Download - Recursos Genéticos Vegetais
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INTRODUÇÃO GERAL<br />
A melancia pertence ao gênero Citrullus e à família Cucurbitaceae. Esse gênero é<br />
constituído de cinco espécies nativas diplóides (2n = 22): C. ecirrhosus Cogn., C.<br />
colocynthis (L.) Schrad., C. rehmii de Winter, C. naudinianus (Sond.) Hook.f. e C. lanatus<br />
(Thunb) Matsume & Nakai (Whitaker & Davis, 1962; Dane et al., 2007). A espécie<br />
Citrullus lanatus inclui a melancia cultivada para consumo humano C. lanatus var.<br />
lanatus, de ampla distribuição mundial, e C. lanatus var. citroides, uma forma silvestre,<br />
cultivada principalmente para a alimentação animal (Whitaker & Davis, 1962;<br />
Mohr,1986).<br />
O Brasil é o quarto país maior produtor de melancia, com uma produção em 2008<br />
de 1.950.000 toneladas/ano, o que contribui para o agronegócio do país com mais de R$<br />
600 milhões de reais por ano (Agrianual, 2011). O Nordeste tem expressiva participação<br />
nesse agronegócio, onde seu cultivo tem grande importância sócio econômica, por ser<br />
cultivada principalmente por pequenos agricultores, sob condições irrigadas ou não, devido<br />
ao seu fácil manejo e baixo custo de produção (Dias et al., 2001).<br />
A melancia é uma planta anual, herbácea, de hábito rasteiro e com ramificações<br />
sarmentosas. As folhas são divididas em três ou quatro pares de lóbulos e com margens<br />
não crespas. É monóica, ou seja, com flores masculinas e femininas na mesma planta,<br />
contudo, algumas populações são andromonóicas, com flores hermafroditas e masculinas<br />
na mesma planta. As flores femininas e hermafroditas apresentam ovário súpero em<br />
formato similar à forma final do fruto. Este varia quanto ao formato, ao tamanho, cor,<br />
espessura da casca, cor da polpa e cor de sementes (Whitaker & Davis, 1962; Mohr, 1986).<br />
As flores abrem entre uma a duas horas após o aparecimento do sol e se fecham no mesmo<br />
dia à tarde, tendo ou não ocorrido polinização. O vento não é suficiente para transportar o<br />
pólen entre as flores. As abelhas são atraídas pelo néctar e pólen, e, ao visitarem as flores<br />
realizam polinização (Dias et al., 2001). Sem o estímulo propiciado pela polinização,<br />
efetuada por abelhas, o fruto não se desenvolve (Filgueira, 2003). É necessário que pelo<br />
menos 1000 grãos de pólen sejam depositados sobre o estigma para que se desenvolva um<br />
fruto perfeito (Dias et al., 2001).<br />
É uma espécie alógama. No entanto, já se encontrou população segregante para<br />
expressão sexual apresentando 53,5% de plantas monóicas e 46,5% de plantas<br />
andromonóicas, apresentando um sistema misto de reprodução com taxa de<br />
autofecundação natural de 0,235 (Ferreira et al., 2000; 2002).<br />
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