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Conteudo<br />
A NOSSA CAPA<br />
16 Kool Kleva ”<strong>Eu</strong> <strong>sou</strong> o <strong>Hip</strong>-<strong>Hop</strong>”<br />
MUKANDAS<br />
4 Editorial<br />
DESTAQUES<br />
8 Papetchulo<br />
10 Mr. K<br />
CULTURA<br />
6 <strong>Hip</strong>-<strong>Hop</strong><br />
ALÉM FRONTEIRAS<br />
23 Side Hill<br />
Asrafo Records<br />
Eavesdrop<br />
27<br />
EXCLUSIVO<br />
12 Tribo Sul“Quem<br />
sabe o que quer,<br />
não aceita o que não quer”<br />
ENTREVISTAS<br />
14 Carbono & Honório”O<br />
estado actual do<br />
<strong>Hip</strong>-<strong>Hop</strong> angolano é triste”<br />
15 CF Kappa “No início era apenas curiosidade”<br />
Amak-Yeve “A Vida é um desafio”<br />
18 Flagelo Urbano “Samplier não é roubar,<br />
é homenagear”<br />
20 Marinela<br />
22 Velas raio X<br />
26 Lukeny “A primeira vez que tive contacto<br />
com aquela forma de recitar poesia,<br />
mudou a minha vida”<br />
NAS RUAS<br />
4 Feedback<br />
24<br />
28<br />
30<br />
PERFÍL<br />
6 Melo K<br />
24<br />
ZWELANDO<br />
5 De simples realizadores de espectáculos à<br />
musicos de sucesso<br />
6<br />
7<br />
Racionais mc´s<br />
valete<br />
Dj Madkutz<br />
Public Enemy<br />
Zoom zooms<br />
Zwelarazzi<br />
Página Kontrário<br />
Mandambela<br />
11 O Graffiti é uma arte Espontânea<br />
19 Shorty Bang e Soloba<br />
21 O pai do Sample<br />
“É na dança onde encontro<br />
a minha paz”<br />
Reviews<br />
Meu ponto de vista<br />
Filho de peixe é peixe<br />
25 Se os homens são Mc´s Nós somos as M´sas<br />
10<br />
é injusto morrer a fome”<br />
“Num País tão rico,<br />
5De simples realizadores<br />
de espectáculos<br />
à musicos de sucesso<br />
25<br />
Side Hill<br />
“Se os homens são<br />
Mc´s, Nós somos<br />
as M´sas”<br />
O regresso do<br />
Tubarão Branco<br />
23<br />
11<br />
“O Graffiti é uma arte<br />
Espontânea”<br />
21<br />
“Considero-me um<br />
produtor profissional,<br />
porque vivo disto”<br />
8 “Sempre<br />
“<strong>Eu</strong> <strong>sou</strong> o <strong>Hip</strong>-<strong>Hop</strong>”<br />
tive a missão<br />
de chegar longe”<br />
16
EQUIPA EDITORIAL<br />
Director Geral<br />
C.M. Faztudo<br />
Editor<br />
João Meia<br />
Editor Adjunto<br />
Domingos Bernardo<br />
Director Comercial<br />
Kennedy Neto<br />
Redatores<br />
Conceição José Balanga<br />
Sebastião Nogueira<br />
Amaral M. Faztudo<br />
Kombaniklotiko<br />
Pipocas<br />
Silvino João<br />
Dj Cavera<br />
Correspondentes<br />
Telma - Portugal<br />
Nelson Debrava - Cabo Verde<br />
Monisha Schoeman - Africa do Sul<br />
Jean Makhadi - Congo Brazzaville<br />
Ricardo de Sousa - Brazil<br />
Colunista<br />
Paulo Oscar<br />
Kudibanguela<br />
Colaboradores<br />
Flagelo Urbano<br />
Elizeu<br />
Tiago Mc.<br />
Fotógrafia<br />
Dj Cavera<br />
Masta Joy<br />
Graficos / Paginação<br />
Faztudo Media<br />
Alliança Camponesa<br />
Officio<br />
Angola<br />
Rua da Enana<br />
Bairro do Rocha Pinto<br />
Maianga - Luanda<br />
Africa do Sul<br />
18 Barrington Street, Observatory 7925<br />
Cape Town 8001<br />
Africa do Sul<br />
zwelamag@yahoo.com<br />
www.alliancacamponesa.com<br />
Angola<br />
+ 244 923 310 384<br />
+ 244 922 318 256<br />
+ 244 923 643 847<br />
+ 244 926 211 155<br />
zwelamag@yahoo.com<br />
Anuncios / Publicidades<br />
+ 244 923 643 847<br />
zwelamag@yahoo.com<br />
www.alliancacamponesa.com<br />
Carta do Editor<br />
Numa sociedade que se distancia cada<br />
vez mais da verdade em prol de uma<br />
postura comprometida e silenciosa face<br />
ao Presente, de forma desleal e<br />
aniquiladora do Amanhã, esta pretende<br />
ser uma revista, de encontros, diálogos,<br />
divulgações e reflexões, entre membros e<br />
simpatizantes do movimento <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong>. Nele<br />
esperamos partilhar um pouco do dia-a-dia<br />
da comunidade <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong> nacional, com<br />
algumas passagens além fronteiras. Aqui,<br />
procuraremos divulgar a vida dentro e fora do<br />
movimento, nas suas pequenas grandes<br />
complexidades e, acima de tudo, falar da sua<br />
relação com o mundo e com o transcendente na<br />
p r o f u n d a c e r t e z a d a s u a g r a n d e z a .<br />
Há, agora de certeza, com a publicação desta<br />
revista, um lugar para várias visões, expressão<br />
cultural, coerente e construtiva que pode não<br />
encontrar ouvidos noutro lado.<br />
Sinta-se em casa!<br />
Para a divulgação de suas ideias, álbum ou evento, contacta: zwelamag@yahoo.com<br />
Feedbacks<br />
os últimos anos o <strong>Hip</strong>-<strong>Hop</strong> tem vindo a crescer de forma positiva muito embora seja um<br />
crescimento quantitativo e menos qualitativo, mas a que se louvar os esforços que muitos<br />
Ntem feito em prol desta cultura, e para não esquecer louvamos também as massas que têm<br />
apoiado o movimento. Por esta razão a Zwela oferece a rubrica ” nas ruas “, onde o pessoal, quer<br />
seja activista ou não, elege desde a melhor música, álbum, ao melhor e pior MC no momento.<br />
NUNES<br />
COMERCIAL<br />
Nome: Dj B.F.<br />
Idade: 18<br />
Ocupação: Estudante<br />
Melhor Mc: Flagelo Urbano<br />
Melhor Música: Mentalidade “Afroman”<br />
Melhor Álbum: Mentalidade “Afroman”<br />
Pior Mc: Megga Fofo<br />
Pior Álbum: Warrant B - Batalha<br />
Nome: Kem J.<br />
Idade: 28<br />
Ocupação: Musico/Realizador<br />
Melhor Mc: Kool Klever<br />
Melhor Música: Ser negro “Guto”<br />
Melhor Álbum: Odyssea “SSP”<br />
Pior Mc: Big Nelo<br />
Pior Álbum: Warrant B - Batalha<br />
Nome: Yolanda M. B. Gonçalves<br />
Idade: 28<br />
Ocupação: Estudante de Direito/Actriz<br />
Melhor Mc: Big Nelo<br />
Melhor Música: karga “Big Nelo”<br />
Melhor Album: “Big Nelo”<br />
Pior Mc: Father Mack<br />
Pior Álbum: Sangue, suor e lagrimas “Father Mack”<br />
Nome: Nelson Faztudo<br />
Idade: 23<br />
Ocupação: Estudante<br />
Melhor Mc: Yanik<br />
Melhor Música: Mentalidade “Afroman”<br />
Melhor Álbum: Mentalidade “Afroman”<br />
Pior Mc: Megga Fofo<br />
Pior Álbum: Cartas na mesa “kalibrados”<br />
Nome: Aida P. Domingos<br />
Idade: 20<br />
Ocupação: Estudante<br />
Melhor Mc: Yanik<br />
Melhor Música: Reeducação “Kid Mc”<br />
Melhor Album: Kooltivar “Kool kleva”<br />
Pior Mc: Cage One<br />
Pior Album: <strong>Eu</strong> <strong>sou</strong> o (A) “Malef”<br />
Nome: Amax<br />
Idade: 20<br />
Ocupação: Estudante/Professor<br />
Melhor Mc: Kool Kleva<br />
Melhor Música: Mentalidade “Afroman”<br />
Melhor Album: Kooltivar “Kool kleva”<br />
Pior Mc: Eddie Tussa<br />
Pior Album: Megga Fofu<br />
Endereço<br />
Kamungo - Kibala, Kwanza Sul<br />
Angola - Kwanza Sul<br />
Tel: 923 306 388<br />
912 414 047<br />
923 347 901<br />
Nome: Irene Domingos<br />
Idade: 20<br />
Ocupação: Estudante<br />
Melhor Mc: Sandocan<br />
Melhor Música: Angolan “Wonderfull One”<br />
Melhor Álbum: Tubarão Branco “Sandocan”<br />
Pior Mc: Vladimiro Cardoso<br />
Pior Album: Não têm<br />
Nome: Ciclone aka 1 Maka<br />
Idade: 22<br />
Ocupação: Estudante<br />
Melhor Mc: Mc K<br />
Melhor Música: O silencio também fala “Mc K”<br />
Melhor Álbum: Mentalidade “Afroman”<br />
Pior Mc: Mc Matita<br />
Pior Álbum: Não existe<br />
Nome: Afele<br />
Idade: 22<br />
Ocupação: Estudante<br />
Melhor Mc: Dr Romeu<br />
Melhor Música: Atrás do prejuízo “Mc K”<br />
Melhor Álbum: 99% de amor “SSP”<br />
Pior Mc: Shak Shura<br />
Pior Álbum: Álbum dos Beautfull<br />
Nome: Kinilson<br />
Idade: 20<br />
Ocupação: Estudante<br />
Melhor Mc: Brigadeiro 10 Pacotes<br />
Melhor Música: Folha Branca “Mc K”<br />
Melhor Álbum: Mentalidade “Afroman”<br />
Pior Mc: Vladimiro Cardoso<br />
Pior Álbum: Ainda não ouvi<br />
Nome: Fonseca<br />
Idade: 24<br />
Ocupação: Estudante de Programação<br />
Melhor Mc: Kool kleva<br />
Melhor Música: Realista “Afroman”<br />
Melhor Álbum: kooltivar “Kool Kleva”<br />
Pior Mc: São muitos<br />
Pior Álbum: Ainda não ouvi<br />
Nome: Elizeu<br />
Idade: 23<br />
Ocupação: Estudante de Economia<br />
Melhor Mc: Mc K<br />
Melhor Música: Valoriza-te Palanca “Mc K”<br />
Melhor Álbum: Trincheiras de ideia “Mc K”<br />
Pior Mc: Megga Fofo<br />
Pior Álbum: Album de J.D.
De simples realizadores de espectáculos<br />
à músicos de sucesso<br />
Fruto de um trabalho de mais de 10 anos, os rapazes maravilhosos de Cacuaco, continuam a ser apesar das polivalências e mistura de ritmos, dos<br />
grupos de maior sucesso no mercado nacional.<br />
Por: Kombaniklotiko<br />
Em 1994 no bairro 4 de Fevereiro, Cacuaco, por Kaporal e Ikuma-full, os jovens almejavam, com apenas oito (8) faixas musicais numa<br />
dois então realizadores de espectáculos juntando se depois a C.Lau, mistura entre rap, ragga e kizomba, o álbum tocou por Angola a fora<br />
D.Latoy e Hozone “que por motivos alheios deixou o grupo 4 anos com as música “rainha da beleza” e “Ela”, esta última levou o grupo a<br />
depois”, os jovens conquistaram a simpatia do público de Cacuaco, conquista do Top R. Luanda, como grupo revelação 2000, 2º-lugar no<br />
com as suas maravilhosas actividades, daí o Wonderfull-one. Top na RDP, 3º- lugar no top anual, em Moçambique.<br />
Em 1995 os jovens começam com apoio de Tarcísio Vilela (T.Jay), a No âmbito da pacificação dos espíritos, fruto da situação que o país<br />
cantar temas da sua própria autoria, que viera a ser gravado no então vivia na altura o grupo andou por várias províncias, prestando o seu<br />
estúdio futuro, as músicas “Unir o município e diga não a droga”, calor humano para com as FAA e a população, particularmente nas<br />
tornando notório nas ruas de Cacuaco, fortalecendo a ideia de levar províncias do Bié e Huambo.<br />
avante o projecto wonderfull-One. Quatro anos depois, o grupo desloca-se para São Paulo, Brasil e aí,<br />
Passado alguns anos a coisa ganha corpo e o grupo consegue passar concluem as gravações do disco “Polémica” com quinze (15) faixas<br />
nas rádios as suas músicas como: “cigana”, “não a droga” e Metre musicais, que viera a ser editado na África do Sul. O álbum torna-se<br />
Beye “música dedicada ao malogrado mediador do processo de paz sucesso com a música “fim-de-semana”.<br />
angolano” De lá para cá, o grupo pas<strong>sou</strong> por fases menos boas, uma vez que viu-<br />
Em 1997, com o vídeo clip da música “cigana”, o grupo ruma para a se obrigado a perder o titulo de quarteto, tudo devido a saída de Ikumaconquista<br />
Nacional e internacional, mas tudo isso, era só o começo de full, tornando se em trio.<br />
4 sonhos maravilhosos que passavam por gravar um CD e converter- Recentemente lancaram o 3º album “ 3 Dimensões “.<br />
se no grupo mais badalado do país, sonho que viera a ser concretizado<br />
em 1999, com a publicação do álbum “Géneses” editado e marterizado<br />
em Portugal pela Energy Records, trouxe o sucesso que nem mesmo Fotos: gentilmente cedida pelo grupo Wonderfull One<br />
ZWELA primeira revista de rap mwangole 5
6<br />
Cultura<br />
Nascido na Jamaica D.J. Kool Herc, (na<br />
foto) emigrou para os Estados Unídos da<br />
America, e foi no principio da década de<br />
70 que ele inventou um novo estilo<br />
músical, que depois pas<strong>sou</strong> assim a ser<br />
uma grande cultura, hojé a mesma é<br />
representada por milhões de activistas em<br />
volta do universo por isso é que para<br />
muito Dj Kook Herc é o pai do <strong>Hip</strong>-<strong>Hop</strong>...<br />
HIP-HOP<br />
cultura hip hop é formada pelos os D.Js. do Bronx .<br />
seguintes elementos: O Rap (Mc De qualquer modo em meado dos anos<br />
Ae Dj), o Graffiti e o break. Rap - 70 outro jovem D.J. que foi inspirado por<br />
rhythm and poetry, ou seja, ritmo e kool D.J. Herc, Kool D.J. Dee, Disco<br />
poesia, que é a expressão musical- King Mario, começou aparecer e crescer<br />
verbal da cultura; Graffiti - que no cenário da música B.Beat chamado<br />
representa a arte plástica, expressa por Afrika Bambaataa.<br />
desenhos coloridos feitos por Ele tinha algo de grandioso da música<br />
graffiteiros, nas ruas das cidades B.Beat de Kool Herc, ele começou a<br />
espalhadas pelo mundo; Break dance - trazer novos discos e fazia as pessoas<br />
que representa a dança. dançarem como um trovão, e decidiu de<br />
Os três elementos juntos compõe a chamá-los de ZULU NATION. Nos<br />
cultura hip hop. Que muitos dizem que é próximos anos Bambaataa seria o<br />
a "CNN da periferia", ou seja, que o hip responsável por várias gírias no<br />
hop seria a única forma da periferia, dos movimento.<br />
guetos expressarem suas dificuldades, Nesta mesma época apareceu outro<br />
suas necessidades de todas classes D.J. com o<br />
excluídas... nome de Grand Máster Flash, que<br />
O termo hip hop, alguns dizem que foi ajudou a reformular o jeito de rimar em<br />
criado em meados de 1968 por Afrika cima dos Break Beats. Não foram<br />
Bambaataa. Ele teria se inspirado em Sugarhill Gang, D.J. Hollywood ou Eddie<br />
dois movimentos cíclicos, ou seja, um Chebba e Kurts Blow que começaram a<br />
deles estava na forma pela qual se rimar em cima dessas batidas, foram<br />
transmitia a cultura dos guetos realmente Grand Máster Flash, Mele<br />
americanos, a outra estava justamente mel, Kid Creole e Keith Cowbow que<br />
na forma de dançar popular na época, começaram o<br />
que era saltar (hop) movimentando os fenômeno das rimas.<br />
quadris (hip)... Se existe alguém responsável pela<br />
Em meados dos anos 70 no Bronx , criação da música Break Beat, foram<br />
cidade de Nova Iorque, só existiam dois Kool D.J. Herc, Afrika Bambaataa e<br />
bons deejays conhecidos que eram Grand Master Flash, os que vieram<br />
Kool D.J. Herc e Kool Dee. Kool D.J. depois só ajudaram a construir o que<br />
Herc foi o maior e mais seguido de todos chamamos de HIP-HOP...<br />
SABIAS QUE?...<br />
A primeira música de rap a surgir no Brasil foi "Kátia Flávia", em 1987, de autoria de Fausto<br />
Fawcett e Laufer?<br />
O primeiro graffiwriter a ganhar fama em New York, foi Taki 183?<br />
Em Portugal a primeira compilação de rap surgiu em 1994 com a designação de Rapública?<br />
Os primeiros a aparecerem a rimar em cima dos Break Beats foram: Grand Master Flash, Mele<br />
mel, Kid Creole e Keith Cowbow?<br />
Nelboy Das Burthas, que em 1994 abriu o primeiro programa de <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong> na Rádio Nacional?<br />
Tribo Sul foi o primeiro grupo africano de rap a participar do festival internacional Dance 4 Life?<br />
Donna Kelly, é co-fundadora do grupo Warrant B?<br />
Ali Bongo, presidente do Gabão, rappou ao longo dos discursos de campanha?<br />
ZWELA primeira revista de rap mwangole<br />
Melo.k aka Hem4tozin4h<br />
Nome: Melo.k aka hem4tozin4h<br />
Idade: 24 anos<br />
Signo: carneiro<br />
Ídolo: Jesus Cristo<br />
Líder politico: Nelson Mandela<br />
Religião: Cristão<br />
Ocupação: MC / Produtor<br />
Crew: Tribo sul<br />
Bairro: Calenba2<br />
3 Produtores: DH, DJ Cavera C, Mad<br />
kontrario<br />
3 Mc´s: <strong>Eu</strong>, Sinik, Pipokhaz,<br />
3 Grupos: …etc. …<br />
Hobbies: Musica, Cinema<br />
Pitéu: Feijoada<br />
Bebida: Gasosa<br />
Calçado: Ténis Adidas<br />
Perfume: Wednesday<br />
Grife: Diesel, Adidas<br />
Dama: Negra<br />
Cor: Azul e Vermelha<br />
Carro dos sonhos: BMW 728<br />
Viagem dos sonhos: França e China<br />
Projectos: Edificar a Meia Records<br />
Ambições: Viver Numa Angola Sem dor<br />
Mandambela<br />
Numa sociedade onde a juventude despreza os seus<br />
valores culturais, Mandambela é talvez o único rapper<br />
angolano que consegue nas suas músicas, dizer não a<br />
língua de Camões. Após cerca de 10 anos como rapper o<br />
nigga continua firme nas ideias, trazendo no rap a<br />
sonoridade da língua Umbundo.<br />
Actualmente na África do sul, cumprindo as fases finais<br />
do seu álbum de estreia, que virá chamar-se<br />
“Tetuatiukila” (Havemos de voltar).
Filho de Peixe é Peixe<br />
Por: Pacarov<br />
em se dito que filho de peixe é peixe, e Cavera<br />
C. é uma prova deste ditado, uma vez que<br />
Tsendo filho de Dj, quis o destino que o mesmo<br />
também fosse. Com 10 anos de Turntablismo e<br />
produção, Cavera C. é hoje dos Djs angolanos com<br />
maior divulgação a nível internacional, tendo<br />
representado Angola em mais de 20 Países, entre os<br />
quais mais de 47 concertos e festivais de <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong> como:<br />
OBS Fest, <strong>Hip</strong>-<strong>Hop</strong> Connected, Dance 4 Life,<br />
Grahmstown National Arts Festival, Wynberg Chest<br />
Carnival, The Coons Fest, Long Street Festival, etc.<br />
Como produtor trabalhou com centenas de artistas<br />
nacionais e internacionais espalhados por este mundo a<br />
fora como são os casos de: Granster, Seeve (Italia),<br />
Pluside, Tom D, Raphlex, Amoba, Kredit, Chris Judge,<br />
Dante, Flurid, LDG, Mc Gang, Nabis (Hungria), Mateus<br />
Pinguim, Dj Coringa, Mocambos (Brazil), Vandal, CK<br />
Flow (Canada), Bob (France), Anu D, Gekke C, Luna<br />
Blix, Make Senze (Holanda), Mano (Japan), Tekupu<br />
(Nova Zelandia), Telma Tvon e Makheda (Portugal),<br />
Cosmic Crew (Republica Checca), Angel, Dan, Raffi,<br />
Reedo, Sevi, Danny, Reimlifeissi e Michi (Suecia), Eklin,<br />
Elom, Bricce (Togo), Rapperholic, Hajila (Zimbabwe),<br />
512 Collectives, Big Mouth, Razor Tang Tang, Billy B,<br />
Hustler Boys, Brown (USA), Bumble B, Oren (UK), Ben<br />
Sharpa, Archtypes, Nhati, Garlic Brown, Bradlox, Endz<br />
the otherness, Eavesdrop, Samuel, Criple Samaritan,<br />
Cyche (Africa do Sul) Side Hill (Congo Brazzaville)<br />
Intelektu, Denexl, etc...<br />
Actualmente é Dj da African <strong>Hip</strong>-<strong>Hop</strong> Radio<br />
(www.africanhiphopradio.com) e encontra-se a<br />
trabalhar na com o Pagina Kontrária, a Mixt ape “o meu<br />
lado esquerdo do peito”, o novo álbum da Tribo Sul, o<br />
projecto o Velho e o Rapaz, e a mix tape THE<br />
UNDERDOG VOL.2 (A LUTA CONTINUA...)<br />
Zwelando<br />
th<br />
- Produziu o álbum do (Rapper Sul<br />
2009 Garlic Brown – Friday the 13<br />
Africano), 2009 - Produziu o projecto STOP VIOLENCE (Projecto onde reuniu<br />
rappers de varias nacionalidades em memoria as victimas dos ataques de<br />
Xenofobia na Africa do Sul), 2009 - Produziu o álbum de Side Hill - Fort d´nos<br />
peins (Grupo do Congo Brazzaville), 2008 - Produziu a Mixtape The underdog<br />
vol.1 (Projecto com participaçao de varios rappers), 2007 - Produziu a Mixtape<br />
Feel the beat vol.2, 2006 - Produziu a Mixtape Terror vision com Terror Mc<br />
(Mc Sul Africano), 2005 - Produziu a Mixtape Feel the beat vol.1 (Album<br />
instrumental), 2004 - Co- Produziu o álbum do Brown - Hanging in and<br />
Hanging on (Rapper de USA), 2004 - Co-Produziu a<br />
colectânea Parlamento de rua (Reppars<br />
Angolanos em Cape Town), 2004 - Co-<br />
Produziu o álbum da TRIBO SUL - Grito de<br />
liberdade, 2003 - Co-Produziu single da<br />
TRIBO SUL - Reflexao do Musseque, 2002<br />
- Co-Produziu o segundo single da TRIBO<br />
SUL - Grava mensagem, 1999 -<br />
Co-Produziu o Primeiro<br />
single<br />
TRIBO SUL - Faz<br />
again<br />
ZWELA primeira revista de rap mwangole 7
“Sempre tive a missão<br />
de chegar longe”<br />
Nascido em Luanda, António Domingos Da Costa, vulgarmente conhecido por<br />
Papetchulo, 28 anos, desde puto que vem manifestando a sua veia artística,<br />
tornando se num dos ícones da música moderna angolana.<br />
Por: Kombaniklotiko<br />
Ostentando o pseudónimo de Nuno G, juntou-se a alguns amigos do<br />
bairro e formaram em 1992, o grupo de rap que viera a se chamar<br />
Putos do BK (Putos do bairro Kassequel), sendo os primeiros passos,<br />
os putos conseguiram por vários momentos erguer em bem alto o<br />
nome do bairro, uma vez que rapidamente conquistaram o então<br />
mercado complicadíssimo e discriminado do <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong> nacional.<br />
Tempo depois abandona os Putos do BK, forma junto de um outro<br />
amigo do bairro Mártires do Kifangondo, um outro grupo que em<br />
quase nada deu certo, até que apresentado por um dos elementos do<br />
Grupo Zona Kid, aos Warrant B, que na época chamavam-se Warrant<br />
Niggas, constituído por; Meiv, Donna Kelly, Cannibas e Edy Tussa.<br />
Como o grupo precisava de mais um elemento, propuseram testes a<br />
Nuno G, que apresentou um resultado por eles inesperado, e logo<br />
recebe o sim, tornando o grupo em quinteto, mas depois ficam sem a<br />
Donna Kelly.<br />
Rumando em busca de novos horizontes, Nuno G, imigra para as<br />
terras de Camões, onde por iniciativa de Pedro NZagi, é atribuído o<br />
nome de Papetchulo. Tempo depois reencontra os outros e juntos<br />
batem portas de varias editoras, mas viam-se rejeitados, alegando<br />
falta de qualidade, até que em 1999, são aceites pela Zé Orlando,<br />
editando o álbum “Batalha”.<br />
De regresso, a Luanda o grupo consagra-se como o segundo grupo<br />
de rap a publicar uma obra discográfica. Alguns anos depois gravam o<br />
álbum “Perfil adequado”. Álbum que traz o sucesso individual de<br />
Papetchulo, tudo graças a sua forma inigualável de dançar e das<br />
curtas passagens em algumas telenovelas da nossa televisão<br />
publica, bem como da sua indiscutível aparecia com a estrela norte<br />
americana do R&B “Usher”, recebe um carinho do povo,<br />
principalmente das meninas, tornando-se a par de Big Nelo, no artista<br />
mais cobiçado pelas fãs.<br />
Por decisão dos colegas, Papetchulo vê-se afastado do grupo, e<br />
parte logo com a edição do álbum “Papetchulo”, a uma carreira a solo.<br />
Apesar do mesmo ser reeditado, o álbum não teve o feedback<br />
esperado dos fãs, mas acima de tudo segundo o artista, o álbum<br />
permitiu-lhe por os pés no chão, deu-lhe varias viagens e muitos<br />
espectáculos.<br />
Agora em 2009, sob direcção artística de Big Boss e Sandocam, e<br />
edição da LS produções, lança o álbum “Te amo”, com 15 faixas<br />
músicas e um bónus track, recheado de pop, gheto zuck, r&b e rap,<br />
contou com participações de Eliei, Dji Tafinha, Dimensão, Neydi.<br />
Fotos: gentilmente cedida por Papetchulo<br />
Luanda, Kilamba Kiaxi, Golf, Subzona 10, Quarteirão Nº 48, Rua da Igreja Pentecostal, Contacto: 912 91 64 50 / 922 31 82 56 / 924 61 28 95<br />
ZWELA primeira revista de rap mwangole 9
10<br />
“Num País tão rico,<br />
é injusto morrer a fome”<br />
Após ter fechado os negócios em cartas na mesa, Mister K, leva em Bons Ventos a sua<br />
carreira a solo e continua sendo uma das principais vozes no panorama <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong> nacional.<br />
Por: Kombaniklotiko<br />
Z -Quem é o Mister K?<br />
MK- Mister k ou simplesmente Katila é o meu nome real apenas aumentei o Mister pra ser compativél<br />
com as coisas que eu penso.<br />
Z -Como te defines como Rapper?<br />
MK- Sou um rapper polivalente.<br />
Z -Como e quando foi os seus primeiros passos?<br />
MK- Os meu primeiros passos foram como B.boy e fazendo play back dos Kris Kross e M.c Hammer.<br />
Z -Quais foram as suas influencias?<br />
MK- As minhas maiores influençias foram Kris Kross, Wu tang clan, Onix, KRS One, Flip Mod Squad e<br />
como muitos angolanos S.S.P.<br />
Z -Conta-nos como é que apareces nos Kalibrados?<br />
MK- Não foi programado, aconteceu naturalmente.<br />
Z -Qual é a sua opinião sobre o beef?<br />
MK- O beef é salutar quando é bem feito e quando realmente existem razões para<br />
acontecer mas infelizmente existem pessoas que fazem pra ganhar atenção.<br />
Z -Como anda a sua relação em torno do grupo?<br />
MK- Com os Kalibrados?... ahahahahahhhhhh…. Normal.<br />
Z -Se tiveres que escolher entre o álbum Negócio Fechado e<br />
Cartas na Mesa, qual deles escolherias?<br />
MK- Negocio fechado.<br />
Z -Porque?<br />
MK- Porque estavamos sempre juntos, suavamos juntos, havia<br />
poucos negocios e muito amor a música.<br />
Z -Diz-se pelas ruas que saíste dos Kalibrados, porque o<br />
Negócio não era Fechado na mesa (havia injustiças nas<br />
divisões das receitas do grupo), qual é o seu comentário?<br />
MK- Não foi pelo que as pessoas dizem mas sei que a<br />
verdade um dia virá a tona, o que posso adiantar é que<br />
ninguém saí de um sítio onde esta tudo bem.<br />
Z -Qual é a sua ligação com a FIRMES?<br />
MK- <strong>Eu</strong> a firmes somos compalheiros já a algum tempo,<br />
o disco firmes foi um negócio que fechamos, o tempo<br />
esgotou e cada um esta na sua mas a amizade<br />
continua.<br />
Z -Fala-se em álbum solo de Mister K, podes<br />
descrever este álbum?<br />
MK- O ábum está para breve. Será um álbum<br />
versatíl com conteúdo forte e com uma<br />
identidade própria, e sairá pela minha<br />
Produtora, a Bons Ventos Produtora.<br />
Z -Ouvindo as suas músicas, facilmente<br />
identifica-se alguma violência nas<br />
palavras. O termo Gangster, diz-lhe<br />
alguma coisa?<br />
MK- Diz-me muito. Tem graças que respeito<br />
muito pessoas que fazem quase tudo pra<br />
sobreviver porque num País tão rico como o<br />
nosso, é injusto morrer a fome, claro que<br />
não estou a falar de gangster que rouba<br />
pobre e mata por prazer. Quando digo que<br />
<strong>sou</strong> gangster o que tento transmitir é que eu<br />
tenho atitude, <strong>sou</strong> homen com H, e faço muito<br />
pra sobreviver, podia dizer hustler mas<br />
gangster soa melhor.<br />
Z -Sente-se realizado como Rapper?<br />
MK- Sim, a evolução é notoria tipo B.I.G,<br />
ahahahahahahhhhhhh… agora o que quero mesmo<br />
é me tornar grande no mundo do negocio.<br />
Z -Que conselho deixas a quem pretende ser Rapper?<br />
MK- Ser rapper não é tao facil quanto parece é preciso<br />
primeiro nos cultivar-mos, termos mente aberta, praticar,<br />
respeitar, investigar, ser humilde e verdadeiro acima de tudo.<br />
ZWELA primeira revista de rap mwangole
“O Graffiti é uma arte Espontânea”<br />
Por: Sebastião Nogueira<br />
25 anos, o mundo testemunhou o nascimento de<br />
Lourenço Joaquim, no qual a arte de pintar o<br />
baptizou de K7D.<br />
AApaixonado pelo lápis no cheiro da tinta, aderiu Artes Plásticas<br />
como formação académica no Instituto Médio de Artes Plásticas.<br />
Mas foi no ano de 2003 que ingres<strong>sou</strong> as fileiras do hip-hop,<br />
abençoando as paredes com peças lindas de graffiti.<br />
Em apenas 11 minutos em que se efectuou a entrevista, K7D,<br />
enquanto respondia pintava a parede que no final resultou no<br />
belíssimo graffiti com os dizeres "ZWELA". Assim como vocês<br />
podem apreciar abaixo.<br />
Zwelando<br />
ZWELA primeira revista de rap mwangole 11
Quem sabe o que quer, não aceita o que não quer.<br />
Para muitos chamados de angolan Public Enemy, muito devido aos seus conteúdos líricos e<br />
a agressividade nas palavras. Tribo sul é dos poucos grupos de rap estrangeiro que nas<br />
terras de Mandela vem se expressando, tornando num dos grupos angolano com maior<br />
representação além fronteiras.
Por: Abdul Faye, para a Concret jungle Magazine, gentilmente cedido para a Zwela.<br />
Traduzido por: Pacarov.<br />
Exclusivo<br />
Z - O que é a Tribo sul?<br />
Z - O impacto que vocês fazem aqui “Africa do<br />
TS - É uma carruagem de sobreviventes unidos na luta. sul” é o mesmo no vosso País?<br />
Z - Que luta? TS - Não e acredito que nem sequer nos conhecem.<br />
TS - A luta contra a desigual idade social, violência, drogas, Z - A tempos foi publicado um artigo num dos<br />
fome, epah… tu sabes. jornais criticando a vossa atitude a quando do<br />
Z - Quantos sobreviventes estão nesta luta? problema de xenofobia. O que aconteceu?<br />
TS - Como grupo começamos 3, fomos a 4, ficamos 3, agora TS - Epah… não sei de que artigo te referes. A única<br />
crew somos tipo uns 30 o que…, na realidade é apenas 1. coisa que sei é que nem tu aceitarias ficar sentado a<br />
Z - Quanto tempo nesta luta? espera que alguém viesse te matar, a malta só u<strong>sou</strong> a<br />
TS - Começamos de forma individual e como é lógico cada defesa.<br />
um ao seu tempo e lugar, o mais antigo é o Pipokahz que Z - Como é que tudo acabou? Apercebe-me que<br />
aldraba ter começado após a carnificina de 77. tiveram presos.<br />
Z - Que tipo de arma usam? TS - O mundo acompanhou, dizem que tudo acabou<br />
TS - Tudo que seja possível, desde a caneta, papel, mas a luta contínua.<br />
microfone, etc. Z - Como é vossa relação com a comunidade<br />
Z - Como é que se uniram como grupo? angolana?<br />
TS - Tudo começou em 1999, por First page, Cavera C. e TS - Infelizmente a comunidade esta dividida em<br />
Checcovara. A quando da morte dos Soldados de rua (Mano duas “a nossa dos refugiados e a outra dos famosos<br />
Merk e N.G. Rap) em Cape town.. estudantes”. Para os refugiados somos um orgulho,<br />
Z - Que diferença existe entre Tribo sul grupo e Tribo sul Herois, e espelho, enquanto que muito dos<br />
crew? estudantes negam a nossa existência.<br />
TS - O grupo é o Fist page, Cavera C. e Mata Joy. A crew é a Z - E com artistas sul-africanos?<br />
família toda. TS - Fixe, na medida do possível, principalmente com<br />
Z - Quais são as vossas influencias? aqueles que aceitam os nossos ideias.<br />
TS - Varias, cada elemento provavelmente terá a sua Z - Para quando Tribo sul no awards do Kora, MTV<br />
resposta. Mas acabamos sempre nos igualando em nomes ou Channel O?<br />
como Steve Biko, Nito Alves, Mandela, entre outros. TS - Quando Deus quiser, mas nós nem sequer<br />
Z - É sabido que vocês não são sul-africanos. Qual é na temos vídeo por isso nem nos imaginamos na MTV<br />
realidade a vossa origem? ou Channel O. Um dia destes quem sabe...<br />
TS - Ya, o grupo é composto por 3 Angolanos, mas a crew tem Z - Quando foi publicado o álbum Grito de<br />
2 Tanzanianos, 2 sul-africanos, 1 americano, 3 congoleses Liberdade? E para quando o próximo?<br />
de Brazaville 1 colombiano e uns tantos angolanos. Estamos TS - Saiu em 2004, o próximo grito continua em forno<br />
na Africa do sul, Brazaville, Tennese e Miami (USA) e tudo porque ainda continua acesas as chamas do<br />
Tanzânia. Grito de Liberdade.<br />
Z - Esta distancia não fere o vosso trabalho? Z - Vários grupos já juraram tanta fidelidade e hoje<br />
TS - Não, porque cada soldado tem sabido preencher as suas estão totalmente transformados. Já alguma vez<br />
trincheiras. sonharam com tal possibilidade?<br />
Z - Qual é a vossa ligação com Mizchief? TS - Quem sabe o que quer, não aceita o que não<br />
TS - Apenas amigos, o resto é só trabalho tipo… ele mais quer.<br />
recentemente faz props para o novo projecto do Cavera. Z - Vocês continuam independentes ou são<br />
Z - Sendo angolanos o que vos trouxe cá? assinados?<br />
TS - Como muitos angolanos negamos pegar em armas e TS - Esta difícil combinar as ideias, mas existe um ou<br />
lutar por uma causa injusta, vimo-nos obrigados a violar outro pretendente, oferecendo o mundo nos tirando a<br />
fronteira em busca de refúgio. liberdade.<br />
Z - Como foram recebidos? Z - Como é que vocês conseguem se manter na<br />
TS - Será que algum estrangeiro é bem tratado aqui? luta durante todo este tempo sem novo disco?<br />
Z - Quais são as dificuldades que enfrentaram? TS - Nós não lutamos apenas com discos no<br />
TS - É difícil ser refugiado, principalmente quando estas mercado. Alias provavelmente a malta tem estado,<br />
distante da família e amigos, e quando este País é o País do tanto como grupo como crew em vários featurings e<br />
apartheid. mixtapes, dentro e fora do continente.<br />
Z - Como é que vocês se definem como grupo? Z - Vocês têm no grupo o Dj Cavera C. que por<br />
TS - Guerreiros e verdadeiros. sinal é um nome sonante no que o <strong>Hip</strong>-<strong>Hop</strong><br />
Z - De onde surgi o nome angolan Public Enemy? Africano diz respeito. Qual é o beneficio que<br />
TS - Não sei, e das vezes que ouvi ser chamado assim julguei vocês tiram disto?<br />
ser desprezo. TS - Há mais benefícios para o <strong>Hip</strong>- <strong>Hop</strong> Africanos.<br />
Z - É verdade que vocês têm ligações políticas com a Z - Como é que se sentiram quando foram<br />
oposição? chamados para entrarem no palco do Festival<br />
TS - Isto é que oiço dizer, mas não acredito que eles teriam a Dance 4 life?<br />
coragem de no mínimo aceitar uma fatia de bolo vindo de nós. TS - Foi apenas mais um show, embora não sermos<br />
Z - Quando no Grito de liberdade vocês solicitam um reconhecidos temos sido embaixadores da música<br />
novo presidente, qual era a intenção? angolana em vários festivais internacionais.<br />
TS - Talvez é por nos sentirmos cansado com arroz branco Z - Conta-nos o incidente que vocês viveram na<br />
todos os dias, enquanto os outros comem o que apenas Tanzânia?<br />
vimos em revistas e televisão. TS - <strong>Eu</strong> não estive, mas segundo apercebe-me o<br />
Z - Mas a oposição fez uso desta música na altura das grupo foi invadido em palco, a quando um ligeiro<br />
campanhas eleitoras? corte de energia. Felizmente foi feito justiça.<br />
TS - Felicidades para eles… ah,ah,ah,ah,ah… talvez por isso Z - Para quando um regresso definitivo a Angola?<br />
perderão. Esta para breve, mas o Page vive praticamente em<br />
Z - Até quanto vocês vão conseguir manter este Angola.<br />
radicalismo? Z - Props?<br />
TS - Até se conseguir fazer os homens compreenderem que o TS - Mantêm firme. Para todos que acreditam no<br />
homem tem direito a vida, amor, pão, água, luz e liberdade poder da palavra vão enfrente e recordem que a<br />
acima de tudo. liberdade não se mendiga.<br />
ZWELA primeira revista de rap mwangole 13
O estado actual<br />
do <strong>Hip</strong>-<strong>Hop</strong> angolano é triste<br />
m passagem numa das noites de Bahia, Zwela cruzou-se com Carbono e Honório, dois<br />
Mc´s, produtores, gráfico designer, que preocupados com o rumo do <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong> nacional,<br />
Emanifestaram ao Zwela os seus pontos de vista. Eis a entrevista.<br />
Por: joão Meia<br />
Z -Qual é o seu ponto de vista em relação ao que o Bahia nos<br />
oferece? Honório - Quando não tínhamos condições tínhamos Mc´s, hoje<br />
Carbono - Não deixa de ser verdade que o Bahia é uma casa que de temos condições e não temos Mc´s.<br />
certa forma promove a cultura <strong>Hip</strong>-hop, mais propriamente o Rap<br />
que é a parte cantada da cultura <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong>, promove de certa forma Z - Soubemos que tu tens uma experiência de Rap vivida em<br />
mas também com muita futilidade a mistura. Epah… vê-se bom Mc´s Cuba. Qual é a comparação com o Rap feito em Angola?<br />
mas também vê-se uma camada de Mc´s sem conteúdo mas epah… Carbono - Mano, se os angolanos tivessem a fazer aquele Rap que<br />
em cômputo geral é o <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong> e pelo menos, já é alguma coisa que se faz em Cuba, podes crer que Angola seria uma das maiores<br />
se faz. potencialidades de Africa.<br />
Honório - … É triste mais dá para se remediar. Z - Como é que tu defines o underground?<br />
Honório -O underground acima de tudo é uma vivência é um estilo<br />
Z -Qual é a apreciação em torno do Rap feito em Luanda? de vida.<br />
Carbono - Ahahahahhhh…<br />
Z -Todo Mc tem que necessariamente ser underground?<br />
Honório - Nos últimos tempos tem se notado mais uma certa Honório - Não necessariamente, até porque os critérios variam de<br />
divulgação para o lado do <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong> mais dançante, mais realidade o pessoa à pessoa, mas independentemente disto o estilo de música<br />
verdadeiro <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong> esta de certa forma parado. Tem o Kid Mc que tem a capacidade de definir o Mc.<br />
lançou recentemente um álbum real, mas epah… de momento não<br />
se aponta alguém que esteja exactamente a fazer sucesso com o Carbono - Acho que não depende totalmente do Mc, e podemos ter<br />
verdadeiro Rap, tal como o Carbono disse há muita futilidade a ser como exemplo alguns rappers na USA, que são underground nas<br />
divulgada mas em contra partida têm um espaço e infelizmente o suas ideologias, mas depois a media lhes pegou e lhes lançou nas<br />
fazem em nome do <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong>. massas, ficando massificados e perdem o verdadeiro sentido do<br />
termo underground.<br />
Z -Qual é a sua comparação do Rap feito hoje e o Rap feito a 10<br />
anos atrás? Z -Props para quem quer ser Mc e pretende seguir os vossos<br />
Carbono - Esta pergunta dá-me um gosto imenso em responder passos.<br />
porque sinceramente o que se viveu a anos atrás foi muito mais Carbono - Todo mundo tem direito de escolher uma arte, um modo<br />
fervoroso em relação ao que se vive hoje. Hoje o <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong> ganhou um de vida, mas acho que quem quer ser rapper, deve primeiro ser<br />
espaço de vazio muito grande, naquela altura se as pessoas original, original, acima de tudo originalidade nos temas.<br />
procuravam dinheiro para viver o <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong> ou para comprar<br />
computador, microfone ou mesmo para gravar uma musica e fazer Honório - Deve necessariamente se impor porque apesar de tudo,<br />
do bom Rap, hoje as pessoas tem tudo isto com muito mais tem muito a ver com dedicação, é necessário muita força de vontade<br />
facilidade e não se faz bom Rap. Acredito que isto é um bocado da e recordar sempre que não existe sucesso sem sacrifício.<br />
nossa cultura própria de angolano que esta muito misturada com a<br />
falta de disciplina, falta de comunhão, falta de elevação espiritual, as<br />
coisas estão muito mais ligadas aos valores físicos.
No início<br />
era apenas curiosidade<br />
Enquanto homem aparece "vestido" de Cláudio Fernando Kiala, jovem de 17 anos, estudante de<br />
Engenharia de Telecomunicações da Universidade Católica, membro da União dos Escritores<br />
Angolanos, e conhecido nas lides do movimento <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong> por CFK. É por muito considerado o futuro do<br />
Rap nacional e o mais jovem e talentoso Mc dos palcos do hiphopmwangole.<br />
Por: kombaniklotiko<br />
Z - Quanto tempo estas no <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong>? serem abordadas, etc… eu acho que em<br />
C - Bem comecei com 14 anos e no passado vez de estarmos a nos beefar, devíamos<br />
mês de Agosto fiz 17, epah… são agora três aproveitar para fazer músicas com temas<br />
anos. mais construtivas.<br />
Z -Quando entraste para o movimento já Z -Qual é a sua ligação com X da questão?<br />
tinhas noção dos passos ou acabaste por C -<strong>Eu</strong> e o X temos muito em comum, ele é<br />
conhecer já dentro dela? muito parecido comigo ou vice-versa, no<br />
C -No princípio só quis mesmo era fazer que se refere a ideias, pensamentos, etc.<br />
Rap. Mas na verdade não compreendia Tudo começou em apenas uma música,<br />
quase nada, foi já dentro dela que comecei a antes da mixtape que fizemos juntos em<br />
dar conta do recado. 2008 e logo nasceu uma ligação muito forte<br />
Z -Porque é que entre os 4 elementos do <strong>Hip</strong> que felizmente dura até hoje.<br />
<strong>Hop</strong>, tu escolheste logo ser Mc? Z -Para quando um álbum de CFK?<br />
C -<strong>Eu</strong> sempre conheci o graffity, o B. boy, o C -Esta a caminho.<br />
Dj, mas não sabia que eles faziam parte do Z -Com quem estas a trabalhar?<br />
movimento. Alias eu via o <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong>, apenas C -Estou a trabalhar com pessoas com<br />
como o Rap. quem sempre admirei, alias nunca esperei<br />
Z -Agora que compreendes, como defines a que um dia eu viria a trabalhar com tais<br />
cultura em 4 palavras? pessoas tipo, Mad, DH, CMC, etc…,<br />
C -Cultura e fonte de liberdade de moçambicanos como o Payol Sonoro e Soul<br />
expressão. foul brothers, rappers angolanos tipo Edu<br />
Z -Determinado rapper assumiu ser o <strong>Hip</strong> Zip, Kool Kleva, Lukeny, X da questão, Lil<br />
<strong>Hop</strong> em pessoa. Como é que justificas esta Jorge, Kennedy e Da Buz, Azagaya, Bob tha<br />
afirmação? rage sense, Ikonoklasta, Valete, etc.<br />
C -Como já disse, o <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong> é liberdade de Z -Qual é a sua ligação com o movimento<br />
expressão e cada artista tem o direito de fora de Angola?<br />
dizer o que sente. Aliás eu próprio tenho C -De certa forma a mixtape abriu-me<br />
uma música com o título “<strong>sou</strong> o <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong>”. muitas portas, ela não foi só ouvida no País,<br />
Z -Mas como é possível, uma pessoa ser o como fora dela, as pessoas ouviram e foram<br />
<strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong>? mandando props, como é caso de alguns<br />
C -<strong>Eu</strong> acho que quando a pessoa se entrega manos na Tuga e em Moçambique.<br />
de tal forma a cultura, a mesma passa a Z -O que é que achas do Rap feito na<br />
fazer parte de ti e daí, tu não passas a fazer Lusofónia?<br />
nem viver o <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong>. Tu passas a ser o <strong>Hip</strong> C -É fixe, mas acho que me identifico muito<br />
<strong>Hop</strong>. com o Rap moçambicano. Eles são puros e<br />
Z -A crítica lhe considera como o futuro do bwé criativos.<br />
Rap nacional, como é que encaras esta Z -Props para quem quero seguir os seus<br />
responsabilidade? passos.<br />
C -… Enfim, eu faço o meu trabalho apenas C -Não desistam, a vida é dura, vamos<br />
por gostar e não para atingir alguma meta, encontrar obstáculos, vão nos obrigar a<br />
mas é bom saber que apesar de fazermos desistir, mas peço para não desistirem.<br />
por amor, as pessoas nos encaram com este Caso seja um sonho, que vá em frente e que<br />
respeito. Só tenho mesmo é agradecer. se for curiosidade, então que faça com<br />
Z -Que opinião tens sobre o beef? responsabilidade, acima de tudo,<br />
C -O <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong> é liberdade de expressão. Mas continuem a ouvir os meus trabalhos.<br />
como humano, acho que os rappers têm<br />
muito para falar por cima dos beats, alias a<br />
tantos problemas no mundo como é o caso<br />
de pessoas a morrer de fome, crianças a<br />
Entrevista<br />
A Vida é um desafio<br />
ntroduzido pelo Prollema Sul, em 2000 no<br />
Jornal da Periferia, Amak-Yeve transformou<br />
Inuma das vozes Rap mais ouvida do Rocha<br />
Pinto e com Desafio projecta a sua carreira solo.<br />
Por: Amaral<br />
Z - Quem é Amak-Yeve?<br />
A – <strong>sou</strong> um peregrino, músico, <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong> activista,<br />
filho de um reverendo.<br />
Z – Onde foi que roubaste este nome?<br />
A - Abrevie Adriano Mendes Afonso Kanga.<br />
YEVE vem de Mendelieve, que o people na<br />
escola costumava chamar me em vez de<br />
Mendes, gostei e passei apenas a usar Yeve que<br />
posteriormente descobri que em Kikongo<br />
significa Bênção.<br />
Z – Quando é que te incorporaste nas fileiras<br />
do <strong>Hip</strong>-<strong>Hop</strong>?<br />
A – finais de 1996.<br />
Z - Quais são os maiores problemas que<br />
afectam o desenvolvimento do hip-hop<br />
Angolano?<br />
A - Acredito ser o boicote por parte da media, as<br />
facadas por parte dos Mc´s, produtores,<br />
gravadoras e muito mais, <strong>sou</strong> de opinião que se<br />
não haver união entre os homens que defendem<br />
a bandeira do hip-hop então não teremos<br />
desenvolvimentos.<br />
Z - Qual é o teu ponto de vista com relação ao<br />
beef?<br />
A - Os beefs devem existir, desde que não se diz<br />
"vai para aquilo, a tua v###a é assado ou cozido",<br />
pois quanto bem feito deixa muitos a reflectirem,<br />
lembro me ter ouvido um beef contra um outro Mc,<br />
mas senti que também me afectava embora não<br />
tivera sido direccionado a mim mas conforme<br />
disse um bom beef apenas ajuda o movimento a<br />
crescer.<br />
Z - Já alguma vez tiveste envolvido em beef?<br />
A – Sim, já tive em beefs com o Xtigma e o Kussi.<br />
Z – Ouve se nos bastidores que estas a<br />
trabalhar no teu primeiro álbum a solo?<br />
A - O meu álbum chamar se a " O DESAFIO",<br />
conta com produções de DH, Mad Contrario,<br />
Level Kronico, Cavera C. e Condutor, muito<br />
embora solicitei ainda muitos outros e terá<br />
participações de rappers como DNXEL, Edu ZP,<br />
Spike e Back, Kinganda, Introspectivo, Kennedy<br />
e o Da Bull(Muralha), Djamila Miranda, Male F e a<br />
Vani, será clássico, espécie de um casamento<br />
entre Hi-Tech e Talib Kwally.<br />
Z - Mensagem para aqueles que o seguem e<br />
admiram.<br />
A – Paz, amor para todos e sucessos nos afazer<br />
diários, para os Mc´s peço humildade e<br />
simplicidade acima de tudo.<br />
ZWELA primeira revista de rap mwangole 15
16<br />
A nossa capa<br />
Em termos de vendas está bem<br />
mas em termos de consciência e<br />
poder lírico não esta tão bem<br />
assim...<br />
Antes havia bom Rap e depois<br />
durante um tempo tudo era ´99%<br />
de Amor...<br />
Z- Quem é o Kool Kleva dentro do movimento hip-hop?<br />
KK- Não deverias ter feito esta pergunta, hahahahahah... bem, <strong>sou</strong> alguém que ajudou a<br />
começar o hip-hop em Angola, para melhor dizer <strong>sou</strong> dos pioneiros do movimento, em<br />
particular do Rap.<br />
Z- Quando é que o Kleva surgi no movimento hip-hop?<br />
KK- Escrevi a minha primeira letra em 1989, na altura estudava no Ngola Kiluange. Mas<br />
antes já eu estava no Break Dance.<br />
Z- Qual é a diferença entre o <strong>Hip</strong>-<strong>Hop</strong> e o Rap?<br />
KK- <strong>Hip</strong>-<strong>Hop</strong> é cultura. Rap é apenas um dos elementos desta cultura.<br />
Z- Sendo o pioneiro do Movimento, o que dizes a respeito da afirmação “o hip-hop<br />
começou aqui” SSP?<br />
KK- Se calhar eles pensaram que quando começaram estavam sozinhos, ou que o hip-hop<br />
começou com disco, eu <strong>sou</strong> contra esta opinião.<br />
Z- Qual é a comparação entre o tempo antes e depois do ´99% de Amor?<br />
KK- Antes havia bom Rap e depois durante um tempo tudo era ´99% de Amor, mas anos<br />
mas tarde e até agora já é algo completamente diferente.<br />
Z- Numa das tuas músicas dizes ser o <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong> em pessoa. Como é que justificas esta<br />
afirmação?<br />
KK- <strong>Eu</strong> disse isto porque eu represento todos os elementos da cultura hip-hop, por isso<br />
considero-me <strong>Hip</strong>-<strong>Hop</strong> em pessoa.<br />
Z- Algumas pessoas dizem que o Rap está a perder as suas identidades?<br />
KK- <strong>Eu</strong> acho que é como tudo, o tempo passa e as coisas evoluem.<br />
Z- Que apreciação fazes do movimento actualmente?<br />
KK- Em termos de vendas está bem mas em termos de consciência e poder lírico não esta<br />
tão bem assim.<br />
Z- Se tiveres que dividir o <strong>Hip</strong>-<strong>Hop</strong> em três etapas diferentes de acordo ao tempo<br />
como será?<br />
KK- Ouve fase que o Rap era muito pop, depois ouve outra faze que era muito pro<br />
nacionalista e agora parece muito americanizado.<br />
Z- Será que já é possível falarmos de nova e velha escola do <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong> em Angola?<br />
KK- <strong>Eu</strong> pertenço a Velha Escola, e a muitos putos por aí que se inspiram em mim, de<br />
certeza que são da nova escola.<br />
Z- Quem são os elementos do movimento que já mais devem ser esquecidos?<br />
KK- <strong>Eu</strong> não deveria ser esquecido, o Nel Boy, Mc K, SSP, etc.<br />
Z- Quem é o melhor Mc de momentos?<br />
KK- <strong>Eu</strong> <strong>sou</strong> o melhor Mc do momento, hahahahahaa… fora de brincadeiras, acredito ser o<br />
X da Questão.<br />
Z-A palavra Kooltivar diz-lhe alguma coisa?<br />
KK- Kooltivar? É título do meu álbum.<br />
Z- Faz uma resenha desta obra discografica Kooltivar?<br />
KK- Fiz o álbum de formas a exprimir o que sentia na altura, transmitindo as minhas<br />
emoções e ao mesmo tempo uma Autobiografia.<br />
Z- Qual é a sua relação com a LS produções?<br />
KK- Pertenço a Cérebro Records, a LS Producoes apenas editou o meu álbum, visto que<br />
naquela altura eu não tinha dinheiro suficiente para levar o álbum a industria, então surgiu<br />
assim a LS.<br />
Z- Últimas palavras para seus admiradores e aos nossos leitores, e para aqueles que<br />
pretendem ser rapper?<br />
KK- Isto faz mal, mas se gostam muito, então procurem ler mas ler mesmo muito, e<br />
informar-se, e não importa a língua em estiveres a cantar devem conhecer bem a língua.<br />
ZWELA primeira revista de rap mwangole
“ <strong>Eu</strong> <strong>sou</strong> o <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong>”<br />
Nelson Rosa Fernando Bernardo, 36 anos de idade, pai de Rashid e<br />
Ricardo, formado em História e linguística, tradutor e interprete,<br />
radialista e promotor de eventos. É para muitos pioneiro do<br />
Movimento que lhe apradrinhou de Kool Kleva.<br />
A Zwela, teve a oportunidade de com ele conversar.<br />
Por: Kombaniklotiko
18<br />
“Samplier não é roubar, é homenagear”<br />
<strong>Eu</strong> não optei pelo Rap, o rap é que optou por mim, tal como a vida nos escolhe para sermos<br />
mensageiros da verdade e lutar pelos direitos dos mais fracos e oprimidos.<br />
Por: Silvino João<br />
Z - Quem é Flagelo Urbano? arquivos são na sua maioria pedaços de músicas de outros artistas.<br />
FU - Flagelo Urbano aka Mein Sana in Corpore Sano aka Saint Plágio é o acto de assinar, fazer parecer ou apresentar uma obra<br />
Offici aka O Eremita Urbano aka Sawallia é um Mc e produtor que intelectual de qualquer natureza em que contenha extractos,<br />
está no movimento desde a segunda metade 1994. Fui na elementos ou outras situações que pertençam a uma qualquer outra<br />
província de Benguela onde comecei a dar os primeiros passos pessoa sem com isso colocar os devidos créditos para o autor original<br />
como B - boy, e só em 1996 aventurou-me na elaboração dos da mesma obra.<br />
primeiros versos que acabariam por ser gravados já após a minha Z - Muitos dizem que os sampliadores são frutos da falta de<br />
mudança para Luanda. originalidade. O que tem a dizer com relação a isto?<br />
Z - Porque optaste pelo rap e não um outro estilo? FU - Acho burrice pensar que samplier é falta de originalidade. Rap é<br />
FU - <strong>Eu</strong> não optei pelo Rap, o rap é que optou por mim, tal como a ritimo musical de um movimento cultural e qualquer movimento<br />
vida nos escolhe para sermos mensageiros da verdade e lutar cultural tem suas particularidades, características que o torna<br />
pelos direitos dos mais fracos e oprimidos. diferente de outros movimentos culturais. E o uso de sample<br />
Z - Um dos elementos fundamentais da música é o (Extractos de outras músicas) é uma dessas particularidades. O rap<br />
instrumental e na maior parte das vezes os produtores não nasceu com os <strong>sou</strong>nd sistems, repetições ininterruptas (loops) de<br />
recebem o crédito que na realidade merecem, no teu ponto de outras músicas e isso é Rap.<br />
vista qual será o motivo?<br />
FU - O Motivo reside na ausência de senso de profissionalismo e<br />
respeito pelo trabalho dos produtores. O instrumental é um dos<br />
elementos mais importantes na música rap, tens razão. Há álbuns<br />
que vendem muitas cópias devido aos beats que o compõe, há<br />
beats que fazem verdadeiros clássicos mesmo que o artista que<br />
sentou neles não seja tão bom assim. Mas a verdade é que<br />
muitos artistas e principalmente na banda o pessoal não tem<br />
noção destes factos e reduz o produtor num mero elaborador de<br />
beats que não merece promoção. Lamento que seja assim!<br />
Z - Quem são as tuas fontes de inspiração no que diz respeito<br />
a produção? Porque?<br />
FU - já gostei muito do RZA, mas ultimamente tenho me<br />
decepcionado muito com as cenas dele. Ultimamente inspirar me<br />
em Kev Brown, Ill Mind, Nikolay, 9th wonder, oddisee, M-Phases,<br />
e outros. Porque na minha opinião são bons produtores.<br />
Z - Que diferença existe entre plágio e sample?<br />
FU - Ao contrário do que um tal radialista tenta fazer transparecer,<br />
existe sim uma diferença apesar de algumas vezes criar alguma<br />
confusão ao ponto de levar os menos atentos a não saber<br />
exactamente qual é a diferença. Sample é uma frase do vocábulo<br />
Inglês que quer dizer “amostra”. Samples são arquivos de sons,<br />
vozes, batidas e instrumentos muito usados pelos Djs e<br />
Produtores na composição de músicas electrónicas. Estes<br />
Z - Que musico sonhas um dia produzir? E porque?<br />
FU - Na banda já realizei o meu sonho que é de trabalhar com os<br />
melhores Mc´s do circuito underground. Agora fora do país gostaria<br />
de ver o Common sense sentar num beat meu. Um dia quem sabe!<br />
Z – Qual dos beats produzidos por ti, pode ser facilmente<br />
identificado pelo povo?<br />
FU - Vitima do sensacionalismo e Atrás do prejuízo, que fizeram parte<br />
do álbum do Mc K.<br />
Z - O que tens a dizer a respeito do rap Angolano?<br />
FU - O Rap angolano cresceu muito em quantidade e perdeu<br />
bastante em qualidade. Hoje os Mc´s estão mais preocupados com<br />
noites, fama, mulheres e dinheiro. A maior parte só deseja aparecer<br />
no Tchilar, Flash e hora quente. Artistas que ontem defendiam ideais<br />
de mudança, de igualdade e o discurso consciente, hoje são os<br />
maiores representantes do bling. Poucos Mc´s conseguem<br />
surpreender pela positiva com seus versos e skills. Mas apesar de<br />
todos estes factos negativos devo dizer que os produtores<br />
melhoraram muito, Hoje não podemos nos queixar das produções<br />
nem dos produtores, esses têm feito um trabalho digno de aplausos.<br />
Z – Ultimas dicas para o pessoal?<br />
FU - É Preciso levar o <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong> a sério. E ter noção de que os nossos<br />
actos podem se reflectir em alguém de forma positiva ou negativa.<br />
ZWELA primeira revista de rap mwangole<br />
O Rap angolano cresceu<br />
muito em quantidade e perdeu<br />
bastante em qualidade...<br />
FLAGELO URBANO
Shorty Bang e Soloba<br />
Por: C.M. F.<br />
Há 16 anos atrás Solaba e Short Bang,<br />
conheceram-se no estúdio Futuro do Mr<br />
Paul, um dos poucos estúdios que produzia<br />
música Rap nos meados da década 90.<br />
Alguns anos depois, em busca de novos<br />
horizontes, ambos reencontram-se em<br />
Cape Town – Africa, e traçaram planos para<br />
a estruturar o que é hoje chamado de<br />
Mabuala Produções. Uma produtora com<br />
raízes acentuada no hip-hop, Reggae e<br />
Ragga, mas com capacidade versátil.<br />
Zwelando<br />
ZWELA primeira revista de rap mwangole 19
22<br />
Entrevista<br />
É na dança onde encontro a minha paz<br />
Acompanhando o irmão que na altura era instrutor de Capoeira, Marinela António Chiqueque<br />
do Nascimento, 17 anos de idade, natural de Benguela, aproveitando se dos movimentos da<br />
Capoeira, desenvolveu o amor pela dança mas foi ano de 2001, 2002 que se afirma como B-<br />
Girl. Eis a entrevista:<br />
Por: C. M. F.<br />
Z - Fale nos da sua trajectória?<br />
M - O meu amor pela dance nasceu de pequenina, na altura o meu irmão era instrutor de Capoeira,<br />
imitando os movimentos, comecei a dar os meu primeiros toques e inocentemente casei-la com o <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong>.<br />
Uma vez que era vitima e apaixonada dos vídeo clipes americanos que passavam nos programas televisivo.<br />
Z - Como é que os teus pais encaram tudo isto?<br />
M - Graças a Deus os meus pais apoiam-me bastante, eles dão me o maior apoio possível.<br />
Z - Quais são as dificuldades que tens encarado?<br />
M - Acredito que não são tantas.<br />
Z - O <strong>Hip</strong>-<strong>Hop</strong> tem sido mais representado na vertente rap, a que se deve no seu ponto de vista a<br />
escassez de Break dancers e de outros elementos?<br />
M - Acredito que não é fácil ser Break Dancer, uma vez que quase nada temos como escola e nem<br />
sequer existem incentivos, embora haja muita gente disposta a aprender, mas a falta de infra-<br />
estruturas, torna as coisas mas difíceis.<br />
Z - Fala um pouco do estado actual do Break Dance em Angola?<br />
M - Já tivemos tempos melhores, mas acredito que aos poucos estamos a desenvolver, visto que já<br />
existe muitos grupos e muitos B-boys e B-girls, apesar de continuarem escondidos por falta de<br />
actividade.<br />
Z – O que é que achas do Bounce?<br />
M - É uma mais valia, pois só vem para incentivar e valorizar os dançarinos. Mais programas do<br />
género deveriam existir.<br />
Z – Porque é que não concorreu ao concurso?<br />
M - Escreve-me, mas infelizmente a hora marcada para o casting coincidiu com as provas no<br />
Colégio. Da próxima lá estarei.<br />
Z - Mensagem para o pessoal.<br />
ZWELA primeira revista de rap mwangole<br />
M - Lutem e não desistam, para a frente e o caminho.
O PAI DO SAMPLE<br />
“Considero-me um produtor profissional, porque vivo disto”<br />
Por: Conceição José Balanga<br />
Zwelando<br />
láudio Van-Dúnem aka Raiva o Pai do Sample, rappers e outros Mc's undergrounds por ai fora, foi tornando-<br />
23 anos, rapper e produtor, começou a sua se conhecido pela sua característica de produzir beats<br />
Ctrajectória, quando estudava no IMIL pesados com especialidade em sample dai o nome Pai do<br />
(Makarenko) em 2001, conheceu um colega, de nome Sample, gravou uma colectanea mais tarde chamada 3 visão<br />
Vlady Producer que o ensinou a produzir. Notando na qual participaram Wima Nayobe, Mc K, Boni, DC, Black<br />
que ele tinha mesmo gosto que o raiva o gosto pelo Sam, Mestre Samanhonga, Mr Al...etc... Foi conhecendo e<br />
underground e formaram um grupo. Nesta altura ajudando trocando experiências com outros produtores<br />
Raiva ainda não produzia apenas cantava, então muitos na qual ajudou a montar os estúdios, Lançou a<br />
decidiram fazer um CD, com o Vlady na produçao e o mixtape com o j killa e nessa mixtape participaram varios<br />
Raiva no Microfone que nem Gangstarr, Guru e Dj artistas como. Vui Vui, Edu Zp, Legião, Mr K.... como produtor<br />
Premier que eram as suas maiores inspirações. já trabalhou com Supremo Regimento, Kid MC, Raf Tag, Big<br />
O Vlady deu-lhe algumas dicas (uma tecnicas), e Nelo, Papetchulo, Mc K, Supremos, Spike e Beq, Wonderfull<br />
assim Raiva começou a fazer beats e mostrava-lhe, já 1, Malefuck, Luzidios, CMC, Zona 5, Firmes, Kill Point,<br />
que ele o tinha dado o programa, sendo um jovem R e p t i l e , D j i T a f i n h a e m u i t o s o u t r o s .<br />
inteligente aperfeiçou a técnica. Deste modo, foi 2007 Lançou o seu primeiro album Kamikaze, onde produziu<br />
produzindo e depois conheçeu um amigo que se a maioria das músicas excepto uma que foi produzida por<br />
tornou irmão (Boni), a quem mostrou os beats e ele Boni, e na mesma obra trabalhou com varios artistas tais<br />
tinha um Grupo na altura (Supremo Regimento) e como: Reptile, Eliei, Kadaff, Erick Shyne. Lil Kiss, Paulo<br />
fizeram um CD, com poucas condições, mas o fizeram C a b o n d a e n t r e o u t r o s .<br />
com muito amor e dai, foram surgindo outras Actualmente ocupado a trabalhar na produção do seu<br />
propostas para produzir para outros grupos como segundo álbum a solo e no disco dos Wonderfull one.<br />
Fotos: gentilmente cedida pelo Raiva<br />
ZWELA primeira revista de rap mwangole 21
22<br />
Entrevista<br />
ZWELA primeira revista de rap mwangole<br />
VELAS RAIO-X<br />
Z - Que diferença existe entre o rap e o<br />
hip-hop?<br />
V - A diferença é que o hip-hop é cultura, e o rap é<br />
apenas um estilo musical, que representa a<br />
cultura hip-hop.<br />
Z - Sera que as radios tenhem promovido o<br />
hip-hop de forma eficaz?<br />
V - As radios em particular os programas de hiphop<br />
e seus radialistas não tenhem feito o seu<br />
trabalho quando fala-se de promoção do hip-hop<br />
nacional. Tudo por causa da corrupção e<br />
descriminação dos radialistas, quero com isto<br />
dizer se não fores da city e não tiveres dinheiro<br />
para pagar os apresentadores dos tais programas<br />
então ninguem passa a tua musica, se és do<br />
guetto e não tens um certo prestigio no<br />
movimento ninguem passa a tua musica.<br />
A media não respeita a voz do guetto.<br />
Z - No teu ponto de vista qual é o melhor<br />
programa de hip-hop em Angola e porque?<br />
V - O melhor programa de hip-hop é o "BIG SHOW<br />
CIDADE". Apesar das suas falias mas numa<br />
escala de 10 dou-lhes 8, porque eles tenhem<br />
tentado promover o rap de todas as áreas e<br />
vertentes, muito embora tambem eles tenhem os<br />
seus favoritos que acabam sempre por ser os<br />
multi-plays.<br />
Z - Nos ultimos anos o hip-hop tem sido<br />
assolado com uma ser de conflitos(beefs),<br />
que muita das vezes acabam em violência, o<br />
que tens a dizer com respeito aos beefs?<br />
V - Condeno a violência, pois hip-hop é amor mas<br />
<strong>sou</strong> de acordo com o beef desde que seje<br />
construtivo. e acredito que eles ajudam os mc's a<br />
dispertarem e irem alem, pois cada um teu o seu<br />
ponto de visto.<br />
Z - Para ti qual é a melhor musica rap de todos<br />
os tempos, e porque?<br />
V - Sem sombra de duvidas a melhor musíca de<br />
todos os tempos é o son "DEMOCRACIA" da<br />
"TRIBO SUL". Democrácia é uma musica<br />
completa, desda a produção ao conteúdo lirico, e<br />
o flow, se tu sentares e ouvires a musíca veras<br />
que não estou a exagerar, os manos nesta musíca<br />
mostraram muita consciência, e um grande nivel<br />
intelectual, acima de tudo muita inteligência, algo<br />
que esta a faltar no nosso hip-hop.<br />
Z - Sera que o hip-hop em Angola é bem<br />
representado?<br />
V - O nosso hip-hop não esta completo, so temos<br />
mc's não temos dj's, b-boys nem graffiteiros.
Side Hill Crew<br />
Por: Jaak Makhadi<br />
razzaville congoleses, Stomeph, K-Loy Stress e<br />
Dj Leym, inspirados por Patrice Lumumba,<br />
BJomo Kenyata, Public Enemy, Krs One, Martin<br />
Luther King, Malcolm X, e muitos outros<br />
revolucionários, decidiram por meios do rap soltar a<br />
voz em protesto e formaram o grupo Side Hill.<br />
Apesar de não ter ainda álbum no mercado, o grupo<br />
firma-se no underground, expressa-se musicalmente<br />
com conteúdos político, sócio cultural e educativa, e<br />
têm vindo a divulgar as suas músicas por meios de<br />
shows e mixtapes.<br />
Em 2008 participaram no Wynberg Carnaval Fest na<br />
Africa do Sul, festival que contou com a participação de<br />
rappers provenientes de vários países de Africa,<br />
<strong>Eu</strong>ropa e dos Norte americanos, The Roots, Talib<br />
Kwali, Mos Def, Geru tha Demager e Dead prés, o trio<br />
fui considerado grupo promessa e teve a oportunidade<br />
de conhecer o Dj Cavera C, produtor angolano que<br />
viera um ano depois ter a responsabilidade de produzir<br />
o ˝ Fort dans nos peines ˝, primeiro álbum do grupo que<br />
será lançado brevemente, pela 9Km Concept Records.<br />
Asrafo Records:<br />
Sciencia e Consciência<br />
Por: ELOM 20ce<br />
rap togoles está no seu ponto mas alto, após o<br />
surgimento do grupo Asraf Tribe que apesar de<br />
Oter já mais de 10 anos de caminhada e não ter<br />
álbum no mercado, e viver apenas de projectos e<br />
mixtapes, criou em 2007 a Asrafo Record, e publicou a<br />
mixtape "Rock the mic Vol.1" com presenças de CK<br />
One, Easy Mo, Eklin, Elom 20ce e muitos outros<br />
rappers togoles, Asraf Tribe tem como pilotos Eklin,<br />
Eazy Mo, Bricca, Elom 20ce, Trez e Gomo Gomo,<br />
identificado por uma linguagem revolucionária, Asrafo,<br />
traz nas suas músicas aquilo que não é divulgado nas<br />
rádios, jornais, revistas e TVs, recentemente<br />
atribuídos o titulo de embaixadores do projecto da<br />
criação de um Estados Unidos da América e foram<br />
recentemente convidados como representantes de<br />
Africa, a participar no festival Real <strong>Hip</strong>-<strong>Hop</strong> em Nova<br />
York.<br />
Actualmente tem nos Estúdios os projectos Rock the<br />
Mic Vol.2, Bricce – Profisionel Vol.1, e o Álbum Thomas<br />
Sankara, em memoria do grande activista Africano.<br />
Eavesdrop é uma rapper sul-africana que vive atrás do microfone desde o<br />
final da década 90, mas foi apenas descoberta nos palcos do Natinal Arts<br />
Festival e em seguida uma das poucas raparigas do estilo rap a fazer<br />
parte do curso Red Bull Music Academy em 2005. Encontrando no <strong>Hip</strong><br />
<strong>Hop</strong> a ferramenta para se expressar artisticamente e encontrar o seu lugar<br />
na sociedade.<br />
Por: Silvino João<br />
Além fronteira<br />
Os angolanos estão no caminho certo<br />
Z - Quanto tempo estas na cultura <strong>Hip</strong>-<strong>Hop</strong>?<br />
E - Desde o principio da década de 90<br />
Z - O que é que aprendeste com o <strong>Hip</strong>-<strong>Hop</strong>?<br />
E - Aprendi a identificar o meu lugar na sociedade.<br />
Z - O que achas do conflito entre comercias e undergrounds?<br />
E - Acredito que é devido o poder lírico de um e o modo de vida do outro,<br />
mas acredito que quanto mas conflitos, mas barreiras criamos entre nós e<br />
cada vez tornaremos tudo mas complicado.<br />
Z - Existe separação entre rap feito por negros, o rap feito por mestiços,<br />
rap feito por brancos e o rap feito por estrangeiros, o que tem causado<br />
tais separações?<br />
E - Acredito que estas separações dão se devido a ignorância por parte de<br />
tais pessoas que praticam estas cenas, e acredito que se fossemos mais<br />
reais isto não existiria. Se calhar são frutos do apartheid.<br />
Z - O que tens a dizer a respeito do rap angolano?<br />
E - Os Angolanos são muito fortes embora a maior parte das vezes não<br />
entendo as líricas devido o português, mas grupos como Tribo Sul que a<br />
maior parte das vezes aparece em inglês sei que estão no caminho certo.<br />
Mas também gost de ouvir Kalibrados, Big Nelo e Intelektu.<br />
Z – Ouvi que foste convidada a trabalhar com as 3 Flows (grupo<br />
feminino de rap angolano), qual é a verdade nisto?<br />
E - Acredito que trabalharemos juntos num projecto do Dj Cavera C. mas<br />
não sei na realidade quem são as meninas.<br />
Z - Para quando uma visita a Angola ?<br />
E - Futuramente irei para lá visto que conheci muito boa gente<br />
provenientes daquela terra.<br />
Z – Então até la…?<br />
E – Não tem makas o tempo vai chegar.<br />
Z – Últimas palavras.<br />
E – Espero que a tradução transmite tudo o que acabei de dizer. Paz e<br />
amor para todos os angolanos.<br />
ZWELA primeira revista de rap mwangole 23
24<br />
Zoom Zooms<br />
Azagaia candidato a deputado<br />
O rapper Azagaia, autor de Babalaze, um dos<br />
álbuns mais polémico em Moçambique nos<br />
últimos tempos, que inclui hits como As mentiras<br />
da Verdade, Povo no Poder e Combatentes da<br />
Fortuna, aparece em primeiro lugar na lista dos<br />
candidatos á Assembleia da República pelo<br />
MDM, para a província de Maputo.<br />
Kleva decreta Independência<br />
do <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong> Angolano<br />
A quando show de apresentação<br />
do albom kooltivar que contou<br />
entre vários convidados, e<br />
participação especial de Valete,<br />
emocionado Kleva decretou<br />
o 4 de Outubro de 2009<br />
c o m o d i a d a<br />
independência do <strong>Hip</strong><br />
<strong>Hop</strong> em Angola.<br />
Será que isto pega?<br />
Carbono beefa tudo e todos<br />
Zangado com o estado actual do movimento,<br />
Carbono o C.E.O, da CCC, sai as ruas Guns<br />
Blazing “disparando forte e feio contra todos<br />
Mc´s”.<br />
Até que enfim…<br />
Após saída de Mr Kapa, Laton larga Fruit Loops,<br />
Reason, MPC e pega os Mics para abrir a música.<br />
“I am sorry Boy”. Uma das novas musicas dos<br />
Kalibrados.<br />
CF Kappa aprova nos teste<br />
No show de apresentação do álbum Kooltivar, CF<br />
kappa aprova nos testes de Valete<br />
“Agora sim és um Mc”.<br />
Celder procura Gatunos de Flow<br />
Celder manifesta-se insatisfeito por não<br />
conseguir agarrar os gatunos de flow no show de<br />
apresentação do álbum kooltivar, apois o sinal de<br />
Mc k, Kool Klever teve de receber o mic a Celder.<br />
GATUNOS DE FLOW, GATUNOS DE FLOW...<br />
Mr K voando a solo no Boeng 27<br />
Mr K voando a solo em Boeng 27.<br />
Kalahari rompe Mc Buchecha<br />
Kalahari na foto, rompe Mc Buchecha, apos um<br />
debate em torno das diferenças entre Lionel Messi<br />
e o Cristiano Ronaldos.<br />
Kid Mc vs Djitafinha<br />
Kid Mc & Djitafinha em beefs grandes, muito<br />
embora em alguns corridores alguns dizem ser<br />
uma cena combinada , se é combina ou não o<br />
Zwela garante ter os dois na proxima edição.<br />
ZWELA primeira revista de rap mwangole<br />
Signo: Capricórnio<br />
Idolo: Yokenny (meu filho)<br />
Líder politico: Nelson Mandela<br />
Religião: Cristão<br />
Ocupação: MC / Import and Export<br />
Manager<br />
Crew: FL Gang<br />
Bairro: Golf 1 / Golf 2<br />
3 Produtores: Premier, DJ Cavera C,<br />
PZ<br />
3 Mc´s: <strong>Eu</strong>, Commom sense, Reptile<br />
3 Grupos: Tribo Sul, Racionais Mc´s,<br />
Dealema<br />
Hobbies: Musica, Cinema e Basketbal<br />
Pitéu: Calulu<br />
Bebida: Água<br />
Calçado: Ténis Nike<br />
Perfume: Prada<br />
Grife: DKNY<br />
Dama: Negra<br />
Para a divulgação de suas ideias, álbum ou evento, contacta: zwelamag@yahoo.com<br />
Pagina Kontraria<br />
Cor: Preto e Branco<br />
Carro dos sonhos: Bentley<br />
Viagem dos sonhos: Canada<br />
Projectos: Meu lado esquerdo do<br />
Peito (Mix tape Vol 1. PJ e Dj Cavera)<br />
Ambições: Make lot of Money
“Se os homens são Mc´s<br />
Nós somos as M´sas”<br />
weet girl, Capapinha e<br />
D e l s a y, s ã o 3<br />
Smeninas entre os 19 e<br />
2 1 a n o s d e i d a d e ,<br />
estudantes, descobertas<br />
pela Nova Tela na mão do<br />
produtor Jenny Boss, que no<br />
passado ano levou a cabo<br />
u m c a s t i n g c o m a<br />
p a r t i c i p a ç ã o d e 7 5<br />
c o n c o r r e n t e s t o d a s<br />
raparigas, com 3 fases<br />
eliminatórias, na qual<br />
apurou-se 3, que formam<br />
hoje as 3 Flows.<br />
Desde então, no suporte de<br />
amigos, colegas, família e<br />
principalmente do produtor<br />
Jenny Boss, as meninas têm<br />
feito do estúdio a segunda<br />
casa, aproveitando para<br />
produzir e compor as<br />
músicas do single “medalha<br />
de ouro”, extracto do álbum<br />
“entrega de troféus”, que a<br />
principio será o primeiro<br />
álbum do grupo. Após<br />
experiências adquiridas com<br />
o projecto Igual á 3, mixtape<br />
lançado pelo grupo nos<br />
meados do ano, com a<br />
participação de Red Neutro,<br />
Divino Magno, Soloba,<br />
Samuel e o radialista <strong>Eu</strong>rico<br />
José.<br />
F r u t o d o s u c e s s o<br />
conquistado nos corredores<br />
<strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong>, as meninas têm<br />
feito aparições em vários<br />
programas de Rádios,<br />
Televisão, Shows e como<br />
m a i o r d e s t a q u e ,<br />
participaram do álbum “RC<br />
15 anos” projecto de Miguel<br />
Neto, em comemoração aos<br />
15 anos de RC, na grelha de<br />
programação da LAC.
26<br />
A cerca de 6 anos que na companhia de Kleva, Lukeny têm estado a ser o coração do movimento <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong> em Luanda, com produção de eventos.<br />
Zwela foi ao encontro dele e teve o prazer de o entrevistar.<br />
Por: joão Meia<br />
“A primeira vez que tive contacto com aquela<br />
forma de recitar poesia, mudou a minha vida”<br />
“ Z - Quem é o Lukeny dentro do Movimento <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong>? Z -Das poucas vezes que consegui assistir o evento, senti apenas<br />
L - <strong>Eu</strong> <strong>sou</strong> apenas mais um impulsionador da Cultura que esta a dar o a presença de MC´s, porque? Porque não os outros elementos do<br />
seu contributo desde os últimos 6 anos, com o Artes ao vivo que e o <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong>?<br />
primeiro evento de spoken word em Angola, e com o Eclectismo L - Temos mais MC´s porque o Espaço Bahia pequeno e seria<br />
Poetico que é o maior evento de rap nos últimos 5 anos em Angola complicado, fazer graffitti ai dentro, e por os B. boys a saltarem<br />
uma vez que acontece todas as sextas do ano. naquele palco de madeira, mas durante esses 5 anos nos fizemos um<br />
Z - Qual tem sido o seu contributo em torno do Movimento? dos melhores eventos de <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong> intitulado <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong> Luanda, no Chá<br />
L - O meu contributo em torno do movimento primeiro foi acabar com o de Caxinde, com os melhores graf writters, e b-boys, e foi altamente,<br />
playback em Luanda com os meus dois eventos (Artes ao vivo e só que depois saímos e fomos parar no Bahia, onde infelizmente o<br />
Eclectismo Poético), o nosso <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong> foi vítima de play back durante espaço não ajuda.<br />
muito tempo. Z - Que opinião tens do rap feito antes e depois Eclectismo<br />
Z - Em tuas palavras como defines o <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong>? Poético?<br />
L - É a nossa cultura, a nossa forma de viver, falar, andar, vestir, e L - Sempre foi bom mais agora com tem tido mais divulgação.<br />
também a nossa maneira de responder all the bull shits we are facing Z - Diz-se que o Eclectismo Poético, é um espaço apenas para<br />
in this world today. underground. Qual é o seu comentário?<br />
Z - A palavra Artes ao vivo, diz-lhe alguma coisa? L - Estão enganados, o Eclectismo poético e o Artes ao vivo já agora<br />
L - Meu primeiro filho, foi o primeiro evento que criei em Luanda, é um são eventos que valorizam a arte da palavra, valorizamos a boa<br />
evento Microfone aberto spoken Word. Fiz parte de um evento do música com boa poesia.<br />
género em Louisiana e a primeira vez que tive contacto com aquela Z - O que é que falta para um maior desenvolvimento do <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong><br />
forma de recitar poesia, mudou a minha vida, e hoje vamos a caminho Angolano.<br />
de 6 anos. L - Investimento irmão.<br />
Z - Qual é na realidade o objectivo deste evento? Z - Que conselho deixas a quem nunca teve a oportunidade de<br />
L - Incentivar os jovens a se expressarem artisticamente, e observar assistir o evento?<br />
mais uma vez que um bom poeta é um bom observador. L - Vêm nos ver com olhos de ver, e não vêm só numa sexta ou numa<br />
Z - A quanto tempo vens levando a cabo este evento? terça, vêm sempre.<br />
L -Artes ao vivo a caminho de 6 anos, o Eclectismo poético a caminho<br />
de 5 anos.<br />
ZWELA primeira revista de rap mwangole
Racionais MC's<br />
Grupo brasileiro, Formado por Mano Brown, Ice Blue, Edy Rock e KL Jay, surgiu no final<br />
da década 80, cuja ideologia é divulgar a desigualdade social brasileira. Usando<br />
linguagem periférica, com expressões típicas das comunidades pobres com o objectivo<br />
de comunicar-se de forma mais eficaz com o público de baixa renda.<br />
As letras do grupo fazem um discurso contra a opressão à população marginalizada,<br />
crime, pobreza, preconceito social e racial, drogas, consciência política, etc., e<br />
procuram passar uma postura contra a submissão e a miséria.<br />
Apesar de actuar essencialmente na periferia paulista, de adoptar uma postura anti-<br />
media e se recusar a participar de grandes festivais, o grupo vendeu durante a carreira<br />
cerca de 1 milhão de cópias de seus álbuns, somente com distribuição do próprio grupo<br />
(nas bancas de jornal, bailes, clubes, quadras, shows e camelôs).<br />
Num concerto realizado no final de 1994, o grupo foi preso pela polícia sob acusação de<br />
incitação à violência, uma vez que teor como violência policial é frequente nas letras do<br />
grupo.<br />
Em cerimónia de premiação do Video Music Brasil, da MTV Brasil, Mano Brown<br />
provocou a plateia presente no evento, dizendo que a mãe dele, já teria lavado roupa de<br />
muitos dos presentes e ressaltou que o público dos Racionais MC's continuaria sendo o<br />
da periferia.<br />
Hoje com mais de 21 anos, o grupo conta com 6 álbum de originais, 2 ao vivo, 3<br />
colectâneas e 1 DVD. Igual a si mesmo, continua a ser dos melhores grupos de <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong>.<br />
Valete<br />
Português com descendência São-Tomense, Valete desde cedo criou as suas opiniões<br />
políticas, chegando mesmo a pertencer à Juventude Comunista Portuguesa, mas acabou<br />
por desistir pouco tempo depois. E começou a fazer Rap em 1997, junto de Sam the Kid e o<br />
Vinagre, formaram o Projecto Secreto.<br />
Tempo depois formou com Adamastor, O Canal 115 e mais tarde a Horizontal Records.<br />
Manifestando essencialmente contra as correntes neo-liberais, mostrando um claro cariz<br />
político de extrema-esquerda, Actuou com Canal 115 durante 2 anos, até que fez um<br />
interregno para se dedicar mais aos estudos, licenciado-se em Ciências da Comunicação.<br />
Para poder gerir e conduzir o álbum à sua maneira, rejeitando assim a submissão à<br />
vontade das editoras que com ele se manifestaram interessadas em colaborar, em 2002,<br />
lançou de forma independente o álbum Educação Visual. Valete, que antes deste álbum<br />
era mais conhecido como um Freestyler e Battle Mc, mostrou uma linha de Rap de cariz<br />
social que muitos não lhe reconheciam.<br />
Em 2006 lançou o álbum Serviço Público. Actualmente divide o tempo entre a preparação<br />
do álbum Homo Libero, “ a sair nos próximos tempos”, uma carreira profissional como<br />
empregado no departamento comercial de uma empresa de recursos hídricos e a gestão<br />
de uma panificadora, que em 2007 abriu em São Tomé e Príncipe e empenha-se em fazer<br />
crescer o Bloco de Esquerda, acreditando que daqui a uns anos poderá ser um partido<br />
importante.<br />
Dj Madkutz<br />
Além fronteiras<br />
Public Enemy<br />
Public Enemy, é um grupo conhecido pelas suas letras de temática<br />
política, críticas à media e pelo seu activismo nas causas da<br />
comunidade negra dos EUA.<br />
Estudante de design gráfico e fã de <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong>, Chuck D (Carlton<br />
Douglas Ridenhour), cria na companhia de (William Jonathan<br />
Drayton Jr.), Professor Griff (Richard Griffin) que viera a ser afastado<br />
em 1989, após supostas declarações anti-semitas dadas ao jornal<br />
"The Washington Post", Terminator X (Norman Rogers) e Dj Lord<br />
(Lord Aswod) o Public Enemy em 1982. Com objectivos de<br />
modernizar as bases e batidas do rap e levar para o género as<br />
discussões políticas e sociais dos EUA. A banda conta com<br />
Terminator X. Em 1987, o grupo lança seu primeiro álbum, "Yo! Bum<br />
Rush the Show". No ano seguinte, aparecem com "It Takes a Nation<br />
of Millions to Hold Us Back". Com os sucessos "Don't Believe the<br />
Hype" e "Rebel without a Pause", o disco é sucesso de crítica e faz do<br />
Public Enemy uma mega banda além dos limites do <strong>Hip</strong> <strong>Hop</strong> com a<br />
música "Fight de Power", que fez parte da trilha sonora do filme "Faça<br />
a Coisa Certa" (89), realizado por Spike Lee e com "Fear of a Black<br />
Planet" publicado em 1990 e "Apocalypse e The Enemy Strikes<br />
Black" em 1991.<br />
Em 1992, causam polémica com o clipe "By the Time I Get to<br />
Arizona", que protestava contra o Arizona, um dos dois estados dos<br />
EUA que não consideravam feriado a data de aniversário do líder<br />
negro Martin Luther King. A partir daí, a banda levou alguns anos<br />
para reaparecer no mercado de discos e só em 1998 lança o álbum<br />
"He Got Game" e nos finais do ano passado o mais recente álbum.<br />
Public Enemy é por muitos o pai dos textos políticos em música rap.<br />
Madkutz, DJ/Produtor, filho de Pai angolano e Mãe<br />
portuguesa, nascido em Lisboa e criado na Margem Sul,<br />
entrou no movimento pelas portas do "Graffiti". Poucos<br />
anos depois, começou o seu percurso como DJ e logo<br />
depois como produtor, estriando se no mercado nacional<br />
no álbum "Portfólio" de Royalistick. Produzindo o tema<br />
"Underground" com a participação de NGA & Valete.<br />
Música considerado clássico pela critica.<br />
Para além da produção, criou a "Madkutz TV", projecto da<br />
inteira exclusividade do MySpace Portugal onde Mad kutz<br />
mostra o seu ambiente profissional rodeado de nomes<br />
como Pacman (Da Weasel), NGA, Tekilla, Sam The Kid,<br />
Raptor, etc...<br />
ZWELA primeira revista de rap mwangole 27
Zwelarazzi<br />
O poder da música!<br />
Back e Vanderground<br />
Productos Zoologiko Brada Josef misturando uns tracks Hostil<br />
Dj Samurai animando o pessoal<br />
...300 + Cavalos<br />
... Sejam bem vindos<br />
Estamos nessa<br />
Ninguém toca na makete dele<br />
Kalahari, Kuvumba, Cesar, Dj Cavera, Shorty Bang e Dk<br />
Nganga Wa Mbote em livre transito<br />
Mc K admirando o poder de CF K<br />
Que maravilha!<br />
Mad Kontrário<br />
... atacando gatunos de flows<br />
Xtremo Signo em peso<br />
O rap feminino está no ar<br />
Que apreciação!<br />
Feka (no meio) e uns manos<br />
Papetchulo e a Mustafa Shuara<br />
Jah Rasta Farai
Nayobe no micSquarmof e Pagina Kontraria<br />
Mc Buchecha em studio<br />
Toni Graph e Bitsun<br />
O mano continua Terrivel<br />
Reais Camarada em Xtrilho Guda<br />
Aproveite e adquira o seu...<br />
Raftag e Carbono<br />
Tá fixe!<br />
O Mambo Húmido<br />
Sistas na casa<br />
Elinga repleto<br />
Nelinho e o seu Filipe Das Primeiro (Segundo a direita) e uns manos<br />
Observa_A_Dor em tshirts...<br />
Dj Pelé nos pratos<br />
Hochifu e um mano<br />
Jazzmática em peso no Bahia<br />
Xtremo Signo, Bruno Kwest e Lil Jorge<br />
Masta K aproveita as vendas<br />
Cypher fora do show<br />
Malefuck
30<br />
Reviews<br />
MONO STEREO<br />
PROJECTO INOVAÇÃO.<br />
Inovação esta ideia parte desde o<br />
principio da emergência excessiva<br />
de insanidade musical logo artística<br />
que ao longo dos tempos vem<br />
ganhando um lote de terra,isto<br />
devido a improductividade de certos<br />
artistas e a falta de crença pelo<br />
obvio dos mesmos.<br />
Esta cd single foi gravado de forma<br />
e independente e conta com a<br />
produção de grandes nomes do<br />
<strong>Hip</strong><strong>Hop</strong> nacional como Flagelo<br />
urbano,Tucho Millions e Levell<br />
Khroniyko. Inovar é necessário<br />
para que as sementes cresçam.<br />
Produção<br />
Conteúdo Lirico<br />
Flow<br />
Geral<br />
Torres Gémeas Mix tape Vol.1<br />
S Triple S/FL ( lable )<br />
Pagina Kontraria e Morpheus,<br />
Uma apresentação da S triple S e<br />
FL, juntos mostram o Rap que<br />
pouca gente conhece, o Rap do Golf<br />
2 / Golf 1 Street, duro e puro.<br />
Querendo mostrar apenas as<br />
TORRES GEMEAS que são a mix<br />
tape não teve participação de<br />
nenhum outro Rapper.<br />
Tiveram, todo o apoio dos nossos<br />
niggas, como Red B, Killa crack,<br />
PZ, Man G, First page, Dj Cavera<br />
C, e o Genny Boss …Para saberem<br />
como e de onde surgiu a ideia<br />
escutem as track interludio I e II.<br />
Produção<br />
Conteúdo Lirico<br />
Flow<br />
Geral<br />
Tribo sul - Grito de Liberdade<br />
Música e Consciência ( lable )<br />
Produzido por Cavera C, com a<br />
participação de artistas sulafricanos,<br />
zimbabueanos e<br />
tanzanianos, publicado com 14<br />
músicas entre os 22 dígitos em 2004.<br />
Nos temas sente-se a presença de<br />
líricas politicamente duras, onde<br />
salta logo aos ouvidos temas como<br />
“why? ”, “ensino, “próximo<br />
presidente”, “look how we living”,<br />
“peace and justice”, bem como “é<br />
necessário” entre outros, que<br />
independentemente de tudo,<br />
serviram como escada para os<br />
êxitos que o grupo tem tido nos<br />
últimos 3 anos, no mercado sul<br />
africano, como alem fronteiras. O<br />
álbum faz-nos recordar nomes<br />
como Dead Prés ou o lendário<br />
Public Enemy. J.M<br />
Produção<br />
Conteúdo Lirico<br />
Album do mês<br />
Mentalidade<br />
Este álbum espelha um<br />
Nem tudo que bate na radio, bate na<br />
rolote, nos becos, nos musseques,<br />
nos taxis, nas janelas abertas, nas<br />
chopas, nos caldos, nas esquinas,<br />
e nas farras, segundo uma<br />
pesquisa por efectuada ate ao<br />
momento o album que encontra-se<br />
a bater nas rollote e Mentalidade de<br />
Yanick Afroman.<br />
www.alliancacamponesa.com<br />
www.africanhiphop.com<br />
www.africanhiphopradio.com<br />
www.club-k.net<br />
Flow<br />
Geral<br />
exemplo de persistência e<br />
coragem, feito com muita<br />
seriedade. Revela uma vida<br />
distribuída em paginas<br />
soltas.<br />
No mentalidade Yanick<br />
descreve e relato aquilo que<br />
muito vivem e ignoram que<br />
assim vivem, criando um<br />
mundo ilusorio envolta deles,<br />
iludindo-se com luxus que<br />
não possuem, e muitas das<br />
v e z e s a c a b a n d o e m<br />
desilusão, bom album para<br />
ouvir, por isso mereceu ser<br />
eleito album do mês no nosso<br />
top dos albums que estão a<br />
bater nas rollotes e janela<br />
abertas.<br />
Produção<br />
Conteúdo Lirico<br />
Flow<br />
Geral<br />
Dope websites e blogs por visitar:<br />
www.madtapes.blogspot.com<br />
www.lusohiphop.blogspot.com<br />
www.geralhiphop.blogspot.com<br />
www.hiphopangolano.blogspot.com<br />
ZWELA primeira revista de rap mwangole<br />
Meu ponto de vista<br />
Por: Paulo Oscar<br />
com grande prazer que me vou debruçar sobre os<br />
gurus do Rap a nível do conteúdo em emitir a sua<br />
Émensagem. Eles, de quem falarei seus nomes e os<br />
álbuns, que bem ouvidos mudam a perspectiva de encarar<br />
a realidade que anda a volta de nós, dando-nos a perceber<br />
que não se pode analisar um facto sob apenas um<br />
quadrante e que a vida é muito bela para ser vista com<br />
animosidade, dentre os tantos discos já lançados<br />
destacarei trés para esta edição:<br />
Keita Mayanda “O Homem e o Artista”, Kool kleva<br />
“Kooltivar”, Afromen “ Mentalidade”.<br />
Tenho pena que pouca gente consome os dois primeiros,<br />
já que habitam no mundo da revolução profunda, tocando<br />
o eu de cada um, nas líricas que no crepitar das sua vozes<br />
entoam um sentido perfeito da ligação entre o espírito e o<br />
matéria, que faz espécie aos ouvidos entupidos por<br />
algumas banalizações de músicas comercias, embora eu<br />
reconheça que dentro desta variante comercial, existe<br />
quem canta bem, por isso compreendo ser uma questão<br />
de opção de estilo.<br />
Vale apena ouvir os poetas acima, porque eles alimentam<br />
as consciências vazias e perdidas na candonga de vidas<br />
baratas e fácil, ou seja rejuvenescem o espírito. Eis a<br />
apreciação:<br />
O Homem e o Artista<br />
Despertar de um amanhã brilhante que não está apenas<br />
para a geração já existente como a por existir. Neste<br />
trabalho, Mayanda, espelha a sociologia no pragmatismo<br />
da vida nas suas várias mutações. De um mundo<br />
devassado pelo materialismo, ele e o seu álbum<br />
apareceram num momento certo, por ser uma linda lição<br />
de sentimento verdadeiro, sentimento que é aconselhado<br />
a todos seres humanos e que nem todos são capazes, por<br />
não conseguirem vencer as pequenas diferenças e os<br />
pequenos orgulhos.<br />
Kooltivar<br />
Este álbum espelha um exemplo de persistência e<br />
coragem, feito com muita seriedade. Revela uma vida<br />
distribuída em paginas soltas.<br />
É uma pena que este álbum não teve a distribuição muito<br />
menos a divulgação que merecia.<br />
Mentalidade<br />
Este álbum descreve o dia-a-dia de cada angolano. É de<br />
longe um dos melhores álbuns já publicados, uma vez que<br />
ele traz o passado, presente e futuro de qualquer ouvinte.<br />
Não é atoa que deste álbum saiu a maior enchente da<br />
compra de discos assim como a maior enchente de um<br />
show ao vivo já visto no pais.
BREVEMENTE
O FUTURO DO TEU FILHO<br />
COMEÇA AQUI<br />
Luanda, Kilamba Kiaxi, Golf, Subzona 10, Quarteirão Nº 48, Rua da Igreja Pentecostal,<br />
Contacto: 912 91 64 50 / 922 31 82 56 / 924 61 28 95