História Antiga. A Grécia Antiga.
História Antiga. A Grécia Antiga.
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<strong>História</strong> <strong>Antiga</strong>.<br />
A Antiguidade Clássica: <strong>Grécia</strong> e Roma.<br />
Introdução: No tópico a seguir iremos<br />
compreender como se deu a formação do<br />
mundo antigo e como este estava organizado,<br />
as questões de cidadania, trabalho,<br />
sociedade, economia, religião e etc.<br />
Chamando atenção especialmente para duas<br />
das mais importantes regiões/cidades do<br />
período: <strong>Grécia</strong> e Roma.<br />
A <strong>Grécia</strong> <strong>Antiga</strong>.<br />
A civilização grega surgiu entre os mares<br />
Egeu, Jônico e Mediterrâneo, por volta de<br />
2000 AC. O mundo grego antigo atingiu uma<br />
área de maiores proporções do que a <strong>Grécia</strong><br />
atual pode-se destacar também outras<br />
diferenças como o fato da <strong>Grécia</strong> antiga ter<br />
sido um conjunto de cidades-estados e já na<br />
atualidade a <strong>Grécia</strong> é um Estado unificado<br />
chamado de República Helênica.<br />
<strong>Grécia</strong> Atual.<br />
HISTÓRIA – Prof. Bruno Coutinho . Email: bruno.so.historia@hotmail.com<br />
<strong>História</strong> <strong>Antiga</strong>. <strong>Grécia</strong> e Roma<br />
A partir do ano 2000 a.C. a região da<br />
<strong>Grécia</strong> passou a ser povoados por povos indo<br />
europeus nômades, eram eles os Aqueus,<br />
Eólios, Dórios e os Jônios; que passaram a<br />
dominar as populações já existentes, como os<br />
Micênicos e os Cretenses e a partir desse<br />
contato que vai se formar os helenos (gregos).<br />
Devido à presença marcante do mar e da<br />
montanha, o território grego tem um aspecto<br />
fragmentado. Esta fragmentação geográfica<br />
facilitou também a fragmentação política da<br />
<strong>Grécia</strong>, isto é, nunca houve um estado grego<br />
unificado. Assim, o que chamamos de <strong>Grécia</strong><br />
antiga nada mais é do que o conjunto de<br />
diversas cidades-Estado gregas<br />
independentes umas das outras e, muitas<br />
vezes, rivais.<br />
Essas cidades localizavam-se ao sul da<br />
Europa. Algumas das cidades gregas de maior<br />
destaque na Antigüidade foram Atenas e<br />
Esparta.<br />
<strong>Grécia</strong> <strong>Antiga</strong><br />
CRONOLOGIA.<br />
A história da <strong>Grécia</strong> pode se dividir da<br />
seguinte forma:<br />
Período Pré - Homérico - 2000 a 1200 a. C.<br />
Período Homérico – 1150 a 800 a. C.<br />
Período Arcaico – 800 a 500 a. C.<br />
Período Clássico – 500 a 338 a. C.<br />
Período Helenístico – 338 a 146 a. C.<br />
1
Período Pré-Homérico: mistura étnica e<br />
cultural.<br />
Consiste no período que marca a<br />
chegada dos povos indo-europeus nômades<br />
na região, eram eles os Aqueus, Eólios,<br />
Jônios e Dórios, os quais dominaram povos<br />
primitivos que habitavam a península<br />
balcânica, os Cretenses e os Micênicos. Os<br />
povos invasores saquearam, destruiram, e<br />
até mesmo se uniram pacificamente à região,<br />
assimilaram parte dos costumes e das<br />
instituições creto-micênicos, formando assim<br />
o povo heleno.<br />
Por volta do século XV a.C., a chegada<br />
dos aqueus iniciou um processo de<br />
miscigenação cultural responsável pelo<br />
surgimento da civilização micênica. Nesse<br />
mesmo período, os eólios e jônios passaram a<br />
ocupar a região, ampliando a população e a<br />
diversidade cultural dos povos pré-homéricos.<br />
A chegada dos dórios, em meados de<br />
XII a.C., através de um violento processo de<br />
conquista, inaugurou um novo período na<br />
história da <strong>Antiga</strong> <strong>Grécia</strong>.<br />
1ª DIÁSPORA GREGA.<br />
Fugindo da falta de fertilidade do solo,<br />
do crescimento populacional, mas<br />
principalmente da ameça dórica, a população<br />
atingida pela invasão do povo guerreiro<br />
<strong>História</strong> <strong>Antiga</strong>. - <strong>Grécia</strong><br />
migrou para diferentes pontos adjacentes<br />
daquela região, ocuparam novas terras no litoral<br />
da Ásia menor e de outras ilhas situadas ao<br />
longo do mar Egeu. Essa mudança vai<br />
enfraquecer as atividades comerciais da região,<br />
porém, fortalece as comunidades agrícolas.<br />
Apartir daí, os gregos irão se organizar em<br />
Génos, dando fim ao períiodo pré - homérico.<br />
Período Homérico: As comunidades<br />
Gentílicas.<br />
Nessa temporalidade, temos como<br />
referencial de estudos as obras de Homero,<br />
Ilíada e Odisséia, que são poemas épicos que<br />
narram a soberania dos povos gregos sobre<br />
outras civilizações. Homero é, cronologicamente,<br />
o primeiro poeta europeu e um dos mais<br />
importantes. A linguagem da Ilíada e da<br />
Odisseia, expressa as virtudes e os desejos mais<br />
nobres: a honra, o patriotismo, o heroísmo, o<br />
amor, a amizade, a fidelidade, a hospitalidade,<br />
etc., além de retratar com ricos detalhes a<br />
civlização grega, como por exemplo, seus modos<br />
de vida, costumes, organização social, cultura e<br />
etc. Então, as obras de Homero tornaram-se de<br />
extrema importancia para a compreenção do<br />
mundo antigo Grego.<br />
Homero, o poeta cego.<br />
De nascimento se chamava<br />
Melesígenes, mas após<br />
perder a visão devido a uma<br />
enfermidade passou a se<br />
chamar Homero que em<br />
grego significa aquele que<br />
não vê.<br />
2
OS GÉNOS.<br />
Os refugiados da primeira diáspora<br />
grega fundaram pequenas unidades,<br />
chamadas de génos ou comunidades<br />
gentílicas.<br />
Características:<br />
Formadas por relações de parentesco;<br />
Economia agropastoril;<br />
Unidade básica de produção;<br />
Sociedade comunal;<br />
Sem propriedade privada;<br />
Escravocrata.<br />
Política Gentílica.<br />
Cada comunidade contava com um<br />
pater, patriarca da família incumbido de tratar<br />
das questões religiosas, judiciárias e<br />
administrativas, o pater-familia ou basileu.<br />
Para enfrentar um inimigo comum,<br />
algumas comunidades gentílicas se uniram,<br />
formando uma fratria. As fratrias reunidas<br />
constituíram uma tribo, a qual se submetia a<br />
autoridade do filo-basileu, o comandante do<br />
exército, esse era escolhido pela sua<br />
habilidade e força por membros da<br />
<strong>História</strong> <strong>Antiga</strong>. - <strong>Grécia</strong><br />
aristocracia. A união de várias tribos, deu A desintegração dos genos provocou a formação<br />
origem ao demos (“povo” ou “povoado”), que<br />
reconhecia como seu líder o basileu.<br />
Futuramente seriam as Polis Gregas.<br />
Crise dos Génos.<br />
A crise da sociedade gentílica alterou a<br />
estrutura interna dos genos. A terra deixou de<br />
ser propriedade coletiva, surgindo a propriedade<br />
privada e as classes sociais, com uma forte<br />
aristocracia rural. As melhores terras passaram<br />
a ser dominadas pelos parentes mais próximos<br />
do pater ou basileu, que passaram a ser<br />
chamados de eupátridas (“Bem-nascidos”). O<br />
restante das terras foi dividido entre os<br />
georgóis (“agricultores”), parente mais distante<br />
do patriarca. Nesse processo, os mais<br />
prejudicados foram os thetas (“marginais”).<br />
Com a crise das comunidades gentílicas, a<br />
<strong>Grécia</strong> continental se transformou em palco de<br />
inúmeros conflitos e tensões sociais, que<br />
resultaram em uma nova dispersão do povo<br />
grego – a segunda diáspora.<br />
Os principais fatores que provocaram<br />
esse novo deslocamento foram:<br />
O crescimento demográfico;<br />
A escassez de terras cultiváveis;<br />
Concentração da propriedade nas mãos<br />
de uma pequena parcela da população - a<br />
aristocracia.<br />
Período Arcaico: As Cidades - Estado – Polis.<br />
das pólis e a colonização da região<br />
correspondente ao sul da Itália e à ilha da<br />
Sicília, área denominada Magna <strong>Grécia</strong>. Com as<br />
mudanças foram reforçadas as diferenças<br />
sociais.<br />
Os demos, que eram a união de várias tribos,<br />
deram origem às Cidades-Estado, ou pólis– a<br />
principal transformação do período Arcaico<br />
CARACTERÍSTICAS DAS POLIS:<br />
Auto-suficientes;<br />
Independentes entre si: as Polis não se<br />
baseavam uma nas outras para se<br />
3
organizarem política, administrativa,<br />
social e economicamente;<br />
Forma inicial de governo foi a<br />
Monarquia: sendo o líder chamado<br />
Basileu;<br />
Formadas por 4 partes principais:<br />
- Acrópole: corresponde à parte mais<br />
elevada, alta da pólis, onde existiam templos<br />
dedicados aos deuses;<br />
- Ágora: a praça principal na constituição<br />
da pólis, a cidade grega da Antiguidade<br />
clássica. Normalmente era um espaço livre de<br />
edificações, configurada pela presença de<br />
mercados e feiras livres nos seus limites,<br />
assim como por edifícios de caráter público;<br />
- Khora: corresponde à parte agrícola,<br />
onde moravam os camponeses e onde eram<br />
cultivados alimentos que supriam a ástey;<br />
- Ástey: era a "cidade" da pólis, a parte<br />
urbana.<br />
Apesar de serem independentes entre si, as<br />
Cidades - Estado tinham pontos comuns:<br />
O dialeto;<br />
Escravidão;<br />
Religião;<br />
As olimpíadas: jogos.<br />
Período Clássico: Atenas e Esparta.<br />
Denominado "Período das<br />
Hegemonias", na prática foi o período em<br />
que se desenvolveu o imperialismo das duas<br />
maiores cidades grego; primeiro Atenas,<br />
depois Esparta.<br />
É visivelmente marcado por uma série de<br />
invasões e conflitos que transformaram a<br />
Hélade em um cenário de guerra acalorado.<br />
Entretanto, mesmo com tais confrontos,<br />
<strong>História</strong> <strong>Antiga</strong>. - <strong>Grécia</strong><br />
muitos compreendem esse como sendo o<br />
apogeu da própria civilização grega. A<br />
transformação política em Atenas, a<br />
disseminação de seu modelo político-<br />
admininstrativo para outras Cidades-Estados, o<br />
poderio bélico e as conquistas de Esparta<br />
marcaram o auge da Antiguidade Grega.<br />
CONFRONTOS NA GRÉCIA ANTIGA.<br />
Guerras Médicas – 490 a 448 a. C.<br />
Gregos Vs. Persas<br />
No decorrer da formação de seu amplo<br />
império, os persas tiveram sob o seu domínio<br />
um grande conjunto de territórios politicamente e<br />
economicamente subjugados aos seus interesses.<br />
O antigo Império Persa detinha territórios que<br />
envolviam regiões que iam desde a Península<br />
Balcânica até o atual Afeganistão. Foi nesse<br />
momento que algumas cidades gregas dominadas<br />
pela hegemonia persa resolveram mobilizar-se<br />
contra a grande potência oriental.<br />
A concorrência comercial e a política de<br />
expansão territorial destes povos foram fatores<br />
que contribuíram para o embate. A invasão Persa<br />
pelo ocidente ameaçava a atividade comercial e a<br />
independência de várias cidades gregas situadas<br />
na Ásia Menor.<br />
1ª Fase – O imperador persa Dário I já havia<br />
conquistado a Trácia e a Macedônia, regiões ao<br />
norte da <strong>Grécia</strong> quando resolveu atacar Atenas.<br />
No ano de 490 a. C., Dário I ataca Atenas pela<br />
região Norte, com cerca de 50.000 soldados<br />
4
aporta na estreita planície de Maratona.<br />
Guiados por Milcíades, os atenienses, mesmo<br />
numericamente inferiores, utilizam do<br />
conhecimento da região, atacam rapidamente o<br />
inimigo em seus pontos fracos e o derrotam.<br />
2ª Fase – Xerxes, filho de Dário,<br />
comandou dez anos depois (480 a.C.) uma<br />
invasão à <strong>Grécia</strong> em grande escala. Algumas<br />
cidades gregas, lideradas por Atenas e Esparta,<br />
formaram uma coalização para enfrentar o<br />
invasor. Outras, como Tebas, submeteram-se<br />
aos persas.<br />
Inicialmente, os persas venceram os<br />
espartanos no desfiladeiro das Termópilas<br />
(batalha dos Termópilas, liderados pelo rei<br />
espartano Leônidas) e em Artemision; a<br />
seguir, invadiram e saquearam Atenas. A frota<br />
ateniense, porém, comandada por Temístocles,<br />
conseguiu destruir a frota persa em Salamina e<br />
mudou o rumo da guerra. Meses depois,<br />
comandada pelo espartano Pausânias, o<br />
exército da coalização grega venceu o exército<br />
persa em Platéia e pôs fim à invasão.<br />
3ª Fase - Para se defenderem dos persas,<br />
algumas cidades-estado gregas organizaram a<br />
Liga de Delos ou Confederação de Delos.<br />
Cerca de 300 Cidades – Estado congregavam a<br />
confederação, cada uma dela tinha que<br />
colaborar com o fornecimento de navios,<br />
tripulação, dinheiro ou soldados. Atenas ficou<br />
responsável de administrar os recursos da<br />
liga. Após inúmeras derrotas os Persas<br />
assinaram o Tratado de Susa (448 a. C.),<br />
abandonando qualquer pretensão sobre o<br />
mundo Grego.<br />
Aproveitando-se, pois era responsável pelo<br />
dinheiro da Confederação, Atenas passou a<br />
usá-lo em benefício próprio. Com isso,<br />
impulsionou sua indústria, seu comércio e<br />
modernizou-se, ingressando numa era de<br />
<strong>História</strong> <strong>Antiga</strong>. - <strong>Grécia</strong><br />
grande prosperidade, e impondo sua hegemonia<br />
ao mundo grego. O auge dessa época ocorreu<br />
entre 461 e 431 a.C., durante o governo de<br />
Péricles. 1<br />
Guerra do Peloponeso – 431 a 404 a.C<br />
Gregos Vs. Gregos<br />
Com o passar do tempo, Atenas utilizaria os<br />
recursos da Liga de Delos para impor seus<br />
interesses sobre outras cidades gregas.<br />
Observando a postura hegemônica ateniense,<br />
Esparta e outras cidades gregas, descontentes e<br />
temerosas com o poder de Atenas decidiram<br />
formar outra confederação militar, conhecida<br />
como a Liga do Peloponeso, onde a cidade de<br />
Esparta fica no comando. Essa divisão criou um<br />
contexto de tensões que logo viria a desembocar<br />
na realização de um conflito maior. A gota d’água<br />
se deu quando a colônia da Córcira, integrante da<br />
Liga de Delos, resolveu se voltar contra a cidade<br />
de Corinto, membro da Liga do Peloponeso.<br />
Na verdade, a Guerra do Peloponeso, foi um<br />
confronto pela hegemonia da <strong>Grécia</strong> entre as<br />
duas principais Cidades-Estado, Atenas e<br />
Esparta – Liga de Delos contra Liga do<br />
Peloponeso. Após 27 anos de embates, Atenas<br />
foi derrotada, submetendo-se ao domínio de<br />
Esparta.<br />
Temendo o poder espartano, algumas<br />
cidades-estado se aliaram a Tebas, derrotando<br />
os Espartanos.<br />
1 Ver: “Política em Atenas”- O Século de Péricles. Pag. 12.<br />
5
Todas essas lutas internas irão<br />
enfraquecer a <strong>Grécia</strong>, e aproveitando-se do<br />
momento, o rei Filipe II começa o processo<br />
de invasão Macedônica, conquistando a<br />
<strong>Grécia</strong> em 338 a. C. sem muito dificuldades,<br />
dando inicio ao Período Helenístico.<br />
Período Helenístico: Crise da Pólis grega.<br />
A partir do ano 350 a.C., uma nova<br />
civilização começou a ascender politicamente<br />
e militarmente no Mundo Antigo. A<br />
Macedônia, sob o domínio do rei Felipe II,<br />
iniciou um processo de expansão territorial<br />
que rompeu com a hegemonia do mundo<br />
grego. Tal invasão só foi possível devido às<br />
constantes disputas internas que levaram a<br />
enfraquecer o poderio militar grego.<br />
Seguindo os passos do pai, o rei<br />
Alexandre, o Grande, continuou a expandir<br />
os domínios macedônicos até a Ásia Menor,<br />
chegando até a Índia. Esse vasto domínio de<br />
territórios controlados por Alexandre foi<br />
responsável por formar o chamado mundo<br />
helenístico. Essa região não só definia os<br />
limites do império macedônico, mas também<br />
indicava um conjunto de hábitos e práticas<br />
culturais institucionalizadas pelo governo<br />
alexandrino.<br />
Alexandre, O Grande.<br />
Com sua morte, em 323 a.C., a unidade<br />
territorial do império foi perdida. Não<br />
deixando um sucessor direto ao trono, as<br />
conquistas deixadas por Alexandre foram alvo<br />
do interesse dos seus generais. Dessa disputa<br />
<strong>História</strong> <strong>Antiga</strong>. - <strong>Grécia</strong><br />
houve um processo de esfacelamento dos<br />
domínios macedônicos em três novos reinos. A<br />
dinastia ptolomaica dominou o Egito; os<br />
antigônidas ficaram com a Macedônia; e os<br />
selêucidas controlaram a Ásia.<br />
A divisão político-territorial enfraqueceu a<br />
unidade mantida nos tempos de Alexandre.<br />
Durante o século II a.C., os romanos iniciaram<br />
seu processo de expansão territorial, resultando<br />
na dominação do antigo Império Macedônico.<br />
Os gregos tinham conflitos entre si, porém<br />
tinham muitos elementos culturais em comum<br />
como:<br />
RELIGIÃO GREGA.<br />
Com o desenvolvimento das sociedades<br />
gregas e o desaparecimento das sociedades<br />
primitivas e o surgimento da diferença social,<br />
surgiu a religião dos deuses do Olimpo, senhores<br />
do Céu e da Terra, onde os gregos acreditavam<br />
que habitavam no monte Olímpo que fica na<br />
região da Tessália . Devemos ressaltar<br />
características importantes dessa nova fase da<br />
religião, grega como:<br />
Unificada: Toda a <strong>Grécia</strong> tinha apenas uma<br />
religião.<br />
Antropomórfismo: Os deuses eram<br />
representados com comportamentos<br />
(defeitos e virtudes) e formas físicas<br />
semelhantes aos dos seres humanos;<br />
Politeísmo: Que consiste na adoração de<br />
vários deuses, como por exemplo:<br />
ZEUS: Deus do céu e senhor do Olimpio, em sua<br />
homenagem os gregos realizavam as Olimpíadas<br />
6
ATENA: Deusa da inteligência; nasceu da<br />
cabeça de Zeus.<br />
ARES: Deus da guerra.<br />
HADES: Deus do mundo dos mortos (que<br />
leva também seu nome: Hades).<br />
POSEIDON: Deus dos mares.<br />
AFRODITE: Deusa do amor.<br />
As populações pobres cultuavam<br />
crenças ligadas ao misticismo e as forças da<br />
natureza. A religião era exercida através de<br />
rituais, festivais (olimpíadas), sacrifícios etc.<br />
O misticismo envolvia todos os eventos da<br />
vida humana, desde o nascimento até a<br />
morte.<br />
Aspectos culturais da <strong>Grécia</strong> <strong>Antiga</strong>.<br />
A civilização grega viveu um alto grau<br />
de criação artística e intelectual. Não temos<br />
informações precisas a respeito de tudo o que<br />
foi produzido, conhecemos apenas os textos e<br />
obras de arte que resistiram ao tempo. De<br />
qualquer forma, o que foi recuperado<br />
permite-nos perceber o brilhantismo daquela<br />
civilização.<br />
MITOLOGIA.<br />
O mito consiste na<br />
narrativa sobre a origem<br />
de alguma coisa, podendo<br />
ser homens, astros, plantas, doenças e<br />
fenômenos da natureza. A palavra mito vem do<br />
termo grego mythos, derivado do verbo<br />
mytheo , que significa narrar , contar, falar<br />
algo para os outros.Para os gregos, o mito é<br />
um discurso pronunciado e acreditado pelos<br />
seus ouvintes, devido à confiança inspirada<br />
pelo seu narrador.<br />
<strong>História</strong> <strong>Antiga</strong>. - <strong>Grécia</strong><br />
Nessa sociedade, acreditava-se que o narrador<br />
do mito, no caso o poeta, era um escolhido pelos<br />
deuses com o objetivo de repassar conhecimento<br />
ao mundo dos homens, lhe narrando<br />
acontecimentos do passado e explicando a origem<br />
de todas as coisas, tanto boas quanto más.<br />
Portanto o mito, para os gregos, se tornou uma<br />
narrativa sagrada, cultuada e respeitada, pois era<br />
através dele que a sociedades encontrava as<br />
respostas aos seus questionamentos.<br />
JOGOS OLÍMPICOS.<br />
Desde 776 a.C. De<br />
quatro em quatro anos os<br />
gregos das mais diversas<br />
cidades se reuniam em<br />
Olímpia para homenagear<br />
ZEUS (o mais importante<br />
deus grego), através de<br />
competições esportivas, festivais de músicas e<br />
poesias; esses jogos passaram a ser conhecidos<br />
também como Olimpíadas.<br />
Essa celebração era anunciada por todo o<br />
mundo grego, e tamanha era a sua importância<br />
que se interrompiam guerras entre as cidades<br />
para não prejudicar sua realização. O prêmio era<br />
uma coroa feita de ramos de oliveiras, e os<br />
vencedores eram recebidos nas cidades com<br />
festas e homenagens.<br />
Os Jogos Olímpicos da Antigüidade foram<br />
celebrados até o ano de 393 d.C., por decisão do<br />
imperador Teodósio I que era cristão e mandou<br />
fechar o templo de Zeus, em Olímpia. Esses jogos<br />
foram, restaurados e ocorrem até os dias atuais.<br />
7
ARTES PLÁSTICAS.<br />
Os gregos eram excelentes escultores,<br />
pois buscavam retratar o corpo humano em<br />
sua perfeição. Músculos, vestimentas,<br />
sentimentos e expressões eram retratados<br />
pelos escultores gregos.<br />
FILOSOFIA - amor à sabedoria.<br />
A filosofia surgiu no<br />
período Arcaico com a<br />
Escola de Mileto, da<br />
qual se destacaram<br />
Tales (considerado por<br />
muitos o pai da<br />
filosofia), Anaxímenes<br />
e Anaximandro. Na concepção dessa escola,<br />
tudo na natureza descendia de um<br />
elemento básico (água, ar ou matéria).<br />
Tales de Mileto e Pitágoras foram filósofos<br />
matemáticos, seus teoremas são utilizados até<br />
hoje.<br />
No século V a.C., surgiram os sofistas,<br />
estes se dedicavam à crítica às tradições do<br />
Estado, à religião, aos privilégios, e eram<br />
defensores da democracia.<br />
No final do século V a.C., filosofia e ciência<br />
começaram a se separar, e a filosofia passou a<br />
ocupar-se, principalmente, do homem e da<br />
ética humana. Surgiu a Escola Socrática,<br />
inspirada no pensamento de Sócrates.<br />
Destacaram-se nessa escola, Sócrates, Platão<br />
e Aristótales.<br />
Os filósofos gregos pensavam e criavam<br />
teorias para explicar a complexa existência<br />
humana, os comportamentos e sentimentos.<br />
LITERATURA.<br />
As duas maiores obras do período<br />
antigo que conhecemos são Ilíada e<br />
Odisséia. Ambas são atribuídas a um poeta<br />
lendário de nome Homero. Na atualidade<br />
<strong>História</strong> <strong>Antiga</strong>. - <strong>Grécia</strong><br />
tem-se como certo que Homero é uma lenda, á<br />
medida que, as suas epopéias são obras de<br />
vários autores que viveram nos séculos VIII e<br />
VII a.C. Além das obras de Homero, também há<br />
as escritas dos inúmeros filósofos gregos.<br />
TEATRO (comédia e tragédia).<br />
O teatro que a princípio tinha significado<br />
religioso, com o passar do tempo adquiriu o<br />
caráter de crítica social e política. Na antiguidade<br />
grega, apenas os homens podiam participar das<br />
peças teatrais, usando de máscaras para<br />
encenar figuras femininas.<br />
Nesta época clássica foram construídos<br />
diversos teatros ao ar livre – os Anfiteatros.<br />
Eram aproveitadas montanhas e colinas de<br />
pedra para servirem de suporte para as<br />
arquibancadas. A acústica (propagação do som)<br />
era perfeita, de tal forma que a pessoa sentada<br />
na última fileira (parte superior) podia ouvir tão<br />
bem a voz dos atores, quanto quem estivesse<br />
sentado na primeira fileira. Dois dos principais<br />
autores teatrais foram:<br />
Ésquilo;<br />
Sófocles.<br />
Anfiteatro Grego.<br />
8
ATENAS.<br />
Cidade Cultural.<br />
Fundada pelos Jônios na região da Ática<br />
aproximadamente no século VIII a. C., a polis<br />
de Atenas estava localizada próximo ao mar<br />
Egeu, o que lhe deu vantagens para o<br />
desenvolvimento marítimo, facilitando assim<br />
sua abertura para o mar Mediterrâneo.<br />
Sua população se deu pela<br />
miscigenação dos Jônios, na maioria das vezes<br />
de forma pacífica, com povos primitivos<br />
daquela região, dando vida a uma população<br />
que é considerada a mais dinâmica e genial da<br />
<strong>Grécia</strong> antiga.<br />
A SOCIEDADE ATENIENSE.<br />
Eupátridas: Compunha a aristocracia,<br />
monopolizava o poder político, esse grupo<br />
se tornou muito rico, emprestava dinheiro<br />
aos pequenos proprietários e, quando<br />
estes não pagavam suas dívidas,<br />
apoderavam-se de seus bens e até mesmo<br />
da própria pessoa do devedor, tornando-o<br />
escravo por dívida. Eram os únicos a<br />
serem considerados cidadãos. Também<br />
chamados de “bens nascidos”;<br />
Os Georgóis: Formavam uma segunda<br />
camada social, composta a princípio por<br />
<strong>História</strong> <strong>Antiga</strong>. - <strong>Grécia</strong><br />
pequenos proprietários rurais, que trabalhavam<br />
com seus familiares e produziam para a<br />
subsistência. Muitos desses homens foram<br />
reduzidos à condição de servos e de escravos,<br />
juntamente com mulher e filhos e podiam<br />
inclusive ser vendidos ao estrangeiro;<br />
Os Demiurgos: Formavam a terceira camada<br />
social, eram artesãos e viviam do próprio<br />
trabalho, porém normalmente em uma<br />
situação de pobreza;<br />
Os Thetas: Formavam a camada inferior,<br />
eram trabalhadores braçais, camponeses,<br />
marginalizados econômica e politicamente. A<br />
produção de excedente, fez com que a<br />
situação dessa camada se deteriorasse, pois<br />
em Atenas desenvolveu-se a escravidão por<br />
dívida;<br />
Metecos: Moravam em Atenas, não tinham<br />
direitos políticos e eram proibidos de comprar<br />
terras, mas podiam trabalhar no comércio e<br />
no artesanato. Em geral, pagavam impostos<br />
para viver na cidade e, em certas épocas,<br />
podiam ser convocados para o serviço militar;<br />
Escravos: Tinham sua origem, entre os<br />
prisioneiros de guerra comprados pelos<br />
cidadãos e aqueles que não conseguiam<br />
honrar suas dívidas; no final do século IV.a.C.<br />
viviam em Atenas milhares de escravos; a<br />
família que não tivesse pelo menos um<br />
escravo demonstrava vida miserável.<br />
Os escravos atenienses poderiam ser por<br />
guerra e por dívida, porém a escravidão por<br />
dívida vai apenas até a legislação de Sólon 2 , que<br />
vai proibir esse ato. O escravo tinha uma<br />
legislação que o amparava, outra característica<br />
2 Ver: “Legisladores Atenienses” – Sólon. Pag. 12.<br />
9
do escravo ateniense é que era propriedade<br />
privada, ou seja, pertencia a outra pessoa.<br />
A Mulher Ateniense.<br />
As mulheres viviam numa situação de<br />
extrema submissão, pois eram proibidas de<br />
qualquer participação política (não tinham<br />
direito a cidadania) e ascensão social.<br />
Casavam-se muito jovens, entre 15 e 18 anos,<br />
conforme a escolha dos pais. Após o<br />
casamento, tinham de prestar obediência ao<br />
marido. As mais ricas viviam reclusas em uma<br />
área da casa denominada gineceu. As mais<br />
pobres eram obrigadas a trabalhar. O marido<br />
tinha o direito de devolver a esposa aos pais<br />
dela em caso de esterilidade ou adultério.<br />
A situação das atenienses foi tema da<br />
composição de “Mulheres de Atenas” música<br />
de Chico Buarque.<br />
AS RELAÇÕES DE TRABALHO.<br />
“É próprio de um homem bem-nascido desprezar o<br />
trabalho”<br />
Platão – filósofo grego<br />
Em Atenas, boa parte dos escravos era<br />
proveniente de regiões da Ásia Menor e Trácia.<br />
Em geral, eram obtidos por meio da realização<br />
de guerras contra diversos povos de origem<br />
estrangeira. Mesmo ocupando uma posição<br />
social desprivilegiada, os escravos tinham<br />
diferentes posições dentro da sociedade<br />
ateniense.<br />
Alguns escravos eram utilizados para<br />
formar as forças policiais da cidade de Atenas.<br />
Outros eram usualmente empregados em<br />
atividades artesanais e, por conta de suas<br />
habilidades técnicas, tinham uma posição social<br />
de destaque. Em certos casos, um escravo<br />
poderia ter uma fonte de renda própria e um<br />
dia poderia vir a comprar a sua própria<br />
<strong>História</strong> <strong>Antiga</strong>. - <strong>Grécia</strong><br />
liberdade. Em geral, os escravos que trabalhavam<br />
nos campos e nas minas tinham condições de vida<br />
piores se comparadas às dos escravos urbanos e<br />
domésticos.<br />
O uso de escravos tinha até mesmo uma<br />
grande importância social ao conceder mais<br />
tempo para os homens livres, o cidadão, para<br />
participar ativamente das discussões dos<br />
problemas da polis (cidades-estado), bem como<br />
se dedicar à elaboração de leis, aos cargos<br />
públicos, participar das assembléias, dos debates<br />
políticos, filosofar e produzir obras de arte<br />
necessitava do ócio - tempo livre - para exercer<br />
essas funções.<br />
“Aristóteles o olhava com desprezo do alto<br />
da filosofia, como próprio de homens sem<br />
inteligência, como indicado apenas para escravos<br />
e como apenas preparador de homens para a<br />
escravidão. O trabalho manual acreditava ele,<br />
entorpece e deteriora a mente, não deixando<br />
tempo nem energia para a inteligência, para a<br />
política.”<br />
(Adaptado de DURANT, 2001. p. 80).<br />
Então, o desenvolvimento intelectual de<br />
Atenas estava intimamente ligado a escravidão.<br />
Mesmo com o aperfeiçoamento da democracia<br />
ateniense no século V, os escravos ainda tinham<br />
um papel importante para a sociedade, porém<br />
sem o benefício de ser cidadão, pois para os<br />
gregos a cidadania não poderia existir sem a<br />
sujeição do outro. Assim, coexistiam o trabalho<br />
escravo e o trabalho livre.<br />
A POLÍTICA em ATENAS.<br />
Ao longo de sua história, os cidadãos de<br />
Atenas transformaram as maneiras de organizar o<br />
seu governo e a sua cidade, passando por 4<br />
formas diferentes de governo, diferenciando-os<br />
das outras Cidades – Estado da <strong>Grécia</strong>.<br />
Monarquia: Governada por um Rei;<br />
10
Oligarquia: Governada pela<br />
Aristocracia;<br />
Tirania: Governo através de golpe;<br />
Democracia: “Todos” têm direitos.<br />
A MONARQUIA – séc. VIII a VII a. C.<br />
No inicio, assim como as demais<br />
Cidades - Estado, Atenas era governada por<br />
um Rei, chamado Basileu, com plenos poderes<br />
de sumo-sacerdote, juiz e chefe militar,<br />
auxiliado por um Conselho de Anciãos<br />
(Areópago). Havia também uma Assembléia do<br />
Povo.<br />
Em meados do século VII a.C., a<br />
monarquia começou a se deteriorar em função<br />
da concentração das terras nas mãos da<br />
aristocracia ateniense – eupátridas - o que<br />
lhes garantia maior poder. Nesse período, a<br />
monarquia foi substituída pela segunda<br />
organização política ateniense:<br />
A OLIGARQUIA (Arcontado) – séc. VII a VI a.<br />
C.<br />
Devido a concentração de riquezas, a<br />
aristocracia ateniense detinha muitos poderes<br />
e logo conseguiu derrubar o sistema<br />
monárquico e implantar o Arcontado,<br />
monopolizando todos os cargos políticos.<br />
Sistema do Arcontado:<br />
Arcontado: Órgão que governava, era<br />
composto por 09 Arcontes;<br />
Areópago: Conselho que escolhia os 09<br />
arcontes;<br />
Eclésia: Assembléia popular que<br />
controlava o areópago.<br />
<strong>História</strong> <strong>Antiga</strong>. - <strong>Grécia</strong><br />
- Todo esse sistema descrito acima era formado<br />
só por cidadãos, ou seja, estabelecendo o pleno<br />
domínio eupátrida.<br />
Agora no poder, os aristocratas gozavam<br />
de inúmeros privilégios, provocando o<br />
descontentamento e revolta das outras classes de<br />
Atenas.<br />
AS LUTAS SOCIAIS EM ATENAS.<br />
É impossível negar que as mudanças geradas<br />
pela colonização ateniense provocaram em<br />
demiurgos, georgóis e thetas, cada qual por um<br />
fator específico, um anseio por transformações de<br />
ordem política, social e jurídica.<br />
A marginalização dos citados acima, a<br />
concentração fundiária, a escravidão por dívida,<br />
foram alguns dos fatores primordiais para as lutas<br />
de classe em Atenas.<br />
Este panorama daria início a um período de<br />
confrontações que acabaria provocando<br />
mudanças.<br />
Diante dos abusos cometidos pelos<br />
aristocratas, grande parte dos atenienses<br />
começou a exigir reformas políticas e sociais, em<br />
Atenas tiveram dois reformadores, foram eles<br />
Drácon e Sólon.<br />
LEGISLADORES ATENIENSES.<br />
DRÁCON - 621 a.C. as leis Draconianas.<br />
Foi o primeiro grande reformador em Atenas,<br />
foi responsável pelo estabelecimento de códigos<br />
de leis (leis escritas) o que representou um<br />
avanço, levando-se em conta que antes de sua<br />
11
atuação as leis eram orais e<br />
conseqüentemente manipuladas pelos grupos<br />
privilegiados, no caso a aristocracia. Porém as<br />
leis draconianas só fizeram reunir as tradições<br />
antigas, que privilegiavam os aristocratas e<br />
legitimá-las, tornando-as escritas, sendo que<br />
outra atitude de Drácon foi à severidade na<br />
punição através da pena de morte – daí usar-<br />
se à, ainda hoje, a expressão “leis<br />
Draconianas” a leis consideradas severas<br />
demais. Em suas reformas fora mantida a<br />
escravidão por dívida e os privilégios da elite,<br />
não cessando assim os confrontos sociais.<br />
SÓLON - 594 a.C. fim da escravidão por<br />
dívida.<br />
Apesar de ser um aristocrata, Sólon<br />
promoveu reformas sociais, sendo que Atenas<br />
se encontrava em meio a intensas e<br />
constantes revoltas ele estabeleceu o fim da<br />
escravidão por dívidas, libertação de todos os<br />
devedores escravizados, o fim do poder<br />
hereditário para a atuação de cargos no<br />
Estado, aboliu a primogenitura, criou uma<br />
nova divisão social, onde o que determinava a<br />
categoria social do indivíduo não seria mais o<br />
nascimento e sim a sua renda (riqueza), ou<br />
seja, os direitos e deveres eram proporcionais<br />
às riquezas (Timocracia - Governo dos Ricos).<br />
Ainda na política, criou a Bulé (Conselho<br />
dos 500) e a Hiléia (tribunal). Novos órgãos<br />
agregados ao sistema de Arcontado. Então,<br />
Solón propiciou a volta dos camponeses<br />
escravizados e também impediu que as<br />
propriedades dos eupátridas continuassem a<br />
crescer.<br />
Contudo as reformas sociais de Sólon não<br />
foram o suficiente para conter a revolta da<br />
população.<br />
<strong>História</strong> <strong>Antiga</strong>. - <strong>Grécia</strong><br />
A TIRANIA ATENIENSE – 560 a. C.<br />
Durante a década de 560 a.C. duas<br />
grandes famílias aristocráticas e rivais<br />
centralizavam os poderes políticos em Atenas,<br />
eram elas os Psistrates e os Alcmeônidas.<br />
Psístrato implantou a tirania em Atenas,<br />
sendo que a sua atuação consistia na diminuição<br />
do poder das aristocracias que eram grandes<br />
detentoras de terras, fazendo confiscando parte<br />
de suas propriedades, sem contar que implantou<br />
leis que cediam empréstimos para as massas<br />
populares e pequenos proprietários, o que<br />
reduzia mais o poder aristocrático, outra medida<br />
importante do período da tirania, foram os<br />
investimentos destinados à área do artesanato,<br />
principalmente na cerâmica, que permitiu um<br />
aumento na produção.<br />
Psístrato também promoveu fortes<br />
investimentos na criação de empregos para as<br />
massas, devido à grande quantidade de obras<br />
públicas, executadas durante a sua<br />
administração. Ele procurou amenizar os<br />
conflitos sociais, porém continuava tendo como<br />
oposição os aristocratas que tinham os seus<br />
poderes reduzidos. Mesmo sendo enérgico,<br />
Psístrato obteve êxito tanto nas questões<br />
externas, quanto na maior parte das questões<br />
internas.<br />
A tirania não sobreviveu por muito tempo<br />
em Atenas, pois teve como principal responsável<br />
a aristocracia. Psístrato morreu e foi substituído<br />
por seu filho Hípias, sendo que o filho mais novo<br />
de Psístrato, Hiparço, foi assassinado Hormádio<br />
e Aristagiton, membros da família Gefireu, o que<br />
deu início a uma série de revoltas em Atenas,<br />
vendo o enfraquecimento da tirania de Hípias, a<br />
família dos Alcmeônidas se aproveitaram para<br />
invadir a Ática derrubando a tirania e<br />
restabelecendo a soberania dos aristocratas.<br />
12
A DEMOCRACIA – Clístenes.<br />
Estadista, filósofo, político e legislador<br />
grego nascido em Atenas, Clístenes foi eleito<br />
em 508 a. C. arconde da cidade apesar de ser<br />
de origem aristocrática, levou a diante as<br />
reformas de Sólon.<br />
Suas reformas políticas contribuíram<br />
para despertar o sentimento de cidadania em<br />
contraposição à solidariedade dos membros do<br />
clã e assim considerado o fundador da<br />
democracia ateniense. Introduziu reformas<br />
democráticas baseadas na isonomia, princípio<br />
pelo qual todos os cidadãos tinham os mesmos<br />
direitos, independentemente da situação<br />
econômica e do clã ao qual estivessem filiados.<br />
Alterou a organização social, que de quatro<br />
tribos baseadas em laços de sangue, dividiu a<br />
população ateniense em dez, misturando<br />
homens de diferentes origens e condições.<br />
A palavra democracia vem do termo<br />
demos que eram os distritos que compunham<br />
a cidade de Atenas, juntamente com o termo<br />
cracia, que designa poder, isto é, “todas as<br />
partes teriam poderes políticos” .<br />
A democracia ateniense era baseada em<br />
três conceitos básicos relacionados a<br />
cidadania: a igualdade perante a lei ou<br />
“isonomia” (Do grego isos = igual, e nomos =<br />
norma), ou seja, as leis e os direitos eram<br />
iguais e os mesmos para todos; a “isocracia”<br />
(de isos = igualdade, e cracia = todas as<br />
partes), pois todos os cidadãos podiam<br />
participar da vida pública; "isegoria" (de isos<br />
= igual , e agos = orador), era igualdade de<br />
todos para falar na Ágora, para debater os<br />
negócios públicos, enfim, liberdade de<br />
pensamento, de palavra e de crítica.<br />
Clístenes vai defender a democracia de<br />
todas as formas, para isso vai criar a pena de<br />
morte para aquele cidadão que for considerado<br />
uma ameaça à democracia, outra forma de<br />
<strong>História</strong> <strong>Antiga</strong>. - <strong>Grécia</strong><br />
punição criada por Cístenes foi o Ostracismo,<br />
aquele cidadão perigoso à democracia tinha seus<br />
direitos políticos cassados e era expulso da cidade<br />
por cerca de 10 anos.<br />
Ostraca – pedaço de cerâmica na qual era escrito, por<br />
cada um dos cidadãos em Assembléia, o nome<br />
daquele que se pretendia condenar ao ostracismo.<br />
O século de Péricles. O século de Ouro– V a.<br />
C.<br />
Péricles (443-429 a.C.), membro da<br />
família dos Alcmeônidas, foi um dos maiores<br />
defensores do sistema democrático<br />
escravista, tanto que o século V, dentro do<br />
qual governou, foi conhecido como o século de<br />
Péricles.<br />
Durante seu governo instituiu a<br />
remuneração para os ocupantes de cargos<br />
públicos, assim como para marinheiros e<br />
soldados, realizou várias obras gerando<br />
empregos e estimulou o desenvolvimento<br />
intelectual e artístico, principalmente o teatro,<br />
marcado pelo antropocentrismo, característica<br />
fundamental da cultura grega, em suas<br />
tragédias ou comédias a preocupação era<br />
retratar a vida humana, buscando compreender<br />
tudo o que cercava o ser humano, na sua<br />
história e em seu cotidiano.<br />
Todo o desenvolvimento da cidade estava<br />
baseado na exploração do trabalho escravo e no<br />
expansionismo sobre as demais cidades gregas,<br />
obrigando-as a manter a Confederação de Delos,<br />
mesmo após o final da guerra (448 a.C.) 3 ,<br />
quando os persas já haviam sido derrotados.<br />
3 Ver: “Conflitos na <strong>Grécia</strong> <strong>Antiga</strong>” – Guerras Médicas. Pag.<br />
04.<br />
13
A postura imperialista ateniense<br />
serviria ao ideal pan-henístico defendido por<br />
Péricles. Para o líder ateniense, as cidades<br />
deveriam se reunir em um congresso para<br />
tratar de assuntos comuns, como a<br />
reconstrução de templos ou o combate à<br />
pirataria. No entanto esse ideal não foi<br />
concretizado, pois as intensas lutas existentes<br />
serviram para reforçar a histórica separação<br />
das cidades, culminando com a Guerra do<br />
Peloponeso, envolvendo praticamente todas<br />
as cidades gregas, polarizadas entre Atenas e<br />
Esparta 4 .<br />
A Democracia: Ontem e Hoje.<br />
Os princípios básicos da democracia<br />
ateniense se baseiam no direito de isonomia,<br />
que significa que todos os cidadãos são iguais<br />
perante a lei, no entanto em Atenas somente<br />
era cidadão: do sexo masculino, filho de pai e<br />
mãe ateniense, livre e maior de idade - no<br />
caso os eupátridas, sendo que eles<br />
constituíam a menor parte da população,<br />
portanto é uma democracia limitada,<br />
atingia somente 10% da população,<br />
excluindo, estrangeiros, crianças, menores de<br />
idade, escravos e as mulheres.<br />
Na <strong>Grécia</strong> antiga a democracia era<br />
exercida de forma direta, isto é, o próprio<br />
cidadão deveria estar em praça pública,<br />
expressar e discutir as decisões políticas de<br />
seu interesse.<br />
Abarcam a esse quadro “sem<br />
cidadania” os menores de idade.<br />
4 Ver: “Conflitos na <strong>Grécia</strong> <strong>Antiga</strong>” – Guerras do<br />
Peloponeso. Pag. 05.<br />
<strong>História</strong> <strong>Antiga</strong>. - <strong>Grécia</strong><br />
Já o sistema democrático exercido hoje<br />
no nosso País, tem como característica ser uma<br />
democracia indireta representativa, ou seja,<br />
nós escolhemos, através do voto, nossos<br />
representantes, aqueles que vão governar a<br />
nosso favor. Além de nossa democracia se<br />
estender a muita mais pessoas.<br />
ESPARTA.<br />
Cidade Militar.<br />
Localiza-se na Península do Peloponeso,<br />
surge a partir do século IX a.C., no vale formado<br />
pelos rios Eurotas, na região da Lacônia, entre<br />
os montes Taigeto e Parnon, próximo ao litoral<br />
do Mar Egeu.<br />
A principal característica para o<br />
desenvolvimento da história espartana foi a sua<br />
colonização, executada pelos Dórios, um povo<br />
guerreiro, que tinha um conhecimento da<br />
fabricação de armas e manutenção do fogo,<br />
colonizou Esparta separada das demais cidades<br />
gregas, desenvolvendo na cidade um caráter<br />
militarista e oligárquico.<br />
Em Esparta desenvolveu-se um rígido<br />
sistema de distribuição de terras (Kleros) entre<br />
os conquistadores dórios, que constituíam o<br />
grupo dominante espartano. Sua organização<br />
sócio-política foi atribuída como obra de um<br />
legislador único, que foi Licurgo, daí o<br />
surgimento do código licúrgico.<br />
14
LEGISLADOR ESPARTANO.<br />
LICURGO – séc. XI a VI a. C.<br />
Teria implantado o seu código (o<br />
código Licurgo – a grande Rhetra – Grande<br />
Lei), apresentando uma série de planos que<br />
modificavam não somente o sistema de<br />
governo, econômico ou legislativo da polis,<br />
<strong>História</strong> <strong>Antiga</strong>. - <strong>Grécia</strong><br />
mas sim todo o estilo de vida, chegando até<br />
Os Periecos: Camada formada por<br />
ao ponto de determinar as vestimentas e<br />
descendentes dos povos conquistados pelos<br />
mobílias apropriadas ao povo espartano.<br />
Dórios. Eram comerciantes, camponeses e<br />
Muitos se opuseram principalmente devido<br />
artesão, habitavam a periferia da cidade,<br />
suas determinações de abolição ao luxo e ao<br />
podendo possuir béns móveis e terras, homens<br />
ouro – o que não era nada desejável aos<br />
livres sem direitos políticos nem participação<br />
nobres -, e a instituição dos alojamentos<br />
nos órgãos do governo, porém pagavam<br />
comuns e da criação conjunta das crianças –<br />
impostos ao Estado e quando chamados eram<br />
esta que não era aceitável para quase<br />
nenhuma mãe. Mas, político hábil e orador<br />
obrigados a participarem do exército;<br />
astuto, Licurgo venceu seus oponentes na Os Hilotas: O escravo/servo de Esparta. A<br />
retórica 5 , e transformou inimigos em<br />
defensores: como por exemplo, um de seus<br />
mais ferrenhos opositores chegou a agredi-lo<br />
com um bastão, e o golpe fora tão terrível<br />
que ocasionou a perda de um olho. Mesmo<br />
tendo-o mutilado de tal maneira, Licurgo<br />
surpreendeu a todos e o perdoou, e o<br />
homem, admirado com a verdadeira nobreza,<br />
passou a ser um de seus mais fiéis seguidores<br />
O seu governo tinha como principal<br />
objetivo criar cidadãos ao modelo de<br />
soldados, prontos para defender seu<br />
território, para isso ele deve ser bem treinado<br />
fisicamente, corajoso e obediente às leis do<br />
Estado.<br />
A SOCIEDADE ESPARTANA.<br />
Era agrária, patriarcal, aristocrática,<br />
estamental ou estratificada (mobilidade social<br />
5 A arte de usar a linguagem para comunicar de forma<br />
eficaz e persuasiva.<br />
praticamente impossível), eugênico (não se<br />
admite defeitos físicos nos cidadãos).<br />
Formada por:<br />
Os Esparcíatas/Espartanos: eram<br />
considerados cidadãos, tinham privilégios e<br />
viviam para as atividades militares e políticas,<br />
descendentes direto do povo Dório;<br />
origem dos hilotas está relacionada às invasões<br />
dóricas, em que parte da população nativa da<br />
região resistiu e foi escravisada. Pertenciam<br />
ao Estado, eram a maior parte da população,<br />
viviam presos à terra sendo duramente<br />
explorados, eram obrigados ao alistamento<br />
militar.<br />
O Hilotismo.<br />
A cidade-estado espartana desenvolveu<br />
um tipo de trabalhador único, que não se<br />
enquadrava na categoria de escravo e nem ao<br />
grupo dos servos, estamos falando do hilota,<br />
que consistia no executor das mais variadas<br />
funções no universo de Esparta, à medida que, o<br />
esparcíata devia se dedicar unicamente as sua<br />
atividades militares e políticas e o ócio era uma<br />
características dos cidadãos.<br />
O hilotismo era o regime econômico em<br />
Esparta, sendo o hilota uma propriedade de<br />
consumo coletivo do Estado. O Hilota<br />
assemelha-se ao servo medieval, isto pelo fato<br />
15
de apresentar algumas analogias às<br />
praticadas no medievo como o<br />
direcionamento à produção na agricultura,<br />
além da posseção de certa autonomia<br />
econômica. Ambos estão presos à terra(o<br />
hilota e o servo), porém a diferença está no<br />
senhor, onde o senhor do hilota é o<br />
estado espartano e o senhor do servo<br />
medieval é o senhor feudal.<br />
Numericamente falando, o grupo de<br />
hilotas chegou a ser 20 vezes maior do que o<br />
número de cidadão, esse era um dos motivos<br />
para sofrerem as Kríptias.<br />
Kríptias.<br />
A kriptia Consistia numa matança<br />
periódica de hilotas. Havia o medo presente<br />
entre os espartanos de uma grande rebelião<br />
deste segmento social, neste sentido, seria de<br />
suma importância controlar o seu<br />
crescimento populacional eliminando de<br />
tempos em tempos uma parcela de hilotas, já<br />
<strong>História</strong> <strong>Antiga</strong>. - <strong>Grécia</strong><br />
que estes eram numericamente superiores<br />
Gerúsia: era um conselho de anciões,<br />
aos espartanos. As Kríptias também teriam<br />
constituído pelos dois reis e mais 28 esparcíatas<br />
uma grande importância na formação dos<br />
maiores de 60 anos;<br />
soldados, já que através delas, Os jovens<br />
Ápela: assembléia formada por cidadãos<br />
aprendizes poderiam viver a experiência de<br />
maiores de 30 anos;<br />
matar homens, como uma espécie de ritual<br />
Éforato: formado por 5 membros eleitos.<br />
de passagem para e o esparcíata, que<br />
tinham que matar um hilota para poder ser RELIGIOSIDADE ESPARTANA.<br />
ingressar no exército.<br />
A religião ocupou em Esparta um lugar mais<br />
A MULHER EM ESPARTA.<br />
Reforçando o seu caráter militar, os<br />
espartanos acreditavam que a mulher deveria<br />
ser fisicamente preparada para que pudesse<br />
dar origem a indivíduos aptos para compor o<br />
exército daquela cidade. Por isso, era comum<br />
que essas mulheres se dedicassem à disputa<br />
de jogos e outros tipos de atividade esportiva.<br />
Além disso, podiam controlar as finanças<br />
domésticas e participar das reuniões públicas<br />
ligadas à vida política espartana, pois eram elas<br />
que ficavam responsablizadas por cuidar da terra<br />
e das finanças da casa, já que na maioria do<br />
tempo, os homens estavam em batalha. O gênero<br />
feminino em Esparta apresentava pequenas<br />
regalias em relação ao restante da <strong>Grécia</strong><br />
O cotidiano de jovens espartanas, na visão do pintor francês<br />
Edgar Degas.<br />
A POLÍTICA: Oligarquia Militar.<br />
Esparta era governada por dois reis<br />
(diarquia), que entre suas funções destacavam<br />
se as militares e religiosas; a administração<br />
política era controlada por três órgãos:<br />
importante do que em outras cidades. O grande<br />
número de templos e santuários é disso<br />
revelador: quarenta e três templos dedicados a<br />
divindades, vinte e dois templos de heróis, uma<br />
quinzena de estátuas de deuses e quatro altares.<br />
A esta lista é necessário juntar os<br />
numerosos monumentos funerários, dado que em<br />
Esparta os mortos eram enterrados no interior<br />
das muralhas, sendo que alguns destes<br />
monumentos funcionaram como locais de culto.<br />
16
A Carnéia.<br />
Festival em honra de Carneios ( começava<br />
no sétimo dia do mês de Carneios e durava<br />
nove dias. Para cada uma das tribos<br />
espartanas, cinco homens solteiros (Kameatai)<br />
eram escolhidos como ministros durante<br />
quatro anos, período em que não podiam<br />
casar-se. Alguns kameatai eram também<br />
staphylodromoi (corredor de uvas). Durante o<br />
festival, os staphylodromoi deviam agarrar um<br />
homem que usava uma coroa de folhas de<br />
uvas, daí o nome; agarrar este homem<br />
coroada significava sorte na próxima colheita.<br />
Durante o festival ao deus Carneios,<br />
nenhum espartano podia deixar o território da<br />
cidade estado, e os governantes não podiam<br />
liderar expedições militares, ou declarar<br />
guerra.<br />
A EDUCAÇÃO MILITAR.<br />
“Nós, corajosamente, combatemos por esta<br />
terra, morremos por nossos filhos; não<br />
poupamos a nossa vida. Ó jovens combatei<br />
unidos uns aos outros e não temais senão a<br />
vergonha da fuga; estimai em vossos corações<br />
uma valente e sólida coragem e não vos<br />
inquieteis com a vida, na luta contra o inimigo<br />
(...)”<br />
TIRTEU, “Eunomia”. Citado por: AQUINO, Rubim.<br />
Pag.188<br />
A educação constituía-se em uma<br />
permanente atividade, começando a partir<br />
dos sete anos e indo até os 60. A sociedade<br />
espartana era conservadora, a educação era<br />
voltada para o militarismo, obediência a<br />
regras e vigor físico, e isso impunha um<br />
código moral bastante severo. A prática das<br />
Kríptias 6 consistia numa parte do treinamento<br />
militar do espartano.<br />
O Tutor - Paidónom.<br />
6 Ver: Sociedade Espartana – As Kriptias. Pag. 16.<br />
<strong>História</strong> <strong>Antiga</strong>. - <strong>Grécia</strong><br />
A educação do menino era pública. Por esse<br />
motivo todo o espartano adulto era um<br />
professor, e todo o menino espartano tinha um<br />
tutor, escolhido sob o critério da estima mútua.<br />
O professor e o aluno não estavam unidos por<br />
nenhuma relação econômica mas por laços de<br />
amizade e afecto. Mesmo fora das horas do<br />
treino regular, o menino recebia educação dos<br />
mais velhos sobre justiça, honra e patriotismo,<br />
espírito de sacrifício, domínio de si mesmo e<br />
honestidade. Na caserna, os meninos comiam<br />
em mesas comuns, ajudavam no fornecimento<br />
dos alimentos caçando os animais selvagens,<br />
participavam das danças, corais e cerimónias<br />
religiosas.<br />
Educação: 1ª Fase.<br />
Com sete anos de idade o menino<br />
esparcíata era iniciado, chamado de Agogê<br />
(treinamento, adestramento), ele era<br />
enviado pelos pais ao exército, apartir desse<br />
momento os pais perdiam a tutela da criança<br />
para o Estado espartano. Começava a vida de<br />
preparação militar com muitos exercícios físicos<br />
e treinamento.<br />
Educação: 2ª Fase.<br />
Entre os 12 e os 15 anos, o<br />
jovem dedicava-se à instrução de meninos<br />
mais jovens e ao estudo sério das armas e das<br />
manobras militares, instruíam-nos nas letras e<br />
nos cálculos e, naturalmente, no canto de hinos<br />
patrióticos do poeta Tirteu que ressaltavam a<br />
bravura e a coragem destemida.<br />
Educação: Fase 3ª.<br />
Dos 16 aos 20 anos. O treino tornava-se<br />
muito semelhante aos serviços da verdadeira<br />
guerra. Eram adestrados em armas, na luta<br />
com lanças e espadas. Aos 20 anos, o jovem<br />
esparcíatas era submetido às Kriptias 7 , para aí<br />
7 Ver: Idem.<br />
17
sim poder entrar no exércio, era o ritual de<br />
passagem da vida jovem à vida adulta.<br />
Maioridade Espartana.<br />
Aos 30 anos recebiam a maioridade<br />
militar com todos os direitos e deveres plenos<br />
de cidadania espartana. Ficavam em tempos<br />
de paz a serviço da Apella e do Eforato, em<br />
tempos de guerra a serviço das Casas reais.<br />
Depois de concluído o período de<br />
formação militar - entre os 07 e os 60 anos –<br />
eram livres da obrigação de participar na<br />
guerra, estavam reformados da cidadania<br />
militar obrigatória, ficavam a disposição para<br />
servir na Gerúsia, se necessário.<br />
Educação Feminina.<br />
Exigia-se da mulher espartana a prática<br />
de exercícios físicos e a participação em jogos<br />
e competições esportivas para que pudessem<br />
gerar filhos fortes e saudáveis.<br />
CARACTERÍSTICAS ESPARTANAS.<br />
Os espartanos tinham a prática de<br />
Laconismo (hábito de falar pouco),<br />
Xenofobia (aversão a estrangeiros) e<br />
Eugenia (aperfeiçoamento da raça, tendo<br />
como uma de suas características a matança<br />
de crianças - infanticídio) - a criança ao<br />
nascer era examinada por um conselho de<br />
cidadãos, que avaliava sua condição física,<br />
caso houvesse alguma deficiência era atirada<br />
em um desfiladeiro - o Patriotismo<br />
exacerbado também era uma característica<br />
peculiar, durante o treinamento militar os<br />
jovens aprendiam que lutar em defesa de sua<br />
cidade era a maior honra de um cidadão<br />
espartano, e que morrer no campo de batalha<br />
defendendo Esparta era a maior glória que<br />
poderia ser alcançada.<br />
Para Saber Ainda Mais:<br />
Livros:<br />
<strong>História</strong> <strong>Antiga</strong>. - <strong>Grécia</strong><br />
100 Textos de <strong>História</strong> <strong>Antiga</strong> - Jaime Pinsky;<br />
<strong>Grécia</strong> e Roma - Pedro Paulo Funari;<br />
<strong>Grécia</strong> <strong>Antiga</strong>. Coleção <strong>História</strong> Ilustrada -<br />
Paul Cartledge;<br />
Mito e Religião na <strong>Grécia</strong> <strong>Antiga</strong> - Jean-pierre<br />
Vernant;<br />
Mito e Sociedade na <strong>Grécia</strong> <strong>Antiga</strong> - Jean-<br />
pierre Vernant;<br />
O Mundo Grego - Vitor Brasoli;<br />
Povos do Passado – Judith Crosher.<br />
Sites:<br />
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_h<br />
ome&lng=pt&nrm=iso<br />
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9cia_<br />
<strong>Antiga</strong><br />
www.nomismatike.hpg.ig.com.br/GreciaAlex<br />
andre.html><br />
www.historianet.hpg.ig.com.br/esparta.html<br />
WWW.gecities.com/Athenas/Agora/9443/co<br />
md1.htm<br />
Filmes:<br />
A Odisséia (The Odyssey, EUA, 1997);<br />
Troia (Troy, EUA, 2004);<br />
Helena de Troia (EUA, 2004);<br />
As Troianas (<strong>Grécia</strong>, 1971);<br />
Electra (Alemanha – 1981);<br />
Alexandre – o Grande (Alexander, EUA<br />
2004).<br />
18
EXERCITANDO.<br />
01. Qual o papel social dos hilotas em Esparta?<br />
a) Cidadãos, com todas as funções políticas,<br />
dedicados principalmente às tarefas militares;<br />
b) Estrangeiros, geralmente comerciantes e<br />
artesãos, sem participação política;<br />
c) Servos/escravo, em geral trabalhadores<br />
braçais, sem direitos políticos reconhecidos;<br />
d) Governantes de Esparta nos períodos de<br />
guerra e lideres nas Assembléias Gerais dos<br />
cidadãos;<br />
e) Responsáveis pelas tarefas religiosas e<br />
membros da Assembléia de Anciãos.<br />
02. Na estratificação da sociedade ateniense, os<br />
Eupátridas constituíam:<br />
a) A aristocracia, compondo a camada dirigente<br />
possuidora das melhores terras;<br />
b) O campesinato, com direito a uma parte das<br />
terras;<br />
c) A plebe, que não dispunha de nenhum<br />
direito político;<br />
d) O segmento servil, que exercia o trabalho<br />
doméstico;<br />
e) A população escrava, reduzida a completa<br />
sujeição política e econômica.<br />
03. Leia o trecho do discurso de Péricles que<br />
governou<br />
Atenas de 461 a 429 a.C.<br />
“Nossa constituição é chamada de democracia<br />
porque o poder está nas mãos não de uma minoria,<br />
mas de todo o povo. Quando se trata de resolver<br />
questões privadas, todos são iguais perante a lei,<br />
quando se trata de colocar uma pessoa diante de<br />
outra em posição de responsabilidade pública, o que<br />
vale não é o fato de pertencer a determinada classe,<br />
mas a competência real que o homem possui.”<br />
(Extraído de: BRAICK, Patrícia Ramos e MOTA, Myriam<br />
Becho. <strong>História</strong>, das cavernas ao Terceiro Milênio. São<br />
Paulo: Moderna, s/d, p. 39)<br />
De acordo com a leitura, é correto afirmar que:<br />
a) A democracia ateniense não era elitista e os<br />
escravos, apesar da sua condição, tinham<br />
direitos políticos;<br />
<strong>História</strong> <strong>Antiga</strong>. - <strong>Grécia</strong><br />
b) Os metecos e os escravos tinham direito ao voto;<br />
c) O governo de Péricles é considerado o ápice da<br />
democracia ateniense, pois, nesse governo,<br />
correu a consagração dos princípios de isonomia,<br />
isegoria e isocracia;<br />
d) A democracia em Atenas, era representativa e,<br />
na nossa sociedade atual, é exercida através da<br />
ação direta;<br />
e) Os reis atenienses, a partir de meados do século<br />
VIII a.C., tiveram seu poder limitado pela<br />
aristocracia eupátrida que passou a exercê-lo<br />
04. (MACKENZIE) As diferenças políticas e econômicas<br />
entre espartanos e atenienses culminaram no conflito<br />
armado denominado:<br />
a) Guerras Médicas;<br />
b) Guerras Púnicas;<br />
c) Guerra do Peloponeso;<br />
d) Invasão macedônica;<br />
e) Guerras Gaulesas<br />
05. Comparando a educação Ateniense com a<br />
Espartana, conclui-se que.<br />
a) Os atenienses valorizavam a formação intelectual,<br />
enquanto em Esparta era valorizada a formação<br />
militar.<br />
b) Em Atenas as mulheres tinham direito à cidadania,<br />
coisa que não havia em Esparta;<br />
c) Em Esparta desendolveus-e a democracia em Atenas<br />
a Tirania;<br />
d) Ambas as cidades valorizavam o militarismo como<br />
forma de proteger a cidade;<br />
e) Os atenienses copiavam o modo educacional de<br />
Esparta.<br />
06. Na sociedade espartana, o hilotismo era<br />
elemento constitutivo de sua organização social. Sobre<br />
os hilotas:<br />
I – Eram responáveis pelo comércio e artesanato<br />
em Esparta;<br />
II – Eram respeitados pela classe dominante de<br />
Esparta, tendo a possibilidade de acumular<br />
pequenas fortunas, com as quais compravam<br />
títulos de cidadania;<br />
19
III – Eram submetidos as kriptias, forma de<br />
repressãoe extermínio imposta pelos<br />
Espartanos;<br />
IV – Constituiam a cama mais nmerosa de<br />
Esparta.<br />
Estão corretas:<br />
a) I, II e III,<br />
b) II, III e IV;<br />
c) II e III;<br />
d) I e IV;<br />
e) III e IV.<br />
07. No período clássico grego (Séc. V–IV a.C)<br />
Atenas com sua ordem democrática, seu<br />
desenvolvimento econômico e sua expansão pelo<br />
mar Egeu, destacou-se como a mais importante<br />
entre as cidades-estados da <strong>Grécia</strong> antiga. O<br />
fortalecimento grego-ateniense apoiado numa<br />
forte política expansionista deflagrou inúmeros<br />
conflitos com o Império Persa, outra potência que<br />
disputava com os Gregos o controle da Jônia<br />
(região costeira da Ásia Menor). Posteriormente,<br />
deflagraram-se as guerras entre as polis gregas<br />
contra a hegemonia ateniense, fortalecida ainda<br />
mais após as guerras com os Persas. Dessas lutas<br />
entre cidades-estados, a derrota de Atenas<br />
significou o declínio da sociedade grega clássica.<br />
A quais acontecimentos, respectivamente, se<br />
refere o texto acima?<br />
a) Guerras Médicas e Batalha de Pelusa;<br />
b) Guerra do Peloponeso e Batalha de Pelusa;<br />
c) Guerras Púnicas e Guerra do Peloponeso;<br />
d) Guerras Médicas e Guerra do Peloponeso;<br />
e) Guerra do Peloponeso e Guerras Médicas.<br />
08. Denominamos de “civilização helenística” à<br />
civilização que resultou:<br />
a) Da unificação cultural do Oriente, após as<br />
conquistas de Ciro;<br />
b) Da fusão de elementos culturais gregos e<br />
persas, ao fim das Guerras Médicas;<br />
c) Da fusão de elementos culturais atenienses<br />
e espartanos ao fim da Guerra do<br />
Peloponeso;<br />
<strong>História</strong> <strong>Antiga</strong>. - <strong>Grécia</strong><br />
d) Fusão dos elementos culturais gregos e<br />
romanos nas áreas conquistadas por Roma;<br />
e) Da fusão de elementos culturais gregos e<br />
orientais nas regiões conquistadas por<br />
Alexandre Magno.<br />
08. Na <strong>Grécia</strong> antiga a invasão dos dórios provocou:<br />
a) A primeira Diáspora;<br />
b) A formação da burguesia grega;<br />
c) A invasão dos macedônios;<br />
d) A cultura helenística;<br />
e) A cultura cretense.<br />
09. (UNITAU) As cidades do povo grego:<br />
a) Mantinham política comum.<br />
b) Eram politicamente autônomas.<br />
c) Possuíam princípios religiosos antagônicos.<br />
d) Possuíam uma organização econômica solidária.<br />
e) Estavam unidas na política de organização do<br />
Mediterrâneo.<br />
10. (UFPEL) "A natureza faz o corpo do escravo e do<br />
homem livre diferentes. O escravo tem corpo forte,<br />
adaptado para a atividade servil, o homem livre<br />
tem corpo ereto, inadequado para tais trabalhos,<br />
porém cidade bem constituída, (...) Isso porque o<br />
ócio é indispensável ao desenvolvimento das<br />
qualidades morais e à prática das atividades<br />
políticas.”<br />
(ARISTÓTELES (384-322 a.C.). "Política" [Adapt.]).<br />
Esta ideologia foi produzida na (o):<br />
a) Período Homérico e manifesta o pensamento<br />
burguês em relação a todas as classes sociais.<br />
b) Império Romano e apresenta resquícios nas<br />
discriminações étnicas vigentes nos Estados<br />
Unidos da América.<br />
c) <strong>Antiga</strong> <strong>Grécia</strong> e reflete o preconceito - em relação<br />
às atividades manuais – também presente ao<br />
longo da história da socieda de brasileira.<br />
d) Período Arcaico, em Atenas, quando era<br />
necessário estabelecer legitimações para as<br />
expansões colonialistas modernas.<br />
e) Idade <strong>Antiga</strong>, mas foi eliminada, após a<br />
Revolução Francesa, pela filosofia liberal.<br />
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