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CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL

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<strong>CONGRESSO</strong> <strong>NACIONAL</strong><br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

ATAS DA 75ª SESSÃO À 76ª SESSÃO DA<br />

1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 53ª LEGISLATURA<br />

VOLUME 31 Nº 24<br />

22 DE MAIO A 23 DE MAIO<br />

SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

SECRETARIA ESPECIAL DE EDITORAÇÃO E PUBLICAÇÕES<br />

SUBSECRETARIA DE <strong>ANAIS</strong>.<br />

BRASÍLIA – BRASIL<br />

2007


VOLUMES NÃO PUBLICA<strong>DO</strong>S <strong>DO</strong>S <strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966.<br />

Anais do Senado / Senado Federal, Subsecretaria de Anais. – 1823-.<br />

Brasília, Senado Federal, Subsecretaria de Anais, 1823-<br />

v. ; 27 cm.<br />

Quinzenal.<br />

Volumes anteriores a 1977 publicados sob numerações próprias, com periodicidade irregular. Editado pela<br />

Diretoria de Anais e Documentos Parlamentares no período de 1950-1955; pela Diretoria de Publicações no<br />

período de maio de 1956 a 1972 e pela Subsecretaria de Anais a partir de 1972.<br />

Variações do título: Annaes do Senado do Império do Brazil, 1826-1889. Annaes do Senado<br />

Federal, 1890-1935. Anais do Senado Federal, 1946-<br />

1. Poder legislativo – Anais. I. Brasil. Congresso. Senado Federal, Subsecretaria de Anais.<br />

Senado Federal<br />

Subsecretaria de Anais - SSANS<br />

Via N 2, Unidade de Apoio I.<br />

CEP - 70165-900 – Brasília – DF – Brasil.<br />

CDD 341.2531<br />

CDU 328(81)(093.2)


SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

COMISSÃO DIRETORA<br />

(2007-2008)<br />

PRESIDENTE Senador RENAN CALHEIROS (PMDB-AL)<br />

1º VICE-PRESIDENTE Senador TIÃO VIANA (PT-AC)<br />

2º VICE-PRESIDENTE Senador ÁLVARO DIAS (PSDB-PR)<br />

1º SECRETÁRIO Senador EFRAIM MORAIS (PFL-PB)<br />

2º SECRETÁRIO Senador GERSON CAMATA (PMDB-ES)<br />

3º SECRETÁRIO Senador CÉSAR BORGES (PFL-BA)<br />

4º SECRETÁRIO Senador MAGNO MALTA (PR-ES)<br />

SUPLENTES DE SECRETÁRIO<br />

1º Senador PAPALÉO PAES (PSDB-AP)<br />

2º Senador ANTÔNIO CARLOS VALADARES (PSB-SE)<br />

3º Senador JOÃO VICENTE CLAUDINO (PTB-PI)<br />

4º Senador FLEXA RIBEIRO (PSDB-PA)


COMPOSIÇÃO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> NA 53ª LEGISLATURA<br />

Bahia Rio Grande do Sul Amazonas<br />

PFL – Antonio Carlos Magalhães * BLOCO-PT – Paulo Paim* PSDB – Arthur Virgílio*<br />

PFL – César Borges* PTB – Sérgio Zambiasi* PDT – Jefferson Péres*<br />

PDT – João Durval ** PMDB – Pedro Simon** PR – Alfredo Nascimento**<br />

Rio de Janeiro Ceará Paraná<br />

PRB – Marcelo Crivella* BLOCO-PSB – Patrícia Saboya Gomes* BLOCO-PT – Flávio Arns*<br />

PMDB – Regis Fichtner* S<br />

PSDB – Tasso Jereissati* PDT – Osmar Dias *<br />

PP – Francisco Dornelles ** PC do B – Inácio Arruda** PSDB – Alvaro Dias **<br />

Maranhão Paraíba Acre<br />

PFL – Edison Lobão* PFL – Efraim Morais* PMDB – Geraldo Mesquita Júnior*<br />

PMDB – Roseana Sarney * PMDB – José Maranhão* BLOCO-PT – Sibá Machado* S<br />

PTB – Epitácio Cafeteira ** PSDB – Cícero Lucena ** BLOCO-PT – Tião Viana**<br />

Pará Espírito Santo Mato Grosso do Sul<br />

PSOL – José Nery* S PMDB – Gerson Camata* PT – Delcídio Amaral *<br />

PSDB – Flexa Ribeiro* S PR – Magno Malta* PMDB – Valter Pereira* S<br />

PSDB – Mário Couto** PSB – Renato Casagrande** PSDB – Marisa Serrano**<br />

Pernambuco Piauí Distrito Federal<br />

PFL – Marco Maciel* PFL – Heráclito Fortes* PDT – Cristovam Buarque *<br />

PSDB – Sérgio Guerra* PMDB – Mão Santa * PFL – Adelmir Santana * S<br />

PMDB – Jarbas Vasconcelos** PTB – João Vicente Claudino** PMDB – Joaquim Roriz**<br />

São Paulo Rio Grande do Norte Tocantins<br />

BLOCO-PT – Aloizio Mercadante* PMDB – Garibaldi Alves Filho * PR – João Ribeiro *<br />

PFL – Romeu Tuma* PFL – José Agripino* PMDB – Leomar Quintanilha*<br />

BLOCO-PT – Eduardo Suplicy** PFL – Rosalba Ciarlini** PFL – Kátia Abreu**<br />

Minas Gerais Santa Catarina Amapá<br />

PSDB – Eduardo Azeredo* BLOCO-PT – Ideli Salvatti* PMDB – Gilvam Borges*<br />

PMDB – Wellington Salgado de Oliveira* S PMDB – Neuto de Conto * S PSDB – Papaléo Paes*<br />

PFL – Eliseu Resende** PFL – Raimundo Colombo ** PMDB – José Sarney **<br />

Goiás Alagoas Rondônia<br />

PFL – Demóstenes Torres * PMDB – Renan Calheiros* BLOCO-PT – Fátima Cleide*<br />

PSDB – Lúcia Vânia* PSDB – João Tenório* S PMDB – Valdir Raupp*<br />

PSDB – Marconi Perillo** PRTB – Fernando Collor** PR – Expedito Júnior**<br />

Mato Grosso Sergipe Roraima<br />

PFL – Jonas Pinheiro * PMDB – Almeida Lima* BLOCO-PT – Augusto Botelho*<br />

BLOCO-PT – Serys Slhessarenko* BLOCO-PSB – Antônio Carlos Valadares* PMDB – Romero Jucá*<br />

PFL – Jayme Campos ** PFL – Maria do Carmo Alves **<br />

PTB – Mozarildo Cavalcanti**<br />

------------------------------------<br />

Mandatos<br />

*: Período 2003/2011 **: Período 2007/2015


AGÊNCIA REGULA<strong>DO</strong>RA<br />

Encaminhamento à votação das Emendas nº s<br />

55 e 56, oferecidas ao Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007 (proveniente da Medida Provisória nº<br />

341, de 2006). Senador Arthur Virgílio. .................. 256<br />

ARTIGO DE IMPRENSA<br />

Inserção, nos Anais do Senado, do artigo de<br />

autoria de Sua Excelência intitulado “Corrupção é<br />

Crime Hediondo”, que será publicado em um jornal<br />

de Manaus. Senador Jefferson Péres. ................... 268<br />

Registro da matéria intitulada “Para Igreja,<br />

tensão no campo permanece em alta”, publicada<br />

no jornal O Estado de S. Paulo, edição de 17 de<br />

abril de 2007. Senador Flexa Ribeiro. .................... 354<br />

Registro da matéria intitulada “Após 3 meses,<br />

Lula ainda não conseguiu tirar PAC do papel”, publicada<br />

no jornal O Estado de S. Paulo, edição de<br />

9 de abril de 2007. Senador Sérgio Guerra. .......... 356<br />

Registro da matéria intitulada “Mangabeira!<br />

Qual será sua missão?”, publicada na revista<br />

IstoÉ, edição de 2 de maio de 2007. Senador<br />

Mário Couto. ................................................... 357<br />

Registro do editorial intitulado “O jeito Lulista<br />

de nomear”, publicado no jornal O Estado de S.<br />

Paulo, edição de 20 de março de 2007. Senador<br />

Sérgio Guerra. ...................................................... 577<br />

Registro da matéria intitulada “Assentados<br />

desafiam MST e faz parcerias com líderes do<br />

agronegócio”, publicado no jornal O Estado de<br />

S. Paulo, edição de 16 de abril de 2007. Senador<br />

Flexa Ribeiro. ..................................................... 579<br />

Registro do editorial intitulado “Os frutos tardios<br />

de uma CPI”, publicado no jornal O Estado de<br />

S. Paulo, edição de 5 de março de 2007. Senador<br />

Cícero Lucena. ...................................................... 580<br />

Registro da matéria intitulada “Governo de<br />

resultados”, publicada na revista Veja, edição de 2<br />

de maio de 2007. Senador Mário Couto. .............. 581<br />

ÍNDICE TEMÁTICO<br />

Pág. Pág.<br />

ATUAÇÃO PARLAMENTAR<br />

Cumprimentos à Senadora Fátima Cleide<br />

pela atuação como relatora do Projeto de Lei de<br />

Conversão nº 7, de 2007. Senador Flávio Arns. ... 319<br />

Cumprimentos à Senadora Fátima Cleide pela<br />

atuação como relatora do Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 7, de 2007. Senador Eduardo Suplicy. ......... 319<br />

Cumprimentos à Senadora Fátima Cleide pela<br />

atuação como relatora do Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 7, de 2007. Senador Mário Couto. ............... 319<br />

Cumprimentos à Senadora Fátima Cleide pela<br />

atuação como relatora do Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 7, de 2007. Senador João Pedro. ................ 319<br />

Elogios ao Senador Romeu Tuma. Aparte ao<br />

Senador Romeu Tuma. Senador Epitácio Cafeteira. .. 504<br />

Relato sobre as atividades parlamentares<br />

de S. Exª no Estado de Mato Grosso e destaque<br />

para reivindicações da população. Senadora Serys<br />

Slhessarenko. ....................................................... 510<br />

CAIXA ECONÔMICA <strong>FEDERAL</strong><br />

Encaminhamento para votação da Emenda<br />

nº 64, sobre o Projeto de Lei de Conversão nº 9, de<br />

2007, que constitui fonte de recursos adicional para<br />

ampliação de limites operacionais da Caixa Econômica<br />

Federal (proveniente da Medida Provisória nº<br />

347, de 2007). Senador Arthur Virgílio. ................... 530<br />

Comentários a respeito da Emenda nº 64,<br />

sobre o Projeto de Lei de Conversão nº 9, de 2007,<br />

que constitui fonte de recursos adicional para ampliação<br />

de limites operacionais da Caixa Econômica<br />

Federal (proveniente da Medida Provisória nº 347,<br />

de 2007). Senador Francisco Dornelles. ............... 531<br />

Encaminhamento para votação da Emenda<br />

nº 64, sobre o Projeto de Lei de Conversão nº 9, de<br />

2007, que constitui fonte de recursos adicional para<br />

ampliação de limites operacionais da Caixa Econô-


II<br />

mica Federal (proveniente da Medida Provisória nº<br />

347, de 2007). Senador Marconi Perillo. ................. 531<br />

Encaminhamento para votação da Emenda<br />

nº 64, sobre o Projeto de Lei de Conversão nº 9, de<br />

2007, que constitui fonte de recursos adicional para<br />

ampliação de limites operacionais da Caixa Econômica<br />

Federal (proveniente da Medida Provisória nº<br />

347, de 2007). Senador Aloizio Mercadante. ......... 534<br />

Encaminhamento para votação da Emenda<br />

nº 64, sobre o Projeto de Lei de Conversão nº 9, de<br />

2007, que constitui fonte de recursos adicional para<br />

ampliação de limites operacionais da Caixa Econômica<br />

Federal (proveniente da Medida Provisória nº<br />

347, de 2007). Senador Jefferson Péres. ............... 535<br />

Encaminhamento para votação da Emenda<br />

nº 64, sobre o Projeto de Lei de Conversão nº 9,<br />

de 2007, que constitui fonte de recursos adicional<br />

para ampliação de limites operacionais da Caixa<br />

Econômica Federal (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 347, de 2007). Senador Arthur Virgilio. ..... 535<br />

Considerações a respeito da Emenda nº 64,<br />

sobre o Projeto de Lei de Conversão nº 9, de 2007,<br />

que constitui fonte de recursos adicional para ampliação<br />

de limites operacionais da Caixa Econômica<br />

Federal (proveniente da Medida Provisória nº 347,<br />

de 2007). Senador Francisco Dornelles. ............... 536<br />

Encaminhamento para votação das Emendas<br />

nº s 65, 66 e 67, sobre o Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 9, de 2007, que constitui fonte de recursos<br />

adicional para ampliação de limites operacionais da<br />

Caixa Econômica Federal (proveniente da Medida<br />

Provisória nº 347, de 2007). Senador Francisco<br />

Dornelles. .............................................................. 540<br />

<strong>CONGRESSO</strong> <strong>NACIONAL</strong><br />

Considerações sobre os escândalos que acabam<br />

afetando a imagem do Congresso Nacional.<br />

Aparte ao Senador Arthur Virgílio. Senador Tasso<br />

Jereissati. ............................................................... 263<br />

CORRUPÇÃO<br />

Posicionamento do PSDB sobre a crise ética<br />

que envolve o Poder Executivo, com ramificações<br />

no Poder Legislativo. Senador Arthur Virgílio. ........ 261<br />

Críticas ao Governo por tentar transferir a culpa<br />

pela corrupção ao Poder Legislativo. Aparte ao<br />

Senador Arthur Virgílio. Senador Mario Couto. ....... 265<br />

Preocupação com o momento de grande indignação<br />

por que passa o País, com as denúncias<br />

de corrupção feitas pela Polícia Federal. Senador<br />

José Agripino. ....................................................... 527<br />

Pág. Pág.<br />

(CPI)<br />

Considerações sobre a “Operação Navalha”,<br />

e apelo em favor da instalação de uma CPI<br />

Mista para apurar os fatos denunciados. Senador<br />

José Nery. ..................................................... 270<br />

CULTURA<br />

Considerações a respeito da importância do<br />

desenvolvimento cultural para o País e comentários<br />

sobre a política adotada pelo governo Lula nessa<br />

área. Senador Romero Jucá. ................................. 352<br />

DESENVOLVIMENTO REGIONAL<br />

Preocupação com a demora na apreciação<br />

de projetos de interesse da Amazônia, que se encontram<br />

na Câmara dos Deputados. Senador Mozarildo<br />

Cavalcanti. ................................................. 53<br />

Reflexão sobre o dinamismo da atividade<br />

agrícola e o novo modelo de desenvolvimento do<br />

agronegócio capixaba, com a participação de bancos<br />

estaduais. Senador Gerson Camata. ............. 516<br />

Esperança de que o Governo Federal dê maior<br />

assistência ao Estado do Pará. Aparte ao Senador<br />

Flexa Ribeiro. Senador Mário Couto. ..................... 518<br />

DIVISÃO TERRITORIAL<br />

Reflexões sobre o processo de criação e<br />

desmembramento de municípios. Senador Eduardo<br />

Suplicy. .................................................................. 496<br />

Justificação das razões de sua defesa pelas<br />

emancipações de municípios. Aparte ao Senador<br />

Eduardo Suplicy. Senador Sérgio Zambiasi. .......... 499<br />

EDUCAÇÃO<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art.<br />

60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007. Senador<br />

Marconi Perillo. ............................................ 281<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art.<br />

60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007. Senador<br />

José Agripino. ............................................... 283<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art.<br />

60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do


Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007. Senadora<br />

Marisa Serrano. ..................................... 285<br />

Preocupação em defesa das creches, que necessitam<br />

de mais recursos e valorização. Aparte à Senadora<br />

Marisa Serrano. Senadora Rosalba Ciarlini. .... 286<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art.<br />

60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007. Senador<br />

Arthur Virgílio. ............................................... 286<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art. 60<br />

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. Senadora Serys<br />

Slhessarenko. ....................................................... 287<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art.<br />

60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007. Senador<br />

Flexa Ribeiro. ............................................... 289<br />

Confiança de que o problema do transporte<br />

escolar será resolvido pelo Governo. Aparte ao Senador<br />

Flexa Ribeiro. Senador Mario Couto. ........... 289<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art.<br />

60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007. Senadora<br />

Lúcia Vânia. ................................................ 290<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art. 60<br />

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. Senador Renato<br />

Casagrande. ......................................................... 291<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art.<br />

60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007. Senador<br />

Eduardo Azeredo. .................................... 292<br />

Preocupação com questões referentes às<br />

creches conveniadas e transporte escolar. Senador<br />

José Agripino. ........................................................ 293<br />

Considerações a respeito da reunião entre<br />

Governo Federal e Governadores sobre algumas<br />

questões do FUNDEB. Senador Romero Jucá. .... 293<br />

Esclarecimentos de que quem realmente gasta<br />

com o FUNDEB são os Estados e os Municípios.<br />

Senador Tasso Jereissati. ..................................... 293<br />

Pág. Pág.<br />

III<br />

Considerações a respeito da responsabilidade<br />

da União na educação básica. Senadora<br />

Ideli Salvatti. ...................................................... 294<br />

Apelo para que haja um acordo sobre a participação<br />

dos Estados, Municípios e União no FUN-<br />

DEB. Senador Arthur Virgílio. ................................ 294<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art.<br />

60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007. Senador<br />

Marconi Perillo. ............................................ 295<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art.<br />

60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007. Senadora<br />

Patrícia Saboya. ......................................... 296<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art.<br />

60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007. Senadora<br />

Rosalba Ciarlini. ......................................... 297<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art.<br />

60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007. Senador<br />

Heráclito Fortes. ........................................... 297<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art.<br />

60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007. Senador<br />

Cícero Lucena. ............................................. 298<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art.<br />

60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007. Senador<br />

José Nery. ..................................................... 299<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art.<br />

60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007. Senador<br />

Mão Santa. ................................................... 300<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art. 60<br />

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do Projeto de


IV<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. Senador Antônio<br />

Carlos Valadares. .................................................. 302<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art.<br />

60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007. Senador<br />

Inácio Arruda. .............................................. 302<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art.<br />

60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007. Senador<br />

Valdir Raupp. ................................................ 303<br />

Encaminhamento para votação do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. Senador Demóstenes<br />

Torres. .......................................................... 307<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 7, de 2007. Senadora<br />

Ideli Salvatti. ...................................................... 307<br />

Considerações a respeito do Fundo de Manutenção<br />

e Desenvolvimento da Educação Básica.<br />

Senador José Nery. .............................................. 309<br />

Encaminhamento para votação da Emenda<br />

nº 52, sobre o Projeto de Lei de Conversão nº 7,<br />

de 2007. Senador Marconi Perillo. ........................ 309<br />

Encaminhamento para votação da Emenda<br />

nº 194, sobre o Projeto de Lei de Conversão nº 7,<br />

de 2007. Senador Marconi Perillo. ........................ 310<br />

Encaminhamento para votação da Emenda<br />

nº 194, sobre o Projeto de Lei de Conversão nº 7,<br />

de 2007. Senador Romero Jucá. .......................... 311<br />

Encaminhamento para votação da Emenda<br />

nº 194, sobre o Projeto de Lei de Conversão nº 7,<br />

de 2007. Senador Arthur Virgílio. ........................... 313<br />

Encaminhamento para votação da Emenda<br />

nº 186, sobre o Projeto de Lei de Conversão nº 7,<br />

de 2007. Senador José Nery. ................................ 315<br />

Encaminhamento para votação da Emenda<br />

nº 193, sobre o Projeto de Lei de Conversão nº 7,<br />

de 2007. Senador Flexa Ribeiro. .......................... 316<br />

Agradecimento às pessoas que contribuíram<br />

para a aprovação do Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 7, de 2007. Senadora Fátima Cleide. ............... 318<br />

Confiança de que, em breve, uma Medida Provisória<br />

superará a Emenda nº 187 no que diz respeito<br />

a transporte escolar. Senador Pedro Simon. .......... 319<br />

Satisfação com a aprovação pela Comissão<br />

de Educação, da criação da Escola Técnica do Vale<br />

do Taquari. Apresentação de dados que demonstram<br />

a importância da aprovação do FUNDEP. Senador<br />

Paulo Paim. ............................................................ 490<br />

Pág. Pág.<br />

(FGTS)<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão nº<br />

10, de 2007, que institui o Fundo de Garantia do<br />

tempo de Serviço – FGTS, altera a Lei nº 8.036,<br />

de 11 de maio de 1990, e dá outras providências<br />

(proveniente da Medida Provisória nº 349, de 2007).<br />

Senador Francisco Dornelles. ............................... 323<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão nº<br />

10, de 2007, que institui o Fundo de Garantia do<br />

tempo de Serviço – FGTS, altera a Lei nº 8.036,<br />

de 11 de maio de 1990, e dá outras providências<br />

(proveniente da Medida Provisória nº 349, de 2007).<br />

Senador José Nery. .............................................. 323<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão nº<br />

10, de 2007, que institui o Fundo de Garantia do<br />

tempo de Serviço – FGTS, altera a Lei nº 8.036,<br />

de 11 de maio de 1990, e dá outras providências<br />

(proveniente da Medida Provisória nº 349, de 2007).<br />

Senador Arthur Virgílio. ......................................... 324<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão nº<br />

10, de 2007, que institui o Fundo de Garantia do<br />

tempo de Serviço – FGTS, altera a Lei nº 8.036,<br />

de 11 de maio de 1990, e dá outras providências<br />

(proveniente da Medida Provisória nº 349, de 2007).<br />

Senador Renato Casagrande. .............................. 326<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão nº<br />

10, de 2007, que institui o Fundo de Garantia do<br />

tempo de Serviço – FGTS, altera a Lei nº 8.036,<br />

de 11 de maio de 1990, e dá outras providências<br />

(proveniente da Medida Provisória nº 349, de 2007).<br />

Senador Flexa Ribeiro. ......................................... 326<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão nº<br />

10, de 2007, que institui o Fundo de Garantia do<br />

tempo de Serviço – FGTS, altera a Lei nº 8.036,<br />

de 11 de maio de 1990, e dá outras providências<br />

(proveniente da Medida Provisória nº 349, de 2007).<br />

Senador Tasso Jereissati. ..................................... 326<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão nº<br />

10, de 2007, que institui o Fundo de Garantia do<br />

tempo de Serviço – FGTS, altera a Lei nº 8.036,<br />

de 11 de maio de 1990, e dá outras providências<br />

(proveniente da Medida Provisória nº 349, de 2007).<br />

Senador Eduardo Azeredo. .................................. 327<br />

Considerações a respeito do Projeto de Lei<br />

de Conversão nº 10, de 2007. Senador Marconi<br />

Perillo. ................................................................ 330<br />

Considerações sobre o Projeto de Lei de<br />

Conversão nº 10, de 2007, que institui o Fundo de<br />

Investimento do FGTS. Senador César Borges. ... 493<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que insti-


tui o Fundo de Investimento do FGTS. Senador<br />

César Borges. ................................................ 543<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui<br />

o Fundo de Investimento do FGTS. Senador<br />

Arthur Virgílio. ................................................ 544<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui<br />

o Fundo de Investimento do FGTS. Senador<br />

Tasso Jereissati. ............................................ 546<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui<br />

o Fundo de Investimento do FGTS. Senador<br />

Romero Jucá. ................................................. 547<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui<br />

o Fundo de Investimento do FGTS. Senador<br />

Marconi Perillo. ............................................... 548<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui<br />

o Fundo de Investimento do FGTS. Senador<br />

Inácio Arruda. ................................................. 549<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. Senador Garibaldi<br />

Alves Filho. ............................................................ 550<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui<br />

o Fundo de Investimento do FGTS. Senador<br />

Francisco Dornelles. ......................................... 551<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui<br />

o Fundo de Investimento do FGTS. Senador<br />

José Agripino. ................................................ 552<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui<br />

o Fundo de Investimento do FGTS. Senador<br />

Aloizio Mercadante. ........................................ 553<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui<br />

o Fundo de Investimento do FGTS. Senador<br />

Flexa Ribeiro. ................................................. 554<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. Senador Antônio<br />

Carlos Valadares. .................................................. 556<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui<br />

o Fundo de Investimento do FGTS. Senador<br />

Sérgio Guerra. ............................................... 556<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que insti-<br />

Pág. Pág.<br />

tui o Fundo de Investimento do FGTS. Senador<br />

Marcelo Crivella. ............................................. 557<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui<br />

o Fundo de Investimento do FGTS. Senadora<br />

Lúcia Vânia. ................................................... 558<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui<br />

o Fundo de Investimento do FGTS. Senador<br />

Papaléo Paes. ................................................. 559<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui<br />

o Fundo de Investimento do FGTS. Senador<br />

Demóstenes Torres. ........................................ 560<br />

Encaminhamento para votação do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o Fundo<br />

de Investimento do FGTS. Senador Mão Santa. ...... 561<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui<br />

o Fundo de Investimento do FGTS. Senador<br />

Heráclito Fortes. ............................................. 562<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui<br />

o Fundo de Investimento do FGTS. Senador<br />

José Nery. ...................................................... 563<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. Senador Renato<br />

Casagrande. .......................................................... 563<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui<br />

o Fundo de Investimento do FGTS. Senadora<br />

Marisa Serrano. ............................................. 565<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui<br />

o Fundo de Investimento do FGTS. Senador<br />

Mario Couto. .................................................. 565<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui<br />

o Fundo de Investimento do FGTS. Senador<br />

Eduardo Suplicy. ............................................... 566<br />

GOVERNA<strong>DO</strong>R<br />

Anúncio da presença em plenário do Governador<br />

Teotônio Vilela. Senador Arthur Virgílio. ....... 543<br />

GOVERNO <strong>FEDERAL</strong><br />

Críticas à influência das empreiteiras no Governo.<br />

Aparte ao Senador Arthur Virgílio. Senador<br />

Antonio Carlos Magalhães. ................................... 264<br />

V


VI<br />

Considerações sobre a influência das empreiteiras<br />

no Governo. Aparte ao Senador Arthur<br />

Virgílio. Senador Pedro Simon. ............................. 266<br />

HOMENAGEM<br />

Homenagem ao pesquisador Francisco Terasawa,<br />

que se tornará cidadão honorário do Paraná.<br />

Aparte ao Senador Osmar Dias. Senador<br />

Joaquim Roriz. ................................................. 250<br />

Registro do transcurso, dia 23 de maio, do Dia<br />

da Colonização do Solo Espírito-Santense. Senador<br />

Gerson Camata. .................................................... 516<br />

Felicitações pela iniciativa do Vereador Amaro<br />

Klautau, de Belém, no Pará, de comemoração<br />

dos 19 anos do PSDB no mês de junho. Senador<br />

Arthur Virgílio. ..................................................... 576<br />

HOMENAGEM PÓSTUMA<br />

Justificação pela apresentação de requerimento<br />

de voto de pesar pelo falecimento do ex-<br />

Senador José de Souza Coelho, ocorrido no dia<br />

19 de maio de 2007, em Petrolina-PE. Senador<br />

Marco Maciel. ..................................................... 53<br />

Justificação pela apresentação de requerimento<br />

de voto de pesar pelo falecimento do ex-<br />

Senador José de Souza Coelho, ocorrido no dia<br />

19 de maio de 2007, em Petrolina-PE. Senador<br />

Marco Maciel. ..................................................... 55<br />

Homenagem de pesar pelo falecimento do ex-<br />

Senador José de Souza Coelho, ocorrido no dia 19 de<br />

maio de 2007, em Petrolina-PE. Aparte ao Senador<br />

Marco Maciel. Senador Jarbas Vasconcelos. ............ 56<br />

Homenagem de pesar pelo falecimento do<br />

ex-Senador José de Souza Coelho, ocorrido no<br />

dia 19 de maio de 2007, em Petrolina-PE. Aparte<br />

ao Senador Marco Maciel. Senador Romero<br />

Jucá. .............................................................. 57<br />

Encaminhamento do Requerimento nº 566,<br />

de 2007, que solicita homenagens pelo falecimento<br />

do empresário e ex-Senador da República José de<br />

Souza Coelho, ocorrido no dia 19 de maio de 2007,<br />

em Petrolina-PE. Senador Heráclito Fortes. ......... 59<br />

JUDICIÁRIO<br />

Críticas ao Poder Judiciário por não ter tomado<br />

nenhuma decisão em trânsito julgado para<br />

estabelecer, de fato, a culpabilidade de criminosos.<br />

Aparte ao Senador Arthur Virgílio. Senador<br />

Almeida Lima. .................................................... 265<br />

Pág. Pág.<br />

MANIFESTAÇÃO COLETIVA<br />

Apelo aos estudantes da Universidade de São<br />

Paulo para que cheguem a uma solução pautada<br />

pelo bom senso que signifique a desocupação, por<br />

meio pacífico, do edifício sede da Reitoria. Senador<br />

Eduardo Suplicy. ................................................... 329<br />

Defesa de uma negociação pacífica entre<br />

os estudantes que ocupam a Universidade de São<br />

Paulo e as autoridade. Aparte ao Senador Eduardo<br />

Suplicy. Senador Aloizio Mercadante. ................... 329<br />

Considerações a respeito da ocupação, pelos<br />

estudantes, da Reitoria da Universidade de São<br />

Paulo. Senador Arthur Virgílio. ............................... 329<br />

Sugestão para que se agregue uma comitiva<br />

que trabalhe a fim de evitar uma tragédia durante<br />

a ocupação, pelos estudantes, da Reitoria da Universidade<br />

de São Paulo. Senador Inácio Arruda. . 330<br />

Comentários acerca da invasão da hidroelétrica<br />

de Tucuruí por integrantes da Via Campesina<br />

e do Movimento dos Atingidos por Barragens. Senador<br />

Flexa Ribeiro. ............................................... 529<br />

Comentários acerca da invasão da hidroelétrica<br />

de Tucuruí por integrantes da Via Campesina<br />

como parte da crise institucional do Brasil. Senador<br />

Arthur Virgílio. ....................................................... 572<br />

Considerações sobre a colaboração do Partido<br />

dos Trabalhadores para que as divergências<br />

como as invasões de Tucuruí e da USP sejam<br />

superadas pelo diálogo, sem violência. Senador<br />

Eduardo Suplicy. ................................................. 572<br />

Comentários sobre a ocupação da Reitoria da<br />

USP pelos estudantes. Senador Arthur Virgílio. ....... 573<br />

ORÇAMENTO<br />

Considerações sobre o processo de produção<br />

do Orçamento no Executivo e no Legislativo.<br />

Aparte ao Senador Arthur Virgílio. Senador<br />

Sérgio Guerra. ............................................... 262<br />

Apelo para aprovação do orçamento impositivo,<br />

de iniciativa do Senador Antonio Carlos Magalhães.<br />

Senador Eduardo Suplicy. ...................... 265<br />

PARECER<br />

Parecer nº 360, de 2007 (de Plenário), sobre<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 6, de 2007 (proveniente<br />

da Medida Provisória nº 341, de 2006), que<br />

altera as Leis nº 9.657, de 3 de junho de 1998,<br />

10.480, de 2 de julho de 2002, 11.314, de 3 de julho<br />

de 2006, 11.344, de 8 de setembro de 2006,<br />

11.355, 11.356, 11.357 e 11.358, de 19 de outubro


de 2006, 8.025, de 12 de abril de 1990, e 8.112, de<br />

11 de dezembro de 1990 e dá outras providências.<br />

Senador Expedito Júnior. ...................................... 241<br />

Parecer nº 361, de 2007 (da Comissão Diretora),<br />

sobre redação final das Emendas ao Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 6, de 2007 (Medida Provisória<br />

nº 341, de 2006). Senador Tião Viana. ......... 258<br />

Parecer nº 362, de 2007 (de Plenário), sobre<br />

a Medida Provisória nº 339, de 28 de dezembro de<br />

2006, que regulamenta o art. 60 do Ato das Disposições<br />

Constitucionais Transitórias e dá outras<br />

providências, nos termos do Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 7, de 2007. Senadora Fátima Cleide. ... 273<br />

Parecer nº 363, de 2007 (da Comissão Diretora),<br />

sobre redação final das Emendas do Senado<br />

ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007 (MPV<br />

nº 339, de 2006). Senador Tião Viana. .................. 317<br />

Parecer nº 364, de 2007 (de Plenário), ao Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007 (oriundo da<br />

Medida Provisória nº 349, de 2007), que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS – FI-FGTS altera<br />

a Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, e dá outras<br />

providências. Senador Romero Jucá. ................... 321<br />

Parecer nº 365, de 2007 (de Plenário), sobre<br />

o Projeto de Lei de Conversão nº 9, de 18 de abril<br />

de 2007 – CN, relativo à Medida Provisória (MPV)<br />

nº 347, de 22 de janeiro de 2007, que constitui fonte<br />

de recursos adicional para ampliado de limites<br />

operacionais da Caixa Econômica Federal. Senador<br />

Francisco Dornelles. ............................................. 331<br />

Parecer nº 366, de 2007 (da Comissão de<br />

Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática),<br />

sobre o Projeto de Decreto Legislativo<br />

nº 441, de 2006 (nº 2.276/2006, na Câmara dos<br />

Deputados), que aprova o ato que renova a concessão<br />

outorgada à Rádio São Carlos Ltda., para<br />

explorar serviço de radiodifusão sonora em onda<br />

média na cidade de São Carlos, Estado de Santa<br />

Catarina. Senadora Ideli Salvatti. ......................... 392<br />

Parecer nº 367, de 2007 (da Comissão de<br />

Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática),<br />

sobre o Projeto de Decreto Legislativo<br />

nº 447, de 2006 (nº 2.120/2006, na Câmara dos<br />

Deputados), que aprova o ato que autoriza a Associação<br />

Comunitária de Desenvolvimento Cultural e<br />

Artístico de Saudades a executar serviço de radiodifusão<br />

comunitária na cidade de Saudades, Estado<br />

de Santa Catarina. Senadora Ideli Salvatti. ........... 399<br />

Parecer nº 368, de 2007 (da Comissão de<br />

Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática),<br />

sobre o Projeto de Decreto Legislativo nº<br />

36, de 2007 (nº 1.681/2005, na Câmara dos Deputados),<br />

que aprova o ato que outorga autorização à<br />

VII<br />

Pág. Pág.<br />

Associação Comunitária Beneficente do Município<br />

de Uiraúna para executar serviço de radiodifusão<br />

comunitária na cidade de Uiraúna, Estado da Paraíba.<br />

Senador Cícero Lucena. ............................. 406<br />

Parecer nº 369, de 2007 (da Comissão de Ciência,<br />

Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática),<br />

sobre o Projeto de Decreto Legislativo nº<br />

44, de 2007 (nº 2.328/2006, na Câmara dos Deputados),<br />

que aprova o ato que autoriza a Associação<br />

Comunitária Xucurus a executar serviço de radiodifusão<br />

comunitária na cidade de Palmeira dos Índios,<br />

Estado de Alagoas. Senador João Tenório. ............ 412<br />

Parecer nº 370, de 2007 (da Comissão de<br />

Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática),<br />

sobre o Projeto de Decreto Legislativo<br />

nº 46, de 2007 (nº 2.345, de 2006, na Câmara dos<br />

Deputados), que aprova o ato que outorga autorização<br />

à Associação de Moradores do bairro Belo<br />

Horizonte – AMBH para executar serviço de radiodifusão<br />

comunitária na cidade de Piancó, Estado<br />

da Paraíba. Senador Cícero Lucena. ..................... 419<br />

Parecer nº 371, de 2007 (da Comissão de<br />

Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e<br />

Informática), sobre o Projeto de Decreto Legislativo<br />

nº 51, de 2007 (nº 2.326/2006, na Câmara<br />

dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a<br />

Associação Comunitária de Radiodifusão Estrela<br />

Azul a executar serviço de radiodifusão comunitária<br />

na cidade de Mira Estrela, Estado de São Paulo.<br />

Senador Romeu Tuma. ....................................... 425<br />

Parecer nº 372, de 2007 (da Comissão de<br />

Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática),<br />

sobre o Projeto de Decreto Legislativo<br />

nº 54, de 2007 (nº 2.285/2006, na Câmara dos Deputados),<br />

que aprova o ato que outorga permissão<br />

à Rádio Nobres FM Ltda., para explorar serviço de<br />

radiodifusão sonora em freqüência modulada na cidade<br />

de Nobres, Estado de Mato Grosso. Senador<br />

Valter Pereira. ........................................................ 432<br />

Parecer nº 373, de 2007 (da Comissão de<br />

Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática),<br />

sobre o Projeto de Decreto Legislativo<br />

nº 59, de 2007 (nº 2.428/2006, na Câmara dos Deputados),<br />

que aprova o ato que renova a concessão<br />

outorgada à Sociedade de Radiodifusão Fortaleza<br />

Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sonora<br />

em onda média na cidade de Rio Pardo, Estado do<br />

Rio Grande do Sul. Senador Sérgio Zambiasi. ...... 439<br />

Parecer nº 374, de 2007 (da Comissão de Ciência,<br />

Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática),<br />

sobre o Projeto de Decreto Legislativo nº 64, de 2007 (nº<br />

2.521/2006, na Câmara dos Deputados), que aprova o<br />

ato que renova a concessão outorgada à Rádio Colon<br />

Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sonora em


VIII<br />

onda média na cidade de Joinville, Estado de Santa<br />

Catarina. Senadora Ideli Salvatti. ................................. 446<br />

Parecer nº 375, de 2007 (da Comissão de<br />

Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática),<br />

sobre o Projeto de Decreto Legislativo<br />

nº 68, de 2007 (nº 2.442/2006, na Câmara dos Deputados),<br />

que aprova o ato que outorga autorização<br />

ao Governo do Estado do Ceará, para explorar por<br />

intermédio da Assembléia Legislativa do estado do<br />

Ceará, serviço de radiodifusão sonora em freqüência<br />

modulada na cidade de Fortaleza, Estado do<br />

Ceará. Senador Gilvam Borges. ............................ 453<br />

Parecer nº 376, de 2007 (da Comissão de<br />

Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática),<br />

sobre o Projeto de Decreto Legislativo<br />

nº 69, de 2007 (nº 2.447/2006, na Câmara dos Deputados),<br />

que aprova o ato que outorga permissão<br />

à Alagoas Comunicação Ltda., ME para explorar<br />

serviço de radiodifusão sonora em freqüência modulada<br />

na cidade de Arraial do cabo, Estado do Rio<br />

de Janeiro. Senador Francisco Dornelles. ............ 460<br />

Parecer nº 377, de 2007 (da Comissão de<br />

Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática),<br />

sobre o Projeto de Decreto Legislativo<br />

nº 75, de 2007 (nº 2.291/2006, na Câmara dos Deputados),<br />

que aprova o ato que outorga permissão<br />

à Rádio FM Sabiá Ltda., para explorar serviço de<br />

radiodifusão sonora em freqüência modulada na<br />

cidade de Camaçari, Estado da Bahia. Senador<br />

Flexa Ribeiro. ........................................................ 467<br />

Parecer nº 378, de 2007 (da Comissão de<br />

Constituição, Justiça e Cidadania), sobre a Mensagem<br />

nº 75, de 2007 (nº 275/2007, na origem),<br />

que submete à apreciação do Senado Federal a<br />

indicação do Senhor Eduardo Flores Vieira para<br />

ser reconduzido ao cargo de Defensor Público-<br />

Geral da União do Ministério da Justiça. Senador<br />

Aloizio Mercadante. ............................................. 474<br />

Parecer nº 379, de 2007 (da Comissão de<br />

Constituição, Justiça e Cidadania), sobre a Mensagem<br />

nº 81, de 2007 (nº 316/2007, na origem), que<br />

submete à apreciação do Senado Federal o nome<br />

do General-de-Exército Renaldo Quintas Magioli<br />

para exercer o cargo de Ministro do Superior Tribunal<br />

Militar, na vaga decorrente da aposentadoria do<br />

General-de-Exército Max Hoertel, prevista para o dia<br />

4 de junho de 2007. Senador Edison Lobão. .......... 478<br />

Parecer nº 380, de 2007 (da Comissão de<br />

Constituição, Justiça e Cidadania), sobre a Mensagem<br />

nº 82,d e 2007 (nº 317/2007, na origem),<br />

que submete à apreciação do Senado Federal o<br />

nome do General-de-Exército Francisco José da<br />

Silva Fernandes para exercer o cargo de Ministro<br />

do Superior Tribunal Militar, na vaga decorrente da<br />

Pág. Pág.<br />

aposentadoria do General-de-Exército Valdesio<br />

Guilherme de Figueiredo, prevista para o dia 26 de<br />

junho de 2007. Senador Romeu Tuma. ................ 484<br />

PARTI<strong>DO</strong> POLÍTICO<br />

Críticas a partidos políticos que não defendem<br />

mais princípios, mas apenas interesses. Aparte ao<br />

Senador Antonio Carlos Magalhães. Senador Jefferson<br />

Péres. ......................................................... 520<br />

Apelo para que se adote medidas com a finalidade<br />

de fortalecer os partidos políticos. Aparte<br />

ao Senador Antonio Carlos Magalhães. Senador<br />

Tasso Jereissati. ................................................... 521<br />

PECUÁRIA<br />

Demonstração de orgulho pelo reconhecimento<br />

do Estado de Santa Catarina, pela Organização<br />

Internacional de Saúde Animal - OIE, como livre de<br />

febre aftosa. Senadora Ideli Salvatti. .................... 492<br />

Regozijo pelo reconhecimento, pela OIE, do<br />

Estado de Santa Catarina, como livre da febre aftosa.<br />

Senador Raimundo Colombo. ...................... 513<br />

POLÍCIA <strong>FEDERAL</strong><br />

Congratulações ao trabalho desempenhado<br />

pela Polícia Federal. Senador Jefferson Péres. ....... 268<br />

Comentário sobre citação do Governador do<br />

Piauí na “Operação Navalha”, da Polícia Federal.<br />

Senador Mão Santa. ............................................. 495<br />

Manifestação de indignação com o roubo do<br />

dinheiro público constatado pela “Operação Navalha”,<br />

da Polícia Federal. Senador João Pedro. ...... 514<br />

Considerações a respeito da atuação da Polícia<br />

Federal na chamada “Operação Navalha”. Aparte<br />

ao Senador João Pedro. Senadora Ideli Salvatti. . 515<br />

Aplauso à “Operação Navalha”, com ressalvas<br />

à forma como foi feita a divulgação dos resultados.<br />

Senador Marcelo Crivella. ..................................... 529<br />

POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO<br />

Considerações sobre a importância dos censos<br />

populacional e agropecuário, que serão realizados<br />

simultaneamente, em 2007, pelo IBGE. Senador<br />

Romero Jucá. ....................................................... 576<br />

POLÍTICA DE TRANSPORTE<br />

Considerações sobre o projeto que cria um<br />

adicional tarifário para compor um fundo para


investir na aviação regional. Senador Mozarildo<br />

Cavalcanti. ........................................................ 53<br />

Apoio à idéia de que a aviação regional deveria<br />

ser prioridade num país com as dimensões<br />

do Brasil. Aparte ao Senador Mozarildo Cavalcanti.<br />

Senador Heráclito Fortes. ..................................... 54<br />

Apelo para que haja um traçado de rotas<br />

aéreas que não prejudique os passageiros. Aparte<br />

ao Senador Mozarildo Cavalcanti. Senador<br />

Epitácio Cafeteira. .......................................... 55<br />

POLÍTICA INDUSTRIAL<br />

Apelo ao Governo do Presidente Lula, no<br />

sentido do atendimento dos pleitos dos setores<br />

produtivos do Estado do Pará, que se encontra em<br />

grande dificuldade. Senador Flexa Ribeiro. .......... 517<br />

PROJETO DE LEI <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong><br />

Projeto de Lei do Senado nº 264, de 2007,<br />

que altera os arts. 140 e 148 da Lei nº 9.503, de<br />

23 de setembro de 1997, que institui o Código<br />

de Trânsito Brasileiro, para permitir ao indivíduo<br />

com idade entre 16 e 18 anos a obtenção<br />

de documento de habilitação para conduzir veículo<br />

automotor, nas condições que especifica.<br />

Senador Gerson Camata. ............................... 2<br />

Projeto de Lei do Senado nº 265, de 2007<br />

(Complementar), que acrescenta parágrafos ao art.<br />

1º da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de<br />

1990, para tornar inelegível o candidato que tenha<br />

parentes ocupantes de cargos comissionados, na<br />

mesma circunscrição e estender aos parentes próximos<br />

as condições de inelegibilidade aplicáveis aos<br />

agentes políticos. Senador Epitácio Cafeteira. ..... 7<br />

Projeto de Lei do Senado nº 266, de 2007<br />

(Complementar), que altera o art. 3º da Lei Complementar<br />

nº 116, de 31 de julho de 2003, para<br />

dispor sobre o local do recolhimento do ISS nas<br />

operações de arrendamento mercantil. Senadora<br />

Ideli Salvatti. ......................................................... 9<br />

Projeto de Lei do Senado nº 267, de 2007,<br />

que altera o § 3º do art. 13 da Lei n° 9.504, de 30<br />

de setembro de 1997, para estabelecer o prazo<br />

de quinze dias antes do pleito para solicitação de<br />

substituição de candidatos nas eleições majoritárias.<br />

Senador Renato Casagrande. ....................... 13<br />

Projeto de Lei do Senado nº 268, de 2007,<br />

que altera o Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro<br />

de 1941 – Código de Processo Penal, para dar prioridade<br />

de tramitação aos procedimentos judiciais<br />

Pág. Pág.<br />

IX<br />

em processos de crimes de responsabilidade de<br />

funcionários públicos. Senadora Ideli Salvatti. ...... 16<br />

Projeto de Lei do Senado nº 269, de 2007,<br />

que institui o Cartão de Seguridade Social (CSS),<br />

altera dispositivos a respeito do registro de empregados<br />

e dá outras providências. Senador<br />

Sérgio Zambiasi. ............................................ 24<br />

Projeto de Lei do Senado nº 270, de 2007,<br />

que torna obrigatório o fornecimento gratuito, por<br />

motéis, de preservativos e de folhetos educativos<br />

sobre doenças sexualmente transmissíveis. Senadora<br />

Maria do Carmo Alves. ................................. 367<br />

Projeto de Lei do Senado nº 271, de 2007,<br />

que altera dispositivo da Lei nº 11.343, de 23 de<br />

agosto de 2006, acrescenta ao art. 23, parágrafo que<br />

permite o funcionamento de comunidades terapêuticas<br />

de recuperação de dependentes químicos nas<br />

condições que menciona e dá outras providências.<br />

Senador Magno Malta. .......................................... 370<br />

Projeto de Lei do Senado nº 272, de 2007<br />

(Complementar), que altera a Lei Complementar<br />

nº 87, de 13 de setembro de 1996, para ampliar as<br />

hipóteses de direito a créditos de ICMS na aquisição<br />

de insumos e equipamentos destinados à produção<br />

agropecuária. Senadora Marisa Serrano. ............. 387<br />

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO<br />

Proposta de Emenda à Constituição nº 43, de<br />

2007, que altera os arts. 50 e 52 da Constituição<br />

Federal, para dispor sobre o comparecimento de<br />

autoridades regulatórias ao Congresso Nacional.<br />

Senador Aloizio Mercadante. ................................ 65<br />

Proposta de Emenda à Constituição nº 44, de<br />

2007, que altera os artigos 23, 30 e 144 da Constituição<br />

Federal, para instituir o piso nacional dos<br />

trabalhadores dos órgãos da Segurança Pública.<br />

Senador Aloizio Mercadante. ................................ 74<br />

Proposta de Emenda à Constituição nº 45, de<br />

2007, que altera o inciso III do § 4º do art. 103-B<br />

da Constituição Federal, para dispor sobre nova<br />

competência do Conselho Nacional de Justiça de<br />

determinar perda do cargo de membros do Poder<br />

Judiciário. Senador Aloizio Mercadante. ............... 82<br />

Proposta de Emenda à Constituição nº 46,<br />

de 2007, que acrescenta alínea d ao inciso II do<br />

§ 4º do art. 177 da Constituição Federal. Senador<br />

Osmar Dias. .......................................................... 365<br />

REFORMA POLÍTICA<br />

Anúncio da presença de Vereadores de<br />

Santa Catarina, que trouxeram matérias impor-


X<br />

tantes à reforma político-partidária. Senador<br />

Neuto de Conto. ............................................. 253<br />

Comentários sobre a importância da reforma<br />

política. Senador José Nery. ................................. 270<br />

Manifestação em defesa da substituição do<br />

atual sistema político e da reabilitação do Congresso<br />

brasileiro perante o País. Senador Antonio Carlos<br />

Magalhães. ........................................................... 518<br />

Críticas ao Governo por não promover a reforma<br />

política. Aparte ao Senador Antonio Carlos<br />

Magalhães. Senador Sérgio Guerra. .................... 521<br />

Discussão sobre a necessidade de uma<br />

profunda reforma política para o País. Aparte<br />

ao Senador Antonio Carlos Magalhães. Senador<br />

Arthur Virgílio. ................................................ 522<br />

Reflexão sobre a urgência de uma reforma<br />

política. Aparte ao Senador Antonio Carlos Magalhães.<br />

Senador Tião Viana. ................................... 523<br />

Comentários a respeito da necessidade da<br />

reforma política, do fortalecimento dos partidos políticos,<br />

da cláusula de barreira na proibição da eleição<br />

na coligação proporcional. Aparte ao Senador Antonio<br />

Carlos Magalhães. Senador José Agripino. .............. 523<br />

Apelo por um debate mais aprofundado sobre<br />

a reforma política, a construção partidária e o<br />

aprimoramento da democracia. Aparte ao Senador<br />

Antonio Carlos Magalhães. Senador Aloizio Mercadante.<br />

.................................................................... 524<br />

Indignação com a dificuldade de se promover<br />

a reforma política. Aparte ao Senador Antonio<br />

Carlos Magalhães. Senadora Ideli Salvatti. .......... 524<br />

Comentários sobre a importância da reforma<br />

política. Aparte ao Senador Antonio Carlos Magalhães.<br />

Senador Marco Maciel. .............................. 525<br />

Apelo para que se faça um esforço para uma<br />

reforma política mais aprofundada. Aparte ao Senador<br />

Antonio Carlos Magalhães. Senador Garibaldi<br />

Alves Filho. ............................................................ 526<br />

A participação do eleitor caso a reforma política<br />

seja aprovada. Aparte ao Senador Antonio<br />

Carlos Magalhães. Senador Romeu Tuma. .......... 526<br />

REQUERIMENTO<br />

Requerimento nº 566, de 2007, que solicita<br />

inserção em ata de voto de profundo pesar e apresentação<br />

de condolências à família pelo falecimento<br />

do empresário e ex-Senador da República José de<br />

Souza Coelho, ocorrido dia 19 de maio de 2007, na<br />

cidade de Petrolina, Estado de Pernambuco. Senador<br />

Marco Maciel. ................................................. 58<br />

Requerimento nº 567, de 2007, que solicita<br />

informações ao Ministro Chefe da Secretaria de<br />

Pág. Pág.<br />

Comunicação Social sobre a veiculação de propaganda<br />

oficial em publicações de circulação nacional.<br />

Senador Arthur Virgílio. .......................................... 60<br />

Requerimento nº 568, de 2007, que solicita<br />

licença para desempenhar missão oficial a realizarse<br />

nos dias 23 a 26 de maio de 2007, compondo a<br />

Comitiva do Estado de Santa Catarina na Assembléia<br />

Geral da OIE – Organização Internacional<br />

das Epizootias, que deverá emitir parecer sobre a<br />

liberação do Estado, de área livre de febre aftosa<br />

sem vacinação. Senador Neuto de Conto. ............ 61<br />

Requerimento nº 569, de 2007, que solicita<br />

a realização de Sessão Solene Especial para comemorar<br />

o centenário do nascimento do escritor<br />

Mário Quintana. Senador Pedro Simon. ................ 62<br />

Requerimento nº 570, de 2007, que solicita<br />

autorização para o desempenho de missão oficial,<br />

no período de 28 a 31 de maio de 2007, para participar<br />

da jornada sobre a colaboração entre Espanha<br />

e Brasil em matéria de cooperativas habitacionais,<br />

que se realizará em Madrid, no dia 28 de maio de<br />

2007. Senador Jonas Pinheiro. .............................. 63<br />

Requerimento nº 571, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 55, de autoria do Deputado Miro Teixeira, oferecida<br />

ao Projeto de Lei de Conversão nº 6, de 2007<br />

(proveniente da Medida Provisória nº 341, de 2006).<br />

Senador Arthur Virgílio. ......................................... 256<br />

Requerimento nº 572, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 56, de autoria do Deputado Miro Teixeira, oferecida<br />

ao Projeto de Lei de Conversão nº 6, de 2007<br />

(proveniente da Medida Provisória nº 341, de 2006).<br />

Senador Arthur Virgílio. ......................................... 256<br />

Requerimento nº 573, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 85, de Relator, ao Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007. Senador Romero Jucá. .................. 256<br />

Requerimento nº 574, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 86, de Relator, ao Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007. Senador Romero Jucá. .................. 256<br />

Requerimento nº 575, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 87, de Relator, ao Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007. Senador Romero Jucá. .................. 256<br />

Requerimento nº 576, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 88, de Relator, ao Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007. Senador Romero Jucá. .................. 256<br />

Requerimento nº 577, de 2007, que solicita<br />

a retirada das Emendas nº s 235, 237 e 238, de sua


autoria, oferecida ao Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 7, de 2007. Senadora Fátima Cleide. ............... 304<br />

Requerimento nº 578, de 2007, que solicita<br />

a votação em separado do parágrafo 2º do artigo<br />

32 do Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007,<br />

de autoria da Câmara dos Deputados, aprovado<br />

como substitutivo ao texto da Medida Provisória nº<br />

339, de 2006, que versa sobre a Regulamentação<br />

do FUNDEB. Senador José Sarney. ..................... 304<br />

Requerimento nº 579, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda nº<br />

52 ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007.<br />

Senador Marconi Perillo. ....................................... 304<br />

Requerimento nº 580, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 53, de autoria do Senador Renato Casagrande,<br />

oferecida ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de<br />

2007. Senador Arthur Virgílio. ............................... 304<br />

Requerimento nº 581, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 53, de sua autoria, rejeitada pelo Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2006, referente à Medida<br />

Provisória nº 339, de 2006. Senador Renato<br />

Casagrande. ..................................................... 304<br />

Requerimento nº 582, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda nº<br />

54 ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007.<br />

Senador Marconi Perillo. ....................................... 305<br />

Requerimento nº 583, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 186, de autoria do Deputado Federal Ivan Valente,<br />

apresentada ao texto da Medida Provisória nº<br />

339, de 2006, que versa sobre a Regulamentação<br />

do Fundeb. Senador José Nery. ............................ 305<br />

Requerimento nº 584, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda nº<br />

187 oferecida à Medida Provisória nº 339, de 2006.<br />

Senadora Kátia Abreu. .......................................... 305<br />

Requerimento nº 585, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 187, de autoria do Deputado Federal Lira Maia,<br />

rejeitada pelo Projeto de Lei de Conversão nº 7,<br />

de 2007, referente à Medida Provisória nº 339, de<br />

2006. Senador Renato Casagrande. ..................... 305<br />

Requerimento nº 586, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 187, de autoria do Deputado Federal Lira Maia,<br />

oferecida ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de<br />

2007 (proveniente da Medida Provisória nº 339, de<br />

2006). Senador Arthur Virgílio. .............................. 305<br />

Requerimento nº 587, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 187, de autoria do Deputado Federal Lira Maia,<br />

Pág. Pág.<br />

XI<br />

rejeitada pelo Projeto de Lei de Conversão nº 7,<br />

de 2007, referente à Medida Provisória nº 339, de<br />

2006. Senador Flexa Ribeiro. ............................... 305<br />

Requerimento nº 588, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda nº<br />

188 ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007.<br />

Senador Marconi Perillo. ....................................... 306<br />

Requerimento nº 589, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda nº<br />

190 ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007.<br />

Senador Marconi Perillo. ....................................... 306<br />

Requerimento nº 590, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda nº<br />

191 ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007.<br />

Senador Marconi Perillo. ........................................ 306<br />

Requerimento nº 591, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda nº<br />

192 ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007.<br />

Senador Marconi Perillo. ........................................ 306<br />

Requerimento nº 592, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda nº<br />

193 ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007.<br />

Senador Flexa Ribeiro. .......................................... 306<br />

Requerimento nº 593, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda nº<br />

193 ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007.<br />

Senador Marconi Perillo. ....................................... 306<br />

Requerimento nº 594, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda nº<br />

194 ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007.<br />

Senador Arthur Virgílio. ......................................... 306<br />

Requerimento nº 595, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda nº<br />

194 ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007.<br />

Senador Marconi Perillo. ........................................ 306<br />

Requerimento nº 596, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda nº<br />

195 ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007.<br />

Senador Marconi Perillo. ........................................ 307<br />

Requerimento nº 597, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 64, de autoria do Deputado Simão Sessim,<br />

oferecida ao PVL nº 9, de 2007 (proveniente da<br />

Medida Provisória nº 347, de 2007). Senador<br />

Arthur Virgílio. ................................................. 333<br />

Requerimento nº 598, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda nº<br />

65 ao PVL nº 9, de 2007. Senador Marconi Perillo. . 333<br />

Requerimento nº 599, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 65, de autoria do Deputado Arnaldo Madeira,<br />

oferecida ao PVL nº 9, de 2007 (proveniente da


XII<br />

Medida Provisória nº 347, de 2007). Senador<br />

Arthur Virgílio. ................................................ 333<br />

Requerimento nº 600, de 2007, que solicita destaque<br />

para votação em separado da Emenda nº 66 ao<br />

PVL nº 9, de 2007. Senador Marconi Perillo. ............... 333<br />

Requerimento nº 601, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda nº<br />

66, de autoria do Deputado Antonio Carlos Mendes<br />

Thame, oferecida ao PVL nº 9, de 2007 (proveniente<br />

da Medida Provisória nº 347, de 2007). Senador<br />

Arthur Virgílio. ....................................................... 333<br />

Requerimento nº 602, de 2007, que solicita destaque<br />

para votação em separado da Emenda nº 67,<br />

de autoria do Deputado Simão Sessim, oferecida ao<br />

PVL nº 9, de 2007 (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 347, de 2007). Senador Arthur Virgílio. ................ 334<br />

Requerimento nº 603, de 2007, que solicita destaque<br />

para votação em separado da Emenda nº 67 ao<br />

PVL nº 9, de 2007. Senador Marconi Perillo. ............... 334<br />

Requerimento nº 604, de 2007, que solicita<br />

informações ao Ministro de Estado de Minas e<br />

Energia sobre os créditos extraordinários destinados<br />

àquele Ministério, conforme Medida Provisória nº<br />

338, de 29 de dezembro de 2006, para as empresas<br />

Petrobras Netherlands BV e Petrobras International<br />

Braspetro PIB BV. Senador Tasso Jereissati. ....... 339<br />

Requerimento nº 605, de 2007 – SF, que solicita<br />

que o tempo destinado aos oradores da Hora<br />

do Expediente da sessão do dia 4 de julho de 2007,<br />

seja destinado à comemoração dos 70 anos de criação<br />

da União Nacional dos Estudantes – UNE, e<br />

homenagear, também, o Centro Popular de Cultura<br />

– CPC, por ocasião do 45º aniversário da primeira<br />

UNE Volante, a realizar-se no Plenário do Senado<br />

Federal. Senador Inácio Arruda. ........................... 344<br />

Requerimento nº 606, de 2007, que solicita<br />

sejam prestadas pelo Ministro de Estado da Fazenda<br />

informações sobre qual o montante da renúncia<br />

fiscal decorrente do disposto no Projeto de Lei do<br />

Senado nº 328, de 2003, a fim de se instruir a votação<br />

da matéria. Senador Romero Jucá. ............. 347<br />

Requerimento nº 607, de 2007, que solicita sejam<br />

prestadas pelo Ministro da Saúde, informações<br />

sobre a prorrogação da vigência do convênio entre a<br />

Funasa e a ONG Conselho Indígena de Roraima –<br />

CIR, destacando-se as circunstâncias e os motivos<br />

da prorrogação. Senador Mozarildo Cavalcanti. ....... 348<br />

Requerimento nº 608, de 2007, que solicita<br />

voto de pesar pelo falecimento de João Pinto de<br />

Camargo, ocorrido no dia 10 de maio de 2007, em<br />

Santo Antonio do Descoberto-GO, pai da servidora<br />

do Senado Federal, Maria Juscimar Orany Camargo.<br />

Senador Arthur Virgílio. .................................... 349<br />

Pág. Pág.<br />

Requerimento nº 609, de 2007, que solicita<br />

voto de pesar pelo falecimento de José de Souza<br />

Coelho, ex-Senador da República, ex-Vereador em<br />

dois mandatos e, também, ex-Prefeito de Petrolina/<br />

PE, em dois mandatos, ocorrido no dia 19 de maio<br />

de 2007. Senador Arthur Virgílio. ........................... 349<br />

Requerimento nº 610, de 2007, que solicita<br />

que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania<br />

proceda, também, a análise do PLS nº 52, de<br />

2005, que dispõe sobre arrendamento compulsório<br />

de parcelas de imóvel rural, para os efeitos que especifica,<br />

antes que o mesmo tenha a sua tramitação<br />

e discussão encerrada na Comissão de Agricultura<br />

e Reforma Agrária – CRA. Senador João Pedro. .... 351<br />

Requerimento nº 611, de 2007, que solicita a<br />

tramitação conjunta dos Projetos de Lei do Senado<br />

nº s 320, de 2003, e 6, de 2005, por regularem a mesma<br />

matéria. Senador Antônio Carlos Valadares. .. 351<br />

Requerimento nº 612, de 2007, que solicita<br />

a tramitação conjunta dos PLS nº 3 e 153 de<br />

2007, de autoria respectivamente dos Senadores<br />

Osmar Dias e Eduardo Suplicy, e do PLC nº 82,<br />

de 2006, por tratarem de matérias conexas, relacionadas<br />

às sociedades cooperativas. Senador<br />

Eduardo Suplicy. ............................................... 351<br />

Requerimento nº 613, de 2007, que solicita<br />

a tramitação em conjunto do projeto de Lei do Senado<br />

nº 125, de 2005, com o PLS nº 394, de 2003,<br />

e com o PLS nº 98, de 2005, por versarem sobre a<br />

mesma matéria. Senador Eliseu Resende. .......... 352<br />

Requerimento nº 614, de 2007, que solicita o<br />

sobrestamento da Proposta de Emenda à Constituição<br />

nº 4, de 2006, em curso no Senado Federal,<br />

para aguardar decisão sobre proposição com ela<br />

conexa. Senador Marco Maciel. ............................ 391<br />

Requerimento nº 615, de 2007, que solicita<br />

voto de louvor para a Prefeitura Municipal de Itajaí<br />

e Centro tecnológico pelo prêmio recebido da Organização<br />

das Nações Unidas, através da Associação<br />

Brasileira de Municípios, pela elaboração de Softwares<br />

livres de Gestão Pública para Governança<br />

e Liderança Vital, em prol do Desenvolvimento Humano.<br />

Senadora Ideli Salvatti. .............................. 391<br />

Requerimento nº 616, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 5, de autoria do Senador Arthur Virgílio, oferecida<br />

ao Projeto de Lei de Conversão nº 10, de 2007<br />

(proveniente da Medida Provisória nº 349, de 2007).<br />

Senador Arthur Virgílio. ......................................... 542<br />

Requerimento nº 617, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 6, de autoria da Senadora Lúcia Vânia, oferecida<br />

ao Projeto de Lei de Conversão nº 10, de 2007


(proveniente da Medida Provisória nº 349, de 2007).<br />

Senador Arthur Virgílio. ......................................... 542<br />

Requerimento nº 618, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 11, de autoria da Senadora Lúcia Vânia, oferecida<br />

ao Projeto de Lei de Conversão nº 10, de 2007<br />

(proveniente da Medida Provisória nº 349, de 2007).<br />

Senadora Lúcia Vânia. .......................................... 542<br />

Requerimento nº 619, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 57, de autoria do Senador Flexa Ribeiro, oferecida<br />

à Medida Provisória nº 349, de 2007. Senador<br />

Flexa Ribeiro. ........................................................ 542<br />

Requerimento nº 620, de 2007, que solicita ao<br />

Senhor Ministro de Estado da Fazenda, informações<br />

sobre as razões que determinaram a suspensão dos<br />

repasses financeiros da Caixa Econômica Federal<br />

ao Governo do Rio Grande do Norte, destinados<br />

à execução da obra de implantação da estação de<br />

tratamento de esgoto da cidade de Natal. Senador<br />

José Agripino. ....................................................... 574<br />

Requerimento nº 621, de 2007, que solicita<br />

homenagens de pesar pelo falecimento de Ernany<br />

Gomes de Moura, ex-Deputado estadual e prefeito<br />

constitucional do município de Riachão - PB,<br />

ocorrido no dia 23 de maio de 2007, no Estado da<br />

Paraíba. Senador Cícero Lucena. ......................... 575<br />

Requerimento nº 622, de 2007, que solicita<br />

homenagem aos pioneiros da informática do Brasil<br />

- o Tesouro Nacional, o Ministério da Agricultura e<br />

a IBM. Senador Eduardo Azeredo. ........................ 575<br />

SAÚDE<br />

Apelo aos parlamentares no sentido de uma<br />

mobilização para salvar o Incor-Brasília. Senador<br />

Mozarildo Cavalcanti. ........................................... 502<br />

Apelo ao Governo no sentido de manter o funcionamento<br />

do Incor-Brasília. Senador Romeu Tuma. .. 503<br />

Defesa do funcionamento do Incor-Brasília.<br />

Aparte ao Senador Romeu Tuma. Senador Mozarildo<br />

Cavalcanti. .................................................... 504<br />

Preocupação com o Incor de Brasília, pelo<br />

fechamento de suas unidades de urgência e de cirurgia<br />

e a demissão de mais de 200 funcionários.<br />

Senador Antonio Carlos Magalhães. .................... 514<br />

SEGURANÇA PÚBLICA<br />

Apelo para que se adote medidas de combate<br />

à violência no País. Senador Magno Malta. ........... 313<br />

Comentários sobre a atuação do Estado no<br />

combate à violência. Senador Gerson Camata. ... 353<br />

XIII<br />

Pág. Pág.<br />

SERVIÇO PÚBLICO<br />

Questionamento sobre o impacto que as nomeações<br />

criariam nos Ministérios e esclarecimentos<br />

sobre os cargos que seriam extintos, conforme o<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 6, de 2007, proveniente<br />

da Medida Provisória nº 341, de 2006. Senador<br />

Heráclito Fortes. ......................................... 247<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007 (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 341, de 2006), que altera as Leis nº 9.657, de 3<br />

de junho de 1998, 10.480, de 2 de julho de 2002,<br />

11.314, de 3 de julho de 2006, 11.344, de 8 de setembro<br />

de 2006, 11.355, 11.356, 11.357 e 11.358,<br />

de 19 de outubro de 2006, 8.025, de 12 de abril de<br />

1990, e 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e dá<br />

outras providências. Senadora Ideli Salvatti. ........ 248<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007 (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 341, de 2006), que altera as Leis nº 9.657, de 3<br />

de junho de 1998, 10.480, de 2 de julho de 2002,<br />

11.314, de 3 de julho de 2006, 11.344, de 8 de setembro<br />

de 2006, 11.355, 11.356, 11.357 e 11.358,<br />

de 19 de outubro de 2006, 8.025, de 12 de abril de<br />

1990, e 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e dá<br />

outras providências. Senador Romero Jucá. ........ 249<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007 (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 341, de 2006), que altera as Leis nº 9.657, de 3<br />

de junho de 1998, 10.480, de 2 de julho de 2002,<br />

11.314, de 3 de julho de 2006, 11.344, de 8 de setembro<br />

de 2006, 11.355, 11.356, 11.357 e 11.358,<br />

de 19 de outubro de 2006, 8.025, de 12 de abril de<br />

1990, e 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e dá<br />

outras providências. Senador Osmar Dias. .......... 249<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão nº<br />

6, de 2007 (proveniente da Medida Provisória nº 341,<br />

de 2006), que altera as Leis nº 9.657, de 3 de junho<br />

de 1998, 10.480, de 2 de julho de 2002, 11.314, de 3<br />

de julho de 2006, 11.344, de 8 de setembro de 2006,<br />

11.355, 11.356, 11.357 e 11.358, de 19 de outubro<br />

de 2006, 8.025, de 12 de abril de 1990, e 8.112, de<br />

11 de dezembro de 1990 e dá outras providências.<br />

Senador Aloizio Mercadante. .................................. 250<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão nº<br />

6, de 2007 (proveniente da Medida Provisória nº 341,<br />

de 2006), que altera as Leis nº 9.657, de 3 de junho<br />

de 1998, 10.480, de 2 de julho de 2002, 11.314, de 3<br />

de julho de 2006, 11.344, de 8 de setembro de 2006,<br />

11.355, 11.356, 11.357 e 11.358, de 19 de outubro<br />

de 2006, 8.025, de 12 de abril de 1990, e 8.112, de<br />

11 de dezembro de 1990 e dá outras providências.<br />

Senador Epitácio Cafeteira. ..................................... 252


XIV<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão nº<br />

6, de 2007 (proveniente da Medida Provisória nº 341,<br />

de 2006), que altera as Leis nº 9.657, de 3 de junho<br />

de 1998, 10.480, de 2 de julho de 2002, 11.314, de 3<br />

de julho de 2006, 11.344, de 8 de setembro de 2006,<br />

11.355, 11.356, 11.357 e 11.358, de 19 de outubro<br />

de 2006, 8.025, de 12 de abril de 1990, e 8.112, de<br />

11 de dezembro de 1990 e dá outras providências.<br />

Senador Renato Casagrande. ................................ 253<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007 (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 341, de 2006), que altera as Leis nº 9.657, de 3<br />

de junho de 1998, 10.480, de 2 de julho de 2002,<br />

11.314, de 3 de julho de 2006, 11.344, de 8 de setembro<br />

de 2006, 11.355, 11.356, 11.357 e 11.358,<br />

de 19 de outubro de 2006, 8.025, de 12 de abril de<br />

1990, e 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e dá<br />

outras providências. Senador João Ribeiro. ......... 253<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007 (proveniente da Medida Provisória<br />

Pág. Pág.<br />

nº 341, de 2006), que altera as Leis nº 9.657, de 3<br />

de junho de 1998, 10.480, de 2 de julho de 2002,<br />

11.314, de 3 de julho de 2006, 11.344, de 8 de setembro<br />

de 2006, 11.355, 11.356, 11.357 e 11.358,<br />

de 19 de outubro de 2006, 8.025, de 12 de abril de<br />

1990, e 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e dá<br />

outras providências. Senador Heráclito Fortes. ..... 253<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007 (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 341, de 2006), que altera as Leis nº 9.657, de 3<br />

de junho de 1998, 10.480, de 2 de julho de 2002,<br />

11.314, de 3 de julho de 2006, 11.344, de 8 de setembro<br />

de 2006, 11.355, 11.356, 11.357 e 11.358,<br />

de 19 de outubro de 2006, 8.025, de 12 de abril de<br />

1990, e 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e dá<br />

outras providências. Senador César Borges. ....... 254<br />

Alegria pelo reconhecimento no STF da paridade<br />

dos servidores públicos, conquistada pela<br />

parceria entre Senado, servidores públicos, aposentados<br />

e pensionistas. Senador Paulo Paim. .... 490


Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15505<br />

Ata da 75ª Sessão Deliberativa Ordinária,<br />

em 22 de maio de 2007<br />

1ª Sessão Legislativa Ordinária da 53ª Legislatura<br />

Presidência dos Srs. Renan Calheiros, Tião Viana, Efraim Morais,<br />

Gerson Camata e Valdir Raupp<br />

ÀS 14 HORAS ACHAM-SE PRESENTES<br />

AS SRAS. E OS SRS. SENA<strong>DO</strong>RES:


2<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15506 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – A lista de presença acusa o comparecimento<br />

de 76 Srs. Senadores. Havendo número regimental,<br />

declaro aberta a sessão.<br />

Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – A Presidência comunica o recebimento da Mensagem<br />

nº 51, de 2007-CN (nº 326/2007, na origem),<br />

que encaminha ao Congresso Nacional, nos termos do<br />

§ 5º do art. 77 da Lei nº 11.439, de 29 de dezembro de<br />

2006, Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas,<br />

referente ao segundo bimestre de 2007.<br />

A mensagem vai à Comissão Mista de Planos,<br />

Orçamentos Públicos e Fiscalização.<br />

Será feita a devida comunicação à Câmara dos<br />

Deputados.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Sobre a mesa, projetos que passo a ler.<br />

São lidos os seguintes:


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

3<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15507


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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15508 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


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Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15509


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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15510 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


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Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15511


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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15512 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


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Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15513


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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15514 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15515


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Os projetos que acabam de ser lidos serão<br />

publicados e remetidos às Comissões competentes.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Encerrou-se ontem o prazo para apresentação<br />

de emendas ao Projeto de Lei do Senado nº 30, de<br />

2003, de autoria do Senador Sérgio Cabral, que acrescenta<br />

artigos à Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990<br />

– Código do Consumidor, obrigando a comunicação<br />

prévia da inclusão do consumidor em cadastros, bancos<br />

de dados, fichas ou registros de inadimplentes, e<br />

obrigando os fornecedores de bens e serviços a fixar<br />

data e turno para a entrega de bens e prestação de<br />

serviços (tramitando em conjunto com o Projeto de Lei<br />

do Senado nº 306, de 2003).<br />

Aos projetos não foram oferecidas emendas.<br />

As matérias serão incluídas em Ordem do Dia<br />

oportunamente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Srªs e Srs. Senadores, de acordo com comunicação<br />

feita no último dia 16 pelo Sr. Presidente Renan<br />

Calheiros, esta sessão deveria começar pela Ordem<br />

do Dia, para que possamos avançar na votação das<br />

medidas provisórias que estão na pauta.<br />

A Presidência quer, primeiro, fazer um apelo às<br />

Lideranças para que compareçam ao plenário a fim<br />

de que possamos, efetivamente, cumprir aquilo que foi<br />

acordado entre os próprios Líderes. Em segundo lugar,<br />

a Presidência, atendendo a determinação do Sr. Presidente<br />

Renan Calheiros, que acaba de ser transmitida<br />

por telefone – embora S. Exª já esteja se dirigindo ao<br />

plenário –, abrirá a sessão, passará a palavra aos oradores<br />

inscritos, avisando que, ao se completarem 41<br />

presentes efetivamente iniciaremos a Ordem do Dia,<br />

conforme foi acertado com os Srs. Líderes.<br />

Portanto, vamos começar a sessão concedendo a<br />

palavra pela ordem ao Senador Leomar Quintanilha.<br />

O SR. LEOMAR QUINTANILHA (PMDB – TO.<br />

Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Solicito a V. Exª<br />

que me inscreva para comunicações inadiáveis.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Havendo o período, depois da Ordem do Dia,<br />

V. Exª está inscrito.<br />

Senador Marco Maciel, pela ordem.<br />

O SR. MARCO MACIEL (PFL – PE. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, também pela<br />

ordem, apresento requerimento de pesar pelo falecimento<br />

do ex-Senador José Coelho. Eu gostaria de<br />

fazer uma breve manifestação relativa ao falecimento<br />

do ex-Senador, expressando o sentimento não apenas<br />

meu e da Bancada de Pernambuco, mas também de<br />

todo o Senado Federal.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – A Presidência se solidariza com os sentimentos<br />

do povo de Pernambuco face ao acontecimento.<br />

Oportunamente, será lido o requerimento, e será concedida<br />

a palavra a V. Exª para o encaminhamento do<br />

mesmo.<br />

Como primeiro orador inscrito, tem a palavra por<br />

dez minutos, o Senador Mozarildo Cavalcanti. Com a<br />

palavra V. Exª.<br />

O SR. MOZARIL<strong>DO</strong> CAVALCANTI (Bloco/PTB<br />

– RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do<br />

orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, um<br />

assunto que realmente preocupa o Legislativo como um<br />

todo é a questão das medidas provisórias que trancam<br />

a pauta e criam obstáculos, portanto, ao andamento<br />

dos trabalhos Legislativos. As estatísticas mostram que<br />

o Poder Executivo legisla mais do que o Legislativo,<br />

usando tanto as medidas provisórias quanto os projetos<br />

enviados em regime de urgência constitucional.<br />

Entretanto, Sr. Presidente, há outro obstáculo criado<br />

pelo próprio Legislativo que parece realmente ser<br />

incompreensível e sobretudo inaceitável. Alguns projetos<br />

aprovados pelo Senado estão na Câmara desde<br />

2000! São projetos que chegam lá e simplesmente nem<br />

sequer têm distribuição para as comissões, ou quando<br />

são distribuídos não são apreciados. Isso realmente<br />

frustra a expectativa do Parlamentar, pois seu projeto<br />

é aprovado aqui no Senado mas pára ao chegar na<br />

Câmara. E não vemos o inverso, quer dizer, o projeto<br />

aprovado na Câmara ficar aqui três, quatro anos para<br />

ser apreciado. Ao contrário. Acho até, Senador Leomar,<br />

que deveria haver um dispositivo...<br />

Já encomendei consulta à Assessoria Legislativa<br />

para saber que proposição seria adequada, se uma<br />

resolução que emende o Regimento de ambas as Casas,<br />

se uma legislação complementar ou ordinária, ou<br />

até mesmo uma emenda constitucional.<br />

Vejam V. Exªs, no meu caso: tenho vários projetos<br />

de interesse do meu Estado, de interesse da Amazônia<br />

que estão lá na Câmara há vários anos. Vou aqui<br />

enumerar alguns: projeto de emenda constitucional –<br />

portanto, votado em dois turnos aqui no Senado – que<br />

destina a instituições federais de ensino superior da<br />

Amazônia Legal meio por cento do que a União arrecada<br />

com o IPI e com o Imposto de Renda – desses<br />

dois impostos também se tiram o FPM e o FPE. Eu<br />

proponho que, do que resta para a União, meio por<br />

cento seja investido nas instituições federais de ensino<br />

superior da Amazônia Legal.<br />

Ora, Senador Leomar, que é também da Amazônia,<br />

as nossas universidades são novas – com exceção<br />

da do Pará e a do próprio Amazonas, que também é<br />

recente – e a maioria absoluta está em processo de


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consolidação. Meio por cento não significaria nenhuma<br />

perda para a União, até porque seria um investimento<br />

em educação superior, aí incluídos os Centros<br />

Federais de Ensino Tecnológico, as universidades, as<br />

faculdades isoladas. Isso seria o mínimo que o Brasil<br />

poderia dar para estimular nossas universidades na<br />

Amazônia a fazerem pesquisa, extensão, investirem<br />

na qualificação dos professores, melhorar seus laboratórios.<br />

No entanto, esse projeto, que aqui no Senado<br />

foi aprovado relativamente rápido, está lá na Câmara<br />

há anos sem sequer ser apreciado.<br />

Outro projeto também aprovado aqui autoriza<br />

o Poder Legislativo – portanto, o Poder Legislativo o<br />

faz no momento em que achar oportuno – a criar um<br />

colégio militar no Estado de Roraima, na capital Boa<br />

Vista, e outro colégio militar – agora por emenda do<br />

Senador Tião Viana – em Rio Branco, no Estado do<br />

Acre. Por quê? Vejam bem, a Amazônia representa 60%<br />

do território nacional. Onde estão os colégios militares<br />

do Brasil? Há apenas um na Amazônia, em Manaus;<br />

os outros estão no Sul, no Sudeste e no Nordeste. A<br />

Amazônia precisa que lá se formem militares com a<br />

visão da Região e o contato com a área.<br />

O Senador Tião Viana, que preside nossos trabalhos,<br />

coincidentemente foi o Relator desse projeto<br />

autorizativo; ou seja, não obriga o Poder Executivo a<br />

imediatamente criar o colégio. Também não foi votado<br />

na Câmara Federal. E o pior: a Comissão de Constituição,<br />

Justiça e Cidadania e o Plenário do Senado votaram<br />

pela constitucionalidade e juridicidade do projeto e<br />

a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania<br />

da Câmara disse que é inconstitucional.<br />

Sr. Presidente, a Universidade Federal de Roraima<br />

e o Centro Federal de Ensino Tecnológico de Roraima,<br />

que é uma escola técnica, são fruto de duas leis<br />

autorizativas de minha autoria quando era Deputado.<br />

Agora, ao sabor de uma interpretação, esse projeto é<br />

bloqueado.<br />

Outro projeto que apresentei logo no início do<br />

meu primeiro mandato de Senador foi o que cria um<br />

adicional tarifário para compor um fundo para investir<br />

na aviação regional. Ora, qual a importância desse<br />

projeto? Antes existia o adicional tarifário criado por<br />

uma portaria do antigo Departamento de Aviação Civil.<br />

As empresas grandes, entre elas a Varig, que já faliu,<br />

impetraram recursos na Justiça para não pagar esse<br />

adicional, porque deveriam pagar, em detrimento das<br />

empresas pequenas que fazem vôos principalmente<br />

para a Amazônia. O projeto foi emendado e incluíram<br />

toda a aviação regional brasileira. Cito um exemplo para<br />

mostrar que isso não ocorre apenas na Amazônia. Uma<br />

pessoa que venha de Porto Alegre vai ter que ir a São<br />

Paulo para depois ir para Londrina. A aviação regional<br />

não faz parte do planejamento, digamos assim, do setor<br />

aéreo do País e vem, portanto, liquidando, a cada<br />

dia, grandes empresas regionais que foram falindo. E<br />

esse adicional tarifário...<br />

O Sr. Heráclito Fortes (PFL – PI) – Senador<br />

Mozarildo Cavalcanti.<br />

O SR. MOZARIL<strong>DO</strong> CAVALCANTI (Bloco/PTB<br />

– RR) – Logo em seguida, concederei, com muito prazer,<br />

o aparte a V. Exª.<br />

Esse adicional tarifário agora, coincidentemente,<br />

junto com o apagão aéreo, foi aprovado na Comissão<br />

de Constituição, Justiça e de Cidadania da Câmara<br />

dos Deputados. Aí, qual a conexão que se fez? Ora,<br />

em pleno apagão aéreo está se querendo criar um<br />

adicional tarifário para o passageiro pagar e subsidiar,<br />

portanto, empresas aéreas regionais. É uma infeliz<br />

coincidência para um projeto que tem tudo a ver, em<br />

termos de importância, para o setor aéreo regional.<br />

Se tivessem atendido adequadamente às empresas<br />

regionais, como as que existem hoje na Amazônia – a<br />

Rico, a Tavaj e tantas outras – e as do Nordeste – a<br />

TAF e outras –, talvez estivéssemos muito mais bem<br />

servidos, e as grandes empresas aéreas descongestionadas.<br />

Mas não se vota; se engata.<br />

Eu gostaria de fazer um apelo à Presidência do<br />

Senado no sentido de que fizesse um entendimento<br />

com o Presidente da Câmara, para que, enquanto não<br />

for aprovado algum dispositivo que regule isso, se faça<br />

um acordo de cavalheiros no sentido de o Senado dar<br />

preferência aos projetos que vêm da Câmara, o que<br />

aliás ocorre, e a Câmara dar preferência aos projetos<br />

oriundos do Senado. Senão, uma Casa do Legislativo<br />

fica atrapalhando a outra.<br />

Senador Heráclito Fortes, concedo a V. Exª o<br />

aparte, com muito prazer.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana – Bloco/PT<br />

– AC) – Senador Heráclito Fortes, V. Exª tem a palavra<br />

para um aparte.<br />

O Sr. Heráclito Fortes (PFL – PI) – Congratulome<br />

com V. Exª pela oportunidade do assunto de trata.<br />

Em um país com as dimensões do Brasil, a aviação<br />

regional tem de ser prioridade, mas, infelizmente, não o<br />

é. V. Exª deu um exemplo, e eu vou lhe dar outro. Teresina<br />

tem uma ligação histórica com São Luís. O Senador<br />

Epitácio Cafeteira, que foi Governador do Maranhão, é<br />

testemunha disso. Se alguém de São Luís quiser ir a<br />

Teresina ou vice-versa, terá de passar por Brasília. Às<br />

vezes, pode passar por Fortaleza, mas terá de esperar<br />

horas e horas. Isso não se justifica! A sensibilidade de<br />

V. Exª, que vivencia esse problema na Região Norte,<br />

onde as dificuldades de comunicação são maiores que<br />

as nossas, inspira esta Casa a promover esse debate.<br />

Acredito que esse debate deve ser travado, para que


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se encontre uma solução e não apenas para registro<br />

nos Anais da Casa. Portanto, parabenizo V. Exª.<br />

O SR. MOZARIL<strong>DO</strong> CAVALCANTI (Bloco/PTB<br />

– RR) – Muito obrigado, Senador Heráclito Fortes.<br />

Acho realmente que a questão da aviação regional<br />

tem de ser muito destacada. Embora tenha coincidido<br />

com esse momento que atravessamos, considero o<br />

debate oportuno e o apoio.<br />

Senador Epitácio Cafeteira, com muito prazer,<br />

ouço V. Exª.<br />

O Sr. Epitácio Cafeteira (Bloco/PTB – MA) – Senador<br />

Mozarildo Cavalcanti, o aparte do Senador Heráclito<br />

Fortes procede, e procede mesmo porque...<br />

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)<br />

O Sr. Epitácio Cafeteira (Bloco/PTB – MA) – ...<br />

não tem sentido que, estando Teresina no meio da<br />

viagem entre São Luís e Brasília, a pessoa que quer<br />

ir a Teresina tenha de vir a Brasília para chegar ao seu<br />

destino. É preciso que haja um traçado de rotas que<br />

não prejudique o povo, mas que, ao contrário, ajudeo.<br />

Eu me congratulo com V. Exª pelo pronunciamento<br />

de hoje.<br />

O SR. MOZARIL<strong>DO</strong> CAVALCANTI (Bloco/PTB<br />

– RR) – Muito obrigado, Senador Epitácio Cafeteira.<br />

Realmente, foram três exemplos que dei aqui,<br />

Senador Tião Viana. Quanto a esse da aviação regional,<br />

repito que eu gostaria de pedir o apoio de V. Exª,<br />

que também é da região, para que esse projeto fosse<br />

aprovado na Câmara dos Deputados. Como foi modificado,<br />

ele ainda vai voltar ao Senado Federal, portanto,<br />

teremos de reexaminá-lo.<br />

Também peço que apóie o pleito do colégio militar<br />

em Rio Branco e em Boa Vista e a destinação de<br />

0,5% para as instituições federais de ensino superior<br />

na Amazônia.<br />

Vários outros projetos de minha autoria foram<br />

aprovados lá e também vários projetos de outros Senadores.<br />

Se, pelo menos, a Câmara dos Deputados<br />

desse prioridade a esses três...<br />

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)<br />

O SR. MOZARIL<strong>DO</strong> CAVALCANTI (Bloco/PTB<br />

– RR) – ...a região amazônica e a aviação regional do<br />

Brasil iriam agradecer com certeza.<br />

Muito obrigado.<br />

Durante o discurso do Sr. Mozarildo Cavalcanti,<br />

o Sr.Gerson Camata, 2º Secretário,<br />

deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada<br />

pelo Sr. Tião Viana, 1º Vice-Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Agradeço a V. Exª, Senador Mozarildo Cavalcanti.<br />

Concedo a palavra ao Senador Marco Maciel.<br />

O SR. MARCO MACIEL (PFL – PE. Pronuncia o<br />

seguinte discurso. Com revisão do orador.) – Sr. Presidente<br />

ilustre Senador Tião Viana, da representação do<br />

Acre nesta Casa do Congresso Nacional, Srªs e Srs.<br />

Senadores, estou entregando à Mesa um requerimento<br />

de pesar pelo falecimento do ex-Senador José Coelho,<br />

ocorrido sábado passado em Petrolina, sua terra natal,<br />

no Estado de Pernambuco.<br />

O referido requerimento é subscrito pelo Senador<br />

Jarbas Vasconcelos, ex-Governador de Pernambuco,<br />

pelo Senador Heráclito Fortes, que morou muito tempo<br />

em Pernambuco, onde conheceu o Senador José<br />

Coelho, pelo Senador Romero Jucá, Líder do Governo<br />

no Senado Federal e pernambucano de nascimento,<br />

pelo vice-Presidente Tião Viana, pelo Senador Leomar<br />

Quintanilha, pelo Senador Paulo Paim, e também pelos<br />

Senador Gerson Camata, Senador Epitácio Cafeteira<br />

e Senador Mozarildo Cavalcanti.<br />

Requeremos seja dada ciência da decisão do<br />

Senado à viúva, Dona Lívia Cléa Viana Coelho, sobrinha<br />

do ex-Senador Luiz Viana, aos seus oito filhos<br />

do casal – um dos quais é Deputado estadual e duas<br />

são casadas com diplomatas – Lívia com o Embaixador<br />

Renan Paes Barreto e Lídia, com o Embaixador<br />

César Amaral; aos seus irmãos – o ex-Deputado Federal<br />

Osvaldo Coelho, o Deputado Estadual Geraldo<br />

Coelho, Adalberto Coelho, empresário em Pernambuco<br />

e na Bahia, e Augusto Coelho, ex-Prefeito de Petrolina;<br />

assim como à Câmara Municipal de Petrolina, à<br />

Prefeitura da Cidade e também; a outras instituições<br />

a que o Senador José Coelho pertenceu.<br />

Sr. Presidente, o falecimento do Senador José<br />

Coelho provocou grande pesar em toda a sociedade<br />

pernambucana, especialmente na região sertaneja, pois<br />

era, como já recordei, petrolinense de nascimento.<br />

Ele era filho de Clementino Coelho, conhecido<br />

como “Coronel Quelé” e de D. Josefa de Souza Coelho.<br />

Casado com dona Lívia Cléa Viana Coelho, foi<br />

prefeito de Petrolina por dois mandatos, e três vezes<br />

vereador à Câmara Municipal da referida cidade. Além<br />

do mais, esta Casa sabe, exerceu, durante o período<br />

de 13 de março de 2001 a 10 de março de 2002, o<br />

mandato de Senador da República, em virtude do licenciamento<br />

do Senador José Jorge de Vasconcelos<br />

para desempenhar as funções de Ministro de Estado<br />

de Minas e Energia, no Governo Fernando Henrique<br />

Cardoso. Integrou no Congresso Nacional a Comissão<br />

de Orçamento, e nesta Casa, como titular, as Comissões<br />

de Educação, de Relações Exteriores e Defesa<br />

Nacional e, como suplente, a Comissão destinada a<br />

acompanhar o projeto de revitalização da Bacia Hidrográfica<br />

do Rio São Francisco, e as Comissões de Assuntos<br />

Econômicos e de Assuntos Sociais. Foi membro


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de várias entidades e clubes de serviço, havendo se<br />

dedicado integralmente à causa sertaneja, ou seja, à<br />

solução dos graves problemas especialmente da região<br />

do submédio São Francisco.<br />

José Coelho era bacharel em finanças pela Universidade<br />

Federal da Bahia. Foi presidente do Sindicato<br />

das indústrias do Trigo e de Massas Alimentícias e<br />

Biscoitos, pois atuava nesse setor; vice-presidente da<br />

Federação das Indústrias de Pernambuco por quatro<br />

mandatos e também presidente da Associação Rural<br />

de Petrolina.<br />

Era afiliado ao PFL e desempenhou em Petrolina<br />

a função de presidente do Diretório Municipal da<br />

agremiação.. Possuía várias condecorações, nacionais<br />

e estaduais, entre as quais destaco a Medalha do Pacificador,<br />

conferida pelo então Ministério do Exército,<br />

Grande Oficial da Ordem de Rio Branco, concedida<br />

pelo Presidente da República, e também medalhas<br />

pernambucanas: a do Mérito Guararapes, conferida<br />

pelo então Governador Jarbas Vasconcelos, e a do Mérito<br />

Judiciário, do Tribunal de Justiça de Pernambuco,<br />

entre muitas que merecidamente ostentava. Político e<br />

empresário, dotado da flama do otimismo e da virtude<br />

da generosidade, lúcido e operoso, José Coelho<br />

igualmente voltava os olhos para os mais carentes, e<br />

o fazia inspirado em princípios cristãos e na condição<br />

de devoto de Nossa Senhora Rainha dos Anjos, padroeira<br />

de Petrolina.<br />

Sr. Presidente, convivi com José Coelho durante<br />

quatro décadas. Telúrico, ele se caracterizava por<br />

albergar uma grande visão dos problemas nacionais,<br />

especialmente da economia nordestina, o que muito<br />

contribuiu para converter sua terra num grande pólo de<br />

desenvolvimento do submédio São Francisco. Quem<br />

conhece Petrolina de hoje, ou seja, o conjunto Petrolina-Juazeiro<br />

esta cidade baiana, não pode avaliar<br />

quanto essa região evoluiu, graças a ações desenvolvidas<br />

por José Coelho e pela liderança, também, de<br />

outros irmãos seus, entre os quais destaco o Senador<br />

Nilo Coelho, que, além de Deputado Federal em<br />

algumas legislaturas, foi Governador de Pernambuco,<br />

Deputado estadual, Senador e Presidente do Senado<br />

Federal e, nessa condição, portanto, Presidente do<br />

Congresso Nacional.<br />

Não só Nilo Coelho, gostaria de lembrar também<br />

outros irmãos seus, como Osvaldo Coelho, Deputado<br />

Federal por dez mandatos, e que igualmente tanto lutou<br />

pela terra, assim como Geraldo Coelho, Deputado<br />

Estadual, Augusto Coelho, médico, ex-Prefeito de Petrolina,<br />

Paulo Coelho, já falecido, entre tantos que se<br />

empenharam para transformar a referida região do São<br />

Francisco em um grande pólo de desenvolvimento.<br />

Sem querer me alongar, Sr. Presidente, refiro<br />

a um fato que acho muito oportuno neste momento.<br />

Como se sabe, a Cepal considerava que geralmente<br />

uma região, quando se convertia em subdesenvolvida,<br />

era muito difícil reverter o quadro. Certa feita, o<br />

então Presidente do BID, Enrique Iglesias, foi à região<br />

do São Francisco - ele tendo sido também um cepalino<br />

– e, ao sair, disse que, pela primeira vez, viu uma<br />

região subdesenvolvida se transformar em área em<br />

desenvolvimento.<br />

De fato, hoje, Pernambuco e a Bahia são Estados<br />

grandes exportadores não somente de frutas, mas<br />

também produtores de vinho e possuem uma economia<br />

muito desenvolvida gerando empregos, e, não posso<br />

deixar de mencionar, que muito cresceu na área de<br />

serviços, especialmente, de serviços médicos.<br />

O Sr. Jarbas Vasconcelos (PMDB – PE) – V.<br />

Exª me permite?<br />

O SR. MARCO MACIEL (PFL – PE) – Pois não,<br />

concedo, com prazer, o aparte solicitado pelo ex-Governador<br />

e Senador Jarbas Vasconcelos.<br />

O Sr. Jarbas Vasconcelos (PMDB – PE) – Senador<br />

Marco Maciel, V. Exª externa sempre com a sua<br />

habitual competência...<br />

O SR. MARCO MACIEL (PFL – PE) – Muito<br />

obrigado<br />

O Sr. Jarbas Vasconcelos (PMDB – PE) – ... o<br />

sentimento de todos os pernambucanos, até aqueles<br />

que militam em partidos que não eram da simpatia,<br />

talvez, do Senador Zé Coelho. Ele não foi somente um<br />

empresário empreendedor, ele foi quase que mais da<br />

metade da vida chefe de um clã e exemplar chefe de<br />

família, criando os seus filhos com carinho, com determinação,<br />

vendo depois todos eles vitoriosos na vida.<br />

Era um homem íntegro, um homem de palavra, uma<br />

pessoa amiga, que honrava as melhores tradições do<br />

nosso Estado e tinha um amor profundo pela sua Petrolina.<br />

De forma que foi uma grande perda para todos<br />

nós, pernambucanos, na política e no meio empresarial.<br />

Era um homem que conhecia profundamente<br />

o semi-árido e se dedicava com muito entusiasmo à<br />

causa sertaneja. Ninguém melhor do que V. Exª, que<br />

o conheceu durante mais de quarenta anos, conviveu,<br />

recebeu sempre o seu apoio, quer nas disputas do Parlamento<br />

quer nas disputas das eleições majoritárias.<br />

Dessa forma, além de registrar o meu sentimento, quero<br />

incorporar-me à manifestação de V. Exª e manifestar à<br />

família enlutada o nosso pesar.<br />

O SR. MARCO MACIEL (PFL – PE) – Nobre Senador<br />

Jarbas Vasconcelos, em seu conciso aparte, V.<br />

Exª chamou a atenção para dois fatos realmente importantes<br />

da vida de José Coelho: a sua vocação para


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servir e o seu conhecimento bastante aprofundado das<br />

questões do semi-árido.<br />

Os depoimentos que ele deixou nesta Casa como<br />

Senador expressam bem o que V. Exª acabou de dizer.<br />

Há, inclusive, um pronunciamento que considero muito<br />

bem escrito sobre a questão da revitalização do São<br />

Francisco. E o cito:<br />

A maior parte do território pernambucano<br />

está localizada no semi-árido (83%), área<br />

que conta com baixa densidade populacional,<br />

em decorrência de uma histórica convivência<br />

com as mazelas impostas pelas características<br />

climáticas da região, implicando, destarte,<br />

freqüentes migrações de seus habitantes para<br />

centros mais desenvolvidos e que possam oferecer<br />

melhores perspectivas de vida.<br />

Nesse cenário, a agricultura irrigada –<br />

com destaque para a fruticultura, em especial<br />

os cultivos de manga e de uva – na área<br />

polarizada pelo Município de Petrolina, antevista<br />

há mais de três décadas pelo estadista<br />

e Governador de Pernambuco na época, Nilo<br />

de Souza Coelho, tem-se caracterizado como<br />

um atenuante, gerando um incomensurável<br />

número de oportunidades diretas e indiretas<br />

de trabalho e minimizando, em parte, o quadro<br />

de desemprego no Estado.<br />

A propósito, há de se destacar, como fato<br />

positivo recente, o decreto assinado por .S.<br />

Exª o Presidente Fernando Henrique Cardoso,<br />

no Dia Mundial do Meio Ambiente, criando<br />

o projeto de conservação e revitalização do<br />

rio São Francisco, de importância estratégica<br />

para o desenvolvimento regional, em especial<br />

do semi-árido nordestino, incluindo ações de<br />

despoluição, conservação do solo e convivência<br />

com a seca, cuja bacia, com aproximadamente<br />

630 mil km², corresponde a 8% da<br />

área territorial do País, abriga um contingente<br />

populacional de 12,2 milhões de habitantes,<br />

distribuídos por 503 Municípios em 7 Estados<br />

da Federação.<br />

Neste momento, destaco a atuação do<br />

Governador de Pernambuco – Dr. Jarbas Vasconcelos<br />

–, em sua constante batalha para carrear<br />

novos investimentos para o nosso Estado,<br />

sempre respaldado por S.Exª o Vice-Presidente<br />

Marco Antônio de Oliveira Maciel”.<br />

Também não posso deixar de mencionar o que<br />

V. Exª lembrou, Senador Jarbas Vasconcelos: além de<br />

empresário, o Senador José Coelho foi um líder político<br />

que muito ajudou, através de convites a autoridades e<br />

empresários para que conhecessem melhor as questões<br />

relativas ao semi-árido. .<br />

Ouço, agora, o nobre Líder, Senador Romero<br />

Jucá.<br />

O Sr. Romero Jucá (PMDB – RR) – Senador<br />

Marco Maciel, quero também corroborar as palavras<br />

de V. Exª sobre o sentimento de dor e de perda de<br />

todo o povo pernambucano e brasileiro. A passagem<br />

do Senador José Coelho pelo Senado foi importante.<br />

Tivemos a oportunidade de trabalhar juntamente com<br />

S. Exª e de ver todas essas qualidades e esses compromissos<br />

que V. Exª relatou. Portanto, Pernambuco<br />

sofre uma perda grande. Quero também me solidarizar<br />

com a família, registrar os nossos sentimentos. Ele deixou<br />

um grande exemplo no nosso Estado que, tenho<br />

certeza, será seguido. Quero abraçar toda a família,<br />

os parentes da família Coelho. Realmente sentimos<br />

muito a perda que V. Exª relata no plenário.<br />

O SR. MARCO MACIEL (PFL – PE) – Agradeço,<br />

nobre Senador Romero Jucá, o aparte de V. Exª, que<br />

é mais um testemunho de reconhecimento ao trabalho<br />

do finado Senador José Coelho. E V. Exª conhece,<br />

por ser pernambucano, os nossos problemas e sabe<br />

como não somente ele, mas a sua família e todos os<br />

que em torno dele circundavam e compartilhavam dos<br />

mesmos sonhos contribuíram para a melhoria da região<br />

nordestina e, de modo especial, da região mais débil,<br />

mais fraca do Nordeste, que é justamente o semi-árido,<br />

inclusive a Caatinga.<br />

Sr. Presidente, prosseguindo – e sem querer<br />

me alongar –, eu dizia que participei de muitas lutas<br />

ao lado de José Coelho e aprendi com ele a exercitar<br />

providências que elevassem a condição de vida<br />

dos sertanejos, buscando superar a adversidade das<br />

secas e promover políticas voltadas para melhorar o<br />

seu bem-estar.<br />

José Coelho morreu, porém, sem ver concluída<br />

uma grande aspiração sua, que era a duplicação da<br />

ponte Eurico Dutra sobre o rio São Francisco, uma obra<br />

fundamental para incrementar o intercâmbio entre o<br />

Nordeste, o Sudeste. E o Sul<br />

Hoje, a ponte tem um tráfego de mais de 30 mil<br />

veículos/dia, a maioria, veículos pesados, ônibus e caminhões<br />

que transportam cargas. E a duplicação dela<br />

muito vai contribuir para que a economia nordestina<br />

possa aumentar o seu intercâmbio com o Sudeste e<br />

o Sul do País e, assim, melhorar a oferta de emprego,<br />

pois isso contribuirá em muito para expandir as atividades<br />

no submédio do São Francisco.<br />

Sr. Presidente, José Coelho era um ente coletivo.<br />

Além de suas inúmeras qualidades, inclusive como pai<br />

de família, como lembrou o Senador Jarbas Vasconcelos,<br />

era uma pessoa que sabia ser amigo, e somen-


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15562 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

te assim é possível ter amigos. José Coelho era um<br />

excelente amigo e a ele não faltava o dom essencial<br />

da lealdade, sem a qual não se define uma autêntica<br />

amizade.<br />

Cícero, o romano, em seu livro “Da Amizade”, diz<br />

que “uns preferem a riqueza, outros a saúde, outros<br />

ainda o poder e as honras”, mas ressalta: “exceto a<br />

sabedoria, nada de melhor receberam os homens dos<br />

deuses”, do que a amizade, pois, sem esta, a prática<br />

da virtude é impossível. .<br />

Encerro, portanto, Sr. Presidente, dizendo que a<br />

morte do Senador José Coelho, por todos os motivos,<br />

não deixou triste apenas seus familiares e amigos, mas<br />

igualmente os nordestinos que conheceram a sua dedicação<br />

ao Nordeste.<br />

Muito obrigado a V.Exª.<br />

É o seguinte o requerimento encaminhado:


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15563<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana – Bloco/PT<br />

– AC) – Agradeço a V.Exª<br />

Para encaminhar o requerimento, ouço o Senador<br />

Heráclito Fortes, por cinco minutos.<br />

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI. Para encaminhar.<br />

Sem revisão do orador.) – Senador Marco<br />

Maciel, eu me associo a V. Exª nessa homenagem que<br />

presta a essa figura extraordinária do ex-Senador José<br />

Coelho, membro de um clã de pernambucanos que<br />

muito colaboraram para a história daquele Estado.<br />

Conheci-o pessoalmente e convivi com o Senador<br />

José Coelho quando para cá veio em substituição<br />

ao Senador José Jorge, que ocupava o cargo de Ministro<br />

da Minas e Energia. Pude ver a bravura e a de-<br />

dicação com que José Coelho defendeu o projeto, no<br />

Orçamento, para a duplicação da ponte Eurico Dutra,<br />

sobre a qual V. Exª tão bem acabou de falar.<br />

Ele era daqueles homens que lutavam com garra<br />

– aliás, uma tradição da sua família – pelos interesses<br />

do seu Município, do seu Estado e da sua Região. Vi<br />

José Coelho, inclusive, em determinado momento,<br />

chegar ás lágrimas, brigando na Comissão de Orçamento,<br />

por causa da insensibilidade, muitas vezes,<br />

de companheiros, para que a sua região não fosse<br />

prejudicada.<br />

Trago dele a imagem fantástica de um nordestino<br />

bravo e lutador. Quero associar-me a V. Exª enviando<br />

condolências a todos os seus familiares, de maneira


60<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15564 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

muito especial a suas filhas, quem V. Exª aqui muito<br />

bem retratou. Elas são casadas com dois diplomatas<br />

e têm participação muito ativa na vida dos dois.<br />

Quero apresentar meu pesar a Lívia e Lídia, com<br />

as quais convivo, e estendo esse sentimento ao Diplomata<br />

César Amaral, meu amigo, por quem tenho grande<br />

respeito e admiração e que serve hoje na Embaixada<br />

do Brasil na Jamaica. Deixo aqui o meu respeito e meu<br />

pesar, pois sei que a Cidade de Petrolina está enlutada<br />

pela perda desse grande pernambucano.<br />

Portanto, associo-me a V. Exª e envio, por intermédio<br />

de César Amaral, nosso Embaixador na Jamaica,<br />

mas que se encontra no Brasil exatamente acompanhando<br />

a enfermidade e agora morte do seu sogro, a<br />

sua mulher, a sua cunhada e a todos os seus familiares,<br />

o meu sentimento de pesar associando-me ao sentimento<br />

inicial aqui manifestado pelos Senadores Marco<br />

Maciel e Jarbas Vasconcelos, dois representantes de<br />

Pernambuco, reforçado pelo nosso Senador Romero<br />

Jucá, que, embora representante de Roraima, tem em<br />

Pernambuco a sua origem.<br />

Era o que tinha a dizer.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– A Mesa encaminhará o voto de pesar pelo Senador<br />

Marco Maciel e outros Senadores e associa-se às<br />

manifestações de pesar em nome do Senado e em<br />

respeito à família.<br />

O requerimento vai ao arquivo.<br />

Sobre a mesa, requerimento que passo a ler.<br />

É lido o seguinte:


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15565<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– O requerimento que acaba de ser lido será despachado<br />

à Mesa para decisão, nos termos do art. 216,<br />

III, do Regimento Interno.<br />

Sobre a mesa, requerimentos que passo a ler.<br />

São lidos os seguintes:<br />

REQUERIMENTO Nº 568, DE 2007<br />

Senhor Presidente,<br />

Tendo sido designado por Vossa Excelência para<br />

compor a Comitiva oficial do Estado de Santa Catarina<br />

na Assembléia Geral da OIE – Organização Internacional<br />

das Epizootias, que deverá emitir parecer sobre<br />

a liberação do Estado, de área livre de febre aftosa<br />

sem vacinação, a realizar-se nos dias 23 a 26 de maio<br />

corrente, em Paris, França. Venho solicitar, nos termos<br />

do inciso II, a, do artigo 40 do Regimento Interno do<br />

Senado Federal, seja concedida licença para desempenhar<br />

a referida missão.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Neuto de Conto, PMDB/SC.<br />

Of.INT.GSLP nº 93/2007<br />

Brasília, 21 de maio de 2007<br />

Excelentíssimo Senhor<br />

Senador Renan Calheiros<br />

DD. Presidente do Senado Federal<br />

Nesta<br />

Senhor Presidente,<br />

Encaminho a Vossa Excelência a cópia anexa de<br />

correspondência anexa, pela qual o Governador de Santa<br />

Catarina solicita a V. Exª a indicação de representante<br />

desta Casa para compor a comitiva oficial catarinense<br />

para viagem a França, no período de 23 a 26-5-2007.<br />

Conforme registra, o objetivo da viagem é participação<br />

nas reuniões da Assembléia Geral da OIE<br />

– Organização das Epizootias, que deverá emitir parecer<br />

sobre a liberação do Estado de Santa Catarina<br />

de área livre de febre aftosa sem vacinação.<br />

Isto posto, solicito a necessária autorização de V.<br />

Exª para que as despesas com transporte e hospedagem<br />

sejam custeadas pelo Senado Federal.<br />

Antecipando os melhores agradecimentos pela atenção<br />

dispensada, formulo ao ilustre Presidente os votos de<br />

crescente êxito no desempenho de suas atribuições.<br />

Atenciosamente, Senador Neuto de Conto,<br />

PMDB/SC.<br />

Ofício GG nº 2910071.1<br />

Nº 70/2007<br />

Florianópolis, 21 de maio de 2007<br />

Excelentíssimo Senhor<br />

Senador Renan Calheiros<br />

Presidente do Senado Federal<br />

Praça dos Três Poderes<br />

70165-900 – Brasília/DF<br />

Senhor Presidente,<br />

Dirijo-me a Vossa Excelência formular pedido de<br />

desconsideração aos termos do Ofício GG nº 63/2007<br />

– PRCC nº 2.910/071, datado de 3 de maio de 2007, em<br />

razão de transferência de data e roteiro de viagem.<br />

Aproveito a oportunidade para solicitar a indicação<br />

de representante desse Senado para compor a comitiva<br />

oficial do Estado de Santa Catarina que empreenderá<br />

viagem à França no período de 23 a 26 de maio de<br />

2007, conforme especifica a agenda anexa.<br />

O objetivo da viagem é participação nas reuniões<br />

da Assembléia Geral da OIE – Organização Internacional<br />

das Epizootias, que deverá emitir parecer sobre


62<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15566 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

a liberação do Estado de Santa Catarina de área livre<br />

de febre aftosa sem vacinação.<br />

Atenciosamente, Luiz Henrique da Silveira, Governador<br />

do Estado.<br />

VIAGEM <strong>DO</strong> GOVERNA<strong>DO</strong>R<br />

LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA PARA FRANÇA<br />

PERÍO<strong>DO</strong> 23 A 26 DE MAIO DE 2007<br />

Dia 23 de maio (quarta-feira) – Florianópolis/São<br />

Paulo/Paris<br />

• Deslocamento de Florianópolis para São Paulo<br />

com aeronave do Estado<br />

• Chegada em São Paulo<br />

• 16h45 – Embarque de São Paulo para Paris<br />

pelo vôo AF 455<br />

Dia 24 de maio (quinta-feira) – Paris<br />

• 8h50 – Chegada em Paris<br />

Instalação no Hotel Claridge Bellmann 37, Rue<br />

François Premier – Paris 75008<br />

Fone: 33 1 47235442<br />

Fax: 33 1 47230884<br />

• 15h00 – Encontro com a Sra. Helene Mazeron<br />

responsável pelo mercado brasileiro no ENA, Universidade<br />

Padrão Francesa para o ensino Público.<br />

Local: 2, avenue de L’Observatoire, no 6º arrondissement.<br />

Tel.: 1 44 4185 81<br />

• Participação na Assembléia Geral da OIE – Organização<br />

Internacional das Epizootias, que acontece<br />

de 20 a 25 de maio.<br />

Contato: Delegado Jamil, da Delegacia do Ministério<br />

da Agricultura<br />

Tel.: (61) 9976-9825<br />

Dia 25 de maio (sexta-feira) – Paris<br />

• Participação na Assembléia Geral da OIE – Organização<br />

Internacional das Epizootias, que acontece<br />

de 20 a 25 de maio.<br />

Dia 26 de maio (sábado) – Paris/São Paulo<br />

• 23h15 – Embarque para São Paulo pelo vôo<br />

AF 454<br />

Dia 27 de maio (domingo) – São Paulo/Florianópolis<br />

• 5h45 – Chegada em São Paulo<br />

• 8h10 – Embarque de São Paulo para Florianópolis<br />

pelo vôo JJ 3099<br />

• 9h15 – Chegada em Florianópolis<br />

REQUERIMENTO Nº 569, DE 2007<br />

Requer a realização de Sessão Solene<br />

Especial para comemorar o centenário do<br />

nascimento do escritor Mário Quintana.<br />

Excelentíssimo Senhor, Presidente do Senado<br />

Federal, Senador Renan Calheiros<br />

Com fundamento no disposto no art. 154, inciso<br />

III, do Regimento Interno do Senado Federal, requeiro<br />

a Vossa Excelência a realização, em data a ser oportuna<br />

e brevemente marcada – preferencialmente no mês<br />

de junho, para comemorar o centenário de nascimento<br />

do Escritor Mário Quintana – (30-7-2006), de Sessão<br />

Solene Especial destinada a homenageá-lo.<br />

Justificação<br />

Mário Quintana nasceu em 30-7-1906 na cidade<br />

de Alegrete – RS e, no decorrer do presente ano, completaria<br />

100 anos. Entretanto, o ilustre escritor gaúcho<br />

faleceu em 1994.<br />

Por execrar a chatice, a longuidão, é que o escritor<br />

adorava a síntese. Mário inicia na infância o aprendizado<br />

da língua francesa, idioma muito usado em sua casa.<br />

Conclui o curso primário, na escola do português Antônio<br />

Cabral Beirão. Em 1919 vai estudar em regime de<br />

internato no Colégio Militar de Porto Alegre. É quando<br />

começa a traçar suas primeiras linhas e publica seus<br />

primeiros trabalhos na revista Hyloea, da Sociedade<br />

Cívica e Literária dos Alunos do Colégio Militar.<br />

Cinco anos depois sai da escola e vai trabalhar<br />

como caixeiro (atendente) na Livraria do Globo, contrariando<br />

seu pai, que queria o filho doutor. Mas Mário<br />

permanece por lá nos três meses seguintes. Aos 17<br />

anos publica um soneto em jornal de Alegrete, com o<br />

pseudônimo JB. O poema era tão bom que seu Celso<br />

queria contar que era pai do poeta.<br />

Em 1925 retorna a Alegrete e passa a trabalhar na<br />

farmácia de propriedade de seu pai. Nos dois anos seguintes<br />

a tristeza marca a vida do jovem Mário: a perda<br />

dos pais. Primeiro sua mãe, em 1926, e no ano seguinte,<br />

seu pai. Mas a alegria também não estava ausente e<br />

se mostra na premiação do concurso de contos do jornal<br />

Diário de Notícias de Porto Alegre com A Sétima<br />

Passagem e na publicação de um de seus poemas na<br />

revista carioca Para Todos, de Álvaro Moreyra.<br />

Aos 23 anos vai para a redação do jornal O Estado<br />

do Rio Grande traduzir telegramas e redigir<br />

uma seção chamada O Jornal dos Jornais. O veículo<br />

era comandado por Raul Pilla, sendo considerado por<br />

Quintana como seu melhor patrão.<br />

A Revista do Globo e o Correio do Povo publicam<br />

seus versos em 1930, ano em que eclode o<br />

movimento liderado por Getúlio Vargas e O Estado do<br />

Rio Grande é fechado. Quintana parte para o Rio de<br />

Janeiro e torna-se voluntário do 7º Batalhão de Caçadores<br />

de Porto Alegre. Seis meses depois retorna a<br />

capital gaúcha e reinicia seu trabalho na redação de<br />

O Estado do Rio Grande já reaberto.<br />

Em 1934 a Editora Globo lança a primeira tradução<br />

feita por Mário. Trata-se de uma obra de Giovanni<br />

Papini, intitulada Palavras e Sangue. A partir daí, segue-se<br />

uma série de obras francesas traduzidas para


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

63<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15567<br />

a Editora Globo. O poeta é responsável pelas primeiras<br />

traduções no Brasil de obras de autores do quilate<br />

de Voltaire, Virginia Woolf, Charles Morgan, Marcel<br />

Proust, entre outros.<br />

Após dois anos ele deixa a Editora Globo e transfere-se<br />

para a Livraria do Globo, onde vai trabalhar com<br />

Érico Veríssimo, que lembra de Quintana justamente<br />

pela fluência na língua francesa. Nesta época seus<br />

textos publicados na revista Ibirapuitan chegam ao<br />

conhecimento de Monteiro Lobato, que pede ao poeta<br />

gaúcho uma nova obra. Quintana escreve, então,<br />

Espelho Mágico, que só é publicado em 1951, com<br />

prefácio de Lobato.<br />

Na década de 40, Quintana é alvo de elogios dos<br />

maiores intelectuais da época e recebe uma indicação<br />

para a Academia Brasileira de Letras, que nunca se<br />

concretizou.<br />

Como colaborador permanente do Correio do<br />

Povo, Mario Quintana publica semanalmente Do Caderno<br />

H, que, conforme ele mesmo, se chamava assim,<br />

porque era feito na última hora, na hora “H”.<br />

Em agosto de 1966 o poeta é homenageado na<br />

Academia Brasileira de Letras pelos ilustres Manuel<br />

Bandeira e Augusto Meyer. Neste mesmo ano sua obra<br />

Antologia Poética recebe o Prêmio Fernando Chinaglia<br />

de melhor livro do ano. No ano seguinte, vem o título de<br />

Cidadão Honorário de Porto Alegre. Esta homenagem,<br />

concedida em 1967, e uma placa de bronze eternizada<br />

na praça principal de sua terra natal, Alegrete, no<br />

ano seguinte, sempre eram citadas por Mário como<br />

motivo de orgulho. Nove anos depois, recebe a maior<br />

condecoração do Governo do Rio Grande do Sul: a<br />

medalha Negrinho do Pastoreio.<br />

Na década de 80 o poeta recebe diversas honrarias,<br />

entre elas: o Prêmio Machado de Assis, da Academia<br />

Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra e em 1981,<br />

reverência pela Câmara de Indústria, Comércio, Agropecuária<br />

e Serviços de Passo Fundo, durante a Jornada de<br />

Literatura Sul-rio-grandense, de Passo Fundo.<br />

Em 1982, recebe o título de Doutor Honoris Causa,<br />

concedido pela Universidade Federal do Rio Grande do<br />

Sul (UFRGS). Oito anos depois, outras duas universidades,<br />

a Unicamp, de Campinas (SP), e a Universidade Federal<br />

do Rio de Janeiro (UFRJ) concedem o mesmo tipo de<br />

honraria a Mário Quintana. Mas talvez a mais importante<br />

tenha vindo em 1983, quando o Hotel Majestic, onde o<br />

poeta morou de 1968 a 1980, passa a chamar-se Casa<br />

de Cultura Mário Quintana. A proposta do então Deputado<br />

Ruy Carlos Ostermann obteve a aprovação unânime da<br />

Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul.<br />

Nos 80 anos de Mário Quintana, a Editora Globo<br />

lança a coletânea 80 Anos de Poesia. Em 1989, é eleito<br />

o Príncipe dos Poetas Brasileiros, pela Academia Nilopolitana<br />

de Letras, Centro de Memórias e Dados de Nilópolis<br />

e pelo jornal carioca A Voz. Em 1992, A Rua dos<br />

Cataventos tem uma edição comemorativa aos 50 anos<br />

de sua primeira publicação, patrocinada pela UFRGS.<br />

Em 5 de maio de 1994, aos 88 anos, Mário Quintana<br />

nos deixa para enriquecer o céu com suas belas<br />

poesias.<br />

As palavras de Mário sobre ele mesmo:<br />

“Nasci em Alegrete, em 30 de julho de<br />

1906. Creio que foi a principal coisa que me<br />

aconteceu. E agora pedem-me que fale sobre<br />

mim mesmo. Bem! Eu sempre achei que<br />

toda confissão não transfigurada pela arte é<br />

indecente. Minha vida está nos meus poemas,<br />

meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi<br />

uma vírgula que não fosse uma confissão. Ah!<br />

mas o que querem são detalhes, cruezas, fofocas...<br />

Aí vai! Idades só há duas: ou se está vivo<br />

ou morto. Neste último caso é idade demais,<br />

pois foi-nos prometida a Eternidade”.<br />

Sala das Sessões, junho de 2006. – Senador<br />

Pedro Simon.<br />

REQUERIMENTO N° 570, DE 2007<br />

Senhor Presidente,<br />

Tendo sido designado por V. EXª para participar<br />

da jornada sobre a colaboração entre Espanha e Brasil<br />

em matéria de cooperativas habitacionais, que se realizará<br />

em Madrid, no próximo dia 28 de maio, requeiro,<br />

nos termos do art. 55, III, da Constituição Federal, e<br />

do art. 40, § 1º, inciso I, do Regimento Interno, a necessária<br />

autorização para o desempenho da referida<br />

missão no período de 28-5-2005 a 31-5-2007.<br />

Informo que estarei ausente do País no período<br />

de 28-5-2007 a 31-5-2007.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Jonas Pinheiro.


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15568 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


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Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15569<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Os requerimentos que acabam de ser lidos serão<br />

apreciados oportunamente.<br />

Sobre a mesa, ofício que passo a ler.<br />

É lido o seguinte:<br />

Ofício nº 119/07-GLPSDB<br />

Brasília, 22 de maio de 2007<br />

Senhor Presidente,<br />

Nos termos regimentais, indico a V. Exª, o Senador<br />

Flexa Ribeiro, para integrar como suplente a Comissão<br />

de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e<br />

Fiscalização e Controle, em substituição ao Senador<br />

Mário Couto.<br />

Na oportunidade, renovo protestos de apreço e<br />

distinta consideração.<br />

Atenciosamente, Senador Arthur Virgílio, Líder<br />

do PSDB.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Será feita a substituição solicitada.<br />

Sobre a mesa, propostas de emenda à Constituição<br />

que passo a ler.<br />

São lidas as seguintes:


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15570 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


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Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15571


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15572 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


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Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15573


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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15574 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15575


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15576 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15578 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15580 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

77<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15581


78<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15582 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

79<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15583


80<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15584 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

81<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15585


82<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15586 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

83<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15587


84<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15588 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

85<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15589


86<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15590 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

87<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15591


88<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15592 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT –<br />

AC) – As propostas de emenda à Constituição que<br />

acabam de ser lidas estão sujeitas às disposições<br />

constantes dos arts. 354 e seguintes do Regimento<br />

Interno.<br />

As matérias serão publicadas e remetidas à Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Sobre a mesa, expediente que passo a ler.<br />

É lido o seguinte:<br />

Ofício PGR/GAB/nº 469<br />

A Sua Excelência a Senhor<br />

Senador Renan Calheiros<br />

Presidente do Senado Federal<br />

Brasília, 2 de maio de 2007<br />

Senhor Presidente,<br />

Em atenção ao Of. SF nº 1.632/2006, indico os<br />

servidores do Ministério Público Federal Fausto Arantes<br />

Porto (Matrícula 3755-9) e Ana Cristina Silva Rola (Matrícula<br />

9877-9) para selecionar, sempre que for necessário,<br />

o material produzido pela denominada Comissão<br />

Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios.<br />

Informo, conforme consta no Aviso nº 293 – GP/<br />

TCU (cópia em anexo), que o ACE Antônio Ricardo<br />

Pires dos Santos (Matrícula TCU nº 2673-5) também<br />

está credenciado para auxiliar os servidores do Ministério<br />

Público Federal nos trabalhos que forem necessários.<br />

Deste modo, solicito que Vossa Excelência, com<br />

a brevidade possível indique o nome, cargo, telefone<br />

funcional e e-mail funcional do servidor do Senado<br />

Federal que deverá ser procurado sempre que houver<br />

necessidade da seleção de documentos, tendo em<br />

vista que já há demanda a ser atendida.<br />

Atenciosamente, Antonio Fernando Barros e<br />

Silva de Souza, Procurador-Geral da República.<br />

Aviso nº 293 – GP/TCU<br />

Brasília, 14 de março de 2007<br />

A Sua Excelência o Senhor<br />

Doutor Antonio Fernando Barros e Silva Souza,<br />

Procurador-Geral de República<br />

Brasília-DF<br />

Senhor Procurador-Geral,<br />

Em atenção ao Ofício PGR/GAB/nº 247, de<br />

8-3-2007, dessa procedência, informo a Vossa Excelência<br />

que autorizei o ACE Antônio Ricardo Pires<br />

dos Santos, matrícula TCU nº 2673-5, a participar<br />

dos trabalhos a serem realizados pelo Ministério Público<br />

Federal, junto ao Senado Federal, na coleta de<br />

documentos que fundamentaram o relatório final da<br />

CPMI “dos correios”.<br />

Na oportunidade, solicito a Vossa Excelência que<br />

informe a este Tribunal, com a devida antecedência,<br />

os períodos em que o referido servidor deverá estar à<br />

disposição da Procuradoria da República no Distrito<br />

Federal, de forma que ele possa conciliar as tarefas<br />

que lhe forem designadas com as atividades que atualmente<br />

desempenha no Serviço de Gestão de Informações<br />

Estratégicas do TCU.<br />

Atenciosamente, Walton Alencar Rodrigues,<br />

Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– O expediente lido, juntado ao processado do Requerimento<br />

nº 3, de 2005-CN (CPMI dos Correios), vai à<br />

publicação.<br />

A solicitação foi atendida em 14 de maio corrente,<br />

pelo Ofício SGM nº 684/2007.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– A Presidência recebeu do Supremo Tribunal Federal,<br />

em conformidade com o art. 103-B, incisos IV e V,<br />

respectivamente, da Constituição Federal, as seguintes<br />

matérias:<br />

– Ofício nº S/28, de 2007 (nº 41/2007, na origem),<br />

de 15 do corrente, comunicando a indicação do<br />

Desembargador Rui Stoco para compor o Conselho<br />

Nacional de Justiça, referente ao biênio<br />

2007/2009; e<br />

– Ofício nº S/29, de 2007 (nº 41/2007, na origem),<br />

de 15 do corrente, comunicando a indicação da<br />

Juíza de 1º grau de jurisdição Andréa Maciel Pachá<br />

para compor o Conselho Nacional de Justiça,<br />

referente ao biênio 2007/2009;<br />

As matérias vão à Comissão de Constituição,<br />

Justiça e Cidadania.<br />

São os seguintes os Ofícios recebidos:


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

89<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15593


90<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15594 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

91<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15595


92<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15596 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

93<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15597


94<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15598 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

95<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15599


96<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15600 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

97<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15601


98<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15602 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

99<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15603


100<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15604 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

101<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15605


102<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15606 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

103<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15607


104<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15608 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

105<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15609


106<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15610 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

107<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15611


108<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15612 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

109<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15613


110<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15614 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

111<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15615


112<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15616 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

113<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15617


114<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15618 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

115<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15619


116<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15620 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

117<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15621


118<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15622 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

119<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15623


120<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15624 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

121<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15625


122<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15626 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

123<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15627


124<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15628 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

125<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15629


126<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15630 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

127<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15631


128<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15632 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

129<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15633


130<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15634 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

131<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15635


132<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15636 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

133<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15637


134<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15638 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

135<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15639


136<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15640 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

137<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15641


138<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15642 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

139<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15643


140<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15644 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

141<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15645


142<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15646 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

143<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15647


144<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15648 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

145<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15649


146<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15650 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

147<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15651


148<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15652 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

149<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15653<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– A Presidência recebeu do Ministério Público da União,<br />

em conformidade com o inciso I do art. 130-A, da Constituição<br />

Federal e do art. 5º da Emenda Constitucional<br />

nº 45, de 2004, as seguintes matérias:<br />

– Ofício nº S/ 30, de 2007 (nº 512/2007, na origem),<br />

de 14 de maio último, comunicando a indicação<br />

do Dr. Nicolao Dino de Castro e Costa Neto, Procurador<br />

Regional da República, para compor, o<br />

Conselho Nacional do Ministério Público;<br />

– Ofício nº S/ 31, de 2007 (nº 512/2007, na origem),<br />

de 14 de maio último, comunicando a indicação<br />

da Dra. Ivana Auxiliadora Mendonça Santos,<br />

Subprocuradora-Geral do Trabalho, para compor<br />

o Conselho Nacional do Ministério Público;<br />

– Ofício nº S/ 32, de 2007 (nº 512/2007, na origem),<br />

de 14 de maio último, comunicando a indicação<br />

do Dr. Osmar Machado Fernandes, Procurador<br />

da Justiça Militar, para compor o Conselho Nacional<br />

do Ministério Público; e<br />

– Ofício nº S/ 33, de 2007 (nº 512/2007, na origem),<br />

de 14 de maio último, comunicando a indicação<br />

do Dr. Diaulas Costa Ribeiro, Promotor de Justiça<br />

do Ministério Público do Distrito Federal e<br />

Territórios, para compor o Conselho Nacional do<br />

Ministério Público.<br />

As matérias vão à Comissão de Constituição,<br />

Justiça e Cidadania.<br />

São os seguintes os Ofícios recebidos:


150<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15654 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

151<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15655


152<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15656 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

153<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15657


154<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15658 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

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Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15733


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Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15735


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15737


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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15738 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15739


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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15740 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


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Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15741


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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15742 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


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Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15743


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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15744 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

241<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15745<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Srªs e Srs. Senadores, antes de passarmos à Ordem<br />

do Dia, a Presidência informa ao Plenário que estão<br />

disponibilizadas nas bancadas coleções de avulsos<br />

dos seguintes requerimentos com as matérias a que<br />

se referem: 30 de audiência de Comissão, 23 de desarquivamento<br />

de proposições, 2 de tramitação conjunta<br />

e 1 de desdobramento.<br />

Não havendo objeção do Plenário e sendo a pauta<br />

desobstruída, a Presidência propõe a apreciação dos<br />

referidos requerimentos, após a Ordem do Dia.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Passa-se à<br />

Item 2:<br />

ORDEM <strong>DO</strong> DIA<br />

PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO Nº 6, DE 2007<br />

(Proveniente da Medida Provisória nº 341, de 2006)<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos<br />

do § 6º do art. 62 da Constituição Federal.)<br />

Discussão, em turno único, do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 6, de 2007, que altera<br />

as Leis nºs 9.657, de 3 de junho de 1998,<br />

10.480, de 2 de julho de 2002, 11.314, de 3<br />

de julho de 2006, 11.344, de 8 de setembro de<br />

2006, 11.355, 11.356, 11.357 e 11.358, de 19<br />

de outubro de 2006, 8.025, de 12 de abril de<br />

1990, e 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e<br />

dá outras providências (proveniente da Medida<br />

Provisória nº 341, de 2006).<br />

A matéria constou da Ordem do Dia da sessão<br />

deliberativa ordinária da última quinta-feira, quando<br />

deixou de ser apreciada em virtude da falta de acordo<br />

para sua deliberação.<br />

Antes de submeter a matéria ao Plenário, a Presidência<br />

presta os seguintes esclarecimentos:<br />

– foram apresentadas à Medida Provisória 84 emendas;<br />

– a Proposição foi remetida à Câmara dos Deputados<br />

no dia 15 de fevereiro, tendo sido apreciada naquela<br />

Casa no dia 3 de abril;<br />

– o Relator da matéria naquela Casa foi o Deputado<br />

Filipe Pereira (PSC – RJ);<br />

– o prazo de vigência de sessenta dias foi prorrogado<br />

por igual período pelo Ato do Presidente do Congresso<br />

Nacional nº 15, de 2007 e se esgotará no dia<br />

1º de junho;<br />

– a Medida Provisória foi recebida formalmente pelo<br />

Senado Federal no dia 18 de abril.<br />

Prestados esses esclarecimentos, passa-se à<br />

apreciação da matéria.<br />

Concedo a palavra ao nobre Senador Expedito<br />

Júnior, Relator revisor da matéria.<br />

PARECER Nº 360, DE 2007 – PLEN<br />

O SR. EXPEDITO JÚNIOR (Bloco/PR – RO. Para<br />

emitir parecer. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

Srªs e Srs. Senadores, o Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007, que estamos encaminhando, é proveniente<br />

da Medida Provisória nº 341, de 2006. A Câmara<br />

dos Deputados o aprovou, concluindo pelo atendimento<br />

dos pressupostos constitucionais de relevância<br />

e urgência; pela sua constitucionalidade, juridicidade<br />

e técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação da<br />

Medida Provisória e das Emendas nºs 37 a 41, 43 e<br />

44, na forma de Projeto de Lei de Conversão que estamos<br />

agora examinando.<br />

Preliminarmente quero trazer à lembrança as razões<br />

que levaram o Presidente da República editar essa<br />

Medida Provisória. No ano de 2006, o Poder Executivo<br />

editou as Medidas Provisórias de nºs 295, 301, 302, 304<br />

e 305, promovendo uma verdadeira remodelação da<br />

estrutura de Recursos Humanos do Executivo Federal.<br />

Foram reestruturadas carreiras pré-existentes e estruturadas<br />

outras novas; houve revisões de remuneração,<br />

criação e modificação de gratificações, estabelecimento<br />

de critérios para promoção e progressão funcional.<br />

Durante sua tramitação houve intensa negociação.<br />

Foram ouvidas entidades representativas de servidores<br />

públicos federais, órgãos e entidades da administração<br />

direta e indireta. Entretanto, no momento da votação<br />

no Senado Federal foram identificadas imperfeições a<br />

serem corrigidas, mas as modificações implicariam retorno<br />

daquelas MPs à Câmara com conseqüente perda<br />

de prazo de vigência. Um amplo acordo por parte do<br />

Líder do Governo, Senador Romero Jucá, e das Lideranças<br />

da Oposição permitiram a aprovação daquelas<br />

medidas provisórias pelo Senado sem quaisquer<br />

emendas ao texto original, empenhando-se a palavra<br />

de que os ajustes necessários seriam feitos posteriormente<br />

por nova legislação – e é o que se faz agora por<br />

meio desta Medida Provisória nº 341, de 2006.<br />

Feitas essas considerações, passo a ler aqui a<br />

nossa análise:<br />

O PL nº 6/2007, originário da Medida Provisória<br />

nº 341, e que estamos, neste momento, examinando,<br />

é fruto de acordo entre o Governo e a Oposição e tem<br />

o objetivo de aperfeiçoar as imperfeições então observadas<br />

por este Senado. Em resumo, são as seguintes<br />

modificações adotadas:<br />

– permite a extinção gradual das gratificações<br />

dos servidores cedidos à Advocacia Ge-


242<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15746 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

ral da União – AGU, na medida em que forem<br />

formados quadros daquela Instituição;<br />

– ajusta a situação dos servidores da<br />

extinta Legião Brasileira de Assistência, em<br />

exercício no Centro de Promoção Social;<br />

– Abrigo Cristo Redentor introduz como<br />

exigência para a promoção de professores de<br />

primeiro e segundo grau para a classe especial<br />

a permanência, pelo menos, por dois anos, no<br />

nível 4 da classe 4 da respectiva carreira;<br />

– inclui o Plano Geral de Cargos, do Poder<br />

Executivo, os servidores públicos dos ex-<br />

Territórios Federais. Estabelece a remuneração<br />

dos integrantes da Polícia Civil do ex-Território<br />

pago pela União;<br />

– regulamenta o pagamento de taxa de<br />

ocupação de apartamentos funcionais;disciplina<br />

o auxílio-moradia devido dos servidores públicos<br />

ocupantes dos cargos em comissão;<br />

– cria cargos que serão incorporados à<br />

estrutura regimental da Anac;<br />

– cria cargos para grupos de Defesa Aérea<br />

e Controle de Tráfego Aéreo;<br />

– cria cargos de Agente de Inspeção<br />

Sanitária Industrial de Produtos de Origem<br />

Animal no cargo de pessoal no Ministério da<br />

Agricultura, Pecuária e Abastecimento;<br />

– cria dois cargos em comissões DAS-5;<br />

dois cargos DAS-4; dois cargos DAS-2 e dois<br />

cargos DAS-1;<br />

– prorroga, até 31 de julho de 2008, os<br />

prazos de vigência de contratos temporários da<br />

Anac, do Hospital das Forças Armadas – HFA<br />

– e do Ministério da Agricultura.<br />

As alterações promovidas pela Câmara dos Deputados<br />

à Medida Provisória nº 341 apenas atendem, até<br />

29 de junho de 2007, os prazos de enquadramento dos<br />

servidores nas carreiras disciplinadas da proposição e<br />

ampliam para 30 de junho de 2006 a data adotada como<br />

referência para estabelecer o direito ao enquadramento<br />

dos servidores da Fundação Oswaldo Cruz para assegurar<br />

a situação de seis servidores que ingressaram no<br />

quadro da entidade após a data originalmente fixada.<br />

O pressuposto constitucional da relevância encontra-se<br />

atendido, já que a Medida Provisória trata<br />

de matéria importante.<br />

Quanto à urgência, ela está presente, considerando<br />

a necessidade premente de se promoverem os<br />

ajustes referidos para impedir que problemas decorrentes<br />

de erros detectados se tornem irreversíveis.<br />

Além disso, impõe-se a prorrogação dos contratos<br />

temporários nela tratados para garantir a continuidade<br />

do serviço público.<br />

No tocante ao mérito, a proposição deve ser acolhida,<br />

especialmente quando se considera que, em sua<br />

maioria, as disposições da Medida Provisória se limitam<br />

a proceder a pequenos ajustes nas leis que altera.<br />

Merece destaque o fato de que a Medida Provisória<br />

faz justiça aos servidores dos extintos territórios<br />

federais ao prever o seu enquadramento no Plano<br />

Geral de Cargos do Poder Executivo e a isonomia de<br />

tratamento entre os servidores da polícias civis desses<br />

entes pagos pela União e os demais policiais pagos<br />

pelo Tesouro Nacional.<br />

Busca-se, aqui, dar tratamento adequado e não<br />

discriminatório.<br />

Finalmente, parece-nos importante apresentar<br />

emendas à proposição com o objetivo de corrigir alguns<br />

de seus pontos e de aperfeiçoar a matéria.<br />

Em primeiro lugar, impõe-se eliminar tratamento<br />

não isonômico que vem sendo dado aos servidores do<br />

ex-Território Federal de Rondônia. A lei complementar<br />

que criou o Estado de Rondônia determina que seriam<br />

de responsabilidade da União, até o ano de 1991, inclusive,<br />

as despesas com o pessoal a que se refere o<br />

parágrafo único do art. 18 e os arts. 22 e 29 do mesmo<br />

diploma legal. Ocorre que esses servidores, mantidos<br />

pela União até 1991, acabaram não sendo absorvidos<br />

pelo Governo Federal.<br />

É fundamental, então, determinar o enquadramento<br />

desse pessoal no Plano Geral de Cargos do Poder<br />

Executivo, conferindo a eles o mesmo tratamento atualmente<br />

dispensado aos servidores dos ex-Territórios<br />

de Roraima e do Amapá.<br />

Além disso, estamos propondo a alteração do §<br />

3º do art. 4º da Lei nº 8.270, de 17 de dezembro de<br />

1991, com o objetivo de prever que as diferenças de<br />

vencimento previstas no dispositivo servirão de base<br />

para o cálculo de gratificação e adicionais.<br />

Vale observar que não há, nessa emenda, aumento<br />

de despesa, uma vez que os servidores já estão<br />

percebendo a sua remuneração da forma nela prevista.<br />

O que se pretende é tão-somente evitar que os valores<br />

sejam reduzidos, com grave prejuízo para aqueles em<br />

exercício no Datasus.<br />

Adicionalmente, manifestamo-nos pelo acolhimento<br />

da forma da emenda que apresento, da Emenda nº<br />

75 à Medida Provisória nº 341, de 2006, apresentada<br />

pelo ilustre Senador Eduardo Suplicy, que institui a<br />

Gratificação de Desempenho de Atividade Técnico-<br />

Administrativa Agropecuária, destinada aos servidores<br />

do Quadro Permanente do Ministério da Agricultura,<br />

Pecuária e Abastecimento. Trata-se de vantagem similar<br />

àquelas que vêm sendo deferidas a servidores de<br />

diversos outros órgãos do Governo e que é instituída<br />

como adiantamento a plano de carreira da categoria.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

243<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15747<br />

Destaco ainda o apoio e o pedido do Senador<br />

Joaquim Roriz, Presidente da Comissão de Agricultura<br />

e Reforma Agrária do Senado Federal.<br />

Assim, estamos fazendo justiça à importância<br />

desses servidores, cuja atuação é imprescindível para<br />

assegurar a transformação pela qual vem passando a<br />

agricultura e a pecuária brasileiras, atividades econômicas<br />

cada vez mais relevantes, tanto em nossa pauta de<br />

exportação quanto no Produto Interno Bruto do País.<br />

Destaco também o trabalho do Senador Geraldo<br />

Mesquita Júnior, com o objetivo de atender os justos<br />

anseios dos servidores da recém-criada Secretaria<br />

da Receita Federal do Brasil, não pertencentes às<br />

carreiras dos órgãos da chamada Super-Receita. Estamos<br />

propondo emenda determinando que o Poder<br />

Executivo deverá encaminhar ao Congresso Nacional<br />

proposta disciplinando a situação desses funcionários.<br />

Efetivamente, esses profissionais encontram-se em<br />

uma espécie de limbo jurídico, o que é extremamente<br />

prejudicial tanto para eles quanto para a Administração.<br />

A emenda não define a situação deles; somente insta<br />

o Poder Executivo a tomar a iniciativa de fazê-lo.<br />

Finalmente, com relação à Secretaria da Receita<br />

Federal do Brasil, identificamos a necessidade de<br />

promover uma pequena alteração na Lei nº 11.457, de<br />

16 de março de 2007. Ocorre que essa legislação não<br />

determinou a transferência das atribuições dos Secretários<br />

da Receita Federal e da Receita Previdenciária<br />

para o novo cargo. A emenda visa, portanto, a evitar<br />

qualquer dúvida jurídica sobre a matéria no futuro, com<br />

prejuízo para a Fazenda Nacional, em decorrência de<br />

nulidade de eventuais atos praticados.<br />

Voto, Sr. Presidente.<br />

Assim, à vista do exposto, manifestamo-nos pela<br />

admissibilidade da Medida Provisória nº 341, de 2006, e,<br />

no mérito, pela aprovação do Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007, dela proveniente, com as emendas a que<br />

me referi e que constam do seu relatório, já distribuído e<br />

do conhecimento de todos os Srs. e Srªs Senadores.<br />

Coloco-me à disposição para eventuais esclarecimentos,<br />

Sr. Presidente.<br />

É o seguinte o parecer, na íntegra:<br />

PARECER Nº , DE 2007<br />

De plenário, sobre Projeto de Lei de<br />

Conversão nº 6, de 2007, proveniente da<br />

Medida Provisória nº 341, de 2006, que altera<br />

as Leis nº 9.657, de 3 de junho de 1998,<br />

10.480, de 2 de julho de 2002, 11.314, de 3<br />

de julho de 2006, 11.344, de 8 de setembro<br />

de 2006, 11.355, 11.356, 11.357 e 11.358, de<br />

19 de outubro de 2006, 8.025, de 12 de abril<br />

de 1990, e 8.112, de 11 de dezembro de 1990,<br />

e dá outras providências.<br />

Relator-Revisor: Senador Expedito Júnior<br />

I – Relatório<br />

O Projeto de Lei do Conversão (PLV) nº 6, de<br />

2007, proveniente da Medida Provisória (MPV) nº 341,<br />

de 29 de dezembro de 2006, foi aprovado pela Câmara<br />

dos Deputados no dia 3 do abril do 2007, que concluiu<br />

pelo atendimento dos pressupostos constitucionais de<br />

relevância e urgência; pela constitucionalidade, juridicidade<br />

e técnica legislativa da Medida Provisória e das<br />

Emendas nºs 6, 16 a 22, 37 a 44 e 54 a 57; pela inadmissibilidade<br />

das Emendas de nº 1 a 5, 7, 15, 36, 46 a<br />

53, 58 a 84; e, no mérito, pela aprovação desta MPV e<br />

das Emendas de nº 37 a 41, 43 e 44, na forma do Projeto<br />

de Lei de Conversão apresentado, e pela rejeição<br />

das Emendas de nº 6, 16 a 22, 42 e 54 a 57. As demais<br />

emendas foram retiradas pelos seus autores.<br />

Originariamente, a Medida Provisória promoveu<br />

ajustes na redação dos dez diplomas legais referidos<br />

em sua ementa, e ainda sobre alguns outros temas,<br />

todos relacionados com servidores públicos e militares<br />

do Poder Executivo da União.<br />

As mudanças alcançam a redação das Leis nº<br />

9.657, de 3 de junho de 1998, 11.355, de 19 de outubro<br />

de 2006, e 11.356, de 19 de outubro de 2006, com<br />

o objetivo de aperfeiçoá-las.<br />

Na Lei nº 10.480, de 2 do julho de 2002, o objetivo<br />

das mudanças é permitir a extinção paulatina das<br />

gratificações dos servidores cedidos a Advocacia Geral<br />

da União (AGU), na medida em que forem formados<br />

os quadros daquela instituição.<br />

Modifica-se a Lei nº 11.314, de 3 de julho de<br />

2006, para ajustar a situação dos servidores da extinta<br />

Legião Brasileira de Assistência em exercício no<br />

Centro de Promoção Social Abrigo Cristo Redentor<br />

na data da publicação da Lei nº 11.314, de 2006, que<br />

tem direito a se integrarem à Carreira Previdenciária,<br />

criada pela Lei nº 10.355, de 26 de dezembro de 2001,<br />

e reestruturada como Carreira do Seguro Social, pela<br />

Lei nº 10.855, de 10 de abril de 2004.<br />

A Lei nº 11.344, de 8 de setembro de 2006, é<br />

alterada para introduzir, como exigência para a promoção<br />

de Professores de 1º e 2º graus para a Classe<br />

Especial, e permanência, pelo menos por dois anos,<br />

no nível 4 da Classe 4 da respectiva carreira.<br />

O Plano Geral de Cargos do Poder Executivo<br />

(PGPE) – Lei nº 11.357, de 19 de outubro de 2006<br />

– é alterado para, essencialmente, incluir os servidores<br />

públicos dos ex-Territórios, regidos pela Lei nº<br />

6.550, de 5 de julho de 1978, que estabelece diretrizes<br />

para a classificação de cargos, empregos e funções


244<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15748 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

do Serviço Civil dos Territórios Federais, e da outras<br />

providências, e a conceder, aos servidores integrantes<br />

do PGPE, ocupantes de cargos em comissão DAS<br />

1 a 3 ou de função de confiança ou equivalentes no<br />

âmbito do Poder Executivo Federal, Gratificação de<br />

Desempenho no valor de setenta e cinco por cento do<br />

seu valor máximo, enquanto as modificações na Lei nº<br />

11.358, de 19 de outubro de 2006, tem como objetivo<br />

estabelecer a remuneração dos integrantes da polícia<br />

civil dos ex-Territórios pagos pela União.<br />

A Lei nº 8.025, de 12 de abril de 1990, é também<br />

alterada para regulamentar o pagamento de taxa de<br />

ocupação de apartamentos funcionais, e a Lei nº 8.112,<br />

do 11 de dezembro de 1990, é modificada para disciplinar<br />

o auxílio moradia devido aos servidores públicos<br />

ocupantes de cargo em comissão.<br />

A MPV sob exame cria um cargo CGE-I, cinco<br />

cargos CGE-III, três cargos CGE-IV, dez cargos CA-<br />

II e um cargo CCT-III, os quais serão incorporados à<br />

estrutura regimental da Agência Nacional de Aviação<br />

Civil (ANAC); cento e setenta o dois cargos do Grupo<br />

Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (DACTA);<br />

trezentos e cinqüenta e quatro cargos de Agente de<br />

Inspeção Sanitária e Industrial de Produtos de Origem<br />

Animal no Quadro de Pessoal do Ministério da<br />

Agricultura, Pecuária e Abastecimento; dois cargos<br />

em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento<br />

Superiores DAS-102.5, dois cargos DAS-102.4, dois<br />

cargos DAS102.2 e dois cargos DAS-102.l, todas na<br />

Casa Civil da Presidência da República.<br />

Além disso, o ato autoriza o Poder Executivo a<br />

prorrogar, até 31 do julho de 2008, os prazos de vigência<br />

de contratos temporários da ANAC, do Hospital das<br />

Forças Armadas (HFA) e do Ministério da Agricultura,<br />

Pecuária e Abastecimento.<br />

A MPV autoriza ainda a União, por meio dos Ministros<br />

de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão e<br />

da Fazenda, a delegar competência mediante convênio,<br />

aos Governadores dos Estados de Amapá, Rondônia e<br />

Roraima para a prática de atos relativos à promoção, movimentação,<br />

reforma, licenciamento, exclusão, exoneração<br />

e outros atos administrativos e disciplinares previstos nos<br />

respectivos regulamentos das corporações, relativos aos<br />

militares alcançados pelo art. 31 da Emenda Constitucional<br />

nº 19, de 4 de junho de 1998, e pelo art. 89 do Ato<br />

das Disposições Constitucionais Transitórias.<br />

Finalmente, o diploma legal estatui que a autoridade<br />

dos órgãos cessionários que tiver ciência de<br />

irregularidade no serviço público praticada por servidores<br />

civis, oriundos de ex-Territórios Federais, cedidos<br />

aos Estados do Acre, Amapá, Rondônia e Roraima,<br />

promoverá sua apuração imediata, inclusive sobre<br />

fatos pretéritos, observadas as disposições da Lei nº<br />

8.112, de 1990, devendo, finda a apuração, ser o processo<br />

encaminhado à autoridade do órgão cedente<br />

para julgamento.<br />

Importa ressaltar, na Exposição de Motivos que<br />

justificou a Medida Provisória nº 341, de 2006, que<br />

o objetivo principal da MPV é “aperfeiçoar aspectos<br />

pontuais da recém publicada legislação em Recursos<br />

Humanos no País, promovendo modificações na Lei<br />

nº 11.344, de 8 de setembro de 2006, (outrora a Medida<br />

Provisória nº 295) e nas Leis nºs 11.355, 11.356,<br />

11.357 e 11.358, estas de 19 de outubro de 2006, (que<br />

eram, respectivamente, as Medidas Provisórias nº s<br />

301, 302, 304 e 305). Altera, ainda, disposição da Lei<br />

nº 9.657, de 3 de junho de 1998, que trata da Carreira<br />

de Tecnologia Militar.<br />

“A demora em promover correções necessárias<br />

na recém-editada legislação de Recursos<br />

Humanos” – lembra a Exposição do Motivos<br />

– “pode causar transtornos para as unidades<br />

administrativas que trabalham sob orientação<br />

dessas normas e, portanto, para os próprios<br />

servidores públicos por elas alcançados.”<br />

Mais grave ainda é o risco de descontinuidade<br />

do serviço público prestado pelo Hospital das Forças<br />

Armadas (HFA), pela Agência Nacional de Aviação Civil<br />

(ANAC) e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e<br />

Abastecimento (MAPA) por falta de pessoal.<br />

O Projeto da Lei de Conversão altera a MPV original<br />

apenas para estender, até 29 de junho de 2007,<br />

os prazos do enquadramento dos servidores nas carreiras<br />

disciplinadas na proposição e para ampliar para<br />

30 do junho de 2006 a data adotada como referência<br />

para estabelecer o direito ao enquadramento dos servidores<br />

da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), para<br />

assegurar a situação de seis servidores que ingressaram<br />

no quadro da entidade após a data originalmente<br />

fixada, 22 de junho de 2005.<br />

II – Análise<br />

A Medida Provisória foi editada em conformidade<br />

com as normas previstas no art. 62 da Constituição Federal<br />

e no § 1º do art. 2º da Resolução do Congresso<br />

Nacional nº 1, de 2002.<br />

Vale ressaltar que a matéria situa-se no âmbito de<br />

iniciativa exclusiva do Chefe do Executivo, nos termos<br />

do art. 61, § 1º, II, a e c, da Constituição Federal.<br />

Verifica-se, ainda, que se trata da matéria não<br />

incluída entre aquelas assinaladas como de competência<br />

exclusiva do Congresso Nacional – art. 49 – ou<br />

do Senado Federal – art. 52 –, caracterizando-se como<br />

tema tipicamente enquadrado no art. 48 da nossa Carta<br />

Magna, que atribui ao Congresso Nacional, com a<br />

sanção do Presidente da República, a disposição so-


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

245<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15749<br />

bre as matérias da competência da União, na forma<br />

de leis e o pressuposto constitucional da relevância<br />

encontra-se atendido, tendo em vista que a Medida<br />

Provisória trata, certamente, da matéria importante,<br />

qual seja, o disciplinamento de diversas carreiras no<br />

Poder Executivo e outros temas relacionados aos servidores<br />

públicos federais.<br />

Quanto à urgência, ela está presente considerando<br />

a necessidade premente de se promoverem os<br />

ajustes feitos no ato, para impedir que problemas decorrentes<br />

de erros detectados nas leis que são, aqui,<br />

alteradas se tornem irreversíveis. Além disso, impõe-se<br />

a prorrogação dos contratos temporários nela tratados,<br />

para garantir a continuidade do serviço público.<br />

Adicionalmente, não dispõe o texto da MPV sobre<br />

matéria cuja deliberação ou tramitação esbarre<br />

nos limites materiais estabelecidos no art. 60, § 4º,<br />

da Carta Magna.<br />

A proposição é também adequada, do ponto de<br />

vista econômicofinanceiro, uma vez que, conforme assevera<br />

a respectiva exposição de motivos:<br />

o impacto orçamentário total estimado das medidas<br />

ora propostas, que se resume a criação de cargos<br />

em comissão, é de R$2,4 milhões no exercício<br />

de 2007 e nos dois exercícios subseqüentes, quando<br />

estará atualizado.<br />

Quanto ao disposto nos artigos 16 e 17 da Lei de<br />

Responsabilidade Fiscal, pode ser considerado plenamente<br />

atendido, uma vez que o Projeto de Lei Orçamentária<br />

Anual para o ano de 2007 contempla reserva alocada no<br />

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em<br />

programação específica destinada a ações da espécie.<br />

O referido impacto reduzirá a margem líquida de<br />

expansão para despesas de caráter continuado nos<br />

exercícios de 2007 e 2008. Entretanto, o montante apurado<br />

está compatível com a provisão de aumento da<br />

receita decorrente do crescimento real da economia,<br />

fundamentada na série histórica relativa à ampliação<br />

da base de arrecadação nos últimos anos.<br />

No mérito, as alterações trazidas pela MPV, em<br />

sua maioria, limitam-se a proceder a pequenos ajustes<br />

nas leis que busca alterar, não apenas para aperfeiçoá-las,<br />

como para corrigir equívocos detectados<br />

e para permitir a extensão dos prazos de opção para<br />

ingresso nas carreiras recentemente instituídas no serviço<br />

púbico, decorrentes da nova política de recursos<br />

humanos do Governo Federal.<br />

Merece destaque, ainda, o fato de que a medida<br />

provisória faz justiça com os servidores dos extintos<br />

Territórios Federais, ao prover o seu enquadramento<br />

no Plano Geral de Cargos do Poder Executivo e a isonomia<br />

do tratamento entre os servidores das Polícias<br />

Civis desses entes pagos pela União e as demais po-<br />

lícias pagas pelo Tesouro Nacional. O objetivo aqui é<br />

dar tratamento adequado e não discriminatório a esses<br />

brasileiros que vêm exercendo, muitas vezes com<br />

grande sacrifício e desprendimento, as suas funções<br />

nos rincões mais afastados do País.<br />

Ao seu turno, as alterações feitas pela Câmara<br />

dos Deputados aprimoram a MPV original e garantem<br />

a estabilidade das relações jurídicas, assegurando o<br />

direito dos servidores que são dela objeto de poderem<br />

fazer a sua opção pelas novas carreiras apenas após<br />

a aprovação da presente proposição.<br />

Finalmente, parece-nos importante apresentar<br />

emendas à proposição com o objetivo de corrigir alguns<br />

de seus pontos e de aperfeiçoar a matéria.<br />

Em primeiro lugar, impõe-se eliminar tratamento<br />

não-isonômico que vem sendo dado aos servidores do<br />

ex-Território Federal de Rondônia. Efetivamente, a Lei<br />

Complementar nº 41, de 22 do dezembro de 1981, que<br />

cria o Estado de Rondônia, e dá outras providências,<br />

determina que seriam de responsabilidade da União,<br />

até o ano de 1991, inclusive, as despesas com o pessoal<br />

do ex-Território Federal.<br />

Ocorre que esses servidores, mantidos pela União<br />

até o ano de 1991, acabaram não sendo absorvidos<br />

pelo Governo Federal.<br />

É fundamental, então, determinar o enquadramento<br />

desse pessoal no Plano Geral de Cargos do Poder<br />

Executivo, conferindo a eles o mesmo tratamento atualmente<br />

dispensado aos servidores dos ex-Territórios<br />

de Roraima e do Amapá.<br />

Além disso, estamos propondo a alteração do § 3º<br />

do art. 4º da Lei nº 8.270, de 17 do dezembro de1991,<br />

com o objetivo de prever que a diferença dos vencimentos<br />

prevista no dispositivo servirá de base para o<br />

cálculo de gratificações e adicional.<br />

Essa alteração se justifica para assegurar que<br />

os servidores do Departamento de Informática do Sistema<br />

Único de Saúde (DATASUS) não tenham a sua<br />

remuneração reduzida em razão de o Ministério do<br />

Planejamento, Orçamento e Gestão estar em vias de<br />

promover extensão administrativa, para aqueles que<br />

são objeto desse diploma legal, de decisão do Tribunal<br />

de Contas de União, que, no Acórdão nº 1.164,<br />

de 2005, do seu Plenário, entendeu que a diferença<br />

de vencimentos decorrente da Lei nº 8.216, de 13 de<br />

agosto de 1991, não pode servir de base para o cálculo<br />

da Gratificação de Atividade Executiva (GAE) o<br />

do Adicional por Tempo de Serviço (ATS).<br />

Vale observar que não há, nessa emenda, aumento<br />

de despesa, uma vez que os servidores já estão<br />

percebendo a sua remuneração da forma nela prevista.<br />

O que se pretende é, tão-somente, evitar que os valo-


246<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15750 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

res sejam reduzidos, com grave prejuízo para aqueles<br />

em exercício no Datasus.<br />

Adicionalmente, manifestamo-nos pelo acolhimento,<br />

na forma da emenda que apresento, da Emenda nº<br />

75 à MPV nº 341, de 2006, apresentada pelo ilustre<br />

Senador Eduardo Suplicy, que institui a Gratificação<br />

de Desempenho da Atividade Técnico-Administrativa<br />

Agropecuária, destinada aos servidores do quadro<br />

permanente do Ministério da Agricultura, Pecuária e<br />

Abastecimento. Trata-se de vantagem similar àquelas<br />

que vêm sendo deferidas a servidores de diversos outros<br />

órgãos do Governo Federal e que é instituída como<br />

adiantamento a Plano de Carreira da categoria.<br />

Trata-se de fazer justiça com a importância desses<br />

servidores, cuja atuação é imprescindível para assegurar<br />

a transformação pela qual vem passando a agricultura e<br />

a pecuária brasileiras, atividades econômicas cada vez<br />

mais relevantes tanto em nossa pauta de exportações<br />

quanto no produto interno bruto do Pais.<br />

Com o objetivo de atender os justos anseios dos<br />

servidores da recém-criada Secretaria da Receita Federal<br />

do Brasil não-pertencentes à carreira do órgão,<br />

chamado de Super-Receita, estamos propondo emenda<br />

determinando que o Poder Executivo deverá encaminhar<br />

ao Congresso Nacional proposta disciplinando a<br />

situação desses funcionários.<br />

Efetivamente, esses profissionais encontram-se em<br />

uma espécie de limbo jurídico, o que é extremamente<br />

prejudicial tanto para eles como para a Administração.<br />

A emenda não define a situação deles, mas,<br />

somente, insta o Poder Executivo a tomar a iniciativa<br />

de fazê-lo.<br />

Finalmente, com relação à Secretaria da Receita<br />

Federal do Brasil, identificamos a necessidade de<br />

promover uma pequena alteração na Lei nº 11.457, de<br />

16 de março de 2007.<br />

Ocorre que a referida legislação não contemplou<br />

dispositivo determinando a transferência das atribuições<br />

das Secretarias da Receita Federal e da Receita<br />

Providenciária para o novo cargo de Secretário da Receita<br />

Federal do Brasil, ressaltando-se o fato de que<br />

o novo cargo não se deu por transformação e sim por<br />

extinção daqueles e criação deste.<br />

Esta emenda visa, portanto, a evitar qualquer<br />

dúvida jurídica sobre a matéria no futuro, com prejuízo<br />

para a Fazenda Nacional em decorrência de nulidade<br />

de eventual ato praticado.<br />

III – Voto<br />

Assim, à vista de exposto, manifestamo-nos pela<br />

admissibilidade da Medida Provisória nº 341, de 2006,<br />

e, no mérito, pela aprovação do Projeto de Lei de<br />

Conversão nº 6, de 2007, dela proveniente, com as<br />

seguintes emendas:<br />

EMENDA Nº 85<br />

Dê-se ao parágrafo único do art. 1º da Lei nº 11.357,<br />

de 19 de outubro de 2006, conforme proposto pelo art.<br />

15 do PLV nº 6, de 2007, a seguinte redação:<br />

“Art. 15. ................................................<br />

“Art. 1º ...................................................<br />

Parágrafo único. Integrarão o Pupe, nos<br />

termos desta lei, os cargos de provimento efetivo,<br />

de nível superior, intermediário e auxiliar,<br />

de Plano de Classificação de Cargos, instituído<br />

pela Lei nº 5.645, de 10 de dezembro de 1970,<br />

de Plano de Classificação de Cargos de que<br />

trata a Lei nº 6.550, de 5 de julho de 1978, e dos<br />

planos correlatos das autarquias e fundações<br />

públicas, não integrantes de carreiras estruturadas,<br />

planos de carreiras ou planos especiais<br />

de cargos, regidos pela Lei nº 8.112, de 11 do<br />

dezembro de 1990, pertencentes ao Quadro<br />

de Pessoal da Administração Pública Federal,<br />

bem como, a partir de 1º do janeiro de 2008,<br />

mediante opção, os servidores a que se refere<br />

o art. 36 da Lei Complementar nº 41, de 22 do<br />

dezembro de 1981, admitidos pelo Estado de<br />

Rondônia até a data em que foram custeados<br />

pela União, inclusive os servidores municipais,<br />

assegurados os direitos e vantagens inerentes,<br />

sendo vedado o pagamento, a qualquer título,<br />

de diferenças remuneratórias.<br />

..................................................... (NR)”<br />

EMENDA Nº 86<br />

Acrescente-se, onde couber, no PLV nº 6, do<br />

2007, o seguinte artigo:<br />

“Art. O § 3º do art. 4º da Lei nº 8.270, 17<br />

de dezembro de 1991, passa a vigorar com a<br />

seguinte redação:<br />

“Art. 4º ...................................................<br />

..............................................................<br />

§ 3º Havendo diferença de vencimento, em<br />

decorrência de aplicação do disposto neste artigo,<br />

este valor será pago a título de diferença de<br />

vencimentos, nominalmente identificada, sendo<br />

considerada também para cálculo de vantagens<br />

pessoais, gratificações e adicionais e se sujeitando<br />

aos mesmos percentuais de revisão ou<br />

antecipação dos vencimentos. (NR)”<br />

EMENDA Nº 87<br />

Acrescente-se, onde couber, no PLV nº 6, do<br />

2007, o seguinte artigo:


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

247<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15751<br />

“Art. Fica instituída a Gratificação de Desempenho<br />

de Atividade Técnico-Administrativa<br />

Agropecuária – GDATAA, devida, a partir de 10<br />

de fevereiro do 2006, aos servidores do quadro<br />

permanente do Ministério da Agricultura,<br />

Pecuária e Abastecimento, submetidos ao Plano<br />

de Classificação de Cargos, instituído pela<br />

Lei nº 5.645, de 10 de dezembro de 1970, ou<br />

ao Plano Geral de Cargos do Poder Executivo<br />

– PGPE, instituído pela Lei nº 11.357, de 19 de<br />

outubro de 2006, em função do desempenho<br />

individual do servidor e do alcance de metas<br />

do desempenho institucional.<br />

§ 1º A GDATAA é instituída como adiantamento<br />

do Plano do Carreira dos servidores<br />

a que se refere o caput.<br />

§ 2º A GDATAA será paga, na forma do<br />

regulamento, no limite máximo de cem pontos<br />

por servidor, correspondente cada ponto a<br />

R$37,65 (trinta e sete reais e sessenta e cinco<br />

centavos), no nível Superior; R$28,23 (vinte<br />

e oito reais e vinte e três centavos), no nível<br />

Intermediário; e R$12,05 (doze reais e cinco<br />

centavos), no nível Auxiliar.<br />

§ 3º Até que seja regulamentada, a GDA-<br />

TAA será paga em valor correspondente a setenta<br />

e cinco por cento do seu valor máximo,<br />

observado o nível do servidor.<br />

§ 4º A GDATAA será paga em conjunto,<br />

de forma não cumulativa, com a Gratificação<br />

do Desempenho do Atividade Técnico-Administrativa<br />

– GDATA, de que trata a Lei nº 10.404,<br />

de 9 de janeiro de 2002, e com a Gratificação<br />

de Desempenho de Atividade Técnico-Administrativa<br />

e de Suporte – GDPGTAS, de que<br />

trata a Lei nº 11.357, de 2006, e não servirá<br />

de base de cálculo para quaisquer outros benefícios<br />

ou vantagens.<br />

§ 5º A GDATAA integrará os proventos de<br />

aposentadoria e as pensões abrangidas pelos<br />

arts. 6º e 7º da Emenda Constitucional nº 41, de<br />

2003, e 3º da Emenda Constitucional nº 47, de<br />

2005, em valor correspondente à média do valor<br />

pago aos servidores ativos correspondentes.”<br />

EMENDA Nº 88<br />

Acrescente-se, onde couber, no PLV nº 6, do<br />

2007, o seguinte artigo.<br />

“Art. O Poder Executivo encaminhará ao<br />

Congresso Nacional projeto de lei destinado a<br />

instituir Plano de Carreira para os servidores administrativos<br />

e auxiliares da Secretaria da Receita<br />

Federal do Brasil submetidos ao Plano de Clas-<br />

sificação de Cargos, instituído pela Lei nº 5.645,<br />

de 10 de dezembro de 1970, ou ao Plano Geral<br />

de Cargos do Poder Executivo, instituído pela<br />

Lei nº 11.357, de 19 de outubro de 2006.<br />

Parágrafo único. O Plano de Carreira de<br />

que trata o caput abrangerá os servidores submetidos<br />

ao Plano de Classificação de Cargos,<br />

instituído pela Lei nº 5.645, de 1970, que se<br />

encontravam em exercício na Secretaria da<br />

Receita Federal quando da edição da Lei nº<br />

11.357, do 2006.”<br />

EMENDA Nº 89<br />

Acrescente-se, onde couber, no PLV nº 6, de<br />

2007, o seguinte artigo:<br />

“Art. A Lei nº 11.457, de 16 de março de<br />

2007, passa a vigorar acrescida do seguinte<br />

artigo:<br />

‘Art. 7º-A. As atribuições e competências<br />

anteriormente conferidas ao Secretário da<br />

Receita Federal ou ao Secretário da Receita<br />

Providenciária, relativas ao exercício dos respectivos<br />

cargos, transferem-se para o Secretário<br />

da Receita Federal do Brasil.”<br />

Sala das Sessões, 22de maio de 2007. – Senador<br />

Expedito Júnior, Relator.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Concedo a palavra ao Senador Heráclito Fortes. A<br />

seguir, à Senadora Ideli Salvatti, ao Senador Jefferson<br />

Péres, ao Senador Romero Jucá e ao Senador Aloizio<br />

Mercadante.<br />

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, antes de<br />

discutir, eu queria um esclarecimento do Relator: quantos<br />

cargos são criados e as áreas específicas. Porque<br />

minha preocupação é com relação aos penduricalhos<br />

que geralmente vêm nessas medidas provisórias, Sr.<br />

Relator. Gostaria de saber se os cargos criados são<br />

especificamente para as áreas que V. Exª trouxe na<br />

medida provisória ou se vêm atendendo a Ministérios<br />

que não têm nada a ver com o objetivo da matéria.<br />

O SR. EXPEDITO JÚNIOR (Bloco/PR – RO. Como<br />

Relator. Sem revisão do orador.) – Os cargos são específicos.<br />

São 20 cargos para a Anac; 172 cargos para<br />

controladores de vôo; para o Ministério da Agricultura,<br />

Pecuária e Abastecimento são 354 cargos e para a<br />

Casa Civil, para segurança e apoio pessoal a ex-presidentes<br />

da República são 8 cargos.<br />

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI) – Feitos<br />

esses esclarecimentos, eu queria mais um da Líder<br />

do Partido dos Trabalhadores aqui na Casa sobre o


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15752 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

impacto que esses cargos criarão no orçamento do<br />

Governo, a sua repercussão financeira.<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC. Fora do<br />

microfone.) – Estou inscrita para falar em seguida.<br />

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI) – Sim, mas<br />

faço o questionamento para basear a minha discussão.<br />

Gostaria de saber de V. Exª qual o impacto que<br />

criam, na folha dos respectivos Ministérios, essas nomeações<br />

e quais são, em contrapartida, as extinções<br />

de cargos que estão sendo feitas.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– V. Exª pode responder num aparte ou depois como<br />

inscrita, mas agora é o Senador que está com o uso<br />

da palavra.<br />

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI) – Estou<br />

com a palavra, Sr. Presidente, mas levantei uma<br />

questão, antes do uso da palavra, para basear o meu<br />

pronunciamento nessas questões.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– V. Exª pode informar, então...<br />

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI) – Se S.<br />

Exª não tiver os números de imediato, poderá pedir à<br />

assessoria, sem nenhum problema.<br />

O SR. EXPEDITO JÚNIOR (Bloco/PR – RO)<br />

– Pela ordem, nobre Líder.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Com a palavra a Senadora Ideli Salvatti. Em seguida,<br />

o Relator.<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC.) – Eu<br />

pessoalmente não detenho esses dados. Parece-me<br />

que o Senador Romero Jucá ou o Senador Expedito<br />

tem. Eu tenho uma posição que vou explicitar durante<br />

o meu tempo.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Agradeço a V. Exª. O Relator então responderá a V.<br />

Exª.<br />

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI) – Certo.<br />

De antemão, Sr. Presidente, eu cederia a minha vez<br />

para a Líder e aguardaria a discussão, após ouvir os<br />

Líderes, para que eu manifeste minha posição.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– V. Exª terá assegurada a inscrição, Senador Heráclito.<br />

A Senadora Ideli Salvatti tem a palavra para discutir<br />

a matéria. Em seguida, Senador Jefferson Péres.<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC. Para<br />

discutir. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente, Srs.<br />

Parlamentares, é realmente bastante delicado quando<br />

se lidera uma Bancada e um Bloco de apoio havendo<br />

divergência de entendimento a respeito da viabilidade<br />

da aprovação de determinada matéria.<br />

Portanto, quero deixar aqui registrado que estou<br />

falando na condição de Senadora, e não de Líder,<br />

porque nós não tivemos como fazer um fechamento<br />

de posição, tendo em vista que o autor da matéria, o<br />

Senador Expedito Júnior, compõe o Bloco de apoio ao<br />

Governo e que, na Bancada do PT, temos a Senadora<br />

Fátima Cleide, que é do mesmo Estado do Senador<br />

Expedito Júnior, que traz nesta matéria – eu já quero<br />

deixar aqui de público – uma reivindicação legítima. É<br />

uma reivindicação tão legítima que o Senado da República<br />

já aprovou, na forma de emenda à Constituição,<br />

a equiparação desses funcionários que pertencem ao<br />

Estado de Rondônia, um ex-território.<br />

Outros ex-territórios tiveram a equação, ou seja,<br />

puderam resolver a situação funcional, e no caso de<br />

Rondônia não houve essa solução. Portanto, quando<br />

nós aprovamos, ainda na legislatura anterior, a proposta<br />

de emenda à Constituição da Senadora Fátima Cleide,<br />

foi com o entendimento de que esse é um problema<br />

que precisa de solução, inclusive para a igualdade de<br />

condições de todos os funcionários dos ex-territórios<br />

que, em outros casos, foram absorvidos pela União, e<br />

no caso de Rondônia, não.<br />

Acontece que por emenda à Constituição não há<br />

nenhuma divergência. Tanto que nós negociamos o<br />

texto aqui no plenário e o aprovamos. Eu acho – posso<br />

até estar enganada – que aprovamos inclusive por<br />

unanimidade a emenda à Constituição, que está neste<br />

momento na Câmara para ser votada.<br />

Agora, tentar resolver o problema desses 12 mil<br />

servidores de Rondônia para que sejam absorvidos<br />

pela União sem concurso público, por lei ordinária, é<br />

algo que não pode ser feito. Em vez de ajudar os 12<br />

mil, nós vamos prejudicá-los, porque, mesmo que isso<br />

venha a ser aprovado, qualquer ação no Supremo derrubaria<br />

essa providência.<br />

Portanto, no nosso entendimento, o correto é o<br />

que o Senado já fez: aprovar a emenda à Constituição,<br />

dando aos 12 mil servidores de Rondônia o mesmo<br />

direito que servidores de outros ex-territórios já tiveram<br />

nas Disposições Transitórias da Constituição.<br />

Por isso, Sr. Presidente, respondendo ao Senador<br />

Heráclito, eu não tenho os valores, não tenho os<br />

números, porque não farei o encaminhamento nem em<br />

nome da Bancada do PT nem em nome do Bloco de<br />

apoio ao Governo. Mas quero deixar aqui registrado que<br />

o meu voto é contra a incorporação por lei ordinária,<br />

porque estou convencida de que a legalidade exige a<br />

emenda à Constituição para nós podermos sanar essa<br />

injustiça para com os 12 mil funcionários de Rondônia<br />

como funcionários de ex-território.<br />

Muito obrigada, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Concedo a palavra ao Senador Jefferson Péres.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

249<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15753<br />

O SR. JEFFERSON PÉRES (PDT – AM. Pela<br />

ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, peço<br />

a minha inscrição como Líder para depois da Ordem<br />

do Dia, por favor.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Agradeço a V. Exª.<br />

O Senador Osmar Dias fará uso da palavra neste<br />

momento ou prefere aguardar a Ordem do Dia,<br />

também?<br />

O SR. OSMAR DIAS (PDT – PR. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Eu também vou aguardar<br />

a Ordem do Dia.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Concedo a palavra ao Líder do Governo, Senador<br />

Romero Jucá.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR. Para discutir.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e<br />

Srs. Senadores, a respeito da Medida Provisória nº 341,<br />

nós queremos dizer da importância de aprová-la. E eu<br />

gostaria de registrar aqui uma posição. Nós fizemos<br />

um entendimento com o Relator, Senador Expedito<br />

Júnior, no sentido de agilizar a votação dessa medida<br />

provisória. Portanto, o Senador Expedido Júnior apresentou<br />

quatro Emendas – nºs 37, 41, 43 e 44.<br />

Nós queremos registrar que o Governo não tem<br />

compromisso com essas emendas, mas que encaminharemos<br />

favoravelmente à votação exatamente para<br />

que o processo possa fluir rapidamente.<br />

Portanto, apesar de fazer o registro e de entender<br />

que os trabalhadores de Rondônia têm direito, nós também<br />

entendemos que essa questão deva ser resolvida<br />

por emenda à Constituição. Mas acreditamos que essa<br />

emenda do Senador Expedito Júnior é um indicativo da<br />

prioridade com que esse assunto precisa ser tratado.<br />

Então, apesar de não termos – novamente registrando<br />

– compromisso com a aprovação na Câmara ou<br />

com a sanção do Projeto, nesses aspectos, eu quero<br />

registrar que nós vamos encaminhar para que a matéria<br />

seja aprovada da forma como está o relatório do<br />

Senador Expedito Júnior.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – SP)<br />

– Com a palavra o Senador Osmar Dias e, a seguir, o<br />

Senador Aloizio Mercadante.<br />

O SR. OSMAR DIAS (PDT – PR. Para discutir.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs.<br />

Senadores, ouvi o pronunciamento da Líder do PT no<br />

Senado, Senadora Ideli Salvatti, sobre a sua preocupação<br />

em relação à efetivação de 12 mil servidores<br />

do antigo território de Rondônia no agora Estado de<br />

Rondônia, e confesso que também tenho esta dúvida:<br />

se é possível, por lei ordinária, fazer essa incorporação;<br />

se isso não vai apenas prolongar o problema para o<br />

Estado de Rondônia e para os próprios servidores.<br />

Por isso, eu gostaria de receber do Relator da<br />

matéria um esclarecimento a respeito dessa questão<br />

legal, dessa questão jurídica, porque considero que<br />

para votarmos uma matéria dessa importância, inclusive<br />

gerando impacto no Orçamento da União, nós precisamos<br />

ter, evidentemente, um esclarecimento ou pelo<br />

menos um fundamento jurídico que nos dê um pouco<br />

de tranqüilidade em votarmos essa matéria.<br />

Se houvesse, realmente, esse fundamento jurídico,<br />

eu poderia acompanhar a votação, mas sem ele<br />

fica complicado acompanhá-la. Vou acompanhar esse<br />

pensamento, essa tese levantada aqui pela Senadora<br />

Ideli, que é também aquilo que eu penso a respeito<br />

dessa efetivação por meio de projeto de lei ordinário.<br />

Eu também gostaria de aproveitar esta oportunidade,<br />

Sr. Presidente, porque acredito que não terei outra<br />

na tarde de hoje, para fazer uma homenagem que, tenho<br />

certeza, cabe dentro desta discussão. Quero homenagear<br />

um antigo servidor público do meu Estado que receberá<br />

amanhã o título de Cidadão Honorário do Paraná<br />

por ser um dos pesquisadores, neste País, que criaram<br />

as oportunidades para se ocupar o cerrado brasileiro.<br />

Estou falando de Francisco Terasawa, um pesquisador<br />

que criou, inclusive, a variedade de soja cristalina, que<br />

ocupou em primeira mão os cerrados brasileiros. Hoje,<br />

cinqüenta por cento de tudo que é produzido de grãos<br />

no País está sendo produzido no cerrado brasileiro.<br />

Então, é oportuno fazer esta homenagem a Francisco<br />

Terasawa, um pesquisador que deixou o Iapar,<br />

mas se dedicou, a vida inteira, à pesquisa agropecuária,<br />

em conjunto com os pesquisadores da Embrapa.<br />

Francisco Terasawa, que foi, juntamente com o<br />

ex-Ministro Alysson Paulinelli, um dos responsáveis<br />

pela ocupação do cerrado brasileiro, tem que ser homenageado<br />

sempre. Inclusive, Senador Roriz, ele fez<br />

muitas pesquisas que tornaram possível a ocupação<br />

desta região de Brasília, da região de Goiás.<br />

A soja, começando pela variedade cristalina, acabou<br />

se espalhando pelo cerrado e hoje é, sem nenhuma<br />

dúvida, fonte de riqueza e emprego de toda essa<br />

região do cerrado que vem sendo ocupada.<br />

Atualmente, plantamos cerca de 18 milhões de<br />

hectares de soja no cerrado.<br />

Senador Joaquim Roriz, V. Exª sabe da importância<br />

de Francisco Terasawa para a agricultura desta<br />

região, do Estado de Goiás e de todo o cerrado. Por<br />

isso, estou registrando aqui as minhas homenagens<br />

a esse pesquisador, que, amanhã, se tornará, com<br />

justiça, cidadão honorário do Paraná. Aliás, ele havia<br />

sido indicado para um prêmio parecido com o Prêmio<br />

Nobel, denominado Prêmio Mundial de Alimentação,<br />

mas, infelizmente, aspectos políticos não permitiram


250<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15754 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

que o pesquisador Francisco Terasawa fosse contemplado<br />

com esse titulo.<br />

Enfim, Sr. Presidente, faço aqui uma homenagem<br />

justa.<br />

Concedo um aparte ao Senador Joaquim Roriz,<br />

Presidente da Comissão de Agricultura e Reforma<br />

Agrária do Senado.<br />

O Sr. Joaquim Roriz (PMDB – DF) – Ilustre Senador<br />

Osmar Dias, do Paraná, quero parabenizá-lo e<br />

congratular-me com V. Exª por homenagear esse grande<br />

pesquisador. Conhecemos efetivamente o trabalho desse<br />

ilustre pesquisador que revolucionou a região quanto<br />

à produção da soja no cerrado. Essa soja, que tantos<br />

benefícios trouxe para o País e não apenas para o cerrado,<br />

é, sem dúvida, resultado da pesquisa de Francisco<br />

Terasawa, que V. Exª homenageia. Também quero solidarizar-me<br />

com V. Exª, participando dessa homenagem.<br />

Parabéns pela lembrança e pela homenagem!<br />

O SR. OSMAR DIAS (PDT – PR) – Obrigado,<br />

Senador Joaquim Roriz.<br />

Ao concluir, Sr. Presidente, quero dizer que o pesquisador<br />

Francisco Terasawa é um dos produtores mais<br />

renomados de produtos orgânicos, de soja orgânica, no<br />

Estado do Paraná. Um orgulho para o Paraná, um exemplo<br />

para o Brasil. E, sem dúvida nenhuma, tenho muita<br />

satisfação e orgulho de ser amigo pessoal de Francisco<br />

Terasawa, esse pesquisador que deve ser reconhecido<br />

por todos os brasileiros que sabem da importância<br />

da ocupação dos cerrados brasileiros, principalmente<br />

porque, a partir do cerrado, podemos triplicar ainda a<br />

produção de grãos neste País e dobrar, sem muito esforço,<br />

a produção de carne neste País dentro de muito<br />

pouco tempo. Além disso, temos esse grande cenário<br />

que se abre para a produção da bioenergia, em que o<br />

cerrado pode dar uma grande contribuição.<br />

Quem iniciou esse processo merece as nossas<br />

homenagens, porque, ao fazê-lo, ele ajudou, sem dúvida<br />

nenhuma, o Brasil a crescer, a desenvolver fronteiras<br />

agrícolas novas, a criar novas cidades, novas oportunidades<br />

de emprego e de vida para muita gente. Por<br />

isso, é um homem que pode ser considerado um grande<br />

brasileiro o pesquisador Francisco Terasawa.<br />

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Agradeço a V. Exª.<br />

Concedo a palavra ao Senador Aloizio Mercadante.<br />

O SR. ALOIZIO MERCADANTE (Bloco/PT – SP.<br />

Para discutir. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs<br />

e Srs. Senadores e aqueles que nos acompanham nesta<br />

votação, quero, mais uma vez, explicitar, publicamente,<br />

com toda a transparência, como é da minha natureza, o<br />

meu posicionamento sobre esse tema recorrente em relação<br />

à transferência dos funcionários públicos do Estado<br />

de Rondônia para a União, para a Federação.<br />

A Constituição de 1988 deu estabilidade no emprego<br />

a centenas de milhares de funcionários que não eram<br />

concursados. Cometeu um grave erro, que agride o princípio<br />

fundamental do Estado Republicano. A República se<br />

baseia exatamente na isonomia de acesso ao Estado. Na<br />

monarquia, o acesso ao Estado se dava pelos laços de<br />

consangüinidade, pelo nepotismo, pelas relações, pelo<br />

sangue; na República, depois da Revolução Francesa,<br />

o acesso às funções de Estado ficou assegurado a todo<br />

e qualquer cidadão, mas só poderia ser feito a partir de<br />

concurso público, porque esse era o princípio da igualdade<br />

estabelecida na revolução republicana.<br />

Quando a Constituição assegurou estabilidade a<br />

centenas de milhares de funcionários públicos que não<br />

eram concursados, ela desequilibrou o sistema de previdência<br />

do setor público, que nós viemos a começar a<br />

consertar recentemente – e ainda temos desequilíbrios,<br />

porque quebrou a capacidade atuarial do sistema – e<br />

gerou uma profunda injustiça em relação àqueles que<br />

se submeteram a concursos, que estudaram, que se<br />

prepararam para serem aprovados, pois os servidores<br />

contemplados passaram a ter estabilidade no emprego<br />

e as prerrogativas do funcionalismo por uma votação<br />

apenas do Congresso Nacional.<br />

No entanto, apesar desse grave erro de 1988, a<br />

Constituição é clara no seu art. 37. Eu pediria ao nobre<br />

Relator, Senador Expedido Júnior, que me acompanhasse<br />

nesse argumento. O que diz o art. 37, que trata<br />

da administração pública, no seu inciso II? Diz que “a<br />

investidura em cargo ou emprego público depende de<br />

aprovação prévia em concurso público de provas ou de<br />

provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade<br />

do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,<br />

ressalvadas as nomeações para cargo em comissão<br />

declarado em lei de livre nomeação e exoneração”.<br />

Portanto, a Constituição é muito clara e precisa.<br />

Ela só assegurou o direito de servidor público da União<br />

àquele que for aprovado em concurso público.<br />

Ora, o que estamos fazendo com essa emenda<br />

apresentada pelo nobre Senador Expedito Júnior?<br />

Quero dizer que ele tem o direito de apresentá-la,<br />

porque está defendendo o Estado, que tem carência<br />

de recursos, está lutando por um compromisso de<br />

campanha que assumiu, mas, do meu ponto de vista,<br />

ela fere, primeiro, o art. 37, inciso II, e, segundo,<br />

fere a L<strong>DO</strong>, porque a Lei de Diretrizes Orçamentárias<br />

estabelece que não pode haver gasto de caráter continuado<br />

sem a devida previsão orçamentária. Não há<br />

previsão orçamentária para 12 mil servidores do Estado


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

251<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15755<br />

de Rondônia que serão federalizados e incorporados<br />

no Orçamento-Geral da União.<br />

O Supremo Tribunal Federal já sumulou a possibilidade<br />

quando há uma previsão futura orçamentária.<br />

Nesse caso, não temos previsão nem no PPA, nem no<br />

Orçamento, nem na L<strong>DO</strong>, e devemos ter muito cuidado e<br />

rigor com as despesas de caráter continuado se quisermos<br />

melhorar a capacidade de investimento do Estado.<br />

Seguramente, o argumento que o Relator apresentará<br />

é que isso foi feito para outros Estados. É verdade!<br />

Foi feito para Roraima e foi feito para o Amapá.<br />

O único Território que se transformou em Estado e não<br />

teve esse benefício foi Rondônia.<br />

Esse argumento da isonomia, que é a mesma dada<br />

pela Constituição de 1988 aos servidores que viraram<br />

estatutários, é a isonomia do erro, mas é uma isonomia.<br />

Foi baseada nesse argumento que a Senadora Fátima<br />

Cleide... Eu era Relator e impedi a votação daquela PEC<br />

algumas vezes. Fizemos alterações na emenda constitucional<br />

que ela apresentava com o mesmo objetivo<br />

de transferir para a União 12 mil servidores que eram,<br />

por ocasião da transformação do Estado de Rondônia,<br />

e que precisariam ter as mesmas condições que outros<br />

servidores tiveram. Aprovamos aquela PEC, com as alterações<br />

que foram negociadas, como emenda constitucional.<br />

Por que emenda constitucional? Porque uma<br />

lei ordinária não pode afrontar abertamente a Constituição,<br />

em seu art. 37, inciso II, como está fazendo essa<br />

emenda. Não pode. É flagrantemente inconstitucional<br />

esse texto, completamente incompatível com o que<br />

estabelece a Constituição. Como é que 12 mil funcionários<br />

serão efetivados sem concurso público por uma<br />

lei ordinária, por uma medida provisória, por um projeto<br />

de conversão? No mínimo, teríamos de tratar de um lei<br />

complementar, porque é matéria relativa aos Estados;<br />

portanto, relativa ao pacto federativo. Mas, nesse caso,<br />

apenas uma emenda constitucional, nas Disposições<br />

Constitucionais Transitórias, poderia efetivamente permitir<br />

que essa matéria fosse incorporada.<br />

Não há a menor segurança jurídica no ato que<br />

estamos praticando; não há amparo constitucional.<br />

Essa emenda afronta abertamente o art. 37, inciso II,<br />

e considero um erro o Senado Federal aprová-la.<br />

Eu disse isso ao Senador Expedito Júnior. Disse<br />

isso, no passado, à Senadora Fátima Cleide, que já<br />

teve a mesma iniciativa. Disse isso ao então Senador<br />

Amir Lando. Digo isso hoje, porque penso que temos<br />

de nos pautar... A Casa que faz as leis tem de respeitar<br />

a lei, especialmente a Carta Magna. Esse texto é<br />

incompatível com a Constituição brasileira, não pode<br />

ser feito por meio de lei ordinária.<br />

O Sr. Expedito Júnior (Bloco/PR – RO) – V. Exª<br />

me concede um aparte?<br />

O SR. ALOIZIO MERCADANTE (Bloco/PT – SP)<br />

– O que recomendo... Eu disse a V. Exª e repito: penso<br />

que V. Exª está no seu papel de lutar pelo seu Estado,<br />

de lutar pelos servidores, de buscar assumir um compromisso,<br />

mas esta Casa tem de se pautar pelo princípio<br />

da juridicidade e da constitucionalidade.<br />

Evidentemente, concedo o aparte a V. Exª.<br />

O Sr. Expedito Júnior (Bloco/PR – RO) – Quero<br />

só justificar dois questionamentos que foram levantados<br />

por V. Exª.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Senador Expedito, V. Exª pode fazer o aparte ou esclarecimento<br />

sentado, porque V. Exª é o Relator.<br />

O Sr. Expedito Júnior (Bloco/PR – RO) – Mas<br />

prefiro ficar de pé, Sr. Presidente.<br />

É sobre a questão da previsão orçamentária. Na<br />

verdade, em relação à previsão orçamentária – já sabendo<br />

que seria levantado isso aqui, no plenário –, os<br />

efeitos dessa emenda, aprovada pelo Senado e pela<br />

Câmara e sancionada pelo Presidente, serão a partir<br />

de 1º de janeiro de 2008. Quanto à questão da inconstitucionalidade<br />

e do concurso público, de todos os servidores<br />

de Rondônia não há quem não seja concursado.<br />

Todos são concursados. A Lei Complementar nº 41, lá<br />

atrás, na criação do Estado, já determina que a situação<br />

dos servidores, assim como ocorreu com Amapá e com<br />

Roraima, seria de responsabilidade do Governo Federal.<br />

Entendo o posicionamento de V. Exª e até agradeço<br />

pela maneira cortês com que encaminha a votação, não<br />

do Partido dos Trabalhadores, mas o pensamento de V.<br />

Exª, mas espero que, ou por uma PEC e, de repente,<br />

agora por uma sinalização de medida provisória, possamos<br />

resolver esse problema do nosso Estado, fazendo<br />

justiça com os servidores de Rondônia.<br />

O SR. ALOIZIO MERCADANTE (Bloco/PT – SP)<br />

– Senador Expedito Júnior, no passado, fiz esse enfrentamento<br />

com a minha colega de Bancada, a Senadora<br />

Fátima Cleide. Por sinal, na época, a imprensa,<br />

inclusive a do Estado, criticou-me abertamente. V. Exª<br />

ainda não tinha aquele jornal poderoso do Estado,<br />

mas a imprensa local me criticou abertamente porque<br />

eu disse da tribuna que, por lei ordinária, a Senadora<br />

não poderia pretender efetivar os 12 mil funcionários.<br />

S. Exª teve o trabalho de fazer uma emenda constitucional,<br />

coletar as assinaturas, aprovar na Comissão de<br />

Constituição, Justiça e Cidadania, trazer ao Plenário<br />

do Senado Federal, aguardar duas votações, modificar<br />

o texto – porque nós modificamos o texto –, para<br />

poder aprovar finalmente, no âmbito do Senado, essa<br />

iniciativa. Eu não seria coerente com a minha trajetória,<br />

como era Líder do Governo, se não explicitasse mais<br />

uma vez a mesma objeção.


252<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15756 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

V. Exª tem razão quando diz que já foram incorporados<br />

funcionários do Estado do Amapá e de Roraima<br />

ao Texto Constitucional. Foram incorporados por<br />

emenda constitucional; foram alterando a Constituição<br />

nas suas Disposições Transitórias. Agora, por um projeto<br />

de lei ordinária, dar estabilidade no emprego ao<br />

funcionário público e transformá-lo em servidor estatutário<br />

da União, sem concurso público, afronta abertamente<br />

a Constituição. Li aqui o art. 37, inciso II, da<br />

Constituição, que trata da Administração Pública. Esse<br />

texto não pode ser aprovado como está.<br />

Essa emenda é abertamente inconstitucional, em<br />

nada contribui para superar esse problema. Não vejo<br />

como o Líder do Governo pode assumir esse compromisso<br />

– S. Exª não pode assumir esse compromisso – e não<br />

vejo como os Senadores podem votar esse texto, ainda<br />

mais com tantos juristas aqui, formados, com vivência e<br />

com experiência, que seguramente sabem que estamos<br />

afrontando abertamente a Constituição brasileira, e não<br />

deveríamos fazê-lo. Nós deveríamos respeitar a decisão<br />

que o Senado já tomou, por meio de uma emenda<br />

constitucional, em disposição transitória, e pressionar a<br />

Câmara. Isso, sim, para que a Câmara conclua a votação<br />

e encerre esse capítulo que, eu diria, desde o início<br />

é equivocado. Desde a Constituição foi equivocado, mas<br />

estamos agora apenas dando a isonomia ao erro.<br />

Concluo, dizendo que V. Exª está no seu papel<br />

de defender o Estado, e eu, no meu, como Senador,<br />

de defender a Constituição, que considero a primeira<br />

responsabilidade que temos nesta Casa.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Agradeço a V. Exª.<br />

Concedo a palavra ao Senador Epitácio Cafeteira.<br />

A seguir, aos Senadores Renato Casa Grande<br />

e João Ribeiro.<br />

O SR. EPITÁCIO CAFETEIRA (Bloco/PTB – MA.<br />

Para discutir. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

Srªs e Srs. Senadores, apresentei hoje emenda à lei<br />

que estabelece os casos de inelegibilidade. Porque,<br />

na realidade, está havendo um excesso por parte de<br />

Parlamentares que não deixam que os novos apareçam.<br />

Está quase vedado a quem não tenha parente e<br />

a quem não tenha alguém na administração se eleger<br />

a alguma coisa.<br />

Começa pelo prazo da campanha. Só se pode ser<br />

candidato após a convenção. E a convenção é em julho.<br />

Então, o candidato tem até agosto e setembro para<br />

fazer o seu nome. Se não tiver nome feito ou alguém<br />

que o faça, não se elege. Por outro lado, é permitido<br />

aos Prefeitos, por exemplo, candidatarem os filhos e<br />

a mulher com a maior naturalidade e, normalmente,<br />

embora seja uma eleição ampla, o grosso da votação<br />

ocorre nos Municípios.<br />

Esse projeto de lei complementar, fiz pessoalmente,<br />

mas a Bancada do PTB resolveu endossá-lo,<br />

passando a ter, então, o apoio da Bancada.<br />

A emenda que hoje fiz chegar à Presidência da<br />

Casa estabelece, por exemplo:<br />

§ 4º No caso de candidatura a cargo eletivo<br />

cuja circunscrição eleitoral seja mais ampla<br />

que o território sob administração do cônjuge,<br />

companheiro ou parente, consangüíneo ou<br />

afim, até o segundo grau ou por adoção, a inelegibilidade<br />

a que se refere o §3º será limitada<br />

às zonas eleitorais situadas nesse território”,<br />

ou seja, o marido, a mulher, o filho pode ser<br />

candidato a Deputado em eleição ampla, mas,<br />

no território onde exista esse parentesco, serão<br />

inelegíveis, não se contarão os votos.<br />

Outro defeito que aconteceu, principalmente no<br />

meu Estado, Sr. Presidente, é que entre esses candidatos<br />

todos estava a mulher, o marido, um filho ou um<br />

pai, colocados como Secretários de Estado. Ou seja,<br />

é uma forma de burlar o espírito da lei.<br />

Ou seja, é uma forma de burlar o espírito da lei<br />

porque, pelo espírito da lei, o cargo de Secretário de<br />

Estado é um dos cargos realmente muito forte e que<br />

pode influenciar na eleição. Então, neste caso, também<br />

ficam proibidos.<br />

O § 5º prevê:<br />

§ 5º As hipóteses de inelegibilidade previstas<br />

neste artigo estendem-se, mantidas as<br />

mesmas vedações e prazos, ao cônjuge, companheiro,<br />

parente consangüíneo ou afim, até<br />

o segundo grau ou por adoção, das pessoas<br />

referidas em cada dispositivo.<br />

Portanto, Sr. Presidente, sabemos que existe um<br />

movimento baseado na reeleição, segundo o qual se o<br />

prefeito, o governador, o presidente podem concorrer<br />

ao cargo sem se afastarem, então por que o parente<br />

vai ser inelegível? Mas isso é para usar o instituto da<br />

reeleição, que não é correto, para se transformar tudo<br />

num nepotismo familiar que a nós compete acabar.<br />

Sei, Sr. Presidente, que é difícil, porque isso aqui<br />

é um projeto de lei complementar, mas alguém tem<br />

que marcar o primeiro passo, alguém tem que marcar<br />

o primeiro prego na ferradura, para que se possa pensar<br />

nas futuras gerações, nos novéis que querem entrar<br />

na vida pública, mas que não têm, hoje, nenhuma<br />

chance porque a lei lhes veda tudo, até a propaganda<br />

eleitoral antes do dia da convenção.<br />

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.<br />

Muito obrigado.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

253<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15757<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Agradeço a V. Exª.<br />

Concedo a palavra ao Senador Renato Casagrande.<br />

O SR. JOSÉ NERY (PSOL – PA) – Sr. Presidente.<br />

O SR. RENATO CASAGRANDE (Bloco/PSB<br />

– ES) – Obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. JOSÉ NERY (PSOL – PA) – Sr. Presidente.<br />

O SR. RENATO CASAGRANDE (Bloco/PSB<br />

– ES) – Senador, há dois oradores.<br />

O SR. JOSÉ NERY (PSOL – PA) – Sr. Presidente,<br />

peço inscrição para...<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– V. Exª solicita inscrição para discutir a matéria.<br />

O SR. JOSÉ NERY (PSOL – PA) – Peço inscrição,<br />

como Líder, para falar após a Ordem do Dia.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– V. Exª está inscrito.<br />

Senador Renato Casagrande.<br />

O SR. RENATO CASAGRANDE (Bloco/PSB<br />

– ES. Para discutir. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

é difícil votar essa matéria, porque ela trata<br />

de interesses de servidores, e toda matéria que trata<br />

de interesse de corporações é matéria que tem muitos<br />

pleitos, naturalmente.<br />

Parabenizo o Senador Expedito Júnior pelo relatório.<br />

Faço uma ressalva, como fizeram a Senadora Ideli<br />

Salvatti e o Senador Aloizio Mercadante com relação à<br />

incorporação dos 12 mil servidores do Estado de Rondônia<br />

à União. Acho que essa ressalva deve ser feita,<br />

até para aprofundarmos o debate sobre a matéria.<br />

O Senado já discutiu e votou matérias referentes<br />

a emendas constitucionais relativas a outros Estados.<br />

O pleito é legítimo, mas, talvez, o instrumento usado<br />

não seja o mais adequado. Faço essa ressalva negativa<br />

em relação ao relatório, mas também faço ressalvas<br />

positivas ao relatório como um todo e especialmente a<br />

uma emenda do Senador Eduardo Suplicy, acatada pelo<br />

Senador Expedito Júnior, que trata de uma gratificação<br />

para os servidores técnico-administrativos e auxiliares do<br />

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.<br />

No meu Estado, o mesmo pleito também foi feito<br />

ao Senador Gerson Camata, ao Senador Magno Malta;<br />

foi encaminhado também para que eu pudesse avaliar,<br />

e o Senador Expedito Júnior acatou essa emenda. É<br />

uma emenda que corrige uma distorção existente hoje<br />

no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.<br />

Essa correção vai fazer com que haja mais justiça<br />

dentro do Ministério para essas categorias.<br />

Parabéns, Senador Expedito Júnior, pelo seu<br />

relatório, e, em especial, pelo aperfeiçoamento que V.<br />

Exª fez nessa matéria.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Concedo a palavra ao Senador João Ribeiro.<br />

O SR. JOÃO RIBEIRO (Bloco/PR – TO. Para discutir.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs.<br />

e Srs. Senadores, solicitei a palavra apenas para me<br />

congratular com o Senador Expedito Júnior no que diz<br />

respeito à questão da transposição dos servidores de<br />

Rondônia, uma vez que essa é uma discussão antiga.<br />

Não vou entrar muito na questão do mérito porque vem<br />

aí uma discussão realmente muito antiga. O Senador<br />

Expedito Júnior negociou com o Líder do Governo.<br />

Houve, sim, o apoio, pelo menos de parte do Governo.<br />

E nós, como somos integrantes da Base, não poderíamos<br />

ficar fora dessa negociação – eu, sobretudo,<br />

que sou Líder do Partido ao qual o Senador Expedito<br />

Júnior é filiado e do qual faz parte.<br />

O motivo da minha fala, Sr. Presidente, é apenas<br />

para dizer que estou plenamente de acordo com todas<br />

as observações do Senador Expedito Júnior. Sou<br />

plenamente favorável à questão da transposição e aos<br />

demais itens acatados em seu relatório.<br />

Então, Senador Expedito, conte com o meu apoio,<br />

conte com o apoio do seu Partido. Vamos aprovar o<br />

mais rapidamente possível essa matéria.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Concedo a palavra, pela ordem, ao Senador Neuto<br />

De Conto.<br />

O SR. NEUTO DE CONTO (PMDB – SC. Pela<br />

ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs<br />

e Srs. Senadores, quero anunciar que se encontra em<br />

Brasília um grande contingente de Vereadores de Santa<br />

Catarina, meu Estado, para trazer matérias importantes<br />

à reforma político-partidária. S. Exªs estão aqui para,<br />

depois de debaterem nos seus Municípios, de discutirem<br />

em suas Câmaras de Vereadores, contribuírem<br />

com o Congresso Nacional com uma nova proposta<br />

eleitoral, uma nova proposta política para o Brasil. Além<br />

de cumprimentá-los por estarem aqui, quero saudá-los<br />

pela significativa contribuição ao nosso País.<br />

Muito obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Concedo a palavra ao Senador Heráclito Fortes para<br />

discutir a matéria.<br />

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI. Para<br />

discutir. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

Srªs e Srs. Senadores, estamos vivendo hoje um outro<br />

exemplo da dificuldade que nós temos nesta Casa<br />

de votar matérias com o conhecimento exato do que<br />

estamos fazendo.


254<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15758 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

As matérias quando chegam aqui, com o espaço<br />

de tempo curto para uma análise mais detalhada, geram<br />

dúvidas como a que estamos vendo agora aqui.<br />

Daí a necessidade de discussão e de esclarecimentos.<br />

Quando questiono a Base do Governo sobre o impacto<br />

que causará na folha da União, já tão sacrificada, é exatamente<br />

para que o Governo Federal não tenha mais<br />

ônus do que os que já tem com gastos de pessoal.<br />

Senador Expedito Júnior, não será por falta de<br />

compreensão das oposições que V. Exª deixará de<br />

atender aos interesses do seu Estado, principalmente.<br />

Felizmente a Oposição neste País tem sido responsável.<br />

Mas é preciso que essas matérias sejam trazidas ao<br />

Senado com as explicações devidas e, acima de tudo,<br />

que não sejam aquelas caixas de surpresa, aquelas<br />

caixas-pretas nas quais se embutem penduricalhos<br />

que criam cargos, verbas e outros mecanismos que<br />

surpreendem a todos nós.<br />

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o momento<br />

que nós estamos vivendo neste País nos obriga, Senador<br />

Antonio Carlos Magalhães, a exigir que o Governo,<br />

por meio da sua base, nos ajude aqui e agora, o mais<br />

rápido possível, na aprovação do Orçamento impositivo.<br />

Talvez todos esses males e todas essas apreensões que<br />

nós vivemos no Brasil hoje se devam à maneira pouco<br />

clara e, acima de tudo, injusta com que o Orçamento<br />

da Nação é tratado. Conversava agora mesmo com<br />

o Senador Tarso e o Senador Antonio Carlos, e eles,<br />

com justa razão, levantavam uma questão que é preciso<br />

ser debatida aqui: esta crise que envolve setores<br />

do Governo não é uma crise parlamentar, é uma crise<br />

do Executivo, é uma crise do Governo Lula, que, como<br />

Governo Federal, tem que assumir a responsabilidade,<br />

pois libera recursos, nomeia. Os envolvidos são o quê?<br />

Funcionários da Caixa, funcionários do Governo, da<br />

Administração Direta. Se Parlamentares estão citados,<br />

são vítimas ou participantes de um processo, mas não<br />

são a causa. Então, é preciso que essas coisas sejam<br />

feitas e sejam vistas, Sr. Presidente, de maneira clara,<br />

tranqüila e lógica. O Brasil não pode mais conviver sistematicamente<br />

com denúncias que, infelizmente, além<br />

de entristecer a nós que fazemos política e exercemos<br />

mandato parlamentar há muito tempo, paralisa a Administração<br />

Pública brasileira. A sofisticação, Senador<br />

Sérgio Guerra, chegou ao ponto de, antes mesmo de o<br />

PAC funcionar, já se ver nos corredores da Administração<br />

Pública funcionários fazendo cartilhas para burlar<br />

os critérios e os procedimentos de liberação de recursos<br />

para tornar a execução mais rápida e efetiva.<br />

São lamentáveis esses fatos, Senador Sibá Machado,<br />

mas o Congresso Nacional deve assumir a sua<br />

responsabilidade, responsabilidade histórica neste momento,<br />

de colocar os “pingos nos is” e dar um basta em<br />

tudo de uma vez, modificando não só a lei do Orçamento,<br />

mas, principalmente, moralizando e tornando mais transparente<br />

a lei das concorrências públicas neste País.<br />

Ofereço inclusive as sugestões que apresentei<br />

através de 32 emendas que tramitam no momento na<br />

Comissão de Ciência e Tecnologia para que nós possamos,<br />

a partir de uma aprovação, dormir tranqüilos, sabendo<br />

que enquanto se dorme neste País a corrupção<br />

não corrói os cofres públicos na madrugada. E que o<br />

amanhecer não nos traga uma surpresa desagradável<br />

como a que estamos vivendo nesse momento.<br />

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Agradeço a V. Exª. Concedo a palavra, para discutir<br />

a matéria, ao Senador César Borges.<br />

O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA. Para discutir.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srs. Senadores,<br />

Srªs e Senadoras, é com tristeza, Sr. Presidente,<br />

que vejo mais uma vez este Plenário do Senado Federal<br />

se curvar diante da vontade do Executivo, analisando<br />

a medida provisória que é o item 2 da nossa pauta,<br />

a Medida Provisória nº 341, transformada em projeto<br />

de lei de conversão.<br />

Estamos aprovando, mas talvez alguns Senadores<br />

não tenham conhecimento pleno do que está aqui<br />

nesta matéria. Entretanto, Sr. Presidente, eu começaria<br />

dizendo que, se analisarmos com o devido cuidado essa<br />

Medida Provisória, esse MPV, nós vamos verificar que<br />

ela está abarcando um número alto de matérias. E isso<br />

é uma agressão à Constituição, à Lei Complementar nº<br />

95, de fevereiro de 1998, que dispõe sobre a elaboração,<br />

redação, alteração e consolidação das leis, conforme<br />

determina o parágrafo único do art. 59 da Constituição<br />

Federal, e também estabelece normas para a consolidação<br />

dos atos normativos que menciona, e cujo inciso<br />

primeiro do art. 7º determina que “excetuadas as codificações,<br />

cada lei tratará de um único objeto.”<br />

Eu vejo aqui Senadores virem à tribuna para<br />

defender constitucionalidade e inconstitucionalidade,<br />

mas não tratam de verificar que essa medida provisória<br />

é inconstitucional como tantas outras examinadas<br />

por este Senado.<br />

Esta medida provisória, transformada em projeto<br />

de lei de conversão, trata de assuntos os mais<br />

diversos e que vão da extinção de cargos DAS à<br />

criação de tantos outros cargos – 354 Cargos de<br />

Agentes de Inspeção Sanitária Industrial; na Casa<br />

Civil, criação de dois cargos em comissão do Grupo-Direção<br />

e Assessoramento Superior, DAS, vários<br />

cargos DAS; autoriza o Poder Executivo a prorrogar<br />

até julho de 2008 o prazo de vigência de contratos<br />

temporários, que deveriam estar sendo extintos e


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

255<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15759<br />

para cujo provimento já deveriam ter sido aprovados<br />

concursos na Anac, no Hospital das Forças Armadas,<br />

no Ministério da Agricultura. Além disso, esta<br />

medida provisória autoriza a União, por meio dos<br />

Ministros de Estado de Planejamento, Orçamento<br />

e Gestão, e da Fazenda, a delegar competência,<br />

mediante convênio, aos Governadores dos Estados<br />

Amapá, Rondônia e Roraima para a prática de<br />

atos relativos a promoção, movimentação, reforma,<br />

licenciamento, exclusão, exoneração e outros atos<br />

administrativos e disciplinares.<br />

Finalmente, este diploma legal também estatui<br />

que a autoridade dos órgãos cessionários que tiver<br />

ciência de irregularidade no serviço público praticada<br />

por servidores civis, oriundos de ex-territórios federais,<br />

promoverá sua apuração imediata, inclusive sobre fatos<br />

pretéritos, devendo, finda a apuração, ser o processo<br />

encaminhado à autoridade do órgão cedente. Portanto,<br />

são diversos assuntos aqui tratados. Como isso, é<br />

o vício do cachimbo que faz a boca torta. O Governo<br />

sabe que pode editar a medida provisória que bem desejar,<br />

ao seu talante, tratando do assunto que quiser,<br />

que haverá aprovação por parte do Congresso Nacional,<br />

seja da Câmara, seja do Senado.<br />

Então, Sr. Presidente, Srs. Senadores, nós vivemos<br />

aqui, na verdade, um simulacro de democracia<br />

ou de legislativo. Quem está legislando no País é o<br />

Executivo, não é esta Casa. Nós aqui simplesmente<br />

chancelamos, damos o carimbo de acordo, mas a legislação<br />

parte do Executivo; e parte inconstitucionalmente<br />

porque não poderia uma medida provisória tratar<br />

de tantos assuntos. Mas, lamentavelmente, mais uma<br />

vez, nesta tarde veremos várias medidas provisórias<br />

flagrantemente inconstitucionais sendo aprovadas<br />

nesta Casa.<br />

Sr. Presidente, é contra essa situação que mais<br />

uma vez venho à tribuna, somando-se a tantas outras,<br />

para dizer que estamos aqui aprovando algo<br />

que o Governo Federal deseja pela utilização deste<br />

instrumento caduco que é a possibilidade de edição<br />

de medida provisória.<br />

Muitas vezes, assisto na televisão cobranças por<br />

não termos oposição no País. Não há oposição para<br />

se rebelar contra esses fatos de tal forma que possa<br />

apresentar ao País uma solução ou proposta.<br />

Somos levados a crer que talvez aqui esteja<br />

ocorrendo isso. Está ficando muito fácil para o Governo,<br />

facílimo, aprovar tudo o que deseja. E como o<br />

Governo conseguiu isso? Loteando cargos que vão<br />

dos Ministérios, independentemente de quem sejam<br />

as pessoas apresentadas, à presidência de estatais,<br />

à diretoria de estatais. Ou seja, todos os milhares de<br />

cargos existentes no Governo Federal são distribuídos<br />

entre 12 partidos, para que se constitua, no Congresso<br />

Nacional, uma maioria esmagadora que não está<br />

preocupada se a matéria pode ser objeto de medida<br />

provisória ou não, nem se a medida é ou não constitucional.<br />

Temos a lamentar essa situação.<br />

Como partícipe da Oposição brasileira, que ainda<br />

resiste, estou aqui para protestar contra esse ato.<br />

Essa medida provisória não poderia ser editada dessa<br />

forma, visto que não foi devidamente analisada pelos<br />

Srs. Parlamentares. As medidas provisórias estão sendo<br />

aprovadas, muitas vezes, como quando se assina<br />

marcando com uma cruz ou com o dedo, com a impressão<br />

digital, sem saber o que está escrito nas medidas<br />

provisórias e sem conhecer seus efeitos sobre os<br />

gastos do Governo; gastos esses que são crescentes<br />

por conta de um arrocho sobre a população brasileira,<br />

arrocho causado pelo aumento diário e infindável da<br />

carga tributária.<br />

A cada dia, à medida que a arrecadação bate<br />

recorde, o Governo se sente também mais à vontade<br />

para aumentar suas despesas, sem fazer concurso<br />

público, sem enviar projeto de lei para o Congresso<br />

Nacional, mas simplesmente editando medidas provisórias.<br />

Portanto, fica aqui esse registro. Faz parte do<br />

meu dever de Parlamentar e da minha consciência, Sr.<br />

Presidente, apresentar este protesto contra mais uma<br />

edição de uma medida provisória inconstitucional.<br />

Muito obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Agradeço a V. Exª.<br />

O parecer preliminar do Relator revisor, Senador<br />

Expedito Júnior, é pelo atendimento dos pressupostos<br />

constitucionais de relevância e urgência e<br />

pela adequação financeira e orçamentária da medida<br />

provisória, nos termos do art. 8º da Resolução nº 1,<br />

de 2002 – CN.<br />

No mérito, pela aprovação do Projeto de Lei de<br />

Conversão, com as Emendas nºs 85 a 89, que apresenta.<br />

Em votação os pressupostos de relevância e urgência<br />

e adequação financeira e orçamentária.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que os aprovam<br />

queiram permanecer sentados. (Pausa.)<br />

Aprovados, contra o voto do Senador César Borges.<br />

Aprovados, passa-se à apreciação do mérito.<br />

Em discussão o Projeto de Lei de Conversão, a<br />

Medida Provisória e as emendas, em turno único.<br />

A Mesa consulta se há algum Senador que queira<br />

discutir o mérito da matéria. (Pausa.)<br />

Não havendo quem peça a palavra, encerro a<br />

discussão.


256<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15760 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

Sobre a mesa, requerimentos de destaques que<br />

serão lidos pelo Sr. 1º Secretário em exercício, Senador<br />

Papaléo Paes.<br />

São lidos os seguintes:<br />

REQUERIMENTO Nº 571, DE 2007<br />

Senhor Presidente,<br />

Nos termos do art. 312, inciso II do Regimento<br />

Interno do Senado Federal, requeiro destaque<br />

para votação em separado da Emenda nº 55, de autoria<br />

do Deputado Miro Teixeira, oferecida ao PLV nº<br />

6, de 2007 (proveniente da Medida Provisória nº 341,<br />

de 2006).<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Arthur Virgílio.<br />

REQUERIMENTO Nº 572, de 2007<br />

Senhor Presidente,<br />

Nos termos do art. 312, inciso II do Regimento<br />

Interno do Senado Federal, requeiro destaque<br />

para votação em separado da Emenda nº 56, de autoria<br />

do Deputado Miro Teixeira, oferecida ao PLV nº<br />

6, de 2007 (proveniente da Medida Provisória nº 341,<br />

de 2006).<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Arthur Virgílio.<br />

REQUERIMENTO Nº 573, DE 2007<br />

Requeiro, nos termos regimentais, destaque para<br />

votação em separado, da Emenda nº 85 de Relator ao<br />

PLV nº 6/2007.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Romero Jucá, Líder do Governo.<br />

REQUERIMENTO Nº 574, DE 2007<br />

Requeiro, nos termos regimentais, destaque para<br />

votação em separado, da Emenda nº 86 de Relator ao<br />

PLV nº 6/2007.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Romero Jucá, Líder do Governo.<br />

REQUERIMENTO Nº 575, DE 2007<br />

Requeiro, nos termos regimentais, destaque para<br />

votação em separado, da Emenda nº 87 de Relator ao<br />

PLV nº 6/2007.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Romero Jucá, Líder do Governo.<br />

REQUERIMENTO Nº 576, DE 2007<br />

Requeiro, nos termos regimentais, destaque para<br />

votação em separado, da Emenda nº 88 de Relator ao<br />

PLV nº 6/2007.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Romero Jucá, Líder do Governo.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana – Bloco/PT<br />

– AC) – Votação em globo dos requerimentos de destaque<br />

para votação em separado das Emendas nº 55,<br />

56, 85, 86, 87 e 88.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que os aprovam<br />

queiram permanecer sentados. (Pausa)<br />

Aprovados.<br />

As matérias destacadas serão votadas oportunamente.<br />

Em votação o Projeto de Lei de Conversão, que<br />

tem preferência regimental, ressalvados os destaques<br />

e as emendas do Relator.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que o aprovam queiram<br />

permanecer sentados. (Pausa)<br />

Aprovado.<br />

Em votação a Emenda nº 89, do Relator revisor,<br />

ressalvados os destaques.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que a aprovam queiram<br />

permanecer sentados. (Pausa)<br />

Aprovado.<br />

Passa-se à votação das emendas destacadas,<br />

uma a uma.<br />

Concedo a palavra ao Senador Arthur Virgílio,<br />

autor do requerimento, nos termos do art. 3000, XVII,<br />

do Regimento Interno, para encaminhar as Emendas<br />

nºs 55 e 56, ao mesmo tempo.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Para<br />

encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) – Sr.<br />

Presidente, essa Emenda, na Câmara dos Deputados,<br />

é da lavra do Deputado Miro Teixeira, Líder<br />

do PDT.<br />

Sr. Presidente, as agências reguladoras são<br />

instituições que têm como característica a autonomia,<br />

mantendo independência econômico-financeira.<br />

Por um lapso de planejamento estatal, as agências<br />

reguladoras foram criadas sem o óbvio provimento<br />

de recursos humanos que as fizesse funcionar adequadamente.<br />

Para dar efetividade operacional a essas autarquias<br />

de regime especial, a Administração Federal<br />

considerou suas atividades como de necessidade temporária<br />

de excepcional interesse público, contratando<br />

pessoal técnico indispensável ao desenvolvimento das<br />

atividades-fim dessas Agências, entre elas a preliminar<br />

e indispensável tarefa de definir os respectivos marcos<br />

regulatórios. Contratados como quadros provisórios,<br />

os quadros técnicos foram mantidos por prorrogações<br />

sucessivas. Aproximadamente dois mil funcionários,<br />

cujos contratos têm sido prorrogados, serão afastados<br />

das agências.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

257<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15761<br />

Os investimentos previstos no Programa de Aceleração<br />

do Crescimento (PAC), com exceção dos relacionados<br />

a saneamento, passam pelas Agências, a<br />

saber, em energia: Agência Nacional de Petróleo (ANP)<br />

e Aneel; em portos, aeroportos e rodovias – Agência<br />

Nacional de Aviação Civil (ANAC), Agência Nacional<br />

de Transportes Terrestres (ANTT) e Agência Nacional<br />

de Transportes Aquaviários (Antaq).<br />

A prorrogação dos contratos temporários, bem<br />

como a recontratação dos servidores temporários<br />

que não tiveram seus contratos prorrogados, faz-se<br />

urgente e necessária sob pena de as agências reguladoras<br />

comprometerem não só o ritmo de seus<br />

trabalhos, mas também o pleno sucesso do Programa<br />

de Aceleração do Crescimento (PAC), no qual<br />

deposito limitadas expectativas, mas, ainda assim,<br />

se não as realiza, fica fadado a um insucesso ainda<br />

maior, Sr. Presidente.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Agradeço a V. Exª, Senador Arthur Virgílio.<br />

Não estando presente o Senador Romero Jucá,<br />

autor dos requerimentos de destaque, passa-se à votação<br />

em globo das Emendas nºs 85, 86, 87 e 88, do<br />

Relator.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que as aprovam<br />

queiram permanecer sentados. (Pausa)<br />

Aprovadas, com voto contrário do Senador Aloizio<br />

Mercadante.<br />

O SR. JEFFERSON PÉRES (PDT – AM) – Sr.<br />

Presidente, peço a palavra pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Senador Jefferson Péres, V. Exª tem a palavra pela<br />

ordem.<br />

O SR. JEFFERSON PÉRES (PDT – AM. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, o PDT<br />

está liberado para votar essa emenda, mas registre meu<br />

voto contrário, por inconstitucionalidade, também.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Voto contrário dos Senadores Jefferson Péres, Flávio<br />

Arns e Osmar Dias.<br />

Em votação a Emenda nº 55.<br />

Senador Arthur Virgílio, V. Exª vai usar da palavra<br />

ainda?<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Tratase<br />

da Emenda nº 57?<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Emendas nºs 55 e 56, em votação.<br />

V. Exª quer usar da palavra ainda?<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Não,<br />

Sr. Presidente, vejo que é o mesmo assunto. Por coerência,<br />

reforçamos a idéia de que as agências reguladoras<br />

devem ser prestigiadas. Entendemos que o<br />

Governo reluta em compreender o valor e o peso das<br />

agências reguladoras. Ele quer imaginá-las como departamentos<br />

dos Ministérios, subordinados, portanto,<br />

os seus desígnios aos dos Ministros. Isso é pouco.<br />

Isso não é bom. Precisamos, efetivamente, adensar<br />

as possibilidades de crescimento do Brasil para se<br />

atraírem investimentos em infra-estrutura em doses<br />

suficientes para sustentar, por longos anos, crescimento<br />

econômico com inflação baixa, é preciso apoiar as<br />

agências reguladoras. Elas não podem funcionar sem<br />

pessoal adequado, não podem funcionar sem dotação<br />

orçamentária própria, não podem funcionar sob contingenciamento<br />

de recursos.<br />

Portanto, estamos aqui para reafirmar a coerência<br />

do PSDB a favor das agências reguladoras, que vêm<br />

substituir no mercado as antigas empresas estatais<br />

que foram privatizadas. Elas representam não o Governo,<br />

não o Ministro; elas representam mais do que<br />

isso: representam o Estado brasileiro, que, às vezes,<br />

pode ter até choque com o Governo. Os interesses<br />

do Estado brasileiro são permanentes, os interesses<br />

de Governo são transitórios. Elas representam o interesse<br />

do consumidor, ou seja, enquanto o Governo<br />

não compreender essa necessidade e essa relevante<br />

questão que é a agência como instrumento do Estado<br />

e do consumidor, e não como um mero instrumento do<br />

Governo, nós teremos as possibilidades de crescimento<br />

econômico do País minimizadas: se cresce mais em um<br />

ano, poderia ter crescido mais ainda; se cresce menos<br />

naquele ano, poderia ter crescido um pouco mais, um<br />

pouco melhor; se tem crescimento negativo, poderia<br />

ter tido um crescimento negativo pífio que fosse. Ou<br />

seja, agência reguladora é sinônimo de crescimento<br />

econômico, desde que apoiada em sua autonomia por<br />

governos que reconheçam o direito que elas têm à independência,<br />

Sr. Presidente. Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Agradeço a V. Exª.<br />

Em votação as Emendas nºs 55 e 56, separadamente.<br />

Primeiro, a Emenda nº 55, destacada.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que a aprovam queiram<br />

permanecer sentados. (Pausa.)<br />

Aprovada.<br />

Em votação a Emenda nº 56, destacada.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que a aprovam queiram<br />

permanecer sentados. (Pausa.)<br />

Aprovada.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Sobre a mesa, parecer da Comissão Diretora, que<br />

será lido pelo Sr. 1º Secretário em exercício, Senador<br />

Papaléo Paes.<br />

É lido o seguinte:


258<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15762 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

259<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15763


260<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15764 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

261<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15765<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Em discussão a redação final. (Pausa.)<br />

Não havendo quem peça a palavra, encerro a<br />

discussão.<br />

Em votação.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que a aprovam queiram<br />

permanecer sentados. (Pausa.)<br />

Aprovada.<br />

A matéria volta à Câmara dos Deputados.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT –<br />

AC) – Concedo a palavra ao Senador Arthur Virgílio,<br />

Líder do PSDB, antes de passarmos ao próximo item<br />

da pauta.<br />

O SR. EXPEDITO JÚNIOR (Bloco/PR – RO) – Sr.<br />

Presidente, pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Concedo a palavra, pela ordem, ao Senador Expedito<br />

Júnior.<br />

O SR. EXPEDITO JÚNIOR (Bloco/PR – RO. Pela<br />

ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, é só<br />

para agradecer à Casa, a todos os Senadores, principalmente<br />

às Lideranças dos partidos, e dizer que essa<br />

é a nossa primeira conquista do Estado de Rondônia,<br />

é a minha primeira vitória como Senador aqui, e devia<br />

isso ao povo do meu Estado. E faço um apelo à Câmara<br />

dos Deputados para que confirme a decisão tomada<br />

aqui, pela maioria dos Senadores nesta Casa. Muito<br />

obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Tem a palavra o Senador Arthur Virgílio.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Como<br />

Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, agradeço<br />

a V. Exª a excepcionalidade. Nós colaboramos<br />

com o início da sessão nesta hora e queremos, de<br />

fato, cumprir o compromisso de votar essas matérias,<br />

algumas pelo “sim”, outras pelo “não”, outras pelo “sim”


262<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15766 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

negociado. Mas eu gostaria, de maneira muito sucinta,<br />

de anunciar a posição do PSDB diante da crise que aí<br />

está, de maneira muito clara. São quatro pontos.<br />

Antes de tudo, Sr. Presidente, a advertência que<br />

fizemos durante tanto tempo de que, mais hora menos<br />

hora, se repetiriam esses desastres na Comissão de<br />

Orçamento. Nós não sabíamos o tamanho de anões.<br />

Não necessariamente anão precisa ser baixo na estatura.<br />

Ele pode ter uma estatura diferente. Nós avisamos<br />

de que era preciso – e essa foi uma idéia, por primeiro,<br />

elaborada pelo Senador Sérgio Guerra –, a nosso ver,<br />

extinguir a Comissão de Orçamento. Segundo, discutir<br />

cada tema nas Comissões respectivas de cada Casa:<br />

saúde, nas Comissões de Saúde da Câmara e do Senado,<br />

e por aí em diante.<br />

Ao final, esse acumulado passaria por uma Comissão<br />

de Sistematização, a exemplo do que aconteceu<br />

na Constituinte de 1988. Com isso, nós teríamos mais<br />

transparência, mais agilidade. E, junte-se a isso, a necessidade<br />

que temos de começar a implantar, Senador<br />

Sérgio Guerra, o Orçamento impositivo já, pelo menos,<br />

pela parte do Congresso. Ou seja, libertar Parlamentares<br />

do jugo – e não me refiro apenas a este Governo; é<br />

um momento sério e de crise para que eu me restrinja<br />

a mesquinharias políticas –, mas libertar Parlamentares<br />

do jugo do Executivo. Ou seja, o que for decidido no Congresso,<br />

pelo Congresso, para o Congresso deve ser, pura<br />

e simplesmente, apoiado; deve virar letra de lei, através<br />

do Orçamento que começaria a ser impositivo.<br />

Nós temos quatro pontos a anunciar à Casa. Primeiro<br />

ponto, Sr. Presidente: em relação ao Governador<br />

Teotonio Vilela, que tem uma vida até ancestral de<br />

serviços prestados ao País, nós reafirmamos a nossa<br />

mais irrestrita confiança. Ele fala hoje à Nação, a partir<br />

das Alagoas e, certamente, com a clareza que sempre<br />

marcou a sua vida pública e com a transparência que<br />

fez dele um dos Parlamentares, por três mandatos,<br />

mais respeitados no Senado Federal.<br />

O segundo ponto é denunciar. E volto a dizer: não<br />

estou falando que é crise deste Governo. Eu estou dizendo<br />

que é uma crise com ramificações lamentáveis e<br />

apodrecidas no Legislativo, mas é uma crise que nasce<br />

no Executivo, porque quem libera emendas é o Poder<br />

Executivo, e, de lá para cá, espraiam-se todos esses influxos<br />

negativos que estão desmoralizando este País.<br />

O terceiro ponto, Sr. Presidente, é dizer que o<br />

PSDB apóia qualquer iniciativa de investigação em<br />

nível de Ministério Público, de Polícia Federal, do que<br />

for. O PSDB não se recusará a assinar qualquer pedido<br />

de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito.<br />

Mandamos dizer agora ao Líder do Partido<br />

na Câmara, por intermédio do Deputado e ex-Ministro<br />

Paulo Renato, que estamos aqui prontos para assinar<br />

o documento, pedindo a instalação da Comissão Parlamentar<br />

Mista de Inquérito, porque não vamos, de<br />

forma alguma, fazer o papel da avestruz. Não vamos.<br />

Vamos simplesmente enfrentar os fatos tais como se<br />

apresentem a nossa frente.<br />

Digo mais, antes de conceder a palavra ao Senador<br />

Sérgio Guerra, Sr. Presidente: democracia e corrupção<br />

não combinam ao longo do tempo. Descréditos das<br />

instituições brasileiras por tempo indeterminado não<br />

levarão a bom termo essa bela aventura de reconstrução<br />

e de consolidação da democracia deste País.<br />

Não podemos, de jeito algum, imaginar que será<br />

possível conseguirmos um Brasil que sustente crescimento,<br />

um Brasil que desenvolva as suas possibilidades<br />

para valer, se tivermos um Congresso que não é respeitado<br />

pela população, se tivermos um Executivo que não<br />

é respeitado pela população e vive da figura carismática<br />

do seu chefe, e se tivermos um Judiciário que começa,<br />

ele também, a ser enredado nas teias do descrédito. Ou<br />

somos capazes de soerguer as instituições-base que<br />

representam o cerne da democracia brasileira ou haveremos<br />

de ver este País mergulhado, mais hora, menos<br />

hora, Senador Jefferson Péres, em crise institucional.<br />

É hora de reação clara. E reação clara por parte<br />

do Congresso é não deixarmos de investigar tudo<br />

aquilo que esteja ao nosso alcance, seja qual for o<br />

instrumento. E se for o caso de se fazer a Comissão<br />

Parlamentar de Inquérito, que se faça a Comissão<br />

Parlamentar de Inquérito; se for o caso de se fazer<br />

qualquer investigação outra, que se somem às investigações.<br />

Mas o PSDB tem a decisão clara de que, se<br />

não toma essas atitudes, ele ficaria muito mal perante<br />

a opinião pública, ficaria muito mal perante a sua própria<br />

consciência; ficaria parecendo que se estabeleceu<br />

uma certa lei da omertà, aquela lei do silêncio mafioso:<br />

tu não me acusas, que eu não te acuso; eu não<br />

te acuso e tu não me acusas. E esse não é o nosso<br />

caso, não prejulgamos ninguém, não temos nenhuma<br />

desconfiança firmada sobre quem quer que seja, mas<br />

entendemos, às claras, com nitidez, que está na hora<br />

de darmos uma satisfação à Nação. E a Nação lá fora<br />

– pois aqui temos uma certa torre de marfim, estamos<br />

aqui encastelados numa certa torre de marfim –, a Nação<br />

não está de jeito algum satisfeita com os rumos<br />

de uma política que produz muito menos crescimento<br />

econômico, muito menos empregos do que produz<br />

escândalos em série e em massa em tudo que é instituição<br />

deste País.<br />

Senador Sérgio Guerra.<br />

O Sr. Sérgio Guerra (PSDB – PE) – Senador<br />

Arthur Virgílio, o PSDB precisava falar hoje; e V. Exª,<br />

como nosso Líder, fala com absoluta, total e completa<br />

coerência. Não podemos dizer uma coisa e fazer outra.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

263<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15767<br />

Não podemos defender CPI de um lado e, de outro lado,<br />

colocarmo-nos contra as Comissões Parlamentares de<br />

Inquérito. Temos que ter coerência nisso. Nossa coerência<br />

vai mais longe. Primeiro, devemos dizer que, há muito<br />

tempo, já afirmamos que esse processo de produção<br />

do Orçamento no Executivo e no Legislativo nos conduziria<br />

a grave crise, senão a sucessivas crises. Mais<br />

uma começa a aparecer com dimensões até agora não<br />

previstas. Trata-se de uma empresa, não é das maiores,<br />

uma empresa média para pequena, que tem ramificação<br />

em alguns Estados. Não é nada tão gigantesco assim<br />

como parece: uma coisa é valor de contratos, outra coisa<br />

é realização de obras. Com o tempo, isso tudo vai<br />

ser visto com mais precisão. É preciso não dar a todo<br />

esse processo a característica de aventura. Menor crítica<br />

à Polícia Federal não cabe. Fez uma investigação<br />

exemplar e mostrou que não respeitou limites: foi ao<br />

Executivo também. Mas é preciso que não se estabeleçam<br />

prejulgamentos nem conclusões apressadas,<br />

porque elas podem ser injustas. Já foram no passado<br />

e podem continuar a ser agora, quando o Congresso<br />

está – assim como estão as instituições de maneira geral<br />

– mais do que nunca, na defensiva. Essa questão da<br />

Comissão Mista de Orçamento é questão vencida. Ela<br />

já não devia existir. E esse modelo de produzir emendas<br />

também não serve mais: não tem a menor capacidade<br />

de produzir nada além de crise. Mas quem desmontou<br />

o conceito da possibilidade de o Congresso contribuir<br />

para a produção do Orçamento foi o Executivo, muito<br />

mais no Governo atual. Mas esse processo de desestruturação<br />

do papel do Executivo no Orçamento já vem<br />

de longe e foi agravado agora. Levantei, apenas para<br />

que os companheiros Senadores tenham uma rápida<br />

dimensão de como falo a verdade, os dados de 2006,<br />

ou seja, do Orçamento que o Congresso aprovou para<br />

2006. Aprovamos R$26,1 bilhões de investimentos.<br />

Desses R$26,1 bilhões, até o final de 2006, foram pagos<br />

– e é isso que interessa – R$6 bilhões e meio. De<br />

R$26 bilhões, foram pagos R$6 bilhões e meio. Das<br />

emendas individuais, foram pagos, liquidados, apenas<br />

R$30 milhões de recursos. Trinta milhões de reais, num<br />

pagamento global de R$6 bilhões e meio, foram pagos<br />

por emendas individuais até o final de 2006; emendas<br />

puramente individuais, de iniciativa do Legislativo. Das<br />

chamadas emendas de bancada, R$214 milhões. Quer<br />

dizer, o que teve origem no Executivo, num dispêndio<br />

global de R$6 bilhões e meio, somou 214 mais 30, ou<br />

seja, apenas R$244 milhões, num total de R$6 bilhões<br />

e 500 mil. Seis bilhões e alguma coisa é pagamento do<br />

Executivo, por iniciativa própria do Executivo, e não por<br />

iniciativa que tivesse origem na produção de emendas<br />

no Congresso. Estamos falando de uma peça de ficção,<br />

um Orçamento de R$26,1 bilhões. É uma desordem in-<br />

tegral. Não devemos permitir que a fiscalização, que a<br />

apuração, deixe de se desenvolver com absoluta tranqüilidade,<br />

segurança e transparência, mas não devemos<br />

aceitar que esta seja mais uma apuração sobre o Congresso,<br />

sobre Parlamentares, porque é completamente<br />

injusto e improcedente. Trata-se de um sistema no qual<br />

o Executivo tem 98% da responsabilidade e o Legislativo<br />

2%. Tive emendas de bancada nos últimos quatro anos<br />

em que, por dois anos, não foi pago um tostão sequer.<br />

Ao contrário, elas foram desapropriadas. Parlamentares<br />

da base do Governo usaram a emenda que eu aprovei<br />

para liberar recursos para a sua base eleitoral e os seus<br />

companheiros. Então, esse sistema está completamente<br />

desautorizado, desmontado e não pode produzir outra<br />

coisa a não ser equívocos e escândalos. Não tem chance.<br />

Então, vamos ser firmes, seguros, responsáveis, coerentes,<br />

mas não vamos jogar essa conta nas costas<br />

do Parlamento porque não é dele. Não é que aqui não<br />

haja responsabilidade. Há também e muita, mas é que<br />

a responsabilidade central é do modelo que aí está e<br />

do Executivo em particular.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– A Presidência entende a importância do pronunciamento<br />

que faz o Senador Arthur Virgílio: é um comunicado<br />

partidário. Mas temos um entendimento final<br />

ocorrendo com o Presidente Renan e alguns Líderes<br />

sobre a Ordem do Dia e eu pediria que os aparteantes<br />

colaborassem com o orador.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sr.<br />

Presidente, eu pediria um aparte ao Senador Tasso<br />

Jereissati, ao Senador Jefferson Péres, ao Senador<br />

Joaquim Roriz e ao Senador Mário Couto. E, de fato,<br />

mais nenhum, porque também tenho interesse em<br />

colaborar com V. Exª, e V. Exª está claramente com o<br />

espírito democrático que o caracteriza, abrindo uma<br />

excepcionalidade. Eu não tinha mais o direito de falar a<br />

essa altura. V. Exª abriu por entender que era de alguma<br />

importância comunicar a opinião de um Partido à Casa.<br />

Eu só tenho mesmo agradecimentos a V. Exª, que se<br />

agiganta no conceito dos seus colegas a cada passo<br />

que dá como um dos líderes maiores desta Casa.<br />

Senador Tasso Jereissati.<br />

O Sr. Tasso Jereissati (PSDB – CE) – Sr. Presidente<br />

Tião Viana, Senador Arthur Virgílio, V. Exª faz um<br />

brilhante pronunciamento nesta tarde. Na verdade, esse<br />

pronunciamento vem a propósito de um momento em que<br />

não podemos mais vacilar. O que está em jogo, Senador<br />

Tião Viana, hoje, não é mais simplesmente um fato de<br />

corrupção, um escândalo qualquer. O que está em jogo<br />

hoje é a credibilidade desta instituição, do Congresso<br />

Nacional – e não só desta Casa. E se continuarmos<br />

desse jeito, vai acontecer mais uma vez, nenhum de nós<br />

do PSDB, do PMDB, do DEM, do PT, do PSB, todos os


264<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15768 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

partidos, vai poder mais circular nas ruas, porque não<br />

vai ter mais condição, tamanha a revolta ou desprezo.<br />

Pior do que a revolta é o desprezo da opinião pública<br />

pelos membros do Congresso Nacional, e esse é um<br />

primeiro passo para alguma coisa pior acontecer. Agora,<br />

isso por quê? Por causa desse escândalo? Não, porque<br />

esse é mais um escândalo que vem acontecendo no<br />

desenrolar de acontecimentos e com o qual nós, todos<br />

nós, temos sido aqui, de uma certa maneira, lenientes.<br />

Eu apontaria dois aspectos importantes aí. O primeiro<br />

deles é punição: os casos continuam acontecendo e a<br />

população cada vez desacredita mais em nós porque<br />

não existe punição. Onde anda o Waldomiro, Senador<br />

Arthur Virgílio? Está preso? Onde anda o Delúbio? Está<br />

preso? Foi punido? Onde anda o Marcos Valério? Onde<br />

andam todos aqueles do caso mensalão? Alguns, Senador<br />

César Borges, foram reeleitos, foram muito bem<br />

votados e estão muito bem instalados novamente na<br />

Câmara etc. Como é que alguém vai acreditar que exista<br />

punição, mesmo os futuros corruptos, se estão vendo<br />

exemplos e exemplos que se confirmam na história<br />

recente deste País? O segundo ponto é o Orçamento<br />

corruptor deste País, da União. Existe um sistema que<br />

todos nós nesta Casa conhecemos, não há aqui nesta<br />

Casa quem não conheça como funciona o Orçamento.<br />

O Orçamento é essencialmente corruptor pelo Executivo<br />

– e quero aqui concordar com o Senador Sérgio Guerra<br />

–, é o Orçamento corruptor pelo Executivo. Existe um<br />

sistema de liberação que depende de uma série de<br />

características todas elas ilegais ou ilícitas. Faz-se da<br />

liberação do Orçamento para determinada obra, para<br />

determinado lugar, para determinado Deputado, para<br />

determinado Município, um verdadeiro leilão comercial<br />

em troca de verbas públicas, que dá origem a tudo isso<br />

que está aí. No entanto, todos sabemos disso e não movemos<br />

uma palha para modificar o sistema orçamentário.<br />

Nesta Casa, há o projeto de Orçamento impositivo do<br />

Senador Antonio Carlos Magalhães. Com certeza, esse<br />

tipo de orçamento que aconteceu na Operação Navalha<br />

não poderia ter acontecido, porque o Orçamento é<br />

impositivo como é em todo o País. Se a Câmara dos<br />

Deputados e o Senado Federal aprovaram o Orçamento,<br />

esse Orçamento virou lei, então esse Orçamento tem<br />

que ser cumprido. No Brasil, para quem não sabe, não<br />

é assim. Faz-se a lei, e isso aqui vira uma peça de ficção,<br />

e o Governo libera aquilo que quer, dependendo do<br />

prestígio, dos arranjos feitos nos meios intermediários,<br />

a tal ponto que você tem a notícia de ter uma emenda<br />

feita por você, que é aprovada por empreiteiro que tem<br />

melhor acesso do que você, indo para outro lugar ou<br />

para outra destinação. Todo mundo nesta Casa sabe que<br />

isso acontece, que dá origem a isso tudo. E nós ficamos<br />

calados, assistindo a tudo como se não soubéssemos<br />

de nada. Senador Arthur Virgílio, quero parabenizá-lo<br />

por isso e gostaria que V. Exª registrasse no seu encerramento<br />

este desafio: vamos mudar. Se queremos<br />

moralizar – fica aqui o próprio Governo Federal, com a<br />

Liderança que tem aqui nesta Casa, com a força que<br />

tem aqui nesta Casa, com a base de apoio que tem na<br />

Câmara Federal – vamos propor, na semana que vem,<br />

de uma vez por todas, a mudança no Orçamento. Não<br />

se faz mais Orçamento aqui, dessa maneira, neste País.<br />

E aí o Governo Federal vai definitivamente provar que<br />

está bem intencionado e que não quer ficar usando o<br />

dinheiro público, por intermédio do Orçamento, para fazer<br />

nenhum tipo de barganha. Existe muito claramente uma<br />

solução, que é essa. Convido o Senador Magalhães,<br />

que é o autor da proposta de emenda do Orçamento<br />

impositivo, para que nós fechemos questão, de agora<br />

em diante, porque, Senador Arthur Virgílio, sou Senador<br />

e não quero mais ver o meu nome envolvido nesse tipo<br />

de coisa, como se todos aqui fôssemos iguais. Então,<br />

essa é uma questão de honra para esta Casa, não só<br />

pessoalmente, mas pela democracia, porque me causa<br />

grande desconfiança e apreensão, no nível em que<br />

estamos vivendo, aonde vamos chegar com essa desmoralização<br />

do Congresso Nacional.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Obrigado,<br />

Senador Tasso.<br />

O Sr. Antonio Carlos Magalhães (PFL – BA)<br />

– V. Exª me permite um aparte?<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Permito,<br />

em substituição ao Senador Jefferson Péres. Mas<br />

inadequado está até o nome do escândalo. Ele está<br />

muito mais para gilete do que para navalha, porque<br />

ele cortou para diversos lados.<br />

Senador Antonio Carlos, ouço V. Exª.<br />

O Sr. Antonio Carlos Magalhães (PFL – BA) – Senador<br />

Arthur Virgílio, faz muito bem V. Exª em vir à tribuna<br />

no dia de hoje, representando não apenas o seu Partido,<br />

mas a Oposição totalmente neste Congresso. Vivemos<br />

a “República das Empreiteiras”: mandam no Governo as<br />

empreiteiras; ministros são nomeados pelos empreiteiros.<br />

Portanto, o que há no Brasil é uma imoralidade total, em<br />

que o Governo é o responsável, mas consegue passar<br />

para o Parlamento essa responsabilidade. O Orçamento<br />

impositivo já foi votado. Por ele lutei a fim de que fosse<br />

votado durante seis, sete anos, e entrasse em vigor. Mas<br />

nunca entrou em vigor, porque o Orçamento impositivo<br />

vai impedir o roubo do contingenciamento e da liberação<br />

de verbas do Governo, e também – vamos ser justos – de<br />

Parlamentares que não se respeitam e que vão para a<br />

Comissão de Orçamento trabalhar para as empreiteiras<br />

para roubar com elas.<br />

O Sr. Joaquim Roriz (PMDB – DF) – Permite-me<br />

V. Exª um aparte? Líder do PSDB, serei breve. Só para


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

265<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15769<br />

dizer que ouvi V.Exª convocando os Srs. Senadores<br />

para participarem de uma CPI Mista, que é fundamental,<br />

importante e necessária. Por intermédio de V.Exª,<br />

quero comunicar que não sei a posição do partido a<br />

que pertenço, mas, pessoalmente, assinarei o requerimento<br />

desta CPI com o maior prazer.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Agradeço,<br />

Senador Roriz. Muito obrigado a V. Exª.<br />

O Sr. Mário Couto (PSDB – PA) – Senador Arthur<br />

Virgílio, primeiro, quero dizer de viva voz: parabéns,<br />

Senador, por seu pronunciamento nesta tarde.<br />

Sinto-me honrado de ser liderado por V. Exª, que traz<br />

hoje a essa tribuna a voz do PSDB, a voz da responsabilidade<br />

do PSDB, a nossa luta pela transparência.<br />

O povo brasileiro quer isso, Senador Arthur Virgílio; o<br />

povo brasileiro não agüenta mais ver tanta corrupção,<br />

e V. Exª já bateu muito nisso, mas o Governo teve habilidade<br />

de transferir a sua culpa aos Poderes Legislativos.<br />

O povo brasileiro cansou, o povo brasileiro quer<br />

transparência. Assinarei requerimento de duzentas<br />

CPIs desta qualidade. Parabéns pelo pronunciamento<br />

de V. Exª e pela voz de V. Exª em nome de todos os<br />

companheiros. Muito obrigado.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Senador<br />

Tião Viana, meu compromisso era esse, mas se V.<br />

Exª permitir, ouço os dois Senadores.<br />

Ouço o Senador Eduardo Suplicy.<br />

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT – SP) – Senador<br />

Arthur Virgílio, V. Exª expressa um sentimento<br />

importante, que também é do povo brasileiro, com respeito<br />

aos problemas que estão sendo divulgados, como<br />

desvios de procedimentos de pessoas no Legislativo,<br />

no Executivo e em assessorias que são da maior gravidade.<br />

V. Exª também propõe passos na direção de<br />

corrigirmos esses problemas.<br />

O Congresso Nacional tem, sim, a responsabilidade,<br />

em primeiro lugar, de ajudar na apuração concreta<br />

desses fatos para obtermos todas as informações e<br />

todos os elementos necessários a fim de sabermos<br />

exatamente tudo o que ocorreu. Em segundo lugar, é<br />

importante que nós, no Senado, caminhemos na direção<br />

de aprovarmos o orçamento impositivo de iniciativa<br />

do Senador Antonio Carlos Magalhães, que também<br />

precisa estar relacionado a outros itens, inclusive à reforma<br />

política. O financiamento público de campanha,<br />

que evitará que estejam os diversos grupos econômicos<br />

interessados em financiar candidatos ao Executivo ou<br />

ao Legislativo, substituindo, portanto, a forma hoje existente<br />

de financiamento de grupos privados, pessoas<br />

físicas e jurídicas pelo financiamento público, é, sem<br />

dúvida, um passo importante, assim como a fidelidade<br />

partidária e outros aprimoramentos. Sobre alguns deles,<br />

há consenso suprapartidário para levarmos adiante o<br />

processo. Portanto, quero transmitir a V. Exª que precisamos<br />

pensar em meios de evitar que a elaboração<br />

do Orçamento seja caracterizada pelos problemas que,<br />

desde a CPI do Orçamento, procuramos evitar, mas<br />

ainda não levamos adiante todas as recomendações<br />

daquela própria CPI, que também precisariam ser colocadas<br />

como objeto de nossa prioridade.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Obrigado,<br />

Senador Eduardo Suplicy. Tenho certeza de que<br />

V. Exª, na hora justa, votará conosco o orçamento impositivo.<br />

Confio muito na capacidade que V. Exª tem de<br />

interpretar os melhores fatos a favor do Brasil.<br />

Senador Almeida Lima, para encerrar mesmo.<br />

O Sr. Almeida Lima (PMDB – SE) – Nobre Senador<br />

Arthur Virgílio, tenho a leve impressão de que<br />

não irei agradar a muitos, embora esta não seja a minha<br />

preocupação. Agradar ou desagradar é uma conseqüência,<br />

uma decorrência. Farei aqui apenas uma<br />

constatação, que, tenho plena convicção, é de todos os<br />

senhores e do povo brasileiro. Se tivermos que tomar<br />

por base o nosso mandato aqui no Congresso Nacional<br />

como Senador, pouco mais de quatro anos, podemos<br />

asseverar que, durante todo esse tempo, presenciamos<br />

muita pirotecnia por parte dos órgãos encarregados<br />

de promover a investigação quanto ao bom uso do dinheiro<br />

público. E aí não excluo nenhum dos órgãos,<br />

muito menos o Poder Judiciário. Os órgãos aos quais<br />

me refiro são a Polícia Federal, o Ministério Público e<br />

o próprio Tribunal de Contas da União. Por que razão<br />

estamos aqui há quatro anos? E todo o povo brasileiro<br />

tem acompanhado, tem visto atos como os praticados<br />

na semana passada, a chamada e conhecida “Operação<br />

Navalha”. São quatro anos; nada mais do que pirotecnia.<br />

Não vi do Poder Judiciário, pela mais alta Corte ou<br />

pela Corte Superior de Justiça, nenhuma decisão com<br />

trânsito em julgado para estabelecer a culpabilidade<br />

de A, de B ou de C. E isto é ruim para a classe política,<br />

para a sociedade brasileira, para todos nós que<br />

ficamos sub judice não apenas em relação ao Poder<br />

Judiciário, mas diante da população, da imprensa, da<br />

opinião pública. Os 40 denunciados pelo Procurador-<br />

Geral da República, salvo engano, não foram sequer<br />

citados. E como a população acompanha tudo isso?<br />

Toma conhecimento pela imprensa de uma enxurrada<br />

de prisões, de mandados judiciais de prisão em relação<br />

a uns, embora não aconteça a mesma coisa em<br />

relação a outros. Porque nós tivemos, aqui nas CPIs<br />

mistas do Congresso Nacional, verdadeiros bandidos<br />

confessando crimes, e nenhum deles foi para a cadeia.<br />

Em relação àqueles que foram, nós não temos, Sr.<br />

Presidente, no presente momento, nenhuma decisão.<br />

Não podemos continuar esperando, deixando a classe<br />

política sub judice da opinião pública, da população


266<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15770 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

brasileira. Nobre Senador Arthur Virgílio, sei que estou<br />

me alongando um pouco. Permita-me – sei que V.Exª<br />

tem a devida compreensão para tanto – esclarecer<br />

mais um outro ponto. É preciso que o Supremo Tribunal<br />

Federal e que o Superior Tribunal de Justiça ponham<br />

a termo esses processos, promovam a instrução e, ao<br />

final, dêem o seu veredicto, para que aqueles considerados<br />

culpados, criminosos, possam ir para a cadeia e<br />

reparar o mal que cometeram à sociedade brasileira,<br />

sobretudo à população pobre deste País.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Peço a V. Exª que conclua o aparte.<br />

O Sr. Almeida Lima (PMDB – SE) – Vou concluir,<br />

Sr. Presidente.<br />

Mas que, da mesma forma, absolvam aqueles que<br />

porventura não tenham responsabilidade. Mas não permitam,<br />

com esse tipo de morosidade, que pessoas que<br />

foram para a cadeia retornem ao Parlamento, eleitas pelo<br />

povo, sem sequer obter um julgamento. Por último, devo<br />

dizer que, na oportunidade, votarei favoravelmente ao orçamento<br />

impositivo, embora, para mim, orçamento impositivo<br />

não comporte essa discussão, pois não contempla<br />

qualquer possibilidade de eliminação da corrupção.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Peço a V. Exª que conclua o aparte.<br />

O Sr. Almeida Lima (PMDB – SE) – Importa,<br />

sim, o orçamento impositivo no aspecto em que o Poder<br />

Executivo não vai poder fazer jogadas e jogatinas<br />

com o Parlamento para a liberação de emendas.<br />

A proposta que devemos discutir é a do orçamento<br />

exclusivo da União para não permitir que Deputado<br />

e Senador promovam emendas no orçamento a cargo<br />

de Estados e Municípios, onde, aí sim, campeia a<br />

corrupção na liberação por conta dos entendimentos<br />

mantidos por Parlamentares. É preciso ter a autoridade<br />

política, ética e moral para sustentar essas questões<br />

no Parlamento e não tentar passar aí uma peneira,<br />

como se os problemas não fossem do conhecimento<br />

de todos nós. Muito obrigado, nobre Senador.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Concedo<br />

aparte ao Senador Pedro Simon. Creio que não<br />

podemos encerrar sem ouvir o nobre Senador pelo<br />

Rio Grande do Sul.<br />

Concordo com o grosso do que disse o Senador<br />

Almeida Lima. Entretanto, para fazer justiça à Suprema<br />

Corte do País, devo registrar que tenho a impressão<br />

de que já foram citados sim, porque estaria em fase de<br />

apresentação do relatório. Portanto, creio que já foram<br />

citados os quarenta acusados pelo Procurador-Geral<br />

Antônio Fernando.<br />

Concedo aparte ao Senador Pedro Simon.<br />

O Sr. Pedro Simon (PMDB – RS) – É muito importante<br />

o pronunciamento de V. Exª. Estou inscrito<br />

para falar, mas sei que é difícil. Numa sessão como a<br />

de hoje, o terceiro escalão não tem nenhuma chance.<br />

Mas a emenda a V. Exª, para mim, serve para dizer o<br />

que penso. Primeiro, quero felicitar a forma como está<br />

sendo conduzida a questão referente ao Ministro de<br />

Minas e Energia. Quero dizer que o conheço e que até<br />

hoje não vi, nem na Eletronorte, nem na Eletrobrás,<br />

nem no Ministério de Minas e Energia, nenhuma referência<br />

negativa a S. Exª. Mas o fato que apareceu<br />

foi realmente grave, e penso que o normal é S. Exª<br />

renunciar, sair do Ministério e, amanhã ou depois...<br />

Repito o que fez o Governador Itamar Franco com o<br />

Chefe da Casa Civil: denunciado na CPI, renunciou, foi<br />

para casa, foi absolvido e, com um voto de aclamação<br />

na CPI, voltou para o Ministério. Penso que o que se<br />

está dizendo que o Ministro Silas vai fazer – inclusive<br />

já vi manifestação do Senador Sarney aconselhandoo<br />

nesse sentido – é um grande exemplo. Apareceu?<br />

Apareceu. Trata-se de uma pessoa sobre a qual eu e<br />

ninguém nunca ouvimos falar nada. Mas se aconteceu,<br />

que o afaste e que se apure, porque essa questão das<br />

empreiteiras... E ouvi aqui inclusive o Senador Antonio<br />

Carlos dizer que é uma responsabilidade do Governo,<br />

porque é o Governo quem manda nas empreiteiras, e<br />

é verdade. Mas esta Casa, é verdade, por imposição<br />

do Governo, não deixou criar duas CPIs para averiguálas.<br />

Quando tivemos a CPI dos Anões do Orçamento,<br />

tínhamos todos os elementos. Todos! Estava ali toda<br />

a prova das empreiteiras que, no Governo Collor, mexeram,<br />

arrombaram e desmoralizaram este País. Não<br />

se deixou; não deixaram... Por duas vezes, o Senado<br />

Federal rejeitou a CPI sobre as empreiteiras, é verdade,<br />

com pressão do Governo Federal, com pressão<br />

do Presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas não<br />

atuamos. Agora vemos que – e foi muito bem dito aqui,<br />

não sei por qual Senador – é uma empreiteira que começou<br />

logo ali, porque, na verdade, o dono dela era o<br />

gerente de uma grande empreiteira, recém começando.<br />

Imaginem como estão as outras! Essa é uma empreiteira<br />

nova, cujo Presidente era um executivo de uma<br />

grande empreiteira. Está fazendo o que está fazendo.<br />

Imagine o que as outras não estão fazendo! As empreiteiras<br />

que dirigem o Orçamento, as empreiteiras<br />

que fazem o Orçamento. E o fazem não só aqui. Ficamos<br />

apenas numa parte: na referente às emendas no<br />

Senado, na Câmara e na Comissão Mista de Planos,<br />

Orçamentos Públicos e Fiscalização. Mas esquecemos<br />

como essas empreiteiras agem no terceiro escalão do<br />

Executivo; lá, no terceiro escalão dos Ministérios, onde<br />

elas atuam, de onde sai o Orçamento. Ali, o Ministro só<br />

está preocupado em construir mais estradas, em construir<br />

mais escolas, em melhorar a educação. E tudo o<br />

que vê é bom, mas se esquece de que lá, no terceiro


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

267<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15771<br />

escalão, a empreiteira agiu, a empreiteira é que fez o<br />

Orçamento da maneira como quis, com os escândalos<br />

que quis. Por isso, creio que, neste momento, em que<br />

está acontecendo este fato com mais uma empreiteira<br />

do segundo escalão, meu amigo Lula colhe mais fundo<br />

essa questão. Meu cumprimentos a V. Exª!<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Encerro<br />

meu raciocínio, respondendo ao aparte de V. Exª, Senador<br />

Pedro Simon, fazendo justiça a V. Exª, porque V.<br />

Exª propôs, como ninguém, e com intensidade ímpar,<br />

a CPI das Empreiteiras logo após a CPI do Orçamento.<br />

Foi V. Exª, exatamente, o autor primeiro do requerimento<br />

que terminou não ultrapassando o momento<br />

seguinte do Presidente Itamar Franco e, em seguida, o<br />

do Governo do Presidente Fernando Henrique. E não<br />

vimos a implantação dessas CPIs.<br />

Hoje – não quero perder o fio da honestidade intelectual,<br />

Sr. Senador –, relembrando os argumentos usados<br />

à época, pensávamos que isso tumultuaria o País, que o<br />

País reviraria do avesso, que atrapalharia o programa de<br />

tentativa de estabilização da economia; mas o fato é que,<br />

se essa democracia não é capaz de conviver com a investigação<br />

necessária e com os seus projetos ordinários,<br />

essa democracia precisaria corrigir, então, falhas muito<br />

graves que estão aí a mostrar as suas chagas.<br />

Se a CPI proposta pelo Senador Simon tivesse<br />

sido implantada àquela altura, teria havido, quem sabe,<br />

qualquer trauma, mas estaríamos todos nós refeitos<br />

desse trauma há muitos anos. E não estaríamos, quem<br />

sabe, repetindo esses fatos, que são lamentáveis, que<br />

são deploráveis e que atingem Parlamentares de diversos<br />

partidos; atingem o Executivo.<br />

Repito – seria injusto de minha parte deixar de<br />

dizer: se entendo que este Executivo agravou a situação,<br />

eu não poderia dizer que este Executivo que<br />

está aí inventou a ligação corrupta com a empreiteira.<br />

Eu não poderia dizer isso, porque essa situação vem<br />

de muito tempo. Essas relações, tipo a da empreiteira<br />

Gautama – já concluo, Sr. Presidente –, que está sendo<br />

examinada, estão sendo estabelecidas ao longo de<br />

anos, ao longo de muito tempo. Termina formando uma<br />

espécie de clientela no terceiro e no quarto escalões<br />

dos ministérios; e, se conta com ajudas superiores,<br />

melhor ainda para ela, para os seus desígnios.<br />

O fato é que estamos nós, agora, diante de um<br />

dilema e de uma encruzilhada: ou somos capazes de<br />

dar a resposta que o Congresso tem de dar para a sociedade,<br />

que a sociedade demanda, ou vamos constatar,<br />

ao longo do tempo, algo terrível: primeiro, que<br />

a democracia brasileira, que está consolidada assim,<br />

não está consolidada a ponto de conviver, ao longo do<br />

tempo, com corrupção. Não está. Corrupção episódica<br />

é natural em qualquer país; corrupção endêmica, viran-<br />

do epidêmica, não; não há hipótese. Ou a democracia<br />

derrota a corrupção, ou a corrupção eliminará a democracia<br />

brasileira. É bom que tenhamos isso bem claro<br />

na cabeça de cada um de nós, suprapartidariamente,<br />

porque a responsabilidade de se manter a democracia<br />

é, sem dúvida alguma, suprapartidária. Acredito na<br />

boa-fé de todos aqueles que compõem os partidos que<br />

se representam nesta Casa, Sr. Presidente.<br />

Portanto, aqui, por meio de um pronunciamento<br />

que eu pretendia, Sr. Presidente, curto, apresentando<br />

os quatro pontos da decisão tomada pelo PSDB e que<br />

terminou virando um pronunciamento que despertou o<br />

interesse da Casa, devo dizer a V. Exª que tenho certeza<br />

de que haveremos de saber encontrar a saída<br />

para uma crise que abala este Congresso; uma saída<br />

que expõe as vísceras do Executivo, uma saída para<br />

uma crise que já começa a mostrar a gravidade das<br />

ramificações para dentro de certos setores do Poder<br />

Judiciário. Ou isso, ou não estaremos sendo dignos da<br />

confiança dos eleitores que para cá nos enviaram; ou<br />

isso, ou passaremos como uma geração de homens<br />

públicos, de pessoas públicas que não foram capazes<br />

de fazer o melhor pela consolidação da democracia.<br />

Volto a dizer – ao longo do tempo, nem acredito<br />

na vitória da democracia: corrupção epidêmica significará<br />

derrota da democracia brasileira, porque não consigo<br />

imaginar que possamos aturar, por mais tempo,<br />

as novas gerações, abrindo os seus olhos para a vida<br />

pública, abrindo os seus olhos para a política, porque<br />

eles acham que todo político é ruim, que todo senador<br />

é corrupto, que todo deputado é corrupto, que todo governador<br />

não presta, que todo prefeito não presta; ou<br />

seja, uma geração inteira que está aprendendo a não<br />

separar o joio do trigo. Isso não casa com a democracia<br />

que queremos para o bem deste País.<br />

Era o que eu tinha a dizer.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Agradeço a V. Exª.<br />

A Presidência cumprimenta o PSDB pela atitude<br />

tomada neste momento em que vive a democracia<br />

brasileira e as instituições brasileiras.<br />

O SR. ALMEIDA LIMA (PMDB – SE) – Sr. Presidente,<br />

pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT–AC)<br />

– Concedo a palavra ao Senador Jefferson Péres, pela<br />

Liderança do PDT.<br />

O SR. JEFFERSON PÉRES (PDT – AM) – Sr.<br />

Presidente, ainda estamos na Ordem do Dia?<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Temos uma situação especial, Senador Jefferson Peres:<br />

há quatro matérias da maior relevância para serem<br />

votadas, como as medidas provisórias, cujo prazo de


268<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15772 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

validade se encerra esta semana. O Presidente Renan<br />

tenta construir um entendimento final na sala dele, e não<br />

podemos avançar no encaminhamento das matérias.<br />

Por essa razão, foi aberta esta excepcionalidade<br />

funcional à Ordem do Dia, posso dizer assim.<br />

O SR. ALOIZIO MERCADANTE (Bloco/PT – SP)<br />

– Sr. Presidente, na excepcionalidade, inscrevo-me<br />

para debater a matéria.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Se o Senador Jefferson Péres quiser usar da palavra<br />

agora, pode fazê-lo; a seguir, o Senador José Nery,<br />

pelo P-SOL, e, pela ordem, enquanto o Senador chega<br />

à tribuna, o Senador Almeida Lima – pela ordem<br />

mesmo, Senador Almeida Lima. V. Exª já está inscrito,<br />

Senador Mercadante.<br />

O SR. ALMEIDA LIMA (PMDB – SE. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, apenas para<br />

fazer uma consulta à Mesa diante da discussão que<br />

está sendo desenvolvida aqui sobre o Orçamento.<br />

Apresentei, no ano passado, uma proposta de<br />

Emenda à Constituição com o nome de Orçamento<br />

Exclusivo da União, cujo material, a proposta, foi impressa<br />

na Gráfica do Senado. Eu gostaria de saber de<br />

V. Exª, da Mesa, se há alguma norma impedindo que o<br />

Parlamentar ou o seu gabinete faça a distribuição desse<br />

material aqui, no plenário, entre os Srs. Senadores.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Não há nenhuma restrição para o Senador fazer a<br />

distribuição. Temos apenas o cuidado de evitar o trânsito<br />

em excesso de servidores, o que pode prejudicar<br />

o trabalho dos Srs. Senadores.<br />

O SR. ALMEIDA LIMA (PMDB – SE) – O trânsito<br />

em excesso não significa dizer que o chefe de gabinete<br />

não possa fazer isso.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Numa situação excepcional, sim, mas que não seja<br />

uma rotina, a fim de que o ambiente permaneça individualizado<br />

e assegurado a V. Exª e aos demais.<br />

O SR. ALMEIDA LIMA (PMDB – SE) – Agradeço<br />

a V. Exª.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Senador Jefferson Péres, V. Exª tem a palavra.<br />

O SR. SIBÁ MACHA<strong>DO</strong> (Bloco/PT – AC) – Sr.<br />

Presidente!<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Há orador na tribuna, Senador Sibá. Assim que S.<br />

Exª acabar, darei a palavra a V. Exª pela ordem.<br />

O SR. JEFFERSON PÉRES (PDT – AM. Como<br />

Líder. Sem revisão do orador) – Sr. Presidente, inicialmente,<br />

quero parabenizar o Senador Arthur Virgílio pelo<br />

pronunciamento. Trata-se de mais um escândalo envolvendo<br />

políticos e autoridades do Executivo. Mais uma<br />

vez, o povo olha perplexo para o que está acontecendo.<br />

Aumenta o desprezo por toda a classe política. Meu<br />

sentimento também é de náusea, Sr. Presidente.<br />

Para marcar minha posição, peço inserção, nos<br />

Anais do Senado, de um artigo que estou publicando<br />

num jornal de Manaus. É curto e vou lê-lo. Tem o título<br />

“Corrupção é Crime Hediondo”:<br />

A corrupção é capitulada como crime nos<br />

códigos penais de todos os países do mundo.<br />

Mas nos países pobres ou emergentes, como<br />

o Brasil, com tantas mazelas sociais, deveria<br />

ser incluída na categoria de crime hediondo.<br />

Essa tese, defendida por ilustre membro<br />

do STJ, a muitos parecerá exagerada, mas<br />

não é, se atentarmos para a estreita relação<br />

existente entre a corrupção no serviço público<br />

e os males que afligem o nosso povo.<br />

Se assim é, perguntar-se-á como se explica<br />

a tolerância, ou até mesmo a indiferença,<br />

de milhões de brasileiros, em face da corrupção<br />

desbragada no mundo político e na administração<br />

pública?<br />

Creio que essa indiferença se deve a dois<br />

motivos. Um, a descrença na efetiva punição dos<br />

poderosos, que rarissimamente pagam pelos<br />

seus crimes. Mas o motivo principal reside, me<br />

parece, na falta de percepção, pela maioria, de<br />

que a corrupção é uma das causas dos problemas<br />

que cada um enfrenta no seu dia-a-dia.<br />

Para essas pessoas o furto de dinheiro público<br />

é condenável, mas não tem nada a ver com<br />

as dificuldades que as afligem, tais como seus<br />

baixos salários, seus filhos que não encontram<br />

emprego, o ensino de má qualidade que tiveram,<br />

os assaltos de que são vítimas, o mau atendimento<br />

nos hospitais e postos de saúde, enfim, a<br />

falta de tantas coisas básicas, elementares.<br />

Mas essas pessoas mudariam radicalmente<br />

de atitude, deixariam de ser passivas,<br />

reagiriam indignadas e jamais votariam num<br />

político notoriamente corrupto se tivessem a<br />

clara percepção de que o furto de dinheiro público,<br />

além de moralmente repulsivo, é também<br />

um crime hediondo, porque, em grande parte,<br />

responsável pela desgraça de milhões.<br />

Todos, ou quase todos, aplaudem a forma<br />

republicana como age a Polícia Federal,<br />

ao algemar e prender suspeitos de corrupção,<br />

sem poupar ninguém, a mostrar que todos são<br />

iguais perante a lei.<br />

Restam aos que a aplaudem, já que não<br />

têm algemas, usar seus votos para punir e banir<br />

da política os ladrões de dinheiro público.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

269<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15773<br />

Infelizmente, os eleitores também não fazem a<br />

sua parte, Sr. Presidente.<br />

Eu cada vez me desencanto mais com essa situação<br />

que vivemos, com essa relação promíscua entre<br />

empresários e políticos, entre Legislativo e Executivo,<br />

com esse loteamento de cargos públicos, essa busca<br />

de cargos pelos cargos ou pelo que os cargos podem<br />

possibilitar.<br />

Eu não sei por que, por exemplo – não vou conseguir<br />

entender nunca –, alguém há de querer o Dnit.<br />

Deve ser para roubar. Por que querem os Ministérios<br />

com maiores recursos? Só pode ser para desviar dinheiro<br />

público.<br />

Essa situação não pode continuar. Meus aplausos<br />

pelo menos aos que fazem a sua parte. Meus aplausos<br />

à Polícia Federal, que enquadrou um Prefeito do<br />

PT; um Governador do meu Partido, o PDT; outros do<br />

PSDB; um Ministro do PMDB; outro do PSDB. A Polícia<br />

Federal está fazendo o seu papel. Por isso, neste<br />

particular, parabenizo o Governo Federal.<br />

<strong>DO</strong>CUMENTO A QUE SE REFERE O<br />

SR. SENA<strong>DO</strong>R JEFFERSON PÉRES EM SEU<br />

PRONUNCIAMENTO.<br />

(Inserido nos termos do art. 210, inciso<br />

I e § 2º, do Regimento Interno.)


270<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15774 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

Durante o discurso do Sr. Jefferson Péres,<br />

o Sr. Tião Viana, 1º Vice-Presidente, deixa<br />

a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo<br />

Sr. Renan Calheiros, Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço a V. Exª, Senador Jefferson Péres.<br />

Vou conceder a palavra ao Senador José Nery<br />

e, em seguida, também por cinco minutos, ao Senador<br />

Aloizio Mercadante, para começarmos a Ordem<br />

do Dia.<br />

Consulto o Senador Antonio Carlos se deseja<br />

fazer uso da palavra. (Pausa.)<br />

Acabamos de ter uma conversa muito proveitosa<br />

com os Governadores, a exemplo do que fizemos<br />

durante a semana com os Prefeitos, e avançamos na<br />

definição de um modelo para encaminharmos a votação,<br />

hoje, das medidas provisórias, que perderão a<br />

eficácia na próxima semana.<br />

Desse modo, hoje é um dia muito importante,<br />

para que façamos um esforço grande. Esse acordo<br />

prevê algumas votações, e é importante, portanto, que<br />

estejamos preparados.<br />

Peço aos Srs. Senadores que estão em seus<br />

gabinetes ou em outras dependências da Casa que<br />

venham ao plenário, porque haverá votações importantes,<br />

algumas delas nominais.<br />

Concedo a palavra ao Senador José Nery por<br />

cinco minutos.<br />

O SR. JOSÉ NERY (PSOL – PA. Pela Liderança<br />

do PSOL. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

Senador Renan Calheiros, Srªs e Srs. Senadores, no<br />

último dia 17 de maio, a Polícia Federal prendeu 47<br />

pessoas durante a Operação Navalha, que desarticulou<br />

uma suposta quadrilha que fraudava licitações públicas<br />

para a realização de obras públicas. Essa suposta<br />

quadrilha atuava no Distrito Federal e em nove Estados<br />

– Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Sergipe, Piauí,<br />

Pernambuco, Maranhão e São Paulo –, infiltrada nos<br />

órgãos dos Governos Federal, Estadual e Municipal.<br />

Na Operação Navalha, foram presas figuras proeminentes<br />

da política nacional e regional, assessores<br />

parlamentares, Parlamentares, ex-Governadores, Prefeitos,<br />

parentes de Governadores, além de assessores<br />

de Ministros.<br />

Segundo a Polícia Federal, a quadrilha desviou<br />

recursos dos Ministérios de Minas e Energia, da Integração<br />

Nacional, das Cidades, do Planejamento, Orçamento<br />

e Gestão, e do Departamento Nacional de<br />

Infra-estrutura de Transportes (Dnit). Para obter vantagens<br />

nas licitações para obras públicas, a empresa<br />

pagava propina e dava presente para as autoridades<br />

envolvidas. O ex-Governador do Maranhão, Sr. José<br />

Reinaldo Tavares, é acusado de receber um carro no<br />

valor de R$110 mil, pelo suposto direcionamento da<br />

licitação na BR-402.<br />

Já o atual Governador do Maranhão, Sr. Jackson<br />

Lago, foi apontado pela Polícia Federal como beneficiário<br />

de vantagem indevida. Por intermédio de seus sobrinhos,<br />

Alexandre de Maia Lago e Francisco de Paula<br />

Lima Júnior, presos durante a operação, o Governador<br />

teria recebido R$240 mil para permitir o pagamento,<br />

pela Secretaria de Infra-Estrutura do Estado, de R$2,9<br />

milhões de uma obra da empresa Gautama.<br />

Esses fatos, Srªs e Srs. Senadores, envolvem<br />

um conjunto de autoridades dos Poderes Legislativo<br />

e Executivo, nas suas diversas esferas.<br />

A Ministra do Superior Tribunal de Justiça Eliana<br />

Calmon informa, em seu despacho, que autorizou<br />

as prisões, que a estrutura da quadrilha dividia-se em<br />

três níveis. No primeiro nível, estariam funcionários da<br />

Gautama, criada a partir de uma dissidência da OAS,<br />

grande empreiteira conhecida em nível nacional.<br />

O Sr. Antonio Carlos Magalhães (PFL – BA)<br />

– Conhecida pelo PT.<br />

O SR. JOSÉ NERY (P-SOL – PA) – O chefe do<br />

esquema seria Zuleido Soares Veras, sócio-diretor da<br />

Gautama, também preso pela Polícia Federal.<br />

O segundo nível seria composto por onze pessoas,<br />

a maioria servidores que atuavam como intermediários<br />

perante políticos e funcionários públicos, exercendo<br />

influência sobre eles para a liberação de recursos. No<br />

terceiro nível, estariam os agentes públicos municipais,<br />

estaduais e federais que, “praticando diversos delitos,<br />

viabilizam a atividade da organização na obtenção de<br />

liberação de verbas, no direcionamento dos resultados<br />

das licitações”, entre outras fraudes.<br />

No último domingo, a Rede Globo levou ao ar<br />

imagens que comprometem diretamente o Ministro das<br />

Minas e Energia, Sr. Silas Rondeau, pelo recebimento<br />

de propina da quadrilha que foi desbaratada.<br />

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Brasil<br />

precisa passar a limpo e pôr fim nos esquemas de<br />

corrupção, os quais se encontram entranhados nas<br />

nossas instituições, presentes nos três Poderes da<br />

República. Os recentes escândalos envolvendo magistrados<br />

mostraram que nem o Judiciário escapou dos<br />

tentáculos desse polvo gigantesco que absorve enormes<br />

recursos públicos, que são desviados por meio do<br />

superfaturamento de obras, do pagamento de propinas<br />

e de toda sorte de malversação de suados impostos<br />

pagos pelo povo trabalhador brasileiro.<br />

O que mais nos surpreende nesses acontecimentos<br />

não é a aparição de mais um esquema de<br />

corrupção, de desvio de recursos públicos, esquema<br />

esse bem maior que o denunciado no ano passado,<br />

nesta Casa, e que envolvia emendas parlamentares


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

271<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15775<br />

para a compra de ambulâncias. O que nos surpreende<br />

é o fato de não haver a urgência para definirmos, aqui,<br />

a investigação desses fatos delituosos que envolvem,<br />

especialmente no caso presente, o Executivo e suas<br />

esferas estadual e municipal. E há ainda a denúncia<br />

de que podem envolver determinado número de Parlamentares.<br />

Portanto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores,<br />

viemos à tribuna, nesta tarde, para propor, concretamente,<br />

Senador Antonio Carlos, a abertura de uma<br />

Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, composta<br />

de Senadores e de Deputados, para apurar os fatos<br />

denunciados amplamente, que são de conhecimento<br />

desta Casa e da sociedade brasileira, que, mais uma<br />

vez, se manifesta indignada ao perceber que um escândalo<br />

sucede a outro, numa série interminável e<br />

inaceitável para quem tem compromisso e zelo com o<br />

trato da coisa pública.<br />

Por isso, trago à consideração do Senado Federal,<br />

das Srªs e dos Srs. Senadores, um requerimento<br />

de autoria dos Deputados Augusto Carvalho, Júlio Delgado<br />

e outros, e nos incluímos como autores desse<br />

pedido de instalação de CPMI. Esse fato, essa ação,<br />

essa iniciativa só se tornará realidade se tivermos o<br />

apoio de todos os Partidos da Casa e se nos dispusermos<br />

a apurar e a esclarecer, com veemência, com<br />

urgência, com clareza e com compromisso, os fatos<br />

denunciados.<br />

Digo a V. Exªs que, aqui, não podemos fazer prejulgamentos,<br />

pois, só com a investigação no âmbito<br />

da Polícia Federal e das duas Casas do Congresso<br />

Nacional reunidas em uma CPMI, teremos a possibilidade<br />

de apurar e de, ao final, definir quem realmente<br />

tem culpa nos fatos ora denunciados.<br />

Sr. Presidente, nosso compromisso é grande, é<br />

grave, é urgente, porque ou bem apuramos os fatos<br />

denunciados ou teremos de nos declarar, de alguma<br />

forma, coniventes com os fatos e com as práticas delituosas<br />

inaceitáveis aqui denunciadas.<br />

Portanto, está posto para cada um de nós, representantes<br />

dos nossos Estados, do povo brasileiro,<br />

que devemos oferecer mais essa contribuição para o<br />

esclarecimento de fato tão grave, que merece a atenção<br />

e o compromisso de todos nós.<br />

Sr. Presidente, é verdade que não podemos pensar<br />

que o combate à corrupção seja feito apenas por<br />

intermédio de instauração de CPMIs. É preciso muito<br />

mais! É preciso um conjunto de medidas que ajudem<br />

a ordenar as ações e a punir com mais rigor todo e<br />

qualquer agente público e privado quando do cometimento<br />

de atos delituosos que impliquem malversação<br />

de dinheiro público.<br />

Nesse sentido, chamo a atenção para a necessidade<br />

da reforma política, tema debatido desta tribuna<br />

por todos os representantes partidários quando da campanha<br />

eleitoral de 2006, reforma anunciada por muitos<br />

como a mãe de todas as reformas. É muito provável<br />

que, se não avançarmos na apreciação das medidas<br />

que estão em tramitação nesta Casa e na Câmara dos<br />

Deputados, talvez, tenhamos a realização das eleições<br />

em 2008 ainda sob o arcabouço jurídico que permite<br />

o financiamento privado das campanhas.<br />

Portanto, aqui, queremos declarar nossa mais<br />

absoluta convicção de que um dos elementos mais<br />

importantes, além de outros que efetivamente pretendo<br />

comentar em outro momento, é a reforma política. Entre<br />

outras medidas também importantes, destacamos<br />

o financiamento público de campanhas. São medidas<br />

essenciais para mudar esse quadro, que, sinceramente,<br />

envergonha cada um de nós e cada brasileiro e brasileira<br />

que nos assiste.<br />

O cidadão se dirige ao posto de saúde e não encontra<br />

remédio. Há os que estão acampados à beira<br />

das estradas porque não existem recursos, segundo<br />

alegam, para promover a verdadeira reforma agrária.<br />

As escolas públicas estão caindo aos pedaços no interior<br />

do País, quando se alega não haver dinheiro para<br />

promover a educação e a inclusão social de milhares<br />

de deserdados.<br />

Portanto, há o dinheiro sujo da corrupção, entranhada<br />

no Estado brasileiro, e é preciso agir no sentido<br />

de coibi-la, não só investigando esse fato, mas criando<br />

um conjunto de mecanismos que dificulte essa prática<br />

e que puna, especialmente, os que cometem crimes<br />

aos se apropriarem de recursos públicos a qualquer<br />

título.<br />

Sr. Presidente, queria encerrar dizendo que estou<br />

de acordo com as ações promovidas pela Polícia Federal,<br />

por tratarem de fatos importantes. A Polícia Federal<br />

só prende alguém ou apreende algum equipamento<br />

nessas investigações, Sr. Presidente, se for autorizada<br />

pelo Poder Judiciário. Então, chamo a atenção para o<br />

fato de, nos últimos quatro anos, ter sido promovida a<br />

prisão de mais de cinco mil pessoas, a realização de<br />

284 operações policiais. Mas esta é a pergunta que<br />

fazemos: quantos, efetivamente, foram julgados? Quantos,<br />

efetivamente, foram presos e punidos?<br />

O Sr. Almeida Lima (PMDB – SE) – Permita-me<br />

V. Exª um aparte?<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador Almeida Lima, estamos na Ordem do<br />

Dia. O Senador Tião Viana, que estava presidindo a<br />

sessão, abriu exceção e concedeu a palavra ao Senador<br />

José Nery, mas retomaremos a Ordem do Dia tão<br />

logo S. Exª encerre. É o apelo que faço a V. Exª.


272<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15776 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

O SR. JOSÉ NERY (P-SOL – PA) – Obrigado,<br />

Sr. Presidente. Já estou encerrando. Conclamo o que<br />

é mais importante neste momento, sem deixar de ter<br />

a consciência da investigação desse fato, feita a partir<br />

da Operação Navalha, que envolve empresas e diversos<br />

órgãos do Poder Público, do Executivo estadual<br />

e municipal: estou aqui com o requerimento propondo<br />

a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de<br />

Inquérito para apurar, em 180 dias, fatos que já são<br />

do conhecimento de toda a Nação brasileira. Convido<br />

os Partidos e cada Parlamentar, em particular, para<br />

se somarem a esse esforço de investigação dos fatos<br />

aqui denunciados.<br />

O mais grave, Sr. Presidente, é que o curso da<br />

investigação e da operação realizada aponta para o<br />

envolvimento de um Ministro de Estado.<br />

Eu creio que a medida mais efetiva e necessária<br />

neste momento, pelos indícios apresentados - sem aqui<br />

apresentar de nossa parte qualquer prejulgamento,<br />

porque só a Justiça poderá assim decretar e julgar um<br />

cidadão, e o Congresso também poderá identificar, nas<br />

suas apurações, as responsabilidades –, diante dos<br />

fatos aqui demonstrados de conhecimento, a medida<br />

imediata que o Senhor Presidente da República haveria<br />

de tomar seria a demissão imediata do Ministro Silas<br />

Rondeau, para as devidas averiguações e apurações.<br />

Se, ao final do processo, ficar provada a sua inocência,<br />

que ele então seja reabilitado ao cargo. Enquanto<br />

isso, a Nação espera medida mais convincente e mais<br />

afirmativa, porque o Brasil, a consciência democrática<br />

de nosso povo exige providências, pelo que já conseguimos<br />

acumular em termos de luta, de experiência e<br />

de combate à corrupção. Com certeza, enquanto aqui<br />

estamos falando, alguém, em algum lugar do País, está<br />

tramando alguma forma de se apropriar do que é público<br />

para servir a interesses pouco confessáveis.<br />

Por último, Sr. Presidente, não concordo com a<br />

visão de que essa é uma questão do Executivo. É uma<br />

responsabilidade que está posta para o Parlamento,<br />

para cada um de nós: a tarefa de esclarecer fatos tão<br />

graves para a Nação.<br />

Agradeço a V. Exª o tempo concedido, e espero,<br />

ao descer da tribuna, o convite para que assinemos<br />

nesta tarde, aqui no Senado Federal, o pedido de instalação<br />

da CPI mista para apurar todos os fatos relacionados<br />

à Operação Navalha.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço a V. Exª.<br />

Retomamos a Ordem do Dia.<br />

A SRA. FÁTIMA CLEIDE (Bloco/PT – RO) – Sr.<br />

Presidente, peço a palavra pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB –<br />

AL) – Concedo a palavra à Senadora Fátima Cleide.<br />

A SRA. FÁTIMA CLEIDE (Bloco/PT – RO. Pela<br />

ordem. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente, peço<br />

a palavra apenas para registrar que, na votação passada,<br />

da MP nº 341, eu estava ao lado de V. Exª, na<br />

Presidência, discutindo com um conjunto de Governadores<br />

uma forma de encaminhamento para o Fundeb,<br />

e não pude votar a MP nº 341, inclusive a emenda<br />

apresentada pelo Relator, que trata da transposição<br />

de servidores públicos de Rondônia.<br />

Queria que fosse registrado em Ata meu voto favorável<br />

à medida provisória, com a emenda da transposição.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – A Mesa registrará, com satisfação, o posicionamento<br />

de V. Exª.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Item 3:<br />

PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO Nº 7, DE 2007<br />

(Proveniente da Medida Provisória nº 339, de 2006)<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos<br />

do § 6º do art. 62 da Constituição Federal.)<br />

Continuação da discussão, em turno único,<br />

do Projeto de Lei de Conversão nº 7, de<br />

2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção<br />

e Desenvolvimento da Educação Básica e<br />

de Valorização dos Profissionais de Educação<br />

– Fundeb, de que trata o art. 60 do Ato das<br />

Disposições Constitucionais Transitórias; altera<br />

a Lei nº 10.195, de 14 de fevereiro de 2001;<br />

revoga dispositivos das Leis nºs 9.424, de 24<br />

de dezembro de 1996; 10.880, de 9 de junho<br />

de 2004; e 10.845, de 5 de março de 2004; e<br />

dá outras providências (proveniente da Medida<br />

Provisória nº 339, de 2006).<br />

Parecer sob nº 338, de 2007, de Plenário,<br />

Relatora Revisora: Senadora Fátima Cleide,<br />

favorável ao projeto de lei de conversão, com<br />

Emendas nº 232 a 238, que apresenta.<br />

A matéria constou da Ordem do Dia da sessão<br />

deliberativa ordinária da última quinta-feira, quando<br />

deixou de ser apreciada em virtude da falta de acordo<br />

para sua deliberação.<br />

Na sessão do último dia 16, foi proferido o parecer<br />

pela Relatora revisora, Senadora Fátima Cleide, e<br />

aprovados os pressupostos constitucionais de urgência<br />

e relevância.<br />

Continuação da discussão do Projeto de Lei de<br />

Conversão, da Medida Provisória e das emendas, em<br />

turno único.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

273<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15777<br />

Tenho a honra de conceder a palavra à Relatora<br />

Revisora, Senadora Fátima Cleide.<br />

PARECER Nº 362, DE 2007 – PLEN<br />

A SRA. FÁTIMA CLEIDE (Bloco/PT – RO. Para<br />

emitir parecer. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente,<br />

em primeiro lugar, agradeço a todos os Líderes<br />

do Senado Federal pela intensa discussão havida de<br />

quarta-feira da semana passada até o dia de hoje.<br />

Há pouco, participamos de uma reunião com<br />

Governadores de vários Estados, de todas as regiões<br />

aqui presentes. Temos aqui também, neste momento,<br />

representantes da Frente Nacional de Prefeitos, da<br />

Confederação Nacional de Municípios, da Campanha<br />

em Defesa da Educação Pública e pela Creche e do<br />

movimento Fundeb pra Valer.<br />

Sr. Presidente, do relatório apresentado na semana<br />

passada retiro as Emendas nºs 235, 237 e 238;<br />

apresento a manutenção das Emendas nºs 232 e 236;<br />

e apresento ainda duas novas emendas, as Emendas<br />

nºs 239 e 240. Isso para atender a reivindicação, a solicitação<br />

quase que suplicante dos Municípios e dos<br />

movimentos que defendem a educação infantil no País.<br />

Só assim teremos efetivamente recursos do Fundeb<br />

para as creches.<br />

Faço também a divisão entre creche pública em<br />

tempo integral e creche pública em tempo parcial, e<br />

acrescento a figura da creche conveniada, subdividindo<br />

em tempo parcial e em tempo integral.<br />

Faço, conseqüentemente, uma modificação nos<br />

fatores de ponderação, de modo que a creche pública<br />

em tempo integral – isso a partir do segundo ano de<br />

vigência do Fundeb – ficará com, no mínimo, 1,10 (um<br />

inteiro e dez centésimos); a creche pública em tempo<br />

parcial, com 0,80 (oitenta centésimos); a creche conveniada<br />

em tempo integral, com 0,95 (noventa e cinco<br />

centésimos); a creche conveniada em tempo parcial,<br />

com 0,80 (oitenta centésimos); a pré-escola em tempo<br />

integral, com 1,15 (um inteiro e quinze centésimos);<br />

e a pré-escola em tempo parcial, com 0,90 (noventa<br />

centésimos).<br />

Além disso, Sr. Presidente, suprimimos o inciso<br />

V do § 2º do art. 8º, para atender a uma demanda das<br />

creches conveniadas. Mantemos como critério a certificação<br />

do Conselho Nacional de Assistência Social<br />

e a certificação de órgãos equivalentes no âmbito do<br />

Estado.<br />

Atendemos também a uma demanda que nos foi<br />

apresentada pela Subcomissão que trata das pessoas<br />

portadoras de deficiência, por meio do Senador Flávio<br />

Arns e do Senador Eduardo Azeredo, suprimindo<br />

da emenda a expressão: “até a data de publicação<br />

desta lei”.<br />

Com isso, Sr. Presidente, espero adequar nosso<br />

relatório a todas as reivindicações feitas, quer pelos<br />

Municípios, quer pela campanha nacional em defesa<br />

da educação pública e em defesa das creches.<br />

Ressalto o empenho das Senadoras Patrícia Saboya<br />

e Marisa Serrano para a inclusão das creches e<br />

para a melhora do fator de ponderação, diferenciando<br />

creches públicas de creches conveniadas.<br />

Ressalto, ainda, o trabalho realizado em parceria<br />

com o Senador Renato Casagrande, que apresentou<br />

destaque para a questão do transporte escolar. Nesse<br />

sentido, estamos construindo, com o Ministério da<br />

Educação e com o Governo Federal, a proposta de que<br />

seja enviada para esta Casa uma medida provisória<br />

o mais rápido possível, para regulamentar a situação<br />

que, nas palavras do Prefeito de São Carlos, Nilton<br />

Lima, “trata-se de um caso de vergonha na cara” a<br />

relação entre Estados e Municípios, pois os Estados<br />

não repassam para os Municípios o que é devido em<br />

relação ao transporte de alunos estaduais pela rede<br />

municipal.<br />

Sr. Presidente, é o relatório, e espero obter de<br />

nossos Pares no Senado Federal o voto favorável, a<br />

fim de que possamos aprovar o Fundeb, com as alterações<br />

propostas, tendo em visto a promulgação<br />

desta lei o mais rápido possível, para que aquilo que<br />

significa avanço entre a medida provisória e o projeto<br />

de lei de conversão chegue efetivamente aos cofres<br />

públicos de Estados e Municípios.<br />

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.<br />

É o seguinte o parecer na íntegra:<br />

PARECER Nº , DE 2007<br />

Do Plenário, sobre a Medida Provisória<br />

nº 339, de 28 do dezembro de 2006, que<br />

regulamenta o art. 60 do Ato das Disposições<br />

Constitucionais Transitórias e da outras<br />

providência, nos termos do Projeto do<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007.<br />

Relatora: Senadora Fátima Cleide<br />

I – Relatório<br />

A Medida Provisória nº 339, de 28 do dezembro<br />

de 2006, teve como objetivo regulamentar o novo texto<br />

do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais<br />

Transitórias (ADCT), introduzido pela Emenda Constitucional<br />

nº 53, de 19 de dezembro do mesmo ano, que,<br />

a par de alterações nos arts. 7º, 23, 30, 206, 208, 211<br />

e 212, criou, pelo prazo de catorze anos, o Fundo de<br />

Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica<br />

e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUN-<br />

DEB), que passa a ser o mecanismo de financiamento


274<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15778 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

eqüitativo das ações dos entes federados na educação<br />

básica pública, em regime de colaboração, abrangendo,<br />

no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal,<br />

80% dos recursos dos principais impostos vinculados<br />

constitucionalmente à educação.<br />

Com efeito, o inciso III do art. 60 do ADCT determina:<br />

“III – A lei disporá sobre:<br />

a) a organização dos Fundos, a distribuição<br />

proporcional de seus recursos, as diferenças<br />

e ponderações quanto ao valor anual<br />

por aluno entre etapas e modalidades da<br />

educação básica e tipos de estabelecimento<br />

de ensino;<br />

b) a forma de cálculo do valor anual mínimo<br />

por aluno;<br />

c) os percentuais máximos de apropriação<br />

dos recursos dos Fundos pelas diversas<br />

etapas e modalidades da educação básica,<br />

observados os arts. 208 e 214 da Constituição<br />

Federal, bem como as metas do Plano Nacional<br />

de Educação;<br />

d) a fiscalização e controle dos Fundos;<br />

e) prazo para fixar, em lei específica,<br />

piso salarial profissional nacional para os profissionais<br />

do magistério público da educação<br />

básica.”<br />

A MPV nº 339, de 2006, foi o instrumento que o<br />

Poder Executivo obrigou-se a editar, em lugar de um<br />

projeto de lei, dada a circunstância do fim iminente da<br />

vigência da Emenda Constitucional nº 14, de 12 de setembro<br />

de 1996, que havia criado, pelo prazo de dez<br />

anos, o Fundo do Manutenção e Desenvolvimento do<br />

Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério<br />

(FUNDEF), contido no mesmo art. 60 do ADCT, que<br />

vigeu de 1º de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de<br />

2006.<br />

A Medida Provisória recebeu 231 emendas de<br />

deputados e senadores, o que demonstra ao mesmo<br />

tempo o interesse pela matéria, que envolve cinqüenta<br />

milhões de estudantes brasileiros e mais de cinqüenta<br />

bilhões de reais de gastos públicos, e as possíveis<br />

diferenças de posição quanto a seus dispositivos, por<br />

parte dos representantes de interesses diversos no<br />

Congresso Nacional.<br />

De fato, tanto o precedente Fundef, quanto o Fundeb,<br />

que agora se implanta e se regulamenta, somente<br />

são compreensíveis e analisáveis se consideramos:<br />

1. A educação escolar básica, que compreende a educação<br />

infantil, o ensino fundamental e o ensino<br />

médio, inclusive para os que não cursaram es-<br />

tas duas últimas etapas na idade própria, como<br />

direito de todos e dever do Estado e da família,<br />

abrangendo atualmente cerca de 110 milhões de<br />

brasileiros, dos quais somente 50 milhões são<br />

atendidos em escolas públicas gratuitas;<br />

2. O esquema do financiamento baseado, em mais de<br />

90% dos recursos, na vinculação de, no mínimo,<br />

25% dos impostos dos Estados, do Distrito Federal<br />

e dos Municípios, incluídas as transferências<br />

que lhes advêm por dispositivos constitucionais,<br />

para a manutenção e desenvolvimento do ensino<br />

público (art. 69 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro<br />

de 1996, que fixa as diretrizes e bases da<br />

educação nacional – LDB);<br />

3. A possibilidade constitucional, já operada pelo Fundef,<br />

de se concretizar o regime de colaboração<br />

entre os entes federados, por meio da distribuição<br />

dos recursos de impostos vinculados, proporcional<br />

as matrículas de cada rede de ensino, no<br />

âmbito de cada Estado, com uma complementação<br />

da União para aqueles que não atingirem um<br />

valor médio por aluno compatível com padrões<br />

mínimos de qualidade;<br />

4. A possibilidade, também com base constitucional,<br />

de se valorizar salarialmente os profissionais da<br />

educação pública pela fixação de um piso salarial<br />

profissional e destinação de uma subvinculação<br />

da receita dos Fundos às suas remunerações.<br />

Tais são os pilares da construção do Fundeb e<br />

tais são os princípios que presidiram a sua regulamentação<br />

pela medida provisória.<br />

Não obstante, a Deputada Fátima Bezerra, depois<br />

de exaustiva análise das emendas e de competente<br />

oitiva das entidades e de especialistas na área,<br />

optou por materializar seu voto num projeto de lei de<br />

conversão, o qual conservou na integra a estrutura da<br />

regulamentação, que obedece aos dispositivos do art.<br />

60 do ADCT, nos termos da Emenda Constitucional nº<br />

53, de 2006, mas que precisa e amplia os seus efeitos<br />

operacionais.<br />

Cabe ao Senado Federal, como Casa revisora,<br />

examinar a MPV nº 339, de 2006, levando em conta o<br />

texto do Projeto de Lei de Conversão (PLV) nº 7, que<br />

chegou a esta Casa em abril do corrente ano.<br />

Neste sentido, passamos a expor seu conteúdo,<br />

para, em seguida, como relatora, consciente da grande<br />

responsabilidade em julgar a matéria, proceder à<br />

análise e ao voto.<br />

O primeiro capítulo, das disposições gerais, composto<br />

por dois artigos, denomina os Fundos, instituídos<br />

no âmbito do cada Estado e do Distrito Federal, e<br />

lembra que os entes federados continuam obrigados<br />

a aplicação, em Manutenção e Desenvolvimento do


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

275<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15779<br />

Ensino (MDE), de, no mínimo, 25% dos seus impostos,<br />

compreendidas as transferências, o que significa<br />

5%, no mínimo, dos tributos incluídos no Fundeb, e<br />

um mínimo de 25% dos impostos que dele não fazem<br />

parte. Pelo art. 2º, fica claro o objetivo de valorização<br />

salarial, não somente dos profissionais da educação<br />

propriamente ditos, mas dos outros trabalhadores sem<br />

habilitação específica, mas atuantes na área.<br />

O segundo Capítulo trata da composição financeira<br />

dos Fundos, em duas seções. A primeira seção<br />

lista todos os impostos e transferências dos Estados,<br />

do Distrito Federal o dos Municípios, dos quais se reservarão<br />

20% para o Fundeb. Além do item mais importante<br />

em termos de arrecadação – o Imposto sobro<br />

Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) – e dos<br />

Fundos de Participação dos Estados (FPE) o dos Municípios<br />

(FPM), e outras transferências menores que<br />

compunham o Fundef, somaram-se na composição do<br />

Fundef o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores<br />

(IPVA), o Imposto sobre Transmissão Causa<br />

Mortis e doação de Bons e Diretos (ITCM) e o Imposto<br />

Territorial Rural (ITR). É importante ressaltar a inclusão<br />

das receitas da dívida ativa tributária referente a esses<br />

impostos, bom como juros e multas acrescidos a<br />

sua arrecadação. Fica, portanto, implícito que 25% da<br />

receita de quatro impostos (Imposto do Renda Retido<br />

na Fonte dos Servidores, Imposto Predial e Territorial<br />

Urbano, Imposto sobro Serviços de Qualquer Natureza<br />

o Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis)<br />

não compõem o Fundeb e ficam à disposição do ente<br />

federado para aplicar na manutenção e no desenvolvimento<br />

de sua própria rede de ensino.<br />

A segunda seção refere-se à complementação<br />

da União aos Fundos, sempre que em algum deles<br />

o valor médio ponderado por aluno não alcançar o<br />

mínimo definido nacionalmente. No Fundef, fixou-se<br />

o dispositivo da equivalência do valor mínimo ao valor<br />

médio do somatório dos Fundos, o que nunca foi<br />

observado, e gerou contínuos protestos dos Estados<br />

o dos professores. Aqui, o valor mínimo e calculado,<br />

anualmente, a partir do montante da complementação<br />

da União, que será progressivo e determinado<br />

no Orçamento, como se verá adiante. Fazem parte<br />

desta seção outros dispositivos da complementação,<br />

tais como: regra de utilização de, pelo menos, 90%<br />

do seu valor para a distribuição via valor mínimo o até<br />

10% por outros critérios; a vedação do uso dos recursos<br />

da contribuição do salário educação para compor<br />

a complementação; o cronograma de distribuição da<br />

complementação, mensalmente em pelo menos 5%<br />

do sou valor anual, 45% até 31 de julho, 85% até 31<br />

de dezembro e 100% até 31 de janeiro do ano subseqüente;<br />

a responsabilização criminal da autoridade<br />

que não efetivar as complementações anuais previstas;<br />

e as condições que cada estado deve apresentar<br />

para fazer jus à complementação dos 10%, incluindo<br />

seu esforço fiscal e a vigência do plano estadual de<br />

educação.<br />

O Capítulo III do Projeto de Lei de Conversão, que<br />

trata da distribuição de recursos dentro de cada Fundo<br />

entre o governo estadual e os de seus municípios, traz<br />

modificações importantes, oriundas de emendas a Medida<br />

Provisória. Preservou-se o critério fundamental,<br />

que e a “proporção do número de alunos matriculados<br />

nas respectivas redes de educação básica pública presencial”,<br />

nos âmbitos de atuação prioritária, segundo<br />

a Constituição Federal e a LDB, e conforme as ponderações<br />

definidas para cada etapa e modalidade. Entretanto,<br />

passou-se a admitir, durante os catorze anos<br />

de duração do Fundeb, o cômputo das crianças até os<br />

três anos, matriculadas em creches sem fins lucrativos,<br />

conveniadas com o Poder Púbico até a publicação<br />

desta Lei, bem como dos estudantes matriculados em<br />

escolas da mesma natureza, com atuação exclusiva na<br />

educação especial. No caso das escolas comunitárias<br />

conveniadas que oferecem pré-escola a crianças de<br />

quatro e cinco anos de idade, suas matrículas serão<br />

consideradas para a distribuição de recursos somente<br />

nos primeiros quatro anos do Fundeb. Esses três<br />

dispositivos são muito significativos porque, além do<br />

incluir mais de um milhão de matrículas das escolas<br />

gratuitas, tem como conseqüência impedir a evasão<br />

de recursos atualmente gastos por prefeituras na efetivação<br />

de seus convênios para atendimento de suas<br />

demandas. Registro-se que as despesas das escolas<br />

comunitárias com recursos do Fundeb devem atuador<br />

ao definido como MDE no art. 70 da LDB, incluindo pagamento<br />

de professores cedidos pelo ente federado<br />

com o qual se conveniaram.<br />

Ainda na primeira seção do Capítulo III são estabelecidos<br />

importantes dispositivos que incidem na<br />

distribuição de recursos:<br />

a) uma lista de dezesseis etapas, modalidades<br />

ou tipos do estabelecimento para<br />

efeito dee ponderação, tendo como fator um<br />

de referência as matrículas nos anos iniciais<br />

de ensino fundamental urbano;<br />

b) as outras ponderações variarão de<br />

70% a 130% do fator de referência;<br />

c) o cômputo de matrículas levará em<br />

conta os resultados do último Censo Escolar<br />

do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas<br />

Educacionais Anísio Teixeira (INEP);<br />

d) a apropriação dos recursos em cada<br />

Fundo pela educação de jovens e adultos obsorvará<br />

o percentual de até 10%.


276<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15780 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

A segunda seção do Capítulo III trata da Comissão<br />

Intergovernamental do Financiamento para a<br />

Educação Básica de Qualidade.<br />

Esse importante órgão colegiado, composto de<br />

um representante do Ministério da Educação (MEC),<br />

cinco do Conselho Nacional de Secretários do Estado<br />

de Educação (CONSED) o cinco da União Nacional<br />

de Dirigentes Municipais do Educação (UNDIME) tem<br />

funções muito importantes no Fundeb:<br />

a) especificar as ponderações aplicáveis<br />

nas dezesseis situações que levam em conta<br />

as etapas, modalidades e tipos de estabelecimento,<br />

considerando custos reais e outros<br />

estudos do INEP;<br />

b) fixar, anualmente, o limite proporcional<br />

de apropriação de recursos pela modalidade<br />

de educação de jovens e adultos;<br />

c) fixar anualmente a parcela o os critérios<br />

de distribuição de complementação da<br />

União, até 10%, a ser distribuída para os Fundos<br />

por meio de programas direcionados a melhoria<br />

da qualidade da educação básica;<br />

d) executar, requisitar ou orientar a elaboração<br />

de estudos técnicos percentual ao<br />

Fundeb;<br />

e) elaborar seu regimento interno, a ser<br />

formalizado por meio de portaria do Ministro<br />

do Estado da Educação.<br />

As despesas que asseguram o funcionamento da<br />

Comissão correrão a conta de dotações orçamentárias<br />

anualmente consignadas ao MEC.<br />

O capítulo IV trata da transferência e da gestão<br />

dos recursos. Até o dia 31 de dezembro de cada exercício,<br />

o Poder Executivo Federal publicará a estimativa<br />

da receita total dos Fundos, a estimativa dos valores da<br />

complementação da União aos Estados e ao Distrito<br />

Federal, a estimativa dos respectivos valores anuais<br />

por aluno e o valor anual mínimo nacional por aluno.<br />

Para se efetivar o ajuste da complementação anual da<br />

União, os Estados que a receberam devem publicar e<br />

encaminhar ao Ministério da Fazenda, até o dia 31 do<br />

janeiro do ano seguinte, os valores efetivos da arrecadação<br />

dos impostos que compõem o Fundeb.<br />

Os recursos de cada Fundo, que deverão constar<br />

do orçamento de cada ente federado, serão tornados<br />

disponíveis e repassados automaticamente pela União,<br />

pelos Estados e pelo Distrito Federal para contas únicas<br />

e específicas dos governos estaduais, do Distrito<br />

Federal e dos Municípios, instituídas para este fim no<br />

Banco do Brasil S.A. ou na Caixa Econômica<br />

Federal. Os repasses far-se-ão nos mesmos prazos<br />

as datas previstas para cada tributo na Constituição<br />

Federal e mensalmente, no caso do ITCM. A instituição<br />

financeira tornará disponível, permanentemente, os extratos<br />

bancários aos Conselhos de Acompanhamento o<br />

Controle Social do Fundeb. Uma vez repassados para<br />

a conta específica do ente federado, os recursos serão<br />

depositados na conta do órgão nele responsável pela<br />

educação, conforme o art. 69 da LDB. Eventuais saldos<br />

disponíveis cuja perspectiva de utilização seja superior<br />

a quinze dias devem ser aplicados em operações<br />

financeiras de curto prazo ou de mercado aberto, e os<br />

ganhos financeiros utilizados com os mesmos critérios<br />

e condições do valor principal do Fundo.<br />

O Capítulo V dispõe sobre a utilização de recursos<br />

do Fundeb, a serem gastos necessariamente na<br />

manutenção e desenvolvimento da educação básica.<br />

Cada ente federado recebe de acordo com suas Matrículas<br />

ponderadas nas diferentes etapas e modalidades,<br />

mas pode despender indistintamente, desde que<br />

na educação básica. No caso dos estados, diferentemente<br />

da Emenda Constitucional nº 14, que exigia a<br />

aplicação exclusiva de 60% dos 25% de todos os impostos,<br />

incluindo os que não compunham o Fundef,<br />

no ensino fundamental, a Emenda nº 53 só obriga a<br />

aplicação na educação básica dos recursos oriundos<br />

do Fundeb. Já os Municípios obrigam-se, pelo art. 11<br />

da LDB, a gastar todos os seus recursos vinculados<br />

na educação básica. Ademais, até 5% dos recursos<br />

do Fundeb poderão ser utilizados no primeiro trimestre<br />

do exercício seguinte.<br />

Para assegurar a valorização dos profissionais do<br />

magistério, 60%, no mínimo, dos recursos do Fundeb<br />

devem ser aplicados, anualmente, na remuneração<br />

dos professores e profissionais do suporte pedagógico<br />

direto às atividades de docência na educação básica,<br />

em efetivo exercício, ou seja, que trabalham na escola<br />

ou estejam eventualmente afastados por direito, sem<br />

rompimento do vínculo. Os inativos não se enquadram<br />

nessa subvinculação.<br />

Os recursos dos Fundos não poderão ser utilizados<br />

como garantia de operações de crédito que não<br />

se destinam a ações do MDE, no âmbito da educação<br />

básica.<br />

O Capítulo VI, que trata do acompanhamento, controle<br />

social, comprovação e fiscalização dos recursos,<br />

é mais detalhado da Medida Provisória que apresenta<br />

mais mudanças no Projeto de Lei de Conversão. Neste<br />

último, são os seguintes os principais dispositivos:<br />

a) provêem-se conselhos de acompanhamento<br />

e controle social do Fundeb no âmbito<br />

da União, dos Estados, do Distrito Federal o<br />

dos Municípios, constituídos em colegiados<br />

de catorze membros (União), doze (Estados)<br />

e nove (Distrito Federal e Municípios), repre-


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

277<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15781<br />

sentantes, em minoria, dos gestores e, em<br />

maioria, da sociedade civil, com mandatos de<br />

dois anos, permitida uma recondução, incumbidos,<br />

com autonomia e isenção, de acompanhar<br />

a arrecadação, distribuição e aplicação<br />

dos recursos, bem como supervisionar a realização<br />

do censo escolar anual e a proposta<br />

orçamentária da educação;<br />

b) os registros contábeis e demonstrativos<br />

gerenciais relativos a recursos recebidos e<br />

a despesas realizadas ficam permanentemente<br />

à disposição dos conselhos e dos outros órgãos<br />

de controle interno o externo, sendo-lhes<br />

dada ampla publicidade; os conselhos podem<br />

apresentar pareceres sobre o que for controlado,<br />

bem como convocar o responsável pelo<br />

Órgão de educação competente para prestar<br />

esclarecimentos, apresentar documentos adicionais<br />

e viabilizar visitas a obras e serviços<br />

que permitam o acompanhamento do uso dos<br />

recursos;<br />

c) independentemente da ação dos conselhos,<br />

os Estados, o Distrito Federal o os<br />

Municípios estarão sujeitos à fiscalização e<br />

ao controle referentes ao cumprimento do<br />

art. 212 da Constituição Federal r do disposto<br />

na regulamentação do Fundeb por parte do<br />

Tribunal de Contas da União, no que couber,<br />

e dos respectivos tribunais de sua jurisdição,<br />

cabendo, obrigatoriamente, instrução das prestações<br />

de contas por meio de parecer do conselho<br />

responsável;<br />

d) justifica intervenção da União no Distrito<br />

Federal e nos Estados, e destes nos Municípios,<br />

o descumprimento da aplicação dos<br />

recursos a que se refere o art. 212 da Constituição,<br />

que incluem os que compõem o Fundeb<br />

em cada ente federado;<br />

e) ao Ministério Publico compete a defesa<br />

da ordem jurídica, do regime democrático o<br />

dos interesses sociais e individuais relacionada<br />

ao Fundeb, a qualquer cidadão a propositura<br />

de ação popular pertinente;<br />

f) o MEC atuara no apoio técnico aos<br />

Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,<br />

bem como a seus conselhos; na capacitação<br />

dos conselheiros; na divulgação de orientações<br />

sobre a operacionalização do Fundo e de dados<br />

sobre a provisão, realização e utilização<br />

dos valores repassados; na realização do estudos<br />

com vistas a definição de valor por aluno<br />

que assegure padrão mínimo de qualidade; no<br />

monitoramento da aplicação dos Fundos e, em<br />

especial, na avaliação periódica dos resultados<br />

do Fundeb, devendo a primeira realizar-se dois<br />

anos após a sua implantação.<br />

O Capítulo VII contém disposições finais e transitórias.<br />

Entre estas, na primeira seção, descreve-se implantação<br />

progressiva do Fundeb, em três anos, matéria<br />

já tratada na Emenda Constitucional nº 53, de 2006.<br />

As receitas dos impostos incorporam-se até alcançar<br />

vinte por cento, à razão de um terço por ano, partindo,<br />

no primeiro ano, de 16,66%, no caso dos tributos que<br />

compunham o Fundef, e de 6,66% nos demais casos.<br />

Para as matrículas, a progressão também é de um terço<br />

a cada ano para as etapas e modalidades que não<br />

integravam o Fundef. Para as do ensino fundamental,<br />

considera-se sua totalidade, desde o primeiro ano.<br />

Os valores de complementação da União também<br />

são progressivos: no mínimo, R$2 bilhões no primeiro<br />

ano, R$3 bilhões no segundo e R$4,5 bilhões<br />

no terceiro, alcançando pelo menos 10% do total dos<br />

Fundos a partir do quarto ano. Entenda-se que a proposta<br />

orçamentária enviada ao Congresso pelo Poder<br />

Executivo da União permite praticar os valores mínimos<br />

ou valores maiores de complementação, cabendo ao<br />

Poder Legislativo acatar e, até mesmo, majorar esses<br />

valores, havendo disponibilidade de recursos, do que<br />

resultará um maior valor mínimo anual por aluno e a<br />

inclusão de mais verbas e mesmo de novos Estados<br />

entre os beneficiados pela complementação. O que está<br />

absolutamente vedada é a fixação de complementação<br />

abaixo dos mínimos progressivos, considerada também,<br />

nos três primeiros anos, a correção de valor pelo Índice<br />

Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).<br />

Para defender o valor real por aluno atingido no<br />

Fundef em seu último ano, 2006, outra variável é adicionada<br />

na distribuição dos recursos dos Fundos dos<br />

Estados: antes de se aplicar os quinze valores ponderados<br />

por etapa e modalidade da educação básica<br />

e tipo do estabelecimento, introduz-se na fórmula de<br />

distribuição de 2007 a destinação do valor do Fundef<br />

praticado em 2006 no respectivo Estado; em 2008, do<br />

valor do Fundef de 2006, corrigido pelo INPC de 2007,<br />

e assim, sucessivamente.<br />

Regra semelhante se aplica, somente para o valor<br />

mínimo por aluno definido nacionalmente para o ensino<br />

fundamental no Fundeb, em 2007; ele não poderá<br />

ser inferior ao mínimo fixado nacionalmente em 2006<br />

no âmbito do Fundef.<br />

O prazo para instituição dos conselhos de acompanhamento<br />

o controle é só sessenta dias contados da<br />

vigência dos Fundos, inclusive mediante adaptações<br />

dos conselhos do Fundef existentes.


278<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15782 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

Em cinco anos, o MEC deverá realizar fórum de<br />

avaliação do financiamento da educação básica, com<br />

representantes dos entes federados, dos trabalhadores<br />

da educação, de pais e de alunos.<br />

No art. 36, ainda nas disposições transitórias, o<br />

PLV fixa as ponderações de valor das etapas, modalidades<br />

e tipos de estabelecimento, que já tinham sido<br />

objeto de consenso entre o MEC, Consed e Undime e<br />

que estão sendo praticadas desde março de 2007:<br />

I – creche – 0,80;<br />

II – pré-escola – 0,90;<br />

III – anos iniciais do ensino fundamental urbano<br />

– 1,00;<br />

IV – anos iniciais do ensino fundamental no campo<br />

– 1,05;<br />

V – anos finais do ensino fundamental urbano<br />

– 1,10;<br />

VI – anos finais do ensino fundamental no campo<br />

– 1,15;<br />

VII – ensino fundamental em tempo integral –<br />

1,25;<br />

VIII – ensino médio urbano – 1,20;<br />

IX – ensino médio no campo – 1,25;<br />

X – ensino médio em tempo integral – 1,30;<br />

XI – ensino médio integrado à educação profissional<br />

– 1,30;<br />

XII – educação especial – 1,20;<br />

XIII – educação indígena e quilombola – 1,20;<br />

XIV – educação de jovens e adultos com avaliação<br />

no processo – 0,70;<br />

XV – educação de jovens e adultos integrada<br />

à educação profissional, com avaliação no processo<br />

– 0,70;<br />

XVI – creche e pré-escola em tempo integral – a<br />

ser fixada pela comissão Intergovernamental de Financiamento<br />

da Educação Básica de Qualidade.<br />

Na segunda Seção do Capítulo VII, o PLV nº 7,<br />

de 2006, fixa as seguintes disposições finais:<br />

a) os municípios poderão criar, integrando-a<br />

a seus Conselhos da Educação, Câmara<br />

especifica de acompanhamento e controle social<br />

do Fundeb, desde que aplique as regras<br />

do Capítulo VI;<br />

b) o financiamento da educação é componente<br />

da melhoria da qualidade da educação<br />

básica, a ser assegurada por padrão<br />

mínimo nacional, com participação popular<br />

e da comunidade educacional nos três níveis<br />

da Federação;<br />

c) a União desenvolverá e apoiará políticas<br />

de melhoria da qualidade da educação e<br />

de acesso e permanência na escola, em par-<br />

ticular para a inclusão de crianças e adolescentes<br />

em situação de risco social, incluindo<br />

os que cumprem pena, mesmo que provisória,<br />

e os que cumprem medidas sócio educativas,<br />

de acordo com o Estatuto da Criança e do<br />

Adolescente;<br />

d) os Estados, o Distrito Federal o os Municípios<br />

deverão implantar Planos de Carreira<br />

e Remuneração dos profissionais da educação<br />

básica;<br />

e) até 31 do agosto de 2007, o Poder<br />

Público deverá ter fixado o piso salarial profissional<br />

nacional para os profissionais do magistério<br />

público da educação básica;<br />

f) altera-se a redação do caput do art.<br />

5º da Lei nº 10.195, de 2001, para listar, de<br />

modo detalhado, as receitas das quais 15%<br />

serão excluídos do cálculo da Receita Líquida<br />

Real (RLR) dos Estados, do Distrito Federal<br />

e dos Municípios: são as mesmas receitas do<br />

Fundef.<br />

Nos arts. 43 a 45, são fixados dispositivos da transição<br />

Fundef–Fundeb: nos meses de janeiro e fevereiro<br />

de 2007, mantém-se a sistemática da repartição de<br />

recursos da Lei nº 9.424, de 24 do dezembro de 1996,<br />

sem o pagamento de complementação da União; a<br />

partir de 1º de março de 2007, a distribuição se faz na<br />

forma prevista nesta lei, passando a incluir um décimo<br />

da complementação da União, até dezembro; o ajuste<br />

da distribuição far-se-á em abril de 2007.<br />

Revogam-se os arts. 1º a 8º da Lei nº 9.424,<br />

de 1996; o art. 12 da Lei nº 10.880, de 9 de junho de<br />

2004; e o § 3º do art. 2º da Lei nº 10.845, de 5 de março<br />

de 2004.<br />

Nos dois primeiros anos de vigência do Fundeb,<br />

além das complementações aos Fundos, a União alocará<br />

recursos para a promoção de programa emergencial<br />

de apoio ao ensino médio e de reforço ao programa<br />

nacional de apoio ao transporte escolar.<br />

Os Fundos terão vigência até 31 de dezembro<br />

de 2020.<br />

Sabendo-se que já está em vigência a MPV nº<br />

339, de 2006, desde 1º de janeiro de 2007, a lei de<br />

conversão resultante do substitutivo entrará em vigor<br />

na data de sua publicação.<br />

II – Análise<br />

Incumbida de proferir voto sobre a MPV nº 339,<br />

de 2006, nos termos do texto remetido pela Câmara<br />

dos Deputados, consubstanciado no PLV nº 7, de 2007,<br />

resultante do parecer da Deputada Fátima Bezerra,<br />

detive-me não somente no texto original e na apreciação<br />

das emendas que lhe foram oferecidas no prazo


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

279<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15783<br />

regimental, como, principalmente, no estudo do projeto<br />

de lei de conversão, dos efeitos práticos do Fundeb<br />

já em curso e das repercussões políticas dos Fundos<br />

nos Estados e nos Municípios.<br />

No Brasil, o financiamento da educação básica<br />

depara-se com dois grandes desafios: eliminar os déficits<br />

de atendimento e elevar os indicadores da qualidade<br />

do ensino e da aprendizagem.<br />

Embora tenhamos, hoje, cerca de 13 milhões de<br />

crianças até três anos completos, não chegam a um<br />

milhão as matrículas em creches públicas. Somandose<br />

as da rede privada, com ou sem fins lucrativos, não<br />

atingimos dois milhões. O Plano Nacional da Educação<br />

(PNE), fixado pela Lei nº 10.172, de 9 de janeiro<br />

de 2001, determinou a meta de atendimento de 30%<br />

em 2005 (3,9 milhões de crianças) e de 50% em 2010<br />

(6,5 milhões). Na idade da pré-escola, são 6,5 milhões<br />

as crianças, e as matrículas em redes públicas não<br />

atingem a metade da demanda, quando as metas do<br />

PNE são de 60% e 80%, para 2005 e 2010, respectivamente.<br />

No ensino fundamental obrigatório, agora<br />

com duração de nove anos, temos uma taxa de escolarização<br />

líquida do 95%, considerando as matrículas<br />

de seis a catorze anos. Mas convivemos com a triste<br />

realidade da reprovação, que resulta em cinco milhões<br />

de alunos maiores de catorze anos retidos em alguma<br />

das séries de ensino fundamental. A conseqüência<br />

aparece no perfil dos estudantes do ensino médio: dos<br />

oito milhões de matriculados em escolas públicas, somente<br />

a metade é de adolescentes na idade própria de<br />

cursá-lo, entre quinze e dezessete anos. Na educação<br />

especial, não temos dados tão confiáveis, mas podemos<br />

afirmar que muito menos de 50% das crianças e<br />

adolescentes portadores de deficiências são atendidos,<br />

quer na forma inclusiva, quer na especializada,<br />

considerando-se também as matrículas em escolas<br />

comunitárias. Esta situação é de 2006, mas vem-se<br />

arrastando há décadas. A conseqüência mais dramática<br />

é a produção escolar de analfabetos absolutos e<br />

funcionais: os primeiros, ainda mais de 10% da população<br />

adulta do Pais, cerca de 15 milhões, dispersos<br />

nas periferias e nas zonas rurais, mais numerosos no<br />

Norte e Nordeste; os analfabetos funcionais, ou seja,<br />

os que não concluíram o ensino fundamental ao qual<br />

todos têm direito constitucional, público e subjetivo,<br />

atingem a cifra de 45 milhões, dos quais menos de 10<br />

milhões estão escolarizados.<br />

É falsa, portanto, a visão de que atingimos quase<br />

100% de cobertura de matrícula. Para uma demanda<br />

potencial de 120 milhões de brasileiros, temos hoje<br />

matriculados na educação básica 50 milhões nas redes<br />

públicas e perto de 8 milhões nas rodes privadas, com<br />

e sem fins lucrativos. Mesmo no ensino fundamental,<br />

a taxa de cobertura é falsa. No Brasil, até 1920, e na<br />

maioria dos países atualmente, a matrícula se faz para<br />

uma jornada escolar de tempo integral. No Brasil de<br />

2007, temos uma lei que exige somente quatro horas<br />

letivas diárias, uma jornada reduzida, comprovadamente<br />

insuficiente para a aprendizagem dos estudantes.<br />

Qual é o resultado desta política perversa, que atinge<br />

principalmente as crianças e adolescentes cujos pais<br />

têm menor escolaridade?<br />

O que se colhe de tão infeliz semeadura é o desastre<br />

da qualidade da aprendizagem. Estão os dados<br />

do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB),<br />

desde 1993, e da Prova Brasil, em 2005. A pontuação<br />

do desempenho dos alunos ao final da quarta e oitava<br />

séries do ensino fundamental e do terceiro ano do<br />

ensino médio revela o que todo mundo já sabe pelo<br />

convívio cotidiano: os estudantes não chegam a aprender<br />

metade do que deveriam para se preparar para a<br />

cidadania e para o mundo produtivo. E os 2,5 milhões<br />

do professores, será que conseguem ensinar? Os mais<br />

do 1,2 milhão de funcionários das escolas públicas,<br />

categoria a qual com orgulho pertenço, conseguimos<br />

nos integrar ao projeto pedagógico das escolas?<br />

O desafio da oferta de mais abrangente atendimento,<br />

em jornadas de tempo integral, como estão se<br />

esforçando por fazer o Chile, o Uruguai, a Argentina, a<br />

Venezuela, e como sonharam e tentaram fazer Anísio<br />

Teixeira, Darcy Ribeiro e Leonel Brizola, requer mais<br />

recursos financeiros, evidentemente. É bom que atentamos<br />

para um falso sucesso do Fundef: em 1995, havia<br />

28 milhões de alunos no ensino fundamental público;<br />

quando ele foi implantado, em 1997, passamos para<br />

30 milhões; em 2002, atingimos 32,8 milhões; no seu<br />

último ano, em 2006, baixamos para 30,2 milhões,<br />

mesmo com um milhão de matriculas adicionais de<br />

crianças com seis anos de idade.<br />

Evidentemente, o ensino fundamental teve condições<br />

de melhorar, assim como os salários de seus<br />

professores, porque os 15% dos impostos destinados<br />

ao ensino fundamental tiveram nos últimos anos um<br />

consistente aumento real de 7% ao ano. Com a diminuição<br />

de matrículas, subia, matematicamente, o gasto<br />

por aluno, bem acima desse ritmo. Mas a educação<br />

básica não se limita ao ensino fundamental regular: o<br />

sucesso do financiamento do ensino fundamental, cujo<br />

valor por aluno o Fundeb pretende preservar, foi pago<br />

pela deterioração das outras etapas. Que o digam a<br />

pré-escola e as creches, cujas matrículas, em termos<br />

relativos, só estabilizaram; que o diga o ensino médio,<br />

para o qual se improvisou socorro federal e onde<br />

observamos a maior taxa de privatização; que o diga<br />

a Educação de Jovens e Adultos, sacrificada com o<br />

voto de sua participação no Fundef, em 1996, e alvo


280<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15784 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

de políticas compensatórias de poucos resultados nos<br />

último anos. Resumindo, o Fundeb exige mais recursos<br />

para ampliar o atendimento, visto ser um instrumento,<br />

inclusive, pelo qual os entes federados ganham se<br />

incrementam a oferta de vagas e perdem quando têm<br />

poucas matrículas ou até mesmo quando conservam<br />

as tantas que têm.<br />

E a melhoria da qualidade requer mais recursos?<br />

Sem dúvida. Aprendemos da rede privada, onde a correlação<br />

onde o preço das mensalidades das escolas<br />

e o ingresso do seus alunos nos cursos de alta nota<br />

de corte das universidades públicas e quase igual a<br />

um. Que dizer da diferença da qualidade na educação<br />

entre uma classe de alfabetização de crianças de<br />

seis anos de uma escola particular, com o máximo de<br />

25 alunos e a presença de duas professoras, e uma<br />

turma de escola pública com uma só professora, sobrecarregada<br />

com 35 alunos? Na primeira, 100% de<br />

aprovação; na segunda, 50%. Nas redes estaduais e<br />

municipais, são variadas as situações de financiamento,<br />

podendo-se mesmo argumentar que, em médio prazo,<br />

as despesas do Poder Público com os repetentes, somadas<br />

aos gastos com as ausências e afastamentos<br />

de professores podem até igualar o que despendem,<br />

em média, as escolas privadas. Mas os custos fixos<br />

iniciais são menores que os das qualificadas escolas<br />

particulares; evidentemente, as situações precárias<br />

resultam em menos ensino, menos aprendizagem,<br />

menor qualidade.<br />

Por que tantas considerações do ordem geral<br />

neste parecer? E que preciso transmitir aos mais pares<br />

a sensação do que estou convencida que a solução<br />

para os problemas educacionais e muito complexa e<br />

dependo mais da velocidade de implementação das<br />

políticas públicas do que da perfeição formal das regras<br />

legislativas.<br />

Tenho consciência da importância da aprovação<br />

urgente do Fundeb no Senado e da inoportunidade<br />

do cometer-lhe todas as mudanças desejadas pelos<br />

Senadores e reclamadas por setores organizados da<br />

sociedade. O Fundeb, desde 2003, está sendo objeto<br />

de negociações entre governadores, prefeitos, secretários<br />

estaduais e municipais de educação, sindicatos<br />

de educadores públicos. Somente devemos admitir<br />

mudanças que se situam no prolongamento desses<br />

consensos e que tenham cobertura da Câmara dos<br />

Deputados.<br />

O Fundeb já está no quinto mês de sua implementação.<br />

Com repasses mais generosos de complementação<br />

da União já de 2007, que alcançarão 10%<br />

do valor total dos Fundos em 2010; com a perspectiva<br />

de aumento de matrículas neste ano, que repercutirá<br />

nos recursos de 2008, como também irão repercutir em<br />

tantos municípios, logo que aprovada a lei, as matrículas<br />

das escolas comunitárias na educação infantil e<br />

na educação especial; com o avanço das negociações<br />

para o piso salarial dos professores, que, de imediato,<br />

beneficiará um milhão de profissionais do magistério<br />

e, em futuro próximo, dois milhões do profissionais da<br />

educação – com tudo isso, não é prudente inserirmos<br />

mudanças que poderão prolongar a tramitação e aprovação<br />

da lei no Congresso em matérias cujo aperfeiçoamento<br />

poderá ser feito no momento oportuno e já<br />

previsto no PLV.<br />

Chamo a atenção a três mecanismos que ajudam<br />

a programar as mudanças para o tempo adequado.<br />

Sabiamente, desde a Emenda Constitucional n° 53,<br />

de 2006, estabeleceu-se um tempo de gradativa implantação<br />

dos Fundos, de tal forma que ao ingresso<br />

progressivo dos alunos a serem custeados correspondesse<br />

à entrada progressiva dos novos recursos, para<br />

que não só sacrificasse tanto o custo por aluno nas<br />

redes com menos matrículas e não só praticassem<br />

nelas abusivas quedas de receita. Sabiamente, também,<br />

fixaram-se ponderações de custos por etapa e<br />

modalidade somente para o primeiro ano, cabendo a<br />

um colegiado representativo das diversas realidades<br />

estabelecer as variações nos próximos anos. Finalmente,<br />

com muita prudência dispôs-se que, depois<br />

de dois anos, o Ministério da Educação procedesse a<br />

estudos científicos para as devidas adequações, com<br />

vistas a qualidade da educação, não a partir da visão<br />

abstrata do Brasil, mas da realidade de cada um dos<br />

entes federados.<br />

Sendo assim, depois de demorada análise e do<br />

diálogo com senadores e com o Poder Executivo, decidimos<br />

por inserir somente algumas alterações, sob<br />

forma de emendas da relatoria:<br />

a) retirar, na contagem das matrículas<br />

para a distribuição dos recursos do Fundeb<br />

em cada estado, o limite de tempo do conveniamento<br />

o do cômputo do alunos nas escolas<br />

som fins lucrativos que oferecem educação<br />

infantil e educação especial;<br />

b) dispor que haja uma diferenciação de<br />

valor entre as matrículas em tempo integral de<br />

creches conveniadas e de creches públicas,<br />

a critério da Comissão Intergovernamental do<br />

Financiamento;<br />

c) elevar para 15% o limite de apropriação<br />

de recursos pela EJA nos fundos de cada<br />

estado e do Distrito Federal.<br />

Registre-se que estas três mudanças não somente<br />

estão na linha de prolongamento da construção de<br />

consensos no âmbito do Executivo e do Legislativo,


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

281<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15785<br />

como também se constituem em dispositivos de regulamentação<br />

de um Fundo de catorze anos, de caráter<br />

constitucional, mas cuja natureza e a flexibilidade e a<br />

submissão a continua avaliação.<br />

Finalmente, tenho a dizer, fazendo coro com vários<br />

dos senadores desta Casa: o Fundeb não é uma varinha<br />

de condão, que vá resolver os problemas de falta de<br />

atendimento e de qualidade da educação pública. Mas<br />

é um passo a frente, requerido pelas limitações que se<br />

acumularam na vigência do Fundeb e pelos desafios<br />

da sociedade do conhecimento que requer educação<br />

básica para todos. Para seu sucesso e envolvimento dos<br />

quase duzentos milhões de brasileiros que já somos,<br />

urge que os sistemas de ensino somem medidas gerenciais<br />

e pedagógicas inovadoras e audaciosas, sem<br />

as quais não consolidaremos uma política educacional<br />

digna do Brasil, nesse momento em que a educação<br />

escolar, depois de longo tempo do prática elitista o seletiva,<br />

ingressa no patamar da universalização.<br />

III – Voto<br />

Pelas razões expostas, nosso voto é pela aprovação<br />

da MPV nº 339, do 2006, nos termos do PLV nº<br />

7, do 2007, com as seguintes emendas:<br />

EMENDA Nº 232<br />

Suprima-se o inciso V do § 2º do art. 8º, renumerando-se<br />

o inciso subseqüente.<br />

EMENDA Nº 233<br />

Suprima-se, no § 4º do art. 8º, a expressão até<br />

a data de publicação desta lei”<br />

II – creche pública em tempo parcial –<br />

0,80 (oitenta centésimos)<br />

III – creche conveniada em tempo integral<br />

– 0,95 (noventa e subseqüente.<br />

Suprima-se o inciso V do § 2º do art. 8º, renumerando-se<br />

o inciso<br />

EMENDA Nº 234<br />

No art. 10, acresça-se aos incisos I e II a expressão<br />

“em tempo integral”, substitua-se o inciso III, pela<br />

expressão “creche em tempo parcial” e inclua-se o inciso<br />

IV, como “pré-escola em tempo parcial”, renumerando-se<br />

os incisos subseqüentes.<br />

EMENDA Nº 239<br />

Suprima-se no § 2º do art. 12 a expressão “referidas<br />

no caput”.<br />

EMENDA Nº 240<br />

Insira-se no art. 36 o seguinte § 2º, renomeando-se<br />

o anterior:<br />

§ 2º Na fixação dos valores a partir do 2º<br />

ano do vigência do Fundeb, as ponderações<br />

entre as matriculas da educação infantil seguirão,<br />

no mínimo, as seguintes pontuações:<br />

I – creche pública em tempo integral –<br />

1,10 (um inteiro e dez centésimos);<br />

cinco centésimos);<br />

IV – creche conveniada em tempo parcial<br />

– 0,80 (oitenta centésimos);<br />

V – pré-escola em tempo integral – 1,1<br />

5 (um inteiro e quinze centésimos);<br />

VI – pré-escola em tempo parcial – 0,90<br />

(noventa centésimos).”<br />

EMENDA Nº 236<br />

Dê-se ao art. 11 a seguinte redação:<br />

“A apropriação dos recursos em função<br />

das matrículas na modalidade do educação<br />

de jovens e adultos, nos termos da alínea c<br />

do inciso III do caput do art. 60 do Ato das<br />

Disposições Constitucionais Transitórias, observará,<br />

em cada estado e no Distrito Federal,<br />

percentual de ate 15% (quinze por conto) dos<br />

recursos do fundo respectivo.”<br />

Observações<br />

A emenda do relatório de nº 6 e a de nº 7 ficam<br />

prejudicadas, em razão, respectivamente, da nova redação<br />

da Emenda 4 (agora, 5) e da retificação do texto<br />

da relatora da Câmara dos Deputados.<br />

Sala das Sessões, – Senadora Fátima Cleide,<br />

Relatora.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – A Relatora, em seu segundo pronunciamento,<br />

Srªs Senadoras e Srs. Senadores, concluiu pela manutenção<br />

das Emendas nº 232 e 236, apresentadas<br />

em seu primeiro pronunciamento; pela apresentação<br />

de subemendas às Emendas nº 233 e 234; pela apresentação<br />

das Emendas nº 239 e 240; e pela retirada<br />

das Emendas nº 235, 237 e 238, por ficarem, evidentemente,<br />

prejudicadas.<br />

Em discussão a matéria.<br />

Senador Marconi Perillo, tem a palavra V. Exª,<br />

para discutir a matéria.<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO. Para<br />

discutir. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

Srªs e Srs. Senadores, não há dúvida em relação aos<br />

avanços representados pelo Fundef até agora e pelos<br />

avanços que o Fundeb representará para a educação<br />

básica nacional a partir da sua aprovação.<br />

Concordamos praticamente com todo o relatório<br />

apresentado pela ilustre Senadora Fátima Cleide, discutido,<br />

no conjunto desta Casa, por vários Senadores


282<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15786 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

e Senadoras, incluindo-se alguns Senadores do meu<br />

Partido.<br />

Ocorre, Sr. Presidente, que, durante todo o dia de<br />

hoje, trabalhamos para buscar consenso em relação<br />

ao texto da Senadora Fátima Cleide, discutindo com o<br />

Consed, com os Secretários Estaduais de Educação,<br />

depois com os Governadores de Estado na residência<br />

do Governador Arruda e, por fim, agora, por quase duas<br />

horas, numa reunião no gabinete de V. Exª, contando<br />

com a presença dos Governadores, dos Líderes, de<br />

vários Senadores, todos interessados em buscar uma<br />

saída que efetivamente represente avanço, mas que<br />

contemple os Prefeitos e Municípios.<br />

Existem algumas preocupações – pelo menos,<br />

cinco grandes preocupações, diria – que poderão ser<br />

contempladas na votação, agora em plenário, ou no<br />

relatório da Senadora Fátima Cleide, ou por meio dos<br />

destaques que serão feitos em relação às emendas<br />

que vieram da Câmara ou às emendas que foram apresentadas<br />

aqui no Senado.<br />

A primeira preocupação colocada pelo Consed<br />

diz respeito à abertura de uma data mais elástica para<br />

publicação de convênios do Poder Público com creches<br />

da iniciativa privada, creches filantrópicas, etc.<br />

O Consed argumenta que seria muito importante<br />

a manutenção do inciso V, para que tivéssemos um parâmetro,<br />

um critério para publicação desses convênios,<br />

já que, segundo o Secretário de Educação, poderíamos<br />

escancarar as portas da creche, no ensino infantil, para<br />

a realização de convênios com todo e qualquer tipo<br />

de entidade, inclusive as que não tenham nenhuma<br />

representatividade ou reconhecimento.<br />

É claro, deveríamos fazer uma exceção em relação<br />

às creches para alunos excepcionais – ponto já<br />

acordado com o Senador Flávio Arns.<br />

Uma outra preocupação é que a Senadora exclui,<br />

no § 4º, uma expressão, para nós, da mais alta<br />

importância, que diz respeito ao censo escolar mais<br />

atualizado como critério, até a data da publicação desta<br />

lei, para admissão de novas demandas em relação à<br />

educação infantil. Creio que a Senadora Fátima Cleide,<br />

quanto a esse aspecto, concordou com as ponderações<br />

que fizemos.<br />

Temos, ainda, uma terceira preocupação, que<br />

foi lembrada pelo Senador José Agripino, por mim e<br />

pelos Governadores e que diz respeito ao transporte<br />

escolar. O Senador José Agripino é autor da Emenda<br />

nº 187, que garante no Fundeb recursos para o transporte<br />

escolar e com a qual concordamos. E, depois<br />

de uma longa discussão com os Governadores, com<br />

a Relatora, com as Lideranças, com o Presidente Renan<br />

Calheiros e da palavra final do Líder do Governo,<br />

Senador Romero Jucá, ficou acertado que o Governo<br />

Federal enviará a esta Casa, a este Congresso, uma<br />

nova medida provisória que contemple essa preocupação<br />

do Senador José Agripino, que é compartilhada<br />

por nós. É claro que esse assunto ainda será debatido<br />

pelo próprio autor da Emenda, Senador José Agripino,<br />

e pelo Líder do Governo, para que possamos, efetivamente,<br />

ter uma definição a respeito disso.<br />

Depois, uma quarta preocupação, que acabou<br />

não sendo objeto de um consenso final, já que os<br />

Senadores reivindicam que o texto da Câmara seja<br />

aprovado, mas achamos que, em relação ao art. 37,<br />

deveríamos dar uma nova interpretação ao texto ou<br />

uma nova redação. Na nossa opinião, não deve caber<br />

nem aos Estados, nem aos Municípios pagar pelo ônus<br />

daquilo que vai representar um excedente em relação<br />

às demandas novas para o ensino infantil.<br />

Nós temos um texto em que fazemos sugestões<br />

à Senadora Fátima Cleide, em relação aos chamados<br />

fatores de ponderação, para se remeter à União<br />

o pagamento dessas despesas que surgirão a partir<br />

da publicação do Fundeb.<br />

Por que estamos colocando isso, Sr. Presidente,<br />

Srªs e Srs. Senadores? Porque, no Fundeb, os Estados<br />

serão responsáveis por R$33 bilhões, os Municípios,<br />

por R$14 bilhões, e caberá à União apenas R$1,8 bilhão.<br />

Os Estados e os Municípios serão praticamente<br />

responsáveis por toda a manutenção do Fundeb. Olhem<br />

que o Governo Federal tem alardeado, pelos quatro<br />

cantos do Brasil e do mundo, que o Fundeb é da sua<br />

responsabilidade. Fica parecendo que quem vai arcar<br />

com o Fundeb será o Governo Federal, quando, na<br />

verdade, os Estados e Municípios serão responsáveis<br />

por mais de 95% de toda a composição do Fundo de<br />

Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica<br />

e de Valorização dos Profissionais da Educação.<br />

Volto a enfatizar que os Estados e Municípios<br />

serão responsáveis por mais de 95% de toda a capitalização,<br />

de toda a composição do Fundeb.<br />

Então, a sugestão que fizemos à Senadora Fátima<br />

Cleide é a de uma emenda aditiva ao relatório<br />

dela, com os seguintes termos:<br />

Caberá à União suplementar, naquilo que exceder,<br />

os fatores de ponderação para o financiamento<br />

da educação infantil.<br />

Com isso, teríamos os Estados e os Municípios<br />

desonerados em relação à educação infantil.<br />

E, por último, Sr. Presidente, apresentaremos um<br />

voto em separado, colocando outra grande preocupação<br />

nossa, que diz respeito ao art. 42. Em relação<br />

ao Fundef, os Estados foram excluídos no cálculo da<br />

receita líquida real para pagamento de dívida externa;<br />

em relação ao Fundeb, os 5% de diferença serão


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

283<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15787<br />

calculados, em termos de receita líquida real, para<br />

pagamento da dívida externa.<br />

A proposta que fazemos, por meio de uma emenda<br />

apresentada na Câmara e resgatada aqui no Senado,<br />

que será apreciada por meio de um destaque<br />

de nossa autoria, é a que preconiza que, para os fins<br />

previstos nas Leis nº 9.496 e 8.727, na Medida Provisória<br />

nº 2.118, de 27 de dezembro de 2000, e no artigo<br />

anterior, o cálculo de receita líquida real excluirá a totalidade<br />

de recursos aportados aos fundos instituídos<br />

pela Medida Provisória nº 339, que institui o Fundeb.<br />

Fizemos um acordo com o Líder do Governo,<br />

Senador Romero Jucá, no sentido de votar favoravelmente<br />

esse destaque, com o apoio de expressivas<br />

Lideranças, além dos Partidos da Oposição, para que<br />

os Estados não tenham mais esse ônus.<br />

Era isso que eu tinha a aditar, Sr. Presidente, solicitando<br />

aos Senadores atenção em relação às questões<br />

que foram ponderadas.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Continua em discussão.<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA) – Para discutir,<br />

Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Há inscrições, sobre a mesa, do Senador José<br />

Agripino, da Senadora Marisa Serrano, do Senador Arthur<br />

Virgílio e da Senadora Serys Slhessarenko.<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA) – Peço a<br />

minha inscrição a V. Exª, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – O Senador Flexa Ribeiro está inscrito.<br />

Concedo a palavra ao Senador José Agripino<br />

para discutir a matéria.<br />

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL – RN. Para discutir.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, V. Exª é<br />

testemunha de que, na reunião em que discutimos o<br />

Fundeb, na semana passada, recebi uma ligação da<br />

Presidente da Associação de Secretários Estaduais<br />

de Educação. Fazia um apelo dramático para que o<br />

Senado suspendesse a votação do Fundeb, sob pena<br />

de votarmos aqui um grande prejuízo, Senador Cícero<br />

Lucena, aos Estados e aos Municípios, por via de<br />

conseqüência.<br />

Fiz um apelo a V. Exª, e V. Exª, de plano, concordou<br />

em que suspendêssemos a votação, para abrir<br />

um canal de negociação.<br />

Eu, de minha parte, pedi, de imediato, à entidade<br />

de classe que congrega os Secretários Estaduais de<br />

Educação os elementos para que pudéssemos, interpretando<br />

as preocupações dos Estados, estabelecer a<br />

interlocução parlamentar e votar alguma coisa que, se<br />

não fosse o ideal, pelo menos fosse o possível.<br />

Senador Arthur Virgílio, o Fundeb, de qualquer<br />

maneira, é um avanço. O Fundef, que nasceu sob a<br />

inspiração do ex-Ministro Paulo Renato, no Governo<br />

Fernando Henrique Cardoso, significou um grande<br />

avanço no padrão da Educação Fundamental no Estado<br />

brasileiro. O Fundeb agrega o segundo grau e,<br />

por um feliz acréscimo feito pela Câmara dos Deputados,<br />

a educação infantil, creches. E agrega mais<br />

valores e um pouco mais de dinheiro federal, mas<br />

agrega principalmente um sobreesforço dos Estados<br />

e dos Municípios.<br />

Senador Romero Jucá, V. Exª é testemunha do<br />

esforço que nós fizemos hoje, e vínhamos conversando<br />

já há algum tempo sobre como nos desincumbirmos<br />

com um mínimo de apreço a Estados e Municípios<br />

em relação à questão Fundeb. Depois de marchas e<br />

contramarchas, verificamos que, por mais boa vontade<br />

que tivéssemos em atender aos Municípios, a colcha é<br />

pequena. O volume de beneficiados debaixo da colcha<br />

é enorme, e, a menos que o Governo decida aportar<br />

mais dinheiro pela participação de Estados, Municípios<br />

e União, quando se puxa a colcha para beneficiar creches,<br />

educação infantil, falta colcha para os Ensinos<br />

Fundamental e Médio. E por aí vai!<br />

Senador Marconi Perillo, como a negociação é<br />

a arte do possível, V. Exª é testemunha do esforço ingente<br />

que fizemos. Resultou um entendimento: votar<br />

o texto da Câmara, fundamentalmente o texto da Câmara,<br />

com uma abertura para as creches conveniadas,<br />

principalmente as Apaes, que teriam a obrigação de,<br />

para serem inseridas no benefício do financiamento dos<br />

recursos do Fundeb, ter o registro do Conselho Nacional<br />

de Serviço Social. Isso é algo sério, que demanda<br />

tempo, sendo aplicado apenas a entidades sérias.<br />

No entanto, uma coisa do texto da Câmara tem<br />

de ser reparada. Do contrário, Sr. Presidente, Senador<br />

Renan Calheiros, far-se-á uma injustiça. Veja V. Exª,<br />

Senador Antonio Carlos Magalhães, que, atualmente,<br />

a contribuição dos Estados é feita sobre a receita<br />

líquida. E, no conceito de receita líquida, os Estados<br />

têm o direito de descontar da receita bruta os 15% de<br />

aporte correspondentes ao Fundef; ou seja, o que os<br />

Estados aportam como Fundef, que é um volume expressivo<br />

de recursos, é descontado da receita bruta, e<br />

produz-se a receita líquida sobre a qual é considerado<br />

o cálculo de 15%.<br />

No texto da Câmara, Senador Marconi Perillo<br />

– V. Exª sabe mais do que eu –, estava contido, ou<br />

estava omisso, ou não estava considerado um fato<br />

que reputo absolutamente basilar, que é justiça. Considerava-se<br />

que o conceito de receita líquida para<br />

o Fundeb – no Fundef é 15% – evolui de 15% para<br />

16,5%, para 18% e uns quebrados, até chegar a 20%.


284<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15788 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

Mas, para o conceito no Fundeb de receita líquida dos<br />

Estados, considerava-se a receita bruta, descontados<br />

15% do aporte para o Fundeb, e não aquilo que, de<br />

verdade, os Estados aportam, que é 15%, 16,5%,<br />

18%, até chegar a 20%, para que se tenha realmente<br />

a receita líquida, descontado o aporte compulsório<br />

para o Fundeb.<br />

V. Exªs, Senadores Marconi Perillo e Renan Calheiros,<br />

são testemunhas, e quero que a Casa toda<br />

me ouça, Senador Jefferson Péres, porque o Líder do<br />

PMDB não está presente; o do PSDB está. Lá estava<br />

o Governador Aécio Neves, está aqui o dos Democratas,<br />

e lá estava o Governador José Roberto Arruda. Lá<br />

estavam outros Governadores tucanos e lá estavam<br />

Governadores da base do Governo – do PMDB, do<br />

PSB –, e todos eles, Senador Jefferson Péres, ouviram<br />

a proposta que eu tomei iniciativa de fazer para<br />

que pudéssemos votar o Fundeb.<br />

O pior dos mundos seria não votar o Fundeb, entrar<br />

no impasse para o qual estávamos caminhando, e<br />

o Fundeb não nascer. Esse seria o pior dos mundos, e<br />

apresentei uma proposta: por que não, com todo respeito<br />

ao relatório da Senadora Fátima Cleide, voltarmos<br />

ao texto da Câmara, que foi acordado, debatido,<br />

discutido, incorporou a Educação Infantil e as creches,<br />

e fazermos dois reparos? Apenas dois. Um seria corrigir<br />

essa distorção do critério ou do conceito de “receita<br />

líquida”. Receita líquida é algo que é bruto, descontada<br />

alguma coisa que é, de verdade, descontada. Quando<br />

se descontam 20% para aplicar em educação, a receita<br />

líquida é a bruta menos os 20%, e não 15%; a<br />

não ser que se queira vender gato por lebre; que se<br />

queira descontar 20% e considerar receita líquida um<br />

desconto hipotético de 15%.<br />

Para sermos justos é preciso, Senador Cícero Lucena,<br />

que do conceito de receita líquida se depreenda<br />

a receita bruta menos aquilo com o que efetivamente<br />

os Estados contribuem para o Fundeb. Se são 15%,<br />

descontem-se 15%; se forem 16,5%, descontem-se<br />

16,5%; se 18,5%, descontem-se 18,5%; se 20%, descontem-se<br />

20%. Há uma emenda neste sentido.<br />

A esta emenda, Senador Arthur Virgílio, os tucanos<br />

vão dar o voto “Sim”; os democratas vão dar<br />

o voto “Sim”. Lá estavam os Governadores do PMDB<br />

representados por um Governador, por acaso o Governador<br />

do Amazonas. O Senador Renan Calheiros<br />

estava lá.<br />

Senador Renan Calheiros, quero ouvir a opinião<br />

do Líder do Governo sobre o acordo, que eu propus,<br />

de votarmos e aprovarmos esta matéria. E quero saber<br />

se os Senadores que seguem a orientação dos Governadores<br />

Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro; Eduardo<br />

Braga, do Amazonas; Luiz Henrique, de Santa Catari-<br />

na; Roberto Requião, do Paraná; André Puccinelli, do<br />

Mato Grosso do Sul; Marcelo Miranda, do Tocantins;<br />

e Paulo Hartung, do Espírito Santo, vão ou não votar<br />

a favor do interesse dos seus Estados, votar com o<br />

seu Partido, votar ao lado do interesse dos seus Estados.<br />

Eu quero saber se o PMDB vai somar-se aos<br />

Democratas e ao PSDB no critério de fazer justiça: o<br />

que é 15 é 15; o que é 20 é 20. E não fazer o que é<br />

20 ser 15. Não!<br />

Esse entendimento foi feito na sala de V. Exª.<br />

Espero que o acordo seja cumprido e que democratas,<br />

Senador Neuto de Conto, ao lado de tucanos e<br />

peemedebistas, como V. Exª, votem a favor dessa<br />

emenda.<br />

E a segunda emenda?<br />

Senador Antonio Carlos Magalhães, os nossos<br />

municípios quase não lograram êxito, mas nós, Democratas,<br />

tomamos a iniciativa de exigir a aprovação<br />

dessa emenda. Provavelmente V. Exª já a conhece,<br />

mas vou lê-la para que aqueles que nos vêem pela TV<br />

Senado tomem conhecimento do esforço que os Democratas<br />

estão fazendo em torno da questão do transporte<br />

escolar, que é um demônio para os municípios,<br />

representa um custo insuportável para os municípios<br />

– lá para a sua Camaçari, lá para a sua Luís Eduardo,<br />

lá para a sua Jequié, assim como para a minha Mossoró,<br />

para a minha Ipueira. Os prefeitos dos grandes,<br />

médios ou pequenos municípios penam para pagar o<br />

transporte escolar.<br />

Isso, no entanto, pode mudar. Para isso, quero<br />

o endosso da Casa para que os recursos do Fundeb<br />

possam ser partilhados com as despesas decorrentes<br />

de um item fundamental da educação, que é o transporte<br />

escolar. Com a aprovação da emenda, dar-se-á<br />

ao prefeito a condição de oferecer o transporte escolar<br />

ao aluno.<br />

E com que dinheiro poderá fazer isso? Hoje isso<br />

é feito com recursos próprios da prefeitura, mas com<br />

a aprovação da emenda que apresentamos, passará<br />

a ser com os recursos do Fundeb – esses recursos<br />

também vão poder ser aplicados no transporte escolar,<br />

que é um item fundamental da educação, já que<br />

possibilita que o aluno chegue à escola, principalmente<br />

os mais pobrezinhos, os que moram na área rural, os<br />

mais distantes, os que têm menor acesso aos meios<br />

para chegar à escola. Isso é o mínimo que nós podemos<br />

fazer pela educação dos mais pobres entre os<br />

pobres e uma forma de fazer algo pelos prefeitos e<br />

pelas prefeituras.<br />

O que diz a emenda de autoria do Deputado<br />

Federal Lira Maia, do PFL – hoje Democratas – do<br />

Pará?


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

285<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15789<br />

Acrescente-se o seguinte o art. 41, na<br />

Medida Provisória nº 339/2006, com a seguinte<br />

redação, renumerando os demais dispositivos:<br />

Art. 41. Os fundos estaduais ressarcirão<br />

os Municípios que atenderem com transporte<br />

escolar os alunos das redes estaduais, o valor<br />

per capita do transporte escolar a ser definido<br />

pela Junta de Acompanhamento.<br />

§ 1º O ressarcimento dar-se-á a cada<br />

transferência de recursos às contas do Fundeb<br />

nos Municípios.<br />

§ 2º Na definição do valor per capita do<br />

transporte escolar serão considerados os dados<br />

oficiais do censo escolar mais atualizado<br />

realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e<br />

Pesquisas Educacionais – INEP/MEC. [sic]<br />

Ou seja, Senador Cícero Lucena, estamos aqui<br />

autorizando e averbando que o dinheiro do Fundeb possa<br />

ser aplicado em transporte escolar e disciplinando,<br />

por meio de um Conselho, quanto deve ser esse valor<br />

per capita. A emenda abre essa perspectiva para que<br />

os prefeitos, que hoje estão morrendo à míngua, tenham<br />

do Fundeb pelo menos essa democrática contribuição<br />

do Congresso Nacional, mais especificamente<br />

do Senado da República.<br />

Esta, a proposta que fazemos, Sr. Presidente; e<br />

este, o apelo que faço: vamos votar o Projeto de Lei<br />

do Fundeb – o pior dos mundos seria não votá-lo –,<br />

mesmo imperfeito como é, mas com duas emendas.<br />

Uma, para fazer justiça – se são vinte são vinte; outra,<br />

para fazer justiça aos municípios, que, a partir de<br />

agora e da aprovação desta emenda, contarão com o<br />

apoio do Fundeb para o transporte escolar.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço a V. Exª, Senador José Agripino.<br />

Tenho a honra de conceder a palavra à Senadora<br />

Marisa Serrano.<br />

A SRA. MARISA SERRANO (PSDB – MS. Para<br />

discutir. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente, Srªs<br />

e Srs. Senadores, é claro que todos nós aqui estamos<br />

imbuídos do melhor propósito de votar o Fundeb.<br />

Eu era Deputada Federal quando votamos o Fundef.<br />

Foi uma luta muito grande, uma luta para provar<br />

que era importante termos uma legislação que amparasse<br />

e melhorasse a educação neste País. Trata-se<br />

de uma lei que o tempo está dizendo que foi benéfica,<br />

tanto que o PT, que naquela época era tremendamente<br />

contra o Fundef – e encaminhou contra –, hoje o<br />

ampliou e melhorou. Temos de aprovar e aplaudir isto:<br />

melhoramos o Fundeb.<br />

Mas quero fazer algumas considerações aqui.<br />

Há um histórico que temos que fazer: o problema das<br />

creches, que foi colocado no Fundeb e que faz parte,<br />

juntamente com a Pré-Escola, da Educação Infantil.<br />

Quero lembrar todos os Senadores que a Educação<br />

Básica compõe-se de Educação Infantil, separada<br />

em Creche e Pré-Escola, de Ensino Fundamental e de<br />

Ensino Médio. Os três formam a Educação Básica que<br />

estamos votando hoje. Como vamos excluir a creche<br />

como alguns estão propondo? Se assim for, não será<br />

mais Fundeb, não será Ensino Básico.<br />

A creche começou como um local para aceitar<br />

os mais pobres e os órfãos. Depois ela virou um depósito<br />

de crianças, não tinha nada de pedagógico;<br />

era só dar comida. A creche foi evoluindo, e nós conseguimos<br />

transformá-la, em 1988, em um capítulo da<br />

nossa Constituição, após travarmos uma grande luta<br />

para que a creche – educação para crianças de zero a<br />

três anos – e a Educação Infantil fossem valorizadas,<br />

reconhecidas como importantes.<br />

Não podemos excluir a creche. Alguns dizem que<br />

a creche é cara e que temos de apoiar o Ensino Médio.<br />

Não se trata de ser a favor dos prefeitos ou contra os<br />

governadores. Não é isso! Temos que trabalhar pela<br />

educação como um todo. Todos têm que crescer juntos.<br />

Não se pode fazer crescer somente o Ensino Médio e<br />

achatar a Educação Infantil. O que queremos é que o<br />

País tenha Educação Infantil, tenha um Ensino Fundamental<br />

de qualidade e tenha um Ensino Médio que<br />

garanta oportunidades aos nossos jovens.<br />

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é importante,<br />

sim, que tenhamos as creches para dar às crianças<br />

oportunidade de crescerem sadias, mas, principalmente,<br />

para dar-lhes oportunidades na vida, pois,<br />

nessa faixa etária – e todos os médicos sabem disso<br />

–, começamos a fazer as sinapses que vão nos seguir<br />

pelo resto da vida; é onde começa a formação do conhecimento.<br />

Então, não é qualquer coisa.<br />

É possível ter, como a maioria das prefeituras<br />

tem, creches conveniadas, pois são poucos os recursos<br />

que lhes são destinados. Sendo poucos os recursos,<br />

a prefeitura não pode, de repente, acabar com os<br />

convênios firmados com inúmeras creches filantrópicas<br />

neste País.<br />

Não acredito que isso possa ser feito de um momento<br />

para outro. E há também uma possibilidade: a<br />

cada ano, o Conselho constituído pela Undime, pelo<br />

Consed e pelo MEC pode mudar. A partir do momento<br />

que o Conselho achar que é hora de mudar, muda,<br />

mas, neste momento, não se pode deixar os municípios<br />

sem uma válvula de escape para ajudar as crianças<br />

mais pobres e necessitadas do País.<br />

Quero o melhor; quero uma creche das melhores<br />

para as crianças, mas temos que ser realistas: não po-


286<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15790 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

demos retirar aquilo que hoje ainda é importantíssimo<br />

para os nossos municípios.<br />

Quero ainda dizer, Sr. Presidente, que concordo<br />

plenamente com todos aqueles que falaram sobre a<br />

receita líquida real. Era um absurdo. O Fundef exclui<br />

15%, o Fundeb eleva para 20%, mas os 5% não entram<br />

na receita líquida real. Isso penaliza os Municípios<br />

e os Estados.<br />

(Interrupção do som.)<br />

A SRA. MARISA SERRANO (PSDB – MS) – Em<br />

relação ao transporte escolar, quero divergir do Líder<br />

José Agripino quando propõe que possam ser destinados<br />

recursos do Fundeb ao transporte escolar. Fazer<br />

isso é ir contra algo por que lutamos muito: melhorar<br />

a qualidade da educação.<br />

Antes do Fundeb, o transporte e a merenda escolar<br />

faziam parte da manutenção e desenvolvimento<br />

do ensino, e isso vai continuar sendo assim. Quero<br />

um outro mecanismo que não seja o de retirar do Fundeb.<br />

Não é dele que temos de retirar recursos para o<br />

transporte. Temos de aprovar uma lei específica para<br />

isso que, tenho certeza, contará com o apoio de todos<br />

nesta Casa.<br />

Para finalizar, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores,<br />

sei que transporte escolar e receita líquida real são<br />

questões fundamentais para os Estados e Municípios<br />

e terão nosso apoio naquilo que for possível, mas não<br />

agora com o transporte escolar.<br />

Por último, peço o olhar carinhoso de V. Exªs às<br />

creches. Todos os candidatos colocam o olhar triste da<br />

criança em suas campanhas, dizendo que se deve cuidar<br />

das nossas crianças, mas, na hora de dar apoio às<br />

creches, isso não acontece. Todos se enternecem com<br />

uma criança. Ninguém quer ver uma criança pedindo<br />

esmola nas esquinas do nosso País. Então, esta é a<br />

hora de dar a nossa contribuição para que as crianças<br />

deste País tenham, sim, atendimento do nascimento<br />

até o ingresso no mercado de trabalho.<br />

Dos 13 milhões de crianças na faixa etária de<br />

zero a três anos, apenas um milhão é atendido. É muito<br />

pouco para os 13 milhões que existem por todas as<br />

ruas e bairros deste País. Mas quero um pouco mais<br />

de recursos para as creches e o apoio maior para os<br />

Municípios encarregados de mantê-las neste País.<br />

Ouço a Senadora Rosalba Ciarlini.<br />

A Srª Rosalba Ciarlini (PFL – RN) – Senadora<br />

Marisa Serrano, V. Exª coloca a questão da creche<br />

como uma prioridade – e todos nós entendemos que<br />

realmente deve ser uma prioridade maior. A creche<br />

não é um depósito de crianças, mas o início da socialização,<br />

o início de um processo educacional, é onde<br />

a criança – e V. Exª conhece bem – dá seu primeiro<br />

passo no processo educacional. E este passo tem de<br />

ser firme, seguro. Para que isso aconteça é muito importante<br />

essa sua preocupação, que também é nossa,<br />

de mais recursos, de mais valorização. Aqui estamos<br />

para nos somar à preocupação de V. Exª em defesa<br />

da creche, em defesa dos menores, dos pequeninos.<br />

Parabéns, Senadora, por sua luta. Estaremos juntas<br />

para defender cada vez mais a questão. Hoje, conseguimos<br />

algo extremamente necessário por meio do<br />

Fundeb, mas essa luta não pára por aqui. Vamos em<br />

frente para conseguir mais.<br />

A SRA. MARISA SERRANO (PSDB – MS) – Obrigada,<br />

Senadora, muito obrigada, Sr. Presidente.<br />

Eram essas as minhas considerações.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Tenho a honra de conceder a palavra ao nobre<br />

Senador Arthur Virgílio.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Para<br />

discutir. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs<br />

e Srs. Senadores, o PSDB falou muito bem pela palavra<br />

do Senador Marconi Perillo e, até o momento, da<br />

Senadora Marisa Serrano.<br />

A grande verdade é que houve um acordo que,<br />

avalizado pelos Governadores de vários partidos, levanos<br />

à conclusão de que foi sábia a decisão de postergarmos<br />

para hoje a votação da Medida Provisória<br />

nº 339, de 2006, que regulamenta o Fundo de Manutenção<br />

e Desenvolvimento da Educação Básica e de<br />

Valorização dos Profissionais de Educação, o Fundeb,<br />

criado pela Emenda Constitucional nº 53, para financiar<br />

a manutenção e o desenvolvimento da educação<br />

básica com ampliação das áreas atualmente abrangidas<br />

pelo Fundef.<br />

Muito bem, Sr. Presidente. Eu aqui ouvia a percuciência<br />

dos argumentos arrolados por tantos oradores<br />

– e quero me referir muito especificamente aos<br />

Senadores Marconi Perillo e Marisa Serrano –, mas<br />

já na última vez eu havia optado por chamar a atenção<br />

da Casa para o jogo de correlação de forças que<br />

se esboça no Senado. Era necessária a negociação.<br />

Está havendo uma negociação, Senador João Pedro,<br />

frontal, leal. Acaba de me dizer a Líder do seu Partido<br />

que, em relação à receita líquida real, a RLR, aquela<br />

história da diferença entre os 15% e 20%, de 2007,<br />

que, a nosso ver, poupa para os Governadores de Mato<br />

Grosso, em 2009, R$25 milhões; para o Governador<br />

de Goiás, R$30 milhões, em 2009; nesse mesmo ano,<br />

Minas Gerais deixa de perder, a nosso ver, R$123 milhões<br />

– isso se reflete em nosso Estado, o Amazonas<br />

–; São Paulo deixa de perder alguma coisa tipo R$900<br />

milhões; pois bem, disse-me a Líder, de maneira muito<br />

franca, que não há compromisso do Governo com<br />

isso. Então, muito bem, está claro o jogo. Vamos pro-


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

287<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15791<br />

ceder à votação e lutar para que isso seja respeitado<br />

e observado, mas não é como em outras ocasiões,<br />

quando havia o acordo, o compromisso do não-veto<br />

e, depois, vinha o veto.<br />

Portanto, estou aqui imaginando que poderemos<br />

agora negociar o não-veto, mas nesse jogo frontal que,<br />

julgo, faz muito bem à saúde das negociações na Casa.<br />

Creio que isso é o melhor. O nosso trabalho agora é de<br />

convencimento do Governo de que isso é o melhor e o<br />

mais justo, porque, afinal, o Fundeb – e percebemos<br />

o carinho com que o Ministro da Educação o trata – é<br />

muito mais estadual do que da União. O Fundeb recebe,<br />

para se constituir, R$33 bilhões do conjunto dos<br />

Estados e apenas R$1,8 bilhão da União. O Fundeb<br />

recebe – e por isso é muito mais municipal do que federal<br />

– R$14 bilhões dos Municípios e – repito – apenas<br />

R$1,8 bilhão da União. Logo, é justo o Governo olhar<br />

com sensibilidade para o acordo feito.<br />

Embora não tendo havido o compromisso do Governo<br />

com o resultado final, embora haja o compromisso<br />

do Presidente Renan Calheiros de lutar para que se<br />

ache essa solução necessária e compensatória para os<br />

Governadores, entendemos que a pauta se desobstrui<br />

e que podemos proceder, em muito menos tempo, à<br />

votação de uma matéria tão relevante, talvez uma das<br />

duas mais polêmicas, Senador César Borges, da tarde<br />

de hoje e – imagino – da noite de hoje.<br />

Muito bem, Sr. Presidente; esse fundo, que vai<br />

substituir o Fundef, é restrito apenas ao ensino fundamental<br />

– 1ª a 8ª série – e terá a ampliação progressiva<br />

de recursos até 2010, garantindo recursos para aproximadamente<br />

48,1 milhões de estudantes que estão<br />

na educação infantil, fundamental, básica, especial e<br />

de jovens e adultos.<br />

A total implantação do Fundeb será feita em três<br />

anos de forma gradual. A União começará investindo<br />

R$2 bilhões no ano de vigência do Fundo, R$3 bilhões<br />

no segundo ano de vigência, chegando ao terceiro ano<br />

com R$4,5 bilhões. Para ser mais exato, no primeiro<br />

ano de vigência do Fundo se investirá R$1,8 bilhão.<br />

Continua, em qualquer hipótese, um Fundo muito mais<br />

estadual e municipal do que federal.<br />

A medida provisória estabelece que a distribuição<br />

dos recursos que compõem os fundos no âmbito de<br />

cada Estado e do Distrito Federal se dará na proporção<br />

de alunos matriculados nas respectivas redes de<br />

educação básica pública presencial. A medida provisória<br />

estabelece também que o Poder Executivo Federal<br />

aplicará, até 31 de dezembro de cada exercício para<br />

a vigência no exercício subseqüente, a estimativa da<br />

receita total dos fundos, a estimativa do valor da complementação<br />

da União, a estimativa dos valores anuais<br />

por aluno no âmbito do Distrito Federal e de cada<br />

Estado e o valor anual mínimo de cada aluno definido<br />

nacionalmente.<br />

É bom ressaltar que a União complementará os<br />

recursos dos fundos sempre que o valor médio ponderado<br />

por aluno não alcançar o mínimo definido nacionalmente.<br />

Cabe destacar ainda que a medida provisória<br />

estabelece que a União deverá desenvolver e<br />

apoiar políticas de estímulo às iniciativas de melhoria<br />

de qualidade do ensino, acesso e permanência na<br />

escola, promovidas pelas unidades federadas e, em<br />

especial, aquelas voltadas para a inclusão de crianças<br />

e adolescentes em situação de risco social.<br />

Esperamos, enfim, que a aprovação da medida<br />

provisória realmente implique melhores condições de<br />

financiamento para Estados e Municípios, com uma<br />

expectativa de melhoria na qualidade toda a educação<br />

brasileira.<br />

Diria ainda, Sr. Presidente, que hoje, na reunião<br />

da Bancada de Senadores do PSDB, fizemos algo<br />

que, para mim, foi extremamente recompensador,<br />

porque convidamos a Senadora Patrícia Saboya, com<br />

sua sensibilidade de mulher, sua sensibilidade social,<br />

para ser uma das expositoras na reunião da Bancada.<br />

A Senadora se houve, como sempre, muito bem, com<br />

muita sabedoria, com muita lucidez.<br />

A Senadora Patrícia Saboya, a Senadora Marisa<br />

Serrano e a antiga Secretária Executiva do Ministério<br />

da Educação, na administração percuciente do Ministro<br />

Paulo Renato de Souza, Maria Helena – hoje Secretária<br />

de Educação do Governador José Roberto Arruda aqui<br />

no Distrito Federal –, travaram com as nossas suplementações,<br />

meramente com nossas suplementações,<br />

um belíssimo debate que a todos esclareceu.<br />

De parte do PSDB, após a reunião, pedi, Senadora<br />

Patrícia Saboya, que o Senador Marconi Perillo<br />

e a Senadora Marisa Serrano se reunissem para que<br />

tivéssemos uma posição única, uma posição una do<br />

Partido no episódio da negociação dos Governadores<br />

com o Presidente Renan Calheiros. E foi assim que se<br />

deu, foi assim que aconteceu o fato.<br />

Hoje, a posição do Senador Marconi Perillo harmoniza-se<br />

com a da Senadora Marisa Serrano. As duas<br />

posições unificam nosso Partido, unificam o PSDB,<br />

unificam nosso desígnio de votação nesta Casa.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço a V. Exª, Senador Arthur Virgílio.<br />

Concedo a palavra à nobre Senadora Serys Slhessarenko,<br />

por cinco minutos, para discutir a matéria.<br />

A SRA. SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT –<br />

MT. Para discutir. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente,<br />

Srªs e Srs. Senadores, serei breve, até porque o<br />

importante com relação ao Fundeb é a votação. Temos<br />

de votar logo essa matéria, já não é sem tempo.


288<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15792 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

Primeiramente, quero dar à companheira Fátima<br />

Cleide meus cumprimentos pelo relatório justo e equilibrado<br />

sobre o PLV nº 7/2007, que trata do Fundeb.<br />

Srs. Senadores, Srªs Senadoras, já fui Secretária<br />

de Educação da capital do nosso Estado, Cuiabá;<br />

depois fui Secretária de Educação do Estado de Mato<br />

Grosso. Na época, a Secretaria de Educação e a de<br />

Cultura estavam juntas, hoje estão separadas. Portanto,<br />

sei das dificuldades que pairam sobre a educação<br />

pública.<br />

A questão maior com relação à educação está<br />

em dois veios. Um deles, é óbvio, é claro, é a definição<br />

da política educacional. Esse é um dos maiores<br />

problemas. É preciso realmente ter vontade e determinação<br />

para fazer políticas na área da educação, que<br />

venham ao encontro dos interesses, necessidades e<br />

aspirações da população, seja das creches, da préescola,<br />

do ensino médio, enfim, em todas as instâncias<br />

da educação. Portanto, uma das dificuldades é a<br />

definição de políticas.<br />

O outro ponto são os recursos. Não adianta termos<br />

a melhor proposição em termos de políticas públicas<br />

para educação, se não tivermos recursos. Também<br />

não adianta termos recursos fartos, se não tivermos<br />

políticas claramente definidas.<br />

O Plano Nacional de Educação do nosso Governo<br />

já foi lançado pelo Ministro Fernando Haddad,<br />

por determinação do Presidente Lula, e agora temos<br />

o Fundeb, que traz no seu bojo mais recursos para a<br />

universalização do acesso.<br />

Sabemos que a educação tem três grandes motes.<br />

O primeiro é a universalização do acesso, ou seja,<br />

dar condições a todos aqueles – da creche às últimas<br />

instâncias de ensino – que busquem a escola pública<br />

e precisam ter seu espaço assegurado.<br />

O segundo é a democratização das relações de<br />

poder na escola. Já foi dito aqui que o processo democrático<br />

precisa avançar. A construção da democracia é<br />

permanente e precisa da participação da escola nesse<br />

processo. É necessário que se criem mais instrumentos<br />

de democratização dessas relações na escola, para<br />

que nossas crianças, nossos jovens, nossos adultos,<br />

na educação de adultos, na educação indígena e na<br />

educação dos quilombolas, enfim, todos, desde a<br />

creche, tenham o entendimento da necessidade de<br />

se aprofundar cada vez mais a democratização das<br />

relações de poder.<br />

O terceiro aspecto é a profissionalização dos<br />

trabalhadores da educação, com cursos para uma formação<br />

continuada, recursos para a melhoria salarial,<br />

recursos para a infra-estrutura na escola. Tudo isso se<br />

faz necessário e tudo isso encontramos no Fundeb.<br />

Talvez ainda não responda a todas as necessidades,<br />

mas a grande parte delas.<br />

Tenho recebido, Sr. Presidente, Srs. Senadores,<br />

Srªs Senadoras, como todos nós aqui, muita pressão<br />

sobre a questão do transporte escolar.Tenho recebido<br />

inúmeros telefonemas de Prefeitos do meu Estado. O<br />

último que recebi foi o do Prefeito Aniceto, de Barra<br />

do Bugres, em Mato Grosso, pressionando para que<br />

se resolva esse problema.<br />

Há pouco, conversei com o Líder do Governo,<br />

Senador Romero Jucá, que me disse que o transporte<br />

escolar está assegurado e que, como Líder do Governo,<br />

vai se pronunciar sobre a questão.<br />

Nos Municípios do meu Estado pelos quais andamos<br />

somos cobrados quanto ao transporte escolar.<br />

Com certeza, não é diferente em outros Estados do<br />

Brasil, porque é nos Municípios que está a necessidade<br />

maior. Sou municipalista, acredito na força do poder<br />

local, porque é lá que as pessoas estão, é lá que elas<br />

sabem das suas necessidades.<br />

Com relação ao transporte escolar, fui informada<br />

de que o nosso Governo, o Governo do Presidente<br />

Lula editará uma medida provisória nos próximos<br />

dias – fui informada pelo nosso Líder Senador Romero<br />

Jucá há pouco – tratando especificamente do transporte<br />

escolar.<br />

Então, é muito importante que isso aconteça,<br />

porque os nossos Municípios estão estrangulados e<br />

sufocados, principalmente com essa questão do transporte<br />

escolar.<br />

Citando um exemplo de recursos, o meu Estado<br />

de Mato Grosso recebeu em fevereiro e março deste<br />

ano R$64 milhões em repasses da União, cerca de<br />

R$10 milhões a mais do que recebeu quando era o<br />

Fundef, nos mesmos meses de 2006.<br />

Nós sabemos que vai melhorar muito, sim, tanto<br />

em termos de recursos da União, quanto de recursos<br />

dos Estados como de recursos dos Municípios. É disto<br />

que precisamos, uma revolução no sentido mais amplo<br />

da palavra, para melhorar a qualidade de vida do<br />

povo brasileiro. E a grande contribuição quem tem de<br />

dar é a educação.<br />

Precisamos de políticas claramente definidas, já<br />

as estamos tendo. Precisamos de recursos, que agora<br />

estão advindo por meio do Fundeb. Como educadora,<br />

professora há 26 anos na Universidade Federal do<br />

Mato Grosso, eu diria que é um projeto, em termos de<br />

recursos para a educação, revolucionário no Brasil. O<br />

maior de todo os tempos.<br />

Muito obrigada.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Tenho a honra de conceder a palavra ao Se-


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

289<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15793<br />

nador Flexa Ribeiro, por até cinco minutos para discutir<br />

a matéria.<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA. Para discutir.<br />

Com revisão do orador.) – Sr. Presidente Renan<br />

Calheiros, Srªs e Srs. Senadores, estamos aqui para<br />

discutir a medida provisória que trata da aprovação do<br />

Fundeb. Muito já foi dito aqui pelo Senador Marconi<br />

Perillo, pela Senadora Marisa Serrano, pelo Senador<br />

Arthur Virgílio, citando apenas os Senadores do PSDB,<br />

com relação à discussão dessa Medida Provisória.<br />

Quero aqui realçar, Sr. Presidente, a intervenção<br />

de V. Exª no sentido de trazer para hoje a votação<br />

dessa Medida Provisória e não tê-la realizado na<br />

semana passada, para que pudéssemos aprofundar<br />

a discussão.<br />

Ainda hoje, na reunião da Bancada do PSDB, a<br />

Senadora Marisa Serrano, juntamente com a Senadora<br />

Patrícia Saboya e a secretária Maria Helena, foi<br />

possível...<br />

O Sr. Mário Couto (PSDB – PA) – Senador, V.<br />

Exª me concede um aparte?<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA) – Pois não,<br />

Senador Mário Couto.<br />

O Sr. Mário Couto (PSDB – PA) – Apenas para<br />

dizer que eu ia discutir a matéria, Senador Flexa Ribeiro,<br />

mas, em função de ter a segurança – porque confiamos<br />

muito na palavra do Líder do Governo, Senador<br />

Romero Jucá – de que o problema crucial, grave, do<br />

transporte escolar será resolvido pelo Governo Federal,<br />

então, vou dispensar minha inscrição para discutir<br />

a matéria. Uma das preocupações mais importantes<br />

era exatamente essa. Tenho a maior convicção, Senador<br />

Flexa Ribeiro – e já vou terminar – de que hoje, no<br />

interior do interior deste País, muitas crianças estão<br />

sem estudar por falta de transporte escolar. Essa era<br />

a minha grande preocupação, mas com a certeza e<br />

confiança que tenho na palavra do Líder do Governo,<br />

vou dispensar a minha inscrição para discussão. Era<br />

só isso, Senador.<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA) – Agradeço<br />

o aparte do nobre Senador Mário Couto e a confiança<br />

no Líder laico, Senador Romero Jucá é de todos nós.<br />

Tenho certeza de que nós vamos encontrar o caminho,<br />

mas o destaque será feito, Senador Romero Jucá, da<br />

emenda que trata do transporte escolar.<br />

Como eu dizia, a transformação do Fundef em<br />

Fundeb, agregando o pré-escolar, o ensino básico, médio,<br />

é, sem sombra de dúvida, um passo importante,<br />

Senador João Pedro, para que possamos dar as condições<br />

necessárias a que o País realmente considere<br />

a educação como prioritária.<br />

Preocupa-nos muito, Sr. Presidente Renan Calheiros,<br />

que estamos ampliando o universo de atendimento.<br />

Com a incorporação da pré-escola, do ensino básico<br />

e do ensino médio, estamos ampliando seguramente<br />

em torno de 70% o alunado e estamos alocando recursos<br />

a mais do Fundef para o Fundeb, Senador José<br />

Agripino, de apenas 30%. Estamos passando de 15%<br />

dos Estados e Municípios para 20%, ou seja, estamos<br />

incorporando 30% de recursos e 70% do alunado.<br />

Isso preocupa os Governadores e os Prefeitos<br />

e o importante, como já foi dito aqui e muito bem dito<br />

pelo Senador Arthur Virgílio, é que, na realidade é um<br />

Programa muito mais dos Estados e dos Municípios<br />

do que da União. Os Estados vão participar com algo<br />

em torno de R$31 bilhões na composição do funding<br />

do Fundeb; os Municípios com algo em torno de R$15<br />

bilhões e a União não chega a R$2 bilhões.<br />

E aí, Senador Romero Jucá, eu encaminhei à<br />

Mesa, Presidente Renan Calheiros, dois destaques,<br />

que já foram aqui bastante discutidos e em relação<br />

aos quais eu peço aos Senadores e as Senadoras<br />

que meditem na hora de nós votarmos. Um deles me<br />

parece que já é consenso. Era uma injustiça do Governo<br />

Federal de não aceitar que o acréscimo da participação<br />

dos Estados e Municípios de 15% para 20%<br />

fosse também descontado da Receita Corrente Líquida<br />

para pagamento das dívidas dos Estados e Municípios.<br />

Isso era um absurdo! E dizia a Liderança do Governo<br />

e a Base do Governo que não seria possível, Senador<br />

Inácio Arruda, porque a União iria perder R$1 bilhão se<br />

aceitasse a redução desses 5% na Receita Corrente<br />

Líquida dos Estados e Municípios.<br />

Ora, se não perde a União, perdem os Estados e<br />

perdem os Municípios, que já estão penalizados.<br />

Então, era realmente uma situação que nós não<br />

poderíamos aceitar como representantes dos Estados<br />

que somos aqui, que isto viesse a ocorrer.<br />

Fico feliz que se pudesse chegar a este acordo<br />

e vamos ao voto. Acredito que nenhum Senador e nenhuma<br />

Senadora irão votar contra os interesses dos<br />

seus Estados.<br />

A outra Emenda para a qual pedi destaque junto<br />

à Mesa é a que trata do transporte escolar. E, aí,<br />

Senador Romero Jucá, V. Exª, junto com a Relatora,<br />

a Senadora Fátima Cleide, diz que o Governo irá encaminhar<br />

uma Medida Provisória para tratar, exclusivamente,<br />

da questão do transporte escolar.<br />

A Senadora Marisa Serrano na nossa reunião<br />

da Bancada do PSDB, se preocupava muito com a<br />

retirada dos recursos do Fundeb para o pagamento<br />

do transporte escolar por parte dos Estados. O importante<br />

– e, aí, é necessário que a Nação brasileira<br />

saiba disto – é que a própria Confederação Nacional<br />

dos Municípios, através do seu Presidente Paulo<br />

Ziulkoski, tem números que são inquestionáveis. Hoje,


290<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15794 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

os municípios brasileiros têm que aportar de recursos<br />

para fazer o transporte escolar com algo em torno de<br />

R$1.650.000.000,00. É mais um dispêndio que sai das<br />

poucas receitas dos municípios brasileiros. Eles não<br />

sustentam isto e acontece aquilo que o Senador Mário<br />

Couto disse há pouco. Lamentavelmente, os prefeitos,<br />

por total incapacidade de arcarem com esses custos,<br />

acabam não transportando os alunos para as escolas.<br />

E, aí, não adianta termos o Fundeb se nós não tivermos<br />

os alunos nas se os alunos não estiverem nas<br />

salas de aula.<br />

É necessário, então, Senadora Lúcia Vânia, que<br />

os Estados arquem com as despesas, realizadas pelos<br />

prefeitos, do transporte dos seus alunos do ensino<br />

fundamental.<br />

(Interrupção do som.)<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA) – Fiz o<br />

destaque da Emenda do Deputado Lira Maia, do Partido<br />

dos Democratas do Estado do Pará, para que<br />

pudéssemos aqui votar e resolver a questão ainda<br />

nesta votação, sem esperar uma medida provisória,<br />

até porque o Governo Federal já auxilia, por meio do<br />

Plano Nacional de Transporte Escolar, os Estados e<br />

os Municípios. Só que os recursos encaminhados por<br />

ele são insuficientes para atender à necessidade do<br />

transporte escolar.<br />

Então, como virá essa Medida Provisória do Governo<br />

ou este Projeto de Lei? Que recursos o Governo<br />

Federal vai disponibilizar para que realmente os Municípios<br />

possam fazer o transporte escolar sem despenderem<br />

essa quantia de R$ 1,650 bilhão?<br />

Portanto, peço aos meus Pares que...<br />

(Interrupção do som.)<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador Flexa!<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA) – Para<br />

encerrar... na votação dos destaques, peço para que<br />

votemos com os Estados, com os Municípios, com os<br />

estudantes e com as crianças brasileiras.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL.) – Agradeço a V. Exª.<br />

Concedo a palavra ao Senador Cícero Lucena.<br />

(Pausa.)<br />

Concedo a palavra à Senadora Lúcia Vânia.<br />

V. Exª dispõe de até cinco minutos para discutir<br />

a matéria.<br />

O SR. JOSÉ NERY (PSOL – PA) – Sr. Presidente!<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Com a palavra, V. Exª.<br />

O SR. JOSÉ NERY (PSOL – PA) – Inscrevo-me<br />

para discutir a matéria.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – V. Exª já está inscrito, Senador Nery.<br />

A SRA. LÚCIA VÂNIA (PSDB – GO. Para discutir.<br />

Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs.<br />

Senadores, está nesta Casa a discussão da Medida<br />

Provisória nº 339, de 2006, transformada no Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 7, de 2007. Em linhas gerais,<br />

a medida provisória regulamenta a Emenda à Constituição<br />

nº 53, de 2006, que trata da implantação, por<br />

14 anos, do Fundeb.<br />

Eu gostaria, neste momento, de saudar o ex-<br />

Senador José Jorge, que enfrentou com serenidade<br />

e sensibilidade o desafio de relatar a PEC do Fundeb<br />

aqui, no Senado, e que, sem dúvida, deixou sua marca<br />

pessoal de convergência e espírito democrático<br />

na emenda constitucional promulgada em dezembro<br />

último.<br />

Eu gostaria também de externar minha admiração<br />

pela Senadora Fátima Cleide, pelo trabalho que<br />

ela desempenhou durante o processo de discussão<br />

do Fundeb.<br />

A Senadora Fátima Cleide foi incansável: ouviu<br />

todos, discutiu cada ponto do projeto e levou ao Governo<br />

as ponderações. Portanto, seu projeto, embora<br />

não tenha sido inteiramente apoiado por nós, foi amplamente<br />

discutido; e a Senadora Fátima Cleide, com<br />

grande mérito, foi nossa interlocutora junto aos diversos<br />

setores da sociedade.<br />

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tenho defendido<br />

desta tribuna que a erradicação da pobreza<br />

em nosso País depende, entre outros fatores, de colocarmos<br />

a educação entre as prioridades nacionais.<br />

Não tenho dúvida de que a aprovação do Fundeb representa<br />

um avanço importante na educação de nossos<br />

alunos, tão carentes de ensino de qualidade e de<br />

esperança no futuro.<br />

A última marcha dos prefeitos a Brasília, no entanto,<br />

deixou mais do que clara a situação de emergência<br />

em que se encontram os mais de 5.500 Municípios brasileiros,<br />

responsáveis que são por sustentar expressiva<br />

parcela de recursos em Educação no Brasil. Portanto,<br />

aqui, eu gostaria também de louvar a sensibilidade dos<br />

prefeitos, que entenderam a importância das creches<br />

nos Municípios. Fui Secretária Nacional de Assistência<br />

Social e pude ver de perto a situação das creches<br />

em todo o País. Posso, hoje, dizer da minha alegria ao<br />

ver o sonho que todos tivemos ser realizado: nossas<br />

crianças estão inseridas na rede regular de ensino.<br />

Portanto, acredito que a creche, na rede regular de<br />

ensino, vem atender um dos requisitos da LDB; e isso,<br />

sem dúvida nenhuma, significa um grande passo em<br />

direção à proteção das nossas crianças na fase mais<br />

importante de suas vidas.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

291<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15795<br />

Sr. Presidente, eu gostaria também de deixar<br />

claro que existe um ponto no relatório que nos deixa<br />

bastante preocupados. A par de todas as discussões<br />

sobre a medida provisória, ainda mantenho minha estranheza<br />

pela não– aprovação, pela nossa Relatora, da<br />

emenda que visa a desafogar nossos tão endividados<br />

Estados. A emenda a que me refiro permite que os<br />

20% de arrecadação que os Estados são obrigados<br />

a investir em Educação sejam deduzidos do cálculo<br />

da chamada Receita Líquida Real (RLR), que serve<br />

de base para os Estados pagarem suas dívidas para<br />

com a União. Vejam que, até o ano passado os Estados<br />

eram obrigados a aplicar 15% em educação básica,<br />

mas podiam deduzir do cálculo da Receita Líquida<br />

Real a totalidade desses recursos.<br />

A emenda constitucional que criou o Fundeb<br />

aumentou para 20% – aliás, eles são bem-vindos – o<br />

total a ser investido em Educação, mas a regulamentação<br />

que nos foi encaminhada por meio dessa medida<br />

provisória só permite abater os 15% na Receita<br />

Líquida Real.<br />

A Relatora na Câmara, Deputada Fátima Bezerra,<br />

fez acordo com os Partidos de Oposição e incluiu<br />

o abatimento de 20% na Receita Líquida Real em seu<br />

relatório. Lamentavelmente, o Governo não aceitou e,<br />

na última hora, o Plenário modificou esse acordo. Não<br />

é de se espantar a surpresa pela atitude do Governo<br />

de retirar do relatório, já lido em plenário, essa parte<br />

referente ao abate da Receita Líquida Real. Como disse<br />

o ex-Ministro Paulo Renato, “o Governo quebrou o<br />

acordo”.<br />

Uma vez mais, mesmo saudando o relatório da<br />

Senadora Fátima Cleide, nós, do PSDB, vamos votar<br />

a emenda que permite que os 5% também sejam incluídos<br />

no abate da Renda Líquida Real. Ao mesmo<br />

tempo, aprovaremos todas as modificações feitas em<br />

relação à creche. Não é o percentual que queríamos,<br />

mas posso dizer que ele já atende, substancialmente,<br />

o que queremos.<br />

Reforço o que outros Parlamentares já disseram<br />

quanto ao transporte escolar: confiamos na Relatora<br />

Fátima Cleide, que haverá de apresentar uma proposta,<br />

em um tempo bem curto, para solucionar a questão<br />

do transporte escolar aqui colocado.<br />

Agradeço, Sr. Presidente, esta oportunidade e<br />

cumprimento, mais uma vez, todas as Srªs e os Srs.<br />

Senadores que se empenharam na discussão deste<br />

projeto.<br />

Durante o discurso da Sra. Lúcia Vânia, o Sr.<br />

Renan Calheiros, Presidente, deixa a cadeira da presidência,<br />

que é ocupada pelo Sr. Efraim Morais, 1º<br />

Secretário.<br />

Durante o discurso da Sra. Lúcia Vânia,<br />

o Sr. Efraim Morais, 1º Secretário, deixa a cadeira<br />

da presidência, que é ocupada pelo Sr.<br />

Renan Calheiros, Presidente<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Concedo a palavra ao Senador Heráclito Fortes.<br />

(Pausa.)<br />

Concedo a palavra ao Senador Renato Casagrande.<br />

V. Exª dispõe de até cinco minutos para discutir<br />

a matéria.<br />

O SR. RENATO CASAGRANDE (Bloco/PSB – ES.<br />

Para discutir. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

Srªs e Srs. Senadores, minha presença na tribuna do<br />

Senado, de forma muito rápida, primeiramente, é para<br />

parabenizar a Senadora Fátima Cleide pelo relatório<br />

apresentado ao Plenário do Senado, um relatório difícil<br />

de ser feito. Educação é um tema muito importante,<br />

um tema já debatido há alguns anos e que, agora,<br />

está sendo concretizado de forma bastante envolvente,<br />

porque participaram da discussão Prefeitos, Governadores,<br />

entidades e sociedade.<br />

Senadora Fátima Cleide, sabemos da dificuldade<br />

que V. Exª enfrentou para relatar essa matéria e das<br />

pressões que sofreu. Nós também ajudamos a fazer<br />

essa pressão, em função do que confiamos em termos<br />

de educação.<br />

Quero parabenizar o Ministro Fernando Haddad<br />

e o Governo do Presidente Lula.<br />

De fato, trata-se de um programa que é muito<br />

mais dos Estados e dos Municípios. É isso mesmo,<br />

não há nenhuma novidade nisso, porque a maior parte<br />

dos recursos é oriunda de tributos dos Estados e<br />

Municípios. Pela primeira vez, a União comprometese<br />

a contribuir para a educação fundamental, para a<br />

educação básica, com R$1,8 bilhão. Esse é um passo<br />

importante e tenho certeza de que essa é uma porta<br />

que se abre para que possamos aumentar, cada vez<br />

mais, a participação do Governo Federal na educação<br />

básica brasileira e não somente na educação de nível<br />

superior, de terceiro grau, na formação de mestres e<br />

doutores, como é feito atualmente em nosso País.<br />

É um momento importante. Lutamos por duas<br />

questões que a Senadora Fátima Cleide, juntamente<br />

com diversos outros Senadores, coordenou. Ajudamos<br />

a encontrar um ponto de equilíbrio na relação entre<br />

Estados e Municípios.<br />

Creio que a ponderação feita pela Senadora Fátima<br />

Cleide com relação às creches e a pré-escola, aumentando<br />

o percentual de participação, é importante,<br />

porque isso equilibra a demanda que os Prefeitos terão<br />

com a educação infantil. Acredito que isso fez com que


292<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15796 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

avançássemos um pouco mais com relação à distribuição<br />

desses recursos do Fundeb a partir de 2008.<br />

Fiz destaque nesse primeiro assunto, o qual foi<br />

acatado em parte, e na importante questão do transporte<br />

escolar. Recebi a confirmação do Líder do Governo,<br />

Senador Romero Jucá, e do Ministro Mares Guia de<br />

que teremos, por parte do Governo, o encaminhamento<br />

de uma medida provisória que vai regulamentar essa<br />

relação entre Estados e Municípios quando se tratar<br />

de transporte escolar.<br />

Hoje, os Municípios reclamam, muitos com razão,<br />

porque realizam todo o transporte, tanto dos alunos<br />

do Município, como dos alunos do Estado. Como<br />

quem acaba pagando a conta é o Município, deve-se<br />

regulamentar esse repasse, porque essa é uma tarefa<br />

municipal. O Estado não deve cuidar de transporte<br />

escolar, assim precisamos fazer com que a questão<br />

seja regulamentada.<br />

Com o compromisso do Governo de encaminhar<br />

essa medida provisória, estamos com o relatório pronto<br />

para ser apreciado e votado, dando um passo adiante<br />

na educação brasileira.<br />

Obrigado, Sr. Presidente Renan Calheiros.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço a V. Exª.<br />

Concedo a palavra ao Senador Eduardo Azeredo,<br />

para discutir a matéria.<br />

V. Exª dispõe de até cinco minutos.<br />

O SR. EDUAR<strong>DO</strong> AZERE<strong>DO</strong> (PSDB – MG. Para<br />

discutir. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs<br />

e Srs. Senadores, quanto a essa medida provisória,<br />

todos nós, que já tivemos a experiência do Executivo,<br />

sentimos a necessidade de alguns aprimoramentos.<br />

Registro o acatamento, pela Senadora Fátima<br />

Cleide, da demanda feita na Subcomissão Permanente<br />

de Assuntos Sociais das Pessoas com Deficiência, por<br />

intermédio do Senador Flávio Arns, deste Senador e<br />

outros Senadores, no sentido de que houvesse a retirada<br />

dos termos “até a publicação desta lei”, porque<br />

se eles prevalecerem, prejudicaremos todos aqueles<br />

alunos de escolas especiais que não estiverem matriculados<br />

até a definição da lei.<br />

Portanto, o compromisso assumido pela Senadora<br />

resolve essa pendência, já que a luta pela inclusão<br />

das pessoas com deficiência no cálculo do Fundeb já<br />

é antiga. Houve um veto presidencial em 2003 e, desde<br />

então, temos discutido formas para que os Estados e<br />

os Municípios possam computar na sua rede os alunos<br />

das escolas especiais, já que os professores são, na sua<br />

quase totalidade, disponibilizados para essas escolas<br />

pelos Governos Estaduais ou Municipais. Entretanto,<br />

hoje, os Governos dispõem dos professores, mas não<br />

podem contar os alunos para o cálculo do Fundeb.<br />

Assim, estaremos com essa questão resolvida.<br />

Não há nenhum recurso novo, trata-se apenas de uma<br />

colocação adequada do assunto.<br />

É importante dizer que o que há de novo em relação<br />

a recursos, no projeto do Fundeb, são os R$2<br />

bilhões previstos, provenientes do Governo Federal.<br />

Os demais são recursos já existentes hoje, mas cujo<br />

acréscimo passa de 15% para 20% com a criação do<br />

Fundeb e com essa medida provisória. São recursos<br />

que já existem nos Estados e nos Municípios, mas cujo<br />

uso será restrito à área da educação.<br />

Uma outra emenda que merece análise é a que<br />

diz respeito à apropriação dos recursos para educação<br />

de jovens e adultos, aprovada pela Câmara dos<br />

Deputados com o percentual de 10%.<br />

Houve uma discussão, hoje, na nossa Bancada<br />

de Senadoras e Senadores do PSDB, e a alteração<br />

de 10% para 15% acabou por prevalecer, no entendimento<br />

de que é positiva e no sentido de que serão<br />

mais recursos para se buscar enfrentar a questão da<br />

educação de jovens e adultos.<br />

Os adultos, em especial, são responsáveis pelo<br />

percentual de analfabetismo que o Brasil ainda apresenta,<br />

da ordem de 10%. Se analisarmos os alunos<br />

em idade escolar, entre 07 e 14 anos, veremos que,<br />

felizmente, o analfabetismo está na faixa de 2% ou 3%<br />

apenas. No entanto, quando consideramos os adultos,<br />

o analfabetismo existente há muitos anos, voltamos ao<br />

patamar, ainda inaceitável, da faixa de 10%.<br />

Portanto, é importante que tenhamos recursos<br />

a mais para aplicar também nesses programas de jovens<br />

e adultos.<br />

Finalmente, quero também me somar aos Senadores<br />

que aqui já se posicionaram a favor do aumento<br />

de 15% para 20% do percentual que é deduzido da<br />

receita líquida dos Estados, para cálculo do pagamento<br />

das dívidas.<br />

Quando os contratos de negociação dos Estados<br />

foram assinados, não existia, evidentemente, essa previsão.<br />

O fato de aumentarmos a vinculação do antigo<br />

Fundef de 15% para 20% no novo Fundeb fará com<br />

que os Estados tenham 5% a mais vinculados, sem,<br />

entretanto, deduzirem esse valor da receita líquida,<br />

o que acaba impactando num pagamento de dívida<br />

maior do que o previsto anteriormente. Daí, portanto,<br />

a insistência para que possamos também aprovar<br />

essa modificação.<br />

No mais, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores,<br />

quero mostrar a importância da aprovação do projeto<br />

com os aprimoramentos que foram feitos.<br />

Mais uma vez, agradeço e registro a posição<br />

da Senadora Fátima Cleide, que fez as alterações. A<br />

matéria voltará à Câmara dos Deputados, mas que


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

293<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15797<br />

assim seja se é para se melhorar o seu conteúdo e<br />

deixá-lo mais claro.<br />

Muito obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL – RN) – Sr. Presidente,<br />

peço a palavra pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Concedo a palavra ao Senador José Agripino,<br />

pela ordem.<br />

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL – RN. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, todos estamos<br />

assistindo às manifestações dos Srs. Senadores<br />

com relação ao Fundeb, mas as questões fulcrais não<br />

foram, ainda, suficientemente abordadas.<br />

Não estou vendo aqui o Líder do Governo, Senador<br />

Romero Jucá, que participou da reunião no gabinete<br />

de V. Exª, para coonestar o acordo que foi feito<br />

– o PSDB aqui está para também cobrá-lo –, no sentido<br />

de se votar o texto da Câmara dos Deputados com<br />

uma modificação referente às creches conveniadas,<br />

num sentido benevolente para com as mesmas, mas<br />

garantida a aprovação do aumento do desconto para a<br />

definição da receita líquida do efetivamente contribuído<br />

para o Fundeb; se foram 20%, que descontem os 20%.<br />

Nós temos – como fiz no meu encaminhamento – os<br />

votos dos tucanos, dos democratas e dos peemedebistas,<br />

que garantirão, claro, a vitória da matéria.<br />

E o que eu quero do Líder do Governo com relação<br />

à questão municipalista do transporte escolar?<br />

Eu já me manifestei e, até agora, não presenciei a<br />

nenhuma fala relacionada à minha ponderação, e o<br />

tempo está correndo. Portanto, gostaria que V. Exª solicitasse<br />

a presença do Líder Romero Jucá para que<br />

S. Exª firmasse aqui o compromisso claro com relação<br />

ao acordo que propus e que foi aceito na presença de<br />

vários Governadores e com relação ao acordo firmado<br />

e aceito sobre o transporte escolar, que é fulcral para<br />

os Municípios do Brasil.<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC) – Sr.<br />

Presidente, ...<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Tomo, inicialmente, a intervenção do Senador<br />

José Agripino como uma questão pela ordem. Mas, antes<br />

de conceder a palavra ao Senador Arthur Virgílio,<br />

o que farei em seguida, convido o Senador Romero<br />

Jucá para responder pontualmente a questão levantada<br />

pelo Senador José Agripino.<br />

Darei posteriormente a palavra a V. Exª, Senadora<br />

Ideli.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR. Como Líder.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs.<br />

Senadores, gostaria de marcar aqui algumas posições,<br />

conforme entendimentos que tivemos na reunião com<br />

os Governadores.<br />

Naquela oportunidade, propusemos o entendimento<br />

– a Senadora Fátima Cleide refez o relatório – de<br />

que não era possível assumir, por conta do Governo,<br />

qualquer despesa sobre acréscimo de repasse para<br />

Municípios com mudança de índice, uma das opções<br />

levantadas. Depois, tratou-se da questão dos 15%<br />

para 20% da receita líquida. Esclareci que não poderia<br />

assumir o compromisso de o projeto não ser vetado.<br />

Disse que lutaria dentro do Governo, que trabalharia<br />

em prol do projeto. Falei com o Ministro Walfrido – o<br />

Ministro Guido Mantega não está no Brasil. Portanto,<br />

vamos encaminhar. No entanto, o que ficou combinado<br />

foi que votaríamos, nominalmente, essa questão.<br />

O meu encaminhamento, como Líder do Governo,<br />

será contrário, por isso representar R$1 bilhão na<br />

diminuição de arrecadação do Governo. O resultado<br />

da votação em plenário será respeitado. Agora, nós<br />

vamos trabalhar para que continuem os 15%, devido<br />

o impacto; se for diferente, será uma posição do Plenário.<br />

O Governo continua com a posição de querer<br />

votar, de abrir a discussão para a votação, mas de não<br />

abrir mão de R$1 bilhão.<br />

O SR. TASSO JEREISSATI (PSDB – CE. Pela<br />

ordem. Sem revisão do orador.) – Presidente, eu gostaria<br />

de fazer um esclarecimento. Parece-me pairar uma<br />

interpretação errônea do que está acontecendo.<br />

Na verdade – o Senador Marconi Perillo está<br />

com os números aqui a meu lado –, quem gasta realmente<br />

com o Fundeb são os Estados e os Municípios.<br />

A participação do Governo Federal é mínima no<br />

Fundeb. Portanto, o Governo Federal, neste momento,<br />

está querendo promover a votação de um projeto cuja<br />

conta é paga pelos Estados e Municípios e sem querer<br />

abrir mão de qualquer recurso suplementar. Mas não<br />

se trata de recurso suplementar. Trata-se de retirar do<br />

limite de endividamento dos Estados do pagamento<br />

da dívida justamente o dinheiro que os Estados vão<br />

gastar a mais no Fundeb.<br />

Por isso não é justo, não é factível que os Estados<br />

e os Municípios, que são realmente aqueles que<br />

vão sustentar o projeto, não sejam sequer ouvidos ou<br />

não tenham suas ponderações aceitas.<br />

Eu queria colocar que, em conversa com os Governadores,<br />

tomei ciência de que, para os Estados, o<br />

aumento das despesas fica absolutamente incompatível<br />

com a realidade, até porque essa é uma conta que<br />

vai dar problema no futuro. Como o investimento do<br />

Governo Federal é cada vez menor e o Governo Federal<br />

não abre mão de nada, essa conta não vai fechar.<br />

Incluiu-se no antigo Fundef creche, ensino infantil e<br />

ensino médio, mas o aumento de recursos para esse<br />

mesmo bolo foi apenas de 30%, se não me engano,<br />

Senadora Marisa.


294<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15798 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

Essa conta não vai fechar, repito, porque ela está<br />

errada! Ela precisa ser revista. É preciso que se verifique,<br />

claramente, quem vai entrar com o quê, quanto<br />

será o custo de cada aluno; senão, essa conta não<br />

fechará. Além do mais, a qualidade do ensino, que é<br />

uma questão fundamental, vai cair. E, se o Governo,<br />

mesmo assim, não abre mão da questão do limite do<br />

conceito de receita líquida dos Estados para limite de<br />

endividamento, realmente não há nenhum sentido, porque<br />

está-se fazendo um programa – usando um famoso<br />

chavão – de cortesia “com o chapéu dos outros”.<br />

Então, não há possibilidade de acordo da nossa<br />

parte se isso não for bem esclarecido.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Concedo a palavra à Senadora Ideli Salvatti.<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC. Pela<br />

ordem. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente, em<br />

primeiro lugar, precisaríamos dar andamento à votação.<br />

Muitos Parlamentares se inscreveram. O que está pautado<br />

são os debates a respeito dos destaques. Ficou<br />

acordado que faríamos destaques a respeito de vários<br />

pontos. Há divergência com relação aos destaques.<br />

Penso que seria conveniente fazermos um apelo<br />

aos Parlamentares inscritos para que abrissem mão da<br />

discussão da matéria, para que possamos entrar nos<br />

destaques e, dessa forma, debatermos os destaques<br />

feitos, por haver algumas divergências.<br />

Por último, gostaria de dizer que a Constituição<br />

e a Lei de Diretrizes e Base (LDB), estabeleceram<br />

as responsabilidades a respeito da educação básica.<br />

Educação infantil e ensino fundamental são de responsabilidade<br />

dos Municípios. Ensino médio e ensino<br />

fundamental são de responsabilidade dos Estados. A<br />

União tem um papel complementar nessa responsabilidade.<br />

Estamos dando um grande salto, porque, como<br />

no Fundef, nunca chegamos a suplementar, a complementar<br />

sequer meio bilhão. Para este ano, haverá<br />

uma complementação de R$2 bilhões; para o próximo,<br />

de R$3 bilhões; para 2009, de R$4,5 bilhões,<br />

chegando a 10% do Fundo, algo que hoje já seria de<br />

R$6 bilhões.<br />

Portanto, Sr. Presidente, a responsabilidade dos<br />

Estados e dos Municípios não pode ser trocada pela<br />

responsabilidade da União. A União tem de complementar<br />

mais, e está fazendo isso no Fundeb. Agora,<br />

não vamos querer – e nem podemos – tirar a responsabilizar<br />

que a nossa Constituição estabelece como<br />

responsável pela educação infantil, fundamental e pelo<br />

ensino médio. Mais recursos da União, é óbvio, tem de<br />

haver. É este o saldo positivo do Fundeb; é o que todos<br />

temos a comemorar se conseguirmos aprovar.<br />

Mas, Sr. Presidente, entendo fundamental debatermos<br />

os destaques, porque, nesta questão, muitas<br />

controvérsias aqui colocadas serão esclarecidas. Vamos<br />

para o voto, que é o que importa neste momento.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador Arthur Virgílio, com a palavra V. Exª.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, devo<br />

um esclarecimento à Casa. Ainda há pouco, da tribuna,<br />

registrei um acordo, porque me pareceu ser aquela a<br />

versão que teria sido encampada pelos dois lados que<br />

se envolveram na negociação. Ou seja, que os Governadores<br />

tinham avalizado a idéia de que se aprovaria<br />

em plenário, com os votos de PMDB, PSDB e DEM, a<br />

emenda que está sendo questionada, o destaque que<br />

está sendo posto em questão. Depois, lutar-se-ia para<br />

que não houvesse o veto presidencial.<br />

Há pouco, reunido com Senadores do meu Partido<br />

– inclusive o Presidente da Sigla e o Governador das<br />

Minas Gerais –, percebi que não era esse o entendimento<br />

de S. Exª. Como também não foi o entendimento<br />

do Senador José Agripino, com quem me entendi<br />

posteriormente, e não foi esse o entendimento do Senador<br />

Marconi Perillo, que me disse que a impressão<br />

que teve – que sua sensibilidade lhe apontou – era de<br />

que havia a garantia do não-veto, ou seja, que bancaria<br />

a decisão se, porventura, fosse ela favorável.<br />

Portanto, Sr. Presidente, estamos diante de uma<br />

situação que vai exigir um esforço negociador maior,<br />

porque é uma questão prática. Nós entendemos – e<br />

disse muito bem o Senador Jereissati que, propaganda<br />

à parte, não temos nada contra fazerem propaganda<br />

dele, se puderem fazer gratuitamente, agradeço –, mas<br />

o fato é que são R$14 bilhões dos Municípios para a<br />

construção do Fundo; R$33 bilhões dos Estados; e<br />

apenas R$1,8 bilhões da União. Logo, é um Fundo<br />

mais estadual do que municipal, e muito mais municipal<br />

do que da União. O que ele não é, na verdade,<br />

nas suas causas práticas, é da União, porque tem um<br />

pouquinho de reais envolvidos ali.<br />

Portanto, Sr. Presidente, gostaria muito que V.<br />

Exª ouvisse o Senador Marconi Perillo, que foi quem<br />

participou das tratativas pelo Partido. Nosso desejo era<br />

e é votar essas matérias todas; nosso desejo era e é<br />

cumprir o que acordamos com V. Exª, na vez passada,<br />

quando, em decisão sábia, V. Exª resolveu que seria<br />

melhor mesmo não batermos chapa àquela altura e<br />

deixarmos para hoje a decisão sobre o Fundeb e sobre<br />

as matérias restantes.<br />

Porém, entendemos que não é possível prejuízos<br />

a mais para Governadores, nós que estamos preocupados<br />

com destinos de Governadores e Prefeitos; não<br />

era possível um prejuízo a mais para Governadores,


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

295<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15799<br />

que já entram com a parte do Leão na constituição do<br />

Fundo. Entram com a parte do Leão, e, se é assim, merecem<br />

ser considerados, ouvidos, em uma negociação<br />

que, por mais que seja dura e exaustiva, é melhor que<br />

apresente um resultado prático do que não apresentar<br />

resultado prático nenhum.<br />

Estamos dispostos a qualquer coisa. Se, porventura,<br />

em algum momento, V. Exª nos chama em sua<br />

sala para fazermos a reunião que poderá ser a definitiva,<br />

tudo que não nos leve à situação extrema de<br />

termos de entrar em obstrução, que também valeria<br />

para matérias outras, as matérias seguintes, matérias<br />

subseqüentes, obstaculizando, enfim, quem sabe, a<br />

votação ao longo do dia da próxima, se, porventura,<br />

não lográssemos êxito nesta.<br />

Nesta não usamos, até o momento, dos recursos<br />

todos. Não queremos fazer obstrução. Devo dizer, com<br />

muita sinceridade: queremos acordo. Agora, um acordo<br />

que não nos deixe mal perante os Governadores e<br />

Prefeitos, que entram com a parte do Leão na composição<br />

do Fundo, e o acordo que, evidentemente, seja<br />

tolerado pela outra parte, que é precisamente o Governo,<br />

que tem o que opinar e tem seus instrumentos<br />

de poder para acionar. Estamos aqui abertos para o<br />

acordo. Agora, por mim, seria inteiramente grato se V.<br />

Exª ouvisse o Senador Marconi Perillo, que participou<br />

das tratativas pelo Partido em seu gabinete e tem a<br />

versão por nós encampada, por ser a versão do nosso<br />

lado, a versão do nosso segmento, a versão que nos<br />

anima a pedir a interrupção dos discursos de discussão<br />

da matéria, para chegarmos – se Deus quiser – a uma<br />

posição única, a uma posição em comum.<br />

Muito obrigado Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço a V. Exª e ouço o Senador Marconi<br />

Perillo. Em seguida, vou dar a palavra à Senadora Patrícia<br />

Saboya, e ainda temos inscritos os Senadores<br />

Garibaldi Alves Filho, Inácio Arruda e José Nery.<br />

Concedo a palavra a V. Exª, Senador Marconi<br />

Perillo.<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO. Para<br />

discutir. Sem revisão do Orador.) – Sr. Presidente, Srªs<br />

e Srs. Senadores, estamos discutindo esta matéria o<br />

dia todo, e a percepção que temos é que para o Governo<br />

perder R$1 bilhão é muito. Mas o Governo não<br />

considera a mesma coisa em relação aos Estados.<br />

Todos os Estados vão perder com a votação do<br />

Fundo, sem levar em consideração esse conceito de<br />

Receita Líquida Real. Os Governadores não suportam<br />

mais ter de arcar com mais recursos em relação ao<br />

pagamento da sua dívida externa. Não dá mais para<br />

despender 5% em relação ao pagamento da dívida<br />

externa. E o fato principal é que, de 1988 para cá, a<br />

União tem encontrado maneiras sorrateiras de driblar a<br />

Constituição e criar as chamadas cobranças, contribuições,<br />

em lugar dos impostos que são compartilhados<br />

com Estados e Municípios.<br />

Hoje, pelos cálculos disponíveis, 73% de toda<br />

arrecadação brasileira está concentrada nos cofres da<br />

União, restando aos Estados e Municípios 27%.<br />

Esta Casa tem a responsabilidade de zelar pelo<br />

pacto federativo. Estados e Municípios não suportam<br />

mais ter de arcar com praticamente todas as demandas<br />

da sociedade – segurança pública, que é quase toda<br />

de responsabilidade dos Estados, saúde, educação,<br />

saneamento, moradia, infra-estrutura, estradas – sem<br />

ter apoio da União em quase nada.<br />

Sr. Presidente, estamos aqui na firme convicção<br />

de celebrar um acordo que leve em consideração a<br />

reivindicação dos Governadores e dos Prefeitos, que<br />

não suportam mais esse ônus. Queremos inclusive<br />

entrar em acordo com a Relatora, Senadora Fátima<br />

Cleide, com relação a outros pontos do Fundeb. Mas<br />

não dá para desconsiderar essa questão do conceito<br />

de Receita Líquida Real para a base de cálculo da<br />

dívida externa.<br />

É sempre bom lembrar que, apesar da propaganda<br />

do Governo, quem vai bancar o Fundeb serão<br />

os Estados e os Municípios. De toda a composição<br />

financeira do Fundeb, 97% será de responsabilidade<br />

dos Estados e Municípios. Ou seja, R$33 bilhões dos<br />

Estados, R$14 bilhões dos Municípios, R$1,8 bilhão<br />

da União. Queremos que a União tenha a incumbência<br />

de arcar com R$2,8 bilhões, e não com apenas R$1,8<br />

bilhão. Os Estados vão arcar com R$33 bilhões, os<br />

Municípios com R$14 bilhões e a União com R$1,8<br />

bilhão. Não dá para suportarmos tamanha insensibilidade.<br />

Essa conta não pode ir para os ombros, para<br />

as costas dos Governadores e dos Prefeitos. Nós não<br />

vamos aceitar. A Oposição não vai votar se não houver<br />

acordo em relação a este item. Os Estados têm<br />

muitas responsabilidades, as maiores em relação às<br />

demandas dos cidadãos. E o que nós queremos é tãosomente<br />

que o Governo Federal, que faz cortesia com<br />

o chapéu alheio, possa investir mais R$1 bilhão no<br />

Fundeb, para que os Estados não arquem com mais<br />

essa responsabilidade. É a nossa posição.<br />

O relatório é bom. Nós colaboramos e contribuímos<br />

para que chegasse ao estágio em que chegou.<br />

O relatório da Senadora Fátima Cleide é bom, mas<br />

precisamos do acordo com relação à base de cálculo<br />

de receita líquida. Eu saí da reunião com o Senador<br />

José Agripino, entendendo que havia sido fechado o<br />

acordo; eu, pelo menos, saí com essa opinião. Chegamos<br />

aqui, a compreensão é outra.


296<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15800 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

Sr. Presidente, esta é uma Casa democrática. Vamos<br />

continuar discutindo até chegar a uma conclusão<br />

que, efetivamente, resolva o problema.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Com a palavra a Senadora Patrícia Saboya,<br />

para discutir a matéria.<br />

A SRA. PATRÍCIA SABOYA (Bloco/PSB – CE.<br />

Para discutir. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente,<br />

falarei daqui mesmo, porque sei que o tempo urge, e<br />

é importante que procedamos à votação de um tema<br />

tão importante, como o do Fundeb.<br />

Inicio minhas palavras parabenizando a Senadora<br />

Fátima Cleide, assim como as Senadoras e os Senadores<br />

que me antecederam, em primeiro lugar, pela<br />

qualidade do relatório, pela possibilidade que S. Exª<br />

deu, principalmente, ao movimento social, aos defensores<br />

árduos de uma educação de qualidade no País,<br />

para que apresentassem sugestões a fim de melhorar<br />

e aperfeiçoar o relatório.<br />

Em todos os momentos, a Senadora esteve aberta<br />

a receber as sugestões. Eu mesma experimentei esse<br />

momento. Ontem à noite e em outros momentos, tive<br />

a oportunidade de estar com ela e ver sua angústia<br />

em dar seu parecer e apresentar um relatório que<br />

atendesse aos Municípios, mas, ao mesmo tempo,<br />

também, aos Estados.<br />

É uma conta muito difícil de ser feita.<br />

Mesmo assim, a Senadora Fátima Cleide conseguiu,<br />

em seu relatório, demonstrar o cuidado, a atenção<br />

e a sensibilidade em atender aos apelos dos Governadores<br />

e, ao mesmo tempo, aos apelos de milhares<br />

de Prefeitos deste País, que também não agüentam<br />

mais os encargos que lhes são atribuídos e não têm,<br />

muitas vezes, os recursos suficientes para administrar<br />

seus Municípios. Penso que estamos dando um passo<br />

muito importante por uma educação de qualidade.<br />

Gostaria, Sr. Presidente, de lamentar que o Presidente<br />

Lula, conforme tive oportunidade de assistir<br />

pela televisão, na semana passada, tenha reclamado<br />

dos Parlamentares, afirmando que estavam prejudicando<br />

o povo brasileiro, ao deixarem de votar projetos<br />

importantes para o País – provavelmente se referia<br />

ao Fundeb.<br />

Quero dizer que fui uma das que pediu à Senadora<br />

Fátima Cleide um tempo a mais para discutir a matéria.<br />

Não estávamos tentando, com isso, protelar algo que<br />

é de importância para todos nós que representamos<br />

nossos Estados; o que desejávamos, naquele momento,<br />

era aprofundar a discussão, ouvir da Senadora Fátima<br />

Cleide aquilo que S. Exª teve oportunidade de fazer,<br />

ao apresentar suas emendas.<br />

Quero, portanto, dizer ao Presidente Lula que não<br />

estávamos, de forma alguma, boicotando o Fundeb. Ao<br />

contrário, isso já está no Governo há muito tempo, e,<br />

desde que cheguei ao Senado Federal, sou uma daquelas<br />

que cobra do Governo o encaminhamento do<br />

projeto do Fundeb para esta Casa.<br />

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ao concluir<br />

minhas palavras, desejo destacar uma das maiores<br />

conquistas para a qual o Fundeb pôde colaborar e<br />

que não veio do Governo, mas da força popular, da<br />

sociedade, que conseguiu pressionar – e ressalto a<br />

importância da Frente Parlamentar em Defesa dos<br />

Direitos da Criança e do Adolescente. Nesta Casa,<br />

movimentamo-nos de todas as formas, para que as<br />

crianças de zero a três anos estivessem incluídas no<br />

Fundeb, porque, conforme veio do Governo, o projeto<br />

não as incluía. Daí a importância de aprofundarmos a<br />

discussão de uma matéria como essa.<br />

Sou daquelas que defendem a educação infantil,<br />

que acreditam que é por aí que vamos poder fazer do<br />

Brasil um país mais civilizado, mais livre, onde nossas<br />

crianças, desde cedo, terão o direito de serem<br />

cuidadas.<br />

Para mim, esta é a maior diretriz estabelecida<br />

na Constituição do País: a criança deve ser prioridade<br />

absoluta, responsabilidade do Estado brasileiro,<br />

da sociedade, da família. Se estamos discutindo se a<br />

responsabilidade de gastar mais ou menos é dos Estados<br />

ou dos Municípios, o importante é saber que todos<br />

têm a responsabilidade de lutar por uma educação de<br />

qualidade, principalmente o Governo Federal, porque<br />

é da boca do Presidente Lula que ouvimos – e sei que<br />

isto é muito verdadeiro – que Sua Excelência sonha<br />

com uma educação melhor para os filhos, principalmente<br />

os da pobreza, para as pessoas mais simples<br />

e humildes do País.<br />

Portanto, nesta discussão, parabenizo o Governo<br />

por ter mandado o Fundeb. Parabenizo o movimento<br />

“Fundeb pra Valer!”, por uma educação de qualidade,<br />

pela insistência, pela persistência, pela sensibilidade e<br />

pela força que deu, para que nesta Casa este projeto<br />

pudesse ser melhorado e aperfeiçoado.<br />

Parabenizo, mais uma vez, a Senadora Fátima<br />

Cleide pela sensibilidade, pela força, pela coragem e<br />

– diria – pela espécie de milagre da multiplicação que<br />

conseguiu fazer com o projeto, pois sabemos que há<br />

tão poucos recursos para atender uma demanda que<br />

é tão grande no País: a de melhorar a vida das nossas<br />

crianças, dos nossos adolescentes, dos nossos jovens,<br />

mas também de dar condições para que os Estados e<br />

Municípios possam realmente fazer dessa lei um mantra,<br />

uma reza diária, a fim de que consigamos fazer do<br />

Brasil um país mais justo e mais digno.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

297<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15801<br />

Muito obrigada, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço a intervenção da Senadora Patrícia<br />

Saboya.<br />

Renovo o apelo à Casa, para que votemos esta<br />

medida provisória e as outras do PAC. Fizemos um esforço<br />

grande e tivemos uma conversa muito boa com<br />

os Governadores. É importante arrematarmos essa<br />

conversa no plenário, para que haja a votação das<br />

medidas provisórias.<br />

Concedo a palavra ao Senador Garibaldi Alves<br />

Filho.<br />

Ainda estão inscritos, para discutir a matéria, os<br />

Senadores Inácio Arruda, José Nery, Mão Santa e a<br />

Senadora Rosalba Ciarlini. E V. Exª também, Senador<br />

Heráclito Fortes. V. Exª foi chamado, não estava aqui,<br />

mas será chamado novamente.<br />

O SR. GARIBALDI ALVES FILHO (PMDB – RN)<br />

– Sr. Presidente, as crianças estão presentes, defendendo<br />

a creche.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Sem dúvida.<br />

Tem a palavra V. Exª.<br />

O SR. GARIBALDI ALVES FILHO (PMDB – RN)<br />

– Eu gostaria que V. Exª admitisse a substituição do<br />

meu nome pelo da Senadora Rosalba Ciarlini, para<br />

que S. Exª fale de imediato.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Esta Presidência acata a sugestão do encaminhamento<br />

de V. Exª com relação à discussão e tem<br />

a honra de conceder a palavra à Senadora Rosalba<br />

Ciarlini, para discutir a matéria.<br />

A SRA. ROSALBA CIARLINI (PFL – RN. Para<br />

discutir. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente,<br />

agradeço a V. Exª ter atendido ao pedido do Senador<br />

Garibaldi Alves Filho, que nos dá seu espaço, para que<br />

possamos, de maneira rápida, discutir a matéria. Ela é<br />

de tão grande interesse que todos estamos ansiosos<br />

para iniciar a votação.<br />

Não posso deixar de registrar a importância dos<br />

avanços que vai haver na educação infantil. Como Prefeita,<br />

conheci de perto todo o processo do Fundef, que<br />

trouxe avanços. Agora, com o Fundeb, vamos conseguir,<br />

se Deus quiser, ainda mais.<br />

A lei está perfeita? Não, mas já traz alguns avanços.<br />

No entanto, há algumas coisas que gostaria de<br />

registrar. Refiro-me à afirmação do Senador Marconi<br />

Perillo, que falava, em seus pronunciamentos, da importância<br />

da inclusão de mais recursos para a educação.<br />

Dói quando percebemos alguns setores mencionarem<br />

que o Governo Federal vai perder R$1 bilhão, R$2 bilhões<br />

ao investir na educação de Estados e Municípios.<br />

A educação, minha gente, não é gasto, é investimento!<br />

O Governo não perde nada quando investe em educação,<br />

quando repassa recursos aos Municípios, aos<br />

Estados. É preciso que nossas crianças sejam mais<br />

bem atendidas, mais protegidas e que tenham um ensino<br />

de qualidade.<br />

Quero deixar aqui esse registro. Fico indignada<br />

quando ouço falar na questão como se fosse uma perda,<br />

como se o Governo estivesse perdendo algo muito<br />

precioso. Não! Recursos federais são recursos do povo,<br />

saem dos pais e das mães das crianças. Não é gasto,<br />

mas investimento em educação. É um investimento<br />

que impulsiona o desenvolvimento. Sem educação de<br />

qualidade, não vai haver realmente desenvolvimento<br />

no País, e não vamos chegar ao lugar que desejamos<br />

e que o nosso povo merece.<br />

Era isto, Sr. Presidente, que queria expressar:<br />

minha indignação, porque não podemos aceitar, em<br />

hipótese alguma, em momento algum, quando se fala<br />

em educação, que se usem certos termos de forma<br />

muitas vezes não tão clara, deixando-se no ar o sentido<br />

de que o Governo vai perder. Não! Com educação,<br />

só se ganha. Quanto mais se investe, quanto mais recurso<br />

se aplica, quanto mais se valoriza a educação,<br />

mais ganha o povo brasileiro, em especial as nossas<br />

queridas crianças.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço a intervenção da Senadora Rosalba<br />

Ciarlini.<br />

Concedo a palavra ao Senador Heráclito Fortes,<br />

para discutir a matéria.<br />

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI. Para discutir.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e<br />

Srs. Senadores, o Brasil está atento a esta votação, e<br />

é bom que sinta a dificuldade que estamos tendo aqui<br />

de votar o Fundeb. Apesar do trabalho que a Senadora<br />

Fátima Cleide realizou, existe algo que nos divide:<br />

acreditar nas promessas desse Governo.<br />

Como municipalista, vi, ao longo do primeiro<br />

mandato do atual Presidente e nesse início de segundo<br />

mandato, o completo desrespeito do Governo para<br />

honrar a palavra assumida. Foi assim com os controladores<br />

de vôo. Foi assim com a Polícia Federal, que<br />

entra em greve hoje, após esperar o cumprimento de<br />

um acordo proposto pelo próprio Governo. Foi assim<br />

com os Prefeitos do Brasil, com o compromisso do<br />

aumento de repasses das suas verbas. O Presidente<br />

Lula, na última Marcha dos Prefeitos à Brasília, como se<br />

estivesse às vésperas de um pleito eleitoral, reuniu-se<br />

com os Prefeitos brasileiros em um hotel de Brasília e<br />

assegurou a revisão do repasse do Fundo de Participação.<br />

Lembro, Senador João Vicente Claudino, que,<br />

após essa reunião, os Prefeitos do Piauí se reuniram<br />

nas dependências do Senado, extravasando euforia


298<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15802 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

com as promessas feitas, e eu pedi cautela, com base<br />

naquele dito popular de que cachorro mordido de cobra<br />

corre com medo de salsicha.<br />

Quantas vezes vimos promessas desse Governo<br />

não serem cumpridas? A construída com os Prefeitos<br />

é uma delas. E essa própria modificação no sistema<br />

do Fundeb mostra a má intenção do Governo brasileiro<br />

com o municipalismo, porque está dando com uma mão<br />

e puxando com a outra, enfraquecendo a Federação.<br />

A luta determinada de fortalecer o poder central tem<br />

sido a marca registrada da atual administração.<br />

Daí por que, Senadora Fátima Cleide, como municipalista,<br />

senti dificuldade em votar sem as garantias<br />

do cumprimento de um acordo que, tenho certeza, se<br />

dependesse apenas de V. Exª, não haveria dificuldade<br />

alguma. No entanto, depende de um Governo, de um<br />

contexto. E esse Governo é danado para não honrar<br />

os compromissos, Senador Delcídio Amaral.<br />

Sr. Presidente, estamos aqui esperando que se<br />

vote também, por meio de um destaque, uma solução<br />

para esse problema. Não tenho mais cara de ver e<br />

encontrar os Prefeitos, principalmente no Estado do<br />

Piauí, indo e vindo de Brasília a Teresina – do Piauí<br />

a Brasília e de Brasília ao Piauí –, correndo atrás das<br />

esperançosas promessas desse Governo.<br />

A nossa posição é de desconfiança, e é muito<br />

triste que seja assim. O bom seria que nós adversários,<br />

nós da Oposição – uma Oposição responsável,<br />

como estamos sendo até o presente momento – tivéssemos<br />

a confiança de que o que ficou acertado por<br />

meio dos Líderes fosse honrado pelo Governo. Mas<br />

isso não vai acontecer.<br />

Posso até votar, atendendo a orientação do meu<br />

Partido, porque sou seguidor de regras, mas voto sem<br />

fé e sem convicção, com a certeza de que, mais uma<br />

vez, esse Governo não vai honrar os compromissos assumidos.<br />

É uma marca sua, da qual não abre mão.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Tenho a honra de conceder a palavra ao Senador<br />

José Nery. (Pausa.)<br />

Concedo a palavra ao Senador Cícero Lucena.<br />

Em seguida, concederei a palavra a V. Exª, Senador<br />

Nery.<br />

O SR. CÍCERO LUCENA (PSDB – PB. Para discutir.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e<br />

Srs. Senadores, este instante da discussão do Fundeb<br />

leva a uma reflexão bastante profunda de todos aqueles<br />

que tiveram a experiência de administrar os nossos<br />

Municípios ou os nossos Estados.<br />

A preocupação com a educação, já mencionada<br />

aqui por todos as Senadoras e os Senadores que me<br />

antecederam, tem o mérito na discussão do Fundeb,<br />

em que, de forma clara e muito oportuna, estamos<br />

incluindo as creches como uma condição obrigatória<br />

para a nossa educação.<br />

Precisamos ainda estar atentos e alerta para não<br />

elevar cada vez mais as atribuições dos Entes Federativos,<br />

no caso os Municípios e os Estados, sem o<br />

financiamento correspondente, a fim de oferecermos<br />

a educação que o povo brasileiro há tanto tempo reclama,<br />

reivindica e cobra.<br />

Todos dizem que educação deve ser prioridade<br />

em todas as campanhas, em todos os discursos, mas,<br />

na prática, com objetividade, não existe educação de<br />

qualidade se não houver o financiamento correspondente.<br />

O debate e a discussão sobre o Fundeb levam<br />

exatamente a essa reflexão. Preocupa-me - e como me<br />

preocupa - quando nós, somente na creche, incorporamos<br />

à massa que antes existia do Fundef cerca de<br />

13 milhões de crianças. E sua presença nas creches é<br />

fundamental! Saímos de um patamar correspondente<br />

a 35 milhões de estudantes para cerca de 60 milhões<br />

de estudantes em todos os níveis. E apenas estamos<br />

acrescentando, como recurso a ser somado a isso, um<br />

aumento da participação dos Estados de 15% para<br />

20%, e da União, pouco mais de R$1,7 bilhão.<br />

Precisamos refletir, e o povo brasileiro que nos<br />

está acompanhando precisa saber que esse Fundo,<br />

o Fundeb, que vai financiar as ações que são fundamentais<br />

para o destino deste País, é composto basicamente<br />

por R$35 bilhões dos Estados, R$15 bilhões<br />

aproximadamente dos Municípios e apenas R$2 bilhões<br />

do Governo Federal. Se transformarmos esse número<br />

em percentuais, vamos ver que os Estados estão<br />

financiando 70% desse custo, o Governo Municipal<br />

está financiando 28% desse custo, e a União, apenas<br />

2%. Daí termos a consciência, a responsabilidade e o<br />

compromisso de, efetivamente, não só dizermos que<br />

a educação é prioridade, mas agirmos como tal.<br />

Também achamos que é importante a preocupação<br />

da Senadora Fátima que, no seu relatório, contempla o<br />

transporte escolar, não o retirando do Fundeb, mas de<br />

outras fontes de recursos. No entanto, a reivindicação<br />

dos Prefeitos é que isso permaneça no Fundeb, em<br />

função do valor que hoje é repassado para o transporte<br />

escolar, valor que, de longe, corresponde aos<br />

reais custos; na maioria das vezes – por que não dizer<br />

na totalidade? –, são bancados pelos Prefeitos. Se o<br />

transporte escolar estivesse no Fundeb, e o Conselho<br />

definisse um valor real de remuneração para o custo<br />

desse transporte, estaríamos fazendo mais justiça.<br />

Daí caber a cada Senador ou Senadora a responsabilidade<br />

de analisar a importância de esse financiamento<br />

do transporte escolar estar ou não no Fundeb.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

299<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15803<br />

Mas o mínimo que se pode fazer é garantir que as<br />

Prefeituras tenham o ressarcimento dos recursos que<br />

lhes são repassados.<br />

Sem dúvida alguma, não podemos deixar de<br />

firmar nossa posição em relação à compensação da<br />

receita corrente líquida dos 20%, e não só dos Estados.<br />

Fala-se muito que, se elevarmos de 15% para<br />

20% o percentual, estaremos beneficiando apenas os<br />

Estados. Mas não, a dívida é também dos Municípios<br />

médios e grandes do nosso País, que terão também<br />

comprometida a sua capacidade de investimento, se<br />

eventualmente não elevarmos esse percentual de 15%<br />

para 20%.<br />

Por fim, eu não posso deixar de dar o meu testemunho,<br />

já que estive presente na reunião realizada na<br />

Presidência desta Casa na qual se buscou o acordo<br />

para que, devido à urgência e importância do Fundeb,<br />

nós pudéssemos votá-lo. Nós e os governadores ali<br />

presentes saímos entendendo que haveria compreensão<br />

do Governo Federal na elevação do percentual<br />

de 15% para 20% a ser abatido da receita corrente<br />

líquida e, conseqüentemente, termos essa votação,<br />

embora a Liderança do Governo tenha registrado que<br />

isso representaria R$1 bilhão. Mas quem está entrando<br />

com apenas R$2 bilhões no Fundeb pode muito bem<br />

compreender e elevar sua participação e a sua contribuição<br />

com mais esse R$1 bilhão, que é importante<br />

para os estados e municípios.<br />

Por isso, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores,<br />

é fundamental a votação do Fundeb, mas é também<br />

fundamental garantir o pacto federativo e não quebrar<br />

as prefeituras e os estados de nosso País.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Concedo a palavra ao Senador José Nery.<br />

O SR. JOSÉ NERY (PSOL – PA. Para discutir. Sem<br />

revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs Senadoras,<br />

Srs. Senadores, no geral, o relatório que foi aprovado<br />

na Câmara dos Deputados convertendo a Medida<br />

Provisória nº 339 em Projeto de Lei de Conversão nº<br />

7, de 2007, representa um importante avanço e um<br />

aperfeiçoamento do texto originalmente enviado pelo<br />

Governo Federal.<br />

Em primeiro lugar, o projeto explicita a obrigação<br />

dos entes federados de aplicar na educação básica o<br />

percentual dos impostos e transferências não subvinculados<br />

ao Fundeb, além dos impostos não vinculados.<br />

Esse reforço será um importante instrumento de<br />

questionamento da sociedade civil contra tendências<br />

dos gestores de circunscreverem os gastos apenas<br />

aos vinculados ao Fundo.<br />

O texto manteve a expressão “pública” apesar das<br />

tentativas de descaracterizar o conceito do Fundo por<br />

meio de várias emendas apresentadas.<br />

O texto resgatou a coerência entre a Medida Provisória<br />

e o texto da Emenda Constitucional nº 53 no que<br />

se refere aos valores da complementação da União,<br />

introduzindo a expressão “no mínimo”, impedindo uma<br />

manobra governamental para impedir futuras pressões<br />

por aumento de recursos diante da distância entre o<br />

custo-aluno possível de ser alcançado pelo formato do<br />

Fundeb e a proposta de custo-aluno-qualidade.<br />

O texto aprovado que veio ao Senado estabeleceu<br />

critérios para a distribuição dos recursos oriundos<br />

dos 10% de complementação da União que podem<br />

ser utilizados em programas nacionais de melhoria da<br />

qualidade educacional, tornando mais transparente a<br />

futura utilização desses recursos, exigindo inclusive a<br />

pactuação entre estados e municípios.<br />

Para além da definição do volume de recursos<br />

que vão ser destinados ao Fundo, de sua distribuição<br />

e da garantia de que os recursos devam cobrir todas<br />

as despesas com o ensino fundamental, com a educação<br />

infantil, com o ensino médio e com a educação de<br />

jovens e adultos, há um aspecto no projeto que agora<br />

estamos analisando que considero da maior importância<br />

e sobre o qual não ouvi referências nas falas<br />

anteriores. Para as comunidades que têm interesse<br />

em efetivamente controlar a aplicação dos recursos<br />

públicos na educação, considero fundamentais as alterações<br />

na composição dos conselhos de acompanhamento<br />

do Fundeb. Trata-se de algo fundamental<br />

para essa fiscalização permanente dos diversos segmentos<br />

que compõem a comunidade escolar. Dentre<br />

as alterações, destaco:<br />

a) A precisão de como deve ser o processo<br />

de indicação dos representantes nos<br />

conselhos, especialmente dando tranqüilidade<br />

para o setor sindical e estudantil;<br />

b) A ampliação das competências dos<br />

conselhos para fiscalizar os programas nacionais<br />

do MEC;<br />

c) O direito de os conselhos requisitarem<br />

documentos e realizarem visitas in loco nas<br />

obras e serviços;<br />

d) Incorporação da emenda do movimento<br />

Fundeb pra Valer sobre o direito de<br />

terceiros quanto à propositura de ações de<br />

fiscalização.<br />

O texto melhorou a redação do art. 37, que permite<br />

atribuir as responsabilidades de fiscalização aos<br />

Conselhos Municipais de Educação, resolvendo a<br />

pendência sobre o caráter terminativo das decisões


300<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15804 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

da Câmara de Fiscalização e ampliando os critérios de<br />

composição e restrições para todo o CME.<br />

Portanto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores,<br />

considero fundamental a definição clara do papel e das<br />

atribuições dos conselhos do Fundeb, que, nessa nova<br />

formatação, têm efetivamente melhores condições de<br />

exercer, em nome da comunidade escolar e em nome<br />

da sociedade, um maior controle sobre a aplicação<br />

dos recursos na educação básica.<br />

Queria me referir a outro aspecto bastante debatido<br />

nesta tarde: o transporte escolar, que está ligado<br />

diretamente à situação de milhares de estudantes da<br />

zona rural brasileira dos diversos estados e municípios.<br />

Hoje os municípios e os estados têm de lançar<br />

mão de recursos do orçamento próprio para bancar as<br />

despesas com o transporte escolar.<br />

Não tendo sido contemplada a questão do transporte<br />

escolar nesse projeto de lei de conversão oriundo<br />

da Medida Provisória nº 339, a Liderança do Governo<br />

assumiu o compromisso de editar medida provisória<br />

para dela tratar especificamente.<br />

No entanto, a questão fundamental que está<br />

colocada é a garantia do direito de nossas crianças<br />

e adolescentes a terem acesso a escolas próximas<br />

de suas residências. Isso, em certa medida, acontece<br />

nos centros urbanos, mas não acontece nas comunidades<br />

rurais, porque as escolas de ensino médio e<br />

fundamental estão concentradas nos centros urbanos<br />

e no interior. Na zona rural, quando se tem acesso à<br />

educação, é até a quarta série do ensino fundamental<br />

em turmas multisseriadas.<br />

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, participando<br />

esta semana do 2º Fórum de Educação no Campo,<br />

na região do Marajó, no Estado do Pará, pude perceber<br />

a gravidade da situação daqueles que se dedicam à<br />

educação no campo, além da dificuldade que representa<br />

para cada estudante e para cada família garantir<br />

a educação pelo menos no nível fundamental e médio<br />

– ir além desses níveis é algo que hoje não está ao<br />

alcance de grande parte dos nossos adolescentes,<br />

dos nossos jovens e de muitos adultos sobretudo na<br />

zona rural brasileira.<br />

Portanto, o grande desafio é discutir, no âmbito<br />

de um plano de desenvolvimento da educação, formas<br />

de efetivamente garantir as condições para que<br />

possamos ter escolas nas comunidades do interior,<br />

nos municípios brasileiros mais afastados para que<br />

no futuro não seja necessário transporte escolar, que<br />

hoje é emergencial, pois não há escolas na comunidade<br />

rural. Mas o trabalho que devemos fazer é para<br />

estender a educação no nível fundamental e médio<br />

para todas as comunidades rurais, pois essa é a forma<br />

de garantir acesso, permanência e o mínimo de qua-<br />

lidade para a juventude que mora, trabalha e deveria<br />

estudar no campo.<br />

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, apresentamos<br />

dois requerimentos de destaque...<br />

(Interrupção do som.)<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador José Nery, se V. Exª puder concluir,<br />

economizaria muito o processo de discussão, pois<br />

ainda temos três oradores inscritos.<br />

O SR. JOSÉ NERY (PSOL – PA) – Pois não, já<br />

concluo.<br />

Como muitos usaram além do tempo...<br />

Oferecemos dois requerimentos de destaque que<br />

esperamos que sejam discutidos e aprovados.<br />

(Interrupção do som.)<br />

O SR. JOSÉ NERY (PSOL – PA) – Apresentamos<br />

dois destaques ao projeto que discutiremos oportunamente,<br />

após a aprovação geral do texto. Ou seja, trataremos<br />

de discutir os destaques que apresentamos<br />

após a aprovação geral do texto.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço muito a V. Exª, Senador José Nery.<br />

Concedo a palavra ao Senador Mão Santa. Em<br />

seguida, teremos ainda o Senador Antonio Carlos<br />

Valadares.<br />

Srªs e Srs. Senadores, é importante que comecemos<br />

a votar, pois temos três medidas provisórias<br />

cujas eficácias se extinguirão na próxima semana.<br />

São medidas provisórias importantes do PAC. É, pois,<br />

importante que o Senado dê prosseguimento à apreciação<br />

delas.<br />

Senador Mão Santa, V. Exª tem a palavra.<br />

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI. Para discutir.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente Renan Calheiros,<br />

Senadoras e Senadores, brasileiras e brasileiros<br />

aqui presentes e que nos assistem pelo sistema de<br />

comunicação, Senador Renan Calheiros, Sócrates já<br />

dizia: “Só tem um grande bem que é o saber, a educação;<br />

só tem um grande mal que é a ignorância.” Aí,<br />

veio Platão, Senador Tião Viana, fez a Academia e<br />

Aristóteles, o Liceu. Então, essa historia de educação<br />

– não foi a Senadora Serys Slhessarenko que trouxe<br />

para aqui – é antiga; Sócrates já pregava isso.<br />

Mas, Presidente Renan Calheiros, aqui tem que<br />

ser a Casa dos pais da Pátria para ensinar. E nós,<br />

médicos... Está ali o Senador Papaléo Paes olhando.<br />

Senador Arthur Virgílio, é a etiologia, a causa.<br />

Renan, este País está conturbado – V. Exª ri –,<br />

mas estamos vendo essa hecatombe de corrupção. Os<br />

prefeitos e os governadores estão vivendo uma irreali-


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

301<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15805<br />

dade. Por que eu estou aqui, o Senador Raimundo Colombo,<br />

ali, todo garboso e o Senador Papaléo Paes!<br />

Muitos fomos prefeitinhos. Mas quando valeu a<br />

Constituição de 5 de outubro de 1988? Não somos<br />

melhores do que aqueles prefeitos que estão ali, não,<br />

o Maninho, o João Félix, é porque a Constituição... O<br />

Heráclito está aí porque ele era Prefeito de Teresina,<br />

um extraordinário Prefeito, fez uma ponte em 90 dias;<br />

o governo atual está lá há seis anos para fazer uma<br />

ponte no mesmo rio e não faz. Eu fiz em 87 dias. Mas<br />

por quê? Porque aquela Constituição, Arthur Virgílio,<br />

que Ulysses beijou, dizia, era clara: 53% para o nosso<br />

Presidente Luiz Inácio; 22,5% para os nossos prefeitinhos,<br />

que estão todos com pires na mão, aperreados;<br />

21,5% para os governadores dos Estados; e 3% para<br />

os fundos constitucionais. Somando, Leomar Quintanilha,<br />

dava 100%. Fechava.<br />

Agora não fecha, Renan. Renan, Alagoas! Eu não<br />

sei se vocês gostam ou não, mas Divaldo Suruagy era<br />

um homem de bem. Ele foi três vezes governador e<br />

prefeitinho, foi o mais votado da época. Ele se afogou,<br />

disse aqui, foi-se complicando. O Governo Federal foi<br />

garfando dos prefeitos e do governador; inventaram<br />

umas contribuições como a Cide, a CPMF, que não<br />

entram na Constituição. Garfaram!<br />

Mas vou convidar quem mexe muito com dinheiro.<br />

Está ali o nosso Senador do Distrito Federal, Senador<br />

Adelmir Santana, homem de dinheiro.<br />

Vamos somando. Funcionários. Onde está o Senador<br />

Gerson Camata? Antes era 65%; então baixou.<br />

Não há governo e prefeito que tenha uma folha de<br />

pagamento com menos de 50%. Vem a educação.<br />

Na Constituinte, aquela que foi beijada por Ulysses,<br />

25%, antes do Fundeb. Eu sei que tem funcionários lá.<br />

Saúde. O Senador Antonio Carlos Valadares colocou<br />

a Medida 29. Que bom!<br />

Senador Papaléo Paes, então o Estado são 12%;<br />

o Município é até mais. Vá somando. E tem justiça.<br />

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça”.<br />

Qual é o Estado que se pode livrar da justiça, ó<br />

Geraldo Mesquita? Não se leva... E é o pão que mais<br />

a humanidade necessita. Não fui eu que disse isso,<br />

não. Isso é coisa de Montesquieu. Da justiça, não tem<br />

quem se livre. Está lá e tem que pagar!<br />

Assembléia Legislativa. Quem vai se livrar de<br />

pagar a Assembléia? Qual o governador ou o prefeito<br />

que se vai livrar de pagar a Câmara? É um impeachment,<br />

é um convite ao suicídio.<br />

E tem o Ministério Público! É... Eles são valentes,<br />

mas ali é 1% ou 2%.<br />

Ô, João Pedro, vá somando. Tem essa renegociação<br />

da dívida externa. Ela foi renegociada entre 11%<br />

e 13%, mas surgiram outras dívidas que não estavam<br />

inclusas e aumentaram. Hoje, um governador de Estado<br />

paga, em média, 15%. Se somarmos isso aqui<br />

tudo, Presidente Renan... Ô, Presidente Luiz Inácio, não<br />

precisa saber muito não. Vossa Excelência aprendeu<br />

no Senai, que é uma grande escola, a Aritmética do<br />

Trajano. Lembra-se da Aritmética do Trajano, Cafeteira?<br />

Era a que meu pai nos fazia decorar. Dava para<br />

entender isso. Aqui dá muito mais de 100%. Somou,<br />

Adelmir? Muito mais.<br />

Só tem, Presidente Renan, um valor que podemos<br />

negociar: é a dívida externa. E por que esse Alencar...<br />

Quem é do Partido do Alencar é o Crivella. Foi<br />

para a igreja. Não está aqui. Cadê? Por que ele está<br />

na Vice-Presidência?<br />

Eu vou contar a história... De jeito nenhum. Era<br />

um Senadorzinho. Aí é Vice-Presidente. Sabe por quê,<br />

Magno Malta? Porque, quando nós que governávamos<br />

os Estados – eu e os outros – somamos isso aqui, ele<br />

foi muito coerente e disse: “Só há um jeito. Vou fazer<br />

uma lei que disponha que o Estado pague, no máximo,<br />

5% da dívida, tendo de folga 10% para custeio e para<br />

investimento”. Aí gritei logo dali: “Esse homem tem de<br />

ser Presidente”. Todos os outros Governadores ficaram<br />

encantados com a lei do Alencar. Só há essa solução.<br />

Ninguém pode acabar com os funcionários, com a<br />

educação – pelo contrário, queremos fortalecê-la –,<br />

com a saúde, com a justiça, com a assembléia, com<br />

o Ministério Público. Só podemos fortalecer a educação<br />

com a dívida. Por isso, surgiu Alencar. Em nenhum<br />

instante, ele era melhor que nós. Ele prometeu que ia<br />

fazer uma lei boa e justa, baixando isso para 5%. Gritei:<br />

“Alencar para Presidente!”. E o homem está aí. Mas<br />

não diminuiu. Os Governadores estão enforcados, e<br />

os Prefeitos, encorpados.<br />

Presidente Renan, e a LBA? Todos nós governamos.<br />

Papaléo, como era fácil! Por isso, estamos<br />

aqui. Dezenas foram Prefeitos. Se havia uma creche,<br />

o Prefeito escrevia para a LBA, e ela pagava. Era assim,<br />

Tião! Não somos melhores que aqueles Prefeitos.<br />

O Governo era mais correto. A República, então,<br />

garfou todos os Prefeitos. Surgiu, então, a dificuldade<br />

do transporte escolar.<br />

Continuamos aqui, Srªs e Srs. Senadores, como<br />

Sócrates. Só há um grande mal: a ignorância. Só há<br />

um grande bem: a educação, o saber. Tudo pode ser<br />

melhor, mas para tudo é preciso ter coragem, Presidente<br />

Luiz Inácio.<br />

Estou aqui, porque tive a experiência de ter sido<br />

prefeitinho e de ter governado o Piauí por seis anos,<br />

dez meses e seis dias. É essa a conta. Como disse,<br />

com felicidade e com pragmatismo, quem entende muito<br />

de dinheiro, nosso companheiro e ex-Governador Tas-


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15806 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

so Jereissati, a conta não fecha. Não adianta! Vamos<br />

votar, mas os Governadores não vão cumprir.<br />

É lógico que votaremos qualquer benefício para<br />

a educação, mas é preciso fazer um alerta – porque<br />

somos médicos, Tião Viana – com relação à causa:<br />

enquanto não renegociarem essa dívida, que é o único<br />

fator que pode ser modificado, estaremos nos calos<br />

dos Prefeitos e dos Governadores.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Tenho a honra de conceder a palavra ao penúltimo<br />

orador inscrito, Senador Antonio Carlos Valadares.<br />

O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Bloco/<br />

PSB – SE. Para discutir. Sem revisão do orador.) – Sr.<br />

Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na verdade, o Brasil<br />

se conscientiza, a cada dia, da importância de um<br />

sistema educacional organizado, de alta qualificação,<br />

remunerando bem os professores, dando ao País um<br />

ensino de qualidade.<br />

Hoje, há a previsão de recursos ponderáveis<br />

da União, que serão transferidos anualmente para<br />

os Estados e para os Municípios, quando temos a<br />

certeza – já não dizemos a perspectiva – de que<br />

nosso ensino, nossa educação terá um nível muito<br />

melhor, pois, no 1º ano, receberá R$2 bilhões; no 2º<br />

ano, R$3 bilhões; no 3º ano, R$4,5 bilhões; e, no 4º<br />

ano, 10% do Fundo.<br />

A Relatora, Senadora Fátima Cleide, desenvolveu<br />

um trabalho edificante. S. Exª conversou não apenas<br />

com as autoridades do Governo Federal, com as Lideranças<br />

do Governo, mas também com as autoridades<br />

estaduais que estão mais próximas dos problemas<br />

educacionais.<br />

Nesta hora, Sr. Presidente, quando a educação<br />

ganha uma importância tão grande no meio da<br />

sociedade brasileira, entre seus governantes, é bom<br />

que registremos a luta travada no Senado Federal,<br />

no Congresso Nacional, pelo grande batalhador da<br />

educação, que foi João Calmon. Nos idos de 1976,<br />

ele apresentou a primeira Proposta de Emenda à<br />

Constituição (PEC) para financiamento público da<br />

educação. Em 1983, apresentou outra PEC, que recebeu<br />

o nº 24. Todas essas Propostas de Emenda<br />

à Constituição redundaram, sem dúvida alguma, na<br />

atual obrigatoriedade assegurada pela Constituição<br />

de aplicação pela União de 18% e por Estados e por<br />

Municípios de 25%.<br />

Essa luta titânica foi empreendida pelo Senador<br />

João Calmon, que foi homenageado por esta Casa e<br />

que faleceu aos 82 anos de idade. Se aqui vivemos<br />

este momento histórico, não podemos deixar no esquecimento<br />

a lembrança desse grande homem público,<br />

que deu seu exemplo, demonstrando que o Brasil<br />

só poderia caminhar no rumo do desenvolvimento, se<br />

tivéssemos uma educação para todos, uma educação<br />

não apenas para os ricos, para os mais abastados, mas<br />

uma educação em que todos pudessem se beneficiar<br />

dos frutos da riqueza nacional.<br />

Por isso, Sr. Presidente, ao registrar que irei votar<br />

com essa proposta do Governo Federal – também<br />

há o acordo e o consenso entre os Governadores, de<br />

um modo geral –, assinalo que estamos vivendo um<br />

momento histórico na vida nacional e que não devemos<br />

nos esquecer das figuras que tanto lutaram para<br />

que o financiamento da educação fosse assegurado,<br />

obrigatoriamente. Registro, neste instante, a palavra e<br />

a lembrança do grande Senador João Calmon.<br />

Agradeço a V. Exª, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço a V. Exª, Senador Antonio Carlos<br />

Valadares.<br />

Concedo a palavra ao Senador Garibaldi Alves<br />

Filho.<br />

O SR. GARIBALDI ALVES FILHO (PMDB – RN)<br />

– Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tendo em vista<br />

o desejo de todos de que votemos imediatamente<br />

essa matéria, abro mão da minha inscrição.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço muito a V. Exª, Senador Garibaldi<br />

Alves Filho.<br />

Concedo a palavra ao Senador Inácio Arruda.<br />

O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB – CE.<br />

Para discutir. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

Srªs e Srs. Senadores, todos vamos votar, nem que<br />

cheguemos à madrugada; não há problema.<br />

Essa é uma daquelas votações históricas. Estamos<br />

regulamentando uma emenda constitucional que<br />

alargou os horizontes da educação, especialmente a<br />

educação pública no País.<br />

Tenho sempre examinado o debate em torno de<br />

uma matéria também especialíssima, que tem envolvido<br />

o Senado, a Comissão de Constituição, Justiça e<br />

Cidadania, que é a redução da maioridade penal. Aqui<br />

está o instrumento de maior eficácia, Senador Demóstenes<br />

Torres. Esse é o instrumento mais eficaz. Em vez<br />

de discutirmos a redução da maioridade penal, deveríamos<br />

ampliar os recursos para o Fundeb.<br />

Como ampliar as fontes? Uma das grandes preocupações<br />

é exatamente o aumento de 15% para 20%.<br />

O Senador Renan Calheiros, Governadores, Prefeitos,<br />

o Presidente da República, Senadores e Deputados<br />

firmaram o compromisso de que não haverá esse prejuízo<br />

para Estados e para Municípios, mesmo porque<br />

há outras matérias na frente, nas quais o Governo tem<br />

grandes interesses e que vamos ter de compartilhar


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

303<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15807<br />

com Estados e com Municípios. Então, quero compreender<br />

a votação do Fundeb nesses termos.<br />

A Senadora Fátima Cleide fez um trabalho excepcional,<br />

buscou acolher o texto da Câmara dos Deputados,<br />

ouvir os Senadores, ouvir os Governadores, que<br />

estiveram na sala do Senador Renan Calheiros para<br />

opinar, buscando instruir e melhorar o texto. Todo esse<br />

debate foi realizado.<br />

Penso neste sentido: a educação é o maior instrumento<br />

para tratarmos a questão da maioridade penal.<br />

Se discutirmos aqui como garantir as crianças na<br />

escola, como melhorar a qualidade do ensino no nosso<br />

País, como garantir aos professores uma atenção<br />

especialíssima – e aqui o texto garantiu essa atenção<br />

especial aos professores –, se realizarmos o que está,<br />

hoje, na regulamentação do texto apresentado pela<br />

Senadora Fátima Cleide, sinceramente, cumpriremos<br />

com nossa responsabilidade.<br />

Sei da pressão geral de todos para que iniciemos<br />

imediatamente a votação, mas eu não poderia deixar,<br />

Senador Renan Calheiros e minha Líder no Congresso<br />

Nacional, Senadora Roseana Sarney, de registrar<br />

a opinião do PCdoB de que esta matéria é uma das<br />

mais importantes que o Congresso Nacional está votando,<br />

que o Senado da República está votando e decidindo:<br />

a regulamentação do Fundeb, mais recursos,<br />

mais meios para a educação pública, especialmente<br />

a educação pública, com um leque amplo. Estamos<br />

tratando da educação infantil, do ensino fundamental,<br />

do ensino médio, do ensino profissionalizante, dos<br />

quilombolas, de todos os setores, digamos assim, que<br />

ficavam marginalizados na vida educacional brasileira;<br />

estamos atraindo-os para dentro do Fundeb. É uma<br />

grande vitória que vamos realizar nesta noite aqui no<br />

Senado da República.<br />

Muito obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço a V. Exª, Senador Inácio Arruda.<br />

Concedo a palavra ao Líder Valdir Raupp. Em<br />

seguida, começaremos a votação da matéria.<br />

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB – RO. Para discutir.<br />

Sem revisão do orador) – Sr. Presidente, serei<br />

bastante breve, dado o adiantado da hora.<br />

Inicialmente, antes de entrar na questão do Fundeb,<br />

gostaria de fazer referência à Medida Provisória<br />

nº 341, relatada nesta tarde pelo Senador Expedito<br />

Júnior, do meu Estado de Rondônia, a qual promove<br />

os ajustes na redação dos diplomas legais relacionados<br />

com os servidores públicos do Poder Executivo<br />

da União.<br />

O Senador Expedito fez aprovar uma emenda,<br />

transpondo os servidores estaduais, contratados ainda<br />

na época do ex-território federal de Rondônia, para os<br />

quadros da União. Já tínhamos aprovado, no ano passado,<br />

a PEC nº 87, da Senadora Fátima Cleide, que<br />

versa sobre a mesma questão e que está sendo discutida<br />

e votada na Câmara dos Deputados. Creio que<br />

o efeito final se dará nessa PEC da Senadora Fátima,<br />

mas foi válido o esforço do Senador Expedito Júnior<br />

de ter apresentado essa emenda aqui, até para provocar<br />

uma discussão, uma negociação lá na Câmara<br />

dos Deputados.<br />

Eu não estava aqui presente. A TAM resolveu<br />

me deixar em Rondônia ontem à noite. Não pousou,<br />

alternou Manaus e, depois, veio diretamente<br />

de Manaus para Brasília, e só consegui chegar aqui<br />

há pouco.<br />

Portanto, parabenizo o Senador Expedito e agradeço<br />

a todos os colegas Parlamentares que votaram<br />

nessa emenda do Senador Expedito Júnior.<br />

Falando sobre o Fundeb, Sr. Presidente, Srªs<br />

e Srs. Senadores, temos a dizer que é matéria, sem<br />

dúvida, importantíssima, brilhantemente relatada pela<br />

Senadora Fátima Cleide, também do meu Estado – hoje<br />

foi o dia dos relatores do meu Estado –, e espero que<br />

tenhamos também um final feliz nesta votação, embora<br />

saibamos que ainda há divergências.<br />

O Fundeb vem aperfeiçoar o antigo Fundef e<br />

destina recursos para todos os níveis da educação.<br />

Sabemos também que a responsabilidade da União<br />

é com o ensino superior e com o ensino profissionalizante,<br />

mas nunca é demais a União investir também<br />

no ensino fundamental, no ensino de segundo grau,<br />

no ensino infantil, na alfabetização de jovens e de<br />

adultos. Sei que a emenda destina R$33 bilhões dos<br />

Estados, R$14 bilhões dos Municípios e R$1,8 bilhão<br />

da União.<br />

O PMDB tem sete Governadores, foi o Partido que<br />

mais Governadores elegeu no País, e há uma pressão<br />

muito grande para que aprovemos a Emenda nº 52 do<br />

art. 42, passando o percentual de 15% para 20%. Se<br />

não for feito isso aqui, virá a pressão lá na frente na<br />

aprovação da CPMF, para que possamos compensar<br />

essa perda que está acontecendo aqui agora. Então,<br />

o que vou fazer? Tendo em vista essa forte pressão<br />

dos Governadores e o fato de minha Bancada estar<br />

aqui ansiosa, querendo ajudar os Estados, libero a<br />

Bancada do PMDB nessa votação.<br />

Muito obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Continua em discussão a matéria. (Pausa.)<br />

Não mais havendo quem peça a palavra, encerro<br />

a discussão.<br />

Em votação.<br />

Sobre a mesa, requerimento que será lido pelo Sr.<br />

1º Secretário em exercício, Senador Magno Malta.


304<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15808 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

É lido o seguinte:<br />

REQUERIMENTO Nº 577, DE 2007<br />

Retirada de emendas.<br />

Requeiro, nos termos do art. 256, inciso I, do<br />

Regimento Interno, a retirada das Emendas nºs 235,<br />

237 e 238, de minha autoria, oferecida ao Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Fátima<br />

Cleide.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Em votação o requerimento.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que o aprovam queiram<br />

permanecer sentados. (Pausa.)<br />

Aprovado.<br />

Sobre a mesa, requerimentos que serão lidos<br />

pelo Sr. 1º Secretário em exercício, Senador Magno<br />

Malta.<br />

São lidos os seguintes:<br />

REQUERIMENTO Nº 578, DE 2007<br />

(Destaque de Votação)<br />

Baseado do artigo 312, II do Regimento Interno<br />

do Senado Federal, solicito a votação em separado do<br />

parágrafo 2º do artigo 32 do Projeto de Lei de Conversão<br />

07 de 2007 de autoria da Câmara dos Deputados,<br />

aprovado como substitutivo ao texto da Medida Provisória<br />

339 de 2006 que versa sobre a Regulamentação<br />

do Fundeb.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

José Sarney, PSOL – Pará.<br />

REQUERIMENTO Nº 579, DE 2007<br />

Destaque de emenda para votação<br />

em separado.<br />

Nos termos do art. 312, inciso II, do Regimento Interno,<br />

requeiro destaque para votação em separado da<br />

emenda nº 52 ao Projeto de Lei PLV Nº 7, de 2007.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Marconi Perillo.<br />

REQUERIMENTO Nº 580, de 2007<br />

Senhor Presidente,<br />

Nas termos do artigo 312, inciso II do regimento<br />

Interno do Senado Federal, requeiro destaque para<br />

Votação em Separado da Emenda nº 53, de autoria<br />

de Senador Renato Casagrande, oferecida ao PLV Nº<br />

7, de 2007 (proveniente da<br />

Sala das Sessões, de maio de 2007. – Senador<br />

Arthur Virgílio.<br />

REQUERIMENTO DE DESTAQUE PARA<br />

VOTAÇÃO EM SEPARA<strong>DO</strong> DA EMENDA Nº 53<br />

AO PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO Nº 7<br />

(Medida Provisória nº 339, de 2006)<br />

REQUERIMENTO Nº 581, DE 2007<br />

Nos termos do artigo 312 do Regimento Interno,<br />

requeiro Destaque para Votação em Separado (DVS)<br />

da Emenda nº 53, de minha autoria, rejeitada pelo<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2006, referente<br />

à Medida Provisória nº 339, de 2006.<br />

Justificação<br />

A Emenda Constitucional nº 53/2006, estabeleceu<br />

em seu art. 2º, inciso III, alínea a que a lei disporá<br />

sobre “as diferenças e ponderações quanto ao valor<br />

anual por aluno entre as etapas e modalidades da educação<br />

básica e tipos de estabelecimento de ensino”.<br />

Remete, portanto, a definição dos pesos atribuídos a<br />

cada etapa da educação básica para a própria norma<br />

regulamentadora da EC.<br />

Assim sendo, no processo de fixação de diferenças<br />

e ponderações para os valores anuais por aluno,<br />

cabe definição pelo Congresso, por ser o fórum mais<br />

qualificado para discussão desses pesos e o legítimo<br />

representante dos grupos de interesses no processo<br />

de definição do mecanismo de financiamento da educação<br />

básica.<br />

A MP, em sua versão originária previa que a definição<br />

desses fatores de diferenciação seria feita por<br />

uma Junta de Acompanhamento, o que não se revestia<br />

de constitucionalidade.<br />

O PLV aprovado na Câmara modificou a MP originária,<br />

fixando, para o primeiro ano de vigência do<br />

Fundeb, esses fatores de ponderação, destinando à<br />

Comissão Intergovernamental de Financiamento para<br />

a Educação, a competência de promover as especificações<br />

dessas ponderações para os anos seguintes,<br />

considerando a correspondência ao custo real<br />

da respectiva etapa e modalidade e tipo de educação<br />

básica, segundo estudos de custo realizados e publicados<br />

pelo Inep.<br />

Ocorre, no entanto, que os índices pré-fixados<br />

pelo PLV, notadamente quanto às etapas de creche<br />

e pré-escola mostram-se muito abaixo do realmente<br />

exigido para o funcionamento adequado daquelas fases<br />

do ensino da educação básica.<br />

Por essa razão, apresento este destaque, requerendo<br />

sejam consideradas no caput do art. 36, as ponderações<br />

para cada etapa e modalidade da educação<br />

básica, propostas na Emenda nº 53, de minha autoria,<br />

e que teve por base diversos estudos produzidos pela<br />

Confederação Nacional dos Municípios – CNM, e ou-


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

305<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15809<br />

tras entidades, que vêm discutindo de forma intensa<br />

custos da educação básica, além do estudo realizado<br />

pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa – Inep/<br />

MEC, onde se apresentam diversos cenários simulando<br />

os coeficientes de distribuição para o Fundeb.<br />

Os pesos sugeridos para distribuição proporcional<br />

dos recursos respeitam, portanto, os custos relativos<br />

de cada etapa definida na medida provisória e<br />

no PLV em tela.<br />

Sala das Sessões, . – Senador Renato Casagrande.<br />

REQUERIMENTO Nº 582, DE 2007<br />

Destaque de emenda para votação<br />

em separado.<br />

Nos termos do art. 312, inciso II, do Regimento Interno,<br />

requeiro destaque para votação em separado da<br />

emenda nº 54 ao Projeto de Lei PLV nº 7, de, 2007.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Marconi Perillo.<br />

REQUERIMENTO Nº 583, DE 2007<br />

Destaque de votação em separado.<br />

Baseado do artigo 312, II do Regimento Interno<br />

do Senado Federal, solicito a votação em separado da<br />

Emenda nº 186 de autoria do Deputado Federal Ivan<br />

Valente, apresentada ao texto da Medida Provisória<br />

339, de 2006 que versa sobre a Regulamentação do<br />

Fundeb.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

José Nery, PSOL – Pará.<br />

REQUERIMENTO Nº 584, DE 2007<br />

Requeiro, nos termos do art. 312, inciso II, do<br />

Regimento Interno, destaque para votação em separado<br />

da Emenda nº 187 oferecida à Medida Provisória<br />

nº 339/2006.<br />

Sala das Sessões, 22 de abri1 de 2007. – Senadora<br />

Kátia Abreu<br />

REQUERIMENTO DE DESTAQUE PARA VOTAÇÃO<br />

EM SEPARA<strong>DO</strong> DA EMENDA Nº 187<br />

AO PROJETO DE LEI DE CON VERSÃO Nº 7<br />

(Medida Provisória nº 339, de 2006)<br />

REQUERIMIENTO Nº 585, DE 2007<br />

Nos termos do artigo 312 do Regimento Interno,<br />

requeiro Destaque para Votação em Separado (DVS)<br />

da Emenda nº 187, de autoria do Deputado Federal<br />

Lira Maia, rejeitada pelo Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 7, de 2006, referente à Medida Provisória nº 339,<br />

de 2006.<br />

Justificação<br />

O transporte escolar está incluído entre as despesas<br />

admitidas como de manutenção e desenvolvimento<br />

do ensino. Porém, com relação aos municípios,<br />

somente poderão ser computados no percentual de<br />

25% os dispêndios com transporte de alunos do ensino<br />

fundamental e da educação infantil. Mas, ao longo<br />

da história, o transporte escolar vem sendo assumido<br />

pelos municípios, inclusive os gastos envolvendo o<br />

transporte de alunos do ensino médio que não poderiam<br />

ser efetivados por outro ente federado que não<br />

o estadual.<br />

O Poder Público municipal reconhece que cabe<br />

ao estado o custeio do transporte dos alunos matriculados<br />

na sua rede e que, portanto, é necessária a<br />

transferência dos recursos com vistas a garantir o financiamento<br />

das despesas do transporte escolar dos<br />

alunos assumidos pelos municípios que estão matriculados<br />

nas redes estaduais de ensino.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Renato Casagrande<br />

REQUERIMENTO Nº 586, DE 2007<br />

Senhor Presidente,<br />

Nos termos do artigo 312, inciso II do Regimento<br />

Interno do Senado Federal, requeiro Destaque para<br />

Votação em Separado da Emenda nº 00187, de autoria<br />

do Deputado Lira Maia, oferecida ao PLV Nº 7,<br />

de 2007 (proveniente da Medida Provisória nº 339,<br />

de 2006).<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Arthur Virgílio<br />

REQUERIMENTO Nº 587, DE 2007<br />

Requerimento de destaque para votação<br />

em separado da Emenda nº 187 ao<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 7 (Medida<br />

Provisória nº 339 de 2006).<br />

Nos termos do art. 312 do Regimento Interno,<br />

requeiro destaque para votação em separado (DVS)<br />

da Emenda nº 187, de autoria do Deputado Federal<br />

Lira Maia, rejeitada pelo PLV nº 7, de 2006, referente<br />

à Medida Provisória nº 339, de 2006.<br />

Justificação<br />

O transporte escolar está incluído entre as despesas<br />

admitidas como de manutenção e desenvolvimento<br />

do ensino. Porém, com relação aos municípios,<br />

somente poderão ser computados no percentual de<br />

25% os dispêndios com transporte de alunos do ensino<br />

fundamental e da educação infantil. Mas, ao longo<br />

da história, o transporte escolar vem sendo assumido<br />

pelos municípios, inclusive os gastos envolvendo o


306<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15810 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

transporte de alunos do ensino médio que não poderiam<br />

ser efetivados por outro ente federado que não<br />

o estadual.<br />

O Poder Público municipal reconhece que cabe<br />

ao estado o custeio do transporte dos alunos matriculados<br />

na sua rede e que, portanto, é necessária a<br />

transferência dos recursos com vistas a garantir o financiamento<br />

das despesas do transporte escolar dos<br />

alunos assumidos pelos municípios que estão matriculados<br />

nas redes estaduais de ensino.<br />

Sala das sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Flexa Ribeiro.<br />

REQUERIMENTO Nº 588, DE 2007<br />

Destaque de emenda para votação<br />

em separado.<br />

Nos termos do art. 312, inciso II, do Regimento<br />

Interno, requeiro destaque para votação em separado<br />

da emenda nº 188, ao Projeto de Lei PLV nº 7,<br />

de 2007.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Marconi Perillo.<br />

REQUERIMENTO Nº 589, DE 2007<br />

Destaque de emenda para votação<br />

em separado<br />

Nos termos do art. 312, inciso II, do Regimento<br />

Interno, requeiro destaque para votação em separado<br />

da emenda nº 190, ao Projeto de Lei PLV nº 7, de<br />

2007.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Marconi Perillo.<br />

REQUERIMENTO Nº 590, DE 2007<br />

Destaque de emenda para votação<br />

em separado<br />

Nos termos do art. 312, inciso II, do Regimento<br />

Interno, requeiro destaque para votação em separado<br />

da emenda nº 191, ao Projeto de Lei PLV nº 7, de<br />

2007.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Marconi Perillo.<br />

REQUERIMENTO Nº 591, DE 2007<br />

Destaque de emenda para votação<br />

em separado.<br />

Nos termos do art. 312, inciso II, do Regimento<br />

Interno, requeiro destaque para votação em separado<br />

da Emenda nº 192 ao PLV nº 7, de 2007.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Marconi Perillo.<br />

REQUERIMENTO Nº 592, DE 2007<br />

Destaque para votação em separado<br />

da Emenda nº 193, ao Projeto de Lei de<br />

Conversão nº 7 (Medida Provisória nº 339,<br />

de 2006).<br />

Nos termos do art. 312, inciso II, do Regimento<br />

Interno, requeiro destaque para votação em separado<br />

da Emenda nº 193, de autoria do Senador Renato Casagrande,<br />

rejeitada pelo PLV nº 7, de 2007, referente<br />

a MP nº 339, de 2006.<br />

Justificação<br />

A alteração proposta visa excluir da base de<br />

cálculo de receitas que fará frente aos compromissos<br />

estaduais como refinamento de dívidas com a União,<br />

a integralidade dos recursos dos respectivos entes<br />

estaduais que serão depositados à conta do Fundeb,<br />

conforme estabelecido no art. 3º.<br />

A medida se justifica por assegurar a solvência<br />

das finanças estaduais e dos compromissos com os<br />

serviços da dívida, num contexto de assunção de novas<br />

despesas por conta do Fundeb.<br />

A proposta original contida na MP nº 339, seria<br />

excluir apenas 15% das parcelas relativas ao ICMS,<br />

ao FPE e FPM e do IPI relativo aos ressarcimentos<br />

previstos na Lei Complementar nº 87, de 1996.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2002. – Senador<br />

Flexa Ribeiro.<br />

REQUERIMENTO Nº 593, DE 2007<br />

Destaque de emenda para votação<br />

em separado.<br />

Nos termos do art. 312, inciso II, do Regimento<br />

Interno, requeiro destaque para votação em separado<br />

da Emenda nº 193 ao PLV nº 7, de 2007.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Marconi Perillo.<br />

REQUERIMENTO Nº 594, DE 2007<br />

Senhor Presidente,<br />

Nos termos do art. 312, inciso II do Regimento<br />

Interno do Senado Federal, requeiro destaque<br />

para votação em separado da Emenda nº 194, de autoria<br />

do Deputado Rogério Marinho, oferecida ao PLV<br />

nº 7, de 2007 (proveniente da Medida Provisória nº<br />

339, de 2006).<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Arthur Virgílio.<br />

REQUERIMENTO Nº 595, DE 2007<br />

Destaque de emenda para votação<br />

em separado.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

307<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15811<br />

Nos termos do art. 312, inciso II, do Regimento<br />

Interno, requeiro destaque para votação em separado<br />

da Emenda nº 194 ao PLV nº 7, de 2007.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Marconi Perillo.<br />

REQUERIMENTO Nº 596, DE 2007<br />

Destaque de emenda para votação<br />

em separado.<br />

Nos termos do art. 312, inciso II, do Regimento<br />

Interno, requeiro destaque para votação em separado<br />

da Emenda nº 195 ao PLV nº 7, de 2007.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Marconi Perillo.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Votação em globo dos requerimentos de destaque<br />

para votação em separado das Emendas nºs<br />

52, 53, 54, 187, 188, 190 a 195.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que os aprovam<br />

queiram permanecer sentados. (Pausa.)<br />

Aprovado.<br />

As emendas destacadas serão votadas oportunamente.<br />

Votação do Projeto de Lei de Conversão, que tem<br />

preferência regimental, sem prejuízo das emendas e<br />

dos destaques.<br />

Faculto a palavra a quem desejar encaminhar<br />

a votação.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sr. Presidente,<br />

apenas para esclarecer que estamos concordes em<br />

votar todos os destaques em globo, menos o de nº 194. O<br />

Senador Perillo fará a defesa da nossa tese. S. Exª havia<br />

apresentado, em sentido similar, a Emenda nº 52.<br />

O SR. DEMÓSTENES TORRES (PFL – GO. Para<br />

encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

o PFL vota favoravelmente, ressalvado o destaque<br />

feito pelo Senador Arthur Virgílio à Emenda nº 194.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço muito a intervenção de V. Exª, na<br />

forma do acordo que efetuamos com os Líderes partidários.<br />

Concedo a palavra, pela ordem, à Senadora<br />

Ideli Salvatti.<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC. Pela ordem.)<br />

– Sr. Presidente, no momento do único destaque<br />

ressalvado, vai ser garantido espaço para fazermos o<br />

encaminhamento ou tenho de fazê-lo agora? Porque,<br />

no destaque, apenas o autor do destaque fala. Portanto,<br />

quero saber se poderemos fazer o contraditório no<br />

momento do destaque que está em separado. Caso<br />

contrário, eu o farei agora. (Pausa.)<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Se V. Exª desejar, pode fazer agora o contraponto,<br />

porque, na hora da votação do destaque, fala<br />

o autor do destaque.<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC) – Só<br />

o Relator. Então, tenho que falar agora?<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Só o autor. Agora, no encaminhamento à votação,<br />

qualquer um pode falar.<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC. Para<br />

encaminhar a votação. Sem revisão da oradora.) – Então,<br />

Sr. Presidente, em primeiro lugar, quero parabenizar<br />

a Senadora Fátima Cleide pelo relatório, por todo o<br />

debate e pela acolhida; de forma muito especial, pelas<br />

emendas que ela vai destacar para votação – que sei<br />

que têm acordo –, que beneficiam a educação especial,<br />

a educação infantil. Inclusive, há prioridade, em<br />

relação à distribuição dos recursos, que retornaram aos<br />

Municípios, à creche pública e também às creches de<br />

tempo integral, tanto as conveniadas quanto as públicas,<br />

exatamente para que possamos, cada vez mais,<br />

atender adequadamente nossas crianças.<br />

Com relação ao transporte escolar, quero registrar<br />

aqui, de forma muito clara, que os Governadores<br />

têm, sim, de se responsabilizar pelo pagamento do<br />

transporte dos seus alunos. E não podemos fazer essa<br />

adequação na regulamentação do Fundeb, porque o<br />

Fundeb se destina às questões de ensino; e o transporte<br />

escolar tem de ser regulamentado pela LDB.<br />

Portanto, está correto o acordo, que será firmado<br />

aqui, no sentido de não tratarmos desse assunto no<br />

que se refere ao Fundeb; e, sim, na regulamentação<br />

da LDB, ou seja, numa modificação da LDB, para que<br />

os governos estaduais se responsabilizem pelo transporte<br />

dos seus alunos.<br />

Por último, quero deixar aqui consignada, como já<br />

tive oportunidade de mencionar, a compensação que<br />

os Estados podem fazer; eles podem abater 15% da<br />

sua receita líquida real. Isso se deve ao fato de que,<br />

na implementação do Fundef, os Estados perdiam,<br />

porque o número maior de alunos matriculados era do<br />

Município. Portanto, os Estados contribuíam, aplicavam<br />

recursos – 15% dos seus impostos – no Fundef e não<br />

tinham o mesmo retorno. Recebiam menos, porque,<br />

obviamente, havia menos alunos matriculados do que<br />

na rede municipal.<br />

Essa compensação foi feita de várias maneiras: foi<br />

adiada a implantação do Fundef; concederam-se empréstimos,<br />

por meio do BNDES, aos Estados; e houve<br />

este abatimento da receita líquida real, em termos do<br />

pagamento da dívida, com a União. Acontece que, no<br />

caso do Fundeb, não há esse prejuízo. No momento<br />

em que foi feito o acordo, a repartição do dinheiro do


308<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15812 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

fundo, aquilo que vai voltar, os Estados e Municípios vão<br />

colocar no fundo; o recurso será dividido pelo número<br />

de alunos matriculados, a União vai complementar e,<br />

para que não houvesse prejuízo, no caso do Fundeb,<br />

os alunos matriculados pelo ensino médio, que são<br />

da rede estadual, têm um peso maior, 1.2, em relação<br />

aos alunos da rede municipal, que é de 0.8. Portanto,<br />

a compensação já está feita no peso, já está feita para<br />

os Municípios, inclusive, que não têm a arrecadação<br />

municipal que entra no Fundeb. Ou seja, as receitas<br />

dos Municípios ficaram fora, para compensar o fato de<br />

os Municípios terem 0.8 por aluno.<br />

Logo, não tem cabimento fazer compensação dos<br />

15% para os 20%, porque, ao se ampliar do Fundef<br />

para o Fundeb, o prejuízo do Fundef e o abatimento<br />

continuarão sendo feitos. Como não há perda para<br />

o acréscimo do Fundeb, não há por que fazer esse<br />

abatimento, até porque já fizemos esse debate. Ao<br />

abater a dívida, os Estados que têm endividamento<br />

maior acabarão sendo os grandes beneficiados. Será<br />

um número pequeno de Estados.<br />

Portanto, se a União vai deixar de receber, como<br />

pagamento de dívida, algo em torno de R$ 1 bilhão ao<br />

ano, talvez fosse mais adequado, em vez de aprovarmos<br />

esse abatimento de 15% para 20%, trabalharmos para<br />

haver melhor aplicação desse R$ 1 bi. Poderíamos até<br />

pensar nessa negociação do transporte escolar, para<br />

que esse R$ 1 bi, em vez de ser distribuído de forma<br />

tão desigual e desproporcional entre os Estados da<br />

Federação, de repente fosse aplicado em transporte<br />

escolar, que beneficiaria todos os Estados e todos os<br />

Municípios brasileiros.<br />

Por isso, Sr. Presidente, pelo entendimento de<br />

que não há perda para os Estados ao se passar do<br />

Fundef para o Fundeb – os 15% de abatimento do Fundef<br />

serão mantidos -, é mais adequado que pensemos<br />

numa outra utilização desse R$1 bilhão de diminuição<br />

e não naquela pleiteada por vários Governadores do<br />

nosso País<br />

Portanto, o nosso voto vai ser contrário a esse<br />

destaque. Queremos que seja mantido o texto que veio<br />

da Câmara dos Deputados, nesse caso.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sr.<br />

Presidente, peço a palavra.<br />

O SR. EDUAR<strong>DO</strong> AZERE<strong>DO</strong> (PSDB – MG) – Sr.<br />

Presidente, peço a palavra para esclarecer.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Concedo a palavra ao Senador Arthur Virgílio.<br />

Em seguida, concederei a palavra ao Senador Eduardo<br />

Azeredo.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, peço<br />

que V. Exª destaque do globo a Emenda nº 187. Quem<br />

propôs o destaque foi o Senador Flexa Ribeiro, que,<br />

evidentemente, fará a defesa da tese pelo PSDB.<br />

Do mesmo modo, a respeito desse tema do transporte<br />

escolar, aguardamos a palavra autorizada e abalizada<br />

do Líder Romero Jucá.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Concedo a palavra ao Senador Eduardo Azeredo.<br />

O SR. EDUAR<strong>DO</strong> AZERE<strong>DO</strong> (PSDB – MG. Pela<br />

ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, quero<br />

apenas esclarecer que receita líquida é o que resta<br />

quando se retira algo. Se estão sendo retirados 20%,<br />

a receita líquida é de 80% e não mais de 85%. Assim,<br />

mesmo concordando que os Estados não pagarão<br />

mais, eles deixarão de pagar menos. É claro que se<br />

a dívida é calculada sobre a receita líquida, esta está<br />

diminuindo. Não há dúvida sobre isso.<br />

O SR. JOSÉ NERY (PSOL – PA) – Sr. Presidente,<br />

peço a palavra.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Concedo a palavra ao Senador José Nery.<br />

O SR. JOSÉ NERY (PSOL – PA. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, eu queria<br />

manter, para votação em separado, dois destaques que<br />

apresentamos. Um deles foi feito ao art. 32, retirando o<br />

dispositivo que corrige os valores do custo/aluno das<br />

séries iniciais do ensino fundamental vigentes no último<br />

ano do Fundef, e o outro estabelece um prazo de dois<br />

anos para a aprovação do piso salarial nacional para<br />

os profissionais da educação escolar básica.<br />

Peço a manutenção da votação em separado<br />

dos dois destaques.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Os destaques de V. Exª serão apreciados posteriormente.<br />

As Srªs e Srs. Senadores que o aprovam queiram<br />

permanecer sentados. (Pausa.)<br />

Aprovado.<br />

Passa-se à votação do § 2º do art. 32 do Projeto.<br />

O destaque do Senador José Nery, baseado no<br />

art. 312, solicita votação em separado para o §2º do<br />

art. 32 do Projeto de Lei de Conversão nº 07, de 2007,<br />

de autoria da Câmara dos Deputados.<br />

Quem quiser manter o texto vote SIM. Quem quiser<br />

retirar do texto vote NÃO e, conseqüentemente,<br />

aprovará o destaque do Senador.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – Sr. Presidente,<br />

esse é um destaque de matéria da relação e<br />

não destaque de emenda, não é?<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Do texto.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

309<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15813<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – Destaque<br />

do texto. Então, a orientação do Governo é pelo<br />

voto SIM, para se manter o texto.<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC) – Sr.<br />

Presidente, a orientação do PT e do Bloco de apoio ao<br />

Governo é a manutenção do texto. Voto SIM.<br />

O SR. JOSÉ NERY (PSOL – PA) – Sr. Presidente,<br />

peço a palavra.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – V. Exª tem direito à palavra, como autor do<br />

destaque.<br />

O SR. JOSÉ NERY (PSOL – PA. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, eu gostaria<br />

de manifestar algumas considerações importantes na<br />

votação desse destaque.<br />

O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da<br />

Educação Básica compreende a garantia de recursos<br />

para todas as modalidades de ensino da educação<br />

básica: creche, educação infantil, ensino fundamental,<br />

ensino médio e educação de jovens e adultos.<br />

O §2º do art. 32, ao estabelecer uma correção dos<br />

valores dos anos iniciais do ensino fundamental do último<br />

ano de vigência do Fundef, acaba por concentrar e, de<br />

certa forma, focalizar parte considerável dos recursos do<br />

fundo para a educação fundamental, o que levará, com a<br />

diminuição do número de matrículas na educação fundamental,<br />

a médio prazo, à diminuição dos valores do custo<br />

aluno/ano nas matrículas da educação infantil, do ensino<br />

médio e da educação de jovens e adultos.<br />

Por essa razão, estamos sugerindo, por meio<br />

desse destaque, a supressão do §2º do art. 32, que<br />

estamos discutindo neste momento.<br />

Votarei pela supressão e conclamo igual votação<br />

por parte daqueles que queiram manter um equilíbrio na<br />

distribuição e na garantia dos recursos para a educação<br />

básica. Considerando-se que é um fundo único, ele deve<br />

garantir uma certa igualdade de condições na distribuição<br />

dos recursos entre os diversos níveis de ensino, por isso<br />

nosso voto é pela supressão do § 2º do art. 32.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PC do B – CE)<br />

– Sr. Presidente, poderíamos ouvir a opinião da Relatora<br />

sobre a matéria?<br />

A SRA. FÁTIMA CLEIDE (Bloco/PT – RO) – Sr.<br />

Presidente, peço a palavra.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB –<br />

AL) – Concedo a palavra à Senadora Fátima Cleide.<br />

A SRA. FÁTIMA CLEIDE (Bloco/PT – RO. Como<br />

Relatora. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente,<br />

com relação a esse destaque específico, conforme já<br />

esclareci ao Senador José Nery, sob o meu ponto de<br />

vista pessoal não há problema nessa supressão, que,<br />

sei, é uma solicitação da campanha “Fundeb pra valer”.<br />

No entanto, como não foi objeto do acordo que fizemos<br />

antes, na Presidência, vou encaminhar a votação pela<br />

rejeição da matéria.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – Conseqüentemente,<br />

voto SIM, pela manutenção do texto.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sr.<br />

Presidente, peço a palavra.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB –<br />

AL) – Concedo a palavra ao Senador Arthur Virgílio.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sr.<br />

Presidente, o PSDB, do mesmo modo, vota SIM, portanto<br />

pela manutenção do texto.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – A votação é simbólica. Havendo dúvida, faremos<br />

uma votação nominal, se houver pedido de verificação<br />

de quorum, com suporte regimental.<br />

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB – RO) – Sr. Presidente,<br />

o PMDB vota SIM, pela manutenção do texto.<br />

O SR. DEMÓSTENES TORRES (PFL – GO) – Os<br />

Democratas votam SIM, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – SIM mantém o texto.<br />

O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PC do B – CE)<br />

– O PC do B vota SIM, Sr. Presidente.<br />

O SR. RENATO CASAGRANDE (Bloco/PSB<br />

– ES) – Sr. Presidente, o PSB vota com a Relatora e<br />

saúda a ampliação da coalizão.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – O PT já votou SIM.<br />

Está, portanto, aprovado o texto.<br />

Fica mantido, como conseqüência, o §2º.<br />

Passa-se à votação em globo das Emendas nºs<br />

232, 236, 239 e 240, da Relatora revisora, de parecer<br />

favorável.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que as aprovam<br />

queiram permanecer sentados. (Pausa.)<br />

Aprovadas.<br />

Em votação as Emendas nºs 233 e 234, nos termos<br />

das Subemendas da Relatora revisora, Senadora<br />

Fátima Cleide.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que as aprovam<br />

queiram permanecer sentados. (Pausa.)<br />

Aprovadas.<br />

Passa-se à votação das emendas destacadas,<br />

uma a uma.<br />

Votação da Emenda nº 52, destacada<br />

Concedo a palavra ao Senador Marconi Perillo,<br />

autor do requerimento, nos termos do art. 300, XVII,<br />

do Regimento Interno.<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO. Para encaminhar<br />

a votação. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

vamos votar em globo as Emendas destacadas,<br />

de nºs 339, 190, 191, 192, 193 e 195, porque são todas


310<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15814 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

emendas semelhantes à Emenda nº 194, de autoria do<br />

Senador Arthur Virgílio, a qual priorizaremos. Portanto,<br />

votaremos, em globo, as de nºs 52, 54, 339...<br />

O Sr. Romero Jucá (PMDB – RR) – Senador<br />

Marconi...<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Pois<br />

não.<br />

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – Sr. Presidente,<br />

é apenas para não haver um erro formal.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Mas a questão é regimental: não pode haver<br />

aparte...<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – Se votarmos,<br />

em globo, primeiramente, todas as emendas<br />

contrárias, depois a do Senador Arthur Virgílio ficará<br />

prejudicada, porque a mesma matéria já foi votada.<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Não<br />

é em primeiro lugar, Senador; vamos votar em globo.<br />

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – A Presidência já anunciou que vão ser votadas<br />

uma a uma. Solicito apenas que não aparteiem o orador,<br />

senão a Mesa perde a condução dos trabalhos.<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Senador<br />

Presidente, estamos acordados em votar, agora, o voto<br />

em separado da Emenda nº 194, de autoria do Senador<br />

Arthur Virgílio; depois, votaremos os demais destaques<br />

globalmente, aqueles que acabei de anunciar. Penso ser<br />

essa a preocupação do Senador Romero Jucá.<br />

Votaremos, prioritariamente, o Destaque de nº<br />

194. No momento oportuno, pedirei a palavra para fazer<br />

a defesa deste destaque.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Peço a atenção do Plenário, porque estamos<br />

em processo de votação.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que aprovam a Emenda<br />

nº 52 queiram permanecer sentados. (Pausa.)<br />

Peço a atenção do Plenário para realizarmos a<br />

votação.<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO. Pela<br />

ordem.) – Sr Presidente, fiz uma proposta.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Qual foi a proposta de V. Exª?<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – A<br />

proposta, Sr. Presidente, é votarmos agora o Destaque<br />

nº 194; depois, votaremos os demais destaques,<br />

que serão votados em globo após a votação do Destaque<br />

nº 194.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Se os Srs. Líderes estiverem de acordo, faremos<br />

isso.<br />

V. Exª está pedindo uma preferência.<br />

Em votação a preferência.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que aprovam a preferência<br />

queiram permanecer sentados. (Pausa.)<br />

Aprovada.<br />

Passamos, portanto, à votação da Emenda nº<br />

194.<br />

Senador Arthur Virgílio, consulto se V. Exª deseja<br />

falar.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – O Senador<br />

Marconi Perillo fará a defesa pelo PSDB.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB –<br />

AL) – Senador Marconi Perillo, com a palavra V. Exª.<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO. Para<br />

encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) – Sr.<br />

Presidente, Srªs e Srs. Senadores, agradeço ao Senador<br />

Arthur Virgílio pela deferência a minha pessoa para<br />

fazer a defesa deste destaque à Emenda nº 194.<br />

O objetivo é excluir da base de cálculo da receita<br />

líquida real os recursos aportados ao Fundeb, resgatando<br />

preceito já previsto no Fundef.<br />

Com a instituição do Fundef, os Governadores<br />

tiveram a oportunidade de deduzir da receita líquida<br />

real os valores aportados ao referido Fundo. Isso significava,<br />

Sr. Presidente, uma menor parcela de recursos<br />

a serem destinados ao pagamento das dívidas<br />

estaduais, renegociadas junto à União, ao amparo<br />

da Lei nº 9.496, de 1997. Este percentual acordado<br />

é da ordem de 15% para o Fundef, cuja vigência encerrou-se<br />

no final do ano passado. Com essa medida<br />

provisória, esse percentual de participação dos Estados<br />

no fundo da educação salta de 15% para 20%. A<br />

lei estabelece que o percentual de 15% será mantido<br />

para o chamado rebate. O que se pretende é rebater<br />

os 20% elevados na nova lei para evitar danos às já<br />

combalidas finanças estaduais.<br />

A exclusão, Sr. Presidente, deve ser integral sob<br />

pena de exigir-se de Estados e de Municípios uma cota<br />

maior ainda de sacrifícios com o já oneroso peso do<br />

pagamento da dívida pública renegociada pelos Estados<br />

junto à União. Pretende-se apenas, Sr. Presidente,<br />

estabelecer uma justiça fiscal com o propósito de desonerar,<br />

repito, as já combalidas finanças estaduais.<br />

Quero chamar a atenção das Senadoras e dos<br />

Senadores em relação a esse destaque. Estamos<br />

diante de uma questão muito séria que poderá comprometer<br />

enormemente as finanças dos Estados e<br />

dos Municípios.<br />

Vale lembrar, mais uma vez, Sr. Presidente, que o<br />

Fundeb será composto à razão de R$33 bilhões, originados<br />

dos cofres estaduais, R$14 bilhões, originados<br />

dos cofres ou dos tesouros municipais, e apenas R$1,8<br />

bilhão dos cofres federais, os da União.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

311<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15815<br />

Portanto, não considero demais que a União<br />

possa acrescentar mais R$1 bilhão aos R$1,8 bilhão<br />

previstos para a composição do Fundeb.<br />

Sr. Presidente, se não aprovarmos o destaque à<br />

Emenda nº 194, teremos, por exemplo, apenas em relação<br />

ao Estado de Minas Gerais, um rombo da ordem<br />

de R$123 milhões. São Paulo terá um rombo imediato<br />

de R$300 milhões; Mato Grosso, um rombo de R$25<br />

milhões em seu Erário.<br />

Portanto, é importante que todos os Senadores<br />

prestem atenção em relação a esse destaque. Afinal<br />

de contas, a União já concentra 73% de todas as receitas<br />

em seu poder, cabendo aos Estados e Municípios<br />

apenas 27% de todas as receitas tributárias e contribuições,<br />

para fazerem jus às demandas da sociedade<br />

em relação à educação, à saúde, à segurança, ao saneamento,<br />

à habitação e ao transporte, etc.<br />

Considero, portanto, fundamental a aprovação<br />

desse destaque.<br />

Chamo a atenção das Srªs e dos Srs. Senadores<br />

para o fato de que, durante todo o dia de hoje, procuramos<br />

negociar com o Governo, com as Lideranças do<br />

Governo, um consenso em relação à votação dessa<br />

emenda. Nos reunimos com os Secretários Estaduais<br />

de Educação, com os Governadores, com todas as<br />

Lideranças. Infelizmente, não conseguimos chegar a<br />

um consenso. O único instrumento democrático que<br />

nos resta agora é aprová-la pelo voto.<br />

Portanto, peço o voto das Srªs e dos Srs. Senadores<br />

que, efetivamente, têm compromisso com seus Estados<br />

– e não estou falando apenas dos Estados governadores<br />

pelos Partidos de Oposição, mas os Estados governadores<br />

pelo PMDB, pelo PT, pelo PSB, enfim, por todos os<br />

Partidos que compõem a base do Governo. Os Governadores<br />

de todos os Estados estão unidos em torno desse<br />

destaque de autoria do Senador Arthur Virgílio.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador Romero Jucá, para encaminhar a votação,<br />

concedo a palavra a V. Exª.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR. Para encaminhar<br />

a votação. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

Srªs e Srs. Senadores, eu gostaria de chamar a<br />

atenção de todos para essa questão que votaremos.<br />

Entendo a visão dos Governadores. É claro que<br />

o recurso público é pouco para tudo, mas, nesta questão<br />

específica de 15% para 20% da receita líquida de<br />

Fundef para Fundeb, quero dizer que encaminharemos<br />

contrário por se tratar de uma operação neutra.<br />

Hoje, os Estados são obrigados a gastar 25% em<br />

educação. Destes 25%, 15% são abatidos da receita<br />

líquida porque eram recursos do Fundef. Nesse novo<br />

mecanismo, os Estados continuarão a ter de gastar<br />

25% da educação e continuarão a abater da receita<br />

líquida também 15%. Qual é a diferença? A diferença<br />

é que mais 5%, dos 25% que o Estado é obrigado a<br />

gastar, vão ter de ir para o Fundeb, porque amplia a<br />

área de abrangência e de atuação da educação no<br />

Estado. Então, não há prejuízo para os Estados.<br />

No entanto, se aprovarmos o mecanismo de 15%<br />

para 20% da receita líquida, vai gerar um prejuízo para<br />

a União de R$1 bilhão por ano. Esse R$1 bilhão sai da<br />

União e beneficia, com R$700 milhões, cinco Estados.<br />

Portanto, concentra recursos públicos.<br />

Ora, se fôssemos gastar R$1 bilhão, se o Governo<br />

tivesse que abrir mão ou pudesse abrir mão de R$1<br />

bilhão na educação, não devia distribuí-lo para quem<br />

se endividou mais. Devia haver um mecanismo, por<br />

exemplo, de entregar aos Estados e Municípios que<br />

obtivessem melhor resultado em educação – por que<br />

não um bônus, o “bônus da educação”? Mas beneficiar<br />

quem se endividou mais?<br />

Dentro dessa ótica, sem poder abrir mão de R$1<br />

bilhão, porque o Governo está colocando de R$1,8 bilhão<br />

a R$4,5 bilhões no Fundeb em três anos, vamos<br />

encaminhar contra a emenda aqui apresentada.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador Demóstenes Torres, para orientar a<br />

bancada.<br />

O SR. DEMÓSTENES TORRES (PFL – GO) – Os<br />

Democratas votam “não”, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Os Democratas votam “não”.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sr.<br />

Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL.) – Senador Arthur Virgílio.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – Sr. Presidente,<br />

a Liderança do Governo encaminha o voto<br />

“não”, é uma emenda, não é um texto.<br />

O SR. DEMÓSTENES TORRES (PFL – GO) – Sr.<br />

Presidente, nós vamos votar o destaque?<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Exatamente.<br />

É “sim” ao destaque, Senador.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Quem aprova a emenda vota “sim”; quem a<br />

rejeita, vota “não”.<br />

O SR. DEMÓSTENES TORRES (PFL – GO) – Então,<br />

os Democratas votam “sim”, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Os Democratas votam “sim”.<br />

Senador Arthur Virgílio.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sr.<br />

Presidente, o PSDB vota a favor da aprovação do destaque,<br />

por coincidência, de minha autoria.


312<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15816 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC) – Sr.<br />

Presidente...<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – O PSDB recomenda o voto “sim” à aprovação<br />

do destaque.<br />

Vou colocar em votação.<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC) – O<br />

PSDB votou “sim” também?<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – Sr. Presidente,<br />

foi solicitado pelo Senador Arthur Virgílio que<br />

fizéssemos uma votação nominal. O Governo concorda<br />

e pedimos votação nominal.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Sim, mas votação nominal antes de nós fazermos<br />

a votação simbólica. Não se pode inverter.<br />

Por isso estou dizendo que vou colocar em votação.<br />

Em votação.<br />

As Srªs e os Srs Senadores que a aprovam queiram<br />

permanecer sentados. (Pausa.)<br />

Rejeitada.<br />

Chegou a hora de pedir a verificação. (Pausa.)<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Peço<br />

verificação, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – V. Exª precisa ter o apoiamento de três Srs.<br />

Senadores. (Pausa.)<br />

Senador Demóstenes Torres, Senador Jonas Pinheiro<br />

e Senadora Lúcia Vânia.<br />

A Mesa defere, na forma do Regimento...<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sr.<br />

Presidente, havia o acordo de Líderes de que seria<br />

nominal.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Em função de acordo do Líderes Partidários,<br />

de que nos lembra muito bem agora o Senador Arthur<br />

Virgílio, vamos realizar a votação nominal.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – O<br />

Senador Romero Jucá queria cobrar royalties, mas<br />

não é o caso, porque nós temos acordo para fazer a<br />

votação nominal.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – As Srªs e os Srs Senadores já podem votar.<br />

(Procede-se à votação.)<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – A Liderança<br />

do Governo encaminha o voto “não”, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – A Liderança do Governo encaminha o voto<br />

“não”.<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC) – Sr.<br />

Presidente, peço a palavra pela Liderança.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – O<br />

PSDB encaminha o voto “sim”, Sr. Presidente, e pede<br />

a todos os Senadores do PSDB que compareçam ao<br />

Plenário para a votação.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senadora Ideli Salvatti.<br />

O SR. DEMÓSTENES TORRES (PFL – GO)<br />

– Democratas votam “sim”, Sr. Presidente.<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC) – Os<br />

Democratas serão democratas a ponto de me permitir<br />

fazer a indicação antes? Está bem.<br />

Pela Liderança do PT, o voto é “não”, Sr. Presidente.<br />

Como não há uma posição fechada no Bloco, eu<br />

gostaria de recomendar aos Parlamentares do Bloco<br />

o voto “não”, mas já sei que há uma dissidência – que<br />

espero seja bem pequena – de alguns Senadores.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Como vota o PDT, Senador Osmar Dias?<br />

O SR. OSMAR DIAS (PDT – PR) – Sr. Presidente,<br />

eu votarei “sim”. Se houver algum outro Senador do<br />

PDT no Plenário, está liberado.<br />

O SR. WELLINGTON SALGA<strong>DO</strong> DE OLIVEIRA<br />

(PMDB – MG) – Sr. Presidente, eu gostaria de fazer<br />

uma pergunta ao Líder do Governo, Senador Romero<br />

Jucá. Naqueles cinco Estados que V. Exª citou, Minas<br />

Gerais está incluída?<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – Senador<br />

Wellington Salgado de Oliveira, não vamos personalizar<br />

nem agir falando o que todos sabem. A questão<br />

é apenas uma questão de princípios e de concentração<br />

de renda.<br />

O SR. WELLINGTON SALGA<strong>DO</strong> (PMDB – MG)<br />

– É importante para o meu voto.<br />

O SR. TASSO JEREISSATI (PSDB – CE) – Senador<br />

Wellington Salgado de Oliveira, eu lhe comunico oficialmente<br />

que o Estado de Minas Gerais está incluído.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador Wellington Salgado de Oliveira, comunico<br />

à Casa que fizemos, com os Líderes, um acordo<br />

de procedimento para viabilizarmos a votação desta<br />

medida provisória e de outras duas, igualmente importantes<br />

para o País.<br />

Então, esta votação foi acertada previamente com<br />

os Líderes, com os Governadores. É importante que<br />

façamos esta votação, e é importante que estejamos<br />

juntos, em um esforço futuro, para concretizarmos o<br />

que a votação significa.<br />

Eu mesmo me coloquei à disposição dos Governadores<br />

para modestamente colaborar para que isso<br />

acontecesse.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sr. Presidente,<br />

peço a palavra para encaminhar a votação.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

313<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15817<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB –<br />

AL) – Concedo a palavra ao Senador Arthur Virgílio.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Para<br />

encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) – Sr.<br />

Presidente, peço aos Senadores do PSDB que acorram<br />

ao Plenário para votarem “sim” ao destaque. Entretanto,<br />

lembro que entre PSDB e PMDB, só aí, temos<br />

13 Governadores, com mais um Governador do PFL,<br />

José Roberto Arruda, são 14 Governadores. Seriam<br />

mais da metade dos Governadores. É uma matéria de<br />

absoluto interesse dos Governadores.<br />

Daí a nossa crença de que sensibilizaremos o<br />

PMDB e a nossa crença de que quanto maior o quorum,<br />

mais possibilidade teremos de vencer essa disputa.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – E esse procedimento é fundamental para que<br />

esta sessão tenha prosseguimento e possamos apreciar<br />

as outras duas medidas provisórias.<br />

O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PR – ES) – Sr.<br />

Presidente, peço a palavra, pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Concedo a palavra, pela ordem, ao Senador<br />

Magno Malta.<br />

O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PR – ES. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, como já<br />

aconteceram todos os encaminhamentos do Governo,<br />

do Bloco e da Oposição, aproveito o momento em que<br />

se desenrola a votação de um tema tão importante para<br />

a Nação para abraçar e ser solidário a uma pessoa, Sr.<br />

Presidente. A violência que se instalou no País e que a<br />

cada dia fica pior, deixando perplexa a sociedade brasileira,<br />

uma vez que perdemos todos os limites. Agora<br />

mesmo, conversava com V. Exª sobre essa violência<br />

toda, e V. Exª externava sua preocupação no sentido<br />

de que outras medidas mais rápidas sejam tomadas<br />

pelo Parlamento, pois a sociedade pede socorro com<br />

urgência. O Rio está agonizando, assim como o meu<br />

Estado, Minas, São Paulo, enfim, o País inteiro. Guardando-se<br />

as devidas proporções, a violência brasileira<br />

tem o mesmo tamanho em todos os lugares.<br />

Por isso, Sr. Presidente, gostaria de abraçar e de<br />

me solidarizar com um cidadão do meu Estado. O jornal<br />

A Gazeta de sábado trouxe um fato que comoveu<br />

o coração das famílias do meu Estado inteiro: um perito<br />

criminal, fotógrafo da Polícia Civil, foi chamado para<br />

documentar um assassinato. Ao chegar lá, descobriu o<br />

corpo e viu que era o filho dele. Um moço de 37 anos de<br />

idade, motorista, trabalhador, conseguiu liberar o FGTS<br />

para um empreendimento familiar. Um motorista de ônibus,<br />

que foi seguido ao sair do banco, recebeu um tiro<br />

no peito para que lhe tomassem os R$5 mil.<br />

A televisão brasileira mostrou esse pai chorando,<br />

conforme foto do jornal. Pergunto: a que ponto nós<br />

chegamos? Não vamos resolver isso com viaturas. Somente<br />

um conjunto de medidas vai ajudar a minimizar<br />

a violência no País. Vivemos um estado de exceção, e,<br />

para tal, necessitamos de leis de exceção. Nosso papel<br />

é construir um instrumento de lei. O papel do Poder<br />

Legislativo é este; o do Poder Judiciário é fazer cumprir<br />

as leis; e o Poder Executivo, que tem a chave do cofre e<br />

recolhe impostos, deve executar aquilo que se vota.<br />

Por exemplo, precisamos de penitenciárias de segurança<br />

máxima – e todo mundo ri muito disso, porque<br />

penitenciária deveria para ser de segurança máxima –,<br />

dessas cinco, pelo menos. Precisamos que a iniciativa<br />

privada participe disso, por proposta de Governo, para<br />

ajudar a minimizar a violência brasileira.<br />

Sr. Presidente, este tema muito me angustia e<br />

mexe comigo. Eu dizia a V. Exª que o problema do uso<br />

e do abuso das drogas é que tem gerado essa violência<br />

na sociedade brasileira. É necessário que tomemos<br />

providências também com relação ao uso e ao abuso<br />

das drogas, porque o litro de álcool, o litro de gasolina<br />

utilizado para incendiar ônibus é comprado com dinheiro<br />

de usuário. Aquele 38 que mata o policial na rua é dinheiro<br />

de usuário. Nós não podemos pensar que usuário é<br />

inocente, e que ninguém pode tocar a mão nele.<br />

Precisamos adotar medidas, Sr. Presidente. Estou<br />

apresentando um projeto de lei exatamente para refazer<br />

o que a Lei Antidrogas desfez quando foi votada,<br />

em agosto do ano passado, retirando a punibilidade<br />

para o usuário, que, sem dúvida alguma, é o fomentador<br />

da violência, com o uso, o abuso e o dinheiro que<br />

compra desde a metralhadora ao litro de gasolina para<br />

incendiar ônibus com famílias dentro.<br />

Agradeço, Sr. Presidente, e cumprimento meus<br />

amigos Amaral e Lia, que estão assistindo a TV Senado<br />

agora e que acompanham meu trabalho desde<br />

o início, dizendo que, no último final de semana, estive<br />

no Distrito de Conduru, em Cachoeiro de Itapemirim,<br />

onde foi realizada uma festa extremamente interessante<br />

daquela população. Uma festa sem violência, uma<br />

festa em que não houve ocorrência policial, do ponto<br />

de vista do abuso ou do tráfico de drogas, e eu gostaria<br />

de registrar isso para a população do Brasil.<br />

Obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Se todos já votaram, vou encerrar a votação e<br />

proclamar o resultado.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sr.<br />

Presidente, peço a palavra pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – V. Exª tem a palavra pela ordem.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, antes<br />

de V. Exª anunciar o resultado, peço que me permita


314<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15818 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

encaminhar à Casa voto de pesar pelo falecimento do<br />

Sr. João Pinto de Camargo, que é pai da fiel servidora<br />

Maria Juscimar Orany Camargo, do meu Partido e da<br />

Liderança do PSDB.<br />

Também requeiro voto de pesar pelo falecimento<br />

do Senador José de Souza Coelho, por Pernambuco,<br />

figura da melhor qualidade que a Casa conheceu pelo<br />

seu valor público e que Petrolina conheceu pela sua abnegação<br />

e pelo seu amor ao Estado de Pernambuco.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador Arthur Vigílio, a Mesa encaminhará o<br />

requerimento de V. Exª, na forma do Regimento.<br />

Vou encerrar a votação e proclamar o resultado.<br />

(Procede-se à apuração.)


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

315<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15819<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Votaram SIM, 41 Senadores; e NÃO, 22.<br />

Houve uma abstenção.<br />

Total: 64 votos.<br />

A Emenda nº 194 está aprovada.<br />

Continua a votação simbólica das emendas destacadas.<br />

Passa-se à votação da Emenda nº 52, do Senador<br />

Marconi Perillo.<br />

Não houve acordo. Se V. Exª deseja fazer a retirada<br />

da Emenda, nós a retiraremos e prosseguiremos<br />

a votação.<br />

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB – RJ.<br />

Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

pela ordem, quero só registrar que meu voto foi “Não”,<br />

mas foi computado como “abstenção”.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – A Mesa retificará o voto de V. Exª, Senador<br />

Marcelo Crivella.<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO. Pela<br />

ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, tentamos<br />

estabelecer um acordo, hoje, em relação a alguns<br />

aspectos da Emenda nº 52, o que não foi possível. A<br />

Senadora Fátima Cleide mantém seu parecer quanto<br />

a vários artigos. E, como vários dos nossos destaques<br />

estão correlacionados ao que acaba de ser votado e<br />

aprovado, solicito a V. Exª que faça a votação em globo,<br />

ou farei a retirada. V. Exª pode fazer a votação, em<br />

globo, da Emenda nº 52...<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Da Emenda nº 52 e da Emenda nº 54.<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Da<br />

Emenda nº 54.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Da Emenda nº 54.<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Também<br />

das Emendas nº 188, 190, 191.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Das Emendas nºs 188, 190 e 191.<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Da<br />

Emenda nº 192.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Da Emenda nº 192.<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Da<br />

Emenda nº 193.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Da Emenda nº 193.<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – E<br />

da Emenda nº 195.<br />

São todas matérias correlatas, Sr. Presidente,<br />

que já foram abrigadas no destaque anterior.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço muito a V. Exª, Senador Marconi<br />

Perillo.<br />

Votação, em globo, das emendas destacadas.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que as aprovam<br />

queiram permanecer sentados. (Pausa.)<br />

Rejeitadas.<br />

Passa-se à votação da Emenda nº 186, mantida<br />

pelo Senador José Nery.<br />

Concedo a palavra ao Senador José Nery.<br />

O SR. JOSÉ NERY (PSOL – PA. Para encaminhar<br />

a votação. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

Srªs e Srs. Senadores, destaquei a Emenda nº 186,<br />

que estabelece o prazo de dois anos para a aprovação<br />

do piso salarial nacional para os profissionais da<br />

educação escolar. Sabemos que os professores vão<br />

contar com um piso nacional. Já se encontra em discussão<br />

no Congresso projeto de lei que tramita na<br />

Câmara dos Deputados, mas que não contempla os<br />

demais profissionais que atuam na educação escolar.<br />

Portanto, consideramos fundamental o estabelecimento<br />

desse prazo, para que o Governo envie ao Congresso<br />

projeto de lei que confira a todos os profissionais da<br />

educação um piso nacional que efetivamente lhes garanta<br />

as mínimas condições de trabalho e de salário<br />

para sua sobrevivência, para sua dignidade.<br />

Essa questão, creio, é tão importante quanto a<br />

definição que tomaremos daqui a pouco, quando votarmos<br />

o projeto de lei que garante o piso salarial nacional<br />

a todos os professores da educação básica. Mas,<br />

igualmente, é importante valorizar os trabalhadores<br />

em educação que compõem o sistema de educação<br />

escolar da educação básica.<br />

Portanto, destacamos essa emenda, pedindo o<br />

apoio dos Srs. Senadores e das Srªs Senadoras, por entender<br />

que é uma questão de justiça tratar com igualdade<br />

os demais profissionais de educação que não constam<br />

do projeto de lei que estabelece o piso nacional para o<br />

magistério na educação básica, em nível escolar.<br />

Essa é nossa defesa, em razão da necessidade<br />

de contemplar os demais trabalhadores em educação<br />

com um piso salarial nacional.<br />

Muito obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – As Srªs e os Srs. Senadores que aprovam a<br />

emenda queiram permanecer...<br />

A SRA. FÁTIMA CLEIDE (Bloco/PT – RO) – Sr.<br />

Presidente, peço a palavra apenas para emitir parecer<br />

sobre o destaque.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Tem a palavra a Senadora Fátima Cleide, Relatora.


316<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15820 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

A SRA. FÁTIMA CLEIDE (Bloco/PT – RO. Como<br />

Relatora. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente,<br />

gostaria, inclusive, de parabenizar o Senador José Nery<br />

pela preocupação com os funcionários de escola, que<br />

represento nesta Casa.<br />

Em meu relatório, faço referência ao piso salarial<br />

dos profissionais, mas, infelizmente, ainda não cabe no<br />

Fundeb a inclusão do piso salarial dos funcionários de<br />

escola, em função de que, para o instituirmos, precisamos<br />

alterar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, a<br />

fim de caracterizar como profissionais da educação os<br />

funcionários de escola, enfim, os outros servidores que<br />

não os docentes. Infelizmente, neste momento, ainda não<br />

temos como incorporar essa matéria ao Fundeb, porque<br />

não há fundamento na LDB para caracterizar os funcionários<br />

de escola como profissionais da educação.<br />

Mas peço o apoio do Senado – porque considero<br />

essa matéria de extrema importância –, para solicitarmos<br />

à Comissão de Educação e Cultura da Câmara<br />

dos Deputados que vote imediatamente o projeto que<br />

está na pauta há mais de um mês e que já foi aprovado<br />

por esta Casa.<br />

Neste momento, encaminho pela rejeição. O voto<br />

é “não”.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Em votação a Emenda nº 186.<br />

As Srªs e Srs. Senadores que a aprovam queiram<br />

permanecer sentados. (Pausa.)<br />

Rejeitada.<br />

O SR. JOSÉ NERY (PSOL – PA. Pela ordem. Sem<br />

revisão do orador.) – Sr. Presidente, votamos “Sim”.<br />

Nosso voto é “Sim”.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – A Mesa destacará o voto de V. Exª, Senador<br />

José Nery.<br />

A Emenda nº 53, do Senador Arthur Virgílio, não<br />

está no acordo. Vou submetê-la à votação.<br />

A SRA. FÁTIMA CLEIDE (Bloco/PT – RO. Pela ordem.<br />

Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente, essa emenda<br />

já foi acatada na Câmara dos Deputados e incorporada<br />

ao PLV. Trata-se de proposição de punição aos agentes<br />

públicos que não cumprirem o art. 212 da Constituição<br />

Federal, isto é, trata-se da subvinculação de recursos da<br />

educação. Como já foi acatada, está prejudicada.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – A oportuna emenda do Senador Arthur Virgílio<br />

já foi, portanto, acatada; dispensa-se, como conseqüência,<br />

a votação.<br />

A última Emenda é a de nº 193, do Senador Flexa<br />

Ribeiro.<br />

V. Exª retira a emenda, ou fazemos a votação?<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – Sr. Presidente,<br />

peço a palavra pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB –<br />

AL) – A Emenda nº 187 foi rejeitada, quando votada.<br />

Concedo a palavra ao Senador Romero Jucá.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, quero fazer<br />

um apelo e um registro.<br />

Essa emenda diz respeito a transporte escolar.<br />

Quero aqui marcar uma posição do Governo. Os Senadores<br />

Flexa Ribeiro, Mário Couto, José Agripino,<br />

Pedro Simon e outros vários Senadores e Senadoras<br />

trataram da questão do transporte escolar. O Governo<br />

assumiu, hoje, o compromisso de remeter, em 15 dias,<br />

uma proposta mais completa, que resolva a questão<br />

do transporte escolar.<br />

Portanto, peço ao Senador Flexa Ribeiro que retire<br />

o destaque, porque nosso compromisso é o de apresentar<br />

uma proposta. O Senador Renato Casagrande,<br />

inclusive, apresentou a emenda. Temos o compromisso<br />

de apresentar nova proposta, mais completa, que, efetivamente,<br />

atenda à questão do transporte escolar.<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA) – Sr. Presidente,<br />

peço a palavra pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB –<br />

AL) – Concedo a palavra ao Senador Flexa Ribeiro.<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, o destaque<br />

que pedi foi o da Emenda nº 187. A Emenda nº 193<br />

tem o mesmo teor da Emenda nº 194, do Senador Arthur<br />

Virgílio, e da Emenda nº 192, do Senador Marconi<br />

Perillo. Essa foi votada nominalmente, mas, sobre<br />

a Emenda nº 187, foi acordado que seria colocada<br />

também em votação.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Para abreviar o processo, coloco em votação<br />

a emenda do Senador Flexa Ribeiro.<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA) – Peço a<br />

palavra para discutir, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Concedo a palavra a V. Exª como autor, para<br />

encaminhar a votação.<br />

V. Exª dispõe de até cinco minutos.<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA. Para encaminhar<br />

a votação. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

Senador Renan Calheiros, Srªs e Srs. Senadores,<br />

essa emenda tem o mesmo objetivo – ou talvez até<br />

maior – da que aprovamos ainda há pouco, a Emenda<br />

nº 194, que permite aos Estados e aos Municípios o<br />

desconto integral das parcelas que forem alocadas no<br />

Fundeb, não apenas os 15% que eram do Fundef. Faz<br />

justiça aos Estados e aos Municípios, para que não<br />

sejam onerados no pagamento a maior das parcelas<br />

das suas dívidas, diferentemente do que aqui foi dito<br />

pelo Senador Romero Jucá.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

317<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15821<br />

Essa emenda diz respeito ao transporte escolar.<br />

A realidade vivida é que o ente municipal enfrenta<br />

grandes dificuldades de transportar seus próprios<br />

alunos. A situação se agrava ainda mais quando se<br />

vêem obrigados a assumir grande parte dos alunos<br />

das redes estaduais, sem, no entanto, terem recursos<br />

que garantam essa responsabilidade. Em média, as<br />

despesas com transporte escolar representam cerca<br />

de 16% das despesas com Manutenção e Desenvolvimento<br />

do Ensino – MDE.<br />

Senador Romero Jucá, os Prefeitos do meu Estado,<br />

o Pará, procuraram os Senadores Mário Couto<br />

e José Nery e a mim – e tenho a certeza absoluta de<br />

que os Prefeitos de todos os Estados brasileiros procuraram<br />

os representantes dos seus Estados no Senado<br />

–, mostrando a dificuldade por que passam em terem<br />

de arcar com os custos do transporte dos alunos que<br />

estão sob sua responsabilidade, como também com o<br />

custo do transporte dos alunos do Ensino Fundamental<br />

que são de responsabilidade dos governos, pois não<br />

são ressarcidos por esse trabalho.<br />

Então, o que é preciso? A emenda do Deputado<br />

Lira Maia faz com que os Estados usem os recursos<br />

do próprio Fundeb para que arquem com o transporte<br />

escolar. Dados da Confederação Nacional dos Municípios<br />

indicam que, em 2006, os Municípios brasileiros<br />

colocaram à disposição, em termos de recursos próprios<br />

para o transporte escolar, R$1,65 bilhão, enquanto<br />

foram transferidos de Estados e do Governo Federal,<br />

por meio do Programa Nacional do Transporte Escolar,<br />

apenas pouco mais de R$600 milhões.<br />

O Senador Romero Jucá, como Líder do Governo,<br />

assume o compromisso de o Governo apresentar<br />

um projeto, uma medida provisória.<br />

Pergunto ao Senador Jucá: a medida provisória<br />

virá com recursos suficientes para que os Municípios<br />

possam realmente arcar com essas despesas? Pela<br />

soma que a Confederação nos passou, somados os<br />

recursos já transferidos pela União e pelos Estados,<br />

mais o valor assumido pelos Municípios, isso fica em<br />

torno de R$2,3 bilhões.<br />

O Governo vai colocar recursos dessa ordem na<br />

medida provisória? V. Exª se compromete perante os<br />

5.562 Municípios brasileiros de que o Governo editará<br />

uma medida provisória para arcar com essa despesa?<br />

Nesse caso, podemos até conciliar. Do contrário, vamos<br />

votar, esperando que as Senadoras e os Senadores<br />

votem com os Municípios brasileiros.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Em votação a Emenda nº 187.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que a aprovam queiram<br />

permanecer sentados. (Pausa.)<br />

Rejeitada a emenda.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Sobre a mesa, parecer da Comissão Diretora,<br />

oferecendo a redação final da matéria, que será lido<br />

pelo Sr. 1º Secretário.<br />

É lido o seguinte:<br />

PARECER Nº 363, DE 2007<br />

(Comissão Diretora)<br />

Redação final das Emendas do Senado<br />

ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de<br />

2007 (MPV nº 339, de 2006).<br />

A Comissão Diretora apresenta a redação final<br />

das Emendas do Senado ao Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 7, de 2007 (MPV nº 339, de 2006), que regulamenta<br />

o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da<br />

Educação Básica e de Valorização dos Profissionais<br />

da Educação – FUNDEB, de que trata o art. 60 do Ato<br />

dos Dispositivos Constitucionais Transitórias; altera a<br />

Lei nº 10.195, de 14 de fevereiro de 2001; revoga dispositivos<br />

das Leis nos 9.424, de 24 de dezembro de<br />

1996, 10.880, de 9 de junho de 2004, e 10.845, de 5<br />

de março de 2004; e dá outras providências.<br />

Sala de Reuniões da Comissão, 22 de maio de<br />

2007.<br />

ANEXO AO PARECER Nº 363, DE 2007<br />

Redação final das Emendas do Senado<br />

ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007<br />

(Medida Provisória nº 339, de 2006).<br />

EMENDA Nº 1<br />

(Corresponde à Emenda nº 232 – Relator-revisor)<br />

Suprima-se o inciso V do § 2º do art. 8º, renumerando-se<br />

o inciso subseqüente.<br />

EMENDA Nº 2<br />

(Corresponde à Subemenda à<br />

Emenda nº 233 – Relator-revisor)<br />

Suprima-se, no § 4º do art. 8º, a expressão “até<br />

a data de publicação desta Lei”.


318<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15822 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

EMENDA Nº 3<br />

(Corresponde à Subemenda à<br />

Emenda nº 234 – Relator-revisor)<br />

No art. 10, acresça-se aos incisos I e II a expressão<br />

“em tempo integral”, substitua-se o inciso III pela<br />

expressão “creche em tempo parcial” e inclua-se o inciso<br />

IV, como “pré-escola em tempo parcial”, renumerando-se<br />

os incisos subseqüentes.<br />

EMENDA Nº 4<br />

(Corresponde à Emenda nº 236 – Relator-revisor)<br />

Dê-se ao art. 11 a seguinte redação:<br />

“Art. 11. A apropriação dos recursos<br />

em função das matrículas na modalidade<br />

de educação de jovens e adultos, nos termos<br />

da alínea c do inciso III do caput do art.<br />

60 do Ato das Disposições Constitucionais<br />

Transitórias, observará, em cada Estado e<br />

no Distrito Federal, percentual de ate 15%<br />

(quinze por cento) dos recursos do Fundo<br />

respectivo”.<br />

EMENDA Nº 5<br />

(Corresponde à Emenda nº 239 – Relator-revisor)<br />

Suprima-se no § 2º do art. 12 a expressão “referidas<br />

no caput”.<br />

EMENDA Nº 6<br />

(Corresponde a Emenda nº 240 – Relator-revisor)<br />

Insira-se no art. 36 o seguinte § 2º, renomeandose<br />

o parágrafo único como § 1º:<br />

“Art. 36. ................................................<br />

..............................................................<br />

§ 2º Na fixação dos valores a partir<br />

do 2º ano de vigência do Fundeb, as ponderações<br />

entre as matrículas da educação<br />

infantil seguirão, no mínimo, as seguintes<br />

pontuações:<br />

I – creche pública em tempo integral –<br />

1,10 (um inteiro e dez centésimos);<br />

II – creche pública em tempo parcial –<br />

0,80 (oitenta centésimos);<br />

III – creche conveniada em tempo integral<br />

– 0,95 (noventa e cinco centésimos);<br />

IV – creche conveniada em tempo parcial<br />

– 0,80 (oitenta centésimos);<br />

V – pré-escola em tempo integral – 1,15<br />

(um inteiro e quinze centésimos);<br />

VI – pré-escola em tempo parcial – 0,90<br />

(noventa centésimos).”<br />

EMENDA Nº 7<br />

(Corresponde à Emenda nº 194<br />

– apresentada perante a Comissão Mista)<br />

Dê-se ao art. 5º da Lei nº 10.195, de 14 de fevereiro<br />

de 2001, alterado pelo art. 42 do Projeto, a seguinte<br />

redação:<br />

“Art. 42. ................................................<br />

‘Art. 5º Para os fins previsto nas Leis nºs<br />

9.496, de 11 de setembro de 1997, e 8.727, de<br />

5 de novembro de 1993, na Medida Provisória<br />

nº 2.118-26, de 27 de dezembro de 2000, e<br />

no art. 4º, o cálculo da RLR excluirá da receita<br />

realizada a totalidade dos recursos aportados<br />

ao Fundeb e ao Fundef.<br />

.....................................................’(NR)”<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Em discussão a redação final. (Pausa.)<br />

Não havendo quem peça a palavra, encerro a<br />

discussão.<br />

Em votação.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que a aprovam queiram<br />

permanecer sentados. (Pausa.)<br />

Aprovada.<br />

A matéria volta à Câmara dos Deputados.<br />

A SRA. FÁTIMA CLEIDE (Bloco/PT – RO) – Pela<br />

ordem, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senadora Fátima Cleide, com os parabéns a<br />

V. Exª pelo brilhante relatório, de qualidade, amplo, por<br />

meio do qual se fez um grande entendimento, de mérito<br />

e em relação ao encaminhamento da votação.<br />

Cumprimento V. Exª.<br />

A SRA. FÁTIMA CLEIDE (Bloco/PT – RO. Pela<br />

ordem. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente,<br />

agradeço, em primeiro lugar, a V Exª, que me honrou<br />

com esta relatoria. Agradeço à Senadora Roseana<br />

Sarney, ao Senador Romero Jucá, à minha Líder, Senadora<br />

Ideli Salvatti, e a todos aqueles que contribuíram,<br />

porque isso é o resultado de um trabalho coletivo,<br />

como tudo que busco fazer na vida. Quero agradecer<br />

especialmente ao Ministro Fernando Haddad, ao<br />

Secretário de Educação Básica, o Sr. Francisco das<br />

Chagas Fernandes, à Undime, à campanha “Fundeb<br />

pra Valer!” e a todos que nos ajudaram a construir um<br />

Fundeb melhor ainda.<br />

Meu muito obrigada, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Parabéns a V. Exª.<br />

O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT– PR) – Sr. Presidente,<br />

pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador Flávio Arns.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

319<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15823<br />

O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT – PR. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, de minha<br />

parte, quero também enaltecer o trabalho da Senadora<br />

Fátima Cleide, Relatora desta matéria no Senado, assim<br />

como o da Deputada Fátima Bezerra, que o relatou<br />

na Câmara dos Deputados. A atitude da Senadora<br />

Fátima Cleide foi sempre da busca do entendimento,<br />

dos caminhos, das alternativas, do diálogo, pensando<br />

na educação, pensando no Brasil e nesse instrumento<br />

fortíssimo que é a educação para o desenvolvimento<br />

e para a construção da cidadania.<br />

Realmente, foi uma alegria grande ter a Senadora<br />

Fátima Cleide como Relatora de um assunto tão<br />

fundamental para o Brasil, que acaba de ser aprovado<br />

hoje, que é o Fundo da Educação Básica.<br />

Muito obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. EDUAR<strong>DO</strong> SUPLICY (Bloco/PT – SP)<br />

– Sr. Presidente, pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Concedo a palavra ao Senador Eduardo Suplicy<br />

pela ordem.<br />

O SR. EDUAR<strong>DO</strong> SUPLICY (Bloco/PT – SP.<br />

Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

gostaria também de cumprimentar a Senadora Fátima<br />

Cleide pelo trabalho de excelente qualidade que fez,<br />

ouvindo todos os segmentos interessados na melhoria<br />

do Fundeb, inclusive aquelas áreas e organizações<br />

que cuidam das crianças, sejam as creches públicas<br />

de tempo integral, de tempo parcial, sejam as creches<br />

conveniadas e que acabaram sendo devidamente consideradas<br />

no seu parecer. Receba meus cumprimentos,<br />

bem como os da Cooperapic, organização que teve a<br />

oportunidade de dialogar com a Srª Fátima Cleide.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sr.<br />

Presidente.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – Sr. Presidente,<br />

pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador Mário Couto.<br />

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB – PA. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, quero cumprimentar<br />

V. Exª pela condução dos trabalhos e gostaria<br />

de me dirigir ao Líder, Senador Romero Jucá. V. Exª<br />

tem consciência de que o problema do transporte escolar<br />

é muito sério no nosso País, muito sério. Eu não<br />

quis ir à tribuna, porque V. Exª, publicamente, deu a sua<br />

palavra de que, imediatamente, fará com que venha<br />

uma medida provisória que permita discutir e aprovar<br />

uma forma de se resolver o problema do transporte<br />

escolar no nosso País.<br />

Vou repetir: tenho absoluta consciência de que V.<br />

Exª sabe do grande problema do transporte escolar que<br />

os Prefeitos hoje enfrentam. Então, foi nesse sentido<br />

que o Senador Mário Couto votou a favor, confiando<br />

na palavra de V. Exª.<br />

Muito obrigado, Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço a V. Exª.<br />

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Concedo a palavra ao Senador João Pedro.<br />

Em seguida, darei a palavra ao Senador Pedro Simon,<br />

com muita honra.<br />

O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT – AM. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador) – Sr. Presidente, Srªs e Srs.<br />

Senadores, o Congresso Nacional votou uma matéria<br />

que faz história no Brasil, e eu gostaria de destacar aqui<br />

algumas de suas particularidades que são importantes<br />

para o meu Estado, o Estado do Amazonas.<br />

Há, primeiro, o caráter inclusivo do Fundeb.<br />

Eu queria ressaltar nesta Casa o trabalho da<br />

relatora da matéria, a Senadora Fátima Cleide, que<br />

muito se esforçou, que deu tudo de si para fazer um<br />

debate profundo sobre o tema e sobre ele trabalhar<br />

da melhor forma possível. Penso que o Senado alcançou<br />

o melhor.<br />

Gostaria de destacar, dentre os fatores de diferenciação,<br />

a educação indígena. Eu quero chamar a<br />

atenção para o fato de que votamos algo de grande<br />

importância para a população indígena do País, e o<br />

Estado do Amazonas é o estado que tem a maior população<br />

indígena do Brasil. O Fundeb alcança essas<br />

populações, essas crianças, esses adolescentes que<br />

estão lá na fronteira do Brasil com a Colômbia – eu<br />

falo aqui das crianças e dos jovens dos municípios de<br />

Atalaia do Norte, de Benjamim Constant, de Tabatinga,<br />

da calha do Rio Negro, de São Gabriel da Cachoeira<br />

e de tantos outros municípios. Tenho certeza de que o<br />

Brasil, de que o Senado da República, com o Fundeb<br />

de hoje, faz justiça social e corrige injustiças seculares<br />

com relação a essa população. Está de parabéns<br />

o Senado da República. Quero chamar a atenção para<br />

essa votação e para esse aspecto tão importante para<br />

a população indígena do Brasil, principalmente para a<br />

população grandiosa do Estado do Amazonas, que foi<br />

contemplada com esse projeto.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – Sr. Presidente,<br />

pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Darei já a palavra a V. Exª.<br />

Concedo a palavra ao Senador Pedro Simon<br />

pela ordem.<br />

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, quero dizer<br />

que também confiei na palavra do Líder do Governo.


320<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15824 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

Diz S. Exª que, dentro de quinze dias, uma medida provisória<br />

superará a Emenda nº 187 no que diz respeito<br />

a transporte escolar – no Rio Grande do Sul, esse é<br />

um drama tremendo, há prefeituras que não têm mais<br />

como se manter. Confio que o Líder do Governo haverá<br />

de ter, por parte do Governo, a cobertura de que<br />

ele precisa. Não vai acontecer de o Líder do Governo<br />

chegar aqui e dizer: “Olha, eu tentei, mas o Governo<br />

não me ouviu”. Eu acho que ele falou em nome do<br />

Governo, o Governo lhe dará cobertura, e nós poderemos<br />

ter uma resposta positiva para as prefeituras<br />

de todo o Brasil.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Tem a palavra o Senador Romero Jucá pela<br />

ordem.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, gostaria<br />

de solicitar que fosse colocada em pauta a Medida<br />

Provisória nº 349.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Nós vamos votar duas medidas provisórias.<br />

Eu queria, mais uma vez, como Presidente da<br />

Casa, saudar a nobre Senadora Fátima Cleide de<br />

modo a nós encurtarmos esse processo de discussão<br />

pós-votação para apreciarmos as outras duas medidas<br />

provisórias.<br />

Tem a palavra o Senador Arthur Virgílio.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Pela<br />

ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, conversando<br />

aqui com o Líder Romero Jucá, ocorreu-nos<br />

fazer agora uma votação que envolve esforço nominal,<br />

a votação da MP nº 349, deixando para amanhã<br />

as demais.<br />

Temos várias fáceis; temos dois bate-chapas,<br />

a 338 e a 347, e teremos as demais. Uma é consenso:<br />

a da Lei Kandir; há a de Itaipu e a do Pan-Americano,<br />

que creio que passarão sem maiores tergiversações.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Votaríamos duas medidas provisórias apenas<br />

e deixaríamos as outras duas. Votaríamos a 347, cujo<br />

relator é o Senador Francisco Dornelles, e a 349, cujo<br />

relator é o Senador Romero Jucá.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Faço<br />

uma contraproposta a V. Exª.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Sei que não tenho muito crédito com V. Exª...<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Não,<br />

tem todo!<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Se pudéssemos votar estaria cumprido o compromisso...<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Proponho<br />

deixarmos as emendas para amanhã. Já encerrada<br />

a discussão, faríamos a aprovação do corpo da matéria<br />

hoje e deixaríamos as emendas para amanhã.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Eu concordo.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – Votaríamos<br />

primeiro a MP nº 349, que não tem problema;<br />

depois, a MP nº 347, e deixaríamos o destaque para<br />

amanhã.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Isso<br />

é uma ponta do iceberg do crédito que V. Exª tem comigo.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Muito obrigado. É recíproco.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Item 5:<br />

PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO<br />

Nº 10, DE 2007<br />

(Proveniente da Medida Provisória nº 349, de 2007)<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui<br />

o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia<br />

do Tempo de Serviço – FGTS, altera a Lei<br />

nº 8.036, de 11 de maio de 1990, e dá outras<br />

providências (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 349, de 2007). (Programa de Aceleração<br />

do Crescimento – PAC)<br />

A matéria constou da Ordem do Dia da sessão<br />

deliberativa ordinária da última quinta-feira, quando<br />

deixou de ser apreciada em virtude da falta de acordo<br />

para sua deliberação.<br />

Antes de submeter a matéria ao Plenário, a Presidência<br />

presta os seguintes esclarecimentos:<br />

– foram apresentadas à Medida Provisória 89 emendas;<br />

– a Proposição foi remetida à Câmara dos Deputados<br />

no dia 16 de fevereiro, tendo sido apreciada naquela<br />

Casa no dia 17 de abril;<br />

– o Relator da matéria naquela Casa foi o Deputado<br />

Wilson Santiago (Bloco/PMDB-PB);<br />

– o prazo de vigência de sessenta dias foi prorrogado<br />

por igual período pelo Ato do Presidente do Congresso<br />

Nacional nº 23, de 2007, e se esgotará no dia 1º<br />

de junho;<br />

– a Medida Provisória foi recebida formalmente pelo<br />

Senado Federal no dia 26 de abril.<br />

Concedo a palavra ao Relator revisor, Senador<br />

Romero Jucá.<br />

Com seu proverbial poder de síntese, tem V. Exª<br />

a palavra.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

321<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15825<br />

PARECER Nº 364, DE 2007 – PLEN<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR. Para emitir<br />

parecer. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, o<br />

projeto faz a transferência de R$5 bilhões do patrimônio<br />

líquido do FGTS para o Fundo de Investimentos,<br />

o que vai permitir investimentos em energia, rodovias,<br />

ferrovias, hidrovias e portos. O projeto também permite<br />

aos trabalhadores optarem por aplicar até 10% de<br />

suas contas vinculadas do FGTS e garante a remuneração<br />

mínima hoje do FGTS através do Fundo da<br />

Caixa Econômica.<br />

O parecer é favorável, pois trata-se de uma medida<br />

importante, que vai ampliar os investimentos<br />

em infra-estrutura e gerar empregos. Os recursos do<br />

FGTS serão utilizados para criar uma infra-estrutura<br />

produtiva para que possamos ampliar o nível de emprego<br />

no Brasil.<br />

O parecer é favorável.<br />

É o seguinte o parecer, na íntegra:<br />

PARECER Nº , DE 2007<br />

De Plenário, ao Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 10, de 2007 (oriundo da Medida<br />

Provisória nº 349, de 22 de janeiro de 2007),<br />

que Institui o Fundo de Investimento do<br />

FGTS – FI-FGTS altera a Lei nº 8.036, de<br />

11 de maio de 1990, e dá outras providências.<br />

Relator-Revisor: Senador<br />

I – Relatório<br />

Na Câmara dos Deputados, o parecer da Medida<br />

Provisória (MPV) nº 349, de 22 de janeiro de 2007, foi<br />

proferido em plenário, pela Comissão Mista, cabendo<br />

ao Deputado Wilson Santiago relatar a matéria. Seu<br />

relatório sobre a proposição e as 89 emendas apresentadas<br />

foi pela aprovação na forma de Projeto de<br />

Lei de Conversão. Tendo sido aprovado o relatório, a<br />

matéria passou a tramitar, a partir de 20 de abril de<br />

2007, como Projeto de Lei de Conversão (PLV) nº 10,<br />

de 2007, cabendo agora ao Senado Federal sobre<br />

ele deliberar.<br />

O PLV nº 10 cria o Fundo de Investimento do<br />

Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FI-FGTS,<br />

destinado a aplicações de recursos em empreendimentos<br />

dos setores de energia, rodovia, ferrovia, hidrovia,<br />

porto e saneamento, de acordo com as diretrizes,<br />

critérios e condições estipuladas pelo Conselho<br />

Curador do FGTS.<br />

Caberá à Comissão de Valores Mobiliários (CVM)<br />

disciplinar o novo Fundo de Investimento, cujas aplicações<br />

terão cobertura de crédito da Caixa Econômica<br />

Federal – CEF. Garante-se, ademais, que os recursos<br />

alocados no FI-FGTS, em cotas de titularidade<br />

do FGTS, contarão com, no mínimo, a mesma remuneração<br />

das contas vinculadas dos trabalhadores no<br />

Fundo de Garantia.<br />

Um Comitê de Investimento – CI, constituído pelo<br />

Conselho Curador, será responsável pela aprovação<br />

dos investimentos, cabendo à CEF a administração e<br />

gestão do novo Fundo.<br />

É autorizada, de imediato, a aplicação de R$5<br />

bilhões do patrimônio líquido do FGTS para integralização<br />

de cotas do FI – FGTS e prevista a possibilidade<br />

de expansão desse montante para até 80% desse<br />

patrimônio. No entanto, os recursos terão que ser aplicados<br />

paulatinamente.<br />

As novas transferências de recursos do FGTS<br />

para o novo Fundo de Investimento apenas poderão<br />

ser efetivadas após a inversão integral dos R$5 bilhões<br />

inicialmente previstos e só ocorrerão em aplicações<br />

sucessivas de parcelas adicionais de R$5 bilhões<br />

cada, até atingir o limite de 80% do patrimônio líquido<br />

registrado em dezembro de 2006.<br />

O PLV nº 10, de 2007, também prevê que o trabalhador<br />

poderá optar por aplicar até 10% do saldo de<br />

sua conta junto ao FGTS no referido Fundo de Investimento,<br />

com isenção de imposto de renda sobre os<br />

ganhos. Em contrapartida, deixa claro que essa parcela<br />

de recursos não contará com, a garantia do Governo<br />

Federal, tal qual ocorre com o restante dos recursos<br />

da conta vinculada.<br />

Por fim, o projeto de lei estipula que, entre 2008 e<br />

2011, os orçamentos anuais do FGTS deverão prever<br />

volume mínimo de aplicações em habitação popular,<br />

equivalente ao montante verificado em 2007. A este<br />

montante deverão somar-se ainda inversões para a<br />

produção de novas moradias, igual ao total de recursos<br />

desembolsados pelo FI-FGTS no exercício imediatamente<br />

anterior.<br />

II – Análise<br />

II.1 – Atendimento dos pressupostos constitucionais<br />

de relevância e urgência e de adequação financeira<br />

e orçamentária<br />

É inegável a importância de se investir na superação<br />

dos gargalos de infra-estrutura que têm impedido<br />

um maior crescimento do Brasil. Tal iniciativa é<br />

importante porque, além de viabilizar o crescimento<br />

econômico sustentado de nossa Nação, favorece os<br />

trabalhadores, donos dos recursos do FGTS, visto seu<br />

expressivo impacto na geração de emprego e renda.<br />

Além disso, a instituição do FI-FGTS, ao compor<br />

parte essencial do Programa de Aceleração do Crescimento<br />

– PAC há tanto tempo demandado pelo País, é


322<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15826 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

tempestiva. Como bem argúi o Governo, na Exposição<br />

de Motivos da MPV nº 349, de 2007, os investimentos<br />

em infra-estrutura “são de médio e longo prazo de<br />

maturação e não podem ser postergados, o que exige<br />

uma tomada de decisão imediata, sob pena de haver<br />

comprometimento de um crescimento mais robusto<br />

com reflexos no bem-estar de gerações futuras”.<br />

Constata-se, pois, a MPV nº 349, de 2007, que<br />

deu origem ao PLV nº 10, de 2007, atende os pressupostos<br />

constitucionais de relevância e urgência requeridos<br />

pelo art. 62 da Constituição Federal.<br />

Com relação à adequação financeira e orçamentária,<br />

cabe informar que o FGTS é composto por<br />

recursos de propriedade dos trabalhadores. Ou seja,<br />

constituem recursos privados de propriedade coletiva.<br />

Assim, não se submetem às regras e restrições que<br />

regulam a aplicação de recursos públicos. Além disso,<br />

na Câmara dos Deputados, essa questão foi analisada<br />

em minúcias, quanto às possíveis repercussões sobre a<br />

receita ou a despesa pública da União e ao atendimento<br />

às normas orçamentárias e financeiras vigentes.<br />

Desse modo, também não há óbices no que concerne<br />

à adequação financeira e orçamentária do PLV<br />

nº 10, de 2007.<br />

II.2 – Aspectos jurídicos, de técnica legislativa e<br />

de mérito<br />

O PLV nº 10 apresenta adequada técnica legislativa<br />

e atende os requisitos constitucionais e jurídicos<br />

vinculados à matéria, sendo legítima a iniciativa do<br />

Presidente da República.<br />

Analisando-se especificamente a constitucional<br />

idade formal, a medida provisória, da qual resultou o<br />

projeto de lei de conversão objeto deste parecer, não<br />

apresenta vícios, porquanto observadas as regras pertinentes<br />

à iniciativa, tendo em vista o poder atribuído<br />

ao Presidente da República para<br />

normas legais desta natureza (art. 62 da Constituição<br />

Federal). Além disso, a matéria não se encontra<br />

entre aquelas que não podem ser objeto desse tipo de<br />

proposição (art. 62, § 1º, da CF).<br />

Quanto a constitucionalidade material, as medidas<br />

adotadas pelo PLV nº 10 também não apresentam<br />

qualquer vício. O art. 7º, 111, da Constituição Federal<br />

prevê o direito dos trabalhadores ao “Fundo de Garantia<br />

do Tempo de Serviço”, sem estabelecer percentuais<br />

sobre salários ou regras rígidas nas aplicações dos<br />

recursos acumulados. Assim, a legislação ordinária<br />

pode dispor sobre a utilização dos recursos e sobre os<br />

valores a serem recolhidos pelos empregadores nas<br />

contas vinculadas.<br />

Quanto ao mérito, cabem os comentários a seguir.<br />

Até a edição da MPV nº 349, as aplicações do<br />

FGTS davam-se apenas em habitação popular, saneamento<br />

básico e infra-estrutura urbana, estes últimos<br />

complementares aos projetos habitacionais (art. 9º da<br />

Lei nº 8.036/90). As disponibilidades financeiras, por<br />

seu turno, eram aplicadas em títulos públicos do Governo<br />

Federal. Aplicações estas seguras e bastante<br />

rentáveis (cerca de 13% em 2006).<br />

Com o aumento provisório da alíquota do FGTS<br />

de 8% para 8,5% e o aumento da multa rescisória de<br />

40% para 50% sobre os recursos da conta vinculada<br />

do trabalhador, para fazer face ao pagamento dos expurgos<br />

inflacionários gerados pelos planos econômicos<br />

Collor I e II e Verão (Lei Complementar nº 1.101/01),<br />

as disponibilidades financeiras do fundo tiveram expressivo<br />

crescimento.<br />

Com a aplicação dessas disponibilidades no mercado<br />

financeiro, o montante acumulado foi suficiente<br />

não apenas para honrar os pagamentos dos expurgos,<br />

como também acumular um superávit equivalente a<br />

R$21,1 bilhões. Este patrimônio líquido representa,<br />

de acordo com o Poder Executivo, o que sobraria se<br />

o Fundo tivesse que pagar hoje todas as demissões<br />

e aposentadorias de uma só vez. Ou seja, o superávit<br />

do Fundo de Garantia.<br />

O Governo viu nesse patrimônio uma saída para<br />

seus planos de investimento em infra-estrutura e apartou<br />

R$5 bilhões para constituição do FI – FGTS, destinado<br />

a investimentos em energia, rodovia, ferrovia,<br />

porto e saneamento, assim como também em hidrovia,<br />

de acordo com o PLV nº 10. Tal montante pode<br />

aumentar para algo em torno de R$16,7 bilhões (80%<br />

do patrimônio líquido do FGTS), mediante deliberação<br />

específica do Conselho Curador do Fundo. Ou seja, a<br />

Governo considera que R$4,2 bilhões (20% do patrimônio<br />

líquido) representam colchão de liquidez suficiente<br />

para cobrir eventuais rombos do Fundo de Garantia.<br />

Também foi permitido aos trabalhadores optarem<br />

por aplicar 10% de suas contas vinculadas no FI<br />

– FGTS, estando clara que a estes caberá o risco da<br />

aplicação. Tal possibilidade é similar a opção de compra<br />

de ações da Petrobras, em 2000, e da Vale do Rio<br />

Doce, em 2002. Neste último caso, os ganhos foram<br />

fenomenais: mais de 500%, no caso da Petrobras, e<br />

mais de 700%, no da Vale. Nos mesmos períodos, ou<br />

seja, 2000-06 e 2002-06, o dinheiro depositado na<br />

conta vinculada do Fundo teve correção de apenas<br />

47% e 33%, respectivamente. Mas se tratavam de<br />

ações de empresas de primeira linha, mais líquidas e<br />

menos arriscadas.<br />

Com as aplicações agora previstas, os rendimentos<br />

jamais terão desempenho próximo aos obtidos com<br />

as ações da Petrobras e da Vale. No entanto, há que


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

323<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15827<br />

se reconhecer que a atual remuneração das contas<br />

do FGTS é baixíssima – TR mais 3% anuais, a que<br />

correspondeu a algo em torno 5% em 2006. Assim,<br />

é razoável esperar que as aplicações em projetos de<br />

infra-estrutura venham a superar esse patamar. Analistas<br />

esperam que o novo fundo de investimento busque<br />

um retorno mínimo equivalente à TR mais juros de 6%<br />

ao ano, ou seja, algo próximo a 8% anual.<br />

Há que se considerar ainda que, de acordo com<br />

o PLV nº 10, a CEF, como administradora e gestora do<br />

FI-FGTS, assegurará a cobertura de risco de crédito<br />

das aplicações no novo fundo, além de garantir aos<br />

recursos aplicados remuneração mínima equivalente<br />

a das contas vinculadas no Fundo de Garantia. Assim,<br />

a instituição do FI – FGTS em nada prejudicará os trabalhadores,<br />

muito pelo contrário.<br />

Outro ponto a destacar é a importância das aplicações<br />

em infra-estrutura. Estas, além de contribuírem<br />

para desobstruir importantes gargalos ao crescimento<br />

econômico, gerarão mais emprego e renda. Na situação<br />

até então existente, os recursos do patrimônio<br />

líquido, embora gerassem boa e segura remuneração<br />

(cerca de 13% ao ano), ficavam na ciranda financeira,<br />

sem criar postos de trabalho e, assim, contribuir para o<br />

desenvolvimento econômico do Brasil. Agora, embora<br />

a perspectiva de remuneração seja menor, os efeitos<br />

multiplicadores dos investimentos poderão reverter em<br />

vantagens para os trabalhadores em geral.<br />

Em suma, o FI-FGTS será construtivo e fundamental<br />

para a criação de novas empregos no País,<br />

estando evidente o elevado impacto social da proposição<br />

legal ora analisada, razão pela qual deve ser<br />

aprovada.<br />

III – Voto<br />

Em vista do disposto, o voto é pela aprovação do<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 10, de 2007.<br />

O SR. FRANCISCO <strong>DO</strong>RNELLES (Bloco/PP<br />

– RJ) – Sr. Presidente, para discutir a matéria.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador Francisco Dornelles, V. Exª é o Relator<br />

da matéria seguinte.<br />

O SR. FRANCISCO <strong>DO</strong>RNELLES (Bloco/PP<br />

– RJ. Para discutir. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

nós temos aqui duas medidas provisórias em<br />

votação, a nº 347 e a nº 349. As duas, na realidade,<br />

visam capitalizar a Caixa Econômica, visam aumentar<br />

o patrimônio de referência da Caixa para ampliar sua<br />

base de negociação. A MP nº 347 capitaliza a Caixa<br />

com recursos do Tesouro, e a MP nº 349 quer capitalizar<br />

a Caixa com recursos do FGTS, dos trabalhadores.<br />

Em meu parecer, vou votar favoravelmente à MP<br />

nº 347, que capitaliza a Caixa com recursos do Tesouro,<br />

mas a minha posição é contrária à MP nº 349, que<br />

capitaliza a Caixa, uma instituição financeira, com recursos<br />

dos trabalhadores, com recursos do FGTS.<br />

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço ainda<br />

está, apesar do esforço, com patrimônio líquido negativo,<br />

e acho que é um erro muito grande querer capitalizar<br />

a Caixa com recursos de um fundo dos trabalhadores.<br />

Capitalizar a Caixa com recursos do Tesouro<br />

é importante, mas fazê-lo com recursos de um fundo<br />

de trabalhadores é um erro muito grave. Por isso, me<br />

posiciono contrariamente à aprovação da MP nº 349,<br />

transformada no Projeto de Lei de Conversão nº 10.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – O parecer preliminar do Relator revisor é pelo<br />

atendimento dos pressupostos constitucionais de urgência,<br />

relevância e adequação financeira e orçamentária<br />

da medida provisória, nos termos do art. 8º da<br />

Resolução nº 1, de 2002 – CN.<br />

No mérito, é pela aprovação do Projeto de Lei<br />

de Conversão.<br />

O SR. JOSÉ NERY (PSOL – PA) – Sr. Presidente,<br />

peço a palavra para discutir.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Tem a palavra V. Exª.<br />

O SR. JOSÉ NERY (PSOL – PA. Para discutir.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs.<br />

Senadores, a Medida Provisória nº 349 cria o Fundo<br />

de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de<br />

Serviço destinado a financiar a iniciativa privada nos<br />

investimentos nos setores estratégicos da economia<br />

(energia, rodovia, ferrovia, porto e saneamento).<br />

Primeiro, Sr. Presidente, queria dizer que existem<br />

ações diretas de inconstitucionalidade no Supremo<br />

Tribunal Federal que apontam, sugerem, a inconstitucionalidade<br />

dessa Medida Provisória, pois feriria o<br />

art. 192 da Constituição Federal ao permitir o uso de<br />

um patrimônio dos trabalhadores brasileiros sem assegurar<br />

expressamente a garantia de rentabilidade na<br />

aplicação dos recursos do FGTS, principalmente não<br />

respeitando os interesses da coletividade.


324<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15828 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

O parecer do relator, com o Projeto de Conversão<br />

– PLC, garante, na hipótese de extinção do Fundo<br />

de Investimento do FGTS, que o seu patrimônio será<br />

remunerado nos mesmos moldes dos recursos ordinários<br />

do FGTS, ou seja, pelos índices da poupança<br />

acrescidos de 3% de juros ao ano. Apesar da previsão<br />

de mínima remuneração dos recursos retirados do<br />

FGTS, com certeza um avanço em relação ao projeto<br />

original, o Projeto de Lei de Conversão não estipula<br />

qual será o volume e os moldes do reinvestimento ou<br />

distribuição dos resultados positivos aos cotistas do<br />

Fundo de Investimento. Do mesmo modo, não estabelece<br />

o prazo de resgate das cotas e o retorno dos<br />

recursos do Fundo de Investimento e quem comporá<br />

o Comitê de Investimento (órgão responsável pela<br />

política de investimentos do FI-FGTS), ou qual será<br />

o número de trabalhadores que comporão o Comitê.<br />

Em verdade, sequer há a garantia de participação dos<br />

trabalhadores neste Comitê.<br />

Não realizando importantes regulamentações, remete<br />

a posterior regulação pelo Conselho Curador do<br />

FGTS, órgão composto majoritariamente por membros<br />

do Governo e dos empregadores. De doze membros<br />

do Conselho, apenas três deles são representantes<br />

dos trabalhadores. Os demais são: três representantes<br />

dos empregadores, um representante do Ministério do<br />

Trabalho do Planejamento e Orçamento, do Ministério<br />

da Fazenda, do Ministério da Indústria, do Comércio e<br />

do Turismo, da Caixa Econômica Federal e do Banco<br />

Central do Brasil.<br />

Portanto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores,<br />

temos uma posição muito clara de que criar esse<br />

Fundo de Investimento para financiar grandes obras<br />

do Projeto de Aceleração do Crescimento, o chamado<br />

PAC, representa a utilização desses recursos em um<br />

prejuízo ao patrimônio dos trabalhadores ao não ter<br />

muito claro, inclusive o Comitê, o órgão que definirá<br />

a sua aplicação.<br />

Portanto, queremos manifestar o nosso voto contrário<br />

a essa Medida Provisória, associando-me às<br />

palavras do Senador Francisco Dornelles que igualmente<br />

manifestou a sua contrariedade, que é nossa,<br />

entendendo que o patrimônio dos trabalhadores não<br />

pode ser utilizado sem uma discussão mais ampla<br />

que garanta aos trabalhadores, que são os donos, os<br />

proprietários desses recursos, um efetivo poder para<br />

tratar da sua aplicação, da definição para constituir<br />

um fundo de investimento nos moldes que está sendo<br />

proposto pela Medida Provisória.<br />

Portanto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores,<br />

o P-SOL manifesta aqui o seu posicionamento contrário<br />

à aprovação da Medida Provisória, nos termos do<br />

Projeto de Lei nº 10, de 2007, por entender que fere<br />

e ataca, de certa forma, o direito a um patrimônio dos<br />

trabalhadores constituído a partir do Fundo de Garantia<br />

por Tempo de Serviço.<br />

Não somos contrários, Sr. Presidente, a investimentos<br />

em obras de infra-estrutura que o País necessita;<br />

o problema é a fórmula, o modo, são os meios<br />

em que foram propostos. Inclusive, tal medida poderia<br />

ser apresentada sob a forma de projeto de lei sem que<br />

fosse necessário, mais uma vez, o Governo emitir uma<br />

medida provisória tratando de assunto que o Congresso<br />

com certeza apreciaria e teria mais condições de fazer<br />

o debate com os interessados, que são os trabalhadores,<br />

sobre um tema, uma questão tão importante.<br />

Manifesto, então, Sr. Presidente, o nosso voto<br />

contrário à Medida Provisória, ao Projeto de Lei de<br />

Conversão nº 10, de 2007.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. RENATO CASAGRANDE (Bloco/PSB<br />

– ES) – Sr. Presidente, peço a palavra para manifestar<br />

a posição do PSB.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sr.<br />

Presidente, peço a palavra para discutir.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador Renato Casagrande e Senador Arthur<br />

Virgílio, quero fazer um apelo a V. Exªs para que<br />

votemos os pressupostos. Depois, abriríamos a discussão<br />

da matéria.<br />

Em votação os pressupostos constitucionais de<br />

relevância e urgência e de adequação financeira e orçamentária<br />

da Medida Provisória, nos termos do art.<br />

8º da Resolução nº 1, de 2002 – CN.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que os aprovam<br />

queiram permanecer sentados. (Pausa.)<br />

Aprovados, passa-se à apreciação do mérito.<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão, da<br />

Medida Provisória e das emendas, em turno único.<br />

Com a palavra o Senador Arthur Virgílio para<br />

discutir a matéria.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Para<br />

discutir. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, a<br />

Medida Provisória nº 349 institui o “Fundo de Investimento<br />

do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço,<br />

altera a Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, e dá outras<br />

providências.<br />

Muito bem. O Brasil tem apresentado números<br />

em sua economia altamente positivos nos últimos<br />

anos, principalmente em função da conjuntura econômica<br />

internacional altamente favorável e, sem dúvida,<br />

como conseqüência também do esforço de reformas<br />

estruturais empreendidas ao longo da década de 90,<br />

sobretudo de 1994 até o final da década.<br />

Cabe ressaltar, no entanto, que a taxa de crescimento<br />

econômico do Brasil é a mais baixa da América


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

325<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15829<br />

Latina, superando, na verdade, somente a do Haiti.<br />

Neste contexto, os investimentos anunciados pelo PAC<br />

na área de ferrovias, rodovias, portos, aeroportos, no<br />

campo energético, na habitação e no saneamento são<br />

prementes e focalizam gargalos de estrangulamentos<br />

sem cuja eliminação o País não consegue retomar o<br />

processo de crescimento.<br />

Embora considerando o PAC um programa bem<br />

apresentado e que exige urgente implementação, dele<br />

discordo em relação à criação do Fundo de Investimento<br />

em Infra-estrutura com recursos do FGTS. A<br />

minha discordância não é com o objetivo, mas, sim,<br />

em relação ao caminho escolhido.<br />

Concordo plenamente com a utilização de recursos<br />

do FGTS para investimentos na área de infra-estrutura,<br />

mas não vejo necessidade de ser criado um<br />

fundo de investimento específico para tal fim. Entendo<br />

que esse investimento deveria seguir a mesma sistemática<br />

existente para os investimentos em habitação<br />

e saneamento.<br />

O Conselho Curador do FGTS fixaria periodicamente<br />

um montante de recursos a ser aplicado em<br />

infra-estrutura, e tais financiamentos seriam concedidos<br />

diretamente pela Caixa Econômica Federal. O<br />

risco do investimento em infra-estrutura seria da Caixa<br />

Econômica Federal, porque, sendo ela uma instituição<br />

financeira de fomento, tem por obrigação avaliar a pertinência<br />

e a qualidade de um projeto, a confiabilidade<br />

e a capacidade de pagamento do credor.<br />

Não proponho nenhuma novidade: sugiro seguir<br />

o mesmo rito adotado pelo FAT, o Fundo de Amparo ao<br />

Trabalhador, que empresta recursos para o BNDES. O<br />

Banco usa os recursos do FAT e de outras fontes para<br />

conceder financiamentos em infra-estrutura e é inteiramente<br />

de seu risco avaliar as operações e os tomadores<br />

do crédito. Se o BNDES fizer um mau negócio, ele<br />

é que arca com os prejuízos. Ele arcará, sem dúvida,<br />

com os prejuízos advindos da sua potencial ou eventual<br />

incúria. O FAT, ou melhor, o patrimônio do conjunto dos<br />

trabalhadores não está em jogo de jeito algum.<br />

Por que o BNDES – pergunto eu – pode assumir o<br />

risco dos financiamentos que concede a investimentos<br />

em infra-estrutura com os recursos dos trabalhadores<br />

oriundos do fundo coletivo, o FAT, e a Caixa Econômica<br />

Federal não pode assumir exatamente os mesmos<br />

riscos quando conceder empréstimos também para infra-estrutura<br />

e tendo como fonte os recursos oriundos<br />

dos trabalhadores igualmente, Sr. Presidente?<br />

Portanto, considero a criação do Fundo de Investimento<br />

precedente perigoso e desnecessário. Como<br />

justificar que a poupança do trabalhador seja aplicada<br />

em operações de razoável risco, sem prévia autoriza-<br />

ção daqueles que são os verdadeiros donos do FGTS,<br />

isto é, os trabalhadores?<br />

E há outra indagação que coloco à Casa, Sr. Presidente:<br />

a Medida Provisória nº 349 autoriza também<br />

a aplicação de 80% do patrimônio líquido que o FGTS<br />

contabilizava em 31/12/2006 nesse fundo de investimento,<br />

o que corresponde a cerca de R$16,7 bilhões.<br />

Não seria importante que o Conselho Curador verificasse<br />

a existência ou não no FGTS de um passivo não<br />

contabilizado referente aos expurgos que hoje aparecem<br />

nos seus balanços como ativos diferentes?<br />

Considero o PAC um esforço importante para a<br />

elevação do nível do investimento público e privado,<br />

condição básica para a retomada do processo de crescimento<br />

em taxas avantajadas, Sr. Presidente.<br />

Concordo com a aplicação dos recursos do FGTS<br />

em infra-estrutura, repito, mas, como já disse, discordo<br />

do caminho escolhido, isto é, da criação de um fundo<br />

de investimento com recursos do FGTS. Entendo que<br />

os recursos do FGTS aplicados em infra-estrutura<br />

devem seguir a mesma sistemática dos aplicados em<br />

habitação e saneamento, isto é, aplicação por intermédio<br />

da Caixa Econômica Federal, a quem caberia<br />

o risco da operação.<br />

Por essas razões, Sr. Presidente, votarei contra<br />

o Projeto de Lei de Conversão nº 10, proveniente da<br />

MP 349, alegando, ainda, que a Medida Provisória tem<br />

o propósito único e exclusivo de capitalizar a Caixa<br />

Econômica Federal. O Governo poderia resolver isso<br />

alterando a Lei do FGTS.<br />

E diria mais, que ouvi aqui as razões curtas, objetivas,<br />

talentosas e seguras do Senador Francisco<br />

Dornelles. E não precisaria de nada mais para levantar<br />

a poeira de qualquer dúvida que restasse no meu<br />

discernimento. S. Exª foi absolutamente brilhante. Ele<br />

que relata, a seguir, uma outra Medida Provisória de<br />

capitalização da Caixa Econômica, com a qual nos colocamos<br />

de acordo no corpo. Temos, evidentemente,<br />

discordâncias em relação à Base do Governo no que<br />

diz respeito às emendas que lá estão inseridas e que<br />

tratam de questões ligadas ao pacto federativo.<br />

Ou seja, capitalizar a Caixa Econômica, sim. É<br />

o que diz o Senador Francisco Dornelles; é o que diz<br />

o PSDB. O meio escolhido é que não parece o mais<br />

adequado para os trabalhadores. Por outro lado, se<br />

se quer capitalizar a Caixa Econômica Federal, podese<br />

mexer na lei do FGTS e, com facilidade, chegar a<br />

esse objetivo até porque – repito – não temos nada<br />

contra capitalizar a Caixa Econômica Federal. E, mais<br />

ainda, não temos nada contra investimento do FGTS<br />

em infra-estrutura, mas temos o exemplo de que o FAT<br />

opera bem quando empresta seus recursos ao BNDES.<br />

Por outro lado, não teríamos como fazer diferente, a


326<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15830 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

menos que menosprezássemos a segurança em relação<br />

ao futuro daqueles que constroem o grosso da<br />

riqueza nacional, ou seja, os trabalhadores do País,<br />

Sr. Presidente.<br />

Muito obrigado.<br />

Durante o discurso do Sr. Arthur Virgílio,<br />

o Sr. Renan Calheiros, Presidente, deixa a cadeira<br />

da presidência, que é ocupada pelo Sr.<br />

Valdir Raupp.<br />

Durante o discurso do Sr. Arthur Virgílio,<br />

o Sr. Valdir Raupp, deixa a cadeira da presidência,<br />

que é ocupada pelo Sr. Renan Calheiros,<br />

Presidente.<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA) – Sr. Presidente,<br />

peço a palavra para discutir.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Já vou conceder a palavra a V. Exª. Está inscrito,<br />

primeiro, o Senador Renato Casagrande.<br />

O SR. RENATO CASAGRANDE (Bloco/PSB – ES.<br />

Para discutir. Sem revisão do orador.) – Muito obrigado,<br />

Sr. Presidente. Quero manifestar rapidamente minha<br />

opinião com relação a essa matéria. Diferentemente<br />

de alguns Senadores que se posicionaram contrariamente,<br />

sou favorável a ela.<br />

Essa matéria provocou um debate sobre o FGTS.<br />

É importante debater o FGTS, um fundo que tem um<br />

patrimônio líquido de R$21 bilhões, que remunera as<br />

contas individuais com 3%, mais a poupança, mais a<br />

correção. Essa matéria tem nos proporcionado esse<br />

debate. Não há prejuízo algum ao Fundo e aos trabalhadores.<br />

O Fundo constituído vai garantir a remuneração<br />

mínima e fazer investimentos em setores estratégicos<br />

no País. Então, não vejo nenhum problema,<br />

nenhum ataque ao Fundo, nenhuma possibilidade de<br />

prejuízo.<br />

Trata-se de um recurso já usado pela Caixa Econômica<br />

Federal para diversos investimentos e por<br />

meio do qual, agora, também fará investimentos em<br />

outras áreas.<br />

Por isso, a posição do nosso Partido é pela aprovação<br />

da matéria, de acordo com o Relator, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Tenho a honra de conceder a palavra ao Senador<br />

Flexa Ribeiro, para dar continuidade à discussão.<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA. Para discutir.<br />

Sem revisão do orador.) – Agradeço ao nosso<br />

Presidente, Senador Renan Calheiros.<br />

Atendendo ao pedido da Senadora Ideli Salvatti,<br />

serei bastante conciso. Nosso Líder Arthur Virgílio já<br />

posicionou o voto do PSDB, e o Senador e Ministro<br />

Francisco Dornelles já colocou, de forma clara, que é<br />

a favor da capitalização da Caixa Econômica Federal,<br />

mas não com recursos do FGTS.<br />

Quero apenas alertar aos nobres Senadores e<br />

Senadoras que, ao aprovar esta Medida Provisória,<br />

Senador Tasso Jereissati, estaremos dando um cheque<br />

em branco ao Governo para utilizar, nesse Fundo<br />

de Investimento, não somente os R$5 bilhões que estamos<br />

discutindo agora, mas até 80% do patrimônio<br />

líquido do FGTS. Ou seja, 80% dos R$21 bilhões de<br />

patrimônio líquido, algo em torno de R$16 bilhões a<br />

R$17 bilhões.<br />

Apresentei uma emenda, Sr. Presidente Renan<br />

Calheiros, para que qualquer aumento de valor do FGTS<br />

no Fundo de Investimento não seja elevado, mediante<br />

autorização pura e simples do Conselho Curador do<br />

FGTS, como estabelece a Medida Provisória. Mas uma<br />

proposta dessa grandeza, que afeta o patrimônio do<br />

trabalhador brasileiro, tem de ser discutida no Congresso<br />

Nacional. Até porque não se conhecem os critérios<br />

que deverão nortear as transferências dos recursos do<br />

FGTS para o Fundo de Investimentos do FGTS, criado<br />

por iniciativa do Governo.<br />

Pedi destaque da minha emenda para que possamos<br />

votá-la em separado, pelo menos para que o<br />

acréscimo de recursos no Fundo tenha de ser aprovado<br />

pelo Congresso Nacional, Senador César Borges, e<br />

não por uma resolução do Conselho Curador.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Tenho a honra de conceder a palavra ao Senador<br />

Tasso Jereissati. Em seguida, concederei a palavra<br />

ao Senador Eduardo Azeredo.<br />

O SR. ALOIZIO MERCADANTE (Bloco/PT – SP)<br />

– Estou me inscrevendo também, Sr. Presidente.<br />

O SR. TASSO JEREISSATI (PSDB – CE. Para<br />

discutir. Sem revisão do orador.) – Senador Renan<br />

Calheiros, Srªs e Srs. Senadores, o primeiro projeto<br />

que relatei ao chegar ao Senado pretendia retirar parte<br />

dos recursos do Fundo de Garantia para que fossem<br />

aplicados na Bolsa de Valores. Dessa maneira, o projeto<br />

não só popularizaria a aplicação em recursos na<br />

Bolsa como fortificaria esse instrumento.<br />

Na época, depois de bastante estudar e conversar<br />

com várias entidades, chegamos a algumas conclusões.<br />

Os recursos do FGTS são os únicos destinados<br />

exclusivamente à habitação e ao saneamento.<br />

Habitação e saneamento no Brasil talvez sejam<br />

os problemas mais graves de infra-estrutura. Qualquer<br />

grande cidade, qualquer pequena cidade, seja<br />

do Norte, do Nordeste, do Sul, cidades ricas de São<br />

Paulo apresentam problemas gravíssimos em termos<br />

de saneamento e habitação.<br />

Retirar recursos dessas áreas para deixá-los à<br />

discrição do Governo é um erro gravíssimo, não só


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

327<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15831<br />

pelos recursos retirados, mas pelo precedente que<br />

se abre.<br />

Na época, Senador Arthur Virgílio, considerei que<br />

era interessante aplicar alguns recursos do FGTS na<br />

Bolsa de Valores, mas fui alertado por precedentes<br />

que me lembravam, Senador Mão Santa, da nossa<br />

antiga e saudosa Sudene. Existia um bolo de incentivos<br />

fiscais a serem aplicados no Nordeste. Depois,<br />

foi criado o incentivo do turismo, da pesca etc. e, no<br />

fundo, ninguém mais se beneficiou disso, pois não<br />

havia recursos suficientes para nenhuma das áreas.<br />

Agora, tenta-se fazer a mesma coisa: tirar recursos do<br />

saneamento e da habitação para destiná-los a outras<br />

obras, a critério do Governo. É um erro gravíssimo e<br />

um precedente que se abre.<br />

Por outro lado, mexe-se no Fundo, agora um pouco<br />

mais melhorado, daquele recurso que é do trabalhador<br />

e que deve ter sua administração voltada para<br />

o melhor resultado, para a melhor rentabilidade, e não<br />

para obras do Governo que melhor se ajustem aos interesses<br />

deste ou daquele Governo de plantão.<br />

É um Fundo de longuíssimo prazo, que dá garantia<br />

de recursos ao trabalhador brasileiro e deve ser administrado<br />

de maneira profissional, dando aos trabalhadores<br />

brasileiros os melhores resultados possíveis.<br />

Por isso, quero me juntar aos vários Senadores<br />

que já se manifestaram, inclusive às brilhantes palavras<br />

do Senador Francisco Dornelles, que já deixaram<br />

bem claro a impropriedade dessa decisão.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço a V. Exª.<br />

Tem a palavra o Senador Eduardo Azeredo.<br />

O SR. EDUAR<strong>DO</strong> AZERE<strong>DO</strong> (PSDB – MG. Para<br />

discutir. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, esta<br />

Medida Provisória, na verdade, é um cheque em branco<br />

que se dá ao Governo. Fala-se aqui em R$5 bilhões,<br />

mas pode chegar a R$18 bilhões.<br />

Quero lembrar que, ainda hoje pela manhã, na Comissão<br />

de Educação, discutimos o projeto do Senador<br />

Flávio Arns, do PT do Paraná, em que S. Exª propõe<br />

que 10% dos recursos do Fundo sejam destinados a<br />

um fundo para financiar a educação superior.<br />

O que aconteceu? O Governo pediu vista do<br />

projeto. Então, está aí claramente uma incoerência.<br />

Se pode tirar dinheiro para fazer um fundo a fim de<br />

construir, como está aqui, pontes, rodovias, hidrelétricas,<br />

por que não pode tirar recursos para financiar o<br />

ensino, que é o maior patrimônio que se pode ter em<br />

qualquer família?<br />

Não tenho dúvida de que esse projeto é inapropriado.<br />

Mas que fique claro que o Governo terá menos<br />

argumentos para tentar derrotar outros tipos de aplica-<br />

ção do Fundo de Garantia, especialmente nessa área<br />

da educação, pela qual me bato há muito tempo.<br />

O Fundo de Garantia tem realmente um patrimônio<br />

líquido elevado, tem tido recordes de arrecadação,<br />

está com superávit, não há dúvida com relação a esses<br />

números, mas a dúvida é em relação ao que fazer com<br />

esse recurso, se não seria melhor usar esse mesmo<br />

dinheiro para outras finalidades, como a própria área<br />

de saneamento, de incremento maior do financiamento<br />

às habitações de baixa renda, financiamento de lote<br />

urbanizado, como aprovamos ainda na semana passada.<br />

Outras modalidades existem. Por que o Governo<br />

libera apenas para infra-estrutura?<br />

Que fique essa ressalva. A minha posição, assim<br />

como a dos nossos companheiros do PSDB que já falaram,<br />

é votar contra essa medida provisória por julgá-la<br />

um cheque em branco e, volto a dizer, pela incoerência<br />

com os posicionamentos anteriores do Governo.<br />

O SR. ALOIZIO MERCADANTE (Bloco/PT – SP)<br />

– Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador Aloizio Mercadante, com a palavra<br />

V. Exª.<br />

O SR. ALOIZIO MERCADANTE (Bloco/PT – SP.<br />

Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Queria ponderar<br />

ao Plenário, pois já tivemos, hoje pela manhã, quatro<br />

Comissões trabalhando com bastante intensidade, além<br />

da CPI, que também teve a sua reunião ordinária. Estamos<br />

trabalhando desde as 14 horas. É verdade que foi<br />

muito longo o processo de votação do Fundeb, mas é<br />

um projeto de amplo alcance, que vai proteger a educação,<br />

os professores. Agora entramos na discussão<br />

dessa medida provisória da Caixa Econômica Federal,<br />

que me parece igualmente essencial para alavancar<br />

investimento em infra-estrutura; mas, dado certo esvaziamento<br />

do plenário e dado o desgaste de quem<br />

está trabalhado há quase oito horas ininterruptamente<br />

aqui nas discussões, queria propor ao Presidente e às<br />

demais Lideranças que adiássemos a votação dessa<br />

medida provisória para amanhã.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Acabamos de fazer um acordo, inclusive com<br />

a Oposição, que se comprometeu com o quorum e<br />

que, apesar de ter discordância no mérito da medida,<br />

vai votar. E vamos fazer a votação dos destaques da<br />

outra medida provisória amanhã.<br />

Nós ainda temos uma medida provisória para<br />

votar.<br />

O SR. ALOIZIO MERCADANTE (Bloco/PT – SP)<br />

– Sr. Presidente, eu acho que o problema aqui não é<br />

só de acordo de procedimento. É acordo de mérito,<br />

que não existe. Vamos à votação....


328<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15832 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Queria só lembrar que essas medidas perderão<br />

eficácia na próxima semana, e eu não queria, sinceramente,<br />

assumir a responsabilidade de que o Senado<br />

Federal, exatamente o Senado Federal, dificultou a vida<br />

do Programa de Aceleração do Crescimento.<br />

O SR. ALOIZIO MERCADANTE (Bloco/PT – SP)<br />

– Estou totalmente de acordo com a preocupação do<br />

Presidente da Casa, é também a minha. Por sinal,<br />

fiz advertência, ficamos três semanas sem votação,<br />

quando não deveríamos ter ficado, mas a minha preocupação...<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Ficamos, mas trabalhei todos os dias para<br />

votarmos.<br />

O SR. ALOIZIO MERCADANTE (Bloco/PT – SP)<br />

– Só para concluir, Presidente. Eu sei e não estou<br />

questionando a Presidência da Casa. Estou chegando<br />

a uma reflexão objetiva. O que nós não podemos<br />

é perder também a medida provisória do ponto de vista<br />

de quem tem compromisso estratégico com esse<br />

Programa por problemas de quorum ou de votação.<br />

Acho que estamos com o plenário bastante esvaziado<br />

para uma votação, porque vamos à votação de<br />

mérito, e, pelo que entendi, a Oposição está encaminhando<br />

contra a medida provisória. Nós não estamos<br />

mais discutindo uma emenda, um aperfeiçoamento;<br />

a Oposição está encaminhando para votar contra a<br />

medida provisória.<br />

Eu não gostaria de colocar em risco essa medida<br />

provisória, porque ela é essencial para financiamento<br />

da estrutura do País. Se ela é essencial, acho que deveríamos<br />

ir à votação com quorum pleno, e peço às<br />

Lideranças, especialmente da Base do Governo, que<br />

avaliem o encaminhamento que estamos fazendo.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente queria<br />

fazer uma observação na direção do que está falando<br />

o Senador Mercadante. Tínhamos feito um acordo de<br />

que votaríamos esta medida provisória de forma simbólica<br />

– eu ia inclusive acatar um destaque da Senadora<br />

Lúcia Vânia –, entraríamos na discussão da MP<br />

nº 347 e não faríamos a votação nominal exatamente<br />

porque o quorum está baixo. Então, ficaria para amanhã.<br />

Como estamos mudando o entendimento, e o<br />

encaminhamento da Oposição é contrário à medida<br />

– e já há informação de que haverá votação nominal,<br />

porque, daqui a dez minutos, completará uma hora<br />

de votação nominal e será possível a verificação –,<br />

nós não estamos querendo votar nominalmente hoje.<br />

Esse foi o entendimento. Se vai haver votação nominal<br />

hoje, prefiro que encerremos a discussão desta medida<br />

provisória e que a votação fique para amanhã, às<br />

14 horas, na mesma sistemática que V. Exª marcou a<br />

Ordem do Dia para hoje, às 14 horas.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sr.<br />

Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador Arthur Virgílio.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Pela<br />

ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, eu<br />

concordo com o método, concordo que se esgote a<br />

discussão agora e que se inicie a reunião de amanhã<br />

com a votação nominal da matéria. Houve apenas uma<br />

quebra de comunicação, porque, desde o início, nós<br />

havíamos pontuado que esta era uma que levaria, inevitavelmente,<br />

à votação nominal, em função da análise<br />

negativa sobre ela que havia feito a nossa assessoria<br />

- basicamente os argumentos aqui muito bem expendidos<br />

pelo Senador Francisco Dornelles e que nós aqui<br />

tentamos modestamente acompanhar.<br />

Portanto, Sr. Presidente, o que havia de fato – aí<br />

é que eu vejo o mal-entendido – era o desejo de votar<br />

simbolicamente a seguinte. Nós votaríamos a MP nº<br />

347 simbolicamente e ressalvados os destaques, que<br />

ficariam para amanhã. Esta estava prevista na nossa<br />

cabeça que seria uma votação nominal. Mas concordo<br />

com os cuidados que aqui propõem em relação ao<br />

Governo que representam – e representam muito bem<br />

– os Senadores Romero Jucá e Aloizio Mercadante. Eu<br />

não procederia diferente se estivesse no lugar deles.<br />

Apenas para que fique bem claro: nós não mudamos<br />

de posição; nós tínhamos o entendimento de<br />

que esta seria uma MP que levaria à votação nominal;<br />

a seguinte é que, no corpo essencial dela, não; ressalvando<br />

os destaques, nós deixaríamos para fazer o<br />

confronto no mérito democrático durante a apreciação<br />

dos destaques.<br />

Mas, sendo assim, o nosso espírito continua<br />

sendo o mais positivo possível em relação a, logo de<br />

início, medirmos forças em relação a essa matéria. Em<br />

seguida, iríamos para a MP nº 347, com a perspectiva<br />

de votação nominal...<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – V. Exª está propondo – só para que nós entendamos<br />

melhor – que nós encerremos esta discussão,<br />

deixemos a votação para amanhã e votemos a<br />

medida seguinte?<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Exatamente.<br />

Quanto ao método, a mesma coisa...<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Então, fazemos isso, com a aquiescência dos<br />

Líderes.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – A Liderança<br />

do Governo concorda.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

329<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15833<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Está, portanto, encerrada a discussão.<br />

O SR. EDUAR<strong>DO</strong> SUPLICY (Bloco/PT – SP)<br />

– Pela ordem, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador Suplicy.<br />

O SR. EDUAR<strong>DO</strong> SUPLICY (Bloco/PT – SP. Pela<br />

ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, eu<br />

gostaria de tratar de um assunto de emergência.<br />

Faço aqui um apelo aos estudantes da Universidade<br />

de São Paulo, que, neste instante, encontram-se<br />

em assembléia, para que possam, diante do esforço<br />

realizado inclusive pela Reitora, a Profª Suely Vilela,<br />

e o empenho de tantas pessoas que estão intercedendo<br />

perante o Governador José Serra, o Secretário<br />

José Aristodemo Pinotti, o Secretário de Segurança<br />

Ronaldo Marzagão, a fim de haja uma solução sem a<br />

utilização de força policial, para que cheguem a uma<br />

solução de bom senso que signifique a desocupação,<br />

por meio pacífico e por resolução deles, do edifício<br />

sede da Reitoria.<br />

Não vou entrar em detalhes, Sr. Presidente, mas<br />

deixo registrado este apelo de bom senso aos estudantes<br />

e aos servidores da Universidade de São Paulo,<br />

para que possam...<br />

O Sr. Aloizio Mercadante (Bloco/PT – SP) – Permite-me<br />

só um adendo, Senador Suplicy?<br />

O SR. EDUAR<strong>DO</strong> SUPLICY (Bloco/PT – SP)<br />

– Claro, Senador Aloizio Mercadante.<br />

O Sr. Aloizio Mercadante (Bloco/PT – SP) – Estou<br />

totalmente de acordo que haja bom senso, que se<br />

busque um caminho de negociação e que se procure<br />

respeitar a Universidade na qual eu me graduei. Mas<br />

acho igualmente inadmissível a eventualidade de a<br />

tropa de choque entrar na USP. Quero lembrar que<br />

tivemos ali embates muito importantes quanto à ditadura,<br />

e isso nunca aconteceu. Acho que tem de ser<br />

uma saída negociada, mas sem o uso da força, porque<br />

isso não tem o menor sentido neste momento que o<br />

País atravessa. Deve haver especialmente o respeito<br />

à autonomia universitária.<br />

O SR. EDUAR<strong>DO</strong> SUPLICY (Bloco/PT – SP) – É<br />

exatamente esse o apelo que faço. Inúmeras pessoas<br />

- como o Professor Dalmo de Abreu Dallari, a Presidente<br />

da Condep, Rose Nogueira, Plínio de Arruda Sampaio,<br />

o Professor Fábio Konder Comparato e tantas outras<br />

- estão em diálogo direto com os estudantes, estão<br />

colaborando, estão dialogando com os estudantes e<br />

servidores para que possa ser encontrada uma saída<br />

de bom senso para todas as partes e se evite qualquer<br />

tragédia na Universidade de São Paulo.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sr.<br />

Presidente, se V. Exª me permite.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador Arthur, temos inscritos ainda para discutir<br />

a Medida Provisória, cuja votação ficou transferida<br />

para amanhã, o Senador César Borges, o Senador<br />

Marconi Perillo e o Senador Inácio Arruda.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Eu<br />

gostaria apenas, Sr. Presidente, de dois minutos, ainda<br />

sobre esse tema que atravessou aqui...<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Com a palavra V. Exª.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Pela<br />

ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, não<br />

é do Governador Serra fazer uma tragédia, ou seja, a<br />

impressão que eu tenho é que S. Exª enfrenta certa<br />

tragédia que encontrou na Universidade e tem sido<br />

muito elogiado. Tenho lido sobre o assunto. Não falei<br />

com S. Exª sobre o assunto, mas tenho lido fartamente<br />

sobre a sua atuação, que tem sido elogiada. Pareceme<br />

que o seu Governo procura dar um rumo, enfrentando<br />

certos privilégios, certos vícios enraizados na<br />

Universidade.<br />

Eu ligaria para ele agora, precisamente porque<br />

concordo que a solução deva ser democrática. Sinto<br />

que o Senador Suplicy trouxe para o seu Partido uma<br />

responsabilidade enorme, porque arrolou cinco, seis ou<br />

sete pessoas ilustres, todas do PT, as que vão dialogar<br />

com os estudantes, e imagino que elas vão colaborar<br />

para a solução de bom senso, que não estão lá para<br />

fazer nada diferente disso.<br />

Pois bem; eu ligaria para o Governador José Serra<br />

agora, para dizer que, de fato, ele deve buscar solução<br />

negociada ao máximo, sempre; deve proteger – ele que<br />

foi um exilado da ditadura militar – as prerrogativas da<br />

universidade, enfim.<br />

Mas, veja V. Exª: é coerente com o bom governo<br />

que faz, é coerente com o bom trabalho que executa<br />

tocar para frente, entre seus projetos, esse de modernizar<br />

a universidade.<br />

O Sr. Inácio Arruda (Bloco/PCdoB – CE) – Senador<br />

Arthur Virgílio, eu gostaria de fazer uma apreciação<br />

a V. Exª.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador Inácio, infelizmente, não é possível<br />

fazer essa discussão no plenário. Ouvirei já V. Exª.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Encerro,<br />

Sr. Presidente – e apenas concedi um aparte<br />

ao Senador –, dizendo que, tomara, de fato, saia a tal<br />

solução; que ela seja de consenso e de bom senso.<br />

Percebi a responsabilidade que pesa. Algumas<br />

das figuras mais ilustres do Partido do Senador Eduardo<br />

Suplicy estão lá, mediando. Então, imagino que, com<br />

a mediação deles, a temperatura não subirá; apenas<br />

baixará. Tenho certeza de que nenhum deles estará lá


330<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15834 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

para fazer a temperatura subir; estarão lá como bombeiros,<br />

e não como incendiários.<br />

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT – SP) – Esse<br />

é o princípio.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Ouço o Senador César Borges.<br />

O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, eu gostaria<br />

de fazer um apelo. Ouvi as propostas de prorrogação<br />

para amanhã de votação dessa matéria, e a discussão<br />

estaria encerrada hoje.<br />

Se julgamos importante que haja quorum suficiente<br />

para deliberação da matéria no dia de amanhã,<br />

para que haja votação com o Plenário completo, não<br />

seria justo que encerrássemos hoje também a discussão.<br />

Eu queria propor, Sr. Presidente, que a discussão<br />

ficasse também para amanhã; que se reiniciasse com<br />

a discussão por aqueles que não tivessem participado<br />

da discussão no dia de hoje.<br />

Essa é uma proposta que acho mais justa.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – É só uma questão de sistemática: poderíamos<br />

encerrar a discussão e garantir a palavra amanhã para<br />

o encaminhamento da votação, pelo tempo que fosse<br />

necessário. É um compromisso da própria Mesa, para<br />

não recrudescermos com relação a uma decisão já<br />

adotada anteriormente.<br />

O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA) – Essa<br />

matéria é da maior relevância, muito importante, em<br />

relação à qual existem controvérsias. Já ouvimos aqui<br />

opinião de importantes Senadores, que conhecem a<br />

matéria. Quero opinar também contra ela. Então, creio<br />

que deve ser garantida a palavra para amanhã.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Sem problema nenhum.<br />

O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA) – Nesse<br />

caso, vou fazer a discussão agora, já que, amanhã,<br />

poderei apenas encaminhar.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – O problema é que encerrei a discussão.<br />

O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA) – Não. V.<br />

Exª recebeu uma proposta.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Recebi uma proposta para encerrar a discussão.<br />

O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA) – Mas eu<br />

estava inscrito há muito tempo, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Eu sei. Havia três inscritos: V. Exª, o Senador<br />

Inácio Arruda e o Senador Marconi Perillo.<br />

O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA) – Isso.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – O apelo que faço, para apreciarmos a outra<br />

medida provisória, é que deixemos as intervenções<br />

dos senhores para amanhã. É esse o pedido que faço<br />

e assumo o compromisso com a Casa de que levarei<br />

esse critério de discussão em consideração.<br />

Senador César Borges, é um apelo que faço a V.<br />

Exª. Garantirei a palavra.<br />

O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA) – Tudo bem,<br />

Sr. Presidente! Diante do seu apelo e da sua garantia,<br />

não há como não aceder.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Serão os três únicos oradores.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB –<br />

AL) – Concedo a palavra ao Senador Marconi Perillo.<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO. Pela<br />

ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, quero<br />

apenas concordar com a manifestação do Senador<br />

Dornelles, em relação a esse projeto de conversão, e,<br />

respeitosamente, discordar dos argumentos do Senador<br />

Casagrande.<br />

Na verdade, aplicando-se o saldo da Caixa, em<br />

termos de FGTS, teremos mais ou menos R$15 bilhões<br />

de diferença, o que daria para pagar os depósitos dos<br />

trabalhadores e, ainda, sobrariam cerca de R$7 bilhões.<br />

Só que há um ativo de mais ou menos R$12 bilhões<br />

– por baixo. Com isso, teríamos um patrimônio líquido<br />

negativo de aproximadamente R$5 bilhões. Senador<br />

Romero, pelo menos são essas as informações que<br />

temos. O Senador Dornelles é um estudioso do assunto,<br />

estudou muito essa questão.<br />

Faço esta colocação, mais uma vez, lembrando<br />

que esses recursos são dos trabalhadores.<br />

Então, quero concordar com o Senador Dornelles,<br />

com o Senador Tasso Jereissati e com aqueles que<br />

propõem o adiamento para amanhã, porque esse tema,<br />

realmente, precisa ser mais bem esclarecido.<br />

O Sr. Romero Jucá (PMDB – RR) – Senador<br />

Marconi Perillo, apenas para registrar que, amanhã,<br />

como Relator, ao falar no final, encaminharei e elucidarei<br />

todas essas dúvidas. O patrimônio do FGTS, hoje,<br />

é positivo em R$22 bilhões, e não negativo.<br />

O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB – CE. Pela<br />

ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, em<br />

relação à USP, quero sugerir, de imediato, ao Senador<br />

Suplicy e ao Senador Mercadante, que agreguemos<br />

uma comitiva, juntamente com o Senador Arthur Virgílio,<br />

para contribuirmos com o Governador José Serra,<br />

ex-Presidente da União Nacional dos Estudantes. Considero<br />

que jamais vamos sair dali com uma tragédia.<br />

Jamais. Queremos contribuir, para que possamos sair<br />

daquele impasse, em relação a uma das mais importantes<br />

universidades do nosso País.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

331<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15835<br />

Creio que podemos, tranqüilamente, contribuir,<br />

ajudar, assim como os Senadores Arthur Virgílio, Suplicy,<br />

Mercadante e Tuma; os três últimos, Senadores<br />

de São Paulo com liderança nesta Casa. S. Exªs podem<br />

contribuir para resolver aquele impasse que se instalou<br />

em uma das mais importantes universidades da América<br />

Latina, que é a Universidade de São Paulo.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço a intervenção de V. Exª.<br />

Declaro encerrada a discussão.<br />

Garantirei a palavra, amanhã, por ocasião da<br />

votação, pelo tempo que for necessário, ao Senador<br />

César Borges e ao Senador Marconi Perillo.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Srªs e Srs. Senadores, passamos ao último<br />

item da pauta.<br />

Item 4:<br />

PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO<br />

Nº 9, DE 2007<br />

(Proveniente da Medida Provisória nº 347, de 2007)<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos do §<br />

6º do art. 62 da Constituição Federal)<br />

Discussão, em turno único, do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 9, de 2007, que<br />

constitui fonte de recursos adicional para<br />

ampliação de limites operacionais da Caixa<br />

Econômica Federal – CEF (proveniente da<br />

Medida Provisória nº 347, de 2007).<br />

A matéria constou da Ordem do Dia da sessão<br />

deliberativa ordinária da última quinta-feira, quando<br />

deixou de ser apreciada em virtude da falta de acordo<br />

para sua deliberação.<br />

Antes de submeter a matéria ao Plenário, a Presidência<br />

presta os seguintes esclarecimentos:<br />

– foram apresentadas à Medida Provisória 86 emendas;<br />

– a Proposição foi remetida à Câmara dos Deputados<br />

no dia 15 de fevereiro, tendo sido apreciada naquela<br />

Casa no dia 12 de abril;<br />

– o Relator da matéria naquela Casa foi o Deputado<br />

Fernando de Fabinho (PFL – BA);<br />

– o prazo de vigência de sessenta dias foi prorrogado<br />

por igual período pelo Ato do Presidente do Congresso<br />

Nacional nº 21, de 2007 e se esgotará no dia<br />

1º de junho;<br />

– a Medida Provisória foi recebida formalmente pelo<br />

Senado Federal no dia 18 de abril.<br />

Prestados esses esclarecimentos, passa-se à<br />

apreciação da matéria.<br />

Concedo a palavra ao nobre Senador Francisco<br />

Dornelles, Relator revisor da matéria.<br />

PARECER Nº 365, DE 2007 – PLEN<br />

O SR. FRANCISCO <strong>DO</strong>RNELLES (Bloco/PP<br />

– RJ. Para proferir parecer. Sem revisão do orador.)<br />

– Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a presente<br />

Medida Provisória destina R$5 bilhões do Tesouro<br />

para capitalização da Caixa. Ela visa a aumentar seu<br />

patrimônio de referência para ampliar as operações<br />

da Caixa com entidades do setor público.<br />

As modificações introduzidas na Câmara dos<br />

Deputados foram quase, eu diria, redacionais. Só houve<br />

uma modificação de maior profundidade: o art. 3º estabelece<br />

que a União poderia utilizar o superávit financeiro<br />

existente no Tesouro Nacional para dar recurso<br />

para essa capitalização, e a Câmara dos Deputados<br />

estabeleceu que estão excluídos dessa possibilidade<br />

todos aqueles fundos de desenvolvimento regional e<br />

social.<br />

Sr. Presidente, quanto à constitucionalidade, a<br />

Medida Provisória não apresenta vícios; quanto à adequação<br />

financeira, não vislumbramos qualquer entrave<br />

à sua aprovação.<br />

Com base no exposto, considero importante a<br />

capitalização da Caixa com recurso do Tesouro. Por<br />

isso, voto pela aprovação do Projeto de Lei de Conversão<br />

aprovado pela Câmara.<br />

Quero ainda dizer a V. Exª que os destaques que<br />

chegaram às minhas mãos são todos eles referentes<br />

a problema de renegociação da dívida. Quero, então,<br />

chamar a atenção para o seguinte assunto: a dívida<br />

dos Estados foi renegociada com base na Lei nº 9.496.<br />

Com base nessa lei, a União assinou com os Estados<br />

vários contratos de renegociação. Cada contrato é um<br />

ato jurídico perfeito e acabado. De modo que qualquer<br />

proposta para modificar os termos dessa negociação,<br />

para modificar a Lei nº 9.496, atinge uma negociação<br />

já feita, motivo pelo qual não aceitei as emendas destacadas<br />

e me posicionei contra elas.<br />

Muito obrigado, Sr. Presidente.<br />

É o seguinte o parecer na íntegra:<br />

PARECER Nº DE 2007<br />

De Plenário, sobre o Projeto de Lei<br />

de Conversão nº 9, de 18 de abril de 2007<br />

– CN, relativo a Medida Provisória (MPV) nº<br />

347, de 22 de janeiro de 2007, que constitui<br />

fonte de recursos adicional para ampliado<br />

de limites operacionais da Caixa Econômica<br />

Federal.<br />

Relator: Senador Francisco Dornelles


332<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15836 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

I – Relatório<br />

Nos termos do art. 7º da resolução nº 1, de 2002,<br />

do Congresso Nacional, é submetida a apreciação<br />

desta Casa o Projeto de Lei de Conversão (PLV) nº 9,<br />

de 18 de abril de 2007, que constitui fonte de recursos<br />

adicional para ampliação de limites operacionais<br />

da Caixa Econômica Federal.<br />

O projeto, oriundo da Medida provisória nº 347,<br />

de 22 de janeiro de 2007, autoriza a União a conceder<br />

crédito a Caixa Econômica Federal no valor de<br />

R$5.200.000.000,00 (cinco bilhões e duzentos milhões<br />

de reais), em condições financeiras e contratuais que<br />

permitam o enquadramento da operação como instrumento<br />

híbrido de capital e dívida, conforme definido<br />

pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).<br />

Na Câmara dos Deputados, a medida foi aprovada<br />

com as seguintes alterações:<br />

1. o caput do art. 2º teve sua redação<br />

aperfeiçoada, sem alteração de objetivo. A expressão:<br />

“Os recursos decorrentes da operação<br />

de que trata o art. 1º serão aplicados em” foi<br />

substituída pela expressão “A ampliação do limite<br />

de credito para o setor público decorrente<br />

da implementação do disposto no art. 1º desta<br />

lei será comprometida com”;<br />

2. ao inciso II do art. 2º foi acrescida a<br />

expressão “urbana e rural” de forma a explicitar<br />

a área de abrangência dos investimentos<br />

em habitação popular;<br />

3. o parágrafo único do art. 2º foi transformado<br />

em § 1º e excluída a expressão “e<br />

privado” após a expressão “ao setor público”;<br />

a menção ao setor privado já encontra-se<br />

atendida no inciso III do mesmo artigo, outras<br />

operações previstas no estatuto social da Caixa<br />

Econômica Federal;<br />

4. ao art. 2º foi acrescido o § 2º com o<br />

seguinte texto: “As operações crédito a que se<br />

referem os incisos I e II do caput deste artigo<br />

considerado o Índice de Desenvolvimento<br />

Humano – IDH do ente destinatário dos recursos,<br />

nos termos definidos pelo Ministério<br />

das Cidades ;<br />

5. ao parágrafo único do art. 3º foi acrescido<br />

o seguinte inciso:<br />

“III – os fundos especificados nas alíneas<br />

a, b e c do inciso II do caput e no § 2º do art 1º<br />

da Lei nº 9.530, de 10 de dezembro de 1997”.<br />

Com essa alteração, são excluídos, também,<br />

dos valores que compõem o superávit financeiro,<br />

aqueles decorrentes de recursos dos fundos<br />

que financiam a desenvolvimento regional,<br />

nacional e social, com a forma de preservar a<br />

capacidade de investimento público e privado<br />

e harmonizar as preceitos da MPV nº 347/2007<br />

com os próprios objetivos do PAC.<br />

II – Análise<br />

O art. 8º da Resolução nº 1, de 2002-CN, estabelece<br />

que o Plenário de cada uma das Casas do<br />

Congresso Nacional decidirá preliminarmente quanto<br />

a relevância e urgência da medida provisória e a sua<br />

adequação financeira ou orçamentária, antes do exame<br />

do mérito.<br />

Cabe ao Senado Federal deliberar, em caráter<br />

de revisão, sobre o PLV nº 9, de 2007, aprovado na<br />

Câmara dos Deputados, oriundo da Medida Provisória<br />

nº 347, de 22 de janeiro de 2007.<br />

A Medida autoriza a União a conceder crédito a<br />

Caixa Econômica Federal no valor de R$5,2 bilhões com<br />

o objetivo de ampliar o limite de crédito da instituição<br />

para a setor público. O aumento do crédito decorrente<br />

será destinado a investimento em saneamento básico,<br />

habitação popular, urbana e rural, e outras operações<br />

previstas no estatuto social da Caixa. São ações importantes<br />

para o desenvolvimento social e econômico<br />

do país e compõem o Plano de Aceleração do Crescimento<br />

(PAC). Nesse sentido, vemos supridos as pressupostos<br />

de relevância e urgência da matéria.<br />

Quanto a constitucionalidade formal, a Medida<br />

Provisória nº 347, de 2007, não apresenta vícios, pois<br />

está entre as atribuições do Presidente da República<br />

adotar medida provisória (art. 62 da Constituição Federal)<br />

e a medida não abrange matéria vedada as medidas<br />

provisórias (art. 62, § 1º, da Constituição).<br />

Quanto a adequação financeira e orçamentária,<br />

não vislumbramos entraves para a aprovação do PLV<br />

nº 9, de 2007, considerando atendidas as exigências<br />

legais pertinentes.<br />

As contribuições dadas pela Câmara dos Deputados<br />

nos afiguram bastante pertinentes e oportunas,<br />

pois aperfeiçoam o texto quanta a forma e quanto ao<br />

mérito, sem perder a harmonia com as preceitos da<br />

Medida Provisória nº 347, de 2007.<br />

Quanto ao mérito, de fato, a capacidade operacional<br />

da Caixa para realizar investimentos destinados ao<br />

setor público encontra-se próxima do esgotamento, não<br />

comportando a expansão de financiamentos de ações<br />

habitacionais e de saneamento par parte de entidades<br />

públicas no volume demandado pelo PAC.<br />

Isso porque o montante das operações de crédito<br />

de cada instituição financeira com órgãos e entidades<br />

do setor público é limitado a 45% do seu Patrimônio<br />

de Referencia (PR), de acordo com a Resolução do


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

333<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15837<br />

Conselho Monetário Nacional nº 2.827, de 30 de marco<br />

de 2001.<br />

O Patrimônio de Referência é definido na Resolução<br />

do Conselho Monetário Nacional, de nº 3.444,<br />

de 28 de fevereiro de 2007, em conformidade com<br />

padrões de solvência e liquidez internacionais estabelecidas<br />

no Acordo da Basiléia, dai a opção de<br />

elevação do Patrimônio de Referência da instituição<br />

com a forma de aumentar seus limites operacionais<br />

e permitir a expansão dos financiamentos para saneamento<br />

e habitação a estados, municípios e empresas<br />

controladas, exatamente a que propôs a Medida<br />

Provisória nº 347, de 2007, nas termos do PLV nº 9,<br />

de 2007.<br />

Finalmente, do ponto de vista fiscal, a operação<br />

financeira decorrente da autorização abjeto do PLV nº<br />

9, de 2007, é neutra, pois o empréstimo será registrado<br />

no ativo financeiro da União e, em contrapartida, no<br />

passivo da Caixa Econômica Federal.<br />

III – Voto<br />

Com base no exposto, votamos pela aprovação<br />

da Medida Provisória nº 347, de 22 de janeiro<br />

de 2007, nos termos do Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 9, de 2007 – CN, aprovada na Câmara dos<br />

Deputados.<br />

Sala das Sessões, – Senador Francisco Dornelles,<br />

Relator.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço ao Senador Francisco Dornelles, cujo<br />

parecer, como Relator revisor, é pelo atendimento dos<br />

pressupostos constitucionais de urgência, relevância,<br />

adequação financeira e adequação orçamentária da<br />

Medida Provisória, nos termos do art. 8º da Resolução<br />

nº 1, de 2002 – CN.<br />

No mérito, pela aprovação do Projeto de Lei de<br />

Conversão.<br />

Em votação os pressupostos de relevância e urgência<br />

e adequação financeira e orçamentária.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que os aprovam<br />

queiram permanecer sentados. (Pausa.)<br />

Aprovados, passa-se à apreciação do mérito.<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão, da<br />

Medida Provisória e das emendas, em turno único.<br />

(Pausa.)<br />

Não havendo quem peça a palavra, encerro a<br />

discussão.<br />

Votação, em turno único, do Projeto de Lei de<br />

Conversão, que tem preferência regimental.<br />

Sobre a mesa, requerimentos que serão lidos<br />

pelo Sr. 1º Secretário em exercício, Senador Papaléo<br />

Paes.<br />

São lidos os seguintes:<br />

REQUERIMENTO Nº 597, de 2007<br />

Senhor Presidente,<br />

Nos termos do art. 312, inciso II do Regimento<br />

Interno do Senado Federal, requeiro destaque<br />

para votação em separado da Emenda nº 64, de autoria<br />

do Deputado Simão Sessim, oferecida ao PLV<br />

nº 9, de 2007 (proveniente da Medida Provisória nº<br />

347, de 2007).<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Arthur Virgílio.<br />

REQUERIMENTO Nº 598, DE 2007<br />

Destaque de emenda para votação<br />

em separado.<br />

Nos termos do art. 312, inciso II, do Regimento<br />

Interno, requeiro destaque para votação em separado<br />

da Emenda nº 65 ao PLV nº 9, de 2007.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Marconi Perillo.<br />

REQUERIMENTO Nº 599, DE 2007<br />

Senhor Presidente,<br />

Nos termos do art. 312, inciso II do Regimento<br />

Interno do Senado Federal, requeiro destaque<br />

para votação em separado da Emenda nº 65, de autoria<br />

do Deputado Arnaldo Madeira, oferecida ao PLV<br />

nº 9, de 2007 (proveniente da Medida Provisória nº<br />

347, de 2007).<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Arthur Virgílio.<br />

REQUERIMENTO Nº 600, DE 2007<br />

Destaque de emenda para votação<br />

em separado.<br />

Nos termos do art. 312, inciso II, do Regimento<br />

Interno, requeiro destaque para votação em separado<br />

da Emenda nº 66 ao PLV nº 9, de 2007.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Marconi Perillo.<br />

REQUERIMENTO Nº 601, DE 2007<br />

Senhor Presidente,


334<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15838 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

Nos termos do art. 312, inciso II do Regimento<br />

Interno do Senado Federal, requeiro destaque para<br />

votação em separado da Emenda nº 66, de autoria do<br />

Deputado Antonio Carlos Mendes Thame, oferecida ao<br />

PLV nº 9, de 2007 (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 347, de 2007).<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Arthur Virgílio.<br />

REQUERIMENTO Nº 602, DE 2007<br />

Senhor Presidente,<br />

Nos termos do art. 312, inciso II do Regimento<br />

Interno do Senado Federal, requeiro destaque<br />

para votação em separado da Emenda nº 67, de autoria<br />

do Deputado Antonio Carlos Mendes Thame, oferecida<br />

ao PLV nº 9, de 2007 (proveniente da Medida<br />

Provisória nº 347, de 2007).<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Arthur Virgílio.<br />

REQUERIMENTO Nº 603, DE 2007<br />

Destaque de emenda para votação<br />

em separado.<br />

Nos termos do art. 312, inciso II, do Regimento<br />

Interno, requeiro destaque para votação em separado<br />

da Emenda nº 67 ao PLV nº 9, de 2007.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Marconi Perillo.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Consulto os Srs. Líderes, pois, como há um<br />

acordo de mérito, talvez fosse o caso de rejeitarmos<br />

os requerimentos de destaque.<br />

A proposta do Senador Arthur Virgílio foi de que<br />

votássemos esta Medida Provisória hoje e os destaques<br />

e a Medida Provisória anterior, cuja pauta foi invertida<br />

em razão dessa sugestão de S. Exª.<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Pelo<br />

que entendi do acordo, Sr. Presidente, os destaques<br />

desta Medida Provisória serão discutidos e votados<br />

amanhã.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Declaro encerrada a discussão e transfiro a<br />

votação dos destaques.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – Vamos<br />

votar o principal, Sr. Presidente. Ficam ressalvados os<br />

destaques para amanhã.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Então, vamos votar os requerimentos de destaque.<br />

Em votação os requerimentos de destaque.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que os aprovam<br />

queiram permanecer sentados. (Pausa)<br />

Aprovados os requerimentos de destaque.<br />

Em votação o Projeto de Lei de Conversão, ressalvados<br />

os destaques.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que o aprovam queiram<br />

permanecer sentados. (Pausa)<br />

Aprovado o Projeto de Lei de Conversão, ressalvados<br />

os destaques.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – As matérias destacadas dessa e das outras<br />

medidas provisórias ficarão para amanhã.<br />

Está encerrada a Ordem do Dia.<br />

São os seguintes os itens sobrestados:<br />

1<br />

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 338, de 2006<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos<br />

do § 6º do art. 62 da Constituição Federal)<br />

Discussão, em turno único, da Medida<br />

Provisória nº 338, de 2006, que abre crédito<br />

extraordinário ao Orçamento de Investimento<br />

para 2006, em favor de diversas empresas estatais,<br />

no valor total de sete bilhões, quatrocentos<br />

e cinqüenta e sete milhões, quinhentos e<br />

oitenta e cinco mil, novecentos e setenta e sete<br />

reais, e reduz o Orçamento de Investimento<br />

de diversas empresas no valor global de oito<br />

bilhões, oitocentos e oito milhões, novecentos<br />

e cinqüenta e dois mil, oitocentos e oitenta e<br />

oito reais, para os fins que especifica.<br />

Relator revisor:<br />

Sobrestando a pauta a partir de: 19.3.2007<br />

Prazo final (prorrogado): 1º.6.2007<br />

6<br />

PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO<br />

Nº 14, DE 2007<br />

(Proveniente da Medida Provisória nº 355, de 2007)<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos<br />

do § 6º do art. 62 da Constituição Federal)<br />

Discussão, em turno único, do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 14, de 2007, que dispõe<br />

sobre a prestação de auxílio financeiro<br />

pela União aos Estados, ao Distrito Federal e


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

335<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15839<br />

aos Municípios, no exercício de 2007, com o<br />

objetivo de fomentar as exportações do País<br />

(proveniente da Medida Provisória nº 355, de<br />

2007).<br />

Relator revisor:<br />

Sobrestando a pauta a partir de: 12.4.2007<br />

Prazo final (prorrogado): 25.6.2007<br />

7<br />

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 356, de 2007<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos<br />

do § 6º do art. 62 da Constituição Federal)<br />

Discussão, em turno único, da Medida<br />

Provisória nº 356, de 2007, que abre crédito<br />

extraordinário, em favor do Ministério do Esporte,<br />

no valor de cem milhões de reais, para<br />

os fins que especifica.<br />

Relator revisor:<br />

Sobrestando a pauta a partir de: 22.4.2007<br />

Prazo final (prorrogado): 6.7.2007<br />

8<br />

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 357, de 2007<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos<br />

do § 6º do art. 62 da Constituição Federal)<br />

Discussão, em turno único, da Medida<br />

Provisória nº 357, de 2007, que autoriza a renegociação<br />

dos créditos da União e da Centrais<br />

Elétricas Brasileiras S.A. – Eletrobrás com a<br />

Itaipu Binacional e dá outras providências.<br />

Relator revisor:<br />

Sobrestando a pauta a partir de: 27.4.2007<br />

Prazo final (prorrogado): 10.7.2007<br />

9<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA<br />

Nº 124, DE 2006<br />

(Em regime de urgência, nos termos do art. 64,<br />

§ 1º, da Constituição Federal)<br />

(Incluído em Ordem do Dia, nos termos do art. 353,<br />

parágrafo único, do Regimento Interno)<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 124, de 2006 (nº 7.514/2006,<br />

na Casa de origem), de iniciativa do Presidente<br />

da República, que altera a Lei nº 11.196, de<br />

21 de novembro de 2005 (estabelece incentivos<br />

fiscais para empresas que investem em<br />

pesquisa científica e tecnológica).<br />

Pareceres nºs 260 e 261, de 2007, das<br />

Comissões de<br />

– Assuntos Econômicos, Relator: Senador<br />

Francisco Dornelles, favorável ao Projeto,<br />

com a Emenda nº 2-CAE, de redação, que<br />

apresenta; e<br />

– de Educação, Relator: Senador Flávio<br />

Arns, favorável ao Projeto e à Emenda nº 1.<br />

(Sobrestando a pauta a partir de:<br />

11.3.2007)<br />

10<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA<br />

Nº 10, DE 2007<br />

(Em regime de urgência, nos termos do art. 64,<br />

§ 1º, da Constituição Federal)<br />

(Incluído em Ordem do Dia, nos termos do art. 353,<br />

parágrafo único, do Regimento Interno)<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 10, de 2007 (nº 7.569/2006,<br />

na Casa de origem), de iniciativa do Presidente<br />

da República, que modifica as competências<br />

e a estrutura organizacional da fundação Coordenação<br />

de Aperfeiçoamento de Pessoal<br />

de Nível Superior – Capes, de que trata a Lei<br />

nº 8.405, de 9 de janeiro de 1992; e altera a<br />

Lei nº 11.273, de 6 de fevereiro de 2006, que<br />

autoriza a concessão de bolsas de estudo e<br />

de pesquisa a participantes de programas de<br />

formação inicial e continuada de professores<br />

para educação básica.<br />

Pareceres nºs 223 a 225, de 2007, das<br />

Comissões<br />

– de Constituição, Justiça e Cidadania,<br />

Relator ad hoc: Senador Wellington Salgado,<br />

favorável ao Projeto e as Emendas nºs 3 a 5,<br />

nos termos da Emenda nº 6-CCJ (Substitutivo),<br />

que oferece;<br />

– de Inovação, Comunicação e Informática,<br />

Relator: Senador Eduardo Azeredo, favorável<br />

ao Projeto e as Emendas nºs 3 a 5, nos<br />

termos da Emenda nº 7-CCT (Substitutivo),<br />

que oferece; e<br />

– de Educação, Relatora: Senadora Marisa<br />

Serrano, favorável ao Projeto e as Emendas<br />

nºs 3 a 5, nos termos da Emenda nº 8-CE<br />

(Substitutivo), que oferece.<br />

(Sobrestando a pauta a partir de:<br />

14.4.2007)


336<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15840 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

11<br />

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO<br />

Nº 35, DE 2007<br />

(Incluído em Ordem do Dia, nos termos do parágrafo<br />

único do art. 353 do Regimento Interno.)<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Decreto Legislativo nº 35, de 2007 (apresentado<br />

como conclusão do Parecer nº 100, de<br />

2007, da Comissão de Assuntos Econômicos),<br />

Relator ad hoc: Senador Delcídio Amaral, que<br />

aprova a Programação Monetária para o primeiro<br />

trimestre de 2007.<br />

12<br />

EMENDA DA CÂMARA AO PROJETO DE LEI<br />

<strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> Nº 337, DE 1999<br />

Votação, em turno único, da Emenda da<br />

Câmara ao Projeto de Lei do Senado nº 337,<br />

de 1999 (nº 2.516/2000, naquela Casa), que<br />

acrescenta parágrafo ao art. 14 da Lei nº 1.060,<br />

de 5 de fevereiro de 1950, no sentido de regular<br />

a gratuidade dos honorários de perito.<br />

Parecer sob nº 69, de 2007, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania, Relator:<br />

Senador Arthur Virgílio, pela rejeição.<br />

13<br />

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO<br />

Nº 57, DE 2005<br />

(Votação nominal)<br />

Votação, em primeiro turno, da Proposta<br />

de Emenda à Constituição nº 57, de 2005,<br />

de autoria do Senador Marco Maciel e outros<br />

Senhores Senadores, que dá nova redação<br />

ao § 4º do art. 66 da Constituição, para permitir<br />

que os vetos sejam apreciados separadamente<br />

no Senado Federal e na Câmara dos<br />

Deputados.<br />

Pareceres sob nºs 779, de 2006; e 272,<br />

de 2007, da Comissão de Constituição, Justiça<br />

e Cidadania, – 1º pronunciamento (sobre a<br />

Proposta): Relator: Senador Ramez Tebet, favorável;<br />

– 2º pronunciamento (sobre a Emenda<br />

nº 1, de Plenário): Relator: Senador Adelmir<br />

Santana, favorável, e apresentando a Emenda<br />

nº 2-CCJ, de redação.<br />

14<br />

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO<br />

Nº 59, DE 2005<br />

Quinta e última sessão de discussão,<br />

em primeiro turno, da Proposta de Emenda<br />

à Constituição nº 59, de 2005, de autoria do<br />

Senador Arthur Virgílio e outros Senhores Senadores,<br />

que acrescenta o seguinte § 5º ao<br />

art. 239 da Constituição Federal, para permitir<br />

que os recursos do PASEP sejam aplicados<br />

diretamente pelos Estados e Municípios.<br />

Parecer sob nº 1.094, de 2006, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania,<br />

Relator: Senador João Batista Motta, favorável,<br />

com a Emenda nº 1-CCJ, de redação.<br />

15<br />

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO<br />

Nº 37, DE 2004<br />

Quarta sessão de discussão, em primeiro<br />

turno, da Proposta de Emenda à Constituição<br />

nº 37, de 2004, tendo como primeiro signatário<br />

o Senador Antonio Carlos Magalhães, que<br />

altera a redação da alínea “d” do inciso II do<br />

art. 93 da Constituição Federal (torna obrigatória<br />

a promoção por antigüidade do juiz que<br />

figurar, por duas vezes, indicado pelo Tribunal<br />

competente).<br />

Parecer sob nº 16, de 2007, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania: Relator<br />

Senador Demóstenes Torres, favorável, com as<br />

Emendas nºs 1 a 4-CCJ, que apresenta.<br />

16<br />

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO<br />

Nº 2, DE 2007<br />

Primeira sessão de discussão, em primeiro<br />

turno, da Proposta de Emenda à Constituição<br />

nº 2, de 2007, tendo como primeiro signatário<br />

o Senador Marco Maciel, que acrescenta parágrafo<br />

ao art. 17 da Constituição Federal, para<br />

autorizar distinções entre partidos políticos,<br />

para fins de funcionamento parlamentar, com<br />

base no seu desempenho eleitoral.<br />

Parecer sob nº 91, de 2007, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania, Relator:<br />

Senador Jarbas Vasconcelos, favorável, com<br />

as Emendas nºs 1 e 2-CCJ, que apresenta,


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

337<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15841<br />

com votos contrários dos Senadores Antonio<br />

Carlos Valadares e José Nery, e, em separado,<br />

do Senador Inácio Arruda.<br />

17<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA<br />

Nº 12, DE 2000<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 12, de 2000 (nº 885/95, na<br />

Casa de origem), que institui o Programa Nacional<br />

de Habitação para Mulheres com Responsabilidades<br />

de Sustento da Família.<br />

Parecer sob nº 530, de 2006, da Comissão<br />

de Direitos Humanos e Legislação Participativa<br />

Relator: Senador Paulo Paim, favorável,<br />

nos termos da Emenda nº 1-CDH (Substitutivo),<br />

que oferece.<br />

18<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA<br />

Nº 34, DE 2004<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 34, de 2004 (nº 2.155/99, na<br />

Casa de origem), que cria o Relatório Anual<br />

Socioeconômico da Mulher.<br />

Parecer sob nº 873, de 2006, da Comissão<br />

de Direitos Humanos e Legislação Participativa,<br />

Relator ad hoc: Senador Paulo Paim,<br />

favorável, com as Emendas nºs 1 a 4-CDH,<br />

que apresenta.<br />

19<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA<br />

Nº 105, DE 2005<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 105, de 2005 (nº 2.619/2003,<br />

na Casa de origem), que altera a Lei nº 5.859,<br />

de 11 de dezembro de 1972, para assegurar<br />

a todos os trabalhadores domésticos o direito<br />

ao benefício do seguro-desemprego.<br />

Parecer favorável, sob nº 539, de 2006,<br />

da Comissão de Assuntos Sociais, Relator ad<br />

hoc: Senador Pedro Simon.<br />

20<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA<br />

Nº 33, DE 2006<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 33, de 2006 (nº 4.539/2004,<br />

na Casa de origem), que institui o dia 6 de dezembro<br />

como o Dia Nacional de Mobilização<br />

dos Homens pelo Fim da Violência contra as<br />

Mulheres.<br />

Parecer favorável, sob nº 1.223, de 2006,<br />

da Comissão de Educação, Relator ad hoc:<br />

Senador Juvêncio da Fonseca.<br />

21<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA<br />

Nº 66, DE 2006<br />

Discussão, em turno único, do Projeto<br />

de Lei da Câmara nº 66, de 2006 (nº<br />

4.733/2004, na Casa de origem), de iniciativa<br />

do Presidente da República, que dá nova<br />

redação ao art. 894 da Consolidação das<br />

Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei<br />

nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e<br />

à alínea “b” do inciso III do art. 3º da Lei nº<br />

7.701, de 21 de dezembro de 1988 (dispõe<br />

sobre os embargos para o Tribunal Superior<br />

do Trabalho).<br />

Parecer sob nº 23, de 2007, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania, Relator:<br />

Senador José Agripino, favorável, com as<br />

Emendas nºs 1 a 3-CCJ, que apresenta.<br />

22<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA<br />

Nº 80, DE 2006<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 80, de 2006 (nº 4.735/2004,<br />

na Casa de origem), de iniciativa do Presidente<br />

da República, que dá nova redação ao<br />

caput do art. 836 da Consolidação das Leis<br />

do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-<br />

Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, a fim<br />

de dispor sobre o depósito prévio em ação<br />

rescisória.<br />

Parecer sob nº 24, de 2007, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania, Relator:<br />

Senador João Batista Motta, favorável, com as<br />

Emendas nºs 1 e 2-CCJ.<br />

23<br />

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO<br />

Nº 131, DE 1997<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Decreto Legislativo nº 131, de 1997 (nº 573/97,


338<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15842 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

na Câmara dos Deputados), que aprova o texto<br />

do Acordo de Parceria e de Cooperação em<br />

Matéria de Segurança Pública, celebrado entre<br />

o Governo da República Federativa do Brasil<br />

e o Governo da República Francesa, em Brasília,<br />

em 12 de março de 1997.<br />

Pareceres sob nºs 143, de 1998; 1.603<br />

e 1.604, de 2005, das Comissões<br />

– de Relações Exteriores e Defesa Nacional,<br />

1º pronunciamento, Relator: Senador<br />

Romeu Tuma, favorável, com voto contrário,<br />

em separado, da Senadora Benedita da Silva;<br />

2º pronunciamento, Relator ad hoc: Senador<br />

Jefferson Peres, favorável; e<br />

– de Constituição, Justiça e Cidadania<br />

(em audiência, por solicitação da Comissão<br />

de Relações Exteriores e Defesa Nacional),<br />

Relator: Senador Jefferson Peres,<br />

favorável.<br />

24<br />

PROJETO DE LEI <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong><br />

Nº 227, DE 2006<br />

Primeira sessão de discussão, em primeiro<br />

turno, do Projeto de Lei do Senado nº<br />

227, de 2006, de iniciativa da Comissão Parlamentar<br />

Mista de Inquérito dos Correios, que<br />

altera dispositivos da Lei nº 8.666, de 21 de<br />

junho de 1993, e 10.520, de 17 de julho de<br />

2002, ampliando o âmbito de aplicação do<br />

pregão eletrônico e melhorando mecanismos<br />

de controle.<br />

25<br />

PROJETO DE LEI <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong><br />

Nº 26, DE 2000<br />

(Tramitando em conjunto com o Projeto<br />

de Lei do Senado nº 685, de 1999)<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei do Senado nº 26, de 2000, de autoria do<br />

Senador Paulo Hartung, que altera a redação<br />

do § 1º do art. 6º da Lei nº 9.069, de 29 de<br />

junho de 1995, para definir que o Presidente<br />

do Banco Central comparecerá, pessoalmente,<br />

à Comissão de Assuntos Econômicos do<br />

Senado, para fazer relato sobre a execução<br />

da programação monetária que se finda e a<br />

exposição e entrega da Programação Monetária<br />

Trimestral.<br />

Pareceres sob nºs 1.816 e 1.817, de<br />

2005, das Comissões<br />

– de Constituição, Justiça e Cidadania,<br />

Relator: Senador Sérgio Machado, favorável,<br />

nos termos da Emenda nº 1-CCJ (Substitutivo),<br />

que oferece, e pela rejeição do Projeto de<br />

Lei do Senado nº 685, de 1999, com o qual<br />

tramita em conjunto; e<br />

– de Assuntos Econômicos, Relator: Senador<br />

Aloizio Mercadante, favorável ao Projeto,<br />

nos termos do parecer da Comissão de Constituição,<br />

Justiça e Cidadania, com voto contrário,<br />

em separado, dos Senadores Heloísa Helena<br />

e Eduardo Suplicy.<br />

26<br />

PROJETO DE LEI <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong><br />

Nº 685, DE 1999<br />

(Tramitando em conjunto com o Projeto de Lei<br />

do Senado nº 26, de 2000)<br />

Projeto de Lei do Senado nº 685, de<br />

1999, da Comissão Parlamentar de Inquérito<br />

do Sistema Financeiro, que altera a redação<br />

do § 1º da art. 6º da Lei nº 9.069, de 29 de junho<br />

de 1995, que “dispõe sobre o Plano Real,<br />

o Sistema Monetário Nacional, estabelece as<br />

regras e condições de emissão do Real e os<br />

critérios para conversão das obrigações para<br />

o Real, e dá outras providências”.<br />

27<br />

REQUERIMENTO Nº 123, DE 2007<br />

(Incluído em Ordem do Dia nos termos do art. 222,<br />

§ 2º, do Regimento Interno)<br />

Votação, em turno único, do Requerimento<br />

nº 123, de 2007, do Senador Aloizio<br />

Mercadante, solicitando voto de aplauso ao<br />

ex-Vice-Presidente dos Estados Unidos da<br />

América, Al Gore, pelo documentário intitulado<br />

“An Inconvenient Truth” (Uma Verdade<br />

Inconveniente).<br />

Parecer favorável, sob nº 290, de 2007,<br />

da Comissão de Relações Exteriores e Defesa<br />

Nacional, Relator: Senador Fernando<br />

Collor.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Sobre a mesa, requerimento que passo a ler.<br />

É lido o seguinte:


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

339<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15843


340<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15844 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

341<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15845


342<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15846 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

343<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15847


344<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15848 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – O requerimento que acaba de ser lido será<br />

despachado à Mesa para decisão, nos termos do art.<br />

216, III, do Regimento Interno.<br />

Sobre a mesa, requerimento que passo a ler.<br />

É lido o seguinte:


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

345<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15849


346<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15850 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

347<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15851<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – O requerimento que acaba de ser lido vai à<br />

publicação.<br />

Sobre a mesa, requerimentos que passo a ler.<br />

São lidos os seguintes:


348<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15852 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Os requerimentos que acabam de ser lidos<br />

serão despachados à Mesa para decisão, nos termos<br />

do art. 216, III, do Regimento Interno.<br />

Sobre a mesa, requerimentos que passo a ler.<br />

São lidos os seguintes:


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

349<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15853


350<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15854 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

351<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15855<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – A Presidência encaminhará os votos de pesar<br />

solicitados.<br />

Os requerimentos que acabam de ser lidos vão<br />

ao Arquivo.<br />

Sobre a mesa, requerimento que passo a ler.<br />

É lido o seguinte:<br />

REQUERIMENTO Nº 610, DE 2007<br />

Requeiro, nos termos regimentais, que a Comissão<br />

de Constituição e Justiça e Cidadania – CCJ<br />

proceda, também, a análise do PLS nº 52, de 2005,<br />

que dispõe sobre arrendamento compulsório de parcelas<br />

de imóvel rural, para os efeitos que especifica,<br />

antes que o mesmo tenha a sua tramitação e discussão<br />

encerrada na Comissão de Agricultura e Reforma<br />

Agrária – CRA.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

João Pedro, PT/AM.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – O requerimento que acaba de ser lido será incluído<br />

em Ordem do Dia oportunamente.<br />

Sobre a mesa, requerimento que passo a ler.<br />

É lido o seguinte:<br />

REQUERIMENTO Nº 611, DE 2007<br />

Requerimento de tramitação conjunta.<br />

Nos termos do art. 258 do Regimento Interno do<br />

Senado Federal, requeiro a tramitação em conjunto das<br />

seguintes proposições: Proposta de Lei do Senado nº<br />

6, de 2005 e Projeto de Lei do Senado nº 320, de 2003<br />

visto disciplinarem a mesma matéria.<br />

Justificação<br />

Os Projetos de Lei do Senado nºs 6, de 2005 e<br />

320, de 2003 propõem, em linhas gerais, possibilitar<br />

a aplicação das disponibilidades financeiras do FAT<br />

(Fundo de Amparo ao Trabalhador) junto aos bancos<br />

de cooperativas de crédito.<br />

Assim, é oportuno o apensamento e a apreciação<br />

conjunta destas proposições, inclusive porque cada uma<br />

delas têm foco em ponto específico da legislação de<br />

direito político. Logo, para um efetivo aperfeiçoamento<br />

da matéria, as proposições devem ser analisadas<br />

e integradas conjuntamente.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Antonio Carlos Valadares, PSB/SE.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – O requerimento que acaba de ser lido será publi-<br />

cado e, posteriormente, incluído em Ordem do Dia, nos<br />

termos do art. 255, II, c, 8, do Regimento Interno.<br />

Sobre a mesa, requerimento que passo a ler.<br />

É lido o seguinte:<br />

REQUERIMENTO Nº 612, DE 2007<br />

Requeiro, nos termos do art. 258 e seguintes<br />

do Regimento Interno do Senado Federal, a tramitação<br />

conjunta dos PLS nº 3 e 153 de 2007, de autoria<br />

respectivamente dos Senadores Osmar Dias e<br />

Eduardo Suplicy, e do PLC nº 82/2006, por tratarem<br />

de matérias conexas, relacionadas às sociedades<br />

cooperativas.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Eduardo Matarazzo Suplicy.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Sobre a mesa decisão que passo a ler.<br />

É lida a seguinte:<br />

DECISÃO<br />

A Mesa do Senado Federal, no uso de sua competência<br />

prevista no inciso VI do art. 98, combinado<br />

com o art. 258, ambos do Regimento Interno do Senado<br />

Federal, com a redação dada pela Resolução nº<br />

35, de 2006, resolve deferir o Requerimento nº 612,<br />

de 2007, de tramitação conjunta.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Em virtude da decisão da Mesa, os Projetos de<br />

Lei do Senado nºs 3 e 153, de 2007, e o Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 82, de 2006, passam a tramitar em<br />

conjunto e vão ao exame das Comissões de Assuntos<br />

Econômicos e de Constituição, Justiça e Cidadania,<br />

cabendo à última a decisão terminativa.<br />

As referidas matérias dependem da apreciação<br />

dos Requerimentos nºs 330 e 331, de 2007.<br />

Sobre a mesa, requerimento que passo a ler.<br />

É lido o seguinte:


352<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15856 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

REQUERIMENTO Nº 613, DE 2007<br />

Requeiro, nos termos do art. 258 do Regimento<br />

Interno do Senado Federal, a tramitação em conjunto<br />

do Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 125, de 2005,<br />

com o PLS nº 394, de 2003, e com o PLS nº 98, de<br />

2005, por versarem sobre a mesma matéria.<br />

Sala das Sessões, 22 de maio de 2007. – Senador<br />

Eliseu Resende.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Sobre a mesa decisão que passo a ler.<br />

É lida a seguinte:<br />

DECISÃO<br />

A Mesa do Senado Federal, no uso de sua competência<br />

prevista no inciso VI do art. 98, combinado<br />

com o art. 258, ambos do Regimento Interno do Senado<br />

Federal, com a redação dada pela Resolução nº<br />

35, de 2006, resolve deferir o Requerimento nº 613,<br />

de 2007, de tramitação conjunta.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Em virtude da decisão da Mesa, os Projetos<br />

de Lei do Senado nºs 394, de 2003; 98 e 125, de<br />

2005, passam a tramitar em conjunto e vão ao exame<br />

da Comissão de Assuntos Econômicos, em decisão<br />

terminativa.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Os Srs. Senadores Romero Jucá, Gerson Camata,<br />

Flexa Ribeiro, Sérgio Guerra e Mário Couto enviaram<br />

discursos à Mesa, para serem publicados na<br />

forma do disposto no art. 203, combinado com o inciso<br />

I e § 2º do art. 210 do Regimento Interno.<br />

S. Exªs serão atendidos.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PSDB – PB. Sem apanhamento<br />

taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs.<br />

Senadores, o segundo mandato do Governo Lula está<br />

efetivamente marcado pelo desafio da construção de<br />

um mercado consumidor constituído pela população<br />

geral, representando inclusão social e auto sustentação<br />

econômico-financeira.<br />

Para isto, o Governo Federal desenvolve programas<br />

estabelecendo planos e mapas estratégicos em<br />

todas as Pastas do Poder Executivo. E sua nova equipe<br />

ministerial, seguramente, dará continuidade, ampliação<br />

e consolidação dos processos em evolução.<br />

A meta é realizar desenvolvimento a partir da<br />

auto sustentação e preservação do meio ambiente, do<br />

aprimoramento da Democracia e do aprofundamento<br />

da justiça social.<br />

Como ferramenta necessária para formatação<br />

deste modelo brasileiro temos que ir além do<br />

desenvolvimento econômico, que expressa o bem<br />

material de uma nação. Temos que alcançar o desenvolvimento<br />

cultural, que é aquele que define a<br />

qualidade de vida dos brasileiros, a qual, junto ao<br />

crescimento material de emprego e renda, encontra-se<br />

entre os principais indicadores de bem-estar<br />

real da população.<br />

A compreensão da cultura como direito de cidadania,<br />

direito de todos e também como uma economia<br />

poderosa, geradora de ocupação e renda impulsionou o<br />

segundo mandato do Governo Lula, a estabelecer que<br />

o “Brasil demanda políticas públicas que, ao mesmo<br />

tempo, promovam o desenvolvimento cultural geral da<br />

sociedade, contribuam para a inclusão social e para<br />

a geração de ocupação e renda e afirmem a nossa<br />

singularidade diante das demais culturas do mundo”<br />

– conclusão publicada no documento Programa Cultural<br />

para o Desenvolvimento do Brasil, do Ministério<br />

da Cultura.<br />

Sr. Presidente, a avaliação que se faz do primeiro<br />

mandato do Presidente Lula, é que o foi dada uma<br />

especial atenção ao Ministério da Cultura. Isto não se<br />

pode negar.<br />

Na gestão do Ministro Gilberto Gil deflagrou-se<br />

um processo de definição de paradigmas e políticas,<br />

referentes à grandeza cultural do Brasil; questões<br />

centrais da cultura foram colocadas na agenda do<br />

Estado.<br />

No segundo mandato, continuando sob a gestão<br />

do Ministro Gil, o Governo pretende consolidar a<br />

democratização do acesso aos meios de produção,<br />

aos veículos de difusão e às condições de fruição da<br />

cultura, porque cada vez mais, a cultura se torna eficiente<br />

e poderosa na redução das desigualdades e na<br />

universalização de conquistas de qualidade de vida,<br />

além de permitir aos brasileiros que suas as capacidades<br />

cognitivas de criatividade, assim como o espírito<br />

crítico, também se desenvolvam.<br />

O Programa Cultural para o Desenvolvimento<br />

do Brasil do Ministério da Cultura define muito bem<br />

a questão da política pública de cultura, conjugando-a<br />

com as demais políticas governamentais, para


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

353<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15857<br />

sintonizá-las num novo projeto de crescimento; o<br />

acesso universal aos bens culturais, à memória e<br />

ao patrimônio artístico e histórico é o objetivo dessa<br />

política.<br />

Srªs e Srs. Senadores, o Brasil é riquíssimo<br />

em miscigenação e sua diversidade cultural reflete<br />

as influências de muitos povos, desde o seu descobrimento.<br />

O que já é possível sentir, Sr. Presidente, é que,<br />

atualmente, o Ministério da Cultura já demonstra a expressão<br />

do caráter plural da nossa cultura, afirmando<br />

a necessidade de políticas públicas para o Estado e<br />

de impulso de redes sociais de produção, difusão e<br />

receptividade cultural para, finalmente, traduzir o seu<br />

perfil democrático e dinâmico.<br />

O Ministério tem inovado e assumido atividades<br />

culturais também como atividades econômicas. A partir<br />

de 2007 corrente, passa a vigorar um programa de<br />

economia da cultura, no Plano Plurianual do Governo,<br />

com metas e indicadores para realizar avaliações<br />

de eficácia.<br />

O Governo Lula está trabalhando para agregar<br />

ao sistema de contas do Brasil a conta satélite da cultura,<br />

para medir o impacto econômico das atividades<br />

culturais, pois a alta qualidade de nossa produção cultural<br />

confirma a criatividade e a energia do nosso povo<br />

para fazer dessa economia um dos maiores vetores<br />

de desenvolvimento.<br />

Na atualidade, a cultura já responde por 5% dos<br />

empregos formais no país (dados do IPEA) e por 5%<br />

do PIB nacional (dados do documento Mercosul Cultural/2004)”.<br />

O documento do Ministério da Cultura esclarece<br />

também que será aprofundada a nossa política de<br />

inserção internacional independente, identificando<br />

como parceiros culturais, por exemplo, o Mercosul,<br />

a América Latina, a África, os Países da Comunidade<br />

de Língua Portuguesa, a Comunidade Árabe,<br />

a África do Sul, a Rússia, a Índia e a China, preferencialmente.<br />

Não serão descartados parcerias com os países<br />

da Comunidade Européia, os Estados Unidos da<br />

América e o Japão, que são centros hegemônicos<br />

culturais contemporâneos; porém, serão definidos<br />

com os seus governos, os termos de interesses da<br />

nossa soberania nacional, que permitam aos trânsitos<br />

e comércios, a auto afirmação da nossa diversidade<br />

cultural.<br />

Para concluir, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores,<br />

cito aqui as palavras do Presidente Lula,<br />

quando disse que é nova a visão que o Brasil tem<br />

hoje da cultura: “Para nós, a cultura está investida<br />

de um papel estratégico no sentido da construção de<br />

um país socialmente mais justo e de nossa afirmação<br />

soberana no mundo. Porque não a vemos como algo<br />

meramente decorativo, ornamental. Mas como base<br />

da construção e da preservação de nossa identidade,<br />

como espaço para a conquista plena da cidadania,<br />

e como instrumento para a superação da exclusão<br />

social – tanto pelo fortalecimento da auto-estima de<br />

nosso povo, quanto pela sua capacidade de gerar<br />

empregos e de atrair divisas para o país. Ou seja,<br />

encaramos a cultura em todas as suas dimensões,<br />

da simbólica à econômica”.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. GERSON CAMATA (PSDB – ES. Sem<br />

apanhamento taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e<br />

Srs. Senadores, um fato ocorrido há poucos dias deveria<br />

servir como matéria para meditação por todos<br />

os que se opõem à redução da maioridade penal no<br />

Brasil. O criminoso conhecido como Champinha, condenado<br />

pelo seqüestro e assassinato, em 2003, do<br />

casal de namorados Felipe Caffé, de 19 anos, e Liana<br />

Friedenbach, de 16, em São Paulo, fugiu de uma<br />

unidade da Febem.<br />

Na época em que cometeu esses crimes monstruosos,<br />

o assassino tinha 16 anos. Acompanhado de<br />

dois cúmplices, seqüestrou os dois jovens, que iam<br />

acampar com amigos na zona rural da Grande São<br />

Paulo. Depois de matar Felipe, violentou e torturou<br />

Liana durante três dias, acabando por matá-la com<br />

15 facadas.<br />

Preso juntamente com os comparsas, o bandido<br />

confessou os assassinatos com frieza, afirmando: “Matei<br />

porque senti vontade de matar”. Como era inimputável,<br />

graças à nossa legislação, foi recolhido à Febem para<br />

esperar a maioridade.<br />

O autor das mortes de Felipe e Liana foi recapturado<br />

com rapidez e encaminhado para uma unidade<br />

experimental de saúde da Fundação Casa, a antiga<br />

Febem paulista.<br />

Vale a pena ouvir o que dizem sobre esse criminoso<br />

três psiquiatras forenses ouvidos pelo jornal<br />

Folha de S.Paulo. Champinha, segundo eles, não<br />

tem a menor condição de ser reintegrado à sociedade.<br />

O psiquiatra Breno Ramos diz que, por seu quadro<br />

clínico e pelo crime cometido, o assassino deveria<br />

cumprir pena por crime hediondo. O psiquiatra Guido<br />

Palomba considera-o portador de uma perturbação<br />

mental persistente e irreversível, e acredita que ele<br />

deveria permanecer internado durante toda a sua<br />

vida. Sua colega Hilda Morana diz que criminosos<br />

como ele deveriam ser enviados a penitenciárias<br />

destinadas a psicopatas – que, infelizmente, não<br />

existem no Brasil.


354<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15858 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

Por que estou lembrando esse caso? Porque, ao<br />

fugir da Febem, Champinha tornou-se um símbolo, um<br />

doloroso símbolo, do atraso de nossas políticas penais,<br />

da perspectiva deformada com que encaramos<br />

o combate à criminalidade no Brasil.<br />

Tive a oportunidade, dias atrás, de ler, no jornal<br />

de uma universidade paulista, uma das mais<br />

conceituadas do País, opiniões de especialistas,<br />

professores universitários, entrevistados ainda em<br />

2003, logo depois da tragédia que vitimou Liana e<br />

Felipe. Li frases estarrecedoras, como esta: “A sociedade<br />

que precisa a toda hora controlar e punir<br />

é uma sociedade doente”. E mais esta: “Prender o<br />

jovem não adianta, mesmo porque a prisão é uma<br />

idéia do século 19 e há mais de um século não se<br />

mostra eficaz”.<br />

São opiniões que espantam, primeiro por partirem<br />

de estudiosos, de supostos conhecedores do problema<br />

da violência urbana. Se a sociedade não punir<br />

os criminosos, o que vamos fazer com quem infringe<br />

a lei? Se prender jovens assassinos não adianta, se<br />

penitenciárias são uma “idéia ultrapassada”, devemos<br />

então esvaziar as cadeias e instituições para menores<br />

infratores, desistir da repressão ao crime?<br />

Nos Estados Unidos e em países europeus,<br />

nos anos 60 e 70, um movimento denominado “antipsiquiatria”<br />

advogava o esvaziamento dos manicômios<br />

judiciários e outras instituições que abrigavam<br />

portadores de distúrbios mentais graves, a<br />

maioria autores de crimes. Alegava-se que síndromes<br />

psiquiátricas como a esquizofrenia aguda e a<br />

psicose deveriam ser tratadas em regime aberto.<br />

Psicopatas e sociopatas seriam “curados” por meio<br />

do convívio social.<br />

Onde essa “política da libertação” chegou a ser<br />

aplicada, o resultado foi um desastre. Casos irrecuperáveis,<br />

indivíduos que necessitavam de supervisão<br />

constante e de medicamentos, muitos deles agressivos<br />

e violentos, voltaram para as ruas, e não demoraram<br />

a praticar atrocidades.<br />

Sabemos hoje em dia que não há como considerar<br />

“normais e inofensivos” os portadores de certos<br />

distúrbios biológicos do cérebro. Sabemos também<br />

que não é possível atribuir exclusivamente à miséria,<br />

à fome, à desigualdade social a motivação para todos<br />

os crimes. Se fosse assim, países como Estados Unidos,<br />

Japão, Suécia e Dinamarca teriam uma taxa de<br />

criminalidade zero, não precisariam de polícia, sistema<br />

judicial ou de penitenciárias.<br />

Infelizmente, esses fatores tornaram-se, no Brasil,<br />

uma espécie de verdade absoluta, válida para<br />

qualquer caso, mesmo os mais desumanos. Além disso,<br />

em matéria de identificação de distúrbios mentais<br />

entre criminosos, ainda praticamos a “antipsiquiatria”<br />

que caiu rapidamente em descrédito no restante do<br />

mundo. Na contramão do que demonstram pesquisas<br />

médicas nem tão recentes assim, insistimos em<br />

considerar possível a “ressocialização” de doentes<br />

mentais perigosos, portadores de distúrbios de personalidade<br />

que jamais serão curados – e que, por<br />

isso mesmo, voltam a cometer crimes tão logo ganham<br />

a liberdade.<br />

Em resumo, pagamos caro, na forma de uma<br />

crescente perda de vidas, por nossa visão ingênua,<br />

primária mesmo, de um problema tão grave como a<br />

violência. Não é com artifícios de retórica – como dizer<br />

que, “se reduzirmos a maioridade penal, em breve<br />

estaremos colocando crianças na cadeia” – que<br />

resolveremos a questão. Tampouco podemos lavar<br />

as mãos, creditar tudo à injustiça social e dizer à<br />

população que a solução chegará no dia em que tivermos<br />

políticas públicas de emprego e educação<br />

plenamente eficazes.<br />

O problema deve ser abordado em todas frentes,<br />

de todas as formas, porque a sociedade não pode esperar<br />

décadas. Um Estado que não impõe punições<br />

proporcionais à conduta ilícita e aos danos causados<br />

às vítimas é um Estado desacreditado. E o descrédito<br />

das instituições que devem garantir a lei e a ordem é<br />

o melhor combustível para o crime.<br />

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA. Sem apanhamento<br />

taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs.<br />

Senadores, ocupo a tribuna neste momento para registrar<br />

a matéria intitulada “Para Igreja, tensão no campo<br />

permanece em alta”, publicada no jornal O Estado de<br />

S.Paulo, de 17 de abril do corrente.<br />

A matéria destaca que o levantamento Conflitos<br />

no Campo – Brasil 2006, divulgado ontem pela Comissão<br />

Pastoral da Terra (CPT) mostra que embora<br />

tenha ocorrido uma queda geral de conflitos entre 2005<br />

e 2006, a situação de tensões e violência persistiu e<br />

em alguns casos até se agravou com uma morte a<br />

cada 9,3 dias.<br />

Sr. Presidente, solicito que a matéria acima citada<br />

seja considerada parte deste pronunciamento, para que<br />

passe a constar dos Anais do Senado Federal.<br />

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.<br />

Muito obrigado.<br />

<strong>DO</strong>CUMENTO A QUE SE REFERE O<br />

SR. SENA<strong>DO</strong>R FLEXA RIBEIRO EM SEU<br />

PRONUNCIAMENTO<br />

(Inserido nos termos do art. 210, inciso<br />

I e § 2º, do Regimento Interno.)


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

355<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15859


356<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15860 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

O SR. SÉRGIO GUERRA (PSDB – PE. Sem<br />

apanhamento taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e<br />

Srs. Senadores, ocupo a tribuna neste momento para<br />

fazer o registro da matéria intitulada “Após 3 meses,<br />

Lula ainda não conseguiu tirar PAC do papel”, publicada<br />

no jornal O Estado de S.Paulo, em sua edição<br />

de 09 de abril de 2007.<br />

A matéria destaca que o presidente Lula completa<br />

amanhã cem dias do seu segundo mandato sem conseguir<br />

ainda solucionar um dos maiores problemas do<br />

seu governo que é a dificuldade gerencial de transferir<br />

os seus projetos do papel para a ação.<br />

Sr. Presidente, para concluir, requeiro que a referida<br />

matéria passe a integrar os Anais do Senado<br />

Federal.<br />

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.<br />

Muito obrigado.<br />

<strong>DO</strong>CUMENTO A QUE SE REFERE O<br />

SR. SENA<strong>DO</strong>R SÉRGIO GUERRA EM SEU<br />

PRONUNCIAMENTO.<br />

(Inserido nos termos do art. 210, inciso<br />

I e § 2º, do Regimento Interno.)


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

357<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15861<br />

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB – PA. Sem apanhamento<br />

taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs.<br />

Senadores, ocupo a tribuna neste momento para fazer<br />

o registro da matéria intitulada “MANGABEIRA! Qual<br />

será a sua MISSÃO?”, publicado pela revista IstoÉ,<br />

em sua edição de 2 de maio de 2007.<br />

A matéria destaca que ninguém no governo consegue<br />

explicar o que fará o novo Ministério para Ações<br />

de Longo Prazo. Nem mesmo o professor Mangabeira<br />

Unger que já pediu o impeachment de Lula e que acaba<br />

de ser convidado para o cargo.<br />

Sr. Presidente, requeiro que a matéria acima<br />

citada seja considerada parte integrante deste pronunciamento,<br />

para que passe a constar dos Anais do<br />

Senado Federal.<br />

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.<br />

Muito obrigado.<br />

<strong>DO</strong>CUMENTO A QUE SE REFERE O<br />

SR. SENA<strong>DO</strong>R MÁRIO COUTO EM SEU PRO-<br />

NUNCIAMENTO.<br />

(Inserido nos termos do art. 210, inciso<br />

I e § 2º, do Regimento Interno.)


358<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15862 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

359<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15863<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Nada mais havendo a tratar, a Presidência<br />

vai encerrar os trabalhos, lembrando às Srªs e aos<br />

Srs. Senadores que constará da próxima sessão<br />

deliberativa, a realizar-se amanhã, às 14 horas, a<br />

seguinte:<br />

ORDEM <strong>DO</strong> DIA<br />

1<br />

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 338, de 2006<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos<br />

do § 6º do art. 62 da Constituição Federal)<br />

Discussão, em turno único, da Medida<br />

Provisória nº 338, de 2006, que abre crédito<br />

extraordinário ao Orçamento de Investimento<br />

para 2006, em favor de diversas empresas<br />

estatais, no valor total de sete bilhões,<br />

quatrocentos e cinqüenta e sete milhões,<br />

quinhentos e oitenta e cinco mil, novecentos<br />

e setenta e sete reais, e reduz o Orçamento<br />

de Investimento de diversas empresas no<br />

valor global de oito bilhões, oitocentos e oito<br />

milhões, novecentos e cinqüenta e dois mil,<br />

oitocentos e oitenta e oito reais, para os fins<br />

que especifica.<br />

Relator revisor:<br />

(Sobrestando a pauta a partir de:<br />

19.3.2007)<br />

Prazo final (prorrogado): 1º.6.2007<br />

2<br />

PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO Nº 9, DE 2007<br />

(Proveniente da Medida Provisória nº 347, de 2007)<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos<br />

do § 6º do art. 62 da Constituição Federal)<br />

Continuação da votação, em turno único,<br />

do Projeto de Lei de Conversão nº 9, de<br />

2007, que constitui fonte de recursos adicional<br />

para ampliação de limites operacionais<br />

da Caixa Econômica Federal – CEF (proveniente<br />

da Medida Provisória nº 347, de<br />

2007). (Programa de Aceleração do Crescimento<br />

– PAC)<br />

Parecer favorável sob nº 365, de 2007,<br />

de Plenário, Relator revisor: Senador Francisco<br />

Dornelles.<br />

(Sobrestando a pauta a partir de:<br />

19.3.2007)<br />

Prazo final (prorrogado): 1º.6.2007<br />

3<br />

PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO<br />

Nº 10, DE 2007<br />

(Proveniente da Medida Provisória nº 349, de 2007)<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos<br />

do § 6º do art. 62 da Constituição Federal)<br />

Votação, em turno único, do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do Fundo de Garantia<br />

do Tempo de Serviço – FI-FGTS, altera a Lei<br />

nº 8.036, de 11 de maio de 1990, e dá outras<br />

providências (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 349, de 2007). (Programa de Aceleração<br />

do Crescimento – PAC)<br />

Parecer favorável sob nº 364, de 2007,<br />

de Plenário, Relator revisor: Senador Romero<br />

Jucá.<br />

(Sobrestando a pauta a partir de:<br />

19.3.2007)<br />

Prazo final (prorrogado): 1º.6.2007<br />

4<br />

PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO<br />

Nº 14, DE 2007<br />

(Proveniente da Medida Provisória nº 355, de 2007)<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos<br />

do § 6º do art. 62 da Constituição Federal)<br />

Discussão, em turno único, do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 14, de 2007, que dispõe<br />

sobre a prestação de auxílio financeiro<br />

pela União aos Estados, ao Distrito Federal e<br />

aos Municípios, no exercício de 2007, com o<br />

objetivo de fomentar as exportações do País<br />

(proveniente da Medida Provisória nº 355, de<br />

2007).<br />

Relator revisor:<br />

(Sobrestando a pauta a partir de:<br />

12.4.2007)<br />

Prazo final (prorrogado): 25.6.2007<br />

5<br />

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 356, de 2007<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos<br />

do § 6º do art. 62 da Constituição Federal)<br />

Discussão, em turno único, da Medida<br />

Provisória nº 356, de 2007, que abre crédito<br />

extraordinário, em favor do Ministério do Esporte,<br />

no valor de cem milhões de reais, para<br />

os fins que especifica.<br />

Relator revisor:


360<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15864 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

(Sobrestando a pauta a partir de:<br />

22.4.2007)<br />

Prazo final (prorrogado): 6.7.2007<br />

6<br />

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 357, de 2007<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos<br />

do § 6º do art. 62 da Constituição Federal)<br />

Discussão, em turno único, da Medida<br />

Provisória nº 357, de 2007, que autoriza a renegociação<br />

dos créditos da União e da Centrais<br />

Elétricas Brasileiras S.A. – Eletrobrás com a<br />

Itaipu Binacional e dá outras providências.<br />

Relator revisor:<br />

(Sobrestando a pauta a partir de:<br />

27.4.2007)<br />

Prazo final (prorrogado): 10.7.2007<br />

7<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 124, DE 2006<br />

(Em regime de urgência, nos termos do<br />

art. 64, § 1º, da Constituição Federal)<br />

(Incluído em Ordem do Dia, nos termos do<br />

art. 353, parágrafo único, do Regimento Interno)<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 124, de 2006 (nº 7.514/2006,<br />

na Casa de origem), de iniciativa do Presidente<br />

da República, que altera a Lei nº 11.196, de<br />

21 de novembro de 2005 (estabelece incentivos<br />

fiscais para empresas que investem em<br />

pesquisa científica e tecnológica).<br />

Pareceres nºs 260 e 261, de 2007, das<br />

Comissões de<br />

– Assuntos Econômicos, Relator: Senador<br />

Francisco Dornelles, favorável ao Projeto,<br />

com a Emenda nº 2-CAE, de redação, que<br />

apresenta; e<br />

– de Educação, Relator: Senador Flávio<br />

Arns, favorável ao Projeto e à Emenda nº 1.<br />

(Sobrestando a pauta a partir de:<br />

11.3.2007)<br />

8<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 10, DE 2007<br />

(Em regime de urgência, nos termos do<br />

art. 64, § 1º, da Constituição Federal)<br />

(Incluído em Ordem do Dia, nos termos do art. 353,<br />

parágrafo único, do Regimento Interno)<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 10, de 2007 (nº 7.569/2006,<br />

na Casa de origem), de iniciativa do Presidente<br />

da República, que modifica as competências<br />

e a estrutura organizacional da fundação Coordenação<br />

de Aperfeiçoamento de Pessoal<br />

de Nível Superior – Capes, de que trata a Lei<br />

nº 8.405, de 9 de janeiro de 1992; e altera a<br />

Lei nº 11.273, de 6 de fevereiro de 2006, que<br />

autoriza a concessão de bolsas de estudo e<br />

de pesquisa a participantes de programas de<br />

formação inicial e continuada de professores<br />

para educação básica.<br />

Pareceres nºs 223 a 225, de 2007, das<br />

Comissões<br />

– de Constituição, Justiça e Cidadania,<br />

Relator ad hoc: Senador Wellington Salgado,<br />

favorável ao Projeto e as Emendas nºs 3 a 5,<br />

nos termos da Emenda nº 6-CCJ (Substitutivo),<br />

que oferece;<br />

– de Inovação, Comunicação e Informática,<br />

Relator: Senador Eduardo Azeredo, favorável<br />

ao Projeto e as Emendas nºs 3 a 5, nos<br />

termos da Emenda nº 7-CCT (Substitutivo),<br />

que oferece; e<br />

– de Educação, Relatora: Senadora Marisa<br />

Serrano, favorável ao Projeto e as Emendas<br />

nºs 3 a 5, nos termos da Emenda nº 8-CE<br />

(Substitutivo), que oferece.<br />

(Sobrestando a pauta a partir de:<br />

14.4.2007)<br />

9<br />

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO<br />

Nº 35, DE 2007<br />

(Incluído em Ordem do Dia, nos termos do<br />

parágrafo único do art. 353 do Regimento Interno)<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Decreto Legislativo nº 35, de 2007 (apresentado<br />

como conclusão do Parecer nº 100, de<br />

2007, da Comissão de Assuntos Econômicos),<br />

Relator ad hoc: Senador Delcídio Amaral, que<br />

aprova a Programação Monetária para o primeiro<br />

trimestre de 2007.<br />

10<br />

EMENDA DA CÂMARA AO<br />

PROJETO DE LEI <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> Nº 337, DE 1999<br />

Votação, em turno único, da Emenda da<br />

Câmara ao Projeto de Lei do Senado nº 337,<br />

de 1999 (nº 2.516/2000, naquela Casa), que<br />

acrescenta parágrafo ao art. 14 da Lei nº 1.060,


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

361<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15865<br />

de 5 de fevereiro de 1950, no sentido de regular<br />

a gratuidade dos honorários de perito.<br />

Parecer sob nº 69, de 2007, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania, Relator:<br />

Senador Arthur Virgílio, pela rejeição.<br />

11<br />

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO<br />

Nº 57, DE 2005<br />

(Votação nominal)<br />

Votação, em primeiro turno, da Proposta<br />

de Emenda à Constituição nº 57, de 2005,<br />

de autoria do Senador Marco Maciel e outros<br />

Senhores Senadores, que dá nova redação<br />

ao § 4º do art. 66 da Constituição, para permitir<br />

que os vetos sejam apreciados separadamente<br />

no Senado Federal e na Câmara dos<br />

Deputados.<br />

Pareceres sob nºs 779, de 2006; e 272,<br />

de 2007, da Comissão de Constituição, Justiça<br />

e Cidadania, – 1º pronunciamento (sobre a<br />

Proposta): Relator: Senador Ramez Tebet, favorável;<br />

– 2º pronunciamento (sobre a Emenda<br />

nº 1, de Plenário): Relator: Senador Adelmir<br />

Santana, favorável, e apresentando a Emenda<br />

nº 2-CCJ, de redação.<br />

12<br />

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO<br />

Nº 59, DE 2005<br />

Quinta e última sessão de discussão,<br />

em primeiro turno, da Proposta de Emenda<br />

à Constituição nº 59, de 2005, de autoria do<br />

Senador Arthur Virgílio e outros Senhores<br />

Senadores, que acrescenta o seguinte § 5º<br />

ao art. 239 da Constituição Federal, para<br />

permitir que os recursos do PASEP sejam<br />

aplicados diretamente pelos Estados e Municípios.<br />

Parecer sob nº 1.094, de 2006, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania,<br />

Relator: Senador João Batista Motta, favorável,<br />

com a Emenda nº 1-CCJ, de redação.<br />

13<br />

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO<br />

Nº 37, DE 2004<br />

Quarta sessão de discussão, em primeiro<br />

turno, da Proposta de Emenda à Constituição<br />

nº 37, de 2004, tendo como primeiro signatá-<br />

rio o Senador Antonio Carlos Magalhães, que<br />

altera a redação da alínea “d” do inciso II do<br />

art. 93 da Constituição Federal (torna obrigatória<br />

a promoção por antigüidade do juiz que<br />

figurar, por duas vezes, indicado pelo Tribunal<br />

competente).<br />

Parecer sob nº 16, de 2007, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania: Relator<br />

Senador Demóstenes Torres, favorável, com as<br />

Emendas nºs 1 a 4-CCJ, que apresenta.<br />

14<br />

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO<br />

Nº 2, DE 2007<br />

Primeira sessão de discussão, em primeiro<br />

turno, da Proposta de Emenda à Constituição<br />

nº 2, de 2007, tendo como primeiro<br />

signatário o Senador Marco Maciel, que<br />

acrescenta parágrafo ao art. 17 da Constituição<br />

Federal, para autorizar distinções entre<br />

partidos políticos, para fins de funcionamento<br />

parlamentar, com base no seu desempenho<br />

eleitoral.<br />

Parecer sob nº 91, de 2007, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania, Relator:<br />

Senador Jarbas Vasconcelos, favorável, com<br />

as Emendas nºs 1 e 2-CCJ, que apresenta,<br />

com votos contrários dos Senadores Antonio<br />

Carlos Valadares e José Nery, e, em separado,<br />

do Senador Inácio Arruda.<br />

15<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 12, DE 2000<br />

Discussão, em turno único, do Projeto<br />

de Lei da Câmara nº 12, de 2000 (nº 885/95,<br />

na Casa de origem), que institui o Programa<br />

Nacional de Habitação para Mulheres<br />

com Responsabilidades de Sustento da Família.<br />

Parecer sob nº 530, de 2006, da Comissão<br />

de Direitos Humanos e Legislação Participativa<br />

Relator: Senador Paulo Paim, favorável,<br />

nos termos da Emenda nº 1-CDH (Substitutivo),<br />

que oferece.<br />

16<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 34, DE 2004<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 34, de 2004 (nº 2.155/99, na


362<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

15866 Quarta-feira 23 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

Casa de origem), que cria o Relatório Anual<br />

Socioeconômico da Mulher.<br />

Parecer sob nº 873, de 2006, da Comissão<br />

de Direitos Humanos e Legislação Participativa,<br />

Relator ad hoc: Senador Paulo Paim,<br />

favorável, com as Emendas nºs 1 a 4-CDH,<br />

que apresenta.<br />

17<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 105, DE 2005<br />

Discussão, em turno único, do Projeto<br />

de Lei da Câmara nº 105, de 2005 (nº<br />

2.619/2003, na Casa de origem), que altera<br />

a Lei nº 5.859, de 11 de dezembro de 1972,<br />

para assegurar a todos os trabalhadores<br />

domésticos o direito ao benefício do seguro-desemprego.<br />

Parecer favorável, sob nº 539, de 2006,<br />

da Comissão de Assuntos Sociais, Relator ad<br />

hoc: Senador Pedro Simon.<br />

18<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 33, DE 2006<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 33, de 2006 (nº 4.539/2004,<br />

na Casa de origem), que institui o dia 6 de dezembro<br />

como o Dia Nacional de Mobilização<br />

dos Homens pelo Fim da Violência contra as<br />

Mulheres.<br />

Parecer favorável, sob nº 1.223, de 2006,<br />

da Comissão de Educação, Relator ad hoc:<br />

Senador Juvêncio da Fonseca.<br />

19<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 66, DE 2006<br />

Discussão, em turno único, do Projeto<br />

de Lei da Câmara nº 66, de 2006 (nº<br />

4.733/2004, na Casa de origem), de iniciativa<br />

do Presidente da República, que dá nova<br />

redação ao art. 894 da Consolidação das<br />

Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei<br />

nº 5.452, de 1º de maio de 1943,<br />

e à alínea b do inciso III do art. 3º da Lei nº<br />

7.701, de 21 de dezembro de 1988 (dispõe<br />

sobre os embargos para o Tribunal Superior<br />

do Trabalho).<br />

Parecer sob nº 23, de 2007, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania, Relator:<br />

Senador José Agripino, favorável, com as<br />

Emendas nºs 1 a 3-CCJ, que apresenta.<br />

20<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 80, DE 2006<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 80, de 2006 (nº 4.735/2004,<br />

na Casa de origem), de iniciativa do Presidente<br />

da República, que dá nova redação ao caput do<br />

art. 836 da Consolidação das Leis do Trabalho<br />

– CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de<br />

1º de maio de 1943, a fim de dispor sobre o<br />

depósito prévio em ação rescisória.<br />

Parecer sob nº 24, de 2007, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania, Relator:<br />

Senador João Batista Motta, favorável, com as<br />

Emendas nºs 1 e 2-CCJ.<br />

21<br />

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO<br />

Nº 131, DE 1997<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Decreto Legislativo nº 131, de 1997 (nº 573/97,<br />

na Câmara dos Deputados), que aprova o texto<br />

do Acordo de Parceria e de Cooperação em<br />

Matéria de Segurança Pública, celebrado entre<br />

o Governo da República Federativa do Brasil<br />

e o Governo da República Francesa, em Brasília,<br />

em 12 de março de 1997.<br />

Pareceres sob nºs 143, de 1998; 1.603<br />

e 1.604, de 2005, das Comissões<br />

– de Relações Exteriores e Defesa Nacional,<br />

1º pronunciamento, Relator: Senador<br />

Romeu Tuma, favorável, com voto contrário,<br />

em separado, da Senadora Benedita da Silva;<br />

2º pronunciamento, Relator ad hoc: Senador<br />

Jefferson Peres, favorável; e<br />

– de Constituição, Justiça e Cidadania<br />

(em audiência, por solicitação da Comissão<br />

de Relações Exteriores e Defesa Nacional),<br />

Relator: Senador Jefferson Peres, favorável.<br />

22<br />

PROJETO DE LEI <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> Nº 227, DE 2006<br />

Primeira sessão de discussão, em primeiro<br />

turno, do Projeto de Lei do Senado nº<br />

227, de 2006, de iniciativa da Comissão Parlamentar<br />

Mista de Inquérito dos Correios, que<br />

altera dispositivos da Lei nº 8.666, de 21 de<br />

junho de 1993, e 10.520, de 17 de julho de<br />

2002, ampliando o âmbito de aplicação do<br />

pregão eletrônico e melhorando mecanismos<br />

de controle.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

363<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quarta-feira 23 15867<br />

23<br />

PROJETO DE LEI <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> Nº 26, DE 2000<br />

(Tramitando em conjunto com o<br />

Projeto de Lei do Senado nº 685, de 1999)<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei do Senado nº 26, de 2000, de autoria do Senador<br />

Paulo Hartung, que altera a redação do §<br />

1º do art. 6º da Lei nº 9.069, de 29 de junho de<br />

1995, para definir que o Presidente do Banco<br />

Central comparecerá, pessoalmente, à Comissão<br />

de Assuntos Econômicos do Senado, para<br />

fazer relato sobre a execução da programação<br />

monetária que se finda e a exposição e entrega<br />

da Programação Monetária Trimestral.<br />

Pareceres sob nºs 1.816 e 1.817, de<br />

2005, das Comissões<br />

– de Constituição, Justiça e Cidadania,<br />

Relator: Senador Sérgio Machado, favorável,<br />

nos termos da Emenda nº 1-CCJ (Substitutivo),<br />

que oferece, e pela rejeição do Projeto de<br />

Lei do Senado nº 685, de 1999, com o qual<br />

tramita em conjunto; e<br />

– de Assuntos Econômicos, Relator: Senador<br />

Aloizio Mercadante, favorável ao Projeto,<br />

nos termos do parecer da Comissão de Constituição,<br />

Justiça e Cidadania, com voto contrário,<br />

em separado, dos Senadores Heloísa Helena<br />

e Eduardo Suplicy.<br />

24<br />

PROJETO DE LEI <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> Nº 685, DE 1999<br />

(Tramitando em conjunto com o<br />

Projeto de Lei do Senado nº 26, de 2000)<br />

Projeto de Lei do Senado nº 685, de<br />

1999, da Comissão Parlamentar de Inquérito<br />

do Sistema Financeiro, que altera a redação<br />

do § 1º da art. 6º da Lei nº 9.069, de 29 de junho<br />

de 1995, que “dispõe sobre o Plano Real,<br />

o Sistema Monetário Nacional, estabelece as<br />

regras e condições de emissão do Real e os<br />

critérios para conversão das obrigações para<br />

o Real, e dá outras providências”.<br />

25<br />

REQUERIMENTO Nº 123, DE 2007<br />

(Incluído em Ordem do Dia nos termos do<br />

art. 222, § 2º, do Regimento Interno)<br />

Votação, em turno único, do Requerimento<br />

nº 123, de 2007, do Senador Aloizio<br />

Mercadante, solicitando voto de aplauso ao<br />

ex-Vice-Presidente dos Estados Unidos da<br />

América, Al Gore, pelo documentário intitulado<br />

“An Inconvenient Truth” (Uma Verdade<br />

Inconveniente).<br />

Parecer favorável, sob nº 290, de 2007,<br />

da Comissão de Relações Exteriores e Defesa<br />

Nacional, Relator: Senador Fernando Collor<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Está encerrada a sessão.<br />

(Levanta-se a sessão às 21 horas e 43<br />

minutos.)


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Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 15875<br />

Ata da 76ª Sessão Deliberativa Ordinária,<br />

em 23 de maio de 2007<br />

1ª Sessão Legislativa Ordinária da 53ª Legislatura<br />

Presidência dos Srs. Renan Calheiros, Tião Viana,<br />

Gerson Camata, César Borges e Serys Slhessarenko<br />

ÀS 14 HORAS, ACHAM-SE PRESENTES<br />

ÀS SRAS. E OS SRS. SENA<strong>DO</strong>RES:


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15876 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – A lista de presença acusa o comparecimento<br />

de 74 Srs. Senadores. Havendo número regimental,<br />

declaro aberta a sessão.<br />

Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos.<br />

Sobre a mesa, proposta de emenda à Constituição<br />

que passo a ler.<br />

É lida seguinte:<br />

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO<br />

Nº 46, DE 2007<br />

Acrescenta alínea d ao inciso II do § 4º<br />

do art. 177 da Constituição Federal.<br />

As mesas da Câmara dos Deputados e do Senado<br />

Federal, nos termos do art. 60 da Constituição<br />

Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional:<br />

Art. 1º A Constituição Federal passa a vigorar<br />

acrescida da seguinte alínea d ao inciso II do § 4º do<br />

art. 177:<br />

“Art. 177. ..............................................<br />

§ 4º .......................................................<br />

II – ........................................................<br />

d) Ao financiamento de programas de<br />

educação e saúde para trabalhadores do setor<br />

sucro-alcooleiro.<br />

Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor<br />

na data de sua publicação.<br />

Justificação<br />

É conhecido o problema da maioria dos trabalhadores<br />

não qualificados no setor sucro-alcooleiro.<br />

Os cortadores de cana labutam em uma atividade<br />

desgastante e não tem qualquer rede de proteção social.<br />

Para piorar a situação essa ocupação é sazonal<br />

colocando-os em situação de desemprego na maior<br />

parte do ano. E imprescindível para o País encontrar<br />

alguma forma de financiar ações de apoio a esses<br />

trabalhadores.<br />

Precisamos fazer algo a respeito. A perspectiva<br />

de um “boom” do etanol no mercado internacional torna<br />

ainda mais urgente a adoção de medidas de proteção<br />

ao exército de trabalhadores que tornarão possível a<br />

expansão da produção nacional de álcool.<br />

Como a Contribuição de Intervenção no Domínio<br />

Econômico (CIDE) incide sobre o álcool etílico combustível,<br />

faz sentido destinar parte desses recursos<br />

para a promoção de melhores condições de vida dos<br />

trabalhadores que tornam possível a produção desse<br />

combustível. Os benéficos serão sentidos em todo o<br />

País.<br />

Dada a importância de se modificarem as condições<br />

de vida daqueles que trabalham no setor sucroalcooleiro,<br />

esperamos contar com o apoio dos ilustres<br />

membros do Congresso Nacional para a presente<br />

proposição.<br />

Sala das Sessões, – Senador Osmar Dias.


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 15877<br />

LEGISLAÇÃO CITADA<br />

CONSTITUIÇÃO DA<br />

REPÚBLICA FEDERATIVA <strong>DO</strong> BRASIL<br />

....................................................................................<br />

Art. 177. Constituem monopólio da União:<br />

I – a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e<br />

gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;<br />

II – a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;<br />

III – a importação e exportação dos produtos e<br />

derivados básicos resultantes das atividades previstas<br />

nos incisos anteriores;<br />

IV – o transporte marítimo do petróleo bruto de<br />

origem nacional ou de derivados básicos de petróleo<br />

produzidos no País, bem assim o transporte, por meio<br />

de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás<br />

natural de qualquer origem;<br />

V – a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento,<br />

a industrialização e o comércio de<br />

minérios e minerais nucleares e seus derivados, com<br />

exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização<br />

e utilização poderão ser autorizadas sob regime<br />

de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso<br />

XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal.<br />

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49,<br />

de 2006)<br />

§ 1º A União poderá contratar com empresas<br />

estatais ou privadas a realização das atividades previstas<br />

nos incisos I a IV deste artigo observadas as<br />

condições estabelecidas em lei. (Redação dada pela<br />

Emenda Constitucional nº 9, de 1995)<br />

§ 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre:<br />

(Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)<br />

I – a garantia do fornecimento dos derivados de<br />

petróleo em todo o território nacional; (Incluído pela<br />

Emenda Constitucional nº 9, de 1995)<br />

II – as condições de contratação; (Incluído pela<br />

Emenda Constitucional nº 9, de 1995)


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15878 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

III – a estrutura e atribuições do órgão regulador<br />

do monopólio da União; (Incluído pela Emenda Constitucional<br />

nº9, de 1995)<br />

§ 3º A lei disporá sobre o transporte e a utilização<br />

de materiais radioativos no território nacional. (Renumerado<br />

de § 2º para 3º pela Emenda Constitucional<br />

nº 9, de 1995)<br />

§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção<br />

no domínio econômico relativa às atividades de importação<br />

ou comercialização de petróleo e seus derivados,<br />

gás natural e seus derivados e álcool combustível<br />

devera atender aos seguintes requisitos: (Incluído pela<br />

Emenda Constitucional nº 33, de 2001)<br />

I – a alíquota da contribuição poderá ser: (Incluído<br />

pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)<br />

a) diferenciada por produto ou uso; (Incluído pela<br />

Emenda Constitucional nº 33, de 2001)<br />

b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo,<br />

não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III,<br />

b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de<br />

2001)<br />

II – os recursos arrecadados serão destinados: (Incluído<br />

pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)<br />

a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte<br />

de álcool combustível, gás natural e seus derivados<br />

e derivados de petróleo; (Incluído pela Emenda<br />

Constitucional nº 33, de 2001)<br />

b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados<br />

com a Indústria do petróleo e do gás; (Incluído<br />

pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)<br />

c) ao financiamento de programas de infra-estrutura<br />

de transportes. (Incluído pela Emenda Constitucional<br />

nº 33, de 2001)<br />

(À Comissão de Constituição, Justiça e<br />

Cidadania)<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB –<br />

ES) – A proposta de emenda à Constituição que acaba<br />

de ser lida está sujeita às disposições constantes dos<br />

art. 354 e seguintes do Regimento Interno. A matéria<br />

vai à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.<br />

Sobre a mesa, projetos que passo a ler.<br />

São lidos os seguintes:


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15902 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Os projetos que acabam de ser lidos serão<br />

publicados e remetidos às Comissões competentes.<br />

Sobre a mesa, requerimento que passo a ler.<br />

É lido o seguinte:<br />

REQUERIMENTO Nº 614, DE 2007<br />

Senhor Presidente,<br />

Na forma do disposto no inciso I, do art. 335 do<br />

Regimento Interno, requeiro o sobrestamento da Proposta<br />

de Emenda à Constituição nº 4, de 2006, em<br />

curso no Senado Federal, para aguardar decisão sobre<br />

proposição com ela conexa.<br />

Sala das Sessões, 23 de maio de 2007. – Senador<br />

Marco Maciel.<br />

(À Comissão de Constituição, Justiça e<br />

Cidadania)<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – O requerimento que acaba de ser lido será publicado<br />

e encaminhado à Comissão competente para<br />

parecer, nos termos do parágrafo único do art. 335 do<br />

Regimento Interno.<br />

Sobre a mesa, requerimento que passo a ler.<br />

É lido o seguinte:<br />

REQUERIMENTO Nº 615, DE 2007<br />

Requeiro, nos termos do artigo 222 do RISF, Voto<br />

de Louvor para a Prefeitura Municipal de Itajaí e Centro<br />

Tecnológico pelo prêmio recebido hoje da Organização<br />

das Nações Unidas, através da Associação Brasileira<br />

de Municípios, pela elaboração de Softwares livres de<br />

Gestão Pública para Governança e Liderança Vital, em<br />

prol do Desenvolvimento Humano.<br />

Sala das Sessões, 23 de maio de 2007. – Senadora<br />

Ideli Salvatti.


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 15903<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – A Presidência encaminhará o voto de louvor<br />

solicitado.<br />

O requerimento que acaba de ser lido vai ao<br />

Arquivo.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – A Presidência recebeu a Mensagem nº 84,<br />

de 2007 (nº 323/2007, na origem), pela qual o Presidente<br />

da República encaminha, nos termos do art.<br />

77 da Lei nº 11.439, de 2006, o relatório contendo os<br />

novos limites de empenho e movimentação financeira<br />

que caberão a esta Casa, os respectivos parâmetros e<br />

memória de cálculo das receitas e despesas.<br />

A matéria vai à Primeira-Secretaria do Senado<br />

Federal.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Sobre a mesa, pareceres que passo a ler.<br />

São lidos os seguintes:


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Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 15905


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15906 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


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Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 15907


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15908 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 15909


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15910 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


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Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 15911


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15912 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


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15914 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


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15932 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


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15934 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


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16000 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Os pareceres que acabam de ser lidos vão à<br />

publicação.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – A Presidência recebeu o Ofício nº 40, de<br />

2007, da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação,<br />

Comunicação e Informática, comunicando a aprovação<br />

em caráter terminativo dos Projetos de Decreto<br />

Legislativo nºs 441 e 447, de 2006; 36, 44, 46, 51, 54,<br />

59, 64, 68, 69 e 75, de 2007.<br />

Nos termos do art. 91, § 3º, do Regimento Interno,<br />

combinado com o Parecer nº 34, de 2003, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania, aprovado<br />

pelo Plenário em 25 de março de 2003, fica aberto o<br />

prazo de cinco dias úteis para interposição de recurso,<br />

por um décimo da composição da Casa, para que as<br />

matérias sejam apreciadas pelo Plenário.<br />

É lido o seguinte:<br />

Of. nº 40/2007 – CCT<br />

Brasília, 16 de maio de 2007<br />

Senhor Presidente,<br />

Comunico a Vossa Excelência que, em reunião<br />

realizada nesta data, a Comissão de Ciência, Tecnologia,<br />

Inovação, Comunicação e Informática, aprovou,<br />

em caráter terminativo, os Projetos de Decretos Legislativos<br />

nº s 441 e 447 de 2006 e 36, 44, 46, 51, 54, 59,<br />

64, 68, 69 e 75 de 2007.<br />

Atenciosamente, – Senador Wellington Salgado<br />

de Oliveira, Presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia,<br />

Inovação, Comunicação e Informática.<br />

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI) – Pela ordem,<br />

Sr. Presidente.<br />

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT – RS) – Pela<br />

ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação parlamentar.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Pela ordem, concedo a palavra ao Senador<br />

Mão Santa e depois ao Senador Paulo Paim.<br />

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Gostaria de fazer uma comunicação<br />

inadiável se V. Exª permitir. E devido à importância...<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – V. Exª será atendido. Há três inscritos: além<br />

do Presidente, o Senador Mão Santa e o Senador<br />

Paulo Paim.<br />

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT – RS. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, como<br />

tenho de abrir o debate sobre a livre opção sexual,<br />

que se iniciará às 14 horas, eu queria saber se V.<br />

Exª permitiria, com a aquiescência do Senador César<br />

Borges, que eu fizesse o meu pronunciamento<br />

agora – cinco minutos – já que, inclusive, fui eu que<br />

o inscrevi com muito orgulho para ser o primeiro<br />

orador.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – O Senador Mão Santa está sendo consultado<br />

se pode ceder o primeiro lugar ao Senador Paulo Paim,<br />

que tem um compromisso logo a seguir.<br />

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI) – Eu gostaria<br />

que ele ficasse aqui, porque o Senador Paulo Paim é<br />

um símbolo, que é raro no PT, de honradez. Então eu<br />

gostaria era que ele ouvisse a minha denúncia.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Senador César Borges, V. Exª concorda?<br />

O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA) – Sr. Presidente,<br />

eu não só concordo, como também me sinto<br />

extremamente gratificado ao poder ceder o lugar ao<br />

Senador Paulo Paim, porque, na verdade, ele me foi<br />

conseguido por S. Exª.<br />

Ele continuará com o crédito de ter conseguido<br />

este momento e, eu, com o débito de ceder-lhe este<br />

lugar, porque é um prazer, Senador Paim.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – A Presidência agradece a V. Exª.<br />

Concedo a palavra ao Senador Mão Santa, pela<br />

ordem.<br />

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Presidente, eu gostaria que<br />

Paim ouvisse, porque ele é muito íntegro. Agora chegou<br />

a Líder do PT, e eu tenho denúncias graves, inclusive<br />

que atingem este Senado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – V. Exª, oportunamente, poderá fazê-las quando<br />

lhe for concedida a palavra.<br />

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT – RS. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, só quero<br />

dizer que eu inscrevi o Senador César Borges e não<br />

estou aqui, em nenhum momento, negociando este<br />

lugar. Até porque eu nem posso ficar aqui. Eu vou ter<br />

que abrir uma reunião às duas horas. Eu queria ver<br />

se conseguia falar no horário das comunicações parlamentares.<br />

Só isso.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Concedo a palavra ao nobre Senador Paulo<br />

Paim, por cinco minutos, para uma comunicação<br />

inadiável.<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC) – Pela<br />

ordem, Sr. Presidente.<br />

O SRA. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Concedo a palavra à Senadora Ideli Salvatti<br />

pela ordem.


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16001<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC. Pela<br />

ordem. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente, eu<br />

queria apenas pedir a minha inscrição pela Liderança<br />

do PT.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – V. Exª está inscrita como Líder do PT.<br />

Com a palavra o Senador Paulo Paim.<br />

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT – RS. Para uma<br />

comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) – Sr.<br />

Presidente, eu falarei daqui mesmo e tentarei não usar<br />

os cinco minutos.<br />

Quero, primeiro, registrar nesta Casa a minha<br />

alegria, porque ontem a Comissão de Educação aprovou<br />

uma escola técnica para o Vale do Taquari, de<br />

nossa autoria, que vem atender uma demanda enorme<br />

daquela região. Eu estou dialogando com o MEC<br />

para que todos os procedimentos sejam feitos o mais<br />

rápido possível.<br />

Em segundo lugar, Sr. Presidente, quero também<br />

registrar outro documento em que, mais uma vez, eu<br />

enfatizo a importância do Fundep – Fundo de Investimento<br />

para o Ensino Técnico Profissionalizante. Tenho<br />

aqui uma série de dados. Por exemplo, o próprio Eliezer<br />

Pacheco, uma das pessoas que mais incentivam o ensino<br />

técnico profissionalizante, diz que há, atualmente,<br />

um total de 200 mil postos de trabalhos não preenchidos<br />

no Brasil por falta de pessoal qualificado<br />

Mais uma vez, insisto em falar da importância<br />

desse projeto. Peço ao Senador Demóstenes Torres<br />

que, com a maior brevidade, dê parecer favorável à<br />

proposta de emenda constitucional, já que quando<br />

conversamos S. Exª disse ser favorável ao projeto,<br />

para que o Fundep seja aprovado com rapidez, a fim<br />

de que as escolas técnicas anunciadas pelo Presidente<br />

Lula, que já ultrapassam o número de 150, possam<br />

ser implementadas com rapidez.<br />

Sr. Presidente, quero também dizer da minha<br />

alegria em ver que o Supremo Tribunal Federal já reconhece,<br />

com base na PEC paralela, que nós aprovamos<br />

com a participação de todos os Srs. Senadores<br />

a paridade, que foi uma conquista desta Casa em<br />

parceria com os servidores públicos e também com<br />

os aposentados e pensionistas.<br />

Agradeço a todos os Senadores a oportunidade.<br />

Calculo que falei por dois minutos, com a tolerância de<br />

V. Exª, Sr. Presidente, que me permitiu falar um minuto<br />

antes de começar a contar o meu tempo. Sinto-me<br />

contemplado.<br />

Daqui a pouco vou abrir o debate na Comissão<br />

de Direitos Humanos, com a Senadora Fátima Cleide,<br />

que é a Relatora. Ouviremos todos aqueles que<br />

são a favor ou contra o projeto oriundo da Câmara<br />

que tenta regulamentar a livre opção sexual. Estarei<br />

lá como o Presidente, a Relatora também, e faremos<br />

um bom debate. Espero que, ao longo desse debate,<br />

seja construída uma proposta de entendimento entre<br />

os que são a favor e os que são contra o projeto que<br />

está naquela Comissão para ser apreciado.<br />

Muito obrigado.<br />

SEGUEM, NA ÍNTEGRA, DISCURSOS<br />

<strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong>R PAULO PAIM<br />

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT – RS. Sem apanhamento<br />

taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs.<br />

Senadores, ainda outro dia, apresentei nesta Casa Proposta<br />

de Emenda Constitucional criando o Fundo de<br />

Desenvolvimento do Ensino Profissional (Fundep).<br />

Se o fiz, é porque penso que uma parte importante<br />

do desemprego, principalmente dos jovens, é devida<br />

a sua falta de treinamento e qualificação profissional.<br />

Uma falta que não é, de jeito nenhum, da culpa deles,<br />

jovens em busca de trabalho, mas da pouca oferta,<br />

ou mesmo da inexistência de opções de cursos para<br />

a formação profissionalizante.<br />

Pois vejam só as Srªs. Senadoras e os Srs. Senadores:<br />

o número desta semana do Jornal da Comunidade,<br />

veículo que circula aqui no Distrito Federal, traz<br />

matéria do repórter Carlos Oliveira, na qual, confirmando<br />

a minha impressão, fica demonstrada a articulação<br />

entre ensino profissionalizante e empregabilidade.<br />

Por essa reportagem ficamos sabendo que, segundo<br />

o Secretário de Educação Profissional e Tecnológica<br />

do MEC, Eliézer Moreira Pacheco, há atualmente<br />

um total de 200 mil postos de trabalho não preenchidos<br />

no País, por falta de pessoal qualificado.<br />

Quer dizer, vejam bem, há gente sem emprego<br />

de um lado, e postos de trabalho sem candidatos de<br />

outro! Faz sentido isso? Que mundo é esse? Em alguns<br />

casos, segundo a reportagem, os empregadores<br />

acabam buscando profissionais em outros países.<br />

E nós, brasileiros, desempregados aos milhares!<br />

Não será uma das maiores injustiças de nossa<br />

sociedade, essa de não qualificar nosso povo para o<br />

trabalho mais bem remunerado?<br />

Atento a essa questão de real interesse popular,<br />

o Governo do Presidente Lula lançou, por intermédio<br />

do MEC, o Plano de Expansão da Rede Federal de<br />

Educação Tecnológica.<br />

Para o Ministro Fernando Haddad, trata-se da<br />

mais extensiva construção de escolas técnicas e profissionais<br />

dos últimos cem anos. Além das 144 unidades<br />

já existentes em 2005, distribuídas por 23 Estados,<br />

passaremos a contar, no final deste ano de 2007,<br />

com novas 60 instituições de ensino, o que representa<br />

crescimento de mais de 40%.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

491<br />

16002 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

Mas é preciso também que a informação sobre<br />

a existência dessas instituições chegue ao jovem interessado.<br />

Segundo a Diretora de Ensino Médio da<br />

Secretaria de Educação aqui do Distrito Federal, Penha<br />

Júlia de Castro Gama, haveria milhares de vagas<br />

nos 48 cursos técnicos e nos 174 cursos de formação<br />

continuada para o trabalho oferecidos nos cinco Centros<br />

de Educação Profissional do DF.<br />

E ela é mais uma a fazer questão de dizer que<br />

a formação profissional não apenas facilita o acesso<br />

do jovem ao trabalho, mas permite que continue sua<br />

formação, pois tendo sua sobrevivência assegurada,<br />

terá condição de estudar ainda mais.<br />

Um outro assunto que desejo abordar saiu no<br />

Jornal do Brasil do último domingo, 20 de maio. Tratase<br />

da constatação do achatamento da renda da classe<br />

média – aqueles que, segundo os critérios da Ordem<br />

dos Economistas do Brasil, têm renda familiar entre<br />

10 e 40 salários mínimos.<br />

Segundo o professor da USP Peter Greiner, responsável<br />

pelo cálculo do Índice de Custo de Vida da<br />

Classe Média (ICVM), a não-correção da tabela do<br />

Imposto de Renda, o aumento da carga tributária, e o<br />

processo de terceirização e precarização da força de<br />

trabalho são os principais fatores que explicam a perda<br />

de poder aquisitivo dessa faixa de trabalhadores.<br />

De fato, a política de redistribuição de renda, de<br />

modo correto, em princípio, tem privilegiado a classe<br />

dos que ganham salário mínimo, porque vem sendo<br />

reajustado acima da inflação e porque as condições<br />

econômicas do País permitiram a redução dos preços<br />

dos alimentos básicos.<br />

Mas a classe média parece que permanece esquecida<br />

das políticas públicas, constituindo, talvez, a<br />

parte da população que de fato paga os custos da estabilidade<br />

e da redistribuição da renda.<br />

Quem sabe não seria hora de pensarmos políticas<br />

para as camadas mais baixas dessa classe média<br />

tão sacrificada?<br />

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT – RS. Sem apanhamento<br />

taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs.<br />

Senadores, é com muita satisfação que venho, hoje,<br />

a esta tribuna para saudar duas decisões recentes do<br />

Plenário do Supremo Tribunal Federal.<br />

Foram duas decisões importantes, que começam<br />

a formar jurisprudência em torno da aplicação do princípio<br />

da paridade entre servidores ativos e inativos,<br />

que tanto lutamos para assegurar aos servidores em<br />

regime de transição, quando da aprovação da Emenda<br />

Constitucional nº 47, a chamada PEC paralela.<br />

Os artigos 2º e 3º da Emenda 47, que tive a iniciativa<br />

de propor, buscaram assegurar o princípio da<br />

paridade de remuneração entre os servidores ativos e<br />

aqueles que se aposentarem segundo os regimes de<br />

transição previstos na Reforma da Previdência e na<br />

própria PEC paralela, bem como às pensões derivadas<br />

dos proventos desses servidores, nesse último caso.<br />

As decisões do Supremo a que me refiro, que tiveram<br />

como relatores os Ministros Sepúlveda Pertence<br />

e Gilmar Mendes, foram proferidas em dois Recursos<br />

Extraordinários, por meio dos quais a União contestava<br />

decisões da Turma Recursal dos Juizados Especiais<br />

Federais do Distrito Federal.<br />

As decisões contestadas pela União haviam concedido<br />

a servidores inativos, a título de Gratificação<br />

de Desempenho de Atividade Técnico-Administrativa<br />

(GDATA), “o valor correspondente a cinqüenta pontos<br />

dos servidores alcançados pelo art. 1º da Lei nº<br />

10.404/2002”, que instituiu a Gratificação.<br />

Ao examinar a matéria, o Ministro Sepúlveda<br />

Pertence entendeu que a GDATA se transformou em<br />

uma gratificação geral em sua totalidade, razão pela<br />

qual decidiu estendê-la às autoras da ação, em situação<br />

de inatividade, revendo, inclusive, o acórdão que<br />

a União pretendia impugnar.<br />

A decisão, alvitrada pelo Ministro Pertence e aprovada<br />

pelo Pleno, foi de que a Gratificação seja deferida<br />

aos inativos em valor correspondente a 37,5 pontos,<br />

no período de fevereiro de 2002 até a conclusão dos<br />

efeitos do último ciclo de avaliação, a partir da qual a<br />

GDATA passa a ser de 60 pontos.<br />

Já no Recurso Extraordinário que julgava, e no<br />

qual foi acompanhado pelo Plenário do Supremo, o<br />

Ministro Gilmar Mendes adotou fundamentos semelhantes<br />

aos do voto do Ministro Pertence.<br />

Ele declarou que havia chegado a uma solução<br />

idêntica à preconizada pelo Ministro Sepúlveda Pertence,<br />

porque não fosse esta a construção feita, estaria<br />

sendo criada a possibilidade de o legislador fraudar a<br />

chamada regra da paridade de proventos entre ativos<br />

e inativos.<br />

E é exatamente isso que o Poder Executivo vem<br />

tentando fazer desde o Governo Fernando Henrique<br />

Cardoso, burlar o princípio da paridade. Os reajustes<br />

aos servidores em atividade são concedidos por meio<br />

de gratificações de desempenho, que supostamente<br />

não poderiam ser estendidas a inativos e pensionistas,<br />

por serem gratificações de desempenho e, portanto,<br />

perceptíveis apenas por servidores em atividade.<br />

Com essas decisões, forma-se jurisprudência importante<br />

em favor dos servidores inativos, aposentados<br />

segundo o regime proposto na PEC paralela, e aos servidores<br />

ativos em regime de transição, assegurando a<br />

eles e aos seus possíveis pensionistas a paridade de<br />

remuneração com os servidores em atividade.


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16003<br />

Alegra-me ver, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores,<br />

que a nossa batalha por esse princípio, na<br />

luta pela aprovação da PEC Paralela, está em boa<br />

companhia. Agora é o Supremo que está decidindo<br />

contra o aviltamento dos proventos de servidores públicos<br />

inativos e das pensões de seus beneficiários,<br />

justamente em etapas de vida em que mais precisam<br />

desses recursos.<br />

A paridade de proventos entre ativos e inativos,<br />

aliada a outros fatores, como a estabilidade no cargo,<br />

é elemento fundamental para assegurar aos servidores<br />

públicos tranqüilidade para o bom exercício de suas<br />

funções. Trata-se de estímulo importante à probidade<br />

exigida desses servidores, que procuramos assegurar<br />

na Emenda nº 47, conhecida como PEC paralela.<br />

Reitero, portanto, a minha saudação a tantos<br />

quantos lutaram pela sua aprovação no Congresso<br />

Nacional, bem como ao Supremo Tribunal Federal,<br />

que começa a construir jurisprudência nessa matéria<br />

tão importante para os servidores públicos em regime<br />

de transição em todo o Brasil.<br />

Era o que tinha a dizer.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – V. Exª será atendido.<br />

A Mesa agradece ao Senador Paulo Paim o estrito<br />

cumprimento do horário que lhe foi designado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) –Concedo a palavra ao primeiro orador inscrito,<br />

Senador César Borges, por dez minutos.<br />

O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, recebi um<br />

apelo da nobre Líder do Partido dos Trabalhadores,<br />

Senadora Ideli Salvatti, que deseja comunicar uma<br />

importante vitória obtida pelo Estado dela. Gostaria,<br />

desde já, de parabenizá-la porque isso é fruto do esforço<br />

do Estado de Santa Catarina.<br />

Portanto, eu também, de forma prazerosa, atendo<br />

o pedido de S. Exª. Depois usarei, como orador,<br />

do meu tempo.<br />

Muito obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Concedo a palavra à nobre Senadora Ideli<br />

Salvatti, como Líder, por cinco minutos, para comunicação<br />

urgente, de interesse partidário.<br />

Tem V. Exª a palavra.<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC. Como<br />

Líder. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente, agradeço,<br />

sobremaneira, ao Senador César Borges.<br />

É com muito orgulho, muito orgulho mesmo, Senador,<br />

que estamos comunicando à Casa, à Nação<br />

brasileira essa importantíssima vitória do Brasil, a partir<br />

de um trabalho muito bem-feito no Estado de Santa<br />

Catarina, porque a Organização Internacional de Saú-<br />

de Animal, a OIE, ontem, declarou o Estado de Santa<br />

Catarina livre de febre aftosa sem vacinação. E ainda<br />

declarou, também, uma região no Estado do Pará livre<br />

de febre aftosa com vacinação.<br />

Essas duas deliberações são tão importantes<br />

para o Brasil, e obviamente não poderia deixar de ser<br />

diferente para o Estado de Santa Catarina e para o Estado<br />

do Pará, porque abrem o mercado de exportação<br />

das carnes brasileiras, de suínos, de bovinos, enfim,<br />

de todas as diversas carnes que o Brasil produz, para<br />

a União Européia e para os países asiáticos.<br />

Essa decisão, que foi destacada pelos jornais<br />

Valor Econômico e Gazeta Mercantil, é inédita para a<br />

pecuária brasileira, porque é a primeira vez que um<br />

Estado brasileiro recebe esse certificado, essa declaração.<br />

Esse certificado vai nos permitir negociar com<br />

a União Européia, com o Japão, com o Chile e com a<br />

Coréia, países que juntos representam 80% do mercado<br />

mundial de absorção de carnes.<br />

Só para se ter uma idéia da importância dessa<br />

decisão, lembro que houve o embargo das exportações<br />

para a Rússia, o que praticamente deflagrou a crise da<br />

suinocultura nos últimos dois ou três anos. Um exemplo<br />

disso é a suinocultura catarinense, cujo principal<br />

mercado exportador era a Rússia. Quando houve o<br />

embargo, o mercado interno não absorveu a produção,<br />

e a suinocultura acabou sofrendo uma profunda<br />

redução e ficando em situação bastante crítica.<br />

Em nosso Estado, temos toda a cadeia produtiva:<br />

o agricultor familiar, a agroindústria, o corredor de<br />

transporte e o segundo maior porto em movimentação<br />

de contêiner, que é o Porto de Itajaí, por onde escoa<br />

boa parte da carne produzida nas agroindústrias, principalmente<br />

o frango e a carne suína.<br />

Além de conseguirmos chegar a esse mercado<br />

ao qual não tínhamos acesso, ainda é um mercado de<br />

melhor preço. São cortes nobres, com preços mais significativos.<br />

O mercado japonês compra 24% da carne<br />

suína exportada no mundo. Portanto, 1\4 da carne suína<br />

exportada no mundo é absorvida pelo Japão, e esse<br />

1/4 corresponde a 46% dos valores pagos. O Japão<br />

importa um quarto e paga por isso quase que metade<br />

da exportação de carne do mundo. Indiscutivelmente,<br />

é uma grande vitória.<br />

No caso do Pará, são 44 município. Eles têm, juntos,<br />

um rebanho de treze milhões e meio de bovinos e<br />

bubalinos. Portanto, também para a economia do Norte<br />

do País, é muito importante esse certificado.<br />

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC) – Estamos<br />

comemorando. Santa Catarina hoje amanheceu<br />

em festa. Sabemos que haverá ainda uma série de tra-


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

493<br />

16004 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

tativas. Quando participei do almoço do Itamaraty de<br />

recepção ao Primeiro-Ministro da Itália, Romano Prodi,<br />

o Presidente Lula me chamou, e tivemos a oportunidade<br />

de conversar com o Primeiro-Ministro. O Presidente me<br />

apresentou: “Esta é a Senadora do Estado que produz<br />

a melhor carne de frango e carne suína do Brasil”. E o<br />

Primeiro-Ministro expôs muito claramente que a Itália<br />

tinha grande interesse em fazer as tratativas com o<br />

Brasil e estava aguardando exatamente essa decisão<br />

da OIE – Organização Mundial de Saúde Animal.<br />

Além disso, nesses primeiros quatro meses do<br />

ano nós já recuperamos – e muito – as exportações<br />

catarinenses com o aumento das vendas da carne<br />

de frango.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – V. Exª dispõe de um minuto para encerrar a<br />

sua intervenção.<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC) – Já<br />

vou completar. O País que comandou essa recuperação<br />

das exportações catarinenses, no caso das aves,<br />

dos nossos franguinhos, como dizemos em Santa Catarina,<br />

foi exatamente a Alemanha.<br />

Então, não poderia deixar de vir aqui fazer este<br />

registro e parabenizar a todos que se envolveram, especialmente<br />

a iniciativa privada, os governos Federal<br />

e estadual, que investiram.<br />

Aliás, numa das reportagens, Clever Pirola, da<br />

Seara alimentos, uma das nossas agroindústrias, diz<br />

que foi o maior investimento público-privado, ou seja,<br />

é uma PPP em sanidade animal, que foi muito bemsucedida.<br />

Agora, estamos comemorando o resultado<br />

que vai beneficiar o País e o meu Estado, de forma especial,<br />

com o reconhecimento do esforço grande que a<br />

iniciativa privada e as diversas esferas governamentais,<br />

tanto federal, estadual como municipal adotaram para<br />

que pudéssemos ter esse reconhecimento.<br />

Portanto, agradeço a V. Exª, Sr. Presidente, e ao<br />

Senador César Borges por ter me dado a gentileza de<br />

falar antes dele.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – A Presidência se congratula com o Estado de<br />

Santa Catarina e com a Senadora Ideli Salvatti por este<br />

importante marco alcançado nestes dias na economia<br />

daquele Estado.<br />

O SR. MOZARIL<strong>DO</strong> CAVALCANTI (Bloco/PTB<br />

– RR) – Sr. Presidente, pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Concedo a palavra, pela ordem, ao Senador<br />

Mozarildo Cavalcanti.<br />

O SR. MOZARIL<strong>DO</strong> CAVALCANTI (Bloco/PTB<br />

– RR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

gostaria de pedir a V. Exª, com a autorização<br />

do Líder do PTB, para falar pela Liderança após o pronunciamento<br />

do Senador César Borges.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – V. Exª está inscrito; logo após o Senador César<br />

Borges, será o Senador Mão Santa, que está inscrito<br />

para uma comunicação inadiável; a seguir, falará<br />

V. Exª.<br />

Concedo a palavra ao Senador César Borges,<br />

pelo tempo de dez minutos.<br />

O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA. Pronuncia<br />

o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

Srªs Senadoras, Srs. Senadores, esta Casa<br />

começou a discussão ontem – deve concluir hoje e<br />

votar – do PLV nº 10, de 2007, que é originário da<br />

Medida Provisória nº 349 deste ano. Essa medida provisória<br />

prevê a instituição do Fundo de Investimento<br />

do FGTS (FI-FGTS). Antes dessa medida provisória<br />

– porque ela já está em vigor, será confirmada ou não<br />

pelo Congresso Nacional –, as aplicações do Fundo<br />

davam-se apenas em habitação popular, saneamento<br />

básico e infra-estrutura urbana (art. 9º, § 2º, da Lei nº<br />

8.036, de 1990). As disponibilidades financeiras, por<br />

seu turno, eram aplicadas em títulos públicos do Governo<br />

Federal.<br />

Vou fazer este histórico para situar bem a questão.<br />

Com o aumento provisório da alíquota do FGTS<br />

de 8% para 8,5% e o aumento da multa rescisória de<br />

40% para 50% sobre os recursos da conta vinculada<br />

do trabalhador, para fazer face ao pagamento dos expurgos<br />

inflacionários gerados pelos planos econômicos<br />

Collor I e Collor II e Verão (Lei Complementar 110/01),<br />

as disponibilidades financeiras do Fundo tiveram expressivo<br />

crescimento. Com a aplicação desses recursos<br />

no mercado financeiro, o montante acumulado<br />

foi suficiente não apenas para honrar os pagamentos<br />

dos expurgos, como também para acumular um superávit<br />

equivalente a R$21 bilhões. Esse patrimônio<br />

líquido representa o que sobraria se o Fundo tivesse<br />

que liberar o saldo das contas individualizadas para<br />

os trabalhadores em razão de demissão justificada ou<br />

aposentadoria.<br />

Essa é a forma como raciocina o Governo para<br />

mandar a atual medida provisória. Entretanto, Sr. Presidente,<br />

veja bem, esse não é o raciocínio correto. Aqui<br />

nós temos a presença do nobre Senador Dornelles,<br />

pelo Rio de Janeiro, que conhece bem essa questão e<br />

que fez a gentileza de me encaminhar hoje uma análise<br />

sobre o balancete do FGTS no ano de 2006.<br />

A análise é a seguinte: no ativo, está incluído<br />

o ativo diferido de R$25.516.071.165,25, que é uma<br />

dívida do FGTS ainda não lançada como despesa<br />

(art. 9º da Lei Complementar nº 1.101, de 2001). Portanto,<br />

o patrimônio líquido do Fundo é negativo em


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16005<br />

R$4.146.069.305,00. Isso significa que, caso o FGTS<br />

acabasse hoje, estaria com o descoberto desse valor.<br />

O Senador Dornelles acrescenta ainda que a<br />

Medida Provisória nº 349, PLV nº 10, na prática transfere<br />

R$5 bilhões do FGTS para um outro fundo administrado<br />

pela Caixa e autoriza o Conselho Curador do<br />

FGTS – e isso é mais grave ainda, Sr. Presidente – a<br />

transferir para o Fundo criado até 80% do patrimônio<br />

líquido registrado em 31 de dezembro de 2006 (80%<br />

de R$21.376.001,470,79), podendo assim o montante<br />

da transferência chegar a R$17.100.800.000,00.<br />

Acontece, Sr. Presidente, que, em decorrência de<br />

um Ativo Diferido de R$25.516.071.165,25, o patrimônio<br />

líquido é negativo. Na realidade, essa diferença deixa<br />

o FGTS em uma posição extremamente vulnerável.<br />

Essa é a realidade, Sr. Presidente.<br />

Então, esse é o ponto importantíssimo para a<br />

análise dos Senadores, nesta tarde de hoje, com relação<br />

à aprovação desta medida provisória. Mas, lamentavelmente,<br />

não é único, Sr. Presidente. Há outros<br />

também importantes.<br />

Veja bem: o FGTS foi criado para aplicação em<br />

habitação, saneamento e infra-estrutura. Entretanto,<br />

apesar da urgente e urgentíssima necessidade de<br />

investimentos nessas áreas, elas não estão contempladas<br />

devidamente, seja no OGU ou na própria aplicação<br />

do FGTS. Quem não conhece a necessidade<br />

de recursos que nós temos para aplicar na área de<br />

saneamento, de habitação e de infra-estrutura urbana,<br />

conforme preceitua a lei, que devem ser as áreas de<br />

aplicação do FGTS?<br />

Eu dou um exemplo. Neste ano, até agora, nem<br />

um centavo dos R$266 milhões de investimentos previstos<br />

no OGU para o setor de saneamento foi sequer<br />

empenhado. (Nos últimos quatro anos, o Governo investiu,<br />

em média, R$220 milhões/ano do OGU em<br />

saneamento).<br />

Em 2006, o FNDS aplicou em saneamento R$481<br />

milhões; em habitação, R$6,4 bilhões; em infra-estrutura<br />

urbana, apenas R$57 milhões. Apresento todos<br />

esses dados para demonstrar a carência de aplicação<br />

de recursos nessas áreas fundamentais para a melhora<br />

da qualidade de vida da nossa população, em especial<br />

daquela que vive nas áreas urbanas, principalmente<br />

nas grandes cidades brasileiras.<br />

Segundo estudo encomendado pelo Governo<br />

em 2003, a que eu já me referi aqui algumas vezes,<br />

para universalizar, seria necessário investir, somente<br />

no setor de saneamento, R$10 bilhões por ano. E<br />

isso durante vinte anos. Então, seriam necessários<br />

R$200 bilhões. Ou seja, nem se todo FGTS fosse<br />

aplicado só em saneamento resolveria o problema,<br />

porque lamentavelmente o OGU investe quase nada<br />

em saneamento: R$200 milhões por ano.<br />

Em relação à habitação, segundo levantamento<br />

recente da Fundação João Pinheiro, o déficit habitacional<br />

brasileiro para todas as faixas de renda atingiu<br />

8 milhões de moradias no ano passado, enquanto<br />

foram beneficiadas apenas 398 mil pessoas com recursos<br />

do FGTS.<br />

Quer dizer, são áreas extremamente carentes<br />

desses recursos, e, com a aprovação dessa medida<br />

provisória, estar-se-á abrindo um caminho para que outros<br />

setores possam reivindicar recursos do FGTS.<br />

Ora, de quem é a responsabilidade de investir<br />

em infra-estrutura? É do FGTS, que foi criado com<br />

uma destinação específica? Não. Seria do Governo<br />

Federal, com recursos do Orçamento-Geral da União,<br />

coisa que ele não faz e agora quer botar as mãos nos<br />

recursos do trabalhador.<br />

Apesar das carências desses setores, no final de<br />

2006, havia quase R$65 milhões do FGTS aplicados<br />

no mercado financeiro. A fonte é o balanço do FGTS.<br />

É importante ressaltar ainda que o Governo vetou<br />

dispositivo aprovado na lei regulatória do setor de<br />

saneamento, apreciada no ano passado pelo Congresso<br />

Nacional.<br />

V. Exª acompanhou, Sr. Presidente, o trabalho<br />

conjunto feito na Comissão Mista que presidi, por indicação<br />

do Senador Renan Calheiros, Presidente desta<br />

Casa, e também do Presidente da Câmara dos Deputados,<br />

à época, Aldo Rebelo. O Relator foi o Deputado<br />

Júlio Lopes, do Rio de Janeiro.<br />

Nós aprovamos, com o “de acordo” da Casa Civil<br />

do Governo Federal, a utilização de recursos do FGTS<br />

para capitalização das empresas estaduais de saneamento<br />

– quer dizer, uma aplicação que seria ligada ao<br />

setor de saneamento. Entretanto, o Governo Federal<br />

vetou esse dispositivo, dizendo:<br />

Ocorre que, quando da instituição do<br />

FGTS, pretendeu-se, além de substituir as<br />

regras de indenização ao trabalhador celetista,<br />

obter os recursos necessários à política<br />

habitacional, de saneamento básico e de infra-estrutura<br />

urbana apenas.<br />

Estou dando ênfase à palavra “apenas”.<br />

Isso disse o Governo Federal.<br />

Entretanto, agora ele abre, escancara<br />

uma porteira para que outros setores – e diversos<br />

setores são incluídos na infra-estrutura<br />

– possam também captar esses recursos.<br />

Ou seja, quando é conveniente, o Governo<br />

defende a exclusividade da aplicação dos recursos<br />

do FGTS.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

495<br />

16006 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – V. Exª dispõe de um minuto para encerrar a<br />

sua intervenção.<br />

O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA) – Vou concluir,<br />

Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Muito obrigado.<br />

O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA) – Então,<br />

quando lhe foi conveniente, o Governo defendeu a exclusividade<br />

da aplicação direta dos recursos do FGTS<br />

nos setores de saneamento, habitação e infra-estrutura<br />

urbana. Inclusive, na sua argumentação, dizia que,<br />

caso a lei de saneamento não fosse vetada, haveria a<br />

“deterioração da capacidade financeira do Fundo”.<br />

Entretanto, agora o Governo adota outra maneira<br />

de raciocínio.<br />

Por isso, Sr. Presidente, vamos para a discussão<br />

dessa matéria que será concluída na tarde de hoje, e<br />

depois para a votação.<br />

Ouvimos ontem diversos Senadores contrários<br />

à aprovação desse projeto. Entre eles, destaco o Senador<br />

Dornelles, que conhece profundamente essa<br />

matéria e que foi Ministro da área.<br />

Sr. Presidente, não tenho dúvida de que nessas<br />

opiniões abalizadas apresentadas pelo Senador Dornelles<br />

e por outros Senadores está a posição mais<br />

correta a ser adotada por esta Casa. E nós defenderemos<br />

esses recursos para que eles continuem e para<br />

que possa ser incrementada a aplicação deles para as<br />

necessidades de saneamento, de habitação e de infraestrutura.<br />

E lutaremos para preservar a infra-estrutura<br />

urbana, para preservar a aplicação desses recursos<br />

dos trabalhadores e evitar que sejam desviados, como<br />

deseja o Governo, para uma área onde o trabalhador<br />

não teria sequer a segurança exata do seu retorno.<br />

Muito obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Senador César Borges, a Mesa agradece a V.<br />

Exª o estrito cumprimento do horário que lhe foi destinado<br />

pelo Regimento Interno.<br />

Concedo a palavra ao nobre Senador Mão Santa,<br />

por cinco minutos, para uma comunicação inadiável,<br />

nos termos do art. 14, combinado com o art. 158, § 2º<br />

do Regimento Interno.<br />

V. Exª tem a palavra por cinco minutos.<br />

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI. Para uma comunicação<br />

inadiável. Sem revisão do orador.) – Sr.<br />

Presidente, Senador Gerson Camata; Srªs e Srs. Senadores,<br />

brasileiros e brasileiras aqui que nos assistem<br />

pelo sistema de comunicação, lembra Duque: “Até<br />

quando, Catilina, abusarás de nossa paciência? Por<br />

quanto tempo ainda zombarás de nós?” – Cícero.<br />

Até quando os aloprados do PT vão zombar do<br />

País? Camata, o site. Olha aqui, é volumoso. Mas serei<br />

breve. O Governador do Piauí, do PT, é citado 17<br />

vezes em gravações nessa imoralidade, nesse mar<br />

de corrupção.<br />

E Rui dizia que iria chegar o dia de se ter vergonha<br />

de ser honesto. Chegou, Dornelles! Atentai bem:<br />

“Investigado Governador do Piauí”. Wellington Dias,<br />

aqui na gravação, 17 vezes. Ô Papaléo: “É citado por<br />

um dos presos participante de reuniões nas quais foram<br />

discutidas obras do Piauí cujas licitações teriam<br />

sido direcionadas para a Gautama apontada”. E nas<br />

gravações ele diz: “Tem que ser logo, porque assim eu<br />

perco a eleição”.<br />

Essa é a democracia da corrupção do PT. É essa.<br />

Ô Camata, quis Deus que V. Exª... Porque V. Exª, eu<br />

acredito, simboliza a virtude. Mas cadê o Corregedor?<br />

Romeu Tuma! Nesse “massarote” aqui, tem 17 vezes<br />

gravada a promiscuidade do Governador do Piauí, do<br />

PT. Não estou apenas, ô Cafeteira, zelando pelo nome<br />

de V. Exª, mas também pelo meu. Aliás, Camata, eu<br />

falo aqui que eu votei no Lula em 95. V. Exª talvez não<br />

tenha votado. Votou? Eu votei. E a Companhia Energética<br />

quem indicou fui eu, Cafeteira. Atentai bem, eu<br />

chamei o Zé Dirceu de Zé Maligno, cutucando o cão<br />

com vara curta para ele tirar o comando da minha<br />

mão. Eu tenho 64 anos de quilômetros rodados, eu vi<br />

que ali era o maior antro de corrupção. Eu cutuquei o<br />

Zé Dirceu: Zé Maligno. No dia seguinte, ele mandou,<br />

e eu, aliviado...Está na coluna do Cláudio Humberto.<br />

Eu já dizia que havia mesada. Foi o primeiro. Depois<br />

veio o negócio do “mensalão”.<br />

Então, eu queria fazer essas denúncias, porque eu<br />

ia ficar para a história no meio dessa quadrilha. Hoje,<br />

jamais. Nem Camata. O Mão Santa indicou, e ele está<br />

aí. Quero deixar para os meus filhos, Senador Camata,<br />

apenas a honra. Voltaire disse: “À majestade tudo, menos<br />

a honra”. Eu não poderia entregar a minha honra.<br />

Votei no Lula e vi a quadrilha. Essa foi a maneira de<br />

me livrar. Então, meu indicado saiu.<br />

Senador Cafeteira, estou zelando pelo nome de<br />

V. Exª, que conheço.<br />

Senador Romeu Tuma, venha cá. V. Exª é o Corregedor.<br />

O pior é que, no relatório, há o nome dos Senadores.<br />

Todos nós somos suspeitos. Sr. Corregedor,<br />

V. Exª tem de chamar para esta Casa. Está aqui. Eu<br />

assinei a CPI por isso e assinarei todas. Olha o que<br />

está aqui. V. Exª é suspeito, Senador Camata. Está<br />

aqui na gravação. Eu também sou suspeito. Até eu! V.<br />

Exª não tem um milímetro mais de honra do que eu.<br />

Também sou considerado suspeito. Está aqui. Ô Senador<br />

Romeu Tuma, V. Exª, um ícone da Polícia Federal,<br />

também é suspeito. Ouça o diálogo:


496<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16007<br />

SÉRGIO pede para que HNI [não sei<br />

quem é essa pessoa; isso é problema do Romeu<br />

Tuma, que é o Corregedor] diga para o<br />

SENA<strong>DO</strong>R que ele está precisando falar com<br />

o Senador ainda hoje de noite e com ele (HNI)<br />

junto; HNI concorda; SÉRGIO pergunta se o<br />

SENA<strong>DO</strong>R está com ele agora; HNI diz que<br />

estava com ele agora, que tem votação na<br />

“casa”, que está no Senado, que consegue<br />

falar com ele agora; Sérgio manda pedir para<br />

o SENA<strong>DO</strong>R ligar para ele agora, pois não<br />

está conseguindo falar no celular dele, urgente.<br />

Despedem-se.(27/02/2007 13:41:14).<br />

Nos imbróglios, Senador? Ô Romeu Tuma, tire o<br />

meu nome e os dos companheiros daqui. Não há pessoa<br />

mais indicada do que V. Exª, que é o Corregedor.<br />

Sr. Presidente, se V. Exª me ceder tempo, eu quero<br />

apenas ler. V. Exª é puro e justo, e Deus o colocou<br />

aí para dar esse minuto, como Cristo fez o Pai Nosso<br />

em um minuto. Lerei o sentimento do Piauí no escritor<br />

e melhor jornalista do Brasil, Zózimo Tavares, e mais:<br />

Carlos Castelo Branco, que era piauiense. Está aqui o<br />

que Zózimo Tavares diz dessa falcatrua, Senador Epitácio<br />

Cafeteira. Não são mais os maranhenses. É o Piauí<br />

que possui um grande jornalista como Carlinhos.<br />

Atentai bem, é um minuto pela verdade, pelo bem<br />

e pela dignidade.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – V. Exª dispõe de um minuto para encerrar seu<br />

pronunciamento.<br />

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI) – Zózimo Tavares,<br />

“Quarto Poder”:<br />

Não sei que olhar os historiadores vão<br />

lançar sobre o Brasil quando forem se debruçar,<br />

daqui a alguns anos, sobre as páginas<br />

que estamos escrevendo hoje. Mas certamente<br />

haverão de se chocar com os escândalos<br />

que se sucedem na vida pública, escândalos<br />

esses que, de tão rotineiros, já estão se banalizando<br />

e não chegam mais sequer a provocar<br />

indignação entre nós.<br />

A corrupção, pai e mãe de muitas das<br />

desgraças que estamos vivendo, já se estabeleceu<br />

de tal modo que assumiu mesmo a condição<br />

de Quarto Poder, que historicamente coube<br />

à imprensa. Não um poder institucionalizado,<br />

como o Executivo, o Legislativo e o Judiciário,<br />

mas um poder instituído. A corrupção hoje é<br />

poder que espalha seus tentáculos sobre os<br />

demais Poderes e fora deles, ganhando cada<br />

vez mais força.<br />

É por causa da corrupção que os políticos<br />

e empresários honestos sucumbem na<br />

atividade pública, e os desonestos prosperam;<br />

é por causa da corrupção que as obras públicas<br />

inacabadas foram paralisadas, e outras,<br />

quando concluídas, transformam-se em elefante<br />

branco; é por causa da corrupção que<br />

falta atendimento médico decente nos hospitais<br />

públicos e as escolas públicas funcionam<br />

precariamente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES.) – V. Exª dispõe de um minuto.<br />

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI) –<br />

É por causa da corrupção, ainda, que as<br />

estradas ficam esburacadas; é também por<br />

causa da corrupção que as estradas recuperadas<br />

voltam ao que eram com as primeiras<br />

chuvas; é impossível enumerar os estragos<br />

provocados pela corrupção em tão pouco espaço.<br />

O que é lamentável é que, em pouco<br />

tempo, perdemos muitos aliados no combate<br />

a esse mal. As baixas são irreparáveis, pois<br />

muitos dos que estavam nas trincheiras da<br />

ética na Administração Pública mudaram de<br />

lado. Hoje eles engrossam as fileiras dos que<br />

procuram a qualquer custo se locupletar da<br />

corrupção. [E agora para V. Exª e todos nós]<br />

E muitos dos que ficaram na resistência perdem<br />

a força.<br />

É em nome dessa resistência que estou aqui<br />

apelando para o Corregedor desta Casa, Senador<br />

Romeu Tuma, que enfrentou a mais difícil missão no<br />

Brasil, na transição democrática; e para V. Exª, que é<br />

o símbolo e a força da Polícia Federal, quero tirar o<br />

nome deste Senador que está incluído aqui, porque<br />

quero deixar para os meus filhos a única coisa que eu<br />

tenho: honra.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES.) – Obrigado, Senador Mão Santa. A Mesa agradece<br />

o estrito cumprimento do horário que lhe foi designado<br />

pelo Regimento Interno.<br />

Temos inscrito o Senador Eduardo Suplicy, que<br />

tem agora a palavra. A seguir, tem a palavra o Senador<br />

Mozarildo Cavalcanti, como Líder – palavra solicitada<br />

há poucos instantes.<br />

Senador Eduardo Suplicy, V. Exª tem dez minutos<br />

para o seu pronunciamento.<br />

O SR. EDUAR<strong>DO</strong> SUPLICY (Bloco/PT – SP. Pronuncia<br />

o seguinte discurso. Sem revisão do orador)<br />

– Sr. Presidente, Senador Gerson Camata, Srªs e Srs.<br />

Senadores, o Senador Sérgio Zambiasi apresentou,


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

497<br />

16008 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

em abril de 2003, uma proposta de emenda constitucional<br />

com o objetivo de regulamentar o processo de<br />

criação, a incorporação, a fusão, o desmembramento<br />

de município, aprimorando a Emenda Constitucional<br />

nº 15, de 12 de setembro de 1996. Esse dispositivo<br />

de nossa Carta Magna dispõe que a criação, a incorporação,<br />

a fusão e o desmembramento de Município<br />

far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado<br />

por lei complementar federal, e dependerão de<br />

consulta prévia, mediante plebiscito, às populações<br />

dos município envolvidos após divulgação dos Estudos<br />

de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados<br />

na forma da lei.<br />

Na justificação da apresentação do projeto, o<br />

autor salienta que esta Emenda Constitucional fere o<br />

pacto federativo através da centralização na esfera federal,<br />

retirando dos estados e município a competência<br />

de legislar sobre o tema: criação e desmembramento<br />

das administrações municipais. A PEC nº 13, de 2003,<br />

reescreve esse instrumento legal devolvendo aos Estados<br />

a competência para legislar sobre a criação e<br />

desmembramento de seus Município.<br />

Vale notar que a Constituição de 1988 promoveu<br />

a descentralização, transferindo responsabilidades e<br />

prerrogativas aos entes federativos, beneficiando os<br />

estados e município, e essas últimas administrações<br />

que eram componentes dos Estados assumiram o<br />

status de unidade da Federação dotada de autonomia<br />

política, administrativa, financeira e normativa.<br />

A motivação para aprovação de artigos na Constituinte<br />

de 88 que dispuseram sobre a organização dos<br />

município foi, por um lado, recuperar o espírito federativo<br />

para a questão da emancipação e, ao mesmo<br />

tempo, resolver o mal-estar das populações em diversas<br />

localidades, as quais sentindo-se negligenciadas<br />

ou escamoteadas, em detrimento da sede urbana do<br />

município, reclamavam contra a falta de autonomia que<br />

lhes tolhia o desenvolvimento. Nesse segundo aspecto,<br />

tratava-se de uma situação que englobava uma parte<br />

pequena ao universo dos município. Havia, na verdade,<br />

poucos casos em que a emancipação refletia uma<br />

capacidade para o local constituir-se efetivamente num<br />

ente autônomo.<br />

Essa autonomia política atribui ao município o<br />

direito de eleger seu prefeito, vice-prefeito e os vereadores,<br />

de se auto-organizar por meio da elaboração<br />

de sua própria lei orgânica. A autonomia administrativa<br />

vem possibilitando aos município orientar a sua oferta<br />

de serviços públicos e criar órgão de administração<br />

direta e indireta.<br />

A autonomia financeira assegurou a possibilidade<br />

de instituir e arrecadar seus tributos, além da aplicação<br />

dos seus recursos próprios. A autonomia norma-<br />

tiva vem assegurando a capacidade de elaborar suas<br />

próprias leis no limite de sua competência.<br />

Graças à Constituição de 1988, o processo de<br />

criação de município foi facilitado pela prerrogativa dos<br />

Estados de estabelecerem normas para a criação de<br />

novos município, diferentemente da situação na antiga<br />

Constituição, quando a União dava o norte das regras<br />

para a criação de novas unidades autônomas.<br />

A abertura proporcionada pela nova legislação<br />

rompeu um represamento de muitos anos, o que ensejou<br />

distorções com a criação de Município pouco<br />

aptos para assumir as responsabilidades junto às suas<br />

comunidades, muito embora um dos componentes da<br />

demanda por emancipação fosse exatamente a ansiedade<br />

dos cidadãos para a solução dos seus problemas<br />

relacionados com a prestação deficiente de serviços<br />

de infra-estrutura.<br />

A proliferação de município foi de tal monta que<br />

até 1996, ano da alteração do § 4º pela Emenda Constitucional<br />

nº 15, houve um acréscimo de 1.455 novos<br />

Município, conforme dados do IBGE. Nesse bojo foi<br />

gerada uma distorção em que as pequenas e médias<br />

municipalidades, geralmente dependentes de transferências<br />

fiscais, principalmente do Fundo de Participação<br />

dos município, foram as maiores prejudicadas.<br />

Os grandes centros foram pouco afetados por esse<br />

processo, já que possuem recursos de peso além desse<br />

Fundo. Tal situação provocou o movimento para a<br />

volta de regras mais rígidas para a criação de novos<br />

Município.<br />

Tendo em vista essa situação e em face da apresentação<br />

da PEC nº 13, de 2003, do Senador Zambiasi,<br />

apresentei requerimentos de informação aos Ministérios<br />

da Cidade, da Fazenda e da Integração Nacional,<br />

pedindo as seguintes informações:<br />

1. Haverá um maior desenvolvimento da<br />

área do Município criado, sem prejuízo para<br />

o desenvolvimento do Município do qual está<br />

sendo desmembrado, que compense a sua<br />

criação?<br />

2. Os novos encargos administrativos<br />

decorrentes da nova administração municipal<br />

e da câmara de vereadores serão de fato justificados<br />

pela maior arrecadação decorrente<br />

de maior atividade econômica prevista com a<br />

criação de Município?<br />

3. Que parâmetros e/ou variáveis devem<br />

ser levadas em consideração para se permitir<br />

a criação de Municípios?<br />

4. Que análise faz esse Ministério – tendo<br />

em conta a experiência de criação de Município<br />

desde 1989 – sobre as vantagens e desvantagens<br />

dos diversos casos ocorridos, com o


498<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16009<br />

objetivo de subsidiar o Congresso Nacional no<br />

exame da proposição em epígrafe?<br />

Após discorrer e responder sobre as questões<br />

enviadas, o Ministério da Integração Nacional concluiu<br />

com as seguintes assertivas:<br />

Está claro que a descentralização político-administrativa<br />

promovida pela Constituição<br />

vigente, no que toca ao desmembramento de<br />

parcelas distritais de município já instituídos,<br />

trouxe, em alguns casos, progresso e desenvolvimento<br />

sócio-econômico para os territórios<br />

em questão.<br />

Pela ordem, Sr. Presidente. Vou pedir uma interrupção<br />

pelo seguinte motivo: inúmeras vezes o Senador<br />

Mão Santa pede a mim que preste atenção, que não<br />

fale ao telefone; mas S. Exª fez um pronunciamento<br />

entusiasmado, depois desceu ao Plenário e continuou<br />

um novo pronunciamento. Então, não sei se presto<br />

atenção em seu pronunciamento, que está envolvendo<br />

inúmeros Senadores, ou no meu próprio. Como tantas<br />

vezes o Senador pede respeito à palavra dele, eu pediria<br />

um pouco de atenção. É só isso.<br />

Peço que desconte esse tempo, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – A Mesa adverte o Plenário de que há um orador<br />

na tribuna.<br />

O SR. EDUAR<strong>DO</strong> SUPLICY (Bloco/PT – SP)<br />

– Continuo:<br />

Mas cabe argumentar que o procedimento<br />

acarretou graves problemas ao sistema político-administrativo<br />

brasileiro. A não exigência<br />

do cumprimento, no tempo, de metas de desenvolvimento<br />

e também da sua ligação com<br />

a continuidade ou não do funcionamento da<br />

unidade desmembrada, que serviria como um<br />

freio técnico para o processo, só realimenta<br />

aspirações desprovidas de base técnica e<br />

científica quando ocorrem novas propostas<br />

de desmembramentos.<br />

Os recursos que a União repassa para<br />

os município são por eles geridos, mas a responsabilidade<br />

pelos casos de fracasso na<br />

gestão dos novos entes recai, via de regra,<br />

nos ombros do Executivo Federal, razão pela<br />

qual [o Ministério da Integração Nacional] consideramos<br />

de suma importância que o mesmo<br />

participe dos processos de desmembramento,<br />

com poder de veto.<br />

Seria desejável a criação de uma comissão<br />

responsável pela análise de cada caso<br />

que surja no ambiente da descentralização<br />

estabelecida na Constituição.<br />

Essa Comissão deverá ser composta<br />

por representantes dos três Poderes e ficar<br />

encarregada tanto de estabelecer parâmetros<br />

mais acurados e rígidos que possam balizar<br />

de forma mais aprofundada o problema, como<br />

também de analisar a versão final do EVM de<br />

cada município que se propõe criar.<br />

O Ministério da Fazenda, por sua vez, ao encaminhar<br />

suas respostas, concluiu:<br />

A STN [Secretaria do Tesouro Nacional]<br />

não possui informações detalhadas sobre casos<br />

particulares de Município criados ou que<br />

tenham sido alvo de desmembramento. A análise<br />

aqui feita se baseia na observação dos<br />

números do conjunto de Município brasileiros.<br />

Esses números permitem concluir que a criação<br />

de novos municípios tende a aumentar o<br />

número de micromunicípio (com população inferior<br />

a cinco mil habitantes) sem capacidade<br />

de geração de arrecadação própria e, portanto,<br />

fundamentalmente dependentes de transferências<br />

de recursos da União e dos Estados<br />

e de serviços públicos essenciais fornecidos<br />

por Município maiores. A proliferação desses<br />

Município reduz o montante de recursos do<br />

FPM disponível para as demais prefeituras,<br />

principalmente daquelas de município médios<br />

e grandes (mais de 100 mil habitantes), onde<br />

se concentra a maioria da população brasileira<br />

e, portanto, onde é maior a demanda por recursos<br />

financeiros. Finalmente, cabe destacar<br />

que a criação de um novo Município implica<br />

gastos com manutenção do Poder Legislativo<br />

local, e os números indicam que os menores<br />

município são os que apresentam maior gasto<br />

per capita com o Legislativo.<br />

Para o Ministério das Cidades, o difícil é determinar<br />

o exato ponto de corte que define a viabilidade<br />

para a autonomia, dependente de variáveis fiscais,<br />

demográficas, sociais e econômicas.<br />

O Sr. Sérgio Zambiasi (Bloco/PTB – RS) – V.<br />

Exª me permite um aparte.<br />

O SR. EDUAR<strong>DO</strong> SUPLICY (Bloco/PT – SP)<br />

– Vou conceder-lhe o aparte com muita honra.<br />

É preciso determinar o potencial para<br />

a geração de riqueza nos novos município<br />

pelos seus próprios recursos e a capacidade<br />

para a distribuição dos benefícios e riquezas<br />

potenciais à coletividade. E assim avaliar até<br />

que ponto podem ser gerados tributos nos<br />

município capazes de dar conta de suas necessidades.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

499<br />

16010 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

Esse processo, conduzido adequadamente,<br />

certamente iria continuar refreando a<br />

criação irracional de município, mas poderia<br />

produzir oportunidades para localidades com<br />

potencial de desenvolvimento.<br />

Tenho sempre trabalhado pela autonomia dos<br />

município. Considero da maior importância a proposição<br />

do querido Senador Sérgio Zambiasi e acho<br />

importante que possamos ouvi-lo. E agora estamos<br />

mais bem informados pelas respostas dadas pelos<br />

três respectivos...<br />

(Interrupção do som)<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – V. Exª dispõe de dois minutos.<br />

O SR. EDUAR<strong>DO</strong> SUPLICY (Bloco/PT – SP)<br />

– Estou concluindo, Sr. Presidente.<br />

Então, estamos agora mais bem aparelhados.<br />

E eu gostaria, Sr. Presidente, que essas informações<br />

fossem destinadas a todos os Senadores, dada a sua<br />

relevância.<br />

Quero, então, ouvir o Senador Sérgio Zambiasi,<br />

antes da conclusão final, pelo respeito que tenho<br />

a V. Exª.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – A Mesa solicita ao Senador Sérgio Zambiasi<br />

que seja rápido, em conseqüência do cumprimento<br />

do tempo destinado ao orador, previsto no Regimento<br />

Interno. Obrigado a V. Exª.<br />

O Sr. Sérgio Zambiasi (Bloco/PTB – RS) – Eu<br />

gostaria de pedir a generosidade do Presidente no<br />

desconto desse tempo, para que eu possa me manifestar.<br />

Acompanhei atentamente a manifestação<br />

e li as informações que o Senador Eduardo Suplicy<br />

nos trouxe. Entendo que todas essas questões e esses<br />

preconceitos hoje com relação às emancipações,<br />

Senador Eduardo Suplicy, são decorrência do que foi<br />

carimbado como abuso acontecido de 1988 a 1996. E<br />

esse dito abuso, Senador Suplicy...<br />

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)<br />

O Sr. Sérgio Zambiasi (Bloco/PTB – RS) – ...foi<br />

decorrência da demanda reprimida do período de 1967<br />

a 1988, quando não aconteceram emancipações. Novamente<br />

surge o problema da demanda reprimida. Não<br />

emancipamos desde 1995, com apenas uma exceção,<br />

admitida por meio de emenda constitucional, se não me<br />

engano, de autoria do Senador Luiz Otávio, que corrigiu<br />

a distorção de alguns município que, aproveitando a<br />

brecha, acabaram sendo emancipados. O nosso tempo<br />

é exíguo, mas farei um pronunciamento sobre este<br />

assunto específico. Apenas quero justificar um pouco<br />

as razões da minha defesa das emancipações, com<br />

responsabilidade, é claro. Senador Eduardo Suplicy,<br />

mentalize seu Estado. Imagine o mapa do Estado de<br />

São Paulo e identifique as regiões mais desenvolvidas<br />

do seu Estado. São aquelas que têm mais Município,<br />

indiscutivelmente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – O orador dispõe ainda de um minuto.<br />

O Sr. Sérgio Zambiasi (Bloco/PTB – RS) – Essa<br />

pode ser uma das razões, mas existem inúmeras outras.<br />

Vejo os Senadores Mário Couto e José Nery, que<br />

representam o Estado do Pará. O Município de Altamira<br />

tem 161 mil km², mais de 80 mil habitantes e um distrito<br />

a mil quilômetros da sede, que tem 20 mil habitantes.<br />

Qual é a perspectiva de aquela população ser atendida<br />

pelo Prefeito de Altamira? É praticamente zero. Em<br />

razão dessas informações técnicas e burocráticas que<br />

estamos recebendo e da pressão contrária do Governo,<br />

não permitimos que aquela região se desenvolva<br />

e, talvez, provoquemos migrações, inchando ainda<br />

mais os bolsões de miséria das periferias de Altamira,<br />

porque se aquele povo não for atendido lá, se não<br />

tiver seu médico, se não tiver sua escola, se não tiver<br />

esperança, o que restará para aquele povo...<br />

(Interrupção do som.)<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB –<br />

ES) – A Mesa solicita aos oradores e aparteantes que,<br />

em benefício de todos, cumpramos o Regimento.<br />

V. Exª dispõe de um minuto, Senador Eduardo<br />

Suplicy, para concluir sua fala, não podendo mais<br />

conceder apartes.<br />

O Sr. Sérgio Zambiasi (Bloco/PTB – RS) – Vamos<br />

utilizar outro momento para trazer nossas justificativas<br />

e nossas explicações para que a população<br />

possa entender exatamente o quanto de importância<br />

tem esse debate, Senador Eduardo Suplicy. Agradeço<br />

a oportunidade de debater com V. Exª esse tema,<br />

que realmente é muito rico e muito importante. Muito<br />

obrigado, Presidente Gerson Camata.<br />

O SR. EDUAR<strong>DO</strong> SUPLICY (Bloco/PT – SP)<br />

– Caro Senador Sérgio Zambiasi, acho perfeitamente<br />

justificável o exemplo que V. Exª dá, sobre comunidades<br />

que distam cem, duzentos, trezentos, quase mil<br />

quilômetros da sede do Município, como é o caso de<br />

Altamira. Estando distantes, é perfeitamente justificável<br />

que queiram criar um Município. Isso é perfeitamente<br />

possível realizar com base na Emenda Constitucional<br />

nº 15. Mas o que é importante – o Supremo Tribunal<br />

Federal já nos alertou, por duas vezes, em recentes<br />

decisões, quanto à omissão – é que precisamos regulamentar<br />

o que está previsto nessa Emenda Constitucional.<br />

(Interrupção do som.)


500<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16011<br />

O SR. EDUAR<strong>DO</strong> SUPLICY (Bloco/PT – SP)<br />

– Portanto, conclamo o Senado Federal para a necessidade<br />

de cumprirmos rapidamente a regulamentação<br />

exigida pela Constituição. E o projeto referido<br />

por V. Exª, de autoria do Senador Luiz Octávio, visa<br />

justamente à regulamentação, em lei complementar,<br />

daquilo que prevê a Constituição. É nessa direção que<br />

precisamos caminhar.<br />

Inclusive, conclamo a Presidência para dar atenção<br />

a essa necessidade.<br />

Requeiro, Sr. Presidente, que sejam transcritas<br />

as respostas completas para que todos os Senadores<br />

possam ter acesso às informações importantes<br />

sobre o processo de criação e desmembramento dos<br />

município.<br />

Muito obrigado.<br />

SEGUE, NA ÍNTEGRA, DISCURSO <strong>DO</strong><br />

SR. SENA<strong>DO</strong>R EDUAR<strong>DO</strong> SUPLICY.<br />

O SR. EDUAR<strong>DO</strong> SUPLICY (Bloco/PT – SP. Sem<br />

apanhamento taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs. e Srs.<br />

Senadores, o Senador Sérgio Zambiasi apresentou em<br />

abril de 2003 uma proposta de emenda Constitucional<br />

com o objetivo de regulamentar o processo de criação,<br />

a incorporação, a fusão e o desmembramento de município,<br />

aprimorando a Emenda Constitucional nº 15<br />

de 12 de setembro de 1996. Esse dispositivo de nossa<br />

Carta Magna dispõe que a criação, a incorporação, a<br />

fusão e o desmembramento de município, far-se-ão<br />

por lei estadual, dentro do período determinado por<br />

lei complementar federal, e dependerão de consulta<br />

prévia, mediante plebiscito, às populações dos município<br />

envolvidos, após divulgação dos Estudos de<br />

Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na<br />

forma da lei.<br />

Na justificação da apresentação do projeto, o<br />

autor salienta que essa Emenda Constitucional fere o<br />

pacto federativo através da centralização na esfera federal<br />

retirando dos estados e município a competência<br />

de legislar sobre o tema: criação e desmembramento<br />

das administrações municipais. A PEC nº 13 de 2003<br />

reescreve esse instrumento legal devolvendo aos estados<br />

a competência para legislar sobre a criação e<br />

desmembramentos de seus município.<br />

Vale notar que a Constituição de 1988 promoveu<br />

a descentralização transferindo responsabilidades e<br />

prerrogativas aos entes federativos beneficiando os<br />

estados e município e essas últimas administrações<br />

que eram componentes dos estados, assumiram o status<br />

de Unidade da Federação, dotada de autonomia<br />

política, administrativa, financeira e normativa.<br />

A motivação para a aprovação de artigos na Constituinte<br />

de 1988, que dispuseram sobre a organização<br />

dos município foi, por um lado, recuperar o espírito federativo<br />

para a questão da emancipação e ao mesmo<br />

tempo, resolver o mal-estar das populações em diversas<br />

localidades, as quais, sentindo-se negligenciadas<br />

ou escamoteadas em detrimento da sede urbana do<br />

Município, reclamavam contra a falta de autonomia,<br />

que lhes tolhia o desenvolvimento. Nesse segundo aspecto,<br />

tratava-se de uma situação que englobava uma<br />

parte pequena no universo dos município. Havia, na<br />

verdade, poucos casos em que a emancipação refletia<br />

uma capacidade para o local constituir-se efetivamente<br />

num ente autônomo.<br />

Essa autonomia política atribui ao município o<br />

direito de eleger seu prefeito, o vice-prefeito e os vereadores<br />

e de se auto-organizar através da elaboração<br />

de sua própria lei orgânica. A autonomia administrativa<br />

vem possibilitando aos município orientar a sua oferta<br />

de serviços públicos e criar órgãos de administração<br />

direta e indireta.<br />

A autonomia financeira assegurou a possibilidade<br />

de instituir e arrecadar seus tributos, além da aplicação<br />

de seus recursos próprios. A autonomia normativa vem<br />

assegurando a capacidade de elaborar suas próprias<br />

leis, no limite de sua competência.<br />

Graças a Constituição de 1988, o processo de<br />

criação de município foi facilitado pela prerrogativa dos<br />

estados de estabelecerem normas para criação de novos<br />

município, diferentemente da situação na antiga<br />

constituição, quando a União dava o norte das regras<br />

para a criação de novas unidades autônomas.<br />

A abertura proporcionada pela nova legislação<br />

rompeu um represamento de muitos anos, o que ensejou<br />

distorções com a criação de município pouco<br />

aptos para assumir as responsabilidades junto às suas<br />

comunidades, muito embora, um dos componentes da<br />

demanda por emancipação fosse exatamente a ansiedade<br />

dos cidadãos pela solução de seus problemas<br />

relacionados com a prestação deficiente de serviços<br />

e de infra-estrutura.<br />

A proliferação de município foi de tal monta que até<br />

1996, ano da alteração do § 4º pela Emenda Constitucional<br />

nº 15, houve um acréscimo de 1405 novos município,<br />

conforme dados do IBGE. Nesse bojo foi gerada<br />

uma distorção em que as pequenas e médias municipalidades,<br />

geralmente dependentes de transferências<br />

fiscais, principalmente do Fundo de Participação dos<br />

município, foram os maiores prejudicados. Os grandes<br />

centros foram pouco afetados por esse processo, já<br />

que possuem recursos de peso além desse Fundo. Tal<br />

situação provocou o movimento para a volta de regras<br />

mais rígidas para a criação de novos município.<br />

Tendo em vista essa situação e face a apresentação<br />

da PEC nº 13, de 2003, apresentei Requeri-


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

501<br />

16012 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

mentos de Informação aos Ministérios da Cidade, da<br />

Fazenda e da Integração Nacional com as seguintes<br />

indagações.<br />

1 – Haverá um maior desenvolvimento<br />

da área do município criado, sem prejuízo<br />

para o desenvolvimento do município do qual<br />

está sendo desmembrado, que compense a<br />

sua criação?<br />

2 – Os novos encargos administrativos<br />

decorrentes da nova administração municipal<br />

e da câmara de vereadores serão de fato justificados<br />

pela maior arrecadação decorrente<br />

de maior atividade econômica prevista com a<br />

criação do município?<br />

3 – Que parâmetros e/ou variáveis devem<br />

ser levadas em consideração para se permitir<br />

a criação de município?<br />

4 – Que análise faz esse Ministério – tendo<br />

em conta a experiência de criação de município,<br />

desde 1989 – sobre as vantagens e<br />

desvantagens dos diversos casos ocorridos,<br />

com o objetivo de subsidiar o Congresso Nacional<br />

no exame da proposição em epígrafe?<br />

Após discorrer e responder sobre as<br />

questões enviadas, o Ministério da Integração<br />

Nacional concluiu com as seguintes assertivas:<br />

Está claro que a descentralização político-administrativo<br />

promovida pela constituição<br />

vigente, no que toca ao desmembramento de<br />

parcelas distritais de município já instituídos<br />

trouxe em alguns casos, progresso e desenvolvimento<br />

sócio-econômico para os territórios<br />

em questão.<br />

Mas cabe argumentar que, por outro lado,<br />

acarretou graves problemas ao sistema político-administrativo<br />

brasileiro. A não exigência<br />

do cumprimento, no tempo, de metas de desenvolvimento<br />

e também da sua ligação com<br />

a continuidade ou não do funcionamento da<br />

unidade desmembrada, que serviria como um<br />

freio técnico para o processo, só realimenta<br />

aspirações desprovidas de base técnica e<br />

cientifica, quando ocorrem novas propostas<br />

de desmembramentos.<br />

Os recursos que a União repassa para<br />

os município são por eles geridos, mas a<br />

responsabilidade pelos casos de fracasso<br />

na gestão dos novos entes recai, via de<br />

regra, nos ombros do Executivo Federal,<br />

razão pela qual [o Ministério da Integração<br />

Nacional] consideramos de suma importân-<br />

cia que o mesmo participe dos processos de<br />

desmembramento, com poder de veto.<br />

Seria desejável a criação de uma Comissão<br />

responsável pela analise de cada caso<br />

que surja no ambiente da descentralização<br />

estabelecida na Constituição.<br />

Essa comissão devera ser composta por<br />

representantes dos três poderes e ficar encarregada<br />

tanto de estabelecer parâmetros<br />

mais acurados e rígidos que possam balizar<br />

de forma mais aprofundada o problema, como<br />

também pela análise da versão final do EVM<br />

de cada município que se propõe criar. [grifos<br />

meus]<br />

O Ministério da Fazenda, por sua vez ao<br />

encaminhar suas respostas concluiu que:<br />

A STN [Secretaria do Tesouro Nacional]<br />

não possui informações detalhadas sobre<br />

casos particulares de município criados ou<br />

que tenham sido alvo de desmembramento.<br />

A análise feita aqui se baseia na observação<br />

dos números do conjunto de município brasileiros.<br />

Esses números permitem concluir que a<br />

criação de novos município tende a aumentar<br />

o número de micromunicípio (com população<br />

inferior a 5 mil habitantes) sem capacidade de<br />

geração de arrecadação própria e, portanto,<br />

fundamentalmente dependentes de transferências<br />

de recursos da União e dos Estados e de<br />

serviços públicos essenciais fornecidos por município<br />

maiores. A proliferação desses pequenos<br />

município reduz o montante de recursos<br />

do FPM disponível para as demais prefeituras,<br />

principalmente daquelas de município médios e<br />

grandes (mais de 100 mil habitantes), onde se<br />

concentra a maioria da população brasileira e,<br />

portanto, onde é maior a demanda por recursos<br />

financeiros. Finalmente, cabe destacar que a<br />

criação de um novo município implica gastos<br />

com manutenção do Poder Legislativo local e<br />

os números indicam que os menores município<br />

são os que apresentam o maior gasto per<br />

capita com o Legislativo. [grifos meus]<br />

Por sua vez, o Ministério das Cidades,<br />

em sua analise afirmou:<br />

O difícil é determinar o exato ponto de<br />

corte que define a viabilidade para a autonomia,<br />

dependente de variáveis físicas, demográficas,<br />

sociais e econômicas. É preciso determinar o<br />

potencial para a geração de riqueza nos novos<br />

município pelos seus próprios recursos e a<br />

capacidade para a distribuição dos benefícios<br />

e riquezas potenciais à coletividade. E assim


502<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16013<br />

avaliar até que ponto podem ser gerados tributos<br />

nos município, capazes de dar conta de<br />

suas necessidades.<br />

Esse processo, conduzido adequadamente,<br />

certamente iria continuar refreando a<br />

criação irracional de município, mas poderia<br />

produzir oportunidades para localidades com<br />

potencial de desenvolvimento.<br />

Considerando sempre ter trabalhado pela autonomia<br />

das diversas comunidades municipais, pois é<br />

nos município onde a população se depara com os<br />

problemas do cotidiano como saúde, educação, saneamento,<br />

habitação, transporte, dentre outros serviços<br />

públicos.<br />

Considerando a relevância do tema e face às informações<br />

recebidas, creio ser importante que possam<br />

todas as senhoras senadoras e senhores senadores<br />

conhecerem estas informações antes de voltarmos a<br />

discutir a matéria. Estou enviando para Vossas Excelências<br />

cópia desses documentos.<br />

Também creio ser importante que possamos<br />

ouvir com atenção os argumentos que levaram o Senador<br />

Sérgio Zambiasi a apresentar essa proposição.<br />

Dentre os quais reputo relevantes os casos, por ele<br />

relatados, como os de município com grandes áreas<br />

territoriais onde comunidades ficam a mais de cem,<br />

duzentos ou até trezentos quilômetros das respectivas<br />

sedes municipais, dificultando em muito a prestação<br />

dos devidos serviços públicos e a presença do prefeito<br />

e dos vereadores.<br />

O que é necessário é envidarmos esforços para<br />

a edição da lei complementar prevista na Emenda<br />

Constitucional nº 15, de 1996. Nesse sentido, cabe<br />

lembrar que o STF já advertiu o Congresso Nacional<br />

em recentes decisões em ações de inconstitucionalidade<br />

por omissão. Assim, conclamo à essa Casa<br />

sobre a necessidade de cumprirmos rapidamente a<br />

regulamentação exigida pela Constituição.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – O requerimento de V. Exª será atendido.<br />

Concedo a palavra, pela ordem, ao Senador<br />

Mão Santa.<br />

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI) – Senador Eduardo<br />

Suplicy, eu realmente estava aqui, mas relatando<br />

a eficiência com que V. Exª se comportou no Chile.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – A Mesa alerta que V. Exª não está levantando<br />

uma questão de ordem, mas está fazendo aparte a um<br />

orador que já encerrou o seu pronunciamento.<br />

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI) – Não, eu pedi<br />

a palavra pelo art. 14.<br />

Eu peço a V. Exª a palavra pelo art. 14, porque<br />

fui citado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – V. Exª tem a palavra para uma questão de<br />

ordem.<br />

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI. Para uma explicação<br />

pessoal. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

peço a V. Exª a palavra, regimentalmente, pelo<br />

art. 14, porque fui citado.<br />

Eu queria dizer ao Senador Suplicy que eu realmente<br />

estava aqui, mas relatando a eficiência do comportamento<br />

dele na delegação que foi ao Chile. Ele passou<br />

só um dia, mas eu distribuí seu livro Renda Básica<br />

de Cidadania ao Chefe da Casa Civil, ao Ministro das<br />

Relações Exteriores e ao Ministro da Defesa. Só não<br />

o distribuí à Bachelet porque não a encontrei, mas da<br />

próxima vez o farei e ela, com certeza, vai adotá-lo em<br />

seu programa de Governo, porque V. Exª impressionou<br />

e foi uma companhia agradável. Eu vou até pensar no<br />

convite que V. Exª me fez para ir ao Iraque.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Concedo a palavra, pela ordem, ao Senador<br />

Gilvam Borges.<br />

O SR. GILVAM BORGES (PMDB – AP. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, quero<br />

registrar minhas congratulações à Mesa, sob a gerência<br />

de V. Exª, pelo cumprimento do Regimento.<br />

V. Exª está de parabéns!<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Muito obrigado a V. Exª.<br />

Concedo a palavra ao nobre Senador Mozarildo<br />

Cavalcanti, que fala como Líder, por cinco minutos, para<br />

uma comunicação urgente de interesse partidário.<br />

O SR. MOZARIL<strong>DO</strong> CAVALCANTI (Bloco/PTB<br />

– RR. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) – Sr.<br />

Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, quero<br />

realmente fazer uma comunicação de interesse partidário,<br />

porque o nosso Partido, o Partido Trabalhista<br />

Brasileiro, se preocupa muito com os trabalhadores.<br />

Aliás, eles são a nossa bandeira única e principal.<br />

Aqui, no Distrito Federal, estamos tendo um problema<br />

muito sério, para o qual quero chamar a atenção<br />

de todos os Senadores. Já conversamos aqui<br />

com os Senadores médicos para fazermos um movimento<br />

suprapartidário para salvarmos o Incor daqui<br />

de Brasília.<br />

Sr. Presidente, 80% dos pacientes do Incor são<br />

pacientes do SUS, portanto pessoas pobres, trabalhadores<br />

e filhos de trabalhadores humildes. E o Incor<br />

Brasília, por uma questão de desacerto momentâneo,<br />

está às vias de fechar, passando a restar apenas o<br />

de São Paulo.<br />

Sabemos que o Incor não é apenas um hospital<br />

que trata de doenças; é um instituo de pesquisa, um<br />

lugar onde realmente se pratica a excelência na me-


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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16014 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

dicina. E o Incor aqui de Brasília atende a população<br />

do Distrito Federal, do Entorno do Distrito Federal, da<br />

região Norte – do meu Estado mesmo já vieram inúmeros<br />

pacientes –, da região Nordeste e, principalmente,<br />

da região Centro-Oeste como um todo.<br />

Então, termos obtido esta conquista e hoje nos<br />

vermos privados de ter o Incor aqui será uma calamidade.<br />

Como médico, não posso entender que o Governo<br />

Federal... E aqui quero fazer um apelo, inicialmente, ao<br />

Ministro da Defesa, porque eu soube que o Ministério<br />

da Defesa não quer renovar o convênio que tem com<br />

o Incor e que o Incor construiu um prédio que é anexo<br />

do Hospital das Forças Armadas aqui em Brasília.<br />

Então, quero começar fazendo um apelo ao Ministro<br />

da Defesa, para que reveja essa posição, que<br />

veja a importância para a população pobre não só do<br />

Distrito Federal, mas das regiões que mencionei, notadamente<br />

do Norte, Nordeste e Centro-Oeste; ao Ministro<br />

da Saúde, que já apresentou uma proposta que<br />

não sei por que não evoluiu; e ao Senado e à Câmara,<br />

que têm convênios com o Incor, para que atualizem os<br />

repasses e nós possamos – aqui faço um apelo especial<br />

à Bancada do Distrito Federal – nos mobilizar, todos<br />

os Senadores, para não deixar uma coisa tão importante<br />

na área de Saúde, como é o caso do Instituto<br />

do Coração daqui do Distrito Federal, simplesmente<br />

acabar por uma questão de dinheiro. Vamos ser claros:<br />

a questão é simplesmente de dinheiro.<br />

Temos no Incor um excelente corpo médico, um<br />

excelente corpo técnico, composto de vários profissionais<br />

da área de Saúde, um trabalho feito – o Senador<br />

Romeu Tuma, que é de São Paulo, sabe disso – com<br />

muita competência, na seleção e na preparação de<br />

funcionários, mas agora esse hospital, esse centro<br />

de referência pode ser fechado puramente por uma<br />

questão de falta de recursos.<br />

Então, quero deixar o fato registrado, principalmente<br />

em nome da população pobre, porque a estatística<br />

está aí para mostrar: 80% do atendimento que<br />

é feito no Incor do DF é de pessoas que são atendidas<br />

pelo SUS, pessoas, portanto, que não têm plano de<br />

saúde, que não podem pagar uma consulta, um exame<br />

ou, muito menos, uma intervenção cirúrgica, uma<br />

cirurgia de coração, que, como todo mundo sabe, é<br />

uma cirurgia complexa, que exige equipamentos, que<br />

exige profissionais muito bem preparados.<br />

Então, eu gostaria de encerrar fazendo ao Senador<br />

Gerson Camata, que preside a sessão neste momento,<br />

um apelo para S. Exª leve à Mesa do Senado<br />

este assunto, que sei que já está sendo examinado, e<br />

também para todos os Srs. Senadores se unam. Nós,<br />

como eu disse, da bancada médica aqui do Senado vamos<br />

nos reunir mais tarde e traçar uma estratégia para<br />

podermos realmente mobilizar toda a população para<br />

que não deixemos esse prejuízo enorme ser causado<br />

à população do Distrito Federal e das regiões Norte,<br />

Nordeste e Centro-Oeste.<br />

Muito obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PDMB<br />

– ES) – A Mesa agradece a V. Exª pelo estrito cumprimento<br />

do tempo que lhe foi conferido pelo Regimento<br />

Interno.<br />

Há oradores inscritos.<br />

Por permuta com o Senador Flexa Ribeiro, concedo<br />

a palavra ao nobre Senador Romeu Tuma, pelo<br />

tempo regimental de dez minutos.<br />

Concedo a palavra a V. Exª.<br />

O SR. ROMEU TUMA (PFL – SP. Pronuncia o<br />

seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Senador<br />

Mozarildo Cavalcanti, V. Exª me permite falar sobre o<br />

Incor mesmo não sendo médico? Fui do Conselho por<br />

muito tempo, voltei ao Conselho, acompanhei o Instituto<br />

de perto há mais de trinta anos, pelas amizades que<br />

tenho lá e dependo dele. Aqui há outros Senadores que<br />

já foram operados e são tratados naquele hospital.<br />

Realmente houve um empréstimo do BNDES para<br />

construir o Prédio II, que a Fundação assumiu. Ao assumir,<br />

a Fundação praticamente tirou dinheiro que era<br />

para a movimentação do Instituto, que era a Fundação<br />

Zerbini, que era a Fundação Zerbini, para que pudesse<br />

dar continuidade à qualidade dos serviços prestados,<br />

com melhores enfermeiros e melhores médicos, que<br />

trabalham em tempo integral. Isso foi trazendo um<br />

débito muito alto. Houve algumas falcatruas, que hoje<br />

estão sob inquérito e apuração. E veio, à Comissão,<br />

quem é hoje dirigente do Incor, para uma reunião no<br />

Senado, em que foram apresentadas as dificuldades.<br />

E nós defendemos que o Governo de São Paulo deveria<br />

reassumir o empréstimo do BNDES, porque o<br />

prédio é da Faculdade de Medicina de São Paulo. O<br />

Incor faz parte do Hospital das Clínicas, que é da Faculdade<br />

de Medicina. Ele disse que assumiria, mas<br />

não permitiria mais repasse para o Incor de Brasília,<br />

porque já havia muita dificuldade para a manutenção<br />

do Incor de São Paulo.<br />

O que aconteceu? O Governo Federal, parece-me<br />

que por intermédio do Ministério... Eu já estou falando,<br />

mais ou menos, se V. Exª me permitir... O meu discurso<br />

era outro, mas é muito importante o que V. Exª trouxe.<br />

O Ministério da Saúde iria fazer um convênio para<br />

assumir aqui. O HFA – Hospital das Forças Armadas<br />

– reclamou que não podia passar para a União, porque<br />

o convênio era com as Forças Armadas. Então, eles<br />

queriam dar continuidade e repassar a verba. Talvez<br />

o impasse esteja nesse ponto. Realmente, V. Exª tem<br />

razão. Tem-se de correr para definir quem vai assumir a


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16015<br />

responsabilidade, e que ele tenha meios para dar continuidade<br />

ao trabalho, porque hoje não está atendendo<br />

praticamente nada. Caiu muito o atendimento médico<br />

porque muita gente foi mandada embora ou deixou o<br />

hospital; porque mudaram de São Paulo e de outros<br />

Estados para cá, e agora ficaram quase sem opção<br />

e estão sentindo que há possibilidade de inviabilizar<br />

a continuidade do Incor. V. Exª me desculpe por estar<br />

falando, mas também estou sofrendo essa angústia,<br />

mesmo não sendo médico, porque considero isso importantíssimo<br />

para a sociedade de Brasília.<br />

Antigamente, não havia muita opção e dizia-se<br />

que o melhor médico que tínhamos era o avião, ou seja,<br />

sair daqui para ir a São Paulo. Hoje, não. Quando surge<br />

qualquer problema, pode-se fazer aqui um exame<br />

médico, uma cirurgia e será bem atendido, com toda a<br />

infra-estrutura necessária. Por isso, o receio que temos<br />

de perder e que V. Exª, com muita angústia, declarou<br />

aqui da tribuna.<br />

Pois não, Senador Mozarildo Cavalcanti.<br />

O Sr. Mozarildo Cavalcanti (Bloco/PTB – RR)<br />

– Senador Romeu Tuma, agradeço duplamente: a oportunidade<br />

de aparteá-lo e de ouvir V. Exª, digamos assim,<br />

completar a intervenção que fiz, e espero voltar a<br />

esse assunto com mais dados e observações, a partir<br />

da reunião que vamos fazer, para encontrar, como V.<br />

Exª falou, um ponto de comum acordo para que não<br />

se prive a população do Distrito Federal e também das<br />

Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste de um centro<br />

como o INCOR. Penso que tudo que possa ter acontecido<br />

não justifica extinguirmos esse órgão.<br />

O SR. ROMEU TUMA (PFL – SP) – É verdade.<br />

A saúde é prioritária.<br />

O Sr. Epitácio Cafeteira (Bloco/PTB – MA) – V.<br />

Exª me permite um aparte?<br />

O SR. ROMEU TUMA (PFL – SP) – Pois não,<br />

Senador.<br />

O Sr. Epitácio Cafeteira (Bloco/PTB – MA) – Nobre<br />

Senador Romeu Tuma, conhecendo V. Exª como<br />

conheço, tenho certeza de que não precisava V. Exª<br />

ser médico para estar preocupado exatamente com os<br />

problemas do povo. V. Exª é também pai de um grande<br />

médico, o Dr. Rogério, que cuidou de mim. Eu posso<br />

dizer o seguinte: foi um dos médicos que salvou a minha<br />

vida. Parabéns a V. Exª.<br />

O SR. ROMEU TUMA (PFL – SP) – Muito obrigado.<br />

Fico feliz. V. Exª passa a ser meu irmão, então.<br />

Sr. Presidente, vou tentar correr o máximo com<br />

a leitura e, mesmo que não consiga terminar, peço a<br />

V. Exª que autorize a publicação.<br />

A Comissão de Segurança Pública e Combate ao<br />

Crime Organizado, da Câmara dos Deputados, presidida<br />

pelo Deputado João Campos, acompanhada do<br />

Dr. Caio Christovam Ribeiro Guimarães, Delegado de<br />

Polícia Federal, foi à Colômbia para ver o “Plano Colômbia:<br />

um caminho para conviver”, sobre a evolução<br />

daquele país, nestes últimos anos, para melhorar a<br />

segurança, visto ser um Estado que era exemplo do<br />

aumento da criminalidade permanente.<br />

O conviver em sociedade tem há muito como<br />

enormes desafios a serem diagnosticados e implementados<br />

as causas e as medidas necessárias para<br />

a diminuição da violência, que hoje assola as nossas<br />

comunidades.<br />

Em nosso País, as políticas públicas executadas<br />

nas três esferas de Governo (federal, estadual e municipal),<br />

em geral, vêm amargando sucessivas derrotas<br />

quando são analisadas sob o prisma da segurança de<br />

nossos cidadãos.<br />

Nossas cidades estão expostas à ação de grupos<br />

criminosos: sua população sofre com o modelo<br />

de gerenciamento da segurança pública que alija as<br />

autoridades locais (prefeito – chamo a atenção para<br />

a importância dos prefeitos, que, na Colômbia, têm<br />

sido praticamente os coordenadores de determinadas<br />

áreas de segurança) do planejamento das ações de<br />

combate ao crime, deixando para o Estado e a União,<br />

no âmbito de suas respectivas competências e distantes<br />

dos cidadãos, a tarefa de pensar e executar a<br />

segurança pública.<br />

Chamo a atenção, Srªs e Srs. Senadores, para<br />

um projeto de minha autoria, que está há mais de cinco<br />

anos na Câmara Municipal – dirijo-me ao Senador Tasso<br />

Jereissati, que também tem sofrido muito na busca de<br />

um caminho sólido para melhorar a segurança –, das<br />

guardas municipais. Até hoje, não sei por que, não foi<br />

discutida a PEC apresentada há mais de cinco anos<br />

e já aprovada, por unanimidade, nesta Casa.<br />

Independentemente de jamais deixarmos de procurar<br />

desenvolver um modelo próprio para a grave<br />

questão da segurança em nosso País, não podemos<br />

desprezar as experiências bem-sucedidas de outras<br />

nações que, assim como o Brasil, buscam soluções<br />

para melhorar a qualidade de vida de sua população.<br />

Ocupada com o tema, a Organização das Nações<br />

Unidas (ONU), em 1994, apresentou o conceito de segurança<br />

humana, inserido no paradigma do desenvolvimento<br />

humano sustentável, formulado pela mesma<br />

entidade no início da década de 1990.<br />

Tal conceito enfoca as pessoas, o que muda a<br />

abordagem do tema, pois a preocupação era com a<br />

segurança nacional, entendida como defesa da nação<br />

e seus valores fundamentais contra inimigos externos. A<br />

ameaça pairava não sobre o cidadão, mas contra o Estado.<br />

O novo enfoque de segurança privilegia o cidadão,<br />

a pessoa considerada como indivíduo e ser social.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

505<br />

16016 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

Assim, a segurança cidadã é ponto fundamental<br />

da segurança humana, sendo um elemento intrínseco<br />

e essencial ao desenvolvimento.<br />

Reconhecendo que a razão de ser das instituições<br />

de segurança e convivência dos Estados são os<br />

cidadãos, um dos objetivos fundamentais das autoridades<br />

locais é a garantia do cumprimento desse direito,<br />

fazendo-se necessário que as autoridades locais<br />

tenham competência e responsabilidade sobre a matéria,<br />

devidamente compartilhada com as instituições<br />

responsáveis nos âmbitos estadual e nacional.<br />

As autoridades locais são aquelas que estão mais<br />

próximas da vida cotidiana dos cidadãos, sendo que<br />

as autoridades nacionais são aquelas encarregadas<br />

de fixar as linhas gerais de ação que serão desenvolvidas<br />

em todo o território.<br />

Em que pesem os argumentos anteriormente<br />

elencados quanto à necessidade de uma administração<br />

local para a problemática da segurança cidadã,<br />

poucos são os exemplos de gerências locais que, na<br />

América Latina, implementaram o processo e obtiveram<br />

resultados.<br />

Na Colômbia, a gestão histórica dos problemas<br />

de violência e delinqüência foi tradicionalmente policial<br />

e militar. Os diversos governos delegaram essa função<br />

às Forças Armadas sem que existissem políticas<br />

integrais do Estado e de segurança cidadã, lideradas<br />

pelo Executivo. Durante muitos anos, prevaleceu uma<br />

visão que privilegiou o uso legítimo das armas, a resolução<br />

violenta dos conflitos e as respostas coercitivas<br />

frente a esses problemas e, em alguns casos, frente<br />

a conflitos sociais, deixando de lado as ações preventivas<br />

e integrais.<br />

Com esse modelo, cresceram a violência e a delinqüência,<br />

passando os homicídios de 8.565 em 1980<br />

para 28.837 em 2002 (revista “Criminalidade da Polícia<br />

Nacional”, da Colômbia), o que significa um aumento<br />

de 236% em apenas 22 anos. Seguem outros dados<br />

numéricos, Sr. Presidente.<br />

Havia ainda o problema carcerário – que também<br />

é grave –, com infra-estruturas velhas, inadequadas e<br />

com superlotação, verdadeiras escolas para a formação<br />

e aperfeiçoamento da criminalidade.<br />

Foi a Constituição de 1991 naquele país que,<br />

além de determinar de forma clara que o presidente, os<br />

governadores e os prefeitos são os responsáveis pela<br />

“gestão da ordem pública” em suas respectivas jurisdições,<br />

deu origem ao primeiro documento de política de<br />

estado em matéria de segurança, intitulado “Estratégia<br />

Nacional contra a Violência”, elaborado pelo Presidente<br />

César Gaviria, o qual avançou na identificação e formulação<br />

de ações para enfrentar fatos diversos que<br />

também afetam a segurança e a convivência, como a<br />

violação dos direitos humanos e a atenção aos grupos<br />

vulneráveis, especialmente os jovens.<br />

Mas, poucos foram os dirigentes que assumiram<br />

de maneira direta a direção da segurança e da ordem<br />

pública no País. Diante do quadro de violência que<br />

atravessa o País, a maioria deixou a administração<br />

do problema nas mãos dos organismos de segurança<br />

e de justiça, acabando por constituir instâncias reativas<br />

e que agem fora do tempo, ao invés de instâncias<br />

preventivas e que planejam a segurança.<br />

Dentre outras atribuições, a Lei nº 4, de 1991,<br />

estabeleceu em seus arts. 9º e 12º que: “As ordens e<br />

decretos do Prefeito em matéria de polícia serão de<br />

aplicação preferencial e imediata frente às disposições<br />

e medidas que adotem os inspetores e demais autoridades<br />

de polícia de sua jurisdição.” (art. 9º).<br />

“O Prefeito, como chefe de polícia no<br />

município, pode revogar...”<br />

Não estou dizendo que esse é um exemplo a<br />

ser seguido por nós, que devemos ter o Prefeito como<br />

chefe de polícia. Eu estou relatando o que foi visto na<br />

Colômbia como experiência.<br />

Os prefeitos hoje têm sofrido muito, Presidente,<br />

porque estão buscando...<br />

(Interrupção do som.)<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – V. Exª dispõe de um minuto para encerrar a<br />

sua fala.<br />

O SR. ROMEU TUMA (PFL – SP) – Os Prefeitos<br />

colaboram com a segurança pública de maneira econômica:<br />

se a polícia não tem um pneu, vai lá; pede um<br />

pneu, pede o conserto de uma viatura, pede gasolina.<br />

Não há um plano geral de segurança que possa<br />

propiciar tranqüilidade maior à sociedade. Temos sofrido<br />

muito com isso.<br />

O Senador Tasso Jereissati tem lutado muito na<br />

CCJ. Às vezes, discuto com S. Exª, mas penso que ele<br />

tem razão, porque, se não buscarmos uma fórmula que<br />

dê tranqüilidade maior à população, um entrosamento<br />

mais perfeito entre os órgãos de segurança, para que<br />

se valorizem e possam enfrentar a criminalidade, vamos<br />

sempre perder a guerra.<br />

Pediria a V. Exª que determinasse a publicação<br />

do meu discurso.<br />

SEGUE, NA ÍNTEGRA, DISCURSO <strong>DO</strong><br />

SR. SENA<strong>DO</strong>R ROMEU TUMA<br />

O SR. ROMEU TUMA (PFL – SP. Sem apanhamento<br />

taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs.<br />

Senadores, o conviver em sociedade tem há muito<br />

como enormes desafios a serem diagnosticados e<br />

implementados as causas e as medidas necessá-


506<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16017<br />

rias para a diminuição da violência, que hoje assola<br />

nossas comunidades.<br />

Em nosso País, as políticas públicas executadas<br />

nas três esferas de Governo (federal, estadual e municipal),<br />

em geral, vêm amargando sucessivas derrotas<br />

quando são analisadas sob o prisma da segurança de<br />

nossos cidadãos.<br />

Nossas cidades estão expostas à ação de grupos<br />

criminosos: sua população sofre com o modelo de gerenciamento<br />

da segurança pública que alija as autoridades<br />

locais (prefeito) do planejamento das ações de<br />

combate ao crime, deixando para o Estado e a União,<br />

no âmbito de suas respectivas competências e distantes<br />

dos cidadãos, a tarefa de pensar e executar a<br />

segurança pública.<br />

Independentemente de jamais deixarmos de procurar<br />

desenvolver um modelo próprio para a grave<br />

questão da segurança em nosso País, não podemos<br />

desprezar as experiências exitosas de outras nações<br />

que, assim como o Brasil, buscam soluções para melhorar<br />

a qualidade de vida de sua população.<br />

Ocupada com o tema, a Organização das Nações<br />

Unidas (ONU) em 1994, apresentou o conceito de segurança<br />

humana, inserido no paradigma do desenvolvimento<br />

humano sustentável, formulado pela mesma<br />

entidade no início da década e 1990.<br />

Tal conceito enfoca as pessoas, o que muda a<br />

abordagem do tema pois a preocupação era com a<br />

segurança nacional, entendida como defesa da nação<br />

e seus valores fundamentais contra inimigos externos.<br />

A ameaça pairava não sobre o cidadão, mas contra<br />

o Estado. O novo enfoque de segurança privilegia o<br />

cidadão, a pessoa considerada como indivíduo e ser<br />

social.<br />

Assim, a segurança cidadã é ponto fundamental<br />

da segurança humana, sendo um elemento intrínseco<br />

e essencial ao desenvolvimento.<br />

Reconhecendo, que a razão de ser das instituições<br />

de segurança e convivência dos estados são os<br />

cidadãos, um dos objetivos fundamentais das autoridades<br />

locais é a garantia do cumprimento desse direito,<br />

fazendo-se necessário que as autoridades locais tenham<br />

competência e responsabilidade sobre a matéria,<br />

devidamente compartilhadas com as instituições<br />

responsáveis nos âmbitos estadual e nacional.<br />

As autoridades locais são aquelas que estão mais<br />

próximas da vida cotidiana dos cidadãos, sendo que<br />

as autoridades nacionais são aquelas encarregadas<br />

de fixar as linhas gerais de ação, que serão desenvolvidas<br />

em todo o Território.<br />

Em que pesem os argumentos anteriormente<br />

elencados quanto a necessidade de um administração<br />

local para a problemática da segurança cidadã,<br />

poucos são os exemplos de gerencias locais que, na<br />

América Latina, implementaram o processo e obtiveram<br />

resultados.<br />

Na Colômbia, a gestão histórica dos problemas<br />

de violência e delinqüência foi tradicionalmente policial<br />

e militar. Os diversos governos delegaram essa função<br />

as Forças Armadas, sem que existissem políticas<br />

integrais do Estado e de segurança cidadã, lideradas<br />

pelo executivo. Durante muitos anos prevaleceu uma<br />

visão que privilegiou o uso legítimo das armas, a resolução<br />

violenta dos conflitos e as respostas coercitivas<br />

frente a esses problemas e, em alguns casos, frente<br />

a conflitos sociais, deixando de lado as ações preventivas<br />

e integrais.<br />

Com esse modelo, cresceram a violência e a<br />

delinqüência, passando os homicídios de 8.565 em<br />

1980 para 28.837 em 2002 (revista Criminalidade da<br />

Polícia Nacional), o que significa um aumento de 236%<br />

em apenas 22 anos. O furto de automóveis passou de<br />

3.017 a 30.277 (+ 933%); o seqüestro agravado pela<br />

extorsão, de 72 para 2.986 (4.047%); a extorsão foi de<br />

404 a 2.512 casos registrados (+521%); e o assalto a<br />

transeuntes passou de 5.493, em 1998, a 33.431, em<br />

2002 (+508%), em apenas cinco anos.<br />

Havia ainda o problema carcerário, com infra-estruturas<br />

velhas, inadequadas e com superlotação; verdadeiras<br />

escolas para a formação e aperfeiçoamento<br />

da criminalidade.<br />

Foi a Constituição de 1991 que além de determinar<br />

de forma clara que o Presidente, os governadores<br />

e os prefeitos são os responsáveis pela “gestão da ordem<br />

pública” em suas respectivas jurisdições, deu origem<br />

ao primeiro documento de política de estado em<br />

matéria de segurança, intitulado “Estratégia Nacional<br />

contra a Violência”, elaborado pelo presidente César<br />

Gaviria, o qual avançou na identificação e formulação<br />

de ações para enfrentar fatos diversos que também<br />

afetam a segurança e a convivência, como a violação<br />

dos direitos humanos e a atenção aos grupos vulneráveis,<br />

especialmente aos jovens.<br />

Mas, poucos foram os dirigentes que assumiram<br />

de maneira direta a direção da segurança e da ordem<br />

pública no País. Diante do quadro de violência que<br />

atravessava o País, a maioria deixou a administração<br />

do problema nas mãos dos organismos de segurança<br />

e de justiça, acabando por constituir instância reativas<br />

e que agem fora do tempo , ao invés de instâncias preventivas<br />

e que planejem a segurança.<br />

Dentre outras atribuições, a Lei nº 4, de 1991<br />

estabeleceu em seus artigos 9º e 12 que : “As ordens<br />

e decretos do prefeito em matéria de polícia serão de<br />

aplicação preferencial e imediata frente às disposições


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

507<br />

16018 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

e medidas que adotem os inspetores e demais autoridades<br />

de polícia de sua jurisdição”(art 9º).<br />

O Prefeito, como chefe de polícia no município,<br />

pode revogar as decisões tomadas<br />

pelos Comandantes de Posto ou Subposto,<br />

ou por quem faça suas vezes no que tange<br />

às contravenções e demais decisões de sua<br />

competência, quando essas forem violatórias<br />

da legalidade ou quando a conveniência pública<br />

o exija para a conservação e a manutenção<br />

da ordem pública. (art 12).<br />

Ainda, em casos de perturbação grave da ordem<br />

pública, o Prefeito amparado na lei 136 de 1994,<br />

pode:<br />

Restringir e vigiar a circulação de pessoas<br />

por vias e lugares públicos.<br />

Decretar o toque de recolher.<br />

Restringir ou proibir a venda e o consumo<br />

de bebidas alcoólicas.<br />

Requerer o auxílio das forças armadas<br />

nos casos permitidos pela Constituição e pela<br />

Lei.<br />

Ditar, dentro da área de sua competência,<br />

os regulamentos de polícia local necessários<br />

ao cumprimento das normas superiores,<br />

conforme o art. 9º do decreto 1355 de 1970<br />

e demais disposições que o modifiquem ou o<br />

adicionem.<br />

Durante a década de 1990, as cidades de Medelín<br />

(1991) e Bogotá (1995), foram as que abordaram<br />

o tema de maneira integral e que obtiveram reduções<br />

importantes na violência e na delinqüência.<br />

Importante salientar que os resultados alcançados<br />

foram precedidos por uma forte ação do governo nacional<br />

na contenção dos grupos armados que agiam à<br />

margem da lei e no combate ao narcotráfico, principais<br />

molas que impulsionavam a violência, sucedida por uma<br />

política de Estado que deveria : fortalecer e apoiar os<br />

prefeitos e governadores para que assumissem o papel<br />

que lhes cabe como autoridades de polícia; promover<br />

a elaboração de planos locais de segurança e convivência;<br />

obrigar os conselhos e comitês de segurança<br />

locais e regionais a reunirem-se em seções todos os<br />

meses com o fim de que desenvolvam um caráter mais<br />

preventivo que reativo; garantir os recursos para que<br />

as autoridades locais, além de fortalecer a polícia com<br />

recursos financeiros, promovessem políticas de apoio<br />

a organismos de justiça como a Promotoria, bem como<br />

programas e projetos de caráter preventivo, como a<br />

atenção a grupos vulneráveis (jovens sob o risco de<br />

violência e de consumo de drogas, prostituição, indigentes<br />

e pessoas deslocadas de suas residências pela<br />

violência), defendessem e promovessem os direitos humanos,<br />

a atenção à violência intra-familiar e o maltrato<br />

infantil, a solução pacífica de conflitos, a recuperação<br />

de espaços públicos, a redução dos acidentes de trânsito,<br />

o desarmamento dos cidadãos e o fortalecimento<br />

da participação cidadã nesses temas.<br />

De sua parte, a Diretoria da Polícia Nacional – com<br />

a participação dos Ministros de Defesa e do Interior e<br />

de Justiça, o financiamento da cooperação por parte<br />

do Governo Americano e a assessoria de especialistas<br />

da Universidade de Georgetown e da Fundação Ortega<br />

e Gasset – formulou e colocou em execução, no ano<br />

de 2004, o Programa Departamentos e Município Seguros<br />

(DMS), que busca envolver a todos os prefeitos<br />

e governadores na gestão dos temas de convivência<br />

e segurança cidadã.<br />

Como exemplos bem sucedidos de gestão local<br />

da convivência e da segurança cidadã na Colômbia,<br />

podemos citar as cidades de Bogotá e Medelín, sendo<br />

que em Bogotá, a primeira administração distrital a assumir<br />

a problemática foi a de Antanas Mockus (1995 –<br />

1997), seguida pela de Enrique Peñalosa (1998 – 2000)<br />

e novamente Antanas Mockus (2001 – 2003).<br />

A partir do ano de 1995, a Administração Distrital<br />

elaborou e implementou um plano integral de segurança<br />

e convivência que, sem descuidar das funções<br />

de controle das atividades delitivas por meio do uso<br />

legítimo da coerção, executou uma série de projetos<br />

e programas orientados à prevenção e à melhoria da<br />

convivência cidadã. Esse plano resultou na diminuição<br />

dos índices de homicídio, passando de 4.352 homicídios<br />

comuns em 1993 para 1.582 em 2004.<br />

Pesquisa recente realizada pelo Observatório<br />

de Convivência e Segurança Cidadã, demonstra que<br />

a taxa de homicídios por 100 mil habitantes que em<br />

1995 era de 58.8, em 2006 passou para 18.8. Outro<br />

resultado importante foi na redução das mortes em<br />

acidente de trânsito que passaram de 1.387 mortes e<br />

1995 para 598 em 2003, ou seja, passou-se de uma<br />

taxa de 25 mortes a cada 100.000 habitantes em 1995,<br />

para 8.7 em 2003.<br />

As características mais relevantes do processo<br />

de transformação vivenciado na cidade de Bogotá<br />

foram :<br />

1 – Gestão institucional do tema por parte<br />

da autoridade administrativa mais alta do município<br />

( responsável político pelo tema )<br />

Ainda que a responsabilidade sobre os<br />

temas de segurança seja compartilhada entre<br />

várias autoridades de segurança, justiça<br />

e administrativas da ordem nacional, em Bogotá,<br />

os prefeitos assumiram, desde 1995, a<br />

liderança e a coordenação da política pública


508<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16019<br />

de segurança cidadã. Isso permitiu que fosse<br />

dada prioridade à proteção da vida e que<br />

fossem levados a cabo projetos inovadores<br />

como o Conselho de Segurança da cidade,<br />

com reuniões mensais e o Comitê de Vigilância<br />

Epidemiológica que realizava semanalmente<br />

uma análise da violência e da delinqüência e<br />

propunha ações para enfrentar os problemas<br />

identificados.<br />

2 – Informação confiável. Criou-se o Sistema<br />

Unificado de Informação de Violência e<br />

Delinqüência (SUIVD), com informação da<br />

Polícia Metropolitana e do Instituto Nacional<br />

de Medicina Legal.<br />

3 – Plano de segurança e convivência.<br />

A partir do ano de 1995, foi formulado e colocado<br />

em execução um plano de segurança e<br />

convivência com programas, dentre os quais<br />

se destacam :<br />

Justiça próxima do cidadão. Nessa linha<br />

inserem-se os programas de justiça alternativa,<br />

como a solução pacífica de conflitos entre<br />

particulares e no interior dos lares; o fortalecimento<br />

da justiça punitiva, como é caso de<br />

facilitar o acesso dos cidadãos aos serviços<br />

que prestam a Procuradoria Geral da Nação,<br />

o Instituto de Medicina Legal e a Polícia Judiciária.<br />

O fortalecimento das Delegacias de<br />

Família, que passaram de 5 em 1995 para 20,<br />

atualmente, a criação de 12 unidades de mediação<br />

e conciliação e duas Casas de Justiça<br />

que, além de atender diretamente nas localidades,<br />

propiciaram a capacitação de mais de<br />

2.700 líderes que se converteram em mediadores<br />

comunitários, 450 conciliadores, 103<br />

juízes de paz e 33 juízes de reconsideração (<br />

ou de 2ª instância ).<br />

Atenção a jovens envolvidos em assuntos<br />

de violência e consumo de drogas. Desde o ano<br />

de 1998, a Administração Distrital formulou um<br />

projeto orientado à redução dos fatores intervenientes<br />

na violência juvenil, o qual atendeu<br />

mais de 25.000 jovens. Nesse sentido, atuou<br />

sobre temas como educação, a ocupação do<br />

tempo livre, a possibilidade de obtenção de<br />

investimentos e a participação juvenil. Desenvolveram-se<br />

atividades como : bacharelados<br />

curtos, com ênfase na convivência para jovens<br />

pertencentes a bandos e quadrilhas em processo<br />

de reinserção; atividades de formação<br />

para o trabalho; desenvolvimento de hábitos<br />

e competências básicas, atividades culturais,<br />

recreativas e de formação para a gestão do<br />

conflito em instituições escolares.<br />

Melhoria da convivência e recuperação<br />

de lugares críticos. A partir da “teoria das janelas<br />

quebradas” de Kelling & Coles ( 1997 ),<br />

nos últimos anos o Programa Missão Bogotá<br />

centralizou sua intervenção na recuperação<br />

de espaços críticos em matéria de segurança<br />

e convivência. Para tanto,com apoio da<br />

Polícia Metropolitana, o programa definiu e<br />

aplicou planos e ações voltados à melhoria<br />

da segurança e ao fortalecimento dos laços<br />

de afinidade que vinculam os cidadãos com<br />

seus entornos comunitários.<br />

Recuperação do espaço público. A recuperação<br />

do espaço público não apenas contribui<br />

para melhoria da percepção de segurança,<br />

mas também impacta no meio ambiente, desconfigurando<br />

a tríade “delinqüente, entorno e<br />

vítima”, indispensável para que se possibilite<br />

o delito.<br />

Hora da cenoura. Medida que consistiu<br />

em fechar à 1:00 da manhã os estabelecimentos<br />

que vendem bebidas alcoólicas. Essa<br />

ação, segundo estudo da Universidade dos<br />

Andes, contribuiu com a redução do homicídio<br />

comum em 8%.<br />

Desarmamento. Tal como a “hora da cenoura”,<br />

essa medida por si só não pode explicar<br />

a redução considerável registrada no caso<br />

de homicídios e das lesões comuns. O mesmo<br />

estudo da Universidade dos Andes apontou que<br />

essa medida havia contribuído para a redução<br />

de 14% nos homicídios comuns ocorridos entre<br />

1995 e 1999.<br />

Atenção à população deslocada de suas<br />

residências pela violência. Para atender à população<br />

que se deslocou para Bogotá, a Prefeitura<br />

criou em 1999 a primeira Unidade de<br />

Atenção Integral à População Deslocada pela<br />

Violência no país. O propósito desta unidade é<br />

restabelecer as condições de vida das famílias<br />

afetadas, prevenir as causas do deslocamento<br />

e gerar propostas de estabilização e consolidação<br />

socioeconômica.<br />

4 – Criação de infra-estrutura administrativa<br />

e destinação de recursos humanos, técnicos<br />

e financeiros. Foi criada uma Subsecretaria que<br />

conta com pessoal especializado na lida com<br />

projetos, programas e recursos que atendem<br />

desde o fortalecimento dos organismos de<br />

segurança e justiça, até projetos orientados<br />

para melhorar a convivência cidadã.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

509<br />

16020 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

5 – Fortalecimento da Polícia Metropolitana.<br />

As Administrações Distritais, nos últimos<br />

anos, aumentaram significativamente o orçamento<br />

para fortalecer essa instituição. Com<br />

esses recursos e em coordenação como os<br />

diversos comandantes da Polícia Metropolitana<br />

de Bogotá, foram executadas as seguintes<br />

estratégias :<br />

Comunicação e mobilidade. Modernização<br />

do Centro Automático de Despacho (CAD),<br />

que resultou em uma diminuição substancial<br />

nos termos de resposta às chamadas dos cidadãos.<br />

Passou-se de 20 minutos em média<br />

para 5 minutos. Disponibilizou-se rádio de comunicação<br />

para cada policial de rua e houve<br />

uma duplicação dos veículos disponíveis (carros<br />

e motos).<br />

Infra-estrutura. Foram construídos ou<br />

melhorados os postos policiais das localidades,<br />

bem como foi reordenado o programa de<br />

Centros de Atenção Imediata (CAI).<br />

Fortalecimento do talento humano. Desde<br />

1996, destinaram-se recursos à capacitação<br />

e atualização de aproximadamente 14.000<br />

oficiais, suboficiais, membros do executivo e<br />

agentes, homens e mulheres de todas as áreas<br />

de serviço. As principais temáticas foram:<br />

direito (e poder) de polícia, direitos humanos,<br />

direito internacional humanitário, gestão gerencial,<br />

gestão pública, segurança e convivência<br />

cidadã, abuso sexual de menores, polícia comunitária,<br />

inglês, informática, padronização<br />

de procedimentos, administração do local de<br />

crime, pedagogia e metodologia da educação<br />

de adultos.<br />

Participação comunitária. Com o objetivo<br />

de vincular as comunidades ao tema de<br />

segurança, o Comando da Polícia Metropolitana<br />

colocou em marcha diversos programas<br />

especiais, como as Escolas de Segurança<br />

Cidadã, onde são capacitados os líderes comunitários<br />

para que trabalhem de maneira coordenada<br />

com as autoridades na prevenção<br />

da violência e da delinqüência, apoiando suas<br />

comunidades.<br />

Gestão de trânsito. A partir de 1996, coube<br />

à Polícia Metropolitana a gestão do trânsito,<br />

o que não só contribuiu com a diminuição<br />

dos acidentes como levou ao melhoramento<br />

da segurança nas ruas;<br />

Polícia Comunitária. Em 1999, entrou<br />

em funcionamento esta modalidade de ser-<br />

viço policial que consiste em aproximar a<br />

polícia da comunidade.<br />

Menor número de policiais para a administração<br />

e maior para a vigilância. A partir de<br />

2001, adotou-se a estratégia de maximizar o<br />

número de policiais nas ruas, diminuindo sua<br />

participação em cargos meramente administrativos.<br />

Zonas seguras. Com o apoio da Câmara<br />

de Comércio de Bogotá, desde o ano de 2001,<br />

iniciou-se o programa “Zonas Seguras”, no qual<br />

foram definidas 28 quadras da cidade, especialmente<br />

em áreas comerciais e de alta presença<br />

cidadã, onde a polícia, com a participação e o<br />

apoio da comunidade organizada se faz presente<br />

de forma permanente. Além da polícia<br />

em veículos, cada zona conta com câmaras<br />

de vigilância e uma unidade móvel aérea que<br />

atende as chamadas dos cidadãos.<br />

6 – Prestação de contas, avaliação e<br />

acompanhamento. Com base nas análises da<br />

informação do Sistema Unificado de Informação<br />

de Violência e Delinqüência (SUIVD), bem<br />

como nas investigações e reuniões periódicas<br />

interinstitucionais, faz-se o acompanhamento<br />

e avaliação, através do Conselho Distrital de<br />

Segurança, presidido pelo Prefeito e com a<br />

participação do Comandante da Polícia Metropolitana,<br />

o Promotor Seccional, o vice-procurador<br />

da nação e outras autoridades de<br />

segurança e justiça.<br />

7 – Avaliação externa. O setor privado,<br />

através do programa “Bogotá como vamos”, da<br />

Câmara de Comércio de Bogotá, o principal<br />

jornal do país (El Tiempo) e uma reconhecida<br />

ONG acompanham e controlam os resultados<br />

do Plano de Segurança, mediante a realização<br />

de pesquisa de vitimização e percepção<br />

de segurança.<br />

Como se pode observar no caso de Bogotá, os<br />

resultados devem-se ao trabalho de diversos atores,<br />

os quais, de maneira coordenada e sob a liderança<br />

dos prefeitos dos últimos nove anos, trabalharam para<br />

fazer da cidade um lugar seguro para se viver.<br />

Na cidade de Medelín não foi diferente. Em 1991,<br />

Medelín era considerada a cidade mais violenta do<br />

mundo, com 6.341 homicídios por ano. Por essa época<br />

grassava o enfrentamento armado entre a guerrilha e<br />

os grupos paramilitares, evidenciando a urbanização<br />

do conflito armado, que, somado a outros fenômenos<br />

de violência e delinqüência, fazia da cidade um território<br />

muito inseguro.


510<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16021<br />

Diante dessa situação, em agosto de 2002, durante<br />

a administração do Prefeito Luís Perez, tomou-se a<br />

decisão de, com a participação de organismos de segurança<br />

e justiça, intervir em um dos setores de disputa<br />

pelos grupos armados ilegais e no qual predominava<br />

as guerrilhas das FARC : a comunidade 13.<br />

Após a intervenção, a comunidade passou a registrar<br />

173 homicídios comuns no ano de 2004, em<br />

contraposição a 717 homicídios comuns registrados<br />

em 2003. Esse episódio de uso legítimo da força e da<br />

autoridade marcou o começo do retorno da institucionalização<br />

dos territórios dominados pelos grupos<br />

irregulares e delinqüentes.<br />

Para atingir o objetivo de garantir que sejam as autoridades<br />

legitimamente constituídas as que garantam<br />

a segurança e a justiça em todas as comunidades de<br />

Medelín, o Plano de Convivência e Segurança Cidadã<br />

foi orientado no sentido de fortalecer a Polícia Metropolitana<br />

para que se faça presente nas comunidades<br />

e a criar espaços interinstitucionais de justiça próxima<br />

do cidadão que executem e promovam alternativas de<br />

solução de conflitos, bem como programas diversos<br />

que fortaleçam a convivência cidadã.<br />

Essa presença permanente, resultou no aumento<br />

da confiança nesta instituição, duramente atingida<br />

durante a guerra contra os narcotraficantes, principalmente<br />

contra Pablo Escobar, que além de fomentar a<br />

corrupção, cooptava a juventude pobre, formando um<br />

verdadeiro exército para a defesa de seus negócios<br />

ilícitos.<br />

Finalizando o ano de 2003, se efetuou a primeira<br />

desmobilização coletiva urbana, fruto do processo de<br />

negociação entre o Governo Nacional e as Autodefesas<br />

Unidas da Colômbia (AUC). A partir de janeiro de<br />

2004, a prefeitura de Medelín, através do Programa<br />

Paz de Reconciliação, começou a construção coletiva<br />

do Modelo de Reinserção, que tomou como referência<br />

as necessidades dos desmobilizados, suas famílias e a<br />

comunidade, incorporando, posteriormente, a atenção<br />

às vítimas do conflito armado.<br />

Destacamos ainda os programas de investimento<br />

de 40% das receitas da prefeitura em educação, a<br />

recente construção do Metrocable, um investimento<br />

de US$23 milhões de dólares que levou o transporte<br />

público para uma população de morro de 160 mil habitantes,<br />

tornando ponto de atração turística uma região<br />

que outrora era uma das mais violentas da cidade.<br />

O somatório de todas essas ações vem transformando<br />

a convivência numa cidade que, se em 1991<br />

registrava 381 homicídios por 100 mil habitantes, no<br />

ano passado registrou apenas 33 por 100 mil habitantes,<br />

índice que demonstra o acerto na escolha e na<br />

execução de políticas públicas voltadas para o convívio<br />

seguro e propiciador do desenvolvimento humano.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – V. Exª será atendido na forma regimental. A<br />

Mesa agradece a V. Exª o estrito cumprimento do horário<br />

que lhe foi designado pelo Regimento Interno.<br />

A próxima oradora inscrita é a Senadora...<br />

O SR. JEFFERSON PÉRES (PDT – AM) – Sr.<br />

Presidente, pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES.) – Pela ordem, o Senador Jefferson Péres.<br />

O SR. JEFFERSON PÉRES (PDT – AM. Pela<br />

ordem. Sem revisão do orador.) – Peço a minha inscrição<br />

pela Liderança do PDT antes da Ordem do Dia.<br />

Não já, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES.) – V. Exª está inscrito.<br />

O SR. JEFFERSON PÉRES (PDT – AM) – Mas<br />

antes uma indagação: V. Exª faz parte da Mesa?<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES.) – Sou o 2º Secretário da Mesa.<br />

O SR. JEFFERSON PÉRES (PDT – AM) – Então,<br />

Senador Gerson Camata, transmita ao Presidente e<br />

aos demais membros da Mesa que esta é a terceira<br />

vez que eu reclamo de uma anomalia nesta Legislatura.<br />

Faz cinco meses que começaram os nossos<br />

trabalhos e o Conselho de Ética do Senado não foi<br />

instalado. Os líderes já indicaram representantes. Há<br />

processos pendentes. Já pedi duas vezes ao Senador<br />

Renan Calheiros. Estou agora pedindo a V. Exª pela<br />

terceira vez. Todos os dias virei aqui cobrar isso, pois<br />

o Senado não pode ficar sem o seu Conselho de Ética<br />

instalado e funcionando.<br />

Por favor, sei que V. Exª não tem nada a ver com<br />

isso. Peço apenas que V. Exª transmita pedido da Liderança<br />

do PDT aos demais membros da Mesa.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES.) – A Presidência tem a ver com isso, e o apelo<br />

de V. Exª será levado ainda hoje à Presidência do Senado.<br />

Muito obrigado.<br />

Com a palavra a Senadora Serys Slhessarenko<br />

pelo tempo de 10 minutos que lhe concede o Regimento<br />

Interno, sem prejuízo dos oradores inscritos.<br />

A SRA. SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT<br />

– MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da<br />

oradora.) – Obrigada, Senador Gerson Camata, que<br />

preside esta sessão.<br />

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, temos<br />

muitos temas abrangentes para tratarmos, mas vou<br />

ater-me quase que exclusivamente a falar dos meus<br />

trabalhos no meu Estado de Mato Grosso.<br />

Sr. Presidente, tenho andado muito no meu Mato<br />

Grosso. No último final de semana, estive na região


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

511<br />

16022 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

noroeste, que envolve os município de Juína, Aripuanã,<br />

Colniza, Juruena, Juara, Cotriguaçu, Castanheira<br />

e Brasnorte; e no Vale do Arinos, que abrange os<br />

Município de Porto dos Gaúchos, Tapurá, Itanhangá,<br />

Tabaporã, Novo Horizonte do Norte e Juara.<br />

Tenho andado com dois grandes objetivos: um<br />

primeiro, de presidir encontros regionais do meu Partido<br />

dos Trabalhadores e discutir com os meus companheiros<br />

questões importantes para toda a região,<br />

como é o caso, por exemplo, do PAC.<br />

Só nessa região, temos obras que, com certeza,<br />

estão incluídas no PAC (Programa de Aceleramento<br />

do Crescimento). Estivemos nessas regiões discutindo<br />

problemas de estradas como a BR-364 e questões<br />

como a da produção de energia, neste caso em Dardanelos,<br />

que fica no Município de Aripuanã.<br />

No dia 19 de maio, sábado, estive na cidade de<br />

Porto dos Gaúchos, ocasião em que se realizou o Encontro<br />

Regional do Vale do Arinos, que reuniu várias<br />

lideranças locais, como o Vereador Juarez Praxedes<br />

e Gercino Gomes, de Tabaporã; a Vereadora Zenaide<br />

Mayer e Audieri Duarte, de Porto dos Gaúchos; o Vereador<br />

Manoel Pedro e o Secretário de Educação do<br />

Município de Novo Horizonte; a Vice-Prefeita Nilza Paraná,<br />

de Juara, destacada liderança da região; o companheiro<br />

professor Carlos Pereira, de Porto dos Gaúchos<br />

(membro do nosso diretório estadual); presidentes de<br />

sindicatos e associações de trabalhadores rurais, além<br />

de quase 100 militantes do Partido dos Trabalhadores<br />

dos município que compõem a Região.<br />

Como em outros encontros, Sr. Presidente, as<br />

discussões ocorreram com uma explicação das obras<br />

do PAC, o seu impacto na economia da região e a necessidade<br />

de que todos os investimentos que estão<br />

sendo feitos sejam acompanhados de perto pela população<br />

e, principalmente, fiscalizados por todos, de<br />

forma a garantir a boa e correta aplicação do dinheiro<br />

público.<br />

Outro assunto foi o III Congresso do PT, a importância<br />

das teses apresentadas e a reestruturação da<br />

Direção Nacional. Estou cada vez mais confiante nos<br />

novos rumos de nossa economia e no novo PT que<br />

está surgindo dessas análises. O PT está amadurecido<br />

e cada vez mais empenhado em ajudar o Presidente<br />

Lula a governar o Brasil.<br />

É nesses contatos, andando nas ruas, conversando<br />

com comerciantes da região que nós, políticos,<br />

podemos receber as mais legítimas reivindicações,<br />

como a que recebi sobre necessidades... Necessidades<br />

tantas, Sr. Presidente, de município tão distantes<br />

do meu Estado de Mato Grosso, com tanta dificuldade<br />

de acesso, como Aripuanã, Juína, Juruena. São município<br />

longínquos, distantes da capital até 1.500km,<br />

nos quais a maior parte das estradas ainda é de chão.<br />

É uma situação muito difícil para um Estado que tem<br />

um desenvolvimento do agronegócio tão significativo,<br />

mas que, na área de estrutura, fundamentalmente de<br />

energia e de estradas, tem muitas dificuldades. Mas<br />

nós acreditamos que, com a chegada do PAC, elas<br />

serão superadas.<br />

Recebi uma reivindicação também de criação de<br />

agências da Caixa Econômica Federal em Juara, em<br />

Juína, e que beneficiarão toda aquela imensa região.<br />

Parece brincadeira para nós que aqui temos tantos<br />

bancos disponíveis, tantas formas de resolvermos os<br />

nossos problemas nessa área. Mas, em Mato Grosso,<br />

para se fazer uma operação bancária, é preciso<br />

andar 700 km, Senador, sendo 400 km a 500 km de<br />

estradas de chão. Como fica a situação de uma pessoa<br />

que vai lá receber um salário? Gasta quase todo<br />

para ir e voltar, além de todo trabalho e dificuldades<br />

que passa pelo caminho.<br />

Sobre a questão da Caixa Econômica, nós estamos<br />

atuando junto ao Presidente da Caixa, dizendo<br />

da necessidade de interiorizar seus serviços, implantando<br />

agências, postos de serviço, caixas eletrônicos,<br />

tão importantes para nossos irmãos desbravadores e<br />

pioneiros desse pedaço do Brasil, do nosso Mato Grosso.<br />

Tenho levado a informação de que nossa economia<br />

nacional está de vento em popa. É empolgante ver que<br />

o número de empregos com carteira assinada criados<br />

em abril é o maior já registrado num único mês em toda<br />

a série histórica do Cadastro Geral de Empregados e<br />

Desempregados – CAGED do Ministério do Trabalho,<br />

iniciada em 1992. Esse resultado foi impulsionado principalmente<br />

pela indústria de transformação.<br />

No total, no quarto mês do ano, foram criados<br />

301,9 mil novos empregos, 1,08% a mais que no mês<br />

anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, o emprego<br />

formal soma alta de 5,04% com a geração de 1,361<br />

milhão de postos de trabalho. Esta semana foi também<br />

anunciado recorde da Receita Federal. A arrecadação<br />

de abril somou R$37,071 bilhões em impostos e contribuições.<br />

Descontada a inflação, o valor é 12,64% maior<br />

que o registrado em igual período do ano passado. No<br />

ano, a Receita já arrecadou R$136,219 bilhões. São<br />

números importantes, que impulsionarão ainda mais<br />

nossa economia e atrairão novos investimentos, além<br />

da confiança em nosso mercado.<br />

Apresento esses números, Sr. Presidente, para<br />

dizer que o Brasil está no rumo certo e ficará muito<br />

melhor.<br />

Mas muito me aflige os números de meu Estado,<br />

que, por falta de uma boa logística de transporte<br />

– boas estradas, ferrovias e hidrovias – viu alterado o<br />

mapa da agricultura brasileira. As tradicionais regiões


512<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16023<br />

produtoras do Sul voltaram a ser mais rentáveis que<br />

o Centro-Oeste, que nos últimos 15 anos foi o eldorado<br />

do agronegócio, graças à qualidade de nossas<br />

terras, graças às pesquisas da Embrapa e à tenacidade<br />

dos produtores. A falta de condições logísticas<br />

de transporte, aliada à queda contínua da cotação do<br />

dólar, está sendo fatal para a nossa agricultura. Nossos<br />

produtores, os comerciantes, as donas-de-casa<br />

estão preocupados.<br />

Já no dia 20, o encontro do Partido foi em Juína,<br />

praticamente 700km a noroeste de Cuiabá, colonizada<br />

pela extinta Codemat – Companhia de Desenvolvimento<br />

de Mato Grosso. O encontro reuniu sete município<br />

da região, com mais de 150 pessoas presentes: lideranças,<br />

vereadores, prefeitos e outras autoridades. Foi<br />

um belíssimo encontro, e destaco a presença do Secretário<br />

de Educação de Mato Grosso, o companheiro<br />

Deputado Ságuas Moraes – que, no meu entendimento,<br />

é a mais importante liderança da região noroeste e<br />

que, além de ouvir e debater sobre sua Pasta, tratou<br />

de assuntos ligados à reforma agrária, saúde, transporte,<br />

III Congresso do PT e, claro, os bons números<br />

da economia nacional.<br />

Lá em Juína, também recebi pedido para instalação<br />

de uma agência da Caixa Econômica Federal,<br />

que, se criada, poderá atender uma população regional<br />

de mais de 110 mil habitantes, justa reivindicação que<br />

mais uma vez tratarei com a nossa arrojada Presidenta<br />

Maria Fernanda, da CEF.<br />

Além do Deputado Ságuas Moraes, participaram<br />

membros do diretório estadual e militantes do PT na<br />

região. Vereadores e Vereadoras: João Batista, Joselina<br />

Moraes e Antonio Munhoz, de Juína; Manoel Roberto<br />

(Beto), de Juruena; o petista Pedro Coelho, Presidente<br />

da Câmara Municipal de Brasnorte; a petista Antonieta,<br />

Presidenta da Câmara de Aripuanã; Zé do PT, Francisco<br />

Sales (Chiquinho), de Castanheira; e também a valorosa<br />

companheira do PT Luíza Voltolini, Vice-Prefeita<br />

de Juruena, mulher atuante na luta sindical.<br />

Ainda na região de Juína, estive com muitas lideranças<br />

populares como o Sr. Valdomiro Guimarães,<br />

Dona Pureza (Assentamento Iracema 3), e ainda com<br />

o Sr. Rubi, de Juína; Dona Maria Luzinete e Suzana Valente,<br />

do Assentamento Setor 4, Comunidade Lambari,<br />

mulheres essas que se destacam por sua luta pelos<br />

direitos daqueles que vivem na área rural. São lutadoras<br />

também das causas das crianças e das mulheres.<br />

Maria Luzinete e Suzana Valente são mulheres que<br />

atuam diretamente na luta de todos os da região.<br />

Na volta para Cuiabá, juntamente com o Deputado<br />

Ságuas, fomos a um acampamento de sem-terra<br />

na fazenda Cajati, conversamos com acampados e<br />

informamos a todos sobre a conclusão do relatório do<br />

Incra, que aguarda autorização para desapropriação<br />

da área. Esse acampamento tem como grande liderança<br />

a companheira Damiana e tantos lutadores da<br />

resistência, da busca pela conquista da terra. Lá estava<br />

também o companheiro Pedro Coelho, que é o reforço<br />

da luta desses trabalhadores pela terra.<br />

Muito obrigada.<br />

(Interrupção do som.)<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – V. Exª dispõe de um minuto para encerrar seu<br />

pronunciamento.<br />

A SRA. SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT<br />

– MT) – Obrigada. Sr. Presidente.<br />

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, fiz questão<br />

de fazer esse relato porque preciso mostrar, cada vez<br />

mais, a luta do Estado de Mato Grosso. Está aqui o<br />

nosso companheiro João Pedro, que sabe da dificuldade<br />

do nosso Estado, que é gigantesco em termos<br />

territoriais, cheio de estradas de chão e de densidade<br />

pequena. A população é pequena para o espaço geográfico,<br />

e as estradas são difíceis. Como eu já disse,<br />

Senador João Pedro, em Mato Grosso, há município<br />

em que as pessoas, para fazerem uma operação bancária,<br />

precisam andar de 700 km a 800 km. Isso não<br />

passa pela cabeça da gente porque temos uma agência<br />

bancária logo ali.<br />

Quer dizer, é difícil, mas é a história de um povo<br />

de resistência. O nosso povo de Mato Grosso, povo<br />

que é realmente trabalhador, vive num Estado que tem<br />

as melhores terras deste País, é o maior produtor de<br />

soja, de carne, de algodão, etc., matéria-prima para<br />

exportação. É um Estado com muitas dificuldades também,<br />

mas o seu povo é trabalhador, resistente, está<br />

buscando a terra para que se concretize a reforma<br />

agrária de qualidade. Muitos ainda buscam essa terra,<br />

mas muitos já estão nela.<br />

E é com essa certeza, com a resistência do povo e<br />

a vontade determinada do Presidente Lula, com o PAC<br />

– em que acreditamos –, que vamos, pelo menos em<br />

Mato Grosso, resolver uma série de questões de infraestrutura,<br />

principalmente como estradas e energia.<br />

Obrigada.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – A Mesa agradece à Senadora Serys Slhessarenko<br />

o estrito cumprimento do tempo que lhe foi<br />

concedido pelo Regimento Interno.<br />

Concedo a palavra ao nobre Senador Raimundo<br />

Colombo, por cinco minutos, para comunicação urgente<br />

e de interesse partidário, nos termos do art. 14, alínea<br />

“a”, do Regimento Interno.<br />

Com a palavra S. Exª.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

513<br />

16024 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

O SR. RAIMUN<strong>DO</strong> COLOMBO (PFL – SC. Pela<br />

ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente Gerson<br />

Camata, Srªs e Srs. Senadores, ocupo hoje a tribuna<br />

em nome do povo catarinense para registrar uma<br />

grande conquista nossa e de todo o Brasil: a OIE, hoje,<br />

reconhece o Estado de Santa Catarina livre de aftosa<br />

sem vacinação. É uma grande conquista. Para muitos,<br />

no Brasil – e o Brasil ultimamente tem sido assim –,<br />

as conquistas parece que são lances de sorte. Não é<br />

esse o caso; é o resultado de muito trabalho, de muito<br />

sofrimento, de muitas gerações que, ao longo do tempo,<br />

construíram um modelo econômico que promoveu<br />

o desenvolvimento de Santa Catarina.<br />

Nesse momento, os produtores de Santa Catarina<br />

sofrem muito. O preço da venda do suíno, por<br />

exemplo, está na faixa de R$1,55, enquanto o custo<br />

de produção está na faixa de R$1,87. Todos os produtores<br />

do meu Estado sofrem o prejuízo e o desalento<br />

de verem sua atividade sem remuneração e a cada<br />

vez com mais dificuldades.<br />

Para ser ter uma idéia, no ano de 2005, Santa<br />

Catarina exportou R$386 milhões; no ano de 2006,<br />

depois da crise que atingiu outros Estados, esse valor<br />

caiu para apenas R$72 milhões, ou seja, um quinto<br />

do valor. A exportação para a Rússia, em 2005, representou<br />

198 mil toneladas; em 2006, depois do<br />

episódio, esse número baixou para 36 mil toneladas.<br />

É uma verdadeira catástrofe o que aconteceu com<br />

esse setor.<br />

O que representa esse reconhecimento? É o<br />

resultado do trabalho de muitos Governos. Lembro<br />

que esse trabalho começou ainda no Governo do<br />

saudoso ex-Senador e Governador Wilson Kleinübing,<br />

já falecido, e que foi continuado nos Governos<br />

que sucederam.<br />

Cumprimento o Governador Luiz Henrique da<br />

Silveira, que montou um modelo extremamente ágil<br />

e competente. Por isso, estamos comemorando essa<br />

difícil conquista. Houve integração entre o setor público,<br />

o setor privado, o Sindicarnes, o Sindicato dos<br />

Médicos Veterinários e as cooperativas. Foram contratados<br />

cerca de 100 veterinários exclusivamente para<br />

fazer esse trabalho.<br />

Entre os Estados do Paraná e do Rio Grande do<br />

Sul há cerca de 70 divisas que estão sendo monitoradas<br />

separadamente.<br />

Santa Catarina foi a geradora desse modelo. Lá<br />

nasceram as grandes indústrias desse setor – a Sadia,<br />

a Perdigão, a Aurora, a Chapecó e tantas outras. Elas<br />

conseguiram, ao longo do tempo, criar esse modelo.<br />

Essa integração da iniciativa privada, das entidades de<br />

classe com o Governo fez com que se montasse um<br />

esquema ágil por meio do qual se estivesse presente<br />

em todos os pontos de produção.<br />

Então, agora podemos comemorar essa grande<br />

conquista. Santa Catarina tem um modelo de minifúndio<br />

em que a presença das empresas num sistema<br />

de consórcio e a ação do Governo como elemento de<br />

apoio se tornam indispensáveis.<br />

Mas, na verdade, ainda temos outras etapas que<br />

são muito importantes e que precisam ser feitas, sobretudo<br />

pelos pequenos produtores, já que as grandes<br />

empresas vão-se adaptar rapidamente a essa realidade<br />

nova e vão-se beneficiar dela, mas os pequenos<br />

produtores vão ter de adaptar suas propriedades às<br />

exigências do mercado internacional. Por exemplo:<br />

todas elas precisam ter uma licença ambiental, precisam<br />

ter a comprovação do bem-estar animal, precisam<br />

proibir o trabalho infantil, que é uma prática familiar.<br />

No modelo familiar, sempre existe um sobrinho<br />

ou alguém que participa da atividade e que agora fica<br />

impedido de participar. Exige-se carteira assinada de<br />

todas as pessoas que trabalharão em cada uma dessas<br />

granjas; há também o tratamento do dejeto animal,<br />

do respeito ao meio ambiente. Há uma preocupação<br />

– e haverá necessidade de adaptação – para evitar o<br />

estresse dos animais em todas as propriedades. Há o<br />

georreferenciamento animal de todas as granjas em<br />

todo o Brasil. É preciso ficar claro de onde vem a comida,<br />

quais as vacinas, qual o tratamento. É preciso<br />

“brincar” todos os animais.<br />

Portanto, há, na verdade, um longo desafio, mas<br />

o que é importante dizer hoje aqui, Sr. Presidente, Srªs<br />

e Srs. Senadores, é que nós, os catarinenses, estamos<br />

comemorando uma grande conquista, que é resultado<br />

do trabalho, da competência, da dedicação, e isso<br />

vai ajudar muito o desenvolvimento do nosso Estado,<br />

o bem-estar da nossa gente e a projeção no futuro e<br />

também vai referenciar outros Estados que poderão<br />

conquistar esses mercados. O Japão, por exemplo, é<br />

um mercado extremamente exigente. Nós estamos<br />

zerados, e eles importam cerca de 50% desse produto,<br />

o que trará realmente, um novo momento à nossa<br />

atividade e beneficiará, de forma expressiva, a nossa<br />

economia e o bem estar da nossa gente.<br />

Quero aqui, como representante de Santa Catarina,<br />

do meu Estado, parabenizar todos os produtores,<br />

os órgãos públicos, as entidades de classe, enfim todos<br />

que estão contribuindo.<br />

Na quinta ou na sexta-feira será dado o atestado,<br />

que já foi anunciado e já é público, e nós poderemos<br />

beneficiar-nos dessa grande conquista.<br />

Muito obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – A Mesa agradece a V. Exª, Senador Raimun-


514<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16025<br />

do Colombo, pelo estrito cumprimento do tempo que<br />

lhe foi concedido e cumprimenta o Estado de Santa<br />

Catarina pela excelente vitória que obteve para a economia<br />

brasileira.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – O próximo orador inscrito é o Senador João<br />

Pedro.<br />

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL<br />

– BA) – Sr. Presidente, pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Concedo a palavra pela ordem ao Senador<br />

Antonio Carlos Magalhães.<br />

V. Exª está inscrito como orador, também, na<br />

tarde de hoje.<br />

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL<br />

– BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

perdoe-me, e o nobre orador também, que eu<br />

venha a esta tribuna, até com muita emoção, para trazer<br />

uma notícia triste para Brasília, para o Congresso Nacional.<br />

Falo de algo que não poderia acontecer. Estão<br />

fechando as unidades de emergência e de cirurgia do<br />

Incor. Já demitiram mais de 200 funcionários.<br />

Quando estive com o Presidente da República,<br />

Sua Excelência me mostrou um decreto federalizando<br />

o Incor de Brasília, levando em conta que o Governador<br />

Serra disse que não daria mais recursos para Brasília.<br />

Ele, aliás, nesse ponto, é coerente porque não queria<br />

dar nem para o de São Paulo. Mas nós reagimos e fizemos<br />

isso. Fechar o hospital do Incor aqui é algo muito<br />

grave para todos nós Senadores, Deputados, autoridades<br />

e para o próprio Presidente da República.<br />

Ninguém está livre de um AVC; ninguém está livre<br />

de uma complicação cardíaca, e é o Incor, aparelhado,<br />

bem-feito, que está sendo fechado. Já se ia passá-lo<br />

para o Ministério da Defesa, o que seria um erro. Quem<br />

deveria ficar com o Incor era o Ministério da Saúde, com<br />

o Ministro Temporão, que não conheço, mas que tem<br />

fama de ser um excelente Ministro. E se assim é, embora<br />

acabe de chegar o Presidente do Congresso, eu<br />

queria fazer a V. Exª um apelo no sentido de que nós<br />

nos mobilizemos para não consentirmos isso. Enquanto<br />

se rouba, como mostrou a Operação Navalha, enquanto<br />

se rouba nos orçamentos do Congresso, o Incor, que é<br />

uma instituição decente, uma instituição de pesquisas<br />

cardiológicas como poucas no mundo, vai ser fechado<br />

em Brasília. Eu, que lutei juntamente com o Presidente<br />

Temer para fazer o Incor, não posso aceitar isso.<br />

Peço a V. Exª que perdoe o meu modo de chegar<br />

e de interromper até a palavra de V. Exª, que eu<br />

respeito, e do nobre orador, mas é que o assunto é<br />

grave, e a gravidade exige providências da Mesa do<br />

Congresso.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Obrigado a V. Exª. O apelo de V. Exª será transmitido<br />

em alguns instantes ao Presidente do Congresso,<br />

Senador Renan Calheiros.<br />

Com a palavra o orador inscrito João Pedro, sem<br />

prejuízo da lista de oradores, pelo tempo regimental<br />

de dez minutos.<br />

O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT – AM. Pronuncia<br />

o seguinte discurso. Sem revisão do orador) – Sr. Presidente,<br />

Srªs e Srs. Senadores, quero, no início desta<br />

minha fala, compartilhar da preocupação externada<br />

pelo Senador Antonio Carlos Magalhães, que diz respeito<br />

a milhares de brasileiros, da saúde pública, da<br />

qualidade da saúde pública, da eficiência da gestão.<br />

Mais grave, Senador Antonio Carlos Magalhães, que<br />

o fechamento do Incor, que a dengue, a insegurança,<br />

os problemas das nossas estradas, é essa doença que<br />

alguns articulistas dizem ser endêmica e foi denunciada<br />

também pela Operação Navalha. Essa operação externou<br />

à opinião publica brasileira, porque ela ultrapassa<br />

as fronteiras do Brasil, esse comportamento de gestores,<br />

de assessores, de parlamentares, de empresários,<br />

de empresas, de não respeitarem o dinheiro público<br />

do nosso País.<br />

O problema do Brasil não é a dengue, o problema<br />

do Brasil não é essa insegurança pública, mas essa<br />

chaga, essa roubalheira, esse desrespeito, essa impunidade<br />

daqueles que não respeitam o Erário.<br />

Quero, nesta tarde, externar a minha indignação<br />

como militante político, como Senador da República,<br />

o mesmo sentimento que milhares de brasileiros, de<br />

trabalhadores, de jovens, de mulheres, têm diante de<br />

mais um escândalo que a imprensa, que a mídia brasileira<br />

mostra mediante a ação da Polícia Federal, mas<br />

não só da ação da Polícia Federal, mas de uma postura<br />

do Superior Tribunal de Justiça e da Justiça brasileira,<br />

o envolvimento de quarenta e tantas pessoas.<br />

Na extensão da Operação Navalha há mais pessoas.<br />

Fala-se em listas e mais listas. O que nós não podemos<br />

é ficar calados diante da materialidade do crime,<br />

do desrespeito, da falta de compromisso, porque são<br />

milhares os brasileiros que lutam por um Brasil justo<br />

socialmente, justo economicamente, e aí você se depara<br />

com os escândalos.<br />

Penso que não basta ficarmos no marco da CPI<br />

para apurar. É preciso mobilizarmos setores importantes<br />

da sociedade brasileira e irmos a fundo nessa chaga,<br />

nesse mal, nessa endemia por que passa o Estado<br />

brasileiro, por que passa a sociedade brasileira.<br />

Alguns Senadores, alguns Deputados Federais<br />

e alguns partidos já se manifestaram. Eu venho aqui<br />

externar a minha opinião, a minha indignação, mas no<br />

sentido de tratarmos disso além de uma CPI, com a


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

515<br />

16026 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

reforma política. É preciso que a sociedade brasileira<br />

– não só o Senado – paute a importância da reforma<br />

política. É preciso que nós pensemos nos procedimentos<br />

da Justiça no nosso País; é preciso que nós<br />

possamos apoiar, qualificar e aprofundar ainda mais<br />

a ação da Polícia Federal, a ação de um membro da<br />

Justiça, como do Superior Tribunal de Justiça; é preciso<br />

que possamos mobilizar o Brasil para dar um basta no<br />

rombo, no desrespeito ao dinheiro público.<br />

Concedo um aparte a minha Líder, Senadora<br />

Ideli Salvatti.<br />

A Srª Ideli Salvatti (Bloco/PT – SC) – Senador<br />

João Pedro, em primeiro lugar, ontem, quando o<br />

assunto veio ao Plenário, estávamos na reunião, na<br />

Presidência, com os governadores, para tratarmos<br />

do Fundeb. E não tive oportunidade de, em nome do<br />

PT, externar a opinião que a Bancada está tendo a<br />

respeito de toda esta situação da Operação Navalha<br />

e do desdobramento de todo esse processo investigatório.<br />

Em primeiro lugar, se V. Exª me permite, eu<br />

gostaria de deixar bastante claro que a Bancada, já<br />

há bastante tempo, vem acompanhando, louvando e<br />

elogiando o trabalho que as instituições encarregadas<br />

das investigações em nosso País vêm desempenhando,<br />

entre elas, de forma destacada, a Polícia Federal,<br />

a Contoladoria-Geral da União, o Ministério Público<br />

Federal, que são as instituições especializadas em investigar,<br />

constitucionalmente encarregadas. Portanto,<br />

têm exercido esse papel, com os resultados que temos<br />

acompanhado...<br />

O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT – AM) – Exitosos.<br />

A Srª Ideli Salvatti (Bloco/PT – SC) – ...elogiado<br />

e colocado de forma muito importante para o nosso<br />

País, desmontando sistemas, esquemas etc. e tal. Estou<br />

desde a manhã atendendo a Imprensa: se vamos<br />

ter ou não vamos ter outra CPI aqui na Casa. Já temos<br />

uma em funcionamento, outra para se instalar – CPI<br />

das ONGS – e vamos ter, ou não, ninguém sabe ainda,<br />

esta terceira CPI da questão da Operação Navalha.<br />

Eu, agora, até num debate com uma das jornalistas,<br />

assinalei que nós já vivenciamos quatro CPIs simultâneas<br />

aqui na Casa. Para cada CPI há um número de<br />

Parlamentares que se envolve, não pode ser diferente.<br />

Com duas, já dá mais de 1/3; com três, já vai para<br />

praticamente metade dos Senadores. Não há como,<br />

ao exercer o nosso legítimo papel de investigar, não<br />

diminuirmos o nosso trabalho legislativo. Só que, para<br />

investigar, há instituições preparadas e...<br />

O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT – AM) – Funcionando.<br />

A Srª Ideli Salvatti (Bloco/PT – SC) – ...funcionando.<br />

Inclusive, até me admirou, houve elogios até de<br />

Lideranças da própria Oposição, recentemente, também<br />

ao trabalho da Polícia Federal. Para legislar, somos<br />

só nós. Ninguém vai poder fazer o papel legislativo<br />

no nosso lugar. E há algo que seria muito importante<br />

pautarmos. Talvez valesse mais a pena focar naquilo<br />

que precisa ter modificação, modificação inclusive<br />

legislativa, essencial, de fundo, que é a questão da<br />

tramitação do Orçamento. Praticamente todas essas<br />

questões, que acabam depois se desencadeando em<br />

pedidos de CPI, têm a ver com a tramitação do Orçamento,<br />

as famosas emendas, como elas são apresentadas,<br />

aprovadas, liberadas, empenhadas, etc. e tal.<br />

Também a questão da reforma política, porque, vira e<br />

mexe, as coisas estão ligadas com os financiamentos<br />

de campanha. Então, já votamos no Senado a reforma<br />

política, que agora está na Câmara dos Deputados. O<br />

projeto trata do financiamento público, da votação em<br />

lista e da questão da fidelidade partidária. Talvez, todas<br />

essas questões resultassem muito mais positivamente<br />

para o País se não estivéssemos aqui acumulando CPI<br />

em cima de CPI, visto que as últimas não deram bons<br />

resultados, e acabamos deteriorando o instrumento das<br />

CPIs, mas vamos acompanhar atentamente o processo.<br />

Está muito clara a posição da Bancada de acompanhar<br />

as investigações, de parabenizar os membros<br />

da CPI pela maneira como vêm sendo conduzidas as<br />

investigações até agora. Se houver algum fato novo,<br />

a Bancada obviamente não rejeitará fazer o debate,<br />

mas o mais importante, o imprescindível e o insubstituível<br />

é o nosso trabalho legislativo, que precisa ter<br />

continuidade e andamento.<br />

O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT – AM) – Senadora<br />

Ideli Salvatti, incorporo ao meu pronunciamento<br />

o aparte de V. Exª.<br />

Quero externar a lógica da minha indignação.<br />

Precisamos ir além de uma CPI para tratar do roubo do<br />

dinheiro público. Imagine que o PAC está sendo votado<br />

e já há articulações, a quadrilha já está se preparando<br />

para atacar recursos que vão ser destinados...<br />

(Interrupção do som.)<br />

O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT – AM) – Sr. Presidente,<br />

para encerrar, saliento que a quadrilha já se<br />

articulava, elaborando o seu planejamento estratégico<br />

de como atacar o PAC que estamos votando aqui.<br />

Então, precisamos colocar na cadeia todos os envolvidos<br />

e, evidentemente, tratar do Estado brasileiro,<br />

conversando e discutindo com a sociedade e com os<br />

partidos políticos um padrão em que os gestores, os<br />

partidos, os parlamentares e os assessores possam<br />

conviver decentemente com o dinheiro público.<br />

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu gostaria<br />

de, neste final, encerrar registrando o Grito da


516<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16027<br />

Terra, que foi um encaminhamento, uma articulação<br />

nacional da Contag, que culminou com um encontro<br />

com o Presidente Lula. A pauta de reivindicação,<br />

principalmente tratando de educação, da queda dos<br />

juros e de mais recursos para a safra de 2007, representou<br />

avanços.<br />

Participei, junto com o Senador Renato Casagrande,<br />

dessa audiência com o Presidente Lula, dirigentes<br />

da Contag e das Federações dos Trabalhadores Rurais,<br />

que saíram satisfeitos, porque o Governo tem compromisso<br />

com a agricultura familiar, apontando para<br />

medidas importantes do ponto de vista da execução<br />

de reforma agrária em nosso País.<br />

Muito obrigado.<br />

Durante o discurso do Sr. João Pedro,<br />

o Sr. Gerson Camata, 2º Secretário, deixa a<br />

cadeira da presidência, que é ocupada pelo<br />

Sr. César Borges, 3º Secretário.<br />

Durante o discurso do Sr. João Pedro, o<br />

Sr. César Borges, 3º Secretário, deixa a cadeira<br />

da presidência, que é ocupada pelo Sr.<br />

Tião Viana, 1º Vice-Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Concedo a palavra ao Senador Gerson Camata por<br />

cinco minutos, nos termos do art. 14, inciso VII, do<br />

Regimento Interno, c/c o art. 158, § 2º.<br />

Senador Gerson Camata, V. Exª dispõe de até<br />

sete minutos.<br />

O SR. GERSON CAMATA (PMDB – ES. Para<br />

uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.)<br />

– Muito obrigado a V. Exª.<br />

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, poucos<br />

Estados viveram, nas últimas décadas, um processo<br />

de industrialização tão rápido e acentuado quanto o<br />

Espírito Santo. Apesar disso, o agronegócio continua<br />

sendo a principal fonte de renda, emprego e geração<br />

de tributos em 62 dos 78 Município capixabas.<br />

No Orçamento Estadual, a participação da agricultura<br />

passou, nos últimos quatro anos, de 1,7% para<br />

quase 6%.<br />

Mais ainda que no restante do País, o agronegócio<br />

soube diversificar sua produção e acompanhar o ritmo<br />

de atualização tecnológica. Nada atesta melhor esse<br />

fato que a realização, entre este ano e 2009, de sete<br />

eventos de grande porte ligados a temas agrícolas que<br />

terão como sede o Espírito Santo, com a participação<br />

de especialistas do Brasil e do exterior.<br />

Ainda em 2007, entre os meses de setembro<br />

e outubro, o Espírito Santo abrigará o Congresso<br />

Brasileiro de Heveicultura, em que serão apresentados<br />

100 trabalhos científicos inéditos sobre a cadeia<br />

produtiva da borracha natural; o 5º Congresso Brasi-<br />

leiro de Agroecologia, em que dois mil participantes<br />

debaterão temas ligados à agricultura e à ecologia;<br />

e o 25º Congresso Brasileiro de Agronomia, que,<br />

entre outros assuntos, discutirá as perspectivas do<br />

agronegócio.<br />

Grande parte do mérito pelo dinamismo da atividade<br />

agrícola do Estado deve ser atribuída às políticas<br />

adotadas pelo Governador Paulo Hartung, por<br />

meio do Plano Estratégico da Agricultura Capixaba,<br />

construído em 2003 com a participação de entidades<br />

da sociedade civil e da iniciativa privada. Ele acabou<br />

com as improvisações e permitiu o crescimento e a<br />

consolidação das cadeias produtivas, além de estimular<br />

a diversificação.<br />

Criou-se um novo modelo de desenvolvimento do<br />

agronegócio capixaba, com a participação dos bancos<br />

estaduais – Banestes e Bandes – na concessão de<br />

financiamentos para o homem do campo. Hoje, 93%<br />

das operações do Banco de Desenvolvimento Estadual<br />

– Bandes, e 56% dos seus recursos são aplicados<br />

no crédito rural.<br />

Na área da pesquisa agrícola, os técnicos do Incaper<br />

– Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência<br />

Técnica e Extensão Rural, têm demonstrado competência<br />

excepcional, com o desenvolvimento, nos últimos<br />

anos, de seis variedades novas do café conilon,<br />

quatro variedades de milho e quatro de banana, além<br />

da criação de sistemas agroecológicos e de orientação<br />

aos agricultores.<br />

A excelência conquistada pelo Espírito Santo em<br />

setores como o café, produção florestal e fruticultura é<br />

resultado de planejamento estratégico e transferência<br />

de tecnologias, conjugados ao empenho dos agricultores.<br />

Na cafeicultura, por exemplo, a produtividade saltou<br />

de 09 sacas de café beneficiado por hectare, nos<br />

anos 80, para 20 sacas beneficiadas por hectare, no<br />

ano passado. Se fosse um país, o Espírito Santo seria<br />

o quarto maior produtor mundial de café.<br />

Comemoramos esta semana, Sr. Presidente,<br />

Srªs e Srs. Senadores, uma das mais significativas<br />

datas da história do Espírito Santo. Há 472 anos,<br />

exatamente no dia de hoje, no dia 23 de maio, em<br />

1535, que é hoje festejado como o Dia da Colonização<br />

do Solo Espírito-Santense, desembarcava,<br />

na enseada junto à atual cidade de Vila Velha, o<br />

Donatário da Capitania do Espírito Santo, Vasco<br />

Fernandes Coutinho. A agricultura, por meio do<br />

cultivo da cana e da construção dos engenhos<br />

de açúcar pelos padres jesuítas, marcou o começo<br />

do processo colonizador. Transcorridos quase<br />

cinco séculos, ela continua sendo de fundamental<br />

importância para o desenvolvimento do Estado e<br />

do País. O fato de a contribuição do Espírito Santo


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

517<br />

16028 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

para o agronegócio nacional crescer a cada dia é<br />

um motivo adicional para que a data da Colonização<br />

do Solo Espírito-Santense seja comemorada<br />

com orgulho por todos nós.<br />

Era o que eu tinha a dizer.<br />

Muito obrigado a V. Exª, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Com a palavra o Senador Flexa Ribeiro.<br />

S. Exª dispõe de dez minutos. A seguir, falará o<br />

Senador Antonio Carlos Magalhães.<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA. Pronuncia<br />

o seguinte discurso. Com revisão do orador.) – Sr.<br />

Presidente, Senador Tião Viana, Srªs e Srs. Senadores,<br />

venho à tribuna hoje para fazer uma solicitação<br />

ao Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio<br />

Exterior e ao Governo do Presidente Lula. Solicitava<br />

há pouco que o Líder do Governo, Senador Romero<br />

Jucá, ouvisse o meu pronunciamento e ajudasse a<br />

atender os pleitos dos setores produtivos do Estado do<br />

Pará que se encontram em grande dificuldade, assim<br />

como estão alguns setores que estão sendo atendidos<br />

emergencialmente pelo Governo Federal.<br />

A notícia da imprensa diz que o Ministério do Desenvolvimento,<br />

Indústria e Comércio Exterior e o Banco<br />

Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BN-<br />

DES) listaram cinco setores produtivos que receberão,<br />

em caráter emergencial, um tratamento diferenciado<br />

da política industrial desenhada pelo Governo.<br />

Segundo o Ministro Miguel Jorge, titular do Ministério<br />

do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,<br />

Senador João Tenório, os setores são os seguintes:<br />

têxteis, vestuários, calçados, móveis, automotivo<br />

e indústria naval. É evidente a necessidade de que<br />

o Governo atenda emergencialmente esses setores<br />

que solicitam o seu apoio com alguns auxílios, como<br />

a desoneração da folha de pagamento, que deve ser<br />

anunciada até o final deste mês.<br />

Então, o setor produtivo do meu Estado veio solicitar<br />

que, em função da dificuldade por que passa o<br />

setor exportador com a sobrevalorização do real em<br />

relação ao dólar, sejam incorporados nesse programa<br />

emergencial de apoio ao setor produtivo pelo menos<br />

dois segmentos do Estado do Pará: o madeireiro e o<br />

de pesca. Ofereço números para esclarecer, para que<br />

o Ministro Miguel Jorge possa, com o apoio do Senador<br />

Romero Jucá, levar também esses setores citados<br />

para que sejam estudados pelo Governo Federal nessa<br />

linha de auxílio emergencial.<br />

O setor madeireiro do Pará, Senador Tião Viana,<br />

tem trinta e três pólos espalhados em todo o Estado<br />

do Pará. Tem 1592 empresas instaladas. A produção<br />

anual é da ordem de US$1 bilhão e 100 milhões, dos<br />

quais US$645 milhões são exportados – esse número<br />

é de 2006. Ou seja, 50% da produção do segmento do<br />

setor madeireiro vai para a exportação e 50% para o<br />

mercado interno. Ele é responsável por 60 mil empregos<br />

diretos e 123 mil empregos indiretos. Ou seja, ele<br />

emprega 183 mil brasileiros e paraenses.<br />

Esse setor vem, ao longo do tempo, sofrendo<br />

as maiores dificuldades para que as suas atividades<br />

possam não ser interrompidas. Eu vou listar, aqui, algumas.<br />

Seria até um cronograma de dificuldades que<br />

o setor madeireiro enfrenta.<br />

Em fevereiro de 2005, eu acabava de chegar aqui<br />

ao Senado Federal, quando firmamos um acordo o setor<br />

madeireiro do Estado do Pará com o Ibama, com<br />

o MDA, o MMA, o Incra e a Federação das Indústrias<br />

do Estado do Pará, para construir, no próprio mês de<br />

fevereiro de 2005, um termo de compromisso que possibilitasse<br />

a continuidade do processo de autorização<br />

de exploração dos planos de manejo florestais que<br />

haviam sido suspensos.<br />

Em março de 2005, celebrado entre o Ibama e o<br />

Incra, o Termo de Cooperação Técnica nº 0001/2005,<br />

visando à avaliação da situação fundiária dos planos<br />

de manejo florestais considerados aptos até novembro<br />

de 2004, a fim de reativar os planos suspensos.<br />

Em setembro de 2005, apesar do termo firmado<br />

entre Incra e Ibama, nenhum plano de manejo foi reativado,<br />

pois passou-se a exigir assinatura de um TAC<br />

com o Ministério Público Federal para viabilizar esses<br />

planos de manejo. Pior ainda, Senador João Tenório,<br />

em março de 2006, com a aprovação da lei, o Ibama<br />

passou a exigir a assinatura dos contratos de transição<br />

para funcionamento dos planos de manejo florestais. E<br />

até o final do ano de 2006 apenas sete desses planos<br />

foram aprovados e os contratos assinados.<br />

Em meados de 2006 –, foi transferido para o Governo<br />

do Estado a gestão dos planos de manejo, as<br />

autorizações através da SECTAM, que encontrou evidentemente<br />

dificuldades para que pudesse colocar em<br />

prática essa nova atribuição dada ao Governo do Estado.<br />

E lamentavelmente até hoje – e aí é um apelo que<br />

eu faço à Governadora Ana Júlia – até hoje, apesar de<br />

ter sido criado, Senador Mário Couto, um grupo, uma<br />

força-tarefa para aprovar trezentos planos de manejo<br />

que estão encalhados e até agora, até meados deste<br />

mês, nada foi feito, nada foi liberado. E o setor madeireiro,<br />

então, encontra-se em situação de dificuldade e,<br />

eu diria até insolvência, porque são dois anos, 2005 e<br />

2006, que eles não têm possibilidade de extrair a matéria-prima<br />

para que possam industrializá-la nas suas<br />

indústrias. Então, solicito ao Ministro de Desenvolvimento;<br />

do Líder do Governo, Romero Jucá, e do Governo<br />

do Presidente Lula para que também seja incluído esse


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16029<br />

segmento nessa lista que está sendo elaborada pelo<br />

Ministério para o atendimento emergencial.<br />

Quanto ao segundo segmento exportador paraense,<br />

é importante que se diga, Senador Mão Santa,<br />

que o Pará exportou, em 2005, US$4.8 bilhões;<br />

em 2006, US$6.7 bilhões e, em 2007, só no primeiro<br />

quadrimestre, US$2.4 bilhões. E o saldo da balança<br />

comercial do Estado do Pará é hoje a quarta ou quinta<br />

maior da Federação brasileira. Foi, no ano passado,<br />

mais US$6.3 bilhões de superávit na balança comercial,<br />

contribuindo, evidentemente, para o superávit do<br />

comércio exterior brasileiro.<br />

Ouço o aparte do nobre Senador Mário Couto.<br />

O Sr. Mário Couto (PSDB – PA) – Senador Flexa<br />

Ribeiro, primeiro quero parabenizar V. Exª, mais uma<br />

vez, pelo seu pronunciamento, onde faz referência à<br />

importância de ser o Pará beneficiado com investimentos.<br />

Oxalá, Senador, a sua voz seja ouvida. Ainda há<br />

pouco, vi V. Exª conversar com o Líder do Governo,<br />

pedindo que o Pará não seja esquecido mais uma vez.<br />

V. Exª fala de exportação. O Pará é um dos Estados<br />

da Federação que mais exportam, mas não é compensado.<br />

V. Exª sabe quanto o BNDES repassou ano<br />

passado para a Região Norte? Apenas R$1,8 bilhão,<br />

enquanto para as Regiões Sul e Sudeste repassou<br />

R$32 bilhões. Olhe a diferença! Oxalá a sua voz tão<br />

firme nesta tribuna, a voz do seu coração, do seu amor<br />

pelo Estado do Pará, que tanto tem sido demonstrado<br />

nesta tribuna, seja ouvida pelo Governo Federal. São<br />

esses os meus votos. Parabéns, Senador!<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA) – Agradeço<br />

a V. Exª, Senador Mário Couto pelo aparte que<br />

enriquece o meu pronunciamento. Como lutador pelo<br />

nosso querido Estado do Pará, V. Exª cita um número<br />

ainda mais alarmante: esse pouco mais de R$1 bilhão<br />

aplicado pelo BNDES. Se tirarmos as aplicações e os<br />

projetos da Vale do Rio Doce, não sobrará nada para<br />

o setor produtivo paraense, evidentemente, retirados<br />

os investimentos que são importantes para o Estado<br />

e para a Companhia Vale do Rio Doce.<br />

Espero que nós, Senadores do Pará, sejamos<br />

ouvidos pelo Presidente de República e que o Pará<br />

seja também incluído nesse pacote emergencial de<br />

atendimento a setores produtivos que estão em grande<br />

dificuldade.<br />

E, para encerrar, Senador Tião Viana, quero só<br />

fazer alguma referência a outro setor, que também necessita<br />

de apoio para a inclusão nessa lista do Governo<br />

Federal, que é o setor de pesca. O Pará é, talvez, o<br />

primeiro ou o segundo maior produtor de pescado do<br />

Brasil, disputa com Santa Catarina. E, a pesca industrial<br />

do Estado, responsável por 25% da produção, tem<br />

quarenta e uma empresas gerando cinco mil empregos<br />

diretos. O restante da produção, 75%, é oriundo da<br />

pesca artesanal, que emprega ou dá trabalho a quinze<br />

mil pescadores, que contribuem, evidentemente, com<br />

a sua produção para essas indústrias de pesca, para<br />

que esse total de pescado possa ser encaminhado ao<br />

mercado interno e ao mercado externo.<br />

No ano passado, o Pará exportou, em pescado,<br />

US$ 24 milhões 500 mil dólares, e, em 2005, US$23<br />

milhões 600 mil. Diria que o Pará é o segundo maior<br />

exportador, Senador Tasso Jereissati, de lagosta, perde<br />

para o Ceará apenas. Agora, os barcos cearenses,<br />

sem nenhuma dificuldade, vão pescar nas águas paraenses<br />

e levam as nossas lagostas para serem exportadas<br />

pelo Ceará.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Peço a V. Exª que conclua, Senador Flexa Ribeiro.<br />

O Sr. Tasso Jereissati (PSDB – CE) – Eu já<br />

notei: as lagostas do Ceará chegam com sotaque paraense.<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA) – Com<br />

certeza absoluta. Deveriam ser computadas como<br />

exportação do Pará as lagostas que são exportadas<br />

pelo Ceará.<br />

Para concluir, peço novamente que o Governo<br />

considere a inclusão dos setores de pesca e madeireiro<br />

do Pará no programa de apoio a setores que estão<br />

em dificuldades no momento em que se encontra em<br />

fase de estudo.<br />

Era o que tinha a dizer.<br />

Agradeço a generosidade de V. Exª.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Agradeço a V. Exª a colaboração com o tempo regimental.<br />

Concedo a palavra ao Senador Antônio Carlos<br />

Magalhães.<br />

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL<br />

– BA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do<br />

orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nesses<br />

dias, tenho meditado bastante sobre a necessidade de<br />

uma reforma política.<br />

Democrata por convicção ideológica e por filiação<br />

partidária, sempre defendi Partidos políticos fortes. Daí<br />

por que penso que uma reforma tenha por prioridade<br />

valorizar as agremiações políticas, impedindo que elas<br />

se afastem das ruas, da vontade popular.<br />

Sim, Srs. Senadores. Urge mantê-las próximas<br />

do povo, pois a primeira coisa para legitimar-se um<br />

Partido é que ele defenda, pelo discurso e pela ação,<br />

as causas da sociedade. E a única forma de defender<br />

uma causa é conhecê-la de verdade, é estar onde o<br />

povo se encontra.<br />

E não apenas isso. É preciso compreender os<br />

partidos à luz da estrutura federativa da República.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

519<br />

16030 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

E esse é o caso do Brasil, onde Estados reunidos<br />

compõem a Nação. Sabemos todos que, não obstante<br />

essa unicidade, os estados têm suas peculiaridades,<br />

Sr. Presidente. São autogovernados e desfrutam<br />

– pelo menos deveriam desfrutar – de elevado grau<br />

de autonomia.<br />

Pois assim como os Estados devem ser os partidos<br />

políticos. Ainda que comunguem dos mesmos ideais<br />

e se subordinem a uma liderança nacional, é natural<br />

e até mesmo esperado que seus diretórios regionais,<br />

por intermédio dos seus membros, enxerguem os caminhos<br />

diversos para alcançar os objetivos nacionais<br />

que lhes são comuns.<br />

Nos partidos verdadeiramente democráticos, o<br />

pensamento dos seus membros reflete a diversidade de<br />

culturas de onde provêem. É nessa diversidade que se<br />

baseia e é forjado o amálgama partidário. São nesses<br />

vínculos estreitos e permanentes com a sociedade que<br />

se sustentam as estruturas partidárias. Qualquer partido<br />

somente se consolidará nacionalmente à medida<br />

que conseguir representar com harmonia o mosaico<br />

de aspirações e sonhos regionais do País. Sei do que<br />

falo, pois esse é o retrato da minha vida pública.<br />

O meu discurso e as minhas ações sempre partiram<br />

das demandas, dos sonhos dos baianos. A Bahia<br />

sempre foi a origem da minha atuação política, contudo<br />

sempre procurei traduzir as aspirações do povo da<br />

minha terra à luz da realidade nacional.<br />

De outro lado, Sr. Presidente, aprendi nesses mais<br />

de cinqüenta anos de vida pública que a força do partido<br />

também reside na habilidade de suas lideranças<br />

em conviver com as diferenças, na competência de se<br />

valorizarem essas diferenças, pois, assim como acontece<br />

na natureza, a diversidade se fortalece.<br />

Em síntese, acredito, um segundo fator de sucesso<br />

para a consolidação de um partido é que ele<br />

saiba conviver com a diversidade de pensamento, inclusive<br />

a diversidade de pensamento dos seus membros.<br />

Não apenas saiba conviver como estimule essa<br />

diversidade, pois é pelo confronto de idéias e valores,<br />

pelo debate que emergem as melhores soluções, a<br />

saída para as crises.<br />

Srªs Senadoras e Srs. Senadores, é importante<br />

o partido estar ao lado do povo, é importante o partido<br />

saber tirar proveito da diversidade de opinião. Devo<br />

alertar, em terceiro, um fator de importância que tem<br />

sido relegado de forma recorrente ao longo dos tempos.<br />

Refiro-me aos que acreditam que as lideranças<br />

estão acima dos partidos. Não, os partidos deveriam<br />

estar acima das lideranças.<br />

A história nos ensina que sempre fracassaram<br />

os partidos cuja existência e pujança estiveram associadas<br />

ou submetidas ao poderio de ocasião de um<br />

único homem. Vários foram os partidos tidos como<br />

poderosíssimos que não sobreviveram ao debate de<br />

seu criador. Inúmeros foram os que se enfraqueceram,<br />

fragilizados por dissensões internas, causadas pela<br />

imposição de um grupo sobre outro, pela ditadura do<br />

pensamento único.<br />

Por isso mesmo, o verdadeiro líder sabe que seus<br />

interesses não podem estar acima dos interesses do<br />

Partido. Sabe que o Partido político sempre será mais<br />

importante, por isso deverá estar acima das pessoas.<br />

Sabe que nenhum líder sozinho é mais inteligente,<br />

mais capaz ou melhor do que o seu Partido. Sabe principalmente<br />

que o Partido terá a maior chance de se<br />

perenizar à medida que não se submeter a vontade e<br />

planos pessoais, como infelizmente aqui no Congresso<br />

Nacional acontece.<br />

Liderar, Sr. Presidente, é um desafio cobiçado<br />

por muitos, mas exercido com sabedoria por poucos.<br />

É preciso saber ouvir, é preciso compreender as diversas<br />

correntes nacionais e regionais que compõem<br />

um partido.<br />

Não se pode ignorar um partido que se pretenda<br />

democrático e apresente um elevado grau de participação<br />

heterogênea, como, aliás, é hoje o Estado<br />

brasileiro.<br />

Nunca abdiquei de minhas convicções na defesa<br />

do que acredito; jamais recuei, nem recuarei, um centímetro<br />

sequer. Contudo, sempre soube me cercar de<br />

cidadãos plurais, competentes, cujo conhecimento e<br />

crenças vieram não apenas servir a uma causa, mas<br />

somar-se a ela, aperfeiçoando suas contribuições.<br />

E um exemplo disso temos nesta Casa, na figura<br />

do excelente Senador César Borges, que a cada dia<br />

cresce aos olhos do País e, sobretudo, da Bahia. Daí<br />

por que entendo fundamental o terceiro fator crítico do<br />

sucesso para a consolidação de um partido: que ele<br />

seja liderado com maturidade e profissionalismo.<br />

A paixão, Srs. Senadores, deve ser reservada<br />

para defesa das nossas idéias e de nossos ideais<br />

pessoais. A razão, Sr. Presidente, essa sim, deve ser<br />

usada para dosar a paixão, de forma que possamos<br />

sempre decidir com serenidade.<br />

Finalmente, o verdadeiro líder deve observar o<br />

que Norberto Bobbio aponta como fundamental, essencial<br />

à democracia, que é agir em função do bem<br />

comum e não do seu exclusivo interesse, sob a égide<br />

de regras estabelecidas, claras para todos, e não de<br />

determinadas ações arbitrárias.<br />

Sendo assim, penso que os interesses pessoais,<br />

a visão estreita, a tirania do pensamento único não devem<br />

ter lugar na agenda de um verdadeiro líder. Falo<br />

isso, Sr. Presidente, com a convicção de que estou falando<br />

em relação a quase todos os partidos nacionais,


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16031<br />

inclusive o meu, no qual há uma ditadura inacreditável<br />

de um Diretório nacional formado por uma pessoa que<br />

se julgava o dono do partido por 11 anos e que pôde<br />

realmente destruir um partido de mais de 100 Parlamentares,<br />

deixando-o apenas com 57.<br />

Isso tudo é um erro, como é um erro o Partido<br />

de V. Exª. O Partido de V. Exª é presidido, sem dúvida,<br />

pelo maior líder nacional do momento, que é o Presidente<br />

da República. Mas o Presidente da República<br />

sabe que ele não pode ter toda a vida a força do seu<br />

Partido. O Presidente deve prestigiar o seu Partido e<br />

fazer com que o Partido possa realmente ser um Partido<br />

político e não um Partido que ele domine para<br />

fazer os acordos mais absurdos contrários à Nação<br />

brasileira. Contrários à Nação brasileira porque nem<br />

sempre estamos assistindo às coisas decentes que o<br />

País quer e que ele, com a eleição que obteve, tem<br />

o dever e o direito de fazer. Deveria fazer um partido<br />

modelo, mas faz um partido que, infelizmente, desonra<br />

a Nação, como se viu, ontem, no caso do Ministro de<br />

Minas e Energia, como no caso de outros Ministérios<br />

em que as coisas vão acontecer do mesmo modo que<br />

aconteceu no Ministério de Minas e Energia.<br />

É por isso que quero que tenhamos Partidos livres.<br />

Por isso, comecei a criticar o meu Partido, para<br />

que ele seja mais democrático, mais amplo, para que<br />

todos possam opinar, e não um Partido que seja domínio<br />

de uma pessoa que tem um temperamento ou<br />

democrático ou fascista ou nazista. Seja como for, não<br />

pode ser domínio de um só.<br />

Ora, se Hitler desapareceu, assim como Mussolini,<br />

se os ditadores de todos os tempos não predominaram<br />

no mundo inteiro, por que não vamos fazer Partidos<br />

fortes para que possamos reagir aos absurdos que<br />

estão ocorrendo no País?<br />

Sr. Presidente, há pouco falei com V. Exª, que<br />

ainda não presidia a sessão, sobre o Incor. É uma vergonha<br />

nacional fechar um estabelecimento como esse<br />

enquanto se rouba, à tripa forra, com as operações<br />

Navalha, Sanguessuga, Mensalão e tantas outras.<br />

Ah, Sr. Presidente, ou nós mudamos, ou nós desaparecemos.<br />

Ainda ontem, o Senador Tasso Jereissati,<br />

com a argúcia de sempre, dizia que dificilmente<br />

poderemos sair à rua se continuarmos desmoralizados<br />

como estamos. Não é uma tarefa de um ou de dois,<br />

mas uma tarefa de todos essa para a qual convoco...<br />

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)<br />

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL<br />

– BA) – Sr. Presidente, peço-lhe um minuto. Ontem<br />

ouvi José Saramago numa entrevista ao Jornal da<br />

Globo. Ele disse: “no fundo não há partidos; há grupos<br />

de interesses, alianças que fazem e que se desfazem<br />

consoante as conveniências”. Saramago disse ter a<br />

impressão de que os partidos, no Brasil, são chefiados<br />

por pessoas que conquistaram o poder e depois não<br />

souberam fazer nada desse mesmo poder.<br />

Ora, a palavra de Saramago cai perfeitamente<br />

nesta hora e é por isso, Sr. Presidente, que convoco<br />

V. Exªs... Talvez não seja eu a maior autoridade, pois<br />

tantos aí, mais do que eu, poderiam falar sobre isso.<br />

Convoco principalmente o meu Partido a mudar.<br />

Ele tem um Presidente jovem que poderá mudar, mas<br />

poderá fazê-lo se quiser mandar; se for mandado, não<br />

vai mandar em coisa alguma. Não haverá Partido. E<br />

esses partidos vão se dissolvendo aos poucos, quando<br />

não vão sendo vendidos ao próprio Governo.<br />

Falo com interesse do bem. Não tenho, neste<br />

instante, qualquer interesse político. Tenho interesse<br />

em ver o Brasil, quem sabe, com um grande partido<br />

político, formado de homens de bem – nesta Casa há<br />

muitos –, para que possamos honrar o Parlamento<br />

brasileiro.<br />

Sr. Presidente, isso vai depender principalmente<br />

da atitude de V. Exª. Creio em V. Exª, na sua ação,<br />

e creio, sobretudo, nos meus colegas que, neste momento,<br />

pedem apartes. Vou ouvi-los para ver se assim<br />

formaremos um conjunto mais forte para lutarmos<br />

pelo Brasil.<br />

Concedo um aparte ao Senador Jefferson Péres.<br />

O Sr. Jefferson Péres (PDT – AM) – Senador<br />

Antonio Carlos Magalhães, meus parabéns pelo seu<br />

pronunciamento, que é um desabafo, um grito de desencanto.<br />

V. Exª não poupa nem o seu Partido. É isto<br />

mesmo: os Partidos políticos, de modo geral, salvo<br />

exceções, não defendem mais princípios, apenas interesses.<br />

Não são mais condutos das demandas da<br />

sociedade. São igrejinhas de compadrio. Alguns, pior<br />

ainda, são societas céleres, formadas para assaltar os<br />

cofres públicos. Se essa situação não mudar, se não<br />

houver uma reação, Senador Antonio Carlos Magalhães,<br />

ocorrerá, no Brasil, na política brasileira, aquilo<br />

que Hannah Arendt chamava de “banalização do mal”.<br />

Ninguém mais se escandaliza com tudo isso. “São os<br />

maus costumes políticos”, diz o Ministro Tarso Genro.<br />

Maus costumes políticos? São ações de delinqüentes,<br />

Senador Antonio Carlos Magalhães. A população só<br />

pode ter um enorme desprezo, infelizmente, por todos.<br />

Meus parabéns pelo seu pronunciamento.<br />

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL<br />

– BA) – Agradeço a V. Exª, que é uma voz autorizada<br />

nesta Casa para fazer o comentário que fez. Temos de<br />

mudar e mudaremos.<br />

Ouço o Senador Tasso Jereissati.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

521<br />

16032 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

O Sr. Tasso Jereissati (PSDB – CE) – Senador<br />

Antonio Carlos Magalhães, o pronunciamento de V. Exª<br />

é o de um homem de Estado. Não está falando hoje o<br />

Senador pelo antigo PFL da Bahia, mas um homem<br />

de Estado, que, com a sua larga experiência e história<br />

dedicada à vida pública deste País, vê e percebe a gravidade<br />

do momento que estamos vivendo. No fundo, a<br />

grande conseqüência dessa sucessão de escândalos é<br />

a destruição dos partidos políticos e da própria democracia<br />

brasileira. Está em jogo, diante da descaracterização<br />

dos partidos, a democracia no Brasil. Já existe<br />

quem pregue e admire, a exemplo do que tem sido feito<br />

de uma maneira crescente pelos nossos vizinhos, a<br />

chamada democracia direta, em que os Poderes Legislativo<br />

e Judiciário são dispensados. Quando V. Exª<br />

fala e faz essa análise sobre a descaracterização dos<br />

partidos políticos no Brasil, talvez esteja tocando no<br />

assunto que, no fundo, seja o que mais nos deve preocupar,<br />

nós, democratas e homens de bem brasileiros.<br />

Ou nós adotamos algumas medidas, como as que já<br />

estamos discutindo, com a finalidade de fortalecer os<br />

partidos políticos e caracterizá-los, para que tenham,<br />

realmente, uma doutrina, um programa e o Executivo<br />

respeite a sua existência, seja como Situação ou como<br />

Oposição, ou estaremos marchando para a chamada<br />

democracia direta, o “chavismo”, o “evomoralismo”, o<br />

que está acontecendo em vários Países, ou seja, um<br />

retrocesso de 50 anos na política da América Latina.<br />

Portanto, quero parabenizá-lo e dizer-lhe que devemos<br />

permanecer alerta com relação a essa advertência que<br />

V. Exª está fazendo, levando-a muito a sério, talvez como<br />

uma pauta fundamental das discussões políticas que<br />

devemos realizar daqui por diante nesta Casa.<br />

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL<br />

– BA) – Agradeço-lhe imensamente, Senador Tasso<br />

Jereissati. V. Exª diz muito bem que não é o caso de<br />

procurarmos em partidos. Vamos procurar, em todos<br />

os partidos, as pessoas que queiram prestigiar o Legislativo,<br />

que queiram trabalhar pelo País e impedir este<br />

quadro negro que estamos vivendo. É isso que eu e V.<br />

Exª desejamos e que, tenho certeza, vamos obter se<br />

tivermos a coragem de enfrentar o problema.<br />

Concedo um aparte ao Senador Sérgio Guerra.<br />

O Sr. Sérgio Guerra (PSDB – PE) – Senador<br />

Antonio Carlos, não lhe falta espírito público, coisa rara<br />

no Brasil deste tempo. A sua capacidade de sempre<br />

ter esperança de que as coisas mudem é, também,<br />

algo que o faz maior ainda. Quero, primeiramente,<br />

saudar a sua palavra de hoje. Em segundo lugar, fazer<br />

um breve comentário sobre os últimos acontecimentos,<br />

não esses que têm relação com a Polícia<br />

Federal, mas os que dizem respeito aos partidos nos<br />

últimos oito anos. Quando o Partido dos Trabalha-<br />

dores, no geral, e o Presidente Lula, em particular,<br />

assumiram o Governo, tinham compromissos históricos<br />

com a democracia, com os trabalhadores, com<br />

os funcionários públicos, com a reforma agrária, com<br />

o combate ao Fundo Monetário Internacional, enfim,<br />

com as bandeiras que fizeram com que crescessem e<br />

se consolidassem até ganhar a eleição, para realizar<br />

mudança nos padrões políticos, uma reforma política.<br />

No entanto, em vez de promover a reforma política, o<br />

que se fez foi o mensalão. Em síntese, o que é o mensalão?<br />

Uma maioria formada por um processo cujo<br />

conteúdo é desmontar os partidos existentes, juntando<br />

os oportunistas em partidos que antes não tinham<br />

sequer 10, 20 ou 30 deputados e que incharam para<br />

40, 50, 60 deputados. Formou-se uma maioria, assim.<br />

Em vez da reforma política, o mensalão; ao invés do<br />

fortalecimento dos partidos, o seu enfraquecimento. O<br />

Orçamento tornou-se, seguramente, um instrumento<br />

de controle parlamentar. Se antes ações desse tipo<br />

aconteciam, elas foram generalizadas, banalizadas.<br />

O preenchimento dos cargos públicos se transformou<br />

numa espécie de loteamento, no qual pequenos grupos<br />

de deputados se juntam para indicar diretores de uma<br />

instituição tal ou qual. Evidentemente, esses diretores<br />

não são indicados para construir o Brasil, mas a reeleição<br />

dos deputados, no mínimo, porque a distância<br />

que separa o aumento patrimonial da despesa eleitoral<br />

ninguém consegue perceber. Assim, assistimos a<br />

uma ação deliberada para desestruturar o Legislativo.<br />

Como não se vê, se é óbvio, que essa multiplicação<br />

de medidas provisórias não visa a fortalecer o Legislativo,<br />

muito menos os partidos, mas a desautorizá-los?<br />

Não vamos jogar agora, no Congresso, essa crise. Não<br />

nos vamos abraçar a ela. Trata-se de uma crise que<br />

é conseqüência de um determinado sistema. Não é,<br />

também, apenas uma questão de orçamento, mas de<br />

formação do poder, do Estado no Brasil, das eleições,<br />

da estruturação dos partidos, da absoluta falta de responsabilidade<br />

política de quem mais deveria tê-la: o<br />

Presidente da República e o seu Governo. Nenhuma<br />

responsabilidade. Há Ministros que não poderiam ser<br />

nomeados de jeito algum, porque todo o Brasil sabe<br />

que não deveriam ser Ministros e por qual razão. Então,<br />

ficamo-nos debatendo em uma crise permanente, fora<br />

do nosso controle. Há um terrorismo instalado, generalizado,<br />

partidos desfazem-se, divisões são estimuladas,<br />

e nós fazemos de conta que participamos de um<br />

processo. Não participamos de nada! Não ajudamos<br />

a resolver coisa alguma! Os projetos do Congresso<br />

não são aprovados, os vetos do Presidente não são<br />

votados, enfim, que democracia é essa? Penso que<br />

é necessária uma atitude da sociedade brasileira e<br />

ainda acredito nela. Espero que o passado do Presi-


522<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16033<br />

dente da República o inspire, não para modernizar o<br />

PT ou trazer de volta os que deviam estar na cadeia,<br />

mas para refundar um partido que teve um papel relevante<br />

na história da Esquerda da América do Sul e<br />

que está apegado a políticas populistas, coligado a<br />

elas. Essa é a grande verdade. Vamos reestruturar o<br />

PFL, como se está fazendo, com outro nome; vamos<br />

reestruturar o PSDB, que precisa de unidade; vamos<br />

formar Partidos reais. O PMDB é o maior patrimônio<br />

da democracia brasileira e deve tomar o seu rumo, ter<br />

a sua cara, o seu projeto. Enfim, é importante que seja<br />

hoje. O Senador Antonio Carlos, eleito tantas vezes,<br />

fala aos brasileiros que é preciso dar um basta nisso<br />

e começar uma mudança, sob pena de o Legislativo<br />

deixar de merecer a responsabilidade que tem e de<br />

não podermos mais andar pelas ruas do Brasil, pois<br />

somos confundidos, diariamente, com aqueles que<br />

usam o instrumento público para o que tem sido feito<br />

de forma generalizada, quase sem exceções.<br />

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL<br />

– BA) – O brilhante aparte de V. Exª justifica a minha<br />

vinda à tribuna.<br />

V. Exª, com a inteligência que lhe é própria, colocou<br />

o assunto perfeitamente para todos os nossos<br />

colegas.<br />

E o que eu desejo? Que os nossos colegas se<br />

unam, para que possamos prestigiar o Congresso,<br />

prestigiar V. Exª, Sr. Presidente, e que V. Exª seja o<br />

Presidente do Congresso, e não um serviçal da Presidência<br />

da República! V. Exª tem agido assim, e precisa<br />

agir dessa forma cada vez mais, porque só assim<br />

poderemos crescer. A aula do Senador Sérgio Guerra<br />

vai ficar gravada, tenho a certeza, na mente de todos<br />

os Deputados e Senadores.<br />

Arthur Virgílio, concedo-lhe o aparte.<br />

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB – AM) – Pois não,<br />

Senador Antonio Carlos Magalhães. Comentava com<br />

o Senador Tasso Jereissati que o mais empedernido<br />

adversário de V. Exª não pode desconhecer que V. Exª,<br />

permanentemente, gozará de uma saúde política inacreditável.<br />

V. Exª, em nenhum momento, nem quando<br />

passava pela recente crise de saúde, abandonava a<br />

preocupação com o Congresso, com a Comissão de<br />

Constituição, Justiça e Cidadania, especificamente, com<br />

o Congresso e com o País em geral, e o discurso de<br />

V. Exª, até pelo caráter mobilizador que revelou, paralisando<br />

o Senado para ouvi-lo, toca num tema que, a<br />

todos nós, é muito caro – e já vejo o Presidente Marco<br />

Maciel pronto para aparteá-lo também e, certamente,<br />

na mesma direção fará o Senador Aloizio Mercadante<br />

–: a questão da reforma política, que é essencial para o<br />

País. V. Exª citou Bobbio e seus aconselhamentos. Eu<br />

citaria, de maneira bem prática, o quadro de mixórdia<br />

com mais de 30 partidos funcionando no País, mais<br />

de 20 representados no Congresso Nacional, alguns<br />

deles servindo de laranja para atacar, outros de laranja<br />

para defender. E o que é pior: laranja do tipo que<br />

não serve para produto de exportação. Tivemos um<br />

Deputado na Legislatura passada que se vangloriou<br />

por haver trocado de partido sete vezes. A repórter da<br />

Veja perguntou a ele: “E se alguém igualasse ao seu<br />

recorde?” “Eu trocaria mais uma vez, porque esse recorde<br />

é meu. Eu não aceitaria partilhá-lo com ninguém”.<br />

Esse Deputado não se elegeu mais. Ou seja, o povo<br />

demonstrou, no Estado dele, alguma lógica, alguma<br />

racionalidade quanto a isso – e quero crer muito na<br />

lógica e na racionalidade do povo, seja quando está a<br />

nosso favor, seja quando está contra o nosso pensamento.<br />

V. Exª revelou, aqui, a fragilidade da democracia,<br />

quando temos um quadro de corrupção endêmica<br />

virando epidêmica. Revelou o quadro de fragilidade da<br />

democracia, quando revela que os partidos políticos<br />

são frágeis na sua essência, e nós não poderemos<br />

casar a vida inteira o avanço da democracia com partidos<br />

frágeis – é um contra-senso – e com corrupção<br />

– ontem, perdi uma discussão fantástica na Comissão<br />

de Assuntos Econômicos. Mas vejo que o Brasil tem<br />

tudo para avançar na sua classificação de risco; tem<br />

tudo para obter o grau de investimento. Ele ainda só<br />

não o obteve por três razões fundamentais: porque a<br />

sua dívida pública interna em relação ao PIB é considerada<br />

alta para os padrões dos partidos dos Países<br />

assemelhados ao nosso; porque dispomos, infelizmente,<br />

ainda, de uma carga tributária que realmente<br />

é asfixiante, e porque somos um País que, além dos<br />

entraves burocráticos, ainda apresenta um quadro de<br />

corrupção bastante alto. Eu não estou sendo imediatista.<br />

Eu não estou dizendo que se deve apenas a esse<br />

período. Estou dizendo que tudo isso, em conjunto, leva<br />

o Brasil a não merecer ainda – e brevemente, se Deus<br />

quiser, merecerá – o chamado grau de investimentos.<br />

Aquele cartão para se sacar crédito, com mais segurança,<br />

no exterior, e dando segurança a quem também<br />

aqui investe. Eu não vejo que o Brasil seja pior do que<br />

a China, que é uma ditadura; vejo que o Brasil é mais<br />

transparente do que México e do que Índia; vejo que<br />

o Brasil, por outro lado, precisa resolver, ele próprio, o<br />

seu problema de autofinanciamento, reduzindo a carga<br />

tributária; precisa resolver o seu problema de entraves<br />

burocráticos, fazendo todas as suas reformas estruturais<br />

de modo a criar um ambiente-risco propício ao investimento;<br />

precisa resolver a sua vida política, fazendo<br />

uma reforma política profunda, que, de fato, estabeleça,<br />

como primeira exigência, a verdadeira representatividade.<br />

Hoje, temos alguns partidos que não são<br />

representativos. Qualquer indivíduo, ao se juntar com


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

523<br />

16034 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

outras 90 ou 100 pessoas funda um partido político,<br />

e, daqui há pouco, está na sua casa, invadindo o seu<br />

horário de descanso, de jantar, invadindo o sossego<br />

da sua família, com uma pregação que não tem nada<br />

a ver com a realidade brasileira. Portanto, Senador<br />

Antonio Carlos Magalhães, eu queria, mais do que ter<br />

dito o que disse, saudar a presença de V. Exª e a sua<br />

saúde cívica. Tendo passado pelo que passou, louvo<br />

V. Exª pelo gesto de permanente coragem.<br />

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL<br />

– BA) – Muito obrigado a V. Exª, meu querido amigo<br />

Arthur Virgílio. V. Exª disse algo que é muito importante<br />

para todos nós: não vamos perder a esperança. O<br />

povo que perde a esperança perde o futuro. Um grande<br />

pensador nordestino disse que “a esperança é a<br />

aurora que desponta na noite de tempestade”. Vamos<br />

passar dessa noite de tempestade para ter dias melhores<br />

para o Brasil.<br />

Devo um aparte, há muito tempo, ao Senador Tião<br />

Viana e ao Senador Mercadante também.<br />

O Sr. Tião Viana (Bloco/PT – AC) – Caro Senador<br />

Antonio Carlos Magalhães, tentarei ser objetivo,<br />

entendendo a necessidade da Ordem do Dia, que<br />

tem o Presidente Renan, mas o seu pronunciamento<br />

é uma travessia no tempo. Estava observando V. Exª<br />

chamando o Senado a uma reflexão profunda sobre<br />

a reforma política, no início da sua fala, colocando a<br />

responsabilidade que deve ter o Congresso perante<br />

essas hemorragias de ordem moral que vive o Brasil,<br />

sistematicamente, e fazendo uma crítica contundente<br />

ao seu Partido e a todos os outros. Tenho, também,<br />

fortes críticas ao meu Partido. V. Exª trouxe um debate<br />

sobre concepção programática, um debate doutrinário<br />

mesmo, ao qual fiquei muito atento e procurando observar,<br />

porque são mais de 50 anos de vida pública, de<br />

testemunho da vida partidária brasileira. Acho que não<br />

temos outro caminho. Na longa caminhada pela frente,<br />

a reforma política é inadiável. E ela é responsabilidade<br />

do Congresso. Não devemos transferi-la para ninguém.<br />

Cada Partido tem que dar o seu passo.<br />

Entendo que temos de entrar no debate pela<br />

nossa envergadura conquistada. Ao olhar para o seu<br />

Partido, além de V. Exª, vejo o Senador Marco Maciel, o<br />

Senador César Borges, o Senador José Agripino e outros.<br />

Sabemos que é um Partido valoroso, assim como<br />

também o é o PSDB, de um Tasso Jereissati, de um<br />

Arthur Virgílio, personalidades da política brasileira. No<br />

meu Partido, vemos nomes como Aloizio Mercadante,<br />

como Ideli Salvatti e tantos outros. Então, temos uma<br />

enorme responsabilidade nessa hora. Por isso, não<br />

devemos cair em um debate maniqueísta. O elegante<br />

e permanente e grande debatedor Sérgio Guerra, hoje,<br />

pareceu-me cometer uma injustiça ao entrar no campo<br />

maniqueísta do bem contra o mal. Encarnou no PT a<br />

figura do mal. Penso que o pronunciamento de V. Exª<br />

chamou para mais acima o debate, que foi sobre reforma<br />

política, sobre acertos e responsabilidades com<br />

a vida nacional. Eu gostaria muito que o Senado aproveitasse<br />

o pronunciamento de V. Exª e montasse uma<br />

agenda, constituísse os passos que devemos dar, com<br />

a autoridade que temos, a favor da reforma política,<br />

para darmos melhores respostas a essas hemorragias<br />

morais que estamos vivendo. Aprendo muito, sempre,<br />

ao ouvir V. Exª, porque ouço mais de 50 anos de vida<br />

pública e de coragem na tribuna do Senado.<br />

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL<br />

– BA) – Agradeço a V. Exª, Senador Tião Viana, que<br />

é, sem dúvida, não apenas uma esperança, mas uma<br />

realidade no Brasil de hoje, pelo seu trabalho em todos<br />

os setores de que participa. Fico muito honrado<br />

com isso.<br />

Concedo um aparte ao Senador José Agripino,<br />

meu Líder, que, talvez releve as minhas palavras, mas<br />

foram sinceras.<br />

O Sr. José Agripino (PFL – RN) – Senador Antonio<br />

Carlos, V. Exª é meu amigo há anos e anos, a<br />

minha vida inteira. Então, temos uma coluna de créditos<br />

e débitos em aberto que comporta tudo entre nós.<br />

V. Exª tem 50 anos de vida pública e já foi tudo: de<br />

Deputado a Governador da Bahia, de Presidente da<br />

Eletrobrás a Ministro. V. Exª é um homem respeitado<br />

nesta Casa, apesar do seu temperamento explosivo,<br />

às vezes ríspido, pela postura pragmática de responsabilidade<br />

com suas tarefas. Onde V. Exª se mete, dá<br />

conta do recado. Foi assim no Governo da Bahia, na<br />

Prefeitura de Salvador, como Ministro de Estado, como<br />

Presidente da CCJ, como Presidente desta Casa. Por<br />

isso tudo, V. Exª merece respeito. V. Exª é um homem<br />

de história, tem história; portanto, tem crédito. O que<br />

V. Exª coloca em relação aos partidos políticos é mais<br />

do que – sou seu companheiro, entendi bem o recado<br />

e concordo – o que aqui está sendo discutido. É a necessidade,<br />

sim, da reforma política, do fortalecimento<br />

dos partidos políticos, da cláusula de barreira na proibição<br />

da eleição na coligação proporcional. É tudo<br />

isso que queremos. V. Exª diz que, tudo isso feito, se<br />

permanecer o cacoete da hegemonia de grupos dentro<br />

dos partidos, as idéias não vão prevalecer, porque<br />

vai persistir um puxa-encolhe desaconselhável para a<br />

vida partidária de qualquer agremiação que queira se<br />

afirmar pelas idéias, que é o que V. Exª coloca com<br />

autoridade e com o que concordo. V. Exª sabe que, neste<br />

sentido, de eliminar a hegemonia de grupos dentro<br />

dos partidos, não é o nosso apenas. Hoje, todos os<br />

partidos políticos estão contaminados pelo vírus da<br />

divisão interna, dos segmentos, de orientações, de


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16035<br />

hegemonias com tutelas, que é mais importante do<br />

que qualquer outra coisa a ser eliminada, e só pode<br />

ser eliminada pela maturidade dos homens e mulheres<br />

que compõem os partidos políticos, de saberem<br />

conviver com harmonia para fazer valer suas idéias.<br />

O recado de V. Exª é apropriado. Eu o entendi e creio<br />

que a Casa o entendeu. Só por V. Exª ele poderia ser<br />

dado, e foi muito bem dado.<br />

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL<br />

– BA) – Agradeço a V. Exª, mais uma vez. Não é sem<br />

razão que sempre estou ao seu lado, qualquer que seja<br />

a circunstância. V. Exª tem esse espírito democrático,<br />

que há de fazer do nosso Partido um grande partido.<br />

Tenho certeza de que é um exemplo para outros colegas<br />

desta Casa.<br />

Ouço o aparte do Senador Aloizio Mercadante.<br />

O Sr. Aloizio Mercadante (Bloco/PT – SP) – Senador<br />

Antonio Carlos Magalhães, não poderia deixar<br />

de me associar a tantos Senadores que pararam<br />

para refletir sobre o seu pronunciamento consistente<br />

e erudito para intervir nele. V. Exª se reporta a Bobbio,<br />

a Saramago, e traz uma reflexão decisiva para a democracia.<br />

Não há democracia sem partidos. Não há<br />

projeto de nação sem democracia e sem partidos. Os<br />

partidos não podem se submeter às suas lideranças<br />

ou a um pequeno grupo de lideranças. Partido é uma<br />

instituição que tem de ser maior que suas lideranças.<br />

Para isso, tem de haver democracia interna, pluralismo,<br />

respeito às trajetórias, aos mandatos. Essa advertência<br />

é fundamental e serve de reflexão para todos<br />

os partidos, especialmente no momento como o que<br />

estamos vivendo. É evidente que não vou concordar<br />

com algumas intervenções que transformam este debate<br />

em um instrumento de disputa político-partidária<br />

contra o PT. Não posso. É um Partido a que dediquei<br />

30 anos da minha vida, pelo qual lutei para que houvesse<br />

democracia interna, o voto direto e o direito de<br />

tendência.<br />

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL<br />

– BA) – Nem houve esse propósito.<br />

O Sr. Aloizio Mercadante (Bloco/PT – SP) – Não<br />

houve. Não houve na intervenção de V. Exª, mas foi<br />

mencionado. Estamos lutando para realizar os valores,<br />

o programa, os princípios que acreditávamos serem<br />

necessários para o País, não com a liberdade de intenções,<br />

mas com as dificuldades reais de ser Governo,<br />

com a relação de força que o momento histórico<br />

exige. A melhor distribuição de renda dos últimos 30<br />

anos, a recuperação do salário mínimo, do Bolsa-Família,<br />

do emprego, fez com que o povo reconhecesse<br />

isso. E a votação do Presidente Lula é um reconhecimento<br />

das mudanças em curso. Mas o que estamos<br />

discutindo é o aprimoramento da democracia, a re-<br />

presentação política da sociedade. Nessa dimensão,<br />

devemos aprofundar o debate da reforma política, da<br />

construção partidária, do aprimoramento da democracia.<br />

Eu me associo plenamente à agenda que V. Exª<br />

propõe e também ao aprimoramento institucional com<br />

relação ao Orçamento, como aprimorar o processo<br />

orçamentário, como melhorar o padrão de gestão do<br />

Estado brasileiro, como reformar o Estado, dentro da<br />

visão do aprimoramento da democracia. Concluo com<br />

uma passagem, Senador Renan Calheiros, V. Exª que<br />

tem presidido esta Casa, buscando a governabilidade,<br />

preservando a independência do Poder, respeitando o<br />

pluralismo das agremiações. Quando cheguei a esta<br />

Casa, nos primeiros dias, encontrei o então Deputado<br />

Ulysses Guimarães. Perguntei a ele: “Dr. Ulysses, sei<br />

que não somos do mesmo Partido, segui uma outra<br />

trajetória, mas tenho menos idade do que V. Exª tem<br />

de mandato, e queria perguntar a V. Exª – nunca fui<br />

Parlamentar, estou começando aqui como Deputado<br />

Federal –, com a sua experiência, o que V. Exª recomenda?”.<br />

S. Exª citou duas coisas. Na realidade, três,<br />

mas falarei de duas fundamentais: “Primeiro, Mercadante,<br />

não se meta em coisa pequena. Quem se<br />

mete em coisa pequena fica pequeno. Você tem um<br />

grande futuro. Discuta as grandes questões, envolvase<br />

nos grandes debates nacionais”. Então, eu disse:<br />

“Dr. Ulysses, tem uma coisa que eu quero lhe dizer<br />

sinceramente. Creio que V. Exª não deveria ter quatro<br />

presidências, mas não consigo entender o PMDB não<br />

lhe dar nenhuma. V. Exª é a cara do PMDB, um baluarte,<br />

é um valor indispensável ao Partido. Como é que o<br />

Partido pode retirar dele mesmo a construção que fez<br />

por meio da trajetória de V. Exª?”. S. Exª me respondeu:<br />

“Mercadante, meu coração tem uma espécie de<br />

cemitério onde enterro os traidores. Prepare o seu”. E<br />

eu digo a V. Exª: prepare o seu.<br />

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL<br />

– BA) – Muito obrigado a V. Exª. Agora, quero dizer a<br />

V. Exª que nada que for feito aqui que tenha conteúdo<br />

dispensará a presença de V. Exª.<br />

Concedo um aparte à Senadora Ideli Salvatti.<br />

A Srª Ideli Salvatti (Bloco/PT – SC) – Senador<br />

Antonio Carlos Magalhães, em primeiro lugar, quando<br />

uma liderança como V. Exª ocupa a tribuna e faz uma<br />

crítica ao seu próprio Partido, traz um patamar de discussão<br />

para todos nós. A partir daí, precisamos avaliar<br />

o papel que cada partido desenvolve ao longo de<br />

sua história no Brasil. Muitas vezes, ouvi a Oposição<br />

criticar o fato de que, em alguns pronunciamentos do<br />

Presidente Lula, em algumas falas, parece que o Brasil<br />

surgiu a partir de 2003. A verdade é que o Brasil não<br />

surgiu a partir de 2003, nem os problemas brasileiros.<br />

Vivenciamos uma situação de país que é responsabili-


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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dade de todos nós. Portanto, o que estamos vivenciando<br />

hoje só terá solução com a participação, a autocrítica<br />

e a memória histórica. Não existe borrão, não existe<br />

apagar da história do que cada personalidade, cada<br />

partido, cada aglomeração partidária realizou ou deixou<br />

de realizar ao longo de muitas e muitas décadas,<br />

e que hoje temos como resultante tudo isso para administrar.<br />

Senador Antonio Carlos Magalhães, considero<br />

isso quase que um processo de desinfecção. O País<br />

precisa ser desinfectado. Mas não há como, a não ser<br />

simplesmente fazer purgar. Muitas iniciativas, muitas<br />

operações da Polícia Federal, muitas questões que<br />

estão vindo a público considero como um processo de<br />

desinfecção, necessária para o País, como é necessário<br />

que o Congresso Nacional também o faça. Mas a desinfecção<br />

no Congresso Nacional tem uma prioridade,<br />

que é a reforma política. Precisamos fortalecer, não é<br />

possível que não consigamos fortalecer os partidos<br />

políticos de forma adequada para fortalecer a democracia<br />

brasileira. Não é possível que não possamos ter<br />

uma tramitação de Orçamento. Senador Antonio Carlos<br />

Magalhães, hoje fui questionada pela imprensa a<br />

respeito do Orçamento impositivo. Vamos fazer Orçamento<br />

impositivo com a tramitação que existe hoje?!<br />

Vamos impor o Orçamento em cima das mazelas da<br />

tramitação, que todos nós sabemos que existem e que<br />

precisam ser elididas?! Então, Senador Antonio Carlos<br />

Magalhães, temos de fazer esse debate, como V. Exª<br />

está dizendo, para procedermos à autocrítica que cada<br />

um dos partidos obrigatoriamente tem de fazer, que o<br />

Congresso tem de fazer. Precisamos avançar. Não é<br />

possível que estejamos vivendo num país melhor, social<br />

e economicamente, sem que tenhamos também<br />

uma democracia melhor, como fruto disso tudo. Essa<br />

democracia melhor está nas mãos do Congresso Nacional,<br />

de cada um dos partidos que compõem esta<br />

Casa. O debate que V. Exª traz não é maniqueísta, não<br />

é do bem contra o mal, mas da responsabilidade de<br />

cada um. E isto é importante: a responsabilidade de<br />

cada um, para que a democracia fortaleça os partidos<br />

e para que possamos ter um país melhor não apenas<br />

do ponto de vista econômico e social, mas também<br />

em termos da representatividade dos seus atores políticos,<br />

que não têm como avançar, a não ser a partir<br />

dos partidos políticos.<br />

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL<br />

– BA) – Agradeço a V. Exª. Concordo com muitas das<br />

coisas que anuncia, mas acho que V. Exª ainda vai chegar<br />

ao aperfeiçoamento de encontrar no Orçamento<br />

impositivo a solução para os nossos problemas, mesmo<br />

vivendo a época que estamos atravessando.<br />

Senador Marco Maciel, ouço V. Exª, como meu<br />

mestre, como uma figura notável desta Casa, que,<br />

sempre que fala, é ouvida e respeitada.<br />

O Sr. Marco Maciel (PFL – PE. Com revisão do<br />

orador.) – Muito obrigado a V. Exª. Nobre Senador Antonio<br />

Carlos Magalhães, que tem uma vida pública tão<br />

densa e fecunda, não poderia deixar, nesta hora, de<br />

manifestar-me, depois de ouvir o discurso de V. Exª,<br />

defendendo as reformas políticas. Eu as consideraria<br />

até mais que reformas políticas – reformas institucionais.<br />

Na minha modesta opinião, se desejamos fortalecer os<br />

partidos políticos, acho indispensável e até fundamental<br />

que alteremos o sistema eleitoral que se pratica no<br />

Brasil. Como sabemos, o sistema eleitoral condiciona<br />

o sistema partidário. O sistema eleitoral brasileiro é o<br />

proporcional por listas abertas, o que significa dizer<br />

que não vincula o eleitor ao partido, mas ao candidato.<br />

Daí por que no Brasil o voto é “fulanizado”. É freqüente<br />

observarmos isso quando ocorre o processo eleitoral.<br />

Se perguntarmos em quem o eleitor vota, ele sempre<br />

responde, citando um nome e não um partido ou uma<br />

agremiação. Por outro lado, quero expressar meu sentimento<br />

de que a reforma política não deve circunscrever-se,<br />

ficar adstrita a uma mudança apenas no sistema<br />

político, isto é, nos subsistemas eleitoral e partidário.<br />

Há que avançar também em duas outras questões<br />

muito importantes: o aprimoramento do sistema de<br />

governo, removendo-se as zonas de fricção que há<br />

entre os Poderes – e a medida provisória é um exemplo<br />

disso. Estive verificando – posso estar equivocado<br />

– que, no mês de abril passado, não votamos nenhum<br />

projeto de lei de iniciativa parlamentar; praticamente<br />

nos limitamos a votar medidas provisórias. Isso está<br />

ocorrendo, agora no mês de maio, já prestes a findar.<br />

Precisamos avançar também na questão do sistema<br />

de governo, inclusive discutindo os enlaces entre os<br />

Três Poderes da República, que devem ser, como diz<br />

a Constituição, independentes, porém harmônicos.<br />

Por fim, nobre Senador Antonio Carlos Magalhães, V.<br />

Exª sabe que não se pode excluir de uma agenda de<br />

reforma política a questão da federação. A Federação<br />

no Brasil está desaparecendo; há, cada vez mais, uma<br />

maior concentração de poderes em torno da União,<br />

em detrimento dos Estados e Município. Isso é paradoxal,<br />

sobretudo porque sabemos que a Constituição<br />

de 1988, pela vez primeira, estabeleceu que os Município<br />

são também entes federativos. E, no momento<br />

em que tudo isso acontece, cada vez mais os Estados<br />

e os Município vendo crescer a concentração de poderes<br />

em torno da União. Daí por que, encerrando e não<br />

querendo alongar-me, já que V. Exª, com a autoridade<br />

que tem, fere essa questão hoje, devemos considerar<br />

como prioritário, nesta sessão legislativa, fazermos a


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16037<br />

reforma política. Como aqui foi lembrado há pouco,<br />

creio que pelo Senador Tião Viana, a reforma política<br />

depende basicamente do Congresso, e só podemos<br />

fazê-la se houver consenso entre os partidos, entendimento<br />

entre os Líderes que enseje a aprovação de<br />

emendas constitucionais e de projetos de lei, que certamente<br />

vertebrarão as instituições brasileiras e criarão<br />

condições para que o País melhore a governabilidade e<br />

tenha um correto e justo processo de desenvolvimento.<br />

Meus cumprimentos a V. Exª.<br />

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL<br />

– BA) – Senador Marco Maciel, desta tribuna mesmo,<br />

V. Exª tem dado magníficas aulas de política, citando<br />

pensadores os mais ilustres, com sua capacidade e<br />

experiência. Agora mesmo, com esse aparte, V. Exª<br />

completa a minha fala. Agradeço a V. Exª, mais uma<br />

vez, a bondade, a generosidade com o seu prezado<br />

amigo.<br />

O Sr. Marco Maciel (PFL – PE) – Eu que agradeço<br />

a V. Exª.<br />

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL<br />

– BA) – Só vou conceder o último aparte, ao Senador<br />

Romeu Tuma.<br />

O Sr. Garibaldi Alves Filho (PMDB – RN) – Sr.<br />

Presidente, Sr. Senador Antonio Carlos Magalhães...<br />

O SR. ROMEU TUMA (PFL – SP) – Senador,<br />

posso...<br />

O Sr. Garibaldi Alves Filho (PMDB – RN) – Depois<br />

do Senador Romeu Tuma, V. Exª poderia conceder-me<br />

um pequeno aparte?<br />

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL<br />

– BA) – Darei até antes.<br />

O SR. ROMEU TUMA (PFL – SP) – V. Exª pode<br />

fazê-lo antes.<br />

O Sr. Garibaldi Alves Filho (PMDB – RN) – Quero,<br />

Senador Antonio Carlos Magalhães, ser também<br />

uma das vozes que traz solidariedade à advertência que<br />

V. Exª está fazendo, no sentido de que haja a reforma<br />

política em nosso País. Creio que essa reforma política<br />

que está em tramitação na Câmara dos Deputados e<br />

que já passou pelo Senado não atende ao momento<br />

atual que estamos vivendo. Era preciso fazer todo um<br />

esforço no sentido de que houvesse uma reforma política<br />

mais aprofundada. Não tenho condições, nem tempo,<br />

para dizer como ela seria. Só acho que a reforma<br />

política deveria ter uma preocupação: a de manter o<br />

contato do representante do povo com o representado,<br />

porque o que há é uma distância muito grande entre<br />

aquele que é eleito e aquele que elege seu candidato.<br />

Existe, hoje, na nossa democracia, este pecado: o<br />

distanciamento entre o eleito e o eleitor.<br />

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL<br />

– BA) – Concordo com V. Exª, e é justamente isso que<br />

vai fazer com que os partidos políticos se fortaleçam.<br />

Entendo, como V. Exª, que a reforma política, a cada dia<br />

que passa, precisa ser aprimorada para que tenhamos<br />

uma reforma duradoura como o Brasil precisa.<br />

Muito obrigado a V. Exª.<br />

Senador Tuma, por favor.<br />

Durante o discurso do Sr. Antonio Carlos<br />

Magalhães, o Sr. Tião Viana, 1º Vice-Presidente,<br />

deixa a cadeira da presidência, que é ocupada<br />

pelo Sr. Renan Calheiros, Presidente.<br />

O Sr. Romeu Tuma (PFL – SP) – Senador Antonio<br />

Carlos Magalhães, sou – parece-me – o último<br />

a aparteá-lo, porque sou aprendiz de feiticeiro. Não<br />

conheço praticamente o mecanismo político, mas tenho<br />

sofrido muito com ele. O Senador José Agripino<br />

aparteou V. Exª e, com elegância, referiu-se à hegemonia<br />

que controla os partidos em grupos privados.<br />

Eu diria que existe agora, hoje – e já falei sobre isso<br />

com V. Exª –, uma ditadura partidária, em que aquela<br />

meia dúzia que controla impõe a sua vontade e nós<br />

não temos...<br />

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL<br />

– BA) – É verdade.<br />

O Sr. Romeu Tuma (PFL – SP) – ...voz ativa<br />

para participar das discussões. Tenho lido um livro, por<br />

aconselhamento do nosso Senador Marco Maciel, de<br />

autoria de Norberto Bobbio, de quem V. Exª falou: A<br />

Evolução da Democracia. No livro, o autor faz um histórico<br />

até os dias em que o escreveu. É praticamente<br />

o que V. Exª está falando na tribuna. Até registrei, conversando<br />

com o Senador Gerson Camata, que V. Exª<br />

está fazendo um hino à democracia. Eu gostaria que<br />

o Presidente mandasse imprimir esse discurso, com<br />

os apartes feitos durante o pronunciamento de V. Exª,<br />

para que a sociedade dele tomasse conhecimento.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Farei isso com satisfação.<br />

O Sr. Romeu Tuma (PFL – SP) – Comento com<br />

vários Senadores que estamos discutindo a reforma<br />

política e estamos esquecendo o principal, que é o<br />

eleitor. Ninguém fala no eleitor, a pessoa que nos põe<br />

aqui, a pessoa que nos traz a esta Casa. Ele é esquecido<br />

nas discussões. Qual é a participação que ele terá<br />

no futuro caso se faça essa reforma política com lista<br />

fechada e não sei mais o quê? Como daremos oportunidade<br />

para que ele se manifeste também? Ele é a<br />

representação clara da democracia, o eleitor.<br />

(Interrupção do som.)<br />

O Sr. Romeu Tuma (PFL – SP) – Peço desculpas,<br />

mas não podia ficar em silêncio, porque sinto que V. Exª<br />

transmite do fundo do coração toda a sua experiência


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16038 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

política e administrativa que, durante todos esses anos,<br />

não deixou enfraquecer por qualquer motivo.<br />

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL<br />

– BA) – Agradeço a V. Exª, Senador Romeu Tuma. E<br />

V. Exª tem toda razão. Os grupos sempre dominam os<br />

partidos; por isso, não temos partidos, e o eleitor fica<br />

longe dos partidos políticos e mais próximo das pessoas.<br />

Sou muito grato a V. Exª pelo seu aparte.<br />

Sr. Presidente, vou terminar, agradecendo a V.<br />

Exª pela sua bondade e pela sua tolerância.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Antes de V. Exª terminar, quero dizer apenas<br />

duas coisas a V. Exª. Em primeiro lugar, que V. Exª tem<br />

absoluta razão ao cobrar que seja resolvida a questão<br />

do Incor de Brasília. Temos recursos públicos no Incor.<br />

O Incor não pode fechar, pois atende onze Estados. E<br />

fomos chamados para uma reunião em que o Ministro<br />

da Saúde disse que já havia resolvido a questão. Vou,<br />

em nome do Senado Federal, fazer essa cobrança veemente<br />

para que isso verdadeiramente não aconteça.<br />

Cumprimento V. Exª, em nome da Casa, pela<br />

reflexão que faz sobre o País e pela defesa da substituição<br />

desse sistema político. Ele não tem mais como<br />

continuar. E, do alto da minha responsabilidade como<br />

Presidente da Casa – sou de um Partido, mas, como<br />

Presidente da Casa, tenho de ser suprapartidário e representar<br />

o coletivo –, quero dizer a V. Exª que, com a<br />

maior isenção com que atuei em todos os casos, com<br />

a maior autoridade que possa haver, encaminharei<br />

qualquer decisão no sentido de que tenhamos não só<br />

as reformas de que o País precisa, mas, sobretudo,<br />

respostas para as perguntas que a sociedade faz. Estarei,<br />

na Presidência do Senado, respondendo pela<br />

instituição com autoridade, isenção e altivez para que<br />

o Brasil tenha essas respostas.<br />

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL<br />

– BA) – Agradeço esse final de V. Exª. V. Exª já me prende<br />

pelo afeto e, agora, me prende mais pelas palavras<br />

que pronuncia em favor do Parlamento.<br />

Senador Renan Calheiros, o que quis aqui hoje foi<br />

trazer um assunto importante para que todos reflitam e<br />

se unam, na medida do possível, para que tenhamos<br />

uma agenda correta, que reabilite o Congresso brasileiro<br />

perante o País.<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA) – Sr. Presidente,<br />

peço a palavra pela ordem. (Pausa.)<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Concedo a palavra ao Senador José Agripino,<br />

com a aquiescência do Senador Flexa Ribeiro, pois S.<br />

Exª a havia solicitado anteriormente.<br />

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL – RN. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs.<br />

Senadores, não é preciso ser muito arguto para per-<br />

ceber que o País vive, hoje, um momento de grande<br />

indignação. Desde o fim de semana passado, até hoje,<br />

as manchetes dos jornais e os noticiários de televisão<br />

trazem imagens, diálogos e registros absolutamente<br />

revoltantes para todos os brasileiros e para nós, da<br />

classe política – absolutamente revoltantes.<br />

Senadora Rosalba Ciarlini, aquelas imagens de<br />

diálogos de um Deputado Distrital em linguagem chula,<br />

pedindo para apressar as imagens do passeio de<br />

um dinheiro que se supõem – se supõem – ter sido<br />

entregue a um Ministro de Estado, tenha paciência,<br />

Senador Jefferson Péres, são de indignar qualquer<br />

brasileiro de mediana inteligência!<br />

Muito bem. Na segunda-feira, após ver as imagens<br />

e, evidentemente, com a revolta e a indignação<br />

de qualquer brasileiro, vim ao Congresso e fui abordado<br />

pela imprensa – creio que na parte da tarde,<br />

Senador Gilvam Borges. Na parte da tarde, Senador<br />

Arthur Virgílio, aqui, em frente ao plenário, vários jornalistas<br />

amigos, Senador Marco Maciel, indagaram a<br />

minha opinião sobre o que estava acontecendo. Obviamente,<br />

eu disse que nunca, na minha vida, vira fato<br />

semelhante.<br />

A denúncia não foi feita por parlamentar algum<br />

ou por entidade estrangeira. A denúncia foi feita pela<br />

Polícia Federal, com uma riqueza de detalhes, Senador<br />

Adelmir Santana, absolutamente singular – fotografias,<br />

vídeos, fitas gravadas, depoimentos, conexão de pessoas.<br />

Parecia filme em quadrinho. Horroroso filme em<br />

quadrinhos, mas um filme em quadrinhos! Denúncia<br />

feita pela Polícia Federal, que é um órgão do Poder<br />

Executivo, ligado ao Ministério da Justiça.<br />

E veio a pergunta: o que fazer? Eu tenho e tinha<br />

uma convicção: o que fazer não; o que já está sendo<br />

feito. A Polícia Federal que fez a denúncia e a está<br />

apresentando com riqueza de detalhes tem, na minha<br />

opinião, crédito para merecer a minha confiança, de<br />

que vai completar o seu trabalho. Precisa apenas agir<br />

rápido; não pode deixar que as versões fiquem mais<br />

fortes do que os fatos, não pode. A PF precisa produzir<br />

os fatos, fornecer os dados, para evitar as interpretações,<br />

as suposições, as ilações.<br />

Perguntaram-me: e uma Comissão Parlamentar<br />

de Inquérito? Senador Marco Maciel, V. Exª, que é<br />

meu companheiro de Partido, sabe que, nas reuniões<br />

de Bancada, sempre fui um defensor do processo de<br />

investigação como forma de prestar contas à sociedade.<br />

Assim foi na CPI dos Correios, na CPI dos Bingos,<br />

na CPI do Apagão Aéreo, na CPI das ONG e, com a<br />

autoridade de quem fez isso tudo, e V. Exª é testemunha,<br />

eu disse: pela primeira vez, diferente da CPI dos<br />

Bingos, em que a denúncia não foi de autoria da Polícia<br />

Federal; diferente da CPI do Apagão Aéreo, em que


528<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16039<br />

o fato gerador foi um lamentável acidente, não havia<br />

digital alguma de Polícia Federal, neste caso, a Polícia<br />

Federal foi quem denunciou, e tem autoridade para<br />

merecer a minha credibilidade para continuar fazendo<br />

investigações. Eu disse que o Congresso não tem o<br />

que investigar enquanto a PF, que merece a minha credibilidade,<br />

estiver investigando. Então disseram: “Mas<br />

e a menção a parlamentares?” Eu disse: “A menção a<br />

parlamentares é uma menção, é uma suposição”.<br />

Tenho dados que me levam a acreditar que o que<br />

está ocorrendo é que, com a diminuição do volume de<br />

recursos para investimentos – algo próprio deste Governo<br />

–, a concentração de poder dos traficantes de<br />

influência sobre esse dinheiro aumentou. O volume de<br />

dinheiro disponível para obra pública era muito maior,<br />

mas diminuiu. Os lobistas e os traficantes de influência<br />

passaram a agir no Poder Executivo. Os presos eram<br />

um ex-Governador, eram graduados funcionários públicos<br />

do Poder Executivo estadual, municipal ou federal,<br />

e havia menção a parlamentares e a prisão de um<br />

parlamentar distrital de Brasília. Eu disse: “A menção<br />

a parlamentares, neste momento, é uma menção que<br />

precisa, com urgência, se transformar em denúncia<br />

por parte da Polícia Federal, que tem todos os dados<br />

e deve tê-los repassado ao Ministério da Justiça, que<br />

tem a obrigação de entregar esses nomes o mais rápido<br />

possível”.<br />

E declarei naquela oportunidade, na segundafeira<br />

– hoje é quarta-feira –, que eu não advogava a<br />

tese de uma Comissão Parlamentar de Inquérito – eu,<br />

que tinha defendido, e defendo, tanto os instrumentos<br />

de averiguação quando os julgo necessários. É uma<br />

crise do Executivo e não tem sentido trazê-la para o<br />

Legislativo, imaginava eu na segunda-feira.<br />

Para mim, a menção a parlamentares sem a configuração<br />

de um quadro de comprometimento de parlamentares<br />

é muito clara: a crise é do Executivo.<br />

Senador Jefferson Péres, fiz um levantamento<br />

e cheguei ao seguinte: dos recursos operados pela<br />

construtora Gautama, que é o móvel, 70% são recursos<br />

que estão no Orçamento da União por alocação<br />

direta de órgãos do Poder Executivo, alocação proposta<br />

pelos Ministérios a, b, c, d. Setenta por cento<br />

da verba operada pela Gautama são verbas do Poder<br />

Executivo, e 30% são verbas parlamentares. Ou seja,<br />

70% do problema é decorrência da atuação exclusiva<br />

de funcionários do Poder Executivo. Quanto aos 30%<br />

restantes, supõe-se que possa haver a operação de<br />

parlamentares, em relação a eles havia uma suspeita,<br />

uma menção.<br />

Esse foi o meu raciocínio. Manifestei-me não contra<br />

a CPI, mas contra a conveniência, no momento, da<br />

Comissão Parlamentar de Inquérito. Se os fatos a se-<br />

guir recomendassem a instalação da CPI, eu não hesitaria,<br />

não teria absolutamente nenhuma resistência;<br />

ao contrário, ajudaria a coletar assinaturas para que a<br />

investigação fosse feita. Não obstante isso, não daria<br />

minha contribuição para que uma crise claramente do<br />

Executivo fosse transportada para o Legislativo para<br />

confundir a opinião pública.<br />

O que havia era: a prisão de um ex-governador,<br />

de funcionários do Poder Executivo a, b e c, de um<br />

deputado distrital de Brasília e a menção a parlamentares.<br />

Com isso, havia a idéia de se fazer uma Comissão<br />

Parlamentar de Inquérito para que a crise, que é<br />

do Executivo, passasse a ser do Legislativo. Não concordo<br />

com isso. Isso não é correto.<br />

Manifestei essa minha opinião. Esse sempre foi<br />

e continua a ser o meu raciocínio, Senador Marconi<br />

Perillo. Mas agora, Presidente, vai a minha manifestação<br />

em função do que ocorreu ontem.<br />

No dia de ontem, o Presidente Arlindo Chinaglia<br />

recebeu um requerimento do Deputado Miro Teixeira<br />

solicitando que ele pedisse informações ao Ministério<br />

Público sobre o comprometimento de – suponho – vinte<br />

parlamentares no revoltante e escandaloso caso desvendado<br />

pela operação Navalha. O Presidente Chinaglia<br />

ouviu os Líderes que avalizaram esse pedido.<br />

Presidente Renan Calheiros, o que acontecerá<br />

agora? Uma Comissão Parlamentar de Inquérito faz<br />

investigações transparentes, abertas, sobre todos os<br />

assuntos, sem limites, sob o foco da imprensa, ao vivo,<br />

a cores. Dizem que, às vezes, cometem-se excessos.<br />

É possível, mas são excessos que nunca causam prejuízo<br />

ao interesse coletivo. Nunca!<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – V. Exª tem absoluta razão.<br />

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL – RN) – Obrigado,<br />

Sr. Presidente.<br />

É feita a solicitação ao Ministério Público e virá<br />

uma resposta para quem? Para o Presidente da Câmara.<br />

Para se investigar o quê? O comprometimento<br />

de parlamentares – sim ou não – em que fórum? Seguramente,<br />

um fórum fechado.<br />

Senador Arthur Virgílio, vou eu agora concordar?<br />

Eu, que estive ao lado das investigações o tempo todo<br />

– investigações abertas, transparentes –, vou ficar agora<br />

ao lado de uma proposta feita na Câmara ontem à<br />

noite, proposta de investigação parlamentar em circuito<br />

fechado, âmbito restrito? Ah, não! Ah, não!<br />

Aí, Senador César Borges, desculpe-me. Os<br />

meus argumentos de não transportar para o Parlamento<br />

a crise que é do Poder Executivo agora cessaram,<br />

porque a Câmara dos Deputados tomou a<br />

iniciativa de transportá-la para o Congresso. Agora eu


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

529<br />

16040 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

quero vê-la toda investigada, quero ver tudo investigado:<br />

Câmara, Senado, Poder Executivo, tudo.<br />

Não fui eu quem deu esse passo. Não fui eu<br />

quem agiu com irracionalidade nem com emoção para<br />

comprometer o tempo dos Parlamentares, que já estão<br />

com duas CPIs no Senado. Sendo assim, não vou<br />

ser eu quem vai arcar com o ônus de, pela falta de<br />

minha assinatura, não se completarem as vinte e sete<br />

assinaturas do Senado. A minha está garantidíssima.<br />

Diante do que aconteceu ontem, a minha assinatura<br />

está garantidíssima. Aos meus companheiros de partido<br />

que me consultarem se devem ou não assinar, a<br />

minha recomendação será a de que devem assinar em<br />

nome da transparência, em nome da correção, como<br />

um grito de indignação de todos nós diante do que a<br />

imprensa está mostrando. O País está indignado.<br />

Por intermédio da Câmara, o Congresso tomou<br />

uma iniciativa. A crise agora está colocada em circuito<br />

fechado na Câmara dos Deputados. Vamos abri-la para<br />

o Brasil inteiro. Vamos fazer a CPMI, e eu a assinarei<br />

hoje se preciso for.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador José Agripino, queria repetir para V.<br />

Exª o que acabei de dizer ao Senador Antonio Carlos<br />

Magalhães com relação a esse assunto especificamente.<br />

Do alto da responsabilidade do cargo de Presidente<br />

do Senado Federal, farei o que a Casa entender que<br />

precisa ser feito. Se for necessário constituir uma Comissão<br />

Parlamentar de Inquérito para que tudo fique<br />

absolutamente esclarecido, descerei da isenção que<br />

devo ter, para assinar, em primeiro lugar, a instalação<br />

dessa Comissão Parlamentar de Inquérito.<br />

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL – RN) – V. Exª somente<br />

cresce no meu conceito e no conceito da Casa<br />

e do País com a atitude que está anunciando ao Brasil,<br />

Sr. Presidente.<br />

Obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB – RJ)<br />

– Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros) – Pela<br />

ordem, tem a palavra o Senador Marcelo Crivella. Em<br />

seguida, falará o Senador Flexa Ribeiro.<br />

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB – RJ.<br />

Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

Srªs e Srs. Senadores, creio que toda a Nação brasileira,<br />

em peso e de pé, aplaude a Operação Navalha.<br />

A Polícia Federal, usando apenas a inteligência, sem<br />

dar um tiro, penetrou nos porões obscuros da ilegalidade.<br />

Alguns diziam que o Brasil era o país da impunidade,<br />

mas não podem dizê-lo mais a partir de agora:<br />

o Brasil o foi, mas não o é mais. A Polícia Federal, de<br />

maneira brilhante, desvendou quadrilhas que assaltavam<br />

o País.<br />

Quero, porém, fazer uma observação com respeito<br />

à divulgação das informações, Sr. Presidente. Chegou<br />

ao meu conhecimento que a divulgação das informações<br />

sigilosas se deu no sábado, privilegiando um meio<br />

de comunicação em detrimento dos demais. A maneira<br />

clássica de um servidor público dar informações, se há<br />

interesse público, é fazer uma entrevista coletiva ou,<br />

então, distribuir indiscriminadamente o material. Não é<br />

possível que um canal de televisão torne-se sócio da<br />

Polícia Federal em informações sigilosas, até porque<br />

isso acaba maculando uma operação tão bonita como<br />

a Operação Navalha.<br />

Sr. Presidente, faço um apelo ao Ministro da<br />

Justiça, para que discipline a questão. Foi a primeira<br />

vez, mas se trata de comportamento inaceitável para<br />

uma Polícia que tem prestado tão relevantes serviços<br />

ao País.<br />

Muito obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB –<br />

AL) – Concedo a palavra ao Senador Flexa Ribeiro.<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Senador Renan<br />

Calheiros, Srªs e Srs. Senadores, há uma notícia<br />

que eu não gostaria de dar aos Senadores. Acabei de<br />

tomar conhecimento de um fato lamentável ocorrido<br />

no Estado do Pará:<br />

O governo determinou o deslocamento de<br />

tropas federais para a hidrelétrica de Tucuruí<br />

(PA), que foi ocupada na madrugada de hoje<br />

por pelo menos 250 pessoas, integrantes da<br />

Via Campesina e do Movimento dos Atingidos<br />

por Barragens.<br />

(...)<br />

O governo espera, no entanto, obter sucesso<br />

nas negociações com as famílias, que<br />

ocuparam as salas de geração de energia,<br />

para evitar a ação das tropas federais. O objetivo<br />

da manifestação é agilizar as negociações<br />

para atender os direitos dos atingidos<br />

pela barragem.<br />

É lamentável, Sr. Presidente Renan Calheiros, que<br />

essa obra que a população do Pará clama há mais de<br />

20 anos esteja paralisada e propicie ações desse tipo,<br />

indevidas, por parte do Movimento dos Sem-Terra, da<br />

Via Campesina e, agora, do Movimento dos Atingidos<br />

pela Barragem.<br />

Mas a situação é pior ainda. A nota da Agência<br />

Estado é pior ainda, porque diz em seguida:<br />

A diretora nacional do movimento, Liciane Andrioli,<br />

diz que o objetivo da ação é fazer andar as negociações<br />

para atender os atingidos pela barragem,


530<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16041<br />

para que tenham seus direitos atendidos. Segundo<br />

ela, são 32 mil pessoas prejudicadas diretamente.<br />

E vem mais:<br />

Liciane informou que essa é mobilização nacional<br />

e que, em Goiás, por exemplo [chamo a atenção<br />

da Senadora Lúcia Vânia, do Senador Marconi Perillo<br />

e do Senador Demóstenes Torres], foi interrompido na<br />

madrugada de hoje o tráfego na Belém-Brasília, onde<br />

mais de mil pessoas estão fechando a rodovia.<br />

E há coisa pior ainda, Senador Renan Calheiros.<br />

Continua a nota: “Também estão sendo articulados movimentos<br />

no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina,<br />

na Paraíba, no Ceará e em Minas Gerais”. Encerra a<br />

nota: “O gabinete de Segurança Institucional da Presidência<br />

da República está acompanhando a mobilização<br />

desde cedo”.<br />

É lamentável ter de anunciar isso. Deus queira<br />

que haja uma solução pacífica, para que essas pessoas<br />

sejam retiradas da Barragem de Tucuruí!<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB – AL)<br />

– Antes de iniciarmos a Ordem do Dia, comunico à Casa<br />

e, especialmente, ao querido amigo Senador Jefferson<br />

Péres que esta Presidência, desde o dia 6 de março,<br />

constituiu o Conselho de Ética do Senado Federal, o que<br />

já foi publicado no dia 7 de março. Ou seja, da parte do<br />

Presidente do Senado, o Conselho já está devidamente<br />

constituído, membro a membro de todos os Partidos.<br />

O SR. JEFFERSON PÉRES (PDT – AM. Pela<br />

ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, permita-me<br />

dizer: fui eu que fiz a cobrança antes de V. Exª<br />

chegar. Alguém tem de tomar a iniciativa para que o<br />

Conselho se instale e eleja seu Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – O Regimento manda que o mais idoso convoque<br />

o Conselho. Mas a parte que cabe ao Presidente<br />

do Senado já foi feita. Comunico o fato a V. Exª para<br />

desincumbir-me da responsabilidade publicamente.<br />

O SR. JEFFERSON PÉRES (PDT – AM) – Muito<br />

obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB – AL)<br />

– Eu é que lhe agradeço, Senador Jefferson Péres.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Passa-se à<br />

Item 2:<br />

ORDEM <strong>DO</strong> DIA<br />

PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO Nº 9, DE 2007<br />

(Proveniente da Medida Provisória nº 347, de 2007)<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos<br />

do § 6º do art. 62 da Constituição Federal.)<br />

Continuação da votação, em turno único,<br />

do Projeto de Lei de Conversão nº 9, de 2007,<br />

que constitui fonte de recursos adicional para<br />

ampliação de limites operacionais da Caixa<br />

Econômica Federal – CEF (proveniente da<br />

Medida Provisória nº 347, de 2007).<br />

Parecer de Plenário, sob o nº 365, de<br />

2007, Relator revisor: Senador Francisco Dornelles,<br />

favorável.<br />

A discussão da matéria foi encerrada na sessão<br />

de ontem, e iniciada a votação com a aprovação do<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 9, de 2007, ressalvados<br />

os destaques, com o compromisso de que hoje<br />

apreciaríamos esses destaques.<br />

Passa-se, portanto, à votação dos destaques.<br />

Votação da Emenda nº 64, destacada.<br />

Tenho a honra de conceder a palavra ao Senador<br />

Arthur Virgílio, autor do requerimento de destaque,<br />

nos termos do art. 300, XVII, do Regimento Interno do<br />

Senado Federal.<br />

Com a palavra V. Exª.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Para<br />

encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) – Sr.<br />

Presidente, apresento, neste momento, a justificativa<br />

para o destaque da Emenda nº 64, do Deputado Simão<br />

Sessim, à Medida Provisória nº 347, de 2007.<br />

A Emenda nº 64 contempla um conjunto de pleitos<br />

elencados nas Emendas nºs 65, 66, 67, além da<br />

Emenda do Fundeb. Resumidamente, ela propõe alteração<br />

na Lei 9.496, de 1997, de maneira a deixar claro<br />

que os recursos desse fundo são destinados, única e<br />

exclusivamente, ao combate à pobreza e, dessa forma,<br />

não devem ser considerados para efeitos de pagamento<br />

das dívidas estaduais junto à União.<br />

Trata-se da constituição do Fundo da Pobreza<br />

nos Estados, o que nem todos têm, significando isso<br />

a elevação de um ponto percentual no ICMS para a<br />

constituição do Fundo. Desta forma, não faz sentido<br />

um acréscimo na carga tributária estadual para eliminar<br />

a pobreza a ser compartilhada com a União no<br />

pagamento da dívida.<br />

Também é pedida a alteração no indexador da<br />

dívida, mudando do IGP-DI para TJLP, que é o fator<br />

de correção das dívidas estaduais.<br />

A emenda também pretende unificar a legislação<br />

em relação aos limites de endividamento dos Estados<br />

de forma a compatibilizar o que estabelece a Lei de<br />

Responsabilidade Fiscal, que marcou um limite, e a Lei<br />

de 1977, que estabeleceu o processo de renegociação<br />

das dívidas estaduais.<br />

Portanto, Sr. Presidente, vejo aqui a justificativa<br />

para a defesa da emenda do Deputado Simão Sessim,<br />

que aqui está sob número 64, que por nós é endossada<br />

no seu mérito.<br />

Muito obrigado.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

531<br />

16042 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Tenho a honra de conceder a palavra ao nobre<br />

Senador Francisco Dornelles, que é o Relator revisor<br />

da matéria.<br />

O SR. FRANCISCO <strong>DO</strong>RNELLES (Bloco/PP<br />

– RJ. Como Relator revisor. Sem revisão do orador.)<br />

– Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a renegociação<br />

da dívida dos Estados foi feita com base na Lei<br />

nº 9.496, que estabeleceu parâmetros para essa renegociação.<br />

Com base nessa lei, vários Estados assinaram<br />

um contrato com a União de renegociação da dívida,<br />

e cada contrato é um ato jurídico perfeito e acabado.<br />

De modo que não podemos, ainda que fosse aprovada<br />

hoje uma mudança nessa lei, aplicá-la a contratos já<br />

assinados. Para qualquer mudança nesses contratos<br />

teria que haver entendimento e concordância da União<br />

e dos Estados, o que implicaria uma novação, o que é<br />

vedado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.<br />

Considero extremamente importante que a União<br />

e os Estados discutam todos os problemas relacionados<br />

ao endividamento e que parte dos juros pagos pelos<br />

Estados possam ser utilizados em aumentar o potencial<br />

de investimento, mas a minha posição, o meu parecer<br />

é contrário porque ela vai contra os parâmetros, ela<br />

modifica os parâmetros da Lei nº 9.496 e não alcança<br />

contratos que já foram assinados.<br />

Muito obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Vou colocar em votação.<br />

O parecer do Relator é contrário à emenda.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que quiserem acompanhar<br />

o Relator terão de votar “não”.<br />

Estou orientando a votação.<br />

O parecer do Relator é contrário à emenda.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que quiserem manter<br />

o parecer do Relator precisam votar ”não”.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – A Liderança<br />

do Governo encaminha o voto “não”.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – A Liderança do Governo encaminha o voto<br />

“não”.<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC) – É<br />

exatamente isso, Sr. Presidente: estamos com o Relator<br />

e o voto é “não”.<br />

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB – RJ)<br />

– O PRB indica o voto “não”, Sr. Presidente.<br />

O SR. EPITÁCIO CAFETEIRA (Bloco/PTB – MA)<br />

– O PTB indica o voto “não”, Sr. Presidente.<br />

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL – RN) – Democratas<br />

indicam o voto “sim”, Sr. Presidente.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sr.<br />

Presidente, o PSDB recomenda o voto “sim”.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Os Srs. Senadores já podem votar.<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Sr.<br />

Presidente, o PSDB recomenda o voto “sim”<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Perdão, vou fazer a votação simbólica e, se houver<br />

pedido de verificação, nós faremos a verificação.<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – O<br />

PSDB recomenda o voto “sim” e informa que esta votação<br />

tem grande relevância para os governos estaduais.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – O PSDB recomenda o voto “sim”.<br />

O SR. JEFFERSON PÉRES (PDT – AM) – A<br />

Bancada do PDT está liberada.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – A Bancada do PDT está liberada.<br />

Em votação.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que a aprovam queiram<br />

permanecer sentados. (Pausa.)<br />

Rejeitada, na forma do parecer do Senador Francisco<br />

Dornelles.<br />

Tem a palavra o Senador Arthur Virgílio.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Pela<br />

ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, foi<br />

acertado entre as Lideranças que essa votação será<br />

sem obstrução, será votação nominal para se referir<br />

às forças de cada corrente de pensamento.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço a V. Exª.<br />

Srªs e Srs. Senadores, votação da Emenda nº<br />

65, destacada.<br />

Tenho a honra de conceder a palavra ao Senador<br />

Marconi Perillo, autor do requerimento de destaque, nos<br />

termos do art. 300, XVII, do Regimento Interno.<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO. Para<br />

encaminhar. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

Srªs e Srs. Senadores, desejo louvar o trabalho do<br />

Relator da Medida Provisória nº 347, o ilustre e competente<br />

Senador Francisco Dornelles, pela tarefa de<br />

avaliar as 86 emendas apresentadas à MP. Mas gostaria<br />

de dizer da nossa preocupação quanto aos critérios<br />

utilizados pelo nobre Senador, que não privilegiaram<br />

qualquer uma das emendas de interesse dos Estados<br />

e dos município brasileiros.<br />

Se essa medida for aprovada dessa maneira,<br />

estaremos praticando uma injustiça desmedida contra<br />

os governos estaduais e municipais.<br />

Não se pode continuar a privilegiar os interesses da<br />

União em detrimento dos entes federados, porque tanto<br />

os governos estaduais como os municipais têm feito um<br />

esforço hercúleo para sanear as finanças e adequá-las<br />

aos ditames da Lei de Responsabilidade Fiscal.


532<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16043<br />

Entretanto, não tenho visto atitude recíproca do<br />

governo central, até porque sequer obedece a uma lei<br />

de responsabilidade fiscal, gasta mal, não há qualidade<br />

no gasto público por parte do governo central. Não<br />

tenho visto atitude recíproca do Governo Federal, que<br />

parece não se preocupar com a situação nos Estados<br />

e nos Município.<br />

É no sentido de reparar essa assimetria de tratamento<br />

que foram apresentadas algumas emendas à MP<br />

nº 347. Eu mesmo destaquei três ou quatro delas – e<br />

ao final vou retirá-las, porque vamos fixar no destaque<br />

do Senador Arthur Virgílio, referente à Emenda nº 64<br />

– para desonerar os Estados e dar fôlego e condição<br />

financeira para os governadores tocarem as obras e<br />

os investimentos necessários. É a garantia do crescimento<br />

da Nação brasileira a partir dos Estados.<br />

Temos certeza da justeza e da oportunidade<br />

dessas emendas, para as quais conclamamos o apoio<br />

dos nossos nobres Pares, sobretudo daqueles que,<br />

assim como nós, conhecem de perto a realidade dos<br />

Estados e dos município, porque já estiveram à frente<br />

do Executivo.<br />

Entendemos, Sr. Presidente, que esta Casa de<br />

Rui Barbosa não pode contribuir, assim como fez ontem,<br />

para que os Estados continuem de pires na mão,<br />

mendigando em Brasília, porque o Governo Lula arrecada<br />

e junta dinheiro público, mas não o libera, porque<br />

se impõe os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal<br />

aos Estados, mas não ao Governo Federal.<br />

É importante ressaltar que, em 1997, os Estados<br />

brasileiros fizeram o refinanciamento de suas dívidas e<br />

ficou definido que haveria um critério para a captação<br />

de novos endividamentos.<br />

Ocorre, Sr. Presidente, que, no ano de 2001, com<br />

a promulgação da Lei de Responsabilidade Fiscal, que<br />

compreendemos ser aquela que limita o endividamento<br />

público para Estados e Município brasileiros, ficou<br />

acertado que os Estados poderiam contrair novos empréstimos<br />

sempre que chegassem à razão dois por um,<br />

ou seja, duas receitas liquidas reais para o pagamento<br />

da sua dívida externa.<br />

O que reivindicamos hoje é que a Lei de Responsabilidade<br />

Fiscal possa ser cumprida, que os Estados<br />

e os Município não fiquem mais engessados e, com<br />

isso, possamos colaborar para o crescimento do País<br />

a partir do crescimento dos Estados e dos município.<br />

Desejamos, portanto, solicitar o apoio ao Destaque<br />

da Emenda nº 64, que engloba as Emendas<br />

nºs 65, 66 e 67, que se encontram no relatório do<br />

Senador Francisco Dornelles, não acolhidas, que<br />

excluem da receita liquida real dos Estados e Município<br />

as receitas provenientes do Fundo de Com-<br />

bate à Erradicação da Pobreza e os pagamentos de<br />

salário dos contratos de prestação de serviços.<br />

O Fundo de Erradicação da Pobreza é uma extensão<br />

do mesmo Fundo Nacional, e este não sofre<br />

nenhum tipo de partilha com Estados e Município e nem<br />

contingenciamento. A exclusão dos salários, por sua<br />

vez, segue tão-somente o Manual de Procedimentos<br />

da Secretaria do Tesouro Nacional.<br />

Queremos conclamar também o apoio à Emenda<br />

nº 67, englobada na Emenda nº 64, que estabelece<br />

como único limite para as dívidas dos Estados e dos<br />

município o imposto pela Resolução nº 40 do Senado<br />

Federal. A obrigação estabelecida pela Lei nº 9.496,<br />

de 1997, é redundante, sobretudo porque os entes<br />

federados são obrigados a cumprir os ditames da Lei<br />

de Responsabilidade Fiscal.<br />

Por fim, Srªs e Srs. Senadores, pedimos a reflexão<br />

de cada um dos Srs. Parlamentares presentes<br />

nesta Casa para apoiarem a Emenda nº 64, que já foi<br />

apresentada aqui em voto em separado pelo Senador<br />

Arthur Virgílio. Queremos, por questão de justiça,<br />

alterar o índice de correção da dívida renegociada,<br />

imposta em 1997. Foram muitos os indicadores que<br />

prejudicaram sobremaneira os Estados. Na verdade,<br />

o que propomos é que o saldo remanescente dessa<br />

dívida renegociada possa ser indexado em TJLP e<br />

não mais no IGP-DI, porque efetivamente os Estados<br />

estão muito onerados.<br />

Como Governador, paguei R$5,5 bilhões em sete<br />

anos e três meses de governo. Esse volume pago à<br />

União por meio de serviços, amortizações, juros da<br />

dívida externa seria suficiente para pavimentação<br />

asfáltica de 11 mil quilômetros de rodovias estaduais<br />

novas. Isso foi o que pagamos.<br />

Além disso, a dívida, que tinha um volume de R$7<br />

bilhões, passou para quase R$12 bilhões, porque os<br />

indexadores são extremamente duros e rigorosos em<br />

relação aos Estados.<br />

Faço a defesa da Emenda nº 64, Senador Arthur<br />

Virgílio, porque já vivi na pele – assim como a Senadora<br />

Roseana Sarney e tantos Senadores que foram<br />

Governadores – as dificuldades de conviver com uma<br />

dívida que não foi contraída por mim, mas sou obrigado<br />

a pagá-la rigorosamente em dia. Todos os dias 30<br />

e 31 do mês, o Governo Federal saca dos Tesouros<br />

Estaduais o correspondente a 13%, 14% ou 15% da<br />

sua receita líquida para o pagamento dos serviços, dos<br />

juros e da amortização da dívida externa.<br />

Além disso, não possibilita aos Estados contrair<br />

novos financiamentos. Sr. Presidente, há um engessamento<br />

desde 1997. Isso não é justo. A Lei de Responsabilidade<br />

Fiscal é clara ao estabelecer que os Governos<br />

podem contrair novos endividamentos à medida


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

533<br />

16044 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

em tiverem a relação de duas receitas líquidas reais<br />

para o pagamento da sua dívida externa.<br />

Sr. Presidente, fizemos um ajuste fiscal rigoroso<br />

em cada Estado. Em Goiás, por exemplo, tínhamos<br />

uma relação de 3,45 anos para o pagamento da dívida<br />

externa. Nós a reduzimos para 1,89. Essa é a maior<br />

evidência da seriedade do trabalho que os Governadores<br />

fizeram desde 1998 para cá.<br />

De modo que não é justo que os Governadores e<br />

os Prefeitos possam continuar amarrados em relação<br />

à sua capacidade de novos endividamentos.<br />

Faço um apelo às Srªs. Senadoras e aos Srs.<br />

Senadores, levando em consideração o interesse público<br />

dos nossos Estados, dos nossos Município, que<br />

fazem um esforço tremendo em relação ao ajuste fiscal,<br />

que fazem um esforço tremendo para cumprirem a Lei<br />

de Responsabilidade Fiscal, para que, efetivamente,<br />

aprovem a Emenda nº 64, destacada pelo Senador<br />

Arthur Virgílio.<br />

Ouvi atentamente aqui o relatório do Senador<br />

Francisco Dornelles, que é um Senador que reputo<br />

da mais alta seriedade. S. Exª argumentou, no seu<br />

relatório, que esses contratos não podem ser quebrados,<br />

porque se trata de ato juridicamente perfeito. Não<br />

concordo. Acho que este é o momento de o Senado<br />

Federal dar um basta a essa imposição, a essa camisa-de-força<br />

que já segura o crescimento dos Estados<br />

há quase dez anos.<br />

Conclamo, portanto, a todos os Senadores aqui<br />

presentes que levem em consideração as realidades<br />

dos nossos Estados e votem a favor da Emenda nº<br />

64.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço a V. Exª.<br />

O SR. ALOIZIO MERCADANTE (Bloco/PT – SP)<br />

– Sr. Presidente...<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – Sr. Presidente...<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Vou conceder a palavra a V. Exª, Senador Aloizio<br />

Mercadante, e a V. Exª também, Senador Romero<br />

Jucá, mas consulto o Senador Arthur Virgílio se deseja<br />

fazer uso da palavra, para defender um dos destaques<br />

apresentados, porque o Senador Marconi já defendeu<br />

todas as emendas destacadas que cabiam a ele. Assim,<br />

nós poderemos dar a palavra, de uma só vez, também<br />

ao Relator, e encerraremos...<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Sr.<br />

Presidente, pela ordem.<br />

O SR. ALOIZIO MERCADANTE (Bloco/PT – SP)<br />

– Para encaminhar a votação.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Está<br />

tudo dito, Sr. Presidente, pelo Senador Marconi Perillo.<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO. Pela<br />

ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, vou<br />

pedir a V. Exª que vote de forma englobada os meus<br />

destaques para que possamos privilegiar o destaque<br />

do Senador Arthur Virgílio à Emenda nº 64. Vamos<br />

votar, primeiro, o destaque à Emenda nº 64 e, após,<br />

votamos globalmente os destaques que eu fiz, para<br />

que possamos dar celeridade à sessão.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – Sr. Presidente,<br />

peço a palavra pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Pela ordem, darei a palavra a V. Exª, Senador<br />

Aloizio Mercadante.<br />

Senador Marconi Perillo, a Emenda nº 64 já foi<br />

votada e rejeitada. Nós estamos discutindo as Emendas<br />

nºs 65, 66 e 67.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, peço<br />

a palavra pela ordem. Se a Emenda nº 64 foi rejeitada,<br />

ela englobava as Emendas nºs 65, 66 e 67. São<br />

divisões da mesma Emenda. Então as Emendas nºs<br />

65, 66 e 67 estão prejudicadas, porque a de nº 64 já<br />

foi rejeitada.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Eu queria agradecer a gentileza da Casa, mas<br />

eu queria ouvir isso do Senador Relator da matéria.<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Sr.<br />

Presidente, eu peço a palavra pela ordem. Nós tínhamos<br />

um acordo de pedir verificação de quórum de votação<br />

em relação ao Destaque da Emenda nº 64.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – O Senador Arthur Virgílio falou na oportunidade<br />

em que rejeitamos e disse que o acordo não compreendia<br />

pedir verificação naquele momento.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sr.<br />

Presidente, não...<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Acho<br />

que V. Exª não entendeu...<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Não, não. Entendi perfeitamente e repeti o procedimento<br />

para que a Casa toda entendesse.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sr.<br />

Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador Arthur Virgílio.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Seguindo o que tem<br />

sido uma praxe, eu fiz a solicitação da verificação de<br />

quórum dizendo que era um acordo dos Líderes. Não<br />

me preocupei com mais nada a não ser com o que tem


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<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16045<br />

sido uma praxe aqui na Casa. Por isso estou seguro<br />

de que faríamos as verificações de quórum.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Mas eu lembrei e disse que ia fazer primeiro a<br />

votação simbólica e, em seguida, a votação nominal,<br />

se houver pedido para verificação nominal. E ouvi de<br />

V. Exª – lamento até dizer isso – que...<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Não,<br />

Sr. Presidente, eu confiei demasiadamente na praxe.<br />

Em alguns momentos, nós fizemos isso em outras<br />

vezes.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Eu sei, claro.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Eu,<br />

simplesmente, não segui aquele ritual porque estava<br />

muito claro que faríamos a verificação de quórum, porque<br />

isso, na verdade, nos faria alterar a postura nas<br />

votações restantes.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador Aloizio Mercadante.<br />

O SR. ALOIZIO MERCADANTE (Bloco/PT – SP.<br />

Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.)<br />

– Quero encaminhar pelo Bloco o voto contrário a essa<br />

emenda e explicar as razões, porque é fundamental<br />

que, nesta tarde, não aprovemos o que está sendo<br />

proposto.<br />

Quero dizer basicamente o seguinte, Sr. Presidente:<br />

houve um imenso esforço do Governo anterior,<br />

deste Governo e de Senadores presentes, em termos<br />

de avançarmos na responsabilidade fiscal. O esforço<br />

fiscal não é apenas dos município e dos Estados. Foi<br />

também da União no Governo anterior e neste. Tivemos<br />

um superávit de 4,25% do PIB tantas vezes questionado.<br />

Tivemos de contrair as despesas, os investimentos,<br />

o repasse para os Estados e Município, o pagamento<br />

de salário, para o País poder ter uma moeda estável,<br />

para podermos, como está acontecendo – há quatorze<br />

decisões do Copom –, ter uma taxa de juros que caia<br />

sustentadamente, ter uma inflação de 3%, que começou<br />

no Plano Real e hoje é um valor republicano.<br />

Pergunto: como vamos falar em responsabilidade<br />

fiscal, aprovando esta emenda que está sendo proposta?!<br />

Primeiro, trocar para os títulos da dívida dos Estados<br />

a taxa Selic pela TJLP. Muito bem. A União continua<br />

com a taxa Selic. Vamos ter um brutal descasamento<br />

entre ativos e passivos! Isso não pode ser feito dessa<br />

forma. Além disso, estão dizendo que, nos Estados,<br />

em vez de uma vez o nível de endividamento pode ir<br />

até duas vezes o estoque da dívida. Para São Paulo,<br />

isso significa, além de mudar o indexador, poder se<br />

endividar em mais R$100 bilhões. Pergunto se é esse<br />

o caminho, porque esse é o tamanho da dívida de São<br />

Paulo. Pergunto se é assim que vamos resolver.<br />

E mais grave: o inciso III propõe que “as parcelas<br />

mensais decorrentes do refinanciamento [sem nenhuma<br />

discussão, estamos refinanciando a dívida dos<br />

Estados] poderão ser pagas com créditos do Fundo de<br />

Compensação da Variação Salarial”. Como o Fundo<br />

de Compensação da Variação Salarial vai pagar dívida<br />

dos Estados? Qual é a consistência dessa proposta?<br />

Qual é a sua racionalidade financeira?<br />

Peço encarecidamente que reflitamos. Concordo<br />

que há um problema no pacto federativo e que temos de<br />

discutir formas de os Estados poderem melhorar seus<br />

investimentos. Inclusive, na CAE, na semana que vem,<br />

estamos prorrogando o prazo da Resolução nº 43, para<br />

que o ente federado possa ter mais de um CNPJ.<br />

Agora, aprovando-se o pagamento de prestação<br />

da dívida com Fundo de Compensação da Variação<br />

Salarial, a troca do indexador da dívida e permitindo-se<br />

dobrar a capacidade de endividamento em uma emenda,<br />

sem nenhuma discussão, sem nenhum aprofundamento,<br />

estamos rasgando a Lei de Responsabilidade<br />

Fiscal, estamos rasgando os contratos celebrados<br />

nesta República, estamos enveredando pelo caminho<br />

da aventura tributária. Não foi essa a cultura criada por<br />

esta Casa, a cultura abraçada por esta Nação e que o<br />

País vem trilhando.<br />

Estou falando com ênfase porque penso que<br />

essa decisão não é da cultura e da tradição do PSDB.<br />

Aprendi com o PSDB, muitas vezes, ao longo da história,<br />

o valor da responsabilidade fiscal. É em nome<br />

desse valor que peço que esta emenda não seja aprovada<br />

neste momento.<br />

As preocupações e as motivações apresentadas<br />

são justas. Esta Casa, como é o pacto federativo,<br />

deve buscar formas de financiamento e investimento<br />

dos Estados. Agora, trocar o indexador de dívida dessa<br />

forma, dizer que a prestação do Estado será paga<br />

com o Fundo de Compensação da Variação Salarial,<br />

dobrar a dívida dos Estados e achar que, com isso,<br />

vamos construir uma Nação, não vamos.<br />

Vamos criar instabilidade financeira, fiscal e orçamentária<br />

e perder uma das maiores conquistas da<br />

democracia recente, que não é mérito deste Governo<br />

– é deste Governo também, mas começou no Governo<br />

passado –, que foi a Lei de Responsabilidade Fiscal,<br />

uma moeda estável e a inflação que está aí, beneficiando<br />

o povo deste País, a 3% ao ano.<br />

É em função disso que peço que haja uma reflexão<br />

e que não aprovemos esta Emenda. Proponho outro<br />

caminho, Senador: vamos discutir o pacto federativo<br />

para valer. Disponho-me, na Comissão de Assuntos<br />

Econômicos, a debruçarmo-nos sobre esta matéria e<br />

encontrarmos soluções.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

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16046 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

Agora, soluções fáceis o Brasil já conhece e sabe<br />

onde vai dar: no passado, porque, de 1980 a 1994, tivemos<br />

23 trilhões de pontos percentuais de inflação.<br />

Aquilo que começou em 1994 não pode ser rasgado<br />

com uma votação açodada como esta.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL.) – Concedo a palavra ao Senador Jefferson Péres.<br />

O SR. JEFFERSON PÉRES (PDT – AM. Para<br />

encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) – Sr.<br />

Presidente, Srªs e Srs. Senadores, gostaria de dizer<br />

que, com relação à austeridade fiscal, sou ortodoxo e<br />

radical. Acho que foi uma grande conquista deste País<br />

realmente a estabilidade.<br />

Diante das ponderações do Senador Aloizio Mercadante,<br />

reformulo a minha posição e recomendo ao<br />

PDT o voto Não.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL.) – Agradeço a V. Exª.<br />

Concedo a palavra ao Senador Arthur Virgílio.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AL. Para<br />

encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) – Sr.<br />

Presidente, quando o Senador Aloizio Mercadante<br />

diz que tomou aulas de responsabilidade fiscal com o<br />

PSDB, S. Exª, com muita humildade, está lembrando-se<br />

dos tempos em que o Partido dele votava contra a Lei<br />

de Responsabilidade Fiscal e ia ao Supremo Tribunal<br />

Federal argüir a suposta inconstitucionalidade desse<br />

diploma. Assim como votou contra todas as reformas<br />

estruturais que deram o caráter moderno da economia<br />

brasileira de hoje.<br />

Então, é com bastante alegria que recebo a demonstração<br />

de humildade de S. Exª, ao fazer uma autocrítica<br />

pública. Isso é muito importante.<br />

Mas o fato, Sr. Presidente, é que temos uma<br />

questão bastante prática: nós, da Bancada do PSDB,<br />

temos o compromisso de votar essa matéria e votá-la<br />

nominalmente.<br />

Eu dizia ao Líder Romero Jucá que nunca me<br />

preocupei, até pelo entendimento que sempre tivemos,<br />

com o detalhe de levantar a mão na hora certa, quando<br />

havíamos dito, previamente, que havia um acordo<br />

para se fazer a votação nominal.<br />

Vou lembrar um episódio, até porque sempre depois<br />

de um dia, vem o outro, depois de um dia, vem a<br />

noite e, em seguida, a madrugada. Aquela primeira matéria<br />

que votamos aqui, a primeira medida provisória do<br />

PAC, registrou uma vitória do Governo, vitória relativa,<br />

de 34 votos contra 26. Parece-me que, por oito votos, o<br />

Governo teria legitimidade para, assim, consagrar sua<br />

vitória. Acontece que, se tivéssemos pedido verificação<br />

de quórum, teríamos acrescentado aos 34 governistas<br />

presentes esses quatro, que estariam sustentando a<br />

verificação de quórum. E, com 38, o Governo esbarraria<br />

na impossibilidade de, não tendo 41, fazer prosseguir<br />

a sessão. Fizemos exatamente o que havia sido<br />

combinado: sustentamos, com nossos 26 votos – os<br />

presentes àquela altura –, a sessão. E perdemos para<br />

cumprir a palavra. Poderíamos ter esvaziado a sessão<br />

naquele momento, mas não o fizemos.<br />

Portanto, tudo o que apelo a V. Exª, Sr. Presidente,<br />

neste momento, é no sentido de que – e respeito a<br />

posição contrária à que defendemos neste momento<br />

– não rompamos essa praxe e que façamos a votação<br />

nominal, se não desta matéria – até para V. Exª não<br />

voltar atrás – , de matérias outras, aquelas lidas pelo<br />

Senador Marconi Perillo. As três resumem o espírito<br />

dessa emenda que destacamos do Deputado Simão<br />

Sessim. Veríamos, ao final, o que pensa o Senado.<br />

Fora disso, teríamos de...<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador Arthur, V. Exª sabe do respeito que<br />

tenho por V. Exª. Não preciso, aqui, repeti-lo; seria uma<br />

redundância. Se os Líderes partidários entenderem que<br />

podemos tomar essa decisão, ou seja, fazer a verificação<br />

nominal, do ponto de vista da Presidência não<br />

há problema nenhum. Se os Líderes entenderem, se<br />

a Casa entender, quero demonstrar, sobejamente, minha<br />

isenção na condução do processo. E essa é uma<br />

oportunidade para tanto.<br />

Consulto os Líderes. (Pausa.)<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – Sr. Presidente,<br />

concordamos com a verificação nominal.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Então, vamos fazê-la.<br />

Verificação nominal, de acordo com a decisão<br />

dos Líderes partidários.<br />

Concederei, de novo, a palavra ao Relator, Senador<br />

Francisco Dornelles, sobre a Emenda nº 64.<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC) – Sr.<br />

Presidente, pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Tem a palavra V. Exª pela ordem, com aquiescência<br />

do Relator.<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC. Pela<br />

ordem. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente, já<br />

fui duas vezes à Comissão de Direitos Humanos e Legislação<br />

Participativa, que está terminando uma audiência.<br />

Há Senadores lá. Portanto, precisa haver uma<br />

ordem da Presidência para os Parlamentares encerrarem<br />

os trabalhos de uma vez, a fim de que venham<br />

para o plenário. Por favor, Sr. Presidente.


536<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16047<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Comunico a V. Exª e à Casa que a Secretaria-<br />

Geral da Mesa já determinou à Comissão de Direitos<br />

Humanos e Legislação Participativa que suspendesse<br />

suas atividades em função da Ordem do Dia, da realização<br />

de votação aqui, no plenário. Não há como avançar<br />

com a reunião da Comissão de Direitos Humanos<br />

e Legislação Participativa pela coincidência de horário<br />

com a deliberação do Plenário desta Casa.<br />

Peço, portanto, que paralisem os trabalhos. Peço<br />

à Secretaria que repita a ligação. Estamos em processo<br />

de votação. É importante que os Senadores que estão<br />

em outras dependências da Casa venham ao plenário.<br />

Haverá votações importantes.<br />

Com a palavra o Senador Francisco Dornelles.<br />

O SR. FRANCISCO <strong>DO</strong>RNELLES (Bloco/PP<br />

– RJ. Como Relator revisor. Sem revisão do orador.)<br />

– Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a renegociação<br />

da dívida dos Estados foi feita com base na Lei<br />

nº 9.496, de 1997, que estabeleceu parâmetros, definições<br />

e conceitos para essa negociação. Com base<br />

nesses parâmetros, cada Estado assinou um contrato<br />

de renegociação da dívida com a União. Esse contrato<br />

é um ato jurídico perfeito e acabado. Ainda que a emenda<br />

fosse aprovada, não haveria renegociação desse<br />

contrato, não somente porque é vedado pela Lei de<br />

Responsabilidade Fiscal, mas também porque, para<br />

renegociar o contrato, é preciso haver concordância<br />

das duas partes.<br />

De modo que, por considerar que essa emenda,<br />

assim como as outras, está mudando conceitos que<br />

serviram de base para contratos já assinados, posiciono-me<br />

contra a aprovação da emenda.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – O parecer do Relator, reafirmado nesta oportunidade,<br />

é pela rejeição da Emenda nº 64.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – Sr. Presidente,<br />

peço a palavra.<br />

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB – RO) – Sr. Presidente,<br />

solicito a palavra para encaminhar.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – Sr. Presidente,<br />

a Liderança do Governo encaminha o voto<br />

“não”. A proposta quebra contratos, quebra a Lei de<br />

Responsabilidade Fiscal, cria uma situação extremamente<br />

complicada, muda a definição de receita líquida<br />

e muda o fluxo de recebimento dos contratos já<br />

assinados.<br />

Por tudo isso, a nossa orientação é o voto “não”,<br />

rejeitando esta medida e mantendo o rigor da Lei de<br />

Responsabilidade Fiscal e a renegociação dos contratos<br />

da dívida dos Estados, da forma como está hoje.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Concedo a palavra ao Senador Valdir Raupp.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sr.<br />

Presidente!<br />

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB – RO) – Sr. Presidente,<br />

a Bancada do PMDB orienta o voto “não”,<br />

acompanhando o parecer do eminente Relator Francisco<br />

Dornelles.<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC) – Sr.<br />

Presidente...<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Concedo a palavra à Senadora Ideli Salvatti.<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC) – Sr.<br />

Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a recomendação<br />

– mais até do que recomendação – é para que a Bancada<br />

do PT vote “não” e para que os Partidos que integram<br />

o Bloco de apoio votem “não”.<br />

Sabemos da necessidade dos Governadores deste<br />

País; sabemos que há um processo de negociação<br />

com o Governo Federal, com o Presidente Lula, que<br />

recebeu os Governadores em março e que voltará a<br />

recebê-los agora, em junho, para tratativas em relação<br />

à questão do pacto federativo.<br />

Portanto, não se admite que problemas referentes<br />

ao endividamento dos Estados, quebrando parâmetros,<br />

quebrando contratos, sejam resolvidos por<br />

meio de emenda a esse projeto que não tem nada a<br />

ver com o pacto federativo. Trata-se do aumento da<br />

capacidade da Caixa Econômica Federal para que ela<br />

possa financiar projetos que estão relacionados com<br />

o crescimento do País.<br />

Então, tentar embutir, nessa medida provisória<br />

referente ao aumento de capacidade dos empréstimos<br />

da Caixa Econômica Federal, uma emenda que<br />

mexe no pacto federativo, sob a ótica dos Governadores,<br />

sem que um processo negocial esteja consolidado,<br />

é algo que não podemos admitir nem permitir<br />

que aconteça.<br />

Portanto, o apelo que fazemos a todos os membros<br />

do Bloco de apoio ao Governo é que votem “não”.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – Sr. Presidente,<br />

registro que o painel já está aberto para votação<br />

e o encaminhamento da Liderança do Governo<br />

é o voto “não”.<br />

O SR. RENATO CASAGRANDE (Bloco/PSB<br />

– ES) – Sr. Presidente!<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador Casagrande, V. Exª tem a palavra.<br />

O SR. RENATO CASAGRANDE (Bloco/PSB –<br />

ES) – Sr. Presidente, só para justificar minha posição,<br />

a posição do nosso Partido, o PSB. Recebemos um


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

537<br />

16048 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

pedido do meu amigo, o Deputado Luiz Paulo Velloso<br />

Lucas, para que apoiássemos a Emenda nº 64.<br />

O destaque, feito pelo PSDB, de algumas emendas,<br />

incluindo a nº 64, tem pontos positivos, como a<br />

possibilidade de os Município e Estados buscarem<br />

crédito sem anuência prévia, ou seja, aqueles que<br />

atenderem à Lei de Responsabilidade Fiscal. Esse<br />

é um ponto positivo, sobre o qual temos de discutir<br />

e avançar aqui, no Senado. Mas o destaque cita e<br />

relaciona outras emendas, que, de fato, podem ser<br />

problemáticas para o equilíbrio fiscal do Governo Federal.<br />

E aí tem razão o Senador Aloizio Mercadante:<br />

a mudança do índice de correção dos contratos – da<br />

Selic para TJLP – pode criar desequilíbrio, dificuldade<br />

para o Governo da União.<br />

Portanto, apesar do pedido que o Deputado Luiz<br />

Paulo nos fez, S. Exª deve compreender que, apesar<br />

dos pontos positivos, o destaque é muito amplo e tem<br />

pontos negativos. Assim, não temos condições de votar<br />

favoravelmente ao destaque feito pelo PSDB, apesar de<br />

concordar que há pontos positivos nesse destaque.<br />

Assim, votaremos contra por questão de responsabilidade<br />

fiscal.<br />

É essa a orientação que damos ao nosso Partido.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sr.<br />

Presidente, peço a palavra.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador Arthur Virgílio, para orientar a Bancada.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sr.<br />

Presidente, muito equilibrada a orientação de Bancada<br />

feita pelo Senador Renato Casagrande.<br />

Num quadro em que há um enorme arrocho sobre<br />

prefeituras e governos estaduais e uma enorme folga<br />

para a União – e há mesmo que falar em alteração de<br />

parâmetros do pacto federativo, afinal de contas não<br />

há limites para o endividamento da União e há limites<br />

rígidos para o endividamento de Estados e Município<br />

–, quero, precisamente, estabelecer que nossa idéia<br />

é nos limitarmos ao que possibilita aos Governadores<br />

a própria Lei de Responsabilidade Fiscal e nenhum<br />

pingo de passo além disso.<br />

Por isso, e muito agradecido, de novo, pela autocrítica<br />

feita pelo Senador Aloizio Mercadante, que<br />

disse que aprendeu conosco os princípios da responsabilidade<br />

fiscal – com o PSDB –, peço aos Senadores<br />

tucanos que compareçam à votação e que votem<br />

“sim”, portanto, a favor da aprovação da Emenda nº<br />

64, Sr. Presidente.<br />

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB – RJ)<br />

– Sr. Presidente.<br />

O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB – CE)<br />

– Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB –<br />

AL) – Concedo a palavra ao Senador Marconi Perillo.<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Sr.<br />

Presidente, estamos ouvindo muitos discursos falaciosos.<br />

Estamos defendendo, Sr. Presidente, exatamente<br />

o cumprimento rigoroso da Lei de Responsabilidade<br />

Fiscal, nada além disso. Temos enorme responsabilidade<br />

em relação a ajuste fiscal nos Estados, nos Município<br />

e na União. A União é que não tem lei de responsabilidade<br />

fiscal, não tem limite em relação ao seu<br />

endividamento e quase tudo que arrecada, do ponto<br />

de vista de geração de superávit primário, sobretudo<br />

para pagamento de dívida externa, advém dos Estados.<br />

Os Estados são absolutamente sacrificados. Os<br />

indexadores são cruéis, Sr. Presidente, e à medida<br />

que os Estados são sacrificados, as suas populações<br />

também são prejudicadas.<br />

Dessa forma, registro que ouvi aqui muita falácia,<br />

muitas pessoas tentando justificar o seu voto e a<br />

sua posição favorável ao Governo, deixando de lado<br />

os interesses maiores dos Estados brasileiros e das<br />

populações que neles vivem.<br />

Os contratos são injustos, repito, Sr. Presidente,<br />

e queremos exatamente o cumprimento da Lei de Responsabilidade<br />

Fiscal, que não está sendo cumprida em<br />

relação ao endividamento dos Estados.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB –<br />

AL) – Concedo a palavra ao Senador Inácio Arruda.<br />

O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB – CE)<br />

– Sr. Presidente, considero esse um debate mais de<br />

fundo, por isso imagino que não se trata de alguma<br />

falácia, com todo respeito ao Senador Marconi Perillo,<br />

que teve a responsabilidade de governar por oito anos<br />

o seu Estado, durante um regime de responsabilidade<br />

fiscal que impôs negociação aos Estados. Isso ocorreu<br />

lá atrás, não agora. Não começou agora. As negociações<br />

mais duras que fizemos pelo Estado do Ceará<br />

foram realizadas lá atrás, e é sob o manto desses contratos<br />

que nós estamos. Esse é o grande problema. São<br />

esses os contratos que asfixiam os Estados.<br />

O que estamos propondo, então, na emenda? Estamos<br />

propondo desorganizar toda essa situação que<br />

foi estabelecida e recomeçar, estabelecendo um novo<br />

parâmetro a partir daqui. Isso, da forma como está sendo<br />

encaminhado, aí sim, criaria algo insustentável.<br />

Não é só o problema da Lei de Responsabilidade<br />

Fiscal, não é só o problema de sermos, como disse


538<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16049<br />

aqui o Senador Jefferson Péres, radicais na defesa da<br />

austeridade. Não, porque em determinados momentos<br />

nós devemos sair da austeridade para desenvolver o<br />

Estado nacional, para ter o projeto nacional, para fazer<br />

crescer a economia brasileira. Em determinados<br />

momentos, sim, precisamos fugir disso, porque ela<br />

nos asfixia; mas, agora, nesta situação, iríamos estabelecer<br />

uma política de desmantelo, e isso não seria,<br />

digamos assim, favorável.<br />

Abrir o espaço para o debate, para a negociação?<br />

Acredito que deve haver um compromisso nosso. A<br />

Liderança do Governo estabeleceu isso aqui, na pessoa<br />

do Líder Romero Jucá, e a Base do Governo deve<br />

fazer isso, sim. Vamos buscar o espaço para negociação<br />

entre os Estados e a União, mas acredito que não<br />

seria dessa maneira, porque a proposta que substitui<br />

a oferta dos contratos que já estão em curso também<br />

não é favorável para a negociação que se quer.<br />

Gostaríamos de buscar esse caminho.<br />

(Procede-se à votação.)<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Se todos já votaram, vou encerrar a votação<br />

e proclamar o resultado. Temos várias votações nominais.<br />

Neste momento, só é permitido que falem o Relator<br />

e o autor dos destaques, além dos Líderes, para<br />

encaminhar o posicionamento da Bancada.<br />

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB – RJ)<br />

– Sr. Presidente, estão chegando, para votar, Senadores<br />

que estavam na Comissão. Se V. Exª puder, solicito<br />

que estenda o tempo por mais alguns minutos, talvez<br />

dois ou três.<br />

O SR. EDUAR<strong>DO</strong> SUPLICY (Bloco/PT – SP)<br />

– Estou votando, Sr. Presidente.<br />

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB – RJ)<br />

– Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Concedo a palavra ao Senador Marcelo Crivella.<br />

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB – RJ)<br />

– Apenas desejo dizer, Sr. Presidente, que é consenso<br />

nesta Casa que os Estados estão asfixiados e precisam<br />

de mais recursos para investir; porém, esse não<br />

é o caminho. Não podemos quebrar contratos estabelecidos,<br />

porque isso será derrubado na Justiça, além<br />

de desorganizar completamente a nossa Lei de Responsabilidade<br />

Fiscal, que tem dado ao Brasil bons<br />

resultados.<br />

Então, Sr. Presidente, já encaminhei o voto “não”<br />

e quero apenas dizer que o debate se abre hoje e é<br />

profundo. Vamos encontrar um caminho que não seja<br />

esse, já que, como disse o Relator, não é recomendável<br />

que se quebrem contratos perfeitos, juridicamente<br />

falando.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB –<br />

AL) – Concedo a palavra ao Senador José Agripino.<br />

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL – RN) – Sr. Presidente,<br />

o Democratas vota “sim” e entende que esse<br />

destaque significa, na verdade, um PAC para os Estados,<br />

liberando um pouco de recursos próprios para que<br />

invistam naquilo que é fundamental para a retomada<br />

do crescimento, Estado por Estado.<br />

O Democratas vota “sim”.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Concedo a palavra ao Senador Heráclito Fortes,<br />

pela ordem.<br />

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI) – Sr. Presidente,<br />

Srªs e Srs. Senadores, quero aproveitar este<br />

minuto que me foi concedido para, ao lado do Senador<br />

Eduardo Suplicy, lamentar a decisão da Suprema Corte<br />

da Venezuela, que determinou o fechamento da Rádio<br />

e Televisão da Venezuela a partir do dia 28.<br />

Lamento, porque, antigamente, era um privilégio<br />

do Partido de V. Exª defender a liberdade de imprensa<br />

e os direitos humanos. No entanto, acredito, Senador<br />

Eduardo Suplicy, que é um dever e uma obrigação de<br />

todos nós protestar contra essa decisão controversa e<br />

descabida, que vai tirar do ar uma voz independente,<br />

que tem coragem de fazer contraponto a um governo<br />

que, a passos largos, desencaminha-se do rumo democrático<br />

que estamos adotando na América Latina.<br />

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – Mas o que<br />

o Senador Eduardo Suplicy tem com isso?<br />

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI) – Faço<br />

este registro na certeza de que o Senador Eduardo<br />

Suplicy se solidarizará com a liberdade de imprensa<br />

na Venezuela e, quem sabe, irá até lá verificar, in loco,<br />

as tiranias cometidas contra a imprensa.<br />

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – Agora,<br />

sim.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador Eduardo Suplicy, infelizmente, não<br />

vou conceder a palavra a V. Exª, porque estamos concluindo<br />

um processo de votação e é importante que<br />

avancemos. Depois, garantirei a palavra a todos que<br />

desejarem falar.<br />

Vou encerrar a votação e proclamar o resultado.<br />

Encerrada a votação.<br />

(Procede-se à apuração.)


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

539<br />

16050 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


540<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16051<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Votaram SIM 23 Srs. Senadores; e NÃO, 44.<br />

Houve uma abstenção.<br />

Total: 68 votos.<br />

Está, portanto, rejeitada a Emenda nº 64.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Em votação a Emenda nº 65.<br />

Concedo a palavra ao Senador Marconi Perillo.<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO. Pela<br />

ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, solicito<br />

a V. Exª que coloque em votação, em globo, todos<br />

os demais destaques, em conjunto com o Destaque<br />

à Emenda nº 65.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – As votações, a partir de agora, até completar<br />

uma hora, de acordo com o Regimento, serão todas<br />

simbólicas.<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO) – Já<br />

que a Emenda nº 64 foi derrotada, Sr. Presidente, eu<br />

concordaria que todos os demais destaques fossem<br />

votados em globo.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Consulto os Srs. Líderes se concordam com<br />

o encaminhamento proposto pelo Senador Marconi<br />

Perillo. Se não houver objeção da Casa, procederei<br />

exatamente o que recomenda o Senador. (Pausa.)<br />

Vamos votar, em globo, as Emendas nºs 66, 67<br />

e 65.<br />

Concedo a palavra ao Senador Francisco Dornelles.<br />

O SR. FRANCISCO <strong>DO</strong>RNELLES (Bloco/PP<br />

– RJ. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.)<br />

– Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu diria<br />

que, na realidade, as Emendas nºs 66, 67 e 65 têm o<br />

mesmo enfoque da Emenda votada, a de nº 64. Elas<br />

mudam conceitos estabelecidos pela Lei nº 9.496 para<br />

negociação de uma dívida que já foi feita por meio de<br />

contratos assinados entre a União e os Estados.<br />

Por isso, pelos mesmos motivos por que me posicionei<br />

contrariamente à aprovação da Emenda nº 64,<br />

o meu parecer é contrário à aprovação das Emendas<br />

mencionadas.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Votação, em globo, das emendas conforme<br />

sugerido.<br />

O parecer do Relator é pela rejeição das emendas.<br />

Quem votar “não”, portanto, rejeita as emendas.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que votam de acordo<br />

com o Relator queiram permanecer sentados. (Pausa.)<br />

Rejeitada as emendas.<br />

Aprovado o Projeto de Lei de Conversão, ficam<br />

prejudicadas a Medida Provisória e as demais emendas<br />

a ela apresentadas.<br />

A matéria vai à sanção.<br />

É a seguinte a matéria aprovada:


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

541<br />

16052 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007


542<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16053<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Item 3:<br />

PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO<br />

Nº 10, DE 2007<br />

(Proveniente da Medida Provisória nº 349, de 2007)<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos<br />

do § 6º do art. 62 da Constituição Federal)<br />

Votação, em turno único, do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do Fundo de Garantia<br />

do Tempo de Serviço – FI-FGTS, altera a Lei<br />

nº 8.036, de 11 de maio de 1990, e dá outras<br />

providências (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 349, de 2007 – Programa de Aceleração<br />

do Crescimento – PAC).<br />

A discussão da matéria encerrou-se na sessão<br />

de ontem, com a aprovação dos pressupostos constitucionais<br />

de urgência e relevância.<br />

O parecer de plenário do Relator revisor, Senador<br />

Romero Jucá, sob nº 364, de 2007, foi favorável,<br />

no mérito, e pela constitucionalidade, em função da<br />

relevância, da urgência e da adequação financeira e<br />

orçamentária da Medida Provisória.<br />

Sobre a mesa, requerimentos que serão lidos<br />

pelo Sr. 1º Secretário em exercício, Senador Gerson<br />

Camata.<br />

São lidos os seguintes:<br />

REQUERIMENTO Nº 616, DE 2007<br />

Senhor Presidente,<br />

Nos termos do artigo 312, inciso II do Regimento<br />

Interno do Senado Federal, requeiro destaque para<br />

votação em separado da Emenda nº 5, de autoria do<br />

Senador Arthur Virgílio, oferecida ao PLV Nº 10, de 2007<br />

(proveniente da Medida Provisória nº 349, de 2007).<br />

Sala das Sessões, 23 de maio de 2007. – Senador<br />

Arthur Virgílio.<br />

REQUERIMENTO Nº 617, DE 2007<br />

Senhor Presidente,<br />

Nos termos do artigo 312, inciso II do Regimento<br />

Interno do Senado Federal, requeiro destaque para<br />

votação em separado da Emenda nº 6, de autoria da<br />

Senadora Lúcia Vânia, oferecida ao PLV Nº 10, de 2007<br />

(proveniente da Medida Provisória nº 349, de 2007).<br />

Sala das Sessões, 23 de maio de 2007. – Senador<br />

Arthur Virgílio.<br />

REQUERIMENTO Nº 618, DE 2007<br />

Senhor Presidente,<br />

Nos termos do artigo 312, inciso II, do Regimento<br />

Interno do Senado Federal, requeiro destaque para<br />

votação em separado da Emenda nº 11, de autoria da<br />

Senadora Lúcia Vânia, oferecida ao PLV nº 10, de 2007<br />

(proveniente da Medida Provisória nº 349, de 2007).<br />

Sala das Sessões, 23 de maio de 2007. – Senadora<br />

Lúcia Vânia.<br />

REQUERIMENTO Nº 619, DE 2007<br />

Senhor Presidente,<br />

Nos termos do artigo 312, inciso II do Regimento<br />

Interno do Senado Federal, requeiro destaque para<br />

votação em separado da Emenda nº 57, de autoria do<br />

Senador Flexa Ribeiro, oferecida à Medida Provisória<br />

nº 349, de 2007.<br />

Sala das Sessões, 23 de maio de 2007. – Senador<br />

Flexa Ribeiro.<br />

O SR. EDUAR<strong>DO</strong> SUPLICY (Bloco/PT – SP) – Sr.<br />

Presidente, peço a palavra pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– SP) – Concedo a palavra ao Senador Eduardo Suplicy,<br />

pela ordem.<br />

O SR. EDUAR<strong>DO</strong> SUPLICY (Bloco/PT – SP.<br />

Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Serei breve,<br />

Sr. Presidente.<br />

Solicito a palavra pelo art. 14, por haver sido citado<br />

pelo Senador Heráclito Fortes.<br />

Sobre o que mencionou o Senador Heráclito Fortes,<br />

dos Democratas, que vem defendendo a liberdade<br />

com tanta energia, galhardia, gostaria de dizer que<br />

liberdade apenas para os membros de um Governo,<br />

apenas para os membros de um Partido, por maior que<br />

ele seja, não é liberdade alguma. Liberdade é sempre<br />

liberdade para quem pensa diferente. São as palavras<br />

de Rosa Luxemburgo, quando, em 1917, analisou aspectos<br />

sobre a Revolução Russa.<br />

Gostaria, aqui, de dizer que continuo a pensar<br />

sempre em defesa da liberdade e da democracia, seja<br />

no Brasil, na Rússia, na Alemanha ou na Venezuela.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço a V. Exª.<br />

Votação dos requerimentos de destaque para<br />

a votação em separado das Emendas nºs 5, 6, 11 e<br />

57.<br />

As Srªs e os Srs. Senadores que os aprovam,<br />

queiram permanecer sentados. (Pausa.)<br />

Aprovados.<br />

Aprovados os requerimentos, as emendas destacadas<br />

serão votadas oportunamente.<br />

Em votação o Projeto de Lei de Conversão, que<br />

tem preferência regimental.<br />

Concedo a palavra ao Senador Arthur Virgílio,<br />

pela ordem.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

543<br />

16054 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Pela<br />

ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, quebrando<br />

o procedimento, mas achando que merece, em<br />

face dos fatos que se passam no País, quero apenas<br />

registrar, com muito orgulho para o PSDB, a presença<br />

neste plenário do Governador Teotonio Vilela, figura<br />

pública sobre a qual o meu Partido deposita a mais<br />

absoluta confiança; figura pública que este Senado conhece<br />

e que, no entender do nosso Partido, é honesto<br />

até por genética e é honesto pelos seus gestos, pelos<br />

seus atos, pela sua conduta.<br />

Portanto, gostaria de poder abraçar o meu companheiro<br />

e amigo Teotonio Vilela após este anúncio a<br />

V. Exª, à Casa e à Nação.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Quero, em nome de todas as Srªs e os Srs.<br />

Senadores, registrar a visita do eterno Senador Teotonio<br />

Vilela, Governador de Alagoas, e, mais uma vez,<br />

cumprimentá-lo, pois, já tive a oportunidade de fazê-lo<br />

hoje, pessoalmente.<br />

O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA) – Sr. Presidente,...<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Com a palavra o Senador César Borges.<br />

O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, ontem, no<br />

encerramento da sessão, foi sobrestada a discussão<br />

desta Medida Provisória, oportunidade em que V. Exª<br />

se comprometeu retomá-la posteriormente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Darei a palavra agora a V. Exª, com muita satisfação.<br />

Tem a palavra V. Exª.<br />

O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA. Para encaminhar<br />

a votação. Sem revisão do orador.) – Agradeço<br />

a V. Exª.<br />

Sr. Presidente, ao discutir este projeto, e já o fiz<br />

hoje, desta tribuna, quero me posicionar contrariamente<br />

a ele. Quero fazer ver à Casa que esse projeto é danoso,<br />

porque ele pode comprometer o Fundo de Garantia do<br />

Tempo de Serviço (FGTS). Isso foi colocado aqui, com<br />

muita clareza, por vários Senadores, inclusive destaco<br />

a posição do Senador Francisco Dornelles.<br />

Sr. Presidente, vou dizer por que sou contrário ao<br />

projeto. Para tanto, pediria a atenção das Srªs e dos<br />

Srs. Senadores.<br />

Segundo o balanço do FGTS de dezembro de<br />

2006, o patrimônio total do FGTS era de R$186 bilhões,<br />

sendo que R$65 bilhões estão aplicados em<br />

títulos públicos e ainda disponíveis para empréstimo;<br />

o patrimônio líquido era de R$21 bilhões. Entretanto, é<br />

necessário amortizar cerca de R$25,5 bilhões referentes<br />

a correção dos saldos do FGTS pelos Planos Verão<br />

e Collor até 2012, conforme a Lei Complementar nº<br />

110, de 2001. Portanto, se fosse necessário amortizar<br />

hoje essas despesas deferidas, o patrimônio líquido do<br />

Fundo seria negativo em mais de R$4 bilhões.<br />

Além disso, Sr. Presidente, não é possível prever<br />

o comportamento das receitas do FGTS nos próximos<br />

anos, o que torna ainda incerto o real valor do<br />

seu patrimônio.<br />

Então, por que comprometer esse Fundo? Porque<br />

o Governo viu, nesse patrimônio, uma saída para os<br />

seus planos de investimento em infra-estrutura. Daí por<br />

que haver separado R$5 bilhões para a constituição do<br />

Fundo de Investimento do FGTS, destinado a investir<br />

em energia, rodovia, ferrovia, porto e saneamento.<br />

Nada contra. Mas que invista o Governo com recursos<br />

do Orçamento-Geral da União, e não com Fundo de<br />

Garantia do Tempo de Serviço dos trabalhadores. Tal<br />

montante, Sr. Presidente, previsto inicialmente em R$5<br />

bilhões, pode aumentar, chegando a R$16,7 bilhões ou<br />

a R$17 bilhões, o que significaria 80% do patrimônio<br />

líquido. E o que é pior: mediante, unicamente, deliberação<br />

específica do Conselho Curador do Fundo. Ou<br />

seja, o Governo considera que R$4,2 bilhões representam<br />

um colchão de liquidez que seriam suficientes<br />

– o que não é – para cobrir eventuais rombos no Fundo<br />

de Garantia. Esta é a primeira razão importante, Sr.<br />

Presidente, mas não é a única.<br />

A outra razão é que o Fundo foi criado, Sr. Presidente,<br />

para aplicar em habitação popular, em saneamento<br />

básico e em infra-estrutura. Isto está na Lei<br />

nº 8.036, de 1990, aprovada pelo Congresso (art. 9º,<br />

§2º).<br />

Entretanto, Sr. Presidente, Senador Renan Calheiros<br />

– chamo a atenção de V. Exª –, V. Exª sabe do<br />

nosso esforço para aprovarmos o marco regulatório de<br />

zoneamento, no qual estava previsto, e já negociado<br />

com a Casa Civil, que o setor de saneamento poderia<br />

receber recursos do Fundo para aportar capital às<br />

empresas de saneamento. Sr. Presidente, o Governo<br />

vetou esse parágrafo! Vetou o disposto no art. 56 da<br />

Lei Regulatória de Saneamento! O Governo, em sua<br />

justificativa, disse não poder mudar o Fundo, porque<br />

os recursos são necessários à política habitacional, à<br />

de saneamento básico e à de infra-estrutura urbana<br />

apenas. O Governo disse isso na justificativa do seu<br />

veto. Lamentavelmente, Sr. Presidente, ainda não apreciamos<br />

esses vetos aqui. O Governo mutilou a Lei de<br />

Saneamento, aprovada no Senado e na Câmara.<br />

E agora, o próprio Governo – porque lhe é conveniente<br />

no momento – está defendendo a aplicação<br />

nos setores de FGTS em outras áreas, como o de infraestrutura,<br />

para cobrir sua deficiência de não investir na<br />

infra-estrutura do País, de não avançar com as PPPs.


544<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16055<br />

Sr. Presidente, por isso, estamos nos posicionando<br />

contra esta Medida Provisória, contra este Projeto<br />

de Conversão.<br />

Ao fazer essa defesa e ao encaminhá-la, solicito<br />

o apoio de S. Exªs para que possamos impedir<br />

que, na verdade, o Governo “meta a mão” no Fundo<br />

de Garantia do Tempo de Serviço para retirar recursos<br />

do saneamento, da habitação e da infra-estrutura<br />

urbana e colocá-los em setores que precisam de recursos,<br />

sim, mas que deverão vir de outras fontes e<br />

não da do FGTS.<br />

Muito obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço a V. Exª.<br />

Concedo a palavra ao Senador Arthur Virgílio.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Para<br />

encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) – Sr.<br />

Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocupei ontem esta<br />

tribuna para apresentar meus argumentos contrários à<br />

Medida Provisória nº 349. Ressaltei, ao finalizar, que a<br />

Medida tem o propósito de capitalizar a Caixa Econômica<br />

Federal com recursos dos trabalhadores.<br />

Não condeno a idéia contemplada na proposta,<br />

no que se refere às necessidades de se buscar formas<br />

alternativas de financiamentos para a infra-estrutura<br />

do Brasil. Condeno a forma. E mais: condeno duplamente<br />

a forma.<br />

Primeiro, porque não faz sentido editar uma medida<br />

provisória para tratar deste tema. Isso poderia<br />

muito bem ser tratado por meio de projeto de lei. Ela<br />

não obedece, portanto, ao princípio da urgência e da<br />

relevância, pré-condições básicas para a edição de<br />

uma medida provisória.<br />

Segundo, porque não havia necessidade de se<br />

criar um novo fundo para gerir os recursos do FGTS<br />

(Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Bastaria uma<br />

alteração na atual lei para incluir infra-estrutura entre<br />

os setores que poderiam ser financiados com recursos<br />

do FGTS, depois de deliberação do seu Conselho.<br />

No prazo regimental, sob minha coordenação,<br />

o PSDB recomendou duas emendas. Uma inclusive<br />

tratando da inconstitucionalidade, conforme Adin<br />

protocolada no Supremo Tribunal Federal pelas centrais<br />

sindicais, argumentando no que entendia ser a<br />

inconstitucionalidade do texto. E isso destaquei, para<br />

votarmos em separado.<br />

Mas, recentemente, depois de conversas com<br />

diversos setores envolvidos no tema, acabei trabalhando<br />

na proposta de uma emenda substitutiva que,<br />

lamentavelmente, não tive a chance de esboçar para<br />

o Relator, o que farei neste momento.<br />

EMENDA SUBSTITUTIVA<br />

AO PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO<br />

Nº 10, DE 2007<br />

Art. 1º Fica autorizada a aplicação de<br />

R$5.000.000.000,00 (cinco bilhões de reais)<br />

do patrimônio líquido do FGTS, registrado<br />

em 31 de dezembro de 2006, em empreendimentos<br />

dos setores de energia, rodovias,<br />

ferrovias, hidrovias, portos e saneamentos,<br />

observado o disposto na Lei nº 8.036, de 11<br />

de maio de 1990.<br />

§ 1º Caberá ao Conselho Curador do<br />

FGTS, além do disposto no art. 5º da Lei nº<br />

8.036, de 1990: definir a exposição máxima de<br />

risco dos investimentos; estabelecer o limite<br />

máximo de participação dos recursos por setor,<br />

por empreendimento e por classe de ativo,<br />

observados os requisitos técnicos aplicáveis.<br />

§ 2º Após a aplicação integral dos recursos<br />

de que trata o caput, o Conselho Curador<br />

do FGTS, a partir de proposta da Caixa<br />

Econômica Federal, poderá autorizar a aplicação<br />

sucessiva de parcelas adicionais de<br />

R$5.000.000.000,00 (cinco bilhões de reais)<br />

cada, até ser atingido o valor limite equivalente<br />

a 80% do patrimônio líquido do FGTS registrado<br />

em 31 de dezembro de 2006.<br />

Art. 2º A Lei nº 8.036, de 11 de maio<br />

de 1990, passa a vigorar com as seguintes<br />

alterações:<br />

Art. 5º ...................................................<br />

I – Estabelecer as diretrizes e os programas<br />

de alocação de todos os recursos do<br />

FGTS, de acordo com os critérios definidos<br />

nesta lei, em consonância com a política nacional<br />

de desenvolvimento urbano e as políticas<br />

setoriais de habitação, de saneamento e<br />

de infra-estrutura estabelecidas pelo Governo<br />

Federal;<br />

...................................................... (NR)<br />

Art. 6º ...................................................<br />

IV – acompanhar a execução dos programas<br />

de habitação, de saneamento e de infraestrutura<br />

decorrentes da aplicação de recursos<br />

do FGTS implementados pela CEF;<br />

..............................................................<br />

VI – subsidiar o Conselho Curador com<br />

estudos técnicos necessários ao aprimoramento<br />

operacional dos programas de habitação, de<br />

saneamento e de infra-estrutura;


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

545<br />

16056 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

VII – definir as metas a serem alcançadas<br />

nos programas de habitação, de saneamento<br />

e de infra-estrutura. (NR)<br />

Art. 7º ...................................................<br />

III – definir os procedimentos operacionais<br />

necessários à execução dos programas<br />

de habitação, de saneamento e de infra-estrutura<br />

estabelecidos pelo Conselho Curador,<br />

com base nas normas e diretrizes de aplicação,<br />

elaboradas pelo gestor da aplicação do<br />

FGTS;.<br />

IV – elaborar as análises jurídica e econômico-financeira<br />

dos projetos de habitação,<br />

de saneamento e de infra-estrutura a serem<br />

financiadas com recursos do FGTS;<br />

Art. 9º ...................................................<br />

§ 2º Os recursos do FGTS deverão ser<br />

prioritariamente aplicados em habitação, saneamento<br />

básico e em infra-estrutura urbana<br />

e, subsidiariamente, em empreendimentos<br />

dos setores de energia, rodovias, ferrovias,<br />

hidrovias, portos e saneamento, e as disponibilidades<br />

financeiras deverão ser mantidas em<br />

volume que satisfaça as condições de liquidez<br />

e remuneração mínima necessárias à preservação<br />

do poder aquisitivo da moeda.<br />

...................................................... (NR)<br />

Art. 3º Esta lei entra em vigor na data de<br />

sua publicação.<br />

Justifico, Sr. Presidente, dizendo que o Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, proveniente<br />

da Medida Provisória nº 349, de 2007, criou o Fundo<br />

de Investimento do Fundo de Garantia por Tempo de<br />

Serviço, o FI-FGTS. Trata-se da utilização de parte do<br />

patrimônio líquido do FGTS...<br />

O Sr. Romero Jucá (PMDB – RR) – Senador<br />

Arthur Virgílio, V. Exª me permite um aparte?<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sem<br />

dúvida.<br />

O Sr. Romero Jucá (PMDB – RR) – V. Exª acaba<br />

de fazer a proposição de um texto alternativo? É isso o<br />

que eu entendi? Foi esse texto que V. Exª leu?<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sr.<br />

Senador Romero Jucá, novamente, a designação do<br />

Relator ocorreu muito em cima e eu aqui esclareci<br />

que não tive ocasião de expor minhas idéias ao Relator,<br />

por absoluta falta de tempo, de exeqüibilidade. E<br />

aqui explico: ao dizer o que eu teria proposto – não é<br />

exatamente uma proposta; eu poderia fazê-la até por<br />

um projeto meu –, estou afirmando que estou tentando<br />

explicar, Sr. Senador, que nós embasamos nessas<br />

razões as minhas razões para votar contra a matéria.<br />

O Sr. Romero Jucá (PMDB – RR) – Mas V. Exª<br />

leu um texto que seria alternativo, não é isso?<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sim,<br />

ele seria um texto alternativo se houvesse disposição<br />

do Governo para negociar.<br />

O Sr. Romero Jucá (PMDB – RR) – Se houver<br />

entendimento, eu transformo meu parecer no substitutivo<br />

de V. Exª. Acato o entendimento, com uma mudança,<br />

que é exatamente o Destaque nº 11, da Senadora<br />

Lúcia Vânia, que agrega aos objetivos do Fundo<br />

a questão da armazenagem rural.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Muito<br />

bem...<br />

O Sr. Romero Jucá (PMDB – RR) – Se houver<br />

esse entendimento, concordo com o texto que V. Exª<br />

acabou de ler.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Muito<br />

bem. Gostaria de ouvir o arrazoado que tem o Senador<br />

Tasso Jereissati, após a minha fala, e, se não houver<br />

incompatibilidade entre os dois textos, faremos, sem<br />

dúvida alguma, esse acordo que julgo proveitoso para<br />

o País, Sr. Senador.<br />

Muito bem, Sr. Presidente. Trata-se da utilização<br />

de parte do patrimônio líquido do FGTS para financiar<br />

empreendimentos nos setores de energia, rodovia,<br />

ferrovia, hidrovia, porto e saneamento.<br />

Concordamos plenamente com a utilização de<br />

recursos do FGTS para investimentos nas áreas mencionados,<br />

já que esses são prementes e focalizam o<br />

gargalo sem cuja eliminação o País não conseguirá<br />

retomar o processo de crescimento. Não vemos, entretanto,<br />

necessidade de criação de um Fundo específico<br />

segregado para esse fim.<br />

Entendemos que esses investimentos devem seguir<br />

a mesma sistemática dos realizados em habitação,<br />

saneamento básico e infra-estrutura urbana. O Conselho<br />

Curador do FGTS pode fixar as diretrizes e os programas<br />

de alocação dos recursos a serem aplicados e<br />

os financiamentos podem ser concedidos diretamente<br />

pela Caixa Econômica Federal (CEF), que deve assumir<br />

os riscos na concessão dos empréstimos.<br />

Essa proposta não constitui novidade. Na verdade,<br />

segue rito similar ao adotado pelo Fundo de<br />

Amparo ao Trabalhador (FAT), que, tal qual o FGTS,<br />

também é composto por recursos dos trabalhadores.<br />

No caso do FAT, o Banco Nacional de Desenvolvimento<br />

Econômico e Social (BNDES), aplica diretamente os<br />

recursos em projetos de infra-estrutura, sendo dele o<br />

risco de crédito.<br />

Trata-se, ademais, de proposta que permitirá economia<br />

substancial de esforços administrativos e simplificação<br />

necessária, em se tratando de um País que


546<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16057<br />

se ressente, em seu processo de desenvolvimento, da<br />

excessiva burocratização e regulamentação.<br />

Sr. Presidente, esse era o pronunciamento que<br />

tinha a oferecer à Casa, justificando o porquê de recomendar<br />

à minha Bancada o voto contrário à aprovação.<br />

O Senador Romero Jucá abriu a perspectiva de<br />

uma negociação em torno deste Substitutivo. Aguardo,<br />

com ansiedade, a manifestação de figuras interessadas<br />

no tema, como o Senador Francisco Dornelles e<br />

o Senador Tasso Jereissati, que elaborou um estudo<br />

bastante detalhado e que, certamente, haverá de enriquecer<br />

o debate, mostrando que tínhamos, novamente,<br />

toda razão ao termos deixado para hoje a discussão<br />

de uma matéria que não estava seguramente madura<br />

para ter sido votada do jeito apressado e açodado<br />

que pretendiam alguns, há algum tempo, na semana<br />

passada.<br />

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço a V. Exª.<br />

Antes de conceder a palavra ao Senador Francisco<br />

Dornelles, concedo a palavra ao Senador Tasso<br />

Jereissati, para encaminhar a votação.<br />

Comunico à Casa que terei de me ausentar da<br />

Presidência, daqui a pouco, em função de uma solenidade<br />

que acontecerá no Supremo Tribunal Federal:<br />

Mostra das Constituições Brasileiras.<br />

Com a palavra V. Exª, Senador Tasso Jereissati.<br />

O SR. TASSO JEREISSATI (PSDB – CE. Para<br />

encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) – Sr.<br />

Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na verdade, há dois<br />

pontos conceituais, que me fazem ser profundamente<br />

contra essa medida provisória que está apresentada.<br />

Vários Senadores já colocaram suas posições, outros<br />

levantaram até elementos quantitativos que justificam<br />

a gravidade do que vou dizer, mas queria expor aqui<br />

dois conceitos, que me fazem ser absolutamente contra<br />

esse projeto de lei.<br />

O FGTS é fundamentalmente recurso para habitação<br />

e saneamento; é basicamente o único grande<br />

recurso de longo prazo que se tem, para fazer habitação<br />

para as classes menos favorecidas, ou seja, para<br />

a habitação popular neste País.<br />

Ora, habitação ainda é o problema mais grave<br />

que este País tem. O déficit habitacional no País é gigantesco!<br />

E não se faz habitação popular, por exemplo,<br />

argumentando-se a falta de recursos ou a incapacidade<br />

de os tomadores pegarem recursos oriundos<br />

do FGTS para fazer financiamento para habitação e<br />

saneamento básico.<br />

No meu Ceará, Senador José Sarney, com certeza,<br />

90% das cidades ainda carecem de saneamento<br />

básico. No Maranhão, deve ser algo parecido; mesmo<br />

em São Paulo, as cidades pequenas ainda carecem<br />

de saneamento.<br />

Na cidade de Fortaleza, a crise habitacional é<br />

gigantesca, enorme. Talvez seja a habitação a base<br />

do maior problema social que temos. Se tivéssemos o<br />

problema habitacional bem resolvido, com certeza, as<br />

favelas, os verdadeiros guetos erguidos nas grandes<br />

cidades não continuariam. Então, vamos pegar parte<br />

desses recursos, tirar da habitação e do saneamento<br />

e destinar para outras finalidades, embora justas,<br />

como infra-estrutura, estradas, pontes? Claro que são<br />

justas, mas existem outras fontes orçamentárias para<br />

financiar esse tipo de obra, sem que se tire justamente<br />

das áreas de habitação popular e saneamento. Vai-se<br />

cometer um erro grave, um equívoco, simplesmente<br />

com o objetivo de alcançar determinados números,<br />

determinadas metas, que estão acima do bem-estar da<br />

população – hoje, o bem-estar da população começa<br />

por habitação e saneamento.<br />

Grave é a precedência que se abre, quando se<br />

começa a tirar recursos do FGTS para outros fins que<br />

não sejam habitação e saneamento. Abre-se a porta,<br />

para que outras destinações e outros projetos, também<br />

justos, entrem nessa fila, fatiando-se e tirando-se a base<br />

que existe no País para o financiamento da habitação<br />

– casa popular – e do saneamento.<br />

Existem, neste Congresso, vários projetos nesse<br />

sentido. Eu mesmo já fui Relator de um projeto que<br />

permitia que recursos do FGTS do trabalhador fossem<br />

aplicados na Bolsa de Valores, de maneira que ele tivesse<br />

rendimentos e se acostumasse a participar do<br />

mercado financeiro, nele integrando-se, ao mesmo<br />

tempo em que isso revigoraria enormemente a Bolsa<br />

de Valores.<br />

Tratava-se de um projeto correto, mas fomos contra,<br />

porque não se pode tirar recursos da habitação,<br />

que é, repito, o maior déficit que há neste País. Por<br />

outro lado, o Governo argumenta que esse recurso<br />

é uma sobra, um excesso, que existe em função das<br />

aplicações dos recursos do FGTS.<br />

Essa sobra existe por causa – usando um termo<br />

muito popular – de uma enorme tunga que se faz ao<br />

trabalhador brasileiro. Se existe essa sobra, ela deveria<br />

estar remunerando melhor o trabalhador brasileiro,<br />

pois se trata de dinheiro dele, que está sendo administrado<br />

por este fundo, que é o Fundo de Garantia do<br />

Tempo de Serviço.<br />

Ora, o que faz o Governo? Pega esses recursos,<br />

aplica-os em títulos à taxa Selic, que hoje está em redor<br />

de 12,5%, e paga ao trabalhador, Senador Mão<br />

Santa, TR mais 3%. Como a TR está em torno de 2%,<br />

isso significa 5%.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

547<br />

16058 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

Então, isso é um verdadeiro desvio, assalto, confisco<br />

ao trabalhador, que se está fazendo.<br />

Ora, por que a Caixa aplica esses recursos a<br />

12,5%, pela Selic, em títulos públicos, e paga ao trabalhador<br />

somente 5%? Com isso, acontece a sobra, a<br />

que o Governo se refere como algo que não pertence<br />

ao trabalhador. Ora, pertence, sim! É um confisco feito<br />

ao trabalhador brasileiro.<br />

Além de um confisco feito ao trabalhador... Senador<br />

Romero, é exatamente isso. V. Exª está rindo, mas<br />

é um verdadeiro confisco ao trabalhador. Quero que V.<br />

Exª depois me prove que essa conta está errada.<br />

Esses recursos – e fica aqui a sugestão, já que<br />

quem está no poder é o Partido dos Trabalhadores,<br />

é o Partido que defende os trabalhadores –, em vez<br />

de serem jogados aos empreiteiros, poderiam muito<br />

bem ser usados para melhorar a remuneração dada<br />

ao trabalhador brasileiro. Por que não se aplicar à<br />

taxa Selic? Senador Romero Jucá, faço agora como<br />

o Senador Mão Santa já fez com o Senador Eduardo<br />

Suplicy: “Por favor!”<br />

Por que não aplicar esses recursos à taxa Selic,<br />

para que cheguem diretamente às mãos do trabalhador?<br />

Por que se aplica dessa maneira? Onde está<br />

essa diferença?<br />

Por essa razão, sou conceitualmente contra colocar-se<br />

qualquer recurso do trabalhador brasileiro, que<br />

está sendo mal remunerado, em ações outras, que, por<br />

lei, deveriam ser nas áreas de habitação e saneamento,<br />

nas quais existe enorme déficit. Sou contra aplicá-los<br />

em outras finalidades, para que não caiam nas mãos<br />

das empreiteiras, passando a rodar pelo País afora,<br />

conforme temos visto.<br />

Muito obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB –<br />

AL) – Concedo a palavra ao Senador Romero Jucá.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR. Para encaminhar<br />

a votação. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

Srªs e Srs. Senadores, como Relator da matéria,<br />

gostaria de fazer alguns esclarecimentos à Casa, para<br />

que possamos votar rapidamente a matéria.<br />

Entre os esclarecimentos, queria registrar, primeiro,<br />

que, em hipótese alguma, os recursos alocados ao<br />

Fundo ingressarão na tesouraria da Caixa Econômica.<br />

Portanto, não há capitalização da Caixa Econômica.<br />

A capitalização da Caixa Econômica em R$5 bilhões<br />

foi feita na medida provisória anterior, na MP nº 347,<br />

relatada pelo Ministro Francisco Dornelles.<br />

Então, quero tranqüilizar V. Exªs: esses recursos<br />

continuarão a ser geridos no Fundo. O Conselho Curador<br />

é que analisará cada projeto, sua rentabilidade, e<br />

o aprovará ou não.<br />

Por que se discutiu esse tipo de mecanismo?<br />

Existem algumas vantagens: primeiro, o nível de financiamento<br />

direto às empresas não cria impacto no primário,<br />

portanto pode ser feito um investimento a mais<br />

em infra-estrutura, em setores produtivos; segundo,<br />

esse recurso não penaliza em nada o trabalhador.<br />

Então, quero responder ao Senador Tasso Jereissati:<br />

as contas dos trabalhadores são individualizadas<br />

e têm remuneração fixa–: TJLP mais 3%.<br />

O Sr. Tasso Jereissati (PSDB – CE) – É de 5%<br />

ao ano.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – Não,<br />

5% ao ano, porque é a correção mais os 3%. É de<br />

5% ao ano.<br />

O Sr. Tasso Jereissati (PSDB – CE) – É de 5%<br />

ao ano.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – Essa<br />

garantia de 5% já está dada no projeto. A expectativa<br />

é de que a remuneração do Fundo seja maior. Essa<br />

remuneração não vai causar impacto na conta do trabalhador;<br />

não se está tirando dinheiro da conta do<br />

trabalhador.<br />

Por que o Conselho Curador quis votar uma proposta<br />

que tira investimento da conta Selic para levar<br />

para o setor produtivo?<br />

Por algumas questões: primeiro, o Governo do<br />

Presidente Lula está diminuindo a taxa Selic e os juros,<br />

que chegarão a um patamar menor. O recurso do FGTS<br />

não tem de ser discutido para ser aplicado em títulos<br />

do Governo, não. Se o recurso do FGTS pode gerar<br />

emprego, atividade produtiva, como estamos ampliando<br />

a proposta da Senadora Lúcia Vânia e colocando<br />

também os recursos destinados ao armazenamento<br />

rural, isso vai beneficiar a sociedade, o emprego e a<br />

arrecadação de impostos como um todo.<br />

Então, não é verdade que há prejuízo; não é verdade<br />

que se capitaliza a Caixa; não é verdade que não<br />

vai haver recurso para habitação. Ao contrário! Quero<br />

passar um dado para todas as Srªs e os Srs. Senadores.<br />

“Atentai bem”, Senador Tasso Jereissati! Diz textualmente<br />

o art. 4º da Medida Provisória:<br />

Os orçamentos anuais do FGTS, para vigorar<br />

nos exercícios de 2008 a 2011, inclusive, preverão um<br />

volume adicional de aplicações na área de habitação<br />

popular para produção de novas habitações, nos termos<br />

do §2º do art. 9º (...), igual ao montante de recursos<br />

desembolsados pelo FI-FGTS no exercício anterior.<br />

Ou seja, o que foi aplicado no FI-FGTS do setor<br />

produtivo vai ser também acrescido em habitação.<br />

Não há risco de se diminuir o investimento em<br />

habitação – o risco é zero. Se nada for aplicado no<br />

Fundo, a habitação fica como está; se forem apli-


548<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16059<br />

cados R$3 bilhões no Fundo, a habitação tem de<br />

aumentar em R$3 bilhões. Está aqui a garantia.<br />

A garantia pode também ser vista na prática. Em<br />

2002, o FGTS financiou 209 mil habitações e investiu<br />

R$2,9 bilhões. Em 2006, financiou 367 mil habitações<br />

e investiu R$5.491 bilhões; ou seja, dobrou em quatro<br />

anos. A habitação está garantida, assim como a remuneração<br />

do trabalhador. A garantia do investimento<br />

produtivo está feita.<br />

Portanto, Sr. Presidente, apelo a todas as Srªs.<br />

Senadoras e a todos os Srs. Senadores, para que venhamos<br />

aprovar este Fundo, que é mais um instrumento<br />

de atividade econômica e de geração de empregos.<br />

Sem causar impacto ao setor primário, vai financiar atividades<br />

de infra-estrutura produtiva que vão alavancar<br />

empregos neste País.<br />

Conheço a preocupação do Ministro Francisco<br />

Dornelles na questão do superávit ou do déficit do<br />

Fundo. S. Exª levanta uma importante questão, que foi<br />

provisionada, e o deferimento dos créditos do projeto<br />

de lei que eu relatei no Senado – da renegociação da<br />

dívida do FGTS no valor de R$40 bilhões. E ainda há<br />

R$24 bilhões para serem pagos ao longo de 15 anos.<br />

No entanto, desses R$24 bilhões, R$13,8 bilhões já<br />

estão diferidos no balanço da Caixa Econômica Federal.<br />

O restante, para ser pago em 15 anos, vai ser pago<br />

com tranqüilidade, porque, no ano de 2006, o superávit<br />

da operação do FGTS foi de R$6 bilhões.<br />

Se levarmos em conta os próximos dez anos, o<br />

superávit projetado é de R$ 60 bilhões, ficando, portanto,<br />

completamente tranqüilo o pagamento dessas<br />

questões.<br />

Assim, apelo às Srªs Senadoras e aos Srs. Senadores<br />

para que votemos esta matéria extremamente<br />

importante para a atividade produtiva, para os investimentos<br />

do País, para o crescimento econômico e para<br />

a geração de empregos, garantindo a remuneração e<br />

nenhum prejuízo para o trabalhador do FGTS.<br />

Muito obrigado.<br />

Durante o discurso do Sr. Romero Jucá,<br />

o Sr. Renan Calheiros, Presidente, deixa a cadeira<br />

da presidência, que é ocupada pelo Sr.<br />

Gerson Camata, 2º Secretário.<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA) – Sr. Presidente,<br />

peço a palavra para discutir.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – A Mesa está garantindo inscrições para o encaminhamento.<br />

Para o encaminhamento, estão inscritos<br />

os Senadores Marconi Perillo, desde ontem,<br />

Inácio Arruda, Garibaldi Alves, Francisco Dornelles,<br />

José Agripino e Aloizio Mercadante e, agora, Senador<br />

Papaléo Paes. É a ordem de inscrição.<br />

A Mesa adverte que os encaminhamentos devem<br />

durar cinco minutos, de acordo com o que consta no<br />

Regimento Interno, sem direito a apartes. O cumprimento<br />

do Regimento faz com que a sessão seja mais<br />

rápida, que as discussões sejam mais claras e que mais<br />

Senadores participem das discussões mais produtivas,<br />

como me diz aqui o Senador Edison Lobão.<br />

A Mesa agradece.<br />

O SR. FRANCISCO <strong>DO</strong>RNELLES (Bloco/PP<br />

– RJ) – Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Concedo a palavra ao Senador Francisco Dornelles<br />

pela ordem.<br />

O SR. FRANCISCO <strong>DO</strong>RNELLES (Bloco/PP<br />

– RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

acredito que estejamos em fase de discussão.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Não, estamos em fase de encaminhamento. A<br />

discussão foi encerrada ontem. Nós estamos em fase<br />

de encaminhamento de votação.<br />

O SR. FRANCISCO <strong>DO</strong>RNELLES (Bloco/PP<br />

– RJ) – Não, Sr. Presidente, peço a V. Exª que confira<br />

com a Mesa.<br />

O Presidente Renan Calheiros, atendendo a vários<br />

Senadores, concordou em abrir hoje a fase de<br />

discussão. Eu gostaria que a Secretaria da Mesa confirmasse<br />

isso com V. Exª. Nós estamos em fase de<br />

discussão.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – As notas taquigráficas registram que o Senador<br />

Renan Calheiros encerrou ontem a discussão<br />

e garantiu a palavra a quem quisesse encaminhar a<br />

votação hoje.<br />

Vamos cumprir o que foi feito ontem, com o encerramento<br />

da discussão. As notas taquigráficas serão<br />

levadas a V. Exª.<br />

O próximo Senador inscrito para encaminhar a<br />

votação é o Senador Marconi Perillo, a quem concedo<br />

a palavra pelo tempo regimental de cinco minutos,<br />

solicitando que S. Exª, dentro do possível, cumpra o<br />

Regimento em benefício de todos. Muito obrigado.<br />

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB – GO. Para<br />

encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) – Sr.<br />

Presidente, Srªs e Srs. Senadores, esta é uma medida<br />

provisória muito importante que trata de assunto de<br />

interesse relevante para os trabalhadores brasileiros.<br />

Estamos tratando de matéria relacionada ao Fundo de<br />

Garantia do trabalhador, o FGTS, e é importante registrar<br />

que, na sessão de ontem, lembrava que teríamos<br />

um patrimônio líquido negativo em relação ao FGTS.<br />

Fui contestado por alguns colegas e hoje trago<br />

aqui, Sr. Presidente, informações absolutamen-


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

549<br />

16060 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

te críveis, absolutamente concretas em relação ao<br />

balancete do FGTS referente ao ano de 2006.<br />

No final de 2006, o FGTS tinha, em termos de ativos,<br />

R$186,1 bilhões e um passivo de R$164,8 bilhões;<br />

portanto, um patrimônio líquido de R$21,4 bilhões.<br />

É importante registrar, Sr. Presidente, que, no ativo,<br />

já está incluído o ativo diferido de R$25,5 bilhões,<br />

dívida do FGTS ainda não lançada como despesa,<br />

segundo o art. 9º da Lei Complementar nº 1.101, de<br />

2001. Assim, essa é uma questão preocupante e relevante.<br />

O patrimônio líquido do FGTS, está, na nossa<br />

avaliação e segundo esses dados, que são absolutamente<br />

críveis, negativo em R$4,1 bilhões. Isso significa<br />

que, caso o FGTS acabasse hoje, seu valor descoberto<br />

seria de mais de R$4 bilhões.<br />

A Medida Provisória nº 349, na prática, transfere<br />

R$5 bilhões do FGTS para um outro fundo administrado<br />

pela Caixa Econômica Federal, ou seja, capitaliza a<br />

Caixa Econômica Federal e autoriza o Conselho Curador<br />

do FGTS a transferir para o Fundo criado até 80%<br />

do patrimônio líquido registrado a 31 de dezembro de<br />

2006, que era de R$21,4 bilhões, podendo o montante<br />

da transferência chegar a R$17,1 bilhões.<br />

Ocorre que, em decorrência do ativo diferido de<br />

R$25,5 bilhões,o patrimônio líquido do FGTS é, portanto,<br />

concretamente, negativo. Na realidade, Sr. Presidente,<br />

essa transferência deixará o FGTS em uma<br />

posição muito vulnerável.<br />

Portanto, esta sessão de hoje tem uma importância<br />

muito grande. Estamos tratando de um tema<br />

que diz respeito aos trabalhadores brasileiros. Não<br />

podemos permitir que o Governo tungue o trabalhador<br />

brasileiro, sobretudo este Governo, que se diz oriundo<br />

das classes trabalhadoras.<br />

O Senador Francisco Dornelles, economista que<br />

entende a fundo essa questão e, inclusive, faz parte da<br />

Base do Governo Lula, apresentou parecer, emendas<br />

e destaques para votação absolutamente contundentes.<br />

Fico, Sr. Presidente, com a posição do Senador<br />

Francisco Dornelles, um dos mais ilustres brasileiros,<br />

uma das figuras públicas mais preparadas, com maior<br />

conteúdo intelectual, de maior preparo técnico de toda<br />

a nossa Nação. Se o Senador Francisco Dornelles encampa,<br />

com tanta firmeza, essa posição e se temos<br />

uma convicção firmada em função dos números e informações<br />

relativos ao balanço de 2006, estaremos,<br />

com toda certeza, votando contrariamente a essa medida<br />

provisória por entendê-la absolutamente nociva<br />

e prejudicial ao trabalhador brasileiro.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Muito obrigado a V. Exª, Senador Marconi<br />

Perillo. A Mesa agradece por V. Exª ter-se atido ao<br />

horário concedido regimentalmente.<br />

Concedo a palavra ao próximo orador inscrito para<br />

encaminhar a votação, o ilustre Senador Inácio Arruda,<br />

pelo tempo regimental de cinco minutos.<br />

O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB – CE.<br />

Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador)<br />

– Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, oferecemos<br />

duas emendas a essa importante Medida Provisória<br />

nº 349 com um objetivo: buscar formas de proteger um<br />

patrimônio que pertence aos trabalhadores brasileiros,<br />

oferecer garantias aos trabalhadores.<br />

Quero dizer que uma importante emenda nossa, a<br />

Emenda nº 29, foi acolhida, e ela foi feita com o objetivo<br />

de proteger as contas vinculadas que pertencem aos<br />

trabalhadores do nosso País, o que dá uma segurança<br />

um pouco maior aos investidores principais, que, na<br />

verdade, são esses trabalhadores. São eles que formam<br />

o grande Fundo de Garantia dos trabalhadores,<br />

que é um fundo imenso.<br />

Não temos apenas as contas vinculadas: o resíduo<br />

desse fundo gerou recursos que estão imobilizados<br />

nas mãos do Tesouro e têm sido levados para a<br />

compra de títulos do Governo. A rigor, não tenho ouvido<br />

maiores reclamações em torno da compra desses<br />

títulos, ninguém nunca levanta o fato de que parte<br />

significativa desse dinheiro, muito significativa, bilhões<br />

e bilhões de reais do Fundo de Garantia, têm ancorado<br />

o pagamento da dívida ou são entesourados para<br />

proteger a dívida brasileira, ficam imobilizados nesse<br />

pagamento de dívida.<br />

É parte desse dinheiro, 80% desse dinheiro que<br />

estamos buscando, dinheiro que não tem garantia<br />

alguma quando é usado para comprar títulos. Se os<br />

títulos estão indo bem, você está ganhando, mas se<br />

esses títulos evaporarem, adeus também ao Fundo de<br />

Garantia dos trabalhadores.<br />

Estamos buscando esse dinheiro para alocá-lo<br />

em investimentos, para colocá-lo em um programa de<br />

crescimento, em um programa de desenvolvimento.<br />

Desse ponto de vista, é justo, é correto, é necessário,<br />

é importante dar garantias aos trabalhadores, proteger<br />

as contas vinculadas para que os trabalhadores<br />

possam ir a esse fundo com proteção. Fizemos isso<br />

minimamente.<br />

Quando se comprou ações da Petrobrás ou da<br />

Vale, o que foi aprovado também pelo Congresso Nacional,<br />

não se deu proteção alguma, foi zero de proteção.<br />

Por sorte, as ações dessas companhias vão muito<br />

bem, e os trabalhadores estão ganhando, faturando<br />

com essas ações. No entanto, se estivessem indo mal,<br />

eles teriam zero de proteção.


550<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16061<br />

Por isso, Sr. Presidente, temos que compreender<br />

por dois caminhos. Primeiro: fizemos uma proteção mínima<br />

– nossos relatores acolheram emendas que dão<br />

proteção mínima. Segundo aspecto, que é muito importante:<br />

parte desse dinheiro era utilizada na compra de<br />

títulos da dívida brasileira, mas agora estamos tirando<br />

dinheiro do chamado mercado rentista, um mercado que<br />

serve a esse processo especulativo do rentismo brasileiro,<br />

para aplicá-lo no mercado de desenvolvimento, de<br />

crescimento, de investimentos. Desse ponto de vista, é<br />

um salto, melhora-se o perfil do Fundo de Garantia. Se<br />

nós o protegemos mais, então é um investimento positivo<br />

para o nosso País. Esse é um aspecto muito importante<br />

que temos de enfatizar ao tratar desse fundo<br />

que estamos criando neste momento.<br />

Estamos oferecendo uma proteção mínima. Além<br />

disso, parte desse dinheiro é retirada do rentismo e,<br />

ao mesmo tempo, já aprovamos, na medida provisória<br />

anterior que votamos, o capital da Caixa Econômica.<br />

A questão que estamos discutindo aqui não diz<br />

respeito exatamente ao capital da Caixa Econômica,<br />

mas de recursos dos trabalhadores que estamos<br />

destinando a projetos de desenvolvimento em nosso<br />

País com garantia de retorno. Isto é muito interessante<br />

para os trabalhadores brasileiros: por meio de um<br />

fundo seu, vão patrocinar o desenvolvimento de nosso<br />

País. E mais: áreas significativas, como habitação<br />

e saneamento, não sofrerão solução de continuidade<br />

nos programas que já estão sendo veiculados pelo<br />

Governo por intermédio desse fundo. Não teremos<br />

prejuízo nesses programas, mesmo naqueles que o<br />

Estado brasileiro, com aprovação do Conselho Curador<br />

do Fundo, tem patrocinado quase que a fundo perdido<br />

– esses programas têm sido aprovados pelo Conselho<br />

com um sentido: proteger as populações mais pobres<br />

de nosso País, que estão recebendo dinheiro do Fundo<br />

de Garantia, que é do trabalhador e que tem sido utilizado<br />

quase a fundo perdido. Isso vem sendo feito por<br />

intermédio do Ministério das Cidades em operações<br />

aprovadas pelo Conselho Curador, que diz: “Não, os<br />

trabalhadores vão patrocinar obras de habitação popular<br />

e obras de saneamento para garantir programas<br />

habitacionais para populações de baixíssima renda ou<br />

mesmo para populações de trabalhadores sem renda,<br />

que estão desempregados, mas precisam também de<br />

ter a sua habitação”.<br />

Portanto, Sr. Presidente, dadas essas garantias<br />

mínimas, vamos encaminhar o nosso voto favorável,<br />

porque é um fundo importante para o desenvolvimento,<br />

para o crescimento e, além disso, tira-se dinheiro do<br />

rentismo para aplicá-lo no crescimento, no desenvolvimento<br />

de nossa pátria.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Muito obrigado, Senador Inácio Arruda, pelo<br />

cumprimento estrito do tempo regimental concedido<br />

a V. Exª.<br />

Para encaminhar, concedo a palavra ao Senador<br />

Garibaldi Alves Filho pelo tempo regimental de<br />

cinco minutos.<br />

O SR. GARIBALDI ALVES FILHO (PMDB – RN.<br />

Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.)<br />

– Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, sei que há<br />

muitas dúvidas com relação à criação do Fundo de<br />

Investimento do FGTS.<br />

Com a criação desse fundo, modificam-se as aplicações<br />

dos recursos do patrimônio do FGTS (Fundo<br />

de Garantia por Tempo de Serviço), antes destinadas<br />

somente a saneamento e a habitação, destinando-as<br />

também a energia, transportes e portos.Inicialmente,<br />

serão alocados ao fundo R$5 bilhões.<br />

Além disso, a proposição autoriza transferir até<br />

80% do patrimônio do FGTS em 31/12/2006, o que<br />

representará uma aplicação, Sr. Presidente, de até<br />

R$17,1 bilhões.<br />

Senador Inácio Arruda, sendo o FGTS um direito<br />

dos trabalhadores e patrimônio dos mesmos, segundo<br />

o art. 7º da lei que o criou, o Governo não pode colocar<br />

em risco esse patrimônio.<br />

Digo ao Senador Inácio Arruda e a tantos outros<br />

que, se houvesse risco, eu e também V. Exªs não<br />

nos aventuraríamos a colocar em risco o patrimônio<br />

do FGTS. A disponibilidade de poupança para investimento<br />

do Brasil é baixa; além disso, o que se está<br />

vendo são PPPs de toda ordem, esses instrumentos<br />

que foram anunciados como capazes de fazer que o<br />

Brasil crescesse mais<br />

Mas eles não estão funcionando na prática, Senador<br />

César Borges. O Senado votou aqui, com toda<br />

a celeridade, o chamado Programa PPP, mas não há<br />

notícia do êxito, do sucesso de qualquer empreendimento<br />

patrocinado pelo FGTS. Nenhuma licitação, pelo<br />

menos uma licitação.<br />

O FGTS, como foi já foi dito e não quero ser repetitivo,<br />

Sr. Presidente, tinha, em 31/12/2006, R$71<br />

bilhões em disponibilidade para investimentos. E isso<br />

não é patrimônio líquido, mas ativos aplicados na sua<br />

maior parte, como se disse aqui, em títulos do Tesouro.<br />

Portanto, é um dinheiro que poderia estar financiando<br />

a geração de empregos. No entanto, isso não está<br />

acontecendo.<br />

Quero dizer que uma outra preocupação minha<br />

e de todos os que estão aqui era com relação ao risco<br />

de comprometer o patrimônio do FGTS, mas o risco<br />

de crédito não é do Fundo, que é segregado, como<br />

sabe muito o Ministro Dornelles, que inclusive respei-


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

551<br />

16062 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

to, como todos respeitamos, por ter sido ele que deu<br />

os passos fundamentais para a criação do FGTS. E<br />

sabe S. Exª...<br />

(Interrupção do som.)<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – V. Exª tem um minuto para concluir o seu pronunciamento,<br />

de acordo com o Regimento Interno.<br />

O SR. GARIBALDI ALVES FILHO (PMDB – RN)<br />

– Pois não, Sr. Presidente.<br />

Sabe o Ministro Dornelles que, na verdade, o nosso<br />

trabalhador não correrá nenhum risco, porque este<br />

será assumido pela Caixa Econômica Federal.<br />

Então, Sr. Presidente, diante disso – gostaria de<br />

me estender mais, mas não é possível fazê-lo –, quero<br />

dizer que votarei a favor da implementação do Fundo<br />

de Investimento do FGTS por entender que ele cria<br />

emprego para os trabalhadores e que esse dinheiro<br />

não pode ficar congelado do jeito que está.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – A Mesa agradece a V. Exª, Senador Garibaldi<br />

Alves Filho, o cumprimento estrito do tempo proposto<br />

pelo Regimento Interno.<br />

Temos ainda inscritos para encaminhamento os<br />

Senadores Francisco Dornelles, José Agripino, Aloizio<br />

Mercadante, Flexa Ribeiro, Antonio Carlos Valadares,<br />

Sérgio Guerra, Marcelo Crivella, Lúcia Vânia, Demóstenes<br />

Torres, Mão Santa e Heráclito Fortes.<br />

Cumprindo o tempo de cinco a sete minutos, temos<br />

ainda uma hora de encaminhamento. Assim, peço<br />

aos nossos companheiros Senadores que cumpram<br />

o horário previsto no Regimento para que dentro de<br />

uma hora, uma hora e meia já possamos estar votando<br />

a matéria.<br />

Esse é o apelo que faço a todos os companheiros.<br />

Concedo a palavra ao próximo orador inscrito,<br />

Senador Francisco Dornelles.<br />

O SR. FRANCISCO <strong>DO</strong>RNELLES (Bloco/PP<br />

– RJ. Para encaminhar a votação. Sem revisão do<br />

orador) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero<br />

inicialmente reiterar ao Senador Romero Jucá o meu<br />

maior respeito e, diria mais do que isso, a amizade que<br />

tenho por S. Exª há muito anos. Os entendimentos de<br />

S. Exª eu sempre examino com o maior carinho.<br />

Mas quero dizer a V. Exª, Senador Romero Jucá,<br />

que tendo eu participado, acompanhado a criação<br />

do FGTS pelo Senador Roberto Campos, tendo eu<br />

acompanhado as negociações, não posso votar favoravelmente<br />

a essa medida, porque estou inteiramente<br />

convencido de que ela transfere, de que ela retira, sem<br />

a autorização dos trabalhadores, aproximadamente<br />

R$17 bilhões do FGTS para serem aplicados pela Caixa,<br />

sob as determinações do Governo.<br />

Quero reiterar que, se considerarmos o ativo diferido<br />

colocado no balanço, o patrimônio líquido do Fundo é<br />

negativo, Senador Romero Jucá. Se o Fundo acabasse<br />

hoje, o Governo teria de aportar R$5 bilhões.<br />

Quando V. Exª se referiu ao balancete do Fundo,<br />

V. Exª disse “reservas técnicas”, sob o fundamento de<br />

que isso tinha quer ser considerado junto com o ativo<br />

diferido.<br />

Essa reserva técnica, Senador Romero Jucá, é<br />

para garantir as contas inativas. Se um cidadão trabalha<br />

hoje na empresa A, pede demissão desta empresa<br />

A e vai trabalhar na empresa B, essa conta da A fica<br />

inativa, mas ele terá direito a isso no momento da aposentadoria.<br />

De modo que é uma obrigação do FGTS.<br />

Em segundo lugar, aquela provisão de créditos,<br />

também de R$14 bilhões, nada tem a ver com o ativo<br />

diferido, porque se refere ao montante que ainda será<br />

creditado pelos expurgos e às pessoas que não aderiram<br />

ao acordo. De modo que a realidade é que, se<br />

o Fundo acabasse, a União teria que fazer um aporte<br />

de R$5 bilhões ao Fundo porque seu patrimônio líquido<br />

é negativo.<br />

Queria perguntar inicialmente o seguinte: por que<br />

a criação desse Fundo? Qual é a razão? Para investir<br />

em infra-estrutura.<br />

Srªs e Srs. Senadores, os recursos do FAT – os<br />

Senadores Tasso Jereissati e Arthur Virgílio disseram<br />

muito bem – estão no BNDES. O BNDES aplica em<br />

infra-estrutura e nunca criou um fundo específico para<br />

aplicar. Os recursos do FGTS estão na Caixa Econômica<br />

Federal e podem ser aplicados em saneamento<br />

e habitação. Se a Caixa desejar que eles sejam<br />

aplicados em infra-estrutura, entendo que basta uma<br />

decisão do Conselho Curador, ou, se isso não for necessário,<br />

um projeto de lei, como levantou o Senador<br />

Arthur Virgílio.<br />

O que não entendo é a necessidade de se criar<br />

um novo fundo, tirando, com precedentes perigosíssimos<br />

– como disse o Senador Tasso Jereissati – de R$5<br />

bilhões, e uma autorização para tirar mais que chega<br />

a R$17 bilhões, de um Fundo que é administrado pelos<br />

trabalhadores, pelos empregadores, para que ele<br />

seja administrado praticamente por uma instituição<br />

financeira mais respeitada.<br />

Senador Garibaldi Alves Filho, a medida provisória<br />

garantiu uma remuneração da TR mais 3%, correspondente<br />

ao montante transferido para o Fundo.<br />

Remuneração, Senador Garibaldi! Mas se as quotas<br />

desse Fundo perderem valor, como tudo indica, o patrimônio<br />

do FGTS será afetado, sim, porque essas


552<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16063<br />

quotas ficarão no ativo do FGTS. Se elas perderem<br />

valor, o patrimônio será afetado, sim.<br />

Não vejo razão: se o objetivo é investir em infraestrutura,<br />

o Fundo não precisava ser criado. O sistema<br />

do BNDES cabe na Caixa e cabe com o FGTS. Uma<br />

autorização para a Caixa aplicar os recursos do FGTS<br />

em investimentos de infra-estrutura. É um precedente<br />

extremamente perigoso. Amanhã, podem retirar R$<br />

5 bilhões, R$6 bilhões, R$ 7bilhões, e ninguém sabe<br />

onde vai parar.<br />

Segundo, os trabalhadores não autorizaram que<br />

esses recursos fossem transferidos para o Tesouro. Isso<br />

pertence aos trabalhadores. Houve autorização?<br />

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, porque<br />

estou convencido de que não há necessidade desse<br />

Fundo para aplicar em infra-estrutura? Porque o patrimônio<br />

líquido do Fundo está negativo. É um problema<br />

de conta de somar, de débito e de crédito. Entendo que<br />

podemos atingir todos esses objetivos com um simples<br />

projeto de lei ou de uma aplicação do Codefat. Eu me<br />

pronuncio contrariamente à aprovação do projeto.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Muito obrigado a V. Exª, Senador Francisco Dornelles,<br />

pelo exato cumprimento do tempo regimental.<br />

O próximo orador inscrito para encaminhamento<br />

é o Senador José Agripino. A Mesa aproveita para<br />

cumprimentá-lo pelo transcurso do aniversário de S.<br />

Exª. Parabéns!<br />

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL – RN. Para encaminhar<br />

a votação. Sem revisão do orador.) – Obrigado,<br />

Sr. Presidente, pelos cumprimentos.<br />

Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, depois da<br />

fala do Senador Francisco Dornelles, eminente Líder<br />

do Partido Progressista, ex-Ministro da Fazenda, ex-<br />

Secretário da Receita Federal, um homem extremamente<br />

moderado na prática política que exerce, com<br />

muito espírito público, desde os tempos de Tancredo<br />

Neves, se eu tivesse a intenção de votar essa matéria,<br />

eu desistiria. Honestamente, eu desistiria.<br />

Senador Arthur Virgílio, tenho duas razões fundamentais<br />

que foram expostas claramente. Senador<br />

Eliseu Resende, em primeiro lugar, V. Exª sabe que já<br />

existem ações no Supremo Tribunal Federal, impetradas<br />

por trabalhadores, contestando o uso do Fundo<br />

de Garantia para esse objetivo. E isso ocorre por uma<br />

razão simples: o Fundo de Garantia tem seu uso e<br />

sua aplicação disciplinados por lei, e nesse disciplinamento<br />

não está considerado o uso para obras de<br />

infra-estrutura.<br />

O trabalhador e as centrais sindicais, no zelo do<br />

seu patrimônio, tomaram uma iniciativa no campo judicial.<br />

Já entraram com uma ação no Supremo. Então,<br />

vamos votar uma coisa sub judice. Mas não quero nem<br />

ao menos discutir se se pode usar ou não se pode<br />

usar – e, se aprovar, vai usar. Já teria o primeiro condicionante<br />

sério, colocado junto ao Supremo Tribunal<br />

Federal, Senadora Lúcia Vânia.<br />

O segundo é o que o Ministro Dornelles, Senador<br />

Demóstenes Torres, acabou de dizer. Isso é definitivo.<br />

Senador Demóstenes, quantas vezes falamos<br />

nas reuniões de Bancada sobre o risco que estávamos<br />

correndo na apreciação das MPs do PAC, ao votarmos,<br />

aprovarmos e darmos à sociedade a certeza de que<br />

estaríamos lhe entregando algo que iria acontecer? Estaríamos<br />

ludibriando a sociedade, porque poderíamos<br />

estar incorrendo no erro de vender gato por lebre.<br />

Estamos aqui com uma autêntica lebre sendo<br />

vendida, porque se quer destinar R$5 bilhões – em<br />

princípio, fala-se em cinco, o clichê desta MP é: R$ 5<br />

bilhões da Caixa, do Fundo de Garantia, para investimento<br />

em infra-estrutura. Não falam que fica dada<br />

uma autorização ao Conselho Curador do FGTS para<br />

chegar até 20% do Fundo, para chegar até R$17 bilhões<br />

e alguns quebrados.<br />

Senador Garibaldi Alves Filho, até se poderia<br />

considerar: não, vão ganhar no Supremo Tribunal Federal<br />

e vai acontecer. Mas para dar o quê? Dá-se<br />

aquilo que se tem. Estou, em mãos, com o balancete<br />

do Fundo de Garantia de dezembro de 2006. Dados<br />

reais, incontestáveis: o ativo é de cento e oitenta e seis<br />

bilhões, cento e quarenta e cinco milhões de reais e<br />

alguns quebrados, e o passivo é de cento e sessenta<br />

e quatro bilhões, setecentos e sessenta e nove reais e<br />

alguns quebrados. O patrimônio líquido seria, portanto,<br />

de R$ 21,376 bilhões. Esse é o balanço.<br />

Senador Delcídio Amaral, V. Exª que é, como eu,<br />

engenheiro: é uma continha de somar, ativo menos<br />

passivo. Dado de balanço, não tem o que contestar.<br />

Número é número: R$186 bilhões, menos R$164 bilhões,<br />

dá R$21 bilhões. Esse é o ativo, o patrimônio<br />

líquido. Só que existe uma coisa chamada “ativo diferido”<br />

– nome complicado – no valor de R$25,5 bilhões,<br />

que são contas feitas para serem amortizadas<br />

ao longo do tempo.<br />

V. Exª sabe que, quando V. Exª deve algumas<br />

coisas para pagar ao longo do tempo, seu patrimônio<br />

líquido tem de fazer face a esse débito. Ora, se está<br />

no balanço que o patrimônio líquido é de R$21 bilhões<br />

e, no mesmo balanço, tem-se um ativo diferido no valor<br />

de R$25,5 bilhões; se são devidos, para pagar em<br />

prestações, R$25,5 bilhões, o patrimônio do Fundo<br />

de Garantia é negativo em R$4,146 bilhões. Como se<br />

quer dar R$5 bilhões e se chegar a R$17 bilhões? Dar<br />

o que não se tem? Vender gato por lebre?


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

553<br />

16064 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

Não quero nem falar aqui do logro ao trabalhador!<br />

Senador Mão Santa, o dinheiro do Fundo de Garantia<br />

do Tempo de Serviço...<br />

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)<br />

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL – RN) – Já encerro,<br />

Sr. Presidente.<br />

O dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de<br />

Serviço é remunerado: a correção monetária mais<br />

3%. Se a correção monetária for de 4% ou 4,5%, que<br />

é a inflação, a remuneração do dinheiro do trabalhador<br />

é 7,5%.<br />

Senador Demóstenes Torres, quanto é a taxa<br />

Selic em que batemos tanto? Quanto o Governo paga<br />

ao poupador do Brasil? Doze e meio por cento! E o<br />

dinheiro do trabalhador, 7,5%! Durma-se com um barulho<br />

desses!<br />

E, além do mais, queda e coice. Além de remunerar<br />

mal o dinheiro do Fundo de Garantia do trabalhador,<br />

que podia ser remunerado a 12,5%, valor pago<br />

pelo Governo pelos títulos que oferece ao público para<br />

comprar dólar, que entra aqui, trabalha com a remuneração<br />

de 7,5%, para depois oferecer para aplicação<br />

em infra-estrutura...<br />

Eu adoraria ter R$ 30 bilhões, R$ 40 bilhões para<br />

aplicar em infra-estrutura, mas, passar um cheque sem<br />

fundo para o Governo, não passo. Essa medida significa<br />

passar cheque sem fundo para o Governo, passar o<br />

dinheiro do trabalhador, negativo, para ser gasto. Não<br />

faço isso. Voto contra, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Muito obrigado, Senador José Agripino, pelo<br />

cumprimento do horário regimental de cinco minutos<br />

que foi concedido a V. Exª.<br />

Com a palavra, o próximo orador inscrito para<br />

encaminhar, Senador Aloizio Mercadante, pelo tempo<br />

de cinco minutos, de acordo com o Regimento.<br />

O SR. ALOIZIO MERCADANTE (Bloco/PT – SP.<br />

Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.)<br />

– Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em primeiro<br />

lugar, reafirmo que a constituição desse Fundo significa<br />

constituir uma entidade própria.<br />

A primeira – diria – confusão que está sendo feita<br />

neste plenário é que o Fundo de Financiamento de<br />

Infra-Estrutura não entra no orçamento da Caixa Econômica<br />

Federal, não faz parte da contabilidade dela.<br />

Ele passa a ter vida própria, independente.<br />

Em segundo lugar, esse Fundo não é para financiar<br />

o investimento em saneamento, mas para participar<br />

de iniciativas de investimento na área de saneamento<br />

básico. E, para mitigar o risco, o Fundo só pode participar<br />

em até 30% do valor do empreendimento. Setenta<br />

por cento tem de vir do parceiro, especialmente em<br />

forma de parceria público-privada, que tanto defendemos<br />

nesta Casa, para fazer frente a um dos maiores<br />

desafios do País, o saneamento básico da população<br />

de baixa renda.<br />

Isso significa o seguinte: este Fundo pode comprar<br />

ações de uma empresa, pode ter como contrapartida<br />

“recebíveis” de uma empresa, debêntures de<br />

uma empresa, mas ele não vai financiar diretamente<br />

empreendimento. Ele não se confunde com a Caixa<br />

Econômica Federal na sua função de banco financiador<br />

da infra-estrutura nacional. Esse Fundo está submetido<br />

às regras da CVM, às regras de gestão de mercado, às<br />

exigências de prestação de contas e de contabilidade<br />

estabelecidas e exigidas pela CVM.<br />

Alguns perguntam: “E se o Fundo tiver prejuízo?”<br />

Se tiver prejuízo, o prejuízo jamais – e vamos dizer as<br />

coisas com clareza – será transferido para os trabalhadores,<br />

porque está garantido que o avalista desse<br />

processo é a Caixa Econômica Federal, que assegura<br />

TR mais 3%, que é o que os trabalhadores recebem<br />

desde que o FGTS foi criado, em 1966.<br />

O Sr. Romero Jucá (PMDB – RR) – Senador Aloizio<br />

Mercadante, apenas para dar uma informação.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Os apartes não podem ser concedidos porque<br />

estamos no encaminhamento da votação.<br />

O Sr. Romero Jucá (PMDB – RR) – É discussão,<br />

Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Não. É encaminhamento de votação.<br />

O SR. ALOIZIO MERCADANTE (Bloco/PT – SP)<br />

– Deixe-me apenas concluir o raciocínio.<br />

O Sr. Romero Jucá (PMDB – RR) – Apenas<br />

lembrar que, quando houve a diferenciação do FGTS,<br />

aquela dívida de R$ 40 bilhões, o Governo bancou.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – V. Exª falará posteriormente, como orador.<br />

O SR. ALOIZIO MERCADANTE (Bloco/PT – SP)<br />

– Já existem precedentes na história do FGTS. O patrimônio<br />

dos trabalhadores está plena e absolutamente<br />

garantido nesta proposta. Portanto, não há nenhum<br />

risco em relação a essa questão.<br />

Por que temos de alavancar essa parceria para<br />

fazer frente à necessidade de saneamento básico?<br />

Eu ouvi falar de São Paulo. A periferia de São Paulo<br />

não tem coleta de esgoto, muito menos tratamento<br />

de esgoto. Estou falando da capital. Vejam a poluição<br />

e a degradação dos rios deste País! A própria cidade<br />

de São Paulo nasceu no entroncamento entre o Tietê<br />

e o Pinheiros, que hoje são absolutamente destruídos<br />

em seus mananciais, como reserva hídrica.<br />

O saneamento é uma questão fundamental na<br />

preservação da água e também no desafio da saúde


554<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16065<br />

pública. Se o modelo do FGTS respondesse a essa<br />

questão, nós não estaríamos buscando uma nova engenharia<br />

financeira que vem no sentido da parceria<br />

público-privada.<br />

Uma cidade como Hortolância, por exemplo, que<br />

tem o maior presídio da América Latina e possui uma<br />

população de 300 mil pessoas, conta com 3% do esgoto<br />

coletado e zero tratado. Estou dando um exemplo próximo<br />

a Campinas. O que nós queremos com o projeto<br />

que aqui está? Alavancar a capacidade de investimento<br />

e saneamento básico. Queremos que uma empresa<br />

como a Sabesp possa receber essa participação<br />

do investidor desse Fundo, dando ações em garantia,<br />

dando “recebíveis”, apresentando debêntures, desde<br />

que a participação não exceda 30% do Fundo. Se o<br />

Fundo tiver uma rentabilidade superior ao que está<br />

sendo projetado, será repartido com os trabalhadores<br />

por meio do Conselho Curador.<br />

Por último, quero dizer que todos os representantes<br />

do Conselho Curador aprovaram essa proposta. As<br />

centrais sindicais todas deste País avalizaram a proposta,<br />

apenas uma parte da indústria da construção<br />

civil está contra. E está contra porque está pensando<br />

pequeno, porque está pensando em um modelo antigo,<br />

em um modelo que não alavancou investimento, financiamento<br />

e avanço. Está contra porque está acomodada<br />

a uma lógica de financiamento que não deu resultado,<br />

de quem não quer correr riscos. Agora, o Fundo vai entrar<br />

como parceiro acionista para ganhar rentabilidade,<br />

para participar do retorno desses investimentos, para<br />

estabelecer uma parceria público-privada.<br />

Portanto, não consigo entender verdadeiramente<br />

qual é a resistência. É inovador, avança na parceria,<br />

está de acordo com as regras de mercado da CVM,<br />

tem mitigação de risco que não pode passar dos 30%,<br />

está garantido o patrimônio dos trabalhadores, com<br />

TR mais 3%.<br />

Concordo que a idéia do FGTS – e fiz um projeto<br />

em 1993 – de que os trabalhadores participassem na<br />

compra de ações, como fizeram com a Petrobras e a<br />

Vale, é uma forma também de melhorar o patrimônio.<br />

E ganharam muito, porque, nesses quatro anos, o índice<br />

Bovespa aumentou 400%.<br />

Mas o FGTS tem uma outra função, além de<br />

proteger na demissão e a rotatividade. O FGTS é um<br />

fundo público para financiar habitação e saneamento,<br />

para gerar empregos. E este é o maior desafio deste<br />

País, é a carência maior da classe trabalhadora: ter<br />

uma carteira de trabalho assinada, poder gerar emprego<br />

formal e organizado. E a construção civil é um<br />

grande motor da geração de empregos no País. E os<br />

trabalhadores, quando mais sentem dificuldades, recorrem<br />

ao FGTS. E é por isso que jamais eu votaria, ou as<br />

centrais sindicais, a Força Sindical, a CUT, todas elas<br />

assinariam e avalizariam uma proposta se estivesse<br />

em risco o patrimônio fundamental no momento mais<br />

difícil dos trabalhadores, que é o FGTS.<br />

Está garantido, é um projeto inovador, vem na<br />

direção da parceria público-privada e espero sinceramente<br />

que esta Casa não só aprove, mas ajude a<br />

impulsionar esse novo caminho para avançar em saneamento<br />

básico e habitação popular no Brasil.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Muito obrigado a V. Exª, Senador Aloizio Mercadante,<br />

pelo estrito cumprimento do horário regimental,<br />

em benefício de todos os inscritos, porque temos<br />

ainda doze Srs. Senadores inscritos.<br />

O próximo Senador que tem a palavra para encaminhar<br />

a votação é o Senador Flexa Ribeiro, a quem<br />

concedo a palavra por cinco minutos.<br />

Senador Flexa Ribeiro, por favor.<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA. Para encaminhar<br />

a votação. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente<br />

Gerson Camata, o eminente Senador Tasso<br />

Jereissati pediu que eu consultasse o Senador Aloizio<br />

Mercadante se S. Exª aceitaria colocar toda a sua<br />

poupança numa aplicação de TR mais 3%.<br />

O Sr. Aloizio Mercadante (Bloco/PT – SP) – Pelo<br />

art. 14, fui citado e depois quero responder.<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA) – Não, não<br />

pode apartear.<br />

O SR. PRESIDENTE (PMDB – ES) – V. Exª poderá<br />

posteriormente, citado nominalmente, recorrer pelo<br />

Regimento, mas apartes não são permitidos.<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA) – Mas S.<br />

Exª foi citado de forma...<br />

O Sr. Aloizio Mercadante (Bloco/PT – SP) – Sr.<br />

Presidente, o Regimento não discrimina, não diz qual<br />

é o sentido da citação – citação sempre honrosa de S.<br />

Exª. Só quero aprofundar o debate qualificado.<br />

O SR. PRESIDENTE (PMDB – ES) – Segundo<br />

o Regimento, por cinco minutos, V. Exª poderá, pela<br />

ordem, solicitar a palavra.<br />

Senador Flexa Ribeiro, V. Exª tem a palavra.<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA) – Pois<br />

não.<br />

A citação foi honrosa ao Senador, porque, da<br />

forma como S. Exª defendeu a aplicação dos recursos<br />

do trabalhador – TR mais 3% –, deve aplicar os<br />

recursos de sua poupança também nessas mesmas<br />

condições.<br />

O Senador Tasso Jereissati diz que aplica fácil,<br />

não é? O Senador Tasso Jereissati diz que dá TR<br />

mais 4%.<br />

Senador Romero Jucá, gostaria de discutir uma<br />

questão que, para mim, é fundamental. Os recursos


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

555<br />

16066 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

do FGTS, Senador Gerson Camata, são do trabalhador,<br />

patrimônio do trabalhador. Sempre foi assim. E<br />

os recursos do FGTS são utilizados evidentemente,<br />

como disse o Senador Aloizio Mercadante, para gerar<br />

emprego e renda, para que o trabalhador, além de ter<br />

a sua poupança reajustada, possa ter uma maior geração<br />

de emprego e renda, mas na área de habitação<br />

e saneamento.<br />

O Senador Mercadante vem fazer a defesa do<br />

projeto aqui e diz que o Brasil precisa investir em saneamento,<br />

que as cidades estão necessitando de saneamento.<br />

Aí retira dinheiro do FGTS para aplicar num<br />

fundo de investimento.<br />

Ora, se vamos buscar ganhos maiores para os<br />

trabalhadores, penso que deve haver um esforço de<br />

todos nós, Senador Marconi Perillo. Que o trabalhador<br />

tenha a possibilidade de um ganho maior desse seu<br />

patrimônio, que é o FGTS!<br />

Entretanto, não posso aceitar que haja risco para<br />

o trabalhador, que não tem como dimensionar esse<br />

risco nas aplicações desse Fundo. Eu conversava<br />

bastante aqui com os nossos companheiros da Caixa<br />

Econômica e dizia que, no meu entendimento – Senador<br />

Jucá, gostaria de ter a atenção de V. Exª –, a<br />

preocupação maior que eu tinha e continuo tendo é<br />

com relação ao patrimônio do trabalhador, que são os<br />

recursos do FGTS. Foi dito que esse risco seria bancado<br />

pela Caixa Econômica, que o trabalhador não teria<br />

risco. Aí eu não entendi mais nada, porque no art. 7º,<br />

inciso VIII, fala-se em “garantir aos recursos alocados<br />

ao FI-FGTS, em cotas de titularidade do FGTS, a remuneração<br />

aplicável às contas vinculadas na forma<br />

do caput do art. 13”.<br />

No meu entendimento, Senador Camata, Senador<br />

Marconi Perillo, o que está sendo garantida é única<br />

e exclusivamente a remuneração da TR mais 3%.<br />

Não está sendo garantido o principal, que é o capital<br />

do trabalhador.<br />

Estamos usando, como exemplo, o investimento<br />

permitido ao trabalhador na Companhia Vale do Rio<br />

Doce; nós o estamos comparando com o investimento<br />

permitido ao trabalhador na Petrobras. Mas foram<br />

investimentos específicos; e os trabalhadores, realmente,<br />

tiveram ganhos importantes. Porém, não em<br />

um investimento em que eles não são ouvidos. Quem<br />

vai definir o investimento é o fundo curador. E como o<br />

trabalhador vai saber, depois da opção que ele fizer,<br />

se aquele investimento vai dar os mesmos resultados<br />

– por meio de uma propaganda bem feita – da Vale do<br />

Rio Doce ou da Petrobras?<br />

Na realidade, estamos trabalhando aqui, Senador<br />

Jucá, com o mesmo risco da Bolsa de Valores, ou seja,<br />

esse trabalhador pode ter ganhos, mas ele tem de ter<br />

a consciência de que ele pode perder a totalidade do<br />

seu patrimônio. É preciso que isso fique claro.<br />

Senador Jucá, Senador Mercadante, é importante<br />

também que, nesse inciso VIII, fique claro que também<br />

o patrimônio do trabalhador, o principal, está garantido.<br />

Aí eu diria: “Ótimo para o trabalhador!” Por quê? Porque<br />

ele vai entrar num negócio em que ele só...<br />

(Interrupção do som.)<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – A Mesa vai conceder a V. Exª um minuto para<br />

encerrar seu pronunciamento – brilhante, por sinal.<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA) – Ele vai<br />

entrar num negócio em que todos vamos aplaudir, porque<br />

o trabalhador entrará na certeza do ganho, porque,<br />

se houver prejuízo, se houver perda total ou parcial do<br />

principal, a Caixa Econômica vai cobrir; e, se houver<br />

ganhos, estes serão para o trabalhador. Ótimo, mas<br />

quero ver isto escrito: que também o principal estará<br />

sendo coberto.<br />

Por último, não podemos dar um cheque em branco<br />

ao conselho curador para possibilitar que os R$5<br />

bilhões que estamos dando agora cheguem a 80% do<br />

patrimônio líquido, que seriam R$16 ou 17 bilhões. Então,<br />

para aumentar esse valor, a emenda para a qual<br />

pedi destaque – e que vou defender – é no sentido de<br />

que a matéria volte ao Congresso, para que seja novamente<br />

aprovado o aumento, além desses R$5 bilhões<br />

que estão sendo agora...<br />

(Interrupção do som.)<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA) – Eram<br />

essas as observações que eu tinha a fazer.<br />

Tenho absoluta certeza de que todos nós aqui,<br />

todos os Senadores que aqui estão discutindo a matéria<br />

querem defender o interesse do trabalhador brasileiro.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR) – Senador<br />

Flexa, se houver proposição de acordo para acolher<br />

essa emenda, faço acordo.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Obrigado a V. Exª pelo cumprimento estrito<br />

do horário.<br />

Senador Flexa, V. Exª poderia dirigir-se à bancada<br />

e conversar com o Senador Romero? (Pausa.)<br />

Ainda há dez Srs. Senadores inscritos. A matéria<br />

está sendo, a cada momento, bem esclarecida. Isso<br />

permite que todo o Plenário tenha condições de votar.<br />

Desse modo, a Mesa aceita desistências dos inscritos<br />

que pretendem discutir, se eles puderem colaborar, e,<br />

assim, pudéssemos adiantar a votação.<br />

O próximo inscrito é o Senador Antonio Carlos<br />

Valadares.


556<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16067<br />

V. Exª falará para encaminhar, pelo tempo regimental<br />

de cinco minutos.<br />

O SR. ANTÔNIO CARLOS VALADARES (Bloco/<br />

PSB – SE. Para encaminhar a votação. Sem revisão do<br />

orador.) – Sr. Presidente, atendendo à recomendação<br />

de V. Exª, serei breve no meu pronunciamento.<br />

Quero apenas dizer que o fundo de garantia é<br />

um patrimônio do trabalhador; é um dinheiro sagrado,<br />

é um recurso importante que tem de ser preservado a<br />

qualquer custo. E, se ele puder ser aumentado, como<br />

se pretende, por meio dessa proposição do Governo<br />

Federal, participando ativamente do processo de desenvolvimento<br />

do nosso País e contribuindo para a<br />

melhoria da saúde pública de um País como o Brasil,<br />

que é o quarto pior em matéria de serviços básicos,<br />

principalmente na área rural, perdendo apenas para o<br />

Haiti, para a Bolívia e para o Peru, será muito bom.<br />

É preciso, Sr. Presidente, que possamos dar uma<br />

resposta concreta, efetiva à sociedade, por meio de<br />

obras que salvem vidas, como saneamento básico,<br />

esgotos, não apenas na periferia das grandes cidades,<br />

mas também na zona rural e até nas margens do<br />

rio Santo Francisco. Sabemos que, em mais de 500<br />

cidades, a população joga seus dejetos diretamente<br />

na calha do rio São Francisco, do Velho Chico, o que,<br />

além de provocar o alastramento de doenças infectocontagiosas,<br />

contribui para o enchimento da calha do<br />

rio e também para a mortalidade dos peixes, para a<br />

inviabilidade da pesca.<br />

Por isso, Sr. Presidente, a meu ver, deixar o dinheiro<br />

parado – e são mais de R$20 bilhões – é algo<br />

inaceitável em um País que tem mais de 20 milhões de<br />

pessoas que dependem de obras de saneamento, de<br />

serviços básicos, essenciais, de água e de esgoto.<br />

Considero que o PAC, o Programa de Aceleração<br />

do Crescimento, em boa hora, está adotando essa<br />

medida, que vem ao encontro, sem dúvida, do fortalecimento<br />

do fundo de garantia, porque, com o emprego<br />

que será gerado por meio da atividade produtiva das<br />

empresas, haverá mais carteiras assinadas, aumento<br />

do fundo de garantia; e haverá lucro por meio de um<br />

novo processo de desenvolvimento, que está sendo<br />

criado em nosso País com a viabilização do PAC.<br />

Sr. Presidente, agradeço a V. Exª por ter me concedido<br />

a palavra. V. Exª é um dos Senadores mais atuantes<br />

desta Casa; V. Exª é sinônimo de experiência, de<br />

devotamento e de lealdade à causa pública.<br />

Quero dizer, com minhas palavras, que me entusiasmo<br />

com esse projeto, porque todos os trabalhadores,<br />

por meio de suas centrais sindicais, sem exceção<br />

– porque eles são os donos do fundo de garantia –,<br />

apóiam a medida. Ora, se eles a apóiam, temos mesmo<br />

de apoiá-la. Os empresários terão recursos para<br />

investimentos, e os trabalhadores terão seu fundo garantido<br />

e bem remunerado.<br />

Voto favoravelmente, Sr. Presidente, acompanhando<br />

o Líder do meu Partido, o Senador Renato<br />

Casagrande, também do Espírito Santo, da maior<br />

competência.<br />

Obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Muito obrigado, ilustre Senador Antônio Carlos<br />

Valadares, pelo cumprimento estrito do tempo regimental,<br />

inclusive economizando dois minutos para<br />

todo o Plenário.<br />

Concedo a palavra ao próximo inscrito para encaminhamento,<br />

Senador Sérgio Guerra.<br />

V. Exª tem a palavra pelo tempo regimental de<br />

cinco minutos.<br />

O SR. SÉRGIO GUERRA (PSDB – PE. Para<br />

encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) – Sr.<br />

Presidente, Srªs e Srs. Senadores, no passado, entre<br />

os Partidos que apóiam o Presidente da República, o<br />

Partido dos Trabalhadores, de maneira especial, era<br />

– vamos ser justos – o que mais defendia, com intensidade,<br />

o direito dos trabalhadores. Foi o PT que construiu,<br />

no Brasil, a história do sindicalismo moderno ou<br />

foi a história do sindicalismo moderno, no Brasil, que<br />

construiu o PT.<br />

Inimaginável, agora, é que o PT seja exatamente,<br />

no conjunto dos partidos, o que lidere, com a colaboração<br />

inteligente do Senador Romero Jucá, uma ação<br />

deliberada para subtrair direitos que os trabalhadores<br />

conquistaram ao longo dos anos.<br />

Mexer no Fundo de Garantia? Inimaginável! Quantas<br />

e quantas vezes fomos acusados de atentar contra<br />

o direito dos trabalhadores, contra as suas garantias?<br />

A maior garantia do trabalhador é o Fundo de Garantia<br />

do Tempo de Serviço. Não há outra garantia que seja<br />

mais consistente do que essa.<br />

Ouvi as palavras de um Senador que é da Base do<br />

Governo, mas que conhece o assunto, um ex-Ministro<br />

da Fazenda que enriquece com a sua inteligência este<br />

Senado. É indiscutível que esse tipo de operação não<br />

amplia garantias e representa riscos que os trabalhadores<br />

não precisam assumir nem o Brasil precisa que<br />

eles os façam. Então, por que assumi-los?<br />

Essa fúria pública do Governo brasileiro atual,<br />

essa euforia denunciada do chamado PAC pelos investimentos,<br />

que não se configura, que não se confirma,<br />

agora tem um novo elemento. No passado, o Brasil seria<br />

salvo pelas PPPs. As Parcerias Público-privadas criariam<br />

uma nova democracia, uma nova forma de participação<br />

do setor privado e os investimentos iam sobrar.<br />

As estradas seriam reparadas, seriam construídas. A<br />

infra-estrutura seria outra. As populações teriam sane-


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

557<br />

16068 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

amento. Até cadeias públicas alguém disse que seriam<br />

construídas por meio das parcerias público-privadas.<br />

Nada disso aconteceu. Agora, vão lá, na reserva dos<br />

trabalhadores, para viabilizar recursos e aumentar o<br />

capital da Caixa Econômica Federal, a fim de que ela<br />

tenha capacidade de financiar a infra-estrutura.<br />

Quero dizer que não sou contra o financiamento<br />

da infra-estrutura. Quero dizer que sou muito favorável<br />

a que a Caixa Econômica cumpra o papel que ainda<br />

não cumpriu: o de ajudar a reparar o imenso déficit<br />

habitacional do País. Não é verdade que tenha diminuído<br />

esse déficit. É verdade que ele tem aumentado.<br />

Faltam mais habitações a cada ano e falta governo<br />

para enfrentar esse assunto. Falta governo para dar a<br />

solução primeira, a da habitação popular.<br />

No tempo dos militares, muito se fez sob o ponto<br />

de vista da habitação popular. Nos Governos civis, de<br />

uma maneira geral e de uma maneira especial neste,<br />

não se faz quase nada. O Presidente da República se<br />

desloca para cidades que eu conheço para inaugurar<br />

conjuntos de 200 casas populares, como se isso representasse<br />

alguma coisa sob o ponto de vista nacional<br />

da população brasileira.<br />

Nada de mexer com o Fundo de Garantia do<br />

Tempo de Serviço. Nada. Esse precedente nós não<br />

podemos subscrever. Aqueles que têm responsabilidade<br />

histórica, mais do que nós temos, com a luta dos<br />

trabalhadores não podem subscrever isso, sob pena<br />

de completa e total falta de coerência. E aqueles que<br />

agora formam essa maioria maravilhosa que tomou<br />

conta do Executivo para produzir esse Governo de<br />

grande capacidade de investimento, notável Governo<br />

do Presidente Lula, não venham aqui defender isso,<br />

porque não estão defendendo coisa alguma, a não ser<br />

os seus espaços no Governo.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – A Mesa agradece a S. Exª, o Senador Sérgio<br />

Guerra, pelo estrito cumprimento do tempo regimental<br />

de cinco minutos.<br />

Há, ainda, nove Srs. Senadores inscritos para o<br />

encaminhamento.<br />

O próximo inscrito é o Senador Marcelo Crivella.<br />

A Mesa concede a V. Exª, pelo tempo regimental<br />

de cinco minutos, a palavra para encaminhamento<br />

de votação.<br />

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB – RJ.<br />

Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.)<br />

– Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, senhores<br />

telespectadores da TV Senado, senhores ouvintes<br />

da Rádio Senado, demais senhoras e senhores<br />

presentes no nosso plenário, concordo com o Senador<br />

Francisco Dornelles, nobre, ilustre companheiro e<br />

professor da Bancada do Rio de Janeiro, que os balancetes<br />

da Caixa Econômica nos deixam, às vezes,<br />

com uma visão nublada. Confesso que muitas vezes<br />

já quis saber, e não consegui, qual o valor médio dos<br />

imóveis financiados com recursos do Fundo de Garantia.<br />

Eu gostaria de saber, também, se esses imóveis<br />

estão preponderantemente na Região Sudeste ou se<br />

atendem a uma política, que todos nós aplaudimos<br />

e defendemos, que é a desconcentração de poder e<br />

renda regional.<br />

A Caixa está financiando no Norte, no Nordeste,<br />

no Centro-Oeste, no Sul? Não temos essa informação.<br />

É difícil. Porém, Sr. Presidente, num ato de ousadia<br />

extrema, vou discordar do Senador, quando da leitura<br />

do balanço atual da Caixa Econômica Federal.<br />

Senador Marconi Perillo, vou explicar a V. Exª<br />

por quê. Não sou contador nem economista; sou engenheiro<br />

civil. V. Exª, como eu, sabe que a leitura de<br />

um balancete ou de um balanço é como uma fotografia<br />

instantânea. Naquele momento, aquelas são as situações<br />

de ativo, de passivo, de compromissos futuros.<br />

E, nesse momento, contabilmente, apresentamos um<br />

saldo por questões legais.<br />

Ora, é claro que temos obrigações futuras, mas<br />

sob que hipóteses consideramos essas obrigações<br />

futuras? Vamos supor que queremos, hoje, calcular<br />

o balanço, o saldo final das contas do Fundo de Garantia,<br />

mas o faremos sob a premissa de que todos<br />

os nossos trabalhadores vão se aposentar ou morrer,<br />

iminentemente, amanhã, e simultaneamente. A probabilidade<br />

é pequena; é nula. Casos possíveis sobre<br />

casos favoráveis não são probabilidade.<br />

Considerando, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores,<br />

que esse é um fato remoto e que não vai ocorrer,<br />

temos recursos para aplicar.<br />

Defendo porque sei que a engenharia que está<br />

por trás desse fundo é inovadora. Estamos buscando<br />

recursos para destravar gargalos em infra-estrutura<br />

no País e podermos deslanchar o nosso crescimento,<br />

que é bandeira de defesa de todos nós.<br />

Podemos considerar um saldo de R$21 bilhões<br />

no Fundo de Garantia? Respondo com uma pergunta:<br />

podemos considerar como hipótese provável que<br />

todos os brasileiros, hoje, irão morrer ou se aposentar<br />

simultaneamente? Dessa maneira, temos recursos<br />

que hoje estão aplicados no mercado financeiro e podem<br />

ser melhor utilizados se financiarem, com toda<br />

proteção ao trabalhador, aplicações e investimentos<br />

na infra-estrutura.<br />

Sr. Presidente, estou sonhando com que esse fundo<br />

possa trazer investimentos para rodovias, hidrovias,<br />

para a usina nuclear Angra III, no meu Estado, que precisa<br />

sair do papel. Vamos ter problemas de energia.


558<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16069<br />

Quero lembrar, também, o problema das licenças<br />

ambientais no País. Quando temos projetos e recursos,<br />

não temos licenças ambientais. Estamos chegando ao<br />

momento, Sr. Presidente, em que não podemos perder<br />

a oportunidade, que se vislumbra no horizonte, de<br />

conquistas e realizações no País.<br />

Por isso, Sr. Presidente, vou encaminhar o voto<br />

favorável, na esperança de que, com esse fundo – o<br />

Governo garante –, o trabalhador não sofrerá nenhuma<br />

perda e se poderá financiar a infra-estrutura que<br />

precisamos para que o País volte a crescer.<br />

Sr. Presidente, muito obrigado pela sua generosidade,<br />

mas quero entregar a palavra a V. Exª com saldo,<br />

para que possamos logo passar à votação.<br />

Muito obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Muito obrigado a V. Exª pelo cumprimento estrito,<br />

até com economia de um minuto, do tempo regimentalmente<br />

concedido.<br />

A Mesa agradece à Senadora Lúcia Vânia e ao<br />

Senador Papaléo Paes que, para colaborarem com a<br />

urgência da matéria, desistiram de suas inscrições.<br />

A SRA. LÚCIA VÂNIA (PSDB – GO) – Sr. Presidente,<br />

peço a palavra pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Concedo a palavra, pela ordem, à Senadora<br />

Lúcia Vânia.<br />

A SRA. LÚCIA VÂNIA (PSDB – GO. Pela ordem.<br />

Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente, deixei para<br />

falar quando do encaminhamento da emenda. No entanto,<br />

neste momento, gostaria de colocar minha posição<br />

claramente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – V. Exª é a próxima oradora inscrita. Posso<br />

conceder a palavra neste instante a V. Exª para encaminhar<br />

a votação. (Pausa.)<br />

Concedo a palavra, para encaminhar, à Senadora<br />

Lúcia Vânia, pelo tempo regimental de cinco minutos.<br />

A SRA. LÚCIA VÂNIA (PSDB – GO. Para encaminhar<br />

a votação. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente,<br />

Srªs e Srs. Senadores, a Medida Provisória<br />

nº 349, de 2007, criou o Fundo de Investimento, autorizando,<br />

em seu art. 2º, a aplicação de R$5 bilhões do<br />

patrimônio líquido do FGTS e autorizando o Conselho<br />

Curador do FGTS a elevar o valor para até 80% deste<br />

patrimônio líquido, sem exigir que a gestora do Fundo,<br />

a Caixa Econômica Federal, garanta uma rentabilidade<br />

mínima ou assuma as aplicações.<br />

Mas, diante do art. 3º da Medida Provisória nº<br />

349, que altera a Lei nº 8.036 de 1990, determinando<br />

que o trabalhador poderá optar ou não pelo investimento,<br />

mas limitando a opção de 10% da conta do<br />

trabalhador, quero aqui, Sr. Presidente, deixar bem<br />

claro que tenho uma emenda a propor a esta Medida<br />

Provisória. Embora seja posição do nosso Partido,<br />

com a qual concordo, que a Medida Provisória, que<br />

estabelece recursos para a infra-estrutura, seja muito<br />

importante, não podemos concordar com a fonte buscada<br />

para financiá-la: o Fundo de Garantia do Tempo<br />

de Serviço do trabalhador.<br />

Contudo, sem me fixar na fonte de financiamento,<br />

por entender que os recursos de infra-estrutura são<br />

necessários e urgentes, proponho que, naturalmente,<br />

minha emenda seja aprovada. Não quero, em momento<br />

algum, que minha emenda seja um empecilho para que<br />

a posição do meu Partido seja unânime. O Líder do meu<br />

Partido sabe a minha posição. Apenas acrescentei a<br />

emenda no sentido de deixar claro que, em se tratando<br />

de infra-estrutura, é preciso que haja preocupação com<br />

o setor rural. Na iminência de a Medida ser aprovada,<br />

e se porventura ela o for, desejo que seja incluída na<br />

infra-estrutura o armazenamento rural, que é uma solicitação<br />

do meu Estado e da Federação Nacional da<br />

Agricultura. Sem dúvida alguma, trata-se de um pleito<br />

justo que, entendo, deve ser atendido.<br />

Repito: quero deixar claro que a minha posição<br />

acompanha a do Líder do meu Partido, entendendo<br />

que, por princípio, o Fundo de Garantia do Tempo de<br />

Serviço do trabalhador é intocável, mesmo por que ele<br />

tem uma especificação que todos respeitamos.<br />

Agradeço o Relator por entender a justeza da minha<br />

emenda, uma vez que foi atendida pela Câmara<br />

dos Deputados na questão da irrigação.<br />

Então, se porventura viger esta Medida Provisória,<br />

desejo que, em se tratando de infra-estrutura, os<br />

Estados produtores da Região Centro-Oeste sejam<br />

contemplados.<br />

Portanto, ratifico a minha posição, principalmente<br />

por entender que essa emenda é fruto de sugestão<br />

da Federação Goiana de Agricultura e Pecuária, aliás,<br />

pleito extremamente justo, não só para o meu Estado<br />

de Goiás, como para Mato Grosso, Rondônia, Paraná<br />

e outros Estados produtores do País.<br />

Sr. Presidente, agradeço a oportunidade. Quando<br />

da discussão da emenda, se porventura houver, eu<br />

gostaria de fazer a defesa dessa emenda.<br />

Muito obrigada.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Muito obrigado a V. Exª, Senadora Lúcia Vânia,<br />

pelo cumprimento do horário regimental de cinco<br />

minutos, inclusive por haver poupado um minuto.<br />

Ainda estão inscritos os Senadores Papaléo Paes,<br />

Demóstenes Torres, Mão Santa, Heráclito Fortes, José<br />

Nery, Renato Casagrande, a Senadora Marisa Serrano<br />

e o Senador Mário Couto.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

559<br />

16070 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

Concedo a palavra, pelo tempo regimental de<br />

cinco minutos...<br />

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI) – Sr.<br />

Presidente, pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Senador Heráclito Fortes, V. Exª também está<br />

inscrito.<br />

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, pedi a<br />

palavra apenas para não deixar desgostoso o companheiro<br />

Senador, cujo nome Parlamentar é José Nery,<br />

uma oxítona.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Obrigado, Excelência. Acentuarei Nery corretamente<br />

doravante.<br />

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI) – Faço<br />

esse registro para S. Exª não invocar o art. 14.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Passarei a observar esse detalhe.<br />

Senador Papaléo Paes, V. Exª dispõe de cinco<br />

minutos, regimentalmente concedidos, para encaminhar<br />

a votação.<br />

O SR. PAPALÉO PAES (PSDB – AP. Para encaminhar<br />

a votação. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

Srªs e Srs. Senadores, a Medida Provisória nº<br />

349, que institui o Fundo de Investimento do Fundo de<br />

Garantia do Tempo de Serviço, altera a Lei nº 8.036, de<br />

11 de maio de 1990, e dá outras providências.<br />

O Brasil tem apresentado números em sua economia<br />

altamente positivos nos últimos anos, principalmente<br />

em função da conjuntura econômica internacional<br />

altamente favorável.<br />

Cabe ressaltar, no entanto, que a taxa de crescimento<br />

econômico do Brasil é a mais baixa da América<br />

Latina, superando, na verdade, somente a do Haiti.<br />

Neste contexto, os investimentos anunciados<br />

pelo PAC na área das ferrovias, rodovias, portos, aeroportos,<br />

no campo energético, na habitação e saneamento<br />

são prementes e focalizam gargalos, sem cuja<br />

eliminação o País não consegue retomar o processo<br />

de crescimento.<br />

Embora considerando o PAC um programa bem<br />

apresentado e que exige urgente implementação, discordo<br />

em relação à criação do Fundo de Investimento<br />

em infra-estrutura com recursos do FGTS. Não discordo<br />

do objetivo, mas, sim, do caminho escolhido.<br />

Concordo, plenamente, com a utilização de recursos<br />

do FGTS para investimento na área de infra-estrutura.<br />

Mas não vejo necessidade de se criar um fundo<br />

de investimento específico para tal fim. Entendo que<br />

esse investimento deveria seguir a mesma sistemática<br />

existente para os investimentos em habitação e saneamento.<br />

O Conselho Curador do FGTS fixaria, periodi-<br />

camente, um montante de recursos a serem aplicados<br />

em infra-estrutura, e tais financiamentos seriam concedidos<br />

diretamente pela Caixa Econômica Federal. O<br />

risco do investimento em infra-estrutura seria da Caixa<br />

Econômica Federal, porque, sendo ela uma instituição<br />

financeira de fomento, tem por obrigação avaliar a pertinência<br />

e a qualidade de um projeto, a confiabilidade<br />

e a capacidade de pagamento do credor.<br />

Não proponho nenhuma novidade: sugiro seguir<br />

o mesmo rito adotado pelo FAT, Fundo de Amparo ao<br />

Trabalhador, que empresta recursos para o BNDES.<br />

O Banco usa os recursos do FAT e de outras fontes<br />

para conceder financiamentos em infra-estrutura, e é<br />

inteiramente de seu risco avaliar as operações e os<br />

tomadores do crédito. Se o BNDES fizer um mau negócio,<br />

ele é quem arcará com os prejuízos. O FAT, ou<br />

melhor, o patrimônio do conjunto dos trabalhadores<br />

não está em jogo.<br />

Por que o BNDES pode assumir o risco dos financiamentos<br />

que concede para investimentos em infraestrutura<br />

com recursos dos trabalhadores oriundos do<br />

fundo coletivo, o FAT, e a Caixa Econômica Federal não<br />

pode assumir exatamente os mesmos riscos quando<br />

conceder empréstimos também para infra-estrutura e<br />

tendo como fonte os recursos oriundos também dos<br />

trabalhadores?<br />

Portanto, Sr. Presidente, considero a criação do<br />

Fundo de Investimentos precedente perigoso e desnecessário.<br />

Como justificar que a poupança do trabalhador<br />

seja aplicada em operações de razoável risco, sem<br />

prévia autorização daqueles que são os verdadeiros<br />

donos do FGTS, isto é, os trabalhadores?<br />

A Medida Provisória nº 349 autoriza também a<br />

aplicação de 80% do patrimônio líquido que o FGTS<br />

contabilizava em 31/12/2006 nesse Fundo de Investimento,<br />

o que corresponde a cerca de R$16,7 bilhões.<br />

Seria importante que o Conselho Curador verificasse<br />

a existência ou não no FGTS de um passivo<br />

não contabilizado referente aos expurgos, que hoje<br />

aparece no seu balanço como ativo diferente.<br />

Considero o PAC um esforço importante para<br />

a elevação do nível de investimento público e privado,<br />

condição básica para a retomada do processo de<br />

crescimento.<br />

Sr. Presidente, peço mais 30 segundos, por favor.<br />

Concordo com a aplicação dos recursos do FGTS<br />

em infra-estrutura, mas, como já disse, discordo do<br />

caminho escolhido, isto é, da criação de um Fundo de<br />

Investimento com recursos do FGTS.<br />

Entendo que os recursos do FGTS aplicados em<br />

infra-estrutura devem seguir a mesma sistemática dos


560<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16071<br />

aplicados em habitação e saneamento, ou seja, aplicação<br />

por intermédio da Caixa Econômica Federal, a<br />

quem caberia o risco da operação.<br />

Por essas razões, votarei contra o Projeto de Lei<br />

de Conversão nº 10, proveniente da MP nº 349.<br />

Muito obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – A Presidência agradece a V. Exª o cumprimento<br />

estrito do tempo regimental de cinco minutos.<br />

O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT – PR) – Sr. Presidente,<br />

pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – V. Exª tem a palavra, pela ordem.<br />

O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT – PR. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, gostaria de<br />

fazer um apelo a V. Exª, já que o aspecto democrático<br />

sempre norteia os encaminhamentos de V. Exª. Como<br />

o assunto já foi bastante discutido, bastante debatido,<br />

já estão claras as posições, que V. Exª solicite às lideranças<br />

que encurtem o processo de encaminhamento.<br />

Não sei o que o Senador Arthur Virgílio pensa nesse<br />

sentido. É o apelo que faço.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – O Senador Flávio Arns faz um apelo aos demais<br />

oradores inscritos para encaminhar a votação e<br />

aos Líderes no sentido de que abreviemos o encaminhamento<br />

e iniciemos a votação.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Pela<br />

ordem, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Com a palavra, pela ordem, o Senador Arthur<br />

Virgílio.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, o PSDB<br />

tem mais algumas pessoas que desejam, como é definição<br />

do Partido, debater exaustivamente a matéria.<br />

Portanto, os Senadores do PSDB não abrem mão<br />

do tempo que lhes cabe.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Não abrindo mão o PSDB, o apelo cai no vazio,<br />

e continuamos com os oradores inscritos.<br />

Próximo inscrito, o Senador Demóstenes Torres,<br />

que tem a palavra por cinco minutos para o encaminhamento.<br />

O SR. DEMÓSTENES TORRES (PFL – GO. Para<br />

encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) – Sr.<br />

Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Getúlio Vargas,<br />

quando criou a Consolidação das Leis do Trabalho,<br />

determinou que qualquer trabalhador que trabalhasse<br />

por dez anos de maneira ininterrupta teria direito à<br />

estabilidade. Isso, na iniciativa privada.<br />

Roberto Campos, na década de 60, viu que isso<br />

era uma monstruosidade: premiava-se o tempo de<br />

serviço e não a competência. O Brasil perdia em competitividade.<br />

Para que não se derrubasse algo muito<br />

caro ao movimento trabalhista, que era a estabilidade,<br />

Roberto Campos previu o chamado Fundo de Garantia<br />

do Tempo de Serviço, pelo qual o trabalhador poderia<br />

optar, e receberia uma compensação em dinheiro quando<br />

fosse demitido ou quando se aposentasse ou, por<br />

uma série de outros motivos, ele poderia sacar aquele<br />

valor. Em compensação, não teria a estabilidade. Era<br />

o chamado “optante”.<br />

Muito bem. O Fundo poderia ser utilizado para<br />

um fator apenas: a construção da habitação desse<br />

mesmo trabalhador. O financiamento. Posteriormente,<br />

alargou-se também para saneamento. E a Constituição<br />

de 1988, a Constituição Cidadã, que eu chamo de<br />

Constituição “monstrengão”, acabou enfiando o Brasil<br />

em uma série de dificuldades. Para se ter uma idéia,<br />

o Supremo Tribunal Federal, por conta dessa Constituição<br />

monstruosa, julga 110 mil processos por ano,<br />

enquanto a Suprema Corte alemã julga 200 processos.<br />

E eu sou completamente favorável, por exemplo,<br />

ao que disse o Presidente Lula. Inclusive tenho um<br />

projeto no sentido de que haja uma nova Assembléia<br />

Nacional Constituinte. Só não endosso porque tenho<br />

medo de que o Presidente se aproveite disso para ter<br />

um terceiro mandato.<br />

Mas digo o seguinte: a atual Constituição ainda<br />

teve uma recaída, digamos, também porque naquela<br />

época temia-se muito pela violação das liberdades democráticas.<br />

Portanto, foi criada mais uma valorização<br />

do Fundo de Garantia: 40% do valor para quem fosse<br />

demitido de forma imotivada.<br />

Muito bem, o Fundo de Garantia pode ter a sua<br />

destinação modificada? É claro que pode ter a sua<br />

destinação modificada. Mas esta Medida Provisória,<br />

oriunda da Presidência da República, naturalmente, o<br />

que vem dizer? Que, não sendo modificada a destinação,<br />

uma parte dos recursos será retirada do Fundo.<br />

Portanto, serão tirados do trabalhador e utilizados em<br />

infra-estrutura.<br />

A intenção pode até ser nobre, mas é absurdamente<br />

inconstitucional, pois fere diretamente o art.<br />

7º, inciso III, da Constituição Federal. A questão está<br />

posta no Supremo Tribunal Federal, que não tem como<br />

dizer não.<br />

Portanto, o que estamos fazendo aqui é algo que<br />

não vai surtir qualquer efeito prático. Se o Governo<br />

conseguir a aprovação, o Supremo Tribunal Federal<br />

vai derrubar. E vai derrubar porque faltou juízo, penso<br />

até que houve uma certa dose de arrogância. Bastava<br />

modificar a lei, mas não quiseram fazer isso, quiseram,<br />

por meio de uma medida “impactuosa”, tirar o paquiderme,<br />

como disse Millôr Fernandes, do seu atoleiro


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

561<br />

16072 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

e colocá-lo em movimento. E não será às custas de<br />

convicções jurídicas arraigadas no País. A Medida é<br />

extremamente inconstitucional. Nem vou entrar na discussão<br />

da urgência, porque nós mesmos, digamos,<br />

“prostituímos” esse entendimento; ou seja, nunca discutimos<br />

relevância e urgência.<br />

No mérito, é extremamente inconstitucional. E os<br />

Democratas, juntamente com o PSDB, não votarão a<br />

favor da Medida, de forma alguma, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Muito obrigado a V. Exª, Senador Demóstenes<br />

Torres, pelo cumprimento do horário regimental<br />

de cinco minutos.<br />

Concedo a palavra ao próximo orador inscrito, o<br />

Senador Mão Santa, para encaminhar a votação.<br />

A Mesa adverte que, ao final dos encaminhamentos,<br />

que deve ocorrer dentro de uns 30 minutos,<br />

haverá votações nominais.<br />

Senador Mão Santa, V. Exª tem a palavra pelo<br />

tempo de cinco minutos, para encaminhamento, de<br />

acordo com o Regimento Interno da Casa.<br />

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI. Para encaminhar<br />

a votação. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

Senador Gerson Camata, Srªs e Srs. Senadores, brasileiras<br />

e brasileiros aqui presentes e que nos assistem<br />

pelo sistema de comunicação do Senado Federal, ao<br />

longo da minha vida – eu sou médico e também o Senador<br />

Papaléo Paes, que está aí –, a Psicologia, que<br />

tem a Neurolingüística, disse que tem de haver uma<br />

modelagem. Quer jogar futebol, vai imitar o Pelé; quer<br />

cantar, vai imitar Roberto Carlos. Então, eu adoto isso<br />

e busco o saber.<br />

Aquele que começou tudo disse: “Sei que nada<br />

sei”. É Sócrates. É humildade. O Senador Gerson Camata<br />

pode dizer que o Mão Santa está com uma história<br />

antiga. Peter Drucker, o mais moderno dos sábios<br />

administradores, disse que o líder do futuro é aquele<br />

que for mais indagador. Quer dizer, é a humildade.<br />

Ouvi atentamente todos e vou dar um exemplo:<br />

se houver uma guerra, voto em Arthur Virgílio, que é<br />

do Itamaraty – é o Barão do Rio Branco; eu o ausculto.<br />

Senadora Lúcia Vânia, se for um deficiente, sigo Flávio<br />

Arns, que é igual a Evaristo Arns, e vou levando a<br />

vida, como Heráclito disse. Se for religião, estão aqui<br />

Marcelo Crivella e Magno Malta, Senadores que posso<br />

auscultar. E vou levando...<br />

Então, Ralph Waldo Emerson – outro dia, um Senador<br />

me perguntou se era Emerson Fittipaldi –, filósofo<br />

norte-americano, disse, Senador Gerson Camata: “Toda<br />

pessoa que vejo é superior a mim em determinada coisa<br />

e, nesse particular, procuro aprender e seguir”. Vi muita<br />

gente, mas o superior nesse assunto é Francisco Dornelles.<br />

Pode o Mercadante estrebuchar; pode o Líder<br />

do Governo, Romero Jucá, tentar convencer! Ele aqui<br />

é meu guru. Por que, Senadora Lúcia Vânia? Porque<br />

foi escolhido de Tancredo, que se imolou. Kautilya, o<br />

Maquiavel da Índia, disse, Senadora Lúcia Vânia: “Vá<br />

governar, mas entregue a chave do cofre e os canhões<br />

só para gente de confiança”. Tancredo entregou a chave<br />

do cofre, da Nação, a Francisco Dornelles.<br />

Outra questão: lucidez na idade, na maturidade.<br />

A experiência dos mais velhos, como diz Shakespeare,<br />

está próxima da sabedoria. E o currículo? Se fosse<br />

Medicina, eu discutiria com o Senador Papaléo Paes,<br />

com o Senador Mozarildo Cavalcanti e com o Senador<br />

Augusto Botelho, mas, nesse caso, temos de seguir o<br />

Senador Francisco Dornelles. Esta é a Casa dos pais<br />

da Pátria, e ele enriqueceu isso. Sou mais o Senador<br />

Francisco Dornelles! São muitos quilômetros para Aloizio<br />

Mercadante chegar a Francisco Dornelles, como<br />

eu, a Adib Jatene. Isso é normal. Quero dizer que não<br />

há nada de mal.<br />

E quanto à contabilidade? É doutor em Direito<br />

Financeiro, em Finanças Públicas, em Nance, França.<br />

Eu conheço Nice, Saint-Tropez e todo aquele negócio.<br />

Ele é estudante de Nance. Fez Tributação Internacional<br />

em Harvard. Meu professor de Cirurgia, Senador<br />

Gerson Camata, dizia que a ignorância é audaciosa.<br />

E Sócrates dizia que só há um bem, o saber. O saber<br />

em Economia é Francisco Dornelles.<br />

Então, quero falar aqui que o Tietê não tem nada<br />

que ver com isso. Bem ali, no Chile, há o rio Mapocho.<br />

Senadora Lúcia Vânia, pode-se tomar banho lá, é limpinha<br />

a água. Não tem nada que ver com esse negócio,<br />

não! É falta de educação, de Governo. Bem ali, o Mapocho<br />

atravessa o Chile todo e é limpo. E o Tietê?<br />

E Rui Barbosa? Por que ele está aí? A primazia<br />

do trabalho é do trabalhador.<br />

(Interrupção do som.)<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – A Mesa concede a V. Exª um minuto, para encerrar<br />

sua fala, de acordo com o Regimento Interno.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI) – É o suficiente,<br />

Sr. Presidente. Em um minuto, Cristo fez o Pai-<br />

Nosso.<br />

E Rui Barbosa? Olho para Demóstenes. É a imagem<br />

de Rui. Atentai bem! A primazia é do trabalho e<br />

do trabalhador. Ele é que vem antes; ele é que fez isso.<br />

Esse dinheiro é administrado por eles. Auscultaram, ó<br />

Presidente Luiz Inácio, os trabalhadores? Vossa Excelência<br />

mandou o Mercadante ou o Romero perguntar<br />

aos trabalhadores? Fizeram um plebiscito? Não.


562<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16073<br />

Então, esse dinheiro é deles. Eles é que sabem.<br />

Evidentemente, há milhares de formas de levarmos o<br />

saneamento e a habitação ao povo.<br />

Portanto, essa é nossa palavra. Vim como pessoa<br />

do Piauí, que, na luta, é a primeira que chega.<br />

Mas nosso comandante aqui é Francisco Dornelles;<br />

vou votar conforme S. Exª mandar.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB –<br />

ES) – A Mesa agradece a V. Exª, Senador Mão Santa,<br />

o estrito cumprimento do tempo regimental de cinco<br />

minutos, colaborando com o desenvolvimento e com<br />

a produtividade da sessão desta noite.<br />

Ainda há oradores inscritos para fazer o encaminhamento<br />

da votação: os Senadores Heráclito Fortes,<br />

José Nery, Renato Casagrande, Marisa Serrano<br />

e Mário Couto.<br />

O próximo orador inscrito para fazer o encaminhamento<br />

da votação é o Senador Heráclito Fortes,<br />

que tem a palavra por cinco minutos, de acordo com<br />

o Regimento Interno.<br />

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI. Para<br />

encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) – Sr.<br />

Presidente, Srªs e Sr. Senadores, o passageiro do fim<br />

da fila deste trem da tribuna leva uma desvantagem,<br />

porque os que tiveram acesso antes aos microfones<br />

já abordaram, de maneira detalhada, as imperfeições<br />

dessa proposta do Governo.<br />

Eu pouco teria a dizer, depois de ter ouvido com<br />

clareza o que expôs o Ministro Francisco Dornelles,<br />

que tem toda uma vida dedicada a essa questão, que<br />

foi Ministro do Trabalho e que, com muita propriedade,<br />

mostrou ao Brasil a inconveniência da criação de<br />

mais esse Fundo.<br />

O Governo, às vezes, surpreende-nos com essas<br />

inovações mal explicadas, que, geralmente, não<br />

terminam bem. Para que, volto a perguntar, se criar<br />

um novo Fundo?<br />

Sr. Presidente, o problema da falta de recursos<br />

do PAC é de ação, é de ação por parte do Governo.<br />

Já vimos que existiu a ação desse grupo paralelo, que<br />

funciona dentro do Governo; ele foi mais ágil. Pois não<br />

é que já estavam montando, nos corredores da Caixa<br />

Econômica, Senador Francisco Dornelles, uma cartilha,<br />

para fraudar e burlar concorrências e a ação do PAC!<br />

Teria sido mais sensato se o Governo se tivesse voltado<br />

para tirar os aloprados do segundo mandato.<br />

Senador Demóstenes Torres, eu achava que a<br />

figura dos aloprados fosse coisa do passado. Até parece<br />

que estamos, depois do almoço, divididos entre<br />

a sesta e a reminiscência daquelas velhas novelas<br />

que a Globo mostra no “Vale a Pena Ver de Novo”. As<br />

técnicas são as mesmas. Os nomes, se não são os<br />

mesmos, são parecidos e pertencem à mesma fonte.<br />

O universo não muda: Caixa Econômica Federal.<br />

Enquanto o Brasil clama por respostas a alguns<br />

fatos, meu caro Senador Sibá Machado, o Delúbio já<br />

se prepara para ser Deputado por Goiás. Senadora<br />

Lúcia Vânia, ele já participa de festa, de batizado de<br />

neném e de jogo de futebol e chora em velório, fazendo<br />

exatamente a encarnação da renovação do Partido<br />

que quer perpetuar-se no poder.<br />

Isso é lamentável, Senador Sibá Machado! Mas<br />

V. Exª, hoje, sinta-se feliz! Esqueceram, por uns dias,<br />

a perseguição à Marina Silva.<br />

O PT não vai preocupar-se mais com o fato de,<br />

dividido, uns quererem sua cabeça, porque estão entregues<br />

às multinacionais, e de outros quererem defendê-la,<br />

porque são coerentes com o que pregaram no passado.<br />

Está no limbo. A história agora é a navalha. É navalha<br />

na carne dos militantes coerentes que sofreram durante<br />

anos nas praças públicas, que peregrinaram o Brasil,<br />

como V. Exª. Que história bonita! Sai do Piauí, vai para<br />

São Paulo, vai para o Pará, vê massacre, participa de<br />

atos em que corre risco de morte e aí vê toda a história<br />

jogada no lixo por interesses pouco confessáveis. Que<br />

coisa triste, Senador Sibá Machado!<br />

O Luz para Todos é a esperança de quantos pobres<br />

neste País, Senadora Lúcia Vânia, de ter, na sua<br />

longínqua casa, na sua tapera, a luz prometida por<br />

Lula, o pai dos pobres? E, antes de a luz chegar, chega<br />

o escândalo. O Luz para Todos, no Piauí, era uma<br />

certeza. O Governador a prometera para 100% das<br />

residências. Chega o escândalo. De luz, nada! Para<br />

completar o pacote, uma empresa de fora, de cuja<br />

existência ninguém sabia...<br />

(Interrupção do som.)<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – A Mesa lhe concede um minuto, para que V.<br />

Exª encerre o pronunciamento, e lhe agradece.<br />

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI) – Uma<br />

empresa que ninguém conhecia desaloja as locais, tira<br />

emprego dos da terra, aumenta os preços. É um mistério!<br />

Aí, vem o Governo querendo mais fundo. Para que<br />

fundo, Presidente Lula? Fundo, o Governo já tem demais.<br />

O Governo precisa é de respeito e de vergonha; precisa<br />

tomar providências com relação aos sanguessugas e aos<br />

aloprados e, Presidente Lula, quanto aos que jogam na<br />

lata do lixo sua história – uma história que lhe custou,<br />

inclusive, parte do corpo, uma história de vida e de luta.<br />

Finalizo, dizendo que é triste, Senador João Pedro.<br />

Quanta alegria o PT já deu ao Lula? Nenhuma.<br />

São só tristezas. Quanta alegria? Só tristeza.<br />

Tenho a impressão de que o Presidente Lula atualmente<br />

não dorme.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

563<br />

16074 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

(Interrupção de som.)<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – V. Exª dispõe de mais 30 segundos.<br />

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI) – Cada<br />

noite para ele é um desespero: “Qual será o escândalo<br />

de amanhã? Qual será o próximo aloprado? Quem<br />

será o próximo Ministro que vou demitir?”.<br />

Meu Deus do Céu, para que tanta luta? Presidente,<br />

quanta tristeza esse Partido tem dado a quem<br />

lhe tem dado tanta alegria?<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB<br />

– ES) – Muito obrigado, Senador Heráclito Fortes,<br />

pelo estrito cumprimento do prazo de cinco minutos,<br />

concedido a V. Exª pelo Regimento Interno.<br />

O próximo orador inscrito para encaminhar a<br />

votação é o Senador José Nery, do P-SOL. Concedo<br />

a palavra a S. Exª pelo tempo regimental de cinco<br />

minutos.<br />

O SR. JOSÉ NERY (P-SOL – PA. Para encaminhar<br />

a votação. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

Srªs e Srs. Senadores, ontem, na primeira parte da<br />

discussão da Medida Provisória nº 349, adiantamos<br />

nossa avaliação e nossa compreensão sobre essa medida<br />

e, evidentemente, coerentes com o que sempre<br />

defendemos, não poderíamos deixar de manifestar<br />

nossa análise e nosso voto contrário às disposições<br />

dessa medida.<br />

O Governo admite, na justificativa que acompanha<br />

a medida provisória, que destinar recursos do<br />

FGTS para o mercado de capitais é reivindicação dos<br />

organismos internacionais, em clara ruptura com sua<br />

função de investimento na área social. A MP autoriza,<br />

de imediato, a aplicação no mercado de risco de R$5<br />

bilhões, mas admite o comprometimento de até 80%<br />

do patrimônio líquido do FGTS, que constituem recursos<br />

da ordem de R$ 17 bilhões.<br />

A relevância e a urgência alegadas para a emissão<br />

da MP não se justificam. Esses recursos não são<br />

de natureza pública, mas de domínio dos trabalhadores.<br />

É inadmissível que se realize uma brutal mudança<br />

na utilização do FGTS sem um amplo debate neste<br />

Parlamento com o conjunto da sociedade brasileira,<br />

especialmente com os trabalhadores.<br />

Essa matéria é típica de lei complementar, pois<br />

regula o art. 192 da Constituição. Sendo instituição<br />

financeira, como a própria MP assim o reconhece,<br />

o FGTS deveria guardar integral compatibilidade ao<br />

disposto neste artigo da Constituição Federal, que<br />

exige, entre outros aspectos, a regulação do sistema<br />

financeiro por lei complementar dentro de princípios<br />

como o da prevalência dos interesses da coletividade.<br />

Assim sendo, incide a expressa proibição do art. 62,<br />

§1º, inciso III, da Constituição Federal, segundo o qual<br />

é vedada a edição de medida provisória que verse sobre<br />

matéria reservada à lei complementar.<br />

A retomada do desenvolvimento econômico não<br />

pode afetar os direitos dos trabalhadores, nem induzir<br />

um processo de privatização de setores estratégicos<br />

para a soberania nacional, com os recursos desviados<br />

de sua finalidade social, sem garantias de rentabilidade<br />

para um patrimônio construído com o suor e com o<br />

esforço do trabalhador brasileiro.<br />

O FGTS deve ser usado para as finalidades para<br />

as quais foi instituído. Há um déficit habitacional enorme.<br />

Há dados da Fundação Getúlio Vargas que apontam<br />

carência de oito milhões de moradias. Portanto,<br />

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o FGTS deveria<br />

garantir, como é seu objetivo, financiamento, habitação<br />

e saneamento. Sabemos que o saneamento básico e<br />

ambiental é outra calamidade que atinge as bases de<br />

um desenvolvimento sustentável, com condições mínimas<br />

para a saúde pública. Estudos da Organização<br />

Mundial de Saúde apontam que cada real aplicado<br />

em saneamento ambiental significa uma economia de<br />

R$3,00 nos custos da saúde pública.<br />

Portanto, desviar recursos do FGTS para financiar<br />

a privatização de setores estratégicos da economia<br />

nacional, colocando em risco o patrimônio do trabalhador<br />

brasileiro, é medida irracional, que fere princípios<br />

constitucionais e legais; além disso, deixa de solucionar,<br />

com políticas públicas eficazes, direitos sociais<br />

básicos, como habitação e saneamento.<br />

Dessa forma, Sr. Presidente, nosso voto é contrário<br />

à MP nº 349, que aqui foi anunciada sob a forma<br />

de Projeto de Lei de Conversão nº 10, de 2007.<br />

Essa é nossa avaliação. Nosso voto, anunciado<br />

aqui, é contrário à aprovação dessa MP.<br />

Muito obrigado.<br />

Durante o discurso do Sr. José Nery, o<br />

Sr. Gerson Camata, 2º Secretário, deixa a cadeira<br />

da presidência, que é ocupada pelo Sr.<br />

Renan Calheiros, Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senador Renato Casagrande, concedo a palavra<br />

a V. Exª.<br />

O SR. RENATO CASAGRANDE (Bloco/PSB – ES.<br />

Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.)<br />

– Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores,<br />

ontem, já manifestei a posição do nosso Partido com<br />

relação a essa Medida Provisória, mas, como retomamos<br />

o debate, por meio dos encaminhamentos,<br />

eu a reafirmo.<br />

Penso que essa medida é importante para o Programa<br />

de Aceleração do Crescimento.


564<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16075<br />

É uma medida que nos permite debater o Fundo<br />

de Garantia por Tempo de Serviço, um fundo que<br />

tem patrimônio líquido de R$ 21 bilhões – o dinheiro<br />

aplicado menos a remuneração das contas individuais<br />

de cada trabalhador brasileiro. Esse patrimônio<br />

líquido tem aumentado a cada ano, o que nos coloca<br />

na posição de ter de discutir, efetivamente e de<br />

forma mais integrada e articulada, esse Fundo de<br />

Garantia por Tempo de Serviço, porque, de fato, o<br />

trabalhador é muito mal remunerado. Historicamente,<br />

esse fundo conta com uma remuneração muito<br />

pequena, especialmente agora, com a estabilidade.<br />

Hoje, com essa medida provisória, surge a oportunidade<br />

de debater e conhecer melhor esse fundo dos<br />

trabalhadores. O primeiro ponto importante da medida<br />

provisória é esse.<br />

Um segundo ponto importante é o seguinte. Esse<br />

fundo de investimentos que se quer criar, formado por<br />

recursos que serão operados pela Caixa Econômica<br />

Federal, vai garantir, efetivamente, remuneração mínima<br />

ao trabalhador.<br />

Neste momento isso nos importa muito, porque<br />

tenho visto alguns dos Senadores da oposição ocuparem<br />

a tribuna e dizerem que se vai impor ao trabalhador<br />

riscos na aplicação desses recursos ou que o<br />

fundo vai correr riscos. Não vai. O fundo a ser criado<br />

oferece garantia de rendimento mínimo, e isso é importante,<br />

porque atualmente o rendimento oferecido<br />

é muito pequeno.<br />

Os investimentos feitos por esse Fundo de Investimento,<br />

com certeza, vão trazer rendimentos maiores<br />

do que o rendimento oferecido atualmente. Teremos a<br />

garantia dessa remuneração e temos a necessidade<br />

do investimento, é importante que possamos reconhecer<br />

a necessidade que temos no Brasil de fazer<br />

investimentos.<br />

A Caixa Econômica Federal hoje já faz investimentos<br />

com recursos do Fundo de Garantia em obras<br />

importantes de habitação e de saneamento. Agora os<br />

recursos desse fundo poderão ser utilizados em outras<br />

obras importantes para a infra-estrutura nacional.<br />

Não vejo nenhuma razão para que não votemos<br />

essa medida, medida que vai aumentar o volume de<br />

recursos para investimentos em infra-estrutura no nosso<br />

País, dá garantia de retorno ao fundo e, se o trabalhador<br />

quiser fazer investimentos, ele poderá, de acordo<br />

com legislação apropriada, aplicar um percentual de<br />

sua conta própria e obter remuneração maior do que<br />

aquela que atualmente recebe.<br />

Defendemos a aprovação dessa medida porque<br />

não vemos nenhum risco na aplicação desses<br />

recursos em obras do PAC, obras de infra-estrutura<br />

importantes. Não podemos deixar de aprovar essa<br />

matéria pela importância que representa o aumento<br />

de recursos para esses investimentos.<br />

Sr. Presidente, essa é a nossa posição, e esperamos<br />

ter condição de votar essa matéria hoje para<br />

não corrermos nenhum risco em relação ao prazo de<br />

vigência dessa medida provisória.<br />

Muito obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Senadora Marisa Serrano, para satisfação da<br />

Casa, tem a palavra V. Exª.<br />

O SR. JOSÉ NERY (P-SOL – PA) – Sr. Presidente,<br />

pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Com a aquiescência da Senadora Marisa Serrano,<br />

concedo a palavra a V. Exª.<br />

O SR. JOSÉ NERY (P-SOL – PA. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Peço escusas à companheira<br />

Senadora Marisa Serrano, que chega à tribuna neste<br />

momento, mas asseguro-lhe que retardarei em apenas<br />

alguns minutos o seu pronunciamento.<br />

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, fui encarregado<br />

pelos companheiros do P-SOL e do PPS de<br />

comunicar ao Plenário e à Mesa que conseguimos<br />

as 27 assinaturas iniciais necessárias para instalar<br />

a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que visa<br />

apurar denúncias envolvendo a operação Navalha, realizada<br />

pela Polícia Federal, no sentido de investigar<br />

todas as denúncias e todas as falcatruas de amplo<br />

conhecimento da sociedade brasileira. Informo ainda<br />

que o requerimento continua aberto ao recebimento<br />

de assinaturas dos demais Senadores que o quiserem<br />

apoiar.<br />

O Senado Federal, assim como a Câmara dos<br />

Deputados, não podem se omitir diante desse fato.<br />

O Senado oferece aqui a sua contribuição para<br />

a apuração dessas denúncias, e estamos aguardando<br />

a Câmara dos Deputados concluir a coleta de assinaturas<br />

para depois apresentar, provavelmente no início<br />

da semana, o pedido formal de instalação desta CPMI<br />

à Mesa do Congresso.<br />

Muito obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Quero lembrar a V. Exª e ao Senado Federal<br />

que, enquanto Presidente desta Casa, terei o mesmíssimo<br />

comportamento que adotei nas comissões parlamentares<br />

de inquérito anteriores. Vamos aguardar o<br />

requerimento, verificar se há fato determinado e, em<br />

havendo, vamos reunir os Líderes e estabelecer um<br />

prazo para que indiquem os nomes. Se não indicarem,<br />

em obediência ao Regimento e à decisão do Supremo<br />

Tribunal Federal, serei obrigado a indicá-los e o farei<br />

com muita satisfação.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

565<br />

16076 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

O SR. JOSÉ NERY (P-SOL – PA) – Conhecemos,<br />

Sr. Presidente, a sua lisura e o seu trabalho e<br />

esperamos que tenha o mais correto e democrático<br />

funcionamento essa CPI que pretende investigar<br />

fatos amplamente denunciados.<br />

Muito obrigado a V. Exª.<br />

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB<br />

– AL) – Agradeço a V. Exª.<br />

Senadora Marisa Serrano.<br />

A SRA. MARISA SERRANO (PSDB – MS. Para<br />

encaminhar a votação. Sem revisão da oradora.) – Obrigada,<br />

Sr. Presidente.<br />

O Projeto de Lei de Conversão nº 10, de 2007, em<br />

seu o art. 1º, estabelece a criação do Fundo de Investimento<br />

do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, o<br />

FGTS, destinado a investimentos e empreendimentos<br />

nos setores de energia, rodovia, ferrovia, hidrovia, porto<br />

e saneamento – o Senador Marcelo Crivella acrescentou<br />

talvez mais um: usinas nucleares.<br />

O fundo que foi criado para oferecer saneamento<br />

e habitação ao trabalhador passa agora ter mais uma<br />

destinação: investimentos na infra-estrutura de todas<br />

as áreas, até a possibilidade, como disse o Senador<br />

Marcelo Crivella , de usinas nucleares. Quero saber<br />

no que isso vai ajudar o trabalhador.<br />

Srs. Senadores, Srªs Senadoras, retirar 80% do<br />

FGTS para criar um fundo destinado a fazer investimentos<br />

em infra-estrutura é muito perigoso, principalmente<br />

porque se trata de um patrimônio que tem de ser preservado,<br />

que não pode ser colocado em risco.<br />

A grande maioria dos depositantes desse fundo<br />

não possui casa própria e nem todos dispõem de saneamento<br />

básico. O FGTS poderia muito bem, como<br />

já foi dito aqui, cumprir a sua finalidade, a finalidade<br />

com a qual foi criado: garantir moradia e saneamento<br />

àqueles que o constituem. Se o FGTS cumprisse a finalidade<br />

com a qual foi criado, tenho certeza de que<br />

o trabalhador brasileiro teria habitação melhor, teria a<br />

garantia de um lar, mas teria também mais saúde advinda<br />

do saneamento básico.<br />

Quero ainda colocar aqui que foi criado há pouco<br />

– chegou a esta Casa por meio de medida provisória,<br />

a MP nº 348 –, em decorrência do PAC, um fundo para<br />

investimento no setor de infra-estrutura.<br />

Eu gostaria de perguntar para meus nobres Pares<br />

o porquê de dois fundos para infra-estrutura. Se a<br />

Medida Provisória nº 348 é para um fundo de investimento<br />

no setor de infra-estrutura, por que a MP nº 349<br />

também é um fundo para infra-estrutura, mexendo nos<br />

recursos do trabalhador?<br />

Hoje se falou aqui sobre a Câmara Brasileira da<br />

Indústria da Construção, cujo Presidente, fazendo todo<br />

um arrazoado sobre a questão do FGTS, terminou a<br />

sua análise colocando o seguinte: se o problema da<br />

falta de saneamento básico e moradia de interesse<br />

social está longe de ser resolvido, se as metas físicas<br />

projetadas no PAC para habitação de interesse social<br />

necessitam de verbas adicionais, mais ou menos R$<br />

35 bilhões, se existem dúvidas quanto à segurança<br />

do fundo a ser criado e se o setor de infra-estrutura já<br />

está suficientemente contemplado no programa, por<br />

que insistir na MP nº 349? Por que não utilizar os recursos<br />

do FGTS para aumentar a oferta da moradia<br />

social, item dos mais importantes na agenda social<br />

brasileira?<br />

Quis fazer essas colocações para dizer que não<br />

compactuo com a idéia da criação de um novo fundo<br />

em cima dos recursos dos trabalhadores brasileiros.<br />

Que o FGTS cumpra aquilo para o qual foi criado e<br />

que se dê, sim, habitação e saneamento para aqueles<br />

que depositam no Fundo, para aqueles que são a<br />

razão de existir desse Fundo e que têm direito a ter<br />

habitação e saneamento.<br />

Era isso, Srª Presidente. Que coisa boa termos a<br />

Senadora Serys Slhessarenko aqui na Presidência!<br />

Srª Presidente, eram essas as minhas colocações.<br />

Espero, realmente, que votemos “não” à criação desse<br />

novo Fundo, que prejudica em muito aquilo que os trabalhadores<br />

construíram ao longo de tanto tempo.<br />

Muito obrigada.<br />

Durante o discurso da Sra. Marisa Serrano,<br />

o Sr. Renan Calheiros, Presidente, deixa<br />

a cadeira da presidência, que é ocupada pela<br />

Sra. Serys Slhessarenko.<br />

A SRA. PRESIDENTE (Serys Slhessarenko. Bloco/PT<br />

– MT) – Obrigada, Senadora Marisa Serrano.<br />

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB – RJ)<br />

– Srª Presidente, peço a palavra pela ordem.<br />

A SRA. PRESIDENTE (Serys Slhessarenko. Bloco/PT<br />

– MT) – Com a palavra, o Senador Marcelo Crivella,<br />

pela ordem.<br />

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB – RJ.<br />

Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Srª Presidente,<br />

apenas cumprimentando a Senadora Marisa Serrano<br />

por esse brilhante pronunciamento; com divergências,<br />

é claro.<br />

Obrigado, Senadora.<br />

A SRA. PRESIDENTE (Serys Slhessarenko. Bloco/PT<br />

– MT) – Com a palavra, o Senador Mário Couto.<br />

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB – PA. Para encaminhar<br />

a votação. Sem revisão do orador.) – Srª Presidente,<br />

Srªs e Srs. Senadores, inicialmente, Senador<br />

Francisco Dornelles, quero parabenizá-lo pelo relatório


566<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16077<br />

apresentado no dia de hoje neste Parlamento. Parabéns<br />

e os meus respeitos pela sua capacidade!<br />

Srª Presidente, vim a esta tribuna principalmente<br />

porque devem ter ficado algumas dúvidas, Senadora<br />

Marisa Serrano, em relação à posição do nosso Partido.<br />

Quero deixar bem claro que o nosso Partido não é<br />

contra investimentos neste País. Ao contrário, somos a<br />

favor de investimentos no nosso País. O que estamos<br />

questionando aqui, Srª Presidente, é a forma como<br />

o Governo quer investir neste País e de onde o Governo<br />

quer tirar os recursos para fazer investimentos:<br />

exatamente dos trabalhadores! E isso não queremos<br />

aceitar de forma alguma.<br />

Srªs e Srs. Senadores, no Pará, por exemplo,<br />

agora mesmo, na hidrelétrica de Tucuruí, 600 famílias<br />

entraram e tomaram aquela empresa. O que elas<br />

questionam? As eclusas de Tucuruí, o término daquele<br />

projeto, investimentos ali. Aquelas famílias não agüentaram<br />

mais. Por isso, não podemos – e quero deixar<br />

bem claro mais uma vez – ser contra investimentos<br />

neste País. Mas também queremos deixar bem claro<br />

que não aceitamos a forma como o Governo quer investir<br />

e de onde o Governo quer tirar o dinheiro para<br />

fazer investimentos neste País.<br />

Ora, sacar 80% do Fundo de Garantia significa<br />

quase tudo. E o trabalhador brasileiro? E onde fica o<br />

sistema de habitação deste País? É exatamente isso<br />

que queremos poupar, é exatamente com isso que<br />

não concordamos.<br />

O direito do trabalhador é intocável. E é bom que<br />

se fale aqui: temos mostrado claramente, por várias<br />

vezes, como o Governo Federal gasta mal, por exemplo,<br />

nas rodovias. Mostramos relatórios do TCU aqui.<br />

Se o Governo Federal economizasse tudo aquilo que<br />

é mal gasto neste País, com certeza não precisaria<br />

agora estar querendo mexer no Fundo de Garantia;<br />

não precisaria agora mexer com os trabalhadores<br />

brasileiros; não precisaria estar preocupado com os<br />

recursos para investimentos.<br />

Infelizmente, o Governo Federal gasta mal. Tenho<br />

mostrado desta tribuna, tenho falado muitas e muitas<br />

vezes sobre os relatórios do TCU.<br />

Agora, o Governo busca uma saída. Agora, o Governo<br />

busca uma alternativa de como trazer dinheiro, de<br />

como fazer dinheiro para investir neste País, e não achamos<br />

direito sacrificar exatamente os trabalhadores.<br />

Por isso, Senador Francisco Dornelles, desta tribuna,<br />

mais uma vez, parabenizo V. Exª pelo seu sentimento<br />

em defesa dos trabalhadores brasileiros, que<br />

devem ter os seus direitos intocáveis! Parabéns pela<br />

sua postura, parabéns pelo conhecimento que V. Exª<br />

tem sobre o assunto!<br />

Muito obrigado, Srª Presidente.<br />

A SRA. PRESIDENTE (Serys Slhessarenko. Bloco/PT<br />

– MT) – Com a palavra, o último orador, Senador<br />

Eduardo Suplicy. Em seguida, passarei a palavra ao<br />

Relator, Senador Romero Jucá.<br />

O SR. EDUAR<strong>DO</strong> SUPLICY (Bloco/PT – SP.<br />

Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.)<br />

– Quero cumprimentar o Senador Romero Jucá pelo<br />

seu parecer e enaltecer a iniciativa que estamos agora<br />

para votar: o Projeto de Lei nº 10, que vai aportar<br />

R$ 5bilhões para investimento em energia, rodovias,<br />

ferrovias, hidrovias, portos e saneamento, uma transferência<br />

do patrimônio líquido do Fundo de Garantia<br />

para o fundo de investimento para tais finalidades. Isso<br />

significará uma possibilidade de rendimento prevista de,<br />

pelo menos, 8% ao ano, que é mais do que os 3% hoje<br />

garantidos na forma de TR, sobretudo porque permitirá<br />

aos trabalhadores optarem com 10% de suas cotas<br />

vinculadas do Fundo de Garantia, com a garantia da<br />

Caixa Econômica Federal.<br />

E haverá isenção também do Imposto de Renda<br />

aos aplicadores. Isso vai significar que o fundo de<br />

investimentos com patrimônio próprio, separado do<br />

Fundo de Garantia, será disciplinado pela Comissão de<br />

Valores Mobiliários, cabendo a ela a regulamentação e<br />

a fiscalização. Portanto, trata-se de uma das principais<br />

medidas do Programa de Aceleração do Crescimento<br />

do Presidente Lula, programa que merece todo o<br />

nosso apoio. Obrigado.<br />

A SRA. PRESIDENTE (Serys Slhessarenko. Bloco/PT<br />

– MT) – Obrigada, Senador Eduardo Suplicy.<br />

Concedo a palavra ao Relator do Projeto de Lei de<br />

Conversão nº 10, de 2007, Senador Romero Jucá.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR. Como Relator<br />

revisor. Sem revisão do orador.) – Srª Presidente,<br />

Srªs e Srs. Senadores, encerro o encaminhamento, solicitando<br />

o voto para esse importante projeto, que gera<br />

empregos e que alavancará atividades importantes na<br />

economia brasileira.<br />

Portanto, o voto é favorável.<br />

A SRA. PRESIDENTE (Serys Slhessarenko. Bloco/PT<br />

– MT) – Peço a atenção do Plenário, dos Srs.<br />

Líderes, para a votação do projeto de lei de conversão,<br />

que tem preferência regimental, ressalvados os<br />

destaques.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Srª<br />

Presidente, peço a palavra pela ordem.<br />

A SRA. PRESIDENTE (Serys Slhessarenko. Bloco/PT<br />

– MT) – Concedo a palavra ao Senador Arthur<br />

Virgílio.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Pela<br />

ordem. Sem revisão do orador.) – Srª Presidente, Srªs<br />

e Srs. Senadores, fizemos um acordo o Presidente<br />

Renan Calheiros, a Liderança de Oposição e o Líder


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

567<br />

16078 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

do Governo, Senador Romero Jucá, com a ciência<br />

da Líder do PT, Senadora Ideli Salvatti, no sentido de<br />

suspendermos a votação neste momento em função<br />

da visível falta de quórum, para a retomarmos na terça-feira<br />

em ponto de orientação de Bancada. O encaminhamento<br />

está encerrado.<br />

Em seguida, há ainda algumas medidas provisórias.<br />

A primeira, obrigatoriamente, teria de ser a Medida<br />

Provisória nº 338, que cuida de recursos para a Petrobras<br />

e para outras estatais, inclusive com ramificações<br />

no exterior, no valor de R$7,4 bilhões.<br />

Portanto, neste momento, o acordo é o de se suspender<br />

a sessão para a retomarmos na terça-feira no<br />

ponto de orientação de Bancada, depois da votação dos<br />

destaques que, porventura, se mantenham e depois de<br />

fazermos a votação e a discussão, o encaminhamento<br />

e a votação da Medida Provisória nº 338.<br />

Durante o discurso do Sr. Arthur Virgílio,<br />

a Sra. Serys Slhessarenko, deixa a cadeira da<br />

presidência, que é ocupada pelo Sr. Tião Viana,<br />

1º Vice-Presidente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Pelo que a Presidência está entendendo do que disse<br />

o Líder Arthur Virgílio, encerraríamos o encaminhamento<br />

agora e deixaríamos para a terça-feira a votação da<br />

matéria. Isso poderá ser feito, se não houver objeção<br />

dos demais Líderes.<br />

Consulto o Líder do Governo, Senador Romero<br />

Jucá.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, é exatamente<br />

isso. Tivemos um entendimento, concluímos o encaminhamento<br />

e, portanto, na terça-feira, retomaremos a<br />

votação simbólica e, posteriormente, a votação nominal,<br />

somente com orientação dos Líderes para indicação<br />

de votos. Esse foi o entendimento construído. Tivemos<br />

um debate bastante profícuo sobre essa questão e fechamos<br />

esse entendimento.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– A Presidência ouve o Líder dos Democratas, Senador<br />

José Agripino.<br />

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL – RN. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, já são 21<br />

horas, o quórum não é o mesmo do início das discussões.<br />

Entendo ser conveniente a proposta do Senador<br />

Arthur Virgílio, até para garantirmos que boa expressão<br />

do Plenário possa manifestar-se com relação à<br />

matéria, que é polêmica. Há manifestações favoráveis<br />

e contrárias.<br />

É de bom alvitre fazermos o encaminhamento<br />

da votação na próxima semana e votarmos a última<br />

medida provisória, a MP nº 388, que bloqueia a<br />

pauta, e decidirmos, em última instância, no voto,<br />

a matéria. Sobre essa, sim, há grandes disputas e<br />

grandes divergências.<br />

Estamos inteiramente de acordo com a proposta<br />

feita pelo Líder Arthur Virgílio e endossada pelo Líder<br />

Romero Jucá.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Os Democratas acolhem o acordo sugerido pelo Senador<br />

Arthur Virgílio e pelo Senador Romero Jucá.<br />

Concedo a palavra à Senadora Ideli Salvatti.<br />

A SRA. IDELI SALVATTI (Bloco/PT – SC. Pela<br />

ordem. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente, Srªs<br />

e Srs. Senadores, não há a menor condição de realizarmos<br />

a votação, até porque já sabemos que serão<br />

pedidas verificação de quórum e votação nominal ao<br />

tratar do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.<br />

Espero que, na terça-feira, tenhamos condições<br />

de fazer a votação, até porque todos têm o entendimento<br />

de que essa é uma das medidas provisórias que<br />

perdem a validade no dia 1º de junho. Portanto, se tiver<br />

qualquer alteração, como já foi sinalizado aqui – inclusive,<br />

o Senador Romero Jucá falou da possibilidade<br />

de entendimento para absorver o armazenamento na<br />

área da agricultura –, a matéria voltará à Câmara dos<br />

Deputados. Assim, teremos um tempo muito exíguo<br />

para aprová-la antes que perca sua validade no dia<br />

1º de junho.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– O Partido dos Trabalhadores e o Bloco de Apoio<br />

ao Governo concordam com a sugestão do Líder do<br />

PSDB.<br />

Tem a palavra o Senador Renato Casagrande,<br />

Líder do PSB.<br />

O SR. RENATO CASAGRANDE (Bloco/PSB – ES.<br />

Como Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente,<br />

já estou contemplado com a palavra da Senadora Ideli<br />

Salvatti e do Senador Romero Jucá, mas é uma pena<br />

não votarmos essa matéria hoje. Fizemos um acordo,<br />

e sinto por não termos conseguido fechar uma posição<br />

em torno dessa medida provisória e termos de correr<br />

o risco na semana que vem.<br />

Obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PR – ES) – Sr.<br />

Presidente, peço a palavra pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Tem a palavra o Senador Magno Malta.<br />

O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PR – ES. Pela ordem.<br />

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, também<br />

me sinto contemplado pelo que foi dito aqui, a exemplo<br />

do Senador Renato Casagrande, mas penso que o<br />

Brasil inteiro está ligado na TV Senado na expectativa<br />

de que essa matéria seja votada. É temerário – agora,<br />

nem há quorum – que a votação fique para a semana<br />

que vem. Deveríamos prolongar um pouco mais a sessão<br />

e votarmos a matéria, definirmos a questão hoje.<br />

Criou-se uma grande expectativa, mas, infelizmente,


568<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16079<br />

os acordos não nos permitiram votar. Espero que, na<br />

próxima semana, já na terça-feira, a matéria seja concluída<br />

definitivamente para a sociedade.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Agradeço a V. Exª.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sr.<br />

Presidente, peço a palavra pela ordem.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Antes de conceder a palavra ao Senador Arthur Virgílio,<br />

a Presidência pondera ao Plenário a importância<br />

de votarmos a matéria na próxima terça-feira, em<br />

razão do prazo de validade da Medida Provisória, dia<br />

1º de junho. Portanto, é muito importante o comparecimento<br />

dos Srs. Senadores em plenário, na próxima<br />

terça-feira, para a votação da matéria.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Não há acordo entre as Lideranças partidárias para<br />

deliberação do item 1 da pauta. Em conseqüência, as<br />

matérias ficam sobrestadas.<br />

A apreciação das matérias constantes da Ordem<br />

do Dia de hoje fica transferida para a sessão deliberativa<br />

ordinária do dia 29, terça-feira próxima.<br />

São os seguintes os itens sobrestados:<br />

1<br />

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 338, DE 2006<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos<br />

do § 6º do art. 62 da Constituição Federal)<br />

Discussão, em turno único, da Medida<br />

Provisória nº 338, de 2006, que abre crédito<br />

extraordinário ao Orçamento de Investimento<br />

para 2006, em favor de diversas empresas estatais,<br />

no valor total de sete bilhões, quatrocentos<br />

e cinqüenta e sete milhões, quinhentos e<br />

oitenta e cinco mil, novecentos e setenta e sete<br />

reais, e reduz o Orçamento de Investimento<br />

de diversas empresas no valor global de oito<br />

bilhões, oitocentos e oito milhões, novecentos<br />

e cinqüenta e dois mil, oitocentos e oitenta e<br />

oito reais, para os fins que especifica.<br />

Relator revisor:<br />

(Sobrestando a pauta a partir de:<br />

19.3.2007)<br />

Prazo final (prorrogado): 1º.6.2007<br />

3<br />

PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO<br />

Nº 10, DE 2007<br />

(Proveniente da Medida Provisória nº 349, de 2007)<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos<br />

do § 6º do art. 62 da Constituição Federal)<br />

Votação, em turno único, do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do Fundo de Garantia<br />

por Tempo de Serviço – FI-FGTS, altera a Lei<br />

nº 8.036, de 11 de maio de 1990, e dá outras<br />

providências (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 349, de 2007). (Programa de Aceleração<br />

do Crescimento – PAC)<br />

Parecer favorável sob nº 364, de 2007,<br />

de Plenário, Relator revisor: Senador Romero<br />

Jucá.<br />

(Sobrestando a pauta a partir de:<br />

19.3.2007)<br />

Prazo final (prorrogado): 1º.6.2007<br />

4<br />

PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO<br />

Nº 14, DE 2007<br />

(Proveniente da Medida Provisória nº 355, de 2007)<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos<br />

do § 6º do art. 62 da Constituição Federal)<br />

Discussão, em turno único, do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 14, de 2007, que dispõe<br />

sobre a prestação de auxílio financeiro<br />

pela União aos Estados, ao Distrito Federal<br />

e aos Município, no exercício de 2007, com o<br />

objetivo de fomentar as exportações do País<br />

(proveniente da Medida Provisória nº 355, de<br />

2007).<br />

Relator revisor:<br />

(Sobrestando a pauta a partir de:<br />

12.4.2007)<br />

Prazo final (prorrogado): 25.6.2007<br />

5<br />

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 356, DE 2007<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos<br />

do § 6º do art. 62 da Constituição Federal)<br />

Discussão, em turno único, da Medida<br />

Provisória nº 356, de 2007, que abre crédito<br />

extraordinário, em favor do Ministério do Esporte,<br />

no valor de cem milhões de reais, para<br />

os fins que especifica.<br />

Relator revisor:<br />

(Sobrestando a pauta a partir de:<br />

22.4.2007)<br />

Prazo final (prorrogado): 6.7.2007<br />

6<br />

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 357, DE 2007<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos<br />

do § 6º do art. 62 da Constituição Federal)<br />

Discussão, em turno único, da Medida<br />

Provisória nº 357, de 2007, que autoriza a re-


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

569<br />

16080 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

negociação dos créditos da União e da Centrais<br />

Elétricas Brasileiras S.A. – ELETROBRAS com<br />

a Itaipu Binacional e dá outras providências.<br />

Relator-revisor:<br />

(Sobrestando a pauta a partir de:<br />

27.4.2007)<br />

Prazo final (prorrogado): 10.7.2007<br />

7<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 124, DE 2006<br />

(Em regime de urgência, nos termos<br />

do art. 64, § 1º, da Constituição Federal)<br />

(Incluído em Ordem do Dia, nos termos<br />

do art. 353, parágrafo único, do Regimento Interno)<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 124, de 2006 (nº 7.514/2006,<br />

na Casa de origem), de iniciativa do Presidente<br />

da República, que altera a Lei nº 11.196, de<br />

21 de novembro de 2005 (estabelece incentivos<br />

fiscais para empresas que investem em<br />

pesquisa científica e tecnológica).<br />

Pareceres nºs 260 e 261, de 2007, das<br />

Comissões de<br />

– Assuntos Econômicos, Relator: Senador<br />

Francisco Dornelles, favorável ao Projeto,<br />

com a Emenda nº 2-CAE, de redação, que<br />

apresenta; e<br />

– de Educação, Relator: Senador Flávio<br />

Arns, favorável ao Projeto e à Emenda nº 1.<br />

(Sobrestando a pauta a partir de:<br />

11.3.2007)<br />

8<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 10, DE 2007<br />

(Em regime de urgência, nos termos<br />

do art. 64, § 1º, da Constituição Federal)<br />

(Incluído em Ordem do Dia, nos termos<br />

do art. 353, parágrafo único, do Regimento Interno)<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 10, de 2007 (nº 7.569/2006,<br />

na Casa de origem), de iniciativa do Presidente<br />

da República, que modifica as competências<br />

e a estrutura organizacional da fundação Coordenação<br />

de Aperfeiçoamento de Pessoal de<br />

Nível Superior – CAPES, de que trata a Lei<br />

nº 8.405, de 9 de janeiro de 1992; e altera a<br />

Lei nº 11.273, de 6 de fevereiro de 2006, que<br />

autoriza a concessão de bolsas de estudo e<br />

de pesquisa a participantes de programas de<br />

formação inicial e continuada de professores<br />

para educação básica.<br />

Pareceres nºs 223 a 225, de 2007, das<br />

Comissões<br />

– de Constituição, Justiça e Cidadania,<br />

Relator ad hoc: Senador Wellington Salgado,<br />

favorável ao Projeto e as Emendas nºs 3 a 5,<br />

nos termos da Emenda nº 6-CCJ (Substitutivo),<br />

que oferece;<br />

– de Inovação, Comunicação e Informática,<br />

Relator: Senador Eduardo Azeredo, favorável<br />

ao Projeto e as Emendas nºs 3 a 5, nos<br />

termos da Emenda nº 7-CCT (Substitutivo),<br />

que oferece; e<br />

– de Educação, Relatora: Senadora Marisa<br />

Serrano, favorável ao Projeto e as Emendas<br />

nºs 3 a 5, nos termos da Emenda nº 8-CE<br />

(Substitutivo), que oferece.<br />

(Sobrestando a pauta a partir de:<br />

14.4.2007)<br />

9<br />

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO<br />

Nº 35, DE 2007<br />

(Incluído em Ordem do Dia, nos termos do<br />

parágrafo único do art. 353 do Regimento Interno)<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Decreto Legislativo nº 35, de 2007 (apresentado<br />

como conclusão do Parecer nº 100, de<br />

2007, da Comissão de Assuntos Econômicos),<br />

Relator ad hoc: Senador Delcídio Amaral, que<br />

aprova a Programação Monetária para o primeiro<br />

trimestre de 2007.<br />

10<br />

EMENDA DA CÂMARA AO<br />

PROJETO DE LEI <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> Nº 337, DE 1999<br />

Votação, em turno único, da Emenda da<br />

Câmara ao Projeto de Lei do Senado nº 337,<br />

de 1999 (nº 2.516/2000, naquela Casa), que<br />

acrescenta parágrafo ao art. 14 da Lei nº 1.060,<br />

de 5 de fevereiro de 1950, no sentido de regular<br />

a gratuidade dos honorários de perito.<br />

Parecer sob nº 69, de 2007, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania, Relator:<br />

Senador Arthur Virgílio, pela rejeição.<br />

11<br />

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO<br />

Nº 57, DE 2005<br />

(Votação nominal)<br />

Votação, em primeiro turno, da Proposta<br />

de Emenda à Constituição nº 57, de 2005, de<br />

autoria do Senador Marco Maciel e outros Senhores<br />

Senadores, que dá nova redação ao § 4º


570<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16081<br />

do art. 66 da Constituição, para permitir que os<br />

vetos sejam apreciados separadamente no Senado<br />

Federal e na Câmara dos Deputados.<br />

Pareceres sob nºs 779, de 2006; e 272,<br />

de 2007, da Comissão de Constituição, Justiça<br />

e Cidadania, – 1º pronunciamento (sobre a<br />

Proposta): Relator: Senador Ramez Tebet, favorável;<br />

– 2º pronunciamento (sobre a Emenda<br />

nº 1, de Plenário): Relator: Senador Adelmir<br />

Santana, favorável, e apresentando a Emenda<br />

nº 2-CCJ, de redação.<br />

12<br />

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO<br />

Nº 59, DE 2005<br />

Quinta e última sessão de discussão,<br />

em primeiro turno, da Proposta de Emenda<br />

à Constituição nº 59, de 2005, de autoria do<br />

Senador Arthur Virgílio e outros Senhores Senadores,<br />

que acrescenta o seguinte § 5º ao<br />

art. 239 da Constituição Federal, para permitir<br />

que os recursos do PASEP sejam aplicados<br />

diretamente pelos Estados e Município.<br />

Parecer sob nº 1.094, de 2006, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania,<br />

Relator: Senador João Batista Motta, favorável,<br />

com a Emenda nº 1-CCJ, de redação.<br />

13<br />

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO<br />

Nº 37, DE 2004<br />

Quarta sessão de discussão, em primeiro<br />

turno, da Proposta de Emenda à Constituição<br />

nº 37, de 2004, tendo como primeiro signatário<br />

o Senador Antonio Carlos Magalhães, que<br />

altera a redação da alínea “d” do inciso II do<br />

art. 93 da Constituição Federal (torna obrigatória<br />

a promoção por antigüidade do juiz que<br />

figurar, por duas vezes, indicado pelo Tribunal<br />

competente).<br />

Parecer sob nº 16, de 2007, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania: Relator<br />

Senador Demóstenes Torres, favorável, com as<br />

Emendas nºs 1 a 4-CCJ, que apresenta.<br />

14<br />

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO<br />

Nº 2, DE 2007<br />

Primeira sessão de discussão, em primeiro<br />

turno, da Proposta de Emenda à Constituição<br />

nº 2, de 2007, tendo como primeiro signatário<br />

o Senador Marco Maciel, que acrescenta parágrafo<br />

ao art. 17 da Constituição Federal, para<br />

autorizar distinções entre partidos políticos,<br />

para fins de funcionamento parlamentar, com<br />

base no seu desempenho eleitoral.<br />

Parecer sob nº 91, de 2007, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania, Relator:<br />

Senador Jarbas Vasconcelos, favorável, com<br />

as Emendas nºs 1 e 2-CCJ, que apresenta,<br />

com votos contrários dos Senadores Antonio<br />

Carlos Valadares e José Nery, e, em separado,<br />

do Senador Inácio Arruda.<br />

15<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 12, DE 2000<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 12, de 2000 (nº 885/95, na<br />

Casa de origem), que institui o Programa Nacional<br />

de Habitação para Mulheres com Responsabilidades<br />

de Sustento da Família.<br />

Parecer sob nº 530, de 2006, da Comissão<br />

de Direitos Humanos e Legislação Participativa<br />

Relator: Senador Paulo Paim, favorável,<br />

nos termos da Emenda nº 1-CDH (Substitutivo),<br />

que oferece.<br />

16<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 34, DE 2004<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 34, de 2004 (nº 2.155/99, na<br />

Casa de origem), que cria o Relatório Anual<br />

Socioeconômico da Mulher.<br />

Parecer sob nº 873, de 2006, da Comissão<br />

de Direitos Humanos e Legislação Participativa,<br />

Relator ad hoc: Senador Paulo Paim,<br />

favorável, com as Emendas nºs 1 a 4-CDH,<br />

que apresenta.<br />

17<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 105, DE 2005<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 105, de 2005 (nº 2.619/2003,<br />

na Casa de origem), que altera a Lei nº 5.859,<br />

de 11 de dezembro de 1972, para assegurar<br />

a todos os trabalhadores domésticos o direito<br />

ao benefício do seguro-desemprego.<br />

Parecer favorável, sob nº 539, de 2006,<br />

da Comissão de Assuntos Sociais, Relator ad<br />

hoc: Senador Pedro Simon.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

571<br />

16082 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

18<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 33, DE 2006<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 33, de 2006 (nº 4.539/2004,<br />

na Casa de origem), que institui o dia 6 de dezembro<br />

como o Dia Nacional de Mobilização<br />

dos Homens pelo Fim da Violência contra as<br />

Mulheres.<br />

Parecer favorável, sob nº 1.223, de 2006,<br />

da Comissão de Educação, Relator ad hoc:<br />

Senador Juvêncio da Fonseca.<br />

19<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 66, DE 2006<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 66, de 2006 (nº 4.733/2004,<br />

na Casa de origem), de iniciativa do Presidente<br />

da República, que dá nova redação ao art. 894<br />

da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT,<br />

aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de<br />

maio de 1943, e à alínea “b” do inciso III do<br />

art. 3º da Lei nº 7.701, de 21 de dezembro de<br />

1988 (dispõe sobre os embargos para o Tribunal<br />

Superior do Trabalho).<br />

Parecer sob nº 23, de 2007, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania, Relator:<br />

Senador José Agripino, favorável, com as<br />

Emendas nºs 1 a 3-CCJ, que apresenta.<br />

20<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 80, DE 2006<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 80, de 2006 (nº 4.735/2004,<br />

na Casa de origem), de iniciativa do Presidente<br />

da República, que dá nova redação ao caput do<br />

art. 836 da Consolidação das Leis do Trabalho<br />

– CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de<br />

1º de maio de 1943, a fim de dispor sobre o<br />

depósito prévio em ação rescisória.<br />

Parecer sob nº 24, de 2007, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania, Relator:<br />

Senador João Batista Motta, favorável, com as<br />

Emendas nºs 1 e 2-CCJ.<br />

21<br />

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO<br />

Nº 131, DE 1997<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Decreto Legislativo nº 131, de 1997 (nº 573/97,<br />

na Câmara dos Deputados), que aprova o texto<br />

do Acordo de Parceria e de Cooperação em<br />

Matéria de Segurança Pública, celebrado entre<br />

o Governo da República Federativa do Brasil<br />

e o Governo da República Francesa, em Brasília,<br />

em 12 de março de 1997.<br />

Pareceres sob nºs 143, de 1998; 1.603<br />

e 1.604, de 2005, das Comissões<br />

– de Relações Exteriores e Defesa Nacional,<br />

1º pronunciamento, Relator: Senador<br />

Romeu Tuma, favorável, com voto contrário,<br />

em separado, da Senadora Benedita da Silva;<br />

2º pronunciamento, Relator ad hoc: Senador<br />

Jefferson Peres, favorável; e<br />

– de Constituição, Justiça e Cidadania<br />

(em audiência, por solicitação da Comissão<br />

de Relações Exteriores e Defesa Nacional),<br />

Relator: Senador Jefferson Peres, favorável.<br />

22<br />

PROJETO DE LEI <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> Nº 227, DE 2006<br />

Primeira sessão de discussão, em primeiro<br />

turno, do Projeto de Lei do Senado nº<br />

227, de 2006, de iniciativa da Comissão Parlamentar<br />

Mista de Inquérito dos Correios, que<br />

altera dispositivos da Lei nº 8.666, de 21 de<br />

junho de 1993, e 10.520, de 17 de julho de<br />

2002, ampliando o âmbito de aplicação do<br />

pregão eletrônico e melhorando mecanismos<br />

de controle.<br />

23<br />

PROJETO DE LEI <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> Nº 26, DE 2000<br />

(Tramitando em conjunto com o<br />

Projeto de Lei do Senado nº 685, de 1999)<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei do Senado nº 26, de 2000, de autoria do<br />

Senador Paulo Hartung, que altera a redação<br />

do § 1º do art. 6º da Lei nº 9.069, de 29 de<br />

junho de 1995, para definir que o Presidente<br />

do Banco Central comparecerá, pessoalmente,<br />

à Comissão de Assuntos Econômicos do<br />

Senado, para fazer relato sobre a execução<br />

da programação monetária que se finda e a<br />

exposição e entrega da Programação Monetária<br />

Trimestral.<br />

Pareceres sob nºs 1.816 e 1.817, de<br />

2005, das Comissões<br />

– de Constituição, Justiça e Cidadania,<br />

Relator: Senador Sérgio Machado, favorável,<br />

nos termos da Emenda nº 1-CCJ (Substituti-


572<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16083<br />

vo), que oferece, e pela rejeição do Projeto de<br />

Lei do Senado nº 685, de 1999, com o qual<br />

tramita em conjunto; e<br />

– de Assuntos Econômicos, Relator: Senador<br />

Aloizio Mercadante, favorável ao Projeto,<br />

nos termos do parecer da Comissão de Constituição,<br />

Justiça e Cidadania, com voto contrário,<br />

em separado, dos Senadores Heloísa Helena<br />

e Eduardo Suplicy.<br />

24<br />

PROJETO DE LEI <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> Nº 685, DE 1999<br />

(Tramitando em conjunto com o<br />

Projeto de Lei do Senado nº 26, de 2000)<br />

Projeto de Lei do Senado nº 685, de<br />

1999, da Comissão Parlamentar de Inquérito<br />

do Sistema Financeiro, que altera a redação<br />

do § 1º da art. 6º da Lei nº 9.069, de 29 de junho<br />

de 1995, que “dispõe sobre o Plano Real,<br />

o Sistema Monetário Nacional, estabelece as<br />

regras e condições de emissão do Real e os<br />

critérios para conversão das obrigações para<br />

o Real, e dá outras providências”.<br />

25<br />

REQUERIMENTO Nº 123, DE 2007<br />

(Incluído em Ordem do Dia nos termos<br />

do art. 222, § 2º, do Regimento Interno)<br />

Votação, em turno único, do Requerimento<br />

nº 123, de 2007, do Senador Aloizio<br />

Mercadante, solicitando voto de aplauso ao<br />

ex-Vice-Presidente dos Estados Unidos da<br />

América, Al Gore, pelo documentário intitulado<br />

“An Inconvenient Truth” (Uma Verdade<br />

Inconveniente).<br />

Parecer favorável, sob nº 290, de 2007,<br />

da Comissão de Relações Exteriores e Defesa<br />

Nacional, Relator: Senador Fernando Collor.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Concedo a palavra ao Líder do PSDB, Senador Arthur<br />

Virgílio.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Pela<br />

ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, somente<br />

queria informar que o noticiário televisivo mostra<br />

um quadro de caos no País, com a invasão de Tucuruí,<br />

pela chamada Via Campesina, com ameaça de quebraquebra<br />

da maquinaria. Passamos de novo por situação<br />

que vivemos há pouco tempo, aquele episódio da quebra<br />

da hierarquia, por parte dos controladores de vôo.<br />

E a solução dada – está aí a CPI para averiguar tudo<br />

isso – não resolveu em absoluto a situação sequer dos<br />

controladores. Eles estão, hoje em dia, pura e simplesmente,<br />

enquadrados novamente na hierarquia militar,<br />

mas não contemplados nas suas expectativas.<br />

Essa atitude, a meu ver, coloca, mais uma vez,<br />

em xeque a autoridade do Presidente da República.<br />

É um dado a mais que se insere no desenho de crise<br />

institucional. O fato de no Brasil haver uma democracia<br />

que se vem consolidando de 1985 para cá não significa<br />

que esteja imune a crises institucionais; não está.<br />

Estou preocupado, Sr. Presidente, porque não<br />

percebo que devamos dar de ombros para esse fato.<br />

Não somos dançarinos da Ilha Fiscal. Não somos convivas<br />

da Ilha Fiscal, nem somos a Rainha de França,<br />

com aquela história de “comam brioches”. É para encarar<br />

com seriedade esse episódio.<br />

O Brasil vai se intranqüilizando de norte a sul. E<br />

vejo um clima absolutamente cinzento neste momento.<br />

Estou revelando a preocupação do meu Partido,<br />

Sr. Presidente.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Agradeço a V. Exª.<br />

Tem a palavra, pela ordem, o Senador Eduardo<br />

Suplicy.<br />

O SR. EDUAR<strong>DO</strong> SUPLICY (Bloco/PT – SP. Pela<br />

ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, a<br />

palavra de alerta do Senador Arthur Virgílio, Líder do<br />

PSDB, deve ser ouvida por todos nós. Precisamos contribuir<br />

para que esses problemas que estão ocorrendo<br />

no País sejam resolvidos de maneira civilizada.<br />

Faço um apelo a todos os movimentos sociais<br />

deste País – Via Campesina, estudantes, MST, Movimento<br />

dos Sem-Teto –, para que suas manifestações<br />

sejam caracterizadas, sobretudo, pela não-violência.<br />

Como V. Exª sabe, Senador Tião Viana, na Universidade<br />

de São Paulo – ainda hoje conversava com<br />

o Senador Arthur Virgílio –, estamos fazendo tudo para<br />

que haja uma solução pacífica. Tive conhecimento de<br />

que, há pouco, um dos membros do Ministério Público<br />

solicitou ao juiz, que concedeu, a reintegração de<br />

posse, atendendo à solicitação da Reitora Suely Vilela,<br />

uma prorrogação por dez dias, para que possam a Reitora<br />

Suely Vilela, os estudantes e os professores que<br />

entraram em greve – também com relação à greve de<br />

professores da Unicamp, dos estudantes e da Unesp,<br />

possivelmente –, negociar em clima de diálogo.<br />

Os estudantes da USP estão agora, por exemplo,<br />

realizando uma plenária, para decidir se seria próprio<br />

dialogar com o Governador José Serra. Até conversei<br />

com o Senador Arthur Virgílio: quem sabe surja um<br />

pedido e possa o Líder do PSDB, assim como nós Senadores<br />

de São Paulo, estarmos colaborando.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

573<br />

16084 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

Quero dizer ao Senador Arthur Virgílio que nós,<br />

do Partido dos Trabalhadores, estamos procurando<br />

colaborar para que essas divergências possam ser<br />

superadas por meios civilizados, pelo diálogo, sem o<br />

uso da violência.<br />

No que diz respeito à Comissão Parlamentar de<br />

Inquérito, cujo requerimento de criação, conforme informado<br />

pelo Senador José Nery, já possui as 27 assinaturas<br />

necessárias; a Senadora Ideli Salvatti deverá nos<br />

convidar para uma reunião – isso já está estabelecido<br />

– dos Senadores do PT e da Base do Governo dos<br />

Partidos aliados para um diálogo de reflexão a respeito.<br />

O Senador Tião Viana sabe que nós queremos sempre<br />

fazer um esforço de agir consensualmente com muito<br />

respeito, inclusive pela nossa liderança.<br />

Então, queria fazer essas ponderações diante<br />

das observações do Líder do PSDB.<br />

Acredito que a democracia no Brasil será fortalecida.<br />

Ainda hoje, ouvimos dos generais que tiveram<br />

seus nomes votados na Comissão de Constituição,<br />

Justiça e Cidadania...<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC.<br />

Fazendo soar a campainha.) – Peço a V. Exª que conclua,<br />

Senador Suplicy.<br />

O SR. EDUAR<strong>DO</strong> SUPLICY (Bloco/PT – SP)<br />

– Eles próprios deram seu testemunho de como as<br />

instituições democráticas brasileiras, hoje, se encontram<br />

fortalecidas, felizmente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Senador Arthur Virgílio, pela ordem.<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM. Pela<br />

ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, fico<br />

muito agradecido ao Senador Suplicy pela atenção<br />

que deu às minhas palavras e à advertência que procurei<br />

aqui fazer na qualidade e na condição de Líder<br />

do PSDB.<br />

Digo que se faz democracia sempre com diálogo,<br />

e o nosso Partido neste Senado é uma prova sobeja<br />

de que não se furta a dialogar, por iniciativa nossa<br />

ou por iniciativa de quem quer que seja nesta Casa.<br />

Mas democracia se faz também com autoridade, não<br />

se faz permitindo quebra-quebra em Tucuruí, não se<br />

faz permitindo a desmoralização da autoridade militar<br />

como no episódio dos controladores de vôo; democracia<br />

se faz com respeito ao que diz a Constituição,<br />

ao que diz a lei.<br />

Então, Sr. Presidente, volto a dizer a V. Exª que,<br />

especificamente em relação à USP, vamos dar nome<br />

aos bois, Partido da Causa Operária, um outro partido,<br />

se não me engano, PSTU, sei lá... E imagino que<br />

o PT de São Paulo haverá de se portar com a mesma<br />

grandeza com que a Oposição se porta em relação ao<br />

Presidente Lula aqui nesta Casa. Estamos acabando<br />

de votar o PAC na terça-feira. O Presidente Lula diz<br />

que isso é essencial para o seu Governo, e estamos<br />

aqui fazendo isso e imagino que não é hora mesmo.<br />

Eu conheço a grandeza do Senador Suplicy, quero<br />

confiar na grandeza dos seus companheiros de Partido<br />

em São Paulo. Não é hora de tirar casquinha de<br />

ninguém, não é hora de nada menor.<br />

E vamos explicar de uma vez por todas o que<br />

se passa na USP. O Governador Serra não quer tocar<br />

absolutamente em nada da independência, da autonomia<br />

universitária. Ele, ao contrário, está aumentando<br />

as dotações financeiras. Portanto, não quer também<br />

estrangular financeiramente a USP.<br />

Sr. Presidente, dizem que o fato de ele ter criado<br />

a Secretaria de Ensino Superior – esse é o pretexto<br />

– significaria ele estar castrando a autonomia universitária.<br />

As mesmas pessoas que dizem isso talvez<br />

tenham esquecido já que a Secretaria de Desenvolvimento<br />

era aquela à qual estava vinculada sem subalternidade,<br />

como não terá subalternidade agora em<br />

relação à de Ensino Superior, a outra secretaria, a de<br />

Desenvolvimento.<br />

Do mesmo modo, nós temos uma cobrança nítida<br />

de transparência: não dá para se escudarem no<br />

que entendem ser autonomia universitária para não<br />

prestarem contas do dinheiro público, não prestarem<br />

contas do desempenho acadêmico. Há uma cobrança<br />

nítida. Não é possível que a USP esteja em queda em<br />

relação à produção científica, em relação à formação<br />

de doutores.<br />

Vamos dar um exemplo muito claro e temos de<br />

fazer uma autocrítica conjunta. Eu estou sem nenhuma<br />

paciência para fazer joguinho de PT contra PSDB,<br />

eu estou sem nenhuma paciência para isso. Eu quero<br />

pensar no meu País. Eu tenho filhos. Eu tenho quatro<br />

filhos, de doze a vinte e oito anos de idade.<br />

A Argentina, Sr. Presidente, tem talvez meia dúzia<br />

de Prêmios Nobel. Nós temos quantos no Brasil? E se<br />

tivesse que sair algum Prêmio Nobel, sairia de onde?<br />

Sairia da Unicamp, sairia da USP, preferencialmente,<br />

até pelas condições de desenvolvimento tecnológico<br />

e desenvolvimento de produção científica atingido por<br />

São Paulo em relação ao resto do País.<br />

Infelizmente, muito difícil seria sair da minha modesta,<br />

porém valorosa, Universidade Federal do Amazonas.<br />

Mas, se no futebol não é assim, a Argentina nos<br />

dá uma goleada em matéria de Prêmio Nobel. É isso<br />

o que não quer o Governador Serra. Ele quer ajudar a<br />

Universidade a se alçar além dos limites já alcançados<br />

pela universidade, pela academia argentina.<br />

Portanto, Sr. Presidente, ele não pretende fazer<br />

nenhuma violência, embora saibamos que não é possível<br />

ficarem morando lá. Ele não pretende se furtar


574<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16085<br />

a diálogo qualquer; contudo, é fundamental que esse<br />

diálogo seja muito bem montado para não parecer uma<br />

armadilha para o Governador ou uma tentativa de lhe<br />

arranhar a autoridade.<br />

V. Exª acompanhou de perto o bom governo feito<br />

pelo Governador Jorge Viana em seu Estado e sabe<br />

que, em alguns momentos, é preciso autoridade. Não<br />

é possível simplesmente armarem uma teia de aranha<br />

como se fossem ali fisgar alguém inadvertido, que,<br />

nesse caso, seria o próprio Governador.<br />

Então, estou às ordens – e disse isso ao Senador<br />

Suplicy – para favorecer, no que seja possível, o<br />

diálogo entre forças legítimas que queiram solução<br />

e o Governador Serra. Forças legítimas! Ontem, eu<br />

dizia que uma pessoa filiada ao P-SOL, uma figura<br />

da maior respeitabilidade pública que estaria lá tentando<br />

essa negociação – e tenho certeza do respeito<br />

que o Governador Serra tem por ele –, o Deputado<br />

Plínio de Arruda Sampaio, sempre o Deputado Plínio<br />

de Arruda Sampaio. Houve nomes da maior respeitabilidade.<br />

Não posso acreditar em nenhuma molequeira,<br />

em nada de leviandade praticada por um Fábio<br />

Konder Comparato. Não posso acreditar nisso. Não<br />

posso acreditar que não estejam eles imbuídos de<br />

resolver uma situação que pode se tornar dramática<br />

a depender do clima negativo de enrijecimento de<br />

posições que possa acontecer.<br />

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT – SP) – O Professor<br />

Dalmo Dallari. O Aloysio Nunes Ferreira pediu<br />

a ele para...<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – AM) – Sim;<br />

o Professor Dalmo Dallari. Figuras que respeitamos,<br />

enfim.<br />

Então, Sr. Presidente, estou às ordens, na modéstia<br />

das minhas possibilidades, para ajudar nisso.<br />

Mas eu só cobro que todos os interlocutores trabalhem<br />

nesse episódio com a maior responsabilidade, porque<br />

não é hora de se tirar casquinha de ninguém.<br />

O Brasil vive, Sr. Presidente – e não quero me<br />

delongar –, um dos momentos mais graves da sua<br />

história recente. Não vamos bancar aqueles encastelados<br />

na torre de marfim. Este Parlamento tem um<br />

defeito. Sou admirador de Oscar Niemeyer, do gênio<br />

de Oscar Niemeyer, admirador dele mesmo, mas o<br />

nosso Parlamento tem um defeito de concepção: ele é<br />

voltado para dentro. Aqui, nós só olhamos a nós mesmos,<br />

diferentemente do Bundestag, na Alemanha. O<br />

orador está falando e está vendo uma bicicleta passar,<br />

está vendo um casal de namorados se beijar ou se<br />

desentender, está vendo um trabalhador comer o seu<br />

sanduíche, aquele seu lanche vespertino. O cotidiano<br />

está se cruzando com o que diz o orador.<br />

Aqui, nós ficamos ilhados, parece que estamos<br />

num submarino. E creio que esse é um defeito de concepção<br />

que deve ser compensado por muita vontade<br />

nossa de mergulharmos na sociedade para a entendermos.<br />

Não podemos ficar na torre de marfim. O Brasil<br />

vive uma crise terrível. Os indicadores econômicos<br />

são bons, mas eu sinto, no que possa ter de instinto,<br />

uma brutal preocupação. Estou preocupado com os<br />

rumos que, a meu ver, estão se encaminhando para<br />

levar o País a uma crise institucional. Tudo o que não<br />

podemos aceitar passivamente, tudo o que temos que<br />

evitar, com o máximo de responsabilidade.<br />

O Partido de V. Exª, do Senador Eduardo Suplicy,<br />

do Senador Flávio Arns, está no poder e está em visível<br />

processo de amadurecimento.<br />

O meu Partido, por tudo que já viveu, pelo que<br />

já passou, pelo que vivencia de poder estadual hoje,<br />

pelo que já vivenciou de poder federal até ontem, muita<br />

responsabilidade é cobrada de nós, Sr. Presidente.<br />

Muito obrigado.<br />

O SR. EDUAR<strong>DO</strong> SUPLICY (Bloco/PT – SP)<br />

– Sr. Presidente, apenas quero agradecer a atenção<br />

do Senador Arthur Virgílio.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Sobre a mesa, requerimento que passo a ler.<br />

É lido o seguinte:<br />

REQUERIMENTO Nº 620, DE 2007<br />

Senhor Presidente,<br />

Nos termos do art. 216 do Regimento Interno do<br />

Senado Federal, requeiro sejam solicitadas ao Senhor<br />

Ministro de Estado da Fazenda, Dr. Guido Mantega,<br />

informações sobre as razões que determinaram a suspensão<br />

dos repasses financeiros da Caixa Econômica<br />

Federal, ao Governo do Rio Grande do Norte, e destinados<br />

a execução da obra de implantação da estação<br />

de tratamento de esgoto da Cidade do Natal.<br />

Justificação<br />

Na Cidade de Natal, atualmente, apenas cerca de<br />

30% dos dejetos de esgoto produzidos são coletados<br />

e, desses, somente 13% são tratados. Portanto, 87%<br />

dos esgotos coletados são lançados no rio Potengi,<br />

comprometendo a saúde pública da cidade, a flora e<br />

a fauna fluvial, a pesca e a prática de esportes, bem<br />

como a atividade turística, maior empregadora da capital<br />

do estado.<br />

O Rio Grande do Norte firmou, com a Caixa<br />

Econômica Federal, contrato de financiamento no valor<br />

de R$61 milhões, a serem desembolsados em 18<br />

meses, destinados ao prosseguimento das obras de<br />

saneamento em Natal.


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

575<br />

16086 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

Ao que estamos informados, no entanto, em junho<br />

de 2006, foram suspensas as liberações financeiras,<br />

por parte da Caixa Econômica Federal, prejudicando,<br />

evidentemente, o objetivo de antecipar a solução dos<br />

graves problemas decorrentes desta deficiência com<br />

que Natal convive.<br />

Sala das Sessões, 23 de maio de 2007.<br />

(À Mesa para decisão)<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– O requerimento que acaba de ser lido será despachado<br />

à Mesa para decisão, nos termos do art. 216,<br />

III, do Regimento Interno.<br />

Sobre a mesa, requerimento que passo a ler.<br />

É lido o seguinte<br />

REQUERIMENTO Nº 621, DE 2007<br />

Requeremos, nos termos dos arts. 218 e 221<br />

do Regimento Interno e de acordo com as tradições<br />

da Casa, as seguintes homenagens pelo falecimento<br />

de Ernany Gomes de Moura, Deputado Estadual, e<br />

Prefeito Constitucional do Município de Riachão – PB<br />

além de ter assumido os cargos de Superintendente<br />

da SUPLAN, Diretor do Departamento de Estradas e<br />

Rodagens e Secretario de Obras da Prefeitura Municipal<br />

de Campina Grande, ocorrida no dia 23 de maio<br />

do corrente ano, no Estado da Paraíba.<br />

a) inserção em ata de voto de profundo<br />

pesar;<br />

b) apresentação de condolências a família<br />

e ao Estado da Paraíba.<br />

Sala de Sessões, 23 de maio de 2007. – Cícero<br />

de Lucena Filho, Senador.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– A Presidência encaminhará o voto solicitado.<br />

O requerimento vai ao Arquivo.<br />

Sobre a mesa, requerimento que passo a ler.<br />

É lido o seguinte:<br />

REQUERIMENTO Nº 622, DE 2007<br />

Requeiro, em aditamento ao Requerimento nº<br />

504/2007, de 11-5-2007, que a realização da homenagem<br />

aos pioneiros da informática no Brasil, quais<br />

sejam o Tesouro Nacional, o Ministério da Agricultura e<br />

a IBM, por ocasião do transcurso de noventa anos da<br />

chegada das primeiras máquinas de processamento de<br />

dados ao Brasil, seja realizada em sessão do Senado<br />

Federal em data a ser oportunamente definida. Com<br />

essa comemoração, o Congresso Nacional celebrará<br />

o início da era da informática no País.<br />

Sala das Sessões, 2 de maio de 2007.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– O requerimento que acaba de ser lido será apreciado<br />

oportunamente.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Os Srs. Senadores Arthur Virgílio, Romero Jucá, Sérgio<br />

Guerra, Flexa Ribeiro, Cícero Lucena e Mário Couto<br />

enviaram discursos à Mesa, que serão publicados na<br />

forma do disposto no art. 203, combinado com o inciso<br />

I e § 2º do art. 210, do Regimento Interno.<br />

S. Exªs serão atendidos.


576<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16087<br />

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB – PB. Sem<br />

apanhamento taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e<br />

Srs. Senadores, no mês de junho, o PSDB completa 19<br />

anos e a data será lembrada com uma comemoração<br />

que diz muito para os tucanos: é uma comemoração<br />

que parte de uma base municipal, da Câmara de Vereadores<br />

de Belém, no Pará.<br />

A iniciativa é do Líder do PSDB naquela Câmara,<br />

o Vereador Amaro Klautau, a quem transmito meu<br />

aplauso, ensejo que aproveito para relembrar a bela<br />

trajetória percorrida pelo partido desde sua fundação,<br />

em 1988, aos dias de hoje. Nesse espaço de pouco<br />

menos de 20 anos, o PSDB tornou-se um grande, vigoroso<br />

e moderno partido; e isso é notório.<br />

Ao registrar a lembrança do ilustre Vereador de<br />

Belém, reafirmo aqui o que é de conhecimento da<br />

Nação Brasileira: a este partido o Brasil deve muito,<br />

em especial o que, sem exagero, podemos chamar de<br />

autêntica restauração do País.<br />

De fato, a agora fortalecida e saudada economia<br />

brasileira tem a cor tucana, pelo que conquistou, em<br />

nome da criação de bases para o desenvolvimento ao<br />

longo dos oito anos do Governo Fernando Henrique<br />

Cardoso.<br />

A obra tucana é que ensejou à atualidade as<br />

condições para a retomada do desenvolvimento, que,<br />

se ainda não é acelerado nem alcançou a plenitude<br />

desejada e merecida pelos brasileiros é porque alguns<br />

erros da atualidade emperram as peças do projeto da<br />

obra que, naquele período, alçou vôo, para construir<br />

um novo Brasil.<br />

Felicito, assim, a iniciativa do Vereador Amaro<br />

Klautau, cumprimentando também os seus pares na<br />

Câmara Municipal de Belém. Essa iniciativa é objeto de<br />

Requerimento de Voto de Aplauso àquela edilidade.<br />

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.<br />

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB – RR. Sem apanhamento<br />

taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs.<br />

Senadores, no mundo atual, em que as populações<br />

crescem rapidamente e as transformações socioeconômicas<br />

se dão em velocidade vertiginosa, é necessário<br />

que os governos disponham de informações sobre a<br />

situação do país sempre atualizadas e acuradas. Para<br />

isso, o instrumento mais evidente e, ao mesmo tempo,<br />

mais eficaz é o recenseamento populacional e de cada<br />

atividade econômica desenvolvida pelo País afora.<br />

Há, todavia, Sr. Presidente, que mobilizar importante<br />

contingente humano e robusta infra-estrutura,<br />

além de montar logística capaz de permitir acesso dos<br />

recenseadores a todos os locais do território nacional<br />

onde houver informação a colher. Para isso, são necessários<br />

recursos orçamentários não desprezíveis,<br />

que devem ser previstos para o ano em que se dará<br />

o censo. É o caso deste ano de 2007, quando serão<br />

feitos simultaneamente o censo populacional e o censo<br />

agropecuário.<br />

Pode parecer, Srªs e Srs. Senadores, algo disparatado<br />

recensear pessoas e animais, dentre outros<br />

dados, num mesmo censo. Há, contudo, uma razão<br />

de ordem lógica bem razoável. Fazer os dois levantamentos<br />

separadamente exigiria alocação de recursos<br />

40% mais elevada do que fazê-los de uma só tacada.<br />

Convenhamos que é uma razão mais do que suficiente<br />

para juntá-los num único mutirão.<br />

É evidente que, por se destinarem a levantar dados<br />

de tipo e abrangência substancialmente diferentes,<br />

os dois censos exigirão cuidados de logística um tanto<br />

diferenciados. O censo agropecuário, por sua natureza<br />

mesma, será feito em todos os 5.564 município brasileiros<br />

e cobrirá todas as atividades ligadas ao setor<br />

agrícola e pecuário. O censo populacional, por razões<br />

de economia processual e financeira, será feito, neste<br />

ano, nos município de até 170 mil habitantes e mais<br />

21 outros, que se localizam em estados onde apenas<br />

um ou dois município não se incluem na faixa populacional<br />

selecionada.<br />

Trata-se, Sr. Presidente, de um trabalho que deve<br />

ser feito continuadamente, pois toda e qualquer política<br />

pública neste País só terá eficácia se for baseada<br />

em dados censitários confiáveis, isto é, que reflitam<br />

como uma nítida fotografia a situação atual do Brasil.<br />

Assim, os sucessivos governos poderão estabelecer<br />

diretrizes de política pública que atinjam, efetivamente,<br />

o objetivo de beneficiar o povo e sanar os gravíssimos<br />

desequilíbrios sociais e econômicos que temos<br />

em todo o País.<br />

Empreender para o povo pressupõe, antes de<br />

mais nada, saber quem é o povo e quais suas necessidades.<br />

Para isso, ter conhecimento da realidade da<br />

população brasileira, em cada localidade de todo território<br />

nacional, é imprescindível. Assim, Sr. Presidente,<br />

fazer regularmente um censo deve ser tarefa prioritária<br />

de todo governo. Visto o elevado custo de tal pesquisa,


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

577<br />

16088 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

nunca se cogitou realizá-la todos os anos. A Pesquisa<br />

Nacional por Amostragem de Domicílios se encarrega<br />

de fazer a atualização a intervalos mais curtos.<br />

Na verdade, o censo é um mergulho profundo<br />

na realidade brasileira, que permite ter um retrato fino<br />

do que se passa no País. O último censo populacional<br />

foi realizado em 2000, e o Brasil mudou muito desde<br />

aquele ano até hoje. Parece-me que a periodicidade<br />

desejável seria a qüinqüenal, o que garantiria atualização<br />

permanente para os dados.<br />

A acuidade dos dados sobre a população é de<br />

vital importância para a Nação, pois ela influencia diversas<br />

ações do Governo, como, por exemplo, a forma<br />

de distribuição do Fundo de Participação dos município,<br />

atrelada que é ao número de munícipes em cada um<br />

dos 5.564 município que formam o Brasil.<br />

Do mesmo modo, Srªs e Srs. Senadores, o recenseamento<br />

por setor de atividade também é fundamental.<br />

Neste ano de 2007, realizaremos o censo agropecuário,<br />

durante o qual serão visitados cerca de 6 mil estabelecimentos<br />

em todos os município brasileiros. Teremos, ao<br />

final desse levantamento, uma radiografia atualizada e<br />

nítida de como anda o agronegócio no Brasil, após mais<br />

de dez anos do último, realizado em 1996.<br />

Nada mais atual e importante para o Brasil do que<br />

o conhecimento acurado do que se passa no campo<br />

brasileiro. Somos, nos dias de hoje, os maiores exportadores<br />

de carne bovina e de frango, além de liderar o<br />

mercado de soja e estar entre os líderes mundiais na<br />

produção e comercialização de diversos outros itens<br />

agrícolas primários e industrializados.<br />

Ora, num mercado globalizado, repleto de barreiras<br />

protecionistas, justamente no setor agrícola, o<br />

Brasil necessita dominar firme e detalhadamente tudo<br />

que acontece em seus setores produtivo e distribuidor<br />

ligados ao agronegócio. É vital para a definição de estratégias<br />

de defesa de nossa agricultura e para a definição<br />

de políticas de conquista de novos mercados e<br />

melhores posições no comércio mundial. Além de reforçar<br />

a posição em fóruns de discussão e arbitragem<br />

como a Organização Mundial de Comércio.<br />

Assim, Sr. Presidente, varrer o Brasil com um<br />

censo agrícola é tarefa imprescindível para nossas<br />

ambições de crescimento.<br />

Em suma, Srªs e Srs. Senadores, esses dois importantes<br />

censos que a Fundação IBGE realizará em<br />

2007, começando já a partir do próximo dia 16 de abril,<br />

trarão preciosas informações para o Governo do País e<br />

para todos os que delas necessitam para planejamento<br />

ou estudos. E terá um efeito colateral significativo, com<br />

a geração de cerca de 3 mil empregos temporários para<br />

jovens que atuarão na tarefa de coleta de dados.<br />

Sr. Presidente, ao concluir, deixo apenas a observação<br />

de que restrições orçamentárias não podem ser<br />

de molde a comprometer a realização ou a acuidade<br />

de recenseamentos estratégicos para o Brasil. Economizar<br />

nesse trabalho é comprometer a qualidade de<br />

todo planejamento feito a partir de dados imprecisos<br />

ou incompletos. Economizar no início da cadeia significa<br />

gastar muito mais no final do processo. E isso o<br />

Brasil não pode se dar ao luxo!<br />

Sinalizo, pois, minha confiança de que o Governo<br />

saberá alocar os recursos devidos e necessários<br />

à execução de censos precisos e objetivos – e que a<br />

população colaborará com os recenseadores para que<br />

o resultado final seja o mais frutífero para o País.<br />

Era o que eu tinha a dizer.<br />

Muito obrigado, Sr. Presidente.<br />

O SR. SÉRGIO GUERRA (PSDB – PE. Sem<br />

apanhamento taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e<br />

Srs. Senadores, venho à tribuna no dia de hoje para<br />

registrar o editorial intitulado “O jeito Lulista de nomear”,<br />

publicado no jornal O Estado de S.Paulo em sua<br />

edição de 20 de março do corrente ano.<br />

O editorial destaca que, desta vez, a intuição de<br />

que tanto se gaba o Presidente Lula falhou “estrepitosamente”<br />

quando escolheu o deputado federal e empresário<br />

rural Odílio Balbinotti, para ocupar o ministério<br />

da Agricultura. O quase ex-ministro responde na Justiça<br />

pelo crime de falsidade ideológica, processo que corre<br />

em segredo de Justiça. O “vexaminoso” episódio terminou<br />

48 horas depois da escolha quando o jornal O<br />

Globo revelou que além de ser réu em vários processos,<br />

Balbinotti usou empregados seus como laranjas<br />

para garantir empréstimos bancários.<br />

Sr. Presidente, solicito que o editorial acima citado<br />

seja considerado parte deste pronunciamento, para que<br />

passe a constar dos Anais do Senado Federal.<br />

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.<br />

<strong>DO</strong>CUMENTO A QUE SE REFERE O<br />

SR. SENA<strong>DO</strong>R SÉRGIO GUERRA EM SEU<br />

PRONUNCIAMENTO.<br />

(Inserido nos termos do art. 210, inciso<br />

I e § 2º, do Regimento Interno.)


578<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16089


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

579<br />

16090 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB – PA. Sem apanhamento<br />

taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs.<br />

Senadores, ocupo a tribuna neste momento para registrar<br />

a matéria intitulada “Assentados desafiam MST<br />

e fazem parcerias com líderes do agronegócio”, publicada<br />

no jornal O Estado de S.Paulo de 16 de abril<br />

do corrente.<br />

A matéria destaca que apesar do MST condenar<br />

e combater com invasões e destruição, plantações de<br />

cana de açúcar e de reflorestamento, por “agredirem”<br />

o meio ambiente, promover a concentração de terra e<br />

o trabalho escravo, os beneficiários da reforma agrária,<br />

muitos deles sob a bandeira vermelha do MST,<br />

desafiam as lideranças e se associam a grandes propriedades<br />

rurais para a produção de eucalipto,cana,<br />

frutas e oleaginosas.<br />

Sr. Presidente, solicito que a matéria acima citada<br />

seja considerada parte deste pronunciamento, para que<br />

passe a constar dos Anais do Senado Federal.<br />

Muito obrigado.<br />

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.<br />

<strong>DO</strong>CUMENTO A QUE SE REFERE O<br />

SR. SENA<strong>DO</strong>R FLEXA RIBEIRO EM SEU<br />

PRONUNCIAMENTO.<br />

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º,<br />

do Regimento Interno.)


580<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16091<br />

O SR. CÍCERO LUCENA (PSDB – PB. Sem apanhamento<br />

taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs.<br />

Senadores, ocupo a tribuna neste momento para fazer<br />

o registro do editorial intitulado “Os frutos tardios de<br />

uma CPI” publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo<br />

em sua edição de 5 de março de 2007.<br />

No editorial o jornal paulista destaca que apesar<br />

da CPI do Banestado ter se tornado um instrumento<br />

por parte do governo Lula para atingir adversários<br />

políticos e seus dois relatórios, um do Presidente e<br />

outro do Relator, não terem sido votados até hoje, a<br />

apuração dos delitos produziu efeitos com operações<br />

da Polícia Federal desarticulando quadrilhas de doleiros<br />

especializadas em remeter ilegalmente dinheiro a<br />

paraísos fiscais. “No ano passado, as autuações feitas<br />

pela Receita somaram R$1,126 bilhão, atingindo 817<br />

contribuintes entre eles, grandes empresários, políticos,<br />

empresas, profissionais liberais e doleiros”.<br />

Sr. Presidente, para concluir, requeiro que o referido<br />

editorial passe a integrar os Anais do Senado<br />

Federal.<br />

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.<br />

<strong>DO</strong>CUMENTO A QUE SE REFERE O<br />

SR. SENA<strong>DO</strong>R CÍCERO LUCENA EM SEU<br />

PRONUNCIAMENTO.<br />

(Inserido nos termos do art. 210, inciso<br />

I e § 2º, do Regimento Interno.)


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

581<br />

16092 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB – PA. Sem apanhamento<br />

taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs.<br />

Senadores, ocupo a tribuna neste momento para fazer<br />

o registro da matéria intitulada “Governo de resultados”,<br />

publicado pela revista Veja em sua edição de<br />

02 de maio de 2007.<br />

A matéria destaca que o governador de Minas<br />

Gerais, Aécio Neves, implantará nas próximas semanas,<br />

um sistema moderno de gestão com metas definidas<br />

e avaliação dos secretários pela capacidade de<br />

cumpri-las. Esse sistema já foi adotado pela iniciativa<br />

privada a partir dos anos 80. Segundo a reportagem,<br />

as secretarias terão autonomia para contratar profissionais<br />

no mercado e pagar-lhes os salários adequados.<br />

As repartições que cumprirem as metas manterão<br />

a autonomia e seus funcionários receberão prêmios<br />

de produtividade engordando seus contracheques. Já<br />

quem não executar as tarefas perderá a autonomia<br />

administrativa e financeira.<br />

Sr. Presidente, requeiro que a matéria acima<br />

citada seja considerada parte integrante deste pronunciamento,<br />

para que passe a constar dos Anais do<br />

Senado Federal.<br />

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.<br />

<strong>DO</strong>CUMENTO A QUE SE REFERE O<br />

SR. SENA<strong>DO</strong>R MÁRIO COUTO EM SEU PRO-<br />

NUNCIAMENTO.<br />

(Inserido nos termos do art. 210, inciso<br />

I e § 2º, do Regimento Interno.)


582<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16093<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Nada mais havendo a tratar, a Presidência vai encerrar<br />

os trabalhos, lembrando às Srªs e aos Srs. Senadores<br />

que constará da sessão deliberativa ordinária<br />

de amanhã, às 14 horas, a seguinte:<br />

ORDEM <strong>DO</strong> DIA<br />

1<br />

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 338, DE 2006<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos<br />

do § 6º do art. 62 da Constituição Federal)<br />

Discussão, em turno único, da Medida<br />

Provisória nº 338, de 2006, que abre crédito<br />

extraordinário ao Orçamento de Investimento<br />

para 2006, em favor de diversas empresas estatais,<br />

no valor total de sete bilhões, quatrocentos<br />

e cinqüenta e sete milhões, quinhentos e<br />

oitenta e cinco mil, novecentos e setenta e sete<br />

reais, e reduz o Orçamento de Investimento<br />

de diversas empresas no valor global de oito<br />

bilhões, oitocentos e oito milhões, novecentos<br />

e cinqüenta e dois mil, oitocentos e oitenta e<br />

oito reais, para os fins que especifica.<br />

Relator revisor:<br />

(Sobrestando a pauta a partir de: 19-3-<br />

2007)<br />

Prazo final (prorrogado): 1º-6-2007<br />

2<br />

PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO<br />

Nº 10, DE 2007<br />

(Proveniente da Medida Provisória nº 349, de 2007)<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos<br />

do § 6º do art. 62 da Constituição Federal)<br />

Votação, em turno único, do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do Fundo de Garantia<br />

do Tempo de Serviço – FI-FGTS, altera a Lei<br />

nº 8.036, de 11 de maio de 1990, e dá outras<br />

providências (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 349, de 2007). (Programa de Aceleração<br />

do Crescimento – PAC)<br />

Parecer favorável sob nº 364, de 2007,<br />

de Plenário, Relator revisor: Senador Romero<br />

Jucá.<br />

(Sobrestando a pauta a partir de: 19-3-<br />

2007)<br />

Prazo final (prorrogado): 1º-6-2007<br />

3<br />

PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO<br />

Nº 14, DE 2007<br />

(Proveniente da Medida Provisória nº 355, de 2007)<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos<br />

do § 6º do art. 62 da Constituição Federal)<br />

Discussão, em turno único, do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 14, de 2007, que dispõe<br />

sobre a prestação de auxílio financeiro<br />

pela União aos Estados, ao Distrito Federal e<br />

aos Municípios, no exercício de 2007, com o<br />

objetivo de fomentar as exportações do País<br />

(proveniente da Medida Provisória nº 355, de<br />

2007).<br />

Relator revisor:<br />

(Sobrestando a pauta a partir de: 12-4-<br />

2007)<br />

Prazo final (prorrogado): 25-6-2007<br />

4<br />

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 356, DE 2007<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos<br />

do § 6º do art. 62 da Constituição Federal)<br />

Discussão, em turno único, da Medida<br />

Provisória nº 356, de 2007, que abre crédito<br />

extraordinário, em favor do Ministério do Esporte,<br />

no valor de cem milhões de reais, para<br />

os fins que especifica.<br />

Relator revisor:<br />

(Sobrestando a pauta a partir de: 22-4-<br />

2007)<br />

Prazo final (prorrogado): 6-7-2007<br />

5<br />

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 357, DE 2007<br />

(Encontra-se sobrestando a pauta, nos termos<br />

do § 6º do art. 62 da Constituição Federal)<br />

Discussão, em turno único, da Medida<br />

Provisória nº 357, de 2007, que autoriza a renegociação<br />

dos créditos da União e da Centrais<br />

Elétricas Brasileiras S.A. – Eletrobrás com a<br />

Itaipu Binacional e dá outras providências.<br />

Relator revisor:<br />

(Sobrestando a pauta a partir de: 27-4-<br />

2007)<br />

Prazo final (prorrogado): 10-7-2007


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

583<br />

16094 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

6<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 124, DE 2006<br />

(Em regime de urgência, nos termos<br />

do art. 64, § 1º, da Constituição Federal)<br />

(Incluído em Ordem do Dia, nos termos<br />

do art. 353, parágrafo único, do Regimento Interno)<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 124, de 2006 (nº 7.514/2006,<br />

na Casa de origem), de iniciativa do Presidente<br />

da República, que altera a Lei nº 11.196, de<br />

21 de novembro de 2005 (estabelece incentivos<br />

fiscais para empresas que investem em<br />

pesquisa científica e tecnológica).<br />

Pareceres nºs 260 e 261, de 2007, das<br />

Comissões de<br />

– Assuntos Econômicos, Relator: Senador<br />

Francisco Dornelles, favorável ao Projeto,<br />

com a Emenda nº 2-CAE, de redação, que<br />

apresenta; e<br />

– de Educação, Relator: Senador Flávio<br />

Arns, favorável ao Projeto e à Emenda nº 1.<br />

(Sobrestando a pauta a partir de: 11-3-<br />

2007)<br />

7<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 10, DE 2007<br />

(Em regime de urgência, nos termos<br />

do art. 64, § 1º, da Constituição Federal)<br />

(Incluído em Ordem do Dia, nos termos<br />

do art. 353, parágrafo único, do Regimento Interno)<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 10, de 2007 (nº 7.569/2006,<br />

na Casa de origem), de iniciativa do Presidente<br />

da República, que modifica as competências<br />

e a estrutura organizacional da fundação Coordenação<br />

de Aperfeiçoamento de Pessoal<br />

de Nível Superior – Capes, de que trata a Lei<br />

nº 8.405, de 9 de janeiro de 1992; e altera a<br />

Lei nº 11.273, de 6 de fevereiro de 2006, que<br />

autoriza a concessão de bolsas de estudo e<br />

de pesquisa a participantes de programas de<br />

formação inicial e continuada de professores<br />

para educação básica.<br />

Pareceres nºs 223 a 225, de 2007, das<br />

Comissões<br />

– de Constituição, Justiça e Cidadania,<br />

Relator ad hoc: Senador Wellington Salgado,<br />

favorável ao Projeto e as Emendas nºs 3 a 5,<br />

nos termos da Emenda nº 6-CCJ (Substitutivo),<br />

que oferece;<br />

– de Inovação, Comunicação e Informática,<br />

Relator: Senador Eduardo Azeredo, favorável<br />

ao Projeto e as Emendas nºs 3 a 5, nos<br />

termos da Emenda nº 7-CCT (Substitutivo),<br />

que oferece; e<br />

– de Educação, Relatora: Senadora Marisa<br />

Serrano, favorável ao Projeto e as Emendas<br />

nºs 3 a 5, nos termos da Emenda nº 8-CE<br />

(Substitutivo), que oferece.<br />

(Sobrestando a pauta a partir de: 14-4-<br />

2007)<br />

8<br />

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO<br />

Nº 35, DE 2007<br />

(Incluído em Ordem do Dia, nos termos<br />

do parágrafo único do art. 353 do Regimento Interno)<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Decreto Legislativo nº 35, de 2007 (apresentado<br />

como conclusão do Parecer nº 100, de<br />

2007, da Comissão de Assuntos Econômicos),<br />

Relator ad hoc: Senador Delcídio Amaral, que<br />

aprova a Programação Monetária para o primeiro<br />

trimestre de 2007.<br />

9<br />

EMENDA DA CÂMARA AO<br />

PROJETO DE LEI <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> Nº 337, DE 1999<br />

Votação, em turno único, da Emenda da<br />

Câmara ao Projeto de Lei do Senado nº 337,<br />

de 1999 (nº 2.516/2000, naquela Casa), que<br />

acrescenta parágrafo ao art. 14 da Lei nº 1.060,<br />

de 5 de fevereiro de 1950, no sentido de regular<br />

a gratuidade dos honorários de perito.<br />

Parecer sob nº 69, de 2007, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania, Relator:<br />

Senador Arthur Virgílio, pela rejeição.<br />

10<br />

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO<br />

Nº 57, DE 2005<br />

(Votação nominal)<br />

Votação, em primeiro turno, da Proposta<br />

de Emenda à Constituição nº 57, de 2005,<br />

de autoria do Senador Marco Maciel e outros<br />

Senhores Senadores, que dá nova redação<br />

ao § 4º do art. 66 da Constituição, para permitir<br />

que os vetos sejam apreciados separadamente<br />

no Senado Federal e na Câmara dos<br />

Deputados.


584<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16095<br />

Pareceres sob nºs 779, de 2006; e 272,<br />

de 2007, da Comissão de Constituição, Justiça<br />

e Cidadania, – 1º pronunciamento (sobre a<br />

Proposta): Relator: Senador Ramez Tebet, favorável;<br />

– 2º pronunciamento (sobre a Emenda<br />

nº 1, de Plenário): Relator: Senador Adelmir<br />

Santana, favorável, e apresentando a Emenda<br />

nº 2-CCJ, de redação.<br />

11<br />

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO<br />

Nº 59, DE 2005<br />

Quinta e última sessão de discussão,<br />

em primeiro turno, da Proposta de Emenda<br />

à Constituição nº 59, de 2005, de autoria do<br />

Senador Arthur Virgílio e outros Senhores Senadores,<br />

que acrescenta o seguinte § 5º ao<br />

art. 239 da Constituição Federal, para permitir<br />

que os recursos do PASEP sejam aplicados<br />

diretamente pelos Estados e Municípios.<br />

Parecer sob nº 1.094, de 2006, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania,<br />

Relator: Senador João Batista Motta, favorável,<br />

com a Emenda nº 1-CCJ, de redação.<br />

12<br />

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO<br />

Nº 37, DE 2004<br />

Quarta sessão de discussão, em primeiro<br />

turno, da Proposta de Emenda à Constituição<br />

nº 37, de 2004, tendo como primeiro signatário<br />

o Senador Antonio Carlos Magalhães, que<br />

altera a redação da alínea d do inciso II do<br />

art. 93 da Constituição Federal (torna obrigatória<br />

a promoção por antigüidade do juiz que<br />

figurar, por duas vezes, indicado pelo Tribunal<br />

competente).<br />

Parecer sob nº 16, de 2007, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania: Relator<br />

Senador Demóstenes Torres, favorável, com as<br />

Emendas nºs 1 a 4-CCJ, que apresenta.<br />

13<br />

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO<br />

Nº 2, DE 2007<br />

Primeira sessão de discussão, em primeiro<br />

turno, da Proposta de Emenda à Constituição<br />

nº 2, de 2007, tendo como primeiro signatário<br />

o Senador Marco Maciel, que acrescenta parágrafo<br />

ao art. 17 da Constituição Federal, para<br />

autorizar distinções entre partidos políticos,<br />

para fins de funcionamento parlamentar, com<br />

base no seu desempenho eleitoral.<br />

Parecer sob nº 91, de 2007, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania, Relator:<br />

Senador Jarbas Vasconcelos, favorável, com<br />

as Emendas nºs 1 e 2-CCJ, que apresenta,<br />

com votos contrários dos Senadores Antonio<br />

Carlos Valadares e José Nery, e, em separado,<br />

do Senador Inácio Arruda.<br />

14<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 12, DE 2000<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 12, de 2000 (nº 885/95, na<br />

Casa de origem), que institui o Programa Nacional<br />

de Habitação para Mulheres com Responsabilidades<br />

de Sustento da Família.<br />

Parecer sob nº 530, de 2006, da Comissão<br />

de Direitos Humanos e Legislação Participativa<br />

Relator: Senador Paulo Paim, favorável,<br />

nos termos da Emenda nº 1-CDH (Substitutivo),<br />

que oferece.<br />

15<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 34, DE 2004<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 34, de 2004 (nº 2.155/99, na<br />

Casa de origem), que cria o Relatório Anual<br />

Socioeconômico da Mulher.<br />

Parecer sob nº 873, de 2006, da Comissão<br />

de Direitos Humanos e Legislação Participativa,<br />

Relator ad hoc: Senador Paulo Paim,<br />

favorável, com as Emendas nºs 1 a 4-CDH,<br />

que apresenta.<br />

16<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 105, DE 2005<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 105, de 2005 (nº 2.619/2003,<br />

na Casa de origem), que altera a Lei nº 5.859,<br />

de 11 de dezembro de 1972, para assegurar<br />

a todos os trabalhadores domésticos o direito<br />

ao benefício do seguro-desemprego.<br />

Parecer favorável, sob nº 539, de 2006,<br />

da Comissão de Assuntos Sociais, Relator ad<br />

hoc: Senador Pedro Simon.<br />

17<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 33, DE 2006<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 33, de 2006 (nº 4.539/2004,


MAIO 2007<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

585<br />

16096 Quinta-feira 24 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Maio de 2007<br />

na Casa de origem), que institui o dia 6 de dezembro<br />

como o Dia Nacional de Mobilização<br />

dos Homens pelo Fim da Violência contra as<br />

Mulheres.<br />

Parecer favorável, sob nº 1.223, de 2006,<br />

da Comissão de Educação, Relator ad hoc:<br />

Senador Juvêncio da Fonseca.<br />

18<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 66, DE 2006<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 66, de 2006 (nº 4.733/2004,<br />

na Casa de origem), de iniciativa do Presidente<br />

da República, que dá nova redação ao art.<br />

894 da Consolidação das Leis do Trabalho<br />

– CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de<br />

1º de maio de 1943, e à alínea b do inciso III<br />

do art. 3º da Lei nº 7.701, de 21 de dezembro<br />

de 1988 (dispõe sobre os embargos para o<br />

Tribunal Superior do Trabalho).<br />

Parecer sob nº 23, de 2007, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania, Relator:<br />

Senador José Agripino, favorável, com as<br />

Emendas nºs 1 a 3-CCJ, que apresenta.<br />

19<br />

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 80, DE 2006<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei da Câmara nº 80, de 2006 (nº 4.735/2004,<br />

na Casa de origem), de iniciativa do Presidente<br />

da República, que dá nova redação ao caput<br />

do art. 836 da Consolidação das Leis do Trabalho<br />

– CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452,<br />

de 1º de maio de 1943, a fim de dispor sobre<br />

o depósito prévio em ação rescisória.<br />

Parecer sob nº 24, de 2007, da Comissão<br />

de Constituição, Justiça e Cidadania, Relator:<br />

Senador João Batista Motta, favorável, com as<br />

Emendas nºs 1 e 2-CCJ.<br />

20<br />

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO<br />

Nº 131, DE 1997<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Decreto Legislativo nº 131, de 1997 (nº 573/97,<br />

na Câmara dos Deputados), que aprova o texto<br />

do Acordo de Parceria e de Cooperação<br />

em Matéria de Segurança Pública, celebrado<br />

entre o Governo da República Federativa do<br />

Brasil e o Governo da República Francesa,<br />

em Brasília, em 12 de março de 1997.<br />

Pareceres sob nºs 143, de 1998; 1.603<br />

e 1.604, de 2005, das Comissões<br />

– de Relações Exteriores e Defesa Nacional,<br />

1º pronunciamento, Relator: Senador<br />

Romeu Tuma, favorável, com voto contrário,<br />

em separado, da Senadora Benedita da Silva;<br />

2º pronunciamento, Relator ad hoc: Senador<br />

Jefferson Peres, favorável; e<br />

– de Constituição, Justiça e Cidadania<br />

(em audiência, por solicitação da Comissão<br />

de Relações Exteriores e Defesa Nacional),<br />

Relator: Senador Jefferson Peres, favorável.<br />

21<br />

PROJETO DE LEI <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> Nº 227, DE 2006<br />

Primeira sessão de discussão, em primeiro<br />

turno, do Projeto de Lei do Senado nº<br />

227, de 2006, de iniciativa da Comissão Parlamentar<br />

Mista de Inquérito dos Correios, que<br />

altera dispositivos da Lei nº 8.666, de 21 de<br />

junho de 1993, e 10.520, de 17 de julho de<br />

2002, ampliando o âmbito de aplicação do<br />

pregão eletrônico e melhorando mecanismos<br />

de controle.<br />

22<br />

PROJETO DE LEI <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> Nº 26, DE 2000<br />

(Tramitando em conjunto com<br />

o Projeto de Lei do Senado nº 685, de 1999)<br />

Discussão, em turno único, do Projeto de<br />

Lei do Senado nº 26, de 2000, de autoria do<br />

Senador Paulo Hartung, que altera a redação<br />

do § 1º do art. 6º da Lei nº 9.069, de 29 de<br />

junho de 1995, para definir que o Presidente<br />

do Banco Central comparecerá, pessoalmente,<br />

à Comissão de Assuntos Econômicos do<br />

Senado, para fazer relato sobre a execução<br />

da programação monetária que se finda e a<br />

exposição e entrega da Programação Monetária<br />

Trimestral.<br />

Pareceres sob nºs 1.816 e 1.817, de<br />

2005, das Comissões<br />

– de Constituição, Justiça e Cidadania,<br />

Relator: Senador Sérgio Machado, favorável,<br />

nos termos da Emenda nº 1-CCJ (Substitutivo),<br />

que oferece, e pela rejeição do Projeto de<br />

Lei do Senado nº 685, de 1999, com o qual<br />

tramita em conjunto; e


586<br />

<strong>ANAIS</strong> <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

MAIO 2007<br />

Maio de 2007 DIÁRIO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> Quinta-feira 24 16097<br />

– de Assuntos Econômicos, Relator: Senador<br />

Aloizio Mercadante, favorável ao Projeto,<br />

nos termos do parecer da Comissão de Constituição,<br />

Justiça e Cidadania, com voto contrário,<br />

em separado, dos Senadores Heloísa Helena<br />

e Eduardo Suplicy.<br />

23<br />

PROJETO DE LEI <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> Nº 685, DE 1999<br />

(Tramitando em conjunto com o<br />

Projeto de Lei do Senado nº 26, de 2000)<br />

Projeto de Lei do Senado nº 685, de<br />

1999, da Comissão Parlamentar de Inquérito<br />

do Sistema Financeiro, que altera a redação<br />

do § 1º da art. 6º da Lei nº 9.069, de 29 de junho<br />

de 1995, que “dispõe sobre o Plano Real,<br />

o Sistema Monetário Nacional, estabelece as<br />

regras e condições de emissão do Real e os<br />

critérios para conversão das obrigações para<br />

o Real, e dá outras providências”.<br />

24<br />

REQUERIMENTO Nº 123, DE 2007<br />

(Incluído em Ordem do Dia nos termos<br />

do art. 222, § 2º, do Regimento Interno)<br />

Votação, em turno único, do Requerimento<br />

nº 123, de 2007, do Senador Aloizio<br />

Mercadante, solicitando voto de aplauso ao<br />

ex-Vice-Presidente dos Estados Unidos da<br />

América, Al Gore, pelo documentário intitulado<br />

An Inconvenient Truth (Uma Verdade Inconveniente).<br />

Parecer favorável, sob nº 290, de 2007,<br />

da Comissão de Relações Exteriores e Defesa<br />

Nacional, Relator: Senador Fernando Collor.<br />

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT – AC)<br />

– Está encerrada a sessão.<br />

(Levanta-se a sessão às 21 horas e 20<br />

minutos.)


COMPOSIÇÃO <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong> NA 53ª LEGISLATURA<br />

Bahia Rio Grande do Sul Amazonas<br />

PFL – Antonio Carlos Magalhães * BLOCO-PT – Paulo Paim* PSDB – Arthur Virgílio*<br />

PFL – César Borges* PTB – Sérgio Zambiasi* PDT – Jefferson Péres*<br />

PDT – João Durval ** PMDB – Pedro Simon** PR – Alfredo Nascimento**<br />

Rio de Janeiro Ceará Paraná<br />

PRB – Marcelo Crivella* BLOCO-PSB – Patrícia Saboya Gomes* BLOCO-PT – Flávio Arns*<br />

PMDB – Regis Fichtner* S<br />

PSDB – Tasso Jereissati* PDT – Osmar Dias *<br />

PP – Francisco Dornelles ** PC do B – Inácio Arruda** PSDB – Alvaro Dias **<br />

Maranhão Paraíba Acre<br />

PFL – Edison Lobão* PFL – Efraim Morais* PMDB – Geraldo Mesquita Júnior*<br />

PMDB – Roseana Sarney * PMDB – José Maranhão* BLOCO-PT – Sibá Machado* S<br />

PTB – Epitácio Cafeteira ** PSDB – Cícero Lucena ** BLOCO-PT – Tião Viana**<br />

Pará Espírito Santo Mato Grosso do Sul<br />

PSOL – José Nery* S PMDB – Gerson Camata* PT – Delcídio Amaral *<br />

PSDB – Flexa Ribeiro* S PR – Magno Malta* PMDB – Valter Pereira* S<br />

PSDB – Mário Couto** PSB – Renato Casagrande** PSDB – Marisa Serrano**<br />

Pernambuco Piauí Distrito Federal<br />

PFL – Marco Maciel* PFL – Heráclito Fortes* PDT – Cristovam Buarque *<br />

PSDB – Sérgio Guerra* PMDB – Mão Santa * PFL – Adelmir Santana * S<br />

PMDB – Jarbas Vasconcelos** PTB – João Vicente Claudino** PMDB – Joaquim Roriz**<br />

São Paulo Rio Grande do Norte Tocantins<br />

BLOCO-PT – Aloizio Mercadante* PMDB – Garibaldi Alves Filho * PR – João Ribeiro *<br />

PFL – Romeu Tuma* PFL – José Agripino* PMDB – Leomar Quintanilha*<br />

BLOCO-PT – Eduardo Suplicy** PFL – Rosalba Ciarlini** PFL – Kátia Abreu**<br />

Minas Gerais Santa Catarina Amapá<br />

PSDB – Eduardo Azeredo* BLOCO-PT – Ideli Salvatti* PMDB – Gilvam Borges*<br />

PMDB – Wellington Salgado de Oliveira* S PMDB – Neuto de Conto * S PSDB – Papaléo Paes*<br />

PFL – Eliseu Resende** PFL – Raimundo Colombo ** PMDB – José Sarney **<br />

Goiás Alagoas Rondônia<br />

PFL – Demóstenes Torres * PMDB – Renan Calheiros* BLOCO-PT – Fátima Cleide*<br />

PSDB – Lúcia Vânia* PSDB – João Tenório* S PMDB – Valdir Raupp*<br />

PSDB – Marconi Perillo** PRTB – Fernando Collor** PR – Expedito Júnior**<br />

Mato Grosso Sergipe Roraima<br />

PFL – Jonas Pinheiro * PMDB – Almeida Lima* BLOCO-PT – Augusto Botelho*<br />

BLOCO-PT – Serys Slhessarenko* BLOCO-PSB – Antônio Carlos Valadares* PMDB – Romero Jucá*<br />

PFL – Jayme Campos ** PFL – Maria do Carmo Alves **<br />

PTB – Mozarildo Cavalcanti**<br />

------------------------------------<br />

Mandatos<br />

*: Período 2003/2011 **: Período 2007/2015


COMPOSIÇÃO DAS COMISSÕES PERMANENTES<br />

1) COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS - CAE<br />

(27 titulares e 27 suplentes)<br />

Presidente: Senador Aloizio Mercadante – PT<br />

Vice-Presidente: Senador Eliseu Rezende - PFL<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

Eduardo Suplicy – PT 1. Flávio Arns – PT<br />

Francisco Dornelles – PP 2. Paulo Paim – PT<br />

Delcídio Amaral – PT 3. Ideli Salvatti – PT<br />

Aloizio Mercadante – PT 4. Sibá Machado – PT<br />

Fernando Collor – PTB 5. Marcelo Crivella – PRB<br />

Renato Casagrande – PSB 6. Inácio Arruda – PC do B<br />

Expedito Júnior – PR 7. Patrícia Saboya – PSB<br />

Serys Slhessarenko – PT 8. Antonio Carlos Valadares – PSB<br />

João Vicente Claudino – PTB 9. João Ribeiro – PR<br />

PMDB<br />

Romero Jucá 1. Valter Pereira<br />

Valdir Raupp 2. Roseana Sarney<br />

Pedro Simon 3. Wellington Salgado de Oliveira<br />

Mão Santa 4. Leomar Quintanilha<br />

Gilvam Borges 5. Joaquim Roriz<br />

Neuto De Conto 6. Paulo Duque<br />

Garibaldi Alves Filho 7. Jarbas Vasconcelos<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

Adelmir Santana - PFL 1. Jonas Pinheiro - PFL<br />

Edison Lobão - PFL 2. Antonio Carlos Magalhães - PFL<br />

Eliseu Resende - PFL 3. Demóstenes Torres - PFL<br />

Jayme Campos - PFL 4. Rosalba Ciarlini - PFL<br />

Kátia Abreu - PFL 5. Marco Maciel - PFL<br />

Raimundo Colombo - PFL 6. Romeu Tuma - PFL<br />

Cícero Lucena – PSDB 7. Arthur Virgílio – PSDB<br />

Flexa Ribeiro – PSDB 8. Eduardo Azeredo – PSDB<br />

Sérgio Guerra – PSDB 9. Marconi Perillo – PSDB<br />

Tasso Jereissati – PSDB 10. João Tenório – PSDB<br />

PDT<br />

Osmar Dias 1. Jefferson Péres<br />

Secretário: Luiz Gonzaga Silva Filho<br />

Reuniões: Terças – Feiras às 10:00 horas – Plenário nº 19 – Ala Alexandre Costa.<br />

Telefones: 3311-4605 e 3311-3516 Fax: 3311-4344<br />

E – Mail: scomcae@senado.gov.br


1.1) SUBCOMISSÃO PERMANENTE – ASSUNTOS MUNICIPAIS<br />

(9 titulares e 9 suplentes)<br />

Presidente:<br />

Vice-Presidente:<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

Antonio Carlos Valadares – PSB 1. Delcídio Amaral – PT<br />

Sibá Machado – PT 2. Serys Slhessarenko – PT<br />

Expedito Júnior – PR 3. João Vicente Claudino – PTB<br />

PMDB<br />

Valdir Raupp 1. Mão Santa<br />

Garibaldi Alves Filho 2. Renato Casagrande – PSB (1)<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

Jayme Campos - PFL 1. Jonas Pinheiro - PFL<br />

Raimundo Colombo - PFL 2. Flexa Ribeiro – PSDB<br />

Sérgio Guerra – PSDB 3. Eduardo Azeredo – PSDB<br />

(PMDB, PSDB, PDT) (2)<br />

Cícero Lucena - PSDB 1. vago<br />

(1)<br />

Vaga do PMDB cedida ao PSB<br />

(2)<br />

Vaga compartilhada entre PMDB, PSDB e PDT


1.2) SUBCOMISSÃO TEMPORÁRIA – PREVIDÊNCIA SOCIAL<br />

(7 titulares e 7 suplentes)<br />

1.3) SUBCOMISSÃO TEMPORÁRIA – REFORMA TRIBUTÁRIA<br />

(7 titulares e 7 suplentes)<br />

Presidente:<br />

Vice-Presidente:<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

Eduardo Suplicy – PT 1. Renato Casagrande – PSB<br />

Francisco Dornelles – PP 2. Ideli Salvatti – PT<br />

PMDB<br />

Mão Santa 1. vago<br />

Neuto De Conto 2. vago<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

Raimundo Colombo - PFL 1. João Tenório – PSDB (2)<br />

Osmar Dias – PDT (1) 2. Cícero Lucena – PSDB (2)<br />

Tasso Jereissati – PSDB 1. Flexa Ribeiro – PSDB<br />

(1) Vaga cedida ao PDT<br />

(2) Vaga cedida ao PSDB<br />

1.4) SUBCOMISSÃO TEMPORÁRIA – REGULAMENTAÇÃO <strong>DO</strong>S MARCOS REGULATÓRIOS<br />

(7 titulares e 7 suplentes)<br />

Presidente:<br />

Vice-Presidente:<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

Delcídio Amaral – PT 1. Francisco Dornelles – PP<br />

Inácio Arruda – PC do B 2. Renato Casagrande – PSB<br />

PMDB<br />

Valdir Raupp 1. Romero Jucá<br />

Garibaldi Alves Filho 2. Valter Pereira<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

Kátia Abreu - PFL 1. José Agripino - PFL<br />

Eliseu Resende - PFL 2. Romeu Tuma - PFL<br />

Sérgio Guerra – PSDB 1. Tasso Jereissati – PSDB


2) COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS - CAS<br />

(21 titulares e 21 suplentes)<br />

Presidente: Senadora Patrícia Saboya - PSB<br />

Vice-Presidente: Senadora Rosalba Ciarlini – PFL<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Patrícia Saboya – PSB<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

1.Fátima Cleide – PT<br />

Flávio Arns –PT 2. Serys Slhessarenko – PT<br />

Augusto Botelho – PT 3. Expedito Júnior – PR<br />

Paulo Paim – PT 4. Fernando Collor – PTB<br />

Marcelo Crivella – PRB 5. Antonio Carlos Valadares – PSB<br />

Inácio Arruda – PC do B 6. Ideli Salvatti – PT<br />

João Pedro - PT<br />

7. Magno Malta - PR<br />

8. (vago)<br />

PMDB<br />

Romero Jucá 1. Leomar Quintanilha<br />

Geraldo Mesquita Júnior 2. Valter Pereira<br />

Garibaldi Alves Filho 3. Pedro Simon<br />

Valdir Raupp 4. Neuto De Conto<br />

Wellington Salgado de Oliveira 5. Joaquim Roriz<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

Demóstenes Torres – PFL 1. Adelmir Santana – PFL<br />

Jayme Campos – PFL 2. Heráclito Fortes – PFL<br />

Kátia Abreu – PFL 3. Raimundo Colombo – PFL<br />

Rosalba Ciarlini – PFL 4. Romeu Tuma – PFL<br />

Eduardo Azeredo – PSDB 5. Cícero Lucena – PSDB<br />

Lúcia Vânia – PSDB 6. Sérgio Guerra – PSDB<br />

Papaléo Paes – PSDB 7. Marisa Serrano – PSDB<br />

PDT<br />

João Durval<br />

José Nery<br />

1. Cristovam Buarque<br />

PSOL<br />

Secretária: Gisele Ribeiro de Toledo Camargo<br />

Reuniões: Quintas – Feiras às 11:30 horas – Plenário nº 09 – Ala Alexandre Costa.<br />

Telefone: 3311-3515 Fax: 3311-3652<br />

E – Mail: scomcas@senado.gov.br


2.1) SUBCOMISSÃO PERMANENTE <strong>DO</strong> TRABALHO E PREVIDÊNCIA.<br />

(5 titulares e 5 suplentes)<br />

Presidente: Senador Paulo Paim - PT<br />

Vice-Presidente: Senador Marcelo Crivella - PRB<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

Paulo Paim - PT 1. Flávio Arns – PT<br />

Marcelo Crivella - PRB 2. (vago)<br />

PMDB e PDT<br />

Geraldo Mesquita Júnior – PMDB 1. (vago)<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

Lúcia Vânia – PSDB 1. Cícero Lucena – PSDB<br />

Jayme Campos– PFL 2. Kátia Abreu - PFL<br />

Secretária: Gisele Ribeiro de Toledo Camargo<br />

Plenário nº 09 – Ala Alexandre Costa.<br />

Telefone: 3311-3515 Fax: 3311-3652<br />

E – Mail: scomcas@senado.gov.br<br />

2.2) SUBCOMISSÃO PERMANENTE DE ASSUNTOS SOCIAIS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA.<br />

(5 titulares e 5 suplentes)<br />

Presidente: Senador Eduardo Azeredo - PSDB<br />

Vice-Presidente: Senador Flávio Arns - PT<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

Flávio Arns - PT 1. Fátima Cleide - PT<br />

Paulo Paim - PT 2. (vago)<br />

PMDB e PDT<br />

Geraldo Mesquita Júnior – PMDB 1. (vago)<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

Eduardo Azeredo – PSDB 1. Papaléo Paes – PSDB<br />

Rosalba Ciarlini – PFL 2. Marisa Serrano - PSDB<br />

Secretária: Gisele Ribeiro de Toledo Camargo<br />

Plenário nº 09 – Ala Alexandre Costa.<br />

Telefone: 3311-3515 Fax: 3311-3652<br />

E – Mail: scomcas@senado.gov.br


2.3) SUBCOMISSÃO PERMANENTE DE PROMOÇÃO,<br />

ACOMPANHAMENTO E DEFESA DA SAÚDE.<br />

(5 titulares e 5 suplentes)<br />

Presidente: Senador Papaléo Paes - PSDB<br />

Vice-Presidente: Senador Augusto Botelho - PT<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

Augusto Botelho - PT 1. (vago)<br />

Flávio Arns – PT 2. (vago)<br />

PFL ou PDT<br />

João Durval - PDT 1. Adelmir Santana - PFL<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

Papaléo Paes – PSDB 1. Cícero Lucena – PSDB<br />

Rosalba Ciarlini – PFL 2. Kátia Abreu - PFL<br />

Secretária: Gisele Ribeiro de Toledo Camargo<br />

Plenário nº 09 – Ala Alexandre Costa.<br />

Telefone: 3311-3515 Fax: 3311-3652<br />

E – Mail: scomcas@senado.gov.br


3) COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E CIDADANIA - CCJ<br />

(23 titulares e 23 suplentes)<br />

Presidente: Senador Antonio Carlos Magalhães - PFL<br />

Vice-Presidente: Senador Valter Pereira - PMDB<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

Serys Slhessarenko – PT 1. Paulo Paim - PT<br />

Sibá Machado – PT 2. Ideli Salvatti - PT<br />

Eduardo Suplicy – PT 3. Patrícia Saboya - PSB<br />

Aloizio Mercadante – PT 4. Inácio Arruda – PC do B<br />

Epitácio Cafeteira - PTB 5. João Ribeiro - PR<br />

Mozarildo Cavalcanti - PTB 6. Magno Malta - PR<br />

Antonio Carlos Valadares - PSB<br />

PMDB<br />

Pedro Simon 1. Roseana Sarney<br />

Valdir Raupp 2. Wellington Salgado de Oliveira<br />

Romero Jucá 3. Leomar Quintanilha<br />

Jarbas Vasconcelos 4. Paulo Duque<br />

Valter Pereira 5. José Maranhão<br />

Gilvam Borges 6. Neuto De Conto<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

Adelmir Santana – PFL 1. Eliseu Resende – PFL<br />

Antonio Carlos Magalhães – PFL 2. Jayme Campos – PFL<br />

Demóstenes Torres – PFL 3. José Agripino – PFL<br />

Edison Lobão – PFL 4. Kátia Abreu – PFL<br />

Romeu Tuma – PFL 5. Maria do Carmo Alves – PFL<br />

Arthur Virgílio - PSDB 6. Flexa Ribeiro - PSDB<br />

Eduardo Azeredo - PSDB 7. João Tenório - PSDB<br />

Lúcia Vânia - PSDB 8. Marconi Perillo - PSDB<br />

Tasso Jereissati - PSDB 9. Mário Couto - PSDB<br />

PDT<br />

Jefferson Péres 1. Osmar Dias<br />

PSOL<br />

José Nery<br />

Secretária: Gildete Leite de Melo<br />

Reuniões: Quartas – Feiras às 10:00 horas. – Plenário nº 3 – Ala Alexandre Costa<br />

Telefone: 3311-3972 Fax: 3311-4315<br />

E – Mail: scomccj@senado.gov.br


3.1) SUBCOMISSÃO – IMAGEM E PRERROGATIVAS PARLAMENTARES<br />

(5 titulares)<br />

3.2) SUBCOMISSÃO PERMANENTE DE SEGURANÇA PÚBLICA<br />

(7 titulares e 7 suplentes)<br />

4) COMISSÃO DE EDUCAÇÃO<br />

(27 titulares e 27 suplentes)<br />

Presidente: Senador Cristovam Buarque - PDT<br />

Vice-Presidente: Senador Gilvam Borges – PMDB<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

Flávio Arns - PT 1. Patrícia Saboya - PSB<br />

Augusto Botelho - PT 2. João Pedro - PT<br />

Fátima Cleide - PT 3. Aloizio Mercadante - PT<br />

Paulo Paim - PT 4. Antonio Carlos Valadares - PSB<br />

Ideli Salvatti - PT 5. Francisco Dornelles - PP<br />

Inácio Arruda – PC do B 6. Marcelo Crivella – PRB<br />

Renato Casagrande - PSB 7. João Vicente Claudino – PTB<br />

Sérgio Zambiasi - PTB 8. Magno Malta – PR<br />

João Ribeiro - PR 9. (vago)<br />

PMDB<br />

Wellington Salgado de Oliveira 1. Romero Jucá<br />

Gilvam Borges 2. Leomar Quintanilha<br />

Mão Santa 3. Pedro Simon<br />

Valdir Raupp 4. Valter Pereira<br />

Paulo Duque 5. Jarbas Vasconcelos<br />

Geraldo Mesquita Júnior 6. Joaquim Roriz<br />

(vago) 7. Neuto De Conto<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

Edison Lobão - PFL 1. Adelmir Santana - PFL<br />

Heráclito Fortes - PFL 2. Demóstenes Torres - PFL<br />

Maria do Carmo Alves - PFL 3. Jonas Pinheiro - PFL<br />

Marco Maciel - PFL 4. José Agripino - PFL<br />

Raimundo Colombo - PFL 5. Kátia Abreu - PFL<br />

Rosalba Ciarlini - PFL 6. Romeu Tuma - PFL<br />

Marconi Perillo - PSDB 7. Cícero Lucena - PSDB<br />

Marisa Serrano - PSDB 8. Eduardo Azeredo - PSDB<br />

Papaléo Paes - PSDB 9. Wilson Matos - PSDB<br />

Flexa Ribeiro- PSDB 10. Lúcia Vânia - PSDB<br />

PDT<br />

Cristovam Buarque 1. Jefferson Péres<br />

Secretário: Júlio Ricardo Borges Linhares<br />

Reuniões: Terças – Feiras às 11:00 horas – Plenário nº 15 – Ala Alexandre Costa.<br />

Telefone: 3311-3498 Fax: 3311-3121<br />

E – Mail: julioric@senado.gov.br.


4.1) SUBCOMISSÃO PERMANENTE DE CINEMA, TEATRO, MÚSICA E COMUNICAÇÃO SOCIAL<br />

Presidente: Senador Demóstenes Torres - PFL<br />

Vice-Presidente: Senadora Marisa Serrano - PSDB<br />

(12 titulares e 12 suplentes)<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

Paulo Paim - PT 1. (vago)<br />

Flávio Arns - PT 2. (vago)<br />

Sérgio Zambiasi - PTB 3. Francisco Dornelles - PP<br />

PMDB<br />

Geraldo Mesquita Júnior 1. Valdir Raupp<br />

Valter Pereira 2. (vago)<br />

Paulo Duque 3. (vago)<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

Demóstenes Torres - PFL 1. Maria do Carmo Alves - PFL<br />

Romeu Tuma - PFL 2. Marco Maciel - PFL<br />

Rosalba Ciarlini - PFL 3. Raimundo Colombo - PFL<br />

Marisa Serrano - PSDB 4. Eduardo Azeredo - PSDB<br />

Marconi Perillo - PSDB 5. Flexa Ribeiro- PSDB<br />

PDT<br />

(vago) 1. Cristovam Buarque<br />

Secretário: Júlio Ricardo Borges Linhares<br />

Plenário nº 15 – Ala Alexandre Costa.<br />

Telefone: 3311-3498 Fax: 3311-3121<br />

E – Mail: julioric@senado.gov.br.<br />

4.2) SUBCOMISSÃO PERMANENTE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA<br />

(9 titulares e 9 suplentes)<br />

4.3) SUBCOMISSÃO PERMANENTE <strong>DO</strong> LIVRO<br />

(7 titulares e 7 suplentes)<br />

4.4) SUBCOMISSÃO PERMANENTE <strong>DO</strong> ESPORTE<br />

(7 titulares e 7 suplentes)


5) COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE, DEFESA <strong>DO</strong> CONSUMI<strong>DO</strong>R E FISCALIZAÇÃO E<br />

CONTROLE - CMA<br />

(17 titulares e 17 suplentes)<br />

Presidente: Senador Leomar Quintanilha- PMDB<br />

Vice-Presidente: Senadora Marisa Serrano – PSDB<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

Renato Casagrande – PSB 1. Flávio Arns – PT<br />

Sibá Machado – PT 2. Augusto Botelho –PT<br />

Fátima Cleide – PT 3. Serys Slhessarenko – PT<br />

João Ribeiro – PR 4. Inácio Arruda – PC do B<br />

Fernando Collor – PTB 5. Expedito Júnior – PR<br />

PMDB<br />

Leomar Quintanilha 1. Romero Jucá<br />

Wellington Salgado de Oliveira 2. Gilvam Borges<br />

Valdir Raupp 3. Garibaldi Alves Filho<br />

Valter Pereira 4. Geraldo Mesquita Júnior<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

Eliseu Resende – PFL 1. Adelmir Santana – PFL<br />

Heráclito Fortes – PFL 2. César Borges – PFL<br />

Jonas Pinheiro – PFL 3. Edison Lobão – PFL<br />

José Agripino – PFL 4. Raimundo Colombo – PFL<br />

Cícero Lucena – PSDB 5. Lúcia Vânia – PSDB<br />

Marisa Serrano – PSDB 6. Mario Couto – PSDB<br />

Marconi Perillo – PSDB 7. Sérgio Guerra – PSDB<br />

PDT<br />

Jefferson Péres 1. (vago)<br />

Secretário: José Francisco B. de Carvalho<br />

Reuniões: Terças – Feiras às 11:30 horas – Plenário nº 6 – Ala Nilo Coelho.<br />

Telefone: 3311-3935 Fax: 3311-1060<br />

E – Mail: jcarvalho@senado.gov.br.


5.1) SUBCOMISSÃO DAS AGÊNCIAS REGULA<strong>DO</strong>RAS<br />

(5 titulares e 5 suplentes)<br />

5.2) SUBCOMISSÃO PERMANENTE – AQUECIMENTO GLOBAL<br />

(5 titulares e 5 suplentes)<br />

Presidente: Senador Renato Casagrande- PSB<br />

Vice-Presidente: Senador Marconi Perillo – PSDB<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

Renato Casagrande – PSB 1. Flávio Arns – PT<br />

Inácio Arruda – PC do B 2. Expedito Júnior – PR<br />

PMDB<br />

Valter Pereira 1. Garibaldi Alves Filho<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

1. Adelmir Santana – PFL<br />

Marconi Perillo – PSDB 2. Marisa Serrano – PSDB<br />

Cícero Lucena – PSDB


5.3) SUBCOMISSÃO TEMPORÁRIA SOBRE O GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS<br />

SÓLI<strong>DO</strong>S<br />

(5 titulares e 5 suplentes)<br />

6) COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA - CDH<br />

(19 titulares e 19 suplentes)<br />

Presidente: Senador Paulo Paim- PT<br />

Vice-Presidente: Senador Cícero Lucena – PSDB<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

Flávio Arns – PT 1. Serys Slhessarenko- PT<br />

Fátima Cleide – PT 2. Eduardo Suplicy – PT<br />

Paulo Paim – PT 3. Sérgio Zambiasi – PTB<br />

Patrícia Saboya – PSB 4. Sibá Machado - PT<br />

Inácio Arruda – PC do B 5. Ideli Salvatti- PT<br />

6. Marcelo Crivella - PRB<br />

PMDB<br />

Leomar Quintanilha 1. Mão Santa<br />

Geraldo Mesquita Júnior 2. Romero Jucá<br />

Paulo Duque 3. Joaquim Roriz<br />

Wellington Salgado de Oliveira 4. Valter Pereira<br />

Gilvam Borges 5. Jarbas Vasconcelos<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

César Borges – PFL 1. Edison Lobão – PFL<br />

Eliseu Resende – PFL 2. Heráclito Fortes – PFL<br />

Romeu Tuma – PFL 3. Jayme Campos – PFL<br />

Jonas Pinheiro – PFL 4. Maria do Carmo Alves – PFL<br />

Arthur Virgílio – PSDB 5. Mário Couto – PSDB<br />

Cícero Lucena – PSDB 6. Lúcia Vânia – PSDB<br />

Wilson Matos – PSDB 7. Papaléo Paes<br />

PDT<br />

Cristovam Buarque 1. (vago)<br />

PSOL<br />

José Nery<br />

Secretário: Altair Gonçalves Soares<br />

Reuniões: Terças – Feiras às 12:00 horas – Plenário nº 2 – Ala Nilo Coelho.<br />

Telefone: 3311-4251/2005 Fax: 3311-4646<br />

E – Mail: scomcdh@senado.gov.br.


6.1) SUBCOMISSÃO PERMANENTE DA IGUALDADE RACIAL E INCLUSÃO<br />

(7 titulares e 7 suplentes)<br />

6.2) SUBCOMISSÃO PERMANENTE <strong>DO</strong> I<strong>DO</strong>SO<br />

(7 titulares e 7 suplentes)<br />

Presidente: Senador Leomar Quintanilha - PMDB<br />

Vice-Presidente: Senadora Lúcia Vânia – PSDB<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

Paulo Paim – PT 1. Flávio Arns – PT<br />

Serys Slhessarenko- PT 2. Sibá Machado - PT<br />

PMDB<br />

Leomar Quintanilha 1. Gilvam Borges<br />

Geraldo Mesquita Júnior 2. (vago)<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

Maria do Carmo Alves – PFL 1. (vago)<br />

Heráclito Fortes – PFL 2. (vago)<br />

Lúcia Vânia – PSDB 3. Papaléo Paes – PSDB<br />

6.3) SUBCOMISSÃO PERMANENTE DA CRIANÇA, A<strong>DO</strong>LESCENTE E JUVENTUDE<br />

(7 titulares e 7 suplentes)<br />

6.4) SUBCOMISSÃO TEMPORÁRIA <strong>DO</strong> TRABALHO ESCRAVO<br />

(5 titulares e 5 suplentes)<br />

Presidente: Senador José Nery - PSOL<br />

Vice-Presidente: Senador Inácio Arruda – PCdoB<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

Eduardo Suplicy – PT 1. Flávio Arns - PT<br />

2. Patrícia Saboya – PSB .<br />

PMDB<br />

Inácio Arruda – PcdoB 1. Geraldo Mesquita Júnior<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

Maria do Carmo Alves – PFL 1. Edison Lobão – PFL<br />

Lúcia Vânia – PSDB 5. Cícero Lucena – PSDB<br />

PSOL<br />

José Nery


7) COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DEFESA <strong>NACIONAL</strong> - CRE<br />

(19 titulares e 19 suplentes)<br />

Presidente – Senador Heráclito Fortes - PFL<br />

Vice-Presidente – Senador Eduardo Azeredo - PSDB<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

Eduardo Suplicy – PT 1. Inácio Arruda – PC do B<br />

Marcelo Crivella – PRB 2. Aloizio Mercadante – PT<br />

Fernando Collor – PTB 3. Augusto Botelho – PT<br />

Antonio Carlos Valadares – PSB 4. Serys Slhessarenko – PT<br />

Mozarildo Cavalcanti – PTB 5. Fátima Cleide – PT<br />

João Ribeiro – PR 6. Francisco Dornelles – PP<br />

PMDB<br />

Pedro Simon 1. Valdir Raupp<br />

Mão Santa 2. Leomar Quintanilha<br />

Joaquim Roriz 3. Wellington Salgado de Oliveira<br />

Jarbas Vasconcelos 4. Gilvam Borges<br />

Paulo Duque 5. Garibaldi Alves Filho<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

Heráclito Fortes – PFL 1. Edison Lobão – PFL<br />

Marco Maciel – PFL 2. César Borges – PFL<br />

Maria do Carmo Alves – PFL 3. Kátia Abreu – PFL<br />

Romeu Tuma – PFL 4. Rosalba Ciarlini – PFL<br />

Arthur Virgílio – PSDB 5. Flexa Ribeiro – PSDB<br />

Eduardo Azeredo – PSDB 6. Wilson Matos – PSDB<br />

João Tenório – PSDB 7. Sérgio Guerra – PSDB<br />

PDT<br />

Cristovam Buarque 1. Jefferson Péres<br />

Secretária: Maria Lúcia Ferreira de Mello<br />

Telefone 3311-3496 Fax: 3311-3546 – Plenário nº 7 – Ala Alexandre Costa<br />

Reuniões: Quintas–feiras às 10:00 horas.<br />

E – Mail: luciamel@senado.gov.br


7.1) SUBCOMISSÃO PERMANENTE DE PROTEÇÃO <strong>DO</strong>S CIDADÃOS<br />

BRASILEIROS NO EXTERIOR<br />

(7 titulares e 7 suplentes)<br />

7.2) SUBCOMISSÃO PERMANENTE DA AMAZÔNIA<br />

(7 titulares e 7 suplentes)<br />

Presidente: Senador Mozarildo Cavalcanti - PTB<br />

Vice-Presidente: Senador Augusto Botelho - PT<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

Augusto Botelho - PT 1. João Ribeiro - PR<br />

Mozarildo Cavalcanti - PTB 2. Fátima Cleide - PT<br />

PMDB<br />

Valdir Raupp 1. Leomar Quintanilha<br />

Pedro Simon 2. Gilvam Borges<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

Romeu Tuma – PFL 1. Marco Maciel – PFL<br />

Flexa Ribeiro - PSDB 2. Arthur Virgílio – PSDB<br />

PDT<br />

Jefferson Péres 1. Cristovam Buarque<br />

Secretária: Maria Lúcia Ferreira de Mello<br />

Telefone 3311-3496 Fax: 3311-3546 – Plenário nº 7 – Ala Alexandre Costa<br />

E – Mail: scomcre@senado.gov.br


7.3) SUBCOMISSÃO PERMANENTE DE ACOMPANHAMENTO <strong>DO</strong> REGIME INTER<strong>NACIONAL</strong><br />

SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS<br />

(7 titulares e 7 suplentes)<br />

Presidente: Senador Fernando Collor - PTB<br />

Vice-Presidente: Senador João Ribeiro - PR<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

Fernando Collor - PTB 1. Inácio Arruda – PC do B<br />

João Ribeiro - PR 2. Augusto Botelho - PT<br />

PMDB<br />

Mão Santa 1. Valdir Raupp<br />

Joaquim Roriz 2. Leomar Quintanilha<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

Romeu Tuma – PFL 1. Rosalba Ciarlini – PFL<br />

Eduardo Azeredo - PSDB 2. Papaléo Paes – PSDB<br />

PDT<br />

Cristovam Buarque 1. Jefferson Péres<br />

Secretária: Maria Lúcia Ferreira de Mello<br />

Telefone 3311-3496 Fax: 3311-3546 – Plenário nº 7 – Ala Alexandre Costa<br />

E – Mail: scomcre@senado.gov.br<br />

7.4) SUBCOMISSÃO PERMANENTE PARA MODERNIZAÇÃO E<br />

REAPARELHAMENTO DAS FORÇAS ARMADAS<br />

(5 titulares e 5 suplentes)


8) COMISSÃO DE SERVIÇOS DE INFRA-ESTRUTURA - CI<br />

(23 titulares e 23 suplentes)<br />

Presidente - Senador Marconi Perillo - PSDB<br />

Vice-Presidente – Senador Delcídio Amaral - PT<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

Serys Slhessarenko – PT 1. Flávio Arns– PT<br />

Delcídio Amaral– PT 2. Fátima Cleide– PT<br />

Ideli Salvatti– PT 3. Aloizio Mercadante– PT<br />

Francisco Dornelles– PP 4. João Ribeiro– PR<br />

Inácio Arruda– PC do B 5. Augusto Botelho – PT<br />

Fernando Collor– PTB 6. João Vicente Claudino – PTB<br />

Expedito Júnior– PR 7. Renato Casagrande– PSB<br />

PMDB<br />

Romero Jucá 1. Garibaldi Alves Filho<br />

Valdir Raupp 2. José Maranhão<br />

Leomar Quintanilha 3. Gilvam Borges<br />

Joaquim Roriz 4. Neuto De Conto<br />

Valter Pereira 5. Geraldo Mesquita Júnior<br />

Wellington Salgado de Oliveira 6. Pedro Simon<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

Adelmir Santana – PFL 1. Demóstenes Torres – PFL<br />

Eliseu Resende – PFL 2. Marco Maciel – PFL<br />

Jayme Campos – PFL 3. Jonas Pinheiro – PFL<br />

Heráclito Fortes – PFL 4. Rosalba Ciarlini – PFL<br />

Raimundo Colombo – PFL 5. Romeu Tuma – PFL<br />

João Tenório – PSDB 6. Cícero Lucena – PSDB<br />

Marconi Perillo – PSDB 7. Eduardo Azeredo – PSDB<br />

Flexa Ribeiro – PSDB 8. Mário Couto – PSDB<br />

Sérgio Guerra – PSDB 9. Tasso Jereissati – PSDB<br />

PDT<br />

João Durval 1. (vago)<br />

Secretária: Dulcídia Ramos Calhao<br />

Reuniões: Terças – Feiras às 14:00 horas. – Plenário nº 13 – Ala Alexandre Costa<br />

Telefone: 3311-4607 Fax: 3311-3286<br />

E – Mail : scomci@senado.gov.br


8.1) SUBCOMISSÃO PERMANENTE DESTINADA A ACOMPANHAR A<br />

IMPLEMENTAÇÃO <strong>DO</strong> PLANO DE ACELERAÇÃO <strong>DO</strong> CRESCIMENTO - PAC<br />

(7 titulares e 7 suplentes)<br />

9) COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL E TURISMO - CDR<br />

(17 titulares e 17 suplentes)<br />

Presidente - Senadora Lúcia Vânia - PSDB<br />

Vice-Presidente – Senador Jonas Pinheiro - PFL<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Fátima Cleide – PT<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

1. Sibá Machado – PT<br />

Patrícia Saboya – PSB 2. Expedito Júnior – PR<br />

João Pedro - PT<br />

3. Inácio Arruda – PC do B<br />

João Vicente Claudino – PTB 4. Antonio Carlos Valadares – PSB<br />

Mozarildo Cavalcanti – PTB<br />

PMDB<br />

José Maranhão 1. Leomar Quintanilha<br />

Geraldo Mesquita Júnior 2. Wellington Salgado de Oliveira<br />

Garibaldi Alves Filho 3. Pedro Simon<br />

Valter Pereira 4. Valdir Raupp<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

Demóstenes Torres – PFL 1. Adelmir Santana – PFL<br />

Jonas Pinheiro – PFL 2. Jayme Campos – PFL<br />

Marco Maciel – PFL 3. Kátia Abreu – PFL<br />

Rosalba Ciarlini – PFL 4. Maria do Carmo Alves – PFL<br />

Lúcia Vânia – PSDB 5. Tasso Jereissati – PSDB<br />

Marisa Serrano – PSDB 6. Flexa Ribeiro – PSDB<br />

Cícero Lucena – PSDB 7. João Tenório – PSDB<br />

PDT<br />

Jefferson Péres 1. Osmar Dias<br />

PSOL<br />

José Nery<br />

Secretário: Ednaldo Magalhães Siqueira<br />

Reuniões: Quartas – Feiras às 14 horas<br />

Telefone: 3311-4282 Fax: 3311-1627<br />

E – Mail: scomcdr@senado.gov.br


10) COMISSÃO DE AGRICULTURA E REFORMA AGRÁRIA - CRA<br />

(17 titulares e 17 suplentes)<br />

Presidente – Senador Joaquim Roriz - PMDB<br />

Vice-Presidente - Senador Expedito Júnior - PR<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

Sibá Machado – PT 1. Paulo Paim – PT<br />

Delcídio Amaral – PT 2. Aloizio Mercadante – PT<br />

Antonio Carlos Valadares – PSB 3. João Ribeiro – PR<br />

Expedito Júnior – PR 4.Augusto Botelho - PT<br />

João Pedro – PT 5. José Nery – PSOL<br />

PMDB<br />

Joaquim Roriz 1. Valdir Raupp<br />

Leomar Quintanilha 2. Romero Jucá<br />

Pedro Simon 3. Valter Pereira<br />

Neuto De Conto 4. Mão Santa<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

Heráclito Fortes – PFL 1. Edison Lobão – PFL<br />

César Borges – PFL 2. Eliseu Resende – PFL<br />

Jonas Pinheiro – PFL 3. Raimundo Colombo – PFL<br />

Kátia Abreu – PFL 4. Rosalba Ciarlini – PFL<br />

Cícero Lucena – PSDB 5. Marconi Perillo – PSDB<br />

Flexa Ribeiro – PSDB 6. João Tenório – PSDB<br />

Marisa Serrano – PSDB 7. Sérgio Guerra – PSDB<br />

PDT<br />

Osmar Dias 1. João Durval<br />

Secretário: Marcello Varella<br />

Reuniões: Quintas – Feiras às 12 horas –<br />

Telefone: 3311-3506 Fax:<br />

E – Mail: marcello@senado.gov.br


10.1) SUBCOMISSÃO PERMANENTE <strong>DO</strong>S BIOCOMBUSTÍVEIS<br />

(7 titulares e 7 suplentes)<br />

Presidente – Senador João Tenório - PSDB<br />

Vice-Presidente - Senador Sibá Machado - PT<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

Sibá Machado – PT 1. Paulo Paim – PT<br />

Antonio Carlos Valadares – PSB 2. João Ribeiro – PR<br />

PMDB<br />

Valter Pereira 1. Valdir Raupp<br />

Neuto De Conto 2. Mão Santa<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

Jonas Pinheiro – PFL 1. Raimundo Colombo – PFL – PFL<br />

2. Rosalba Ciarlini – PFL – PFL<br />

João Tenório – PSDB 3. Cícero Lucena - PSDB<br />

Marisa Serrano – PSDB


11) COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO, COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA -<br />

CCT<br />

(17 titulares e 17 suplentes)<br />

Presidente – Senador Wellington Salgado de Oliveira - PMDB<br />

Vice-Presidente – Senador Marcelo Crivella - PRB<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

Marcelo Crivella – PRB 1. Expedito Júnior – PR<br />

Augusto Botelho – PT 2. Flávio Arns – PT<br />

Renato Casagrande – PSB 3. João Ribeiro – PR<br />

Sérgio Zambiasi – PTB 4. Francisco Dornelles – PP<br />

Ideli Salvatti – PT 5. Fátima Cleide – PT<br />

PMDB<br />

Valdir Raupp 1. Romero Jucá<br />

Wellington Salgado de Oliveira 2. Garibaldi Alves Filho<br />

Gilvam Borges 3. Mão Santa<br />

Valter Pereira 4. Leomar Quintanilha<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

Demóstenes Torres – PFL 1. Eliseu Resende – PFL<br />

Romeu Tuma – PFL 2. Heráclito Fortes – PFL<br />

Maria do Carmo Alves – PFL 3. Marco Maciel – PFL<br />

José Agripino – PFL 4. Rosalba Ciarlini – PFL<br />

João Tenório – PSDB 5. Flexa Ribeiro – PSDB<br />

Eduardo Azeredo – PSDB 6. Marconi Perillo – PSDB<br />

Cícero Lucena – PSDB 7. Papaléo Paes – PSDB<br />

PDT<br />

(vago) 1. (vago)<br />

Secretária: Égli Lucena Heusi Moreira<br />

Reuniões: Quartas-Feiras às 8:45 horas<br />

Telefone: 3311-1120 Fax: 3311-2025<br />

E – Mail: scomcct@senado.gov.br.


11.1) SUBCOMISSÃO PERMANENTE DE SERVIÇOS DE INFORMÁTICA<br />

(5 titulares e 5 suplentes)<br />

Presidente –<br />

Vice-Presidente –<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

Flávio Arns – PT 1. Sérgio Zambiasi – PTB<br />

Renato Casagrande – PSB 2. Expedito Júnior – PR<br />

PMDB<br />

Valter Pereira 1. Gilvam Borges<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

Demóstenes Torres – PFL 1. Heráclito Fortes – PFL<br />

Eduardo Azeredo – PSDB 2. Cícero Lucena – PSDB<br />

11.2) SUBCOMISSÃO TEMPORÁRIA PARA O ESTU<strong>DO</strong>, ACOMPANHAMENTO E APOIO AO<br />

DESENVOLVIMENTO <strong>DO</strong>S PÓLOS TECNOLÓGICOS<br />

(5 titulares e 5 suplentes)<br />

Presidente –<br />

Vice-Presidente –<br />

TITULARES SUPLENTES<br />

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PTB, PR, PSB, PC do B, PRB e PP)<br />

Marcelo Crivella – PRB 1. Francisco Dornelles – PP<br />

Augusto Botelho – PT 2. Fátima Cleide – PT<br />

PMDB<br />

Mão Santa 1. Garibaldi Alves Filho<br />

Bloco da Minoria (PFL e PSDB)<br />

Romeu Tuma – PFL 1. Rosalba Ciarlini – PFL<br />

Cícero Lucena – PSDB 2. Eduardo Azeredo – PSDB


CONSELHO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR<br />

(Resolução do Senado Federal nº 20/93)<br />

COMPOSIÇÃO<br />

(Eleita na Sessão do Senado Federal de 06/03/2007)<br />

1ª Eleição Geral: 19.04.1995 4ª Eleição Geral: 13.03.2003<br />

2ª Eleição Geral: 30.06.1999 5ª Eleição Geral: 23.11.2005<br />

3ª Eleição Geral: 27.06.2001 6ª Eleição Geral: 06.03.2007<br />

Presidente:<br />

Vice-Presidente:<br />

BLOCO DE APOIO AO GOVERNO (PT/PTB/PR/PSB)<br />

Titulares UF Ramal Suplentes UF Ramal<br />

Augusto Botelho (PT) RR 2041 1. (vago)<br />

Sibá Machado (PT) AC 2184 2. (vago)<br />

Renato Casagrande (PSB) ES 1129 3. (vago)<br />

Serys Slhessarenko (PT) MT 2292 4. (vago)<br />

Eduardo Suplicy (PT) SP 3213 5. (vago)<br />

PMDB<br />

Wellington Salgado de Oliveira MG 2244 1. Valdir Raupp RO 2252<br />

Valter Pereira MS 2221 2. Gerson Camata ES 3235<br />

Gilvam Borges AP 1713 3. Romero Jucá RR 2112<br />

Leomar Quintanilha TO 2073 4. José Maranhão PB 1891<br />

PFL<br />

Demóstenes Torres GO 2091 1. Jonas Pinheiro MT 2271<br />

Heráclito Fortes PI 2131 2. César Borges BA 2212<br />

Adelmir Santana DF 4702 3. Maria do Carmo Alves SE 1306<br />

PSDB<br />

Marconi Perillo GO 1961 1. Arthur Virgílio AM 1413<br />

Marisa Serrano MS 3016 2. Sérgio Guerra PE 2382<br />

Jefferson Péres<br />

PDT<br />

AM 2063 1. (vago)<br />

Corregedor do Senado (Membro nato – art. 25 da Resolução nº 20/93)<br />

Senador Romeu Tuma (PFL/SP) 2051<br />

(Atualizada em 06.03.2007)<br />

SECRETARIA-GERAL DA MESA<br />

Secretaria de Apoio a Conselhos e Órgãos do Parlamento - SCOP<br />

Ala Senador Dinarte Mariz, sala nº 6<br />

Telefones: 3311-4561 e 3311-5258<br />

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CORREGE<strong>DO</strong>RIA PARLAMENTAR<br />

(Resolução do Senado Federal nº 17, de 1993)<br />

COMPOSIÇÃO<br />

Senador Romeu Tuma¹(PFL-SP) Corregedor<br />

(Vago) 1º Corregedor Substituto<br />

(Vago) 2º Corregedor Substituto<br />

(Vago) 3º Corregedor Substituto<br />

(Atualizada em 6.3.2007)<br />

Notas:<br />

1 Eleito na Reunião Preparatória da 1ª Sessão Legislativa da 53ª Legislatura, realizada em 1º.2.2007, nos termos da<br />

Resolução nº 17, de 17.3.93.<br />

SECRETARIA-GERAL DA MESA <strong>DO</strong> SENA<strong>DO</strong> <strong>FEDERAL</strong><br />

Secretaria de Apoio a Conselhos e Órgãos do Parlamento (SCOP)<br />

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Notas:<br />

PROCURA<strong>DO</strong>RIA PARLAMENTAR<br />

(Resolução do Senado Federal nº 40/95)<br />

COMPOSIÇÃO<br />

(Vago) 1<br />

Demóstenes Torres 2 (PFL-GO) Bloco Parlamentar da Minoria<br />

Alvaro Dias 2 4 Bloco Parlamentar da Minoria<br />

Fátima Cleide 3 (PT-RO) Bloco de Apoio ao Governo<br />

Atualizado em 1º.2.2007<br />

1 Vaga ocupada pelo Senador Ramez Tebet, falecido em 17.11.2006.<br />

2<br />

Em 29.3.2005, foi publicada no DSF a leitura, no Plenário do SF, do Of. Nº 031/2005, das indicações dos Senadores<br />

Demóstenes Torres e Álvaro Dias.<br />

3<br />

Em 17.5.2005, foi publicada no DSF a leitura, no Plenário do SF, do Of. Nº 285/2005, da indicação da Senadora Fátima<br />

Cleide.<br />

4<br />

O Senador Alvaro Dias licenciou-se do exercício do mandato a partir de 26 de março de 2007, pelo prazo de 121 dias,<br />

de acordo com o Requerimento nº 258, de 2007.<br />

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CONSELHO <strong>DO</strong> DIPLOMA MULHER-CIDADÃ BERTHA LUTZ<br />

Constituído pela Resolução nº 2, de 2001, oriunda do Projeto de Resolução nº 25, de 1998,<br />

aprovado na Sessão Deliberativa Ordinária do Senado Federal do dia 15.3.2001<br />

COMPOSIÇÃO<br />

PMDB<br />

Senadora Roseana Sarney (MA)<br />

PFL<br />

Senadora Maria do Carmo Alves (SE)<br />

PSDB<br />

Senadora Lúcia Vânia (GO)<br />

PT<br />

Senadora Serys Slhessarenko (MT)<br />

PTB<br />

Senador Sérgio Zambiasi (RS)<br />

PR<br />

(vago)<br />

PDT<br />

Senador Cristovam Buarque (DF)<br />

PSB<br />

Senadora Patrícia Saboya (CE)<br />

PC do B<br />

Senador Inácio Arruda (CE)<br />

PRB<br />

Senador Marcelo Crivella (RJ)<br />

PP<br />

(vago)<br />

PSOL<br />

(vago)<br />

(Atualizada em 04.04.2007)<br />

SECRETARIA-GERAL DA MESA<br />

Secretaria de Apoio a Conselhos e Órgãos do Parlamento - SCOP<br />

Ala Senador Dinarte Mariz, sala nº 6<br />

Telefones: 3311-4561 e 3311-5259<br />

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1ª Designação Geral: 03.12.2001<br />

2ª Designação Geral: 26.02.2003<br />

3º Designação Geral: 03.04.2007


ALMEIDA LIMA<br />

Críticas ao Poder Judiciário por não ter tomado<br />

nenhuma decisão em trânsito julgado para<br />

estabelecer, de fato, a culpabilidade de criminosos.<br />

Aparte ao Senador Arthur Virgílio. ........................ 265<br />

ALOIZIO MERCADANTE<br />

Proposta de Emenda à Constituição nº 43, de<br />

2007, que altera os arts. 50 e 52 da Constituição<br />

Federal, para dispor sobre o comparecimento de<br />

autoridades regulatórias ao Congresso Nacional. . 65<br />

Proposta de Emenda à Constituição nº 44, de<br />

2007, que altera os artigos 23, 30 e 144 da Constituição<br />

Federal, para instituir o piso nacional dos<br />

trabalhadores dos órgãos da Segurança Pública. . 74<br />

Proposta de Emenda à Constituição nº 45, de<br />

2007, que altera o inciso III do § 4º do art. 103-B<br />

da Constituição Federal, para dispor sobre nova<br />

competência do Conselho Nacional de Justiça de<br />

determinar perda do cargo de membros do Poder<br />

Judiciário. .............................................................. 82<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007 (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 341, de 2006), que altera as Leis nº 9.657, de 3<br />

de junho de 1998, 10.480, de 2 de julho de 2002,<br />

11.314, de 3 de julho de 2006, 11.344, de 8 de setembro<br />

de 2006, 11.355, 11.356, 11.357 e 11.358,<br />

de 19 de outubro de 2006, 8.025, de 12 de abril de<br />

1990, e 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e dá<br />

outras providências. .............................................. 250<br />

Defesa de uma negociação pacífica entre<br />

os estudantes que ocupam a Universidade de São<br />

Paulo e as autoridade. Aparte ao Senador Eduardo<br />

Suplicy. .................................................................. 329<br />

Parecer nº 378, de 2007 (da Comissão de<br />

Constituição, Justiça e Cidadania), sobre a Mensagem<br />

nº 75, de 2007 (nº 275/2007, na origem),<br />

que submete à apreciação do Senado Federal a<br />

ÍNDICE ONOMÁSTICO<br />

Pág. Pág.<br />

indicação do Senhor Eduardo Flores Vieira para ser<br />

reconduzido ao cargo de Defensor Público-Geral da<br />

União do Ministério da Justiça. ............................. 474<br />

Apelo por um debate mais aprofundado sobre<br />

a reforma política, a construção partidária e o<br />

aprimoramento da democracia. Aparte ao Senador<br />

Antonio Carlos Magalhães. .................................... 524<br />

Encaminhamento para votação da Emenda<br />

nº 64, sobre o Projeto de Lei de Conversão nº 9,<br />

de 2007, que constitui fonte de recursos adicional<br />

para ampliação de limites operacionais da Caixa<br />

Econômica Federal (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 347, de 2007). ......................................... 534<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. ......................... 553<br />

ANTONIO CARLOS MAGALHÃES<br />

Críticas à influência das empreiteiras no Governo.<br />

Aparte ao Senador Arthur Virgílio. ............. 264<br />

Preocupação com o Incor de Brasília, pelo fechamento<br />

de suas unidades de urgência e de cirurgia<br />

e a demissão de mais de 200 funcionários. .............. 514<br />

Manifestação em defesa da substituição do<br />

atual sistema político e da reabilitação do Congresso<br />

brasileiro perante o País. ................................. 518<br />

ANTÔNIO CARLOS VALADARES<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art. 60<br />

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. .......................... 302<br />

Requerimento nº 611, de 2007, que solicita a<br />

tramitação conjunta dos Projetos de Lei do Senado<br />

nº s 320, de 2003, e 6, de 2005, por regularem a<br />

mesma matéria. .................................................... 351


II<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. ......................... 556<br />

ARTHUR VIRGÍLIO<br />

Requerimento nº 567, de 2007, que solicita<br />

informações ao Ministro Chefe da Secretaria de Comunicação<br />

Social sobre a veiculação de propaganda<br />

oficial em publicações de circulação nacional. ...... 60<br />

Requerimento nº 571, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda nº<br />

55, de autoria do Deputado Miro Teixeira, oferecida<br />

ao Projeto de Lei de Conversão nº 6, de 2007 (proveniente<br />

da Medida Provisória nº 341, de 2006). .. 256<br />

Requerimento nº 572, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda nº<br />

56, de autoria do Deputado Miro Teixeira, oferecida<br />

ao Projeto de Lei de Conversão nº 6, de 2007 (proveniente<br />

da Medida Provisória nº 341, de 2006). ..... 256<br />

Encaminhamento à votação das Emendas nº s<br />

55 e 56, oferecidas ao Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007 (proveniente da Medida Provisória nº<br />

341, de 2006). ....................................................... 256<br />

Posicionamento do PSDB sobre a crise ética<br />

que envolve o Poder Executivo, com ramificações<br />

no Poder Legislativo. ............................................. 261<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art. 60<br />

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. ........................... 286<br />

Apelo para que haja um acordo sobre a<br />

participação dos Estados, Municípios e União no<br />

FUNDEB. ............................................................ 294<br />

Requerimento nº 580, de 2007, que solicita destaque<br />

para votação em separado da Emenda nº 53,<br />

de autoria do Senador Renato Casagrande, oferecida<br />

ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007. ........ 304<br />

Requerimento nº 586, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 187, de autoria do Deputado Federal Lira<br />

Maia, oferecida ao Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 7, de 2007 (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 339, de 2006). .............................................. 305<br />

Requerimento nº 594, de 2007, que solicita destaque<br />

para votação em separado da Emenda nº 194<br />

ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007. ........... 306<br />

Encaminhamento para votação da Emenda<br />

nº 194, sobre o Projeto de Lei de Conversão nº 7,<br />

de 2007. ................................................................. 313<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão nº<br />

10, de 2007, que institui o Fundo de Garantia do tem-<br />

Pág. Pág.<br />

po de Serviço – FGTS, altera a Lei nº 8.036, de 11 de<br />

maio de 1990, e dá outras providências (proveniente<br />

da Medida Provisória nº 349, de 2007) .................... . 324<br />

Considerações a respeito da ocupação, pelos<br />

estudantes, da Reitoria da Universidade de<br />

São Paulo. ......................................................... 329<br />

Requerimento nº 597, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda nº<br />

64, de autoria do Deputado Simão Sessim, oferecida<br />

ao PVL nº 9, de 2007 (proveniente da Medida<br />

Provisória nº 347, de 2007). ................................. 333<br />

Requerimento nº 599, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 65, de autoria do Deputado Arnaldo Madeira,<br />

oferecida ao PVL nº 9, de 2007 (proveniente da<br />

Medida Provisória nº 347, de 2007). ..................... 333<br />

Requerimento nº 601, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda nº<br />

66, de autoria do Deputado Antonio Carlos Mendes<br />

Thame, oferecida ao PVL nº 9, de 2007 (proveniente<br />

da Medida Provisória nº 347, de 2007). ............... 333<br />

Requerimento nº 602, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda nº<br />

67, de autoria do Deputado Simão Sessim, oferecida<br />

ao PVL nº 9, de 2007 (proveniente da Medida<br />

Provisória nº 347, de 2007). ................................. 334<br />

Requerimento nº 608, de 2007, que solicita<br />

voto de pesar pelo falecimento de João Pinto de<br />

Camargo, ocorrido no dia 10 de maio de 2007,<br />

em Santo Antonio do Descoberto-GO, pai da<br />

servidora do Senado Federal, Maria Juscimar<br />

Orany Camargo. ............................................. 349<br />

Requerimento nº 609, de 2007, que solicita<br />

voto de pesar pelo falecimento de José de Souza<br />

Coelho, ex-Senador da República, ex-Vereador<br />

em dois mandatos e, também, ex-Prefeito de Petrolina/PE,<br />

em dois mandatos, ocorrido no dia 19<br />

de maio de 2007. ............................................... 349<br />

Discussão sobre a necessidade de uma profunda<br />

reforma política para o País. Aparte ao Senador<br />

Antonio Carlos Magalhães. ........................ 522<br />

Encaminhamento para votação da Emenda<br />

nº 64, sobre o Projeto de Lei de Conversão nº 9,<br />

de 2007, que constitui fonte de recursos adicional<br />

para ampliação de limites operacionais da Caixa<br />

Econômica Federal (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 347, de 2007). ......................................... 530<br />

Encaminhamento para votação da Emenda<br />

nº 64, sobre o Projeto de Lei de Conversão nº 9,<br />

de 2007, que constitui fonte de recursos adicional<br />

para ampliação de limites operacionais da Caixa<br />

Econômica Federal (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 347, de 2007). ......................................... 535


Requerimento nº 616, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 5, de autoria do Senador Arthur Virgílio, oferecida<br />

ao Projeto de Lei de Conversão nº 10, de<br />

2007 (proveniente da Medida Provisória nº 349,<br />

de 2007). ....................................................... 542<br />

Requerimento nº 617, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda nº<br />

6, de autoria da Senadora Lúcia Vânia, oferecida ao<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 10, de 2007 (proveniente<br />

da Medida Provisória nº 349, de 2007). ....... 542<br />

Anúncio da presença em plenário do Governador<br />

Teotônio Vilela. ............................................ 543<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. .......................... 544<br />

Comentários acerca da invasão da hidroelétrica<br />

de Tucuruí por integrantes da Via Campesina<br />

como parte da crise institucional do Brasil. .......... 572<br />

Comentários sobre a ocupação da Reitoria<br />

da USP pelos estudantes. .................................... 573<br />

Felicitações pela iniciativa do Vereador Amaro<br />

Klautau, de Belém, no Pará, de comemoração dos<br />

19 anos do PSDB no mês de junho. ..................... 576<br />

CÉSAR BORGES<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007 (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 341, de 2006), que altera as Leis nº 9.657, de 3<br />

de junho de 1998, 10.480, de 2 de julho de 2002,<br />

11.314, de 3 de julho de 2006, 11.344, de 8 de setembro<br />

de 2006, 11.355, 11.356, 11.357 e 11.358,<br />

de 19 de outubro de 2006, 8.025, de 12 de abril de<br />

1990, e 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e dá<br />

outras providências. .............................................. 254<br />

Considerações sobre o Projeto de Lei de<br />

Conversão nº 10, de 2007, que institui o Fundo de<br />

Investimento do FGTS. .......................................... 493<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. ......................... 543<br />

CÍCERO LUCENA<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art. 60<br />

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. .......................... 298<br />

Parecer nº 368, de 2007 (da Comissão de<br />

Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e<br />

Informática), sobre o Projeto de Decreto Legis-<br />

Pág. Pág.<br />

III<br />

lativo nº 36, de 2007 (nº 1.681/2005, na Câmara<br />

dos Deputados), que aprova o ato que outorga<br />

autorização à Associação Comunitária Beneficente<br />

do Município de Uiraúna para executar serviço<br />

de radiodifusão comunitária na cidade de Uiraúna,<br />

Estado da Paraíba. ........................................... 406<br />

Parecer nº 370, de 2007 (da Comissão de<br />

Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e<br />

Informática), sobre o Projeto de Decreto Legislativo<br />

nº 46, de 2007 (nº 2.345, de 2006, na Câmara<br />

dos Deputados), que aprova o ato que outorga<br />

autorização à Associação de Moradores do bairro<br />

Belo Horizonte – AMBH para executar serviço<br />

de radiodifusão comunitária na cidade de Piancó,<br />

Estado da Paraíba. ........................................... 419<br />

Requerimento nº 621, de 2007, que solicita<br />

homenagens de pesar pelo falecimento de Ernany<br />

Gomes de Moura, ex-Deputado estadual e<br />

prefeito constitucional do município de Riachão<br />

– PB, ocorrido no dia 23 de maio de 2007, no<br />

Estado da Paraíba. ........................................ 575<br />

Registro do editorial intitulado “Os frutos tardios<br />

de uma CPI”, publicado no jornal O Estado de<br />

S. Paulo, edição de 5 de março de 2007. ............. 580<br />

DEMÓSTENES TORRES<br />

Encaminhamento para votação do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. .......................... 307<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. ......................... 560<br />

EDISON LOBÃO<br />

Parecer nº 379, de 2007 (da Comissão de<br />

Constituição, Justiça e Cidadania), sobre a Mensagem<br />

nº 81, de 2007 (nº 316/2007, na origem), que<br />

submete à apreciação do Senado Federal o nome<br />

do General-de-Exército Renaldo Quintas Magioli<br />

para exercer o cargo de Ministro do Superior Tribunal<br />

Militar, na vaga decorrente da aposentadoria<br />

do General-de-Exército Max Hoertel, prevista para<br />

o dia 4 de junho de 2007. ..................................... 478<br />

EDUAR<strong>DO</strong> AZERE<strong>DO</strong><br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art. 60<br />

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. .......................... 292


IV<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 10, de 2007, que institui o Fundo de Garantia<br />

do tempo de Serviço – FGTS, altera a Lei nº<br />

8.036, de 11 de maio de 1990, e dá outras providências<br />

(proveniente da Medida Provisória nº<br />

349, de 2007). ............................................... 327<br />

Requerimento nº 622, de 2007, que solicita<br />

homenagem aos pioneiros da informática do Brasil<br />

– o Tesouro Nacional, o Ministério da Agricultura<br />

e a IBM. ............................................................ 575<br />

EDUAR<strong>DO</strong> SUPLICY<br />

Apelo para aprovação do orçamento impositivo,<br />

de iniciativa do Senador Antonio Carlos<br />

Magalhães. ....................................................... 265<br />

Cumprimentos à Senadora Fátima Cleide<br />

pela atuação como relatora do Projeto de Lei de<br />

Conversão nº 7, de 2007. ..................................... 319<br />

Apelo aos estudantes da Universidade de São<br />

Paulo para que cheguem a uma solução pautada<br />

pelo bom senso que signifique a desocupação, por<br />

meio pacífico, do edifício sede da Reitoria. .......... 329<br />

Requerimento nº 612, de 2007, que solicita<br />

a tramitação conjunta dos PLS nº 3 e 153 de 2007,<br />

de autoria respectivamente dos Senadores Osmar<br />

Dias e Eduardo Suplicy, e do PLC nº 82, de 2006,<br />

por tratarem de matérias conexas, relacionadas às<br />

sociedades cooperativas. ..................................... 351<br />

Reflexões sobre o processo de criação e<br />

desmembramento de municípios. ......................... 496<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. .......................... 566<br />

Considerações sobre a colaboração do Partido<br />

dos Trabalhadores para que as divergências<br />

como as invasões de Tucuruí e da USP sejam superadas<br />

pelo diálogo, sem violência. .................... 572<br />

ELISEU RESENDE<br />

Requerimento nº 613, de 2007, que solicita<br />

a tramitação em conjunto do projeto de Lei do Senado<br />

nº 125, de 2005, com o PLS nº 394, de 2003,<br />

e com o PLS nº 98, de 2005, por versarem sobre a<br />

mesma matéria. .................................................... 352<br />

EPITÁCIO CAFETEIRA<br />

Projeto de Lei do Senado nº 265, de 2007<br />

(Complementar), que acrescenta parágrafos ao<br />

art. 1º da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio<br />

de 1990, para tornar inelegível o candidato que te-<br />

Pág. Pág.<br />

nha parentes ocupantes de cargos comissionados,<br />

na mesma circunscrição e estender aos parentes<br />

próximos as condições de inelegibilidade aplicáveis<br />

aos agentes políticos. ............................................ 7<br />

Apelo para que haja um traçado de rotas aéreas<br />

que não prejudique os passageiros. Aparte ao<br />

Senador Mozarildo Cavalcanti. ............................. 55<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007 (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 341, de 2006), que altera as Leis nº 9.657, de 3<br />

de junho de 1998, 10.480, de 2 de julho de 2002,<br />

11.314, de 3 de julho de 2006, 11.344, de 8 de setembro<br />

de 2006, 11.355, 11.356, 11.357 e 11.358,<br />

de 19 de outubro de 2006, 8.025, de 12 de abril de<br />

1990, e 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e dá<br />

outras providências. .............................................. 252<br />

Elogios ao Senador Romeu Tuma. Aparte ao<br />

Senador Romeu Tuma. ......................................... 504<br />

EXPEDITO JÚNIOR<br />

Parecer nº 360, de 2007 (de Plenário), sobre<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 6, de 2007<br />

(proveniente da Medida Provisória nº 341, de<br />

2006), que altera as Leis nº 9.657, de 3 de junho<br />

de 1998, 10.480, de 2 de julho de 2002, 11.314,<br />

de 3 de julho de 2006, 11.344, de 8 de setembro<br />

de 2006, 11.355, 11.356, 11.357 e 11.358, de<br />

19 de outubro de 2006, 8.025, de 12 de abril de<br />

1990, e 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e dá<br />

outras providências. .......................................... 241<br />

FÁTIMA CLEIDE<br />

Parecer nº 362, de 2007 (de Plenário), sobre<br />

a Medida Provisória nº 339, de 28 de dezembro de<br />

2006, que regulamenta o art. 60 do Ato das Disposições<br />

Constitucionais Transitórias e dá outras<br />

providências, nos termos do Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 7, de 2007. ............................................. 273<br />

Requerimento nº 577, de 2007, que solicita<br />

a retirada das Emendas nº s 235, 237 e 238, de sua<br />

autoria, oferecida ao Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 7, de 2007. ....................................................... 304<br />

Agradecimento às pessoas que contribuíram<br />

para a aprovação do Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 7, de 2007. ........................................................ 318<br />

FLÁVIO ARNS<br />

Cumprimentos à Senadora Fátima Cleide<br />

pela atuação como relatora do Projeto de Lei de<br />

Conversão nº 7, de 2007. ..................................... 319


FLEXA RIBEIRO<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art. 60<br />

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. ........................... 289<br />

Requerimento nº 587, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 187, de autoria do Deputado Federal Lira Maia,<br />

rejeitada pelo Projeto de Lei de Conversão nº 7,<br />

de 2007, referente à Medida Provisória nº 339,<br />

de 2006. ........................................................... 305<br />

Requerimento nº 592, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 193 ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de<br />

2007. ..................................................................... 306<br />

Encaminhamento para votação da Emenda<br />

nº 193, sobre o Projeto de Lei de Conversão nº 7,<br />

de 2007. ................................................................ 316<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão nº<br />

10, de 2007, que institui o Fundo de Garantia do<br />

tempo de Serviço – FGTS, altera a Lei nº 8.036, de<br />

11 de maio de 1990, e dá outras providências (proveniente<br />

da Medida Provisória nº 349, de 2007). . 326<br />

Registro da matéria intitulada “Para Igreja,<br />

tensão no campo permanece em alta”, publicada<br />

no jornal O Estado de S. Paulo, edição de 17 de<br />

abril de 2007. ........................................................ 354<br />

Parecer nº 377, de 2007 (da Comissão de<br />

Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática),<br />

sobre o Projeto de Decreto Legislativo<br />

nº 75, de 2007 (nº 2.291/2006, na Câmara dos Deputados),<br />

que aprova o ato que outorga permissão<br />

à Rádio FM Sabiá Ltda., para explorar serviço de<br />

radiodifusão sonora em freqüência modulada na<br />

cidade de Camaçari, Estado da Bahia. ................ 467<br />

Apelo ao Governo do Presidente Lula, no<br />

sentido do atendimento dos pleitos dos setores<br />

produtivos do Estado do Pará, que se encontra em<br />

grande dificuldade. ............................................... 517<br />

A invasão da hidroelétrica de Tucuruí por integrantes<br />

da Via Campesina e do Movimento dos<br />

Atingidos por Barragens. 529<br />

Requerimento nº 619, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda nº<br />

57, de autoria do Senador Flexa Ribeiro, oferecida<br />

à Medida Provisória nº 349, de 2007. .................... 542<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. ......................... 554<br />

Registro da matéria intitulada “Assentados<br />

desafiam MST e faz parcerias com líderes do agro-<br />

Pág. Pág.<br />

negócio”, publicado no jornal O Estado de S. Paulo,<br />

edição de 16 de abril de 2007. ............................. 579<br />

FRANCISCO <strong>DO</strong>RNELLES<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão nº<br />

10, de 2007, que institui o Fundo de Garantia do<br />

tempo de Serviço – FGTS, altera a Lei nº 8.036, de<br />

11 de maio de 1990, e dá outras providências (proveniente<br />

da Medida Provisória nº 349, de 2007). .. 323<br />

Parecer nº 365, de 2007 (de Plenário), sobre<br />

o Projeto de Lei de Conversão nº 9, de 18 de abril<br />

de 2007 – CN, relativo a Medida Provisória (MPV)<br />

nº 347, de 22 de janeiro de 2007, que constitui fonte<br />

de recursos adicional para ampliado de limites<br />

operacionais da Caixa Econômica Federal. ......... 331<br />

Parecer nº 376, de 2007 (da Comissão de Ciência,<br />

Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática),<br />

sobre o Projeto de Decreto Legislativo nº 69,<br />

de 2007 (nº 2.447/2006, na Câmara dos Deputados),<br />

que aprova o ato que outorga permissão à Alagoas<br />

Comunicação Ltda., ME para explorar serviço de<br />

radiodifusão sonora em freqüência modulada na cidade<br />

de Arraial do cabo, Estado do Rio de Janeiro. 460<br />

Comentários a respeito da Emenda nº 64,<br />

sobre o Projeto de Lei de Conversão nº 9, de<br />

2007, que constitui fonte de recursos adicional<br />

para ampliação de limites operacionais da Caixa<br />

Econômica Federal (proveniente da Medida<br />

Provisória nº 347, de 2007). ............................ 531<br />

Considerações a respeito da Emenda nº<br />

64, sobre o Projeto de Lei de Conversão nº 9, de<br />

2007, que constitui fonte de recursos adicional<br />

para ampliação de limites operacionais da Caixa<br />

Econômica Federal (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 347, de 2007). ..................................... 536<br />

Encaminhamento para votação das Emendas<br />

nº s 65, 66 e 67, sobre o Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 9, de 2007, que constitui fonte de recursos<br />

adicional para ampliação de limites operacionais<br />

da Caixa Econômica Federal (proveniente da Medida<br />

Provisória nº 347, de 2007). ....................... 540<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. ......................... 551<br />

GARIBALDI ALVES FILHO<br />

Apelo para que se faça um esforço para uma<br />

reforma política mais aprofundada. Aparte ao Senador<br />

Antonio Carlos Magalhães. ........................ 526<br />

V


VI<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. ......................... 550<br />

GERSON CAMATA<br />

Projeto de Lei do Senado nº 264, de 2007,<br />

que altera os arts. 140 e 148 da Lei nº 9.503, de<br />

23 de setembro de 1997, que institui o Código de<br />

Trânsito Brasileiro, para permitir ao indivíduo com<br />

idade entre 16 e 18 anos a obtenção de documento<br />

de habilitação para conduzir veículo automotor, nas<br />

condições que especifica. ...................................... 2<br />

Comentários sobre a atuação do Estado no<br />

combate à violência. .............................................. 353<br />

Reflexão sobre o dinamismo da atividade<br />

agrícola e o novo modelo de desenvolvimento do<br />

agronegócio capixaba, com a participação de bancos<br />

estaduais. ....................................................... 516<br />

Registro do transcurso, dia 23 de maio, do<br />

Dia da Colonização do Solo Espírito-Santense. ... 516<br />

GILVAM BORGES<br />

Parecer nº 375, de 2007 (da Comissão de<br />

Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática),<br />

sobre o Projeto de Decreto Legislativo<br />

nº 68, de 2007 (nº 2.442/2006, na Câmara dos<br />

Deputados), que aprova o ato que outorga autorização<br />

ao Governo do Estado do Ceará, para explorar<br />

por intermédio da Assembléia Legislativa do<br />

estado do Ceará, serviço de radiodifusão sonora<br />

em freqüência modulada na cidade de Fortaleza,<br />

Estado do Ceará. ............................................... 453<br />

HERÁCLITO FORTES<br />

Apoio à idéia de que a aviação regional deveria<br />

ser prioridade num país com as dimensões do Brasil.<br />

Aparte ao Senador Mozarildo Cavalcanti. ................. 54<br />

Encaminhamento do Requerimento nº 566,<br />

de 2007, que solicita homenagens pelo falecimento<br />

do empresário e ex-Senador da República José de<br />

Souza Coelho, ocorrido no dia 19 de maio de 2007,<br />

em Petrolina-PE.................................................... . 59<br />

Questionamento sobre o impacto que as nomeações<br />

criariam nos Ministérios e esclarecimentos<br />

sobre os cargos que seriam extintos, conforme o<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 6, de 2007, proveniente<br />

da Medida Provisória nº 341, de 2006. ...... 247<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007 (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 341, de 2006), que altera as Leis nº 9.657, de 3<br />

Pág. Pág.<br />

de junho de 1998, 10.480, de 2 de julho de 2002,<br />

11.314, de 3 de julho de 2006, 11.344, de 8 de setembro<br />

de 2006, 11.355, 11.356, 11.357 e 11.358,<br />

de 19 de outubro de 2006, 8.025, de 12 de abril de<br />

1990, e 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e dá<br />

outras providências. .............................................. 253<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art. 60<br />

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. ........................... 297<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. .......................... 562<br />

IDELI SALVATTI<br />

Projeto de Lei do Senado nº 266, de 2007<br />

(Complementar), que altera o art. 3º da Lei Complementar<br />

nº 116, de 31 de julho de 2003, para dispor<br />

sobre o local do recolhimento do ISS nas operações<br />

de arrendamento mercantil. ................................... 9<br />

Projeto de Lei do Senado nº 268, de 2007,<br />

que altera o Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro<br />

de 1941 – Código de Processo Penal, para dar prioridade<br />

de tramitação aos procedimentos judiciais<br />

em processos de crimes de responsabilidade de<br />

funcionários públicos. ........................................... 16<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007 (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 341, de 2006), que altera as Leis nº 9.657, de 3<br />

de junho de 1998, 10.480, de 2 de julho de 2002,<br />

11.314, de 3 de julho de 2006, 11.344, de 8 de setembro<br />

de 2006, 11.355, 11.356, 11.357 e 11.358,<br />

de 19 de outubro de 2006, 8.025, de 12 de abril de<br />

1990, e 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e dá<br />

outras providências. .............................................. 248<br />

Considerações a respeito da responsabilidade<br />

da União na educação básica. .............................. 294<br />

Encaminhamento para votação do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. .......................... 307<br />

Requerimento nº 615, de 2007, que solicita<br />

voto de louvor para a Prefeitura Municipal de<br />

Itajaí e Centro tecnológico pelo prêmio recebido<br />

da Organização das Nações Unidas, através da<br />

Associação Brasileira de Municípios, pela elaboração<br />

de Softwares livres de Gestão Pública para<br />

Governança e Liderança Vital, em prol do Desenvolvimento<br />

Humano. ........................................... 391<br />

Parecer nº 366, de 2007 (da Comissão de<br />

Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e<br />

Informática), sobre o Projeto de Decreto Legislativo<br />

nº 441, de 2006 (nº 2.276/2006, na Câmara


dos Deputados), que aprova o ato que renova a<br />

concessão outorgada à Rádio São Carlos Ltda.,<br />

para explorar serviço de radiodifusão sonora em<br />

onda média na cidade de São Carlos, Estado de<br />

Santa Catarina. ................................................ 392<br />

Parecer nº 367, de 2007 (da Comissão de<br />

Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática),<br />

sobre o Projeto de Decreto Legislativo<br />

nº 447, de 2006 (nº 2.120/2006, na Câmara dos<br />

Deputados), que aprova o ato que autoriza a Associação<br />

Comunitária de Desenvolvimento Cultural<br />

e Artístico de Saudades a executar serviço de<br />

radiodifusão comunitária na cidade de Saudades,<br />

Estado de Santa Catarina. .................................... 399<br />

Parecer nº 374, de 2007 (da Comissão de<br />

Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática),<br />

sobre o Projeto de Decreto Legislativo<br />

nº 64, de 2007 (nº 2.521/2006, na Câmara dos Deputados),<br />

que aprova o ato que renova a concessão<br />

outorgada à Rádio Colon Ltda., para explorar<br />

serviço de radiodifusão sonora em onda média na<br />

cidade de Joinville, Estado de Santa Catarina. ..... 446<br />

Demonstração de orgulho pelo reconhecimento<br />

do Estado de Santa Catarina, pela Organização<br />

Internacional de Saúde Animal – OIE, como livre<br />

de febre aftosa. ..................................................... 492<br />

Considerações a respeito da atuação da Polícia<br />

Federal na chamada “Operação Navalha”. Aparte<br />

ao Senador João Pedro. ........................................ 515<br />

Indignação com a dificuldade de se promover<br />

a reforma política. Aparte ao Senador Antonio<br />

Carlos Magalhães. ................................................. 524<br />

INÁCIO ARRUDA<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art. 60<br />

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. ........................... 302<br />

Sugestão para que se agregue uma comitiva<br />

que trabalhe a fim de evitar uma tragédia durante<br />

a ocupação, pelos estudantes, da Reitoria da Universidade<br />

de São Paulo. ........................................ 330<br />

Requerimento nº 605, de 2007 – SF, que<br />

solicita que o tempo destinado aos oradores da<br />

Hora do Expediente da sessão do dia 4 de julho<br />

de 2007, seja destinado à comemoração dos 70<br />

anos de criação da União Nacional dos Estudantes<br />

– UNE, e homenagear, também, o Centro Popular<br />

de Cultura – CPC, por ocasião do 45º aniversário<br />

da primeira UNE Volante, a realizar-se no Plenário<br />

do Senado Federal. ............................................. 344<br />

VII<br />

Pág. Pág.<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. ......................... 549<br />

JARBAS VASCONCELOS<br />

Homenagem de pesar pelo falecimento do<br />

ex-Senador José de Souza Coelho, ocorrido no dia<br />

19 de maio de 2007, em Petrolina-PE. Aparte ao<br />

Senador Marco Maciel. ......................................... 56<br />

JEFFERSON PÉRES<br />

Inserção, nos Anais do Senado, do artigo de<br />

autoria de Sua Excelência intitulado “Corrupção é<br />

Crime Hediondo”, que será publicado em um jornal<br />

de Manaus. ............................................................ 268<br />

Congratulações ao trabalho desempenhado<br />

pela Polícia Federal. .............................................. 268<br />

Críticas a partidos políticos que não defendem<br />

mais princípios, mas apenas interesses. Aparte ao<br />

Senador Antonio Carlos Magalhães. .................... 520<br />

Encaminhamento para votação da Emenda<br />

nº 64, sobre o Projeto de Lei de Conversão nº 9,<br />

de 2007, que constitui fonte de recursos adicional<br />

para ampliação de limites operacionais da Caixa<br />

Econômica Federal (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 347, de 2007). ......................................... 535<br />

JOÃO PEDRO<br />

Cumprimentos à Senadora Fátima Cleide<br />

pela atuação como relatora do Projeto de Lei de<br />

Conversão nº 7, de 2007. ..................................... 319<br />

Requerimento nº 610, de 2007, que solicita<br />

que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania<br />

proceda, também, a análise do PLS nº 52, de<br />

2005, que dispõe sobre arrendamento compulsório<br />

de parcelas de imóvel rural, para os efeitos que especifica,<br />

antes que o mesmo tenha a sua tramitação<br />

e discussão encerrada na Comissão de Agricultura<br />

e Reforma Agrária – CRA. ..................................... 351<br />

Manifestação de indignação com o roubo do<br />

dinheiro público constatado pela “Operação Navalha”,<br />

da Polícia Federal. ........................................ 514<br />

JOÃO RIBEIRO<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007 (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 341, de 2006), que altera as Leis nº 9.657, de 3<br />

de junho de 1998, 10.480, de 2 de julho de 2002,<br />

11.314, de 3 de julho de 2006, 11.344, de 8 de se-


VIII<br />

tembro de 2006, 11.355, 11.356, 11.357 e 11.358,<br />

de 19 de outubro de 2006, 8.025, de 12 de abril de<br />

1990, e 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e dá<br />

outras providências. .............................................. 253<br />

JOÃO TENÓRIO<br />

Parecer nº 369, de 2007 (da Comissão de<br />

Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática),<br />

sobre o Projeto de Decreto Legislativo<br />

nº 44, de 2007 (nº 2.328/2006, na Câmara dos<br />

Deputados), que aprova o ato que autoriza a Associação<br />

Comunitária Xucurus a executar serviço<br />

de radiodifusão comunitária na cidade de Palmeira<br />

dos Índios, Estado de Alagoas. ............................. 412<br />

JOAQUIM RORIZ<br />

Homenagem ao pesquisador Francisco Terasawa,<br />

que se tornará cidadão honorário do Paraná.<br />

Aparte ao Senador Osmar Dias. ........................... 250<br />

JONAS PINHEIRO<br />

Requerimento nº 570, de 2007, que solicita<br />

autorização para o desempenho de missão oficial,<br />

no período de 28 a 31 de maio de 2007, para<br />

participar da jornada sobre a colaboração entre<br />

Espanha e Brasil em matéria de cooperativas habitacionais,<br />

que se realizará em Madrid, no dia 28<br />

de maio de 2007. ............................................... 63<br />

JOSÉ AGRIPINO<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art. 60<br />

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. ........................... 283<br />

Preocupação com questões referentes às<br />

creches conveniadas e transporte escolar. ........... 293<br />

Comentários a respeito da necessidade da<br />

reforma política, do fortalecimento dos partidos políticos,<br />

da cláusula de barreira na proibição da eleição<br />

na coligação proporcional. Aparte ao Senador<br />

Antonio Carlos Magalhães. .................................... 523<br />

Preocupação com o momento de grande indignação<br />

por que passa o País, com as denúncias<br />

de corrupção feitas pela Polícia Federal. .............. 527<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. ......................... 552<br />

Pág. Pág.<br />

Requerimento nº 620, de 2007, que solicita ao<br />

Senhor Ministro de Estado da Fazenda, informações<br />

sobre as razões que determinaram a suspensão dos<br />

repasses financeiros da Caixa Econômica Federal<br />

ao Governo do Rio Grande do Norte, destinados<br />

à execução da obra de implantação da estação de<br />

tratamento de esgoto da cidade de Natal. ............. 574<br />

JOSÉ NERY<br />

Considerações sobre a “Operação Navalha”,<br />

e apelo em favor da instalação de uma CPI Mista<br />

para apurar os fatos denunciados. ....................... 270<br />

Comentários sobre a importância da reforma<br />

política. ................................................................. 270<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art. 60<br />

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. .......................... 299<br />

Requerimento nº 583, de 2007, que solicita destaque<br />

para votação em separado da Emenda nº 186,<br />

de autoria do Deputado Federal Ivan Valente, apresentada<br />

ao texto da Medida Provisória nº 339, de 2006,<br />

que versa sobre a Regulamentação do Fundeb. ........ 305<br />

Considerações a respeito do Fundo de Manutenção<br />

e Desenvolvimento da Educação Básica. . 309<br />

Encaminhamento para votação da Emenda<br />

nº 186, sobre o Projeto de Lei de Conversão nº<br />

7, de 2007. ....................................................... 315<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão nº 10,<br />

de 2007, que institui o Fundo de Garantia do tempo de<br />

Serviço – FGTS, que altera a Lei nº 8.036, de 11 de<br />

maio de 1990, e dá outras providências (proveniente<br />

da Medida Provisória nº 349, de 2007). .................... 323<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui<br />

o Fundo de Investimento do FGTS. ................ 563<br />

JOSÉ SARNEY<br />

Requerimento nº 578, de 2007, que solicita<br />

a votação em separado do parágrafo 2º do<br />

artigo 32 do Projeto de Lei de Conversão nº 7,<br />

de 2007, de autoria da Câmara dos Deputados,<br />

aprovado como substitutivo ao texto da Medida<br />

Provisória nº 339, de 2006, que versa sobre a<br />

Regulamentação do FUNDEB. ....................... 304<br />

KÁTIA ABREU<br />

Requerimento nº 584, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda


nº 187 oferecida à Medida Provisória nº 339, de<br />

2006. ................................................................ 305<br />

LÚCIA VÂNIA<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art. 60<br />

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. ........................... 290<br />

Requerimento nº 618, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda nº<br />

11, de autoria da Senadora Lúcia Vânia, oferecida<br />

ao Projeto de Lei de Conversão nº 10, de 2007 (proveniente<br />

da Medida Provisória nº 349, de 2007). .. 542<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. ......................... 558<br />

MAGNO MALTA<br />

Apelo para que se adote medidas de combate<br />

à violência no País. ............................................... 313<br />

Projeto de Lei do Senado nº 271, de 2007,<br />

que altera dispositivo da Lei nº 11.343, de 23 de<br />

agosto de 2006, acrescenta ao art. 23, parágrafo<br />

que permite o funcionamento de comunidades<br />

terapêuticas de recuperação de dependentes químicos<br />

nas condições que menciona e dá outras<br />

providências. ....................................................... 370<br />

MÃO SANTA<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art. 60<br />

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. ........................... 300<br />

Comentário sobre citação do Governador do<br />

Piauí na “Operação Navalha”, da Polícia Federal. 495<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. ......................... 561<br />

MARCELO CRIVELLA<br />

Aplauso à “Operação Navalha”, com ressalvas<br />

à forma como foi feita a divulgação dos<br />

resultados. ..................................................... 529<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. ......................... 557<br />

Pág. Pág.<br />

MARCO MACIEL<br />

IX<br />

Justificação pela apresentação de requerimento<br />

de voto de pesar pelo falecimento do ex-<br />

Senador José de Souza Coelho, ocorrido no dia 19<br />

de maio de 2007, em Petrolina-PE. ...................... 53<br />

Justificação pela apresentação de requerimento<br />

de voto de pesar pelo falecimento do ex-<br />

Senador José de Souza Coelho, ocorrido no dia<br />

19 de maio de 2007, em Petrolina-PE. .................. 55<br />

Requerimento nº 566, de 2007, que solicita<br />

inserção em ata de voto de profundo pesar e apresentação<br />

de condolências à família pelo falecimento<br />

do empresário e ex-Senador da República José de<br />

Souza Coelho, ocorrido dia 19 de maio de 2007, na<br />

cidade de Petrolina, Estado de Pernambuco. ....... 58<br />

Requerimento nº 614, de 2007, que solicita<br />

o sobrestamento da Proposta de Emenda à<br />

Constituição nº 4, de 2006, em curso no Senado<br />

Federal, para aguardar decisão sobre proposição<br />

com ela conexa. ............................................... 391<br />

Comentários sobre a importância da reforma<br />

política. Aparte ao Senador Antonio Carlos<br />

Magalhães. ....................................................... 525<br />

MARCONI PERILLO<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art. 60<br />

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. .......................... 281<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art. 60<br />

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. ........................... 295<br />

Requerimento nº 579, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda nº<br />

52 ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007. .... 304<br />

Requerimento nº 582, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda nº<br />

54 ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007. ... 305<br />

Requerimento nº 588, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 188 ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de<br />

2007. ..................................................................... 306<br />

Requerimento nº 589, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 190 ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de<br />

2007. ...................................................................... 306<br />

Requerimento nº 590, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda


X<br />

nº 191 ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de<br />

2007. ...................................................................... 306<br />

Requerimento nº 591, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 192 ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de<br />

2007. ................................................................... 306<br />

Requerimento nº 592, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 193, ao Projeto de Lei de Conversão nº 7. ........ 306<br />

Requerimento nº 593, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 193 ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de<br />

2007. ...................................................................... 306<br />

Requerimento nº 595, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 194 ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de<br />

2007. ..................................................................... 306<br />

Requerimento nº 596, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 195 ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de<br />

2007. ..................................................................... 307<br />

Encaminhamento para votação da Emenda<br />

nº 52, sobre o Projeto de Lei de Conversão nº 7,<br />

de 2007. ................................................................ 309<br />

Encaminhamento para votação da Emenda<br />

nº 194, sobre o Projeto de Lei de Conversão nº 7,<br />

de 2007. ................................................................. 310<br />

Considerações a respeito do Projeto de Lei<br />

de Conversão nº 10, de 2007. .............................. 330<br />

Requerimento nº 598, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 65 ao PVL nº 9, de 2007. .................................. 333<br />

Requerimento nº 600, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 66 ao PVL nº 9, de 2007. ................................. 333<br />

Requerimento nº 603, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 67 ao PVL nº 9, de 2007. ................................. 334<br />

Encaminhamento para votação da Emenda<br />

nº 64, sobre o Projeto de Lei de Conversão nº 9,<br />

de 2007, que constitui fonte de recursos adicional<br />

para ampliação de limites operacionais da Caixa<br />

Econômica Federal (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 347, de 2007). .......................................... 531<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. .......................... 548<br />

MARIA <strong>DO</strong> CARMO ALVES<br />

Projeto de Lei do Senado nº 270, de 2007,<br />

que torna obrigatório o fornecimento gratuito, por<br />

Pág. Pág.<br />

motéis, de preservativos e de folhetos educativos<br />

sobre doenças sexualmente transmissíveis. ......... 367<br />

MARIO COUTO<br />

Críticas ao Governo por tentar transferir a<br />

culpa pela corrupção ao Poder Legislativo. Aparte<br />

ao Senador Arthur Virgílio. .................................... 265<br />

Confiança de que o problema do transporte<br />

escolar será resolvido pelo Governo. Aparte ao Senador<br />

Flexa Ribeiro. ............................................... 289<br />

Cumprimentos à Senadora Fátima Cleide<br />

pela atuação como relatora do Projeto de Lei de<br />

Conversão nº 7, de 2007. ..................................... 319<br />

Registro da matéria intitulada “Mangabeira!<br />

Qual será sua missão?”, publicada na revista IstoÉ,<br />

edição de 2 de maio de 2007. ............................... 357<br />

Esperança de que o Governo Federal dê maior<br />

assistência ao Estado do Pará. Aparte ao Senador<br />

Flexa Ribeiro. ........................................................ 518<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. ......................... 565<br />

Registro da matéria intitulada “Governo de<br />

resultados”, publicada na revista Veja, edição de 2<br />

de maio de 2007. ................................................... 581<br />

MARISA SERRANO<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art. 60<br />

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. ........................... 285<br />

Projeto de Lei do Senado nº 272, de 2007<br />

(Complementar), que altera a Lei Complementar nº<br />

87, de 13 de setembro de 1996, para ampliar as hipóteses<br />

de direito a créditos de ICMS na aquisição<br />

de insumos e equipamentos destinados à produção<br />

agropecuária. ........................................................... 387<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. ......................... 565<br />

MOZARIL<strong>DO</strong> CAVALCANTI<br />

Preocupação com a demora na apreciação<br />

de projetos de interesse da Amazônia, que se encontram<br />

na Câmara dos Deputados. .................... 53<br />

Considerações sobre o projeto que cria um<br />

adicional tarifário para compor um fundo para investir<br />

na aviação regional. .................................... 53


Requerimento nº 607, de 2007, que solicita<br />

sejam prestadas pelo Ministro da Saúde, informações<br />

sobre a prorrogação da vigência do convênio<br />

entre a Funasa e a ONG Conselho Indígena de<br />

Roraima – CIR, destacando-se as circunstâncias<br />

e os motivos da prorrogação. ............................... 348<br />

Apelo aos parlamentares no sentido de uma<br />

mobilização para salvar o Incor-Brasília. .............. 502<br />

Defesa do funcionamento do Incor-Brasília.<br />

Aparte ao Senador Romeu Tuma. ......................... 504<br />

NEUTO DE CONTO<br />

Requerimento nº 568, de 2007, que solicita licença<br />

para desempenhar missão oficial a realizar-se nos<br />

dias 23 a 26 de maio de 2007, compondo a Comitiva<br />

do Estado de Santa Catarina na Assembléia Geral da<br />

OIE – Organização Internacional das Epizootias, que<br />

deverá emitir parecer sobre a liberação do Estado, de<br />

área livre de febre aftosa sem vacinação. .................... 61<br />

Anúncio da presença de Vereadores de Santa<br />

Catarina, que trouxeram matérias importantes à<br />

reforma político-partidária. .................................... 253<br />

OSMAR DIAS<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007 (proveniente da Medida Provisória<br />

nº 341, de 2006), que altera as Leis nº 9.657, de 3<br />

de junho de 1998, 10.480, de 2 de julho de 2002,<br />

11.314, de 3 de julho de 2006, 11.344, de 8 de setembro<br />

de 2006, 11.355, 11.356, 11.357 e 11.358,<br />

de 19 de outubro de 2006, 8.025, de 12 de abril de<br />

1990, e 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e dá<br />

outras providências. ............................................... 249<br />

Proposta de Emenda à Constituição nº 46,<br />

de 2007, que acrescenta alínea d ao inciso II do §<br />

4º do art. 177 da Constituição Federal. ................. 365<br />

PAPALÉO PAES<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. ......................... 559<br />

PATRÍCIA SABOYA<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art. 60<br />

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. ........................... 296<br />

Pág. Pág.<br />

PAULO PAIM<br />

XI<br />

Satisfação com a aprovação pela Comissão<br />

de Educação, da criação da Escola Técnica do Vale<br />

do Taquari. Apresentação de dados que demonstram<br />

a importância da aprovação do FUNDEP. ..... 490<br />

Alegria pelo reconhecimento no STF da paridade<br />

dos servidores públicos, conquistada pela<br />

parceria entre Senado, servidores públicos, aposentados<br />

e pensionistas. ....................................... 490<br />

PEDRO SIMON<br />

Requerimento nº 569, de 2007, que solicita<br />

a realização de Sessão Solene Especial para comemorar<br />

o centenário do nascimento do escritor<br />

Mário Quintana. .................................................. 62<br />

Considerações sobre a influência das empreiteiras<br />

no Governo. Aparte ao Senador Arthur Virgílio. .. 266<br />

Confiança de que, em breve, uma Medida<br />

Provisória superará a Emenda nº 187 no que diz<br />

respeito a transporte escolar. ............................... 319<br />

RAIMUN<strong>DO</strong> COLOMBO<br />

Regozijo pelo reconhecimento, pela OIE, do Estado<br />

de Santa Catarina, como livre da febre aftosa. ... 513<br />

RENATO CASAGRANDE<br />

Projeto de Lei do Senado nº 267, de 2007, que<br />

altera o § 3º do art. 13 da Lei n° 9.504, de 30 de setembro<br />

de 1997, para estabelecer o prazo de quinze<br />

dias antes do pleito para solicitação de substituição<br />

de candidatos nas eleições majoritárias. .................. 13<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão nº<br />

6, de 2007 (proveniente da Medida Provisória nº 341,<br />

de 2006), que altera as Leis nº 9.657, de 3 de junho<br />

de 1998, 10.480, de 2 de julho de 2002, 11.314, de 3<br />

de julho de 2006, 11.344, de 8 de setembro de 2006,<br />

11.355, 11.356, 11.357 e 11.358, de 19 de outubro de<br />

2006, 8.025, de 12 de abril de 1990, e 8.112, de 11 de<br />

dezembro de 1990 e dá outras providências. ............. 253<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art. 60<br />

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. ........................... 291<br />

Requerimento nº 581, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 53, de sua autoria, rejeitada pelo Projeto de Lei<br />

de Conversão nº 7, de 2006, referente à Medida<br />

Provisória nº 339, de 2006. ................................... 304


XII<br />

Requerimento nº 585, de 2007, que solicita destaque<br />

para votação em separado da Emenda nº 187, de<br />

autoria do Deputado Federal Lira Maia, rejeitada pelo<br />

Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007, referente<br />

à Medida Provisória nº 339, de 2006. .......................... 305<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão nº<br />

10, de 2007, que institui o Fundo de Garantia do tempo<br />

de Serviço – FGTS, altera a Lei nº 8.036, de 11 de<br />

maio de 1990, e dá outras providências (proveniente<br />

da Medida Provisória nº 349, de 2007). .................... 326<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. ......................... 563<br />

ROMERO JUCÁ<br />

Homenagem de pesar pelo falecimento do<br />

ex-Senador José de Souza Coelho, ocorrido no dia<br />

19 de maio de 2007, em Petrolina-PE. Aparte ao<br />

Senador Marco Maciel. ......................................... 57<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão nº<br />

6, de 2007 (proveniente da Medida Provisória nº 341,<br />

de 2006), que altera as Leis nº 9.657, de 3 de junho<br />

de 1998, 10.480, de 2 de julho de 2002, 11.314, de 3<br />

de julho de 2006, 11.344, de 8 de setembro de 2006,<br />

11.355, 11.356, 11.357 e 11.358, de 19 de outubro de<br />

2006, 8.025, de 12 de abril de 1990, e 8.112, de 11 de<br />

dezembro de 1990 e dá outras providências. ............. 249<br />

Requerimento nº 573, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 85, de Relator, ao Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007. ........................................................ 256<br />

Requerimento nº 574, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 86, de Relator, ao Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007. ....................................................... 256<br />

Requerimento nº 575, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 87, de Relator, ao Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007. ........................................................ 256<br />

Requerimento nº 576, de 2007, que solicita<br />

destaque para votação em separado da Emenda<br />

nº 88, de Relator, ao Projeto de Lei de Conversão<br />

nº 6, de 2007. ....................................................... 256<br />

Considerações a respeito da reunião entre<br />

Governo Federal e Governadores sobre algumas<br />

questões do FUNDEB. .......................................... 293<br />

Encaminhamento para votação da Emenda<br />

nº 194, sobre o Projeto de Lei de Conversão nº<br />

7, de 2007. ..................................................... 311<br />

Parecer nº 364, de 2007 (de Plenário), ao Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007 (oriundo da<br />

Medida Provisória nº 349, de 2007), que institui o<br />

Pág. Pág.<br />

Fundo de Investimento do FGTS – FI-FGTS altera<br />

a Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, e dá outras<br />

providências. ......................................................... 321<br />

Requerimento nº 606, de 2007, que solicita<br />

sejam prestadas pelo Ministro de Estado da Fazenda<br />

informações sobre qual o montante da renúncia<br />

fiscal decorrente do disposto no Projeto de Lei do<br />

Senado nº 328, de 2003, a fim de se instruir a votação<br />

da matéria. .................................................. 347<br />

Considerações a respeito da importância do desenvolvimento<br />

cultural para o País e comentários sobre<br />

a política adotada pelo governo Lula nessa área. ...... 352<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. ......................... 547<br />

Considerações sobre a importância dos censos<br />

populacional e agropecuário, que serão realizados<br />

simultaneamente, em 2007, pelo IBGE. ..... 576<br />

ROMEU TUMA<br />

Parecer nº 371, de 2007 (da Comissão de<br />

Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática),<br />

sobre o Projeto de Decreto Legislativo<br />

nº 51, de 2007 (nº 2.326/2006, na Câmara dos<br />

Deputados), que aprova o ato que autoriza a Associação<br />

Comunitária de Radiodifusão Estrela Azul<br />

a executar serviço de radiodifusão comunitária na<br />

cidade de Mira Estrela, Estado de São Paulo........ 425<br />

Parecer nº 380, de 2007 (da Comissão de Constituição,<br />

Justiça e Cidadania), sobre a Mensagem nº<br />

82,d e 2007 (nº 317/2007, na origem), que submete<br />

à apreciação do Senado Federal o nome do Generalde-Exército<br />

Francisco José da Silva Fernandes para<br />

exercer o cargo de Ministro do Superior Tribunal Militar,<br />

na vaga decorrente da aposentadoria do General-de-<br />

Exército Valdesio Guilherme de Figueiredo, prevista<br />

para o dia 26 de junho de 2007. ................................... 484<br />

Apelo ao Governo no sentido de manter o<br />

funcionamento do Incor-Brasília. .......................... 503<br />

A participação do eleitor caso a reforma política<br />

seja aprovada. Aparte ao Senador Antonio<br />

Carlos Magalhães. ................................................ 526<br />

ROSALBA CIARLINI<br />

Preocupação em defesa das creches, que<br />

necessitam de mais recursos e valorização. Aparte<br />

à Senadora Marisa Serrano. ................................. 286<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art. 60<br />

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. ........................... 297


SÉRGIO GUERRA<br />

Considerações sobre o processo de produção<br />

do Orçamento no Executivo e no Legislativo. Aparte<br />

ao Senador Arthur Virgílio. ..................................... 262<br />

Registro da matéria intitulada “Após 3 meses,<br />

Lula ainda não conseguiu tirar PAC do papel”, publicada<br />

no jornal O Estado de S. Paulo, edição de<br />

9 de abril de 2007. ................................................ 356<br />

Críticas ao Governo por não promover a reforma<br />

política. Aparte ao Senador Antonio Carlos<br />

Magalhães. ........................................................... 521<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. ......................... 556<br />

Registro do editorial intitulado “O jeito Lulista<br />

de nomear”, publicado no jornal O Estado de S.<br />

Paulo, edição de 20 de março de 2007. ............... 577<br />

SÉRGIO ZAMBIASI<br />

Projeto de Lei do Senado nº 269, de 2007,<br />

que institui o Cartão de Seguridade Social (CSS),<br />

altera dispositivos a respeito do registro de empregados<br />

e dá outras providências. ........................... 24<br />

Parecer nº 373, de 2007 (da Comissão de Ciência,<br />

Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática),<br />

sobre o Projeto de Decreto Legislativo nº 59, de 2007<br />

(nº 2.428/2006, na Câmara dos Deputados), que aprova<br />

o ato que renova a concessão outorgada à Sociedade<br />

de Radiodifusão Fortaleza Ltda., para explorar serviço<br />

de radiodifusão sonora em onda média na cidade de<br />

Rio Pardo, Estado do Rio Grande do Sul. ................... 439<br />

Justificação das razões de sua defesa pelas<br />

emancipações de municípios. Aparte ao Senador<br />

Eduardo Suplicy. .................................................... 499<br />

SERYS SLHESSARENKO<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art. 60<br />

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. ........................... 287<br />

Relato sobre as atividades parlamentares de<br />

S. Exª no Estado de Mato Grosso e destaque para<br />

reivindicações da população.................................. 510<br />

TASSO JEREISSATI<br />

Considerações sobre os escândalos que acabam<br />

afetando a imagem do Congresso Nacional.<br />

Aparte ao Senador Arthur Virgílio. ........................ 263<br />

XIII<br />

Pág. Pág.<br />

Esclarecimentos de que quem realmente gasta<br />

com o FUNDEB são os Estados e os Municípios. .... 293<br />

Discussão do Projeto de Lei de Conversão nº<br />

10, de 2007, que institui o Fundo de Garantia do<br />

tempo de Serviço – FGTS, altera a Lei nº 8.036, de<br />

11 de maio de 1990, e dá outras providências (proveniente<br />

da Medida Provisória nº 349, de 2007). . 326<br />

Requerimento nº 604, de 2007, que solicita<br />

informações ao Ministro de Estado de Minas e<br />

Energia sobre os créditos extraordinários destinados<br />

àquele Ministério, conforme Medida Provisória nº<br />

338, de 29 de dezembro de 2006, para as empresas<br />

Petrobras Netherlands BV e Petrobras International<br />

Braspetro PIB BV. .................................................. 339<br />

Apelo para que se adote medidas com a finalidade<br />

de fortalecer os partidos políticos. Aparte<br />

ao Senador Antonio Carlos Magalhães. ............... 521<br />

Encaminhamento para votação do Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 10, de 2007, que institui o<br />

Fundo de Investimento do FGTS. ......................... 546<br />

TIÃO VIANA<br />

Parecer nº 361, de 2007 (da Comissão Diretora),<br />

sobre redação final das Emendas ao Projeto<br />

de Lei de Conversão nº 6, de 2007 (Medida Provisória<br />

nº 341, de 2006). ......................................... 258<br />

Parecer nº 363, de 2007 (da Comissão Diretora),<br />

sobre redação final das Emendas do Senado<br />

ao Projeto de Lei de Conversão nº 7, de 2007 (MPV<br />

nº 339, de 2006). .................................................. 317<br />

Reflexão sobre a urgência de uma reforma<br />

política. Aparte ao Senador Antonio Carlos<br />

Magalhães. .................................................... 523<br />

VALDIR RAUPP<br />

Discussão da Medida Provisória nº 339, de<br />

28 de dezembro de 2006, que regulamenta o art. 60<br />

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias<br />

e dá outras providências, nos termos do Projeto de<br />

Lei de Conversão nº 7, de 2007. ........................... 303<br />

VALTER PEREIRA<br />

Parecer nº 372, de 2007 (da Comissão de<br />

Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática),<br />

sobre o Projeto de Decreto Legislativo<br />

nº 54, de 2007 (nº 2.285/2006, na Câmara dos Deputados),<br />

que aprova o ato que outorga permissão<br />

à Rádio Nobres FM Ltda., para explorar serviço de<br />

radiodifusão sonora em freqüência modulada na<br />

cidade de Nobres, Estado de Mato Grosso. ......... 432

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