Download - Recursos Genéticos Vegetais
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INTRODUÇÃO<br />
A melancia (Citrullus lanatus) pertence ao gênero Citrullus, a família<br />
Cucurbitaceae e é originária da África (Witaker & Davis, 1962). É uma espécie alógama,<br />
cujos principais agentes polinizadores são as abelhas. Entretanto, há relatos de altas taxas<br />
de autofecundações naturais em populações andromonóicas, cultivadas em casa-de-<br />
vegetação (Ferreira et al., 2000; 2002). Sua introdução no Brasil ocorreu em duas fases, a<br />
primeira durante o tráfico de escravos e, na segunda, foram introduzidas cultivares<br />
melhoradas oriundas dos programas de melhoramento dos Estados Unidos e Japão<br />
(Romão, 2008).<br />
Atualmente o Brasil é o quarto país maior produtor de melancia, com uma produção<br />
em 2008 de 1.950.000 toneladas/ano, o que contribui para o agronegócio do país com mais<br />
de R$ 600 milhões de reais por ano (Agrianual, 2011). O Nordeste tem expressiva<br />
participação no agronegócio da melancia, onde seu o cultivo é realizado principalmente<br />
por pequenos agricultores, sob condições irrigadas ou não, devido ao seu fácil manejo e<br />
baixo custo de produção (Dias et al., 2001).<br />
No Brasil a maioria das cultivares comerciais é de origem americana e japonesa<br />
(Capeloto et al., 2004), não tendo sido, portanto, desenvolvidas para as condições<br />
climáticas do país, principalmente as existentes no Semiárido nordestino. Somando-se a<br />
isso, a maioria das cultivares de melancia desenvolvidas na América do Norte durante os<br />
últimos dois séculos, apesar da grande variabilidade de caracteres morfológicos, possui<br />
base genética estreita, o que pode ter contribuido para sua elevada susceptibilidade a<br />
doenças e pragas (Levi et al., 2000, 2001).<br />
Uma etapa importante no desenvolvimento de cultivares é o estudo da variabilidade<br />
genética encontrada nos recursos genéticos. O uso dos recursos genéticos, como fonte de<br />
criação de novas variedades, é fator de fundamental importância para a obtenção de<br />
produtividades mais elevadas e para as transformações tecnológicas verificadas no<br />
processo de modernização do agronegócio. Trata-se de um processo dinâmico, que<br />
necessita de contínuo enriquecimento e caracterização dos materiais mantidos nas coleções<br />
de germoplasma (Valls, 2007).<br />
O Nordeste brasileiro é considerado centro de diversidade secundário para a<br />
melancia e têm apresentado grande variabilidade para diversos caracteres de planta, frutos<br />
e resistência a doenças (Queiróz, 1993; Dias et. al., 1996). A variabilidade encontrada na<br />
referida região serviu de base para a formação de um Banco Ativo de Germoplasma (BAG)<br />
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