diversidade sexual no século xxi - Rede de Ensino JK
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Faculda<strong>de</strong> <strong>JK</strong> – Unida<strong>de</strong> Guará<br />
Núcleo <strong>de</strong> Pesquisas e Práticas <strong>de</strong> Ciências Sociais – NUPCIS-<strong>JK</strong><br />
Revista Acadêmica <strong>de</strong> Administração e Comunicação – RAC-<strong>JK</strong><br />
Diversida<strong>de</strong> <strong>sexual</strong>: Produção e Abordagem na Mídia<br />
Brasileira<br />
Edson <strong>de</strong> Carvalho 1<br />
Mateus Portela 2<br />
Polyene Tomaz Dutra 3<br />
RESUMO<br />
A <strong>diversida<strong>de</strong></strong> <strong>sexual</strong> tem saído dos corriqueiros cenários <strong>de</strong> discurssões, e<br />
ganhado os mais diversos pontos <strong>de</strong> observações. A socieda<strong>de</strong> brasileira tem sido<br />
cada vez mais estimulada a encarar <strong>de</strong> frente a questão do homo<strong>sexual</strong>ismo.<br />
Observa-se que a mídia introduz o assunto <strong>de</strong> maneira gradual na rotina da<br />
socieda<strong>de</strong> comtemporânea brasileira. Essa socieda<strong>de</strong> tem quebrado, a ultrapassada<br />
idéia <strong>de</strong> que homo<strong>sexual</strong>ismo seria uma doença ou viria <strong>de</strong>vido a um transtor<strong>no</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong>. O esforço da mídia em incluir essa plurarida<strong>de</strong> tem sido <strong>de</strong> estrema<br />
importancia. A introdução <strong>de</strong>sse assunto, vinculando os aos meios <strong>de</strong> massa, sem<br />
utilizar <strong>de</strong> esteriótipos, coloca a socieda<strong>de</strong> para conviver com essas diferenças,<br />
auxilia a quebrar preconceitos, ou pelo me<strong>no</strong>s, enfrentá-los <strong>de</strong> maneira sensata.<br />
Tem sido comum , a abordagem do tema por meio <strong>de</strong> <strong>no</strong>velas, filmes, anúncios<br />
publicitários ou músicas. A questão é que o público homos<strong>sexual</strong> vem sendo mais<br />
entendido e respeitado por suas particularida<strong>de</strong>s. Fazendo-se <strong>no</strong>tar que a opção<br />
<strong>sexual</strong>, não anula o individuo como consumidor, abrindo assim, oportunida<strong>de</strong>s <strong>no</strong><br />
campo publicitário para a divulgação <strong>de</strong> produtos e serviços direcionados, e cada<br />
vez mais focados, nesse público; eliminando totalmente o conceito <strong>de</strong> que qualquer<br />
1<br />
Mestrando em Comunicação e Administração – UCB – UNIEURO; Especialista em Comunicação Estratégica – Faculda<strong>de</strong> <strong>JK</strong>; Professor e<br />
Orientador do Curso <strong>de</strong> Comunicação Social da Faculda<strong>de</strong> <strong>JK</strong><br />
2<br />
Alu<strong>no</strong> graduando do curso <strong>de</strong> Comunicação Social com habilitação em Publicida<strong>de</strong> e Propaganda da Faculda<strong>de</strong> <strong>JK</strong><br />
3 Aluna graduando do curso <strong>de</strong> Comunicação Social com habilitação em Publicida<strong>de</strong> e Propaganda da Faculda<strong>de</strong> <strong>JK</strong>
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Núcleo <strong>de</strong> Pesquisas e Práticas <strong>de</strong> Ciências Sociais – NUPCIS-<strong>JK</strong><br />
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manifestação que se afaste da opção heteros<strong>sexual</strong>, na <strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> humana, seria<br />
uma a<strong>no</strong>rmalida<strong>de</strong>.<br />
Palavras-chave: <strong>diversida<strong>de</strong></strong> <strong>sexual</strong>, mídia, Brasil.<br />
INTRODUÇÃO<br />
O tema abordado nesse trabalho, refere-se à divulgação, introdução e socialização<br />
da pluralida<strong>de</strong> <strong>sexual</strong> dos brasileiros pelos meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massa.<br />
Demonstrando a importância da abordagem do tema por todos os instrumentos <strong>de</strong><br />
comunicação disponíveis.<br />
Consi<strong>de</strong>rando que a familiarização do assunto e abordagem pelos meios <strong>de</strong><br />
comunicação em massa, faz com que a população conviva diretamente com<br />
assunto, auxiliando na quebra <strong>de</strong> ultrapassadas idéias que taxavam os a<strong>de</strong>ptos a<br />
essa <strong>diversida<strong>de</strong></strong>, como indivíduos doentes psicologicamente. Apresentando o<br />
esforço da mídia <strong>no</strong> <strong>de</strong>correr dos a<strong>no</strong>s, para a inclusão <strong>de</strong>ssas pessoas na<br />
socieda<strong>de</strong>, diminuindo o preconceito e aumentando a aceitação e respeito <strong>de</strong> todos,<br />
salvo das escolhas sexuais <strong>de</strong> cada um.<br />
CONCEITOS<br />
Diversida<strong>de</strong>: A idéia <strong>de</strong> <strong>diversida<strong>de</strong></strong> está ligada aos conceitos <strong>de</strong> pluralida<strong>de</strong>,<br />
multiplicida<strong>de</strong>, diferentes ângulos <strong>de</strong> visão ou <strong>de</strong> abordagem, heterogeneida<strong>de</strong> e<br />
varieda<strong>de</strong>. E, muitas vezes, também, po<strong>de</strong> ser encontrada na comunhão <strong>de</strong><br />
contrários, na intersecção <strong>de</strong> diferenças, nas distintas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> expressão e<br />
vivência social das pessoas, dados por aspectos <strong>de</strong> orientação <strong>sexual</strong>, gênero, sexo,<br />
faixa etária, raça/cor, etnia, pessoas com <strong>de</strong>ficiências. O termo <strong>diversida<strong>de</strong></strong> diz
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respeito à varieda<strong>de</strong> e convivência <strong>de</strong> idéias, características ou elementos diferentes<br />
entre si, em <strong>de</strong>terminado assunto, situação ou ambiente.<br />
Sexualida<strong>de</strong>: A <strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> é um campo muito amplo da vida <strong>de</strong> um indivíduo, Em<br />
tese seria o uso do corpo para se conhecer, <strong>de</strong>scobrir as necessida<strong>de</strong>s prazerosas e<br />
afetiva a caminho <strong>de</strong> uma vida feliz e plena. É basicamente a busca do prazer em<br />
suas diversas formas, jeitos e maneiras para obter ou expressas prazer, e essa<br />
busca <strong>de</strong> prazer irá variar <strong>de</strong> pessoa para pessoa. E, uma vez que cada pessoa é<br />
uma criatura humana é absolutamente única, não é possível afirmar<br />
categoricamente que exista uma <strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong>, ou mesmo uma ativida<strong>de</strong> <strong>sexual</strong>, que<br />
possa ser consi<strong>de</strong>rada "<strong>no</strong>rmal", em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> todas as outras formas<br />
existentes.<br />
Mídia: É a referência que se dá para aos meios <strong>de</strong> comunicação, instrumento<br />
informativo da população. O uso generalizado da palavra vem sendo amplamente<br />
empregada a partir da década <strong>de</strong> 90, a palavra é utilizada <strong>no</strong> mesmo sentido <strong>de</strong><br />
imprensa, gran<strong>de</strong> imprensa, jornalismo, meio <strong>de</strong> comunicação, veículos.<br />
Conceituamos então a palavra, através <strong>de</strong> um estudo multidisciplinar, que envolve<br />
inter-relação teórica convergente entre as perspectivas da comunicação, sociologia,<br />
ciência política e, até mesmo, psicologia social.<br />
Sexo: Características fisiológicas e especificas do aparelho reprodutor masculi<strong>no</strong> e<br />
femini<strong>no</strong>, diferenças a qual, <strong>de</strong>fine o ser como macho ou fêmea. I<strong>de</strong>ntificando a partir<br />
<strong>de</strong> dados corporais, genitais, sendo uma construção natural com a qual se nasce.<br />
Gênero: Engloba um conceito mais objetivo, e não apenas biológico, estando mais<br />
ligado a uma questão <strong>de</strong> formação cultural, social, psicológica. Uma força realizada<br />
pela socieda<strong>de</strong> para <strong>de</strong>finir o ser nascido, em homem ou mulher, um<br />
empreendimento social, com influencia direta para formar os papeis psicológicos e<br />
culturais <strong>de</strong> cada um, <strong>de</strong>finindo-os como masculi<strong>no</strong> ou femini<strong>no</strong>.<br />
Diversida<strong>de</strong> Sexual: É o termo usado para <strong>de</strong>signar as várias formas <strong>de</strong> expressão<br />
da <strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> humana. Sabendo que somos seres únicos, sendo assim <strong>de</strong>vemos
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reconhecer que cada ser tem suas necessida<strong>de</strong>s, sonhos, e <strong>de</strong>sejos diferentes. Isso<br />
também se aplica a escolhas sexuais.<br />
Diversida<strong>de</strong> Sexual na Aceitação Popular<br />
A <strong>diversida<strong>de</strong></strong> <strong>sexual</strong> sempre foi um assunto polêmico e motivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate entre a<br />
socieda<strong>de</strong> e a igreja. A superação <strong>de</strong>sse paradigma começou com a revolução<br />
<strong>sexual</strong> ocorrida entre 1960 e 1980, <strong>de</strong>pois com a <strong>de</strong>sclassificação <strong>de</strong> homossexuais<br />
como doentes mentais, feita pela associação psiquiátrica americana <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 70 e<br />
posteriormente pela Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />
“...Até recentemente, a homos<strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> era citada <strong>no</strong>s livros <strong>de</strong> psiquiatria também como “inversão<br />
<strong>sexual</strong>” e consi<strong>de</strong>rada uma perversão ou forma a<strong>no</strong>rmal <strong>de</strong> comportamento <strong>sexual</strong>. A Associação<br />
Americana <strong>de</strong> Psiquiatria retirou em 1973, a homos<strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu “Manual <strong>de</strong> Diagnóstico”, on<strong>de</strong><br />
constava até então como uma doença mental.” (MONTEOLIVIA JOSÉ, 1998, p.57)<br />
A partir <strong>de</strong>sses acontecimentos o tema passou a ser trabalhado pela comunicação e<br />
pelos meios políticos, autorida<strong>de</strong>s trabalham para diminuir ou senão acabar com<br />
atitu<strong>de</strong>s homofóbicas, foi aprovado o projeto <strong>de</strong> lei (número 5003/2001), que visa<br />
aplicar punições, para toda e qualquer manifestação, direta ou indiretamente que<br />
seja regida <strong>de</strong> preconceitos, trazendo <strong>no</strong> artigo 8º a <strong>de</strong>fesa dos direitos<br />
homossexuais e vedação <strong>de</strong> práticas homofóbicas.<br />
A cada dia a <strong>diversida<strong>de</strong></strong> <strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> tem <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> ser um assunto <strong>de</strong>sconhecido,<br />
barreiras do preconceito começa a ser ultrapassada ou pelo me<strong>no</strong>s negada pela<br />
socieda<strong>de</strong>, levando em consi<strong>de</strong>ração décadas passadas, a aceitação, o respeito em<br />
relação a etnias, classes sociais e opção <strong>sexual</strong> <strong>de</strong> cada individuo tem prevalecido,<br />
porem há um longo caminho a ser percorrido para a extinção <strong>de</strong>ssa exclusão social.<br />
Ressaltando que a utilização <strong>de</strong> personagens sem estereótipos, personagens os<br />
quais se aproxima da realida<strong>de</strong> vivida, sempre foi <strong>de</strong> muita importância <strong>no</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> aceitação <strong>no</strong> ambiente social.<br />
“O estilista Clodovil Hernan<strong>de</strong>z foi o primeiro gay assumido que vi na televisão <strong>no</strong> Brasil e, para mim, foi<br />
um choque. Eu nunca tinha visto um gay assumidíssimo <strong>no</strong> ví<strong>de</strong>o fazendo papel relevante, conversando e
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tratando com inteligência seus telespectadores, passando uma imagem <strong>de</strong> que o gay não só do brilho dos<br />
spots. Aliás, gay era um assunto vetado na mídia. O estilista sempre assumiu suas preferências sexuais e<br />
o seu lado <strong>de</strong>bochado e engraçado, além <strong>de</strong> ser uma pessoa altamente carismática. Acho que o Clodovil é<br />
o precursor do aparecimenro <strong>de</strong> gays na TV, sem o estereótipo estabelecido pela socieda<strong>de</strong> como figura<br />
do gay” ( Lascar Gilles, 1996, p.112)<br />
A utilização da imagem dos homossexuais vinculando-os como indivíduos sociais,<br />
inteligentes e capazes, quebra a idéia antes alimentada <strong>de</strong> que todo homos<strong>sexual</strong><br />
estaria as margens da socieda<strong>de</strong>, tendo baixo po<strong>de</strong>r aquisitivo, ou pouca<br />
escolarida<strong>de</strong>. Com uma <strong>no</strong>va idéia sendo construída vem também a <strong>de</strong>monstração<br />
<strong>de</strong> um perfil habilitado para consumo, e cada dia mais i<strong>de</strong>ntificado pelo mercado,<br />
sendo progressivamente explorado por campanhas e peças publicitária.<br />
“...além do apelo mercadológico, o interesse da mídia em introduzir e difundir uma visão mais positivada da<br />
homos<strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> aponta para uma ações coletivas, as quais são estimuladas e alimentadas pelas<br />
imagens e informações medianas.” (MELLO, 2007; GROSSI, 2007; p.367/368)<br />
Diversida<strong>de</strong> Sexual em anúncios brasileiros<br />
A publicida<strong>de</strong>, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do público o qual quer atingir, <strong>de</strong>ve seguir<br />
padrões básicos <strong>de</strong> bom senso e respeito. Atualmente <strong>no</strong>tamos a tentativa em<br />
englobar todos os públicos sem per<strong>de</strong>r o prestigio entre públicos mais<br />
conservadores. Consi<strong>de</strong>rando a mídia como formadora <strong>de</strong> opiniões, temos que<br />
consi<strong>de</strong>rar a força e o perigo que ela possui. Assim a mídia <strong>de</strong>ve usar seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
maneira positiva, sendo aliada do bem-estar social englobando todas as mi<strong>no</strong>rias<br />
contidas em uma socieda<strong>de</strong>. A publicida<strong>de</strong> é um termômetro da socieda<strong>de</strong>, o fato <strong>de</strong><br />
existirem anúncios com a temática homos<strong>sexual</strong> indica um progresso, um princípio<br />
<strong>de</strong> aceitação. Porém, a maneira como a homos<strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> é representada revela<br />
uma visão ainda estereotipada a respeito do tema.<br />
Marcas <strong>de</strong> produtos ou serviços não dirigidos para o publico gay, mas que queiram<br />
abordar este público, usam uma linguagem mais sutil, para não correr o risco <strong>de</strong><br />
per<strong>de</strong>r outros clientes. Essa sutileza aumenta ou diminui <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do local on<strong>de</strong><br />
o anúncio será veiculado. Em revistas dirigidas, on<strong>de</strong> se pressupõe que só os<br />
leitores gays verão o anúncio, a linguagem é mais direta. Em outras publicações, a<br />
sutileza alcança o nível da ambigüida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> cada leitor enten<strong>de</strong> o anúncio como<br />
quiser.
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A prática <strong>de</strong> propagandas voltadas a homossexuais começou com a Procter &<br />
Gamble, em 1917 e foi consi<strong>de</strong>rada gay pela forma que dois homens se olhavam.<br />
No fim da década <strong>de</strong> 80 e inicio da década <strong>de</strong> 90 ouve uma gran<strong>de</strong> ascensão em<br />
publicida<strong>de</strong> propriamente direcionada para a <strong>diversida<strong>de</strong></strong> <strong>sexual</strong> em sua gran<strong>de</strong><br />
maioria com textos voltados para o lado político e educativo. Propagandas com<br />
intuito <strong>de</strong> conscientização a respeito do uso da camisinha <strong>de</strong>vido a gran<strong>de</strong><br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> AIDS, doença <strong>de</strong>sconhecida na época.<br />
A Faculda<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Paraná lançou um cartaz <strong>no</strong> qual o espaço acima do prédio<br />
histórico da universida<strong>de</strong> é coberto pelas cores do arco-íris. Com o tema "Venha<br />
viver a <strong>diversida<strong>de</strong></strong>", a peça faz parte <strong>de</strong> uma campanha publicitária que enfatiza a<br />
política <strong>de</strong> cotas e respeito à <strong>diversida<strong>de</strong></strong> da instituição.<br />
No estado <strong>de</strong> Santa Catarina, a Unimed Blumenau foi a primeira empresa a fazer um<br />
campanha com um casal gay. A empresa chega a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r publicamente o direito<br />
<strong>de</strong> casais gays à saú<strong>de</strong>, ao respeito e ao título <strong>de</strong> família. Em outdoores com a foto<br />
<strong>de</strong> um casal gay, lia-se: "Pla<strong>no</strong> Familiar para todo o tipo <strong>de</strong> família. De um jeito ou <strong>de</strong><br />
outro, todo mundo precisa". O outdoor foi um choque para os mais tradicionais e<br />
uma comemoração para o movimento homos<strong>sexual</strong>.<br />
A construtora Tecnisa investe <strong>no</strong> publico homos<strong>sexual</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2003 como um público<br />
em potencial como em suas peças publicitárias usa slogans do tipo “mais cedo ou<br />
mais tar<strong>de</strong> vocês vão morar juntos” e imagens <strong>de</strong> duas roupas intimas masculinas<br />
com isso seus anúncios sutis conquistaram o gosto do publico homos<strong>sexual</strong><br />
brasileiro.<br />
Recentemente uma propaganda produzida pela Africa para a marca <strong>de</strong> cerveja<br />
Brahma foi acusada <strong>de</strong> uma suposta homofobia, em sua história ro<strong>de</strong>ado por duas<br />
mulheres, Zeca Pagodinho numa mesa <strong>de</strong> bar diz: "No mundo inteiro happy hour é a<br />
hora <strong>de</strong> reunir os amigos pra se divertir, só que traduzindo para o português é a hora<br />
alegre...mas este <strong>no</strong>me pega mal, né?" A cena segue para um escritório on<strong>de</strong> um<br />
homem convida outro para uma "hora alegre". De volta ao bar, um homem fala ao<br />
celular: "Oi amor, tô aqui numa hora alegre" quando é interrompido por um outro<br />
que, num tom <strong>de</strong>sconfiado, diz: "hora alegre?". Todos os presentes <strong>no</strong> bar dizem
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"hum...", <strong>no</strong> mesmo tom <strong>de</strong>sconfiado <strong>de</strong> antes, e assim volta a aparecer o "garoto-<br />
propaganda" da marca. "Por isso a Brahma <strong>de</strong>u um <strong>no</strong>me mais esperto pro happy<br />
hour, a Zeca-Hora". O comercial fecha com um jingle explicando que a Zeca-Hora é<br />
a hora <strong>de</strong> beber a cerveja.<br />
A socieda<strong>de</strong> contemporânea brasileira finalmente começa a compreen<strong>de</strong>r que<br />
a opção <strong>sexual</strong> é uma <strong>de</strong>finição diretamente liga com a escolha <strong>de</strong> cada um, nada<br />
tendo haver com características que <strong>de</strong>fine o individuo como cidadão, ou que possa<br />
<strong>de</strong>gradar o caráter do mesmo. Escolhas são escolhas e cada um tem a liberda<strong>de</strong> e o<br />
direito <strong>de</strong> fazer as suas.<br />
“O único elemento que se altera entre a composição da heteros<strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> e a da homos<strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> é a<br />
orientação do <strong>de</strong>sejo. O homem homos<strong>sexual</strong> é aquele que tem sexo biológico masculi<strong>no</strong> e se sente em<br />
acordo com ele, ou seja, sabe que é um homem se e i<strong>de</strong>ntifica como tal, comportando-se <strong>de</strong> acordo com<br />
os papéis sociais e sexuais tidos como masculi<strong>no</strong>. Sua atração afetiva é direcionada ás pessoas do mesmo<br />
sexo biológico que o seu” (BITTENCOURT, 2000; BRUGNERA, 1999; p.30/31).<br />
Em particular, o "mercado GLS" é, por assim dizer, <strong>no</strong>s dias <strong>de</strong> hoje um segmento<br />
em gran<strong>de</strong> expansão e por isso mesmo um gran<strong>de</strong> filão <strong>de</strong> negócios. De muitos e<br />
lucrativos negócios, viagens, roupas, cosméticos, automóveis, saú<strong>de</strong>, educação e<br />
tudo mais é consumido em larga escala por um mercado composto <strong>no</strong>rmalmente por<br />
pessoas inteligentes, <strong>de</strong> bom gosto, exigentes, com alta renda e escolarida<strong>de</strong><br />
universitária.<br />
Marcas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> quando dirigem suas mensagens publicitárias a este público,<br />
dificilmente se arrepen<strong>de</strong>m. A cada dia é mais comum a associação <strong>de</strong>ssas pessoas<br />
com produtos e serviços <strong>de</strong> luxo. Porém, um dado importantíssimo e até hoje<br />
<strong>de</strong>sprezado eram os gays, lésbicas e simpatizantes <strong>de</strong> baixa renda e empresas que<br />
<strong>de</strong>sprezam esse nicho <strong>de</strong> mercado per<strong>de</strong>m.<br />
Diversida<strong>de</strong> nas tele<strong>no</strong>velas
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Apesar <strong>de</strong> estarmos engatinhando <strong>no</strong> que diz respeito à aceitação da orientação<br />
<strong>sexual</strong> dos brasileiros, o tema polêmico <strong>no</strong> Brasil começou a ser abordado na<br />
década <strong>de</strong> sessenta, <strong>no</strong> teleteatro “Calúnia”, da TV Tupi. Na peça, escrita por Lilian<br />
Helmann, as atrizes Vida Alves e Geórgia Gomi<strong>de</strong> viveram as professoras Karin e<br />
Martha que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> serem acusadas <strong>de</strong> serem lésbicas pelas alunas, revelaram-<br />
se apaixonadas com um beijo homos<strong>sexual</strong>.<br />
Um estudo bastante aprofundado foi realizado por Leandro Calling, em 2007,<br />
intitulado “Homoerotismo nas tele<strong>no</strong>velas da Globo e a cultura”. O texto faz uma<br />
analise <strong>de</strong> como as tele<strong>no</strong>velas da <strong>Re<strong>de</strong></strong> Globo representaram os homossexuais <strong>no</strong><br />
período <strong>de</strong> 1974 ao início <strong>de</strong> 2007.<br />
A primeira aparição <strong>de</strong> um personagem homos<strong>sexual</strong> em <strong>no</strong>velas da Globo<br />
aconteceu em “Rebu”, <strong>de</strong> 1974. Na trama, Conrad Mahler mantinha uma relação<br />
com o garoto <strong>de</strong> programa Cauê, assassinado <strong>no</strong> final do folhetim por se envolver<br />
com a esposa do companheiro.<br />
“Relações sexuais e afetivas entre pessoas do mesmo sexo datam dos primórdios da humanida<strong>de</strong>. Em<br />
algumas socieda<strong>de</strong>s, a homos<strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> fazia parte dos costumes aceitos. Como na Grécia antiga, por<br />
exemplo, vista por muitos gays hoje como o paraíso perdido da homos<strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong>. Mas como era essa<br />
homos<strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> grega? Os gregos formavam casais constituídos por um homem adulto e um<br />
adolescente, freqüentemente com a concordância dos dois pais do adolescente. Mas o adulto não <strong>de</strong>via se<br />
aproveitar do corpo do amante como objeto <strong>sexual</strong>, era seu <strong>de</strong>ver contribuir para a formação cultural e<br />
moral, incentivando nele a coragem e a honra. Quando o adolescente ficava adulto, a relação <strong>de</strong>via cessar,<br />
e o <strong>no</strong>vo adulto podia então manter relação com um adolescente” (PINSKY, 1999, p.31).<br />
Em “O Astro”, ainda na década <strong>de</strong> 70, a homos<strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> foi <strong>no</strong>vamente<br />
relacionada à violência. O cabeleireiro gay Henri torna-se álibi do assassinato <strong>de</strong><br />
Salomão Hayalla. Estes tipos <strong>de</strong> associação, obviamente, em nada contribuíram<br />
para uma discussão saudável. Pelo contrário, alimentaram o sentimento <strong>de</strong> aversão<br />
<strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> amordaçada por uma ditadura militar opressora e violenta.<br />
Também <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 70, outros personagens gays ganharam <strong>de</strong>staque em <strong>no</strong>velas,<br />
<strong>de</strong>sta vez com um estereótipo afeminado o garçom Waldomiro, o chefe <strong>de</strong> cozinha<br />
Pierre Lafond <strong>de</strong> “Marron-glacé” e o mordomo Everaldo <strong>de</strong> “Dancing Days”. Esta
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abordagem, satírica e rasa, emprestou aos papéis um tom jocoso, colaborando<br />
ainda mais para discriminação dos homossexuais.<br />
Na década seguinte foram <strong>no</strong>ve aparições <strong>de</strong> gays na dramaturgia global, <strong>de</strong> 1980 a<br />
1989. A primeira apresentação <strong>de</strong> uma personagem lésbica aconteceu em “Ciranda<br />
<strong>de</strong> Pedra”: Letícia, uma feminista com aparência masculina. A década <strong>de</strong> 90 também<br />
contou com <strong>no</strong>ve papéis homossexuais, incluindo a primeira veiculação <strong>de</strong> um gay<br />
não-afeminado, já <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 2000 a emissora adotou a estratégia <strong>de</strong> omitir quase até<br />
o fim <strong>de</strong> suas tramas as opções sexuais <strong>de</strong> personagens sobre suspeitas.<br />
Os personagens homossexuais representados em <strong>no</strong>velas da globo <strong>no</strong>rmalmente<br />
são pessoas apresentáveis, ricos, apreciadores das artes e são socialmente aceitos<br />
pela a maioria o que ainda é diferente da realida<strong>de</strong> do país.<br />
Até meados dos a<strong>no</strong>s 2000 a emissora globo já havia contabilizado muitos<br />
personagens homossexuais, na <strong>no</strong>vela “As filhas da mãe” um personagem<br />
transgênero interpretado por Claudia Raia vive um romance com Leonardo<br />
interpretado por Alexandre Borges, em 2003 na <strong>no</strong>vela “Mulheres Apaixonadas”, um<br />
casal lésbico enfrentava preconceitos por parte da família <strong>de</strong> uma das envolvidas e<br />
também pela socieda<strong>de</strong>, <strong>no</strong> fim acabam ficando juntas e buscavam a constituição <strong>de</strong><br />
uma família hetero<strong>no</strong>rmativa, já em 2005, América trazia o personagem Júnior<br />
(Bru<strong>no</strong> Gagliasso), filho <strong>de</strong> fazen<strong>de</strong>iros, <strong>de</strong>sejava ser estilista e começou a sentir<br />
atração por homens. Ele acaba conhecendo o peão Zeca (Erom Cor<strong>de</strong>iro) e ambos<br />
se apaixonam. No final da trama, Júnior revela sua homos<strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> para a mãe<br />
Neuta (Eliane Giardini) o Beijo entre o casal foi gravado porém não foi exibido.<br />
“A Psicologia <strong>no</strong>s questiona: é muito discutível o conceito <strong>de</strong> “<strong>no</strong>rmalida<strong>de</strong>”. Se a vida <strong>sexual</strong> humana <strong>de</strong>ve<br />
integrar todo o ser completo, como po<strong>de</strong>remos consi<strong>de</strong>rar <strong>no</strong>rmal um heteros<strong>sexual</strong> que usa <strong>de</strong> modo mais<br />
ou me<strong>no</strong>s satisfatório sua genitalida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>scuidando, <strong>de</strong>sprezando ou <strong>de</strong>struindo outros valores e<br />
consi<strong>de</strong>rando a<strong>no</strong>rmal todo homos<strong>sexual</strong>, que po<strong>de</strong> (e não raro acontece!) integrar muito satisfatoriamente<br />
sua vida afetiva e sentimental, faltando-lhe apenas a expressão da complementarida<strong>de</strong> genital?”<br />
(MONTEOLIVIA MARIA; 2006, p.58).<br />
Nos a<strong>no</strong>s 70, os personagens gays foram ligados a criminalida<strong>de</strong>, a maioria era<br />
afeminada, afetada ou baseada em estereótipos.
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Na década <strong>de</strong> 80, a emissora alterna seus personagens homossexuais entre<br />
afeminados e <strong>no</strong>rmais com nenhum traço que os distinguisse dos <strong>de</strong>mais, uma parte<br />
significativa dos personagens não mantém relações com outras pessoas e quando<br />
isso ocorre às cenas <strong>de</strong> sexo ou até mesmo beijos não são exibidos, ou seja, não<br />
mostram o aspecto principal em relação à diferenciação aos homossexuais.<br />
A década <strong>de</strong> 90 enfatiza a narrativa <strong>de</strong> revelação por parte <strong>de</strong> seus personagens.<br />
Diversida<strong>de</strong> na Música brasileira<br />
Na historia da musica brasileira é possível encontrar alguns artistas<br />
que projetaram o universo gay para a mídia, seja através <strong>de</strong> canções, <strong>de</strong> uma<br />
proposta <strong>de</strong> trabalho ou <strong>de</strong> sua própria história pessoal.<br />
Chico Buarque é um cantor e compositor que contribuiu bastante para o universo<br />
gay musical brasileiro, uma <strong>de</strong> suas musica titulada como Barbara, foi composta <strong>no</strong><br />
inicio da década <strong>de</strong> 70 para uma peça censurada chamada “Calabar- O Elogio da<br />
Traição”, essa música fala da história <strong>de</strong> amor mutuo vivido por Ana e Barbara, outra<br />
múgoogsica do cantor intitulada Geni e o Zepelim, composta para a peça "A Ópera<br />
do Malandro", que conta a história <strong>de</strong> um travesti semi miserável alvo da exploração<br />
popular, tanto <strong>sexual</strong> quanto política. A sambista Leci Brandão lançou em 1978 a<br />
triste canção Ombro Amigo que retratava a dificulda<strong>de</strong> da condição gay da época<br />
on<strong>de</strong> viviam escon<strong>de</strong>ndo sua opção <strong>sexual</strong> e não po<strong>de</strong>riam se revelar <strong>de</strong>vido ao<br />
período <strong>de</strong> ditadura militar e fala ainda que para se mostrar como realmente era os<br />
homossexuais tinham <strong>de</strong> sair para boates específicas, pois somente nesses lugares<br />
não seriam totalmente discriminados.<br />
Cantores bregas como Agnaldo Timóteo, Wando, Nelson Ned e Odair José são<br />
listados como artistas que abordaram o tema durante o período <strong>de</strong> maior censura as<br />
artes. Entre 1975 e 1977, Agnaldo gravou três discos que acabaram por formar a<br />
chamada Trilogia da Noite. De 1975 é “A galeria do Amor” a chamada galeria do<br />
amor na verda<strong>de</strong> é a Galeria Alaska em Copacabana, um <strong>no</strong>tório local <strong>de</strong> encontros<br />
gays do Rio <strong>de</strong> Janeiro, <strong>de</strong>vido ao sucesso <strong>de</strong> galeria do amor Agnaldo lançou
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posteriormente duas musicas do mesmo gênero, “Perdido na Noite” <strong>de</strong> 1976 e “Eu<br />
Pecador” <strong>de</strong> 1977 que também faziam referências ao mundo homos<strong>sexual</strong>. Em 1978<br />
Wando gravou “Emoções” que falava sobre a <strong>de</strong>scoberta do amor entre dois<br />
adolescentes do mesmo sexo e usava o seguinte trecho "...<strong>no</strong>s fizemos tão meni<strong>no</strong>s<br />
/ livres tão vadios <strong>de</strong> tanto querer..."- a musica segue falando do medo que esses<br />
dois adolescentes têm <strong>de</strong> se entregar aos seus <strong>de</strong>sejos mais posteriormente se<br />
<strong>de</strong>ixam levar por seus impulsos joviais. Odair José com a musica “Forma <strong>de</strong> Sentir”<br />
também faz citações a temática com trechos como e Nelson Ned com “Meu jeito <strong>de</strong><br />
amar”, conta o drama <strong>de</strong> um rapaz que sofre por sentir um amor proibido por outro<br />
rapaz, também fala <strong>de</strong> uma forma mais ou me<strong>no</strong>s explícita sobre o tal amor que não<br />
po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>monstrado.<br />
Na década <strong>de</strong> 1980 outros cantores brasileiros perpetuaram a música com temática<br />
ou pelo me<strong>no</strong>s trechos <strong>de</strong> aceitação a <strong>diversida<strong>de</strong></strong> <strong>sexual</strong>, Léo Jaime com sua<br />
musica “Aids” e “Sonia”, Lulu Santos perpetuou, em sua musica “Toda Forma <strong>de</strong><br />
Amor”, a frase <strong>de</strong>finitiva sobre o respeito universal "...consi<strong>de</strong>ramos justa toda a<br />
forma <strong>de</strong> amor...".<br />
Apesar <strong>de</strong> serem assumidamente gays Renato Russo e Cazuza não abordavam o<br />
tema diretamente, a música <strong>de</strong> Renato Russo que chega mais próxima do tema é<br />
“Meni<strong>no</strong>s e Meninas” com o trecho - “e eu gosto <strong>de</strong> meni<strong>no</strong>s”, já o cantor Cazuza em<br />
o Tempo não Para usa a frase agressiva "te chamam <strong>de</strong> ladrão, <strong>de</strong> bixa,<br />
maconheiro / transformam o país inteiro num puteiro”.Outra cantora que nunca<br />
escon<strong>de</strong>u sua posição <strong>sexual</strong> foi Cássia Eller e fez várias músicas <strong>de</strong> cunho<br />
homos<strong>sexual</strong> e contribuiu bastante para a música gay <strong>no</strong> Brasil, uma <strong>de</strong> suas<br />
músicas mais polêmicas foi Rubens que tratava <strong>de</strong> um relacionamento entre dois<br />
jovens do mesmo sexo usava trechos impactantes como “Rubens, eu acho que dá<br />
pé / esse negócio <strong>de</strong> homem com homem, / mulher com mulher".<br />
Diversida<strong>de</strong> <strong>no</strong> Cinema brasileiro
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O cinema brasileiro é uma das mídias ou senão a mídia brasileira que teve a me<strong>no</strong>r<br />
influência da <strong>diversida<strong>de</strong></strong> <strong>sexual</strong>, poucos filmes <strong>de</strong> cunho homos<strong>sexual</strong> que não<br />
sejam eróticos foram produzidos <strong>no</strong> país e os produzidos <strong>no</strong>rmalmente tratam o<br />
individuo praticante <strong>de</strong> sexo com pessoas do mesmo gênero com termos pejorativos<br />
e raramente são protagonistas <strong>de</strong>ssas tramas.<br />
Os filmes produzidos nas décadas <strong>de</strong> 1970, 1980 e início da década 1990 tratam<br />
homossexuais como sujeitos alienados a política, <strong>de</strong> comportamento agressivo,<br />
freqüentemente tem um gestual femini<strong>no</strong> exacerbado que se esten<strong>de</strong> ao gosto pelo<br />
vestuário. Nos relacionamentos interpessoais mostram tendência à solidão e a<br />
incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma relação mo<strong>no</strong>gâmica, pois se utiliza <strong>de</strong> vários parceiros,<br />
geralmente pagos para ter companhia, esses filmes tratavam os indivíduos como<br />
pessoas insociáveis e que viviam sempre a margem da socieda<strong>de</strong> ou eram motivo<br />
<strong>de</strong> chacota <strong>de</strong> outros personagens.<br />
Já os filmes atuais abordam personagens homossexuais como indivíduos sociáveis<br />
e mais parecidos com as pessoas que convivem co<strong>no</strong>sco diariamente, em diálogos e<br />
atitu<strong>de</strong>s.<br />
Produzido em 2000 o filme amores possíveis não é propriamente dito uma produção<br />
homos<strong>sexual</strong>, mas traz em sua história certa referência ao tipo, a personagem<br />
Carlos foi até o cinema encontrar uma colega da faculda<strong>de</strong> por quem ele era<br />
apaixonado.Entretanto a espera foi em vão e durante a espera, acontece algo que<br />
irá mudar a vida <strong>de</strong> Carlos para sempre. Quinze a<strong>no</strong>s após este acontecimento,<br />
passam a existir três versões possíveis e distintas da vida <strong>de</strong> Carlos, em uma <strong>de</strong>las<br />
o personagem é um homos<strong>sexual</strong> que colocou a paixão acima <strong>de</strong> tudo.<br />
O filme Madame Satã lançado em 2002 se passa na cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />
conta a história real <strong>de</strong> um presidiário chamado João Francisco, artista<br />
transformista, conseguiu se tornar um personagem freqüente e reconhecido na <strong>no</strong>ite<br />
carioca, foi preso diversas vezes geralmente por enfrentar policiais que insultavam<br />
mendigos, prostitutas, travestis e negros.<br />
Do começo ao Fim é o mais filme mais recente <strong>de</strong> cunho homos<strong>sexual</strong>, produzido<br />
em 2009, conta a história <strong>de</strong> dois irmãos que tinham <strong>de</strong>sejos sexuais em comum,
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porém tinham medo da reação <strong>de</strong> sua mãe, mais tar<strong>de</strong> quando os dois já haviam<br />
atingido a maior ida<strong>de</strong> sua mãe vai a óbito em um aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> automóvel e os dois<br />
se tornam amantes.<br />
Cariocas é o primeiro seriado com temática gay feito <strong>no</strong> Brasil, enfrentou<br />
preconceito em ser mostrado pela TV aberta <strong>no</strong> país, <strong>de</strong>vido a isso seus produtores<br />
negociam sua exibição em um canal <strong>de</strong> TV paga, o seriado envolverá um jogador <strong>de</strong><br />
vôlei que não po<strong>de</strong> sair do armário para não per<strong>de</strong>r o patrocínio, um jovem<br />
suburba<strong>no</strong> expulso <strong>de</strong> casa pelos pais que <strong>de</strong>scobriram suas preferências sexuais e<br />
um rapaz recém-chegado do exterior, já acostumado a viver sem preconceitos.<br />
O Festival Mix Brasil <strong>de</strong> Cinema e Ví<strong>de</strong>o da Diversida<strong>de</strong> Sexual surgiu em 1993<br />
através <strong>de</strong> um convite realizado pelo New York Lesbian and Gay Experimental Film,<br />
o festival <strong>de</strong>cidiu ampliar seus horizontes e convidar produtores estrangeiros para<br />
mostrar as diferentes formas <strong>de</strong> expressão da <strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> em outros países.<br />
Realizado em Nova Yorque, passou a se chamar "MIX New York". A partir <strong>de</strong>ssa<br />
participação brasileira <strong>no</strong> festival <strong>de</strong> Nova Yorque, o Departamento <strong>de</strong> Cinema do<br />
Museu da Imagem e do Som <strong>de</strong>cidiu fazer um convite para sediar uma edição<br />
brasileira do festival, que ganhou o <strong>no</strong>me "Festival MiX Brasil", o festival brasileiro<br />
estreou dia 5 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1993.<br />
Des<strong>de</strong> a primeira edição foram editadas versões para a apresentação do festival em<br />
várias capitais brasileiras. A exibição do primeiro Festival MiX Brasil ocorreu <strong>no</strong> Rio<br />
<strong>de</strong> Janeiro, marcada para acontecer na Casa Laura Alvim foi cancelada a 4 dias do<br />
evento por Beatriz Nogueira que <strong>de</strong>cidiu que o Rio <strong>de</strong> Janeiro não estava preparado<br />
para esse evento. A apresentação <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro foi improvisada na Torre <strong>de</strong><br />
Babel a convite <strong>de</strong> Ringo Cardia. As edições do festival passaram a ser realizadas<br />
anualmente e são bem recebidas por vários segmentos da socieda<strong>de</strong> por encarar a<br />
<strong>diversida<strong>de</strong></strong> <strong>sexual</strong> <strong>de</strong> forma aberta.<br />
O festival Mix Brasil foi pioneiro ao exibir filmes para um gran<strong>de</strong> público falando<br />
abertamente da <strong>sexual</strong>ida<strong>de</strong> gay e lésbica.
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Diversida<strong>de</strong> Sexual e Reality Show brasileiro<br />
Des<strong>de</strong> a sua estréia, o Big Brother trouxe poucos participantes gays. Na maioria das<br />
vezes, esses representantes eram uma mi<strong>no</strong>ria oprimida.<br />
“A idéia <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolver a auto-estima <strong>de</strong> grupos marginalizados, como homossexuais, negros,<br />
mulheres, não é algo muito comum num país que se consi<strong>de</strong>ra abençoado por Deus e bonito por<br />
natureza;daí a inexistência <strong>de</strong> publicações <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong>stinadas ao gran<strong>de</strong> publico. A falta <strong>de</strong> auto-estima<br />
faz com que os marginalizados sintam-se ainda mais isolados e culpados <strong>de</strong> pecados e crimes que não<br />
cometeram, que formem uma imagem negativa <strong>de</strong> si próprios e que não consigam aceitar-se como<br />
indivíduos merecedores <strong>de</strong> respeito. Assim apresento aqui, quase sempre, apenas imagens positivas <strong>de</strong><br />
gays e lésbicas que contribuíram para o progresso da humanida<strong>de</strong>”(VAINFAS,2000,p.11).<br />
Geralmente só um para não causar comoção da socieda<strong>de</strong>. Assim, a <strong>diversida<strong>de</strong></strong><br />
estaria preservada. A surpresa veio <strong>no</strong> BBB 5, quando o professor homos<strong>sexual</strong><br />
assumido Jean Willis venceu a disputa e faturou o prêmio máximo do programa.<br />
Diferentemente da quinta edição do programa, que abordou o tema <strong>de</strong> forma sutil, a<br />
décima edição apostou na polêmica para atrair a atenção,e foi mais ousada.<br />
Colocou, <strong>de</strong> uma só vez, três representantes gays assumidos.O problema, <strong>de</strong>sta<br />
vez, foi a forma grosseira com que o assunto foi explorado. A orientação <strong>sexual</strong> dos<br />
participantes, nas primeiras semanas, gerou<br />
discussão, como se eles não tivessem outra coisa a oferecer. Com o tempo a<br />
polêmica com relação a suas opções sexuais foram esgotando e os verda<strong>de</strong>iros<br />
valores dos participantes passaram a ganhar atenção.<br />
“Durante todo o tempo em que estive á frente da Parada Gay, em São Paulo, uma felicida<strong>de</strong> e uma<br />
preocupação minha não diziam a respeito á quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gays, lésbicas, travestis, transexuais e<br />
bissexuais presentes, mas á quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> heterossexuais, porque, na medida em que é possível agregar<br />
os heterossexuais nessas lutas por respeito á <strong>diversida<strong>de</strong></strong> e á inclusão, inicia-se efetivamente a fazer a real<br />
mudança sonhada.”(AVILA,2005;PORTELLA,2005,p.69).
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Apesar <strong>de</strong> nenhum dos participantes GLS da décima edição terem vencido a<br />
disputa, programa contribuiu para que os brasileiros mais tradicionais tivessem uma<br />
percepção mais expandida <strong>de</strong> um individuo homos<strong>sexual</strong>, mostrando o que difere<br />
um heteros<strong>sexual</strong> <strong>de</strong> um homos<strong>sexual</strong> é o sexo com pessoas do mesmo gênero e<br />
às vezes as formas <strong>de</strong> se vestir, nada mais.<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
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www.cotur<strong>no</strong><strong>de</strong>venus.org.com.br<br />
Seer.ufrgs.br- Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.
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Cenas<strong>de</strong>cinema.com- site com títulos relacionados ao tema.<br />
Espacoaca<strong>de</strong>mico.com- importância da mídia para a inclusão social.<br />
Efe.com- Agência EFE.<br />
Virgula.com.br<br />
Digestivocultural.com.br<br />
Mulheres<strong>de</strong>cueca.com<br />
Consciencia.net<br />
Revistaepoca.globo.com<br />
Terra.com.br<br />
http://books.google.com.br/books?id=VGIoTp1mDpoC&pg=PA156&dq=publico+alvo<br />
+homossexuais&lr=&cd=2#v=onepage&q&f=false<br />
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