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Edição 77 setembro de 2011 PDF - Fecomércio

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entrevista paulo rabello <strong>de</strong> Castro Fala sobre os reFlexos da Crise internaCional no brasil<br />

F e c o m é r c i o - r S<br />

bens&SerVIÇoS<br />

revista da Fe<strong>de</strong>ração do Comércio <strong>de</strong> Bens e <strong>de</strong> Serviços do estado do rio gran<strong>de</strong> do Sul – Número <strong>77</strong> / SetemBro <strong>2011</strong><br />

emprego<br />

SuSteNtaBIlIda<strong>de</strong><br />

Construir<br />

para o meio<br />

ambiente<br />

guIa <strong>de</strong> geStão<br />

entenda a<br />

importância<br />

das metas<br />

os brasileiros estão preparados<br />

para as oportunida<strong>de</strong>s?


Publicação mensal do sistema <strong>Fecomércio</strong>-rs Fe<strong>de</strong>ração do<br />

comércio <strong>de</strong> bens e <strong>de</strong> serviços do estado do rio Gran<strong>de</strong> do sul<br />

Rua Alberto Bins, 665 – 11º andar – Centro<br />

CEP 90030-142 – Porto Alegre/RS – Brasil<br />

Fone: (51) 3284.2184 – Fax: (51) 3286.56<strong>77</strong><br />

www.fecomercio-rs.org.br – ascom@fecomercio-rs.org.br<br />

www.revista.fecomercio-rs.org.br<br />

Presi<strong>de</strong>nte: Zildo De Marchi<br />

vice-Presi<strong>de</strong>ntes: Luiz Carlos Bohn, Ronaldo Netto Sielichow, Levino Luiz Crestani,<br />

Luiz Antônio Baptistella, Jorge Ludwig Wagner, Antônio Trevisan, André Luiz Roncatto,<br />

Arno Gleisner, Cezar Augusto Gehm, Flávio José Gomes, Francisco José Franceschi,<br />

Itamar Ta<strong>de</strong>u Barboza da Silva, Ivanir Antônio Gasparin, Joel Vieira Dadda, Leonardo<br />

Ely Schreiner, Leoni<strong>de</strong>s Freddi, Luiz Caldas Milano, Moacyr Schukster, Nelson Lídio<br />

Nunes, Olmar João Pletsch, Olmiro Lautert Walendorff, Julio Ricardo Andriguetto<br />

Mottin, Alécio Lângaro Ughini, Ibrahim Muhd Ahmad Mahmud, Renzo Antonioli, João<br />

Oscar Aurélio, Maria Cecília Pozza, Manuel Suarez Cacheiro, Joarez Miguel Venço, Ivo<br />

José Zaffari, João Francisco Micelli Vieira<br />

diretores: Adair Umberto Mussoi, Ary Costa <strong>de</strong> Souza, Carlos Cezar Schnei<strong>de</strong>r,<br />

Celso Canísio Müller, Cladir Olimpio Bono, Darci Alves Pereira, Edson Luis da Cunha,<br />

Edison Elyr dos Santos, Élvio Renato Ranzi, Francisco Squeff Nora, Gabriel <strong>de</strong> Oliveira<br />

Souto Jr., Gerson Nunes Lopes, Gerson Jacques Müller, Hélio Berneira, Henrique José<br />

Gerhardt, Isabel Cristina Vidal Ineu, Jaime Gründler Sobrinho, Jamel Younes, Joel Carlos<br />

Köbe, Jorge Salvador, José Nivaldo da Rosa, Jovino Antônio Demari, Liones Oliveira<br />

Bitencourt, Luís Alberto Ribeiro <strong>de</strong> Castro, Luiz Carlos Dallepiane, Luiz Henrique<br />

Hartmann, Marco Aurélio Ferreira, Marcos André Mallmann, Marice Fronchetti Guidugli,<br />

Milton Gomes Ribeiro, Paulo Roberto Kopschina, Paulo Renato Beck, Rogério Fonseca,<br />

Rui Antônio dos Santos, Sérgio José Abreu Neves, Sueli Lur<strong>de</strong>s Morandini Marini, Tien<br />

Fu Liu, Túlio Luis Barbosa <strong>de</strong> Souza, Walter Seewald, Zalmir Francisco Fava. Diretores<br />

Suplentes: Airton Floriani, Alexandre Carvalho Acosta, André Luis Kaercher Piccoli,<br />

Antonio Clóvis Kappaun, Arlindo Marcos Barizon, Carmen Zoleike Flores Inácio,<br />

Clobes Zucolotto, Daniel Miguelito <strong>de</strong> Lima, Dinah Knack, Eduardo Vilela Neves,<br />

Ei<strong>de</strong>r Vieira Silveira, Ernesto Alberto Kochhann, Everton Barth dos Santos, Francisco<br />

Amaral, Gilberto José Cremonese, Gilmar Ta<strong>de</strong>u Bazanella, Hildo Luiz Cossio, Janaína<br />

Kalata das Neves, Jair Luiz Guadagnin, Jarbas Luff Knorr, João Antonio Harb Gobbo,<br />

Jorge Alfredo Dockhorn, José Joaquim Godinho Cor<strong>de</strong>nonsi, José Vilásio Figueiredo,<br />

José Vagner Martins Nunes, Juares dos Santos Martins, Jurema Pesente e Silva, Ladir<br />

Nicheli, Luiz Alberto Rigo, Luiz Carlos Brum, Marcus Luis Rocha Farias, Miguel Francisco<br />

Cieslik, Paulo Ganzer, Ramão Duarte <strong>de</strong> Souza Pereira, Régis Luiz Feldmann, Ricardo<br />

Pedro Klein, Romeu Maurício Benetti, Silvio Henrique Frohlich, Susana Gladys Coward<br />

Fogliatto, Valdir Appelt.<br />

conselho Fiscal<br />

titulares: Rudolfo José Müssnich, Erselino Achylles Zottis, Fábio Norberto Emmel.<br />

suplentes: Luiz Roque Schwertner, Nelson Keiber Faleiro, Gilda Lúcia Zandoná.<br />

<strong>de</strong>leGados rePresentantes cnc: Titulares: Zildo De Marchi, Moacyr Schukster.<br />

Suplentes: Luiz Carlos Bohn e Ivo José Zaffari.<br />

conselho editorial: Júlio Ricardo Andriguetto Mottin, Luiz Carlos Bohn<br />

e Zildo De Marchi.<br />

assessoria <strong>de</strong> comunicação: Aline Guterres, Camila Barth, Caroline Santos,<br />

Catiúcia Ruas, Fernanda Borba, Fernanda Romagnoli, Graciele Garcia, Liziane <strong>de</strong> Castro,<br />

Simone Barañano e Sinara Oliveira.<br />

coor<strong>de</strong>nação editorial: Simone Barañano<br />

Produção e eXecução: Temática Publicações<br />

edição: Fernanda Reche (MTb 9474)<br />

rePortaGem: Francine Desoux,<br />

Luísa Kalil e Patrícia Campello<br />

colaboração: Caroline Corso,<br />

Christian Barbosa, Douglas Wegner,<br />

Edgar Vasques e Priscilla Buais<br />

edição <strong>de</strong> arte: Silvio Ribeiro<br />

revisão: Flávio Dotti Cesa<br />

tiraGem: 25,5 mil exemplares<br />

É permitida a reprodução <strong>de</strong> matérias,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que citada a fonte.<br />

Os artigos assinados não refletem,<br />

necessariamente, a opinião do veículo.<br />

imPressão: Pallotti<br />

Esta revista é impressa com papéis<br />

com a certificação FSC (Forest<br />

Stewardship Council), que garante<br />

o manejo social, ambiental e<br />

economicamente a<strong>de</strong>quado da<br />

matéria-prima florestal.<br />

EXPEDIENTE<br />

opinião<br />

sumárIo<br />

agenda 06<br />

palavra do presi<strong>de</strong>nte 07<br />

notícias & negócios 08<br />

sustentabilida<strong>de</strong> 12<br />

guia <strong>de</strong> gestão 14<br />

entrevista 18<br />

inauguração 24<br />

emprego 26<br />

saiba mais 32<br />

economia 34<br />

mercado<br />

36<br />

entida<strong>de</strong> 38<br />

personalida<strong>de</strong><br />

39<br />

sesc<br />

40<br />

senac 42<br />

educação 44<br />

visão tributária 46<br />

glossário<br />

47<br />

visão trabalhista<br />

48<br />

mais & menos<br />

50<br />

negócios<br />

49<br />

17


& Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong><br />

sErVIÇos<br />

bens<br />

Emprego<br />

26<br />

estamos contratando<br />

Momento otimista do mercado brasileiro<br />

caminha rumo ao pleno emprego.<br />

A oferta <strong>de</strong> vagas supera o número <strong>de</strong><br />

profissionais qualificados<br />

ecoloGia inva<strong>de</strong> esPaço urbano<br />

Construções empresariais trabalham cada vez mais o<br />

foco na mínima agreção ao meio ambiente. Saiba mais<br />

sobre este novo conceito sustentabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> olho nas metas<br />

Aprenda a estabelecer metas <strong>de</strong>ixando claro<br />

aon<strong>de</strong> a empresa quer chegar. A prática ajuda a ter<br />

controle sobre o negócio e a perseguir resultados<br />

uma nova Força motriz<br />

O economista Paulo Rabello <strong>de</strong> Castro avalia o atual<br />

cenário econômico e comenta sobre o que precisa ser feito<br />

guia <strong>de</strong> gestão<br />

para que o Brasil continue crescendo entrevista<br />

12<br />

14<br />

18<br />

05


06<br />

A G E N D A SETEMBRO / OUTUBRO<br />

06/09<br />

FORMaTURa dO cURSO aUxiliaR dE cOzinha<br />

Na data, o programa Senac <strong>de</strong> Gratuida<strong>de</strong><br />

formará 40 alunos do curso<br />

Auxiliar <strong>de</strong> Cozinha, no Sindpoa, em<br />

Porto Alegre. Telefone para contato:<br />

(51) 3211-3579<br />

aTé 07/09<br />

7º Festival das tortas<br />

Realizado no Centro Histórico<br />

Municipal <strong>de</strong> Santo Ângelo, o Senac<br />

participa do evento com o Stand <strong>de</strong><br />

Gastronomia, oferecendo oficinas <strong>de</strong><br />

culinária, alé <strong>de</strong> quik massagem aos<br />

participantes do Festival. Mais <strong>de</strong>talhes<br />

sobre a programação das oficinas <strong>de</strong><br />

culinária no site www.senacrs.com.br<br />

dE 19/9 a 11/11<br />

OdOnTOSESc nO inTERiOR<br />

O município <strong>de</strong> Encruzilhada do Sul<br />

recebe a OdontoSesc, disponibilizando<br />

atendimentos gratuitos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

bucal por meio <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> móvel<br />

totalmente equipada.<br />

dE 23/9 a 30/11<br />

cOncURSO SESc dE FOTOgRaFiaS<br />

Acontece o 8º Concurso Sesc <strong>de</strong> Fotografias,<br />

com o tema A primavera no<br />

Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. Inscrições gratuitas<br />

nas categorias Comerciário, Profissional<br />

ou Amador. Informações pelo site<br />

www.sesc-rs.com.br.<br />

25/09<br />

SESc dE MiniMaRaTOna<br />

Ocorre a etapa Missões do<br />

Circuito Sesc <strong>de</strong> Minimaratona, na cida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Ijuí. Inscrições e informações:<br />

www.sesc-rs.com.br/minimaratona<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong><br />

dE 26/09 a 30/09<br />

SEMana dO cURSO TécnicO dE EnFERMagEM<br />

Senac Rio Gran<strong>de</strong> realiza<br />

a Semana do Curso Técnico <strong>de</strong><br />

Enfermagem, com palestras voltadas<br />

para temas como o atendimento<br />

pré-hospitalar móvel e o<br />

intra-hospitalar nos diversos tipos<br />

<strong>de</strong> agravo. Telefone para contato:<br />

(53) 3231-3496<br />

dE 27/09 a 29/09<br />

SEMana da iniciaçãO ciEnTíFica<br />

Acontece no Senac Passo d’Areia,<br />

em Porto Alegre. As inscrições<br />

<strong>de</strong>vem ser realizadas no<br />

site www.senacrs.com.br/sicsau<strong>de</strong>.<br />

Telefone para contato:<br />

(51) 3341-0444<br />

aTé 30/9<br />

ESpETácUlOS inFanTiS<br />

O projeto Teatro a Mil leva<br />

apresentações gratuitas <strong>de</strong><br />

espetáculos infantis para<br />

as cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Santa Cruz do Sul,<br />

Arroio do Meio, Santo Ângelo, Ijuí,<br />

Tupanciretã, Santa Maria,<br />

Cachoeira do Sul, Venâncio Aires,<br />

Sertão Santana, São Borja,<br />

Uruguaiana, Alegrete, Santana<br />

do Livramento e Bagé. Informações:<br />

www.sesc-rs.com.br/artesesc<br />

dE 30/9 a 6/10<br />

SOnORa BRaSil SESc<br />

Conhecido como o “Rei do<br />

Chamamé”, Dino Rocha é a<br />

atração da quarta etapa do projeto<br />

Sonora Brasil Sesc <strong>2011</strong> no<br />

Estado. Informações:<br />

www.sesc.com.br/sonorabrasil<br />

aTé 4/10<br />

ii Festival internacional sesc <strong>de</strong> Música<br />

Inscrições para a segunda edição do<br />

Festival Internacional Sesc <strong>de</strong> Música<br />

para estudantes <strong>de</strong> música do nível<br />

avançado e intermediário.<br />

O evento acontece em Pelotas, <strong>de</strong> 9<br />

a 21 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2012.<br />

Cursos <strong>de</strong> instrumentos, recitais,<br />

palestras e concertos integram<br />

a programação. Inscrições e<br />

informações pelo<br />

www.sesc-rs.com.br/festival<br />

aTé 24/11<br />

inscrição para o vestibular 2012<br />

Os candidatos po<strong>de</strong>m se inscrever<br />

pelo site a partir do dia 26 <strong>de</strong><br />

<strong>setembro</strong>. Mais informações<br />

disponíveis em<br />

www.senacrs.com.br/vestibular.<br />

José eduardo raMos da silva/divulgação sesc-rs<br />

Até 29/09<br />

SAú<strong>de</strong> PreventivA<br />

A comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Palmeira das<br />

Missões tem à sua disposição a<br />

Unida<strong>de</strong> Sesc <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Preventiva,<br />

com exames gratuitos com o<br />

propósito <strong>de</strong> prevenção. Mais<br />

informações no site<br />

www.sesc-rs.com.br


Palavra do Presi<strong>de</strong>nte<br />

Zildo De Marchi<br />

Presi<strong>de</strong>nte do Sistema <strong>Fecomércio</strong>-RS<br />

E m busca da qualificação<br />

Ter uma economia solidificada é ponto-chave<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

um país. Uma economia forte é resultado<br />

<strong>de</strong> uma combinação entre diferentes<br />

fatores: educação, empregabilida<strong>de</strong>, geração<br />

<strong>de</strong> renda, consumo, investimento<br />

em todos os setores do mercado. Quando<br />

um <strong>de</strong>sses braços enfraquece, um ciclo<br />

instável se estabelece e é importante<br />

i<strong>de</strong>ntificar essa falha para que se corra<br />

atrás do prejuízo. À parte as notícias<br />

sobre as crises na Europa e nos Estados<br />

Unidos, o Brasil vê sua economia crescer<br />

como nunca. Por outro lado, está<br />

em busca do fortalecimento <strong>de</strong> um setor<br />

crucial para nos solidificarmos ainda<br />

mais entre as gran<strong>de</strong>s economias mundiais:<br />

a educação.<br />

O mercado brasileiro está caminhando<br />

em direção ao tão sonhado pleno emprego,<br />

mas ainda não chegamos lá. Isso<br />

acontece porque estamos engatinhando<br />

no que diz respeito ao acesso da população<br />

a um ensino básico e fundamental<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Mesmo para aqueles com<br />

a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concluir o ensino<br />

superior, há dificulda<strong>de</strong>s em preencher<br />

os requisitos essenciais em uma vaga <strong>de</strong><br />

emprego. Por quê? De que forma nossos<br />

profissionais não estão qualificados para<br />

enfrentar o mercado?<br />

Divulgação/ <strong>Fecomércio</strong>-rS<br />

São perguntas a que não apenas professores,<br />

mas também empresários estão<br />

tentando respon<strong>de</strong>r. Sempre atento<br />

às <strong>de</strong>mandas da classe que representa,<br />

o Sistema <strong>Fecomércio</strong>-RS conta com<br />

um importante braço no que diz respeito<br />

ao investimento na qualificação<br />

dos gaúchos. Ao comemorar 65 anos, o<br />

Senac-RS celebra o sucesso dos mais<br />

<strong>de</strong> 6 milhões <strong>de</strong> gaúchos capacitados<br />

entre os diferentes cursos que oferece.<br />

O Sesc-RS também faz aniversário e<br />

mostra a importância do foco nos colaboradores<br />

que compõem o nosso comércio<br />

<strong>de</strong> bens e serviços. É um ciclo que, para<br />

manter-se vivo, não po<strong>de</strong> parar <strong>de</strong> girar.<br />

O final do ano se aproxima e com ele as<br />

incertezas que as crises internacionais<br />

trarão. No entanto, é nossa obrigação<br />

continuar a fazer o nosso trabalho, sempre<br />

acreditando em um Rio Gran<strong>de</strong> do<br />

Sul mais <strong>de</strong>senvolvido, em um país melhor<br />

para vivermos.<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong><br />

07


Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong><br />

08<br />

N O T Í C I A S &<br />

Edgar Vasques<br />

Cuidados com a prorrogação<br />

da EFD-PIS/Cofins<br />

A entrega da Escrituração Fiscal Digital PIS e Cofins<br />

(EFD-PIS/Cofins) foi postergada pela Receita Fe<strong>de</strong>ral<br />

para o dia 7 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2012. A mudança exige<br />

cautela dos gestores no momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />

o documento. A prorrogação requer das empresas<br />

a computação <strong>de</strong> todas as informações do período<br />

para a emissão do documento na nova data. Segundo<br />

o diretor tributário da Confirp, Welinton Mota, “é im-<br />

portante frisar que as informações referentes a EFD-<br />

PIS/Cofins do primeiro semestre <strong>de</strong>ste ano precisarão<br />

ser enviadas”. O aumento <strong>de</strong> prazo consiste apenas<br />

em um tempo a mais, segundo o executivo, para ajus-<br />

tar as informações <strong>de</strong>ntro do sistema digitalizado. A<br />

não apresentação da EFD-PIS/Cofins no prazo fixado<br />

acarretará a aplicação <strong>de</strong> multa no valor <strong>de</strong> R$ 5 mil<br />

por mês-calendário ou fração.<br />

Público aprovou o Senactech <strong>2011</strong><br />

Entre os dias 16 e 17 <strong>de</strong> agosto, mais <strong>de</strong> 400 pessoas estive-<br />

ram presentes nas ativida<strong>de</strong>s do Senactech. A edição <strong>2011</strong><br />

ocorreu na Fatec Porto Alegre e contou com uma progra-<br />

mação que abrangeu minicursos e duas palestras especiais,<br />

com convidados nacionais. No primeiro dia, os participantes<br />

pu<strong>de</strong>rem conferir 15 oficinas, além da apresentação <strong>de</strong> Felipe<br />

Kellermann e do painel Smartphones: mercado, tecnologia e<br />

como participar. O evento se encerrou com ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ca-<br />

pacitação e palestra <strong>de</strong> Martha Gabriel, sobre A era da busca.<br />

João AlVEs/sEnAc-Rs


chRistA RichERt/stock.xchng<br />

N<br />

Senac-RS premia alunos na<br />

2ª Feira <strong>de</strong> Projetos<br />

Conhecimento e atitu<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m salvar o planeta.<br />

O tema norteou os trabalhos da segunda edição da<br />

Feira <strong>de</strong> Projetos, realizada pelo Senac-RS, no mês <strong>de</strong><br />

agosto. Ao todo, participaram 66 projetos científicos<br />

oriundos <strong>de</strong> estudantes das escolas Senac <strong>de</strong> todo o<br />

Estado. A premiação aconteceu no Centro <strong>de</strong> Eventos<br />

E G Ó C I O S<br />

da Fenac, em Novo Hamburgo. Na modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ensino Técnico, conquistaram prêmios <strong>de</strong>z alunos das escolas Senac Bagé, Uruguaiana, Ijuí,<br />

Rio Gran<strong>de</strong>, Canoas, Bento Gonçalves, Pelotas e a Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tecnologia Senac-RS. Na categoria Formação Inicial e Continuada, os ven-<br />

cedores foram das escolas Senac Carazinho, São Luiz Gonzaga, Bento Gonçalves e São Borja. Os <strong>de</strong>z trabalhos premiados na modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Ensino Técnico participarão da Feira Estadual <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia da Educação Profissional (Fecitep), no mês <strong>de</strong> outubro, em Canoas.<br />

Orgânicos na mira do consumidor<br />

Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e saudabilida<strong>de</strong> são conceitos que<br />

invadiram a cesta <strong>de</strong> compras dos brasileiros.<br />

O varejo precisou a<strong>de</strong>quar as suas gôndolas à <strong>de</strong>man-<br />

da <strong>de</strong> consumo. Por essa razão, não é raro encontrar<br />

alimentos orgânicos nos supermercados. O segmento<br />

registrou um aumento <strong>de</strong> 40% no faturamento no<br />

último ano. A aprovação do cliente resultou na diminui-<br />

ção da diferença <strong>de</strong> preço entre os produtos orgâni-<br />

cos e os convencionais, que em 2006 era <strong>de</strong> 70% e<br />

recuou para 30% neste ano, <strong>de</strong> acordo com dados da<br />

Associação Brasileira <strong>de</strong> Orgânicos (BrasilBio). Atual-<br />

mente, o país contabiliza 332 mil hectares <strong>de</strong> produção<br />

agropastoril orgânica, utilizados por cerca <strong>de</strong> 8 mil<br />

produtores. Segundo a Agência Brasileira <strong>de</strong> Promoção<br />

<strong>de</strong> Exportações (Apex), o cultivo chega a um volume<br />

<strong>de</strong> 5,2 milhões <strong>de</strong> toneladas – a maior parte vinda das<br />

regiões Norte e Nor<strong>de</strong>ste.<br />

Microempreen<strong>de</strong>dores Individuais<br />

no Cadastur<br />

Novida<strong>de</strong> para os Microempreen<strong>de</strong>dores Individuais<br />

(MEI) do setor <strong>de</strong> turismo. Eles já po<strong>de</strong>m solicitar o<br />

cadastramento no Cadastur – sistema <strong>de</strong> registro <strong>de</strong><br />

prestadores <strong>de</strong> serviços turísticos do Ministério do<br />

Turismo (MTur). A medida, viabilizada por uma portaria<br />

ministerial, permitirá que o segmento ingresse no<br />

respectivo banco <strong>de</strong> dados, fonte <strong>de</strong> consulta para o<br />

consumidor, mercado e empresas da ca<strong>de</strong>ia produtiva.<br />

O sistema cadastra 16 tipos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s turísticas,<br />

sendo obrigatório para sete categorias. As <strong>de</strong>mais,<br />

incluindo os MEI, são facultativas.<br />

Estagiário <strong>de</strong><br />

economia tem maior bolsa-auxílio<br />

A maior bolsa-auxílio do país entra na conta dos<br />

estagiários <strong>de</strong> economia. A constatação é <strong>de</strong> um estudo<br />

elaborado pelo Núcleo Brasileiro <strong>de</strong> Estágio (Nube).<br />

Acadêmicos <strong>de</strong>sse curso ganham R$ 1.089,57 por mês.<br />

Depois vem a turma da engenharia (R$ 1.053,40) e<br />

secretariado executivo trilíngue (R$ 1.009,53). O estudo<br />

foi elaborado com 22.680 estagiários em todo o país<br />

entre os dias 10 <strong>de</strong> julho e 2 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong>ste ano.<br />

Entre tecnólogos, a média chega a R$ <strong>77</strong>4,75. Alunos <strong>de</strong><br />

ensino médio recebem R$ 447,61, e <strong>de</strong> ensino médio<br />

técnico, R$ 561,79.<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong><br />

João AlVEs/sEnAc-Rs<br />

09


AnA MEinhARdt/sEsc-Rs<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong><br />

10<br />

O T Í C I A S &<br />

N &<br />

Governo gaúcho lança programa<br />

para pequenas empresas<br />

Lançado o Programa Compras Públicas para Micro e<br />

Pequenas Empresas pelo governo do Rio Gran<strong>de</strong> do<br />

Sul. Espera-se a elevação <strong>de</strong> até 25% da participação<br />

do setor em licitações governamentais. A iniciativa<br />

busca explorar a <strong>de</strong>manda por bens e serviços do<br />

Estado para fomentar os negócios e incrementar<br />

ca<strong>de</strong>ias produtivas, ampliando o acesso ao merca-<br />

do licitatório. Uma das propostas é interiorizar os<br />

procedimentos <strong>de</strong> pregões, na compra <strong>de</strong> itens <strong>de</strong><br />

alimentação para diferentes órgãos estaduais, per-<br />

mitindo a indução <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

econômico regional.<br />

A base legal para implantação do programa é a Lei<br />

13.706, <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> <strong>2011</strong>, que prevê a exclusivida<strong>de</strong><br />

nas contratações no valor <strong>de</strong> até R$ 80 mil para<br />

MPE. Em vez <strong>de</strong> 20 gran<strong>de</strong>s contratações, a Central<br />

<strong>de</strong> Compras do governo realizará 319 com exclusivi-<br />

da<strong>de</strong> e mais 66 com preferência para MPE em todo<br />

o estado. A primeira etapa contemplará 22 municí-<br />

pios, situados nas regiões Central, Fronteira Oeste,<br />

Campanha, Jacuí-Centro e Alto Jacuí, licitando apenas<br />

produtos <strong>de</strong> panificação e leite. No próximo ano, a<br />

ação será estendida para mais 55 cida<strong>de</strong>s, abrangen-<br />

do mais itens <strong>de</strong> alimentação.<br />

Vem aí a segunda edição do Festival<br />

Internacional Sesc <strong>de</strong> Música<br />

Em 2012, Pelotas sediará o II Festival Internacional Sesc <strong>de</strong> Música. O evento<br />

comemora sua segunda edição com data agendada para o período <strong>de</strong> 9 a<br />

21 <strong>de</strong> janeiro, estimando a participação <strong>de</strong> 400 alunos <strong>de</strong> diferentes regiões<br />

do Brasil e do Mercosul. Trata-se <strong>de</strong> mais uma iniciativa do Arte Sesc – Cul-<br />

tura por toda parte, que objetiva oportunizar aprendizado por meio <strong>de</strong> uma<br />

vasta gra<strong>de</strong> <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s com 43 espetáculos divididos em recitais, música<br />

<strong>de</strong> câmara, concertos e apresentações gratuitas <strong>de</strong> música instrumental, além<br />

<strong>de</strong> 30 oficinas <strong>de</strong> instrumentos e canto ministradas por professores brasilei-<br />

ros e <strong>de</strong> países como Alemanha, Itália, Estados Unidos, Argentina, Uruguai e<br />

França. Recitais e concertos têm entrada franca, já cursos e palestras são <strong>de</strong>stinados a estudantes <strong>de</strong> música dos níveis intermediário e<br />

avançado (profissional) e as inscrições já po<strong>de</strong>m ser feitas pelo site www.sesc-rs.com.br/festival.<br />

<strong>Edição</strong> inaugural do projeto Sesc Estar<br />

Bem: Bem-estar que vai até você<br />

O projeto Sesc Estar Bem: Bem-estar que vai até você <strong>de</strong>sem-<br />

barcou no bairro Rubem Berta, em Porto Alegre, no dia 21 <strong>de</strong><br />

agosto. A primeira edição aten<strong>de</strong>u a respectiva comunida<strong>de</strong> e o<br />

entorno, proporcionando serviços totalmente gratuitos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<br />

esporte, educação, cultura e recreação. A ação se propõe a esti-<br />

mular a promoção da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e integração das famílias.<br />

Na programação, <strong>de</strong>stacam-se avaliação nutricional e funcional,<br />

verificação <strong>de</strong> pressão arterial, exames <strong>de</strong> glicose e triglicerí<strong>de</strong>os,<br />

além <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s físicas como jogos <strong>de</strong> vôlei, futebol e basquete.<br />

No âmbito cultural, os participantes pu<strong>de</strong>ram acessar a Hora<br />

do Conto, biblioteca infantil e sessões <strong>de</strong> cinema do projeto<br />

CineSesc. Os moradores locais ainda tiveram a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

conhecer os Programas Mesa Brasil Sesc e Envolva-se.<br />

João AlVEs/sEsc-Rs


N<br />

Novas regras para o<br />

Supersimples em 2012<br />

Mudanças à vista. Em janeiro <strong>de</strong> 2012 <strong>de</strong>vem come-<br />

çar a vigorar as novas regras do Supersimples, se o<br />

projeto for aprovado pelo Congresso. Recentemente,<br />

o governo fe<strong>de</strong>ral anunciou um pacote <strong>de</strong> medidas para<br />

beneficiar empresários dos setores <strong>de</strong> comércio, servi-<br />

ços e indústria. Entre as mudanças, está o aumento <strong>de</strong><br />

50% do teto <strong>de</strong> faturamento para as micro e pequenas<br />

empresas se enquadrarem no regime tributário. Com a<br />

iniciativa, os negócios que tributam no Supersimples e ti-<br />

veram aumento <strong>de</strong> receita ao longo do tempo po<strong>de</strong>rão<br />

continuar no programa. Já aquelas que não a<strong>de</strong>riram ao<br />

regime, em função <strong>de</strong> apresentarem receita acima do<br />

limite, agora terão condições <strong>de</strong> participar do programa.<br />

tRês pERguntAs<br />

E G Ó C I O S<br />

Veículos leves batem recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> consórcios<br />

No primeiro semestre <strong>de</strong> <strong>2011</strong>, o sistema <strong>de</strong> consórcios<br />

ven<strong>de</strong>u 1,29 milhão <strong>de</strong> novas cotas, representando um<br />

crescimento <strong>de</strong> 27,7%, quando comparado ao mesmo<br />

período do ano passado. O dado confirma a tendência<br />

das aquisições <strong>de</strong>ntro da modalida<strong>de</strong>. Entre os itens<br />

comprados <strong>de</strong>stacam-se automóveis, caminhões, máqui-<br />

nas agrícolas, motos e imóveis, entre outros.<br />

No topo dos produtos mais comercializados, <strong>de</strong>sponta-<br />

ram os veículos leves. Paulo Roberto Rossi, presi<strong>de</strong>nte<br />

executivo da Associação Brasileira <strong>de</strong> Administradoras <strong>de</strong> Consórcios (Abac),<br />

acredita que “as novas a<strong>de</strong>sões estão sendo impulsionadas também pelo maior<br />

conhecimento do brasileiro sobre o mecanismo, inclusive pelo gran<strong>de</strong> número<br />

<strong>de</strong> consorciados contemplados que divulgam e confirmam as vantagens <strong>de</strong><br />

adquirir bens ou serviços <strong>de</strong> qualquer natureza a custos mais baixos, com o<br />

objetivo <strong>de</strong> formar patrimônio pessoal, familiar ou empresarial”.<br />

Tempo <strong>de</strong> interações digitais e sociais<br />

Martha Gabriel recentemente participou da edição <strong>2011</strong> do Senactech, palestrando sobre a Era da busca. Professora<br />

<strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> MBA <strong>de</strong> universida<strong>de</strong>s paulistas, a exemplo da USP e FGV, e do Paraná, a especialista em marketing<br />

digital já ganhou 11 Prêmios iBest e lançou livros sobre o assunto. Para ela, os conteúdos gerados por plataformas<br />

stock.xchng<br />

digitais têm muito a dizer para se traçarem estratégias exitosas <strong>de</strong> negócios.<br />

no varejo e no segmento <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços, existe alguma peculiarida<strong>de</strong> para se trabalhar o marketing digital?<br />

MARthA Conforme as tecnologias digitais vão se inserindo no cotidiano das pessoas, mais importante é consi<strong>de</strong>rar as transformações<br />

comportamentais e sociais que elas causam para traçar estratégias <strong>de</strong> marketing. Hoje temos mais celulares no<br />

Brasil (210 milhões) do que habitantes. O brasileiro está entre os que gastam mais tempo online e em plataformas <strong>de</strong> mídias<br />

sociais no mundo. Assim, em qualquer negócio, é essencial consi<strong>de</strong>rar a dimensão digital no marketing e na comunicação.<br />

como <strong>de</strong>finirias o bom e mau uso das mídias sociais pelas empresas?<br />

MARthA As mídias sociais são conteúdos gerados por pessoas nas plataformas digitais. As boas estratégias conseguem usar essas<br />

plataformas para beneficiar a empresa, englobando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> mercado para conhecer melhor o consumidor ou aceitação<br />

<strong>de</strong> um produto até ações <strong>de</strong> e-commerce. O mau uso normalmente é resultado da falta <strong>de</strong> conhecimento das plataformas,<br />

do público e da ausência <strong>de</strong> planejamento estratégico. É essencial saber com quem se quer falar e qual o objetivo do negócio.<br />

A expressão “Você é o que você compartilha” virou uma espécie <strong>de</strong> mantra quando o assunto é comunicação via web. para fazer uma<br />

aplicação eficiente das re<strong>de</strong>s, como twitter e Facebook, entre outros recursos, precisa-se <strong>de</strong>senvolver ferramentas que mensurem<br />

resultados e estruturem o tráfego <strong>de</strong> informações?<br />

MARthA Peter Druker dizia que só conseguimos gerenciar aquilo que conseguimos mensurar. Realmente, compartilhar<br />

é um mantra nas estratégias <strong>de</strong> comunicação e marketing em mídias sociais. Entretanto, para ser estratégico à<br />

empresa é preciso ter metas e focar o seu nicho <strong>de</strong> mercado. A única forma <strong>de</strong> saber se as mesmas são atendidas (ou<br />

não), a avaliação <strong>de</strong> resultados consiste em fator fundamental. Acredito que os pilares das estratégias digitais são<br />

encontrabilida<strong>de</strong>, relevância, conteúdo e mensuração.<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong><br />

diVulgAção<br />

11


Agredir minimamente o meio ambiente vem se tornando também uma<br />

12 DIvulgação/EcotElhaDo<br />

S<br />

ustentabilida<strong>de</strong><br />

Ecologia<br />

inva<strong>de</strong> espaços urbanos<br />

necessida<strong>de</strong> para a construção civil. Aos poucos, os prédios ver<strong>de</strong>s ganham espaço<br />

e se tornam alternativa viável. Mas é preciso estar atento ao conceito<br />

Quem nunca olhou ao seu redor e<br />

se sentiu em uma selva <strong>de</strong> pedra? O crescimento<br />

populacional vai forçando cada<br />

vez mais o <strong>de</strong>smatamento <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s<br />

para a construção <strong>de</strong> espaços urbanos;<br />

edifícios e vias asfaltadas transformam-se<br />

quase em quatro pare<strong>de</strong>s. No entanto, a<br />

população já sente os resultados <strong>de</strong> viver<br />

nesse ambiente e, por isso, está em busca<br />

<strong>de</strong> alternativas. E se morar no campo não<br />

é possível para todos, a segunda opção é<br />

trazer mais ver<strong>de</strong> para o cinza da cida<strong>de</strong>.<br />

Inaugurado em 2010, o Paseo Zona Sul conta com telhado ver<strong>de</strong><br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong><br />

As construções sustentáveis ou<br />

prédios ver<strong>de</strong>s estão pouco a pouco<br />

ganhando espaço. Para ser consi<strong>de</strong>rada<br />

sustentável, uma edificação <strong>de</strong>ve<br />

levar em consi<strong>de</strong>ração todo o processo<br />

<strong>de</strong> concepção à execução da obra. Perguntas<br />

como quem usará os ambientes,<br />

qual a vida útil e o que acontecerá após<br />

esse período <strong>de</strong>vem ser respondidas. Os<br />

materiais utilizados, energia <strong>de</strong>spendida<br />

e reaproveitamento estão na lista <strong>de</strong><br />

consi<strong>de</strong>rações. Outro ponto é a autos-<br />

suficiência do edifício e o espaço on<strong>de</strong><br />

será implantado; os aspectos naturais e<br />

sociais são <strong>de</strong> extrema importância.<br />

Uma forma <strong>de</strong> garantir a vocação<br />

ambiental da construção são as certificações<br />

que levam em conta uma série<br />

<strong>de</strong> parâmetros <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o planejamento à<br />

operação; em relação a 2009, a busca<br />

pelos certificados cresceu 75%. O primeiro<br />

referencial técnico brasileiro para<br />

construções sustentáveis é o Aqua (Alta<br />

Qualida<strong>de</strong> Ambiental), elaborado em<br />

2008 pela Fundação Vanzolini. O certificado<br />

Leed (Lea<strong>de</strong>rship in Energy and<br />

Environmental Design) é fornecido pelo<br />

instituto americano U.S. Green Building<br />

Council Brasil, criado em 2004.<br />

João Feijó, diretor da Ecotelhado, <strong>de</strong><br />

Porto Alegre, afirma que sustentabilida<strong>de</strong><br />

engloba basicamente três questões:<br />

econômica, ambiental e social. “Uma<br />

construção sustentável do ponto <strong>de</strong> vista<br />

ambiental <strong>de</strong>ve minimizar os impactos<br />

no meio ambiente. Toda construção<br />

por excelência impacta, e o prédio ver<strong>de</strong>


se preocupa em interferir o mínimo possível<br />

antes, durante e <strong>de</strong>pois da construção,<br />

para preservar ao máximo.”<br />

A partir daí, explica Feijó, existem<br />

outros aspectos: a diminuição do impacto<br />

com relação à água – toda a água da<br />

chuva que antes era armazenada pelo<br />

solo ou evaporada hoje vai para o esgoto<br />

pluvial. “É um gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> água<br />

que vai contribuir para o tamanho do<br />

esgoto pluvial da cida<strong>de</strong>. Essa água da<br />

chuva leva toda a sujeira que tem sobre<br />

o pavimento para o esgoto. O resultado<br />

é muito tóxico para o ambiente e po<strong>de</strong><br />

ser visto na beira dos rios, atingindo inclusive<br />

a fauna.” Outro ponto é a questão<br />

energética. A construção da casa e a<br />

manutenção <strong>de</strong>la (lâmpadas, eletrônicos,<br />

elevador) representam cerca <strong>de</strong> 50% da<br />

energia consumida, e energia representa<br />

CO 2 , que polui <strong>de</strong> diferentes formas a<br />

atmosfera. “Quanto menos energia gastarmos<br />

para ser construído ou mantido,<br />

melhor.” A questão social é um terceiro<br />

ponto, que avalia se a construção é um<br />

ambiente saudável para as pessoas em<br />

termos <strong>de</strong> área ver<strong>de</strong>, recreação.<br />

altErnativas<br />

Na capital gaúcha um dos edifícios<br />

sustentáveis é o Riserva Schiavon. Concebido<br />

<strong>de</strong> acordo com as especificações<br />

ambientais, o condomínio resi<strong>de</strong>ncial<br />

investiu no tratamento <strong>de</strong> águas, energia<br />

solar e telhado ver<strong>de</strong>. De acordo com Lucimar<br />

Rodrigues Costa, engenheira civil<br />

do Grupo Goldsztein Cyrela e responsável<br />

pelo Riserva Schiavon, o complexo é<br />

uma construção autossuficiente. “O proprietário<br />

terá o retorno do investimento<br />

por meio da redução do consumo <strong>de</strong><br />

água, energia e produção <strong>de</strong> esgoto. Ao<br />

BraD BENNIE/Stock.XchNg<br />

dar retorno para o proprietário, ganha<br />

também o meio ambiente.” As construções<br />

que seguem os padrões <strong>de</strong>fendidos<br />

pelas certificações custam 5 a 10% mais,<br />

conforme a sofisticação <strong>de</strong>sejada. Contudo,<br />

as reduções são consi<strong>de</strong>ráveis: consumo<br />

<strong>de</strong> energia (-40%), consumo <strong>de</strong> água<br />

(-50%), emissão <strong>de</strong> CO 2 (-35%) e <strong>de</strong>scarte<br />

<strong>de</strong> resíduos (até -90%).<br />

A estação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgoto do<br />

Riserva garante a <strong>de</strong>volução <strong>de</strong> uma água<br />

limpa ao esgoto municipal, enquanto o<br />

aquecimento da água <strong>de</strong> todo o prédio<br />

é feita através da energia solar (ou com<br />

geradores a gás quando há baixa incidência).<br />

Os apartamentos contam ainda com<br />

medidores <strong>de</strong> água individual que reduzem<br />

o consumo. O telhado ver<strong>de</strong> é uma<br />

outra ferramenta. Segundo João Feijó, o<br />

ecotelhado envolve retenção <strong>de</strong> água da<br />

chuva, economia <strong>de</strong> energia e biodiversida<strong>de</strong>.<br />

Além do telhado, existem as pare<strong>de</strong>s<br />

ver<strong>de</strong>s e o pavimento permeável.<br />

A sustentabilida<strong>de</strong> é sempre uma forma<br />

mais eficiente. E as pessoas estão atentas<br />

Na prancheta<br />

A arquitetura sustentável possui algumas<br />

diretrizes básicas:<br />

Planejar a obra a longo prazo<br />

Prever eficiência energética<br />

Evitar o <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> água<br />

Garantir o reaproveitamento da água<br />

Utilizar os recursos naturais <strong>de</strong><br />

forma passiva<br />

Usar materiais e técnicas<br />

ecologicamente corretas<br />

Assegurar, através da gestão <strong>de</strong><br />

resíduos sólidos, a reciclagem,<br />

reutilização e redução<br />

Consi<strong>de</strong>rar a permeabilida<strong>de</strong> do solo<br />

Planejar a utilização <strong>de</strong> transporte<br />

alternativo<br />

Proporcionar conforto e qualida<strong>de</strong><br />

dos ambientes<br />

a isso e buscando marcas que seguem<br />

esse conceito. Por isso, qualquer empresa<br />

ganha <strong>de</strong>staque, e o pequeno empresário<br />

tem mais facilida<strong>de</strong>, nesse sentido, <strong>de</strong>vido<br />

a sua maior maleabilida<strong>de</strong>. “Ele já está se<br />

diferindo do concorrente que faz as coisas<br />

da maneira antiga.”<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong> 13


G<br />

uia <strong>de</strong> Gestão<br />

metas da empresa<br />

Estabelecer metas em um empreendimento po<strong>de</strong> contribuir para que o gestor tenha mais<br />

controle sobre seu negócio e entenda que pontos estão dando certo e o que precisa ser<br />

corrigido. Saiba como fazer isso sem sobrecarregar na pressão da equipe<br />

Aempresa<br />

requer organização, investi-<br />

administração <strong>de</strong> uma<br />

mento, controle, entre outros fatores.<br />

Para auxiliar nessas etapas, existe um<br />

elemento que po<strong>de</strong> ser crucial para a<br />

manutenção do empreendimento. São<br />

as metas. Sejam mensais ou anuais,<br />

por <strong>de</strong>partamento ou colaborador, as<br />

metas contribuem para que o empresário<br />

tenha uma visão mais ampla do<br />

seu negócio, além <strong>de</strong> dar mais controle<br />

sobre o que acontece no ambiente e<br />

também com relação a sua equipe.<br />

De acordo com o diretor comercial<br />

da ABRH-RS, Auri Rodrigues Filho,<br />

as metas são o norte <strong>de</strong> qual caminho<br />

o negócio <strong>de</strong>seja perseguir. “A meta é<br />

a tradução dos objetivos em forma <strong>de</strong><br />

números, e assim é que se faz a gestão,<br />

com base naquilo que se atinge ou não,<br />

<strong>de</strong>scobrindo as causas tanto <strong>de</strong> por que<br />

as atingimos quanto não”, avalia.<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong><br />

Para o diretor comercial, há vantagens<br />

e <strong>de</strong>svantagens no estabelecimento<br />

<strong>de</strong> metas. Entre as vantagens<br />

está a relação da meta com a função<br />

<strong>de</strong> porto, norte da empresa. “Dá orientação,<br />

sentido, velocida<strong>de</strong>. Sem metas,<br />

fica-se a favor do vento, sem rumo<br />

certo”, explica Rodrigues Filho. Outro<br />

ponto é que, a partir <strong>de</strong>ssa orientação,<br />

as pessoas envolvidas têm mais foco no<br />

trabalho diário. “Isso ajuda a perseguir<br />

o número e também na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões,<br />

não importa o nível estratégico<br />

da mesma”, <strong>de</strong>staca. Em terceiro lugar,<br />

a vantagem <strong>de</strong> estabelecer metas está<br />

na motivação. “O ser humano tem por<br />

natureza o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> superar <strong>de</strong>safios, e<br />

a meta é um dos recursos que a empresa<br />

usa para nos motivar.” Um importante<br />

fator, também vantajoso, é o fato<br />

<strong>de</strong> a meta elevar o nível <strong>de</strong> exigência e<br />

<strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>, o que é bom tanto<br />

para as empresas, <strong>de</strong> um modo geral,<br />

quanto para cada indivíduo.<br />

Entre tantos pontos positivos, o<br />

que acontece quando não se atinge a<br />

meta? “Deve-se buscar o porquê, a raiz<br />

do problema e através disso apren<strong>de</strong>r”,<br />

indica Auri Rodrigues Filho.<br />

cuidado com oS riScoS<br />

Além do próprio risco <strong>de</strong> não<br />

atingir a meta, existe um ponto menos<br />

animador, que é o fato <strong>de</strong> a meta<br />

estar ligada à pressão. “Isso po<strong>de</strong> resultar<br />

em conflito <strong>de</strong> relacionamento<br />

e distúrbio”, alerta o diretor da<br />

ABRH-RS. Por isso, é importante que<br />

o gestor saiba estar “com a corda esticada,<br />

sem puxar nem folgar <strong>de</strong>mais”,<br />

acrescenta. Ou seja, a pressão existirá<br />

na maioria dos casos, mas o segredo<br />

está em saber lidar com a mesma na<br />

medida certa, buscando assim o equi-<br />

14 <strong>de</strong> olho nas


líbrio. Segundo Rodrigues Filho, estar<br />

constantemente em alto nível <strong>de</strong><br />

atenção é um dos principais <strong>de</strong>safios<br />

dos gestores. “Às vezes, po<strong>de</strong> ser difícil<br />

conseguir isso”, aponta.<br />

Para estabelecer uma meta, é necessário<br />

ter uma estratégia bastante<br />

clara. Dessa forma, é importante que<br />

a comunicação seja eficiente para<br />

todos. “Se quero uma rentabilida<strong>de</strong><br />

maior, não basta apenas ven<strong>de</strong>r mais,<br />

mas sim reduzir custos, porque enxergo<br />

que essa é a melhor forma <strong>de</strong><br />

chegar ao objetivo. E isso <strong>de</strong>ve ficar<br />

claro a todos”, exemplifica Rodrigues<br />

Filho. Ele constata que “não há receita<br />

<strong>de</strong> bolo”, mas a meta <strong>de</strong>ve ser “<strong>de</strong>sconfortável”,<br />

sempre vinculada a um<br />

ganho expressivo, seja financeiro ou<br />

outro tipo <strong>de</strong> benefício. Isso quer dizer:<br />

nem muito fácil, nem impossível.<br />

“Tem que valer a pena se sentir <strong>de</strong>sconfortável”,<br />

brinca Rodrigues Filho.<br />

conhEcEr o mErcado<br />

Uma dica para estabelecer as<br />

metas sem entrar no patamar do<br />

impossível é estar a par dos acontecimentos<br />

referentes ao cenário em<br />

que a empresa atua. É o que pratica<br />

o diretor comercial das lojas ASM,<br />

<strong>de</strong> Bagé, José Airton da Nova Menezes.<br />

A re<strong>de</strong> atua em quatro segmentos<br />

e realiza um planejamento global<br />

e outro por empresa. “Com base no<br />

histórico <strong>de</strong> anos anteriores, pros-<br />

pectamos e planejamos em função<br />

dos resultados, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong><br />

econômica e mercadológica<br />

do próprio país”, <strong>de</strong>staca Menezes.<br />

Finalizada essa etapa, faz-se o planejamento<br />

por setores <strong>de</strong> cada segmento,<br />

<strong>de</strong> cada uma das quatro empresas<br />

da ASM. Segundo Menezes, não raro<br />

alguns ven<strong>de</strong>dores se <strong>de</strong>stacam mais<br />

que outros em <strong>de</strong>terminados setores,<br />

por isso, estabelecer metas é uma forma<br />

<strong>de</strong> homogeneizar a equipe. “Sem<br />

metas, sem objetivos, não se vai em<br />

busca <strong>de</strong> resultado algum. Tudo tem<br />

que estar atrelado: equipe, meta, objetivo<br />

e ferramentas”, diz.<br />

As metas são acompanhadas ao<br />

longo do ano, e já em meados <strong>de</strong> ou-<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong> 15


G<br />

uia <strong>de</strong> Gestão<br />

começa a prospectar o ano seguinte.<br />

“Fazem-se reuniões com gerentes e<br />

supervisores para mostrar as projeções<br />

que se preten<strong>de</strong> para o ano que<br />

vem, acompanhando também o que<br />

está acontecendo em termos <strong>de</strong> realida<strong>de</strong>,<br />

para arrumar as situações. Uma<br />

previsão é isso: uma visão antecipada<br />

para aquilo que se preten<strong>de</strong>. Esses aspectos<br />

têm que ser analisados mês a<br />

mês, acompanhando o acumulado, e<br />

arrumando para que a nova projeção<br />

em 2012 seja o mais próximo da realida<strong>de</strong>”,<br />

explica.<br />

Assim como Auri Rodrigues Filho,<br />

Menezes também vê como um<br />

<strong>de</strong>safio o exercício do controle sem a<br />

pressão excessiva, mas também sem<br />

afrouxar <strong>de</strong>mais. “Tem que ter habi-<br />

Organize-se<br />

Saiba quais são as vantagens e os<br />

<strong>de</strong>safios <strong>de</strong> se ter metas<br />

Traz orientação, sentido,<br />

velocida<strong>de</strong><br />

auxilia na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões<br />

contribui para o foco<br />

motiva a equipe<br />

Eleva nível <strong>de</strong> exigência,<br />

competência e aprendizado<br />

ajuda na organização do<br />

empreendimento<br />

dá mais controle ao gestor<br />

cui<strong>de</strong> para não sobrecarregar a<br />

pressão: encontre equilíbrio para<br />

dialogar, reconhecer e então ter a<br />

liberda<strong>de</strong> para cobrar<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong><br />

16 tubro, início <strong>de</strong> novembro, a empresa<br />

José Airton Menezes acredita na<br />

valorização da equipe<br />

lida<strong>de</strong> para saber o momento <strong>de</strong> recuar<br />

e o momento <strong>de</strong> apertar, esse é o<br />

gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio”, aponta. No entanto,<br />

o progresso tecnológico também contribuiu<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

ferramentas que facilitam este controle.<br />

“Não fosse a informática, seria<br />

tão mais difícil hoje”, reconhece o administrador.<br />

A postura da ASM também<br />

envolve muito reconhecimento,<br />

motivação e valorização da equipe.<br />

“Se tu começas somente a pressionar,<br />

daqui a pouco tranca tudo, e é pior<br />

ainda”, prevê o diretor comercial da<br />

ASM. “O <strong>de</strong>safio do administrador<br />

hoje é obter resultados através das<br />

pessoas, e isso não é fácil”, acrescenta.<br />

Ele afirma que o reconhecimento<br />

po<strong>de</strong> ser feito em pequenos atos: falar,<br />

ouvir, valorizar, reconhecer, parabenizar.<br />

“O ser humano é movido pelas<br />

pequenas ações”, afirma. E são atos<br />

como esses que facilitam o momento<br />

da real cobrança. “É uma questão <strong>de</strong><br />

equilíbrio: reconhecer o certo para<br />

que, na hora em que houver algo para<br />

corrigir, se tenha a disposição <strong>de</strong> falar<br />

e a pessoa perceber que está errada”,<br />

salienta Menezes.<br />

Plano dE ação<br />

Para a empresária da Estética<br />

Mayttê, Marisa Silva, estabelecer<br />

metas contribui para que o empreen<strong>de</strong>dor<br />

veja os pontos positivos e negativos,<br />

e em quais aspectos precisa<br />

melhorar. No caso da estética, a empresa<br />

realiza pesquisas com clientes, e<br />

então monta um plano <strong>de</strong> ação.<br />

“É importante ter claro o objetivo<br />

da meta”, ressalta Marisa. No inverno,<br />

por exemplo, são feitos planos com<br />

<strong>de</strong>scontos para manter o movimento.<br />

Além da meta do próprio salão, cada<br />

profissional tem a sua também. Em<br />

<strong>2011</strong>, a empresa já atingiu uma das<br />

metas: criar o perfil em re<strong>de</strong>s sociais<br />

como Orkut e Facebook. Outro ponto<br />

era criar planos <strong>de</strong> ação em marketing,<br />

e para isso foram contratadas<br />

empresas especializadas para resolver<br />

essa falha. Marisa reconhece que há<br />

meses em que se atingem as metas e<br />

outros em que isso não acontece, infelizmente.<br />

“Quando ocorre isso, tem<br />

que ver o que <strong>de</strong>u errado e em que<br />

pontos precisa melhorar”, <strong>de</strong>termina.<br />

Na opinião da empresária, as metas<br />

trazem mais controle e mais organização.<br />

“O gestor tem que se perguntar:<br />

‘O que espero alcançar?’. E não po<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sistir, tem que tentar mesmo que<br />

não dê certo”, recomenda. Passar por<br />

sacrifícios? Faz parte. “É necessário<br />

para a gestão do empreendimento”,<br />

conclui Marisa.


ArquivO PessOAl<br />

Douglas Wegner<br />

Doutor em Administração, professor do Mestrado Profissional em Administração da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santa Cruz do Sul (Unisc)<br />

“Apesar do avanço, ainda estamos em um processo bastante incipiente<br />

quando comparamos a experiência brasileira com a <strong>de</strong> outros países.”<br />

R e<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cooperação:<br />

tendências <strong>de</strong> gestão e organização<br />

No Brasil foram criadas entre 800 e 1.000<br />

re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cooperação na última década, com<br />

<strong>de</strong>staque para o setor <strong>de</strong> varejo. Apesar do<br />

avanço, ainda estamos em um processo bastante<br />

incipiente quando comparamos a experiência<br />

brasileira com a <strong>de</strong> outros países.<br />

Na Alemanha, por exemplo, as re<strong>de</strong>s associativas<br />

existem há mais <strong>de</strong> cem anos e ocupam<br />

uma posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque na economia,<br />

representando cerca <strong>de</strong> 40% do total <strong>de</strong> vendas<br />

do varejo. Guardadas as diferenças entre<br />

a realida<strong>de</strong> brasileira e a alemã, uma análise<br />

do cenário da cooperação na Alemanha permite<br />

i<strong>de</strong>ntificar cinco gran<strong>de</strong>s temas, que se<br />

caracterizam como importantes tendências<br />

para as re<strong>de</strong>s brasileiras nos próximos anos:<br />

1) Uma das lições mais claras das re<strong>de</strong>s<br />

alemãs é a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento. As<br />

re<strong>de</strong>s alemãs <strong>de</strong>senvolveram estratégias que<br />

vão além da captação <strong>de</strong> novos associados,<br />

realizando fusões e parcerias entre re<strong>de</strong>s<br />

para ganhar escala.<br />

2) As re<strong>de</strong>s alemãs perceberam que a<br />

profissionalização da gestão é essencial para<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento e o sucesso da re<strong>de</strong>. A<br />

autogestão torna-se inviável à medida que a<br />

re<strong>de</strong> expan<strong>de</strong> o número <strong>de</strong> associados.<br />

3) Diversas re<strong>de</strong>s alemãs atuam em<br />

múltiplos segmentos, reunindo sob o mesmo<br />

guarda-chuva varejistas <strong>de</strong> vários segmentos<br />

<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>. Isso permite reduzir<br />

custos e alcançar um novo patamar em<br />

termos <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> serviços.<br />

4) A linha que separa as re<strong>de</strong>s associativas<br />

do sistema <strong>de</strong> franquias e sistema <strong>de</strong><br />

filiais é cada vez mais tênue. Muitas re<strong>de</strong>s<br />

alemãs estabeleceram lojas próprias e mo<strong>de</strong>los<br />

<strong>de</strong> franquia para aumentar o volume<br />

<strong>de</strong> negócios.<br />

5) As re<strong>de</strong>s precisam configurar-se<br />

como centrais <strong>de</strong> serviços, servindo <strong>de</strong> suporte<br />

aos associados e, em alguns casos,<br />

até para associados <strong>de</strong> outras re<strong>de</strong>s. A<br />

eficiência do pacote <strong>de</strong> serviços que elas<br />

oferecem aos associados é um fator competitivo<br />

<strong>de</strong>terminante.<br />

Os cinco temas apontam tendências<br />

para as re<strong>de</strong>s cooperativas no Brasil. Profissionalizar<br />

a gestão e <strong>de</strong>senvolver estratégias<br />

<strong>de</strong> crescimento sem per<strong>de</strong>r o caráter cooperativo<br />

são <strong>de</strong>safios significativos, mas que<br />

precisam ser enfrentados para que as re<strong>de</strong>s<br />

mantenham sua competitivida<strong>de</strong> e assumam<br />

papel <strong>de</strong> protagonistas em seus mercados.<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong> Opinião<br />

17


PAulo RAbEllo dE CASTRo<br />

FOTOS: carlOTa paulS


E N T R E V I S T A<br />

uma nova força<br />

mOTriz<br />

Em um momento <strong>de</strong> crise econômica, o país volta-se a um estado <strong>de</strong> alerta. <strong>de</strong> acordo com<br />

o ecomonista Paulo Rabello <strong>de</strong> Castro, vice-presi<strong>de</strong>nte do Instituto Atlântico e chairman da SR<br />

Rating, empresa classificadora <strong>de</strong> riscos, este é um momento <strong>de</strong> atenção e cautela<br />

como o senhor avalia o atual cenário da<br />

economia internacional?<br />

caSTrO O cenário internacional não<br />

po<strong>de</strong>ria ser mais grave e <strong>de</strong>licado. Ele<br />

tem a seguinte característica: tratase<br />

da mesma crise <strong>de</strong> 2008, portanto<br />

seria um erro adotar a hipótese <strong>de</strong> que<br />

estamos diante <strong>de</strong> uma outra doença.<br />

Essa é a mesma doença que acometeu<br />

o mundo há quase três anos, e que<br />

está numa recidiva, ou seja, vem<br />

agravada por todos os mecanismos<br />

<strong>de</strong> adiamento dos ajustes necessários,<br />

tanto nos Estados Unidos quanto<br />

na Europa. Isso nos pega também<br />

no contrapé em relação à economia<br />

chinesa, superaquecida, e a algumas<br />

economias periféricas da economia da<br />

China, trazendo o cenário mundial<br />

para o Brasil. É muito fácil prever<br />

o <strong>de</strong>saquecimento do preço das<br />

commodities, que tem sido insuflado<br />

exatamente pelos remédios que a<br />

economia mundial tem tomado pra<br />

adiar os ajustes: liqui<strong>de</strong>z, liqui<strong>de</strong>z e<br />

mais liqui<strong>de</strong>z. Essa enorme liqui<strong>de</strong>z<br />

mundial se transferiu parcialmente<br />

para o mercado brasileiro, também<br />

insuflando, além do preço das<br />

commodities, o preço dos ativos<br />

<strong>de</strong> um modo geral, e aí eu estou<br />

falando <strong>de</strong> bolsa, <strong>de</strong> um lado, e ativos<br />

imobiliários, <strong>de</strong> outro, e <strong>de</strong>u força<br />

para um aumento muito expressivo<br />

do crédito interno no Brasil, tanto<br />

o pessoal quanto o habitacional <strong>de</strong><br />

longo prazo. E isso tem se traduzido<br />

em negócios extremamente cativantes<br />

para quem tem estado nesse mercado<br />

<strong>de</strong> ativos até agora. O momento agora,<br />

no entanto, é <strong>de</strong> atenção e cautela,<br />

bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong> 19


Entrevista<br />

mundial, vai se traduzir em impactos<br />

<strong>de</strong> ajustamento aqui <strong>de</strong>ntro.<br />

Em que aspecto a redução da nota/aumento<br />

da dívida dos Estados unidos po<strong>de</strong> afetar a<br />

economia brasileira? O Brasil está a caminho<br />

<strong>de</strong> uma crise como a norte-americana?<br />

caSTrO O Brasil não tem a mesma<br />

doença dos EUA, que é uma doença<br />

<strong>de</strong> superendividamento, tanto das<br />

bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong><br />

20 porque a recidiva, a recaída da crise<br />

famílias quanto do próprio governo,<br />

com um enorme déficit público, que<br />

dificilmente vai ser diminuído, a não<br />

ser que haja um sacrifício fiscal por<br />

parte <strong>de</strong> todo o povo norte-americano,<br />

algo que ainda <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> votação e<br />

acordo político entre agora e o fim das<br />

próximas eleições americanas. Esse<br />

panorama norte-americano é bem<br />

diverso do panorama brasileiro. Isso<br />

não significa que tenhamos alguns dos<br />

sintomas <strong>de</strong>ssa mesma doença, e por<br />

“NóS NoS ToRNAmoS dEPENdENTES dA PRESSão<br />

CoNTINuAdA quE A ChINA fAz Como PRINCIPAl<br />

ComPRAdoRA doS PRoduToS quE SuSTENTAm A<br />

PAuTA ComERCIAl bRASIlEIRA dE ExPoRTAçõES.”<br />

quê? Porque o endividamento pessoal<br />

das famílias aumentou, inclusive<br />

<strong>de</strong> algumas empresas. O nível <strong>de</strong><br />

exposição ao crédito é maior por parte<br />

das empresas, inclusive as que vivem<br />

do mercado a crédito, e isso também se<br />

traduz para o varejo, que tem crescido<br />

formidavelmente em todos os estados<br />

brasileiros, numa próxima etapa <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>saceleração, e para alguns uma<br />

<strong>de</strong>saceleração meio <strong>de</strong>sconfortável,<br />

na medida em que os níveis <strong>de</strong> calote<br />

po<strong>de</strong>m aumentar significativamente.<br />

por que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>mos tanto do<br />

crescimento da china?<br />

caSTrO Nós nos tornamos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

da pressão continuada que a China<br />

faz como principal compradora dos<br />

produtos que sustentam a pauta<br />

comercial brasileira <strong>de</strong> exportações,<br />

e falo particularmente do minério <strong>de</strong><br />

ferro, da soja e <strong>de</strong> mais alguns produtos<br />

principais <strong>de</strong> exportação. Esses<br />

produtos garantiram saldos expressivos<br />

nos últimos anos, com as quais o Brasil<br />

financiou a festa <strong>de</strong> importações, <strong>de</strong><br />

forma que o varejo brasileiro reflete<br />

hoje não só o crescimento da indústria,<br />

mas principalmente o crescimento<br />

das importações. Nem tudo o que se<br />

compra é produzido no Brasil. Diga-se<br />

<strong>de</strong> passagem, a indústria brasileira já<br />

está vivendo um momento <strong>de</strong> relativa<br />

estagnação. Ela já parou <strong>de</strong> crescer e<br />

está buscando se sustentar nos atuais<br />

patamares. Enquanto isso, o varejo<br />

continua bombando, mas não pelo<br />

efeito do crescimento da produção<br />

interna, e sim, pelo efeito <strong>de</strong> uma<br />

gigantesca e crescente importação,


ainda sustentada por excelente preço<br />

<strong>de</strong> commodities. A pergunta é: até<br />

quando? Na medida em que a China,<br />

estando sobreaquecida, tenha que<br />

diminuir o seu ritmo, e para isso<br />

não vai fazer muita força, porque os<br />

principais compradores da China<br />

(EUA e zona do euro) estão entrando<br />

em um novo episódio <strong>de</strong> crise <strong>de</strong><br />

confiança, crise <strong>de</strong> consumo, e isso<br />

afeta o ritmo da produção chinesa.<br />

Essa produção necessariamente<br />

estando <strong>de</strong>saquecida nos trará, como<br />

uma onda <strong>de</strong> arrebentação, o fim <strong>de</strong>ssa<br />

fase <strong>de</strong> enorme euforia.<br />

a escassez da mão <strong>de</strong> obra qualificada é<br />

uma realida<strong>de</strong> no mercado brasileiro. O que<br />

é preciso mudar para termos profissionais<br />

mais bem qualificados?<br />

caSTrO Nada. Agora não po<strong>de</strong>mos<br />

fazer mais nada a respeito <strong>de</strong> algo que<br />

<strong>de</strong>víamos ter feito há cerca <strong>de</strong> cinco,<br />

<strong>de</strong>z anos. Quando eu digo “nada”, é no<br />

sentido <strong>de</strong> que não existe uma varinha<br />

<strong>de</strong> condão, uma fórmula mágica, a não<br />

ser a própria diminuição do ritmo <strong>de</strong><br />

crescimento da economia, que já trará<br />

uma certa acomodação do mercado<br />

<strong>de</strong> trabalho. Nesse sentido, há, por<br />

assim dizer, uma supervalorização<br />

<strong>de</strong>ssa fase mais próspera que a força<br />

<strong>de</strong> trabalho vem experimentando.<br />

É uma fase boa, que não chega a ser<br />

um apagão <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra, salvo<br />

aquele apagão estrutural que já<br />

existia: <strong>de</strong>terminadas especialida<strong>de</strong>s<br />

simplesmente não existem porque<br />

nós não investimos nelas. O mercado<br />

dará um jeito nisso, seja por meio <strong>de</strong><br />

cursos <strong>de</strong> treinamento especializados<br />

“A EduCAção bRASIlEIRA SEmPRE foI ESSE ENTRAVE<br />

mAIoR PoRquE ElA é umA REduToRA do RITmo dE<br />

AbSoRção dE NoVAS TéCNICAS.”<br />

que os próprios interessados (as<br />

médias, gran<strong>de</strong>s e, principalmente, as<br />

maiores empresas brasileiras) já estão<br />

promovendo, se encarregando <strong>de</strong><br />

fazer adaptações rápidas <strong>de</strong>ssa mão <strong>de</strong><br />

obra. Além disso, está acontecendo<br />

um fenômeno extraordinário, que é<br />

a importação <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra, não<br />

só <strong>de</strong> países periféricos da América<br />

do Sul como, inclusive, <strong>de</strong> norteamericanos<br />

e europeus, quando não<br />

<strong>de</strong> asiáticos. E embora a legislação<br />

brasileira seja um pouco refratária<br />

a essa importação, ela começa a<br />

bater na porta do Brasil. É uma boa<br />

solução, que causa um choque cultural<br />

favorável, por trazer gente treinada e<br />

educada em outros lugares, que vem,<br />

como qualquer imigrante, trazer uma<br />

cota <strong>de</strong> contribuição e até mesmo <strong>de</strong><br />

entusiasmo, que muitas vezes você<br />

não vê no mercado local, e serve para,<br />

bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong> 21


Entrevista<br />

custos da mão <strong>de</strong> obra, que realmente<br />

são crescentes.<br />

De que forma a educação brasileira<br />

se tornou um entrave tão forte para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da economia?<br />

caSTrO A educação brasileira sempre<br />

foi esse entrave maior porque ela<br />

bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong><br />

22 <strong>de</strong> certa forma, mo<strong>de</strong>rar o ímpeto dos<br />

é uma redutora do ritmo <strong>de</strong> absorção<br />

<strong>de</strong> novas técnicas, cujo nome é<br />

maior produtivida<strong>de</strong>, ou seja, a maior<br />

produtivida<strong>de</strong> da mão <strong>de</strong> obra <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

essencialmente <strong>de</strong>ssa formação<br />

educacional ampla, genérica e mais do<br />

treinamento específico, que vem com<br />

a faculda<strong>de</strong> ou com as escolas técnicas.<br />

O governo Lula já <strong>de</strong>u alguns passos<br />

que complementaram bem medidas<br />

“Não ExISTE umA VARINhA dE CoNdão, umA fóRmulA<br />

mágICA, A Não SER A PRóPRIA dImINuIção do RITmo<br />

dE CRESCImENTo dA ECoNomIA quE já TRARá umA<br />

CERTA AComodAção do mERCAdo dE TRAbAlho.”<br />

tomadas na gestão FHC, o governo<br />

está atento, os índices <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong><br />

no Brasil estão gradualmente melhorando,<br />

só que esse nível <strong>de</strong> resposta é<br />

insuficiente para o tipo <strong>de</strong> ambição, <strong>de</strong><br />

sonho que nós temos sobre um Brasil<br />

que cresça 5 %, 6%. Portanto, esse é<br />

um entrave muito significativo. Nada,<br />

entretanto, que se compare com o<br />

entrave tributário, com o manicômio<br />

tributário em que vivemos, e esse sim,<br />

é uma forma avassaladora <strong>de</strong> o governo<br />

roubar o exce<strong>de</strong>nte financeiro que<br />

existe nas famílias, nas empresas, para<br />

jogar no financiamento das <strong>de</strong>spesas<br />

que ele realiza. Ou seja, o governo está<br />

sempre elevando salários, como ainda<br />

hoje se anuncia, o Senado acaba <strong>de</strong><br />

autopromover uma elevação do teto<br />

do pagamento dos superassalariados da<br />

assessoria do próprio Senado, para que<br />

ganhem acima do teto estabelecido<br />

pelo STF. Um verda<strong>de</strong>iro escândalo.<br />

No entanto, é a própria casa administrativa,<br />

no caso, o Senado, que<br />

promove essa sinecura. Esse é o Brasil<br />

arrumando o Brasil. Isso precisa ser<br />

<strong>de</strong>nunciado, nós estamos aqui para<br />

conclamar que todos os organismos<br />

representativos <strong>de</strong> empresários e <strong>de</strong><br />

associações profissionais <strong>de</strong> trabalhadores<br />

se reúnam em torno <strong>de</strong>ssa ban<strong>de</strong>ira,<br />

por um Brasil mais eficiente que exige<br />

a simplificação fiscal para os contribuintes<br />

e consumidores, mais transparência<br />

na hora <strong>de</strong> enxergar o imposto<br />

que está embutido no preço do<br />

produto, e controle da <strong>de</strong>spesa pública,<br />

principalmente da <strong>de</strong>spesa corrente,<br />

para que haja mais dinheiro para os<br />

investimentos em infraestrutura, que<br />

estão paralisando o Brasil. Dentro


<strong>de</strong>sses investimentos, o investimento<br />

em educação é um <strong>de</strong>sses que acabam<br />

sendo prejudicados no final do dia.<br />

De que forma o comércio <strong>de</strong> bens e serviços<br />

po<strong>de</strong> ser afetado pela crise brasileira?<br />

E há medidas que já po<strong>de</strong>m ser tomadas<br />

pelos empreen<strong>de</strong>dores brasileiros?<br />

caSTrO Sim. A principal medida para<br />

combater o eventual <strong>de</strong>sânimo do<br />

consumidor na superveniência <strong>de</strong> uma<br />

crise internacional, que seja importada<br />

para o mercado brasileiro, em<br />

<strong>de</strong>terminado momento, e com a força<br />

que teve a crise <strong>de</strong> 2008, é a redução<br />

<strong>de</strong> impostos. Só que em vez <strong>de</strong> ser<br />

uma redução apenas para aten<strong>de</strong>r um<br />

momento <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s, a socieda<strong>de</strong><br />

brasileira, unida diante <strong>de</strong> uma chance<br />

extraordinária que é uma nova crise,<br />

em que o governo se torna mais sensível<br />

para pactuar algo novo, chega para<br />

o governo apresentando uma proposta<br />

<strong>de</strong> simplificação fiscal que seja <strong>de</strong> fato<br />

permanente. Que a gente use a topada<br />

da crise mundial para acelerar o passo,<br />

mudando, trocando a maneira <strong>de</strong> fazer<br />

as coisas, fazendo-as <strong>de</strong> modo mais<br />

eficiente <strong>de</strong>ntro e fora do governo.<br />

Portanto, eu diria que o gran<strong>de</strong> remédio<br />

para a situação da crise atual, e um<br />

dos próximos <strong>de</strong>safios do Brasil, é a<br />

simplificação fiscal como ban<strong>de</strong>ira.<br />

O consumo previsto para o final <strong>de</strong> ano <strong>de</strong>ve<br />

ser menos otimista em <strong>2011</strong>?<br />

caSTrO Não. Acredito que o ano <strong>de</strong><br />

<strong>2011</strong> já está escrito, por mais que haja<br />

– e é possível que haja – um agravamento<br />

da crise internacional entre<br />

“o gRANdE REmédIo PARA A SITuAção dA CRISE<br />

ATuAl, E um doS PRóxImoS dESAfIoS do bRASIl, é A<br />

SImPlIfICAção fISCAl Como bANdEIRA.”<br />

agora e o final do ano. A repercussão<br />

disso po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> alguns poucos pontos<br />

a menos no crescimento esperado para<br />

as vendas do final <strong>de</strong> ano. Minha preocupação<br />

maior está centrada no ano<br />

<strong>de</strong> 2012 e, por incrível que pareça, no<br />

ano <strong>de</strong> 2013, porque o Brasil ainda não<br />

dispõe <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> investimento para<br />

continuar acelerando o país na mesma<br />

proporção que o crédito <strong>de</strong> consumo<br />

conseguiu fazê-lo no período passado.<br />

A força do crédito do consumo foi<br />

extraordinária, mas ela já se esgotou,<br />

batendo no endividamento da economia<br />

brasileira, que não chega a ser exatamente<br />

uma bolha, mas que já atinge<br />

um limite que não <strong>de</strong>ve ser ultrapassado.<br />

Portanto, a nova força motriz do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento tem que ser alguma<br />

outra coisa, que é o investimento que<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa simplificação fiscal para<br />

po<strong>de</strong>r ser duradoura.<br />

bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong> 23


24<br />

I<br />

nauguração<br />

Lançamento<br />

planejado em alto estilo<br />

Inaugurar um negócio traz fortes emoções, pois significa um novo começo para quem<br />

administra e mais um ponto <strong>de</strong> venda para o consumidor. Para seduzi-lo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro<br />

dia <strong>de</strong> funcionamento, planejar esse contato inicial é fundamental para o sucesso futuro<br />

Não basta cortar a fita e abrir as<br />

portas para obter êxito em uma iniciativa<br />

empresarial. Quando a loja chega ao<br />

mercado, o gestor <strong>de</strong>ve mostrar a que ela<br />

veio e a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r com<br />

excelência às <strong>de</strong>mandas do público-alvo.<br />

Essa primeira impressão po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>ixada<br />

no dia da inauguração – uma oportunida<strong>de</strong><br />

ímpar para reunir potenciais<br />

clientes e explorar o mix <strong>de</strong> produtos<br />

que se preten<strong>de</strong> trabalhar. O momento<br />

vai além <strong>de</strong> um cerimonial com comes<br />

e bebes, abrange investigação, empatia<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong><br />

e disposição <strong>de</strong> apresentar o estabelecimento<br />

comercial com eficiência.<br />

Para conquistar aliados, planejar a<br />

abertura consiste em um passo fundamental.<br />

Em outras palavras, é imprescindível<br />

pensar estrategicamente na<br />

promoção <strong>de</strong> um evento que transmita<br />

a filosofia, a preocupação com a qualida<strong>de</strong><br />

e o empenho <strong>de</strong> realmente se<br />

<strong>de</strong>stacar em um respectivo nicho mercadológico.<br />

“Em fevereiro assumimos a<br />

empresa e aproveitamos para inaugurar<br />

com o ‘pé direito’, ou seja, convidamos<br />

Fabrício e Aline (à esquerda): inauguração é o momento <strong>de</strong> reunir a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> contatos<br />

DivulgAção/lojA vicki<br />

pessoas da nossa re<strong>de</strong> <strong>de</strong> network. São<br />

amigos que conhecemos os locais que<br />

frequentam, hábitos <strong>de</strong> consumo e que<br />

possuem afinida<strong>de</strong> com a nossa proposta”,<br />

conta Fabrício Trinda<strong>de</strong> Rodrigues,<br />

sócio-proprietário da Loja Vicki, situada<br />

em Porto Alegre, com foco <strong>de</strong> atuação<br />

no consumidor <strong>de</strong> Classe A. Após seis<br />

meses, o empresário e a sócia Aline<br />

Maeski já contabilizam saldo positivo<br />

<strong>de</strong> todo o investimento. “Pegamos uma<br />

empresa praticamente falida, e hoje comemoramos<br />

um incremento mensal <strong>de</strong><br />

30% no faturamento. Isso é fruto <strong>de</strong> comunicação<br />

eficiente e <strong>de</strong> passos iniciais<br />

acertados”, complementa.<br />

PLanejar semPre<br />

O case <strong>de</strong> sucesso da Vicki reflete<br />

um dos processos-chave do ato <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>r:<br />

o planejamento. Etapa que<br />

já <strong>de</strong>ve permear a agenda inaugural.<br />

Como observou Rodrigues, um coquetel<br />

por si só não diz nada, mas associado<br />

a uma abordagem direta e curiosa<br />

da equipe gera informações, empatia e


prospecção <strong>de</strong> negócios. “Por isso, preparamos<br />

nossos consultores para conversar,<br />

ouvir e anotar contatos, sempre<br />

em um clima agradável, objetivando<br />

realmente estreitar relações.”<br />

Esse po<strong>de</strong> ser o ‘pulo do gato’ para<br />

empreendimentos <strong>de</strong> diferentes portes.<br />

A consultora Aline Nunes acredita que<br />

um lançamento bem-sucedido, com força<br />

para sedimentar uma marca (ou empresa),<br />

requer uma postura diligente e<br />

firmada nos 3 Ps: Paciência, Planejamento<br />

e Persistência. “Os retornos, na maioria<br />

das vezes, ocorrem no longo prazo.<br />

Existem, é claro, ações que possibilitam<br />

obter respostas em menos tempo. Ainda<br />

assim necessitam <strong>de</strong> foco, planejamento<br />

e orientação para execução. Estamos<br />

falando <strong>de</strong> uma ação para apresentar a<br />

loja e suas potencialida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> maneira<br />

nítida e eficaz”, explica a executiva que<br />

também dirige a DNA Marketing Estratégico<br />

– consultoria especializada em<br />

pequenas e médias empresas.<br />

o gran<strong>de</strong> dia<br />

Inauguração lembra festa. Entretanto, analisar minuciosamente cada <strong>de</strong>talhe do<br />

primeiro contato da empresa com a clientela é o que po<strong>de</strong> fazer a diferença lá na<br />

frente. Dicas para um lançamento promissor:<br />

Lançar um empreendimento, <strong>de</strong> qualquer porte e segmento econômico, exige<br />

do gestor uma parada com o fim <strong>de</strong> planejar, consi<strong>de</strong>rando as metas e o público<br />

a ser atingido. Deve haver uma convergência <strong>de</strong> propósitos<br />

Quem chamar para conhecer <strong>de</strong> primeira mão a loja? Pessoas com perfil econômico,<br />

social e com interesse no que o estabelecimento disponibiliza no mercado<br />

Coquetel, música ambiente e ações promocionais são importantes para marcar<br />

o momento. Contudo, elas <strong>de</strong>vem integrar o conjunto <strong>de</strong> iniciativas capazes <strong>de</strong><br />

seduzir o consumidor e ven<strong>de</strong>r uma imagem positiva do negócio, a exemplo <strong>de</strong><br />

um mix <strong>de</strong> produtos sortido e organizado<br />

Treinar os colaboradores para prestar um atendimento qualificado e aproveitar<br />

para fazer uma abordagem direta, obter informações referentes ao perfil e<br />

contatos para <strong>de</strong>senvolver um cadastro interessante<br />

Vale investir nas mídias sociais, divulgando no Twitter, Facebook e site<br />

aLiados são bem-vindos<br />

Amigos, pessoas da comunida<strong>de</strong> e<br />

personalida<strong>de</strong>s integram o escopo dos<br />

projetos <strong>de</strong> inauguração. Somado a eles,<br />

outro agente figura como força vital para<br />

o lojista: o fornecedor. Na hora <strong>de</strong> estruturar<br />

o script do evento, não po<strong>de</strong>m faltar<br />

os convites en<strong>de</strong>reçados a prestadores <strong>de</strong><br />

serviços e representantes <strong>de</strong> indústrias, já<br />

da casa ou <strong>de</strong> interesse futuro. “Uma empresa<br />

não é formada exclusivamente pelo<br />

seu público interno. Ela <strong>de</strong>ve procurar se<br />

cercar <strong>de</strong> parceiros confiáveis, pois eles<br />

farão parte do seu negócio”, diz Aline.<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong> 25<br />

lúciA Simon


E M P R E<br />

G O


TexTo: Francine Desoux<br />

Estamos<br />

conTraTanDo<br />

O Brasil passa por um dos melhores períodos econômicos da História, e os<br />

crescentes índices <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> emprego formal comprovam a estabilida<strong>de</strong>.<br />

Hoje há trabalho para gran<strong>de</strong> parte da população, mas é preciso estar qualificado<br />

A Bens<br />

s páginas <strong>de</strong> classificados anunciam: há vagas. Com o<br />

aquecimento do mercado interno, praticamente todos os<br />

setores da economia estão contratando. O resultado disso<br />

é o caminho para o pleno emprego. É válido ressaltar<br />

que pleno emprego não representa o fim do <strong>de</strong>semprego, e<br />

sim que o estoque <strong>de</strong> trabalhadores disponíveis na economia<br />

está sendo plenamente utilizado. “Por utilização plena<br />

enten<strong>de</strong>-se que não há <strong>de</strong>semprego conjuntural, ou seja,<br />

existem poucas pessoas <strong>de</strong>sempregadas e a gran<strong>de</strong> maioria<br />

<strong>de</strong>las permanece nessa situação por não possuir um nível <strong>de</strong><br />

qualificação mínima. Ou, se tem qualificação, por poucos<br />

& Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong><br />

27


E<br />

mprego<br />

para encontrar um emprego condizente<br />

com as expectativas <strong>de</strong> remuneração”,<br />

explica Patrícia Palermo, economista do<br />

Sistema <strong>Fecomércio</strong>-RS. A forma mais<br />

direta <strong>de</strong> auferir a situação <strong>de</strong> pleno<br />

emprego é a observação do valor da<br />

taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>socupação, calculada no<br />

Brasil pelo IBGE.<br />

É difícil, contudo, estabelecer um<br />

número específico; alguns estudos<br />

apontam para taxas em torno <strong>de</strong> 6%<br />

para essa <strong>de</strong>finição no caso brasileiro.<br />

Marcelo Portugal, economista e consultor<br />

da <strong>Fecomércio</strong>-RS, explica que<br />

o número-padrão para a economia<br />

norte-americana, por exemplo, é em<br />

torno <strong>de</strong> 4,5% ou 5%: “Para a economia<br />

brasileira, está entre 5% e 5,5%”.<br />

Apesar da dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição,<br />

existem evidências suficientes para se<br />

caracterizar a situação atual do merca-<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong><br />

28 meses, um período natural necessário<br />

do <strong>de</strong> trabalho no Brasil como <strong>de</strong> pleno<br />

emprego ou, pelo menos, próxima<br />

<strong>de</strong>sse cenário. A taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>socupação<br />

vem caindo consistentemente. Em <strong>de</strong>zembro<br />

<strong>de</strong> 2010, por exemplo, a taxa<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>socupação no país foi <strong>de</strong> 5,3% –<br />

na Região Metropolitana <strong>de</strong> Porto Alegre,<br />

a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>socupação foi <strong>de</strong> 3%<br />

no mesmo mês. E a média dos últimos<br />

12 meses (até junho) está em 6,2%, enquanto<br />

a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>socupação média<br />

do país <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2002 tem sido <strong>de</strong> 9,5%.<br />

Para Marcelo Portugal, o Brasil<br />

caminha em direção à era do pleno<br />

emprego. “Para manter a boa trajetória<br />

que alcançamos nos últimos anos,<br />

temos que segurar a inflação e investir<br />

em infraestrutura.” O terceiro ponto,<br />

conforme o economista, é a qualificação<br />

da mão <strong>de</strong> obra. “Não adianta<br />

apenas ter o emprego, o i<strong>de</strong>al é ter um<br />

bom emprego.”<br />

após curso <strong>de</strong> formação, caila comemora a nova fase cheia <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s profissionais<br />

arquivo Pessoal<br />

O BRASil dO EMPREGO<br />

Ao longo das últimas duas décadas<br />

o Brasil passou por algumas transformações<br />

que lhe permitiram crescer<br />

em ritmo acelerado. A realização <strong>de</strong><br />

reformas, a disciplina fiscal e o controle<br />

da inflação fazem parte do percurso<br />

até aqui. De acordo com Patrícia, tais<br />

transformações criaram um ambiente<br />

<strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> institucional e econômica,<br />

fundamental para que haja<br />

investimento produtivo e, consequentemente,<br />

crescimento econômico. Assim,<br />

com bons pressupostos, o Brasil<br />

aproveitou o momento <strong>de</strong> abundância<br />

<strong>de</strong> crédito e forte crescimento na economia<br />

global e registrou uma sequência<br />

<strong>de</strong> bons anos <strong>de</strong> expansão econômica.<br />

“Para sustentar essa sequência<br />

<strong>de</strong> elevação <strong>de</strong> produção, as empresas<br />

precisaram contratar trabalhadores a<br />

uma velocida<strong>de</strong> maior que aquela com<br />

que cresceu a população economicamente<br />

ativa. Foi esse processo que fez<br />

a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego passar por redução<br />

ano após ano e que conduziu o<br />

mercado <strong>de</strong> trabalho à atual situação<br />

<strong>de</strong> pleno emprego.”<br />

O economista Marcelo Portugal<br />

<strong>de</strong>staca que os últimos 15 anos foram<br />

<strong>de</strong>finitivos na construção do cenário<br />

atual. “O que temos hoje no mercado<br />

<strong>de</strong> trabalho é o resultado <strong>de</strong> várias<br />

transformações que ocorreram lentamente<br />

ao longo dos últimos 15 anos.<br />

Nesse período ocorreram mudanças<br />

<strong>de</strong> caráter econômico e outras <strong>de</strong> caráter<br />

<strong>de</strong>mográfico.” A disponibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra aumenta em uma taxa<br />

menor do que antes, já que a população<br />

tem crescido em ritmo mais lento.<br />

Além disso, foram feitas reformas


necessárias, foi vencida a inflação e<br />

alguns dilemas políticos, houve processo<br />

<strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> renda, aumentando<br />

a massa <strong>de</strong> consumidores.<br />

“Foi uma sequência <strong>de</strong> situações que<br />

variam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a <strong>de</strong>mografia até economia<br />

interna e externa. Esses três fatores<br />

vêm operando há muito tempo <strong>de</strong><br />

forma cumulativa.”<br />

Até então o país possuía um estoque<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempregados e subempregados<br />

muito gran<strong>de</strong>, por isso, estão ocorrendo<br />

atualmente dois movimentos:<br />

aumento do nível <strong>de</strong> emprego <strong>de</strong> forma<br />

geral e crescimento da formalização.<br />

“Há algum tempo, 55% a 58% da<br />

população brasileira tinha vinculação<br />

informal, ou seja, não tinha carteira<br />

assinada. Hoje o número inverteu.”<br />

Além disso, pesquisas sinalizam um<br />

nível <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> bastante gran<strong>de</strong><br />

para se contratarem trabalhadores,<br />

principalmente quando é exigida qualificação.<br />

“Os empresários têm apontado<br />

a falta <strong>de</strong> trabalhadores como o<br />

principal problema enfrentado para a<br />

ampliação da produção ultimamente,<br />

algo que também auxilia na caracterização<br />

da situação atual do mercado<br />

<strong>de</strong> trabalho como <strong>de</strong> pleno emprego”,<br />

analisa Patrícia Palermo.<br />

COntRAtA-SE<br />

PROfiSSiOnAl quAlifiCAdO<br />

Quando há pleno emprego em uma<br />

economia, não significa o fim do <strong>de</strong>semprego<br />

nessa socieda<strong>de</strong>, e sim que<br />

há apenas <strong>de</strong>semprego friccional e o<br />

chamado estrutural. Enquanto o primeiro<br />

<strong>de</strong>corre do funcionamento normal<br />

da economia, ou seja, do tempo<br />

necessário para as pessoas que saíram<br />

<strong>de</strong> um trabalho encontrarem outro<br />

com remuneração <strong>de</strong> acordo com o<br />

esperado, o segundo ocorre em virtu<strong>de</strong><br />

do <strong>de</strong>sencontro entre os empregos<br />

disponíveis e a competência dos trabalhadores<br />

que procuram por emprego.<br />

No caso do <strong>de</strong>semprego estrutural,<br />

a única solução está na qualificação<br />

profissional. E tanto governo quanto<br />

socieda<strong>de</strong> já perceberam que a qualificação<br />

é condição fundamental para<br />

garantir o aumento da produtivida<strong>de</strong><br />

do trabalho. “Nos próximos anos, com<br />

a diminuição das taxas <strong>de</strong> natalida<strong>de</strong>,<br />

a única fonte <strong>de</strong> crescimento virá da<br />

produtivida<strong>de</strong> do trabalho, e a qualificação<br />

profissional é o que garante essa<br />

produtivida<strong>de</strong>”, analisa Patrícia, da<br />

<strong>Fecomércio</strong>-RS.<br />

“Quando comparamos a situação<br />

atual com a <strong>de</strong> algum tempo atrás<br />

po<strong>de</strong>mos observar que há <strong>de</strong>manda e<br />

há mão <strong>de</strong> obra disponível, mas sem<br />

as competências exigidas pelo próprio<br />

mercado, as pessoas estão <strong>de</strong>spreparadas.”<br />

O <strong>de</strong>poimento da superinten<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> Recursos Humanos da BV<br />

Financeira, Rosemary Deliberato, é<br />

uma constante. A falta <strong>de</strong> qualificação<br />

e a <strong>de</strong>manda por pessoas cada vez mais<br />

capacitadas têm <strong>de</strong>ixado muitas vagas<br />

em aberto, além <strong>de</strong> gerar altos índices<br />

<strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> entre as empresas.<br />

Para Silvana <strong>de</strong> Farias Ribeiro, gerente<br />

<strong>de</strong> RH do Grupo Sabemi, <strong>de</strong> Porto<br />

Alegre, o aquecimento do mercado é<br />

proporcional à sua carência. “Nossa<br />

vivência mostra que a exigência está<br />

crescendo, e não encontramos profissionais<br />

qualificados para suprir as nossas<br />

<strong>de</strong>mandas.” Qualificação profissional é<br />

importante porque aumenta a produti-<br />

“O primeiro já vencemos:<br />

as crianças estão<br />

na escola. Agora, o gran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>safio é termos um ensino <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong>”<br />

Marcelo Portugal<br />

Divulgação/<strong>Fecomércio</strong>-rs<br />

Economista e consultor da fecomércio-RS<br />

vida<strong>de</strong> do trabalho, ou seja, cada hora<br />

trabalhada gera mais valor e, em consequência,<br />

maior renda. “Precisamos<br />

<strong>de</strong> profissionais que pensem as ativida<strong>de</strong>s,<br />

não só executem, especialmente<br />

<strong>de</strong> áreas técnicas”, ressalta Portugal. E<br />

se por um lado o Brasil já conseguiu<br />

universalizar o ensino fundamental,<br />

por outro existe ainda muito que evoluir<br />

em relação à qualida<strong>de</strong> do ensino.<br />

Para Patrícia, se avançarmos um pouco<br />

mais na análise, veremos que os brasileiros<br />

ainda dominam muito pouco o<br />

português, e apenas uma pequena parcela<br />

da população apresenta fluência<br />

em uma língua estrangeira.<br />

A <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> formação em áreas<br />

técnicas é sentida nas empresas. Na<br />

Unimed Vale do Taquari e Rio Par-<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong> 29


E<br />

mprego<br />

das áreas <strong>de</strong> engenharia, tecnologia<br />

da informação e cargos <strong>de</strong> gestão são<br />

disputados intensamente. “Encontrar<br />

engenheiro e com experiência é um<br />

achado”, comenta a gerente <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

da Unimed VTRP, Marta<br />

Inês Guerra Saling. A BV Financeira<br />

sente a carência <strong>de</strong> especialistas em<br />

risco <strong>de</strong> crédito e controladoria. E na<br />

Sabemi, as dificulda<strong>de</strong>s aparecem nas<br />

áreas <strong>de</strong> TI, comercial, estratégicas.<br />

“Tenho dificulda<strong>de</strong> até na área operacional,<br />

como meu segmento é específico<br />

preciso <strong>de</strong> profissionais mais preparados”,<br />

afirma Silvana.<br />

“Se por um lado o Brasil já<br />

conseguiu universalizar o<br />

ensino fundamental, por outro<br />

lado existe ainda muito que<br />

evoluir quando o que está<br />

sendo analisado é a questão da<br />

qualida<strong>de</strong> do ensino”<br />

Patrícia Palermo<br />

da fecomércio-RS<br />

Divulgação<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong><br />

30 do (VTRP), por exemplo, candidatos<br />

E se encontrar profissionais que<br />

atendam a todas as exigências da empresa<br />

é difícil, muitos empreendimentos<br />

têm optado por assumir algumas responsabilida<strong>de</strong>s,<br />

especialmente em relação à<br />

qualificação. No entanto, segundo Patrícia,<br />

da <strong>Fecomércio</strong>-RS, custa muito caro<br />

para uma empresa treinar um funcionário,<br />

principalmente quando não há garantias<br />

<strong>de</strong> que ele permanecerá na companhia.<br />

“A busca pela qualificação <strong>de</strong>ve<br />

ser uma constante para os indivíduos e<br />

uma política <strong>de</strong> Estado.”<br />

Muitas vezes, o compromisso com<br />

a qualificação dos funcionários é assumido<br />

<strong>de</strong>vido à área <strong>de</strong> atuação da<br />

empresa. Se vagas que exigem qualificação<br />

mais básica permanecem abertas<br />

durante meses, postos <strong>de</strong> trabalho que<br />

exigem conhecimentos específicos são<br />

ainda mais difíceis <strong>de</strong> se preencher. A<br />

G Seis Fomento Comercial é uma das<br />

companhias que apostam na qualificação.<br />

“Contratamos jovens que estejam<br />

cursando a faculda<strong>de</strong> e, inclusive,<br />

patrocinamos a formação. Além disso,<br />

sugerimos a participação em todos os<br />

cursos promovidos pelo sindicato e outros<br />

em que os próprios colaboradores<br />

<strong>de</strong>monstrarem interesse”, explica Olmar<br />

João Pletsch, proprietário da G Seis<br />

Fomento Comercial, <strong>de</strong> Porto Alegre, e<br />

presi<strong>de</strong>nte do Sindicato das Socieda<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> Fomento Mercantil (Sinfac-RS).<br />

“Temos muitas dificulda<strong>de</strong>s em<br />

encontrar profissionais, pois nossa ativida<strong>de</strong><br />

é bastante específica. Por isso,<br />

normalmente nos encarregamos da<br />

sua formação.” Para Silvana, da Sabemi,<br />

os funcionários precisam também<br />

se auto<strong>de</strong>senvolver, ir em busca <strong>de</strong><br />

vivências que possam contribuir para<br />

as organizações. “Nossas necessida<strong>de</strong>s<br />

enquanto empresa não se resumem à<br />

graduação, nem mesmo à pós-graduação,<br />

é a vivência que importa. Buscar<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento é se especializar,<br />

ir em busca <strong>de</strong> treinamentos focados<br />

naquela realida<strong>de</strong>.” Para a gerente <strong>de</strong><br />

RH da Sabemi, o profissional consi<strong>de</strong>ra<br />

que a obrigação <strong>de</strong> capacitar é da<br />

instituição, “mas é importante enten<strong>de</strong>r<br />

que é um paralelo entre eles e as<br />

instituições; somos donos <strong>de</strong> nossas<br />

carreiras e precisamos ir além”. Na<br />

Unimed VTRP a situação é bastante<br />

semelhante. “Quando pensamos<br />

em <strong>de</strong>senvolvimento, é preciso montar<br />

um plano conjunto, pois a pessoa<br />

também precisa querer se <strong>de</strong>senvolver.<br />

Temos assumido esse papel em muitas<br />

situações”, comenta a gerente <strong>de</strong> Desenvolvimento,<br />

Marta Inês.<br />

Foi esse pensamento que levou<br />

Caila Bianca Rodrigues, <strong>de</strong> 28 anos,<br />

à formação <strong>de</strong> garçom. Caila sempre<br />

trabalhou com atendimento ao público<br />

e nesse caminho fez alguns cursos<br />

básicos. Durante uma entrevista <strong>de</strong><br />

emprego, há alguns meses, ela se <strong>de</strong>parou<br />

com a exigência <strong>de</strong> uma formação<br />

específica na área <strong>de</strong> atendimento<br />

em restaurantes. “Expliquei que<br />

tinha experiência e gran<strong>de</strong> interesse<br />

na área, prometi que iria em busca<br />

<strong>de</strong> uma formação, mas mesmo assim<br />

a recrutadora foi bastante ríspida e<br />

<strong>de</strong>smotivadora.”<br />

Diante <strong>de</strong>sse cenário, Caila <strong>de</strong>cidiu<br />

ir atrás <strong>de</strong>ssa qualificação e <strong>de</strong>scobriu<br />

que o curso era gratuito. “Me inscrevi<br />

no primeiro dia”, comemora. Antes<br />

mesmo da formatura, a porto-alegrense<br />

já contava com interessantes propostas


<strong>de</strong> trabalho. “Qualificação é tudo; não<br />

basta eu saber, é importante ter um<br />

certificado que comprove meus conhecimentos.<br />

E existem muitas alternativas<br />

<strong>de</strong> capacitação, inclusive gratuitas,<br />

basta ir atrás.” Vencer essa barreira e<br />

conseguir um bom emprego motivou<br />

Caila a levar adiante outros planos: até<br />

o final do ano, ela promete completar o<br />

Ensino Médio através do EJA (Educação<br />

<strong>de</strong> Jovens e Adultos). “Quero também<br />

fazer cursos <strong>de</strong> inglês e espanhol<br />

para me preparar para a Copa.”<br />

quEM dá MAiS<br />

Em um cenário <strong>de</strong> poucos trabalhadores<br />

e muitas vagas, manter os<br />

talentos na empresa tornou-se questão<br />

<strong>de</strong> sobrevivência. E para ser competitiva<br />

na retenção <strong>de</strong> talentos, a gran<strong>de</strong><br />

cartada é a gestão <strong>de</strong> pessoas. Antes<br />

<strong>de</strong> tudo é preciso enten<strong>de</strong>r o contexto<br />

em que se está inserido e quais são as<br />

políticas adotadas por outras empresas<br />

do mesmo segmento. A Sabemi, por<br />

exemplo, aposta em um agressivo PLR<br />

(Programa <strong>de</strong> Lucros e Resultados) e<br />

conta com Plano <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

bastante estruturado para os níveis estratégicos,<br />

com planejamento diferenciado<br />

para cada diretor e gerente. “Temos<br />

treinamento e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

acordo com avaliação <strong>de</strong> performance<br />

<strong>de</strong> cada pessoa, plano <strong>de</strong> cargos e salários<br />

bem-estruturado, benefícios, plano<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res que<br />

conta com consultor externo, ações <strong>de</strong><br />

endomarketing para todas as datas comemorativas,<br />

shiatsu e ginástica laboral”,<br />

enumera Silvana. A Sabemi conta<br />

ainda com recrutamento interno, que<br />

facilita a migração <strong>de</strong>ntro da empresa.<br />

marta inês, da unimed vTrP, acredita que políticas <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> pessoas são<br />

essenciais para manter os talentos na empresa<br />

Na Unimed VTRP, com se<strong>de</strong> em<br />

Lajeado, a remuneração é fixa e variável.<br />

“Fazemos pesquisas anuais para<br />

saber quanto o mercado está pagando.<br />

No entanto, remuneração não é o mais<br />

importante; sem um bom salário não<br />

atraímos um talento, mas só um bom<br />

salário não o manterá na empresa”, explica<br />

Marta Inês Saling. A companhia<br />

possui um extensa lista <strong>de</strong> benefícios,<br />

alguns semelhantes aos promovidos<br />

pela Sabemi, como programa <strong>de</strong> participação<br />

nos resultados – que estão<br />

condicionados, entre outros pontos,<br />

a metas <strong>de</strong> 5 S –, assistência médica,<br />

vale-alimentação, seguro <strong>de</strong> vida em<br />

grupo, inclusive para aci<strong>de</strong>ntes, previdência<br />

privada, incentivo à educação<br />

e horário <strong>de</strong> amamentação. “Temos<br />

também o banco <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias e troca entre<br />

as áreas, que motiva os colaboradores<br />

a verem <strong>de</strong> outro jeito o processo,<br />

além das oportunida<strong>de</strong>s internas.”<br />

É essencial dar sustentação ao processo,<br />

e os empreendimentos consi<strong>de</strong>ram<br />

diferentes tipos <strong>de</strong> benefícios, que<br />

vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> remuneração a maior liberda<strong>de</strong>.<br />

Contudo, tanto na Sabemi quanto<br />

na Unimed VTRP ou na G Seis, as<br />

oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

profissional por meio da qualificação<br />

são o que têm tido mais <strong>de</strong>staque para<br />

a manutenção dos talentos na lista<br />

<strong>de</strong> colaboradores. Para o economista<br />

Marcelo Portugal, é um sinal <strong>de</strong> que<br />

os brasileiros estão mais preocupados<br />

com a qualificação. E se cada geração<br />

ten<strong>de</strong> a <strong>de</strong>sejar a melhora <strong>de</strong> vida em<br />

relação à anterior, a tendência é a evolução<br />

natural da socieda<strong>de</strong>. “Quando<br />

se tira a pessoa da educação zero e ela<br />

passa a ter um mínimo <strong>de</strong> formação,<br />

começa a perceber que é importante<br />

melhorar sua própria educação, ou<br />

seja, fazer cursos, se especializar. É um<br />

processo natural.”<br />

Divulgação/unimeD vTrP<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong> 31


stock.xchng<br />

32<br />

S<br />

s a ú d e<br />

aiba mais<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong><br />

e n s i n o<br />

Mercado <strong>de</strong> livros acadêmicos aquecido<br />

O segmento <strong>de</strong> obras acadêmicas no Brasil apresenta uma expectativa <strong>de</strong> crescimento, em<br />

<strong>2011</strong>, na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10% e um volume <strong>de</strong> comercialização <strong>de</strong> US$ 80 milhões. Segundo<br />

a Cambridge University Press, o setor <strong>de</strong> livros universitários apresenta um universo <strong>de</strong><br />

aproximadamente 7 milhões <strong>de</strong> educandos brasileiros, distribuídos em mais <strong>de</strong> 2 mil instituições<br />

<strong>de</strong> ensino superior. “No ano passado, só nas licitações <strong>de</strong> um programa paulista, cerca <strong>de</strong><br />

US$ 16 milhões foram investidos em livros estrangeiros, em que obras em inglês constituíam<br />

a maioria das licitações”, explica Vera Me<strong>de</strong>iros, executiva da organização sem fins lucrativos<br />

focada na aquisição, aprimoramento e disseminação do conhecimento.<br />

Mais gordura no prato do brasileiro<br />

Alto consumo <strong>de</strong> alimentos ricos em<br />

gorduras, açúcar e sódio na dieta dos<br />

brasileiros. Essa é a conclusão da Pes-<br />

quisa <strong>de</strong> Orçamentos Familiares, divul-<br />

gada pelo IBGE, que avaliou os hábitos<br />

alimentares da população. O compor-<br />

tamento nada saudável se apresentou<br />

mais no público jovem. Ainda conforme<br />

dados do levantamento, a ingestão diária <strong>de</strong> colesterol é maior em homens<br />

do que em mulheres e supera os 200 mg para todas as regiões e faixa etária<br />

(exceto os idosos). Entretanto, no Norte do Brasil há um consumo maior<br />

do que 300 mg/dia, máximo recomendado pela Organização Mundial da<br />

Saú<strong>de</strong> (OMS), e no Nor<strong>de</strong>ste chega a 299,1 mg/dia.<br />

Empresas cuidam da própria logística<br />

l o g í s t i c a<br />

A Imam Feiras e Comércios encomendou ao Ibope Inteligência um mapea-<br />

mento do setor <strong>de</strong> logística e intralogística no Brasil, avaliando 70 empresas,<br />

<strong>de</strong> 14 segmentos, em cinco distintas regiões. Os resultados contaram um<br />

pouco <strong>de</strong> quem integra tal segmento econômico. Os profissionais da área se<br />

concentram na faixa <strong>de</strong> 31 a 40 anos, sendo que mais <strong>de</strong> 44% possuem até<br />

um ano no cargo. Além disso, 56% das organizações trabalham as ativida<strong>de</strong>s<br />

logísticas internamente e 44% terceirizam.<br />

A pesquisa também avaliou o grau <strong>de</strong> conhecimento dos participantes em<br />

relação ao uso do termo “intralogística”. Cerca <strong>de</strong> 60% afirmaram conhecer a<br />

expressão e 20% a usam no seu cotidiano empresarial.<br />

Rob owen-wahl/stock.xchng<br />

i m a g i n a s ó !<br />

Muitos dólares<br />

por conselhos via Skype<br />

laiju mod/stock.xchng<br />

Há conselhos<br />

que valem<br />

ouro. Alguns<br />

chegam a custar<br />

U$$ 6,5 mil.<br />

Sim, quando<br />

o objetivo é<br />

colocar na<br />

linha gurus do<br />

padrão Tow<br />

Dwan, Steven<br />

Levitt e Jack Welch, por exemplo, a conta fica<br />

alta. Mas há quem <strong>de</strong>seje trocar umas palavras<br />

com um ‘bambambam’. Para aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>man-<br />

da, o americano Brandom Adams criou o site<br />

Expert Insight, que permite conversas por Skype<br />

com especialistas mundialmente renomados.<br />

As possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> escolhas abrangem mais <strong>de</strong><br />

150 profissionais, como economistas e adminis-<br />

tradores <strong>de</strong> investimentos, e até campeões <strong>de</strong><br />

pôquer para falar <strong>de</strong> suas estratégias.


m e n t e & t R a b a l h o<br />

s o c i e d a d e<br />

n e g ó c i o s<br />

Mais <strong>de</strong> 65% das brasileiras sofrem <strong>de</strong> estresse<br />

Estudo da Nielsen Company em 21 países apontou o estresse<br />

como um dos principais males vivenciados pelas brasileiras. Os<br />

números computados indicam que 67% vivem uma realida<strong>de</strong><br />

estressante. Para o especialista em <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competên-<br />

cias e alinhamento estratégico, An<strong>de</strong>rson Cavalcante, o acúmulo <strong>de</strong><br />

tarefas não seria o motivador central <strong>de</strong>sse cenário. “Sabemos que<br />

nos últimos anos a mulher tem se <strong>de</strong>dicado a uma quantida<strong>de</strong> muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, mas<br />

o problema maior é que elas estão investindo em projetos que não fazem sentido. Ou seja,<br />

há um <strong>de</strong>salinhamento entre atitu<strong>de</strong>s e missão <strong>de</strong> vida, nas perspectivas profissional e pessoal.<br />

É isso que tem gerado o sentimento <strong>de</strong> angústia e, também, frustração, dois catalisadores do<br />

estresse”, explica. Ao todo, mais <strong>de</strong> 6.500 pessoas do sexo feminino foram ouvidas.<br />

A qual classe pertenço?<br />

O brasileiro não sabe a qual classe social pertence, apontou pesquisa do Data Polupar, aplica-<br />

da no segundo trimestre <strong>de</strong> <strong>2011</strong> com 3 mil entrevistados, domiciliados em 251 cida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong><br />

26 estados. O equívoco começa por quem ocupa o topo da pirâmi<strong>de</strong>. O segmento mais abas-<br />

tado acredita fazer parte da classe média, sendo que um terço pensa ser baixa renda. Caso<br />

semelhante da classe C, que também se enxerga em um patamar inferior ao real. “A percep-<br />

ção da população em relação ao seu padrão <strong>de</strong> vida, em gran<strong>de</strong> parte, não reflete a realida<strong>de</strong>”,<br />

afirma Renato Meirelles, sócio-diretor do instituto. No caso das classes AB (renda média do-<br />

miciliar <strong>de</strong> R$ 8.393), 55,2% se consi<strong>de</strong>raram da classe média (R$ 2.295), enquanto somente<br />

9,6% se classificaram corretamente. Outros 35,2% avaliaram ser <strong>de</strong> baixa renda (média <strong>de</strong> R$<br />

867). Ao serem questionados, não foram informados sobre o critério <strong>de</strong> classificação.<br />

Os receios dos<br />

Empreen<strong>de</strong>dores Individuais<br />

A falta <strong>de</strong> capital <strong>de</strong> giro foi apontada como maior obstáculo para<br />

conduzir negócios <strong>de</strong> pequeno porte. O dado refere-se a um<br />

levantamento realizado pelo Sebrae-RS com 425 Empreen<strong>de</strong>dores<br />

Individuais (Eis) do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. Em segundo lugar aparece a<br />

dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> administrar o negócio, seguida pela falta <strong>de</strong> clientes.<br />

O Sebrae <strong>de</strong>sponta como a entida<strong>de</strong> mais lembrada pelo segmento<br />

para buscar soluções. Nada menos que 52% dos participantes a<br />

citaram como meio importante para alavancar a empresa.<br />

caRl dwyeR/stock.xchng<br />

[<br />

Dados da pesquisa<br />

geralmente alguém da família<br />

seu estabelecimento até 2012<br />

e m t e m p o<br />

preten<strong>de</strong>m viajar<br />

Sondagem do Ministério do<br />

Turismo sinaliza um incremento<br />

<strong>de</strong> 25% para 34,4% no índice <strong>de</strong><br />

brasileiros que preten<strong>de</strong>m viajar<br />

até janeiro <strong>de</strong> 2012. A mensuração<br />

do órgão aconteceu em julho,<br />

em comparação com o mesmo<br />

período <strong>de</strong> 2010. O <strong>de</strong>sejo da<br />

maioria dos entrevistados, 66,2%,<br />

é passear por <strong>de</strong>stinos nacionais,<br />

colocando o Nor<strong>de</strong>ste no primeiro<br />

lugar do ranking, <strong>de</strong>pois o Su<strong>de</strong>ste.<br />

Subiu também, <strong>de</strong> 50,8% para<br />

62,1%, o número <strong>de</strong> pessoas que<br />

preten<strong>de</strong>m se hospedar em hotéis<br />

e pousadas. O restante ficará em<br />

casa <strong>de</strong> parentes e amigos.<br />

mais infoRmações na edição 67 da b&s Mais brasileiros<br />

41% dos entrevistados têm menos <strong>de</strong> um ano <strong>de</strong> atuação no<br />

mercado; 17% já têm seu negócio há mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos<br />

46% trabalham sozinhos, sem o respaldo <strong>de</strong> colaboradores<br />

35% dos participantes da entrevista possuem um colaborador,<br />

Para 47%, a internet é o meio mais usado para obter<br />

informações, ficando os jornais com 20% e revistas com 15%<br />

78% dos empreen<strong>de</strong>dores possuem a intenção <strong>de</strong> investir no<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong> 33


34<br />

E<br />

conomia<br />

MoMento<br />

<strong>de</strong> ser cauteloso<br />

A crise financeira nos Estados Unidos preocupa a economia mundial. Mas <strong>de</strong> que forma<br />

essa situação realmente afeta a realida<strong>de</strong> brasileira? Saiba o que dizem os especialistas e<br />

entenda por que é importante estar alerta<br />

OBrasil<br />

ser a “bola da vez” na<br />

área <strong>de</strong> investimentos econômicos é<br />

uma expressão recorrente não apenas<br />

entre economistas, mas também entre<br />

os brasileiros em geral. A expectativa<br />

em torno <strong>de</strong> eventos como a Copa do<br />

Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos<br />

em 2016 anima os diversos segmentos<br />

do mercado. A oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inovar<br />

e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudança vêm<br />

mobilizando forças no que diz respeito<br />

à qualificação <strong>de</strong> profissionais não<br />

apenas para o turismo, mas também<br />

na hotelaria, comércio, serviços e outros<br />

setores.<br />

No entanto, uma sombra ameaça<br />

tamanho otimismo. Isso porque as notícias<br />

no cenário econômico internacional<br />

têm sido motivo <strong>de</strong> preocupação para as<br />

bolsas <strong>de</strong> valores no mundo todo. A crise<br />

financeira na Europa, que intercalou países<br />

como Espanha, Portugal e Grécia, ganha<br />

agora nova proporção e toma conta<br />

<strong>de</strong> um outro país: os Estados Unidos.<br />

Símbolo <strong>de</strong> segurança econômica e<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong><br />

referência mundial para investidores, a<br />

nação do presi<strong>de</strong>nte Barack Obama se<br />

viu diante da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma recessão<br />

similar à que ocorreu em 1929,<br />

eternizada na história da economia<br />

como o crash – a quebra – da bolsa <strong>de</strong><br />

Nova York.<br />

Mas a atual crise norte-americana,<br />

que resultou no aumento do teto da<br />

dívida pública e na baixa da nota dos<br />

Estados Unidos (<strong>de</strong> AAA para AA+),<br />

também está vinculada ao conhecido<br />

impasse entre os dois principais partidos<br />

políticos daquele país: os Democratas e<br />

os Republicanos. Em meio a opiniões divergentes<br />

e acordos fechados <strong>de</strong> última<br />

hora, <strong>de</strong> que forma a presente situação<br />

nos Estados Unidos preocupa o bolso<br />

dos brasileiros? Que reflexos po<strong>de</strong>mos<br />

sentir a partir <strong>de</strong>ssa crise, consi<strong>de</strong>rando<br />

que a economia norte-americana é um<br />

ponto crucial para a estabilida<strong>de</strong> financeira<br />

<strong>de</strong> outros países?<br />

De acordo com o pesquisador da<br />

Fundação <strong>de</strong> Economia e Estatística<br />

(FEE) Carlos Águedo Paiva, os problemas<br />

da economia brasileira não<br />

estão diretamente vinculados à crise<br />

norte-americana ou europeia. “Estamos<br />

valorizando o real e mantendo<br />

um crescimento <strong>de</strong> renda com consumo<br />

acelerado, mas estamos no mesmo<br />

caminho dos EUA. Contudo, somos<br />

nós que estamos criando o problema,<br />

ele não é externo, como se tem atribuído<br />

por aí.”<br />

De acordo com o especialista, os<br />

setores que mais sentem o impacto <strong>de</strong><br />

instabilida<strong>de</strong>s estrangeiras são a indústria<br />

e o comércio. “O gran<strong>de</strong> problema<br />

é que a política <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> inflação<br />

que o Brasil tem é a mesma <strong>de</strong> 1994.<br />

Cada vez que a inflação estoura, subimos<br />

as taxas <strong>de</strong> juros, e por isso entra<br />

bastante dólar na economia. Porém,<br />

entra dólar <strong>de</strong>mais, e a <strong>de</strong>manda não<br />

entra na mesma proporção. Dessa forma,<br />

o dólar cai, o real aumenta, e por<br />

isso fica difícil exportar, sendo mais barato<br />

comprar <strong>de</strong> fora”, explica Paiva.


A questão do consuMo<br />

Com a proximida<strong>de</strong> do final do<br />

ano, o mercado anima-se em torno<br />

do aumento do consumo, provocado<br />

por datas especiais como Natal e Ano<br />

Novo. No ano passado, o Brasil vivenciou<br />

um fechamento <strong>de</strong> ano ímpar, com<br />

o impulso econômico da classe C. Em<br />

<strong>2011</strong>, segundo Carlos Paiva, talvez não<br />

seja possível crescer como o esperado,<br />

“mas não será <strong>de</strong>sanimador”, confia. O<br />

alerta fica por conta <strong>de</strong> sintomas similares<br />

aos da Grécia e dos Estados Unidos,<br />

e que já po<strong>de</strong>m ser sentidos no Brasil.<br />

“Importamos produtos industrializados<br />

e, mesmo assim, os preços não ficam<br />

totalmente sob controle. Isso gera uma<br />

bola <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda nos setores <strong>de</strong> serviços<br />

e imobiliário, a qual acaba explodindo,<br />

e você entra em crise. Este é momento<br />

para estarmos nos ajustando, e não estamos<br />

fazendo isso”, avalia o especialista.<br />

“Temos a taxa <strong>de</strong> juro mais alta do mundo,<br />

valorizamos a moeda como nenhum<br />

outro, e enquanto os outros países tiveram<br />

<strong>de</strong>flação, nós temos inflação todos<br />

os anos”, aponta. Ainda que indústria e<br />

agricultura sejam os setores mais pressio-<br />

nados pelas taxas <strong>de</strong> juros, há dicas que<br />

po<strong>de</strong>m ser aproveitadas por empresas<br />

<strong>de</strong> menor porte: “Não faça investimentos<br />

com todos os seus recursos. Fuja da<br />

iliqui<strong>de</strong>z e controle seu fluxo <strong>de</strong> caixa”,<br />

recomenda Paiva.<br />

cenário incerto<br />

Para a pesquisadora do Instituto Brasileiro<br />

<strong>de</strong> Economia da Fundação Getulio<br />

Vargas, Lia Valls, o rebaixamento da<br />

nota dos Estados Unidos não é a questão<br />

mais importante. “O que temos que ficar<br />

atentos é que, apesar <strong>de</strong> ter sido feito um<br />

acordo no congresso norte-americano em<br />

relação ao teto da dívida, existe um compromisso<br />

<strong>de</strong> cortes <strong>de</strong> gastos muito elevados.<br />

O que não está <strong>de</strong>cidido totalmente<br />

é como essa redução vai ser feita, o quanto<br />

haverá <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> impostos, <strong>de</strong><br />

redução <strong>de</strong> gastos, e o impasse que existe<br />

entre <strong>de</strong>mocratas e republicanos é o que<br />

torna essa situação incerta, difícil. A i<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> que uma instabilida<strong>de</strong> política po<strong>de</strong><br />

impedir que se feche uma dívida traz<br />

mais incertezas”, comenta Lia.<br />

Com relação às tendências para<br />

o consumo no final <strong>de</strong> ano, Lia reve-<br />

la: um cenário <strong>de</strong> menor crescimento<br />

econômico acaba afetando o consumo,<br />

pois se têm menos investimentos, e a<br />

economia vem crescendo rapidamente.<br />

“Se está num momento <strong>de</strong> muita<br />

incerteza, e é complicado prever a forma<br />

como essa crise vai rebater efetivamente.<br />

Acredito que estamos muito<br />

no início, mas há uma gran<strong>de</strong> confiança”,<br />

ressalta.<br />

Ainda na opinião <strong>de</strong> Lia, se a crise<br />

dos Estados Unidos progredir, todos<br />

os setores serão afetados, pois haverá<br />

uma queda no crescimento econômico<br />

mundial. No caso do comércio, um<br />

crescimento menor já é esperado: cerca<br />

<strong>de</strong> 3,8%. “Neste setor, o que interessa<br />

é a renda. Se você tem uma renda menor,<br />

ven<strong>de</strong> menos. Mas o consumidor<br />

ainda está confiante, então, a não ser<br />

que a situação internacional se agrave,<br />

aí logicamente o comércio será afetado”,<br />

prevê. Indo ao encontro do pensamento<br />

<strong>de</strong> Carlos Águedo Paiva, Lia<br />

afirma que é importante estar alerta. “É<br />

momento <strong>de</strong> ser nem tão otimista, nem<br />

tão pessimista, mas cauteloso. Calcular<br />

com cautela”, recomenda.<br />

Caroline Corso<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong> 35


M<br />

ercado<br />

Cenário<br />

promissor e luxuoso<br />

Sinônimo <strong>de</strong> status, o luxo representa um mercado em constante crescimento no Brasil.<br />

O especialista Carlos Ferreirinha, referência nacional no assunto, conta quais são as<br />

principais características que compõem esse negócio<br />

<strong>de</strong> luxo brasileiro?<br />

Ferreirinha O Brasil é visto como um<br />

mercado especial e promissor. Na<br />

América Latina, somos a capital<br />

do consumo <strong>de</strong> luxo. São Paulo é o<br />

coração <strong>de</strong>sse mercado, concentrando<br />

66% dos consumidores. Vivemos um<br />

momento especial, <strong>de</strong> crescimento e<br />

gran<strong>de</strong>s oportunida<strong>de</strong>s. Elas vão se<br />

traduzir a médio e longo prazos.<br />

O mercado do luxo no Brasil segue<br />

em expansão e vislumbra um cenário<br />

bastante positivo para <strong>2011</strong>, com uma<br />

projeção <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> 33%. No<br />

ano passado, as empresas investiram o<br />

equivalente a 21% do seu faturamento,<br />

com os valores saltando <strong>de</strong> US$<br />

1,24 bilhão em 2009 para US$ 1,89<br />

bilhão em 2010. Para este ano, com a<br />

otimista projeção <strong>de</strong> crescimento do<br />

setor, a expectativa <strong>de</strong> investimentos é<br />

da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> US$ 2,57 bilhões.<br />

Qual a participação do rio Gran<strong>de</strong> do Sul<br />

nesse cenário?<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong><br />

36 Como se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>finir o mercado<br />

Ferreirinha Curitiba e Porto Alegre vêm<br />

<strong>de</strong>spertando a atenção das marcas, porém<br />

o consumidor do Sul do Brasil ainda<br />

mantém uma cultura <strong>de</strong> reter suas<br />

economias, ou seja, ele não gasta tanto<br />

quanto o paulista, por exemplo, que é<br />

mais consumista. O Norte e Nor<strong>de</strong>ste<br />

do Brasil também estão em ascensão,<br />

consumindo muito mais produtos e<br />

serviços <strong>de</strong> luxo, mais do que nunca.<br />

em que aspectos o mercado <strong>de</strong> luxo<br />

brasileiro se difere do mercado <strong>de</strong><br />

países-se<strong>de</strong> <strong>de</strong> marcas tradicionalmente<br />

luxuosas?<br />

Ferreirinha Primeiramente, a fragilida<strong>de</strong><br />

dos tradicionais e po<strong>de</strong>rosos<br />

mercados <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> luxo, como<br />

EUA, Japão e Europa, faz com que as<br />

empresas busquem alternativas imediatas<br />

para garantir o médio e o longo<br />

prazo <strong>de</strong> resultados. Como nunca, nós,<br />

latinos – consumidores e mercados<br />

–, passamos a ser vitais. Temos sido<br />

capazes <strong>de</strong> criar extraordinárias marcas<br />

nacionais genuinamente <strong>de</strong> luxo. Em<br />

segundo lugar, o Brasil se <strong>de</strong>staca pelo<br />

atendimento e serviço humanizado.<br />

O mundo ainda po<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r muito<br />

com nossos serviços. Nós humanizamos<br />

o atendimento e tornamos a mão<br />

<strong>de</strong> obra no Brasil única.<br />

De que forma brasileiros em geral enxergam<br />

esse mercado?<br />

Ferreirinha O consumo na gestão <strong>de</strong> luxo<br />

é emocional. Numa era on<strong>de</strong> o <strong>de</strong>sejo<br />

está ligado ao emocional e à realização<br />

pessoal, experiências são fundamentais.<br />

Experimentar, sentir, <strong>de</strong>spertar<br />

sensações que só po<strong>de</strong>m ser proporcionadas<br />

através <strong>de</strong> experiências. No<br />

mercado atual, a diferenciação leva ao<br />

<strong>de</strong>staque, e esse a oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

expansão <strong>de</strong> uma empresa. Vivemos<br />

a “era das experiências”, em que cada<br />

vez mais o cliente procura oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> experimentar novas emoções,<br />

para assim sentir-se especial e único.<br />

Qual o perfil do consumidor <strong>de</strong><br />

luxo brasileiro?


Ferreirinha O brasileiro tem um perfil<br />

muito peculiar no que se refere a consumo,<br />

somos muito impulsivos.<br />

O brasileiro é muito emocional na<br />

hora <strong>de</strong> consumir. Quando você<br />

compara o consumidor tradicional<br />

<strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> luxo com esse novo<br />

consumidor, o comportamento é o<br />

mesmo: “Eu quero e quero agora”. Nós<br />

precisamos <strong>de</strong>ssa nova classe média<br />

que está li<strong>de</strong>rando o consumo no<br />

país, e ela precisa ser educada para o<br />

consumo aspiracional. O Brasil inteiro<br />

precisa <strong>de</strong>spertar como um país <strong>de</strong><br />

consumo verda<strong>de</strong>iro, não apenas São<br />

Paulo. Acredito que nos próximos anos<br />

veremos mudanças importantes no<br />

Brasil nesse sentido. O surgimento <strong>de</strong><br />

uma nova classe consumidora trouxe<br />

ao mercado <strong>de</strong> luxo um novo cliente,<br />

aquele que tem acesso às mesmas<br />

categorias <strong>de</strong> produtos diferenciados,<br />

mas que traz em sua bagagem outras<br />

referências estéticas, comuns aos<br />

emergentes que representam mais da<br />

meta<strong>de</strong> do consumo nacional dos dias<br />

atuais. O impacto <strong>de</strong> uma nova classe<br />

<strong>de</strong>mocratizando o consumo diferenciado.<br />

A chamada nova classe média<br />

consome 13 vezes mais que a elite e já<br />

representa 50% dos consumidores <strong>de</strong><br />

produtos e serviços <strong>de</strong> luxo.<br />

A <strong>de</strong>mocratização do consumo leva as<br />

pessoas a consumirem mais produtos<br />

<strong>de</strong> luxo. O uso do crédito no Brasil é<br />

um dos maiores no mundo, tanto que<br />

muitas marcas tiveram que se adaptar<br />

a esse novo hábito <strong>de</strong> consumo no<br />

Brasil e disponibilizam a oportunida<strong>de</strong><br />

DivulGação MCF<br />

da compra parcelada. A Armani é<br />

um exemplo disso. O Brasil é o único<br />

país, em seus 46 países <strong>de</strong> atuação, no<br />

qual a grife italiana permite que seus<br />

clientes parcelem suas compras. É o<br />

impacto <strong>de</strong> uma nova classe <strong>de</strong>mocratizando<br />

o consumo diferenciado.<br />

Quais as tendências para o setor no país?<br />

Ferreirinha O Brasil será favorecido por<br />

uma série <strong>de</strong> fatores que impactarão<br />

<strong>de</strong> forma muito positiva o contínuo<br />

crescimento da ativida<strong>de</strong> do luxo no<br />

país. Entre elas, expansão geográfica,<br />

velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inclusão social, surgimento<br />

<strong>de</strong> novas classes sociais, processo<br />

acelerado <strong>de</strong> enriquecimento,<br />

migração entre classes sociais, bônus<br />

<strong>de</strong>mográfico, fortalecimento da classe<br />

média, aceleração da sofisticação dos<br />

hábitos e padrões <strong>de</strong> consumo dos brasileiros.<br />

Novos centros comerciais <strong>de</strong><br />

varejo <strong>de</strong> luxo serão criados e às vezes<br />

até mesmo reinventados. Cartões <strong>de</strong><br />

crédito com seus produtos focados no<br />

aspiracional e alta renda encontram<br />

o melhor momento da história na região.<br />

Hotelaria e principalmente hotelaria<br />

butique e <strong>de</strong> experiências passam<br />

a ser um novo <strong>de</strong>stino no mundo.<br />

A alta gastronomia supera as expectativas<br />

e cresce a ritmo vigoroso não<br />

só no Brasil como na América Latina.<br />

Bancos <strong>de</strong> forma geral querem tratar<br />

<strong>de</strong> forma diferenciada seus clientes<br />

<strong>de</strong> alta renda e muitos já <strong>de</strong>senham<br />

inclusive áreas <strong>de</strong>stinadas somente<br />

com esse objetivo. Isso sem falar do<br />

consumo <strong>de</strong> carros Premium, que tem<br />

na América Latina um dos melhores<br />

crescimentos do mundo.<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong> 37


38<br />

E<br />

ntida<strong>de</strong><br />

Lixo<br />

no lugar certo<br />

Campanha da <strong>Fecomércio</strong>-RS garante a <strong>de</strong>stinação a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> equipamentos<br />

<strong>de</strong> informática e telefonia pós-consumo. Municípios gaúchos apoiam a iniciativa,<br />

disponibilizando postos <strong>de</strong> coleta<br />

Até<br />

30 <strong>de</strong> <strong>setembro</strong>, o Sistema<br />

<strong>Fecomércio</strong>-RS promove a Campanha<br />

<strong>de</strong> Recolhimento <strong>de</strong> Equipamentos <strong>de</strong><br />

Informática e Telefonia Pós-Consumo.<br />

Elaborada com o propósito <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r<br />

às necessida<strong>de</strong>s legais, a campanha<br />

também está atenta ao meio ambiente.<br />

O projeto busca a mobilização do setor<br />

terciário e conscientização <strong>de</strong> cidadãos<br />

e empresas sobre a importância da <strong>de</strong>stinação<br />

correta <strong>de</strong> equipamentos eletrônicos.<br />

A iniciativa é uma parceria entre<br />

o Sistema <strong>Fecomércio</strong> com prefeituras<br />

municipais e empresas <strong>de</strong> transporte e<br />

reciclagem <strong>de</strong> resíduos.<br />

Os pontos <strong>de</strong> coleta são i<strong>de</strong>ntificados<br />

com o logotipo da campanha e recebem<br />

materiais como CPUs completas, monitores,<br />

teclados, mouse, impressoras,<br />

notebooks, estabilizadores, no-breaks,<br />

telefones celulares e suas baterias, carregadores,<br />

telefones sem fio, cabos, terminais,<br />

centrais telefônicas, placas <strong>de</strong><br />

re<strong>de</strong>, placa mãe, <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, som ou sax,<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong><br />

mo<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>codificador. Também estão<br />

previstas coletas especiais em empresas<br />

e entida<strong>de</strong>s, por meio do preenchimento<br />

do formulário <strong>de</strong> solicitação <strong>de</strong> coleta,<br />

que <strong>de</strong>ve ser encaminhado com 48 horas<br />

<strong>de</strong> antecedência para o e-mail coleta@<br />

tra<strong>de</strong>recycle.com.br.<br />

Muitas cida<strong>de</strong>s já encerram suas<br />

coletas: Alegrete, Alvorada, Cachoeira<br />

do Sul, Camaquã, Canela, Canguçu,<br />

Caxias do Sul, Cerro Largo, Erechim,<br />

Erval Gran<strong>de</strong>, Fre<strong>de</strong>rico Westphalen,<br />

Getúlio Vargas, Gramado, Horizontina,<br />

Ijuí, Jaguarão, Osório, Passo Fundo, Pelotas,<br />

Santa Maria, Santana do Livramento,<br />

Santo Ângelo, São Gabriel, São<br />

Luiz Gonzaga, São Sebastião do Caí, São<br />

Sepé, Severiano <strong>de</strong> Almeida, Tramandaí,<br />

Três <strong>de</strong> Maio, Três Passos e Viamão.<br />

Outros 22 municípios ainda estão recebendo<br />

equipamentos eletrônicos fora <strong>de</strong><br />

uso (quadro). Mais informações po<strong>de</strong>m<br />

ser obtidas em www.fecomercio-rs.org.br/<br />

campanhasustentabilida<strong>de</strong>.<br />

Campanha<br />

Bagé até 30/09<br />

Bento Gonçalves até 24/09<br />

Cachoeirinha até 30/09<br />

Carazinho até 30/09<br />

Cruz Alta até 30/09<br />

Farroupilha até 10/09<br />

Glorinha até 30/09<br />

Gravataí até 30/09<br />

Itaqui até 30/09<br />

Lajeado até 10/09<br />

Montenegro até 27/09<br />

Novo Hamburgo até 30/09<br />

Palmeira das Missões até 10/09<br />

Porto Alegre até 30/09<br />

Rio Gran<strong>de</strong> até 15/09<br />

Santa Cruz do Sul até 04/09<br />

Santa Rosa até 17/09<br />

São Borja até 30/09<br />

São Leopoldo até 03/09<br />

Sobradinho até 28/09<br />

Uruguaiana até 16/09<br />

Venâncio Aires até 30/09


P<br />

ersonalida<strong>de</strong><br />

guru dOs<br />

negócios brasileiros<br />

Vicente Falconi firmou seus conceitos e métodos <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança perante gran<strong>de</strong>s empresas <strong>de</strong><br />

primeira linha no Brasil, ajudando a impulsioná-las frente ao mercado mundial.<br />

Saiba mais sobre um dos brasileiros mais reverenciados quando o assunto é gestão<br />

Ocarioca Vicente Falconi é uma<br />

figura conhecida no meio empresarial<br />

brasileiro. Em sua trajetória <strong>de</strong> 30 anos<br />

<strong>de</strong> carreira, angariou o título <strong>de</strong> guru<br />

dos negócios. Seu trabalho, realizado<br />

em diversas gran<strong>de</strong>s companhias no<br />

Brasil, conquistou espaço, modificou<br />

sistemáticas e fez com que o consultor<br />

se tornasse, assim, um dos mais influentes<br />

especialistas no país em gestão.<br />

As diretrizes <strong>de</strong> Falconi otimizaram o<br />

rendimento <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> porte como<br />

a Ambev e Gerdau, que requereram seu<br />

conhecimento. Agraciado pela American<br />

Society for Quality como Uma das<br />

21 vozes do Século 21, foi também con<strong>de</strong>corado<br />

com a prestigiosa Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Rio<br />

Branco pelo governo brasileiro.<br />

Falconi é formado em engenharia<br />

pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas<br />

Gerais (UFMG) e sócio-fundador e consultor<br />

do Instituto <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

Gerencial (INDG). Autor <strong>de</strong> sete livros<br />

que alcançaram mais <strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong><br />

exemplares vendidos no Brasil, registrando<br />

um recor<strong>de</strong> para as referências<br />

<strong>de</strong>sse mercado, expõe em suas publica-<br />

ções conceitos estratégicos <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança.<br />

Em seu mais recente trabalho, lançado<br />

em 2009, <strong>de</strong>signado O Verda<strong>de</strong>iro Po<strong>de</strong>r,<br />

o consultor traz múltiplos princípios que<br />

o norteiam, entre eles, a questão <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança.<br />

Para o autor, “li<strong>de</strong>rar é bater metas<br />

consistentemente”. A principal missão<br />

<strong>de</strong> um executivo é saber estabelecer<br />

<strong>de</strong>sígnios e cobrá-los sistematicamente<br />

até atingi-los. Outro ponto é a criação<br />

<strong>de</strong> uma cultura <strong>de</strong> enfrentamento, em<br />

que salienta a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> combater<br />

a falta <strong>de</strong> execução, e que dê origem a<br />

uma cultura <strong>de</strong> enfrentamento, mote<br />

em que se po<strong>de</strong> inserir a sigla PDCA,<br />

que na tradução em português significa:<br />

planeje, execute, confira e corrija.<br />

Outro item fundamental tratado<br />

pelo consultor é o fato <strong>de</strong> gostar do que<br />

faz. Para se conquistar o sucesso tão almejado<br />

é preciso amar o que se faz. Segundo<br />

Falconi, quando as pessoas não<br />

apreciam as tarefas a elas <strong>de</strong>signadas,<br />

ten<strong>de</strong>m a livrar-se <strong>de</strong>las o mais rápido<br />

possível. Por isso, a empresa <strong>de</strong>ve ou<br />

proporcionar a esses colaboradores uma<br />

chance <strong>de</strong> encontrar uma ocupação que<br />

eles gostem <strong>de</strong> fazer em outro setor da<br />

companhia, ou mandá-los embora.<br />

O prestígio alcançado passa pela<br />

confiança <strong>de</strong> nomes como Jorge Paulo<br />

Lemann, Jorge Gerdau e Pedro Moreira<br />

Salles, gran<strong>de</strong>s empresários que <strong>de</strong>positaram<br />

confiança na astúcia <strong>de</strong> Falconi.<br />

Em seu currículo, agrega a participação<br />

no conselho da Ambev, que em 2003 já<br />

se configurava como a cervejaria com<br />

custos mais baixos do mundo.<br />

Ruy Hizatugu/divulgação<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong> 39


Xyco SeAbrA/DivulgAção SeSc/rS<br />

40<br />

S<br />

esc<br />

Compromisso<br />

com a qualida<strong>de</strong> e o comerciário<br />

Exemplo <strong>de</strong> gestão e foco no atendimento ao comerciário gaúcho, o Sesc-RS celebra<br />

65 anos com uma história recheada <strong>de</strong> conquistas, marcando presença em todo o<br />

Estado e garantindo o acesso a cultura, esporte, lazer e saú<strong>de</strong><br />

Ao<br />

celebrar 65 anos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>,<br />

o Sesc-RS cresce junto aos<br />

comerciários gaúchos por meio <strong>de</strong> três<br />

gran<strong>de</strong>s vertentes: o foco, a responsabilida<strong>de</strong><br />

social e a abrangência. Presente<br />

em 472 municípios no Estado, a entida-<br />

Projetos culturais envolvendo teatro, música e dança são o foco do Arte Sesc<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong><br />

<strong>de</strong> tem como meta até 2012 estar nas<br />

496 cida<strong>de</strong>s gaúchas.<br />

Des<strong>de</strong> sua criação, em 13 <strong>de</strong> <strong>setembro</strong><br />

<strong>de</strong> 1946, o Sesc já realizou mais <strong>de</strong><br />

700 milhões <strong>de</strong> atendimentos em todo<br />

o Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, sendo 78 milhões<br />

apenas em 2010. Importante agente <strong>de</strong><br />

inclusão social e um dos principais braços<br />

do Sistema <strong>Fecomércio</strong>-RS, o Sesc<br />

tem como missão promover a qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vida dos trabalhadores do comércio<br />

<strong>de</strong> bens e serviços e da comunida<strong>de</strong>,<br />

com ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, educação, cultura,<br />

esporte e lazer.<br />

De acordo com o diretor regional<br />

da entida<strong>de</strong>, Everton Dalla Vecchia,<br />

o Sesc tem, cada vez mais, fortalecido<br />

sua missão <strong>de</strong> levar ao trabalhador<br />

do comércio mais qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida,<br />

“oportunizando momentos que fazem<br />

a diferença”. Tal feito po<strong>de</strong> ser conferido<br />

através dos projetos realizados pelo<br />

Sesc, como o Estação Verão, o Sorrindo<br />

para o Futuro e o Mesa Brasil (confira<br />

mais projetos no quadro da página ao<br />

lado). “Fazemos isso qualificando nosso<br />

serviço e ampliando o número <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s<br />

Operacionais e balcões em todo<br />

o Estado”, revela.


ecografia é um dos exames oferecidos pela<br />

unida<strong>de</strong> Sesc <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Preventiva<br />

Segundo Dalla Vecchia, um dos<br />

pontos fortes do Sesc é a gestão focada<br />

na qualida<strong>de</strong>. Não é à toa que a entida<strong>de</strong><br />

já recebeu troféus <strong>de</strong> bronze, prata<br />

e ouro do Programa Gaúcho da Qualida<strong>de</strong><br />

e Produtivida<strong>de</strong> (PGQP). “Essa<br />

cultura é disseminada em todas as unida<strong>de</strong>s.<br />

O Sistema <strong>Fecomércio</strong>-RS preza<br />

sempre pela qualida<strong>de</strong>”, <strong>de</strong>staca.<br />

Além disso, mais do que reunir ativida<strong>de</strong>s<br />

voltadas para o trabalhador do<br />

comércio, o Sesc garante o acesso a milhares<br />

<strong>de</strong> gaúchos mesmo em municípios<br />

em que ainda não conta com uma Unida<strong>de</strong><br />

Operacional. “Há muita <strong>de</strong>manda<br />

em diversos municípios, mas é importante<br />

salientar que a Unida<strong>de</strong> Operacional<br />

serve <strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> apoio, pois gran<strong>de</strong><br />

parte das ativida<strong>de</strong>s é feita em ambiente<br />

externo junto a parceiros. Não contar<br />

com uma estrutura física não é um impeditivo”,<br />

garante Dalla Vecchia.<br />

Até o final <strong>de</strong> <strong>2011</strong>, o Sesc <strong>de</strong>ve ganhar<br />

novas unida<strong>de</strong>s em Cachoeirinha,<br />

na região metropolitana <strong>de</strong> Porto Alegre,<br />

e outra no Centro Histórico da Capital.<br />

Para o ano que vem, Chuí e Viamão<br />

ganharão suas Unida<strong>de</strong>s Operacionais,<br />

além <strong>de</strong> Canoas, prevista para 2013.<br />

DivulgAção SeSc-rS<br />

Foco na qualida<strong>de</strong><br />

Confira alguns números e projetos do Sesc-RS:<br />

39 Unida<strong>de</strong>s Operacionais<br />

21 Balcões <strong>de</strong> atendimento<br />

700 milhões <strong>de</strong> atendimentos – sendo 241,66 mil no 1º semestre <strong>de</strong> <strong>2011</strong><br />

Estação Verão: <strong>de</strong>senvolvido em nove praias gaúchas<br />

Circuito Verão Sesc <strong>de</strong> Esportes: envolve mais <strong>de</strong> 80 cida<strong>de</strong>s e acontece no verão<br />

Bibliotecas: a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> bibliotecas, fixas e móveis, oferece mais <strong>de</strong> 105 mil obras<br />

Brincando nas Férias: projeto <strong>de</strong> recreação com cunho educativo, <strong>de</strong>senvolvido nos<br />

meses <strong>de</strong> férias escolares em <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s gaúchas<br />

Dia do Desafio: acontece no final <strong>de</strong> maio e procura combater o se<strong>de</strong>ntarismo.<br />

Em <strong>2011</strong>, mais <strong>de</strong> 3,7 milhões <strong>de</strong> pessoas participaram do Dia do Desafio no RS<br />

Olimpíadas Comerciárias: ao longo do 2º semestre, acontecem competições municipais<br />

e regionais, culminando com a final estadual, no mês <strong>de</strong> novembro, em Porto Alegre<br />

Dia do Comerciário: em outubro, o Sesc <strong>de</strong>senvolve ativida<strong>de</strong>s artístico-culturais, que<br />

visam a fortalecer a relação com os trabalhadores do comércio <strong>de</strong> bens e <strong>de</strong> serviços<br />

Circuito Nacional Sesc Triathlon: etapa gaúcha reúne, em <strong>de</strong>zembro, atletas renomados<br />

do triathlon nacional<br />

Circuito Sesc <strong>de</strong> Minimaratona: ao longo do ano acontecem as etapas regionais, sendo a<br />

final estadual no começo <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, em Porto Alegre<br />

Maturida<strong>de</strong> Ativa: atualmente, são 45 Clubes Sesc da Maturida<strong>de</strong> Ativa no RS<br />

Mesa Brasil: programa <strong>de</strong> combate ao <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> alimentos que atua na forma <strong>de</strong><br />

colheita urbana e <strong>de</strong>senvolve ações educativas junto a instituições sociais<br />

Sorrindo para o Futuro: vencedor da categoria Destaque em Responsabilida<strong>de</strong> Social<br />

do Top <strong>de</strong> Marketing ADVB 2005, o projeto é o maior programa privado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

bucal preventiva no RS<br />

Arte Sesc: realização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s culturais (artes visuais, cênicas e música) em<br />

centenas <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s gaúchas<br />

Turismo Social: é a mais antiga ativida<strong>de</strong> do Sesc. Des<strong>de</strong> 1946 oportuniza aos<br />

trabalhadores do comércio <strong>de</strong> bens e <strong>de</strong> serviços o acesso a momentos <strong>de</strong> lazer<br />

Saú<strong>de</strong> Sesc: reúne um conjunto <strong>de</strong> ações já <strong>de</strong>senvolvidas pela entida<strong>de</strong> em centenas<br />

<strong>de</strong> municípios gaúchos, e tem como <strong>de</strong>staques Mostra Casa da Saú<strong>de</strong> Sesc, Unida<strong>de</strong><br />

Sesc <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Preventiva e quatro Unida<strong>de</strong>s Móveis OdontoSesc<br />

Sesquinho: o Sesc conta com 15 Escolas <strong>de</strong> Educação Infantil em todo Estado<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong> 41


42<br />

S<br />

enac<br />

OpOrtunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> qualificação para o mercado<br />

Senac-RS comemora 65 anos aproveitando o bom momento do cenário<br />

profissional brasileiro, que tem alta <strong>de</strong>manda por profissionais capacitados.<br />

Cursos técnicos na modalida<strong>de</strong> EAD estão em <strong>de</strong>staque<br />

Aqualificação profissional é um<br />

importante fator para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> um país. O Brasil vive um momento<br />

positivo no cenário econômico, em que<br />

o mercado <strong>de</strong> trabalho oferece boas va-<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong><br />

gas para quem tem vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescer e<br />

se <strong>de</strong>stacar. Contudo, para aproveitar as<br />

oportunida<strong>de</strong>s, é preciso estar preparado.<br />

É na constante busca <strong>de</strong>sse objetivo<br />

que o Senac-RS celebra 65 anos<br />

Jéssica Amaral, Daniela Melo e Renata Araújo são alunas do Senac e representarão o Brasil na etapa<br />

final do WorldSkills, na capital inglesa<br />

SinARA OliveiRA/DivulgAçãO SenAc/RS<br />

e orgulha-se dos mais <strong>de</strong> 6 milhões <strong>de</strong><br />

gaúchos capacitados nesse período. “E<br />

agora, mais do que nunca, o país cresce<br />

e se <strong>de</strong>senvolve, e a educação profissional<br />

ocupa um papel relevante, pois<br />

oportuniza capacitar mais pessoas em<br />

menos tempo”, avalia o diretor regional<br />

do Senac-RS, José Paulo da Rosa.<br />

Ele afirma que há muitas conquistas a<br />

<strong>de</strong>stacar, mas a valorização da educação<br />

profissional é o fator que continua<br />

a evi<strong>de</strong>nciar o trabalho <strong>de</strong>senvolvido<br />

pela entida<strong>de</strong>.<br />

Em <strong>2011</strong>, o Senac lançou, em<br />

âmbito nacional, o programa Senac<br />

na Copa, que visa à capacitação <strong>de</strong><br />

mais <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong> brasileiros até<br />

o mundial <strong>de</strong> 2014, com um investimento<br />

<strong>de</strong> R$ 230 milhões somente no<br />

Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. “Eventos especiais,<br />

como a Copa do Mundo, <strong>de</strong>stacam a<br />

importância <strong>de</strong> profissionais qualificados<br />

no comércio <strong>de</strong> bens, serviços e turismo,


que é o segmento <strong>de</strong> atuação do Senac”,<br />

aponta o diretor, reforçando a expectativa<br />

<strong>de</strong> preparar 230 mil pessoas para o<br />

evento, meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma gratuita. Entre<br />

os cursos <strong>de</strong> formação e aperfeiçoamento,<br />

capacitação, técnicos, graduação e<br />

pós-graduação, o Senac oferece oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> educação profissional nas<br />

áreas <strong>de</strong> administração, moda, turismo,<br />

hotelaria, idiomas, tecnologia da informação,<br />

<strong>de</strong>sign e muitos outros.<br />

Em <strong>2011</strong>, há diversos cursos em<br />

andamento, mas o <strong>de</strong>staque fica por<br />

conta da oferta ampliada <strong>de</strong> cursos<br />

técnicos, em especial os recentemente<br />

autorizados pelo Conselho Estadual <strong>de</strong><br />

Educação (CEED-RS) na modalida<strong>de</strong><br />

Ensino a Distância (EAD), que se iniciam<br />

neste mês <strong>de</strong> <strong>setembro</strong>. “O nível<br />

técnico tem se revestido <strong>de</strong> importância<br />

porque é um nível fundamental para o<br />

crescimento econômico e para a inserção<br />

das pessoas no mundo do trabalho.<br />

E o Senac tem ampliado sobremaneira<br />

a oferta <strong>de</strong>sses cursos, inclusive na modalida<strong>de</strong><br />

EAD, valendo-se dos recursos<br />

<strong>de</strong> Tecnologia da Informação, que hoje<br />

estão muito mais avançados”, salienta<br />

José Paulo da Rosa.<br />

Formatura do Programa Senac gratuida<strong>de</strong>, no ginásio Tesourinha, em Porto Alegre<br />

capacitação em dia<br />

Confira algumas conquistas recentes do Senac-RS<br />

WorldSkills<br />

Competição mundial <strong>de</strong> educação profissional, cuja final ocorre em outubro, em Londres.<br />

Jéssica Amaral, Daniela Melo e Renata Araújo são alunas do Senac-RS e garantiram a vaga<br />

brasileira na competição. A oportunida<strong>de</strong> é resultado da Olimpíada do Conhecimento,<br />

consi<strong>de</strong>rada a maior competição <strong>de</strong> educação profissional das Américas. É realizada pelo<br />

Senai a cada dois anos, incentivando o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências e promovendo<br />

a educação profissional em todo o Brasil.<br />

Programa Senac <strong>de</strong> Gratuida<strong>de</strong> (PSG)<br />

Divi<strong>de</strong>-se em cursos <strong>de</strong> Aprendizagem, Capacitação e Técnicos, oferecidos <strong>de</strong> forma gratuita<br />

à população <strong>de</strong> baixa renda. Em <strong>2011</strong>, a previsão é <strong>de</strong> capacitar mais <strong>de</strong> 21 mil pessoas.<br />

Em seu primeiro ano <strong>de</strong> existência (2009), foram capacitadas mais <strong>de</strong> 45 mil pessoas,<br />

gratuitamente, com 94% <strong>de</strong> satisfação dos alunos. No ano passado, o PSG ofereceu<br />

cerca <strong>de</strong> 40 cursos diferentes no Estado, nas áreas <strong>de</strong> beleza, moda, gestão e comércio,<br />

informática, saú<strong>de</strong>, turismo e hotelaria e infraestrutura.<br />

Programa Nacional <strong>de</strong> Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec)<br />

Acordo firmado entre o Governo Fe<strong>de</strong>ral e o Sistema S (Senac e Senai), que tem por<br />

objetivo a inclusão social, qualifica o ensino médio e profissionais atuantes no mercado<br />

ou <strong>de</strong>sempregados. Voltado a estudantes do ensino médio da re<strong>de</strong> pública (jovens e<br />

adultos) e beneficiários <strong>de</strong> Seguro Desemprego, oferece as modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> curso técnico<br />

(mínimo <strong>de</strong> 800 horas-aula) e Formação Inicial e Continuada (FIC) (mínimo <strong>de</strong> 160<br />

horas-aula). Os recursos do programa virão do Ministério da Educação, do Fundo <strong>de</strong><br />

Amparo ao Trabalhador (FAT) e do Banco Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Econômico<br />

e Social (BNDES). Este ano, serão ofertados somente cursos FIC, com a expectativa <strong>de</strong><br />

aten<strong>de</strong>r 100 mil alunos. Em 2012, começam as ser ofertados cursos técnicos.<br />

JOãO AlveS/DivulgAçãO SenAc-RS<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong> 43


44<br />

E<br />

ducação<br />

Formando<br />

empreen<strong>de</strong>dores<br />

Atentas à movimentação do mercado profissional, as universida<strong>de</strong>s vêm reformulando<br />

seus currículos e investindo em projetos <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dorismo. A i<strong>de</strong>ia é formar jovens<br />

dispostos a ir além do tradicional emprego<br />

Formar excelentes profissionais é<br />

uma das principais missões <strong>de</strong> instituições<br />

acadêmicas. E durante muitos anos, o<br />

<strong>de</strong>stino pós-formatura resumia-se, essencialmente,<br />

a duas opções: atuar como<br />

funcionário em uma empresa privada<br />

ou como servidor público. Atualmente,<br />

o empreen<strong>de</strong>dorismo também é uma<br />

possibilida<strong>de</strong> e, em muitos casos, até<br />

preferência. Para crescer, o país precisa<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong><br />

<strong>de</strong> pessoas dispostas a inovar, a investir<br />

suas forças em projetos novos. As faculda<strong>de</strong>s<br />

já estão <strong>de</strong>senvolvendo alunos<br />

com esse pensamento.<br />

Nas universida<strong>de</strong>s, o estímulo acontece<br />

tanto por meio do currículo dos<br />

cursos <strong>de</strong> graduação e pós-graduação<br />

como através <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s extracurriculares.<br />

A ESPM Sul, por exemplo, conta<br />

com a Empresa Júnior, formada e geri-<br />

Empresa Jr. da ESPM Sul <strong>de</strong>senvolve profissionais com capacida<strong>de</strong>s gerenciais<br />

RodRigo CaStilhoS/divulgação ESPM Sul<br />

da pelos alunos da faculda<strong>de</strong>. Lucianne<br />

Canto, presi<strong>de</strong>nte da Empresa Jr. e aluna<br />

da instituição, explica que a iniciativa é<br />

aberta a todos os alunos da ESPM Sul.<br />

“A empresa funciona como qualquer<br />

empreendimento, inclusive visando ao<br />

lucro.” O trabalho <strong>de</strong>senvolvido por lá<br />

está diretamente relacionado aos cursos<br />

da faculda<strong>de</strong>. “Nosso foco é em marketing,<br />

planejamento e pesquisa.”<br />

O trabalho é voluntário e toda a renda<br />

gerada pela empresa é reinvestida na<br />

própria iniciativa, que conta ainda com<br />

o forte apoio da faculda<strong>de</strong>. Lucianne<br />

explica que os estudantes buscam não o<br />

retorno financeiro, e sim o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> competências para que possam<br />

se <strong>de</strong>stacar ainda mais no mercado. Todo<br />

o funcionamento do negócio ocorre tradicionalmente<br />

e os ‘funcionários’ passam<br />

por processos <strong>de</strong> seleção semestralmente.<br />

“Des<strong>de</strong> o 1º semestre da faculda<strong>de</strong>.” Os<br />

cargos são divididos entre consultores e<br />

diretores e ambos entram na empresa por<br />

meio <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> seleção.


Ir além<br />

A Feevale, <strong>de</strong> Novo Hamburgo,<br />

forma, acima <strong>de</strong> tudo, empreen<strong>de</strong>dores.<br />

“Temos a consciência <strong>de</strong> que, em<br />

geral, as pessoas não nascem empreen<strong>de</strong>doras,<br />

por isso <strong>de</strong>vemos trabalhar o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências para<br />

garantir, inclusive, o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da região”, comenta Cíntia Carvalho,<br />

professora <strong>de</strong> Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Comunicação.<br />

Para incentivar os alunos e mostrar<br />

que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a iniciativa individual, a<br />

Feevale é parceira em diferentes projetos,<br />

inclusive na área <strong>de</strong> pesquisa.<br />

Os cursos <strong>de</strong> comunicação da universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Novo Hamburgo têm a disciplina<br />

Estágio I, que propõe aos alunos<br />

<strong>de</strong>senvolver uma empresa ou produto.<br />

Cíntia é uma das professoras da disciplina<br />

e conta que a finalida<strong>de</strong> é a aplicação da<br />

teoria <strong>de</strong> forma integrada. “Estimulamos<br />

o empreen<strong>de</strong>dorismo por meio da criação<br />

<strong>de</strong> um produto ou serviço inovador.” Os<br />

próprios alunos <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m em qual i<strong>de</strong>ia<br />

trabalhar; no entanto, a proposta <strong>de</strong>ve<br />

ter um diferencial. “Queremos que nos-<br />

sos estudantes saiam da esfera da empregabilida<strong>de</strong>,<br />

que comecem a pensar e agir<br />

<strong>de</strong> forma empreen<strong>de</strong>dora.”<br />

Karina Fensterseifer é aluna <strong>de</strong> Relações<br />

Públicas e participou da disciplina.<br />

Ao lado dos colegas, <strong>de</strong>senvolveu o projeto<br />

Gaucheria. “Propusemos a repaginação<br />

dos produtos típicos gaúchos, apostando<br />

em <strong>de</strong>sign e moda.” A iniciativa<br />

foi <strong>de</strong>staque em outros espaços da universida<strong>de</strong>,<br />

chegando até a incubadora<br />

da Feevale. “Estudamos a viabilida<strong>de</strong>, e<br />

o Gaucheria era realmente bom, mas em<br />

função <strong>de</strong> todos termos outros projetos<br />

a professora Cíntia, da Feevale, incentiva o<br />

pensamento inovador em seus alunos<br />

lúCia SiMon<br />

lEonaRdo SoaRES da RoSa/divulgação FEEvalE<br />

pessoais não conseguimos levar adiante.”<br />

Apesar <strong>de</strong> não ter saído do papel, a<br />

proposta <strong>de</strong>spertou novas possibilida<strong>de</strong>s<br />

no horizonte <strong>de</strong> Karina. “A rotina acadêmica<br />

não tem como não inspirar novos<br />

projetos para <strong>de</strong>pois da faculda<strong>de</strong>, pois<br />

durante a graduação entramos em contato<br />

com diferentes i<strong>de</strong>ias, professores e<br />

colegas, que nos apresentam novas perspectivas,<br />

atiçando nossa criativida<strong>de</strong> e<br />

espírito empreen<strong>de</strong>dor.”<br />

Na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Caxias do Sul<br />

(UCS) nasceu, em 2000, o primeiro<br />

projeto <strong>de</strong> formação empreen<strong>de</strong>dora.<br />

A iniciativa surgiu no curso <strong>de</strong> Ciência<br />

da Computação, a partir da primeira disciplina<br />

voltada para o assunto, conforme<br />

Maurício Galimberti, coor<strong>de</strong>nador do<br />

Núcleo <strong>de</strong> Empreen<strong>de</strong>dorismo, Tecnologia<br />

e Inovação (Net Inovação), da Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Caxias do Sul. “Acreditamos<br />

que não se formam empresários em uma<br />

única disciplina, por isso criamos o projeto.”<br />

Para <strong>de</strong>senvolver o núcleo, o professor<br />

Galimberti conheceu iniciativas <strong>de</strong><br />

outras faculda<strong>de</strong>s pelo país e elaborou um<br />

programa voltado especificamente para o<br />

público da UCS. “Fomos criando fôlego<br />

e outros cursos da área <strong>de</strong> TI se interessaram.<br />

Em 2005, 11 cursos já faziam parte.”<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> funcionamento do Net<br />

Inovação é dividido em sete categorias,<br />

voltadas para estudantes e para aproximação<br />

com o mercado. “Queremos que<br />

os alunos apostem em suas i<strong>de</strong>ias, criem<br />

suas empresas e gerem lucro para reinvestir<br />

no projeto. Esse é, na verda<strong>de</strong>, nosso<br />

maior <strong>de</strong>safio.” Galimberti <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que<br />

empreen<strong>de</strong>dorismo e inovação são essenciais<br />

para o sucesso profissional. “E mais<br />

do que isso: para o <strong>de</strong>senvolvimento e<br />

sustentabilida<strong>de</strong> da região.”<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong> 45


Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong> Visão Tributária<br />

46<br />

A<br />

Lúcia Simon<br />

Rafael Pandolfo<br />

Consultor tributário da <strong>Fecomércio</strong>-RS<br />

“Como bem pon<strong>de</strong>rava São Gregório Magno, não é aos saltos que se<br />

sobe uma montanha, mas a passos lentos.”<br />

s mudanças da MP 540/11<br />

Muitas das reformas necessárias ao or<strong>de</strong>namento<br />

tributário brasileiro dispensam alteração<br />

da Constituição e, até mesmo, a aprovação <strong>de</strong><br />

leis. Depen<strong>de</strong>m, apenas, <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> política e<br />

coragem para mudar estruturas incompatíveis<br />

com as necessida<strong>de</strong>s do momento por que passa<br />

nossa socieda<strong>de</strong>. A MP 540/11 é a maior<br />

prova disso. Editada pelo Po<strong>de</strong>r Executivo, inseriu<br />

profundas modificações em regimes tributários<br />

cristalizados pelo tempo, que po<strong>de</strong>m ser<br />

resumidas da seguinte forma:<br />

I – Institui uma espécie <strong>de</strong> crédito fe<strong>de</strong>ral<br />

<strong>de</strong> exportação que, equivalente a até 3% das<br />

receitas <strong>de</strong> exportação, po<strong>de</strong>rá ser compensado<br />

com outros tributos fe<strong>de</strong>rais ou ressarcido;<br />

II – prevê a redução da alíquota do IPI para<br />

a indústria automotiva, benefício atrelado a<br />

projetos <strong>de</strong> inovação tecnológica, a níveis <strong>de</strong><br />

investimento e a nacionalização da produção;<br />

III – Possibilita a <strong>de</strong>dução, da base <strong>de</strong> cálculo<br />

do IRPJ e da CSLL, <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas com projetos<br />

<strong>de</strong> pesquisa científica e inovação tecnológica<br />

realizados por <strong>de</strong>terminadas pessoas jurídicas,<br />

observados alguns requisitos;<br />

IV – Aumenta a alíquota <strong>de</strong> IPI do cigarro<br />

para 300%;<br />

V – Reduz, <strong>de</strong> forma gradativa, o prazo<br />

para apropriação das contribuições para o<br />

Pis/Cofins, em relação à aquisição <strong>de</strong> máquinas<br />

e equipamentos <strong>de</strong>stinados à produção<br />

<strong>de</strong> bens e/ou prestação <strong>de</strong> serviços, autorizando<br />

a apropriação integral a partir <strong>de</strong> julho<br />

<strong>de</strong> 2012;<br />

VI – Substitui a contribuição patronal<br />

para o INSS (20%) das empresas <strong>de</strong> tecnologia<br />

e das indústrias <strong>de</strong> móveis, calçados e<br />

vestuário, pela tributação <strong>de</strong> 2,5% e 1,5%,<br />

respectivamente, das suas receitas brutas;<br />

VII – Aumenta em 1,5% a alíquota do Pis/<br />

Cofins para a importação dos produtos que<br />

também são produzidos pelas empresas <strong>de</strong><br />

tecnologia e indústrias há pouco referidas;<br />

VIII – Prevê estímulos para empresas<br />

que investem em pesquisa científica e<br />

inovação tecnológica. As alterações beneficiam,<br />

prepon<strong>de</strong>rantemente, os exportadores,<br />

protegendo a indústria nacional.<br />

É verda<strong>de</strong> que po<strong>de</strong>riam ser mais benevolentes<br />

com outros segmentos da economia<br />

(comércio e a prestação <strong>de</strong> serviço),<br />

omissão que não apaga o avanço representado<br />

pelas modificações. Aliás, como bem<br />

pon<strong>de</strong>rava São Gregório Magno, não é aos<br />

saltos que se sobe uma montanha, mas a<br />

passos lentos. Estamos adiante. Aguar<strong>de</strong>mos<br />

os próximos passos.


G<br />

lossário<br />

MargeM<br />

<strong>de</strong> contribuição<br />

Calcular corretamente a margem <strong>de</strong> contribuição é essencial para pagar os custos<br />

fixos da empresa e chegar ao lucro. O índice po<strong>de</strong> ser elaborado consi<strong>de</strong>rando todo<br />

o negócio ou os produtos individualmente<br />

Um dos cálculos frequentes na<br />

rotina das empresas é a margem <strong>de</strong> contribuição.<br />

Segundo Paulo Sallin, consultor<br />

<strong>de</strong> empresas, o índice po<strong>de</strong> ser obtido<br />

consi<strong>de</strong>rando todo o negócio, produto<br />

a produto, ou ainda linhas <strong>de</strong> produtos.<br />

“O empresário confun<strong>de</strong> margem bruta,<br />

margem <strong>de</strong> contribuição e margem líquida.<br />

Para ele, margem líquida é o lucro da<br />

gôndola ou <strong>de</strong> toda a empresa.”<br />

Margem <strong>de</strong> contribuição é chamada<br />

assim porque contribui para pagar a<br />

<strong>de</strong>spesa fixa da empresa e o lucro; no<br />

entanto, são os custos variáveis que entram<br />

no valor da margem. Se a empresa<br />

comprar um produto por R$ 1 é preciso<br />

adicionar ao custo do produto o valor<br />

dos impostos e da comissão do ven<strong>de</strong>dor.<br />

“Assim, por exemplo, o produto foi<br />

adquirido por R$ 1, será vendido por<br />

R$ 2 e tem mais R$ 0,50 em impostos<br />

e comissão <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dor. Destes R$ 2<br />

sobrarão R$ 0,50, que são a margem<br />

que o comerciante tem.” Se o comer-<br />

ciante ven<strong>de</strong>r somente esse produto,<br />

ele precisa fazer um cálculo que inclua<br />

o custo fixo. Por exemplo, se meu custo<br />

fixo (aluguel, telefone) é <strong>de</strong> R$ 1.000, é<br />

preciso calcular quantos produtos preciso<br />

ven<strong>de</strong>r. Ganhando R$ 0,50, teria<br />

que ven<strong>de</strong>r 2 mil produtos.<br />

Para muitos comerciantes, este resultado<br />

chama-se lucro bruto; contudo,<br />

segundo Sallin, o nome técnico é margem<br />

<strong>de</strong> contribuição. “A margem <strong>de</strong><br />

contribuição é o valor do produto menos<br />

os custos variáveis <strong>de</strong>sse item. E no<br />

varejo, custo variável é o valor que pago<br />

pelo produto + impostos diretos (ICMS,<br />

Pis, Cofins) + comissão do ven<strong>de</strong>dor.<br />

Margem <strong>de</strong> contribuição<br />

De acordo com o consultor <strong>de</strong> empresas Paulo Sallin, o cálculo para chegar à<br />

margem <strong>de</strong> contribuição é o seguinte:<br />

Preço <strong>de</strong> venda do produto – Custos variáveis (Custo do produto + Impostos<br />

+ Comissão do ven<strong>de</strong>dor) = Margem <strong>de</strong> contribuição<br />

O que sobrar é margem <strong>de</strong> contribuição”.<br />

E essa margem irá contribuir para<br />

pagar o custo fixo, por isso, preciso calcular<br />

quantos produtos terei que ven<strong>de</strong>r<br />

para pagar a estrutura. “Na realida<strong>de</strong> é<br />

para pagar o custo fixo + o lucro, que<br />

não está na margem <strong>de</strong> contribuição.”<br />

Por exemplo, uma butique que ven<strong>de</strong><br />

R$ 100 mil em produtos por mês.<br />

Ela tem custo <strong>de</strong> R$ 50 mil no produto.<br />

Desse valor, ela tem que tirar os impostos<br />

e a comissão. Sobram R$ 30 mil<br />

(sem o custo do produto, o imposto e<br />

a comissão). Esse valor <strong>de</strong>ve pagar os<br />

custos fixos e o lucro, que é uma média<br />

<strong>de</strong> 10 a 20%.<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong> 47


Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong> Visão Trabalhista<br />

48<br />

Lúcia Simon<br />

Flávio Obino Filho<br />

Advogado trabalhista-sindical da <strong>Fecomércio</strong>-RS<br />

“O ativismo judicial sinalizado pelo STF transformou a casa<br />

O STF e o aviso prévio<br />

A Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988 estabeleceu<br />

como direito do empregado, em caso <strong>de</strong><br />

rompimento do contrato <strong>de</strong> trabalho, aviso<br />

prévio proporcional ao tempo <strong>de</strong> serviço, <strong>de</strong> no<br />

mínimo <strong>de</strong> 30 dias, na forma da lei. Passados<br />

mais <strong>de</strong> 20 anos, a matéria ainda não foi regulada<br />

pelo Congresso Nacional, subsistindo a<br />

regra geral <strong>de</strong> 30 dias sem vinculação com o<br />

tempo <strong>de</strong> serviço. O STF, recentemente, iniciou<br />

o exame <strong>de</strong> mandados <strong>de</strong> injunção em que<br />

os interessados pleiteiam que seja garantido o<br />

exercício do direito previsto na Constituição.<br />

Na oportunida<strong>de</strong>, ministros sugeriram que a<br />

Corte, ante a omissão do legislativo, fixasse regra<br />

para os casos examinados. Várias alternativas<br />

foram cogitadas. O ministro Marco Aurélio<br />

chegou a propor que além dos 30 dias previstos<br />

em lei fossem concedidos adicionalmente 10<br />

dias por ano <strong>de</strong> trabalho. O ministro Cezar Peluso<br />

cogitou em uma in<strong>de</strong>nização <strong>de</strong> um salário<br />

mínimo para cada cinco anos <strong>de</strong> trabalho.<br />

A <strong>de</strong>cisão somente vale para os casos concretos,<br />

mas autoriza todos os trabalhadores<br />

brasileiros que tiveram aviso prévio <strong>de</strong> 30 dias<br />

na forma da lei vigente – e que seriam beneficiados<br />

pelo critério eleito na <strong>de</strong>cisão – a buscarem<br />

o pronunciamento do STF em seu favor.<br />

Passados 60 dias do episódio, os processos não<br />

retornaram à pauta. O STF tem sofrido pressão<br />

<strong>de</strong> todos os lados. As Confe<strong>de</strong>rações patronais<br />

em ambiente legislativo.”<br />

sugeriram uma regra sem efeitos retroativos e<br />

tímida em termos do aumento do período. A<br />

posição das centrais foi em sentido diametralmente<br />

oposto. Sabem as li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong> trabalhadores<br />

e empresários que o estabelecido pelo<br />

STF será o mínimo que prevalecerá em futura<br />

regulamentação pelo Congresso Nacional.<br />

O ativismo judicial sinalizado pelo STF<br />

transformou a casa em ambiente legislativo.<br />

Não se duvi<strong>de</strong> que lobistas estejam conversando<br />

sobre os processos com Ministros. O STF<br />

está “esnucado”. Se <strong>de</strong>cidir no caso concreto,<br />

estará autorizando milhões <strong>de</strong> trabalhadores<br />

<strong>de</strong>mitidos nos últimos anos a seguirem o mesmo<br />

caminho, congestionando e inviabilizando<br />

o funcionamento da mais alta Corte judiciária<br />

do país. Mesmo que crie, usurpando po<strong>de</strong>res<br />

do legislativo, uma regra <strong>de</strong> transição aplicável<br />

a todos os trabalhadores, o exercício do direito<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>de</strong> execução forçada, estabelecendo<br />

o caos na Justiça do Trabalho.<br />

Nesse cenário, a solução honrosa para o<br />

STF – que ameaçou se travestir <strong>de</strong> ente legiferante<br />

– é manter o entendimento até hoje<br />

prevalecente – são apenas duas as exceções<br />

–, <strong>de</strong>clarando a omissão e limitando-se a comunicar<br />

ao Po<strong>de</strong>r Legislativo para que tome as<br />

providências necessárias, ou seja, edite norma<br />

fixando a regra <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong> entre o<br />

tempo <strong>de</strong> contrato e o período <strong>de</strong> aviso prévio.


Pascal Thauvin/sTock.xchng<br />

&<br />

Mais Menos<br />

meRcado da beleza<br />

R$ 27,3 bilhões<br />

foi o valor investido pela classe mé-<br />

dia brasileira em produtos <strong>de</strong> higie-<br />

ne pessoal. O dado é da Associação<br />

Brasileira da Indústria <strong>de</strong> Higiene<br />

Pessoal, Perfumaria e Cosméticos<br />

(Abihpec), que ainda prevê cresci-<br />

mento <strong>de</strong> 13% para este ano.<br />

sem tURistas<br />

R$ 352 milhões<br />

foi o valor gasto pelo Ministério do<br />

Turismo em cida<strong>de</strong>s beneficiadas com<br />

obras e que não recebem turistas.<br />

tRansações móveis<br />

A Motorola Mobility foi adquirida<br />

pela Google por<br />

US$ 12,5 bilhões.<br />

O objetivo da transação é fortalecer o<br />

mercado dos dispositivos com Android.<br />

Ritmo lento<br />

Segundo nota da Firjan, a geração <strong>de</strong><br />

empregos no Brasil foi mais lenta no<br />

primeiro semestre <strong>de</strong> <strong>2011</strong>, com<br />

1,2 milhão<br />

<strong>de</strong> postos <strong>de</strong> trabalhos com carteira<br />

assinada criados.<br />

<strong>de</strong>missão complicada<br />

De acordo com pesquisa da consultoria<br />

Lens & Minarelli,<br />

40%<br />

dos setores <strong>de</strong> RH das empresas não<br />

possuem políticas <strong>de</strong>finidas<br />

para <strong>de</strong>missões.<br />

bRasil digital<br />

O Brasil ocupa a<br />

3ª posição<br />

mundial em relação a vendas <strong>de</strong><br />

computadores. Segundo a consultoria<br />

IDC, foram comercializados 3,86<br />

milhões <strong>de</strong> máquinas, 12,5% a mais, se<br />

comparado ao ano passado.<br />

menos falsificação<br />

Levantamento realizado pela Associação<br />

Brasileira das Empresas <strong>de</strong> Software e<br />

pela Entertainment Software Association<br />

contabilizou um crescimento <strong>de</strong><br />

486%<br />

<strong>de</strong> apreensões <strong>de</strong> softwares falsificados em<br />

julho, no comparativo ao mês anterior.<br />

UniveRsida<strong>de</strong>s no Rs<br />

O estado <strong>de</strong>ve agregar mais<br />

40 escolas<br />

fe<strong>de</strong>rais <strong>de</strong> educação profissional<br />

até 2013. Até lá, a previsão é <strong>de</strong><br />

que sejam construídas mais sete<br />

instituições <strong>de</strong> ensino em diferentes<br />

regiões do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.<br />

igp-m volta a sUbiR<br />

O Índice Geral <strong>de</strong> Preços do Mercado<br />

(IGP-M), da Fundação Getulio Vargas<br />

(FGV), fechou em 0,44% no mês<br />

<strong>de</strong> agosto, dando fim à <strong>de</strong>flação dos<br />

meses anteriores.<br />

3,48%<br />

é o acumulado do ano até o momento.<br />

alan aycock/sTock.xchng<br />

vendas pela tela<br />

A consultoria E-bit divulgou<br />

um aumento <strong>de</strong><br />

24%<br />

no comércio online brasileiro<br />

no primeiro semestre <strong>de</strong><br />

<strong>2011</strong>. O rendimento recor<strong>de</strong><br />

angariou R$ 8,4 bilhões.<br />

sanja gjenero/sTock.xchng<br />

Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong> 49


Bens & Serviços / Setembro <strong>2011</strong> / <strong>Edição</strong> <strong>77</strong> Negócios<br />

50<br />

Arquivo pessoAl<br />

Christian Barbosa<br />

Especialista em administração do tempo e produtivida<strong>de</strong><br />

“Nosso trabalho é ilimitado, vamos sempre achar coisas<br />

A vida acontece lá fora!<br />

Qual foi a última vez em que você saiu<br />

do trabalho com energia total, disposição e<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudar, fazer um exercício, ler<br />

um livro, brincar com seus filhos ou algo diferente<br />

para você? Muitas pessoas não lembram<br />

da última vez que conseguiram sair do<br />

trabalho com disposição para literalmente<br />

fazerem algo por suas vidas.<br />

As empresas viciadas nas urgências, a<br />

má gestão do seu tempo e da equipe, a falta<br />

<strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s claras, o excesso <strong>de</strong> reuniões<br />

e o volume <strong>de</strong>snecessário <strong>de</strong> e-mails criaram<br />

uma “matrix corporativa”, exatamente<br />

como no filme Matrix.<br />

Vivemos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse mundo viciante,<br />

que nos envolve por completo, suga nossa<br />

energia, nos dá a impressão <strong>de</strong> que o tempo<br />

está correndo mais rápido, e no final, fica<br />

aquela sensação <strong>de</strong> que algo não foi feito. Já<br />

se sentiu assim alguma vez?<br />

Esse “algo que não foi feito” é literalmente<br />

você! Que está sempre sobrevivendo<br />

nesse ambiente, mas nunca sai da “matrix”<br />

para viver <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. É para isso que serve<br />

a administração <strong>de</strong> tempo, a produtivida<strong>de</strong><br />

e tudo isso sobre o que vivo falando. Para tirar<br />

você da Matrix! Nosso trabalho é ilimitado,<br />

vamos sempre achar coisas para fazer,<br />

nunca acaba. Agora, o seu tempo é limitado.<br />

Isso significa que se você não colocar<br />

para fazer, nunca acaba.”<br />

um limite para sua vida profissional, a vida<br />

pessoal não vai existir. Tudo po<strong>de</strong> ser negociado<br />

ou priorizado para outro momento, e<br />

quando não tiver jeito, <strong>de</strong>ve ser a exceção e<br />

nunca a regra.<br />

A chave para tornar isso uma realida<strong>de</strong><br />

é trabalhar melhor, <strong>de</strong> forma mais inteligente,<br />

utilizando melhor seu tempo no dia<br />

a dia. Você <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>scobrir aquilo que mais<br />

consome seu tempo e trabalhar na redução<br />

<strong>de</strong>sse item, apren<strong>de</strong>r a priorizar com base<br />

em critérios <strong>de</strong> resultado para conseguir<br />

planejar e ter maior flexibilida<strong>de</strong>.<br />

Existem várias formas <strong>de</strong> fazer isso. Uma<br />

<strong>de</strong>las é criar uma meta pessoal <strong>de</strong> redução do<br />

seu horário <strong>de</strong> trabalho. Por exemplo, vamos<br />

supor que você trabalhe 12h/dia, você po<strong>de</strong>ria<br />

colocar uma meta <strong>de</strong> reduzir para 11h/dia<br />

nos primeiros 60 dias. Isso é realista, vá aos<br />

poucos. Quem tem um motivo forte, uma<br />

boa razão para “viver fora da matrix” vai<br />

conseguir. Isso é limitar seu tempo, apren<strong>de</strong>r<br />

a usar bem as horas <strong>de</strong>ntro do expediente e<br />

evitar uma sobrecarga <strong>de</strong> horas.<br />

Eu já trabalhei isso diversas vezes com executivos<br />

que querem viver seu tempo com mais<br />

sabedoria, dá resultado, claro que não da noite<br />

para o dia, <strong>de</strong>mora, mas acontece. Quem<br />

quer faz, quem não quer sempre vai encontrar<br />

uma <strong>de</strong>sculpa. A vida acontece lá fora!

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