Relatos de Mujeres que Luchan

Ana Luisa Séneca Pérez
No lo entiendes...
El miedo a las miradas
Cambiar falda por pantalón
Cruzar a la calle con luz
Usar sólo un audífono
Abrazar la bolsa en mi pecho
Caminar rápidamente
No lo entiendes
No haces nada...
Cuando el compa dice
que tu ex es una puta
Si ves el pack de tu amiga
rolando en grupos de whats
Al ver tu brother manoseando
a la chica alcoholizada
No lo vives...
Las palabras lascivas
que te grita un extraño
Que una mano desconocida
ultraje tus pechos
Y alguien en el transporte
te eyacule por detrás
Entonces no critiques
La ira de mis hermanas
reflejada en las paredes
El dolor ante una hija desmembrada
que tiñe de rojo las calles
Rompiendo vidrios en espera eterna
que la justicia les llegue

Y O N O S O Y E L P R O B L E M A
S e n t a d a e n e l p i s o , c o n l a s p i e r n a s c r u z a d a s , m i r a e l
e s t r e c h o l u g a r q u e l e s o b r a a l o s c u r o c l ó s e t .
L e v a n t a l a m i r a d a y p e r c i b e u n a a b i s m a p r o f u n d i d a d q u e
l e a s u s t a p o r p a r e c e r i n a l c a n z a b l e , a l t o y l e j a n o a l a v e z .
P o r f i n s u e l t a l a m u ñ e c a p á l i d a y r u b i a c o n l a q u e j u g a b a ,
d á n d o s e c u e n t a q u e l a h a a p r e t a d o t a n f u e r t e q u e s u
m a n o s e h a e n r o j e c i d o .
E n t r e s u s p i r o s y a d m i r a c i ó n , s e r e s i g n a p o r q u e j a m a s
s e r á t a n d e l g a d a y b e l l a c o m o s u m u ñ e c a .
Y c o n e l p r i m e r b o s t e z o c o m i e n z a a r e o r d e n a r s u g r a n
c a s a d e m u ñ e c a s , a s í c o m o h a p u e s t o c a d a c o s a e n s u
l u g a r , s e d i s p o n e a a m o n t o n a r l a s t o d a s p a r a q u e q u e p a n
e n e s e e s p a c i o o s c u r o y e s t r e c h o d e s t i n a d o a g u a r d a r l o s
j u g u e t e s .
U n s u s p i r o y u n g e m i d o a n u n c i a q u e L u l y p o r f i n h a
c u m p l i d o . H a a l z a d o s u c u a r t o , g u a r d a d o l o s u y o p a r a n o
e s t o r b a r , n o i m p e d i r e l p a s o y d e j a r l i b r e e l c a m i n o p a r a
q u i e n q u i e r a u s a r l o .
O y e u n g r i t o , p r o v i e n e d e l a c o c i n a , e s t á e n e l p i s o d e
a b a j o y c l a r a m e n t e e s c u c h a ¡ L U R D E S !
S e l e e r i z a l a p i e l , c o n t r a e e l e s t ó m a g o y s e e n v u e l v e e n
s í m i s m a .
B a j a l a s e s c a l e r a s c o n e l m i e d o e n l a g a r g a n t a y
r e m e m o r a q u é e s l o q u e h a h e c h o m a l , q u é f a l t ó , s i d e j ó
a l g o t i r a d o o s u c i o y c u a n d o v e a s u m a d r e e l t e m o r s e
c o n f i r m a s e h a e q u i v o c a d o .
M i r a e l m a n o t e o , l a s s e ñ a s c o n l o s d e d o s , l o s g r i t o s q u e
s e s i g u e n u n o s a o t r o s y q u e l e v a n i n f l a n d o e l e s t ó m a g o
c o m o g l o b o a r e v e n t a r .
D e r e p e n t e d i r i g e l a m i r a d a h a c i a e l p i s o , u n r e f u g i o a n t e
l a v o z d e r e c h a z o , l o s i n s u l t o s q u e l e r e c u e r d a n s u
i n s u f i c i e n c i a . I n t e n t a d e c i r a l g o p e r o l a v o z d e s u m a d r e
l e h a c e c a l l a r i n m e d i a t a m e n t e , s u s o j o s s e l l e n a n d e a g u a
y l a s a m í g d a l a s h i e r v e n t a n f u e r t e q u e p a r e c e n a p u n t o
d e e x p l o t a r .

E s c u c h a c o n c l a r i d a d q u e n o i r á a l s i t i o p r o m e t i d o , p o r
e l q u e t a n t o s e h a e s f o r z a d o l o p i e r d e p o r u n o c h o , u n
m a l d i t o o c h o , q u e a e l l a l e s u p o a d i e z . P e r o q u e h a
o j o s f a t a l e s d e s u m a d r e m a n c h a n l a c u a d r a t u r a d e l a
b o l e t a t a n l l e n a d e b o l a s y p a l o s , t a c h e s , a c o m o d a d o s
p a r a n o m o l e s t a r a s u e s p e c t a d o r a .
L u l y c o r r e e s c a l e r a s a r r i b a y s e t i e n d e e n l a c a m a a
l l o r a r , d e s c o n s o l a d a p o r l a i n j u s t i c i a q u e h a v i v i d o .
H a s i d o t a n t a l l u v i a q u e e l s u e ñ o l e h a v e n c i d o .
D e s p i e r t a c o n e l s o n i d o d e l m a r y l a v i s t a e n u n i n m e n s o
m u e l l e . M i r a a s u l a d o a u n a m u j e r a l t a , c a s t a ñ a ,
c u r v i l í n e a , m o r e n a , q u e j u e g a a m e t e r l o s p i e s e n l a
a r e n a . E l l a n o t a q u e L u l y h a d e s p e r t a d o y c o n o j o s d e
a m o r l e d i c e q u e e s t é t r a n q u i l a , q u e y a e s t á s e g u r a , q u e
s i n e c e s i t a a a l g u i e n c o n e l l a y u n r e f r e s c o Y o l i , s u
f a v o r i t o , a h í e s t a r á .
L e a c a r i c i a e l c a b e l l o y l e e r e c u e r d a q u e n ú m e r o n o
d e f i n i r á j a m á s s u v a l o r . Q u e c o n f í e e n s í m i s m a p o r q u e
t o d o l o q u e p i e n s a e l l a p u e d e o í r l o , a u n q u e s u m a d r e n o
e s t é l i s t a , a l g ú n d í a l o e s t a r á .
L u l y e s t á c o n f u n d i d a y l e m i r a e l l u n a r e n e l o j o
d e r e c h o , i d é n t i c o a l s u y o , e n e l m i s m o l u g a r .
L a m u j e r q u e l a a b r a z a y d i c e q u e n o e s t á s o l a , q u e e s t á
a h í c o n e l l a y q u e c a d a q u e s e s i e n t a r e c h a z a d a o n o
a m a d a e l l a e s t a r á a h í , e s e l l a m i s m a .
U n d í a v e n d r á s a e s t a p l a y a , l e d i c e l a b e l l a m u j e r , y
p o d r á s p a r a r t e p a r a d i s f r u t a r l a s o l e d a d q u e a h o r a t e
a t e r r a t a n t o . T e m e r á s a a g u a y d i s f r u t a r á s d e t u s b r a z o s
y p i e r n a s c o m o j a m á s l o h a s h e c h o .
P e r o t e n p a c i e n c i a , e r e s m u y f u e r t e p a r a o t r a s y o t r e s ,
t e h a c e f a l t a a p r e n d e r a r e c o n o c e r l o .
¿ C ó m o e s t á t u e s t ó m a g o ?
L u l y c o n t e s t a q u e h a d e j a d o d e d o l e r l e .
E s o d e b e s h a c e r , e s c u c h a r t e , a b r a z a r t e y v a l i d a r t e ,
c o m o a h o r a l o h a g o c o n t i g o .
U n ú l t i m o a b r a z o s e l l a l a v i t a l i d a d d e u n a c l a v e d e v i d a
q u e e l l a m i s m a s e d i o : y o n o s o y e l p r o b l e m a .
- Luna
(Charlotte Burgueño)

E l l a n o e s e l p r o b l e m a
por Pele
Denisse salazar
La historia presente es sobre esta mujer, fuerte, pero que no sabe reconocer su valor, que sabe
que dentro de ella habita una luz impresionante, que jamás nada la ha detenido. Que se ha
mantenido de pie pero a punto de quebrarse muchas veces porque ha cargado con el dolor
de heridas provocadas por estos hombres, ella no se reconoce, se siente perdida, se siente
víctima, aunque ella jamás se ha querido llamar así misma como tal.
Ella esta pasando por una tormenta de mente y alma, causada por la ansiedad y recuerdos
de un abuso sexual que sufrió cuando tenia 9 años; por una relación tóxica donde le dijeron
que ella no valía nada, y otros recuerdos sobre hombres que han intentado tocarla sin su
consentimiento.
Ella está sumida en estos recuerdos y no la dejan respirar. Ella quiere reencontrarse, quiere
amarse, quiere saber que no es víctima, que es una guerrera, que espera jamás llamarse
víctima otra vez.
Ella quiere sumergirse en tanto amor propio para jamás nadie vuelva a tener control sobre
ella más que ella misma, quiere respirar y vivir y sentirse libre y sentirse a salvo en sí
misma. Quiere ser su fuerte, su hogar, su luz, su salvavidas, quiere ser sorora y quiere ser
feliz.
Ella quiere reconocerse por ser valiente y quiere darle a su alma y mente la fuerza y la paz
que necesitan para ella volver a ser, ser mejor y salir de nuevo con más brillo y valor que
nunca.
Ella no es el problema

Y O N O S O Y E L P R O B L E M A
Decidir libre, sin capas de manipulación, a consciencia. Teme dañar, teme no
devolver lo que recibe, teme no merecer, mientras tanto, es extremadamente
creativa, analítica y perspicaz. Se adapta y soluciona. Su objetivo es disfrutar de
sus deseos, de lo que decide para sí misma, de lo que sueña como agradable,
como valedora de la pena de haber pisado este mundo. La compañía de lo que le
agrada, de personas, de animales, de actividades, de espacios y lugares, de cosas,
de momentos de descubrimiento y aprendizaje. De valorar lo que nutre y
manifestaciones de que en la vida podemos crear y reconocer, tal vez para luchar
por tiempos para disfrutar.
Dispuesta para trabajar en su persona cada día, de tomar aire, de sentirse, de ser
honesta.
Camina con peso determinado y consistente, con una huella sutil.
Viste narrando contradicciones con armonía.
Yo no soy el problema.
D i n a m i t
D i n a m i t
a

Yo no soy el problema
Soy una en un mundo pintado
de azul.
Una dentro de muchas
coloras.
Soy la sonrisa de mis alegrías,
pero también las lágrimas de
mis temores.
No quiero sólo ver el color
azul; vivir cegada por ese
color que predomina... como
si no diera cuenta de que
este mundo es azul por
imposición y desde nuestra
creación.
Y es que el azul es un color
asombroso, se nota aunque
nos obliguen a ver, sentir,
ser, amar, pensar y ser libres
bajo el mismo azul.
¿Qué hay de los otros
colores? Los que también
conforman el mundo
son invisibles
¿En dónde estar para no
sentirme invadida y hostigada
por ese azul?
¿Dónde puedo ser libre sin
sentir miedo, angustia,
desesperación por la ira del
azul oscuro?
Quisiera ser parte del azul,
pero del indefinido, del que no
lo es todo en el mundo.
No quiero que el azul se
disfrace de claro y me tome a
la fuerza para limitarme a
vivir en el mundo que él pinta,
azul rey.
Cierro los ojos y deseo que
el mundo tenga más
colores, donde me sienta
fuerte, como el verde
o protegida y amada como
con el morado.
Que mis colores y las
nuevas generaciones
vivan el arcoíris, gocen de
la diversidad, la elección,
pensamientos y
tranquilidad.
Que sean conscientes que
el color azul importa pero
no más que otras colorar.
Por eso decido tomar en la
mano la punta de mi
colora de alado, para que
los salpicones, brochazos o
lo que sea que hagamos,
sea para pintar el mundo
de más coloras
porque
yo no soy el problema
Bellamy
Ariadna Arcos

Ella no es el problema
Apipiyalotl
Bellu, de cabello largo y castaño, ojos grandes, piel blanca, con más
curvas que el promedio, se encontraba sentada cerca del agua, como
usualmente podías encontrarla , mirando la nada, sintiendo la brisa de
aquella corriente, sus pensamientos no están ahí con ella, le pasa que
ve la vida sin sentir que ha logrado algo más allá, ella que ha luchado y
se ha enfrentado a muchas cosas por conseguir lo que quiere, hoy se
encuentra sin saber eso: ¿qué es lo que quiere?, -¿Realmente ya no hay
nada más que pueda hacer?- Es el único pensamiento que la acompaña.
Su terquedad, su ansiedad por todo y por nada, su impaciencia, sus
emociones desbordadas, las voces masculinas del pasado que le repiten
constantemente : “No debes ser eso” “No puedes hacerlo” “Te vas a
arrepentir” le nublan la visión sobre lo que es y sobre lo que podría
llegar a ser y hacer. Bellu se sabe disciplinada, organizada, empática y
amorosa, buena en lo que hace sin embargo ahora solo piensa en que
esas voces tal vez tenían razón, esa razón de no deber ser lo que ella
soñaba, de ser aquella que ahora es minimizada por lo mismo, porque
realiza un trabajo que “Está bien fácil” y que además “Es mujer y pues
para eso están”
Regresó a aquellos tiempos donde fue niña y vivió con todo a su
alrededor, pero con la necesidad de hacer de todo para complacer, era
difícil saber si lo hacía bien, normalmente se esforzaba buscando la
aprobación en cada ¨logro que alcanzaba¨ pero siempre conseguía más
criticas que alabanzas.
El agua que la acompaña le muestra en el fondo a la mujer en la que se
ha convertido, que gracias a esas críticas ella aprendió a no quedarse
callada, ella aprendió a estar sola pero acompañándose, ella se
reconoce y se valida como mujer pero más allá de ese rol impuesto de su
profesión, esa mujer que tal vez ahora sienta que no hay más pero que al
final también lo logrará porqué al final ella no es el problema.