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Anais do III Simpósio de Pesquisa Estado e Poder - Projeto HAM ...

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UNIOESTE – Campus <strong>de</strong> Marechal Cândi<strong>do</strong> Ron<strong>do</strong>n / Linha Esta<strong>do</strong> e Po<strong>de</strong>r – 16 a 18 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2011<br />

feliz, e esse enre<strong>do</strong> traz gran<strong>de</strong> audiência não tem por que ser<br />

substituí<strong>do</strong> por algo novo, muda-se o nome das novelas, mas no fun<strong>do</strong><br />

as histórias são sempre iguais. Tanto para A<strong>do</strong>rno quanto para<br />

Benjamin seria essa a indústria da reprodução e não da criação.<br />

A indústria cultural po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rara a indústria <strong>do</strong><br />

divertimento, pois o seu po<strong>de</strong>r sobre os consumi<strong>do</strong>res é media<strong>do</strong> pela<br />

diversão, sen<strong>do</strong> que a diversão para o capitalismo é um<br />

prolongamento <strong>do</strong> trabalho, assim a indústria cultural <strong>de</strong>ve manipular<br />

as distrações. Para A<strong>do</strong>rno “quanto mais sólidas se tornam as<br />

posições da indústria cultural, tanto mais brutalmente esta po<strong>de</strong> agir<br />

sobre as necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res, produzi-las, guiá-las e<br />

discipliná-las, retiran<strong>do</strong>-lhes até o divertimento” (2002, p.44).<br />

Portanto divertir-se significa que o indivíduo não <strong>de</strong>ve pensar, pois o<br />

divertimento po<strong>de</strong> se tornar uma forma <strong>de</strong> resistência para a realida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> indivíduo.<br />

Quan<strong>do</strong> falamos da indústria cultural e produção em massa,<br />

temos que pensar nas idéias <strong>de</strong> Walter Benjamin, principalmente as<br />

referidas a reprodutibilida<strong>de</strong> técnica. Benjamin diz “que em sua<br />

essência, a obra <strong>de</strong> arte sempre foi reprodutível. O que os homens<br />

faziam sempre podia ser imita<strong>do</strong> por outros homens” (1996, p. 166).<br />

2<br />

Porém para ele essa imitação acaba com a aura da obra, pois na<br />

imitação não estará conti<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os sentimentos <strong>do</strong> autor <strong>de</strong>ssa obra.<br />

Nesse senti<strong>do</strong> ele dá o exemplo da fotografia: Quan<strong>do</strong> se tira uma foto<br />

<strong>de</strong> uma montanha você encontra nessa montanha a aura <strong>do</strong> lugar, mas<br />

na foto ela <strong>de</strong>saparece. Então para ele a fotografia não seria uma arte,<br />

mas sim uma mera reprodução. Deve-se <strong>de</strong>stacar que A<strong>do</strong>rno,<br />

Horkheimer e Benjamin estavam escreven<strong>do</strong> em uma época <strong>de</strong><br />

transformações, no qual essa indústria estava se forman<strong>do</strong>, portanto<br />

eles não conseguiram perceber e acompanhar todas as mudanças que<br />

ocorreram por isso, algumas <strong>de</strong> suas interpretações não são<br />

a<strong>de</strong>quadas para os dias <strong>de</strong> hoje, pois uma fotografia hoje é<br />

consi<strong>de</strong>rada uma obra <strong>de</strong> arte, com exemplo as fotos <strong>de</strong> Sebastião<br />

Salga<strong>do</strong>.<br />

Nunca as obras <strong>de</strong> arte foram reproduzidas com tanta<br />

frequência como nos dias <strong>de</strong> hoje, ten<strong>do</strong> a técnica <strong>de</strong> reprodução se<br />

2 Benjamin <strong>de</strong>screve a aura como uma figura singular, composta <strong>de</strong> elementos<br />

espaciais e temporais, ou seja, a aparição única. Por exemplo, uma pintura original<br />

tem a aura <strong>do</strong> autor, está embutida nela to<strong>do</strong>s os sentimentos <strong>de</strong>sse autor, já a sua<br />

cópia per<strong>de</strong> essa aura e a sua autenticida<strong>de</strong>.<br />

190

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