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Estudo da Aplicação de Materiais Adesivos Termofusíveis na ...

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INTRODUÇÃO<br />

Quando pensamos em preservação <strong>de</strong> bens culturais ou mesmo <strong>de</strong> acervos privados, não<br />

po<strong>de</strong>mos pensar num curto prazo. O nosso alvo <strong>de</strong>ve ser no mínimo <strong>de</strong> 100 anos [1].<br />

De modo a preservar os acervos temos, antes <strong>de</strong> tudo, <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r o comportamento e<br />

processo <strong>de</strong> envelhecimento dos materiais a utilizar, <strong>de</strong>vendo a primeira medi<strong>da</strong> a adoptar-se ser o<br />

estudo <strong>de</strong>stes materiais. Deste modo, com este trabalho, preten<strong>de</strong>u-se estu<strong>da</strong>r os materiais a<strong>de</strong>sivos<br />

termofusíveis utilizados <strong>na</strong> conservação e preservação <strong>de</strong> documentos gráficos, mais concretamente<br />

os utilizados em papel vegetal.<br />

Começou-se por observar algumas peças intervencio<strong>na</strong><strong>da</strong>s, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano <strong>de</strong> 1999, com um<br />

a<strong>de</strong>sivo termofusível, no arquivo do Departamento <strong>de</strong> Informação, Biblioteca e Arquivos pertencente<br />

ao Instituto <strong>da</strong> Habitação e <strong>da</strong> Reabilitação Urba<strong>na</strong> (DIBA/IHRU), sediado no Forte <strong>de</strong> Sacavém, <strong>de</strong><br />

modo a perceber o seu método <strong>de</strong> aplicação e o seu comportamento ao longo do tempo.<br />

Lami<strong>na</strong>ção<br />

A lami<strong>na</strong>ção é um método <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong> documentos em papel, num ou em ambos os lados,<br />

com um material <strong>de</strong> suporte a<strong>de</strong>sivo, visando melhorar a resistência e, consequentemente a<br />

protecção e a conservação dos referidos documentos [2 -4]. De uma forma geral o termo lami<strong>na</strong>ção é<br />

utilizado como traduzindo um revestimento completo <strong>da</strong> peça <strong>de</strong> ambos os lados, sendo o termo<br />

reforço para aplicações em ape<strong>na</strong>s um dos lados e as reintegrações ou consoli<strong>da</strong>ções pontuais<br />

ape<strong>na</strong>s para peque<strong>na</strong>s intervenções. Neste trabalho, <strong>da</strong>do que o reforço a estu<strong>da</strong>r po<strong>de</strong>rá ser <strong>de</strong><br />

qualquer um dos tipos será utilizado o termo lami<strong>na</strong>ção. O material a utilizar <strong>de</strong>ve ser fino e<br />

transparente, po<strong>de</strong>ndo o a<strong>de</strong>sivo ser activado por calor. Esta técnica exige algum conhecimento dos<br />

materiais, uma vez que po<strong>de</strong> provocar mu<strong>da</strong>nças no aspecto do documento, nomea<strong>da</strong>mente uma<br />

aparência plástica, anulação <strong>da</strong> textura origi<strong>na</strong>l do papel e aumento <strong>da</strong> espessura do mesmo, bem<br />

como ain<strong>da</strong> problemas <strong>de</strong> reversibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do a<strong>de</strong>sivo, o que po<strong>de</strong> <strong>da</strong>nificar o documento [2 – 4].<br />

A técnica evoluiu ao longo do tempo e os materiais <strong>de</strong> reforço a utilizar foram sendo alterados<br />

[2]. A preocupação <strong>na</strong> preservação dos documentos levou a que em fi<strong>na</strong>is do século XIX se<br />

começasse a utilizar materiais <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção em bibliotecas e arquivos [5].<br />

Na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> vinte do século XX começou-se a utilizar o acetato <strong>de</strong> celulose, mas só em<br />

1940 é que William Barrow, consi<strong>de</strong>rando a lami<strong>na</strong>ção com a<strong>de</strong>sivos termofusíveis como o melhor<br />

método para a conservação, conseguiu dissemi<strong>na</strong>r o método entre as bibliotecas e arquivos [5];<br />

anteriormente já se executava lami<strong>na</strong>ção com se<strong>da</strong> e cola <strong>de</strong> amido. Mais tar<strong>de</strong> a utilização do<br />

acetato <strong>de</strong> celulose foi substituí<strong>da</strong> pela utilização do polietileno, que permitiu a obtenção <strong>de</strong> melhores<br />

resultados nos tratamentos aplicados em diferentes centros por to<strong>da</strong> a Europa, <strong>de</strong>vido à sua baixa<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, além <strong>de</strong> criar uma boa união com o documento, aumentando assim a resistência<br />

mecânica e durabili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos mesmos [2, 3].<br />

No início do século XX foram produzi<strong>da</strong>s as resi<strong>na</strong>s acrílicas e vinílicas, mas só mais tar<strong>de</strong> é<br />

que foram comercializa<strong>da</strong>s e produzi<strong>da</strong>s como a<strong>de</strong>sivos, entre os quais os a<strong>de</strong>sivos aplicados a<br />

quente (Heat Set) <strong>na</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 30. Inicialmente utilizaram-se os a<strong>de</strong>sivos vinílicos, ou seja com um<br />

polímero vinílico, preparado através <strong>da</strong> polimerização do acetato <strong>de</strong> vinilo (em 1912), mas só <strong>na</strong><br />

déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 50 é que se iniciou a sua utilização como a<strong>de</strong>sivos para consoli<strong>da</strong>ções e lami<strong>na</strong>ções (por<br />

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