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Aprendendo D. c Cristo - Livraria CPAD - Ambiente Seguro

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Todos os direitos reservados. Copyright © 2003 para a língua portuguesa da Casa<br />

Publicadora das Assembléias de Deus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina.<br />

Preparação dos originais: Kleber Cruz<br />

Revisão: Alexandre Coelho<br />

Capa: Eduardo Souza<br />

Projeto gráfico e Editoração: Joede Bezerra<br />

CDD: 248 – Vida Cristã<br />

ISBN: 85-263-0559-X<br />

As citações bíblicas foram extraídas da versão Almeida Revista e Corrigida, edição de<br />

1995 da Sociedade Bíblica do Brasil, salvo indicação em contrário.<br />

Para maiores informações sobre livros, revistas, periódicos e os últimos lançamentos da<br />

<strong>CPAD</strong>, visite nosso site: http://www.cpad.com.br<br />

Casa Publicadora das Assembléias de Deus<br />

Caixa Postal 331<br />

20001-970, Rio de Janeiro, RJ, Brasil<br />

1ª edição: 2003


AGRADECIMENTOS<br />

Ao escrever sobre temas da vida cristã, não posso deixar<br />

de primeiramente agradecer ao nosso Senhor e Salvador<br />

Jesus <strong>Cristo</strong>. Sem Ele, sem seu apoio, sem seu amparo, sem<br />

sua ajuda, sem seu amor, sem seu perdão, é impossível viver<br />

a mensagem do Evangelho diariamente.<br />

À Íris, minha querida esposa, que está sempre a meu lado.<br />

A Kennedy, à Ilana, Rebeca e Bia; à Ilene e Joel; a Elieber,<br />

Talita e Tâmisa, a netinha. À Raquel, a filha caçula. Sou grato<br />

a todos que formam a abençoada família que Deus me<br />

deu; pelo apoio espiritual e emocional que me dão, valorizando<br />

meu ministério. A minha mãe, que ainda está conosco,<br />

pela bondade de Deus, orando e buscando a presença do<br />

Senhor, pedindo bênçãos para seus filhos, genros e netos,<br />

no altar da oração.<br />

Aos amados irmãos da Assembléia de Deus em<br />

Parnamirim - RN, que tanto me apóiam como seu pastor,<br />

pela bondade de Deus. De modo especial, às crianças, aos<br />

adolescentes e jovens, que têm demonstrado apreço e carinho<br />

por meu ministério e por minha pessoa.<br />

À nossa <strong>CPAD</strong>, que tem aberto espaço para os escritores<br />

cristãos brasileiros por intermédio de seu diretor-executivo,<br />

Ronaldo Rodrigues de Souza; Claudionor de Andrade, gerente<br />

de publicações, e Isael de Araújo, chefe do setor de<br />

livros, e a toda a equipe da nossa editora, pelo estímulo à<br />

publicação de obras que edificam a Igreja do Senhor.<br />

Parnamirim - RN, 26 de maio de 2003<br />

Pastor Elinaldo Renovato de Lima


APRESENTAÇÃO<br />

Erasmo, grande teólogo e escritor do período da Reforma<br />

Protestante, afirmava que o teste da verdadeira teologia é a<br />

sua repercussão na vida cristã. Ele mesmo escreveu no prefácio<br />

de sua obra mais famosa, Textus Receptus (Novo Testamento<br />

Grego): “Desejo que os livros do Novo Testamento<br />

sejam traduzidos em cada língua para que possam ser lidos<br />

e compreendidos não só por escoceses e irlandeses mas também<br />

pelos turcos e saracenos... Desejo que o lavrador cantarole<br />

trechos da Bíblia enquanto trabalha em seu arado e<br />

que o tecelão sussurre frases bíblicas no ritmo do seu tear,<br />

que o viajante alivie com histórias da Bíblia o cansaço de<br />

sua jornada”.<br />

Estabelecer ligação entre os princípios eternos da Bíblia e<br />

os problemas do aqui e agora, do viver diário, é uma das<br />

grandes dificuldades dos crentes de nossos dias.<br />

Nesta obra o leitor verá a relevância da Palavra de Deus,<br />

ou seja, que os mesmos ensinos verdadeiros nos tempos bíblicos<br />

são de igual forma verdadeiros hoje e aplicáveis às<br />

diversas questões da vida do crente. Acima de tudo, tendo<br />

Jesus <strong>Cristo</strong> como a revelação e a fonte da sabedoria – “em<br />

quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da<br />

ciência”, Cl 2.3.<br />

Em cada tema o pastor Elinaldo, um aprendiz diário de<br />

<strong>Cristo</strong>, apresenta uma argumentação bíblica sólida<br />

entremeada de ilustrações tocantes e extraídas, a maioria,<br />

das suas experiências ministeriais.<br />

O leitor tem à sua disposição o padrão bíblico para assuntos<br />

que vão desde a vida devocional, o jejum, o perdão, os conflitos<br />

no lar até a espera vigilante pela volta de Jesus <strong>Cristo</strong>.


8 - Apresentação<br />

Solicitou-me o autor que eu o honrasse com esta apresentação.<br />

Honrados estamos todos os leitores com mais esta<br />

sua inspirada obra, que nos ensina a aprender, em todos os<br />

momentos e em quaisquer circunstâncias, com a santa Palavra<br />

de Deus.<br />

Isael de Araujo<br />

Chefe do Setor de Livros


PREFÁCIO<br />

O livro que o leitor tem em mãos coloca em apreciação<br />

diversos aspectos da vida cristã cotidiana. Sabemos que ser<br />

cristão não é apenas fazer parte do rol de membros de uma<br />

igreja local; é muito mais difícil, e muito mais excelente. Ser<br />

cristão é fazer parte do povo escolhido por <strong>Cristo</strong> para dar<br />

frutos para o seu Reino; é ser discípulo do Mestre dos mestres.<br />

Ser cristão é ser servo de Deus, a serviço de seus servos.<br />

Ser cristão é viver como morto para o mundo; e viver<br />

para Deus, Ser cristão é ter capacidade para amar ao próximo<br />

como a si mesmo, amando até aos próprios inimigos;<br />

não é fácil ser cristão. É só para os vencedores, para os corajosos,<br />

para os santos, para os fiéis, para os salvos. Conhecese<br />

mais um cristão no seu viver diário do que nos momentos<br />

de entusiasmo, nos púlpitos, nos louvores e nas reuniões<br />

fervorosas, no recinto dos templos.<br />

Neste trabalho, momentos da vida cristã são destacados.<br />

A vida devocional é enfatizada como sendo básica para um<br />

viver vitorioso; a leitura do Livro Sagrado é considerada<br />

fundamental para o crescimento na graça e no conhecimento<br />

do Senhor Jesus <strong>Cristo</strong>. Nas páginas deste livro, o leitor<br />

entenderá por que não pode ser considerado cristão quem<br />

não sabe perdoar. O relacionamento com os filhos, e como<br />

resolver os conflitos no lar, são temas explanados de modo<br />

claro e direto; como enfrentar a tentação e as tribulações<br />

são capítulos que dão ao cristão orientações básicas sobre<br />

como vencer as batalhas espirituais. O relacionamento humano<br />

e o relacionamento com a igreja local são abordados<br />

com base na Bíblia, e na experiência do autor, ao longo de<br />

mais de duas décadas de ministério. Os meios de comuni-


10 - Prefácio<br />

cação não foram esquecidos como elementos que devem ser<br />

bem aproveitados na vida cristã, e o tema escatológico da<br />

vinda de Jesus é abordado como indispensável para uma<br />

vida de constante vigilância e oração, na espera pelo Noivo<br />

amado.<br />

Esperamos que os leitores possam beneficiar-se do conteúdo<br />

bíblico, teológico e ético que desejamos partilhar com<br />

os queridos irmãos em <strong>Cristo</strong>, que desejam ter uma vida<br />

cristã relevante, frutífera e proveitosa, na igreja do Senhor.<br />

Sem dúvida, muitos aspectos da vida do crente não foram<br />

incluídos no texto. O espaço e a condição de escrever não<br />

comportam todos os pontos da vida cristã. Que o Senhor<br />

Jesus ilumine os corações, a partir da leitura proposta, à luz<br />

da santa Palavra de Deus.<br />

Parnamirim - RN, 26 de maio de 2003<br />

Pastor Elinaldo Renovato de Lima


SUMÁRIO<br />

Agradecimentos 5<br />

Apresentação 7<br />

Prefácio 9<br />

1. A Vida Devocional Diária do Cristão 13<br />

2. O Jejum como Reforço à Oração 31<br />

3. O Perdão e o Cristão 47<br />

4. O Relacionamento com os Filhos 65<br />

5. O Cristão e a Igreja Local 79<br />

6. O Cristão e os Meios de Comunicação 95<br />

7. O Relacionamento Doméstico e Social do Cristão 113<br />

8. Cuidando do Corpo e da Mente 137<br />

9. Suportando a Tribulação 163<br />

10. Resolvendo os Conflitos no Lar 183<br />

11. Vitória nas Tentações 207<br />

12. A Modéstia Cristã 229<br />

13. Esperando a Vinda de Jesus 257<br />

Bibliografia 271


Capítulo 1<br />

Capítulo 1<br />

A VIDA DEVOCIONAL DIÁRIA DO<br />

CRISTÃO<br />

“De tarde, de manhã, e ao meio-dia,<br />

orarei; e clamarei, e ele ouvirá a minha<br />

voz.” (Sl 55.17)


14 - Capítulo 1<br />

Davi, em sua juventude, teve oportunidade de experimentar<br />

momentos de grande comunhão com Deus. Provavelmente,<br />

foi quando jovem adulto que escreveu a maior parte<br />

dos salmos, que demonstram ter sido ele uma pessoa de<br />

grande estatura espiritual, acostumado a meditar nas coisas<br />

de Deus, bem como a observar a vida ao seu redor.<br />

Quando lemos na Bíblia que o filho de Jessé, o jovem pastor<br />

de Belém, ao enfrentar o gigante Golias, investiu contra<br />

o filisteu que estava armado até os dentes, e o venceu apenas<br />

com uma pedra, atirada de uma arma tão simples como<br />

uma funda, ficamos admirados e glorificamos a Deus. Porém,<br />

será que ele pôde ter aquela coragem e disposição para<br />

tamanho desafio por acaso? Será que ele simplesmente confiava<br />

em sua compleição física, aperfeiçoada nas caminhadas<br />

diante do rebanho? Certamente, não.<br />

Davi era um homem de oração. Em Salmos 55.17, ele diz:<br />

“De tarde, de manhã, e ao meio-dia, orarei; e clamarei, e ele<br />

ouvirá a minha voz”. Isto nos mostra que ele era um servo<br />

de Deus, que tinha momentos certos e sistemáticos no seu<br />

dia-a-dia para estar a sós com Deus. Nesse exercício diário<br />

de vida devocional, Davi adquiriu reservas de energia espiritual<br />

suficientes para enfrentar o gigante, que desafiava e<br />

desmoralizava o povo de Israel.<br />

Pela fé cremos que ele não temeu o desafio do poderoso<br />

adversário, porque confiava no Deus de seus pais, a quem<br />

conheceu desde a sua infância. Ao chegar diante do enorme<br />

filisteu, já estava amparado pelo maravilhoso efeito das<br />

orações feitas durante tantos anos, quando pastoreava as<br />

ovelhas de seu pai.<br />

Davi era um escolhido de Deus. Quando Saul foi rejeitado<br />

pelo Senhor (1 Sm 16.2), o profeta Samuel foi chamado para<br />

cumprir uma importantíssima missão: a de ungir um novo<br />

rei para a nação israelita. Samuel foi enviado à casa de “Jessé,<br />

o belemita”, para escolher um de seus filhos, por indicação


A Vida Devocional Diária do Cristão - 15<br />

do Senhor. E lá chegando, convidou o pai e os filhos para<br />

um sacrifício. Em meio àquela ministração, o profeta viu os<br />

jovens mais velhos da família. Passaram Eliabe, Abinadabe,<br />

Samá, e mais três rapazes, porém nenhum foi eleito por<br />

Deus. Disse o profeta: “O Senhor não tem escolhido estes”<br />

(1 Sm 16.10).<br />

Talvez um tanto frustrado e inquieto, o profeta indagou a<br />

Jessé: “Acabaram-se os jovens?” A resposta foi interessante:<br />

“Ainda falta o menor”. O profeta insistiu com Jessé para<br />

que mandasse chamar “o menor”, pois não se assentariam<br />

à mesa sem a sua presença. Apresentando-se o jovem pastor<br />

de ovelhas, “disse o Senhor: Levanta-te e unge-o, porque<br />

este mesmo é” (1 Sm 16.12). Por que Deus o escolheu?<br />

Seria um privilégio? Não. Davi era um moço de oração.<br />

Certamente, o Salmo 23, tão conhecido em todo o mundo,<br />

foi escrito no período em que pastoreava o rebanho de ovelhas<br />

de seu pai. Ao ser ungido, algo mais lhe aconteceu que<br />

marcou sua vida e sua história. Diz a Bíblia: “Então, Samuel<br />

tomou o vaso do azeite e ungiu-o no meio dos seus irmãos;<br />

e, desde aquele dia em diante, o Espírito do Senhor se apoderou<br />

de Davi” (1 Sm 16.13).<br />

Assim, sendo um jovem de oração, escolhido pelo Senhor,<br />

cheio do Espírito Santo, não poderia ser derrotado por um<br />

filisteu incircunciso. Ele orava três vezes ao dia, no mínimo,<br />

obtendo a reserva indispensável para vencer todas as<br />

batalhas.<br />

Nos dias em que vivemos, sentimos de perto o quanto<br />

tem sido desvalorizada a vida devocional diária. Há pessoas<br />

que só oram em momentos de crise, quando, certamente,<br />

não estão preparadas espiritual e emocionalmente<br />

para enfrentar os embates muitas vezes inesperados que a<br />

vida apresenta.<br />

Muitos são esmagados pelo fragor das lutas e tribulações.<br />

Outros, porém, amam a vida de oração, a vida devocional.


16 - Capítulo 1<br />

E, quando se defrontam com o adversário, podem até sofrer,<br />

mas enfrentam as vicissitudes com coragem, ânimo e<br />

fé. Meditemos um pouco sobre o que o cristão pode obter<br />

através de uma vida devocional diária. Assim como o corpo<br />

precisa de alimentação, a alma do crente em Jesus precisa<br />

alimentar-se da Palavra, e fortalecer-se com a oração. No<br />

dia-a-dia do cristão, tornam-se indispensáveis a leitura da<br />

Bíblia e a oração constante. As lutas que surgem, os problemas<br />

a resolver, os relacionamentos, não só em casa, como<br />

no trabalho e na igreja local, reservam imprevistos que só<br />

serão equacionados se houver uma boa reserva de energia<br />

espiritual, obtida através de um íntimo relacionamento com<br />

o Senhor. Isto só faz bem à família. Neste capítulo, desejamos<br />

dar ênfase a esses dois importantes aspectos da vida<br />

devocional: a oração e a leitura da Bíblia.<br />

O VALOR DA ORAÇÃO<br />

OS QUE DE MADRUGADA ME BUSCAM<br />

Deus disse através do escritor de Provérbios: “Eu amo os<br />

que me amam, e os que de madrugada me buscam me acharão”<br />

(Pv 8.17). Buscar a Deus bem cedo, nos dias em que<br />

vivemos, de tanta pressa, não é coisa fácil. A vida é um corre-corre<br />

constante. A família, esposa e filhos devem ser estimulados<br />

a orar no início do dia para ter uma jornada sob a<br />

bênção de Deus. Um conhecido hino diz: “Bem de manhã,<br />

embora o céu sereno pareça um dia calmo anunciar, vigia e<br />

ora o coração pequeno, que um temporal pode abrigar. Bem<br />

de manhã, e sem cessar, vigiar e orar”.<br />

Lembro-me do meu avô materno, Cirilo Renovato dos<br />

Santos, um dos pioneiros, fruto da evangelização no Rio<br />

Grande do Norte. Quando era menino, costumava passar<br />

as férias em sua casa. Eram dias de muita alegria. Uma coi-


A Vida Devocional Diária do Cristão - 17<br />

sa que muito me chamava a atenção, quando dormia na sala<br />

grande da casa, ao cantar do galo, era ouvir o som das palavras<br />

de meu avô, orando a Deus bem cedo. Ele tinha uma<br />

voz grave, e sua oração parecia encher o quarto, contíguo à<br />

sala onde eu ficava com meus tios e primos. Como criança,<br />

ou como adolescente, aquela oração soava aos meus ouvidos<br />

como algo de muito valor. Acordado, pensava no que<br />

ele dizia a Deus. Às vezes, podia perceber que ele orava<br />

pelos filhos, pela igreja, pelos parentes, pelos seus negócios.<br />

É sempre bom que o cristão busque a Deus em oração,<br />

mesmo quando não está passando por lutas e dificuldades.<br />

Buscar de madrugada quer dizer buscar cedo, não só em<br />

termos de horas antes do nascer do sol, mas buscar a Deus<br />

cedo na vida.<br />

ORANDO SEM CESSAR<br />

Já ouvi de irmãos, na igreja local, a pergunta: “Como podemos<br />

orar sem parar?” O apóstolo Paulo ensinou aos<br />

tessalonicenses: “Orai sem cessar” (1 Ts 5.17). Nos dias presentes,<br />

de tanta correria, quando a nossa agenda é repleta<br />

de compromissos com a família, o trabalho, a igreja, a escola,<br />

e tantos outros afazeres, como pode o cristão orar sem<br />

cessar, sempre ocupado, e quase sempre correndo, principalmente<br />

nas grandes cidades?<br />

Certamente, o texto bíblico não quer dizer que a pessoa<br />

deve passar 24 horas orando de joelhos. O sentido sem dúvida<br />

refere-se à necessidade de orar sempre, todos os dias.<br />

O número de vezes que o crente deve orar não é previsto na<br />

Bíblia. Orar sem cessar é viver, como se diz, “em espírito de<br />

oração”. A pessoa sai de casa orando; viaja, no transporte<br />

coletivo, particular, ou por outro meio, orando; no seu trabalho,<br />

na escola, na rua, está ligada com Deus; volta para<br />

casa orando; ao chegar em casa, agradece a Deus; ao deitar,


18 - Capítulo 1<br />

ora; ao despertar, ora ao Senhor, e , assim, o crente vai vivendo,<br />

orando sem cessar.<br />

Orar sem cessar é um exercício muito útil para manter a<br />

comunhão com Deus, e propicia um estado de vigilância<br />

constante. É estar conectado com os céus em todo o tempo.<br />

A mente humana tem enorme facilidade em divagar, ou<br />

mesmo em ficar desapercebida. Coisas pequenas tiram a<br />

atenção e a concentração. No entanto, quando estamos em<br />

espírito de oração e vigilância, nossa mente fica alerta contra<br />

as astutas ciladas do maligno.<br />

ORANDO TRÊS VEZES AO DIA<br />

A vida de oração exige disciplina, força de vontade, determinação<br />

e prazer em orar. Costumo ensinar à igreja sob<br />

meus cuidados, pela graça de Deus, que as orações-relâmpago<br />

não dão poder ao crente. Elas podem servir como<br />

demonstração de gratidão apressada, mas não conferem<br />

ao que ora a indispensável energia de que necessita para<br />

vencer as lutas.<br />

Jesus era homem de oração sistemática. A Bíblia nos mostra<br />

que Ele orou três vezes no Getsêmani: “E, deixando-os<br />

de novo, foi orar pela terceira vez,...” (Mt 26.44a). Diante da<br />

perspectiva de enfrentar o Calvário, Jesus não se limitou a<br />

orar de modo costumeiro. Ele passou uma noite em vigília,<br />

na condição humana, buscando o poder do Alto. Foi difícil.<br />

Chegou a confessar diante dos seus discípulos que sua alma<br />

estava “cheia de tristeza até à morte”.<br />

Davi, homem de Deus, orava três vezes ao dia: “De tarde,<br />

de manhã, e ao meio-dia, orarei; e clamarei, e ele ouvirá a<br />

minha voz” (Sl 55.17). Pela ordem, ele orava de manhã, ao<br />

meio-dia e pela tarde. Daniel, outro gigante na fé, também<br />

tinha o excelente costume de orar três vezes ao dia: “Daniel,<br />

pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou<br />

em sua casa (ora, havia no seu quarto janelas abertas da


A Vida Devocional Diária do Cristão - 19<br />

banda de Jerusalém), e três vezes no dia se punha de joelhos,<br />

e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como também<br />

antes costumava fazer” (Dn 6.10). É uma sugestão para<br />

nós, hoje, quando a vida tem se tornado tão perigosa, em<br />

nosso país, com tanta violência, seqüestros, agressões, e crimes<br />

terríveis.<br />

ORANDO NO CULTO DOMÉSTICO<br />

Sem sombra de dúvidas, o culto doméstico é um excelente<br />

período para o desenvolvimento de uma vida devocional<br />

diária frutífera e vitoriosa. Infelizmente, na maioria dos lares,<br />

esta salutar prática de devoção familiar tem sido<br />

relegada ao esquecimento. Certo pastor já disse que se alguém<br />

desejar saber como era o culto doméstico, precisa visitar<br />

um museu de história da igreja em seus primórdios.<br />

Parece exagero, mas na verdade grande parte dos lares cristãos<br />

pode ter alguém assistindo a uma novela, um filme, ou<br />

a uma partida de futebol na TV; mas dificilmente se encontram<br />

os membros da família em oração, realizando o culto<br />

doméstico.<br />

Em nossa experiência familiar, eu e minha esposa tivemos<br />

o cuidado de realizar o culto doméstico desde que nos casamos,<br />

mesmo quando ainda não tínhamos filhos. Ao nascer<br />

a primeira filha, logo que ela pôde sentar-se em sua cadeirinha,<br />

à mesa, a envolvemos no culto da família. Naquela<br />

época, estava ensinando na Universidade Federal do Rio<br />

Grande do Norte, e exercendo um cargo administrativo de<br />

grande responsabilidade. O tempo para a família estava um<br />

tanto prejudicado. Era uma correria enorme. Por vezes, o<br />

culto doméstico era realizado às pressas.<br />

Certo dia, após o jantar, tinha de sair correndo para dar<br />

aula. Combinei com minha esposa que, naquela noite, não<br />

iríamos realizar o culto, pois eu estava muito apressado. Ao


20 - Capítulo 1<br />

me levantar, a criança, sentada em sua cadeirinha, balbuciou<br />

uma frase: “Papá, biba!” Não entendi logo, e minha<br />

esposa disse que ela estava cobrando a leitura da Bíblia,<br />

como sempre fazíamos. Tive de atrasar a ida à faculdade,<br />

mas preferi realizar o culto doméstico.<br />

Em minha vida de pai de família, ao lado de minha esposa,<br />

Íris, Deus nos concedeu algumas experiências com relação<br />

ao culto doméstico, quando oramos com os nossos filhos.<br />

Quando nossa filha tinha oito anos, sofreu um grave<br />

acidente enquanto andava de bicicleta com uma coleguinha.<br />

Ao cair, Ilene bateu com o rosto no chão. De repente,<br />

eu a vi entrando em casa, chorando, com o queixo caído, e a<br />

saliva escorrendo. Fiquei preocupado ao verificar que o acidente<br />

parecia grave.<br />

Ao levarmos a menina ao médico, foi tirada uma radiografia,<br />

constatando-se que a mesma houvera fraturado o<br />

maxilar inferior em dois lugares, no lado direito, e na parte<br />

anterior. O cirurgião explicou-nos que deveria ser feita uma<br />

delicada cirurgia, através da qual os ossos quebrados seriam<br />

imobilizados com um arame odontológico, e a criança<br />

deveria ficar uns quarenta dias com o queixo imobilizado,<br />

alimentando-se apenas de líquidos por um canudo. E acrescentou<br />

que acabara de realizar cirurgia semelhante, e, após<br />

o período indicado, teve de repetir o procedimento, pois o<br />

osso ficara fora do lugar.<br />

Não pudemos deixar a menina no hospital, pois houvera<br />

um problema na rede elétrica, e não seria possível ter as<br />

instalações da sala cirúrgica em ordem. Voltamos para casa,<br />

orando a Deus, um tanto apreensivos com a situação. Em<br />

casa, oramos, procurando animar a menina, que estava desolada.<br />

No culto doméstico, colocamos um pedido de oração,<br />

escrito em um “cartão de oração”, e o colocamos numa<br />

“caixinha de oração”, esperando a bênção de Deus sobre<br />

aquele problema.


A Vida Devocional Diária do Cristão - 21<br />

No dia seguinte, a levamos ao hospital para ser operada.<br />

Mas não foi possível deixá-la, pois ainda persistia o problema<br />

da falta de condições de higiene no hospital, motivada<br />

por uma pane elétrica que atingiu toda a cidade.<br />

No terceiro dia, orando, combinei com minha esposa que,<br />

se a menina não ficasse internada, não iríamos mais ao hospital.<br />

Entregaríamos o problema nas mãos do Senhor, e passaríamos<br />

40 dias levando-a aos círculos de oração. Ao apresentar-nos<br />

ao médico, ele disse que infelizmente não ainda<br />

poderia internar a menina. Agradecemos e fomos para casa<br />

com aquela determinação de não mais a levarmos ao médico,<br />

preferindo confiar inteiramente em Deus. Foi muito difícil,<br />

pois poderíamos ser responsabilizados mais tarde se a<br />

criança ficasse com defeito em sua face.<br />

Durante 40 dias, fazíamos o culto doméstico e levávamos<br />

a criança ao círculo de oração. Às vezes, ela não podia ir. Eu<br />

e minha esposa íamos buscar o milagre de Deus. Após aquele<br />

período de oração constante, levamos a criança ao médico.<br />

Ao revelar a radiografia, ele veio até nós e perguntou: “Onde<br />

vocês operaram esta menina? O osso está perfeitamente no<br />

lugar!” Respondi-lhe que nós não a levamos a nenhum<br />

médico. Confiamos em Deus, e Ele a curou. Mostrando a<br />

radiografia, o cirurgião disse: “Parabéns pela fé que vocês<br />

possuem”. Glória a Deus por isto. Jesus <strong>Cristo</strong> ainda cura<br />

hoje, em resposta à oração feita em nosso lar.<br />

A “caixinha de oração” foi um estímulo enorme para a<br />

nossa família. Os filhos já casaram, em sua maioria, mas as<br />

bênçãos do culto doméstico continuam sendo derramadas<br />

sobre nosso lar.<br />

ATITUDES NA ORAÇÃO<br />

Quando alguém vai ter com uma autoridade pública, um<br />

prefeito ou um governador, tem a preocupação de saber<br />

como deve conduzir-se para não cometer alguma atitude


22 - Capítulo 1<br />

que não seja correta. Ao nos dirigirmos a Deus, na oração<br />

individual, devemos ter em mente a nossa atitude interior,<br />

como também a nossa postura exterior. Não fica bem<br />

entrar em oração de qualquer jeito. Um irmão me indagou,<br />

num programa de rádio, se podia orar sem camisa.<br />

Respondi que não seria respeitoso orar assim. Não há necessidade<br />

de se vestir a rigor para orar, mas é preciso considerar<br />

que, quando oramos, estamos diante do Rei dos<br />

reis e Senhor dos senhores.<br />

Quando oramos, o coração deve estar contrito (Sl 51.17);<br />

devemos ter pureza no coração (Sl 66.18); orar com humildade<br />

(Lc 18.10-14). Não devemos guardar mágoa ou ressentimento<br />

de ninguém; pelo contrário, precisamos perdoar<br />

(Mc 11.25). A família precisa estar unida, respeitando-se<br />

mutuamente, para que não sejam impedidas as orações<br />

(1 Pe 3.7). Orar com ação de graças (Fp 4.6,7); orar<br />

com entendimento, não pedindo a Deus coisas que não<br />

têm sentido (1 Co 14.15); orar segundo a sua vontade (1 Jo<br />

5.14); orar com vigilância (Mt 26.41); se necessário, orar<br />

com lágrimas (1 Sm 1.10).<br />

Os pais devem ensinar aos filhos como entrar na presença<br />

de Deus para orar. Muitos adolescentes e jovens não sabem<br />

sequer como fazer uma oração. Num culto, pedi a uma criança<br />

que fosse à frente, orar. Um menino habilitou-se, mas,<br />

ao subir ao púlpito, ficou parado. Eu disse: “Pode orar, meu<br />

filho”. Ele disse: “Não sei. Papai nunca me ensinou...!”<br />

A ORAÇÃO-MODELO<br />

Na Bíblia, a única oração, que pode ser considerada um<br />

modelo, é a do Pai Nosso (Mt 6.10-13). Nela, aprendemos a<br />

orar, levando em conta os seguintes aspectos:<br />

1. Deus é nosso Pai. Isso implica que somos filhos e, assim,<br />

devemos orar com lealdade, obediência, amor e respeito;


A Vida Devocional Diária do Cristão - 23<br />

2. Deus é Santo. Devemos santificar o seu nome no nosso<br />

viver, não o tomando em vão;<br />

3. Deus é Rei. E nós somos seus súditos, seus servos;<br />

4. A vontade de Deus é soberana. Ela deve prevalecer sobre<br />

a nossa; não podemos decretar nada; Ele, sim, que é Rei, é<br />

quem pode decretar o que quiser;<br />

5. Dependemos de Deus. A cada dia, para termos o nosso<br />

“pão” (os bens necessários) precisamos da provisão divina; se<br />

fosse o pão nosso de cada ano, muitos esqueceriam do Senhor;<br />

6. Devemos perdoar. O perdão de Deus deve corresponder<br />

à maneira pela qual perdoamos os que nos ofendem;<br />

7. O Reino, o poder e a glória pertencem somente a<br />

Deus. Ao final da oração-modelo, Jesus expressou a realeza, o<br />

poder e a glória, que só pertencem a Deus. Isso nos sugere que,<br />

orando, devemos ter em mente que Ele é o nosso Rei, cheio de<br />

majestade, poder e glória.<br />

Jesus nos ensinou a oração do Pai Nosso. Mas não quer<br />

dizer que o cristão só pode orar corretamente se recitá-la.<br />

Em João 17, expressou-se de modo diferente, na “Oração<br />

Sacerdotal”; o publicano, aprovado por Deus, orou de forma<br />

muito sucinta (Lc 18.13,14). Há outros exemplos de orações<br />

diferentes, mas que têm os elementos do Pai Nosso de<br />

uma ou de outra forma.<br />

SALVOS DO FOGO E DA BOCA DOS LEÕES<br />

Já vimos que Davi não derrotou o leão, bem como o urso,<br />

e o famoso gigante Golias, por acaso. Ele tinha reserva de<br />

oração. Outro exemplo extraordinário é o de Daniel, que<br />

fora levado cativo para a Babilônia com seus três amigos,<br />

Misael, Ananias e Asarias (Dn 1).


24 - Capítulo 1<br />

A Bíblia nos conta que aqueles jovens passaram por verdadeiras<br />

“provas de fogo”. Por não se curvarem diante da<br />

estátua que o rei erigira no Campo de Dura, os três amigos<br />

de Daniel foram lançados numa fornalha ardente, aquecida<br />

sete vezes mais. Porém, para surpresa dos seus adversários,<br />

e do rei Nabucodonosor, os três rapazes passeavam no<br />

meio das chamas, na companhia de um “quarto homem”<br />

(Dn 3). Era o anjo do Senhor que fora enviado para lhes<br />

salvar. Sem dúvida alguma, eram jovens que tinham reserva<br />

de oração. Não deixaram para orar apenas na hora do<br />

perigo. Saíram das chamas ilesos, para espanto dos<br />

babilônios, e glorificando a Deus com sua atitude.<br />

Daniel, que parecia ser o líder do grupo, passou por uma<br />

experiência tremenda. Ao tomar conhecimento de um decreto<br />

real que proibia qualquer pessoa de dirigir pedidos,<br />

súplicas e orações a quem quer que fosse, a não ser ao rei, e<br />

que seria lançado na cova dos leões qualquer que transgredisse<br />

o edito real, ele ignorou as ameaças e foi orar como de<br />

costume. Não era uma oração diante do aperto, da tribulação.<br />

Era uma oração que ele fazia diariamente. Diz a Escritura:<br />

“Daniel, pois, quando soube que a escritura estava<br />

assinada, entrou em sua casa (ora, havia no seu quarto janelas<br />

abertas da banda de Jerusalém), e três vezes no dia se<br />

punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus,<br />

como também antes costumava fazer” (Dn 6.10).<br />

Em conseqüência de sua atitude, foi lançado na cova dos<br />

leões, para regozijo de seus inimigos. O rei perturbou-se,<br />

mas nada pôde fazer para livrá-lo da condenação inexorável.<br />

No entanto, como era homem que tinha reserva de oração,<br />

Daniel foi salvo por Deus, que enviou seu anjo para livrar<br />

seu servo. Os inimigos foram lançados aos leões e por eles<br />

despedaçados. Mas o servo de Deus saiu de cabeça erguida,<br />

para glória do Senhor. Não foi por acaso, nem por oração de<br />

última hora. Ele tinha o costume de orar três vezes ao dia.


A Vida Devocional Diária do Cristão - 25<br />

O VALOR DA PALAVRA DE DEUS<br />

A Palavra de Deus, revelada pelo Espírito Santo nas páginas<br />

da Bíblia Sagrada, merece todo o nosso amor e atenção<br />

na devoção diária. Se o cristão passar um dia sem ler pelo<br />

menos uma porção da Bíblia, poderá ser comparado a uma<br />

pessoa que passa um dia sem beber água. Não morre, mas<br />

sente falta do precioso líquido.<br />

O salmista proclamou uma das mais cristalinas verdades<br />

bíblicas: “Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz,<br />

para o meu caminho” (Sl 119.105). Na caminhada diária, o<br />

crente precisa de luz. São tantos os desafios, armadilhas e<br />

imprevistos na vida do cristão, que ele precisa ter a orientação<br />

segura para os seus passos. A Bíblia é a “lâmpada” que<br />

não se apaga, mesmo diante da mais severa tempestade. É<br />

luz para o caminhar de todos os que a têm como seu guia<br />

de fé e prática.<br />

A Bíblia deve ser o livro da família. Fazem grande bem<br />

aos seus familiares os pais que passam para os filhos as preciosas<br />

lições emanadas do Santo Livro. É o manual do culto<br />

doméstico. No Antigo Testamento, vemos solenes exortações<br />

aos pais, no sentido de que transmitam a Palavra de<br />

Deus a seus filhos.<br />

Em Deuteronômio, lemos um dos mais edificantes textos<br />

sobre o valor do ensino das Escrituras aos filhos. Diz a Bíblia:<br />

“Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e<br />

na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que<br />

estejam por testeiras entre os vossos olhos, e ensinai-as a<br />

vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando<br />

pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te; e escreve-as<br />

nos umbrais de tua casa e nas tuas portas, para que<br />

se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na<br />

terra que o Senhor jurou a vossos pais dar-lhes, como os<br />

dias dos céus sobre a terra” (Dt 11.18-21).


26 - Capítulo 1<br />

Infelizmente, na prática, no dia-a-dia, poucos pais preocupam-se<br />

em se esforçar para que seus filhos conheçam a Palavra<br />

de Deus. É mais fácil, chegando-se de surpresa num lar<br />

evangélico, encontrar os filhos assistindo à televisão do que<br />

lendo a Bíblia. As conseqüências têm sido terríveis. Há uma<br />

geração de filhos de crentes que não sabem os nomes dos 12<br />

apóstolos, mas sabem de cor e salteado os nomes dos artistas<br />

de determinada novela. Isto é trágico. Conhecemos o caso de<br />

um pai crente que deu de presente a seu filho o livro do feiticeiro<br />

mirim, Harry Potter, que tem feito tanto mal às mentes<br />

infantis, mas não deu uma Bíblia ou um livro evangélico a<br />

qualquer dos filhos. É a inversão dos valores cristãos.<br />

Porém, se a família quer ter uma vida de vitória contra o<br />

mal, precisa valorizar a Bíblia, como nos indica o texto de<br />

Deuteronômio, citado acima, que nos exorta a ensinar a<br />

Palavra de Deus aos filhos, em todo o tempo, “andando pelo<br />

caminho, e deitando-te, e levantando-te”. O culto doméstico<br />

é ocasião propícia para adorar a Deus no lar, ao lado dos<br />

filhos, e para ensinar-lhes as Sagradas Escrituras.<br />

APRENDENDO AS SAGRADAS LETRAS<br />

O apóstolo Paulo, escrevendo ao jovem Timóteo, lembralhe<br />

o valor da educação que o mesmo teve no seio de sua<br />

família, destacando o papel que sua avó e sua mãe tiveram<br />

na educação daquele discípulo. Diz um trecho da carta:<br />

“Dou graças a Deus, a quem, desde os meus<br />

antepassados, sirvo com uma consciência pura,<br />

porque sem cessar faço memória de ti nas minhas<br />

orações, noite e dia; desejando muito verte,<br />

lembrando-me das tuas lágrimas, para me<br />

encher de gozo; trazendo à memória a fé não<br />

fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em


A Vida Devocional Diária do Cristão - 27<br />

tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo<br />

de que também habita em ti” (2 Tm 1.3-5). As<br />

qualidades espirituais e morais encontradas no<br />

testemunho de Timóteo revelam o elevado grau<br />

de educação cristã que ele teve em seu lar.<br />

Em outro trecho da missiva, diz Paulo, pastor e<br />

discipulador de Timóteo:<br />

“Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste<br />

e de que foste inteirado, sabendo de quem o<br />

tens aprendido. E que, desde a tua meninice, sabes<br />

as sagradas letras, que podem fazer-te sábio<br />

para a salvação, pela fé que há em <strong>Cristo</strong> Jesus.<br />

Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa<br />

para ensinar, para redargüir, para corrigir,<br />

para instruir em justiça, para que o homem de<br />

Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para<br />

toda boa obra” (2 Tm 3.14-17).<br />

Sem dúvida, este é um exemplo a ser seguido pelos pais<br />

que desejam ver seus filhos bem encaminhados na vida,<br />

sob a segura e firme direção do Senhor, com base nos sagrados<br />

ensinos.<br />

Anotamos um exemplo, um testemunho, já conhecido,<br />

sobre o poder da Palavra de Deus, na formação do caráter e<br />

da personalidade de uma família. A Bíblia, quando considerada<br />

no lar, faz diferença no caráter e no desenvolvimento<br />

espiritual, moral e social da família. Os pais devem orientar<br />

seus filhos, ensinando-lhes a Palavra de Deus (ver Dt<br />

18.11-21). Os resultados são extraordinários. Dois exemplos:<br />

A FAMÍLIA DE JUKES<br />

Oriunda de um pai ateu, que não cria na Bíblia, foram<br />

pesquisados 560 dos seus descendentes. Desses, 310 morre-


28 - Capítulo 1<br />

ram em extrema pobreza; 150 tornaram-se criminosos, inclusive<br />

7 assassinos; 100 descendentes foram beberrões; mais<br />

da metade das mulheres se prostituiu. Segundo cálculos, os<br />

descendentes de Jukes custaram ao Estado, com suas vidas<br />

desregradas, um milhão e duzentos e cinqüenta mil dólares.<br />

A FAMÍLIA DE JONATHAN EDWARDS<br />

Ele era um cristão praticante. De sua família, amante da<br />

Bíblia, foram pesquisados 1394 dos seus descendentes, sendo<br />

constatado o seguinte: 295 receberam diplomas universitários,<br />

sendo que 23 chegaram a ser reitores de universidades;<br />

65 foram professores universitários; 3 senadores dos<br />

Estados Unidos; 3 governadores estaduais, e outros, ministros<br />

enviados a nações estrangeiras; 130 foram juízes; 100,<br />

advogados, sendo um reitor de uma faculdade de Direito;<br />

56 médicos, sendo um reitor da faculdade de Medicina; 75<br />

oficiais na carreira militar; 100 missionários e pregadores<br />

famosos, bem como autores destacados; cerca de 80 desempenharam<br />

alguma função pública; 3 foram prefeitos de grandes<br />

cidades; um foi superintendente do Tesouro norte-americano;<br />

um deles foi vice-presidente dos Estados Unidos.<br />

Na vida diária, o cristão deve valorizar o Livro Sagrado.<br />

A palavra “Bíblia” [do gr. Bíblia] significa conjunto ou coleção<br />

de livros. Em termos espirituais, a Bíblia é a revelação<br />

da vontade de Deus para com o ser humano. No lar cristão<br />

não deve faltar a Palavra de Deus, por vários motivos: 1)<br />

Ela é pura (Sl 12.6); ela é reta (Sl 33.4); ela é lâmpada e luz<br />

(Sl 119.105); ela permanece eternamente (Is 40.8; Mt 24.35);<br />

ela nos limpa (Jo 15.3); ela enriquece (1 Co 1.5); ela é viva e<br />

eficaz (Hb 4.12). Com todas estas características, os pais e<br />

os filhos não deveriam jamais trocar a leitura da Bíblia pelas<br />

novelas, recheadas de demonismo e de erotismo, nem


A Vida Devocional Diária do Cristão - 29<br />

pelos filmes e desenhos animados, muitos dos quais repletos<br />

de mensagens subliminares, que emporcalham a mente<br />

e desviam as pessoas de Deus.<br />

O Livro Sagrado não deve ser lido como se fosse uma literatura<br />

qualquer. Deve ser lido por todos os membros da<br />

família, a começar dos pais, que são o exemplo no lar; deve<br />

ser lido com reverência, com humildade. É importante que<br />

o crente tenha disciplina na leitura diária da Bíblia. É interessante<br />

que haja um esforço para que a Bíblia seja lida de<br />

forma integral, seja em um, dois ou três anos, pelos membros<br />

da família. Isto só traz benefícios inigualáveis para todos.<br />

Um guia para o estudo anual da Bíblia está à disposição<br />

dos leitores em algumas edições da Bíblias. É interessante,<br />

também, que os leitores dediquem um horário, bem<br />

como um local certo para a leitura da Bíblia. Os bons leitores<br />

têm este hábito. A vida devocional no lar deve ser desenvolvida<br />

e praticada, todos os dias, sem exceção. Com<br />

ela, os pais e os filhos podem alimentar suas almas, adquirindo<br />

energia e poder do Alto, para vencerem todas as vicissitudes,<br />

desafios, ameaças, e problemas que venham a<br />

surgir. A Bíblia no lar faz enorme diferença, diante daqueles<br />

que não valorizam a Palavra de Deus.

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