CAPÍTULO II 2. Revisão sinóptica de Micrandra Benth. (<strong>Euphorbiaceae</strong> s. s.) Paulo José de Souza Souza¹ - ³ & Ricardo de S. Secco² Versão completa da di<strong>ss</strong>ertação, de acordo com as normas para submi<strong>ss</strong>ão à Revista Acta Botanica Brasilica: _________________________________________________________________________ ¹Parte da di<strong>ss</strong>ertação de <strong>Mestrado</strong> do autor - Universidade Federal Rural da Amazônia/Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, PA. ²Museu Paraense Paraense Emílio Goeldi, Belém, PA. ³pjsousabio@gmail.com 24
2.1. Introdução <strong>Euphorbiaceae</strong> sensu lato pertence à ord<strong>em</strong> Malpighiales, clado rosids, subordinado ao clado fabids (APG III 2009). Constitui-se de 317 gêneros (Webster, 1994b) e mais de 8.000 espécies (Radcliffe- Smith 2001), sendo considerada amplamente distribuída, porém mais diversa nas regiões tropicais (Judd, 2009). No Brasil ocorr<strong>em</strong> cerca de 70 gêneros e 1.000 espécies, difundidas <strong>em</strong> todos os tipos de vegetação e apresentando diversas formas de vida (Barroso 1991; Souza & Lorenzi 2008). Muitos autores fizeram estudos taxonômicos nesta família, destacando-se Ju<strong>ss</strong>ieu (1824), Baillon (1858; 1874), Bentham (1878; 1880), Müller (1866; 1873), Pax & Hoffmann (1914; 1931), Jablonski (1967), Hutchinson (1969) e, nos t<strong>em</strong>pos mais recentes, uma enorme contribuição foi dada por Webster (1987; 1994), especialmente fornecendo adições na cla<strong>ss</strong>ificação da família e revisando os representantes das <strong>Euphorbiaceae</strong> no Novo Mundo (Webster 1993; Webster e Armbruster 1991). Govaerts et al. (2000) forneceram um cheklist e uma bibliografia das <strong>Euphorbiaceae</strong> do mundo. Entretanto, apesar de atualmente as <strong>Euphorbiaceae</strong> sensu lato estar<strong>em</strong> sendo estudadas por um grupo multidisciplinar, envolvendo pesquisas refinadas <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>áticas molecular, b<strong>em</strong> como taxonomia, anatomia, fitoquímica e botânica econômica, o conhecimento do grupo ainda apresenta lacunas consideráveis, que se constitu<strong>em</strong> <strong>em</strong> probl<strong>em</strong>as gritantes, mesmo no que se refere à morfologia clá<strong>ss</strong>ica da família. Tanto é a<strong>ss</strong>im, que Webster (1987) enfatizou que para se propor uma cla<strong>ss</strong>ificação mais segura das <strong>Euphorbiaceae</strong> serão nece<strong>ss</strong>ários pelo menos estudos morfológicos e anatômicos para muitos dos seus gêneros. Entre os gêneros pouco estudados encontra-se Micrandra Benth. Micrandra Benth. pertence às <strong>Euphorbiaceae</strong> sensu stricto (inclui gêneros com um óvulo por carpelo), subfamília Crotonoideae, tribo Micrandreae junto a Cunuria Baill. (quatro espécies e uma variedade), Hevea Aubl. (ca. de 10 espécies) e Micrandropsis W. A. Rodrigues (monotípico), com espécies restritas à Guiana e região Amazônica (Webster 1994; Berry & Wiedenhoeft 2004). Estudos filogenéticos moleculares, aliados à morfologia do pólen e na presença de laticíferos articulados, vêm confirmando Micrandra como m<strong>em</strong>bro das Crotonoideae sensu lato na linhag<strong>em</strong> das Crotonoideae articuladas, apesar de que o gênero apresente anomalias ocasionais de laticíferos não-articulados, e sendo a<strong>ss</strong>im, a tribo Micrandreae ainda não sustenta seu monofiletismo (Wurdack 2005). Nas revisões iniciais, Baldwin & Schultes (1947) distinguiram Cunuria de Micrandra pelas folhas inteiramente glabras, 10 estames constantes, sépalas concrescidas, forma do disco basal na flor estaminada e ausência de carúncula nas s<strong>em</strong>entes, propondo quatro espécies e uma variedade (C. spruceana Baill., C. spruceana var. bracteosa (Müll. Arg.) R. E. Schult., C. autralis R. E. Schult., C. cra<strong>ss</strong>ipes Müll. Arg. e C. glabra R. E. Schult.). Posteriormente, Schultes (1952a) analisando coleções 25
- Page 1 and 2: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO MINISTÉR
- Page 3 and 4: Souza, Paulo José de Souza Revisã
- Page 5 and 6: Dedico aos meus pais Osvaldino Ramo
- Page 7 and 8: A curadora do herbário (A), da Uni
- Page 9 and 10: O homem, que deixou de ser escravo
- Page 11 and 12: 2.3.5.2. Descrição das espécies.
- Page 13 and 14: Figura 11 Micrandra lopezii R. E. S
- Page 15 and 16: ABSTRACT Micrandra Benth. is a Neot
- Page 17 and 18: ecente sistema APG III (2009), algu
- Page 19 and 20: 1.1. REVISÃO DE LITERATURA 1.1.1.
- Page 21 and 22: 1.1.3. Referências APG II. An upda
- Page 23 and 24: JUDD, W. S. Sistemática Vegetal: u
- Page 25: WEBSTER, G. L.; BERRY, P. E.; ARMBR
- Page 29 and 30: 2.2. Material e Métodos O trabalho
- Page 31 and 32: Pax (1910) estabeleceu Micrandra gl
- Page 33 and 34: imbricadas nos botões estaminados,
- Page 35 and 36: evoluta encontram-se em M. sprucei,
- Page 37 and 38: Nas observações realizadas em M.
- Page 39 and 40: Pax (1910) destacou a presença de
- Page 41 and 42: O estado do Amazonas, no Brasil, e
- Page 43 and 44: 6’. Folhas com um par de glândul
- Page 45 and 46: É provável que a ausência desta
- Page 47 and 48: analisar o material de Lund s.n., p
- Page 49 and 50: Figura 1. Micrandra elata (Didr.) M
- Page 51 and 52: A representação de M. gleasoniana
- Page 53 and 54: 3. Micrandra inundata P. E. Berry &
- Page 55 and 56: acia do Rio Orinoco, por terem mais
- Page 57 and 58: Figura 4. Distribuição geográfic
- Page 59 and 60: Solimões, rio Boia, afluente do ri
- Page 61 and 62: Figura 5. Micrandra minor Benth. A.
- Page 63 and 64: 5. Micrandra rossiana R. E. Schult.
- Page 65 and 66: 1056 (foto: QCNE 47201). Venezuela:
- Page 67 and 68: Figura 7. Micrandra rossiana R. E.
- Page 69 and 70: 3, curtos, 0,5 mm compr., tubular,
- Page 71 and 72: poderiam ser variedades quando mais
- Page 73 and 74: Figura 8. Micrandra siphonioides Be
- Page 75 and 76: Figura 10. Distrbuição geográfic
- Page 77 and 78:
Schultes 9664 (IAN); s.l., s.d., (f
- Page 79 and 80:
Figura 11. Micrandra lopezii R. E.
- Page 81 and 82:
face adaxial glabra, lustrosa a opa
- Page 83 and 84:
do Jacamin, 16/IX/1949, (fl.), R. L
- Page 85 and 86:
Figura 12. Micrandra spruceana (Bai
- Page 87 and 88:
9718, na região do rio Potaro. Obs
- Page 89 and 90:
apresentadas novidades descritivas
- Page 91 and 92:
Figura 14. Distribuição geográfi
- Page 93 and 94:
Os novos registros de ocorrência s
- Page 95 and 96:
Ducke, W.A. 1934. Plantes nouvelles
- Page 97 and 98:
Rudall, P.J. 1994. Laticifers in Cr