />
14<br />
Figura 14: Com joelhos flexionados, apoie o tronco na bola,<br />
todo o período. São inúmeros benefícios que<br />
podemos observar, capazes de garantir uma<br />
melhor quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> durante este momento<br />
especial e único <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> de uma mulher.<br />
As práticas corporais trabalha<strong>da</strong>s são muito<br />
úteis para facilitar a experiência do parto e<br />
tornar esse momento mais gratificante.<br />
e projeção do tronco à frente, promove alívio na pressão<br />
ou mesmo em travesseiros empilhados um a um. Podem<br />
exerci<strong>da</strong> sobre a pelve. Pode ser realiza<strong>da</strong> no momento <strong>da</strong><br />
ser realizados movimentos circulatórios do quadril. O<br />
contração, ou no momento de intervalo dela.<br />
companheiro(a) pode realizar massagens na região lombar,<br />
durante a contração, com intuito de alívio dos desconfortos.<br />
15<br />
REFERÊNCIAS:<br />
1. Spinning Babies [homepage na internet]. Conheça a página brasileira oficial <strong>da</strong> Spinning Babies®! [acesso em 02 mar <strong>2021</strong>].<br />
Disponível em: https://www.spinningbabies.com/parents/spinning-babies-para-o-brasil/<br />
/ 36 / / 37 /
MANUAL DA ALIMENTAÇÃO<br />
DURANTE A GESTAÇÃO<br />
Os 300 primeiros dias correspondem ao período <strong>da</strong> gestação até as 3<br />
primeiras semanas de vi<strong>da</strong> do bebê. Esta fase requer cui<strong>da</strong>dos especiais,<br />
por ser um período de grande vulnerabili<strong>da</strong>de a riscos, tanto para mulher<br />
como para seu filho. 1 Durante to<strong>da</strong> a gestação, as necessi<strong>da</strong>des nutricionais<br />
aumentam para garantir o adequado crescimento e desenvolvimento <strong>da</strong><br />
criança bem como manter o metabolismo materno. Portanto, de acordo<br />
com a necessi<strong>da</strong>de individual <strong>da</strong> gestante, as recomen<strong>da</strong>ções nutricionais<br />
podem ser a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s dentro de uma alimentação saudável e equilibra<strong>da</strong><br />
contribuindo para bom desenvolvimento do bebê. 1<br />
1. COMO É O GANHO DE PESO NA GESTAÇÃO?<br />
No decorrer <strong>da</strong> gravidez, a mulher percebe um conjunto de alterações que<br />
vão surgindo no seu corpo. Uma <strong>da</strong>s principais mu<strong>da</strong>nças é a elevação do<br />
peso corporal. O aumento do peso corporal ocorre principalmente por<br />
dois fatores:<br />
• Produtos <strong>da</strong> concepção (placenta, líquido amniótico e feto);<br />
• Incremento dos tecidos corporais maternos (Volume do útero e do<br />
sangue, tecidos mamários e reservas de gordura) Recomen<strong>da</strong>ções e<br />
cui<strong>da</strong>dos Nutricionais durante a gravidez e aleitamento materno.<br />
A Tabela 1 apresenta a distribuição de ganho de peso na gestação.<br />
Tabela 1. Distribuição do ganho de peso na gestação.<br />
Produtos <strong>da</strong> concepção<br />
Feto<br />
Líquido Amniótico<br />
Placenta<br />
2,7 Kg a 3,6 Kg<br />
0,9 kg a 1,4 kg<br />
0,9 kg a 1,4 kg<br />
Aumento dos tecidos maternos<br />
Expansão do volume sanguíneo<br />
Expansão do líquido extracelular<br />
Crescimento do útero<br />
Aumento do volume de mamas<br />
Aumento dos depósitos maternos – tecido adiposo<br />
1,6Kg a 1,8Kg<br />
0,9Kg a 1,4Kg<br />
1,4Kg a 1,8Kg<br />
0,7Kg a 0,9Kg<br />
3,6Kg a 4,5Kg<br />
Fonte: Institute of Medicine (IOM-2009) 2<br />
/ 39 /
O ganho de peso abaixo do recomen<strong>da</strong>do está relacionado ao risco no<br />
Alguns cui<strong>da</strong>dos devem ser observados durante a gestação para que a<br />
Na tabela abaixo seguem alguns dos principais nutrientes para o<br />
A importância <strong>da</strong> nutrição durante a gestação já está bem defini<strong>da</strong> pela<br />
atraso de crescimento intrauterino e mortali<strong>da</strong>de perinatal (período que<br />
corresponde entre as 22 semanas completas de gestação e os 7 dias<br />
completos após o nascimento).<br />
Em contraparti<strong>da</strong>, o excesso de peso ou obesi<strong>da</strong>de na gravidez pode levar<br />
ao aumento de peso do bebê ao nascer, risco de complicações no parto.<br />
Por todos estes motivos o ganho de peso saudável na gestação garante<br />
a evolução tranquila e um parto mais seguro. 3<br />
A Tabela 2, apresenta a recomen<strong>da</strong>ção de ganho de peso segundo o IMC<br />
(Índice Massa Corporal) materno pré-gestacional. Para o cálculo do IMC<br />
pré-gestacional, utilize a seguinte fórmula: IMC Pré-Gestacional: Peso<br />
Pré-gestacional/Altura. 1<br />
Tabela 2. Ganho de peso recomen<strong>da</strong>do de acordo com o IMC materno<br />
pré-gestacional<br />
Estado<br />
Nutricional<br />
antes <strong>da</strong><br />
gestação<br />
IMC (Kg/m²)<br />
Ganho de peso<br />
durante a<br />
gestação (Kg)<br />
Ganho de peso por<br />
semana no 2º e 3º<br />
trimestre (Kg)<br />
Baixo Peso
IV - SUPLEMENTAÇÃO NA GESTAÇÃO<br />
V - SEGURANÇA DOS ALIMENTOS DURANTE A GESTAÇÃO<br />
Probióticos são microrganismos vivos que, quando administrados<br />
quanti<strong>da</strong>des adequa<strong>da</strong>s, conferem benefícios à saúde do hospedeiro.<br />
As espécies de Lactobacillus e Bifidus dobacterium são<br />
usa<strong>da</strong>s como probióticos, mas o fermento Saccharomyces<br />
e algumas espécies E. coli e Bacillus também são usa<strong>da</strong>s. 8 • Simbióticos são produtos que contêm tanto probióticos como<br />
prebióticos, que conferem benefícios à saúde.⁸ Sabe-se que<br />
uma alimentação desequilibra<strong>da</strong>, rica em alimentos ultraprocessados,<br />
pobre em frutas e verduras e com alto teor de<br />
gorduras, altera a microbiota intestinal, causando o que chamamos<br />
de disbiose. Esta condição pode estar relaciona<strong>da</strong> com muitas<br />
doenças, desde infl amatórias intestinais, obesi<strong>da</strong>de, diabetes<br />
tipo 2, entre muitas outras. Desta forma, também durante a<br />
gravidez deve ser <strong>da</strong><strong>da</strong> atenção a saúde intestinal <strong>da</strong> futura mãe.⁴<br />
• em<br />
as mais<br />
boulardii<br />
• Prebióticos são ingredientes seletivamente fermentados que<br />
permitem mu<strong>da</strong>nças específicas na composição e/ou ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />
microbiota gastrointestinal, conferindo assim benefícios à saúde do<br />
hospedeiro. 8<br />
COMPREENDENDO<br />
OS CONCEITOS:<br />
O fato <strong>da</strong> microbiota <strong>da</strong> mãe ser modulável, durante a gravidez,<br />
pela sua dieta, muito em particular, pela ingestão de hortifrutícolas,<br />
prebióticos e também de probióticos, vai ter influência na<br />
microbiota do bebê, porque há ‘passagem’ de bactérias <strong>da</strong><br />
mãe para o feto durante o parto e durante a amamentação (o<br />
intestino do filho é colonizado com bactérias <strong>da</strong> mãe durante<br />
a amamentação). O tipo de parto, vaginal ou por cesariana, o<br />
tipo de alimentação (leite materno ou fórmula) determinam a<br />
quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s bactérias intestinais do filho e assim a sua saúde. 3<br />
O consumo de probióticos na gestação reduz as chances de diabetes<br />
gestacional e obesi<strong>da</strong>de, risco de pré-eclâmpsia e constipação, além<br />
de contribuir positivamente para a per<strong>da</strong> de peso corporal após o<br />
parto. Estudos recentes mostram que a administração de probióticos<br />
desde o primeiro mês de gestação reduz também as chances de<br />
o bebê nascer com sobrepeso ou se tornar uma criança obesa<br />
futuramente. Em adição, para o bebê, os benefícios de um intestino<br />
materno saudável estão relacionados também a menores chances de<br />
rinite, otites e alergias na infância. 6<br />
A constituição do feto e placenta<br />
bem como a preparação <strong>da</strong>s<br />
glândulas mamárias para a<br />
lactação são modificações<br />
fisiológicas do organismo de uma<br />
grávi<strong>da</strong> que carecem de um aporte<br />
suplementar de nutrientes.¹⁰<br />
Por isso muitos profissionais<br />
de saúde que acompanham a<br />
gestante recomen<strong>da</strong>m o uso<br />
de suplementos vitamínicos e<br />
minerais até mesmo antes <strong>da</strong><br />
concepção.¹¹ Estes suplementos podem ser compostos por um nutriente<br />
apenas, como por exemplo, o ácido fólico ou por múltiplas vitaminas e<br />
/ 42 / / 43 /<br />
minerais.<br />
Quanto mais comprometido for o estado nutricional <strong>da</strong> mulher, maior será<br />
benefício para o resultado <strong>da</strong> gestação com uma dieta e suplementação<br />
nutricional melhores.⁴ Portanto, é importante dedicar na alimentação,<br />
principalmente no que diz respeito à quali<strong>da</strong>de, varie<strong>da</strong>de. Um cardápio<br />
balanceado e o acompanhamento médico e com nutricionista são<br />
essenciais para essa fase.<br />
Vale ressaltar que a suplementação não deve ser usa<strong>da</strong> como um<br />
substituto para o comer bem.⁴ A indicação sobre a suplementação<br />
deverá ser feita somente pelo profissional de saúde.<br />
Durante a gestação, a mãe<br />
está mais vulnerável a sofrer<br />
consequências negativas <strong>da</strong>s<br />
doenças transmiti<strong>da</strong>s por<br />
alimentos.⁴<br />
Para saber quais são os principais<br />
alimentos que devem ser<br />
evitados durante a gestação,<br />
ACESSE O LINK DO MANUAL<br />
1000 DIAS!<br />
VI - INTERVENÇÃO NUTRICIONAL NOS SINAIS E SINTOMAS DA<br />
GESTAÇÃO<br />
Muitas <strong>da</strong>s seguintes complicações decorrem <strong>da</strong>s alterações hormonais<br />
normais durante a gestação. Essas alterações fazem que o tempo de<br />
trânsito gastrointestinal retarde, de modo que mais nutrientes fiquem<br />
disponíveis para o feto. No entanto isso causa náusea e vômito, prisão<br />
de ventre e azia. Embora sejam normais, essas complicações podem ser<br />
desconfortáveis e merecem todo cui<strong>da</strong>do.⁴
Os mais comuns são:<br />
I. Náuseas e Vômitos e Hiperêmese Gravídica (tipo forte de náusea e<br />
vômito durante a gestação)<br />
Náuseas e vômitos na gestação são muito comuns e afetam entre 50% e<br />
90% <strong>da</strong>s mulheres grávi<strong>da</strong>s no primeiro trimestre e geralmente resolve<br />
por volta de 20 semanas de gestação. Casos em que estes sintomas se<br />
prolongam, são um pouco mais raros, mas podem acontecer. 3,4<br />
II. Azia e Pirose (Queimação)<br />
A sensação de queimação pode ocorrer principalmente após as refeições<br />
e aumenta de intensi<strong>da</strong>de ao longo <strong>da</strong> gestação. Isso ocorre porque, com<br />
o aumento do útero, aumenta a pressão sobre o estômago, que favorece<br />
o retorno do ácido gástrico para o esôfago.⁷<br />
III. Prisão de Ventre e Hemorroi<strong>da</strong>s<br />
A obstipação intestinal é um problema digestivo muito comum em<br />
grande parte <strong>da</strong> população e em gestantes a situação pode se agravar<br />
em função de fatores como alimentação pobre em fibras, baixa ingestão<br />
de água, sedentarismo, redução <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong>de, suplementação de<br />
ferro, sendo assim a nutrição tem muito a contribuir para alívio dos<br />
sintomas e significativa melhora do transito intestinal. O consumo<br />
de fibras alimentares deve alcançar a média diária de 28g de fibras ao<br />
dia. Logo as escolhas alimentares influenciam bastante na regulação e<br />
funcionamento intestinal. 8,9<br />
Alguns sintomas como os apresentados acima podem ser tratados<br />
de maneira simples e eficaz, acesse o nosso manual para saber quais<br />
são as melhores estratégias para evitar os principais desconfortos <strong>da</strong><br />
gestação!<br />
VII - PASSOS PARA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NA GESTAÇÃO 33<br />
• Faça pelo menos três refeições (café <strong>da</strong> manhã, almoço e jantar) e<br />
dois lanches saudáveis por dia, evitando ficar mais de três horas sem<br />
comer. Entre as refeições beba muita água. Evite comer doce como<br />
sobremesa, optando por frutas.<br />
• Dê preferência aos alimentos em sua forma mais natural.<br />
• Ingira arroz e feijão. É um prato brasileiro, com uma combinação<br />
equilibra<strong>da</strong> de nutrientes.<br />
• Inclua na alimentação diária leite e derivados (com baixo teor de<br />
gordura), carnes magras, peixe ou ovos. Retire a pele e a gordura <strong>da</strong><br />
carne antes <strong>da</strong> preparação, tornando este alimento mais saudável.<br />
• Diminua o consumo de gorduras. Fique atenta aos rótulos dos<br />
alimentos e prefira aqueles livres de gorduras trans.<br />
• Coma todos os dias legumes, verduras e frutas <strong>da</strong> época.<br />
• Evite refrigerantes e sucos industrializados, chocolates, doces,<br />
biscoitos recheados e outras guloseimas em seu dia a dia.<br />
• Diminua a quanti<strong>da</strong>de de sal na comi<strong>da</strong> e retire o saleiro <strong>da</strong> mesa.<br />
Faça o mesmo com o açúcar.<br />
• Para evitar a anemia (falta de ferro no sangue), consuma diariamente<br />
alimentos ricos em ferro, como carnes, miúdos, feijão, lentilha, grãode-bico,<br />
soja, folhas verde-escuras, grãos integrais, castanhas e<br />
outros. Consuma junto com esses alimentos fontes de vitamina C,<br />
como acerola, goiaba, laranja, caju, limão e outras.<br />
• Pratique exercício físico e evite as bebi<strong>da</strong>s alcoólicas e o fumo.<br />
ACESSE O NOSSO MANUAL DE 1000 DIAS DE SUCESSO!<br />
REFERÊNCIAS:<br />
1. Associação Portuguesa de Nutrição. Alimentação nos primeiros 1000 dias de vi<strong>da</strong>: um presente para o futuro. E-book n. 53. Porto: Associação Portuguesa de Nutrição; 2019.<br />
2. Institute of Medicine (IOM). Institute of Medicine and National Research Council Committee to Reexamine Pregnancy Wheight Guidelines. Weight gain during pregnancy: reexamining the guidelines [Internet].<br />
Washington: National<br />
Academies Press; 2009 [cited <strong>2021</strong> mar 02]. Available from: https://www.nap.edu/catalog/12584/weight-gain-during-pregnancy-reexamining-the-guidelines<br />
3. Teixeira D et al. Programa Nacional para a Promoção <strong>da</strong> Alimentação Saudável. Alimentação e nutrição na gravidez [Internet]. Lisboa: Direção-Geral <strong>da</strong> Saúde; 2014 [acesso em 02 de março <strong>2021</strong>].<br />
Disponível em: http://nocs.pt/wp-content/uploads/2017/10/alimentacaoenutricaonagravidez.pdf<br />
4. Hanson MA et al. The International Federation of Gynecology and Obstetrics (FIGO) recommen<strong>da</strong>tions on adolescent, preconception and maternal nutrition: “Think Nutrition First”. Int J Gynaecol Obstet. [Internet].<br />
2015 [cited <strong>2021</strong> mar 03]; 131 (4). Available from: https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1016/S0020-7292%2815%2930034-5<br />
5. Organização Mundial de Gastroenterologia (OMG). Diretrizes Mundiais <strong>da</strong> Organização Mundial de Gastroenterologia. Probióticos e prebióticos [Internet]. 2017 [cited <strong>2021</strong> mar 03].<br />
Available from: https://www.worldgastroenterology.org/UserFiles/file/guidelines/probiotics-and-prebiotics-portuguese-2017.pdf<br />
6. Vahamiko S, Laiho A, Lund R, Isolauri E, Salminen S, Laitinen K. The impact of probiotic supplementation during pregnancy on DNA methylation of obesity-related genes in mothers and their children. Eur J Nutr.<br />
[Internet]. 2018 [cited <strong>2021</strong> mar 03]; 58 (1). Available from: https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1016/S0020-7292%2815%2930034-5<br />
7. Senado Federal [homepage na internet]. Orientações Nutricionais: <strong>da</strong> gestação à primeira infância. 2015-2017. [acesso em 03 mar <strong>2021</strong>].<br />
Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/509815<br />
8. Saffioti RF, Nomura RMY, Dias MCG, Zugaib M. Constipação intestinal e gravidez. Femina. [Internet]. 2011 [acesso em 03 de mar <strong>2021</strong>]; 39 (3).<br />
Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/0100-7254/2011/v39n3/a2502.pdf<br />
9. Bernaud FSR, rodrigues TC. Fibra alimentar – ingestão adequa<strong>da</strong> e efeitos sobre a saúde do metabolismo. Arq Bras Endocrinol Metab. [Internet]. 2013 [acesso em 03 de mar <strong>2021</strong>]; 57 (6).<br />
Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/abem/v57n6/01.pdf<br />
/ 44 / / 45 /
IMPORTÂNCIA<br />
DO PRÉ-NATAL<br />
ODONTOLÓGICO<br />
A gestante, durante o seu pré-natal, além de realizar os exames médicos,<br />
deve também procurar aconselhamento odontológico específico. Esse<br />
aconselhamento vai lhe ensinar como prevenir e solucionar problemas<br />
de saúde oral que aconteçam durante a gestação e vai promover a sua<br />
própria saúde e do bebê.<br />
Quando se trata <strong>da</strong>s ações específicas <strong>da</strong> odontologia, tem-se uma<br />
grande conquista, pois no Cartão <strong>da</strong> <strong>Gestante</strong> já é possível incluir os<br />
<strong>da</strong>dos do atendimento odontológico realizado durante o pré-natal, como<br />
você pode observar abaixo.²<br />
Seção do Cartão <strong>da</strong> <strong>Gestante</strong> destina<strong>da</strong> às informações do atendimento odontológico realizado durante o pré-natal.<br />
Visita ao dentista durante a gestação<br />
O tratamento odontológico necessário pode ser seguramente fornecido<br />
em to<strong>da</strong>s as fases <strong>da</strong> gestação, sendo que o segundo trimestre é<br />
considerado ótimo, tanto pelo maior conforto <strong>da</strong> gestante na cadeira<br />
odontológica quanto pelo fato de que a fase <strong>da</strong>s náuseas geralmente<br />
já passou. Vale ressaltar que não existem evidências que tratamentos,<br />
preventivos ou reparadores, sejam <strong>da</strong>nosos à gestante ou ao feto em<br />
desenvolvimento, durante qualquer trimestre.<br />
O mais importante é que a gestante informe ao seu odontólogo caso<br />
sinta algum incômodo durante qualquer procedimento que necessite ser<br />
realizado.<br />
o tratamento odontológico não prejudica a mãe e nem o bebê. Pelo<br />
contrário, a ausência dele é que pode levar à dor ou infecção de origem<br />
dentária, que, dissemina<strong>da</strong>s no organismo materno, podem causar <strong>da</strong>nos<br />
graves à gestante e ao feto.¹<br />
/ 47 /
Problemas comuns de saúde oral durante a gestação<br />
se escovar os dentes e passar o fio dental adequa<strong>da</strong>mente, a gestante<br />
O que a mamãe e o papai precisam saber sobre o bebê<br />
(posição posterior <strong>da</strong> mandíbula) do recém-nascido. Por isso, é importante<br />
Cárie dentária<br />
É importante saber que os dentes não se alteram durante a gravidez.<br />
Quando uma gestante tem cárie, isso se deve às condições locais, tais<br />
como dieta, má higiene oral ou vômitos frequentes. Para prevenir, o<br />
dentista estabelecerá práticas educativas e preventivas de acordo<br />
com o estado bucal <strong>da</strong> grávi<strong>da</strong>. Fazendo o aconselhamento de hábitos<br />
alimentares, higiene oral, realizando a limpeza bucal profissional e o uso<br />
estará menos propensa a sofrer desta doença.<br />
Quando inflamações e infeções são mal controla<strong>da</strong>s, pode haver per<strong>da</strong> do<br />
osso que sustenta e segura o dente. Esta doença se chama periodontite.<br />
Pesquisas ligam a doença periodontal às gestantes com pré-eclâmpsia,<br />
partos prematuros e bebês de baixo peso. Apesar disso, tenha em mente<br />
que a gestação não causa a doença periodontal. A gengivite é resultado<br />
<strong>da</strong> má higiene oral, que causa mu<strong>da</strong>nças na gengiva.¹<br />
Desenvolvimento <strong>da</strong> boca na vi<strong>da</strong> intrauterina<br />
Os dentes decíduos começam o seu desenvolvimento por volta <strong>da</strong> sexta<br />
semana de vi<strong>da</strong> intrauterina, já os germes dos dentes permanentes, em<br />
torno do quarto mês de vi<strong>da</strong> intrauterina. O pala<strong>da</strong>r se desenvolve a partir<br />
<strong>da</strong> 12ª semana, e as papilas gustativas tornam-se bem desenvolvi<strong>da</strong>s na<br />
14ª semana, quando ocorre o surgimento de preferências de gostos.<br />
que o seu bebê faça o esforço para sugar. É o que chamamos de estímulos<br />
funcionais para um desenvolvimento adequado dos ossos <strong>da</strong> face.<br />
Caso não seja possível o aleitamento materno, surge a mamadeira como<br />
opção. Neste caso, é importante escolher uma mamadeira com bico<br />
anatômico, cujo tamanho seja proporcional ao tamanho <strong>da</strong> boca do<br />
bebê. Não se deve aumentar o furo original. Mesmo com a mamadeira é<br />
importante o mesmo aconchego entre mamãe e bebê.¹<br />
do flúor.¹<br />
Hiperplasia gengival e granuloma gravídico<br />
O reflexo <strong>da</strong> deglutição inicia-se na 12ª semana. Entre a 18ª e 22ª, iniciase<br />
a sucção, que ain<strong>da</strong> é o abrir a boca e projetar a língua para frente. Já<br />
Hábitos<br />
Erosão dentária<br />
Trata-se de um crescimento demasiado <strong>da</strong>s gengivas. A presença de<br />
a sucção do dedo, por volta <strong>da</strong> 28ª semana intrauterina. Para finalmente,<br />
As chupetas não devem ser usa<strong>da</strong>s, pois podem causar deformi<strong>da</strong>des<br />
É o desgaste dos dentes sem a presença de bactérias. Ela pode acontecer<br />
durante a gestação devido a vômitos frequentes e por período prolongado,<br />
ou possivelmente devido à ingestão de comi<strong>da</strong>s áci<strong>da</strong>s. Isto, também,<br />
pode causar sensibili<strong>da</strong>de ao calor e ao frio. Para prevenção é interessante<br />
que o dentista examine e avalie o risco. É necessário o uso de flúor,<br />
orientar para que a higiene dentária não seja feita imediatamente após<br />
o vômito e, nos casos mais graves, restaurações podem ser indica<strong>da</strong>s.¹<br />
Doença periodontal (gengivite-periodontite)<br />
fatores locais, como: biofilme, cálculo e excesso de material restaurador<br />
na superfície do dente, pode acentuar a resposta <strong>da</strong> gengiva, formando<br />
o granuloma gravídico. É uma lesão benigna de rápido crescimento, que<br />
ocorre comumente no primeiro trimestre e poderá se estender até o<br />
terceiro trimestre. A higiene oral, neste caso, também se faz necessária<br />
para minimizar as hiperplasias gengivais. Geralmente regride após o<br />
parto, mas, apesar disso, a excisão cirúrgica pode ser necessária.¹<br />
Xerostomia<br />
entre as semanas 32ª e 34ª, o feto já conseguir deglutir o suficiente para<br />
sua nutrição extrauterina.<br />
Importância odontológica <strong>da</strong> amamentação<br />
O leite materno é o alimento<br />
ideal para a nutrição e o<br />
conforto emocional do<br />
bebê. Durante o aleitamento<br />
materno, o bebê realizará<br />
nas arca<strong>da</strong>s dentárias. A sucção que o bebê faz no peito substituiu o uso<br />
<strong>da</strong> chupeta, e faz bem para o desenvolvimento oral e psicológico. Nunca<br />
coloque a chupeta como 1ª opção, verifique o motivo do choro, que pode<br />
ser por exemplo um desconforto passageiro ou ate mesmo uma simples<br />
necessi<strong>da</strong>de de aconchego.<br />
Atenção: o período de auto regulação do bebe, normalmente ocorre a<br />
partir dos 3 meses. Portanto, a medi<strong>da</strong> que o bebe dormir mais a noite,<br />
evite acordá-lo para mamar apos este período.¹<br />
A gestação pode tornar a gengiva e outros tecidos que sustentam<br />
os dentes mais susceptíveis às inflamações. Isso se chama doença<br />
periodontal e acontece por causa <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças hormonais que afetam<br />
a flora oral. <strong>Gestante</strong>s portadoras de Diabetes Mellitus são mais<br />
propensas a ter a doença periodontal. Quando a inflamação é na gengiva<br />
temos a gengivite, muito comum na gravidez. É importante informar que<br />
Algumas gestantes podem sofrer de um ressecamento temporário na<br />
boca. As alterações hormonais associa<strong>da</strong>s podem ser a explicação para<br />
tal situação. Para minimizar recomen<strong>da</strong>-se a ingestão de muita água,<br />
mastigar goma de mascar sem açucar, para estimular a salivação e aliviar<br />
o ressecamento. Uso frequente de pasta de dentes e soluções bucais<br />
com flúor para remineralizar os dentes e reduzir a sensibili<strong>da</strong>de local e o<br />
risco de cárie.¹<br />
um exercício oral que<br />
estimulará todos os seus<br />
músculos orais, promovendo<br />
a respiração nasal, fala<br />
e desenvolvimento <strong>da</strong>s<br />
arca<strong>da</strong>s dentárias, fazendo<br />
a correção do retrognatismo<br />
Por que levar o bebê ao dentista no seu 1º ano de vi<strong>da</strong>?<br />
• para reforçar as orientações recebi<strong>da</strong>s no Pré-Natal Odontológico;<br />
• tirar as dúvi<strong>da</strong>s sobre a erupção dentária, que é um processo natural,<br />
mas, sem dúvi<strong>da</strong>, difícil para alguns bebês;<br />
• falar sobre a introdução alimentar, que deve iniciar aos 6 meses.<br />
Aqui é muito importante orientar a consistência ideal dos alimentos<br />
/ 48 / / 49 /
e de como oferecer os alimentos para estimular a mastigação e<br />
oportunizar a participação ativa do bebê;<br />
• orientar aos pais que os líquidos oferecidos para o bebê devem ser<br />
<strong>da</strong>dos em copos transicionais;<br />
• mostrar aos responsáveis a maneira correta de fazer a higiene oral.<br />
Tornando este momento prazeroso para todos os envolvidos;<br />
• para evitar problemas como cáries e deformi<strong>da</strong>des orais decorrentes<br />
de maus hábitos;<br />
• informar medi<strong>da</strong>s preventivas para evitar os traumatismos dentários<br />
e, caso ocorra, alertar de que maneira procurar um profissional, que<br />
deverá saber quando, como e onde foi o acidente.<br />
Assim, o Pré-Natal Odontológico conhecido também como Odontologia<br />
Intrauterina é tudo isto e muito mais.<br />
REFERÊNCIAS:<br />
1. Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Pediatria (SBP). Guia de Saúde Oral Materno-Infantil [Internet]. 2020 [acesso em 03 de mar <strong>2021</strong>]. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Guia_Saude_Oral_<br />
Materno-Infantil1.pdf<br />
2. UMA-SUS. Saúde Bucal <strong>da</strong> <strong>Gestante</strong>: Acompanhamento Integral em Saúde <strong>da</strong> <strong>Gestante</strong> e <strong>da</strong> Puérpera. [Internet]. 2028 [acesso em 03 de mar <strong>2021</strong>]. Disponível em: https://www.unasus.ufma.br/wp-content/<br />
uploads/2019/12/ISBN_SBG_Portugues.pdf<br />
LEITURAS ADICIONAIS<br />
Konisshi F, Abreu-e-Lima F. Odontologia intra-uterina: a construção <strong>da</strong> saúde bucal antes do nascimento. Rev Bras Odontol. 2002; 59(5).<br />
Guedes-Pinto AC, Issao M. Manual de Odontopediatria.10º.Ed. Odontopediatria. São Paulo : Pancast; 1999.<br />
Walter LRF, Ferelle A, Issao M. Odontologia para bebê. Rio de Janeiro: Artes Médicas; 1996.<br />
WALTER, LRF.; FERELLE, A; ISSAO, M. Odontologia para bebê. Artes Médicas: Rio de Janeiro; 1996.<br />
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COMO SERÁ MEU PARTO?<br />
“A questão central do protagonismo <strong>da</strong> mulher no parto é saber que<br />
a mulher é a fonte de poder no parto. Ela pode precisar de (e merece)<br />
aju<strong>da</strong>, mas essencialmente ela sempre teve, tem e terá o poder”<br />
Heather McCue<br />
"Estou protegi<strong>da</strong>. Eu sou forte. Meu corpo sabe o que fazer. O<br />
parto vai durar o tempo necessário para mim. As on<strong>da</strong>s vão<br />
vir trazendo para mais perto uma nova vi<strong>da</strong>. Junto comigo,<br />
nesse momento milhares de outras mulheres parem, eu vou<br />
conseguir. Sou merecedora de um lindo parto. Meu corpo se<br />
abre lentamente para receber meu bebê nos braços. Estou<br />
segura e ampara<strong>da</strong>. Sou ama<strong>da</strong>."<br />
Afirmações para o parto,<br />
autor desconhecido.<br />
Assim como ca<strong>da</strong> gravidez é única, também é única ca<strong>da</strong> experiência de<br />
parto, ain<strong>da</strong> que para a mesma mulher.<br />
A gravidez é um período muito especial na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> mulher, e <strong>da</strong> família.<br />
São momentos de alegria, mas também de muitas angústias e<br />
dúvi<strong>da</strong>s. Além de todos os medos do período gravídico, o parto que se<br />
aproxima pode parecer um grande obstáculo a ser enfrentado. Temos<br />
que desconstruir esta imagem. Primeiramente, não é uma barreira<br />
intransponível; segundo, é para ser um momento de realização, vivido<br />
em to<strong>da</strong> sua magnitude e não “enfrentado” como uma batalha.<br />
PARTO NORMAL OU CESÁRIO?<br />
A decisão sobre qual o tipo de parto mais adequado precisa ser<br />
compartilha<strong>da</strong> entre a equipe de saúde, a gestante e sua família. O<br />
profissional deve fornecer informações sobre a situação clínica <strong>da</strong> mulher<br />
e os riscos e benefícios envolvidos em ca<strong>da</strong> escolha para ajudá-la na<br />
toma<strong>da</strong> de decisão. Deve, também, orientar a futura mãe sem influenciála,<br />
compartilhando com ela a responsabili<strong>da</strong>de sobre o assunto.¹<br />
Entender as etapas parto normal é importante para qualquer futura<br />
mamãe. Isso porque embora a duração exata de um parto normal seja<br />
sempre imprevisível, quanto mais prepara<strong>da</strong> e informa<strong>da</strong> estiver sobre<br />
os estágios do trabalho de parto e os primeiros sinais de que é chega<strong>da</strong><br />
a hora do bebê nascer, com mais naturali<strong>da</strong>de, tranquili<strong>da</strong>de e segurança<br />
poderá li<strong>da</strong>r com esse momento único na vi<strong>da</strong> de qualquer mulher.<br />
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O parto é um dos momentos mais importantes na vi<strong>da</strong> de uma<br />
mulher e de sua família e nós acreditamos que, ao fornecer<br />
informações qualifica<strong>da</strong>s à mulher, ao informá-la sobre os riscos que<br />
podem ser gerados em decorrência de um procedimento cirúrgico<br />
desnecessário, ela estará mais segura na decisão em relação ao seu<br />
parto, escolhendo o melhor para sua saúde e a de seu bebê.²<br />
PARTO NORMAL<br />
É considerado o ideal, tanto para a mãe quanto para o bebê, especialmente<br />
nas gestantes de baixo risco (as que não apresentam riscos obstétricos).<br />
Desde que bem assistido, apresenta menor risco materno (hemorragia,<br />
infecção, aderências, endometriose) e fetal (problemas respiratórios).<br />
A mãe que teve parto normal tem melhor recuperação pós-parto, fica<br />
menos limita<strong>da</strong>, por não ter sido submeti<strong>da</strong> a uma cirurgia e, portanto,<br />
tem maior agili<strong>da</strong>de para amamentar, cui<strong>da</strong>r do bebê e realizar seus<br />
afazeres habituais.<br />
O principal medo <strong>da</strong>s mulheres, em relação ao parto normal, está ligado<br />
à dor, mas muitas mulheres se a<strong>da</strong>ptam com facili<strong>da</strong>de às contrações<br />
uterinas e, nas que julgam necessário, pode-se lançar mão de técnicas<br />
não medicamentosas para a dor (massagens, eletroestimulação,<br />
acupuntura, banhos, etc.) ou analgesia de parto (anestesia que tira a dor,<br />
mas não tira os movimentos do corpo), que pode ser aplica<strong>da</strong> quando a<br />
intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> dor aumenta, o que acontece mais ao final do trabalho de<br />
parto, quando as contrações ficam mais próximas.<br />
Outra grande preocupação <strong>da</strong>s mulheres em relação ao parto normal<br />
é sobre a possível interferência com a vi<strong>da</strong> sexual do casal depois do<br />
parto (“será que vou ficar fláci<strong>da</strong> e com a “que<strong>da</strong> de bexiga”?”). Devemos<br />
lembrar que a capaci<strong>da</strong>de de a<strong>da</strong>ptação dos tecidos do corpo feminino<br />
é extraordinária na gravidez e pós-parto. Para se ter uma ideia, o útero<br />
chega a pesar mais de 1kg no final <strong>da</strong> gravidez e volta aos 60-80 gramas<br />
originais. O canal de parto é composto por músculos elásticos, e após a<br />
passagem do bebê (que acontece no período expulsivo do parto - que<br />
dura cerca de 30 minutos a 3 horas) o canal vaginal rapi<strong>da</strong>mente retorna<br />
ao seu formato inicial. 3<br />
Como ocorre o parto?<br />
Ao final <strong>da</strong> gravidez, geralmente o bebê fica com a cabeça para baixo, que<br />
é a posição mais adequa<strong>da</strong> ao nascimento.<br />
A partir <strong>da</strong> 35ª semana de gestação, o corpo <strong>da</strong> gestante e o bebê<br />
começam a se preparar para o parto. Dentre as muitas preocupações<br />
que afligem o casal, uma delas é saber a hora de ir para a materni<strong>da</strong>de<br />
(“não deixar passar <strong>da</strong> hora”), por isso, na nossa divisão de fases do parto<br />
(dilatação, expulsão, saí<strong>da</strong> <strong>da</strong> placenta e pós-parto imediato) incluiremos<br />
o momento anterior, que chamamos pródomos de trabalho de parto.<br />
Pródomos de trabalho de parto<br />
Período de tempo variável, no qual a mulher já tem algumas contrações,<br />
mas falta proximi<strong>da</strong>de entre elas, regulari<strong>da</strong>de e/ou maior intensi<strong>da</strong>de,<br />
características que encontramos no trabalho de parto.<br />
Obs.: contração é quando o útero fica todo endurecido por alguns<br />
segundos (25” - 50”) e assim a barriga <strong>da</strong> gestante fica endureci<strong>da</strong>.³<br />
Ao final <strong>da</strong> gravidez, no período de preparação, ocorre o encaixamento<br />
(a cabeça do feto se fixa à pelve materna). As contrações são leves e<br />
passageiras, ocorre dor nas costas e no baixo ventre, o que não quer dizer<br />
que haja algum problema na gestação.<br />
Caso haja dúvi<strong>da</strong>s se está ou não em trabalho de parto, a gestante<br />
deve tentar relaxar, tomar um banho, repousar deita<strong>da</strong> de lado<br />
(preferencialmente à esquer<strong>da</strong>) e observar por cerca de uma hora se<br />
as contrações persistem. Em caso de dúvi<strong>da</strong>s, procure o serviço de<br />
emergência (materni<strong>da</strong>de de referência).<br />
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Sinais importantes a serem observados<br />
algo que goste, alimente o que desejar, e sinta o seu corpo. O momento<br />
normalmente. Mas ao realizar a analgesia o trabalho de parto pode<br />
de forma natural. Se houver alguma alteração no bem estar do bebê<br />
• que<strong>da</strong> do ventre: a barriga fica mais baixa devido ao encaixe cefálico,<br />
pois a cabeça do bebê desce pela pelve;<br />
• per<strong>da</strong> do tampão mucoso: é uma rolha mucosa que se forma na entra<strong>da</strong><br />
do útero, apresenta secreção parecendo um catarro esbranquiçado,<br />
abun<strong>da</strong>nte, às vezes com aspecto líquido, com ou sem rajas de<br />
sangue, que sai pela vagina, também chamado de “sinal”, que pode<br />
ocorrer de 2 a 14 dias antes do parto;<br />
• frequência <strong>da</strong>s contrações: quando as contrações ficam ritma<strong>da</strong>s,<br />
mais intensas e frequentes (duas ou mais contrações em 10 minutos),<br />
mesmo em repouso, é que se considera estar em trabalho de parto;³<br />
<strong>da</strong> internação é quando essas contrações estão regulares e atinge-se no<br />
mínimo 6 cm de dilatação, caracteriza<strong>da</strong> como fase ativa do trabalho de<br />
parto.⁴ Quando a gestante chega à materni<strong>da</strong>de, ela pode ser examina<strong>da</strong><br />
em uma sala de triagem ou na própria sala de pré-parto ou quarto.<br />
No período de dilatação, as contrações ocorrem no intervalo de 3 a 5<br />
minutos e duram em média de 25 a 50 segundos. A duração do trabalho<br />
de parto na fase ativa é indeterminado, visto que há vários fatores que<br />
podem interferir na evolução (estado emocional <strong>da</strong> mulher, quanti<strong>da</strong>de<br />
de partos anteriores, se é um parto espontâneo ou induzido, se houve<br />
analgesia ou não), a duração estará mais relaciona<strong>da</strong> a individuali<strong>da</strong>de de<br />
ca<strong>da</strong> mãe e bebê. Então jamais se compare.<br />
se prolongar, e a mulher pode ter maior dificul<strong>da</strong>de de identificar o<br />
momento <strong>da</strong> contração.³<br />
• a posição adota<strong>da</strong> pela paciente deve ser a que proporcione o maior<br />
conforto (em pé, an<strong>da</strong>ndo, agacha<strong>da</strong>, etc.);<br />
• ficar em pé ou caminhar pode reduzir o tempo <strong>da</strong> dilatação, pois a<br />
força <strong>da</strong> gravi<strong>da</strong>de aju<strong>da</strong> o bebê a descer.<br />
Para que o parto normal aconteça de forma mais natural possível, 4<br />
fatores devem ser levados em consideração:<br />
a dilatação do colo do útero: sem a dilatação do colo uterino, não se forma<br />
uma abertura suficiente para a passagem <strong>da</strong> criança, e o nascimento é<br />
existem diversas ações que podem ser realiza<strong>da</strong>s, entre medicamentos,<br />
posicionamento <strong>da</strong> mãe, uso de oxigênio, instrumentos para o parto. Em<br />
última opção a interrupção do parto por uma cesariana, pois é ação com<br />
maior risco materno e infantil, e seu risco deve ser avaliado caso a caso. 3-4<br />
contrações uterinas ritma<strong>da</strong>s: é preciso que haja contrações uterinas<br />
ritma<strong>da</strong>s, durante todo o trabalho de parto para que o bebê possa ser<br />
impulsionado através do canal vaginal e possibilite a dilatação do colo<br />
uterino progressivamente. Se houver redução dessas contrações, serão<br />
avalia<strong>da</strong>s condições emocionais, de conforto e bem estar materno.<br />
Existem métodos não farmacológicos (sem medicações) que estimulam<br />
as contrações, então estes devem ser utilizados primeiramente. Em caso<br />
• per<strong>da</strong> de líquido pela vagina: fluido em grande quanti<strong>da</strong>de que escorre<br />
impossibilitado de acontecer, o que só é possível saber após entrar em<br />
de ausência de mu<strong>da</strong>nças na progressão do parto (após o período de seis<br />
perna a baixo. Significa que a bolsa <strong>da</strong>s águas ou saco aminiotico, deve<br />
ter se rompido e deve ser o quanto antes comunicado ao obstetra;<br />
• sangramento: semelhante à menstruação, não é normal e deve ser<br />
investigado;<br />
• movimentação fetal: deve persistir normal, mesmo próximo ao<br />
trabalho de parto. Caso o feto não se movimente por mais de 6<br />
horas, mesmo após alimentação, deve-se comunicar ao obstetra.<br />
Período de dilatação<br />
É o período no qual ocorre a abertura do colo uterino, à custa de contrações<br />
vigorosas, regulares e repetitivas. A fase inicial, ou "latente" é quando há<br />
contrações frequentes mas ain<strong>da</strong> não é a hora de internação, que pode<br />
durar de 14 a 20 horas. Nessa fase é importante que a mulher aproveite<br />
os seus últimos momentos como gestante no aconchego do seu lar, faça<br />
É importante:<br />
• o apoio do médico, do(a) parceiro(a), <strong>da</strong> mãe ou outra pessoa próxima;<br />
• o ambiente deve ser tranquilo;<br />
• métodos para alívio <strong>da</strong> dor: banho com água morna (chuveiro ou<br />
banheira), massagens com óleos, penumbra (luz baixa, ambiente<br />
escurecido, tranquili<strong>da</strong>de), exercícios respiratórios, meditação,<br />
aromoterapia (uso de essências específicas que aliviam a tensão e<br />
auxiliam na concentração), musicoterapia, <strong>da</strong>nça, auriculoterapia,<br />
acumputura, entre outros;<br />
• analgesia: método utilizado para reduzir a dor se os métodos não<br />
farmacológicos não forem efetivos. A analgesia é realiza<strong>da</strong> por uma<br />
punção na coluna pareci<strong>da</strong> com a anestesia para cesariana, porém não<br />
imobiliza o corpo, ou seja, a mulher consegue an<strong>da</strong>r e se movimentar<br />
trabalho de parto;<br />
A desci<strong>da</strong> do bebê na pelve (bacia) <strong>da</strong> mãe: esse fato só é possível avaliar<br />
com a evolução do trabalho de parto. No pré-natal não é uma indicação<br />
de cesariana "bacia pequena, não tem passagem, etc". Durante o trabalho<br />
de parto a pelve <strong>da</strong> mãe sofre a<strong>da</strong>ptações bem como o bebê. Fatores<br />
que podem influenciar é o posicionamento do bebê e <strong>da</strong> mãe, que são<br />
possíveis de trabalhar tanto na gestação como no parto. Então informese<br />
e procure um profissional atualizado e que apoie suas escolhas e o<br />
parto normal.7<br />
o bem-estar do bebê: a saúde <strong>da</strong> criança também é um ponto<br />
fun<strong>da</strong>mental. As condições de saúde do bebê são checa<strong>da</strong>s por meio<br />
<strong>da</strong> ausculta intermitente dos seus batimentos cardíacos com um<br />
aparelho pequeno chamado "sonar". Se necessário pode ser realizado<br />
o exame cardiotocografia fetal, que avalia o bem estar do bebê. Se as<br />
condições para o parto continuam favoráveis ele é conduzido até o final<br />
horas - fase ativa, ou no período expulsivo de 2 a 3 horas - quando já<br />
está totalmente dilata<strong>da</strong> a passagem e o bebê já está quase nascendo),<br />
mesmo tomando to<strong>da</strong>s as medi<strong>da</strong>s cita<strong>da</strong>s anteriormente, pode ser<br />
utilizado o soro com o hormônio artificial <strong>da</strong> contração que se chama<br />
ocitocina, caso a mulher aceite.⁴<br />
Período expulsivo<br />
Neste período, a dilatação do colo é completa (cerca de 10 cm), mas na<br />
maioria <strong>da</strong>s vezes o bebê encontra-se “alto” na vagina (4 cm ou mais<br />
acima do introito vaginal) e inicia-se a expulsão do feto através do canal<br />
do parto, o bebê percorre este trajeto (útero, vagina e vulva) descendo a<br />
ca<strong>da</strong> contração, aju<strong>da</strong>do pela força expulsiva que a mãe fará.<br />
Essa força deve ser instintiva, no momento <strong>da</strong> contração, então somente<br />
a mãe sabe o momento e a intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> sua força, não necessitando<br />
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<strong>da</strong> interferência <strong>da</strong> equipe de saúde. Esse é o momento mais próximo do<br />
preferir. É importante que se em boas condições o bebê fique em contato<br />
6. Herpes genital com lesão ativa no momento em que se inicia o trabalho<br />
tentado com equipe experiente e se for essa a decisão <strong>da</strong> gestante);<br />
nascimento do bebê, se todos os fatores anteriores (dilatação, desci<strong>da</strong><br />
do bebê, bem estar do bebê, e contrações) estiverem progredindo, não<br />
há necessi<strong>da</strong>de de nenhuma intervenção. 4 To<strong>da</strong> ação <strong>da</strong> equipe deve ter<br />
a autorização <strong>da</strong> mulher (uso de ocitocina, instrumento - vácuo, fórceps,<br />
outros medicamentos, mu<strong>da</strong>nça de posição se necessário), somente essas<br />
ações tem evidências para realização, e se não consenti<strong>da</strong>s caracterizam<br />
violência obstétrica. 8 Outras ações como episiotomia (corte na vagina,<br />
o "pique"), manobra de kristeller (pressão na barriga para o bebê sair),<br />
toques repetitivos, não tem evidências científicas de benefícios, e são<br />
claramente violência obstétrica. 8 O ideal é deixar o momento fluir<br />
naturalmente e com muito respeito, para a mãe colecionar memórias<br />
boas desse momento tão especial.<br />
pele a pele no mínimo uma hora, aproveitando esse momento também<br />
para se alimentar no seio <strong>da</strong> mãe. 3-4<br />
No nascimento é realiza<strong>da</strong> a avaliação do bebê e dá-se uma nota no<br />
primeiro e quinto minuto, que é chama<strong>da</strong> APGAR (0-10). Quando a<br />
nota é de 7 a 10, especialmente no quinto minuto, considera-se que as<br />
condições de nascimento foram boas.<br />
Alguns minutos (5’ a 30’) após o nascimento, ocorre a saí<strong>da</strong> <strong>da</strong> placenta. Em<br />
segui<strong>da</strong> é realiza<strong>da</strong> revisão <strong>da</strong> vagina, se há algum local com necessi<strong>da</strong>de<br />
de rafia (costura), que pode ser necessária quando ocorre lacerações<br />
pela passagem do bebê. Nesses casos é utilizado fio absorvível, e esses<br />
pontos caem sozinhos.<br />
de parto (lesão primária).<br />
Indicações reais de cesarianas (casos raros): 5-7<br />
1. Ruptura uterina;<br />
2. Macrossomia fetal (mais de 5kg sem diabetes, acima de 4,5 com<br />
diabetes);<br />
3. Obstrução mecânica do canal de parto (grandes miomas no canal,<br />
codiloma gigante);<br />
4. Câncer cervical invasor (colo do útero).<br />
Podem acontecer, porém frequentemente têm o diagnóstico equivocado<br />
para indicação de cesariana: 5-7<br />
2. Duas ou mais cesáreas anteriores (o risco potencial de uma ruptura<br />
uterina – variando de 0,5% - 1,5% - deve ser pesado contra os riscos de<br />
se repetir a cesariana, que variam desde lesão vesical, lesão intestinal,<br />
até hemorragia, infecção e maior chance de histerectomia); as diretrizes<br />
mais recentes não discriminam entre uma ou duas cesáreas para quem<br />
quer tentar um VBAC - Parto Vaginal Após Cesárea;<br />
3. HIV-Aids (considerar carga viral <strong>da</strong> gestante).<br />
Com a evolução <strong>da</strong> medicina, a cesárea tornou-se uma cirurgia bastante<br />
segura, e pelo fato de ser mais prática e poder ser agen<strong>da</strong><strong>da</strong>, o que evitaria<br />
alguns dissabores, tais como não ter vaga em determina<strong>da</strong> materni<strong>da</strong>de<br />
ou não ter acesso ao médico escolhido, é muito utiliza<strong>da</strong>. Entretanto,<br />
1. Desproporção céfalopélvica (o diagnóstico só é possível durante o<br />
ain<strong>da</strong> existem complicações, desde mais simples até muito graves. 11<br />
O nascimento<br />
Logo após o nascimento, a mulher experimenta uma explosão de<br />
sentimentos associados a um momento de relaxamento e tranquili<strong>da</strong>de.<br />
Assim que o bebê nasce ele deve ir direto para o colo <strong>da</strong> mãe, em contato<br />
pele a pele, ou seja, o tórax <strong>da</strong> mãe sem roupa em contato direto com a<br />
pele do bebê. Esse momento é essencial para o vínculo, mas também<br />
para a estabilização <strong>da</strong> temperatura e frequência cardíaca do bebê.<br />
Ain<strong>da</strong> no colo <strong>da</strong> mãe, o bebê pode ser avaliado pelo pediatra, e ele pode<br />
demorar alguns segundos para começar a chorar e alguns minutos para<br />
ficar corado. Caso seja preciso realizar algum cui<strong>da</strong>do pelo pediatra,<br />
seja aspirar a boca e as narinas (em casos de não a<strong>da</strong>ptação do bebê)<br />
ou de reanimar, esses cui<strong>da</strong>dos também podem ser feitos no colo <strong>da</strong><br />
mãe e com o cordão umbilical ligado na mãe. O corte ou clampeamento<br />
do cordão pode ser esperado, geralmente minutos, ou quando a mãe<br />
CESARIANA<br />
A cesárea pode ser importante e necessária para salvar a vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> mulher<br />
e <strong>da</strong> criança, em casos específicos. Cesariana é uma cirurgia de grande<br />
porte que pode apresentar riscos para a mulher e para o bebê se for<br />
realiza<strong>da</strong> sem a necessi<strong>da</strong>de.<br />
Indicações reais de cesariana: 5-7<br />
1. Prolapso de cordão – sem dilatação completa;<br />
2. Descolamento prematuro <strong>da</strong> placenta com feto vivo – fora do período<br />
expulsivo;<br />
3. Placenta prévia completa (total ou centro-parcial);<br />
4. Apresentação córmica (situação transversa);<br />
5. Ruptura de vasa praevia;<br />
trabalho de parto franco e não pode ser antecipado durante a gravidez);<br />
2. Sofrimento fetal agudo (o termo mais correto atualmente é "frequência<br />
cardíaca fetal não-tranquilizadora", exatamente para evitar diagnósticos<br />
equivocados baseados tão-somente em padrões alterados de frequência<br />
cardíaca do bebê – lembrando que existem métodos para solucionar<br />
essa alteração durante o trabalho de parto);<br />
3. Para<strong>da</strong> de progressão que não resolve com as medi<strong>da</strong>s habituais.<br />
Situações especiais em que a conduta deve ser individualiza<strong>da</strong>,<br />
considerando-se as peculiari<strong>da</strong>des de ca<strong>da</strong> caso e as expectativas <strong>da</strong><br />
gestante, após informação: 5-7<br />
1. Apresentação pélvica (recomen<strong>da</strong>-se oferecer versão cefálica externa<br />
depois de 36 semanas mas se não for bem sucedi<strong>da</strong> ou não for aceita<br />
pela gestante, discutir riscos e benefícios: o parto pélvico só deve ser<br />
Os mais frequentes problemas a curto prazo pela realização de uma<br />
cesariana para a mãe é a maior incidência de infecção e hemorragias, por<br />
se tratar de uma cirurgia de médio porte, além <strong>da</strong> mortali<strong>da</strong>de materna<br />
quatro a cinco vezes maior do que no parto normal.⁷ Para o bebê que<br />
nasce por uma cesariana há maior risco de prematuri<strong>da</strong>de e desconforto<br />
respiratório, e consequente aumento <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong>de de internação em<br />
UTI neonatal, principalmente quando a cesariana é realiza<strong>da</strong> antes de 39<br />
semanas de gestação.⁷ O bebê que nasce por uma cesárea nem sempre<br />
passou pelo período de a<strong>da</strong>ptação necessário para o novo ambiente<br />
como acontece no parto normal.<br />
Além disto, deve-se lembrar de que a cesárea pode causar alterações<br />
futuras no abdômen e no útero <strong>da</strong> mulher, especialmente por se tratar do<br />
corte e sutura (costura) de sete cama<strong>da</strong>s até chegar ao bebê. Ao se cortar<br />
os tecidos, pode haver o enfraquecimento nos músculos do abdômen<br />
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e <strong>da</strong> parede uterina, levar a problemas estéticos (flacidez e distensão<br />
DICAS PARA O(A) ACOMPANHANTE:<br />
abdominal), causar doenças como a endometriose (tecido endometrial<br />
fora <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de uterina) tanto do útero como <strong>da</strong> parede abdominal,<br />
processos aderenciais (quando os órgãos abdominais aderem entre si) e<br />
dor pélvica, os quais podem indicar nova cirurgia e até mesmo maiores<br />
complicações.<br />
Também há maior chance de complicações nas gestações futuras, tais<br />
ATENÇÃO<br />
• leve-a à materni<strong>da</strong>de;<br />
• esteja ao seu lado;<br />
• quando os cui<strong>da</strong>dos com o bebê forem realizados pela<br />
equipe (após o contato com a mãe, aleitamento, cerca de<br />
1 hora após o nascimento) acompanhe o bebê caso sejam<br />
feitos em outra sala (a mãe se sentirá mais segura);<br />
• passe a noite com ela na materni<strong>da</strong>de;<br />
• controle as visitas para evitar stress materno;<br />
• estimule-a a amamentar;<br />
• cuide do bebê, fora o aleitamento, todos os outros cui<strong>da</strong>dos<br />
podem ser realizados pelo acompanhante.<br />
como placenta prévia (ou baixa) e acretismo placentário (quando a<br />
placenta fica aderi<strong>da</strong> à parede uterina e não sai após o parto) o que leva<br />
a hemorragias e frequentemente são causas de histerectomia (retira<strong>da</strong><br />
do útero), transfusões sanguíneas e, mesmo que raro, ao óbito materno.<br />
Ressaltamos o importante papel do acompanhante que<br />
a gestante tenha elegido para apoiá-la durante todo o<br />
acompanhamento na gravidez e período do parto.<br />
Conheça 3 sintomas do trabalho de parto<br />
Pós-parto imediato<br />
Também chamado quarto período, é a primeira hora após a saí<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />
placenta. O organismo materno sofre algumas a<strong>da</strong>ptações havendo<br />
uma redistribuição do sangue no corpo <strong>da</strong> mãe, existindo maior risco de<br />
hemorragia neste período. O controle natural do sangramento é realizado<br />
especialmente pela contração uterina, pois onde estava implanta<strong>da</strong> a<br />
placenta ficam vasos sanguíneos abertos que atravessam a parede do<br />
útero e são pinçados pela musculatura uterina. Por este motivo, uma<br />
1.º Contrações regulares- Na fase em que sentir de 2 a 5<br />
contrações em 10 minutos e que duram entre 25 e 50 segundos.<br />
As contrações se mantêm constantes, mesmo quando a grávi<strong>da</strong><br />
deita ou an<strong>da</strong>.<br />
2.º Per<strong>da</strong> de água pela vagina- Indica a ruptura <strong>da</strong>s membranas,<br />
ou “bolsa <strong>da</strong>s águas”, que mantêm o líquido amniótico durante<br />
a gravidez. Quando isso ocorre, a grávi<strong>da</strong> não sente dor, apenas<br />
a sensação de uma água morna escorrendo pelas pernas.<br />
cui<strong>da</strong>dosa observação e a utilização de medicamentos que garantam a<br />
3.º Eliminação do tampão mucoso- Saí<strong>da</strong> de uma substância<br />
contração do útero, durante esta hora, são muito importantes para evitar<br />
mucosa pela vagina, com aspecto de catarro esbranquicado,<br />
hemorragia pós parto.<br />
com alguns filetes de sangue. Este não é exatamente um sinal<br />
de trabalho de parto, e sim que ele está se aproximando. 9<br />
/ 60 / / 61 /
DICA: IMPORTANTE VOCÊ SABER 10<br />
PARA A MÃE:<br />
CESÁREA<br />
• Mais dor e dificul<strong>da</strong>de para an<strong>da</strong>r e cui<strong>da</strong>r do bebê após a cirurgia;<br />
• Maior risco de hemorragia, infecção e lesão de outros órgãos;<br />
• Maior risco de complicações na próxima gravidez.<br />
PARA O BEBÊ:<br />
• Mais riscos de nascer prematuro, ficar na incubadora, ser afastado<br />
<strong>da</strong> mãe e demorar a ser amamentado;<br />
• Mais riscos de desenvolver alergias e problemas respiratórios<br />
na i<strong>da</strong>de adulta;<br />
• Mais riscos de ter febre, infecção, hemorragia e interferência<br />
no aleitamento.<br />
PARA A MÃE:<br />
PARTO NORMAL<br />
• Rápi<strong>da</strong> recuperação, facilitando o cui<strong>da</strong>do com o bebê após o parto;<br />
• Menos riscos de complicações, favorecendo o contato pele a pele<br />
imediato com o bebê e o aleitamento;<br />
• Processo fisiológico, natural;<br />
• Menor risco de complicações na próxima gestação, tornando<br />
o próximo parto mais rápido e fácil.<br />
PARA O BEBÊ:<br />
• Na maioria <strong>da</strong>s vezes, ele vai direto para o colo <strong>da</strong> mãe;<br />
• O bebê nasce no tempo certo, seus sistemas e órgãos são<br />
estimulados para a vi<strong>da</strong> por meio <strong>da</strong>s contrações uterinas<br />
e <strong>da</strong> passagem pela vagina.<br />
REFERÊNCIAS:<br />
1. Agência Nacional de Saúde [homepage na internet]. Parto é Normal. [acesso em 09 mar <strong>2021</strong>]. Disponivel em: http://www.ans.gov.br/parto-e-normal<br />
2. Agência Nacional de Saúde [homepage na internet]. A ANS. [acesso em 09 mar <strong>2021</strong>]. Disponivel em: http://www.ans.gov.br/aans/noticiasans/quali<strong>da</strong>de-<strong>da</strong>-saude/2923-entram-em-vigor-novas-regras-sobreparto-nasaude-suplementar<br />
3. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Diretrizes nacionais de assistência ao parto normal [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2017 [acesso em 08 de março <strong>2021</strong>].<br />
Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_nacionais_assistencia_parto_normal.pdf<br />
4. World Health Organization (WHO). WHO recommen<strong>da</strong>tions: intrapartum care for a positive childbirth experience. [Internet]. 2018 [cited <strong>2021</strong> mar 08]. Available from: https://apps.who.int/iris/bitstream/hand<br />
le/10665/260178/9789241550215-eng.pdf;jsessionid=4915F2EEEC94C72FDD24A3F1ABD0AB04?sequence=1<br />
5. Amorim MMR, Souza ASR, Porto AMF. Indicações de cesariana basea<strong>da</strong>s em evidências: parte I. Femina [Internet]. 2010 [acesso em 09 de março <strong>2021</strong>]; 38 (8). Disponível em: http://files.bvs.br/<br />
upload/S/0100-7254/2010/v38n8/a1585.pdf<br />
6. Souza ASR, Amorim MMR, Porto AMF. Indicações de cesariana basea<strong>da</strong>s em evidências: parte II. Femina [Internet]. 2010 [acesso em 09 de março <strong>2021</strong>]; 38 (9). Disponível em: http://files.bvs.br/<br />
upload/S/0100-7254/2010/v38n9/a459-468.pdf<br />
7. Souza ASR, Amorim MMR, Porto AMF. Condições frequentemente associa<strong>da</strong>s com cesariana, sem respaldo científico. Femina [Internet]. 2010 [acesso em 09 de março <strong>2021</strong>]; 38 (10). Disponível em: http://files.bvs.<br />
br/upload/S/0100-7254/2010/v38n10/a1708.pdf<br />
8. Katz L, Amorim MM, Gior<strong>da</strong>no JC, Bastos MH. Quem tem medo <strong>da</strong> violência obstétrica? Rev. Bras. Saúde Mater. Infant. [Internet]. 2020 [acesso em 09 de março <strong>2021</strong>]; 20 (2). Disponível em: https://www.scielo.br/<br />
pdf/rbsmi/v20n2/pt_1519-3829-rbsmi-20-02-0623.pdf<br />
9. Albert Einstein – Socie<strong>da</strong>de Beneficente Israelita Brasileira [homepage na internet]. Conheça 3 sintomas do trabalho de parto. 2020. [acesso em 09 mar <strong>2021</strong>]. Disponivel em: https://vi<strong>da</strong>sau<strong>da</strong>vel.einstein.br/<br />
conheca-3-sintomas-do-trabalho-de-parto/<br />
10. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Caderneta <strong>da</strong> gestamte [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2018 [acesso em 08 de março <strong>2021</strong>]. Disponível em: https://antigo.saude.gov.br/images/pdf/2018/agosto/31/Caderneta<strong>da</strong>-<strong>Gestante</strong>-2018.pdf<br />
Quando uma mulher leva uma criança em seu ventre, ela fica<br />
cheia. Obviamente, quando a criança nasce, ela se sente vazia.<br />
Ela sente falta <strong>da</strong> nova vi<strong>da</strong> que pulsava e se mexia no útero.<br />
A criança saiu; ela se sente vazia durante alguns dias. Mas ela<br />
pode devotar amor à criança e pode esquecer seu vazio amando<br />
a criança e aju<strong>da</strong>ndo-a a desenvolver-se.<br />
OSHO<br />
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CUIDADOS NO PÓS-PARTO<br />
E COM O BEBÊ
CUIDADOS NO PÓS-PARTO<br />
ATENÇÃO À MULHER NO PUERPÉRIO<br />
O cui<strong>da</strong>do <strong>da</strong> mulher no puerpério é fun<strong>da</strong>mental para a saúde materna e<br />
neonatal e deve incluir to<strong>da</strong> a rede de apoio envolvi<strong>da</strong> nesta fase do ciclo<br />
vital e familiar.¹<br />
Após o parto, o organismo materno retorna aos poucos às condições<br />
anteriores à gravidez. O conjunto de transformações que compreende<br />
esta fase é denominado puerpério, coloquialmente chamado de<br />
“resguardo”. O puerpério se inicia, seja no parto normal ou cesáreo, após<br />
a saí<strong>da</strong> <strong>da</strong> placenta e se estende por meses, mas a fase mais importante<br />
está entre os primeiros quarenta a cinco dias. Neste período, o útero<br />
retornará ao tamanho normal e haverá redução do peso corpóreo, além<br />
de outras mu<strong>da</strong>nças. Com o tempo, as alterações ocorri<strong>da</strong>s no corpo <strong>da</strong><br />
mulher durante a gravidez e o parto irão regredir total ou parcialmente.<br />
FASES DO PUERPÉRIO²<br />
• imediato: do 1º ao 10º dia pós-parto;<br />
• tardio: vai do 10º ao 45º dia pós-parto;<br />
• remoto: além do 45º dia pós-parto, com término imprevisto.<br />
RECUPERAÇÃO PÓS-PARTO<br />
Durante a internação, a equipe de saúde ficará atenta à temperatura, à<br />
pressão sanguínea, à frequência cardíaca, à redução do tamanho do útero<br />
e ao sangramento vaginal. De acordo com ca<strong>da</strong> caso e prescrição médica,<br />
a mãe recebe, em horários regulares, medicamentos para diminuir as<br />
dores e náuseas, controlar o sangramento genital e prevenir possíveis<br />
infecções.<br />
No pós-parto imediato, a mãe deverá ficar em repouso no leito até que se<br />
sinta bem para realizar os seus cui<strong>da</strong>dos (banho, caminhar), mas sempre<br />
com auxílio de alguém na primeira vez que levantar do leito. (rezende)<br />
Se não houver anestesia, a alimentação poderá ser libera<strong>da</strong>. Nos casos<br />
em que for utiliza<strong>da</strong> anestesia, a mãe deverá permanecer em jejum pelo<br />
período de seis horas pós-parto.<br />
Quando é necessário cesariana, no pós-operatório, a medi<strong>da</strong> que a<br />
anestesia for passando, movimentar-se no leito e esperar que os efeitos<br />
cessem completamente para tentar levantar. Esse tempo leva, em média<br />
6 horas. Aproxima<strong>da</strong>mente 30 minutos após a primeira alimentação, a<br />
mãe deve sentar-se na cama por alguns minutos e tentar levantar-se,<br />
com a aju<strong>da</strong> <strong>da</strong> enfermeira e/ou acompanhante, ficando em pé por um<br />
momento e, sentindo-se bem, deve caminhar. Estes cui<strong>da</strong>dos reduzem<br />
o aparecimento de vômitos e/ou tonturas e aceleram a recuperação <strong>da</strong><br />
/ 67 /
mãe para que possa cui<strong>da</strong>r do seu bebê. Entretanto, não é incomum a<br />
mãe apresentar alguma tontura ou escurecimento visual na primeira vez<br />
que se levantar após o parto, pois se manteve em repouso prolongado,<br />
ficou algum tempo sem se alimentar, usou medicamentos durante a<br />
anestesia ou parto, passou por estresse físico e emocional e ain<strong>da</strong> teve<br />
uma per<strong>da</strong> sanguínea considerável.<br />
O banho pode ser tomado assim que a mãe se levantar e deve ser como de<br />
costume <strong>da</strong> mulher, ou seja, pode lavar o cabelo se tiver vontade. Alguns<br />
médicos recomen<strong>da</strong>m não molhar o curativo <strong>da</strong> cesárea nas primeiras<br />
24 horas, mas no pós-parto normal é permitido a higienização <strong>da</strong> região<br />
íntima (mesmo se tiver algum ponto no local) com água e sabão desde o<br />
primeiro banho.<br />
A utilização de roupas confortáveis e p sutiã de amamentação são<br />
recomen<strong>da</strong>dos. As calcinhas devem ser à altura do umbigo, de preferência,<br />
especialmente após a cesárea, evitando inchaço <strong>da</strong> cicatriz por<br />
compressão <strong>da</strong> incisão. O uso de cintas, de baixa ou média compressão,<br />
irá depender do conforto <strong>da</strong> mulher.<br />
DICA: IMPORTANTE VOCÊ SABER 2<br />
PUERPÉRIO: VOCÊ TAMBÉM PRECISA DE CUIDADOS<br />
Se o parto foi normal - Se houve necessi<strong>da</strong>de suturar<br />
(costurar) a vagina por lacerações <strong>da</strong> passagem do bebê<br />
(pequenas aberturas superficiais), mantenha a cicatriz bem<br />
limpa, lavando-a com sabonete durante o banho ou após fazer<br />
suas necessi<strong>da</strong>des, e secando bem o local. Não se preocupe, os<br />
pontos vão cair sozinhos. A região está cicatrizando e se ficar<br />
dolori<strong>da</strong> utilizar compressa de gelo, caso não resolva procurar<br />
atendimento em uni<strong>da</strong>de de saúde.<br />
Se o seu bebê nasceu de cesariana - Mantenha a cicatriz bem<br />
limpa, lavando com sabonete durante o banho e secando-a<br />
bem. Os pontos deverão ser retirados entre 7 a 10 dias.<br />
Seu útero estará voltando ao tamanho normal. Por isso é comum<br />
ter cólicas que, às vezes, aumentam durante a amamentação.<br />
Por mais ou menos um mês você vai perceber uma secreção<br />
que sai pela vagina, que no início é como um sangramento e<br />
depois vai diminuindo e clareando gra<strong>da</strong>tivamente.<br />
Alojamento conjunto<br />
O alojamento conjunto consiste na permanência <strong>da</strong> mãe e bebê juntos no<br />
mesmo local, desde o nascimento. O alojamento conjunto é obrigatório<br />
em todos os hospitais, desde que o bebê e a mãe estejam com boas<br />
condições de saúde.³<br />
Tem como objetivo a integração mais íntima <strong>da</strong> mãe com o recémnascido<br />
(RN), contribuindo para:<br />
• estabelecer um relacionamento afetivo favorável entre mãe-filho,<br />
desde o nascimento;<br />
• desenvolver habili<strong>da</strong>des e proporcionar segurança emocional quanto<br />
aos cui<strong>da</strong>dos com o bebê;<br />
• incentivar o aleitamento materno;<br />
• reduzir a incidência de infecções hospitalares cruza<strong>da</strong>s;<br />
• permitir à equipe de saúde melhor integração e observação sobre o<br />
comportamento normal do binômio mãe-filho.<br />
DÚVIDAS RECORRENTES<br />
O abdômen<br />
É comum a preocupação de estar com o abdômen inchado e “solto”. É<br />
importante lembrar que as modificações ocorri<strong>da</strong>s em nove meses de<br />
gestação não irão regredir em poucas horas ou dias.<br />
Lóquios<br />
O sangramento vaginal ou lóquios geralmente possui cor avermelha<strong>da</strong><br />
até o 4º dia, tornando-se serosanguíneo ou rosado, e por fim, seroso ou<br />
amarelo-esbranquiçado até cerca de um mês pós-parto.² Nesta fase<br />
jamais é normal ter hemorragia ou secreção de odor fétido.<br />
Hemorragia pós-parto<br />
Trata-se <strong>da</strong> per<strong>da</strong> sanguínea excessiva, maior que 500 ml no parto<br />
vaginal ou 1000 ml na cesárea, durante ou após o trabalho de parto.<br />
A equipe de saúde, mãe e acompanhante devem estar atentos a esta<br />
possibili<strong>da</strong>de, para que seja corrigi<strong>da</strong> o mais prontamente possível.<br />
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Deambulação<br />
Funcionamento <strong>da</strong> bexiga e intestino<br />
Alimentação no pós-parto<br />
Trata-se de uma condição fisiológica, devido às intensas alterações<br />
An<strong>da</strong>r após as refeições é importante para evitar o acúmulo de gazes,<br />
reduzir a dor no local <strong>da</strong> cicatriz e as cólicas abdominais, além de regredir<br />
o inchaço dos membros inferiores, comuns nos primeiros dias pós-parto.<br />
Quanto mais cedo a mãe conseguir an<strong>da</strong>r, menor é o risco de trombose<br />
(coagulação dos vasos sanguíneos).<br />
É comum haver certa dificul<strong>da</strong>de de esvaziamento <strong>da</strong> bexiga,<br />
especialmente após uma cesariana, às vezes percebi<strong>da</strong> como uma dor<br />
no baixo ventre. Assim que a mulher consegue se levantar e sentar no<br />
vaso, a grande maioria delas consegue urinar bem. O volume de urina é<br />
variável de acordo com o parto, a hidratação e o volume de sangramento<br />
Durante a amamentação, as necessi<strong>da</strong>des nutricionais <strong>da</strong> mãe são<br />
eleva<strong>da</strong>s, maiores do que durante a própria gravidez e em particular<br />
no que respeito aos micronutrientes como vitaminas ou minerais.<br />
A alimentação <strong>da</strong> mãe deverá assim ser bastante cui<strong>da</strong><strong>da</strong>, de forma a<br />
providenciar os nutrientes necessários ao bom desenvolvimento do<br />
hormonais que ocorrem nesta fase e à mu<strong>da</strong>nça radical <strong>da</strong> rotina diária,<br />
mas geralmente passa em 15 dias. O(a) companheiro(a), mais do que<br />
nunca, deve ter muita paciência e compreensão, ser o mais colaborativo<br />
e presente possível. Com o passar dos dias, tudo vai <strong>da</strong>ndo certo. Vale a<br />
pena.<br />
Infecção puerperal<br />
A infecção puerperal caracteriza-se por apresentar temperatura materna<br />
maior ou igual a 38ºC, por dois dias sucessivos, dentro dos primeiros 10<br />
dias pós-parto, depois <strong>da</strong>s primeiras 24 horas pós-parto, sem outras<br />
causas aparentes.<br />
Ela ocorre principalmente no útero, pois tem origem no aparelho<br />
genital após parto recente. Mastites (inflamação <strong>da</strong> mama) e abscessos<br />
mamários tendem a ocorrer depois do 3º dia do parto.<br />
Dor pós-parto<br />
É mais comum após cesariana, impedindo uma mobili<strong>da</strong>de ágil.<br />
Geralmente, é mais intensa entre o 2º e 10º dia pós-parto, período em<br />
que a anestesia já passou e a mulher necessita movimentar-se. Na<br />
maioria <strong>da</strong>s vezes, é controla<strong>da</strong> com analgésicos comuns e/ou antiinflamatórios.<br />
Espera-se que a intensi<strong>da</strong>de vá diminuindo com o passar<br />
apresentado.<br />
O intestino pode demorar de dois a três dias para funcionar. Muitos<br />
médicos prescrevem laxantes para auxiliar a primeira evacuação,<br />
segui<strong>da</strong> por uma dieta laxativa. O excesso de gases, que se acumulam<br />
nos primeiros dias, especialmente pós-cesárea, é resolvido com<br />
medicamentos, alimentação adequa<strong>da</strong> e deambulação (caminha<strong>da</strong>)<br />
precoce.<br />
Inchaço ou edema<br />
A mãe pode apresentar edema nas pernas até 20 dias depois do parto.<br />
Pode ser considerado fisiológico (normal), desde que a pressão arterial<br />
esteja dentro dos padrões <strong>da</strong> normali<strong>da</strong>de. Ocorre, devido às mu<strong>da</strong>nças<br />
hormonais, redistribuição dos líquidos corporais e o uso frequente de<br />
medicamentos (soro, anti-inflamatórios e outros).<br />
bebê. 4<br />
E necessário assegurar o correto equilíbrio do gasto energético, necessário<br />
para manter o peso corporal saudável <strong>da</strong> mãe, a sua composição corporal,<br />
seus níveis de ativi<strong>da</strong>de física, o volume e composição do leite produzido,<br />
para assegurar a adequa<strong>da</strong> alimentação do lactente (bebê). No período<br />
<strong>da</strong> gravidez, há a acumulação de reservas energéticas, principalmente,<br />
sob a forma de gordura, que serão utiliza<strong>da</strong>s durante o período <strong>da</strong><br />
amamentação, ocorrendo a per<strong>da</strong> ponderal após o parto. 5<br />
Depressão pós-parto<br />
É comum a mãe apresentar-se muito sensível após o parto, com choro<br />
fácil, impaciência, irritabili<strong>da</strong>de e dificul<strong>da</strong>de em cui<strong>da</strong>r do bebê. Tudo<br />
parece muito difícil e o cansaço é indescritível, apesar de muitas vezes<br />
estar cerca<strong>da</strong> de cui<strong>da</strong>dos em tempo integral pelos parentes afins ou<br />
profissionais especializados.<br />
Infelizmente, algumas mães, mesmo tendo to<strong>da</strong> a assistência necessária<br />
e sem ocorrência de nenhum fator externo, podem apresentar depressão<br />
pós-parto. Ela pode aparecer até 12 meses após o nascimento, mas é<br />
mais frequente por volta do 1º ao 4º mês. Os sintomas mais comuns são<br />
desânimo, ansie<strong>da</strong>de, fadiga, apatia, falta de alegria, excesso de cui<strong>da</strong>dos<br />
com o bebê, falta de apetite ou aumento excessivo do mesmo, insônia<br />
ou sono intenso, pensamentos e sensações inapropria<strong>da</strong>s ou estranhas.<br />
A depressão pós-parto leve (baby blues ou blues puerperal), em geral,<br />
é transitória e, se necessário, existem tratamentos seguros e eficazes<br />
para esta ocasião. Precisa-se admitir a possibili<strong>da</strong>de de estar depressiva<br />
e pedir aju<strong>da</strong>. A condição é considera<strong>da</strong> grave se durar mais de 72 horas<br />
ou se for associa<strong>da</strong> à falta de interesse pelo bebê, pensamentos suici<strong>da</strong>s<br />
ou homici<strong>da</strong>s, alucinações ou comportamentos alterados. Nesses casos<br />
a duração <strong>da</strong> crise é imprevisível e requer acompanhamento psiquiátrico<br />
e psicoterápico.<br />
do tempo. Se a dor for muito intensa e persistente, a equipe de saúde<br />
deve ser comunica<strong>da</strong>.<br />
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Alguns fatores podem corroborar com a depressão pós-parto:<br />
• existência de fases depressivas anteriores ou doenças psiquiátricas<br />
Relações sexuais<br />
Dirigir veículos<br />
• falta de suporte emocional, familiar e social;<br />
durante a gravidez;<br />
O retorno às ativi<strong>da</strong>des sexuais é recomen<strong>da</strong>do em torno de 40 dias após<br />
Assim que a mãe estiver fisicamente e emocionalmente bem, pode voltar<br />
• eventos de vi<strong>da</strong> negativos durante a gravidez ou próximos ao parto;<br />
• problemas pessoais e emocionais <strong>da</strong> mãe em relação à materni<strong>da</strong>de;<br />
• gravidez não planeja<strong>da</strong> ou não deseja<strong>da</strong>;<br />
• dificul<strong>da</strong>des conjugais;<br />
• existência de histórico de depressão em pessoas <strong>da</strong> família;<br />
• problemas <strong>da</strong> glândula tireoide e ataques de pânico após a gravidez.<br />
É importante que fique bem claro que depressão não é sinal de fraqueza<br />
de caráter e nem passará apenas com “pensamento positivo”. A pessoa<br />
com depressão precisa de aju<strong>da</strong>.<br />
o parto, (tempo adequado para a cicatrização do períneo, normalização<br />
do abdômen e dos hormônios femininos).<br />
Devemos lembrar que é comum, nos primeiros meses pós-parto, a<br />
redução do desejo sexual, devido à prolactina (hormônio produtor do<br />
leite) que também promove certa atrofia ou afinamento do epitélio<br />
vaginal durante o período <strong>da</strong> amamentação. Entretanto, este fato é<br />
facilmente contornável com o carinho e atenção do(a) parceiro(a). Após<br />
o parto é recomen<strong>da</strong>do que se inicie um método contraceptivo, como o<br />
a dirigir tranquilamente.<br />
Drenagem linfática<br />
A drenagem linfática manual reduz edemas, aumenta o grau de hidratação,<br />
aumenta a absorção de hematomas e equimoses, melhora o retorno <strong>da</strong><br />
sensibili<strong>da</strong>de em cirurgias, diminui a retenção de líquidos nos tecidos e<br />
produz um maior relaxamento à parturiente.<br />
DIU, pílula, injetável, entre outros. Sempre associar o uso <strong>da</strong> camisinha<br />
BABY BLUES<br />
Preocupação excessiva com a saúde do bebê<br />
DEPRESSÃO PÓS-PARTO<br />
Tristeza constante<br />
para potencializar o efeito contraceptivo e proteger de infecções<br />
sexualmente transmissíveis. 1 O intervalo entre uma gestação e outra<br />
deve ser de no mínimo dois anos, para total recuperação do organismo<br />
<strong>da</strong> mulher.⁶<br />
Retorno <strong>da</strong>s menstruações<br />
O retorno <strong>da</strong> menstruação ou de ciclos menstruais regulares é variável.<br />
Vai depender se a amamentação é exclusiva ou parcial e do método<br />
contraceptivo adotado pela mulher no pós-parto.<br />
Ansie<strong>da</strong>de<br />
Nervosismo<br />
Dificul<strong>da</strong>de de se concentrar<br />
Cansaço<br />
Dificul<strong>da</strong>de para dormir<br />
Choro sem motivo<br />
Sentimento de culpa<br />
Autoestima baixa<br />
Desânimo e cansaço extremo<br />
Pouco ou nenhum interesse pelo bebê<br />
Incapaci<strong>da</strong>de de cui<strong>da</strong>r de si mesma e do filho<br />
Medo de ficar sozinha<br />
Falta de apetite<br />
Ativi<strong>da</strong>des físicas<br />
Ativi<strong>da</strong>des físicas são de fun<strong>da</strong>mental importância no pós-parto e<br />
devolvem à mulher seu condicionamento físico e estético em um menor<br />
espaço de tempo. Recomen<strong>da</strong>-se exercícios leves com 15 dias para o<br />
parto vaginal e com 30 dias para a cesariana. Abdominais e exercícios<br />
mais pesados são recomen<strong>da</strong>dos com 60 dias para o parto vaginal e com<br />
60 a 90 dias para a cesariana, sempre acompanhados por profissional<br />
capacitado.<br />
Os outros filhos<br />
Não se esqueça de preparar os filhos mais velhos para a chega<strong>da</strong> de um<br />
novo(a) irmãozinho(a). As reações <strong>da</strong>s crianças podem ser imprevisíveis,<br />
variam <strong>da</strong>s boas-vin<strong>da</strong>s ao ciúme extremo. Para facilitar o processo de<br />
entrosamento entre eles, deixe seu filho participar de tudo, começando<br />
pelo pré-natal.<br />
Falta de prazeres nas ativi<strong>da</strong>des diárias<br />
Insônia<br />
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ATENÇÃO!<br />
Comunique o médico em caso de:<br />
NO FINAL, TUDO DÁ CERTO<br />
• As informações são muitas, os cui<strong>da</strong>dos com o bebê exigem muita<br />
dedicação. A mu<strong>da</strong>nça na vi<strong>da</strong> familiar é radical, mas deve ser bem<br />
administra<strong>da</strong> com amor e união.<br />
• Sangramento exagerado;<br />
• Febre alta (≥ 38ºC);<br />
• Secreção vaginal de odor fétido;<br />
• Inchaço e/ou secreção nos pontos (<strong>da</strong><br />
episiotomia ou <strong>da</strong> cesárea);<br />
• Dor intensa nas mamas acompanha<strong>da</strong> de<br />
vermelhidão e febre.<br />
REFERÊNCIAS:<br />
1. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa. Protocolos <strong>da</strong> Atenção Básica : Saúde <strong>da</strong>s Mulheres [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2016 [acesso em 09 de março <strong>2021</strong>].<br />
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_saude_mulheres.pdf<br />
2. Montenegro CAB, Filho JR. Rezende obstetrícia. 13 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2017.<br />
3. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde. Atenção à saúde do recém-nascido : guia para os profissionais de saúde [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2012 [acesso em 09 de março <strong>2021</strong>].<br />
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_saude_recem_nascido_profissionais_v1.pdf<br />
4. Associação Portuguesa de Nutrição. Alimentação nos primeiros 1000 dias de vi<strong>da</strong>: um presente para o futuro. E-book n. 53. Porto: Associação Portuguesa de Nutrição; 2019.<br />
5. Guine RPF, Gomes AL. A Nutrição na Lactação Humana. Millenium [Internet]. 2015 [acesso em 09 de março <strong>2021</strong>]; 49. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/millenium/article/view/8082<br />
6. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde. Cadernos de Atenção Básica, n° 32: Atenção ao pré-natal de baixo risco [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2012 [acesso em 01 de março <strong>2021</strong>].<br />
Disponível em: http://189.28.128.100/<strong>da</strong>b/docs/portal<strong>da</strong>b/publicacoes/caderno_32.pdf<br />
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AMAMENTAÇÃO<br />
POR QUE AMAMENTAR?<br />
ocitocina, a mãe que amamenta está menos predisposta a hemorragias<br />
no período pós-parto, pois o útero contrai a ca<strong>da</strong> mama<strong>da</strong>, auxiliando o<br />
O medo, a insegurança e o estresse somados à técnica inadequa<strong>da</strong><br />
(posicionamento errado do bebê e pega incorreta do peito) podem<br />
A alimentação <strong>da</strong> criança tem repercussões ao longo de to<strong>da</strong> sua<br />
existência, desde o nascimento e nos primeiros anos de vi<strong>da</strong> e, por isso,<br />
deve ser acompanha<strong>da</strong> bem de perto, a fim de evitar <strong>da</strong>nos futuros.<br />
”O risco de morte por diarreia e doenças pulmonares, no primeiro<br />
ano de vi<strong>da</strong>, é muito menor nas crianças amamenta<strong>da</strong>s.”<br />
retorno ao seu tamanho original, além de proporcionar satisfação à mãe<br />
(hormônio do prazer).<br />
dificultar a saí<strong>da</strong> do leite. Se isso acontecer, fique confiante, mantenhase<br />
calma e busque o apoio de pessoas que a estimulem a manter a<br />
amamentação (Xô, desânimo!). No banco de leite humano existem<br />
Sabe-se que o leite materno é o primeiro e mais completo alimento.<br />
Sozinho, é capaz de nutrir adequa<strong>da</strong>mente o bebê até os 6 meses de<br />
i<strong>da</strong>de. To<strong>da</strong>s as vitaminas, proteínas, sais minerais e até mesmo a água<br />
estão presentes no leite na quanti<strong>da</strong>de exata. Assim, até os 6 meses de<br />
vi<strong>da</strong> não é necessário, além de ser potencialmente prejudicial, oferecer<br />
outro alimento ao seu bebê.<br />
Amamentar representa o mais nobre ato de carinho entre mãe e filho,<br />
estreitando o vínculo entre eles. E, amamentando, você estará oferecendo,<br />
além de afeto, saúde ao seu filho, pois, através do leite, ele recebe as<br />
chama<strong>da</strong>s “vacinas naturais”, ou seja, os anticorpos, que conferem<br />
proteção contra infecções, diminuem o risco de diarreia e alergias. A<br />
Nos primeiros dias, a produção de leite é aparentemente pequena, mas<br />
este leite inicial (colostro) tem alto valor nutritivo, e é suficiente para<br />
suprir as primeiras necessi<strong>da</strong>des do bebê. A desci<strong>da</strong> do leite (apojadura)<br />
geralmente ocorre por volta do 2º ou 3º dia pós-parto. Deixe seu bebê<br />
mamar sempre que quiser, sem estabelecer horários fixos ou duração<br />
<strong>da</strong>s mama<strong>da</strong>s. Ele saberá a hora de parar (isto se chama amamentar sobre<br />
livre deman<strong>da</strong>), <strong>da</strong> mesma forma, não há necessi<strong>da</strong>de de acor<strong>da</strong>r o bebê<br />
em intervalos fixos (a ca<strong>da</strong> 2 ou 3 horas), como muitos acreditam. O leite<br />
materno também é digerido com mais facili<strong>da</strong>de, logo, ele necessitará<br />
mamar mais vezes; mas isto não significa que seu leite é “fraco”. Quanto<br />
mais o bebê mama, mais leite você produz, pois a produção do leite é<br />
estimula<strong>da</strong> pela sucção que, por reflexo, libera hormônios que estimulam<br />
a produção (prolactina) e a ejeção (ocitocina) do leite. Por causa <strong>da</strong><br />
O bebê amamentado exclusivamente no peito tem ritmo intestinal muito<br />
variável. Os benefícios <strong>da</strong> amamentação são inúmeros, não apenas para o<br />
bebê, mas também para saúde <strong>da</strong> mulher. Amamentar reduz as chances<br />
de adquirir anemia, câncer de mama e ovário, previne a osteoporose,<br />
promove um retorno ao peso anterior à gravidez mais rapi<strong>da</strong>mente.<br />
To<strong>da</strong> mulher é capaz de amamentar, e ca<strong>da</strong> uma produz o leite adequado<br />
às necessi<strong>da</strong>des de seu bebê. Não existe leite fraco ou a possibili<strong>da</strong>de de<br />
não estar sustentando seu filho. Caso você tenha alguma dúvi<strong>da</strong> quanto<br />
a isso, vá ao banco de leite mais próximo <strong>da</strong> sua casa. O leite materno é<br />
o alimento mais completo, econômico, prático, pois já está pronto e na<br />
temperatura ideal para ser oferecido.<br />
profissionais experientes e habilitados para aju<strong>da</strong>r na amamentação. Se<br />
possível busque uma consultoria em amamentação.<br />
O seu bebê pode ser amamentado até os 2 anos de i<strong>da</strong>de ou<br />
mais! Mantenha-se calma, descanse nos intervalos e alimentese<br />
bem! Amamentar é doar-se!<br />
amamentação também aju<strong>da</strong> na prevenção <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong>de, <strong>da</strong>s cáries, do<br />
colesterol alto e permite o bom desenvolvimento <strong>da</strong> face, dentes e fala.<br />
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ALGUMAS DICAS PARA O SUCESSO DA AMAMENTAÇÃO:<br />
• O bebê deve pegar bem o peito, abocanhando a aréola (parte<br />
escura em volta do bico). Não dê chupetas para seu bebê, pois pode<br />
TIPOS DE ALEITAMENTO MATERNO<br />
• Aleitamento materno complementado – quando a criança recebe,<br />
AMAMENTAÇÃO<br />
atrapalhar a pega e a sucção do leite.<br />
Assim, o aleitamento materno costuma ser classificado em:¹<br />
• Aleitamento materno exclusivo – quando a criança recebe somente<br />
leite materno, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas,<br />
sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos;<br />
além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semissólido com<br />
a finali<strong>da</strong>de de complementá-lo, e não de substituí-lo;<br />
• Aleitamento materno misto ou parcial – quando a criança recebe<br />
leite materno e outros tipos de leite.<br />
Amamentando, você dá a seu bebê uma melhor quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>.<br />
A amamentação é importante para o desenvolvimento do bebê e para<br />
sua relação com ele. Todo leite materno é forte, nutritivo e protege<br />
contra várias doenças. O colostro é o primeiro leite, tem cor amarela<strong>da</strong><br />
e é ideal para proteger o bebê nos primeiros dias.<br />
• Lave seu peito só com água, não passe sabonete nem poma<strong>da</strong> nas<br />
mamas. Fique sempre com o sutiã seco.<br />
• Em caso de rachaduras nos mamilos observe se a pega está correta<br />
e tente mu<strong>da</strong>r a posição de o bebê mamar.<br />
• É bom tomar sol nas mamas, de manhã ou à tarde. Aproveite para <strong>da</strong>r<br />
um banho de sol em seu bebê também. Ele deve ficar sem a roupinha,<br />
para que o sol bata diretamente em sua pele.<br />
• Aleitamento materno predominante – quando a criança recebe, além<br />
do leite materno, água ou bebi<strong>da</strong>s à base de água (água adocica<strong>da</strong>,<br />
chás, infusões), sucos de frutas e fluidos rituais;<br />
• Aleitamento materno – quando a criança recebe leite materno (direto<br />
<strong>da</strong> mama ou ordenhado), independentemente de receber ou não<br />
outros alimentos;<br />
Dica: quanto mais seu bebê mamar, mais leite você terá. Não coloque<br />
horário ou tempo certo para ca<strong>da</strong> mama<strong>da</strong>; seu bebê sabe quando e<br />
quanto necessita mamar. Deixe o bebê mamar até esvaziar uma mama,<br />
antes de passar para a outra. Caso não esvazie um peito numa mama<strong>da</strong>,<br />
retorne ao mesmo peito na mama<strong>da</strong> seguinte. Amamente o bebê sempre<br />
que ele quiser, não dê chá, água, mingau ou outro leite. Nos primeiros<br />
seis meses ele só precisa do leite materno.<br />
• Em caso de mamas muito cheias ou endureci<strong>da</strong>s, é necessário retirar<br />
o excesso de leite, o que promoverá alívio para você e facilitará a<br />
pega pelo bebê. Peça orientação ao profissional de saúde.<br />
• Se você produz mais leite do que seu bebê mama, pode ser uma<br />
doadora de leite materno. Verifique na Uni<strong>da</strong>de de Saúde se há posto<br />
de coleta ou Bando de Leite perto de sua casa e como você pode doar.<br />
• Em caso de problemas com a amamentação, procure orientação com<br />
os profissionais de Saúde, no Banco de Leite ou no posto de coleta<br />
Para que o bebê sugue bem o leite, encontre uma posição em que ele<br />
fique tranquilo e você relaxa<strong>da</strong> e confortável. Você pode amamentar<br />
deita<strong>da</strong>, senta<strong>da</strong> ou em qualquer posição boa para os dois.<br />
mais próximo.<br />
• Para mais informações sobre amamentação e cui<strong>da</strong>dos com o bebê,<br />
consulte <strong>da</strong> Caderneta <strong>da</strong> Criança.<br />
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COMO AMAMENTAR?<br />
• se o queixo está encostado na parte inferior <strong>da</strong> mama;<br />
A amamentação deve ocorrer na primeira hora após o parto, sempre<br />
• se a grande parte <strong>da</strong> aréola está coberta pelos lábios do bebê.<br />
que possível, ain<strong>da</strong> na sala de parto. Nesta primeira mama<strong>da</strong>, não é<br />
fun<strong>da</strong>mental que o bebê sugue, mas apenas que se estabeleça um<br />
contato pele a pele com a mãe.<br />
Ao final de ca<strong>da</strong> mama<strong>da</strong>, coloque o bebê para arrotar, ou seja, numa<br />
posição em que possa eliminar o ar que deglutiu durante a mama<strong>da</strong>.<br />
Nesse momento não é necessário <strong>da</strong>r batidinhas nas costa do bebê e<br />
PARA A MÃE:<br />
nem balançá-lo. Nem sempre vai ser possível escutar o barulho do<br />
VANTAGENS DA AMAMENTAÇÃO<br />
√ Aju<strong>da</strong> o útero a voltar ao tamanho normal mais<br />
rapi<strong>da</strong>mente.<br />
√ Reduz o risco de hemorragia e anemia após o<br />
Para as mama<strong>da</strong>s seguintes:<br />
• procure um lugar tranquilo e confortável. Se possível, o procedimento<br />
deve ser feito com as duas mamas expostas. Se a mama estiver muito<br />
"arroto", então lembre-se que o mais importante é mantê-lo em posição<br />
vertical por cerca de 10 minutos. Quando for colocar o bebê para dormir<br />
sempre posicione de barriguinha para cima (posição supina).²<br />
parto.<br />
cheia, realizar massagens circulares ao redor <strong>da</strong> aréola e <strong>da</strong> parte<br />
PARA O BEBÊ:<br />
√ É mais nutritivo e protege contra doenças,<br />
como infecção, alergias, asma e desnutrição.<br />
√ Fortalece o vínculo mãe e bebê.<br />
√ Favorece maior contato entre você e seu bebê.<br />
√ Aju<strong>da</strong> na redução mais rápi<strong>da</strong> de seu peso.<br />
√ Reduz o risco de câncer de mama no futuro.<br />
√ É mais econômico e higiênico: você só precisa<br />
lavar as mãos.<br />
√ É mais prático e seguro: o leite está sempre pronto<br />
periférica de ca<strong>da</strong> mama, segui<strong>da</strong>s de retira<strong>da</strong> manual (ordenha).<br />
Você verá seu leite gotejando.<br />
• retire as roupas do bebê, deixando-o só de fral<strong>da</strong>s e favorecendo o<br />
contato.<br />
• posicione o bebê no colo. Ele deve estar bem próximo de você,<br />
barriga com barriga, a boca do bebê de frente ao mamilo e sua cabeça<br />
apoia<strong>da</strong> na curva do braço, para que não faça extensão do pescoço<br />
DIFICULDADES NA AMAMENTAÇÃO<br />
Ingurgitamento mamário (mama muito cheia)<br />
• consiste na retenção de leite, causando aumento do tamanho <strong>da</strong>s<br />
mamas’ que ficam dolori<strong>da</strong>s. As mamas podem ficar avermelha<strong>da</strong>s,<br />
dificultando a pega do bebê e impedindo que o leite saia com<br />
facili<strong>da</strong>de. Deve-se observar se a pega está correta, e após massagear<br />
esvaziar as mamas. Pode ser utilizado compressas com água em<br />
√ Previne problemas dentários e respiratórios.<br />
e fresco, na temperatura certa, e não estraga.<br />
para trás (posicionamento correto).<br />
temperatura ambiente para alívio <strong>da</strong> dor.<br />
• toque o mamilo no lábio inferior do bebê, que abrirá a boca por<br />
Trauma mamilar (“fissuras”)<br />
reflexo. Ao abrir, a mãe deve introduzir a aréola (parte mais escura <strong>da</strong><br />
mama) na boca do bebê e não apenas o bico do peito.<br />
• geralmente os traumas devem-se à pega inadequa<strong>da</strong>, uso de cremes<br />
e poma<strong>da</strong>s, uso de protetores de mamilos e exposição prolonga<strong>da</strong><br />
Para verificar se o bebê pegou corretamente o peito, observe:<br />
à umi<strong>da</strong>de. Observe sempre se o bebê está sugando corretamente,<br />
• se a boca do bebê está com os lábios evertidos (como boquinha de<br />
peixe);<br />
deixe a aréola e os mamilos “pegarem ar” e/ou sol, evite antissépticos<br />
(álcool) e utilize o próprio leite como cicatrizante. Pode ser necessário<br />
uso de medicação para dor. Neste caso, procure orientação médica.<br />
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Mastite<br />
• usar sutiã com alças largas e firmes para alívio <strong>da</strong> dor e manutenção<br />
RETIRANDO E ARMAZENANDO O LEITE<br />
• se apenas uma coleta não foi suficiente para completar o volume do<br />
É a infecção <strong>da</strong> mama, cuja parte afeta<strong>da</strong> fica dolorosa, vermelha, incha<strong>da</strong><br />
e quente, com presença de febre (≥ 38 ºC), acompanha<strong>da</strong> de calafrios<br />
dos ductos (canais por onde flui o leite) em posição adequa<strong>da</strong>;<br />
• não usar produtos que retiram a proteção natural do mamilo;<br />
• para armazenar o leite, utilize um frasco de vidro com tampa de<br />
plástico;<br />
vidro, o leite coletado em outras oportuni<strong>da</strong>des poderá ser colocado<br />
diretamente sobre aquele que já está armazenado no congelador;<br />
e mal-estar. Comumente acomete apenas uma <strong>da</strong>s mamas. Se esses<br />
sintomas aparecerem, procure seu médico o mais rápido possível. Além<br />
dos cui<strong>da</strong>dos descritos acima, pode ser necessário uso de antibióticos<br />
e anti-inflamatórios (que devem ser utilizados conforme orientação<br />
médica).<br />
Candidíase (infecção por fungo)<br />
Costuma se manifestar com coceira, sensação de queimadura ou ardor e<br />
fisga<strong>da</strong>s nos mamilos, que persistem após as mama<strong>da</strong>s. É comum o bebê<br />
apresentar placas brancas na boca (sapinho).<br />
• manter os mamilos secos, trocando com frequência o sutiã quando<br />
há vazamento de leite;<br />
• evitar o uso contínuo de protetores de mamilos;<br />
• evitar intermediários que se usam acoplados ao mamilo, durante a<br />
amamentação, esses acessórios atrapalham a amamentação, pois se<br />
assemelham a mamadeira/chupeta, e confundem o bebê quanto aos<br />
movimentos necessários para mamar.<br />
• passar o próprio leite nos mamilos se estes estiverem doloridos ou<br />
machucados;<br />
• ferva os vidros e as tampas em uma panela, cobrindo todo o vidro com<br />
água, por mais ou menos 15 minutos (a partir do início <strong>da</strong> fervura);<br />
• deixe-os escorrer em pano limpo até secar. Evite tocá-los na parte<br />
interna;<br />
• o método ideal para a retira<strong>da</strong> do leite é o manual;<br />
• pren<strong>da</strong> os cabelos;<br />
• lave mãos e braços até o cotovelo com água e sabão;<br />
• lave o peito apenas com água;<br />
• Após terminar a ordenha, fechar bem o vidro, anotar a <strong>da</strong>ta em que<br />
iniciou a coleta e guar<strong>da</strong>r o vidro imediatamente no congelador por<br />
até 15 dias;<br />
• Na hora de alimentar o bebê, aquecer o leite congelado em banhomaria.<br />
Desligue o fogo quando a água do banho-maria começar a<br />
ferver;<br />
• O leite descongelado pode ser conservado na geladeira, na prateleira<br />
superior (não na porta), por 12 horas;<br />
Mãe e filho devem ser adequa<strong>da</strong>mente tratados com antifúngicos<br />
prescritos por um médico.<br />
• tomar sol nas mamas.<br />
• seque as mãos e mamas com toalha limpa;<br />
• evite conversas, tosse ou espirros durante a retira<strong>da</strong> do leite (através<br />
AMAMENTAÇÃO X MEDICAMENTOS<br />
Os medicamentos podem ser transferidos aos bebês por meio do leite,<br />
do ar, as gotículas podem contaminar o leite);<br />
logo, mães em amamentação devem evitar o uso de medicamentos,<br />
Cui<strong>da</strong>dos com as mamas para prevenir intercorrências <strong>da</strong> amamentação:<br />
• iniciar amamentação o mais cedo possível (na sala de parto);<br />
• amamentar com técnica correta;<br />
• amamentar com frequência, em livre deman<strong>da</strong>, ou seja, sem horários<br />
pré-estabelecidos e pelo tempo que o bebê desejar, para evitar que<br />
as mamas fiquem pesa<strong>da</strong>s e muito cheias;<br />
• se a aréola estiver tensa, massagear e ordenhar, manualmente, um<br />
pouco de leite antes <strong>da</strong> mama<strong>da</strong>, para facilitar a pega;<br />
TODA MULHER TEM DIREITO A TRABALHAR,<br />
ESTUDAR, PASSEAR E CONTINUAR AMAMENTANDO.<br />
A mãe que trabalha, estu<strong>da</strong>, ou que, por qualquer outro<br />
motivo, tenha que se afastar momentaneamente do seu filho,<br />
pode e deve oferecer ao bebê seu próprio leite ordenhado e<br />
armazenado. Neste caso, o leite deve ser oferecido em copinho.<br />
Evitar, ao máximo, o uso de mamadeiras ou chuquinhas, porque<br />
elas interferem na sucção do bebê e causam “confusão de bicos”.<br />
• massageie o peito com movimentos circulares para facilitar a saí<strong>da</strong><br />
do leite;<br />
• coloque o polegar e o indicador na linha que divide a aréola do<br />
restante do peito (não no mamilo) e aperte suavemente um dedo<br />
contra o outro, em movimentos repetidos. O leite inicialmente sairá<br />
em gotas e logo após em pequenos jatos;<br />
• despreze os primeiros jatos;<br />
• colete, em ca<strong>da</strong> vidro, apenas o volume a ser utilizado em 24 horas;<br />
exceto os estritamente necessários. Deve ser avalia<strong>da</strong> a necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />
terapia medicamentosa. Consulte sempre seu pediatra e/ou obstetra para<br />
que a opção seja por uma medicação já estu<strong>da</strong><strong>da</strong>, pouco excreta<strong>da</strong> pelo<br />
leite materno, ou que não tenha risco aparente para a saúde <strong>da</strong> criança.<br />
A amamentação deverá ser interrompi<strong>da</strong> ou desencoraja<strong>da</strong> se a droga<br />
for comprova<strong>da</strong>mente nociva para o bebê e não existir outra opção. As<br />
vantagens do aleitamento materno são enormes, enquanto os riscos <strong>da</strong><br />
grande maioria dos medicamentos são mínimos. Siga as orientações<br />
médicas!⁴<br />
/ 82 / / 83 /
Condições clínicas que são contraindicação do aleitamento materno:<br />
que confirmar a gravidez a até cinco meses após o parto. Isso não significa<br />
MITOS SOBRE A AMAMENTAÇÃO<br />
• Infecção por HIV<br />
• Infecção pelo HTLV (vírus linfotrópico humano de células T)<br />
• Uso drogas ilícitas: anfetaminas, cocaína, crack, fenciclidina, heroína,<br />
inalantes, LSD, maconha e haxixe<br />
que ela não pode ser demiti<strong>da</strong> em hipótese alguma. Caso cometa ato<br />
que seja considerado falta grave (improbi<strong>da</strong>de, incontinência de conduta,<br />
mau procedimento, negociação habitual, condenação criminal, desídia,<br />
violação de segredo <strong>da</strong> empresa, entre outros) pode ser dispensa<strong>da</strong> por<br />
justa causa.<br />
Os mitos sobre a amamentação podem minar tanto a confiança <strong>da</strong>s mães<br />
como o apoio que elas recebem.<br />
Os mais comuns são:<br />
“Uma vez interrompi<strong>da</strong>, a amamentação não pode ser retoma<strong>da</strong>”<br />
Com uma técnica adequa<strong>da</strong> de relactação e apoio, é possível aju<strong>da</strong>r<br />
as mães e seus bebês a reiniciarem a amamentação, mesmo após a<br />
mu<strong>da</strong>nça para a fórmula infantil. Isto, às vezes, é vital em uma emergência.<br />
• Em tratamento quimioterápico e radioterápico<br />
Obs: Drogas considera<strong>da</strong>s lícitas, como: tabaco e álcool, devem ser<br />
evita<strong>da</strong>s durante a amamentação. 3<br />
DIREITOS DA GESTANTE NO TRABALHO<br />
Licença-materni<strong>da</strong>de<br />
Art. 70, inc. XVIII <strong>da</strong> Constituição Federal de 1988: a mulher tem direito a<br />
120 dias de licença-materni<strong>da</strong>de, a partir do 8º mês de gestação ou pósparto,<br />
com o pagamento de seu salário.<br />
Ambiente de trabalho <strong>da</strong> gestante<br />
CLT: Art. 392- É garantido à emprega<strong>da</strong>, durante a gravidez, sem prejuízo<br />
do salário e demais direitos: I - transferência de função, quando as<br />
condições de saúde o exigirem, assegura<strong>da</strong> a retoma<strong>da</strong> <strong>da</strong> função<br />
anteriormente exerci<strong>da</strong>, logo após o retorno ao trabalho. Reforma<br />
trabalhista- ADI 5938: Não e permitido o trabalho de mulheres gravi<strong>da</strong>s<br />
em ambientes considerados insalubres.<br />
Direitos do pai<br />
“Estresse faz o leite secar”<br />
As situações de ansie<strong>da</strong>de podem gerar alterações fisiológicas. O<br />
extremo estresse ou o medo podem fazer com que o leite pare de fluir<br />
momentaneamente. Mas essas reações são, geralmente, temporárias.<br />
A mulher que amamenta, também produz hormônios que reduzem a<br />
tensão <strong>da</strong> nutriz e acalmam a mãe e o bebê, criando um elo amoroso.<br />
“Mães desnutri<strong>da</strong>s não conseguem amamentar”<br />
Os alimentos devem ser <strong>da</strong>dos às mães lactantes de modo que elas<br />
possam alimentar seus bebês e também manter o vigor para cui<strong>da</strong>r <strong>da</strong>s<br />
“Seios pequenos produzem pouco leite”<br />
Tamanho não é documento. Seios grandes e pequenos produzem a<br />
mesma quanti<strong>da</strong>de de leite.<br />
“Leite materno é fraco e deixa o bebê com fome”<br />
Não existe leite materno fraco. Ao contrário, o leite materno é o melhor<br />
para o bebê, por ser mais adequado, de fácil digestão e apresentar alto<br />
valor nutricional.<br />
Direito a amamentar durante a jorna<strong>da</strong> de trabalho<br />
Art. 396 <strong>da</strong> CLT: a mulher tem direito a dois descansos especiais, de meia<br />
hora ca<strong>da</strong>, durante sua jorna<strong>da</strong> de trabalho, para amamentar seu filho até<br />
6 meses de i<strong>da</strong>de.<br />
Estabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> gestante no emprego<br />
Art. 391 a 400 – CLT: a mulher não pode ser demiti<strong>da</strong> a partir do dia em<br />
Art. 70, XIX, <strong>da</strong>s Disposições Transitórias, <strong>da</strong> Constituição Federal de<br />
1998: o trabalhador tem direito a cinco dias de licença paterni<strong>da</strong>de,<br />
contados a partir do nascimento de seu filho.<br />
CLT: Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço<br />
sem prejuízo do salário: X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas<br />
médicas e exames complementares durante o período de gravidez de<br />
sua esposa ou companheira; XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar<br />
filho de até 6 (seis) anos em consulta médica.<br />
crianças mais velhas <strong>da</strong> família. No caso de uma má nutrição, o uso de<br />
alimentos suplementares durante a amamentação pode assegurar um<br />
aumento na produção de leite materno.<br />
“Bebês com diarreia necessitam de água ou chá”<br />
Como o leite materno (LM) é constituído por aproxima<strong>da</strong>mente 90% de<br />
água, bebês que são amamentados exclusivamente com ele e estão com<br />
diarreia, normalmente, não necessitam de líquidos adicionais, tais como<br />
água com açúcar ou chá.<br />
“Canjica, cerveja preta, água inglesa e outros alimentos aumentam a<br />
produção de leite.”<br />
Alimentação saudável e boa hidratação, acompanha<strong>da</strong>s por um<br />
profissional de saúde, são as principais dicas para aumentar a quanti<strong>da</strong>de<br />
de leite. Outro fator importante é deixar o bebê sugar à vontade.<br />
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“Seios inflamados impedem a amamentação”<br />
Ao contrário, deve-se <strong>da</strong>r de mamar mais vezes para o peito não<br />
“empedrar” e aju<strong>da</strong>r a desinflamar.<br />
“Mãe com alguma infecção não pode amamentar”<br />
Poucas infecções ou medicamentos impedem o aleitamento materno.<br />
Na maioria dos casos, é necessário apenas pequenos cui<strong>da</strong>dos e uma<br />
consulta com um profissional de saúde.<br />
AMAMENTAÇÃO<br />
A amamentação é extremamente importante para manter a<br />
quali<strong>da</strong>de do vínculo emocional entre mãe e filho e continuar<br />
protegendo a criança de organismos externos que possam<br />
causar algumas infecções e processos alérgicos.<br />
REFERÊNCIAS:<br />
1. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde. Cadernos de Atenção Básica, n° 33: Saúde <strong>da</strong> criança : crescimento e desenvolvimento [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde;<br />
2012 [acesso em 09 de março <strong>2021</strong>]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_crescimento_desenvolvimento.pdf<br />
2. American Academy of Pediatrics. SIDS and Other Sleep-Related Infant Deaths: Up<strong>da</strong>ted 2016 Recommen<strong>da</strong>tions for a Safe Infant Sleeping Environment. Pediatrics [Internet]. 2010 [cited 2020 mar 10]; 138 (5).<br />
Available from: https://pediatrics.aappublications.org/content/pediatrics/138/5/e20162938.full.pdf<br />
3. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa. Protocolos <strong>da</strong> Atenção Básica : Saúde <strong>da</strong>s Mulheres [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2016 [acesso em 09 de março <strong>2021</strong>].<br />
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_saude_mulheres.pdf<br />
4. Chaves RG, Lamounier JA. Saiba mais sobre: Uso de drogas e Aleitamento Materno. Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Pediatria. [Internet]. 2012 [acesso em 09 de março <strong>2021</strong>].<br />
Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2012/12/Saiba-mais-sobre-Uso-de-drogas-e-Aleitamento-Materno.pdf<br />
/ 86 /
Recomen<strong>da</strong>ções de cardápio alimentar<br />
Sugestão de cardápio com 2150 cal para nutriz com média de peso de<br />
63 kg e altura 1,60 m.<br />
NUTRIÇÃO DURANTE<br />
A AMAMENTAÇÃO<br />
A lactação é a fase de maior deman<strong>da</strong> energética do período reprodutivo<br />
humano. As necessi<strong>da</strong>des nutricionais do recém-nascido e <strong>da</strong> nutriz são<br />
maiores do que durante a gestação, pois em 4 meses o bebê dobra o<br />
peso acumulado ao longo de nove meses de gravidez.<br />
Para a adequa<strong>da</strong> produção do leite materno, é importante aumentar o<br />
consumo de calorias (aproxima<strong>da</strong>mente 500 Kcal) acima do habitual,<br />
bem como de líquidos, incluindo água, sucos naturais, água de coco etc.<br />
Vale ressaltar a importância de uma alimentação saudável e equilibra<strong>da</strong>.<br />
Necessi<strong>da</strong>des nutricionais até o 6º mês de amamentação<br />
Tabela 1 - Necessi<strong>da</strong>des nutricionais <strong>da</strong> lactante que teve adequado<br />
ganho de peso durante a gestação.<br />
Energia e nutrientes<br />
Até 6 meses<br />
Energia (kcal) + 500<br />
Proteína (g)<br />
+ 16 g<br />
Vitamina A (µg) 1200 a 1300*<br />
Ácido ascórbico (mg) 115 a 120*<br />
Cálcio (mg) 1000 a 1300<br />
Fósforo (mg) 700 a 1250*<br />
Iodo (µg) 290<br />
Refeição<br />
Café <strong>da</strong> Manhã<br />
Refeição<br />
Almoço<br />
*A critério médico<br />
Alimento<br />
- Laticínios* - leite ou iogurte ou queijo magro<br />
(frescal ou ricota): 1/2 porção, inicialmente.<br />
(Sugestão 1: 1/2 copo de leite desnatado ou 1 fatia<br />
pequena de queijo ou 1/2 pote de iogurte)<br />
- Pão (ou substitutos): 1 porção<br />
(Sugestão 2: 1 pão francês ou 4 torra<strong>da</strong>s ou 4<br />
uni<strong>da</strong>des de bolacha água e sal ou 6 uni<strong>da</strong>des de<br />
biscoito maisena)<br />
- Margarina light: 1 colher de chá rasa<br />
- Fruta ou suco de fruta: 1 porção<br />
(Sugestão 3: 1 copo de suco de fruta ou 1 banana<br />
ou 1 maçã ou 1 laranja <strong>da</strong> ilha ou 1 pera)<br />
Alimento<br />
- Carnes magras, como o frango (retirar a pele antes <strong>da</strong><br />
cocção): 1 porção<br />
(Sugestão: 1 uni<strong>da</strong>de média de bife grelhado ou 1<br />
uni<strong>da</strong>de média de peito de frango ou 3 e 1/2 colheres<br />
de sopa de carne moí<strong>da</strong>)<br />
Refeição<br />
Lanche Matinal (colação)<br />
Almoço<br />
Refeição<br />
Jantar<br />
Ceia<br />
Alimento<br />
- Fruta ou suco de fruta - 1 porção (Sugestão 3)<br />
- Pão 1/2 porção (observar os substitutos)<br />
(Sugestão: 2 uni<strong>da</strong>des de bolacha água e sal ou 2<br />
torra<strong>da</strong>s ou 3 uni<strong>da</strong>des de biscoito maisena)<br />
- Verduras e legumes cozidos, consumir todos os<br />
dias (aproxima<strong>da</strong>mente 4 colheres de sopa)<br />
- Arroz ou massas: 3 porções<br />
(Sugestão: 6 colheres de sopa de arroz ou 4<br />
colheres de sopa de arroz + 2 colheres de sopa de<br />
purê de batata)<br />
- Feijão: 1 porção<br />
(Sugestão: 2 colheres de sopa de feijão, inicialmente<br />
priorizar apenas o caldo de feijão)<br />
Alimento<br />
- O mesmo que no almoço, porém de fácil digestão,<br />
evitando frituras e carnes gordurosas.<br />
- Suco de fruta: 1 copo<br />
- Bolachas sem recheio: 1 porção (Sugestão 2)<br />
Ferro (mg) 10 a 15*<br />
- Sobremesa: 1 porção de fruta (Sugestão 3)<br />
Zinco (mg) 12 a 14*<br />
*Quanti<strong>da</strong>de varia conforme a faixa etária. Fonte: Carmo MGT, et al, 2002.<br />
Lanche <strong>da</strong> tarde<br />
- Bolachas ou torra<strong>da</strong>s: 1 porção (Sugestão 2)<br />
- Leite*: 1/2 porção inicialmente (Sugestão 1)<br />
- Fruta ou suco: 1 porção (Sugestão 3)<br />
Observação: lembramos que este cardápio é apenas um modelo. Para<br />
obter um cardápio personalizado, ajustado para as suas necessi<strong>da</strong>des,<br />
procure o atendimento com o(a) nutricionista.<br />
*A critério médico<br />
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RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS<br />
A alimentação equilibra<strong>da</strong> durante a lactação garante a produçãoe a<br />
composição do leite materno. Deve-se:<br />
• ingerir em maior quanti<strong>da</strong>de alimentos fontes de vitamina A e C;<br />
- vitamina A: fígado, carne, gema, leite etc.<br />
- betacaroteno: vegetais e frutas de cor verde-escuro e amarelo<br />
alaranjado.<br />
- vitamina C: kiwi, mamão, laranja <strong>da</strong> ilha, caju, goiaba, brócolis etc.<br />
• ingerir em maior quanti<strong>da</strong>de alimentos fontes de cálcio e ferro;<br />
- cálcio: leite, queijo e vegetais folhosos.<br />
- ferro: fígado e carnes.<br />
• não fazer dietas restritivas, objetivando per<strong>da</strong> de peso, pois pode<br />
afetar a produção láctea. A amamentação favorece a mobilização<br />
natural <strong>da</strong> reserva adiposa acumula<strong>da</strong> durante a gravidez;<br />
• realizar ativi<strong>da</strong>des físicas com orientação médica;<br />
• aumentar a ingestão de líquidos (água e sucos naturais) para, no<br />
mínimo, 2 litros ao dia (quanti<strong>da</strong>de recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> pela Organização<br />
Mundial de Saúde);<br />
• restringir o uso de alimentos alergênicos:<br />
- baixa alergenici<strong>da</strong>de: abóbora, abobrinha, banana cozi<strong>da</strong>, cenoura<br />
cozi<strong>da</strong>, chuchu, melancia, óleo de oliva, maçã cozi<strong>da</strong>, mamão maduro,<br />
tapioca e frango;<br />
- média alergenici<strong>da</strong>de: agrião, alface, batata, mandioca, óleos vegetais,<br />
repolho, abacate, limão, maracujá, carne de vaca, café, aveia, feijão, soja e<br />
arroz;<br />
- alta alergenici<strong>da</strong>de: abacaxi, coco, trigo, manga, casca <strong>da</strong> maçã, alho,<br />
cebola, tomate, leite e derivados, peixe e frutos do mar, clara de ovo,<br />
amendoim, ervilha, chocolate, milho e carne de porco.<br />
• evitar o uso de bebi<strong>da</strong>s que contenham cafeína (café, chá mate,<br />
refrigerantes à base de cola);<br />
• evitar alimentos gordurosos, frituras e preparações concentra<strong>da</strong>s em<br />
carboidratos simples, como: doces, balas, refrigerantes, entre outros;<br />
• aumentar o número de refeições ao dia, porém, em menor quanti<strong>da</strong>de<br />
(6 refeições: desjejum, colação, almoço, lanche <strong>da</strong> tarde, jantar e<br />
ceia,de 3 em 3 horas);<br />
• preferir alimentos em preparações simples: assados, cozidos,<br />
ensopados, grelhados;<br />
• aumentar a ingestão de vegetais e frutas;<br />
• evitar o uso exagerado de óleo, azeite em sala<strong>da</strong>s e maionese, pois<br />
são ricos em calorias. Preferir vinagre, cheiro-verde, salsa, ervas e<br />
molhos, como iogurte light. Ao utilizar alimentos energéticos, como<br />
macarrão, batatas ou farinhas nas grandes refeições (almoço e jantar),<br />
reduzira quanti<strong>da</strong>de de arroz na mesma proporção;<br />
• evitar o consumo de bebi<strong>da</strong>s alcoólicas, pois podem interferirno<br />
reflexo de ejeção láctea;<br />
Observação: há falta de evidências científicas que confirmema associação<br />
entre o álcool e o benefício <strong>da</strong> produção de leite;<br />
• evitar a automedicação.<br />
REFERÊNCIAS:<br />
1. Hospital Universitário <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal <strong>da</strong> Grande Dourados. Manual de Normas e Rotinas de Aleitamento Materno do HU-UFGD/EBSERH [Internet]. Dourados: Ministério <strong>da</strong> Educação; 2019 [acesso em 09<br />
de março <strong>2021</strong>]. Disponível em: http://www2.ebserh.gov.br/documents/16692/3913225/Anexo+Portaria+22+-+GAS+-+manual+de+Aleitamento+Materno.pdf/474cca5c-5bca-45d7-9404-466568935778<br />
2. BRASIL. Decreto-Lei Nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s Leis do Trabalho. Diário Oficial <strong>da</strong> União: 9.8.1943. 7943 mai 1. Legislação Federal.<br />
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CUIDADOS COM O BEBÊ<br />
No alojamento conjunto, será o momento em que a mãe e filho<br />
intensificarão seu relacionamento. Mesmo sendo gerado dentro <strong>da</strong> mãe<br />
e apresentado a ela na sala de parto, é no quarto <strong>da</strong> materni<strong>da</strong>de que se<br />
iniciam os cui<strong>da</strong>dos individuais do bebê e se restabelece a amamentação.<br />
São momentos de importante contato físico para ambos, já que, desde o<br />
período fetal, o bebê já possui os cinco sentidos.<br />
Tato: quando o bebê nasce, sua pele é sensível a qualquer toque. Por<br />
mais leve que seja, o cérebro irá registrar este ato.<br />
Olfato: no útero, ele sente o cheiro do líquido amniótico. Quando nasce,<br />
nos primeiros dias, ele sabe identificar o cheiro <strong>da</strong> mãe.<br />
Audição: desde a segun<strong>da</strong> metade <strong>da</strong> gestação, o feto ouve sons e, ao<br />
nascer, já reconhece a voz materna.<br />
Pala<strong>da</strong>r: as papilas gustativas <strong>da</strong> língua são forma<strong>da</strong>s a partir <strong>da</strong> sétima<br />
semana de gestação. Ao nascer, o bebê está apto para reconhecer sabores.<br />
Visão: é o sentido menos desenvolvido. Ao nascer, o bebê vê apenas<br />
vultos a mais ou menos 20 cm de distância. Leva de dois a três meses<br />
para ter noção de profundi<strong>da</strong>de. A percepção total <strong>da</strong>s cores ocorre até o<br />
sétimo mês de vi<strong>da</strong> extrauterina.<br />
O bebê é um ser com sentidos e emoções e necessita ser estimulado para<br />
seu desenvolvimento, com carinho e segurança, pela mãe e familiares<br />
desde o início de sua vi<strong>da</strong> e durante sua infância.<br />
VACINAÇÃO – DIREITO DA CRIANÇA, DEVER DOS PAIS/CUIDADORES<br />
É de fun<strong>da</strong>mental importância que pais/mães/responsáveis levem as<br />
crianças aos postos de saúde para serem vacina<strong>da</strong>s, de acordo com o<br />
Calendário Nacional de Vacinação, mantendo os cartões de vacinas<br />
sempre atualizados, pois somente com a conclusão do esquema vacinal<br />
é que as crianças estarão protegi<strong>da</strong>s. O Calendário Nacional de de<br />
Vacinação traz os nomes de to<strong>da</strong>s as vacinas que seu(sua) filho(a) precisa<br />
tomar para ficar protegido(a) contra doenças 1 .<br />
/ 93 /
CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO SBIm CRIANÇA<br />
Recomen<strong>da</strong>ções <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Imunizações (SBIm) – 2020/<strong>2021</strong><br />
0
QUANDO O BEBÊ VAI PARA CASA<br />
Hoje, existem 5 testes recomen<strong>da</strong>dos pelos pediatras:<br />
Durante o período de gestação, a mãe se prepara para a chega<strong>da</strong> de seu<br />
bebê, o enxoval, o nome, a materni<strong>da</strong>de. Depois que o bebê nasce, sai<br />
do hospital e chega em casa, mil dúvi<strong>da</strong>s aparecem. Será que eu sei <strong>da</strong>r<br />
banho? Meu leite está sustentando o meu bebê? O que fazer quando<br />
ele chora? Será cólica? São tantas perguntas, e tão pouca experiência,<br />
principalmente para os pais de primeira vez.<br />
Quando devo ir para o pediatra?<br />
A primeira consulta deve ser feita, no maximo, até o 7º dia de vi<strong>da</strong>,<br />
geralmente 3 a 5 dias após alta hospitalar. Se tudo estiver bem, as<br />
próximas consultas serão mensais até o 6º mês de vi<strong>da</strong>, e uma visita a<br />
ca<strong>da</strong> dois meses, a partir dos sete meses do bebê. Para as crianças com<br />
dois anos ou mais, o ideal é uma consulta a ca<strong>da</strong> três meses. A quanti<strong>da</strong>de<br />
de visitas ao pediatra depende <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de <strong>da</strong> criança e <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des<br />
específicas para ca<strong>da</strong> caso.<br />
• Teste do pezinho: é um exame laboratorial simples que tem o objetivo<br />
de detectar precocemente doenças metabólicas, genéticas e/ou<br />
infecciosas, como hipotireoidismo, anemia falciforme, fenilcetonúria<br />
etc. Existem três tipos de teste: Básico, Ampliado e Plus. Converse<br />
com o seu pediatra para saber qual o mais indicado. O exame deve<br />
ser realizado na primeira semana pós-parto, de preferência entre o<br />
3º e 7º dia.<br />
• Teste do olhinho ou teste do reflexo vermelho: o teste é feito em uma<br />
sala escureci<strong>da</strong>, onde o médico ilumina o olho do recém-nascido com<br />
um feixe de luz. Pode ser feito por um pediatra, ain<strong>da</strong> na materni<strong>da</strong>de.<br />
Permite o diagnóstico precoce de catarata, glaucoma congênito,<br />
opaci<strong>da</strong>des de córnea, tumores, inflamações ou hemorragias.<br />
• Teste <strong>da</strong> orelhinha: também conhecido como “Triagem Auditiva<br />
• Teste do coraçãozinho: também denominado de oximetria<br />
de pulso, é um exame simples, indolor e rápido. É importante<br />
para o diagnóstico precoce de cardiopatia congênita crítica.<br />
O teste já é obrigatório em alguns estados do Brasil,<br />
porém ain<strong>da</strong> não há uma legislação federal específica.<br />
• Teste <strong>da</strong> linguinha: O teste <strong>da</strong> linguinha é um exame padronizado<br />
que tem como objetivo diagnosticar e indicar o tratamento precoce<br />
<strong>da</strong>s limitações dos movimentos <strong>da</strong> língua causa<strong>da</strong>s pela língua presa,<br />
que podem comprometer as funções de sugar, engolir, mastigar e<br />
falar. De acordo com a Lei nº 13.002/2014 é obrigatória a realização<br />
do protocolo de avaliação do frênulo <strong>da</strong> língua em bebês em todos<br />
os hospitais e materni<strong>da</strong>des do Brasil. O teste é simples, basta elevar<br />
a língua do bebê para verificar o frênulo. E deve ser feito o mais<br />
precoce possível.<br />
SINAIS E SINTOMAS DE ALERTA<br />
Soluços, espirros e obstrução, o que fazer?<br />
• Soluços, são sintomas muito comuns nos primeiros anos de vi<strong>da</strong>.<br />
Costumam ocorrer em duas situações: após as mama<strong>da</strong>s, quando o<br />
bebê está de “barriga” cheia. Neste caso, é só esperar o esvaziamento<br />
do estômago, que é rápido quando o bebê mama só no peito; quando<br />
o bebê está com frio, após o banho ou com a fral<strong>da</strong> molha<strong>da</strong>. Neste<br />
caso, é só trocá-lo e o problema estará resolvido;<br />
• espirros são bastante comuns e as narinas do recém-nascido são<br />
bem pequenininhas. Os espirros ocorrem frequentemente e não<br />
devem ser atribuídos a resfriados. Qualquer coisa afeta a mucosa<br />
do nariz do bebê: ar quente, ar frio, perfumes, roupa recém-lava<strong>da</strong><br />
podem causar esses espirros;<br />
Neonatal”, é um exame importante para detectar se o recém-<br />
Realização dos testes de triagem<br />
São exames realizados com o objetivo de detectar doenças, antes que se<br />
manifestem, para prevenir complicações e/ou iniciar o tratamento o mais<br />
nascido tem problemas de audição. Recomen<strong>da</strong>-se que o exame<br />
seja realizado na materni<strong>da</strong>de, antes <strong>da</strong> alta hospitalar. O teste <strong>da</strong><br />
orelhinha é rápido, indolor, não tem contraindicação e, geralmente, é<br />
feito com o bebê dormindo. Pode ser realizado por fonoaudiólogo ou<br />
• Obstrução nasal, é um sintoma muito comum na infância podendo<br />
levar a dificul<strong>da</strong>de na respiração e na alimentação. Portanto, qualquer<br />
quanti<strong>da</strong>de de secreção, por mínima que seja, pode resultar em uma<br />
obstrução. Por isto, é muito importante a higiene, mesmo quando não<br />
precoce possível.<br />
otorrinolaringologista.<br />
/ 96 / / 97 /
estão obstruí<strong>da</strong>s. Em caso de obstrução nasal, utilize para limpeza a<br />
Febre<br />
O que fazer?<br />
solução fisiológica 0,9%. Colocar a quanti<strong>da</strong>de de meio a um contagotas<br />
em ca<strong>da</strong> narina sempre que necessário. Não use aspirador<br />
nasal, pois este aumenta muito a chance de contaminação <strong>da</strong>s vias<br />
aéreas superiores.<br />
Febre é defini<strong>da</strong> como uma elevação <strong>da</strong> temperatura corpórea em<br />
resposta a uma varie<strong>da</strong>de de estímulos, media<strong>da</strong> e controla<strong>da</strong> pelo<br />
centro termorregulador localizado no sistemanervoso central (SNC). O<br />
conceito de febre é firmado para temperatura axilar acima de 37,8ºC.²<br />
Obs: evite o excesso de roupas, principalmente nos dias quentes para não<br />
aumentar a temperature corporal <strong>da</strong> criança, evitando falso diagnostico<br />
de febre.<br />
Sapinho (Monilíase ou Candidiase Oral)<br />
Cólicas<br />
É o sintoma que mais incomo<strong>da</strong> os pais. A cólica geralmente está<br />
associa<strong>da</strong> a um choro inexplicável durante os 3 primeiros meses de vi<strong>da</strong>.<br />
Os bebês que apresentam cólicas são bem alimentados, sadios e felizes<br />
entre as crises. O choro pode ocorrer varias vezes ao dia.<br />
• Mantenha a calma, pois a ansie<strong>da</strong>de dos pais pode ser percebi<strong>da</strong> pelo<br />
bebê;<br />
• Segure o bebê no colo encostando a barriga dele contra o seu corpo;<br />
• Caminhe com ele, a fim de acalmá-lo. Ou leve-o para um ambiente<br />
tranquilo;<br />
• Caso não dê certo, coloque o bebê virado de barriga para cima e faça<br />
movimentos leves do umbigo para baixo, para estimular a liberação<br />
dos gases intestinais. Também é possível flexionar as pernas contra<br />
o abdome;<br />
É uma doença provoca<strong>da</strong> por fungos, pode ser transmiti<strong>da</strong> pelas mãos<br />
Sinais de cólica:<br />
• Deite-o de bruços e massageie suavemente suas costas, como forma<br />
ou por objetos contaminados. O fungo atinge a língua e a parte interna<br />
• o bebê chora sem parar;<br />
de ajudá-lo a liberar os gases;<br />
<strong>da</strong> boca, formando um conjunto de pontos brancos que impedem a<br />
alimentação normal do bebê, por ser dolorosa. Portanto, previna-se:<br />
• Mantenha a higiene perfeita dos seios, mãos e objetos do bebê;<br />
• Busque auxílio de um pediatra para o tratamento;<br />
• Sempre lave as mãos antes de amamentar.<br />
• ele se contorce e flexiona as perninhas na direção do abdômen;<br />
• a barriga fica endureci<strong>da</strong>;<br />
• a criança solta gases;<br />
• o rosto fica avermelhado;<br />
• as mãos ficam com os punhos fechados;<br />
• Enrole o bebê em um pano aquecido. Essa prática aju<strong>da</strong> a resgatar a<br />
memória <strong>da</strong> barriga <strong>da</strong> mãe.<br />
“Algumas mu<strong>da</strong>nças na alimentação <strong>da</strong> mãe podem ser necessárias,<br />
assim como uso de medicações específicas, por isso, converse com o<br />
seu pediatra”<br />
• a expressão do rosto é de dor e sofrimento.<br />
/ 98 / / 99 /
As fezes do bebê<br />
Como prevenir:<br />
Conjuntivite<br />
Nos casos mais leves o pediatra pode recomen<strong>da</strong>r que o bebê fique<br />
Observe a cor <strong>da</strong>s fezes do bebê. As fezes dos primeiros dias costumam<br />
ser escuras, ficando amarela<strong>da</strong>s durante a primeira semana de vi<strong>da</strong>.<br />
• A ca<strong>da</strong> troca de fral<strong>da</strong>, certifique-se de que to<strong>da</strong> a área foi bem<br />
higieniza<strong>da</strong> e seque em segui<strong>da</strong> (sem esfregar, <strong>da</strong>ndo pequeno<br />
Existem várias causas para este sintoma. A mais frequente causa devese<br />
ao método de credeização (colírio a base de nitrato de prata), para<br />
exposto ao sol diariamente, de manhã, quando o sol ain<strong>da</strong> está fraco,<br />
sempre antes <strong>da</strong>s 9 horas e depois <strong>da</strong>s 17 horas.<br />
Podem também ser líqui<strong>da</strong>s e, às vezes, esverdea<strong>da</strong>s. Se a criança está<br />
toques);<br />
a prevenção <strong>da</strong> conjuntivite gonocócica, que geralmente é feita ao<br />
bem, isso não é diarreia.<br />
• Aumente a frequência <strong>da</strong> troca de fral<strong>da</strong>s, de forma que o bebê não<br />
nascimento.<br />
Brotoeja<br />
Assaduras<br />
As assaduras podem ser provoca<strong>da</strong>s por:<br />
• Higiene inadequa<strong>da</strong>: as fral<strong>da</strong>s não são troca<strong>da</strong>s na frequência<br />
necessária ou a região não está sendo limpa adequa<strong>da</strong>mente após<br />
ca<strong>da</strong> troca;<br />
• Alergia a algum produto existente na composição <strong>da</strong> fral<strong>da</strong> descartável<br />
e utilizar lenço umedecido. Se o bebê estiver com assadura, deixe-o<br />
sem fral<strong>da</strong>s o maior tempo possível, evite o uso de calça plástica e<br />
não utilize lenço umedecido para higiene, apenas água. Não use talco<br />
para evitar sufocação do bebê.<br />
passe muito tempo com a fral<strong>da</strong> molha<strong>da</strong> ou suja, mesmo que ele<br />
não esteja reclamando;<br />
• Evitar usar lenços umedecidos, limpe o bebê com pano ou algodão<br />
umedecido.<br />
• Todos os dias, deixar o bebê ficar sem fral<strong>da</strong> por um tempo.<br />
• Não use talco, para evitar sufocação do bebê<br />
A urina<br />
Nos primeiros dias de vi<strong>da</strong>, a urina do bebê pode se apresentar avermelha<strong>da</strong><br />
ou alaranja<strong>da</strong>, isto é, devido a um tipo especial de cristais chamado<br />
oxalato, mas, se persistir, comunique o pediatra. Observe a quanti<strong>da</strong>de<br />
que o bebê esta urinando. Se estiver mamando adequa<strong>da</strong>mente, terá que<br />
fazer bastante xixi.<br />
Pode-se ter uma conjuntivite bacteriana lacrimal, que é nos dois olhos, e<br />
o tratamento consiste no uso de colírios com antibiótico sob prescrição<br />
médica.<br />
O bebê está amarelo, é “Icterícia”?<br />
Icterícia neonatal surge quando a pele, os olhos e as mucosas do corpo<br />
ficam amarelados, devido ao excesso de bilirrubina no sangue. A principal<br />
causa de icterícia no bebê é a icterícia fisiológica, que surge devido à<br />
incapaci<strong>da</strong>de do fígado de metabolizar e eliminar a bilirrubina, por estar<br />
ain<strong>da</strong> pouco desenvolvido. Geralmente, não é uma causa preocupante, e<br />
o tratamento é feito com fototerapia.<br />
A fototerapia é feita com a colocação do bebê num pequeno bercinho onde<br />
fica completamente nu, usando somente fral<strong>da</strong>, ficando exposto a uma<br />
luz especial. Enquanto o bebê estiver exposto a esta luz fluorescente ele<br />
É uma erupção cutânea forma<strong>da</strong> por pequenas lesões vermelhas ou <strong>da</strong><br />
cor <strong>da</strong> pele relaciona<strong>da</strong>s ao calor. A brotoeja em bebês é muito comum,<br />
costuma surgir a partir <strong>da</strong> primeira semana de vi<strong>da</strong>. Ela é conheci<strong>da</strong>,<br />
também, pelo nome popular <strong>da</strong> miliária - uma dermatite inflamatória<br />
causa<strong>da</strong> pela obstrução <strong>da</strong>s glândulas sudoríparas, o que impedes a<br />
saí<strong>da</strong> do suor.<br />
Em geral, as brotoejas surgem em bebê e criança, no tronco, pescoço,<br />
axilas e dobras de pele, sob forma de pequenas bolhas de água. A aparência<br />
<strong>da</strong> brotoeja é muito semelhante a de espinhas, porém as bolhas tendem<br />
a coçar. Ambiente fresco e ventilado aju<strong>da</strong>m no desaparecimento dessas<br />
lesões. Se não houver melhora procure avaliação do pediatra.<br />
deve permanecer com os olhos ven<strong>da</strong>dos com uma máscara protetora.<br />
/ 100 / / 101 /
CUIDADOS COM A SAÚDE DA CRIANÇA<br />
PREPARAMOS ALGUMAS RESPOSTAS PARA AS PERGUNTAS MAIS<br />
FREQUENTES.<br />
SINAIS DE PERIGO<br />
Os sinais de perigo variam com a i<strong>da</strong>de e indicam que a criança pode<br />
estar com uma doença grave.<br />
• Temperatura do corpo baixa, menor ou igual a 35,5ºC.<br />
• Febre – temperatura maior ou igual a 37,8ºC.<br />
• Pus saindo <strong>da</strong> orelha.<br />
Roupas do bebê:<br />
As roupas do bebê devem ser macias, confortáveis e lava<strong>da</strong>s<br />
separa<strong>da</strong>mente <strong>da</strong>s demais roupas <strong>da</strong> família. Precisam também ser bem<br />
enxagua<strong>da</strong>s, para retirar todo o resíduo de detergente que possa causar<br />
Passo 3<br />
• Cor amarela<strong>da</strong> <strong>da</strong> pele (icterícia), atingindo os braços e as pernas do<br />
irritação na pele, e passa<strong>da</strong>s até mesmo do lado avesso.<br />
Você deve procurar IMEDIATAMENTE o serviço de saúde mais próximo<br />
de sua casa quando observar algum dos seguintes sinais de perigo:<br />
• Está muito “molinha” e “caidinha” – movimentando-se menos que<br />
o normal.<br />
• Está muito sonolenta, com dificul<strong>da</strong>de para acor<strong>da</strong>r.<br />
bebê.<br />
• Urina escura.<br />
• Fezes claras. Observe a cor <strong>da</strong>s fezes <strong>da</strong> criança usando a escala de<br />
cores abaixo. Se a cor <strong>da</strong>s fezes for suspeita, procure com urgência o<br />
serviço de saúde.<br />
Cuide com o excesso de roupas, o recém-nascido possui extremi<strong>da</strong>des<br />
não tão quentinhas, como o pé, mão e nariz, portanto, é comum que essas<br />
regiões sejam mais frias que outras. A criança sente a mesma sensação<br />
térmica que o adulto, por isso, avalie o calor ou o frio pela nuca.<br />
Passo 1<br />
• Convulsão (ataque) ou per<strong>da</strong> de consciência.<br />
Como <strong>da</strong>r o banho no bebê?<br />
• Dificul<strong>da</strong>de ou cansaço para respirar ou respiração rápi<strong>da</strong>.<br />
O banho do bebê segue algumas regras:<br />
• Não consegue mamar.<br />
• deixe tudo pronto antecipa<strong>da</strong>mente: o sabonete (deve ser neutro),<br />
• Vomita tudo o que ingere.<br />
a toalha (deve ser macia), as fral<strong>da</strong>s e roupinhas (devem estar bem<br />
• Umbigo com vermelhidão ao redor ou com secreção malcheirosa.<br />
limpas);<br />
FEZES NORMAIS<br />
FEZES SUSPEITAS<br />
Passo 2<br />
• verifique a temperatura <strong>da</strong> água, experimentando-a na região anterior<br />
do antebraço e sentindo que está confortável. O nível <strong>da</strong> água <strong>da</strong><br />
banheira deve atingir a altura do umbigo do bebê;<br />
• tire a roupinha do bebê, envolva-o em uma toalha, principalmente<br />
nos primeiros meses e especialmente se estiver frio, sente-se<br />
próximo à banheira, lave o rosto e a cabecinha (não use sabonete no<br />
seu rostinho), não se esqueça de proteger os ouvidos do bebê com o<br />
polegar e indicador (de acordo com a imagem do passo 1 ). Assim você<br />
se sentirá segura de estar lavando cabeça e rosto com água limpa.<br />
Enxugue e retire a toalha;<br />
/ 102 / / 103 /
• segure-o com seu braço esquerdo, passando pelas costas do bebê e<br />
pren<strong>da</strong>-o firmemente embaixo do braço esquerdo dele. Desse modo,<br />
a cabecinha fica inteiramente apoia<strong>da</strong> no seu antebraço, e o bebê se<br />
sentirá seguro. A sua mão direita vai aju<strong>da</strong>r a segurar o bebê para<br />
colocá-lo na água;<br />
• mergulhe-o delica<strong>da</strong>mente na água. Com a mão direita você poderá<br />
banhá-lo com facili<strong>da</strong>de. Se você for canhota, troque para a mão<br />
esquer<strong>da</strong>;<br />
Como fazer a higiene dos órgãos genitais?<br />
A pele do genital dos meninos não deve ser força<strong>da</strong>, pois existe a “fimose”<br />
fisiológica que pode se resolver espontaneamente até o final do primeiro<br />
ano. Quanto às meninas, a mãe deve limpar as dobrinhas <strong>da</strong> vulva e entre<br />
os pequenos lábios, sempre <strong>da</strong> frente para trás, na direção do ânus.<br />
• retire-o <strong>da</strong> água e envolva-o na toalha. Seque cui<strong>da</strong>dosamente to<strong>da</strong>s<br />
as dobrinhas. O uso do talco é desaconselhável;<br />
Quais são os cui<strong>da</strong>dos com o coto umbilical?<br />
• seque bem o umbigo e aplique álcool 70% com auxílio de uma gaze<br />
ou algodão, com cui<strong>da</strong>do para que a substância não entre em contato<br />
com a região genital do bebê. Não use faixas, nem curativos fechados;<br />
• vista o bebê com roupas que sejam confortáveis e não pren<strong>da</strong>m seus<br />
bracinhos ou perninhas. O bebê gosta de se movimentar.<br />
O uso de shampoo e colônias é recomendável?<br />
Nos primeiros meses (até 6 meses), não é recomen<strong>da</strong>do o uso de talco,<br />
shampoo ou colônia para higiene do bebê, pois podem desencadear<br />
alergias.<br />
Quando devo cortar as unhas do bebê?<br />
As unhas devem ser corta<strong>da</strong>s sempre que estiverem grandes. Para<br />
facilitar, pode apará-las quando o bebê estiver dormindo logo após<br />
o banho, pois as unhas ficam molinhas. A tesoura deve ser de ponta<br />
arredon<strong>da</strong><strong>da</strong> e própria para bebê.<br />
Higiene bucal<br />
Realize diariamente a higiene bucal de seu bebê para evitar a criação de<br />
ambiente favorecido às bactérias. Envolva seu dedo indicador em uma<br />
gaze limpa e umedeci<strong>da</strong> em água filtra<strong>da</strong>. Remova a película forma<strong>da</strong> pelo<br />
leite ou por outros alimentos <strong>da</strong>s gengivas <strong>da</strong> criança, com movimentos<br />
circulares em to<strong>da</strong> a superfície <strong>da</strong> boquinha, não se esqueça de limpar a<br />
língua.<br />
Banho de sol em recém-nascido e sua importância<br />
Uma rotina prazerosa e saudável na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> nova mamãe é a do banho<br />
de sol em recém-nascido. O sol estimula a produção de vitamina<br />
D, que já é ti<strong>da</strong> como um pró-hormônio para muitos médicos e,<br />
quando em quanti<strong>da</strong>des ideais, apresenta inúmeras vantagens, como:<br />
desenvolvimento e fortalecimento dos ossos, prevenção de icterícia, etc.<br />
Fique de olho no horário <strong>da</strong> exposição- O tempo recomen<strong>da</strong>do é de 5 a<br />
10 minutos diários. To<strong>da</strong>via, não é em qualquer momento que a criança<br />
pode ficar exposta, sua pele ain<strong>da</strong> é frágil. Os horários mais apropriados<br />
são antes <strong>da</strong>s 9h <strong>da</strong> manhã ou após as 17h, pois o sol não está tão forte<br />
nem emitindo tantos raios ultravioleta. Nos horários entre 11h e 15h, a<br />
radiação UVB pode ser prejudicial não só às crianças, mas também aos<br />
adultos. Retire o excesso de roupas, cobrir todo o bebê com roupas não é<br />
tão eficaz para ele absorver os raios solares.<br />
Mude o bebê de posição, não se esqueça <strong>da</strong>s costas, por exemplo.<br />
Controle o tempo, mu<strong>da</strong>ndo o recém-nascido de posição, para que ele<br />
pegue sol em ca<strong>da</strong> parte do seu corpo. Vá retirando suas roupas aos<br />
A limpeza do coto umbilical deve ser feita, exclusivamente, com algodão<br />
ou gaze embebido em solução de álcool 70%. O umbigo não dói, pois não<br />
há nenhuma terminação nervosa.<br />
O coto umbilical deve ficar arejado para uma melhor cicatrização. A<br />
que<strong>da</strong> do coto umbilical acontece por volta do 7º ao 14º dia de vi<strong>da</strong>. A<br />
ca<strong>da</strong> troca de fral<strong>da</strong> é necessário fazer a limpeza do coto umbilical.<br />
A presença de secreção amarela<strong>da</strong>, com mau cheiro, purulenta no umbigo,<br />
ou de vermelhidão ao seu redor, sugere infecção. Neste caso, a criança<br />
deve ser vista imediatamente por profissional de saúde.<br />
poucos.<br />
/ 104 / / 105 /
Soninho do Bebê<br />
No início <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, o bebê dorme bastante. Para garantir um bom sono, é<br />
importante que ele durma em lugar tranquilo, arejado e limpo. O bebê<br />
nunca deve dormir de barriga para baixo (de bruços). Recomen<strong>da</strong>se que<br />
ele durma de barriga para cima. Cuide para que a boca e o nariz não fiquem<br />
cobertos. Para aquecê-lo, é preferível agasalhá-lo com mais roupas do<br />
que cobri-lo com muitas cobertas.²<br />
Embora alguns bebês consigam dormir à noite inteira já aos 2 meses,<br />
muitos não chegam a esse marco até os 5 ou 6 meses de i<strong>da</strong>de e, às<br />
vezes, até mais tarde.<br />
Veja algumas ideias para aju<strong>da</strong>r seu filho a se preparar para uma boa<br />
noite de sono:<br />
Apren<strong>da</strong> os sinais que indicam cansaço.<br />
Nas primeiras seis a oito semanas de vi<strong>da</strong>, o bebê não consegue ficar<br />
acor<strong>da</strong>do por mais de duas horas por vez. Se você esperar muito mais<br />
que isso para colocá-lo para dormir, ele estará cansado demais e não vai<br />
conseguir adormecer com facili<strong>da</strong>de, por incrível que pareça.<br />
Preste atenção aos sinais de cansaço. Ele está esfregando os olhos?<br />
Não para de mexer na orelha? Está mais irritado? Se você notar essas<br />
indicações é o momento do soninho.<br />
Ensine a diferença entre dia e noite<br />
Alguns bebês são mais notívagos (algo que você pode até ter percebido<br />
durante a gravidez) e estarão com to<strong>da</strong> a energia do mundo bem quando<br />
você se prepara para pegar no sono. Nos primeiros dias, não há muito<br />
o que se fazer quanto a isso. Mas, quando o bebê tiver por volta de 2<br />
semanas, você pode começar a fazê-lo distinguir o dia <strong>da</strong> noite.<br />
Deixe que o bebê adormeça por conta própria.<br />
Quando ele tiver com 6 a 8 semanas, tente deixar o bebê adormecer<br />
sozinho. Coloque-o no berço quando ele parecer cansado, mas ain<strong>da</strong><br />
acor<strong>da</strong>do.<br />
Para estabelecer um padrão de sono, é importante seguir a mesma rotina<br />
de dormir todos os dias. Por exemplo, <strong>da</strong>r o banho, cantar/contar uma<br />
história, <strong>da</strong>r de mamar. Sempre tenha alguém para revezar nos cui<strong>da</strong>dos<br />
do bebê. Atenção: a única ação que ninguém pode fazer por você é<br />
amamentar, então não se sobrecarregue, trabalhe essa divisão de tarefas<br />
com sua rede de apoio.<br />
O bebê já enxerga?<br />
O bebê nasce com o sistema visual prontinho, porém imaturo. Com um<br />
mês enxerga vultos, não distingue cores e percebe poucos contrastes.<br />
No segundo mês, distingue melhor as cores e associa a visão com ruídos.<br />
No sexto mês, a visão é praticamente igual a do adulto. A cor dos olhos<br />
só será defini<strong>da</strong> aos 8 meses, pois ao nascer a cor é um pouco mais clara<br />
que a definitiva. Até o sexto mês existe um estrabismo fisiológico.<br />
/ 106 / / 107 /
Regurgitação<br />
Meu bebê assusta, é normal?<br />
Regurgitação é quando o bebê devolve uma pequena quanti<strong>da</strong>de de leite<br />
após as mama<strong>da</strong>s. A regurgitação pode ter várias causas, a mais comum<br />
é ingestão de gazes devido à maneira como o bebê pega o peito, o ideal<br />
é colocar to<strong>da</strong> a aréola na boca, evitando a ingestão excessiva de ar, que<br />
provoca a regurgitação.<br />
Esse susto é Reflexo de Moro ou do Abraço. Sua presença traduz<br />
imaturi<strong>da</strong>de normal ao recém-nascido. Tremores ou abalos musculares<br />
isolados durante o sono são normais. Se forem constantes ou repetitivos,<br />
é melhor investigar.<br />
O que são aquelas manchas escuras nas nádegas e costas do bebê?<br />
Também chama<strong>da</strong>s de mancha mongólica, são frequentes e mais comuns<br />
em crianças de pele escura ou amarela. Começam a desaparecer depois<br />
do 1º aniversário e desaparecem totalmente na i<strong>da</strong>de escolar.<br />
O bebê apresenta um estufamento (como uma bola de ar) no umbigo,<br />
principalmente quando chora.<br />
Geralmente é a hérnia umbilical. Não é perigosa nem dolori<strong>da</strong> e<br />
desaparece, na maioria dos casos, após o 1º ano de vi<strong>da</strong>.<br />
É sempre bom colocar o bebê para arrotar após as mama<strong>da</strong>s.<br />
Outra causa de vômito é o Refluxo Gastro Esofágico (RGE). O RGE ocorre<br />
quando a “válvula” que existe na entra<strong>da</strong> do estômago não funciona,<br />
pemitindo que o alimento retorne do estômago para o esôfago, podendo<br />
fazer com que a criança fique mais irrita<strong>da</strong>, não ganhe peso e tenha<br />
problemas respiratórios de repetição, que podem ser corrigidos. O<br />
Eu observei uma mancha vermelha de sangue no branco dos olhos, isto<br />
é perigoso?<br />
Não. É causa<strong>da</strong> pela pressão exerci<strong>da</strong> durante o trabalho de parto e<br />
desaparece espontaneamente em poucos dias.<br />
Meu recém-nascido parece estar com cravinhos, isto é normal?<br />
Sim. É o que chama “milium”. Aparecem na ponta do nariz e no queixo e<br />
são causados pela secreção de sebo por glândulas <strong>da</strong> pele. Desaparecem<br />
em 2 ou 3 semanas.<br />
Um testículo parece bem maior que o outro<br />
Geralmente trata-se de hidrocele, um acúmulo de líquido em volta do<br />
testículo. Vai desaparecer lentamente. Se, no entanto, o inchaço do<br />
testículo aparece de repente ou aumenta com o choro, pode ser uma<br />
hérnia inguinal. Leve-o ao pediatra.<br />
pediatra fará o diagnóstico e as devi<strong>da</strong>s orientações.<br />
O que são aquelas manchas vermelhas conheci<strong>da</strong>s como “pica<strong>da</strong>s <strong>da</strong><br />
cegonha”?<br />
As mamas do bebê estão incha<strong>da</strong>s e às vezes até sai um pouco de leite<br />
(que o povo chama de “leite de bruxa”). Devo apertar?<br />
São marcas de nascimento (hemangiomas) localiza<strong>da</strong>s na raiz (acima) do<br />
nariz, na parte inferior central <strong>da</strong> testa, atrás <strong>da</strong> cabeça (occipital) e nuca.<br />
A maioria desaparece em meses ou 1 ano.<br />
De maneira alguma! Isso é devido aos hormônios que passam <strong>da</strong> mãe para<br />
o recém-nascido, estimulando o crescimento mamário, e desaparece nas<br />
primeiras semanas ou meses. Se você tentar apertar pode infeccionar.<br />
/ 108 / / 109 /
GANHO DE PESO, COMPRIMENTO (C) / ESTATURA (E) E PERÍMETRO<br />
CEFÁLICO (PC) SEGUNDO A FAIXA ETÁRIA<br />
VIGIANDO<br />
O CRESCIMENTO<br />
DA CRIANÇA<br />
IDADE<br />
GANHO DE<br />
PESO DIÁRIO (g)<br />
GANHO DE PESO<br />
MENSAL (g)<br />
AUMENTO DE<br />
C/E (cm/mês)<br />
AUMENTO DE<br />
PC (cm/mês)<br />
0-3 meses 30 880 3,5 2,00<br />
• A criança cresce, ganha peso e altura, ao mesmo tempo em que se<br />
3-6 meses 20 550 2,0 1,00<br />
desenvolve. A melhor maneira de ver se a criança está crescendo<br />
É importante para a mãe que suas dúvi<strong>da</strong>s sejam sempre esclareci<strong>da</strong>s.<br />
Se as dúvi<strong>da</strong>s puderem esperar a próxima consulta, anote-as e faça uma<br />
lista. Se não, ligue para seu médico(a).<br />
6-9 meses 15 440 1,5 0,50<br />
9-12 meses 12 390 1,2 0,50<br />
1-3 anos 8 240 1,0 0,25<br />
4-9 anos 6 180 4-6 cm/ano 1 cm/ano<br />
bem é acompanhando o seu peso e sua altura.<br />
• Verifique, em ca<strong>da</strong> consulta, se o profissional de saúde anotou o<br />
peso e a altura <strong>da</strong> criança na ficha de vigilância do crescimento e se<br />
registrou esses <strong>da</strong>dos nos gráficos.<br />
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA ATÉ 2 ANOS<br />
O acompanhamento do desenvolvimento <strong>da</strong> criança com o profissional<br />
MONITORIZAÇÃO DO CRESCIMENTO DA CRIANÇA<br />
O crescimento é um processo complexo que integra desde a vi<strong>da</strong><br />
intrauterina fatores hormonais, genéticos e nutricionais, influenciados<br />
pelos ambientes socioeconômico e emocional. O acompanhamento<br />
do processo de crescimento, com a realização de medi<strong>da</strong>s de peso,<br />
comprimento/estatura e perímetro cefálico, de maneira regular e<br />
sistemática, permite a detecção precoce, prevenção e definição de<br />
situação de risco. Os registros do peso, do comprimento, bem como do<br />
perímetro cefálico <strong>da</strong> criança, aferidos nos gráficos de crescimento, são<br />
recomendáveis em to<strong>da</strong>s as consultas, para crianças de risco ou não, até<br />
os 2 anos de i<strong>da</strong>de. Entre os 2 e os 10 anos de i<strong>da</strong>de, deve-se aferir o peso<br />
e a altura e registrá-los no gráfico nas consultas realiza<strong>da</strong>s.<br />
VELOCIDADE DE CRESCIMENTO ANUAL DA INFÂNCIA<br />
IDADE<br />
Até 1 ano<br />
Primeiro semestre<br />
Segundo semestre<br />
CRESCIMENTO (cm/ano)<br />
1-2 anos 12-13<br />
2-3 anos 8<br />
3-4 anos 7<br />
4-9 anos 4-6<br />
fonte: Pediatria Ambulatorial: <strong>da</strong> Teoria à Prática, Socie<strong>da</strong>de de<br />
Pediatria de São Paulo, 2016<br />
25<br />
15<br />
10<br />
• É muito importante que você saiba como a criança está crescendo.<br />
Se tiver dúvi<strong>da</strong>s sobre seu crescimento, solicite esclarecimentos ao<br />
profissional de saúde.<br />
• Uma boa alimentação e a prevenção de doenças por meio de vacinação<br />
são importantes para o bom crescimento <strong>da</strong> criança. O afeto dos<br />
pais e de outras pessoas que cui<strong>da</strong>m <strong>da</strong> criança e os cui<strong>da</strong>dos com a<br />
higiene também são muito importantes.<br />
• O bebê que nasce com baixo peso (menos de 2.500g) é um bebê<br />
que necessita de maiores cui<strong>da</strong>dos. Ele deve ter o crescimento<br />
acompanhado com mais frequência até atingir o peso e a altura<br />
adequados para a i<strong>da</strong>de.<br />
de saúde, objetiva sua promoção, proteção e a detecção precoce de<br />
alterações passíveis de modificação que possam repercutir em sua<br />
vi<strong>da</strong> futura. A criança deve atravessar ca<strong>da</strong> estádio de desenvolvimento<br />
segundo uma sequência regular, ou seja, os estádios de desenvolvimento<br />
cognitivo são sequenciais. A identificação de problemas neste processo<br />
é fun<strong>da</strong>mental para maiores cui<strong>da</strong>dos com a saúde <strong>da</strong> criança.³<br />
A evolução <strong>da</strong> criança com alterações do desenvolvimento depende, em<br />
grande parte, do momento <strong>da</strong> detecção e do início <strong>da</strong> intervenção. Se<br />
ela não for estimula<strong>da</strong> ou motiva<strong>da</strong> no devido momento, não conseguirá<br />
superar o atraso do seu desenvolvimento. Portanto, são de relevância<br />
o diagnóstico e o acompanhamento do desenvolvimento <strong>da</strong>s crianças,<br />
com a avaliação de habili<strong>da</strong>des motoras, de comunicação, de interação<br />
social e cognitivas nas consultas.³<br />
/ 110 / / 111 /
Entre 1 e 2 meses:<br />
Em torno de 2 meses<br />
Entre 2 e 3 meses<br />
Entre 2 e 4 meses:<br />
Aos 4 meses:<br />
Entre 4 a 6 meses:<br />
Em torno dos 6 meses:<br />
Entre 6 e 8 meses<br />
Entre 6 e 9 meses<br />
A partir do 7º mês:<br />
Em torno do 10º mês:<br />
Entre 1 ano e 1 ano e 6 meses:<br />
Entre 1 ano e 6 meses a 2 anos:<br />
Em torno dos 2 anos:<br />
DESENVOLVIMENTO DO REFLEXO INFANTIL<br />
Predomínio do tônus flexor, assimetria postural e preensão reflexa;<br />
Apoio plantar, sucção e preensão palmar;<br />
Reflexo cutâneo plantar: obtido pelo estímulo <strong>da</strong> porção lateral do pé;<br />
Reflexo de Moro: medido pelo procedimento de segurar a criança pelas mãos e liberar bruscamente seus braços;<br />
Reflexo tônico-cervical: rotação <strong>da</strong> cabeça para um lado, com consequente extensão do membro superior e inferior do lado facial e flexão dos membros contralaterais;<br />
Melhor percepção de um rosto.<br />
Ampliação do seu campo de visão (o bebê visualiza e segue objetos com o olhar).<br />
Sorriso social.<br />
Bebê fica de bruços, levanta a cabeça e os ombros.<br />
Preensão voluntária <strong>da</strong>s mãos.<br />
O bebê vira a cabeça na direção de uma voz ou de um objeto sonoro.<br />
Inicia-se a noção de “permanência do objeto<br />
O bebê apresenta reações a pessoas estranhas.<br />
O bebê arrasta-se, engatinha<br />
O bebê senta-se sem apoio.<br />
O bebê fica em pé sem apoio.<br />
O bebê an<strong>da</strong> sozinho.<br />
O bebê corre ou sobe degraus baixos.<br />
O bebê reconhece-se no espelho e começa a brincar de faz de conta (ativi<strong>da</strong>de que deve ser estimula<strong>da</strong>, pois auxilia<br />
no desenvolvimento cognitivo e emocional, aju<strong>da</strong>ndo a criança a li<strong>da</strong>r com ansie<strong>da</strong>des e conflitos e a elaborar regras sociais)<br />
0 aos 4 meses<br />
DESENVOLVIMENTO AUDITIVO INFANTIL<br />
Comunica-se com o meio por variações na entonação do choro e dos sonzinhos que emite. Chora, emite alguns sons e dá gargalha<strong>da</strong>s. Sorri quando alguém fala de<br />
frente para ela. Quando exposta a sons muito fortes, a criança pode ter algumas reações: se assustar, acor<strong>da</strong>r, acelerar ou interromper a mama<strong>da</strong>, piscar os olhos. Reage<br />
inconsistentemente aos sons familiares (voz dos pais, sons do cotidiano).<br />
4 aos 7 meses Reconhece a voz <strong>da</strong> mãe e localiza os sons lateralmente<br />
7 aos 9 meses Consegue demonstrar reações de agrado ou desagrado ao som que ouve. Localiza a fonte sonora para os lados diretamente e para baixo indiretamente<br />
9 aos 13 meses Localiza os sons para os lados e para baixo rapi<strong>da</strong>mente. Compreende comandos verbais mais simples, como: “dá tchau”, “man<strong>da</strong> beijo”.<br />
13 aos 16 meses Localiza os sons para os lados, para baixo e para cima. Começa a compreender e responder a comandos verbais mais complexos: “Cadê a mamãe? “Cadê o papai?”<br />
Acima de 16 meses<br />
1 a 3 meses<br />
Localiza diretamente os sons em to<strong>da</strong>s as direções. Compreende ordens ou perguntas relaciona<strong>da</strong>s às partes do corpo, como: “Cadê o pé?”, “Cadê a mão?<br />
DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM INFANTIL<br />
Comunica-se com o meio por variações na entonação do choro e dos sonzinhos que emite. Chora, emite alguns sons e dá gargalha<strong>da</strong>s.<br />
Sorri quando alguém fala de frente para ela.<br />
4 a 6 meses Grita, emite alguns sons num ritmo como se conversasse. Presta atenção enquanto alguém está falando e vocaliza.<br />
7 a 11 meses Emite alguns sons, repete palavras simples, bate palmas, aponta o que quer e dá tchau.<br />
12 meses<br />
Fala as primeiras palavras e imita a ação de outras pessoas. Aumenta a interação verbal por meio de balbucio e palavras simples. Identifica o próprio<br />
nome quando é chama<strong>da</strong>. Entende ordens simples como “dá tchau”, “bata palmas”.<br />
18 meses Forma frases curtas com 2 ou 3 palavras.<br />
2 anos Seu vocabulário tem cerca de 300 palavras. Compreende e emite frases simples. Pergunta nome e funções.<br />
Moura .P , et al Boone,D e Plante,E. (1994)-Comunicação humana e seus hábitos<br />
/ 112 / / 113 /
REFERÊNCIAS:<br />
1. 1. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde. Caderneta de Saúde <strong>da</strong> Criança 11ª edição [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2017 [acesso em 10 de março <strong>2021</strong>].<br />
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_crianca_menino_11ed.pdf<br />
2. Socie<strong>da</strong>de de Pediatria de São Paulo. Recomen<strong>da</strong>ções: Atualização de Condutas em Pediatria [Internet]. São Paulo: Socie<strong>da</strong>de de Pediatria de São Paulo; 2019 [acesso em 10 de março <strong>2021</strong>].<br />
Disponível em: https://www.spsp.org.br/site/asp/recomen<strong>da</strong>coes/Rec87_2.pdf<br />
3. Ministério <strong>da</strong> Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde. Cadernos de Atenção Básica, n° 33: Saúde <strong>da</strong> criança : crescimento e desenvolvimento [Internet]. Brasília: Ministério <strong>da</strong> Saúde; 2012 [acesso em 09 de<br />
março <strong>2021</strong>]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_crescimento_desenvolvimento.pdf<br />
/ 114 /
PREVENÇÃO DE ACIDENTES<br />
Como evitar engasgos<br />
Apresentamos a seguir as principais causas de acidentes na infância,<br />
• O bebê deve ser acomo<strong>da</strong>do em um colchão firme, preso ao berço,<br />
SEGURANÇA<br />
DO BEBÊ<br />
A segurança dos bebês e <strong>da</strong>s crianças deve ser considera<strong>da</strong> uma<br />
priori<strong>da</strong>de. O perfil <strong>da</strong> família atual é dos pais que trabalham fora e deixa<br />
a criança em creches, berçários, com babás, vizinhos ou familiares ou<br />
até mesmo com outras crianças, o que pode facilitar acidentes e atos de<br />
violência.<br />
A chega<strong>da</strong> do bebê deve vir acompanha<strong>da</strong> de alguns cui<strong>da</strong>dos especiais.<br />
Os pais devem ser capazes de examinar o ambiente em que a criança<br />
vive, eliminando a maioria dos fatores de riscos e fornecendo proteção<br />
DICA IMPORTANTE<br />
Nunca medique o seu bebê sem antes conversar com o pediatra.<br />
Situações semelhantes nem sempre têm a indicação do mesmo<br />
remédio. Siga rigorosamente a prescrição médica: respeite os<br />
horários prescritos, a dose indica<strong>da</strong> e não interrompa o uso<br />
antes do prazo prescrito sem o conhecimento do médico, pois<br />
assim poderá prejudicar a saúde do seu bebê.<br />
que, muitas vezes, podem levar à morte. Supervisione seu filho o tempo<br />
todo e nunca o deixe sozinho. A partir de alguns cui<strong>da</strong>dos simples de<br />
segurança, acidentes podem ser prevenidos e evitados.<br />
Cui<strong>da</strong>dos para não engasgar<br />
Em caso de engasgo com o próprio leite, primeiramente retire o bebê do<br />
seio, deixe-o em posição lateraliza<strong>da</strong> e dê pequenos “tapinhas” em suas<br />
costas. Caso não consiga respirar e comece a ficar com a pele arroxea<strong>da</strong>,<br />
deite-o de barriga para baixo, de forma que a cabeça fique mais baixa<br />
que o corpo e dê tapas firmes em suas costas, até que o mesmo chore ou<br />
emita sons com a boca, indicando desobstrução do pulmão, conforme a<br />
imagem.<br />
sem qualquer embalagem plástica o envolvendo.<br />
• Preferencialmente, este berço deve ser certificado pelo Inmetro,<br />
conforme as normas de segurança <strong>da</strong> ABNT (Associação Brasileira de<br />
Normas e Técnicas), e suas grades não devem ter mais que 6 cm de<br />
distância entre elas. A posição ideal para o bebê dormir é de barriga<br />
para cima (posição supina).<br />
• Remova do berço brinquedos, almofa<strong>da</strong>s ou qualquer objeto macio<br />
que possa causar sufocamentos. Observe, nos brinquedos, se existe<br />
uma certificação do Inmetro, evitando assim riscos desnecessários<br />
ao bebê. Deixe fora do alcance <strong>da</strong> criança objetos pequenos, botões,<br />
bolas de gude, moe<strong>da</strong>s, tachinhas, pregos, brincos ou qualquer objeto<br />
que o mesmo possa engolir e, por ventura, engasgar-se.<br />
Sufocação<br />
integral, já que a maioria dos acidentes, e mesmo óbitos, de crianças<br />
em i<strong>da</strong>de pré-escolar ocorrem no domicílio ou em locais onde mais<br />
convivem.<br />
Pode ocorrer em várias situações cotidianas, tais como no período em que<br />
o bebê estiver dormindo e principalmente se o rosto estiver encoberto<br />
com o lençol, travesseiro ou outro objeto macio. Quando o berço for<br />
inadequado, a cabecinha pode ficar presa nas grades de proteção e causar<br />
lesões por estrangulamento e sufocação. Os bebês também podem se<br />
engasgar com pequenos objetos, tais como brinquedos, pe<strong>da</strong>ços de<br />
comi<strong>da</strong>s e outros.<br />
/ 116 / / 117 /
1.Por tal motivo, devemos estar atentos e seguir os cui<strong>da</strong>dos abaixo:<br />
Envenenamento ou intoxicação<br />
• dê preferência às embalagens com tampas à prova de abertura por<br />
• bebês devem dormir em colchão firme, de barriga para cima. O<br />
colchão deve estar bem preso ao berço (não mais que dois dedos<br />
de espaço entre o berço e o colchão) e sem qualquer embalagem<br />
A exploração do ambiente é uma ativi<strong>da</strong>de importante para o<br />
desenvolvimento infantil. Colocar objetos na boca ou tentar pegar<br />
frascos com líquidos coloridos são comportamentos característicos<br />
crianças. Essas tampas de segurança não oferecem total garantia que<br />
a criança não abrirá a embalagem, mas podem dificultar bastante,<br />
<strong>da</strong>ndo tempo para que alguém intervenha;<br />
plástica;<br />
• seja especialmente cauteloso em relação ao berço. Procure berços<br />
certificados pelo Inmetro, conforme as normas de segurança <strong>da</strong><br />
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Fique atento às<br />
grades de proteção do berço, que devem estar fixas e não haver mais<br />
que 6 cm de distância entre elas;<br />
• considere a compra de cortinas ou persianas sem cor<strong>da</strong>s, para evitar<br />
riscos de estrangulamento em crianças menores;<br />
• remova do berço todos os brinquedos, travesseiros e objetos macios<br />
quando o bebê estiver dormindo, com o objetivo de reduzir o risco<br />
de asfixia;<br />
• compre somente brinquedos apropriados para o bebê. Objetos<br />
menores ou pequenas partes soltas de brinquedos podem causar<br />
sufocação. Verifique as indicações de i<strong>da</strong>de no selo do Inmetro. Tenha<br />
certeza de que o piso está livre de objetos pequenos, como botões,<br />
contas de colar, bolas de gude, moe<strong>da</strong>s, tachinhas etc. Tire esses e<br />
outros pequenos itens do alcance do bebê;<br />
• após os seis meses de i<strong>da</strong>de, quando for <strong>da</strong>r outros alimentos para a<br />
criança, corte os alimentos em pe<strong>da</strong>ços bem pequenos ou amasseos,<br />
facilitando a deglutição.<br />
<strong>da</strong>s crianças, por isso, crianças até dois anos de i<strong>da</strong>de correm maior<br />
risco de envenenamento acidental. Produtos domésticos comuns, como<br />
produtos de limpeza, cosméticos, bebi<strong>da</strong>s alcoólicas, plantas, pestici<strong>da</strong>s,<br />
produtos de arte, tintas, medicamentos e vitaminas podem envenenar a<br />
criança.<br />
Bebês podem se envenenar respirando a fumaça de cigarros e até de<br />
outras substâncias ilícitas. O envenenamento é a quinta causa de<br />
hospitalização por acidentes com crianças de 1 a 4 anos. Portanto,<br />
sugerimos os seguintes cui<strong>da</strong>dos:<br />
• as tintas do berço e <strong>da</strong> parede de sua casa podem conter substâncias<br />
tóxicas, como chumbo e monóxido de carbono, que fazem mal à<br />
saúde <strong>da</strong> criança; por isso, preste atenção à sua composição;<br />
• mantenha todos os produtos de higiene e limpeza, venenos e<br />
medicamentos guar<strong>da</strong>dos e trancados, fora <strong>da</strong> vista e do alcance <strong>da</strong>s<br />
crianças;<br />
• mantenha os produtos em suas embalagens originais. Nunca coloque<br />
um produto tóxico em outra embalagem que não a de origem. Isso<br />
pode confundir a criança e mesmo outras pessoas;<br />
• saiba quais produtos domésticos são tóxicos. Produtos comuns,<br />
como enxaguantes bucais, podem ser nocivos se a criança os ingerir<br />
em grande quanti<strong>da</strong>de;<br />
• nunca deixe produtos venenosos sem atenção enquanto em uso;<br />
• não crie novas soluções de limpeza misturando diferentes produtos<br />
designados para outro fim. Esta nova mistura pode ser nociva e mais<br />
tóxica;<br />
• sempre leia os rótulos e bulas e siga corretamente a receita médica<br />
para <strong>da</strong>r remédios às crianças, baseando-se no peso e i<strong>da</strong>de. Use<br />
apenas o medidor que acompanha as embalagens de medicamentos<br />
infantis;<br />
• nunca se refira a um medicamento como doce. Isto pode levar a criança<br />
a pensar que não é perigoso ou que é agradável de comer. Como as<br />
crianças tendem a imitar os adultos, evite tomar medicamentos na<br />
frente delas;<br />
• saiba quais plantas existentes dentro e ao redor de sua casa são<br />
venenosas, remova-as ou deixe-as inacessíveis para as crianças,<br />
como exemplo: Comigo Ninguém Pode, Saia Branca, Oficial de Sala<br />
e Pinhão de Papagaio;<br />
• sempre que comprar um brinquedo, certifique-se que ele seja atóxico,<br />
ou seja, sem componentes tóxicos;<br />
• jogue fora medicamentos com <strong>da</strong>ta de vali<strong>da</strong>de venci<strong>da</strong> e outros<br />
venenos potenciais. Procure por produtos de limpeza que você não<br />
utiliza mais e desfaça-se deles.<br />
AFOGAMENTO: POR QUE ACONTECE E QUAIS<br />
OS RISCOS ÀS CRIANÇAS?<br />
No Brasil, o afogamento é a segun<strong>da</strong> maior causa de morte<br />
acidental de crianças e adolescentes de zero a 14 anos,<br />
segundo <strong>da</strong>dos do Ministério <strong>da</strong> Saúde.<br />
O afogamento normalmente ocorre de maneira rápi<strong>da</strong> e<br />
silenciosa. Pode acontecer em um breve momento em que a<br />
criança se encontra sem supervisão. Em apenas dois minutos<br />
submersa, a criança perde a consciência. Após quatro minutos,<br />
<strong>da</strong>nos irreversíveis ao cérebro podem ocorrer.<br />
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DICAS DE<br />
PREVENÇÃO<br />
Ambiente doméstico<br />
• Depois do uso, mantenha vazios, virados para baixo e fora do alcance<br />
<strong>da</strong>s crianças baldes, bacias, banheiras e piscinas infantis;<br />
• evite móveis com vidro ou outro material que possa quebrar e cortar;<br />
• só transporte a criança no banco traseiro, usando sempre a cadeirinha<br />
apropria<strong>da</strong> para a i<strong>da</strong>de, bem presa ao banco de trás do carro;<br />
• Deixe a porta do banheiro e <strong>da</strong> lavanderia fecha<strong>da</strong> ou tranca<strong>da</strong> por<br />
• procure orientação <strong>da</strong> cadeirinha adequa<strong>da</strong> para o transporte<br />
Geral<br />
• Nunca deixe crianças sozinhas quando estiverem dentro ou próximas<br />
<strong>da</strong> água, nem por um segundo. Nessas situações, garanta que um<br />
adulto estará as supervisionando de forma ativa e constante o tempo<br />
• Fique atento! Crianças pequenas podem se afogar em qualquer<br />
recipiente com mais de 2,5 cm de água ou outros líquidos, seja uma<br />
banheira, pia, vaso sanitário, balde, piscina, praia ou rio;<br />
• Ensine as crianças a não correr, empurrar, pular em outras crianças<br />
fora e mantenha a tampa do vaso sanitário baixa<strong>da</strong> (se possível,<br />
lacra<strong>da</strong> com um dispositivo de segurança);<br />
• Mantenha cisternas, tonéis, poços e outros reservatórios domésticos<br />
sempre trancados.<br />
conforme a i<strong>da</strong>de.<br />
COMO PREVENIR QUEIMADURA<br />
Entre os acidentes que podem acontecer com crianças, um dos mais<br />
todo;<br />
ou simular que estão se afogando quando estiverem na piscina, lago,<br />
devastadores é a queimadura, que todos os anos deixa milhares de<br />
• Ensine as crianças que na<strong>da</strong>r sozinhas, sem ninguém por perto, é<br />
perigoso;<br />
• O colete salva-vi<strong>da</strong>s é o equipamento mais seguro para evitar<br />
afogamentos. Boias e outros equipamentos infláveis passam uma<br />
falsa segurança, mas podem estourar ou virar a qualquer momento;<br />
• Tenha um telefone próximo à área de lazer e o número do atendimento<br />
de emergência sempre visível (SAMU: 192; Corpo de Bombeiros: 193);<br />
rio ou mar.<br />
Piscina<br />
• Piscinas devem ser protegi<strong>da</strong>s com cercas de no mínimo 1,5 m de<br />
altura e portões com cadeados ou trava de segurança. Atenção!<br />
Alarmes e capas de piscina garantem mais proteção, mas não<br />
eliminam o risco de acidentes;<br />
Que<strong>da</strong>s e acidentes<br />
Entre os principais responsáveis por que<strong>da</strong>s de bebês estão os móveis<br />
(camas, cômo<strong>da</strong>s etc.), as esca<strong>da</strong>s e os an<strong>da</strong>dores. A maior parte <strong>da</strong>s<br />
lesões resulta de que<strong>da</strong>s em esca<strong>da</strong>s ou simplesmente de tropeços<br />
quando estão no an<strong>da</strong>dor.<br />
• não use an<strong>da</strong>dor com ro<strong>da</strong>s, pois podem causar sérias que<strong>da</strong>s. Prefira<br />
o cercado (chiqueirinho);<br />
crianças com sequelas permanentes. Na maioria <strong>da</strong>s vezes, o tratamento<br />
dessas feri<strong>da</strong>s é dolorido e demorado e, em muitos casos, as vítimas<br />
desenvolvem traumas físicos e psicológicos para to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong>.<br />
Muitas <strong>da</strong>s queimaduras que acontecem com crianças ocorrem dentro<br />
de casa. Os tipos mais comuns são as escal<strong>da</strong>ntes (causa<strong>da</strong>s por água ou<br />
vapor quente) e as térmicas (causa<strong>da</strong>s por contato direto com fogo ou<br />
objetos quentes).<br />
• Muitos casos de afogamentos acontecem com pessoas que acham<br />
que sabem na<strong>da</strong>r. Não superestime a habili<strong>da</strong>de de crianças e<br />
adolescentes;<br />
• Evite deixar brinquedos e outros atrativos próximos à piscina e<br />
reservatórios de água.<br />
• mantenha uma mão no bebê enquanto troca as fral<strong>da</strong>s. Não deixe o<br />
bebê sozinho em mesas, camas ou outros móveis;<br />
• instale telas ou grades nas janelas e saca<strong>da</strong>s. Nunca coloque berços<br />
Dicas de prevenção<br />
Em casa<br />
• Crianças devem aprender a na<strong>da</strong>r com instrutores qualificados ou em<br />
escolas de natação especializa<strong>da</strong>s. Se os pais ou responsáveis não<br />
sabem na<strong>da</strong>r, devem aprender também;<br />
Águas naturais<br />
• Tenha certeza que as crianças estão na<strong>da</strong>ndo em áreas seguras de<br />
rios, lagos, praias e represas;<br />
ou outros móveis próximos de uma janela. Observe a <strong>da</strong>ta de vali<strong>da</strong>de<br />
<strong>da</strong>s telas, que geralmente têm garantia de quatro anos;<br />
• procure adquirir móveis com pontas arredon<strong>da</strong><strong>da</strong>s ou considere o<br />
uso de pontas de silicone (protetores de quinas) vendi<strong>da</strong>s em lojas<br />
• Mantenha as crianças longe <strong>da</strong> cozinha e do fogão, principalmente<br />
durante o preparo <strong>da</strong>s refeições;<br />
• Cozinhe nas bocas de trás do fogão e sempre com os cabos <strong>da</strong>s<br />
panelas virados para dentro, para evitar que as crianças entornem os<br />
• Ensine as crianças a respeitarem as placas de proibição nas praias, os<br />
de artigos infantis;<br />
conteúdos sobre elas. O uso de protetores de fogão é um cui<strong>da</strong>do a<br />
guar<strong>da</strong>-vi<strong>da</strong>s e a verificarem as condições <strong>da</strong>s águas abertas.<br />
mais para evitar que a criança tenha acesso às panelas;<br />
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• Evite cui<strong>da</strong>r, ficar perto ou carregar as crianças no colo enquanto<br />
Eletrici<strong>da</strong>de<br />
• Oriente sobre os perigos de entrar nas áreas <strong>da</strong>s estações de<br />
mexe em panelas no fogão ou manipula líquidos quentes. Até um<br />
simples cafezinho pode provocar graves queimaduras na pele de um<br />
bebê;<br />
• Deixe comi<strong>da</strong>s e líquidos quentes no centro <strong>da</strong> mesa, longe do<br />
alcance <strong>da</strong>s crianças;<br />
• Não utilize toalhas de mesa compri<strong>da</strong>s ou jogos americanos. As<br />
crianças podem puxar esses tecidos, causando escal<strong>da</strong>dura ou<br />
queimadura de contato;<br />
• Durante o banho do bebê, coloque primeiro a água fria e verifique a<br />
temperatura <strong>da</strong> banheira imergindo a mão inteira na água, espalhando<br />
os dedos e movendo a mão por to<strong>da</strong> a extensão <strong>da</strong> banheira, para ter<br />
certeza de que não há nenhum ponto muito quente;<br />
• Não deixe as crianças brincarem por perto quando você estiver<br />
passando roupa ou utilizando outro aparelho que produza calor,<br />
como secador de cabelo. Ao utilizá-los, desligue, tire <strong>da</strong> toma<strong>da</strong> e os<br />
guarde longe do alcance <strong>da</strong>s crianças;<br />
• Fogos de artifício devem ser manipulados por profissionais e nunca<br />
por crianças. Nas festas juninas não permita brincadeiras com balões<br />
ou de saltar fogueira;<br />
• Brinquedos elétricos podem causar queimaduras. Evite brinquedos<br />
com elementos de aquecimento, como baterias e toma<strong>da</strong>s elétricas,<br />
para crianças com menos de oito anos;<br />
• Verifique sempre o estado <strong>da</strong>s instalações elétricas. Substitua as<br />
fiações antigas e desencapa<strong>da</strong>s. Os fios devem ficar isolados em<br />
locais adequados como canaletas e conduítes e longe do alcance <strong>da</strong>s<br />
crianças;<br />
• Evite ligar vários aparelhos eletrônicos em uma mesma toma<strong>da</strong>;<br />
• As toma<strong>da</strong>s devem estar protegi<strong>da</strong>s por tampas apropria<strong>da</strong>s,<br />
esparadrapo, fita isolante ou mesmo cobertas por móveis;<br />
• Cui<strong>da</strong>dos com eletrodomésticos em mau estado de conservação,<br />
como ventiladores e geladeiras. Eles podem causar choque e curtocircuito.<br />
Se possível, faça revisões ou a troca desses produtos;<br />
• Antes de consertos e reformas em sua casa, desligue a chave geral.<br />
Prefira os serviços de um eletricista;<br />
• Desligue o chuveiro antes de mu<strong>da</strong>r a chave de temperatura;<br />
• Não coloque objetos metálicos (facas, garfos, etc.) dentro de<br />
equipamentos elétricos;<br />
• Considere a instalação de um dispositivo de proteção residual (DR)<br />
no quadro de distribuição de energia elétrica de sua casa. Esse<br />
aparelho tem a função de cortar a vazão de corrente elétrica que<br />
causa choques;<br />
• Só permita que as crianças empinem pipas em campos abertos, com<br />
boa visibili<strong>da</strong>de, sem a presença de fios e postes de eletrici<strong>da</strong>de.<br />
Oriente-as quanto aos riscos do uso do cerol e de retirar a pipa caso<br />
enrosque na rede elétrica;<br />
distribuição ou nas de torres de transmissão;<br />
Inflamáveis<br />
• Guarde fósforos, isqueiros, velas e outros produtos inflamáveis em<br />
locais altos e trancados, longe do alcance <strong>da</strong>s crianças;<br />
• Muito cui<strong>da</strong>do com o álcool. Ele é responsável por um grande<br />
número de queimaduras graves em crianças. Guarde o produto<br />
longe do alcance delas. Não deixe que ele faça parte <strong>da</strong> brincadeira,<br />
principalmente quando já houver alguma fogueira ou chama por<br />
perto. O mais seguro é substituir qualquer versão de álcool por<br />
outros produtos de limpeza doméstica, como água e sabão;<br />
• Nunca jogue álcool sobre chamas ou brasas, nem utilize esse produto<br />
para cozinhar;<br />
• Use velas e candeeiros somente em cômodos onde há a supervisão<br />
de um adulto. Garanta que elas não estejam perto de objetos<br />
inflamáveis, como isqueiros, acetona, móveis de madeira, cortina,<br />
mosquiteiro ou colchões;<br />
• Só acen<strong>da</strong> velas em recipientes apropriados, como lamparina, ou em<br />
um prato fundo com água;<br />
• Apague velas e candeeiros quando sair de casa, mesmo que seja por<br />
poucos minutos;<br />
• Deixe itens inflamáveis, como roupas, móveis, jornais e revistas,<br />
longe <strong>da</strong> lareira, do aquecedor e do radiador;<br />
Criança sozinha no carro<br />
O acesso <strong>da</strong> criança ao veículo, quando sozinha e sem supervisão ativa<br />
de um adulto, pode colocá-la em sérios riscos. Para a criança, o carro<br />
pode ser um ver<strong>da</strong>deiro paraíso a ser explorado e o porta-malas o local<br />
perfeito para a brincadeira de esconde-esconde. Uma eventual mu<strong>da</strong>nça<br />
de rotina também pode levar o adulto a esquecer do bebê dentro do<br />
carro por horas, o que pode levar a consequências graves.<br />
• Tire todos os aquecedores portáteis do alcance <strong>da</strong>s crianças;<br />
Com uma temperatura externa de 38 °C, a temperatura interna de um<br />
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carro fechado pode chegar a 60 °C, ocasionando graves queimaduras,<br />
asfixia, para<strong>da</strong> cardíaca e respiratória. Além disso, outros perigos podem<br />
advir quando a criança resolve soltar o freio de mão. Portanto, sugerimos<br />
os seguintes cui<strong>da</strong>dos:<br />
• não deixe a criança sozinha dentro do carro, mesmo com o vidro<br />
levemente aberto;<br />
• coloque algo que você vá precisar pegar em sua próxima para<strong>da</strong> no<br />
trajeto do carro, como uma bolsa, o almoço, no chão do banco de<br />
trás, onde a criança está senta<strong>da</strong>. Esse ato simples pode prevenir o<br />
esquecimento acidental <strong>da</strong> criança, caso ela esteja dormindo;<br />
• observe as crianças de perto quando próximas a veículos,<br />
especialmente no momento de carregar e descarregar o carro;<br />
• certifique-se que to<strong>da</strong>s as crianças já estejam devi<strong>da</strong>mente<br />
acomo<strong>da</strong><strong>da</strong>s nos dispositivos de retenção (bebê conforto, cadeirinha,<br />
assento de elevação) antes de ligar o motor do carro. Isso limitará<br />
o acesso <strong>da</strong>s crianças ao controle <strong>da</strong>s janelas. Nunca deixe-as sem<br />
supervisão;<br />
• sempre trave as portas e o porta-malas do veículo, especialmente<br />
quando parado na garagem ou perto de casa, e mantenha as chaves<br />
fora do alcance e <strong>da</strong> visão <strong>da</strong>s crianças;<br />
• acione as travas de segurança do banco de trás para as crianças e<br />
fique atento a elas;<br />
• mantenha o encosto do banco de trás travado para aju<strong>da</strong>r a prevenir<br />
que as crianças tenham acesso ao porta-malas por dentro do carro;<br />
• ensine as crianças mais velhas como desabilitar as travas <strong>da</strong>s portas<br />
de trás pela porta do motorista, para o caso de ficarem presas no<br />
veículo. Uma criança que está aprendendo a an<strong>da</strong>r não saberá como<br />
ir ao banco <strong>da</strong> frente para sair do carro;<br />
• mostre para as crianças mais velhas como localizar e utilizar a trava<br />
de emergência do porta-malas, que existe nos modelos de carros<br />
mais modernos;<br />
COMO PREVENIR ACIDENTES COM ANIMAIS<br />
Estudos mostram que o convívio entre as crianças e animais trazem<br />
muitos benefícios para a saúde e para o bem-estar de meninos e meninas.<br />
Entretanto, é preciso tomar alguns cui<strong>da</strong>dos para evitar que acidentes<br />
ocorram. Os acidentes envolvendo crianças e cães podem ser evitados<br />
com alguns cui<strong>da</strong>dos simples no dia a dia.<br />
É importante ter em mente algumas características do comportamento<br />
infantil que podem levar à ocorrência de acidentes durante essa interação:<br />
• Crianças tendem a agir de forma imprevisível e mais ativa (correm,<br />
gritam, etc.);<br />
• As crianças mais novas, especialmente, não possuem habili<strong>da</strong>des<br />
cognitivas completas. Por exemplo, ain<strong>da</strong> não compreendem que<br />
outros seres possuem desejos e intenções distintas <strong>da</strong>s suas;<br />
• Crianças são menores e mais fracas do que adultos, por isso, as<br />
chances de mordi<strong>da</strong>s na região <strong>da</strong> cabeça e do pescoço aumentam. Já<br />
nos adultos, as maiores incidências são nas extremi<strong>da</strong>des do corpo.<br />
• ao chegar no seu destino, tenha certeza de que to<strong>da</strong>s as crianças<br />
deixaram o veículo;<br />
• nunca deixe o carro sozinho com o motor ligado e as portas<br />
destrava<strong>da</strong>s. Crianças curiosas podem entrar e desengatar o veículo;<br />
• assim como qualquer cor<strong>da</strong> ou cabo, os cintos de segurança do carro<br />
também podem representar riscos para a criança. Não permita que<br />
elas brinquem com eles;<br />
EM CASO DE ACIDENTE, ENTRE EM CONTATO<br />
IMEDIATAMENTE COM O SOS UNIMED<br />
OU LEVE A CRIANÇA AO PRONTO-SOCORRO<br />
UNIMED OU HOSPITAIS CREDENCIADOS.<br />
REFERÊNCIAS:<br />
1. Socie<strong>da</strong>de Brasileira de Pediatria. Manual de Orientação. Departamento Científico de Segurança<br />
(2019-<strong>2021</strong>). Os acidentes são evitáveis e na maioria <strong>da</strong>s vezes, o perigo está dentro de casa!<br />
[Internet]. 2020 [acesso em 10 de março <strong>2021</strong>]. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/<br />
user_upload/_22337c-ManOrient_-_Os_Acidentes_Sao_Evitaveis__1_.pdf<br />
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Carta de Informação à <strong>Gestante</strong><br />
O parto é um momento muito especial, que marca uma transição na vi<strong>da</strong><br />
<strong>da</strong> mulher e <strong>da</strong> família. Representa o primeiro encontro com o bebê. Por<br />
isso, é importante a mulher vivenciar este momento plenamente.<br />
Pense em tudo o que gostaria ou não gostaria que acontecesse em seu<br />
parto, quem você gostaria de ter ao seu lado, como gostaria de aliviar a<br />
dor.<br />
Quando for escolher o médico para realizar o seu pré-natal, você pode<br />
buscar informações importantes junto a sua operadora pelos canais de<br />
comunicação disponíveis, como o percentual de cesarianas e de parto<br />
normais realizados pelo médico e a materni<strong>da</strong>de. A operadora deverá lhe<br />
fornecer um número de protocolo e responder à sua solicitação em 15<br />
dias úteis de forma presencial, por carta ou por e-mail.<br />
Além disso, esclareça as dúvi<strong>da</strong>s com seu médico. Assim você participará<br />
de forma ativa de to<strong>da</strong>s as decisões sobre o seu parto.<br />
O final <strong>da</strong> gestação, entre a 37ª e a 42ª semana, também é fun<strong>da</strong>mental<br />
para a completa formação do bebê dentro do útero, para que após o<br />
nascimento ele possa se a<strong>da</strong>ptar ao mundo exterior, física e mentalmente<br />
com mais facili<strong>da</strong>de e tranquili<strong>da</strong>de. Muitos recém-nascidos acabam<br />
sofrendo de problemas respiratórios devido a cesáreas agen<strong>da</strong><strong>da</strong>s e<br />
realiza<strong>da</strong>s antes do início do trabalho de parto, em uma fase em que o<br />
bebê ain<strong>da</strong> não está pronto para nascer. Isto pode aumentar algumas<br />
complicações, tais como problemas respiratórios agudos e outras<br />
morbi<strong>da</strong>des neonatais, quando comparados àqueles nascidos com 39<br />
semanas ou mais. Em consequência, levar a necessi<strong>da</strong>de de internação<br />
em uma UTI neonatal. Esta situação interfere no início do aleitamento<br />
materno e na adequa<strong>da</strong> a<strong>da</strong>ptação do recém-nascido à vi<strong>da</strong> extrauterina,<br />
ocasionados pela internação.<br />
O parto cesáreo é procedimento cirúrgico que deve observar claras<br />
indicações médicas.<br />
To<strong>da</strong>s as mulheres têm o direito a um acompanhante de sua livre escolha<br />
no pré-parto, parto e pós-parto imediato. Planos hospitalares com<br />
obstetrícia com acomo<strong>da</strong>ção enfermaria, quarto semi-privativo, quarto<br />
privativo, ou qualquer outra acomo<strong>da</strong>ção, devem cobrir as despesas <strong>da</strong><br />
paramentação (roupas higieniza<strong>da</strong>s necessárias para entrar no centro<br />
cirúrgico), alimentação e acomo<strong>da</strong>ção do acompanhante.<br />
Dúvi<strong>da</strong>s, reclamações e sugestões, entre em contato com<br />
o Disque ANS 0800 701 9656.<br />
ESPAÇO SINTA-SE BEM /<br />
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RUA 15-A, Nº 212, SETOR AEROPORTO - GOIÂNIA - GO<br />
TELEFONE: (62) 3524-6800<br />
DIRETOR: DR. DIOLINDO DOS SANTOS FREIRE NETO<br />
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