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Baixar íntegra, em pdf - Apufsc-Sindical

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4 Boletim da <strong>Apufsc</strong> Florianópolis, 8 de set<strong>em</strong>bro de 2009 5<br />

Andes e Proifes relatam mais uma reunião sobre carreira<br />

Na última quinta-feira, dia 3, houve reunião que deu continuidade à negociação sobre Carreira Docente entre Ministério do Planejamento, MEC,<br />

Proifes e Andes. Confira nos dois textos abaixo os relatos do encontro elaborado pelos dois representantes dos professores, Andes e Proifes<br />

Andes Proifes<br />

A reunião que havia sido agendada para as 16 horas começou<br />

às 17h30 com o sr. Duvanier Ferreira, secretário da SRH/MPOG,<br />

afi rmando que a intenção era retomar o debate havido nas reuniões<br />

anteriores. Reiterou, ainda, a necessidade de focar a discussão<br />

nos pontos trabalhados no dia 25 de agosto, para dar conta do<br />

compromisso dentro do t<strong>em</strong>po exíguo que existe para concluir<br />

o Projeto de Lei, a fi m de encaminhá-lo ao Congresso Nacional.<br />

Concluiu sua exposição inicial dizendo-se disposto a ouvir as críticas<br />

e sugestões das entidades sobre a segunda versão de minuta<br />

de regulamentação da DE.<br />

Em seguida, apresentou pela terceira vez a proposta de alteração<br />

(reestruturação) na carreira do ensino superior, por meio<br />

da criação da classe de professor sênior, composta de quatro<br />

níveis e introduzida no topo da carreira. Apresentou, também, a<br />

proposição para a criação de dois adicionais – pós Lato Sensu e<br />

preceptoria -, b<strong>em</strong> como reafi rmou a proposição de estabelecer a<br />

r<strong>em</strong>uneração por projetos.<br />

A representação do Andes-SN fez sua intervenção reafi rmando<br />

as avaliações feitas pelo 54 o Conad sobre o t<strong>em</strong>a e que a<br />

proposta não cont<strong>em</strong>plava a concepção de universidade que a<br />

entidade defende e afi rmou que, <strong>em</strong> síntese, a minuta deixa para<br />

o docente a responsabilidade para a recuperação salarial e pelo<br />

fi nanciamento da manutenção e expansão da universidade, visto<br />

que o ministro da educação havia anunciado a alocação total dos<br />

recursos para a implantação do Reuni. Por fi m, solicitou que a<br />

representação do governo explicitasse os motivos para propor<br />

regulamentação do regime de trabalho da Dedicação Exclusiva.<br />

Indagou, também, sobre qual o motivo de uma nova classe na<br />

carreira. Por que no topo? Por que não na base? Como fi ca a<br />

carreira da Educação Básica?<br />

Em sua resposta o Sr. Duvanier disse que o governo considera<br />

estratégico o investimento <strong>em</strong> educação e que fez grande esforço<br />

para recompor os salários do magistério. Negou que era intenção<br />

do governo atribuir responsabilidade aos docentes,<br />

na busca da melhoria salarial. Por sua vez, a sra.<br />

Nina fez uma defesa ve<strong>em</strong>ente das ações do governo<br />

Lula na área da educação, afi rmando que na era<br />

FHC a visão de universidade inseria-se no sentido<br />

neoliberal de privatização e s<strong>em</strong> controle social.<br />

Segundo ela, este era um dos motivos da quebra generalizada<br />

do cumprimento da DE e que o governo<br />

Lula estava reconstruindo a Universidade Brasileira.<br />

Sobre carreira a sra. Nina fez a defesa incisiva da<br />

proposta de criação da classe de professor sênior,<br />

argumentando, com o apoio da representação do Proifes, que<br />

a não criação da nova classe tende a desestimular o docente a<br />

desenvolver suas atribuições. Argumentou, ainda, que a carreira<br />

docente deve ter amplitude para toda a vida funcional.<br />

Neste ponto a representação do Andes enfatizou que o não<br />

cumprimento da DE, por parte dos docentes, e a pretensa equalização,<br />

no topo da carreira, com a r<strong>em</strong>uneração dos integrantes da<br />

carreira de C&T, são sintomas inequívocos da baixa r<strong>em</strong>uneração<br />

do magistério. Neste sentido, a minuta de regulamentação da DE,<br />

ANDES<br />

reafirmou<br />

defesa da<br />

carreira única<br />

para docentes<br />

a introdução de mais uma classe, a r<strong>em</strong>uneração por projetos e os<br />

dois adicionais apontariam claramente para a quebra da paridade<br />

entre ativos e aposentados e a desresponsabilização, por parte<br />

do governo, com os salários e o fi nanciamento da universidade<br />

pública.<br />

Reafi rmamos, ainda, a defesa da carreira única para os docentes<br />

do magistério do Ensino Superior e Básico tendo <strong>em</strong> vista que<br />

as Universidades Federais e os Institutos Federais têm arcabouço<br />

jurídico-institucional, b<strong>em</strong> como, atribuições similares. O governo<br />

refutou, dizendo que as duas carreiras têm funções, objetivos<br />

e características diferentes e, portanto não aceita discutir carreira<br />

única.<br />

Neste instante, Sr. Duvanier retomou a palavra, repetindo a<br />

afi rmação feita no início da reunião sobre a compreensão que o<br />

governo possui a respeito da negociação, que entende ser o exercício<br />

do diálogo e que pode ou não resultar <strong>em</strong> acordo. Afi rmou<br />

que faz acordo qu<strong>em</strong> t<strong>em</strong> competência política para tal, repetindo<br />

esta mesma expressão várias vezes durante a reunião.<br />

Nossa representação cobrou novamente a explicitação, junto<br />

aos setores de recursos humanos das universidades, das normas<br />

existentes para progressão da carreira do Ensino Básico, que<br />

prevê o interstício de 18 meses para a progressão entre níveis.<br />

Cobrou, também, o fornecimento da base de dados das duas<br />

carreiras do magistério federal.<br />

Quanto à questão da progressão <strong>em</strong> 18 meses o representante<br />

do MEC prometeu uma instrução normativa para breve, que<br />

seria construída com o MPOG, objetivando solucionar de forma<br />

defi nitiva esta questão. Referente à base de dados, sr. Duvanier<br />

repetiu a fala da reunião anterior: t<strong>em</strong> difi culdades por questão<br />

de sigilo, mas que bastava solicitar. A secretária geral do Andes<br />

afi rmou que na s<strong>em</strong>ana passada já havia encaminhado ofício<br />

reiterando os diversos pedido neste sentido, ao que o sr. Duvanier<br />

disse que desconhecia. O governo se comprometeu <strong>em</strong> apresentar<br />

a relação dos dados que pod<strong>em</strong> ser fornecidos, até o<br />

dia 11 de set<strong>em</strong>bro e que caberá a entidade avaliar a<br />

utilidade dos mesmos.<br />

Ao fi nal da reunião a representação do Proifes,<br />

elencou uma série de itens <strong>em</strong> que haveria consenso<br />

com as posições governamentais, no que não foi<br />

desmentido pelos representantes do governo.<br />

Por fi m o MEC explicitou que apresentará um<br />

pacote de medidas que é denominada de agenda<br />

da autonomia. Este pacote será composto por nove<br />

“diplomas legais”, tais como: Decreto sobre fi nanciamento<br />

das Ifes; decreto de regulamentação das fundações “ditas<br />

de apoio”; regulamentação dos projetos institucionais de pesquisa<br />

e extensão; equivalência entre as carreiras; cartão de pesquisador;<br />

banco de técnicos equivalentes; regulamentação para apropriação,<br />

pelas IFES, de recursos próprios, dentre outros.<br />

Por fi m, foi assumido pelo sr. Duvanier P. Ferreira, o compromisso<br />

de apresentar até o dia 11 de set<strong>em</strong>bro a minuta das<br />

propostas <strong>em</strong> elaboração, sinalizando <strong>em</strong> realizar nova reunião,<br />

possivelmente no dia 18 de set<strong>em</strong>bro.<br />

Gil Vicente apresentou os princípios que fundamentam a<br />

proposta de Carreira do Proifes. Rel<strong>em</strong>brou a realidade vigente <strong>em</strong><br />

janeiro de 2006, <strong>em</strong> que os professores ingressantes com doutorado<br />

entravam nas Ifes como adjunto 1 e, <strong>em</strong> 6 anos, chegavam ao fi m<br />

da Carreira, uma situação absurda, tendo <strong>em</strong> vista que seu t<strong>em</strong>po<br />

de permanência até a aposentadoria é de 30 anos (mulheres) ou 35<br />

anos (homens). Essa situação – continuou ele – melhorou com a<br />

criação das classes de associado (Ensino Superior – ES) e professor<br />

especial (EBTT), então defendida pelo Proifes, mas ainda assim os<br />

docentes doutores chegam atualmente ao fi m da Carreira <strong>em</strong> 14<br />

anos.<br />

A criação de uma nova classe, segundo o presidente do Proifes,<br />

conjugada com a equiparação do piso e do teto r<strong>em</strong>uneratório aos<br />

maiores salários do executivo (respectivamente cerca de 5 mil reais<br />

e 15 mil reais), como reivindica a entidade, trará aos<br />

professores e à profi ssão um forte incentivo, “Entretanto,<br />

essa atualização da Carreira não pode ser feita<br />

à custa de prejuízos aos professores mais antigos, <strong>em</strong><br />

especial aos já aposentados, que ajudaram a construir<br />

a Universidade – é por isso que defend<strong>em</strong>os que<br />

o enquadramento se dê de forma que os docentes<br />

fi qu<strong>em</strong>, na Carreira reestruturada, ‘à mesma distância’<br />

<strong>em</strong> que estão hoje <strong>em</strong> relação ao topo, proposta<br />

essa que, pelo que o secretário de Recursos Humanos<br />

do Ministério do Planejamento, Duvanier Ferreira,<br />

afi rmou na reunião passada, confi gura uma forte divergência entre<br />

o Proifes e o governo”, afi rmou Gil Vicente.<br />

O presidente do proifes defendeu também a revisão da progressão<br />

ocorrida <strong>em</strong> 2006, <strong>em</strong> que os adjuntos 4, independent<strong>em</strong>ente<br />

de sua trajetória acadêmica anterior, puderam chegar apenas a<br />

associado 1. A seguir, defendeu os d<strong>em</strong>ais princípios da proposta<br />

do Proifes: todos os professores dev<strong>em</strong> poder chegar ao topo da<br />

Carreira, independent<strong>em</strong>ente de sua titulação, mediante progressão<br />

por mérito; o interstício na Carreira do ES deve ser também de 18<br />

meses, como já é na Carreira de EBTT; deve-se continuar a buscar<br />

a convergência entre as Carreiras do ES e do EBTT, o que signifi ca,<br />

entre outros pontos,<br />

criar mais três níveis<br />

PRESENTES<br />

Pelo MPOG: Secretário SRH Duvanier<br />

Ferreira, Assessores: Maria<br />

do Socorro M. Carmo, Cláudia<br />

Couto Rosa e Maria Lucia de<br />

Matos Félix Silva<br />

Pelo MEC: Marcos Aurélio Brito<br />

(Sesu)<br />

Pelo Andes-SN: Fernando Pires, Alberto<br />

Franke e Hélcio Q. Braga<br />

Pelo Proifes: Gil Vicente, José Eduardo<br />

e Vilmar Locatelli.<br />

na classe D4 e mais<br />

um nível na classe D5<br />

(EBTT), com equivalência<br />

estrutural e<br />

r<strong>em</strong>uneratória entre as<br />

duas Carreiras; dev<strong>em</strong><br />

ser extintas todas as<br />

gratifi cações; e, por<br />

fi m, deve haver continuidade<br />

do regime de<br />

Dedicação Exclusiva<br />

(o que aparent<strong>em</strong>ente<br />

está garantido, a julgar<br />

pelo posicionamento<br />

do Governo, que<br />

APOSENTADO<br />

não pode<br />

pagar pela<br />

atualização da<br />

carreira<br />

recuou de sua posição inicial).<br />

Sobre a regulamentação da Dedicação Exclusiva, Gil Vicente<br />

considerou positiva a direção apontada pela proposta no que se<br />

refere à superação do papel muitas vezes nocivo das Fundações de<br />

Apoio nas Ifes, passando-se a ter a gerência de recursos próprios, de<br />

forma autônoma, pelas próprias instituições, sob controle d<strong>em</strong>ocrático<br />

de suas instâncias deliberativas internas. O presidente do<br />

Proifes disse que não é sufi ciente o que está estabelecido na proposta<br />

do governo, que estipula que o total recebido do professor não<br />

pode ultrapassar o teto de vencimentos do funcionalismo público<br />

(cerca de 24 mil reais): “Não faz sentido, por ex<strong>em</strong>plo, um professor<br />

DE receber 6 mil reais como r<strong>em</strong>uneração e 18.000 reais como<br />

compl<strong>em</strong>entação salarial – isso fará com que, na prática, não haja<br />

Dedicação Exclusiva à Ifes”, concluiu Gil Vicente.<br />

Gil Vicente expressou a preocupação com o en-<br />

caminhamento dos debates. L<strong>em</strong>brou: “O secretário<br />

nos informou na reunião passada que um PL será<br />

enviado ‘proximamente’ ao Congresso Nacional”. E<br />

ponderou: “Portanto, é fundamental garantir que<br />

haja t<strong>em</strong>po para debater as divergências existentes,<br />

que precisarão ser discutidas com mais vagar, não devendo,<br />

<strong>em</strong> relação a isso, ser adotada uma defi nição<br />

precoce no corpo do PL”. Listou então pontos <strong>em</strong> que<br />

parece ser possível avançar para posições convergentes:<br />

equiparação r<strong>em</strong>uneratória com a Carreira de<br />

Ciência e Tecnologia; interstício de 18 meses no Ensino Superior;<br />

criação de nova classe / níveis no EB e EBTT; continuidade do<br />

processo de buscar aproximação entre ES e EBTT, com igualdade<br />

estrutural e de r<strong>em</strong>uneração; e manutenção do regime de Dedicação<br />

Exclusiva. O presidente do Proifes enfatizou a solicitação de sua<br />

entidade de que não sejam encaminhadas posições não consensuais,<br />

como as relativas ao enquadramento e à progressão, s<strong>em</strong> que<br />

o debate possa ser aprofundado ao longo de um t<strong>em</strong>po maior de<br />

discussão, posto que esse encaminhamento macularia grav<strong>em</strong>ente<br />

a proposta como um todo, ao desconsiderar os docentes mais antigos,<br />

<strong>em</strong> particular os aposentados.<br />

O secretário Duvanier, respondendo à fala do Proifes, disse que,<br />

de fato, o PL terá que ser enviado <strong>em</strong> futuro próximo ao Congresso<br />

Nacional, e que há pontos que pod<strong>em</strong> ser objeto de debate posterior,<br />

com regulamentações de natureza infralegal – e que há outros<br />

pontos que não, que já têm que ser defi nidos no corpo do PL.<br />

Assim, aceita buscar identifi car esses pontos, no sentido de que seja<br />

possível “fechar o PL – ou não”. Comprometeu-se Duvanier, então,<br />

a enviar às entidades, até o dia 11 de set<strong>em</strong>bro próximo, documento<br />

com os pontos e o formato <strong>em</strong> que serão tratados no PL.<br />

O Proifes solicitou que a reunião seguinte fosse marcada com<br />

pelo menos uma s<strong>em</strong>ana de intervalo, ou seja, no dia 18 de set<strong>em</strong>bro,<br />

de forma que a entidade tivesse t<strong>em</strong>po de analisar o documento<br />

recebido. O Secretário acatou a solicitação, mas disse que<br />

precisaria analisar ainda a agenda do MPOG para fi xar a data da<br />

próxima Mesa, que será comunicada <strong>em</strong> breve às entidades.<br />

A <strong>íntegra</strong> do texto está disponível <strong>em</strong> www.apufsc.ufsc.br.

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