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O e-SCM como Suplemento aos Modelos de Séries ... - Anpad

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O e-<strong>SCM</strong> <strong>como</strong> <strong>Suplemento</strong> <strong>aos</strong> <strong>Mo<strong>de</strong>los</strong> <strong>de</strong> <strong>Séries</strong> Temporais para Previsão da<br />

Demanda: um Estudo <strong>de</strong> Caso em uma Empresa <strong>de</strong> Bebidas Carbonatadas na<br />

Região Nor<strong>de</strong>ste do Estado <strong>de</strong> São Paulo<br />

Autoria: Alexandre Pereira Salgado Junior, Mayara Segatto, Jocimar Antonio Fiorotto, Luciana Tamada Berton,<br />

Silvia Inês Dallavalle <strong>de</strong> Pádua<br />

RESUMO<br />

A gestão da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos é um problema que sempre instigou gestores por todo o<br />

mundo. Com o <strong>de</strong>senvolvimento da TI surgiram os sistemas ERP. No entanto, mesmo<br />

possibilitando uma a<strong>de</strong>quação dos estoques, levada principalmente pela otimização dos<br />

processos internos e redução do lead time, os sistemas ERP não tiveram contribuição<br />

significativa para que o <strong>SCM</strong> atingisse o nível almejado pelas empresas mais competitivas.<br />

Além disso, os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> previsão da <strong>de</strong>manda, fundamentados em séries temporais, não<br />

mais satisfaziam os novos <strong>de</strong>safios para a gestão dos estoques e da ruptura. Então, novas<br />

soluções foram <strong>de</strong>senvolvidas, buscando-se melhorar ainda mais os níveis <strong>de</strong> serviço prestado<br />

ao consumidor final. Dentre elas, <strong>de</strong>staca-se o e-<strong>SCM</strong> que, por disponibilizar a informação em<br />

tempo real, po<strong>de</strong> suplementar os mo<strong>de</strong>los tradicionais <strong>de</strong> previsão da <strong>de</strong>manda. No varejo, e<br />

em especial no segmento <strong>de</strong> bebidas, os <strong>de</strong>safios são ainda maiores em função do elevado<br />

número <strong>de</strong> fornecedores, produtos e pontos <strong>de</strong> vendas. Desta forma, esta pesquisa tem <strong>como</strong><br />

objetivo analisar <strong>como</strong> o e-<strong>SCM</strong> po<strong>de</strong> ajudar o segmento <strong>de</strong> bebidas a suplementar seu<br />

mo<strong>de</strong>lo tradicional <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> vendas, melhorando assim, seus níveis <strong>de</strong> serviço prestados<br />

ao consumidor. O método <strong>de</strong> pesquisa utilizado foi o estudo <strong>de</strong> caso, para o qual foi escolhida<br />

uma gran<strong>de</strong> indústria <strong>de</strong> bebidas carbonatadas, em função <strong>de</strong> sua representativida<strong>de</strong> setorial.<br />

Para análise dos dados, foi utilizada a técnica <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> conteúdo. Como principais<br />

resultados <strong>de</strong>stacam-se melhorias no nível dos estoques, na ruptura, no nível <strong>de</strong> serviço e nas<br />

estratégias mercadológicas adotadas em momentos <strong>de</strong> crise. Este estudo po<strong>de</strong>rá auxiliar na<br />

<strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> outros segmentos <strong>de</strong> bebidas que <strong>de</strong>sejarem se integrar por meio do e-<strong>SCM</strong>.<br />

1 INTRODUÇÃO<br />

As transformações pelas quais a socieda<strong>de</strong> vem passando, principalmente, nas últimas duas décadas,<br />

em razão do impacto da chamada nova economia da informação, têm estabelecido um cenário<br />

extremamente competitivo, em que todas as organizações, privadas ou não, gran<strong>de</strong>s ou pequenas,<br />

têm <strong>de</strong> enfrentar. Para, Kearns e Sabherwal (2007), essa nova realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, cada vez mais, da<br />

Tecnologia da Informação (TI) <strong>como</strong> recurso estratégico para a obtenção <strong>de</strong> vantagem competitiva.<br />

De acordo com Porter (1996), o que se vê é a intensificação da adoção da TI <strong>como</strong> suporte <strong>aos</strong><br />

negócios, que se inicia com a concepção <strong>de</strong> um produto/serviço, passando pela sua comercialização,<br />

produção e chegando à logística <strong>de</strong> sua distribuição.<br />

Segundo Goles, Hawk e Kaiser (2008), com o <strong>de</strong>senvolvimento dos sistemas <strong>de</strong> informação<br />

surgiram os sistemas <strong>de</strong> integração ERP (Enterprise Resource Planning), prometendo a<br />

gestão sistêmica das empresas. No entanto, mesmo possibilitando um ajuste nos estoques,<br />

levado principalmente pela otimização dos processos internos e pela redução do lead time,<br />

esse sistema não proporcionou contribuição significativa para que o <strong>SCM</strong> (Supply Chain<br />

Management) atingisse o nível almejado pelas empresas mais competitivas. Isso se <strong>de</strong>ve ao<br />

fato do ERP, que se originou da evolução dos sistemas MRP (Material Requirement<br />

Planning) e MRPII (Manufacturing Resource Planning), se restringir à análise interna da<br />

empresa. Para se atingir o nível <strong>de</strong> serviço almejado pelas empresas mais competitivas, é<br />

fundamental o estudo da oferta e <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> mercado, fato este, limitante para o sistema <strong>de</strong><br />

integração ERP (FERNANDES, 2001; SILVA NETO, 2002; CORRÊA; GIANESI; CAON,<br />

2001; SOUZA; SACCOL, 2003).<br />

Desta forma, a partir dos anos 1990, o foco passou a ser o das relações externas à empresa<br />

(FREITAS, 2001). Naquele momento todos os esforços foram direcionados ao estudo das<br />

1


elações da empresa com seus stakehol<strong>de</strong>rs, em especial, com os atores da ca<strong>de</strong>ia produtiva<br />

(SOROOR; TAROKH; SHEMSHADI, 2009).<br />

Sendo assim, a implementação <strong>de</strong> sistemas para a integração da informação, em tempo real,<br />

ao longo da ca<strong>de</strong>ia vem crescendo em função da necessida<strong>de</strong> do próprio mercado. Esse<br />

sistema é conhecido <strong>como</strong> e-<strong>SCM</strong> e tem sido consi<strong>de</strong>rado um importante agente para a<br />

integração da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos em vários segmentos <strong>de</strong> negócios, inclusive auxiliando<br />

no ajuste da previsão <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda. Ele po<strong>de</strong> auxiliar as empresas na obtenção <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong><br />

global através da sua re<strong>de</strong> extensa <strong>de</strong> parceiros <strong>de</strong> negócios e ajudá-las a respon<strong>de</strong>r<br />

rapidamente a uma série <strong>de</strong> variáveis, da <strong>de</strong>manda dos clientes à falta <strong>de</strong> recursos (WANG et<br />

al., 2008).<br />

O estudo da previsão da <strong>de</strong>manda não é algo novo. Ele tem sido realizado por vários setores e<br />

baseia-se em métodos qualitativos, <strong>como</strong> os relacionados à experiência dos ven<strong>de</strong>dores, e<br />

quantitativos, <strong>como</strong> os baseados em análises estatísticas em séries temporais (CHEN; XIAO,<br />

2009). No entanto, com o aumento do número <strong>de</strong> produtos, fornecedores e pontos <strong>de</strong> vendas,<br />

os mo<strong>de</strong>los tradicionais <strong>de</strong> previsão da <strong>de</strong>manda tornaram-se ineficientes para as empresas<br />

mais competitivas. Isso se <strong>de</strong>ve ao intervalo entre as previsões. Com um mercado turbulento e<br />

em constante mudança é necessário um ajuste, em tempo real, <strong>de</strong>sta previsão para reduzir as<br />

incertezas e, conseqüentemente, a falta e o excesso <strong>de</strong> produtos. Todos esses fatores têm<br />

impacto direto na melhoria do nível <strong>de</strong> serviço prestado ao consumidor final. Este é o caso do<br />

segmento <strong>de</strong> bebidas carbonatadas no Brasil.<br />

Nesse contexto, a presente pesquisa tem <strong>como</strong> objetivo analisar <strong>como</strong> o e-<strong>SCM</strong> po<strong>de</strong> ajudar o<br />

segmento <strong>de</strong> bebidas a suplementar seu mo<strong>de</strong>lo tradicional <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> vendas,<br />

melhorando assim, seus níveis <strong>de</strong> serviço oferecidos ao cliente final.<br />

2 REFERENCIAL TEÓRICO<br />

2.1 Supply Chain Management (<strong>SCM</strong>) e a Tecnologia da Informação (TI)<br />

A gestão do nível <strong>de</strong> serviço prestado ao consumidor final da ca<strong>de</strong>ia tornou-se um fator<br />

<strong>de</strong>terminante para o sucesso <strong>de</strong> qualquer empreendimento à medida que o grau <strong>de</strong><br />

competitivida<strong>de</strong> aumenta globalmente. Segundo Kaynak e Hartley (2008), <strong>SCM</strong> consiste em<br />

práticas internas, que estão contidas numa empresa, e práticas externas, que atravessam as<br />

fronteiras organizacionais para integrar uma empresa com seus clientes e fornecedores. Então,<br />

é necessário que a ca<strong>de</strong>ia gerencie da melhor forma possível seus recursos, sua logística, seus<br />

estoques e suas informações, que <strong>de</strong>veriam ser disponibilizadas pelos sistemas em tempo real<br />

(GUNASEKARAN; NGAI, 2009).<br />

Uma eficiente gestão da ca<strong>de</strong>ia é iniciada com a administração dos estoques. Da mesma forma<br />

que eles representam capital <strong>de</strong> giro empatado, po<strong>de</strong>m se <strong>de</strong>teriorar, ser roubados ou<br />

simplesmente ficar obsoletos; também representam segurança para a empresa contra<br />

incertezas. O volume do estoque é uma estratégia <strong>de</strong>finida por cada empresa. No entanto,<br />

quando existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reduzí-lo, este processo é complexo e <strong>de</strong>manda tempo e<br />

investimento das organizações (BOWERSOX, 2001).<br />

O estoque ocorrerá sempre que houver incerteza entre fornecimento e <strong>de</strong>manda. Entretanto, se<br />

existir uma perfeita sincronização entre os elos da ca<strong>de</strong>ia produtiva, a manutenção dos<br />

estoques torna-se <strong>de</strong>snecessária (BALLOU, 2001). Portanto, o estoque existe para compensar<br />

as possíveis incapacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> se gerenciar os elos da ca<strong>de</strong>ia produtiva e sincronizá-los, sendo<br />

necessário ajustá-lo para se manter competitivo. Para que isso ocorra é necessário<br />

compreen<strong>de</strong>r <strong>como</strong> é composta a <strong>de</strong>manda.<br />

A gestão da <strong>de</strong>manda engloba o gerenciamento da carteira <strong>de</strong> pedidos e da previsão <strong>de</strong><br />

vendas. A carteira <strong>de</strong> pedidos envolve a previsão da <strong>de</strong>manda mais simplificada, uma vez que<br />

é composta por pedidos confirmados <strong>de</strong> clientes. Já no sistema <strong>de</strong> produção para estoque, no<br />

qual a tarefa <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda é mais complexa, o planejador tem que recorrer às<br />

2


metodologias clássicas <strong>de</strong> previsão. A combinação <strong>de</strong> pedidos colocados e pedidos previstos é<br />

utilizada para representar a <strong>de</strong>manda em muitas empresas. O gráfico 1 mostra a combinação<br />

dos pedidos em carteira e das previsões.<br />

Demanda<br />

Demanda Total<br />

Previsão<br />

Carteira <strong>de</strong> Pedidos<br />

Tempo<br />

Fonte: Adaptado <strong>de</strong> Slack et al. (2002)<br />

Gráfico 1: Combinando carteira <strong>de</strong> pedidos e previsões<br />

Nesta pesquisa, o problema está relacionado à parcela da <strong>de</strong>manda total <strong>de</strong>nominada previsão,<br />

que <strong>de</strong>ve ser reestruturada <strong>de</strong> forma a melhorar o nível <strong>de</strong> serviços prestados ao consumidor<br />

final. Ou seja, é necessária uma melhor sincronização dos elos da ca<strong>de</strong>ia produtiva e a<br />

realização <strong>de</strong> previsões mais acuradas - que será possível graças à disponibilida<strong>de</strong> da<br />

informação em tempo real. O e-<strong>SCM</strong> integra a ca<strong>de</strong>ia, mas utiliza a TI <strong>como</strong> ferramenta base<br />

para esta integração.<br />

O e-<strong>SCM</strong> <strong>de</strong>staca-se <strong>como</strong> uma ferramenta no auxílio à tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão ao longo da ca<strong>de</strong>ia<br />

produtiva. Segundo os <strong>de</strong>fensores do conceito <strong>de</strong> integração, o ERP controla apenas processos<br />

internos da empresa. De acordo com Souza e Saccol (2003), uma limitação significativa do<br />

sistema ERP é que ele se restringe à gestão da informação <strong>de</strong>ntro da empresa. Já o e-<strong>SCM</strong><br />

permite que a empresa acompanhe os negócios em toda a ca<strong>de</strong>ia produtiva, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os<br />

fornecedores iniciais até os clientes finais, todos interligados por meio da TI. Essa tecnologia<br />

está auxiliando as ca<strong>de</strong>ias na a<strong>de</strong>quação dos níveis <strong>de</strong> serviço (HENDRICKS; SINGHAL;<br />

STRATMAN, 2007).<br />

Isso ocorre porque a informação da venda para o consumidor final está disponibilizada, em<br />

tempo real, para todos os elos da ca<strong>de</strong>ia. Para Bose, Raktim e Alex (2008), a integração<br />

permite que a empresa se adapte às mudanças do ambiente mais rapidamente. Dessa forma, os<br />

fornecedores po<strong>de</strong>m alterar seu ritmo <strong>de</strong> produção para acompanhar, em tempo real, qualquer<br />

comportamento inesperado da <strong>de</strong>manda evitando o excesso (estoque) e a falta <strong>de</strong> produtos<br />

(ruptura). Segundo Soroor et al. (2009), os processos <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação que os membros das<br />

ca<strong>de</strong>ias estão envolvidos, têm aumentado em complexida<strong>de</strong> nos anos recentes e têm se<br />

tornado mais intensivos em informação. Sob tais circunstâncias, as comunicações e a<br />

coor<strong>de</strong>nação em tempo real entre os membros da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos móveis e dispersos é<br />

difícil, envolvendo a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma infraestrutura eficiente <strong>de</strong> comunicações que<br />

proporcione acesso confiável às informações do processo <strong>de</strong> suprimentos e do pessoal<br />

relacionado mais acuradamente. Tudo remete à utilização estratégica da TI para manter a<br />

competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> qualquer organização.<br />

Conforme Koh e Gunasekaran (2008, p.253), “no e-<strong>SCM</strong> os recursos são mais bem<br />

controlados e a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e o planejamento são realçados não somente por causa das<br />

vantagens intrínsecas do ERP, mas também porque os recursos da ca<strong>de</strong>ia inteira estão agora<br />

disponíveis”. O mesmo acontece com os fornecedores <strong>de</strong> segunda camada e assim<br />

sucessivamente. De acordo com Chang et al. (2008, p.1809), “ao aplicar e-<strong>SCM</strong>, os pedidos<br />

po<strong>de</strong>m ser previstos eficiente e corretamente, os custos em estoque, para os membros da<br />

3


ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos, po<strong>de</strong>m ser reduzidos, e uma programação da produção po<strong>de</strong> ser<br />

ajustada para otimizar o tempo”.<br />

Para Themistocleous, Irani e Love (2004), o e-<strong>SCM</strong> também modifica o sistema produtivo da<br />

ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor <strong>de</strong> “empurrado” para “puxado”. Isso possibilita a<strong>de</strong>quar os níveis <strong>de</strong> estoque<br />

em função das vendas, mesmo com o aumento no mix <strong>de</strong> produtos.<br />

2.2 Mo<strong>de</strong>lo do Lote Econômico <strong>de</strong> Compra<br />

Segundo Moreira (1993), o sistema do Lote Econômico <strong>de</strong> Compra (LEC) foi concebido para<br />

a gestão <strong>de</strong> itens comprados fora da empresa. No entanto, é possível adaptá-lo ao caso <strong>de</strong> itens<br />

fabricados internamente. De acordo com Slack et al. (2002, p.387), “essa abordagem tenta<br />

encontrar o melhor equilíbrio entre as vantagens e as <strong>de</strong>svantagens <strong>de</strong> manter estoque”.<br />

Tal mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>termina uma quantida<strong>de</strong> remanescente em estoque, a qual, quando atingida,<br />

aciona imediatamente um pedido <strong>de</strong> compra. Como o sistema funciona <strong>de</strong> forma i<strong>de</strong>al, aquilo<br />

que ficou em estoque é suficiente para manter as ativida<strong>de</strong>s em funcionamento até que se<br />

receba a mercadoria pedida. Para <strong>de</strong>terminar a quantida<strong>de</strong> a comprar, ou seja, o Lote<br />

Econômico, remete-se à minimização dos custos associados <strong>aos</strong> estoques (MOREIRA, 1993).<br />

A análise do custo total dos estoques é fundamental quando se <strong>de</strong>seja ajustá-los. Para isso<br />

leva-se em consi<strong>de</strong>ração os custos <strong>de</strong> armazenagem (que aumenta em função do tamanho do<br />

pedido), do pedido (que diminui em função do aumento do tamanho do pedido) e <strong>de</strong> aquisição<br />

(que é um custo fixo). O mesmo po<strong>de</strong> ser expresso matematicamente por: CT = CAq + CP +<br />

CAm. Sendo CT = Custo Total, CAq = Custo <strong>de</strong> Aquisição, CP = Custo <strong>de</strong> Pedido e CAm =<br />

Custo <strong>de</strong> Armazenagem.<br />

Nesta situação po<strong>de</strong> ocorrer um tra<strong>de</strong>-off, na qual se uma empresa consegue reduzir seu custo<br />

<strong>de</strong> armazenagem (fracionando seu pedido), ela po<strong>de</strong> aumentar seu custo <strong>de</strong> pedido<br />

(aumentando o número <strong>de</strong> pedidos para a mesma <strong>de</strong>manda). Se este último custo aumentar<br />

muito, por questões logísticas ou administrativas do pedido, um projeto <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> custo<br />

total po<strong>de</strong> se tornar inviável (KOBAYASHI, 2000; SCHWITZKY, 2001). O gráfico 2<br />

representa esquematicamente esta situação.<br />

Custo Custo<br />

Mínimo<br />

Custo<br />

Custo <strong>de</strong><br />

Pedido<br />

Custo Total<br />

Q 0<br />

Custo <strong>de</strong><br />

Armazenagem<br />

Custo <strong>de</strong> Aquisição<br />

Q - Lote Pedido<br />

Lote <strong>de</strong> Menor Custo<br />

Fonte: Adaptado <strong>de</strong> Francischini e Gurgel (2002).<br />

Gráfico 2: Mo<strong>de</strong>lo do lote econômico <strong>de</strong> compra<br />

2.3 Previsão da Demanda<br />

As previsões da <strong>de</strong>manda são a base para o processo <strong>de</strong> planejamento, sendo uma das<br />

ativida<strong>de</strong>s mais importantes <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> produção. Todo o início <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong><br />

estoques está baseado em previsões <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> material. Este processo estabelece<br />

estimativas futuras dos produtos acabados comercializados pelas empresas. Ainda <strong>de</strong>finem<br />

quais, quantos e quando <strong>de</strong>terminados produtos serão comprados pelos clientes. Para<br />

Christopher (1997, p. 173), “previsão é um processo metodológico para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong><br />

dados futuros baseado em mo<strong>de</strong>los estatísticos, matemáticos ou econométricos ou ainda em<br />

mo<strong>de</strong>los subjetivos apoiados em uma metodologia <strong>de</strong> trabalho clara e previamente <strong>de</strong>finida”.<br />

4


Segundo Bayraktar et al. (2008, p. 195), “previsões <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda, na prática, raramente são<br />

precisas e ficam ainda piores nos níveis mais complexos da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos”. Segundo<br />

Arnold (1999, p. 235), “as previsões são mais precisas para períodos curtos. O futuro próximo<br />

impõe menos incertezas que o futuro distante”.<br />

Vastas são as técnicas e mo<strong>de</strong>los (estatísticos, operacionais e estratégicos) <strong>de</strong>scritos em<br />

literatura, <strong>como</strong>, por exemplo, aqueles baseados em séries temporais, que analisam<br />

minuciosamente formas para se prever a <strong>de</strong>manda. Apesar da evolução <strong>de</strong>sses métodos, a<br />

previsão <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda não é uma ciência puramente exata. Ela envolve experiência e<br />

julgamento pessoal do planejador. No entanto, mesmo com todos os recursos disponíveis para<br />

se realizar uma boa previsão, se comparada com a carteira <strong>de</strong> pedidos, esse percentual <strong>de</strong><br />

vendas é muito mais difícil <strong>de</strong> ser gerenciado, sendo ele responsável pela existência da maior<br />

parcela dos estoques. Para Corrêa e Gianesi (1996, p. 234), “as incertezas <strong>de</strong> previsões e os<br />

erros correspon<strong>de</strong>ntes provêm <strong>de</strong> duas formas distintas: a primeira <strong>de</strong>las correspon<strong>de</strong> ao<br />

próprio mercado, <strong>de</strong> baixa previsibilida<strong>de</strong>; a segunda correspon<strong>de</strong> ao sistema <strong>de</strong> previsão”.<br />

Outro problema é que o constante crescimento da oscilação da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> um número cada<br />

vez maior <strong>de</strong> produtos aumenta, na mesma proporção, a necessida<strong>de</strong> por reprogramação da<br />

produção.<br />

Dessa forma, um dos mecanismos para a<strong>de</strong>quação dos estoques seria aquele que conseguisse<br />

melhorar as previsões ou transformá-las em carteira <strong>de</strong> pedidos, proporcionando assim, uma<br />

maior sincronização entre a oferta e a <strong>de</strong>manda. Muitas empresas têm buscado transformar<br />

gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> sua previsão em carteira <strong>de</strong> pedidos, por meio do aumento do número <strong>de</strong><br />

visitas técnicas ou oferecendo <strong>de</strong>scontos para aqueles clientes que comprarem<br />

antecipadamente. Entretanto, existem segmentos nos quais esse procedimento não é possível.<br />

Sendo assim, estas empresas lançam mão <strong>de</strong> previsões para antecipar a <strong>de</strong>manda e planejar o<br />

quê, quanto e quando produzir (CHING, 1999).<br />

Há várias técnicas para se trabalhar a previsão. De acordo com Shingo (1996), essas técnicas<br />

po<strong>de</strong>m ser classificadas em três grupos:<br />

− Projeção: admitem que o futuro será repetição do passado ou as vendas evoluirão no<br />

tempo. Técnica <strong>de</strong> natureza essencialmente quantitativa;<br />

− Explicação: procura relacionar vendas do passado com outras variáveis, cuja evolução é<br />

conhecida ou previsível. Basicamente, aplicações <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> regressão e correlação;<br />

− Predileção: funcionários experientes e conhecedores <strong>de</strong> fatores influentes nas vendas e no<br />

mercado estabelecem a evolução das vendas futuras.<br />

Na prática, po<strong>de</strong>m ocorrer combinações dos diversos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> evolução <strong>de</strong> consumo.<br />

Segundo Arnold (1999), estão previstas duas maneiras <strong>de</strong> se estimar o consumo: após a<br />

entrada do pedido, que é possível nos casos <strong>de</strong> prazo <strong>de</strong> fornecimento suficientemente longo;<br />

e através <strong>de</strong> métodos estatísticos, que são os mais utilizados. Estes calculam as previsões<br />

através <strong>de</strong> valores históricos. Dentre estes mo<strong>de</strong>los estatísticos <strong>de</strong>stacam-se: método do último<br />

período, método da média móvel, método da média móvel pon<strong>de</strong>rada, método da média com<br />

pon<strong>de</strong>ração exponencial e método dos mínimos quadrados.<br />

Vale ainda lembrar que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada ca<strong>de</strong>ia utilizar a<strong>de</strong>quadamente o mo<strong>de</strong>lo que melhor<br />

se enquadra no seu segmento, produto e <strong>de</strong>manda.<br />

Sendo assim, estudos sobre a integração da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos, objetivando-se reduzir o<br />

grau <strong>de</strong> incerteza sobre a mesma, po<strong>de</strong>m melhorar as previsões <strong>de</strong> venda, a confiabilida<strong>de</strong> da<br />

entrega dos fornecedores e a gestão do lead time dos processos <strong>de</strong> fabricação. Isso é <strong>de</strong><br />

fundamental importância para que as empresas possam diminuir as incertezas em relação <strong>aos</strong><br />

ambientes interno e externo e, conseqüentemente, a<strong>de</strong>quar seu nível <strong>de</strong> estoque, melhorar seu<br />

nível <strong>de</strong> serviço e reduzir a ruptura. Desta forma, novas soluções têm sido <strong>de</strong>senvolvidas e<br />

aplicadas nos mais diversos segmentos, buscando-se melhorar ainda mais os níveis <strong>de</strong> serviço<br />

prestados ao consumidor final.<br />

5


2.4 O segmento <strong>de</strong> bebidas carbonatadas<br />

A indústria <strong>de</strong> bebidas carbonatadas consiste <strong>de</strong> organizações que produzem, comercializam,<br />

embalam, ven<strong>de</strong>m e entregam bebidas carbonatadas <strong>aos</strong> consumidores. De acordo com<br />

Ferreira et al. (2009), o setor apresenta muitas pequenas empresas locais, embora pelo menos<br />

três gran<strong>de</strong>s produtores mantenham o mais alto grau <strong>de</strong> reconhecimento <strong>de</strong> marca<br />

internacional.<br />

Bebidas carbonatadas são populares em muitos mercados e são consumidas por uma<br />

varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> grupos sociais e econômicos, embora o consumo per capita seja maior em alguns<br />

mercados. Segundo Ferreira et al. (2009, p.697), “o Brasil é um dos maiores produtores <strong>de</strong><br />

refrigerantes carbonatados com mais <strong>de</strong> 800 fábricas, e um mercado consumidor <strong>de</strong> mais <strong>de</strong><br />

13 bilhões <strong>de</strong> litros por ano, que é o terceiro no mundo”.<br />

Nesse contexto, o estudo do nível <strong>de</strong> serviço logístico e da integração com seus fornecedores<br />

justifica-se pela sua relevância e pelo atendimento em todas as classes sociais, inclusive as<br />

menos favorecidas economicamente.<br />

Outro fator importante é o nível <strong>de</strong> serviço logístico. Ele afeta diretamente a sobrevivência da<br />

empresa e <strong>de</strong> seus parceiros. Para Jiménez e Muñoz (2006), esta ativida<strong>de</strong> é o mecanismo que<br />

aproxima indústrias, comerciantes e clientes, envolvendo elementos importantes que<br />

geralmente são os levados em consi<strong>de</strong>ração pelos clientes no momento da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> qual<br />

empresa se tornará parceira. Estruturar este serviço é fundamental para qualquer ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

valor e não é diferente com o segmento <strong>de</strong> lojas <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamentos. Para Giacobo, Estrada e<br />

Ceretta (2005), com a evolução do mercado e com a preocupação das empresas em relação ao<br />

nível <strong>de</strong> serviço oferecido a seus clientes, procurou-se i<strong>de</strong>ntificar e quantificar os fatores<br />

necessários para a elaboração <strong>de</strong> novos níveis <strong>de</strong> serviço, tais <strong>como</strong>: prazo <strong>de</strong> execução e<br />

respectivo nível <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong>; tempo <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> tarefas; facilida<strong>de</strong> em sanar<br />

erros e falhas; agilida<strong>de</strong> e precisão em fornecer informações sobre os serviços em<br />

processamento; agilida<strong>de</strong> no atendimento <strong>de</strong> reclamações e no encaminhamento <strong>de</strong> soluções.<br />

Todos estes serviços são necessários no mercado <strong>de</strong> bebidas carbonatadas.<br />

3 METODOLOGIA<br />

Devido à fase inicial <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, na qual se apresentam os estudos acerca dos<br />

impactos do e-<strong>SCM</strong> no nível <strong>de</strong> serviço do segmento <strong>de</strong> bebidas carbonatadas, existe uma<br />

<strong>de</strong>ficiência na estruturação do conhecimento, o que gera dificulda<strong>de</strong> no levantamento <strong>de</strong><br />

dados que po<strong>de</strong>riam ser tratados estatisticamente. Sendo assim, esta pesquisa foi do tipo<br />

qualitativa e <strong>de</strong> natureza exploratória. Para Malhotra (2001), a pesquisa qualitativa<br />

exploratória proporciona uma melhor visão e compreensão do contexto do problema. Para<br />

Mattar (2005), embora existam restrições a esse tipo <strong>de</strong> estudo, os estudos exploratórios<br />

mostram-se a<strong>de</strong>quados quando a massa crítica <strong>de</strong> conhecimentos sobre um assunto não é<br />

extensa e importante, ao se constituírem etapas iniciais para a realização <strong>de</strong> estudos mais<br />

estruturados <strong>como</strong> os causais e <strong>de</strong>scritivos.<br />

O método utilizado foi o método do estudo <strong>de</strong> caso. Segundo Yin (2001), o estudo <strong>de</strong> caso é a<br />

estratégia preferida quando as questões são colocadas sob a forma <strong>de</strong> “<strong>como</strong>” ou “por que”,<br />

que é o caso presente. O estudo <strong>de</strong> caso permite uma investigação para obter as características<br />

mais significativas e holísticas. Ainda segundo o autor, seis fontes <strong>de</strong> evidências <strong>de</strong>vem ser<br />

utilizadas, na medida do possível, para que se obtenha um bom estudo <strong>de</strong> caso, a saber: (1)<br />

documentação; (2) registro em arquivos; (3) entrevistas; (4) observações diretas; (5)<br />

observações participantes; (6) artefatos físicos.<br />

3.1 Escolha do Caso<br />

A empresa em estudo faz parte da mesma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos, envolvendo varejo (bares e<br />

supermercados), Centro <strong>de</strong> Distribuição (atacado), indústria e fornecedores <strong>de</strong> insumos<br />

básicos. Ela foi escolhida conforme sua relevância e conveniência. Optou-se pela análise <strong>de</strong><br />

6


um caso único por se tratar <strong>de</strong> fenômeno recente no Brasil, pela representativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta<br />

empresa no setor e sua distribuição geográfica (aten<strong>de</strong>r a vários pontos da região nor<strong>de</strong>ste do<br />

estado <strong>de</strong> São Paulo).<br />

3.2 Coleta e Análise dos Dados<br />

Para o presente estudo foram utilizados dados primários e secundários obtidos por meio <strong>de</strong><br />

entrevistas. Foram realizadas várias visitas estruturadas a empresa e na qual realizou-se<br />

entrevistas com os profissionais responsáveis pela previsão da <strong>de</strong>manda e aqueles<br />

responsáveis pelos ajustes semanais. As observações diretas às diferentes ativida<strong>de</strong>s da<br />

proprieda<strong>de</strong> permitiram o acompanhamento dos dados, bem <strong>como</strong> uma percepção mais<br />

<strong>de</strong>talhada e segura dos objetos da pesquisa. Segundo Selltiz, Wrightsman e Cook (1987), a<br />

técnica <strong>de</strong> entrevista é uma situação em que se <strong>de</strong>senvolve a interação social para obtenção <strong>de</strong><br />

informações, sendo mais a<strong>de</strong>quada para a revelação <strong>de</strong> assuntos complexos, emocionalmente<br />

carregados ou para verificar os sentimentos subjacentes à <strong>de</strong>terminada opinião apresentada.<br />

Objetivando-se uma melhor análise posterior dos dados foram <strong>de</strong>finidas as seguintes variáveis<br />

que serviram <strong>de</strong> base para a construção do roteiro <strong>de</strong> entrevistas:<br />

− Grupo 1: relacionadas a dados da organização (tamanho, porte, história, localização);<br />

− Grupo 2: relacionadas à mensuração do nível <strong>de</strong> serviço (lead time, ruptura,<br />

disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos, nível <strong>de</strong> estoque, nível <strong>de</strong> serviço);<br />

− Grupo 3: relacionadas <strong>aos</strong> ganhos financeiros proporcionados pela integração (giro, TIR,<br />

VPL);<br />

− Grupo 4: relacionadas à opinião dos gestores sobre os benefícios e <strong>de</strong>safios da integração.<br />

Após a conclusão das entrevistas, os dados foram analisados, inicialmente, <strong>de</strong> forma<br />

individual e, posteriormente, na forma <strong>de</strong> análises comparativas entre os produtos estudados.<br />

Para tal, foi utilizada a análise <strong>de</strong> conteúdo, na qual foi possível se fazer a codificação,<br />

categorização e quantificação dos dados coletados. Essa técnica permite o tratamento das<br />

informações com a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> um código qualitativo para sua classificação e<br />

tratamento. Em todas as empresas houve a preocupação <strong>de</strong> se analisar a situação <strong>de</strong> cada<br />

variável, anteriormente <strong>de</strong>finida, nos momentos anteriores e posteriores à integração por meio<br />

do e-<strong>SCM</strong>.<br />

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DO CASO<br />

4.1 - A empresa<br />

A empresa <strong>de</strong> bebidas carbonatadas em estudo atua no segmento <strong>de</strong> bebidas há mais <strong>de</strong> 60<br />

anos, estando entre as 500 melhores e maiores empresas brasileiras. A empresa conta com um<br />

portfólio diversificado, com mais <strong>de</strong> 100 produtos, e aten<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 300 cida<strong>de</strong>s do Estado <strong>de</strong><br />

São Paulo e sul <strong>de</strong> Minas Gerais. O faturamento mensal gira em torno <strong>de</strong> 55 milhões <strong>de</strong> reais<br />

o volume <strong>de</strong> expedição médio mensal é <strong>de</strong> 3,5 milhões <strong>de</strong> caixas. Segundo dados da pesquisa<br />

Nielsen divulgados pela empresa, em fevereiro <strong>de</strong> 2009, ela tinha uma participação <strong>de</strong> 66,6%<br />

do mercado <strong>de</strong> bebidas carbonatadas da região atendida, contra 13% do principal concorrente<br />

e 20% <strong>de</strong> outras companhias menores somadas.<br />

4.2 - O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> vendas<br />

A matriz da empresa realiza a projeção das metas que são base para o cenário nacional para os<br />

próximos cinco anos. Desta forma são <strong>de</strong>terminadas algumas ações e estratégias que serão<br />

operacionalizadas localmente. Tais informações tornam-se mais acuradas à medida que são<br />

especificadas na previsão anual realizada pela franquia regional. Esta previsão anual utiliza<br />

dados <strong>de</strong> pesquisas econômicas, além <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> lançamento <strong>de</strong> novos produtos<br />

concorrentes e próprios para realização da projeção do cenário que a organização está<br />

inserida. Tal projeção é feita sem a utilização <strong>de</strong> gráficos e mo<strong>de</strong>los estatísticos, neste<br />

momento é muito mais importante a análise qualitativa e a percepção <strong>de</strong> mercado.<br />

7


A previsão anual <strong>de</strong> vendas é a base que é compartilhada com toda a ca<strong>de</strong>ia, para que os<br />

fornecedores possam se programar para aten<strong>de</strong>r uma <strong>de</strong>manda média da indústria. Isso é<br />

importante, pois seus fornecedores também possuem fornecedores que também <strong>de</strong>vem ajustar<br />

seus lead times, até os fornecedores mais distantes.<br />

Num segundo momento essa previsão anual é <strong>de</strong>sdobrada em previsões mensais. Neste<br />

momento a base <strong>de</strong> dados é quantitativa e analisa, entre outros dados, estoque do mês anterior,<br />

histórico <strong>de</strong> vendas e ruptura. Como ferramenta operacional é utilizado o software <strong>de</strong> previsão<br />

comercialmente conhecido <strong>como</strong> Forecast Pro. A base <strong>de</strong>ste programa são dados históricos e<br />

<strong>como</strong> forma <strong>de</strong> análise utiliza técnicas estatísticas, <strong>como</strong> média móvel, pon<strong>de</strong>rada e<br />

exponencial, que são baseadas em mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> séries temporais.<br />

Tal previsão é muito importante para o planejamento estratégico e principalmente operacional<br />

da empresa, tendo em vista que será calculada toda a sua necessida<strong>de</strong> produtiva e operacional.<br />

Tudo isso auxilia no posicionamento estratégico, <strong>de</strong>finindo as ações e planejamentos <strong>de</strong> longo<br />

e médio prazo.<br />

4.3 - O ajuste ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> vendas<br />

No curto prazo, existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um planejamento mais refinado, pois o mesmo serve<br />

<strong>de</strong> base para o MPS (Master Planning Schedule). A dificulda<strong>de</strong> existe principalmente em<br />

função <strong>de</strong>ste segmento <strong>de</strong> mercado estar sujeito a constantes ajustes em função do impacto<br />

dos fatores ambientais sobre o mesmo. Chuva, frio, jogos <strong>de</strong> futebol transmitidos pela TV,<br />

entre outros, influenciam no consumo e po<strong>de</strong>m afetar os estoques no curto prazo, levando a<br />

possíveis rupturas. Mesmo assim, a empresa <strong>de</strong>ve estar apta a reagir a tais mudanças ou a<br />

ações mercadológicas da concorrência, na maior agilida<strong>de</strong> possível. Deseja-se com este<br />

estudo mostrar indicadores que nos levem a concluir que para os padrões atuais <strong>de</strong><br />

competitivida<strong>de</strong>, a previsão tradicional <strong>de</strong> vendas, que toma <strong>como</strong> base mo<strong>de</strong>los qualiquantitativos,<br />

já não é mais suficiente. A ca<strong>de</strong>ia precisa da informação em tempo real. Neste<br />

ponto ainda vale <strong>de</strong>stacar que os ajustes suplementares propostos nesta pesquisa são<br />

realizados nas previsões <strong>de</strong> curto prazo.<br />

Dessa forma, no curto prazo, a empresa em estudo realiza um ajuste semanal <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong><br />

vendas que será <strong>de</strong>nominado nesta pesquisa <strong>como</strong> “replan”. Ele é importante para que a<br />

empresa possa redimensionar sua capacida<strong>de</strong>, sua <strong>de</strong>manda e seus recursos, para que os<br />

mesmos possam melhor aten<strong>de</strong>r a real necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mercado. Além <strong>de</strong> que isso é<br />

importante para que a empresa possa reagir mais rapidamente às exigências peculiares <strong>de</strong>ste<br />

segmento <strong>de</strong> negócio.<br />

Historicamente o “replan” é realizado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2002 e utiliza <strong>como</strong> base <strong>de</strong> informações para seu<br />

funcionamento dados qualitativos provenientes das diversas áreas da empresa, que informam<br />

possíveis motivos <strong>de</strong> divergências entre o volume planejado e o realizado; além <strong>de</strong> utilizar<br />

informações provenientes das políticas <strong>de</strong>finidas da empresa, <strong>como</strong> estratégias, lançamentos<br />

<strong>de</strong> produtos, reposicionamentos <strong>de</strong> preços, entre outras. Um fator que influencia diretamente o<br />

negócio, e é consi<strong>de</strong>rado no ajuste é o fator climático, uma vez que a temperatura e o clima ao<br />

longo dos dias influenciam o comportamento do consumidor final. Tal informação é obtida<br />

por meio <strong>de</strong> consultas a sites específicos, que prevêem as condições climáticas para a semana.<br />

Também são consi<strong>de</strong>radas as informações <strong>de</strong> vendas do final <strong>de</strong> semana anterior, <strong>de</strong>vido às<br />

variações <strong>de</strong> consumo que <strong>de</strong>terminam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reabastecimento para a semana e<br />

também po<strong>de</strong>-se prever o que ocorrerá no final <strong>de</strong> semana seguinte, já suprindo o estoque para<br />

as possíveis vendas futuras. São utilizadas informações da ação da concorrência e ações <strong>de</strong><br />

marketing da própria organização, <strong>de</strong>terminando reações e também a<strong>de</strong>quações às próprias<br />

necessida<strong>de</strong>s. Existe um software <strong>de</strong>senvolvido internamente pela empresa que auxilia nesse<br />

processo, utilizando apenas informações históricas <strong>de</strong> vendas.<br />

No entanto, o indicador mais importante na formulação do “replan” é a disponibilida<strong>de</strong> da<br />

informação do consumo, em tempo real, <strong>de</strong> todos os pontos <strong>de</strong> venda da região nor<strong>de</strong>ste do<br />

8


estado <strong>de</strong> São Paulo. Esta informação é obtida por meio <strong>de</strong> coletores portáteis que os<br />

representantes <strong>de</strong> venda utilizam e que informam, em tempo real, a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> cada<br />

estabelecimento comercial. Desta forma, é possível executar o replanejamento semanal da<br />

produção (que é feito nas segundas-feiras) baseado, principalmente, nesta informação que é<br />

coletada ao longo do final <strong>de</strong> semana antece<strong>de</strong>nte. Sendo assim, o volume <strong>de</strong> produção da<br />

semana é ajustado conforme o volume atual <strong>de</strong> estoque que é subtraído do replanejamento das<br />

vendas. Caso não fosse disponibilizada esta informação teríamos uma previsão menos precisa<br />

e, consequentemente, um aumento na ruptura e no nível dos estoques.<br />

Ainda é importante <strong>de</strong>stacar que <strong>de</strong>vido às peculiarida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sse setor, não existe uma maior<br />

precisão da informação <strong>de</strong> compra do consumidor final, mas somente os dados <strong>de</strong> reposição<br />

dos estoques no atacadista. As possíveis oscilações <strong>de</strong>stes estoques não po<strong>de</strong>m ser muito bem<br />

mensuradas, pois ela não representa o real consumo final. Po<strong>de</strong>m existir “pulmões” tanto no<br />

varejo <strong>como</strong> na residência do consumidor final.<br />

4.4 – Exemplos <strong>de</strong> produtos que sofreram ajustes no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> vendas<br />

tradicional<br />

Aqui o objetivo será exemplificar o ajuste da previsão mensal <strong>de</strong> vendas, por meio do estudo<br />

<strong>de</strong> casos particulares <strong>de</strong> alguns produtos da empresa. Como os pesquisadores não obtiveram<br />

autorização para divulgação do nome empresa e <strong>de</strong> seus produtos todos estarão recebendo<br />

nomes fictícios. No entanto isso não atrapalha o leitor na compreensão do texto.<br />

No <strong>de</strong>senvolver do caso será possível perceber a importância do “replan” (ou ajuste nas<br />

previsões) e da integração da ca<strong>de</strong>ia por meio do e-<strong>SCM</strong>. Para isso foram comparados os<br />

dados da previsão original <strong>de</strong> alguns produtos, com os ajustes do “replan” e ainda com o<br />

realizado. Percebe-se, por meio da análise gráfica, que o ajuste é uma importante ferramenta<br />

para se estudar em um mercado tão sazonal e instável quanto o <strong>de</strong> bebidas carbonatadas não<br />

alcoólicas. A figura 3 ilustra a importância do “replan” para ajustar a previsão. Ele se refere<br />

ao produto A, que teve seu volume <strong>de</strong> vendas reduzido em função do lançamento <strong>de</strong> um<br />

produto similar B, pela mesma empresa, em Março <strong>de</strong> 2007. Como po<strong>de</strong> ser observado, a<br />

realização dos ajustes contribuiu para evitar maiores impactos negativos relativos à mudança<br />

na <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>ntro do que foi planejado pela matriz. Logo, a empresa se adaptou a um nível<br />

menor <strong>de</strong> vendas, reduzindo a produção e evitando os possíveis estoques que seriam gerados.<br />

Volume <strong>de</strong> Vendas<br />

50000<br />

45000<br />

40000<br />

35000<br />

30000<br />

25000<br />

20000<br />

15000<br />

10000<br />

5000<br />

0<br />

jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07 set/07 out/07 nov/07 <strong>de</strong>z/07 jan/08 fev/08 mar/08 abr/08<br />

Orçado Original Replan Realizado<br />

Fonte: Fornecido pela empresa<br />

Figura 3 - Comparação entre a previsão, o “replan” e o realizado para vendas do produto ª<br />

A figura 4, referente ao produto C, ilustra a importância do “replan” à medida que <strong>de</strong>staca um<br />

momento no qual o mesmo “falhou”. A partir <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2008 é possível observar que foi<br />

sugerido um aumento na produção (maior do que o previsto) e, no entanto, as vendas foram<br />

menores que o esperado, o que impactou no aumento do nível dos estoques <strong>de</strong> produtos<br />

9


acabados. Isso acarretou em custos que po<strong>de</strong>riam ter sido evitados se o “replan” fosse<br />

realizado <strong>de</strong> maneira correta.<br />

Volume <strong>de</strong> Vendas<br />

65000<br />

60000<br />

55000<br />

50000<br />

45000<br />

40000<br />

35000<br />

30000<br />

jan/08 fev/08 mar/08 abr/08 mai/08 jun/08 jul/08 ago/08<br />

Previsão Replan Realizado<br />

Fonte: Fornecido pela empresa<br />

Figura 4 - Comparação entre a previsão, o “replan” e o realizado para vendas do produto C<br />

Os impactos negativos possíveis <strong>de</strong> serem evitados pela utilização do “replan” po<strong>de</strong>m ser<br />

percebidos na situação ilustrada pela figura 5. Ele também se refere ao produto C, enfatizando<br />

a comparação semanal entre os ajustes e o realizado. Nas duas primeiras semanas do mês <strong>de</strong><br />

março <strong>de</strong> 2009, representadas pelas semanas 19 e 20 no gráfico, o realizado foi muito maior<br />

do que o “replan”, ocorrendo ruptura <strong>de</strong> 232 caixas do produto na semana 19, e 4.171 caixas<br />

na semana 20. Nas duas semanas seguintes ocorreu o inverso, pois o ajuste foi feito com base<br />

nas altas vendas das semanas anteriores e, sendo um fato pontual, o realizado foi muito<br />

abaixo.<br />

Em relação à matéria-prima, houve necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> empréstimo <strong>de</strong> 25 kits <strong>de</strong> concentrado <strong>de</strong><br />

outra franquia, que seria suficiente para produção <strong>de</strong> 25.000 caixas do produto, já que o lead<br />

time do fornecedor para esse produto é <strong>de</strong> 25 dias. Além disso, foi necessário um frete<br />

especial para a busca <strong>de</strong> tampas no fornecedor, <strong>de</strong>vido ao lead time <strong>de</strong>sse material ser <strong>de</strong> 10<br />

dias. Ocorreu também a mudança no sequenciamento da produção, priorizando o produto C<br />

em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> outro sabor, o que levou a uma ruptura <strong>de</strong> 2.909 caixas <strong>de</strong> um produto D.<br />

Um fator responsável pela mudança na <strong>de</strong>manda, influenciando o aumento <strong>de</strong> vendas nas duas<br />

primeiras semanas do mês, foi o fator climático. Foram registradas temperaturas próximas dos<br />

40 o C, com ausência <strong>de</strong> nuvens e ventos da camada polar. Estas foram apontadas pela mídia<br />

<strong>como</strong> as semanas mais quentes dos últimos 66 anos na região nor<strong>de</strong>ste do estado <strong>de</strong> São<br />

Paulo. Segundo a responsável pelo “replan” da empresa, o aumento da temperatura afeta<br />

muito a <strong>de</strong>manda por bebidas carbonatadas do sabor do produto C.<br />

Volume Vendas<br />

25000<br />

21000<br />

17000<br />

13000<br />

9000<br />

5000<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 Semana<br />

Replan Realizado Març o 2009<br />

10


Fonte: Fornecido pela empresa<br />

Figura 5 - Comparação semanal entre o “replan” e o realizado para vendas do produto C<br />

A figura 6 ilustra as reduções nos níveis <strong>de</strong> estoque do produto C e os dias em que houve<br />

ruptura. A falta do produto po<strong>de</strong>ria influenciar no nível <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> dos clientes, uma vez<br />

que, ao <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> entregar o produto, os consumidores po<strong>de</strong>m adquirir o produto similar do<br />

concorrente. Isso po<strong>de</strong> implicar numa redução da participação <strong>de</strong> mercado da empresa. Além<br />

disso, também po<strong>de</strong>m ser observados aumentos excessivos no nível dos estoques, que<br />

chegaram a ser <strong>de</strong> 20.000 caixas, sendo que a política <strong>de</strong> estocagem <strong>de</strong> segurança gira em<br />

torno <strong>de</strong> 8.000 caixas.<br />

Estoque em caixas<br />

20000<br />

15000<br />

10000<br />

5000<br />

0<br />

Evolução do Estoque do Produto C ‐ Março <strong>de</strong> 2009<br />

2/3/2009<br />

3/3/2009<br />

4/3/2009<br />

5/3/2009<br />

6/3/2009<br />

7/3/2009<br />

9/3/2009<br />

10/3/2009<br />

11/3/2009<br />

12/3/2009<br />

13/3/2009<br />

14/3/2009<br />

16/3/2009<br />

17/3/2009<br />

18/3/2009<br />

19/3/2009<br />

20/3/2009<br />

21/3/2009<br />

23/3/2009<br />

24/3/2009<br />

25/3/2009<br />

26/3/2009<br />

27/3/2009<br />

28/3/2009<br />

30/3/2009<br />

31/3/2009<br />

Fonte: Fornecido pela empresa<br />

Figura 6 - Redução nos níveis <strong>de</strong> estoque do produto C<br />

Outro produto que po<strong>de</strong> exemplificar a importância do “replan” po<strong>de</strong> ser observado pela<br />

figura 7, que representa o produto E. Como po<strong>de</strong> ser observado, o realizado foi maior do que<br />

o replanejado nas semanas 9 e 10, referentes às duas primeiras semanas do mês <strong>de</strong> março <strong>de</strong><br />

2009. Dessa forma, houve ruptura <strong>de</strong> 256 caixas do produto na semana 9.<br />

Volume <strong>de</strong> Vendas<br />

2500<br />

2000<br />

1500<br />

1000<br />

500<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11<br />

Replan Realizado Março 2009<br />

Semana<br />

Fonte: Fornecido pela empresa<br />

Figura 7 - Comparação semanal entre o “replan” e o realizado para vendas do produto E<br />

A figura 8 representa a evolução dos níveis <strong>de</strong> estoque do produto E em março <strong>de</strong> 2009. É<br />

possível observar a redução dos estoques, chegando a zero. Assim <strong>como</strong> no caso do produto<br />

C, a falta do produto po<strong>de</strong>ria influenciar no nível <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> dos clientes, uma vez que, ao<br />

11


<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> entregar o produto, os consumidores po<strong>de</strong>m adquirir o produto similar do<br />

concorrente. Isso po<strong>de</strong> implicar numa redução da participação <strong>de</strong> mercado da empresa.<br />

Estoque em caixas<br />

14000<br />

12000<br />

10000<br />

8000<br />

6000<br />

4000<br />

2000<br />

0<br />

Evolução do Estoque do Produto E ‐ Março <strong>de</strong> 2009<br />

Fonte: Fornecido pela empresa<br />

Figura 8 - Redução nos níveis <strong>de</strong> estoque do produto E<br />

A figura 9 representa a evolução dos níveis <strong>de</strong> estoque do produto F <strong>de</strong> 2004 a 2008. É um<br />

indicador importante, tendo em vista que é a partir <strong>de</strong> 2003 que po<strong>de</strong>m ser mensurados os<br />

maiores benefícios da integração da empresa com seus fornecedores e clientes, por meio do e-<br />

<strong>SCM</strong>. Comparando-se com o ano <strong>de</strong> 2004 po<strong>de</strong> ser observada que sempre existiu a redução<br />

dos estoques do produto, que foi, em média, <strong>de</strong> 39,09%. Isso ocorreu, entre outros fatores,<br />

<strong>de</strong>vido à utilização do “replan”, e da informação em tempo real, <strong>de</strong> maneira mais eficiente. Os<br />

estoques eram atualizados em tempo real e os fornecedores informados mais rapidamente a<br />

respeito da reposição dos estoques <strong>de</strong> insumos básicos. Aqui vale lembrar que muitos<br />

<strong>de</strong>partamentos estiveram envolvidos no processo, inclusive <strong>de</strong>staca-se a importância do<br />

conceito <strong>de</strong> “Logística Integrada” utilizada na empresa. Logo, os ajustes na previsão <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>manda tradicional (com ajuda do software <strong>de</strong> séries temporais – Forecast), po<strong>de</strong> auxiliar na<br />

adaptação da capacida<strong>de</strong> produtiva da empresa, evitando o acúmulo <strong>de</strong>snecessário <strong>de</strong><br />

produtos em estoque. Consequentemente, há uma redução nos custos em relação ao produto,<br />

contribuindo para a manutenção da competitivida<strong>de</strong> da empresa.<br />

Estoque em Caixas<br />

60.000.000<br />

50.000.000<br />

40.000.000<br />

30.000.000<br />

20.000.000<br />

10.000.000<br />

0<br />

5 CONCLUSÕES<br />

Estoques Produto F<br />

20,98% 48,61% 48,75% 38,03%<br />

2004 2005 2006 2007 2008<br />

Fonte: Fornecido pela empresa<br />

Figura 9 - Redução na política <strong>de</strong> estoques do produto F<br />

12


Esta pesquisa teve <strong>como</strong> objetivo analisar <strong>como</strong> o e-<strong>SCM</strong> po<strong>de</strong> ajudar o segmento <strong>de</strong> bebidas<br />

a suplementar seu mo<strong>de</strong>lo tradicional <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> vendas, melhorando assim, seus níveis<br />

<strong>de</strong> serviço prestados ao consumidor final. Conclui-se que, isoladamente, esses mo<strong>de</strong>los<br />

tradicionais não contribuem para que se atinja o nível <strong>de</strong> serviço prestado pelas empresas mais<br />

competitivas. Isso se <strong>de</strong>ve, principalmente, pela falta <strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong> da informação do<br />

consumo em tempo real. Além disso, verificou-se que resultados mais expressivos só po<strong>de</strong>m<br />

ser obtidos após a integração dos elos da ca<strong>de</strong>ia por meio do e-<strong>SCM</strong>.<br />

Inicialmente, o projeto para realização <strong>de</strong> previsões mais precisas, utilizando integração da<br />

ca<strong>de</strong>ia, por meio do e-<strong>SCM</strong>, teve foco na melhoria do nível <strong>de</strong> serviço prestado ao consumidor<br />

final. Sendo assim, foi possível fazer previsões mais realistas e sincronizar os primeiros elos<br />

da ca<strong>de</strong>ia (indústria, centro <strong>de</strong> distribuição e varejista), pois a empresa passou a disponibilizar<br />

a informação, em tempo real, do comportamento <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> todos os pontos <strong>de</strong> venda da<br />

ca<strong>de</strong>ia (atacado).<br />

A empresa <strong>de</strong> bebidas carbonatadas analizada realiza a previsão <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda tradicional,<br />

utilizando o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> séries temporais, através do software estatístico Forecast-Pro. No<br />

entanto, essa previsão não é suficiente para atingir o nível o nível <strong>de</strong>sejado pelas empresas<br />

mais competitivas, uma vez que esse mo<strong>de</strong>lo tradicional não atualiza o consumo, em tempo<br />

real, informação esta, tão importante para evitar a ruptura e os estoques. As previsões<br />

continuam a existir, no entanto, as mesmas passaram a ser suplementadas pelo ajuste que é<br />

realizado semanalmente. É importante ressaltar que a indústria em estudo representava 66,6%<br />

das vendas do mercado <strong>de</strong> bebidas carbonatadas da região em estudo, apresentando assim,<br />

gran<strong>de</strong> representativida<strong>de</strong> no segmento.<br />

Também observou-se que o ERP, apesar <strong>de</strong> gerar benefícios (<strong>como</strong> a customização dos<br />

processos e a disponibilização das informações <strong>de</strong>ntro da empresa), visa somente à solução <strong>de</strong><br />

problemas relacionados à análise interna da empresa. Desta forma, verificou-se que esse<br />

sistema integrado <strong>de</strong> gestão é limitado à atual necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação dos níveis <strong>de</strong><br />

estoque, <strong>de</strong> ruptura, da gestão do mix <strong>de</strong> produtos, da logística, do nível <strong>de</strong> serviço e da<br />

previsão. Todos esses indicadores só po<strong>de</strong>m atingir melhores níveis com base em informações<br />

externas à empresa gerada pelo e-<strong>SCM</strong>.<br />

Com relação às técnicas qualitativas e quantitativas para a previsão da <strong>de</strong>manda, constatou-se<br />

que os intervalos entre as previsões, não possibilitavam que os ajustes na produção, logística e<br />

estocagem atingissem a velocida<strong>de</strong> imposta pelos novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócio. A partir <strong>de</strong><br />

então, i<strong>de</strong>ntificou-se a necessida<strong>de</strong> pela a<strong>de</strong>quação das previsões, em intervalos cada vez<br />

menores. Esta só seria possível após a disposição da informação da oscilação das vendas em<br />

tempo real.<br />

Dessa forma, o e-<strong>SCM</strong>, por meio do “replan” na empresa <strong>de</strong> bebidas carbonatadas estudada,<br />

funciona <strong>como</strong> suplemento ao mo<strong>de</strong>lo tradicional <strong>de</strong> previsão da <strong>de</strong>manda. Os ajustes são<br />

feitos baseados em dados qualitativos provenientes das diversas áreas da empresa, dados da<br />

previsão climática através <strong>de</strong> sites especializados, estratégias corporativas e informações<br />

históricas <strong>de</strong> vendas. Além disso, são utilizadas informações da ação da concorrência e ações<br />

<strong>de</strong> marketing da própria organização, <strong>de</strong>terminando reações e também a<strong>de</strong>quações às próprias<br />

necessida<strong>de</strong>s.<br />

No entanto, o indicador mais importante na formulação do “replan” é a disponibilida<strong>de</strong> da<br />

informação do consumo, em tempo real, <strong>de</strong> todos os pontos <strong>de</strong> venda da região nor<strong>de</strong>ste do<br />

estado <strong>de</strong> São Paulo. Desta forma, é possível executar o replanejamento semanal da produção<br />

baseado, principalmente, nesta informação. Caso não fosse disponibilizada esta informação<br />

teríamos uma previsão menos precisa e, consequentemente, um aumento da ruptura e no nível<br />

dos estoques, além <strong>de</strong> outros problemas já discutidos nesta pesquisa.<br />

Conforme mostrado na figura 3, os ajustes evitam maiores impactos negativos para a empresa<br />

em situações em que há mudança na <strong>de</strong>manda em relação à previsão tradicional. Isso po<strong>de</strong> ser<br />

13


visto na figura 3, referente à redução das vendas do produto A <strong>de</strong>vido ao lançamento do<br />

produto B. Com a utilização do “replan”, foi possível adaptar a produção <strong>de</strong>ste produto,<br />

evitando acúmulo <strong>de</strong>ste em estoque.<br />

As figuras 4, 5 e 7 ilustram casos em que o “replan” po<strong>de</strong>ria ter evitado muitas conseqüências<br />

negativas caso pu<strong>de</strong>sse ser executado mais precisamente. Po<strong>de</strong>m ser observadas situações em<br />

que os ajustes seriam muito úteis à empresa, evitando os impactos citados no caso, <strong>como</strong><br />

redução nos níveis do estoques <strong>de</strong> segurança e ruptura. As reduções nos estoques po<strong>de</strong>m ser<br />

observadas nas figuras 6 e 8, referentes <strong>aos</strong> produtos C e E, respectivamente.<br />

Além disso, a figura 9 mostra a redução média nos níveis <strong>de</strong> estoque do produto F após a<br />

utilização do “replan”. Houve redução média <strong>de</strong> 39,09% dos estoques, o que gera redução <strong>de</strong><br />

custos para a empresa, ressaltando a importância do e-<strong>SCM</strong> <strong>como</strong> suplemento ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

previsão tradicional da <strong>de</strong>manda.<br />

E, finalmente, por se tratar <strong>de</strong> um estudo <strong>de</strong> caso, estes dados não po<strong>de</strong>m ser generalizados<br />

para outras indústrias do segmento <strong>de</strong> bebidas carbonatadas. Po<strong>de</strong>-se apenas afirmar que<br />

existe uma tendência <strong>de</strong> que isto se repita em outras ca<strong>de</strong>ias por similarida<strong>de</strong>. Como<br />

contribuição, espera-se que este estudo possa auxiliar na <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> indústrias no<br />

segmento <strong>de</strong> bebidas carbonatadas que <strong>de</strong>sejam se integrar por meio do e-<strong>SCM</strong>.<br />

6 LIMITAÇÕES E RECOMENDAÇÕES PARA ESTUDOS FUTUROS<br />

O processo colaborativo ainda apresenta uma série <strong>de</strong> barreiras, a maioria voltada para as<br />

questões culturais. Dentre elas, <strong>de</strong>stacam-se os <strong>de</strong>safios da troca <strong>de</strong> informação entre as<br />

empresas, a confiança, a busca da negociação ganha-ganha no longo prazo e o patrocínio do<br />

projeto por parte da alta direção. As principais limitações do estudo foram:<br />

− A informação em tempo real só po<strong>de</strong> ser coletada do varejista. Ainda não são utilizados,<br />

pela empresa em estudo, coletores para que se i<strong>de</strong>ntifique a informação em tempo real <strong>de</strong><br />

consumo. Sendo assim, ainda existe um intervalo entre o consumo final e o pedido do<br />

varejista que não é consi<strong>de</strong>rado para o ajuste da <strong>de</strong>manda;<br />

− Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados estratégicos da empresa, <strong>de</strong> difícil acesso;<br />

− Tecnologia muito nova o que limita o número <strong>de</strong> empresas a serem visitadas e estudadas,<br />

principalmente no que se refere à colaboração por meio do e-<strong>SCM</strong>;<br />

− Omissão <strong>de</strong> dados por parte dos especialistas;<br />

− Excesso <strong>de</strong> proteção ao sistema ERP e e-<strong>SCM</strong> por parte dos <strong>de</strong>senvolvedores que têm<br />

interesse em divulgá-lo <strong>de</strong> forma positiva.<br />

Consi<strong>de</strong>rando a limitação da pesquisa, no que se refere ao tamanho da amostragem<br />

pesquisada, em função do número <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias que já se integraram por meio do e-<strong>SCM</strong>,<br />

trabalhos mais abrangentes po<strong>de</strong>m ser realizados. Como sugestão, existe a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />

estudar outros segmentos <strong>de</strong> bebidas. Algumas informações presentes neste estudo po<strong>de</strong>m ser<br />

usadas por analogia em outras ca<strong>de</strong>ias, no entanto, existem informações peculiares <strong>de</strong> cada<br />

ca<strong>de</strong>ia que só po<strong>de</strong>m ser obtidas por meio <strong>de</strong> pesquisa exploratória.<br />

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