A música dos pianistas de Salvador
A música dos pianistas de Salvador
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exemplo, a faz lembrar <strong>de</strong> um <strong>dos</strong> Festivais <strong>de</strong> Música Instrumental da Bahia que<br />
assistiu, especificamente <strong>de</strong> uma <strong>música</strong> <strong>de</strong> um grupo que não lembra exatamente qual.<br />
Apesar da imprecisão quando se refere ao evento que assistiu, tem consciência da<br />
similarida<strong>de</strong> entre as sensações que teve assistindo à apresentação e ouvindo a sua<br />
própria <strong>música</strong>. Outras influências <strong>de</strong> Contorno citadas por Kadija são a <strong>música</strong> Beira<br />
Mar, <strong>de</strong> Ricardo Silveira (no Cd High life), e o Cd Jabutirana, do violonista Kiko<br />
Matos.<br />
Um <strong>dos</strong> compositores que Kadija mais admira é Bach. Sob influência da<br />
<strong>música</strong> do mestre alemão, pensa em conceber uma peça “erudita” que carregue também<br />
traços regionais e elementos contemporâneos, sempre carregada da marcação rítmica<br />
característica do seu trabalho.<br />
O tempo <strong>de</strong> concepção das suas <strong>música</strong>s é em geral bem curto. Contorno,<br />
por exemplo, já estava pronta quando se dirigiu ao piano. Surgiu num fluxo <strong>de</strong><br />
inspiração enquanto contemplava a vista proporcionada pela avenida litorânea que<br />
emprestou o nome à peça. Outras duas (Ensaio e Ma<strong>de</strong> in Brasil) foram concebidas em<br />
intervalos <strong>de</strong> ensaio e gravação.<br />
Falando <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s profissionais e arte, Kadija revela que as situações<br />
cotidianas <strong>de</strong> trabalho nem sempre dão o prazer que ela encontra compondo a <strong>música</strong><br />
que gosta <strong>de</strong> ouvir e <strong>de</strong> tocar. Sentada em um bom piano não vê as horas passarem. Para<br />
ela, compor é contribuir. É fazer uma <strong>música</strong> que lhe dê prazer e que possa dar prazer<br />
aos outros: “São <strong>música</strong>s que eu gosto. Eu faço uma <strong>música</strong> que eu goste <strong>de</strong> ouvir, que<br />
eu goste <strong>de</strong> tocar, que eu sinta prazer (...)”. É também <strong>de</strong>ixar uma marca sua no mundo<br />
da <strong>música</strong>. Assim como ela gosta das influências que citou, gosta da sua própria <strong>música</strong><br />
e acredita que outros po<strong>de</strong>m gostar.<br />
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