Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Porém foi esse trabalho que abriu portas para as formações,
estudos e capacitações.
Embalada nesse alento da Pastoral , em 2002, passa a viver
um grande desafio pessoal, regado pela ajuda constante do
esposo e de terceiros para concluir o Ensino Médio
Profissionalizante, Magistério. Segundo ela, a cada semana
saia com R$ 10,00 do orçamento doméstico. O esposo além de
colocar a disposição os poucos recursos, ainda ficava
responsável pelo cuidado com os filhos/as, os amigos
contribuíram com fardamento e o Estado garantia
alimentação e estadia na cidade de N. Sra. Das Dores-Se,
distante cerca de 120 km de sua residência.
Biodigestor
O Magistério:
Todo o esforço parecia premeditado, tendo em vista que logo
após sua formação o esposo sofre um acidente e a mesma tem
que manter economicamente a família a partir de contratos
temporário como professora do município de Porto da Folha-
Se.
Exercendo a profissão do magistério e ao mesmo tempo
agricultura, ela mantinha seu quintal e as áreas agrícolas nas
terras de terceiros. Segundo ela, nessa época o que mais lhe
incomodava no espaço escolar era a falta de valorização dos
trabalhos agrícolas, o velho “estude para não ser burro e
trabalhar na roça como seu pai” era para ela uma ofensa a
sua própria condição, considerando que, para ela essa era a
sua profissão e que sempre aliou sua atividade de educadora
às atividades agrícolas.
«Mesmo quando eu estava trabalhando na escola eu nunca
deixei de ser agricultora. Essa era minha identidade e nunca
aceitei que se fizesse pouco caso da agricultura. Mas, isso
incomodava e me desafiava a trabalhar isso com as crianças e
a escola. Eu sempre tive orgulho de ser o que sou».
35
A prática Coletiva
Em 2003, através do trabalho da Pastoral da Criança, a
agricultora é chamada a integrar o grupo, que mais tarde
fundaria a Associação de Mulheres Resgatando sua História,
que começa seus trabalhos com a compra de um terreno de 0,5
ha. Nas proximidades da Vila de Lagoa da Volta, onde um
grupo de mulheres deveria produzir, de forma orgânica, as
sementes necessárias à produção de multimisturas. O terreno,
um verdadeiro pedregulho de onde se havia que tirar leite e
mel.
Acostumada a desafios Cida e o grupo de mulheres
agricultoras começam a desenvolver toda sorte de estratégias
para tornar produtiva o terreno coletivo, inicialmente
apoiadas pela Empresa Rural do Estado, contudo, como a
produção não se desenvolvia, em 2005 o grupo de Irmãs da
Divina Providência consegue o apoio do CDJBC (Centro Dom
José Brandão de Castro) que posteriormente as indica num