politizando
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POLITIZANDO POLITIZANDO Recomenda<br />
Neste livro, o primeiro<br />
de três volumes<br />
dedicados à cultura<br />
material, Richard<br />
Sennett, professor<br />
da London School<br />
of Economics e da<br />
Universidade de<br />
Nova York - aborda<br />
o trabalho manual<br />
não industrializado,<br />
conectando o esforço<br />
físico a valores<br />
éticos e morais. Em<br />
sua pesquisa, Sennett<br />
estuda o conjunto<br />
de transformações<br />
sociais ocorridas<br />
ao longo dos últimos séculos para compreender<br />
como funciona a sociedade contemporânea. Ele discute<br />
o valor das sociedades industrializadas e exalta a<br />
necessidade de meios de produção artesanais, defendendo<br />
este modo de produção por acreditar que<br />
trabalhar com as mãos é trabalhar com a mente. Por<br />
isso para ele a mão e a mente estão intimamente associadas<br />
e a harmonia entre ambas serve para relacionar<br />
homem e máquina, consciência material e experiência<br />
de longo prazo. Expandindo o conceito de<br />
“artesanato”, Sennett demonstra como a linguagem<br />
expressiva que orienta a ação física do artífice corresponde<br />
à unidade entre a sua mente e o seu corpo.<br />
Por isso entende o trabalho manual como um instrumento<br />
de medida das reações de satisfação e frustração<br />
provocadas pelo desejo de fazer as coisas da<br />
melhor maneira possível. Para ele, a habilidade artesanal<br />
designa um impulso humano básico e permanente:<br />
o desejo de um trabalho bem feito por si mesmo.<br />
Referência: SENNETT, Richard. O Artífice. Record, 2009.<br />
Por Micheli Reguss Doege<br />
Aluna do 8º semestre de Serviço Social da UnB<br />
No livro Mais Trabalho!<br />
Sadi Dal<br />
Rosso analisa as<br />
dinâmicas da<br />
expansão capitalista<br />
no inicio do<br />
século XXI, apresentando<br />
um estudo<br />
da intensificação<br />
do trabalho<br />
na contemporaneidade<br />
e<br />
das implicações<br />
desse fenômeno<br />
para o trabalhador.<br />
O centro da<br />
análise está na<br />
conceituação da<br />
“intensidade do trabalho”. Para tanto, procura respostas<br />
para o sentido das mudanças que estão<br />
ocorrendo na esfera do trabalho e elabora uma<br />
sólida interpretação para a teoria da intensificação<br />
do labor, mostrando como o trabalho tornou-se<br />
sinônimo de atividade intensificada. O autor aborda<br />
também a diferença entre intensidade e produtividade:<br />
na primeira a elevação dos resultados é<br />
obtida mediante a intensificação do trabalho e na<br />
segunda, por meio de inovações técnicocientíficas.<br />
Trata-se de uma abordagem original na<br />
medida em que o autor foca, em sua pesquisa, a<br />
situação do Distrito Federal - onde não existe uma<br />
tradição do trabalho industrial. Entretanto, como<br />
mostra Dal Rosso, na Capital Federal encontram-se<br />
exemplos desse fenômeno, que podem ser observados<br />
em escala global e que têm provocado sérias<br />
consequências ao trabalhador, em todos os<br />
setores.<br />
Referência: DAL ROSSO, Sadi. Mais Trabalho! A intensificação<br />
do labor na sociedade contemporânea.<br />
São Paulo: Boitempo, 2008.<br />
Por Tázya Coelho Sousa<br />
Aluna do 5º semestre de Serviço Social da UnB<br />
Esta comédia retrata as dificuldades enfrentadas por seis operários desempregados<br />
de uma cidade industrial inglesa na busca para conseguir um novo emprego.<br />
Nesta empreitada para recuperar a auto-estima, um novo trabalho e uma fonte<br />
de renda, estes operários descobrem como utilizar o próprio corpo para ganhar a<br />
vida, tornando-se stripers. Para tanto, terão de superar seus próprios preconceitos<br />
e os da sociedade em que vivem. Ao se despirem, os ex-operários quebram paradigmas<br />
e rompem com as imposições toyotistas – para qual o corpo é parte da<br />
subjetividade que é capturada no processo de trabalho e que deve ser flexibilizada<br />
tanto no que diz respeito ao físico como ao intelecto. Esta cômica trama nos<br />
leva à reflexão sobre o papel e a centralidade do trabalho tanto na vida econômica<br />
quanto nas relações humanas e sociais.<br />
Referência: Peter Cattaneo. Ou tudo ou Nada (The Full Monty). Europa Filmes.<br />
Cor/91 minutos. 1997.<br />
Por Rafaella Oliveira da Câmara Ferreira<br />
Aluna do 5º semestre de Serviço Social da UnB<br />
P á g i n a 8