PDF 3,2Mb - AstroSurf
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texturas e maior teor de Ni, são designados por ataxitos, como o que caiu em 14 de Novembro de 1968 no Alandroal e<br />
se encontra guardado no Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa. Um significante número de<br />
meteoritos férreos contêm abundantes e diversas inclusões de silicatos.<br />
Várias amostras de meteoritos férreos ou sideritos, constituídos predominantemente por ligas de ferro e níquel. As amostras 2, 3 e 4<br />
estão cortadas e polidas. A foto 2 mostra uma estrutura típica dos octaedritos – a estrutura de Widmanstätten (fotos do autor).<br />
Uma questão de idades<br />
Há quatro distintos períodos de tempo ou idades que são significativas na história de uma meteorito: a idade<br />
terrestre; a exposição aos raios cósmicos; a idade de formação; e o intervalo de formação.<br />
A idade terrestre é o tempo contado a partir da queda do meteorito na superfície da Terra. Conhecido para as<br />
quedas observadas, o problema é mais complicado para os achados, cuja queda pode ter ocorrido desde tempos préhistóricos.<br />
Quando em órbita em torno do Sol, um meteoróide é bombardeado pela radiação cósmica. Depois de ter<br />
caído na Terra o meteorito fica protegido desta radiação pela atmosfera e os isótopos instáveis da radiação cósmica<br />
começam a decair. É conhecido das quedas observadas a quantidade normal destes produtos quando os meteoritos<br />
atingem a Terra. Um meteorito achado deve possuir uma quantidade menor desses produtos, sendo a diferença<br />
relacionada com o tempo desde que o meteorito caiu sobre a Terra. Alguns isótopos, como o Ar-39, o C-14 e o Cl-36 são<br />
utilizados para determinar a idade terrestre dos meteoritos.<br />
Esta idade geralmente não ascende a mais de algumas dezenas de anos, mas alguns meteoritos encontrados<br />
na Antárctida caíram há mais de 500 mil anos permanecendo em óptimas condições de preservação. Até ao momento<br />
apenas dois meteoritos "fósseis" são conhecidos. Ambos são condritos encontrados em calcários Ordovícicos na Suécia.<br />
A sua idade terrestre é derivada da idade dos fósseis presentes nos sedimentos onde os meteoritos colidiram,<br />
respectivamente há 480 e há 485 milhões de anos.<br />
A segunda idade de um meteorito corresponde ao tempo durante o qual ele orbitou o Sol como um pequeno<br />
fragmento arrancado do corpo parental. Quando uma rocha ou um fragmento de Fe-Ni se encontram no espaço<br />
interplanetário a radiação cósmica reage com alguns átomos do meteorito, produzindo átomos secundários<br />
perfeitamente identificáveis em laboratório. A quantidade de átomos secundários, produzidos desta forma, depende da<br />
composição química do meteoróide e do intervalo de exposição aos raios cósmicos. As medidas da abundância do gás<br />
neon indicam que os meteoritos pétreos têm idades de exposição aos raios cósmicos de alguns milhões de anos até<br />
algumas dezenas de milhões de anos. Parece que muitos meteoritos pétreos sobreviveram aos processos de<br />
pulverização, após a destruição colisional do corpo parental, por períodos que vão até 40 milhões de anos. Os meteoritos<br />
férreos, por outro lado, apresentam idades de exposição, para um corpo que pode atingir o tamanho de um metro, que<br />
chegam a atingir os mil milhões de anos.<br />
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