cesar
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REVISTA<br />
CESAR<br />
Revista CESAR | 3ª Edição<br />
Startups: cenário nacional<br />
e os mecanismos de apoio<br />
CESAR lança WebSérie<br />
sobre Futuro das Profissões<br />
Crescem os investimentos<br />
em startups<br />
CESAR cria<br />
plataforma para<br />
geração de startups
05<br />
08<br />
12<br />
18<br />
21<br />
26<br />
29<br />
Empreendedorismo na academia, no mercado e nas pessoas<br />
Sergio Cavalcante<br />
O Boom da startups: um diálogo com a minha mãe<br />
Filipe Pessoa<br />
Fuga de cérebros<br />
Silvio Meira<br />
CESAR cria Plataforma Integrada de Geração de Startups<br />
PIGS<br />
Case de Sucesso: Fusion DMS<br />
O cenário das Startups e mecanismos de apoio no Brasil<br />
Tempest: um caso de sucesso internacional<br />
Do primeiro cliente ao primeiro investimento<br />
O Programa Mind The Bizz<br />
CESAR.LABS estimula a criação de novos empreendimentos<br />
através do Corporate Partners<br />
ACONTECE Indústria<br />
A tecnologia e as mudanças no mercado de trabalho<br />
Investimento em startups cresce e aquece o ecossistema<br />
Importância do Design para Competitividade<br />
Programa Summer Job<br />
28<br />
CESAR oferece cursos de graduação<br />
16<br />
06<br />
10<br />
14<br />
20<br />
22
Revista CESAR - volume 3<br />
Uma publicação da Gerência de Comunicação Institucional do<br />
CESAR<br />
Jornalista Responsável - Roberta Fernandes (DRT 2457 PE)<br />
Textos - Equipe de Comunicação Institucional CESAR<br />
Claudia Giane<br />
Fabiana Andrade<br />
Juliana Lopes<br />
Vanessa Cintra<br />
Verônica Lemos<br />
Diagramação & Design - Leo Macedo
EMPRE<br />
ENDE<br />
DORISMO<br />
na academia, no mercado e nas pessoas.<br />
05<br />
Empreender no Brasil é um desafio. E isso não é<br />
novidade, principalmente para quem optou em<br />
arregaçar as mangas e ter a sua própria empresa. O<br />
empresário tem que perseverar não apenas dentro do<br />
seu negócio, estudando o mercado, entendendo o<br />
cliente, mas principalmente junto à confusão<br />
burocrática, jurídica, trabalhista e fiscal que toma conta<br />
da vida empresarial. Mas não é só isso. O<br />
empreendedor brasileiro não tem uma bagagem de<br />
inovação. O universo é restrito e um dos principais<br />
motivos é que não temos uma educação<br />
empreendedora.<br />
Nas universidades, por exemplo, os alunos de um<br />
determinado curso não fazem conexão com os demais<br />
departamentos. As universidades não são uma união<br />
de diversidade como deveriam ser. Existe também a<br />
mercadofobia dentro do mundo acadêmico, pois a<br />
realidade e problemas do mundo real não chegam<br />
dentro das salas de aula. Muitas vezes, os interesses<br />
dos professores estão conectados com interesses<br />
pessoais e não da sociedade. A disciplina de design<br />
deveria ser obrigatória em todos os cursos,<br />
principalmente nos da área de tecnologia. Como<br />
validar uma ideia? Como criar oportunidades? Como<br />
criar cenários futuros? A grande maioria dos nossos<br />
empreendedores não sabem responder essas<br />
perguntas.<br />
Quando a gente identifica que há um problema na<br />
capacidade empreendedora e inovadora do Brasil,<br />
como é que devemos agir? É nisso que o CESAR vem<br />
trabalhando. Aplicamos na Faculdade CESAR a<br />
metodologia PBL - Problem Based Learning<br />
(Aprendizagem Baseada em problemas) e trabalhamos<br />
com design thinking em diversos projetos. Realizamos<br />
programas diferenciados, como o Summer Job (oferece<br />
experiência prática a estudantes brasileiros e<br />
estrangeiros) e Open Labs (capacitação para startups<br />
em estágio inicial), além de residências, observatórios<br />
em empresas e aceleração de startups.<br />
A partir do momento que identificamos problemas<br />
dentro da área de inovação e empreendedorismo, o<br />
CESAR, enquanto instituto de inovação, tem que<br />
reagir. E é isso que estamos fazendo.<br />
Sergio Cavalcante<br />
Superintendente do CESAR
06<br />
O Boom das startups: um<br />
diálogo com a minha mãe<br />
Vivemos atualmente um verdadeiro<br />
boom global na criação de startups,<br />
principalmente no segmento de<br />
Tecnologia da Informação e<br />
Comunicação. Jornais e revistas<br />
destacam empreendedores e suas<br />
startups, taxistas quebram carros de<br />
motoristas de Uber, restaurantes<br />
locais começam a receber<br />
pagamento em Bit Coins e minha<br />
mãe, uma professora aposentada de<br />
70 anos, me chama para conversar<br />
sobre o assunto.<br />
Filipe, o que é esse negócio de<br />
startups de que tanto estão<br />
falando? É uma empresa pequena?<br />
Não, mãe. Startups não são<br />
empresas pequenas. São<br />
organizações de pessoas que estão<br />
buscando encontrar um modelo de<br />
negócio para produtos ou serviços<br />
novos. Ou seja, é uma forma em que<br />
as pessoas se organizam para criar e<br />
vender um produto ou serviço novo,<br />
que os clientes paguem e que gere<br />
dinheiro suficiente para que a startup<br />
cresça, se desenvolva e vire uma<br />
empresa. Como estão trabalhando<br />
em algo novo, e há muito risco<br />
envolvido, na maioria das vezes as<br />
startups falham e nunca chegam a<br />
virar uma empresa propriamente.<br />
Meu filho, mas por que tem startups<br />
em todos os cantos agora?<br />
Os custos de montar startups no<br />
setor de TIC caíram cerca de 100<br />
vezes nos últimos 15 anos, ficou<br />
muito barato dar os primeiros passos<br />
para construir software e usar<br />
infraestrutura para suportá-lo. Além<br />
disso, empreendedorismo foi<br />
sistematizado como disciplina e<br />
existem metodologias, como Lean<br />
Startups (método de gestão em que<br />
produtos e serviços são<br />
desenvolvidos no menor tempo e ao<br />
menor custo possível) e Customer<br />
Development (metodologia que<br />
considera que tudo definido como<br />
problema do cliente e na solução<br />
proposta pelas startups são apenas<br />
hipóteses que precisam ser testadas,<br />
validadas e renovadas), que ajudam<br />
os empreendedores a criar suas<br />
startups.<br />
Outra coisa importante, os<br />
Millennials, nascidos no início dos<br />
anos de 1980 entraram em idade<br />
produtiva nos últimos anos e eles<br />
gostam de tecnologia e querem<br />
empreender.<br />
E por que dizem que as startups são<br />
tão importantes?<br />
Diversos estudos realizados por<br />
instituições como Banco Mundial e<br />
OCDE apontam para as startups<br />
como os principais veículos de<br />
geração de riqueza e introdução de<br />
inovação. As startups também criam<br />
mais e melhores empregos nas<br />
economias nacionais. Em diversos<br />
países, como Finlândia, Israel e<br />
Austrália, o incentivo à criação de<br />
startups faz parte da estratégia de<br />
fortalecimento da economia nacional,<br />
com incentivos financeiros vindos do<br />
governo.<br />
O Easy Taxi é uma startup do Brasil,<br />
não é? Como são as startups aqui<br />
no Brasil?<br />
Sim, o Easy Taxi surgiu aqui sim. No<br />
Brasil, uma pesquisa da revista HSM<br />
mapeou 15.000 startups no ano de<br />
2016 e existem diversas iniciativas,<br />
tanto públicas, como privadas, que<br />
buscam apoiar as startups nacionais.<br />
Como exemplo, temos o SEED em<br />
Minas Gerais e o FINEP Startup. No<br />
primeiro caso, para startups ainda em<br />
fase inicial, com recursos nãoreembolsáveis.<br />
Já no segundo, com<br />
aportes de capital em startups que<br />
apresentem protótipos funcionais e<br />
algumas vendas no mercado.<br />
Apesar deste crescimento do<br />
número de startups no Brasil, alguns<br />
problemas já foram identificados pela<br />
Fundação Dom Cabral. Os principais<br />
são: a falta de uma oportunidade de<br />
negócios concreta para exploração<br />
pelas startups; dificuldade de montar<br />
um bom time; escassez de capital<br />
nos estágios iniciais de<br />
desenvolvimento e falta de<br />
estratégia e método para<br />
desenvolvimento das startups e seus<br />
produtos.<br />
Como é que vocês no CESAR<br />
ajudam as startups a se<br />
desenvolverem?<br />
No CESAR nós aceleramos startups.<br />
Ou seja, aplicamos uma metodologia<br />
estruturada que fornece<br />
acompanhamento, mentorias de<br />
empreendedores experientes, capital,<br />
consultorias especializadas e<br />
conexões com parceiros e clientes. O<br />
objetivo é fornecer as ferramentas<br />
para que as startups consigam, de<br />
maneira rápida, eficiente e barata,<br />
criar um produto ou serviço mínimo<br />
que os clientes queiram adquirir.<br />
E no seu trabalho, com quantas<br />
startups vocês já trabalharam?<br />
Nos últimos três anos, avaliamos<br />
cerca de 300 startups, a maioria<br />
originada em Pernambuco. Destas,<br />
apenas 23 foram levadas ao Comitê<br />
de Investimentos para apresentação<br />
a investidores privados, 15 foram<br />
consideradas aptas a receber<br />
investimentos, oito foram<br />
efetivamente investidas e aceleradas,<br />
e três puderam ser consideradas<br />
casos de sucesso.<br />
Por que tão poucas recebem esse<br />
incentivo, meu filho?<br />
Na nossa experiência, existe ainda<br />
um distanciamento dos<br />
empreendedores de potenciais
clientes e suas demandas - sendo<br />
que parte significativa das soluções<br />
apresentadas surgiram de ideias dos<br />
empreendedores e não de<br />
problemas concretos identificados<br />
junto a clientes. Outro problema que<br />
encontramos é a ausência do uso de<br />
metodologias de prototipação rápida<br />
e validação das soluções em<br />
desenvolvimento – às vezes gastase<br />
muito tempo para desenvolver<br />
algo que, quando levado ao cliente,<br />
ele não quer ou não precisa.<br />
E o que vocês estão fazendo para<br />
ajudar estes meninos que querem<br />
empreender e têm dificuldade?<br />
Temos uma iniciativa, junto com o<br />
SEBRAE e o Núcleo de Gestão do<br />
Porto Digital, chamada Mind the Bizz,<br />
que serve para preparar melhor os<br />
empreendedores que estão na fase<br />
anterior à aceleração. Ajudamos a<br />
absorver e aplicar métodos para<br />
identificar oportunidades de criar<br />
soluções para problemas relevantes<br />
para potenciais clientes. Também<br />
orientamos na melhor maneira de<br />
criar os produtos e serviços, bem<br />
como testá-los junto a possíveis<br />
clientes. Outra iniciativa que vamos<br />
iniciar em breve tem o objetivo de<br />
juntar a comunidade empreendedora<br />
com setores da economia local. De<br />
forma organizada, trabalharemos<br />
melhor a identificação de<br />
oportunidades de inovação<br />
concretas, levaremos às startups e<br />
vamos incentivá-las a criar soluções<br />
para estas oportunidades.<br />
Meu filho, você pode me levar para<br />
conhecer uma startup? Quem sabe<br />
não posso ajudar os meninos a...<br />
Mãe, a senhora não vai querer ser<br />
empreendedora, vai!? Mas se quiser,<br />
pode. Vamos fazer uma visita ao<br />
CESAR.LABS?<br />
07<br />
Fotografia: Alcione Ferrira<br />
Ps1: Este diálogo fictício é dedicado à<br />
minha mãe, que, como toda boa<br />
professora, tem muita imaginação e<br />
gosta sempre de aprender sobre<br />
coisas novas.<br />
PS2: Todas as informações<br />
apresentadas nas minhas respostas<br />
são verídicas.<br />
Filipe Pessoa,<br />
executivo chefe de<br />
empreendedorismo do CESAR.
08<br />
Foto Divulgação<br />
Silvio Meira,<br />
Professor emérito da UFPE e<br />
fundador do CESAR.<br />
fuga de cérebros<br />
CESAR lança WebSérie sobre o Futuro das Profissões.<br />
O primeiro vídeo, com Silvio Meira, aborda como o Brasil<br />
pode evitar que profissionais qualificados deixem o país.<br />
De acordo com dados da Receita Federal, entre 2014 e<br />
2016 foram entregues 55.402 Declarações de Saída<br />
Definitiva do País, um crescimento de 81,61% na<br />
comparação com o triênio anterior. Esses dados só<br />
confirmam que os brasileiros cansaram de esperar o país<br />
dar certo e quem está disposto a começar do zero no<br />
exterior são profissionais qualificados, investidores e<br />
empreendedores. Para Silvio Meira, professor emérito da<br />
UFPE e fundador do CESAR, apesar do mundo estar em<br />
crise, como nos Estados Unidos e vários países da Europa,<br />
o caso do Brasil é mais grave. “No Brasil, a crise afeta a<br />
confiança das pessoas no futuro do país. E o nome dessa<br />
crise é a permanente fuga de cérebros”, afirma.<br />
Segundo Silvio, as pessoas estão procurando os trabalhos<br />
do futuro, que estão ligados a genética, a nanotecnologia,<br />
nas plataformas, mercados e rede, nas novas formas de<br />
articular a sociedade. “Se a gente não olhar para o futuro e<br />
ficar tentando recuperar o Brasil em função de produtos, de<br />
serviços, de sistemas de produção e de coisas associadas<br />
ao passado, aí é que a gente vai ter mais brasileiros<br />
deixando o Brasil e menos brasileiros que estão fora<br />
voltando”.<br />
Para assistir ao vídeo completo e acompanhar a WebSérie<br />
acesse youtube.com/<strong>cesar</strong>inovacao<br />
No primeiro vídeo da WebSérie sobre o futuro das<br />
profissões, Silvio aborda a importância do país criar<br />
condições para que as pessoas acreditem no potencial de<br />
desenvolver o Brasil. “A gente precisa esquecer de certas<br />
reencantações que se faz da economia do passado. A<br />
gente, sistematicamente, fica apostando em refinarias de<br />
petróleo, em fábricas de automóveis. Essas coisas não vão<br />
interessar aos brasileiros competentes, que estudam e<br />
desenvolvem seus conhecimentos no Brasil. Também não<br />
vai interessar a quem está fora voltar para cá”, afirma.
Sua Startup no<br />
CESAR.LABS<br />
Nossos<br />
diferenciais:<br />
Consultorias - Um time de especialistas do CESAR nas mais diversas<br />
áreas do conhecimento.<br />
Laboratórios - UX, sistemas embarcados, robótica e prototipação 3D.<br />
Business Design - Desenvolvimento de estratégias em conjunto com<br />
a área de negócios do CESAR.<br />
Programas Educacionais - Workshops customizados, oficinas de ideação,<br />
além de 50% de desconto nos cursos online da Faculdade CESAR.<br />
Client Day - Evento de graduação das startups, onde elas apresentam seus<br />
serviços/produtos para o mercado.<br />
www.<strong>cesar</strong>labs.com
10<br />
start<br />
ups<br />
CESAR cria Plataforma Integrada de<br />
Geração de Startups<br />
Fotografia<br />
Alcione Ferreira
Pesquisas realizadas pela Fundação Dom Cabral, nos anos de 2012 e 2014,<br />
respectivamente, revelaram as causas da mortalidade de startups brasileiras. O<br />
primeiro relatório constatou que os empreendedores brasileiros que tiveram suas<br />
empresas fechadas se escondem atrás de uma cultura de intolerância ao fracasso e<br />
deixam o insucesso ser um desestímulo para o empreendedorismo em série no<br />
Brasil. Mas por que essas empresas não conseguem se estabelecer no mercado?<br />
Quatro pontos foram destacados: falta de conexão do produto com uma<br />
necessidade concreta de mercado; dificuldade de montar um bom time; escassez de<br />
capital e falta de estratégias de negócios.<br />
11<br />
Já em 2014, a pesquisa foi focada em compreender características, comportamentos<br />
e atitudes de empreendedores de startups. Baseado nisso, ficou constatado que o<br />
número de sócios envolvidos é um fator de risco para a sobrevivência da startup; o<br />
volume de capital investido, anterior ao início das vendas, pode representar um risco à<br />
sobrevivência do negócio; e o local de instalação pode determinar as suas chances<br />
de sucesso.<br />
Observando esses cenários, o CESAR criou a Plataforma Integrada de Geração de<br />
Startups (PIGS). “Com os dados dessa pesquisa realizada pela Fundação,<br />
acrescentando o nosso aprendizado adquirido na aceleração de duas turmas de<br />
startups no CESAR.LABS, montamos a plataforma que vai começar a funcionar ainda<br />
neste segundo semestre”, afirma Filipe Pessoa, executivo chefe de<br />
empreendedorismo do CESAR.<br />
Ampliar a eficiência de geração de startups, atuando nos elos anteriores à aceleração<br />
propriamente dita, ou seja, nas fases de identificação das oportunidades de inovação<br />
e nas práticas de exploração é um dos objetivos do projeto, que é dividido em três<br />
fases. Na primeira, chamada de Observação, a meta é identificar oportunidades de<br />
inovação em segmentos de mercado ou cadeias de valor específicas. Em seguida<br />
será feita a fase de Experimentação, onde serão realizadas atividades de exploração<br />
e prototipação partindo dos briefings de inovação. Por fim, é a hora da Aceleração,<br />
onde será utilizada a metodologia já desenvolvida e testada pelo CESAR de forma<br />
intensiva em times de empreendedores para seu amadurecimento.<br />
Nesta etapa final do programa, as startups contarão com acompanhamento<br />
estruturado em mentorias, capital, consultorias especializadas e conexões. “Os times<br />
terão um período de até nove meses para chegar a um MVP (Produto Mínimo Viável)<br />
que gere demanda por parte dos clientes potenciais, cujas oportunidades de<br />
inovação foram identificadas e exploradas nas fases anteriores da plataforma”,<br />
explica Filipe. O programa também vai qualificar 80 potenciais empresários em<br />
métodos e processos de identificação e exploração de oportunidades de inovação,<br />
bem como em prototipação e validação de MVPs, além da criação de um documento<br />
metodológico contemplando as etapas de realização do projeto contendo exemplos<br />
ilustrativos da aplicação da metodologia.
12<br />
CASE DE SUCESSO<br />
fusion|dms<br />
Conheça a startup, acelerada pelo CESAR.LABS,<br />
que cresceu em faturamento 431% em um ano<br />
13<br />
Cento e cinquenta clientes<br />
distribuídos em 22 estados, cobrindo,<br />
desta maneira, todas as regiões do<br />
país. Trinta e dois funcionários e um<br />
crescimento de 431% no faturamento<br />
de 2016 para 2017. Esses são alguns<br />
dados da Fusion DMS, empresa que<br />
entrou no processo de aceleração do<br />
CESAR em 2014. Os planos para o<br />
futuro são muitos. Segundo Emílio<br />
Saad Neto, CEO da Fusion DMS, a<br />
expectativa para este ano é triplicar o<br />
faturamento e chegar na casa dos R$<br />
4,5 milhões. Mas não para por aí.<br />
“Para 2018 estamos pensando em<br />
em expansão internacional e criar<br />
parcerias estratégicas para o<br />
crescimento da empresa”, afirma<br />
Emílio.<br />
A história de empreendedorismo de<br />
Emílio começou cedo, aos 15 anos.<br />
Hoje, com 32, o empresário conta<br />
que teve que mudar o modo<br />
tradicional de pensar o negócio.<br />
“Quando abri o meu primeiro<br />
negócio, em 2008, eu achava que só<br />
era ter uma ideia e trabalhar bastante.<br />
Na realidade, a gente tem que subir<br />
degrau por degrau para conseguir ter<br />
sucesso”. A empresa não deu certo e<br />
em 2009 ele voltou ao mercado de<br />
trabalho. “Apesar de trabalhar em<br />
uma empresa e ter meu dinheiro no<br />
final do mês, não tirei a ideia de ter<br />
meu próprio negócio. A Fusion<br />
surgiu nesse momento”.<br />
Para o segundo negócio, além de<br />
estudar o mercado, ele fez algo<br />
diferente. “Não abri uma empresa e<br />
saí por aí vendendo. Desta vez eu fiz<br />
um produto mínimo viável (MVP),<br />
passei três anos desenvolvendo e<br />
testando a solução em empresas<br />
reais que toparam participar sem
13<br />
para mim foi ter passado pelo<br />
processo de aceleração do CESAR”,<br />
comenta Emílio.<br />
Para Emílio, o processo de<br />
aceleração foi bem mais do que<br />
mentorias. Ele pôde conhecer o<br />
ecossistema existente no Recife. “Na<br />
primeira empresa eu trabalhei<br />
sozinho. Na Fusion, consegui me<br />
relacionar e aproveitei o melhor que<br />
o CESAR, o Porto Digital e o<br />
ecossistema podem oferecer a um<br />
empreendedor”. Participando do<br />
programa do CESAR.LABS, ele<br />
conheceu investidores e grandes<br />
empresários e assim pôde trocar<br />
experiências. “Depois de um mês de<br />
aceleração, a gente mudou<br />
completamente a solução e o valor<br />
agregado de que entregamos para o<br />
mercado e tudo começou a dar mais<br />
certo. Em 2016, com toda crise, a<br />
Fusion conseguiu crescer 431% em<br />
termos de faturamento, e eu não<br />
estou falando de 10, 20 mil reais. Eu<br />
estou falando de um faturamento<br />
bem maior que um milhão de reais”.<br />
No começo de 2017, a empresa<br />
conseguiu fechar com um fundo de<br />
investimento do Recife.<br />
Foto Divulgação<br />
Emilio Saad Neto,<br />
CEO da Fusiontrak | DMS.<br />
nenhum custo, mas que me cederam<br />
um ambiente para entender melhor o<br />
negócio”, afirma Emílio.<br />
Em 2014, ele abriu a FusionTrak -<br />
como a empresa era chamada<br />
inicialmente - montou equipe e<br />
começou a vender. Neste mesmo<br />
ano ele concorreu ao processo de<br />
aceleração do CESAR, o que fez<br />
mudar a sua visão de empreender. “É<br />
um engano achar que o grande<br />
divisor de água da primeira empresa<br />
que deu errado para hoje foi o fato<br />
de ter estudado o mercado e ter feito<br />
o MVP. O grande divisor de água<br />
“Sobre a Fusion eu tenho duas<br />
certezas: a primeira é que vamos ser<br />
uma empresa muito grande. A outra<br />
é que vamos ser sempre uma<br />
empresa do Recife. A gente nunca<br />
vai sair do Porto Digital, sempre<br />
vamos vivenciar esse ecossistema”,<br />
finaliza Emílio.
14<br />
O cenário das Startups e<br />
mecanismos de apoio no Brasil<br />
O ecossistema brasileiro de startups cresce a todo vapor, e<br />
prova disso são os numeros no Brasil. Na base da<br />
Associação Brasileira de Startups (ABStartups), uma<br />
entidade sem fins lucrativos que promove o ecossistema<br />
brasileiro desde 2011, existem mais de 4.200 empresas<br />
cadastradas. Segundo os dados da associação, São Paulo<br />
lidera a lista de Estados com maior número de<br />
empreendimentos. No total são 1.320. Minas Gerais<br />
aparece em segundo lugar, com 365 e Rio de Janeiro com<br />
343. Pernambuco está na sétima posição, com 114<br />
empresas cadastradas.<br />
Mas não é somente o número de startups que cresce.<br />
Programas de apoio ao empreendedorismo inovador e<br />
startups também vêm surgindo de maneira expressiva nos<br />
últimos anos. De maneira geral, elas podem ser<br />
classificados em dois grupos: público e privado. Nos<br />
programas públicos é o governo (federal, estadual ou<br />
municipal) que aporta os recursos para a viabilização.<br />
Dentre as iniciativas existentes, pode-se destacar: Inovativa<br />
Brasil (do MDIC), Startup Brasil (MCTIC) e Sinapse da<br />
Inovação (FAPESC, FAPEAM, FAPES).<br />
Nos programas privados, as empresas é que concebem e<br />
operam, sozinhas ou por meio de parcerias, o processo de<br />
identificação, seleção e desenvolvimento das startups,<br />
como é o caso do Corporate Partners, desenvolvido pelo<br />
CESAR. Segundo Deborah Vieitas, CEO da Amcham<br />
Brasil, promover a inovação é o único caminho para<br />
consolidar um setor privado nacional cada vez mais<br />
competitivo, resiliente e com abertura internacional. “As<br />
startups são hoje a fonte principal no desenvolvimento de<br />
novos produtos e serviços, e o papel da Amcham Brasil é<br />
conectar essas inovações com as grandes corporações e<br />
também investidores’’, afirma Deborah.<br />
Mas apesar de crescente, nem todos os programas de<br />
incentivo atendem as necessidades reais do ecossistema.
15<br />
Quem afirma isso é Luiz Gomes, um dos community<br />
leaders do Mangue.zal. “Os programas estão aprendendo<br />
sobre o contexto de startups e, muitas vezes, erram na<br />
aproximação por olharem esse contexto com a cabeça dos<br />
negócios de tecnologia do início dos anos 2000”, afirma.<br />
Apesar disso, ainda segundo Luiz, alguns programas se<br />
destacam pelo “impacto positivo tanto no negócio quanto<br />
nas comunidades locais, como é o caso do SEED-MG,<br />
CUBO/Google Campus-SP, ACATE-SC e ACE-SP”.<br />
Inovação - O Brasil vem implantando ações para aprimorar<br />
os ecossistemas de inovação nas diferentes regiões. Para<br />
verificar o grau de consistência desse ecossistema é<br />
preciso avaliar suas distintas dimensões, entre elas:<br />
talentos (existência de empreendedores), ICTI (laboratórios<br />
e pesquisadores para geração de novas ideias e<br />
tecnologias), capital (disponibilidade de recursos<br />
econômicos e financeiros para geração e desenvolvimento<br />
de inovações), ambientes de inovação (incubadoras,<br />
aceleradoras, parques tecnológicos), clusters de inovação<br />
(existência de aglomerações produtivas fundamentadas na<br />
inovação), políticas públicas (programas, projetos e<br />
legislação para estímulo à inovação) e governança<br />
(formalização e interação entre os atores do ecossistema).<br />
“O caso do Recife é um bom exemplo da estruturação de<br />
um ecossistema de inovação que vem promovendo um<br />
desenvolvimento sustentável na região, gerando<br />
tecnologia, trabalho e renda”, afirma Carlos Eduardo<br />
Negrão Bizzotto, coordenador de projetos da Associação<br />
Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos<br />
Inovadores - Anprotec.
16<br />
TEMPEST<br />
um caso de sucesso internacional<br />
Foto Divulgação<br />
Para que isso acontecesse foi necessário sair do CESAR.<br />
“Como empresa incubada nosso objetivo sempre foi o<br />
spino, e para isso deveríamos buscar projetos fora do<br />
CESAR’’.<br />
‘’Outra coisa que também logo percebemos é que<br />
permanecer trabalhando apenas em projetos pontuais do<br />
CESAR não nos traria a receita recorrente que precisávamos,<br />
e assim, enquanto trabalhávamos nos projetos, paralelamente<br />
iniciamos um esforço para diversificar a nossa oferta de<br />
serviços. Essa estratégia foi o que pavimentou o nosso<br />
caminho como empresa sustentável e permitiu o crescimento<br />
desde então”, afirma Evandro.<br />
No ano seguinte foi aberta a filial de São Paulo e em 2012<br />
iniciou a operação em Londres, no Reino Unido. A<br />
internacionalização não foi algo que aconteceu por acaso.<br />
“Não foi bem uma oportunidade que se apresentou, mas sim<br />
uma que nós próprios criamos”, comenta Evandro. “Alguns<br />
clientes do sudeste tinham sede no exterior e gostavam dos<br />
nossos serviços. Estávamos cientes, portanto, de que nosso<br />
padrão de serviços e de atendimento não devia nada em<br />
qualidade ao mercado externo”.<br />
Evandro Hora,<br />
Sócio-fundador e presidente do conselho da Tempest.<br />
Com 17 anos de experiência em soluções de<br />
cibersegurança e combate a fraudes digitais, a Tempest é<br />
referência no mercado pela sua expertise técnica,<br />
integridade, maturidade operacional e capacidade de<br />
entrega. Criada no ano 2000 por estudantes da UFPE, a<br />
Tempest nasceu dentro do CESAR. Segundo Evandro Hora,<br />
sócio-fundador e presidente do conselho da Tempest, eles<br />
estavam no lugar certo e na hora certa. “Em 1998 éramos<br />
estudantes da UFPE e o CESAR estava começando a<br />
incubar empresas. Certamente que nossa expertise em<br />
segurança da informação chamou a atenção, pois o<br />
comércio eletrônico no Brasil estava começando e<br />
obviamente, a fraude. Assim nasceu o convite para a<br />
incubação, o que ocorreu no ano 2000”.<br />
Em 2003, a empresa viu a necessidade de aumentar sua<br />
participação no mercado e contratar mais colaboradores.<br />
A operação da empresa vem dando continuidade ao plano de<br />
crescimento fundamentado em três pilares: expansão da<br />
internacionalização, diversificação do portfólio de ofertas e<br />
incremento dos investimentos - em equipe, P&D e em<br />
startups, como é o caso da El Pescador e da CoinWISE. Em<br />
2015, a Tempest adquiriu 70% do capital da El Pescador, que<br />
oferece serviços inovadores e especializados no<br />
aculturamento da segurança da informação. “Temos apoiado<br />
com investimentos em inovação, novos produtos e<br />
tecnologias para a expansão da oferta, além de marketing”,<br />
detalha Evandro.<br />
Já a CoinWISE surgiu dentro da própria Tempest. “Há dois<br />
anos criamos um laboratório de inovação e novas<br />
tecnologias, e investimos em pesquisa e desenvolvimento<br />
para ver o que poderia sair dali. Em janeiro deste ano ocorreu<br />
o spino desse laboratório, sob a forma da startup CoinWISE,<br />
também com personalidade própria, especializada na<br />
tecnologia dos blockchains e suas aplicações, o que inclui as<br />
criptomoedas. Como é uma startup, também estamos<br />
apoiando com investimentos e várias ações nesse início do<br />
seu ciclo de vida”, afirma.<br />
Atualmente a companhia conta com cerca de 170<br />
colaboradores e atende clientes de médio e grande porte dos<br />
principais setores do mercado do Brasil e de países como<br />
Inglaterra, Estados Unidos, Suíça, Chile e Argentina. Em 2016,<br />
a Tempest faturou R$ 30 milhões e a meta para este ano é de<br />
R$ 50 milhões.
18<br />
Do primeiro cliente ao primeiro investimento<br />
Programa Mind The Bizz chega a sua quarta turma e se consolida como uma formação para negócios nascentes<br />
no Porto Digital<br />
Foto Divulgação<br />
Em todo ambiente de inovação é sempre importante a<br />
renovação dos empreendimentos, das capacidades das<br />
pessoas e o surgimento de novas oportunidades de<br />
negócios. Entretanto, a falta de uma formação faz com que<br />
muitos empreendimentos fechem suas portas nos<br />
primeiros cinco anos de vida.<br />
Os dados são baseados na Pesquisa de Sobrevivência<br />
das Empresas no Brasil (2013), feita pelo IBGE. Muitos<br />
fatores estão relacionados a essa alta taxa de mortalidade<br />
dos negócios. O principal deles apontado pelo SEBRAE em<br />
outras pesquisas é em relação ao pouco conhecimento de<br />
mercado devido à ausência de planejamento por parte dos<br />
empreendedores. Pensar em negócio e fazer negócio é<br />
algo pouco trabalhado nas formações de base, em<br />
universidades e no dia a dia dos brasileiros. Por isso, o<br />
conhecimento inicial para fazer nascer um negócio está<br />
hoje reunido em uma formação chamada Mind The Bizz<br />
(MTB), do Porto Digital, em parceria com o Sebrae<br />
Pernambuco, e com execução do CESAR, por meio de sua<br />
aceleradora CESAR.LABS.<br />
O Mind The Bizz, que no mês de setembro entra na sua<br />
quarta turma, é um Programa para novos negócios que<br />
acontece por 10 semanas com uma imersão em trabalhos<br />
práticos e conhecimentos atuais sobre empreendedorismo,<br />
inovação e investimento. “A metodologia traz para os<br />
negócios desenvolvidos os conhecimentos em lean<br />
startup, design thinking, customer development e cenários<br />
de futuro para as equipes terem as capacidades<br />
necessárias para lançar no mercado algo novo e captar o<br />
primeiro investimento com investidores”, explica Ed Dantas,<br />
consultor de empreendedorismo do CESAR.<br />
O Programa é destinado para empreendedores e gestores<br />
de empresas que tenham um novo produto ou serviço<br />
como potencial negócio disruptivo, dentro de uma empresa<br />
já existente ou a partir de uma nova startup a ser criada. “O<br />
programa é um processo fundamental para qualquer<br />
empreendedor, seja ele iniciante ou mais experiente, que<br />
esteja querendo aperfeiçoar o seu negócio, projeto ou ideia,<br />
buscando aprender novos conceitos e abrir a mente para<br />
novas abordagens”, afirma Toni Azevedo, do BloodStream<br />
e sócio da agência Fishy, que participou da terceira turma<br />
do MTB.<br />
Segundo Breno Jaruzo, coordenador do MTB, a maioria das<br />
equipes dos empreendimentos que entram no programa<br />
são formadas por técnicos que não têm boa noção de<br />
como formatar um produto como negócio para o mercado.<br />
Um dos principais objetivos também é qualificar<br />
empresários e executivos de pequenos negócios através
Fotos Divulgação<br />
19<br />
Breno Jaruzo<br />
Hugo Gomes<br />
Toni Azevedo<br />
de ações integradas com foco na transformação de ideias<br />
em projetos estruturados. “Quando algum negócio<br />
nascente que faz parte do Mind The Bizz consegue validar<br />
o produto e vender para alguém é uma grande vitória para<br />
a gente. Também não podemos deixar de citar que<br />
empreendedores já maduros nos procuram para ajudar a<br />
formatar novos produtos”, afirma Breno.<br />
Outro ponto importante que deve ser destacado é que oito<br />
dos 37 empreendimentos que passaram pelo programa<br />
entraram em incubadoras ou aceleradoras, como é o caso<br />
da EcoLivery, que passou pelo MTB há um ano e hoje é<br />
acelerada em Minas Gerais no Programa SEED. Para Hugo<br />
Gomes, CEO da EcoLivery, foi importante participar do MTB<br />
e conseguir estruturar uma metodologia de inovação. “Nós<br />
já tínhamos clientes quando participamos do programa,<br />
mas queríamos validar nossos serviços e produtos e não<br />
sabíamos exatamente como fazer isso. Através de oficinas<br />
e consultorias, conseguimos fazer a validação e<br />
implementar a inovação de forma estruturada. Usamos a<br />
metodologia até hoje sempre que precisamos oferecer um<br />
novo serviço aos clientes”.<br />
Ed Dantas
20<br />
CESAR.LABS<br />
estimula a criação de novos empreendimentos<br />
através do Corporate Partners<br />
Com o intuito de ampliar a aceleração de startups, e as<br />
aproximar de empresas maduras, o CESAR.LABS criou o<br />
programa CESAR.LABS Corporate Partners. Segundo Eiran<br />
Simis, gerente de empreendedorismo do CESAR, o<br />
programa tem como objetivo realizar investimentos<br />
conjuntos em startups que atendam requisitos<br />
previamente acordados entre o CESAR.LABS e uma<br />
corporação com foco em um segmento de mercado. "A<br />
execução e gestão compartilhada dos investimentos nas<br />
startups é a principal característica do programa. O<br />
CESAR.LABS e o Corporate Partners dividirão os riscos e<br />
retornos dos investimentos em proporções iguais,<br />
contribuindo com o mesmo montante de capital na<br />
iniciativa. Atualmente temos três empresas parceiras no<br />
programa, que são Neurotech, URJA Social e Procenge",<br />
afirma.<br />
Segundo Rodrigo Cunha, diretor de inovação da Neurotech,<br />
o processo de seleção de startups para investimento tem<br />
sido muito rico de aprendizado e de melhor conhecimento<br />
do mercado de startups em Fintech e AdTech. “Temos tido<br />
oportunidade de conhecer diversas empresas e<br />
empreendedores em maiores detalhes e realizar provas de<br />
conceito para atestar a sinergia prática entre as soluções<br />
da Neurotech e as soluções das startups. Esperamos, em<br />
breve, estar anunciando os primeiros investimentos”,<br />
comenta.<br />
“Estamos gostando muito do programa. Embora ainda não<br />
tenhamos conseguido selecionar uma startup para<br />
acelerar, as etapas de definição da tese de investimentos e<br />
de seleção, com a nossa participação direta no processo de<br />
avaliação das candidatas indicadas pelo CESAR.LABS,<br />
com contatos e apresentações de cada negócio, já estão<br />
sendo uma experiência enriquecedora para a Procenge no<br />
âmbito de sua estratégia de inovação aberta”, afirma José<br />
Luna, diretor de produtos & inovação da Procenge.<br />
Atualmente estão sendo avaliadas mais de 200 startups<br />
que participaram da primeira chamada do Corporate<br />
Partners. A previsão é que seis empresas entrem no<br />
programa de aceleração neste segundo semestre.<br />
Fotos Divulgação<br />
Eiran Simis,<br />
Gerente de Empreededorismo<br />
do CESAR.<br />
José Luna,<br />
Diretor de Produtos & Inovação<br />
da Procenge.<br />
Rodrigo Cunha,<br />
Diretor de Inovação da Neurotech.
ACONTECE<br />
INDÚSTRIA<br />
Como o Brasil está se preparando para a Quarta Revolução Industrial? O ACONTECE Indústria, que<br />
será realizado dia 21 de setembro, em São Paulo, reúne especialistas para debater sobre o Futuro do<br />
Trabalho.<br />
21<br />
Quem nasceu no mundo analógico<br />
sempre escutou que o futuro seria<br />
das máquinas. Talvez essas mesmas<br />
pessoas não achassem que o<br />
“futuro” estaria tão presente em suas<br />
vidas. No século XX, o mundo era<br />
altamente tecnológico apenas nos<br />
livros e filmes de ficção científica.<br />
Mas a história mudou, o mundo<br />
mudou, e os avanços na tecnologia<br />
estão mexendo nas estruturas do<br />
mercado de trabalho. Mas será que o<br />
Brasil está preparado para essa<br />
Quarta Revolução Industrial?<br />
Como será o futuro do trabalho<br />
daqui para frente? É em cima dessas<br />
questões que o ACONTECE<br />
Indústria será realizado no dia 21 de<br />
setembro, na Câmara de Comércio<br />
Árabe-Brasileira, em São Paulo.<br />
O evento, organizado pelo CESAR,<br />
trará discussões acerca das visões<br />
sobre o mercado de trabalho, a<br />
tecnologia como agente<br />
potencializador de mudança neste<br />
mercado e os impactos desse<br />
fenômeno na indústria. “Nós vamos<br />
discutir as relações de trabalho nas<br />
organizações, pois em um futuro<br />
muito próximo vamos ter no mesmo<br />
ambiente pessoas mais novas e<br />
mais velhas, pessoas que estão<br />
ampliando as suas capacidades em<br />
função das máquinas e outras que<br />
vão ter seu trabalho radicalmente<br />
modificado por conta das máquinas.<br />
Aliado a isso, nós também vamos<br />
debater sobre políticas públicas,<br />
focando como a sociedade está se<br />
preparando para essas mudanças",<br />
comenta Eduardo Peixoto, executivo<br />
chefe de Negócios do CESAR.<br />
O ACONTECE Indústria será dividido<br />
em dois blocos. No primeiro, o<br />
debate gira em torno da questão:<br />
“Como as tecnologias irão mudar os<br />
postos de trabalho que conhecemos<br />
hoje?”. Marcos Vinicius, do Ministério<br />
da Indústria, Comércio Exterior e<br />
Serviços; Fábio Maia, do CESAR; e<br />
Vitor Teles, da Festo; com mediação<br />
de Manoel Fernandes, da Bites<br />
Consultoria; vão falar sobre “Quais<br />
tecnologias estão surgindo?”, “Quais<br />
postos de trabalham serão extintos?”<br />
e “Quais serão os empregos do<br />
futuro?”. Já no segundo bloco o tema<br />
será “Depois da inteligência artificial<br />
e da automação, como lidar com uma<br />
sociedade de muitos<br />
desempregados?” e terá como<br />
debatedores José Carlos Cavalcanti,<br />
Creativante; Eduardo Magrani, da<br />
FGV; e Patricia Ellen, da McKinsey;<br />
com mediação de Adriana Salles,<br />
editora chefe da Revista HSM.<br />
Para Silvio Meira, doutor em<br />
computação pela University of Kent<br />
at Canterbury (Inglaterra),<br />
responsável pela provocação final do<br />
evento, é necessário criar condições<br />
para que os brasileiros acreditem no<br />
potencial do país, acreditem no<br />
potencial de se desenvolver e<br />
desenvolver o Brasil. “O que essas<br />
pessoas estão procurando são os<br />
trabalhos do futuro. Os trabalhos do<br />
futuro estão em genética, estão em<br />
nanotecnologia, estão em<br />
plataformas, mercados e redes, nas<br />
novas formas de articular a<br />
sociedade”, afirma.<br />
Informações e inscrições sobre o<br />
evento ACONTECE Indústria no site:<br />
https://www.<strong>cesar</strong>acontece.org/indu<br />
stria<br />
As revoluções industriais<br />
A Quarta Revolução Industrial, também conhecida como 4.0, acontece após três processos históricos que transformaram o<br />
mundo. A primeira tem como principal característica a criação do sistema fabril mecanizado, entre os anos de 1760 e 1830. A<br />
segunda, por volta de 1850, trouxe a eletricidade e permitiu a manufatura em massa. E a terceira aconteceu em meados do<br />
século 20, com a chegada da eletrônica, da tecnologia da informação e das telecomunicações. Agora, a quarta mudança traz<br />
consigo uma tendência à automatização total das fábricas.
22<br />
INVESTI<br />
MENTOS<br />
em startups crescem e aquecem o ecossistema<br />
No Brasil há um grande número de<br />
empreendedores que buscam<br />
recursos para alavancar suas startups.<br />
A boa notícia é que existem<br />
investidores dispostos a apostar em<br />
projetos inovadores. Uma pesquisa<br />
realizada pela Anjos do Brasil,<br />
organização sem fins lucrativos com a<br />
missão de fomento ao investimento<br />
anjo e apoio ao empreendedorismo<br />
de inovação brasileiro, revela que o<br />
investimento anjo no país cresceu 9%<br />
Foto Divulgação<br />
Maria Rita Bueno,<br />
Diretora Executiva da Anjos do Brasil.<br />
em 2016. Também foi revelado que o<br />
total de investimentos no ano<br />
passado foi de R$ 851 milhões e este<br />
montante foi investido por 7.070<br />
investidores anjo. A pesquisa aponta<br />
que cada investidor aplicou uma<br />
média de R$ 208 mil em projetos de<br />
startups inovadoras.<br />
O conteúdo completo você encontra<br />
no blog do CESAR.LABS<br />
http://bit.ly/PesquisaAnjosdoBrasil<br />
Segundo Maria Rita Spina Bueno,<br />
diretora executiva da Anjos do Brasil,<br />
a perspectiva para 2017 é positiva,<br />
considerando tanto o movimento<br />
histórico, como o amadurecimento<br />
do mercado e surgimento de<br />
melhores projetos de startups. “O<br />
número de investidores anjo tem<br />
aumentado em função do<br />
amadurecimento do ecossistema e<br />
de melhores projetos à disposição<br />
para os investidores, apesar de não<br />
haver estímulo tributário como em<br />
muitos países do mundo. O<br />
investimento anjo é um investimento<br />
produtivo, gera desenvolvimento,<br />
emprego e renda, sendo<br />
fundamental para que as startups<br />
tenham mais chances de sucesso”,<br />
afirma Maria Rita.<br />
Esse amadurecimento dos<br />
empresários também é notado por<br />
Filipe Pessoa, executivo chefe de<br />
empreendedorismo do CESAR. "A<br />
partir da nossa experiência e<br />
resultados alcançados nos últimos<br />
três anos, temos recebido a<br />
aproximação de investidores anjo<br />
que buscam metodologias<br />
consolidadas de investimento em<br />
startups. Outra tendência<br />
interessante é que, além de pessoasfísicas,<br />
este movimento está se<br />
espalhando para empresas locais de<br />
maior porte, que desejam investir em<br />
startups como forma de<br />
complementar suas ofertas e<br />
explorar a base de clientes que já<br />
possuem. Acredito que nosso<br />
próximo desafio, em conjunto com<br />
estes investidores, irá além de
23<br />
identificar e investir em novas<br />
startups. Devemos desenvolver<br />
mecanismos de criação de startups<br />
concentradas em oportunidades de<br />
inovação relevantes para economia<br />
local que tenham, também, potencial<br />
de atender o mercado nacional”.<br />
A neuroUP, startup que faz parte do<br />
portfólio do CESAR.LABS, é um<br />
exemplo de empreendimento que<br />
recebeu investimentos, tanto da área<br />
de fomento: Start-UP Brasil/ MCTI-<br />
CNPq e FACEPE; como capital<br />
semente do CESAR em parceria com<br />
investidores anjos e uma rodada<br />
seguinte com os mesmos<br />
investidores. “Os investimentos são<br />
importantes para acelerar e viabilizar<br />
ciclos de validação do negócio. A<br />
relação com os investidores tem sido<br />
de muito aprendizado, já que eles<br />
passaram por diversos problemas que<br />
temos atualmente. Além disso,<br />
também nos ajudam a direcionar os<br />
esforços em caminhos mais viáveis<br />
no longo prazo. Portanto, além do<br />
aporte financeiro, os investidores nos<br />
trazem experiência e mentorias que<br />
são muito valiosas neste processo”,<br />
conta Ubirakitan Maciel, diretor<br />
executivo da neuroUP.<br />
Foto Divulgação<br />
Para entender melhor como está o<br />
ecossistema de investidores aqui no<br />
Recife, conversamos com Yves<br />
Nogueira, empresário e investidor<br />
com 23 anos de experiência em<br />
mercados diversos. Yves é aquele<br />
tipo de pessoa que podemos afirmar<br />
que tem o empreendedorismo na<br />
veia. A primeira empresa que ele e o<br />
irmão, Ítalo Nogueira, fundaram foi<br />
em 1994, a Capital Login.<br />
Na sequência criaram a Kurier.<br />
Ambas funcionam até hoje. Entre os<br />
anos de 2008 e 2009, o empresário<br />
saiu da operação das empresas, mas<br />
manteve a sua participação acionária,<br />
que é de 32%. “Um dos motivos da<br />
saída foi justamente para preparar<br />
para novas iniciativas voltadas para<br />
empreendedorismo e inovação”, diz<br />
Yves. Em 2013 abriu a Tynno<br />
Negócios e Participações e o olhar<br />
para esse mercado de investimento<br />
começou a ganhar um formato mais<br />
profissional. “Visitamos algumas<br />
aceleradoras, a exemplo da ACE, em<br />
São Paulo, a Start You Up, 21212, e<br />
em 2014, quando estávamos<br />
conversando com o pessoal do<br />
CESAR, ficamos sabendo do<br />
CESAR.LABS e tomamos a iniciativa<br />
de ser co-investidor, como investidor<br />
anjo. Fizemos oito investimentos nas<br />
startups do CESAR”, afirma Yves. A<br />
seguir você confere o nosso batepapo.
24<br />
um bate-papo<br />
COM YVES NOGUEIRA<br />
Foto Divulgação<br />
atrair os interesses de outros<br />
investidores. O conhecimento<br />
tecnológico é importante, mas a<br />
questão do foco é uma das coisas<br />
que a gente olha com muito carinho.<br />
E também o conhecimento que ele<br />
tem do mercado. Se ele já teve<br />
experiências anteriores, tanto como<br />
negócio próprio ou como executivo<br />
de uma alguma empresa. A gente<br />
também enxerga isso de uma forma<br />
muito positiva.<br />
Revista CESAR - Como você avalia<br />
essa parceria com o CESAR.LABS?<br />
Yves Nogueira - Avaliamos de forma<br />
muito positiva. Entendemos, inclusive<br />
em conjunto com os gestores da<br />
aceleradora, que a mesma também é<br />
uma "Startup", pois passa por uma<br />
fase inicial de muito aprendizado<br />
mútuo entre os atores:<br />
Empreendedores / Aceleradora /<br />
Investidores. Mas acredito que<br />
estamos no caminho certo, os<br />
primeiros passos já foram<br />
consolidados, haja vista que outros<br />
investidores anjo já se dispuseram a<br />
aportar seus recursos.<br />
Revista CESAR - O que o deixa<br />
seguro a ponto de investir?<br />
Yves Nogueira - Uma das coisas que<br />
a gente olha com muita atenção é o<br />
time, são os empreendedores. A<br />
gente tem percebido ao longo dos<br />
últimos três anos que a solução<br />
tecnológica é importante, a rede de<br />
relacionamento dos investidores anjo<br />
da aceleradora também é um fator<br />
muito importante, mas o que faz<br />
realmente a diferença é o time dos<br />
empreendedores. Ter uma equipe<br />
multidisciplinar e, principalmente, o<br />
Yves Nogueira,<br />
Empreendedor e Investidor Anjo.<br />
empreendedor ter uma visão não só<br />
da solução que está desenvolvendo,<br />
mas ter uma visão de mercado, uma<br />
pegada mais comercial, que vai<br />
conseguir colocar o produto ou<br />
solução que está propondo no<br />
mercado para começar a faturar e a<br />
vender.<br />
Revista CESAR - O que você avalia<br />
em um empreendedor na hora de<br />
investir?<br />
Yves Nogueira - Uma das coisas<br />
mais importantes, que é crucial<br />
mesmo, é se ele vai ter foco na<br />
startup que está nos propondo<br />
investimento. A gente tem percebido<br />
também que uma das coisas que<br />
desvirtua muito o sucesso do<br />
empreendimento é o fato do<br />
empreendedor muitas vezes ter que<br />
gerar receita a curto prazo, ter que se<br />
dividir entre duas ou três atividades,<br />
muitas vezes uma atividade<br />
remunerada com salário fixo. Com<br />
isso, ele acaba não tendo foco no<br />
negócio e isso vai retardar de uma<br />
forma bem substancial na<br />
alavancagem da startup e os<br />
resultados para que se atinja o seu<br />
ponto de equilíbrio e a gente consiga<br />
Revista CESAR - Como incentivar<br />
mais investidores?<br />
Yves Nogueira - Isso é um trabalho<br />
que a gente vem fazendo nos<br />
últimos meses de maneira muito<br />
forte, seja no próprio Porto Digital,<br />
onde sou membro do Conselho do<br />
Núcleo de Gestão e ocupo uma<br />
cadeira de investidor anjo, seja na<br />
Amcham (Câmara Americana de<br />
Comércio), onde presido o Comitê<br />
Estratégico de TI da Amcham Recife.<br />
Para você ter uma ideia, um dos<br />
pilares de atuação desse comitê é<br />
fortalecer e atrair capital<br />
empreendedor. A gente está falando<br />
de investimento anjo, seed money e<br />
venture capital e estamos<br />
estimulando outros investidores anjo<br />
locais. Percebemos que esse<br />
estímulo já está começando a<br />
acontecer e não tenho nenhuma<br />
dúvida de que a gente vai atrair<br />
muito mais investidores. Outro<br />
segmento que a gente está fazendo<br />
um trabalho de aproximação muito<br />
grande é o “Family Oce”. A gente<br />
tem aqui em Pernambuco muitas<br />
famílias que atuam nos setores<br />
tradicionais da economia, no setor de<br />
vidro, cimento, bateria, açúcar e<br />
álcool, entre outros. A segunda,<br />
terceira e quarta gerações dessas<br />
famílias estão muito interessadas em<br />
fazer investimento em startups. Isso<br />
é um trabalho de médio prazo, a<br />
gente sabe que tem uma etapa inicial<br />
de aculturamento, de troca de<br />
informação, de criação de confiança,<br />
para que a gente se aproxime e<br />
tenha também esse tipo de<br />
investidor participando em<br />
investimentos nas startups.
quatro<br />
modalidades<br />
de investimento em startups<br />
A legislação brasileira permite que investimentos em<br />
startups ocorram de várias formas, que precisam ser<br />
escolhidas de forma consciente de acordo com suas<br />
características.<br />
As mais comuns entre as startups são aporte em<br />
integralização ao capital, conhecida como "equity",<br />
empréstimo ou um misto dessas duas anteriores,<br />
conhecida como "empréstimo conversível em participação<br />
social", utilizada por mais de 90% das aceleradoras,<br />
incubadoras e investidores anjo, apesar de suas<br />
idiossincrasias.<br />
Segundo Rodrigo Colares, especialista em Direito de<br />
Propriedade Intelectual e Novas Tecnologias do escritório<br />
Da Fonte, Advogados, em 2016 foi criada ainda uma nova<br />
forma de investimento, pelo "contrato de participação", em<br />
que, entre outras características, o investidor anjo pode<br />
participar dos resultados da startup sem ser seu sócio,<br />
similar ao que ocorre em estruturas, mas não pode ter<br />
qualquer ingerência sobre sua administração ou<br />
deliberações dos sócios.<br />
Foto Divulgação<br />
Capital Semente (Seed): O capital semente é aquele que<br />
viabiliza o desenvolvimento de startups em fases iniciais,<br />
mas que já têm produtos ou serviços lançados no mercado<br />
e algum faturamento. O capital semente apoia startups em<br />
fase de implementação e organização de operações,<br />
muitas delas concebidas no seio das incubadoras e<br />
aceleradoras de empresas. Neste estágio inicial, os aportes<br />
financeiros ajudam, entre outras funções, na capacitação<br />
gerencial e financeira do negócio.<br />
Venture Capital: é uma modalidade de investimento mais<br />
robusta, que pode chegar a cifras bastante altas. Para<br />
conseguir esse tipo de financiamento, uma startup já terá<br />
de ter passado pelas fases de teste e precisará comprovar<br />
que é financeiramente viável e escalável. Os investidores<br />
adquirem participação acionária acreditando no potencial<br />
de crescimento da empresa e miram nos lucros futuros,<br />
advindos de possíveis operações de venda, fusão ou<br />
abertura de capital.<br />
Private equity: é um tipo de investimento destinado a<br />
empresas consolidadas. Para consegui-lo, uma startup<br />
precisa ter passado pelas fases de implantação do projeto<br />
e efetivamente ter conquistado o mercado. Geralmente,<br />
quando recebe um recurso de private equity, o projeto já<br />
chegou a receber outros investimentos antes.<br />
25<br />
“Os investidores estão se acostumando agora a essa<br />
figura e apenas nos últimos dois meses vimos crescer uma<br />
grande demanda por esse tipo de estrutura”, afirma<br />
Colares. Confira as principais modalidades de<br />
investimentos para startups:<br />
Investidor anjo: Os investidores anjo são empresários que<br />
entendem as tendências do mercado. Eles acreditam nos<br />
projetos em que investem e estão dispostos não apenas a<br />
colocar dinheiro, mas também a contribuir nos âmbitos<br />
técnico e conceitual. O investidor se torna sócio da startup.
26<br />
IMPORTÂNCIA DO<br />
DESIGN PARA<br />
COMPETITIVIDADE<br />
CRIAR UM DIFERENCIAL COMPETITIVO, PRINCIPALMENTE NO MUNDO<br />
GLOBALIZADO, REQUER DO EMPREENDEDOR UMA NOVA VISÃO NA<br />
GESTÃO DE NEGÓCIOS.<br />
O design tem a tarefa de lançar olhares atentos para o<br />
futuro, mapear tendências, propor o melhor<br />
aproveitamento de insumos, melhorias nos processos de<br />
planejamento e produção.<br />
O entendimento do método científico como caminho<br />
"correto" para solução de problemas faz parte de um<br />
discurso na gestão, pelo menos, desde o início do século<br />
passado. “A partir dos anos 1970, com livros como Design<br />
for the Real World, de Viktor Papanek (1971) e em especial<br />
com o artigo de 1973 "Dilemmas in a general theory of<br />
planning", onde Rittel e Webber cunham o termo "Wicked<br />
Problems", fica claro que os problemas estão cada vez<br />
mais cabeludos, e uma confiança absoluta no método<br />
científico - em especial nas características reducionistas da<br />
ciência - mostram-se problemáticas.<br />
‘’Esse foi o momento quando o método no design<br />
apareceu como uma opção que aponta para o papel do<br />
designer como integrador de equipes multidisciplinares e<br />
atividades distribuídas no tempo”, afirma H.d.Mabuse,<br />
consultor do CESAR.<br />
Segundo Clarissa Soter, professora do Mestrado<br />
Profissional em Design do CESAR, através do design é<br />
possível olhar o empreendimento como um todo. “Ao<br />
trabalhar com o design você amplia e planeja os<br />
processos. Tudo começa a ser feito de forma<br />
sistematizada. É algo já muito usado no Design Thinking,<br />
que é o conjunto de métodos e processos para abordar<br />
problemas, fazer a análise e propor soluções”, afirma. A<br />
percepção da atividade de design na prática empresarial<br />
começa a ganhar força uma vez que a inovação vira peça<br />
fundamental para sobrevivência no mercado. “O design<br />
deixa de ter apenas uma função operacional e atua<br />
também como diferencial competitivo e estratégico capaz<br />
de fomentar a inovação”, afirma Lucas Mendes, Diretor de<br />
Produto da IMPLY.<br />
Segundo Mabuse, o design pode atuar como um<br />
integrador de vários saberes que serão utilizados como<br />
ferramentas dependendo de contexto e problemas a<br />
serem tratados. “Estamos falando da facilidade de<br />
transposição de conhecimentos das ciências humanas -<br />
fortemente psicologia, antropologia e sociologia - até<br />
práticas nascidas no dia a dia das comunidades com as<br />
quais o projeto se desenvolve”.
27<br />
Lucas Mendes<br />
A gestão do design relaciona-se<br />
diretamente ao processo de<br />
mudança do modelo gerencial<br />
convencional e hierárquico, para um<br />
modelo organizacional plano e<br />
flexível, mais informal, que encoraja<br />
a iniciativa individual, a<br />
independência e a tomada de<br />
riscos. É o modelo de pensamento<br />
orientado pelo design, com o qual<br />
são abordados os problemas e<br />
conduzidos os projetos, que propõe<br />
soluções de forma iterativa<br />
(processos contínuos), estimula a<br />
criatividade e a inovação. “A gestão<br />
por meio dos princípios do design<br />
possibilita aos profissionais a<br />
oportunidade de participar, cocriar e<br />
explorar novas possibilidades”,<br />
finaliza Clarissa.<br />
H.d. Mabuse<br />
Clarissa Soter
28<br />
PROGRAMA SUMMER JOB<br />
Fotos Divulgação<br />
O CESAR Summer Job teve sua primeira edição internacional,<br />
com a participação de estudantes dos países Canadá, Estados<br />
Unidos, China, Vietnã e Omã. O programa tem o objetivo de<br />
estimular o intercâmbio de conhecimento entre o instituto de<br />
inovação e instituições de ensino, oferecer experiência prática<br />
aos estudantes, identificar talentos e promover a interação entre<br />
alunos e empresas na busca por soluções para problemas reais<br />
de mercado. Foram no total 32 estudantes. Além dos<br />
estrangeiros, alunos das principais universidades dos estados<br />
de Pernambuco, Alagoas, Amazonas, Distrito Federal e São<br />
Paulo, participaram da edição 2017.2.<br />
Participaram do programa as empresas Dotz, Genomika, Liberty<br />
Seguros, Oi Futuro, Sonae, Unilever e Visa. Os estudantes,<br />
orientados por mentores de Tecnologia, Design e Negócios do<br />
CESAR, elaboraram projetos inovadores para essas<br />
organizações.
CESAR oferece cursos<br />
de graduação<br />
A seleção para estudar nos cursos de Ciência da Computação<br />
e Design acontece ainda este ano.<br />
29<br />
Agora é oficial. Quem quiser estudar Ciência da<br />
Computação e Design pode contar com a expertise do<br />
CESAR. É que ainda este semestre o instituto de inovação<br />
fará a primeira seleção para os cursos de graduação. Com<br />
isso, o braço educacional do CESAR amplia a sua atuação,<br />
que hoje já conta com mestrados profissionais,<br />
especializações, cursos de extensão e online. Os cursos<br />
de graduação vão seguir a metodologia PBL - Ensino<br />
Baseado em Problemas, além de oferecer um novo<br />
conceito de ensino superior, com proposta educacional<br />
empreendedora e inovadora.<br />
“Na primeira semana de aula os alunos não ficarão em sala.<br />
Vamos levá-los para conhecer os problemas reais da<br />
sociedade. Faremos visitas aos hospitais, estações de<br />
metrô e de ônibus, caminharemos pelas ruas e veremos as<br />
necessidades da população. Os estudos serão em cima<br />
dessas vivências”, afirma Sergio Cavalcante,<br />
superintendente do CESAR.<br />
O objetivo com os cursos de graduação é formar<br />
profissionais inovadores, indivíduos protagonistas que<br />
tenham uma visão empreendedora de negócios digitais e<br />
capazes de fomentar e executar projetos que tragam<br />
mudanças relevantes para a sociedade.<br />
Segundo Sergio, para se propiciar uma formação<br />
profissional com o perfil que o mercado busca nos dias de<br />
hoje é preciso ambiente (interno e externo), projeto<br />
pedagógico e infraestruturas específicas. “Nossos alunos<br />
terão uma formação focada nos interesses das empresas,<br />
atuais e futuras, tanto do ponto de vista técnico quanto das<br />
habilidades intra e inter-pessoais, como protagonismo,<br />
liderança, teamwork e auto-empreendedorismo”.<br />
A área de educação do CESAR ainda conta com um<br />
diferencial com relação a outras instituições de ensino, pois<br />
faz parte do Porto Digital - um dos principais parques<br />
tecnológicos e ambientes de inovação do Brasil composto<br />
por mais de 250 empresas. Nesse contexto, o CESAR está<br />
conectado com centenas de outras empresas, nacionais e<br />
internacionais, o que possibilita aproximar tanto as<br />
demandas reais quanto as necessidades de<br />
desenvolvimento de competências e habilidades exigidas<br />
pelo mercado. “Também contamos com 21 anos de<br />
experiência em trabalhar com inovação,<br />
empreendedorismo e startups, tendo criado dezenas de<br />
empresas e executado milhares de projetos de concepção<br />
e desenvolvimento”, finaliza Sergio.
Sua<br />
pós-graduação<br />
em um dos maiores<br />
centros de inovação<br />
do Brasil<br />
CURSOS<br />
Gestão Ágil de Projetos<br />
Segurança da Informação em Engenharia de Software<br />
Tecnologia, Inovação e Inteligência<br />
Design de Interação para Artefatos Digitais<br />
Internet of Things<br />
Desenvolvimento de Aplicações Móveis<br />
inscrições<br />
abertas<br />
Ligue ;)<br />
81 3419-6700<br />
www.faculdade<strong>cesar</strong>.com.br<br />
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#estudenoCESAR<br />
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Rua do Brum, 77 - Bairro do Recife<br />
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