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Arco Electrico

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Tecnologia dos Processos de<br />

Soldadura e Equipamentos<br />

Direcção de Formação<br />

Módulo 1.5<br />

<strong>Arco</strong> Eléctrico<br />

Curso de Engenharia de Soldadura EWF<br />

IIW Guideline – doc. IAB-002-2000/EWF-409 (Revisão 1)<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –2<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Objectivo<br />

No final do presente Módulo o formando deverá estar apto a:<br />

Identificar as diferentes zonas do arco eléctrico e o que caracteriza<br />

cada uma delas.<br />

Enunciar as características das zonas do arco eléctrico.<br />

Reconhecer as razões que levam à utilização de determinado tipo de<br />

corrente e polaridade.<br />

Identificar quais os valores de temperatura mais comuns para o arco<br />

eléctrico.<br />

Analisar a quantidade e o tipo de radiação emitida pelo <strong>Arco</strong><br />

eléctrico.<br />

Identificar a influência dos campos magnéticos no arco eléctrico.


Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –3<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Temas a Discutir<br />

Física do arco eléctrico (escorvamento do arco eléctrico, zonas do arco<br />

eléctrico, estabilidade do arco eléctrico)<br />

Distribuição de tensão no arco eléctrico<br />

Geração de calor no cátodo e no ânodo<br />

Polaridade e características do arco eléctrico em DC e AC e seu controlo<br />

Influência do processo de soldadura<br />

Distribuição de temperatura no arco e seus efeitos<br />

Influência dos campos magnéticos no arco eléctrico<br />

Limites de Aplicação<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –4<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Resultados Esperados<br />

Explicar em detalhe os fundamentos físicos do arco eléctrico, incluindo os<br />

parâmetros que mais significativamente influenciam a estabilidade do<br />

arco.<br />

Detalhar a geração de calor nas várias zonas do arco eléctrico.<br />

Deduzir a influência dos campos magnéticos no arco eléctrico.<br />

Solucionar os problemas de deflexão do arco eléctrico.<br />

Explicar as características do arco eléctrico para DC e AC incluindo o seu<br />

controlo e limitações.


Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –5<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

1 - Princípios Básicos<br />

Um arco eléctrico pode ser definido como um condutor gasoso no qual se<br />

transforma energia eléctrica em calorífica.<br />

Eléctrodos – Descarga Eléctrica, que ocorre entre dois eléctrodos através<br />

de um gás ionizado a alta temperatura<br />

O eléctrodo negativo, a partir do qual são emitidos os electrões que<br />

passam através do gás, é chamado cátodo.<br />

O eléctrodo positivo, é conhecido como ânodo.<br />

O deslocamento dos electrões do cátodo para o ânodo é o resultado da<br />

diferença de potência entre os dois eléctrodos.<br />

Num arco eléctrico é possível distinguir três domínios:<br />

A coluna de arco, relativamente pouco emissiva e que assegura a<br />

ligação entre as duas manchas extremamente brilhantes que<br />

aparecem ao nível dos eléctrodos<br />

mancha catódica<br />

mancha anódica<br />

Em corrente contínua, para o arco eléctrico entre eléctrodos de carvão, por<br />

exemplo, a mancha anódica (3500 K aproximadamente), parece mais<br />

brilhante que a mancha catódica (2700 K aproximadamente).<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –6<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino


Nos numerosos tipos de arco de soldadura existem três movimentos de<br />

partículas:<br />

Os electrões que partem do cátodo e vão bombardear o ânodo.<br />

Os iões positivos que retornam na direcção do cátodo.<br />

Os iões negativos, tais como os de oxigénio, que caminham na direcção<br />

do ânodo.<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –7<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –8<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Zona de Queda<br />

de Tensão<br />

Catódica<br />

Zona de<br />

Coluna de <strong>Arco</strong><br />

Zona de Queda<br />

de Tensão<br />

Anódica


Queda de tensão total no arco<br />

V = V + V + V<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –9<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

c<br />

p<br />

Entrega térmica<br />

E t<br />

= η<br />

VI<br />

v<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –10<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

a<br />

V c - queda de tensão catódica<br />

V a - queda de tensão anódica<br />

V p - variação de tensão de coluna de arco<br />

η – rendimento do processo<br />

V– tensão<br />

I – intensidade de corrente<br />

ν – velocidade de soldadura<br />

O arco eléctrico de soldadura conduz na sua coluna um meio gasoso<br />

de alta temperatura em permanente evolução (5500 K no caso do arco<br />

eléctrico entre eléctrodos de carvão), no qual se formam iões por<br />

choque, o que justifica o nome de plasma para o designar.<br />

Em termos gerais pode-se considerar que a formação de um arco eléctrico<br />

estável requer:<br />

• Temperatura elevada do cátodo, para que se gere a emissão de<br />

electrões.<br />

• Voltagem elevada, maior do que o potencial de ionização do gás<br />

que constitui o arco eléctrico.<br />

• Um ambiente gasoso que gere iões positivos em número suficiente.


2 – Características Eléctricas<br />

A corrente e a tensão em cada zona podem ser expressas por:<br />

P - potência (W)<br />

V i - tensão no ânodo (V)<br />

V c - tensão no cátodo (V)<br />

V p - tensão no plasma (V)<br />

I - corrente (A)<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –11<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –12<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

P = I(V i +V c +V p )<br />

Características típicas do arco eléctrico para diferentes<br />

processos de soldadura


Característica Estática do Equipamento<br />

Em soldadura TIG Assumindo que a parte relevante da característica da máquina é<br />

uma linha recta dada por: V = V0 + mI<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –13<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Então:<br />

dI 1<br />

=<br />

dV m<br />

A alteração da potencia de arco com a tensão é:<br />

d dI 1<br />

( VI)<br />

= I + V = I + V<br />

dV<br />

dV m<br />

de modo que para não haver alterações de entrega térmica<br />

I<br />

m V<br />

=<br />

1<br />

V1<br />

Se o ponto operatório for I1 V1, então o declive óptimo é −<br />

I1<br />

e a equação fica V1<br />

V V0<br />

I<br />

I<br />

− =<br />

O decline óptimo para minimizar alterações na potência do arco e portanto na entrega térmica mostrase<br />

na figura para os pontos operatórios 1 e 2.<br />

Em soldadura MIG<br />

b’ e n são constantes, logo para obter o ajuste do comprimento do arco rapidamente, deve fazer<br />

m – a inclinação da característica estática da fonte de potência, o mais baixo possível ⇒<br />

característica estática horizontal.<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –14<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

1<br />

V = V0 + mI<br />

V = V1 + nx<br />

x – comprimento do arco eléctrico<br />

dx<br />

dt<br />

= −<br />

dx<br />

= −b'<br />

dt<br />

( v − b'<br />

I )<br />

( I I )<br />

o −<br />

∂<br />

⎛ ∂x<br />

⎞ ∂I<br />

n<br />

⎜ ⎟ = b'<br />

= b'<br />

∂x<br />

⎝ ∂t<br />

⎠ ∂x<br />

m


3 – Eficiência do <strong>Arco</strong> Eléctrico<br />

O calor fornecido pelo arco eléctrico é transferido para o eléctrodo (q e ),<br />

transferido por radiação e convenção na coluna de arco (q p ) e transferido<br />

para a peça (q w )<br />

q<br />

η = 1−<br />

Soldadura TIG<br />

( 1−<br />

n)<br />

q<br />

VI<br />

n - % de calor transferida da coluna de arco para a peça<br />

m - % de calor dissipado<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –15<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

e<br />

+<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –16<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

p<br />

+ mq<br />

w<br />

η = 1−<br />

Soldadura MIG<br />

( 1 n)<br />

−<br />

q<br />

p +<br />

VI<br />

mq<br />

4 – Características das Zonas do <strong>Arco</strong> Eléctrico<br />

4.1 - Coluna de <strong>Arco</strong><br />

A coluna de arco zona central do arco eléctrico, é composta por<br />

electrões, iões positivos e partículas neutras (átomos e moléculas no<br />

estado excitado e não-excitado), é caracterizada por dois aspectos:<br />

Elevada temperatura (de forma a que o gás esteja suficientemente<br />

ionizado para que se torne condutor).<br />

Fluxo de elevada velocidade (do eléctrodo para a peça).<br />

Gases com condutibilidade térmica baixa (por exemplo o Argon) dão<br />

origem a arcos estáveis, enquanto que gases de elevada condutibilidade<br />

térmica (por exemplo Hélio) conduzem a arcos mais instáveis.<br />

w


A equação de Saha para determinar o grau de ionização de uma<br />

coluna de gás, pode ser expressa da seguinte forma:<br />

n n<br />

n o<br />

e i<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –17<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

i e<br />

= 3<br />

o<br />

2 Z ( 2∏ m kT)<br />

Z h<br />

3<br />

2<br />

exp<br />

i<br />

{ - V<br />

kT }<br />

n e , n i , n o - densidade partículas (número de partículas por unidade de volume,<br />

de electrões, iões, e átomos neutros, respectivamente)<br />

V i - potencial de ionização do átomo neutro<br />

Z i , Z o - funções de partição dos iões e partículas neutras<br />

H - constante de Planck<br />

m e - massa dos electrões<br />

k - constante de Boltzman<br />

T - Temperatura<br />

A densidade de partículas pode ser determinada considerando as<br />

condições de equilíbrio, assim o número de electrões é igual ao número<br />

de iões.<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –18<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

n e =n I


A coluna de arco é caracterizada por:<br />

• Elevada temperatura, de modo a<br />

que o gás fique suficientemente<br />

ionizado para ser condutor.<br />

• Elevada velocidade direccional do<br />

eléctrodo para a peça.<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –19<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

4.2 – Zona de Queda de Tensão Catódica<br />

Uma das teorias com maior aceitação [Ref. 3] sugere três tipos de<br />

mecanismos alternativos para explicar a zona de queda de tensão catódica<br />

baseado no comportamento experimental em três casos extremos. Na<br />

prática podem ocorrer dois destes mecanismos, em simultâneo, ou<br />

alterações do tipo do mecanismo, durante a execução do cordão de<br />

soldadura.<br />

Os três mecanismos identificados são os seguintes:<br />

Emissão térmica (TIG)<br />

Emissão plasmogénica (corrente baixa, pressão elevada)<br />

Emissão de campo (MIG/MAG)<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –20<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino


O balanço energético no cátodo tem influência na soldadura e pode-se dizer,<br />

que em geral, a energia desenvolvida na zona de queda de tensão catódica é<br />

utilizada para:<br />

Alimentar a corrente de electrões que entra na coluna de arco com<br />

uma energia cinética dada por:<br />

E C = 3/2 (KTI / e)<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –21<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

K – constante de Boltzmann<br />

T – Temperatura<br />

I - Intensidade de corrente<br />

E – Carga do electrão<br />

Aquecer qualquer gás ou vapor que circule através da zona de queda<br />

de tensão catódica<br />

Balanço Energético no Cátodo<br />

Soldadura TIG<br />

Cátodo termoíonico<br />

Os cátodos termoiónicos<br />

ocorrem em eléctrodos em:<br />

• carbono<br />

• tungsténio<br />

• molibdénio<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –22<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Soldadura MIG<br />

Cátodo não-termoíonico<br />

Os cátodos não termoiónicos<br />

ocorrem em soldadura:<br />

• em metais não refractários<br />

• em metais refractários a baixa<br />

corrente e/ou pressão.


IV c<br />

Balanço Energético num Cátodo Termoíonico<br />

⎛ 3 KT ⎞<br />

= qe + I⎜φ<br />

+ ⎟<br />

⎝ 2 e ⎠<br />

f – função de trabalho<br />

T – temperatura do gás<br />

3 KT<br />

2 e<br />

V c<br />

⎛<br />

= ⎜ φ +<br />

⎝<br />

- energia térmica dos electrões<br />

3<br />

2<br />

KT<br />

e<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

qe<br />

I<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –23<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

+<br />

Sabe-se actualmente que o valor de qe não varia significativamente com a corrente, portanto a<br />

queda de tensão catódica deve reduzir quando a corrente aumenta. Quantitativamente para<br />

eléctrodos toriados. φ = 3,5<br />

3 KT<br />

2 e<br />

qe<br />

a<br />

I<br />

=<br />

0,<br />

5<br />

a 1V<br />

100 A = 0,<br />

8V<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –24<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

I ↑⇒Vc ↓<br />

⇒ = 4,<br />

8 a 5,<br />

3V<br />

V c<br />

⇓<br />

V medido de 7,5V<br />

Como Va é 2,2 a 2,7 o valor<br />

calculado está correcto.


Balanço Energético num Cátodo não Termoíonico<br />

Há pelo menos três tipos de cátodos não termo iónicos:<br />

• Os de vapor, que se formam em metal limpo, sem filmes.<br />

• Os em forma de túnel, que se formam quando há películas de óxidos finas.<br />

• Os que se movimentam, que se formam quando há películas espessas de óxidos.<br />

Em soldadura MIG forma-se sempre uma película de óxido superficial no qual condensam iões<br />

positivos, originando um campo eléctrico elevado.<br />

i) No caso de filmes finos, se o campo é maior que 109 v/m, os electrões “furam” um túnel através<br />

do filme de óxido e geram em local de emissão;<br />

ii) para filmes mais espessos o fenómeno conhecido como “gwitching” (movimentação) torna o<br />

filme condutor localmente. Isto permite o fluxo de correntes relativamente elevadas nos<br />

filamentos através do óxido. Cada local de emissão tem aproximadamente 100 nm de diâmetro<br />

e um tempo de vida de 1ns a 1µs.<br />

O efeito geral é o descolar da película de óxido e a geração de jactos de vapor metálico muito<br />

pequenos mas intensos e salpicos.<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –25<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Cátodos móveis ⇒ transferência repelida<br />

Balanço energético de um cátodo não termoiónico<br />

V c I - absorvida como calor na chapa<br />

- gasto como energia química e eléctrica na dispersão dos óxidos<br />

- gasto como energia cinética no jacto de vapor emitido pelas manchas catódicas<br />

individuais<br />

Ligas de alumínio com elementos com elevada pressão de vapor – Mg, Zn, Li ⇒<br />

instabilidade do arco, salpicos<br />

Material<br />

Al<br />

Mg<br />

Mg<br />

Al2O3<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –26<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Função<br />

Trabalho<br />

4.28<br />

3.66<br />

3.1<br />

3.9<br />

Tabela - Função de trabalho de vários<br />

elementos e dos seus óxidos


Balanço de Potência Calorífica num cátodo não Termoiónico<br />

Cátodos móveis ⇒ transferência repelida<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –27<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Ra<br />

R R<br />

Fe Fe<br />

Ra<br />

R R<br />

Queda de tensão num cátodo não-termoiónico – V c =10 a 20V<br />

V c I - absorvida como calor na chapa<br />

- gasta como energia química e eléctrica na dispersão dos óxidos<br />

- gasta como energia cinética no jacto de vapor emitido pelas<br />

manchas catódicas individuais<br />

Em soldadura MIG utiliza-se polaridade inversa para evitar os<br />

problemas de instabilidade do arco eléctrico e<br />

consequentemente do modo de transferência, embora a<br />

produtividade do processo fosse superior em polaridade directa.<br />

Em soldadura TIG utiliza-se polaridade directa para reduzir a<br />

quantidade de calor libertado no eléctrodo e evitar a sua fusão.<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –28<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Fe<br />

Ra<br />

Ra<br />

Fe


4.3 – Zona de Queda de Tensão Anódica<br />

Embora se tenham realizado vários estudos com o objectivo de explicar a<br />

zona de queda de tensão anódica a teoria está ainda incompleta. No entanto<br />

há três fenómenos que devem ocorrer:<br />

A temperatura deverá descer do valor da coluna de arco para o<br />

valor da do ânodo.<br />

Deve ser produzida uma determinada quantidade de iões para<br />

fluirem para a coluna de arco.<br />

Os iões produzidos devem ser acelerados e a sua temperatura deve<br />

aumentar até ao valor da temperatura da coluna de arco.<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –29<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Soldadura TIG<br />

Balanço Energético do Ânodo<br />

Os fenómenos que ocorrem no ânodo e que influenciam as características do<br />

processo são:<br />

• Calor desenvolvido<br />

• Densidade de corrente<br />

• Queda de tensão anódica<br />

E é necessário compreender o efeito das variáveis do processo nestes aspectos.<br />

Em soldadura TIG, usualmente, utiliza-se polaridade directa logo o ânodo está<br />

na peça.<br />

Soldadura MIG<br />

Em soldadura MIG utiliza-se usualmente corrente contínua e polaridade inversa,<br />

logo o ânodo está no eléctrodo e forma-se na sua ponta ou na superfície do fio.<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –30<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino


Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –31<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Modos Anódicos<br />

Baixa corrente<br />

Anode Spot Mode (modo de mancha anódico)<br />

O ânodo fixa-se num ponto específico na peça.<br />

A movimentação do eléctrodo provoca<br />

alterações da posição ânodo - modo de<br />

mancha anódica.<br />

Alta corrente<br />

Anode manual Mode (modo anódico normal)<br />

A coluna de arco tem a forma de sino, o ânodo<br />

é estável simétrico e não é significamente<br />

influenciado pelo movimento do ânodo<br />

Soldadura MIG<br />

O modo anódico é normal<br />

Balanço do Calor no Ânodo<br />

Soldadura TIG<br />

Quando o ânodo está na chapa a entrega térmica é devida à condensação dos electrões<br />

mais a energia ganha na passagem da zona de queda de tensão anódica e o calor<br />

gerado por convenção e radiação no arco. Utilizando a mesma notação que para o<br />

calor catódico temos:<br />

⎛ 3 KT ⎞<br />

( 1+<br />

m)<br />

qw = ⎜φ<br />

w + + Va<br />

⎟I<br />

+ nqp<br />

⎝ 2 e ⎠<br />

Soldadura MIG<br />

Quando o ânodo está no eléctrodo não há contribuição de calor por convecção e<br />

radiação em coluna de arco pelo que:<br />

⎛ 3 KT ⎞<br />

( 1+<br />

m) qe = ⎜φ<br />

+ + VA<br />

⎟I ⎝ 2 e ⎠<br />

Queda de tensão anódica<br />

Va = 1a 5V<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –32<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino


Tipos de Corrente e Polaridade<br />

Nos processos de soldadura por arco eléctrico utilizam-se dois tipos de<br />

corrente:<br />

• Corrente alterna<br />

• Corrente contínua<br />

A utilização de corrente contínua em relação à corrente alterna, traz algumas<br />

vantagens entre as quais se podem referir:<br />

• A ocorrência de um arco mais estável devido à ausência do problema do<br />

reescorvamento do arco todos os meios ciclos.<br />

• Uma vez que a polaridade é constante. uma mais fácil e regular<br />

transferência de metal através do arco.<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –33<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Para obter um arco eléctrico estável devem-se seguir os seguintes princípios:<br />

• Estabilidade na localização da mancha catódica ou anódica no eléctrodo;<br />

• Se o eléctrodo for consumível a transferência do metal em fusão do eléctrodo para<br />

a peça deverá ser regular, em pequenas gotas, de modo axial, bem dirigida e sem<br />

salpicos;<br />

• Na peça o banho de fusão deve mover-se suavemente, e manter uma posição fixa<br />

em relação ao eléctrodo, i.e. o arco deve incidir sempre na mesma zona do banho<br />

de fusão, o que no caso de soldaduras de grande velocidade ou de pequeno banho<br />

de fusão é particularmente crítico, uma vez que nestes casos o arco tende a ter<br />

um carácter errático;<br />

• A corrente de soldadura deve ser estável;<br />

• O arco não se deve extinguir facilmente.<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –34<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino


Manchas Catódicas em TIG Corrente Alterna<br />

Função de trabalho de vários elementos e<br />

dos seus óxidos<br />

Material<br />

Al<br />

Mg<br />

MgO<br />

Al2O3<br />

Função<br />

Trabalho [V]<br />

4.28<br />

3.66<br />

3.1<br />

3.9<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –35<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –36<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Dispersão de manchas catódicas<br />

Al 1050 Al 5083<br />

5 - Gás de Protecção<br />

Soldadura por fusão<br />

Um gás com baixo potencial de ionização como o argon,<br />

transforma átomos em iões com facilidade. Um gás com<br />

elevado potencial de ionização como o hélio, produz um arco<br />

mais difícil de iniciar e mais instável.<br />

Os gases que têm condutibilidade térmica mais elevada<br />

transferem mais calor para a peça, influenciando portanto a<br />

forma do cordão de soldadura obtido.<br />

A composição dos fumos desenvolvidos e nomeadamente o teor<br />

de ozono libertado é um condicionante a tomar em conta na<br />

selecção do gás de protecção.


Opinião dos soldadores sobre diferentes misturas gasosas, numa média obtida em cordões<br />

depositados em quatro posições: ++ excelente, + bom, 0 satisfatório, - pobre, -- muito<br />

pobre<br />

Estabilidade do arco<br />

Controlo do banho de fusão<br />

Comportamento do banho de fusão<br />

Poucos bordos queimados<br />

Poucos salpicos<br />

Luminosidade do cordão<br />

Regularidade da superfície do<br />

cordão<br />

Total (+)<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –37<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Argon<br />

4.8<br />

+<br />

+<br />

+<br />

+<br />

++<br />

++<br />

++<br />

10<br />

Ar+<br />

0.03%No<br />

++<br />

++<br />

+<br />

++<br />

++<br />

++<br />

++<br />

13<br />

Ar/He<br />

(70/30)<br />

6 - Transferência de Metal<br />

+<br />

+<br />

++<br />

+<br />

++<br />

+<br />

+<br />

9<br />

Ar/He(70/30)<br />

+0.03No<br />

O modo de transferência influencia significativamente a estabilidade do arco e<br />

consequentemente a qualidade do cordão de soldadura<br />

Os mecanismos que levam à ocorrência de um ou outro modo de transferência têm sido<br />

abordados por vários investigadores:<br />

• Conray – 1940<br />

• Spraragen and lengyel – 1943<br />

• Les newich – 1955/1958<br />

• Needham – 1960<br />

• Cooksey and Milner – 1966<br />

• Becken – 1969<br />

• Nishiguchi and Matsunawa – 1976<br />

• Erdmann Jesnitzer – 1977<br />

• Waszink and Croat – 1979<br />

• Allum and Quintino – 1985<br />

• Waszink and Piena – 1985<br />

Em 1976 foi acordado, no Instituto Internacional de soldadura, que independentemente dos<br />

mecanismos envolvidos e da física do processo, os modos de transferência se classificam do<br />

seguinte modo:<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –38<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

++<br />

++<br />

++<br />

++<br />

++<br />

++<br />

++<br />

14


Modos de Transferência<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –39<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –40<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Modo de transferência influencia significativamente:<br />

Estabilidade do arco ⇒ qualidade do cordão de soldadura<br />

As forças que actuam na transferência de metal são:<br />

Fg – força de gravidade<br />

Fs – força de arrastamento do plasma<br />

Fem – força electromagnética<br />

Fγ – tensão superficial<br />

Fv – Forças de vaporização<br />

uma gota destaca-se quando:<br />

F g + F s + F em = F γ + F v


Força de gravidade<br />

Fg mgg<br />

=<br />

Força de arrastamento do plasma<br />

F = 0,<br />

5πv<br />

s<br />

2 2<br />

g dgr<br />

Força electromagnética<br />

2 2<br />

µ I ⎡ra<br />

⎤<br />

Fem = ln<br />

4π<br />

⎢<br />

⎣R<br />

⎥<br />

⎦<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –41<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –42<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

c<br />

m g – massa da gota<br />

g – componente vertical da aceleração da gravidade<br />

v g – velocidade do gás<br />

d g – densidade do gás<br />

r – raio da gota<br />

c – coeficiente de arrastamento<br />

µ -permeabilidade magnética<br />

I – intensidade de corrente<br />

r a – raio de “saída” da corrente<br />

R – raio de “entrada” da<br />

corrente<br />

Força devida à tensão superficial<br />

F<br />

γ<br />

= πd<br />

× γ<br />

Força de vaporização<br />

d – diâmetro do fio<br />

γ – tensão superficial<br />

mo<br />

Fv<br />

IJ<br />

dv<br />

mo – total de massa vaporizada por seg. por amp<br />

I – intensidade de corrente<br />

J – densidade de corrente<br />

dv – densidade de vapor<br />

=<br />

Soldadura por fusão


Designação do modo de transferência<br />

1. Transferência em voo livre<br />

1.1 Globular<br />

1.1.1 Gota a Gota<br />

1.1.2 Repelida<br />

1.2 Chuveiro (spray)<br />

1.2.1 Projectada<br />

1.2.2 Jacto não direccional<br />

1.2.3 Rotacional<br />

2 Transferência com formação de ponte líquida<br />

2.1 Curto circuito<br />

2.2 Ponte sem interrupção<br />

3. Transferência com protecção gasosa<br />

3.1 Guiada por parede de fluxo<br />

3.2 Outros Modos<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –43<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Frequência de destacamento de gotas<br />

em fio de alumínio de 1.6mm em argon<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –44<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Exemplo de processo de soldadura onde ocorre<br />

MIG/MAG baixa corrente<br />

MAG e MIG DCEN<br />

MIG/MAG corrente pulsada<br />

MIG/MAG corrente média e alta<br />

MIG/MAG corrente elevada<br />

MIG/MAG baixa corrente<br />

TIG com varreta<br />

SAS<br />

SAS, fio fluxado electroescória<br />

Frequência de destacamento de gotas em<br />

alumínio, eléctrodo positivo, protecção-argon.


Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –45<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –46<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino


Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –47<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –48<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino


Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –49<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Soldadura MIG com Corrente Pulsada<br />

Em determinadas circunstâncias pode ser benéfico utilizar soldadura MIG com baixa entrega<br />

térmica que implica a utilização de intensidades de corrente abaixo da corrente de transição.<br />

Uma possibilidade para se conseguir um modo de transferência estável, caracterizado por<br />

gotas pequenas que se destacam regularmente da ponta do eléctrodo é, injectar um impulso<br />

de corrente que provoque o destacamento da gota – transferência projectada (classificação<br />

IIW).<br />

Considerando uma onda quadrada<br />

temos que a corrente média é dada<br />

por:<br />

I<br />

m<br />

Ipt<br />

p + Ib<br />

+ b<br />

=<br />

t + t<br />

p<br />

b<br />

F =<br />

t<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –50<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

p<br />

1<br />

+ t<br />

b


Para destacar uma gota por impulso a equação genérica é:<br />

n<br />

t = D<br />

Ip p<br />

em que n e D são coeficientes experimentais que variam com o material e as<br />

condições de soldadura.<br />

Para alumínio estes valores são:<br />

Diâmetro do<br />

fio<br />

1.2<br />

1.6<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –51<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

t<br />

p<br />

I<br />

1,<br />

556<br />

p<br />

Ip<br />

250<br />

200<br />

⎛ w.<br />

A ⎞<br />

O volume da gota é dado por: ⎜Vg<br />

= ⎟<br />

⎝ F ⎠<br />

2<br />

Taxa de deposição: = αI<br />

+ βl<br />

Ip + t F<br />

desde que<br />

W m<br />

p<br />

Ipt F >> I<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –52<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

p<br />

b<br />

t<br />

b<br />

=<br />

16,<br />

85<br />

Alumínio<br />

Tp<br />

2.5<br />

5.0<br />

em alumínio W≈K<br />

( I , t , l)<br />

K = f p p<br />

I<br />

m ( kA)<br />

F<br />

Vg<br />

=<br />

Utilizando as equações apresentadas é possível determinar os<br />

parâmetros adequados do seguinte modo:<br />

1. Seleccionar os valores de IP e tP através da curva de destacamento do material.<br />

2. Seleccionar o valor adequado de Im para a aplicação<br />

3. Determinar a velocidade de alimentação de fio através da curva da taxa de fusão<br />

4. Seleccionar a frequência da onda de corrente através da curva velocidade de<br />

alimentação – frequência<br />

⎛ 1 ⎞<br />

5. Determinar tp através de: t b = ⎜ ⎟ − t p<br />

⎝ F ⎠<br />

6. Determinar Ib através de:<br />

b<br />

[ I m ( t p + t b ) I pt<br />

p ] / t b<br />

I =<br />


Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –53<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –54<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino


A taxa de fusão para<br />

alumínio é dada por:<br />

Taxas de fusão para eléctrodos em alumínio em arcos de elevada corrente<br />

Metal<br />

Alumínio<br />

Gás<br />

Argon<br />

Argon<br />

Argon<br />

Argon<br />

Hélio<br />

Sabendo a taxa de fusão do fio pode-se seleccionar a intensidade de corrente que<br />

se pretende para obter a taxa de depósito desejada.<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –55<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –56<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

b<br />

a<br />

πr<br />

=<br />

2<br />

e<br />

Polaridade<br />

do eléctrodo<br />

Positivo<br />

Positivo<br />

Positivo<br />

Negativo<br />

Positivo<br />

φ + V<br />

Wρ<br />

=<br />

I H +<br />

m<br />

a<br />

Taxa de<br />

fusão b a<br />

10 -6 [Kg/A.s]<br />

2,3<br />

2,0<br />

2,0 – 2,3<br />

4,0<br />

2,25 – 2,5<br />

3 KT<br />

+<br />

2 e<br />

( Td<br />

− Tm<br />

) cp<br />

Soldadura por fusão<br />

Exemplo de forma da onda de corrente<br />

Modo de transferência obtido


Temperatura na Coluna de <strong>Arco</strong><br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –57<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –58<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Distribuição de temperatura em<br />

soldadura TIG para intensidades de<br />

corrente diferentes<br />

Efeito da variação do comprimento<br />

do arco eléctrico na distribuição das<br />

isotérmicas


Distribuição da temperatura em Soldadura MIG de Alumínio<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –59<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Na equação de equilíbrio energético de Elenbaas - Heller, as perdas<br />

radiais devido à condução e à geometria cilíndrica do arco podem ser<br />

expressas da seguinte forma:<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –60<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

σ 2<br />

E = - 1<br />

r d<br />

dr<br />

σ - condutibilidade eléctrica<br />

E - força do campo eléctrico<br />

k - condutibilidade térmica<br />

r - raio da coluna de arco<br />

T - temperatura<br />

(rk dT<br />

dr )


Condutibilidade térmica de alguns gases em função da temperatura<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –61<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –62<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

7 - Radiação<br />

Espectro de um arco estabelecido em eléctrodo de tungsténio e<br />

protecção a argon.


8 – A Influência dos Campos Magnéticos no <strong>Arco</strong> Eléctrico<br />

Os efeitos dos campos magnéticos externos no arco eléctrico são determinados<br />

pela força de Lorentz a qual é proporcional ao vector do produto da força de<br />

campo exterior pela corrente. São estes campos magnéticos externos que<br />

ocasionam deflexão do arco.<br />

Sob certas condições o arco tem tendência a afastar-se do ponto da soldadura<br />

tornando difícil a execução de um cordão com características satisfatórias. Este<br />

fenómeno, ao qual se chama sopro magnético, resulta de efeitos magnéticos que<br />

envolvem o arco eléctrico. Em geral o sopro magnético é o resultado de duas<br />

condições básicas:<br />

1. Mudança de direcção do fluxo de corrente ao entrar na peça e ao ser<br />

conduzido para o "cabo de massa".<br />

2. A distribuição assimétrica do campo magnético em torno do arco que<br />

normalmente ocorre quando se executa o cordão perto do fim de chapas de<br />

materiais ferromagnéticos.<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –63<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Força que actua sobre o arco causada pela assimetria do campo<br />

magnético, devido à posição da ligação à terra.<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –64<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino


Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –65<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –66<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Distorção do arco provocada pela assimetria do<br />

campo magnético na parte final da chapa.<br />

Sopro magnético nas pontas de uma peça<br />

ferromagnética.<br />

Efeito da corrente Eddy de<br />

neutralização do campo magnético<br />

induzido por corrente alternada.


Evolução da Tecnologia Laser:<br />

Laser CO 2<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –67<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Soldadura Laser<br />

- maior potência<br />

- melhor qualidade de feixe<br />

- menor dimensão do equipamento<br />

Laser Nd-YAG - maior potência<br />

- melhor capacidade de transporte através de<br />

fibras ópticas<br />

Laser diodo - pequena dimensão<br />

- baixo peso<br />

- limitação na potência máxima<br />

- baixa qualidade do feixe<br />

Absorção de energia<br />

Eficiência de transferência<br />

Ea<br />

ηt<br />

= - energia absorvida<br />

ET<br />

- energia gerada pelo laser<br />

Modo condução de calor – ηt ⇔ absortividade do material<br />

Modo “Key-hole” – η t ↑⇔absortividade aumenta porque há reflexões multiplas no “key-hole”<br />

Esta relação pode ser expressa por:<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –68<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

ηλ λ<br />

( T ) = ε ( T ) = 0,<br />

365(<br />

r / λ)<br />

Onde: - η λ (T) e ε λ (T) são a absortividade e a emissividade à temperatura T<br />

- r é a resistividade à temperatura<br />

- λ é o comprimento de onda<br />

Modo “key-hole” – Absorção aumenta<br />

CO2 em Aℓ – requer Pmin CO2 = 106 Wcm-2 ND-YAG em Aℓ –requerP < Pmin CO2<br />

1/<br />

2


Natureza de superfície ⇒<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –69<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Preparação de superfície<br />

Anodizado<br />

Limpo a jacto de areia<br />

Como recebido<br />

Polimento electrolítico<br />

5456 Al Alloy<br />

27<br />

22<br />

5-12<br />

4<br />

99 999% Al<br />

22<br />

20<br />

7<br />

5<br />

Concentração de elementos de liga voláteis no banho de fusão – ligas com<br />

mais elementos voláteis são mais facilmente soldáveis.<br />

Exemplo: Li na 2090<br />

Mg nas 5xxx<br />

Zn nas 7xxx<br />

Dimensão e natureza do plasma:<br />

- absorve energia do laser<br />

- dispersa energia do laser<br />

Eficiência de fusão<br />

η<br />

=<br />

Q<br />

m.<br />

b<br />

f<br />

Qabsorv.<br />

η<br />

f<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –70<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

- calor necessário para fundir o metal base<br />

- calor total absorvida pela peça<br />

( − R / 6.<br />

8)<br />

− 0,<br />

17 exp(<br />

− R / 59)<br />

= 0, 48 − 0,<br />

29exp<br />

y<br />

y<br />

em que<br />

R y – é o número de Rykaline modificado:<br />

qin.<br />

v<br />

α<br />

∆Hm<br />

R y 2<br />

q in – potência absorvida pela peça<br />

v – velocidade de soldadura<br />

α – difusividade térmica à temperatura de liquidus<br />

∆Hm – entalpia de fusão<br />

Deve-se usar a maior potência laser disponível e velocidades de soldadura elevadas mas tendo o<br />

cuidado de manter o modo “key-hole” para se obter a melhor eficiência de fusão.


Forças de actuam no Key-hole<br />

Forças que tendem a formar e<br />

manter o “Key-hole”<br />

a) Pressão do feixe (Pb)<br />

É a pressão de radiação<br />

W<br />

Pb =<br />

Ac<br />

W<br />

em que é a densidade de potência e<br />

A<br />

c é a velocidade da luz.<br />

b) Pressão do vapor (Pv)<br />

c) Pressão de recuo<br />

2 2<br />

Pr = W / Pg<br />

QA<br />

Q – calor requerido para vaporizar 1Kg<br />

de metal<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –71<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –72<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Forças que tendem a fechar o “Key-hole”<br />

a) Pressão gravítica<br />

Pg = ρ gh<br />

b) Pressão superficial<br />

2γ<br />

Pγ<br />

=<br />

R<br />

Balanço de forças no “Key-hole”<br />

a) Fundo do key-hole<br />

2γ<br />

Pb + Pr<br />

+ Pv<br />

= + ρgh<br />

r<br />

2γ<br />

Pb<br />

+ Pr<br />

+ Pv<br />

−<br />

h =<br />

r<br />

ρg<br />

b) Lados do key-hole<br />

γ<br />

Pressão nas paredes do capilar exercida pela tensão superficial -<br />

r<br />

γ<br />

P gx para que o “key-hole” não feche (x – profundidade)<br />

v ><br />

+ ρ<br />

r


Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –73<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Conclusões<br />

1. A tecnologia de soldadura apresenta um conjunto de processos que permitem<br />

responder a uma grande diversidade de casos, como p.ex. a soldadura de metais,<br />

plásticos e compósitos ou a soldadura de chapa/tubo muito fino ou muito espesso.<br />

2. A evolução da tecnologia de soldadura tem sido no sentido de maximizar a<br />

produtividade e melhorar a qualidade dos cordões obtidos.<br />

3. Os processos de soldadura distinguem-se entre si pela fonte de energia envolvida,<br />

fonte de calor, esforço mecânico, tipo de protecção, existência de material de adição.<br />

4. As especificidades de tecnologia de soldadura e os riscos associados à execução<br />

incorrecta de cordões de soldadura têm vindo ao desenvolvimento de normalização<br />

nacional e internacional (NP, EN, ISO).<br />

5. A execução de uma construção soldada exige um conhecimento não só sobre os<br />

processos de soldadura mas também sobre materiais, normalização, garantia de<br />

qualidade, concepção e projecto.<br />

Módulo 1.1 – Introdução à Tecnologia de Soldadura –74<br />

Rev. 0 (20-10-2003)<br />

Luisa Coutinho de Almeida Quintino<br />

Bibliografia<br />

1. Processos de Soldadura<br />

(JF Oliveira Santos, L. Quintino, Edições ISQ)<br />

2. Welding Handbok<br />

(AWS American Welding Society, Vol. I, 8ª Edição )<br />

3. The procedure Handbook of Arc Welding<br />

(Lincoln Electric, 12ª Edição )<br />

4. Tecnologia da Soldagem<br />

(Paulo Villani Marques, Belo Horizonte, Brasil, 1991)<br />

5. Manual del Soldador<br />

(German Hernandez Music, José L. Diaz Reux e Belén Pérez Marces,<br />

Association Española de Soldadura Y Tecnologias de Unión, 1996 )

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