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Jornal Em Foco<br />

Campo Grande - MS<br />

Setembro de 2007<br />

Ano VI - Edição Nº 90<br />

Crianças da Rede<br />

Municipal de Ensino em<br />

Campo Grande são incluídas<br />

na cultura digital<br />

desde a educação infantil<br />

e aprendem com facilidade<br />

a navegar na<br />

internet e utilizar programas<br />

de computação. A<br />

Reme tem 95 salas de informática<br />

em 87 escolas<br />

da Capital.<br />

Pág. 13<br />

Foto: Jackeline Oliveira<br />

Foto: Arquivo Pessoal<br />

T RADIÇÃO- Família se mantém levando a arte circense para as comunidades dos bairros de Campo Grande<br />

Circo vive na periferia da Capital<br />

Janete Cristaldo<br />

Graziela Rezende<br />

Profissionais de pequenos<br />

circos de periferia sofrem preconceito<br />

mas não desanimam,<br />

colocam em primeiro lugar a<br />

vontade de fazer o que amam<br />

e divertir o público. Por isso<br />

superam todas as dificuldades<br />

que a arte circense enfrenta.<br />

“Eu nasci no circo e<br />

vou morrer no circo.” É com<br />

esta frase que Sueli dos Campos<br />

Peres diz definir a trajetória<br />

de muito espetáculo e trabalho<br />

no circo, desde a época<br />

da sua mãe. “Minha casa é o<br />

circo e minha moradia é em<br />

um trailer”, diz ela.<br />

A escolha dos personagens<br />

do “Circo Legal Sem Animal”,<br />

que percorre os bairros de<br />

Campo Grande é muito importante<br />

para que o espetáculo<br />

prenda a atenção do público,<br />

alguns deles foram inventados<br />

para divertir as crianças usando<br />

lendas populares como por<br />

exemplo o “Chupa Cabra”.<br />

Este personagem traz a participação<br />

das crianças no palco<br />

do circo para que brinquem,<br />

despertando o interesse de<br />

todos.<br />

Os personagens do circo<br />

são definidos de acordo com<br />

o perfil de cada integrante da<br />

equipe e de acordo com a idade,<br />

os mais novos usam da<br />

juventude para que a atração<br />

traga mais pessoas ao show.<br />

Mas em relação ao preconceito,<br />

existe por parte deles com<br />

relação a idade.<br />

No circo as pessoas mais<br />

velhas ajudam no espetáculo<br />

como auxiliares por terem um<br />

pensamento que o picadeiro é<br />

lugar de gente jovem e bonita.<br />

“Nós aqui somos iguais estepes,<br />

quando precisa a gente<br />

ajuda nos espetáculos, se faltar<br />

alguém eu entro como palhaço,<br />

me pinto e vou”, expli-<br />

Luciene Martins<br />

Foto: Alessandra Carvalho<br />

O circo é diversão para toda<br />

a família, lá crianças e adultos<br />

se divertem dando boas gargalhadas.<br />

O que não se pode<br />

imaginar é que essa diversão<br />

custa muito caro. A estrutura<br />

de um circo exige altos recursos<br />

financeiros, adquirir um<br />

circo não é muito fácil, normalmente<br />

vem de geração em<br />

geração. Para Hugo Peres, um<br />

dos donos do circo legal sem<br />

animal em Campo Grande<br />

para levantar este patrimônio<br />

da alegria é preciso dinheiro,<br />

muito dinheiro. “É necessário<br />

para comprar ferragem,<br />

madeira, arquibancada, cadeiras,<br />

iluminação, é muita grana<br />

para manter e transportar<br />

um circo”.<br />

O transporte neste caso está<br />

mais caro porque eles pagam<br />

frete, pois estão sem caminhão<br />

A terapia ocupacional<br />

pode ajudar integrantes<br />

da melhor idade a superar<br />

as doenças que nesta<br />

época da vida atrapalham<br />

o bem viver. A demência,<br />

o mal de Alzheimer, doença<br />

de Parkinson e a depressão<br />

são os principais<br />

males que atingem os<br />

idosos. Mas a prevenção<br />

pode evitar que elas se<br />

agravem.<br />

Pág. 10<br />

Amigas mostram o diário<br />

de bordo de uma viagem<br />

inesquecível pela<br />

Europa. Com pouco dinheiro<br />

e muita coragem<br />

elas visitaram os principais<br />

pontos turísticos daquele<br />

continente como<br />

mochileiras. A aventura<br />

precisou ser planejada<br />

com antecedência e organização<br />

foi palavra de ordem<br />

para tudo dar certo.<br />

Pág. 16<br />

Foto: Janete Cristaldo<br />

Descontração -Artistas no picadeiro do “Circo Legal Sem Animal” que garantem a animação do público aprensentando números tradicionais da arte circense<br />

ca Paulo Hugo Peres de 60<br />

anos, pai dos irmãos que forma<br />

a equipe do circo.<br />

Como o circo é formado<br />

por uma família, todos têm<br />

sua parcela de participação na<br />

hora da apresentação. Rapidez<br />

conta muito e quem estiver por<br />

perto deve ajudar na hora de<br />

trocar de roupa, maquiagem<br />

ou pegar algum acessório.Isso<br />

porque a situação econômica<br />

do circo no momento não é a<br />

das melhores.<br />

A família do circo é grande,<br />

pais, irmãos, primos, cunhadas<br />

e alguns integrantes de<br />

fora que trabalham de dia em<br />

outro local, interpretam os 16<br />

personagens que entram no<br />

palco do circo. Para o malabarista,<br />

palhaço, cantor e apresentador<br />

do circo Vagner Aparecido<br />

Peres, de 30 anos, a<br />

maior preocupação é com o<br />

ritmo das apresentações.<br />

“Quando percebo que o pes-<br />

soal não está gostando de determinada<br />

atração dou um jeito<br />

de mudar e colocar outro<br />

artista para que não caia a alegria<br />

da noite”, conta o rapaz<br />

que se considera “mil e uma<br />

utilidades” no circo.<br />

Cada integrante da família<br />

tem papel essencial em cada<br />

apresentação. Em um dos números,<br />

“A bicicleta espacial”,<br />

o responsável é Hugo Lenoar<br />

que anda sobre a corda bamba<br />

a sete metros do chão e sem<br />

rede de proteção. Outras apresentações<br />

que chamam a atenção<br />

das crianças são os da<br />

trupe de pirofagia e malabares.<br />

Empresários driblam dificuldades para manter<br />

estrutura física e financeira dos circos de bairro<br />

para mudar o circo de local.<br />

Para se ter uma idéia um circo<br />

leva três dias para ser montado<br />

entre lonas, arquibancadas,<br />

etc. Só de ferragem são mais<br />

de 20 mil quilos.<br />

Além da preocupação em<br />

atender melhor o público, os<br />

moradores do circo também<br />

têm toda uma estrutura para<br />

se manterem. Os trailers vistos<br />

no local são a casa deles,<br />

divididos em quarto, cozinha,<br />

banheiro, tudo bem colocado.<br />

Wagner Aparecido Peres, garante<br />

que a família não sente<br />

falta de morar em casa fixa. “É<br />

vida normal como qualquer<br />

um que mora em casa - a gente<br />

mora no circo, acostumamos,<br />

não é desconfortável”,<br />

comenta Wagner.<br />

Mesmo sem morar em residência<br />

convencional eles não<br />

descuidam da higiene. O banheiro<br />

fica dentro de um dos<br />

trailers. “Tudo fixo dá pra tomar<br />

banho, fazer as necessidades,<br />

é só montar já vem tudo<br />

dentro até os quartos com<br />

cama, a TV, nossa cozinha<br />

está tudo ali” relata o outro<br />

irmão Hugo Peres. “Água a<br />

gente sempre arruma com os<br />

vizinhos, nós pedimos para o<br />

mais próximos e ajudamos a<br />

pagar a conta daí o morador<br />

cede água para nós”, explica<br />

Hugo.<br />

Manter um circo é mais<br />

que amor exige de seus donos<br />

um constante esforço, a família<br />

circense que contando com<br />

três funcionários, que são<br />

como da família, vive apenas<br />

dessa renda para sobreviver,<br />

todos os gastos são para atender<br />

necessidades básicas de<br />

cada um e para pagar os funcionários.<br />

A ‘mãezona’ do circo, Sueli<br />

do Campos conta já ter pas-<br />

sado por maus bocados nessa<br />

vida de andanças. “A alimentação<br />

nunca faltou, graças a<br />

Deus, mas já passamos por<br />

muitas dificuldades, mais no<br />

tempo dos filhos pequenos<br />

quando no natal queriam uma<br />

bicicleta e não tínhamos como<br />

comprar, aperto sim, mas nun-<br />

ca fome”, esclarece Sueli.<br />

Os ingressos do espetáculo<br />

têm valores acessíveis, durante<br />

a semana e finais de semana<br />

a entrada é de R$ 1,99.<br />

“Às vezes a gente faz uma promoção<br />

no meio da semana R$<br />

1,00 à entrada, e ainda mulheres<br />

não pagam até as 20 ho-<br />

ras, sempre vêm às promoções”,<br />

comenta Hugo. Sem<br />

contar que inclusive a pipoca,<br />

bolo, cachorro-quente, maçã<br />

do amor, algodão doce tudo<br />

vendido no local é feito pela<br />

família que vem honrando sua<br />

quarta geração circense com<br />

esforço e dedicação.<br />

Foto: Janete Cristaldo<br />

Entretenimento -Crianças assistem à apresentação nas arquibancadas do circo com entusiasmo


10 S AÚDE<br />

E m F o c o<br />

C AMPO GRANDE - SETEMBRO - 2007<br />

C UIDADOS- Com a idade avançada doenças como mal de Alzheimer atrapalham ritmo de vida do idoso<br />

Jackeline Oliveira<br />

Eles já passaram por todas<br />

as etapas da vida, foram crianças,<br />

adolescentes, jovens,<br />

adultos e, agora são idosos,<br />

fase em que se encontram mais<br />

frágeis e vulneráveis a doenças<br />

específicas vindas com o<br />

envelhecimento. As principais<br />

são a demência, o mal de<br />

Alzheimer, a doença de<br />

Parkinson e a depressão.<br />

“O idoso precisa de alguém<br />

que tenha paciência para cuidar<br />

dele, caso tenha situação<br />

financeira favorável, aconselho<br />

a pagar uma pessoa especializada<br />

nessa área”, diz a<br />

terapeuta ocupacional, Letícia<br />

Pandolfo de Araújo, 21 anos.<br />

A terapia ocupacional é<br />

muito importante para o tratamento<br />

dessas doenças, pois<br />

tem como papel principal a<br />

reinserção social do idoso, fazendo<br />

com que ele tenha de<br />

volta sua independência. O<br />

profissional desta área trabalha<br />

com atividades da vida<br />

diária (AVD), criando ocasiões<br />

novas, trabalhando a auto-es-<br />

tima para desta forma reverter<br />

o quadro do idoso.<br />

“Dependendo da doença<br />

que o idoso tem não consegue<br />

realizar determinadas atividades<br />

que antes conseguia, o<br />

terapeuta ocupacional entra<br />

com o objetivo de reensinar o<br />

idoso a tornar-se independente,<br />

como tomar um banho sozinho,<br />

comer sem a ajuda do<br />

cuidador”, explica Letícia, que<br />

também acrescenta “trabalhamos<br />

no domicílio do idoso<br />

modificando o ambiente físico,<br />

adaptando a casa com ram-<br />

pas, barras arquitetônicas nos<br />

banheiros e tapetes<br />

antiderrapante”.<br />

O apoio da família é fundamental,<br />

em qualquer que<br />

seja o caso do idoso, é importante<br />

que ele sinta-se amparado<br />

pela família, que deve se<br />

preparar para quando o idoso<br />

começar apresentar sintomas<br />

dessas doenças comuns com<br />

a idade.<br />

Enfermidades<br />

A demência tem como característica<br />

mais marcante a<br />

perda gradual de memória,<br />

especialmente de coisas recentes<br />

e a repetição de uma determinada<br />

frase. Já, o mal de<br />

Alzheimer, é de difícil diagnóstico,<br />

principalmente em<br />

sua fase inicial, pois pode ser<br />

confundida com outros casos<br />

de senilidade (demência), a arteriosclerose,<br />

por exemplo. A<br />

doença de Parkinson também<br />

é bastante comum entre os idosos,<br />

esta patologia é<br />

degenerativa do sistema nervoso<br />

central, é limitante e provoca<br />

grandes estigmas, sobre-<br />

Foto: Talita Oliveira<br />

Família- O apoio e o carinho da família são essenciais para o tratamento do idoso, é importante que eles sintam-se amparados para que a terapia funcione e assim favorecendo o seu bem estar, quando surgir a doença<br />

Terapia ocupacional para idoso<br />

ajuda a trabalhar a auto-estima<br />

S AÚDE<br />

Clínica-Escola atende carentes<br />

Kamilla Ratier<br />

Encaminhados pelas Unidades<br />

Básicas de Saúde<br />

(UBS), por meio de trabalhos<br />

desenvolvidos em bairros e<br />

praças da Capital ou até mesmo<br />

através de informações<br />

divulgadas em jornais, os<br />

pacientes da clínica escola<br />

da Universidade Católica<br />

Dom Bosco contam com profissionais<br />

da área de<br />

Fonoaudiologia, Fisioterapia,<br />

Nutrição Psicologia e Terapia<br />

Ocupacional.<br />

Segundo o coordenador<br />

da clínica escola, Marco Antonio<br />

Veronese, 45 anos, os<br />

pacientes encaminhados passam<br />

por uma entrevista com<br />

a assistente social e em seguida<br />

iniciam o tratamento.<br />

“Não importa quem é a pessoa.<br />

Todos são tratados com<br />

a mesma qualidade, com o<br />

mesmo respeito e o mesmo<br />

carinho”, ressalta Marco<br />

Antonio. As áreas de<br />

Fonoaudiologia, Fisioterapia<br />

e Terapia Ocupacional tem o<br />

auxílio do Sistema Único de<br />

Saúde (SUS), o que tem possibilitado<br />

aos acadêmicos o<br />

conhecimento da realidade<br />

de atendimento do SUS. “Se<br />

pararmos pra pensar, em<br />

muitos locais a população<br />

não é bem atendida e aqui<br />

nós possibilitamos isso”, afirma<br />

Marco Antonio.<br />

As pessoas em processo<br />

de tratamento não recebem<br />

Inclusão- Tratamentos feitos na clínica escola melhoram a qualidade de vida de pessoas carentes<br />

auxílio transporte, mas nem a<br />

falta de dinheiro para o passe<br />

de ônibus desanima a dona de<br />

casa Francisca Pereira de<br />

Lima, 46 anos, de levar seu<br />

filho Daniel Pereira Campos,<br />

9 anos, à clínica escola da<br />

<strong>UCDB</strong>. Toda segunda-feira,<br />

Francisca sai de sua casa localizada<br />

no Jardim Cerejeira, caminhando,<br />

para acompanhar<br />

o tratamento fonoaudiológico<br />

de seu menino. Daniel faz sessões<br />

uma vez por semana e<br />

mostra melhora. “Quando ele<br />

começou não falava quase<br />

nada, agora fala de tudo”, conta<br />

dona Francisca que diz estar<br />

muito feliz com o resultado<br />

e o atendimento, “se for<br />

procurar por aí não tem outro<br />

igual”, conclui.<br />

As terapias fonoaudiológicas<br />

são importantes para estimular<br />

a linguagem, aumentam<br />

o raciocínio e a criatividade<br />

que, em muitos casos, crianças<br />

têm o nível de inteligência<br />

normal, mas apresentam<br />

dificuldades. A estagiária<br />

Vanessa da Silva Formigoni,<br />

28 anos, lembra que esse tipo<br />

de tratamento tem muita importância.<br />

“trabalhamos com<br />

várias patologias de ordem<br />

neurológica. A estimulação é<br />

tudo, melhora a qualidade de<br />

vida do indivíduo, o integra à<br />

sociedade fazendo com que<br />

ele não se sinta rejeitado”.<br />

Fisioterapia<br />

Outro tratamento bastante<br />

procurado na clínica é o fisi-<br />

Foto: Kamila Ratier<br />

oterápico. Os pacientes que<br />

dão início ao tratamento<br />

apresentam problemas no joelho,<br />

ombros e coluna na<br />

área de ortopedia e na neurologia<br />

são mais comuns os<br />

casos de Acidente Vascular<br />

Encefálico (AVE). Segundo<br />

o fisioterapeuta Arthur<br />

Medeiros, 22 anos, o trabalho<br />

é muito gratificante.”É<br />

bom pois conhecemos outra<br />

realidade. Ver a dificuldade<br />

das pessoas, até mesmo o<br />

desconhecimento da fisioterapia.<br />

Eles acabam conhecendo<br />

nosso papel e dando<br />

valor ao que a gente acaba<br />

restabelecendo pra eles. É<br />

muito positivo, aprendemos<br />

muito com as pessoas”, finaliza.<br />

tudo devido aos tremores crescentes<br />

causados a pessoa. Os<br />

sintomas mais comuns são rigidez<br />

muscular, dores musculares<br />

e articulares, tremor de<br />

repouso e lentidão para falar,<br />

caminhar e pensar. Outra doença<br />

comum é a depressão,<br />

que ocorre em qualquer etapa<br />

da vida, a diferença é que talvez<br />

o idoso não tenha tanto<br />

apoio e motivação para sair<br />

dela, pois a depressão quase<br />

sempre está ligada a perdas,<br />

doenças, carências e aspectos<br />

sociais.


E m F o c o<br />

C AMPO GRANDE - SETEMBRO - 2007<br />

E S P O R T E<br />

EDICAÇÃO - Apaixonados tentam difundir e conseguir apoio para o esporte em Campo Grande<br />

Hóquei ganha adeptos na Capital<br />

Talita Matsushita<br />

Thayssa Maluf<br />

O hóquei é um esporte de<br />

velocidade, ação e raciocínio<br />

que se tornou conhecido no<br />

Brasil por volta de 1994 sob<br />

influência do filme Duck’s. Ele<br />

ainda é pouco divulgado, mas<br />

isso não impede que os atletas<br />

se esforcem para conseguir<br />

reconhecimento. A equipe de<br />

Mato Grosso do Sul se destaca<br />

e ganha espaço no cenário<br />

nacional.<br />

O hóquei in line é jogado<br />

sobre patins e em quadra, os<br />

jogadores utilizam uma espécie<br />

de bastão, chamado stick,<br />

para conduzir o disco, que<br />

pode alcançar 120 km por<br />

hora. São cinco jogadores em<br />

cada time, sendo que quatro<br />

ficam na linha e um fica na<br />

defesa. O objetivo do jogo é<br />

fazer gol.<br />

“Nosso time vem de uma<br />

conquista, passamos da terceira<br />

para segunda divisão e agora<br />

estamos treinando para o<br />

campeonato nacional”, explica<br />

o técnico da seleção estadual<br />

de hóquei Diego<br />

Benfaloro, 23 anos. Os treinos<br />

acontecem de madrugada, isso<br />

dificulta o desempenho dos<br />

jogadores. “Tem que treinar<br />

muito, mas como o treino é<br />

das 11 da noite a seleção nunca<br />

está completa”, conta Diego.<br />

Devido à rapidez que o<br />

jogo flui, os jogadores ficam<br />

sempre atentos. “É adrenalina<br />

total, a gente está sempre bem<br />

concentrado por que o jogo é<br />

muito dinâmico”,<br />

complementa o técnico Diego.<br />

O idealizador do hóquei em<br />

Mato Grosso do Sul foi Francisco<br />

César Moura Júnior, hoje<br />

presidente da Federação Sulmato-grossense<br />

de hóquei.<br />

Segundo Francisco falta divulgação<br />

do esporte. “O esporte<br />

é pouco divulgado tem pouco<br />

Aprendizado - Praticantes levam a velocidade de raciocínio e agilidade, características importantes nas partidas de hóquei, para outras atividades do dia-a-dia<br />

espaço na mídia, mas tende a<br />

melhorar com a organização da<br />

federação”, diz Francisco. Seu<br />

esforço para manter o esporte<br />

é tão grande que até uma quadra<br />

de hóquei in-line (sem<br />

gelo), com os padrões exigidos<br />

pela federação nacional do es-<br />

porte ele construiu em Campo<br />

Grande. “A quadra foi<br />

construída para o hóquei, mas<br />

ela é alugada para outros esportes<br />

como futsal e isso ajuda<br />

financeiramente para a manutenção<br />

da quadra para o<br />

hóquei”, relata Francisco.<br />

Júlio Leite Batista, 18 anos,<br />

começou a jogar hóquei em<br />

Campo Grande e foi convocado<br />

para a seleção brasileira do<br />

esporte. “A seleção brasileira<br />

foi a realização de um sonho,<br />

mas como todos precisam de<br />

sonhos eu quero ir pro Cana-<br />

dá e ser reconhecido lá”. Desde<br />

os seis anos de idade quando<br />

Júlio conheceu o hóquei ele<br />

tem paixão pelo esporte. “Sou<br />

apaixonado pelo esporte eu<br />

incorporo o jogador e quero<br />

por tudo vencer, ser campeão”,<br />

diz Júlio.<br />

11<br />

Montagem: Nícolas Godoy<br />

Velocidade de raciocínio e<br />

agilidade são características<br />

dos jogadores em quadra, porém<br />

isso se transforma em benefícios<br />

no dia-a-dia. “A gente<br />

desenvolve raciocínio rápido<br />

o que contribui nas decisões<br />

diárias”, finaliza Diego.


12<br />

E D U C A Ç Ã O<br />

E m F o c o<br />

C AMPO GRANDE - SETEMBRO - 2007<br />

E NSINO -Escolas adotam métodos alternativos para ensinar crianças com dificuldade de relacionamento<br />

Hiperativas recebem ensino especial<br />

Rodson Lima<br />

Crianças que são hiperativas<br />

ou que possuem dificuldade<br />

de relacionamento<br />

necessitam de uma educação<br />

especializada. Para isto existem<br />

escolas com métodos diferenciados,<br />

que fogem do<br />

convencional. No entanto,<br />

para os pais mantê-los nessas<br />

instituições é preciso de<br />

grande investimento, o que<br />

torna o ensino inviável.<br />

Os métodos alternativos<br />

de educação infantil são conhecidos<br />

da maioria das pessoas.<br />

Há escolas que adotam<br />

os métodos construtivistas e<br />

outras que utilizam o fônico,<br />

ambos com dinâmicas diferentes.<br />

Enquanto o construtivista<br />

faz com que as crianças<br />

e adolescentes levantem<br />

hipóteses e comecem a pensar,<br />

o fônico faz associações<br />

entre letras e sons.<br />

Em Campo Grande há escolas<br />

que atendem crianças<br />

que não conseguem se adaptar<br />

aos modelos tradicionais<br />

e têm necessidade de um ensino<br />

diferenciado, mas todas<br />

adotam o método construtivista.<br />

Umas delas é a Escola<br />

Cenecista Oliva Enciso<br />

(Cnec).<br />

Segundo a pedagoga da<br />

escola Geise Cristina Lubas<br />

Ricardi, de 31 anos, o método<br />

é aplicado desde o início.<br />

“As crianças aprendem<br />

de forma lúdica, através de<br />

jogos, brincadeiras e assim<br />

o professor intervem e faz<br />

com que as crianças construam<br />

hipóteses”. Um dos instrumentos<br />

utilizados é o<br />

dominó.<br />

Já o segundo, é adotado<br />

em países como Estados<br />

Unidos e Inglaterra, pois o<br />

processo de aprendizagem<br />

Alessandra Carvalho<br />

Campo-Grande tem 95 salas<br />

de informática em 87 escolas<br />

da Rede Municipal de Ensino<br />

(Reme). Os laboratórios<br />

oferecem aulas em computadores<br />

para crianças e adolescentes<br />

que fazem do pré-escolar<br />

até o nono ano. A coordenadora<br />

do Centro Municipal de<br />

Tecnologia Educacional, Maria<br />

da Graça comenta que as<br />

aulas de informática começaram<br />

a ser oferecidas em 1999.<br />

É feita uma seleção para a escolha<br />

dos professores e é exigido<br />

que tenha licenciatura e<br />

seja professor da rede. “Aplicamos<br />

uma prova e o candidato<br />

precisa obter média 7<br />

para participar do curso avançado.<br />

Depois é avaliado o perfil<br />

dos participantes”.<br />

A pedagoga Maria Hortência<br />

teve que fazer um curso de<br />

informática avançado com carga<br />

horária de 100 horas. “A<br />

prefeitura avalia se temos capacitação<br />

e oferece cursos para<br />

manter todos os professores<br />

atualizados. Somos avaliados<br />

com provas e relatórios todo<br />

final de ano”.<br />

Ela trabalha na escola<br />

Eulália Neto Lessa, no bairro<br />

Dedicação- Nonononononononononononononononononononononononononononono<br />

fica em torno das letras e<br />

sons, o que permite a criança<br />

fazer associações e acaba<br />

recebendo mais estímulos.<br />

Para alguns pesquisadores,<br />

este é o mais eficaz.<br />

Preço<br />

Mas esses tipos de ensino<br />

são para poucos, geralmente<br />

as escolas são particulares<br />

e a média da mensalidade<br />

fica em torno de R$<br />

400 a R$ 600, sendo que a<br />

maioria é indicada por psicólogos.<br />

Devido ao alto custo das<br />

mensalidades, o músico José<br />

Roberto de Mello fala da<br />

vontade de colocar o filho<br />

Guilherme, de 4 anos, em<br />

uma dessas escolas. O menino<br />

é hiperativo e o pai<br />

afirma que gostaria de explorar<br />

melhor o potencial do fi-<br />

Foto: Jackeline Oliveira<br />

lho. “Para mim é complicado<br />

porque é muito caro. Fora<br />

a mensalidade, você ainda<br />

tem outros gastos, como alimentação,<br />

materiais e transporte”.<br />

Aulas de informática na Rede Municipal de ensino<br />

incluem os estudantes de CG na cultura digital<br />

Manoel Taveira, desde 2001.<br />

“Aplico aulas do pré-escolar<br />

(ensino-infantil) ao nono-ano.<br />

O mais interessante é que os<br />

alunos aprendem com muita<br />

facilidade, os alunos do ensi-<br />

no fundamental estão na febre<br />

do Orkut, então entramos em<br />

acordo com os alunos. Primei-<br />

Foto: Alessandra Carvalho<br />

Inclusão - Estudantes na sala de informática da Escola Manoel Taveira aprendem a navegar na internet e utilizar programas de computador<br />

ro aplicamos as aulas no<br />

Word, PaintSoftware e<br />

PowerPoint, depois deixamos<br />

os alunos ver os recadinhos e<br />

navegar na internet. Todos têm<br />

plena consciência que não<br />

podem abrir sites pornográficos,<br />

pois o aluno será punido”,<br />

comenta a pedagoga<br />

Hortência.<br />

Quem aplica as aulas é o<br />

professor junto com a instrutora,<br />

mas o planejamento das<br />

aulas é feito com o professor<br />

regente junto com o instrutor.<br />

“Hoje mesmo será aplicada a<br />

aula de sexualidade no<br />

power-point com uma turminha<br />

da 5° série”, comenta<br />

Hortência.<br />

O estudante Neveton<br />

Gruhn, 14 anos, comenta que<br />

tem computador em casa e na<br />

escola aprende a manusear os<br />

programas. “Os professores<br />

explicam como acessar a<br />

internet, escrevem no quadro<br />

o que devemos fazer, vou seguindo<br />

e depois aplico o que<br />

aprendi. Não tenho alguma<br />

dificuldade. Para mim é um<br />

divertimento”.<br />

Para a estudante Bruniellen<br />

Silva, 14 anos, “a diferença é<br />

que aprendo muito com essas<br />

aulas. Para mim, tudo é novidade.<br />

Antes não sabia nem ligar<br />

o computador, agora acesso<br />

vários sites e navego na<br />

internet”.


E m F o c o<br />

C AMPO GRANDE - SETEMBRO - 2007<br />

U N I V E R S I D A D E<br />

C ERTEIRO -O Colóquio realizado na <strong>UCDB</strong> trouxe novas perspectivas para aprimorar estudos e pesquisas<br />

Reunião entre universidades pode<br />

definir situação de intercâmbio<br />

Assessoria de Imprensa<br />

A realização do II Colóquio<br />

Internacional de Desenvolvimento<br />

Local, no campus da<br />

<strong>UCDB</strong>, de 28 a 31 de agosto,<br />

possibilitou reunião entre o<br />

Pró-Reitor Acadêmico, Pe.<br />

Gildásio Mendes e representantes<br />

de universidades do<br />

Canadá, Chile, Argentina,<br />

Suíça e Uruguai para discutir<br />

propostas de convênios que<br />

promovam o intercâmbio entre<br />

as mesmas. Em um primeiro<br />

momento serão definidos<br />

convênios entre universidades<br />

e futuramente uma rede envolvendo<br />

todas as universidades.<br />

Os convênios devem ser firmados<br />

ainda este ano, e as atividades<br />

de intercâmbio devem<br />

acontecer em 2008.<br />

A Católica recebeu convite<br />

do Centro de Estudos e Pesquisas<br />

sobre o Brasil (CERB),<br />

da Universidade do Quebec<br />

em Montreal (UQAM). A direção<br />

do CERB é do professor<br />

Gaëtan Tremblay, conferencista<br />

da abertura do evento na<br />

Católica. A sugestão do professor<br />

Gaëtan é que a <strong>UCDB</strong><br />

se candidate à BRACERB,<br />

uma rede de universidades<br />

brasileiras ligadas ao CERB.<br />

Esta colabora com pesquisadores<br />

brasileiros em projetos comuns<br />

entre Brasil e Canadá.<br />

O Pró-Reitor Acadêmico<br />

mostrou-se contente pelo interesse<br />

dos pesquisadores em<br />

participar ativamente do Colóquio<br />

na <strong>UCDB</strong> e de propor<br />

parcerias na área de pesquisa.<br />

Pe. Gildásio também enfatizou<br />

a liderança dos professores e<br />

coordenadores do Mestrado<br />

em Desenvolvimento Local da<br />

Católica. "Esta liderança permite<br />

expandir nossas áreas de<br />

pesquisa e promover nossos<br />

pesquisadores", completou.<br />

Segundo a coordenadora<br />

do Programa de Mestrado em<br />

Desenvolvimento Local da<br />

<strong>UCDB</strong>, professora Dra.<br />

Cleonice Le Bourlegat, a presença<br />

da Instituição na<br />

BRACERB, além de representar<br />

a primeira Instituição Comunitária<br />

a fazer parte da rede,<br />

é importante, também, para<br />

que mestrandos e mestres da<br />

Católica possam realizar o<br />

Doutorado na Universidade<br />

do Quebec, em condições especiais.<br />

O Institut de Recherches<br />

Économiques et. Régionales<br />

(IRER) da Universidade de<br />

Neuchâtel da Suíça participou<br />

do evento na <strong>UCDB</strong>, representada<br />

pelo professor Olivier<br />

Crevoisier, integrante do Grupo<br />

de Pesquisa sobre Meio<br />

Inovador (GREMI) que manifestou<br />

interesse no processo<br />

de intercâmbio.<br />

Com relação às universidades<br />

da América Latina foi decidido<br />

um modelo de convênio<br />

similar proposto pela Universidade<br />

Bolivariana do Chile,<br />

que prevê intercâmbio de<br />

alunos e professores, periódicos<br />

e pesquisas em comum.<br />

Além da Universidade<br />

Bolivariana do Chile, apresentaram<br />

propostas de convênios<br />

a Universidade dos Lagos<br />

(Osorno, Chile) e a Universidade<br />

do Uruguai, ligada ao<br />

Mestrado em Desenvolvimento<br />

Local do Centro Latino<br />

Americano de Economia Hu-<br />

Novo mercado para as oleaginosas<br />

Assessoria de Imprensa<br />

Na perspectiva de o Brasil<br />

consolidar-se como o principal<br />

fornecedor mundial de<br />

combustíveis renováveis de<br />

elevado conteúdo energético,<br />

o Biodiesel surge como uma<br />

alternativa de diminuição da<br />

dependência dos derivados de<br />

petróleo e como um novo mercado<br />

para as oleaginosas, com<br />

significativa redução da emissão<br />

de poluentes. Segundo a<br />

Lei n. 11.097 de 13 de janeiro<br />

de 2005, Biodiesel é um<br />

"biocombustível derivado de<br />

biomassa renovável para uso<br />

em motores a combustão interna<br />

com ignição por compressão<br />

ou, conforme regulamento,<br />

para geração de outro<br />

tipo de energia, que possa<br />

substituir parcial ou totalmente<br />

combustíveis de origem fóssil".<br />

E é neste contexto que a<br />

aluna Cláudia Muniz Soares<br />

insere seu projeto de pesquisa<br />

do Mestrado em Biotecnologia<br />

da Universidade Católica<br />

Dom Bosco.<br />

Recentemente selecionada<br />

para o programa de concessão<br />

de bolsas da Fundação de<br />

Apoio ao Desenvolvimento do<br />

Ensino, Ciência e Tecnologia<br />

do Estado de Mato Grosso do<br />

Sul (Fundect), a mestranda,<br />

graduada em Medicina Veterinária,<br />

diz-se motivada para o<br />

desafio. "Quando você tem<br />

um objetivo e vê que tem apoio,<br />

é muito gratificante fazer pesquisa",<br />

afirma Cláudia.<br />

Abordando o tema "Preparação,<br />

Caracterização e Estudo<br />

Comparativo do Comportamento<br />

Térmico de Biodiesel<br />

de Mamona, Soja, Girassol e<br />

Nabo Forrageiro", o projeto<br />

tem como objetivo estudar o<br />

comportamento térmico e a<br />

quantidade de energia liberada<br />

por grama/tempo, durante<br />

a termodecomposição do<br />

Biodiesel produzido a partir<br />

de sementes oleaginosas adaptadas<br />

à produção no cerrado<br />

sul-mato-grossense. Portanto,<br />

"o projeto avalia a reação do<br />

óleo combustível frente às diferentes<br />

temperaturas, prevendo<br />

sua ação no motor<br />

ciclodiesel. A retirada do<br />

glicerol do óleo bruto é, no<br />

momento, o maior desafio na<br />

produção de Biodiesel", destaca<br />

a mestranda.<br />

Outro aspecto pesquisado<br />

por Cláudia será estabelecer<br />

qual cultura resultará em maior<br />

rendimento, avaliando, também,<br />

a maior rentabilidade do<br />

Biodiesel em comparação ao<br />

Diesel derivado de petróleo.<br />

Segundo Cláudia, para se produzir<br />

Biodiesel, o óleo retirado<br />

das sementes é misturado<br />

com álcool (como metanol ou<br />

etanol) e depois processado na<br />

presença de um catalisador. O<br />

catalisador é uma substância<br />

usada para provocar uma reação<br />

química entre o óleo e o<br />

álcool. Depois o Biodiesel é<br />

separado do glicerol (ou<br />

glicerina, a mesma utilizada na<br />

fabricação de sabonetes) e filtrado.<br />

Após passar por esses<br />

processos, está pronto para<br />

uso. É neste momento que se<br />

faz uma análise para verificar<br />

se o óleo é de qualidade, sem<br />

riscos de prejuízo ao motor.<br />

Logo, entra na análise térmica<br />

para saber o que ocorre com<br />

cada tipo de óleo em diferentes<br />

temperaturas.<br />

Além do glicerol, a cadeia<br />

produtiva do Biodiesel<br />

gera outros subprodutos que<br />

podem constituir outras fontes<br />

de renda importantes<br />

para os produtores. A "torta",<br />

por exemplo, obtida pela<br />

prensa da semente oleaginosa,<br />

serve como ração para<br />

gado. "O produtor além de<br />

ter o combustível, consegue<br />

Foto: Assessoria de Imprensa<br />

Produção - Mamona, soja, girassol e nabo forrageiro são matérias-prima para confecção de biocombustível<br />

alimentar o gado", destaca<br />

Cláudia, que pretende até o<br />

fim de 2008, obter resultados<br />

significativos.<br />

O curso de Biotecnologia<br />

oferecido pela Universidade<br />

Católica Dom Bosco é o primeiro<br />

no Estado a ser reconhecido<br />

pela Coordenação de<br />

Aperfeiçoamento de Pessoal<br />

de Nível Superior do Ministério<br />

da Educação (Capes/<br />

MEC) e tem como áreas de<br />

concentração a Biotecnologia<br />

Aplicada à Saúde cujas linhas<br />

de pesquisa são: Bioquímica<br />

Molecular e aplicações,<br />

Biofármacos - naturais e sintéticos<br />

e Bioinformática. A Biotecnologia<br />

Aplicada à Agropecuária<br />

cujas linhas de pesquisa<br />

são: Genética de população<br />

vegetal, conservação e<br />

uso de recursos genético animal<br />

e vegetal, e ainda, a Biotecnologia<br />

aplicada as Indústrias<br />

Agropecuárias.<br />

mana (CLAEH), instituição tradicional<br />

no Uruguai, com mais<br />

de 50 anos, fundada pelo Pe.<br />

Louis Joseph Lebret, onde<br />

nasceu a idéia do Desenvolvimento<br />

Local.<br />

Para a professora Cleonice<br />

Le Bourlegat, o conceito de<br />

Desenvolvimento Local ainda<br />

não está bem estabelecido no<br />

Brasil. Poucas pessoas do<br />

mundo acadêmico dominam<br />

essa concepção, que vem sendo<br />

mais trabalhada na Europa<br />

e no Canadá, além de alguns<br />

países Latino- Americano,<br />

como o Uruguai e Chile. "Pre-<br />

SEM FRONTEIRAS<br />

13<br />

cisamos muito dessas trocas<br />

em termos de reflexões e experiências.<br />

No momento dependemos<br />

mais das experiências<br />

externas do que das internas.<br />

No Brasil, temos mais<br />

iniciativas de estratégias de<br />

Desenvolvimento, mas não<br />

reflexões teóricas a respeito do<br />

assunto", completa.<br />

O Colóquio realizado na<br />

<strong>UCDB</strong> e as possibilidades de<br />

Intercâmbio trouxeram novas<br />

perspectivas para aprimorar<br />

os estudos e pesquisas na área<br />

do Desenvolvimento Local no<br />

Brasil.<br />

Núcleo do Alfasol<br />

alcança Japorã<br />

Assessoria de Imprensa<br />

Parceria entre a Universidade<br />

Católica Dom Bosco, o<br />

Programa Alfabetização Solidária<br />

(Alfasol) e a Secretaria<br />

de Educação do município<br />

de Japorã (MS), possibilitou<br />

a implantação do primeiro<br />

núcleo da Alfasol no estado.<br />

Os contemplados são indígenas<br />

da Aldeia Porto Lindo.<br />

Serão oito meses de trabalho,<br />

iniciados com uma<br />

capacitação aos<br />

alfabetizadores, ministrada<br />

pela coordenadora do Núcleo<br />

de Estudos Pedagógicos<br />

Avançados (NEPA), professora<br />

Angela Catonio.<br />

Quatorze alfabetizadores participaram,<br />

entre 15 e 19 de<br />

agosto, de atividades como<br />

letramento, tipologia textual,<br />

contextualização espacial, recursos<br />

didáticos e atividades<br />

Foto: Cibelle Olarte<br />

Alternativa- A Universidade recebeu indicação do professor Gaëtan Tremblay, diretor do Centro de Estudos e Pesquisas, para se candidatar a uma rede brasileira no exterior<br />

com formas geométricas, entre<br />

outras. No final do Projeto,<br />

a aldeia contará com 300<br />

pessoas alfabetizadas.<br />

Segundo Angela, a proposta<br />

de implantar o Projeto<br />

em Japorã surgiu devido<br />

o alto nível de analfabetismo<br />

e baixo Índice de Desenvolvimento<br />

Humano<br />

(IDH) que afeta o município.<br />

Além da capacitação,<br />

os participantes do Programa<br />

receberam kits de material<br />

e merenda escolar.<br />

A <strong>UCDB</strong> já trabalha há<br />

dez anos com a Alfasol, desde<br />

o surgimento do Programa.<br />

Em uma década, a Católica<br />

capacitou cerca de<br />

350 professores, em 300<br />

turmas de municípios do<br />

Pará, Rio Grande do Norte<br />

e Mato Grosso, perfazendo<br />

um total de seis mil alunos<br />

alfabetizados.<br />

Foto: Assessoria de Imprensa<br />

Investimento - Serão oito meses de trabalho com os indígenas


14<br />

A M B I E N T E<br />

E m F o c o<br />

C AMPO GRANDE - SETEMBRO - 2007<br />

P RESERVAÇÃO - Alunos das escolas Joaquim Murtinho e Hércules Maymone ajudam na coleta do lixo no Vendas<br />

Ribeirinhos reclamam do mau<br />

cheiro transmitido pelos córregos<br />

Talita Oliveira<br />

Tatiane Guimarães<br />

Na cidade Morena ribeirinhos<br />

dos 40 córregos que cortam<br />

a Capital enfrentam mau<br />

cheiro no calor e enchentes na<br />

época de chuva. Mesmo com a<br />

Prefeitura realizando a retirada<br />

das famílias próximas às margens,<br />

muitas ainda permanecem<br />

no local e enfrentam problemas<br />

com a poluição.<br />

Nas sete regiões urbanas da<br />

cidade, são estes os principais<br />

córregos: Segredo, Anhanduizinho,<br />

Bálsamo, Bandeira,<br />

Lageado, Prosa, Lagoa, Imbirussú<br />

e Serradinho.<br />

“Eu trabalho aqui há quatro<br />

anos e quando a chuva é<br />

forte inunda tudo aqui”, diz o<br />

borracheiro que tem um estabelecimento<br />

na Avenida<br />

Fernando Correia da Costa,<br />

Adenílson Vicente Garcia, de<br />

33 anos. Ele alega que quando<br />

o sol está forte, sobe o cheiro<br />

de esgoto do córrego Prosa.<br />

“O córrego Prosa é muito raso<br />

e a prefeitura deveria afundar<br />

mais e abrir a lateral”, diz o<br />

borracheiro.<br />

Muitos carros são arrastados<br />

pelas enchentes, geralmente<br />

estes veículos são de comerciantes<br />

e funcionários que deixam<br />

seus carros estacionados<br />

na Avenida. “Às vezes os nossos<br />

colegas que trabalham aqui<br />

são prejudicados porque os<br />

carros ficam cheios de água”,<br />

reclama a auxiliar de saúde da<br />

Hemosul, Márcia Joana<br />

Ferreira da Silva, 46 anos.<br />

O aposentado, Hélio<br />

Figueiró Garcia, 72 anos mora<br />

em Campo Grande há 62 anos<br />

e relembra que antes na Capital<br />

era tudo coberto de mato, e as<br />

obras nos córregos foram feitas<br />

Foto: Talita Oliveira<br />

Riscos - Moradores se queixam da falta de cuidados e preservação e pedem estação de tratamento para minimizar os dejetos nos córregos de Campo Grande<br />

por diversos prefeitos. Levi Dias<br />

foi o primeiro a fazer urbanização<br />

dos córregos e implantou<br />

as paisagens nas margens do<br />

Prosa, além das obras de concreto<br />

e pedras no Prosa.<br />

“Preservação dos rios são<br />

os moradores com consciência,<br />

não jogo lixo e tenho raiva<br />

de quem joga, porque a própria<br />

natureza incumbe de preservar<br />

o rio”, admite Garcia.<br />

Ele acredita que não deveria<br />

deixar os canais de esgoto desembocar<br />

nos rios e que deveriam<br />

haver grandes coletores<br />

de lixo na região. “Para que<br />

isso ocorra deveria haver policiamento<br />

cuidando para que<br />

lixos, gatos e cachorros mortos<br />

não sejam despejados dentro<br />

das nascentes”, sugere o<br />

aposentado.<br />

Segundo o ambientalista<br />

Parque oferece trilhas e lazer para população<br />

Foto: Juliana Fonini<br />

Natureza - Com duas nascentes Parque Estadual do Prosa possui grande biodiversidade e conservação<br />

Juliana Fonini<br />

O Parque Estadual do Prosa<br />

ocupa 135 hectares de matas<br />

e está encravado em perímetro<br />

urbano, cercado de avenidas<br />

e prédios é refúgio para<br />

milhares de espécies animais<br />

e vegetais do cerrado em plena<br />

cidade. É possível percorrer<br />

mais de 1,5 mil metros de<br />

trilhas por dentro da mata fechada,<br />

transpondo os córregos<br />

Joaquim Português e Desbarrancado,<br />

que ainda dentro do<br />

parque se unem e formam o<br />

córrego Prosa, um dos principais<br />

cursos d´água que atravessa<br />

a cidade.<br />

Antigamente o parque era<br />

ocupado por fazendeiros vindos<br />

principalmente de Minas<br />

Gerais e seu espaço era usado<br />

entre outros para a criação de<br />

bovinos. Apenas depois da<br />

criação do Parque dos Poderes<br />

foi observado que essa área<br />

era de grande biodiversidade,<br />

abrigava vários animais e ainda<br />

as nascentes dos Córregos<br />

Desbarrancado e Joaquim Português.<br />

Hoje o parque é tido como<br />

unidade de conservação e aberto<br />

a visitação, desde que seja<br />

agendado na Secretaria do Meio<br />

Ambiente (SEMA). O foco é<br />

direcionado às escolas e às crianças<br />

para uma maior<br />

conscientização ambiental.<br />

Acompanhadas pelos guardasparque<br />

os turistas percorrem<br />

trilhas cercadas de verde, ouvindo<br />

as histórias da origem da<br />

reserva, seus antigos donos,<br />

conhecem a importância da<br />

natureza para o equilíbrio da<br />

vida e a necessidade de cuidar<br />

do meio ambiente para garantir<br />

um futuro de qualidade. É feito<br />

também por funcionários do<br />

local um trabalho junto à população<br />

sobre o armazenamento<br />

adequado do lixo e a destinação<br />

desses resíduos.<br />

Mesmo com esses trabalhos<br />

realizados por biólogos e<br />

responsáveis pela unidade de<br />

preservação é possível detectarmos<br />

problemas nas nascentes<br />

do Córrego Joaquim Português,<br />

situadas próximas ao<br />

asfalto do Parque dos Poderes.<br />

“A vizinhança usa o parque<br />

nos finais de semana como<br />

área de lazer, para caminhadas<br />

Rafael Baratella, de 26 anos a<br />

maioria dos esgotos da cidade<br />

desce para o Prosa. “Eu penso<br />

que deve ter estação de tratamento<br />

e depois tampar”,<br />

acredita Baratella. Ele alega que<br />

deveria haver reformas no Prosa<br />

porque aconteceram vários<br />

acidentes automobilísticos nas<br />

vias que margeiam o córrego.<br />

Dália Benites, 61 anos,<br />

mora na cidade morena há 30<br />

e piqueniques e num total ato<br />

de descaso e falta de<br />

conscientização abandonam<br />

latas, garrafas, embalagens de<br />

lanches e outros materiais altamente<br />

prejudiciais ao meio<br />

ambiente, deixando para trás<br />

mais trabalho e preocupação<br />

aqueles que buscam a conservação<br />

do local”, relata a guia<br />

parque Katiuscia Balbueno.<br />

Outro problema sofrido<br />

nessa nascente é a erosão causada<br />

pelo desmatamento da<br />

mata ciliar, conseqüências sofridas<br />

hoje por atos humanos<br />

no passado.<br />

Essa mata encontra-se no<br />

parque hoje em Estado de regeneração.<br />

Segundo dados da<br />

Secretaria de Obras Públicas e<br />

de Transporte (Sesop), teve início<br />

no dia 15 de setembro uma<br />

obra de recuperação da nascente<br />

do córrego Joaquim Português<br />

com previsão de término em<br />

Outubro, porém a mesma encontra-se<br />

hoje paralisada.<br />

Preservada<br />

A nascente do Córrego<br />

Desbarrancado por estar situada<br />

em mata fechada, dentro<br />

da unidade de conservação,<br />

longe do asfalto e do<br />

contato com a população está<br />

inteiramente preservada,<br />

proporcionando um espetáculo<br />

da natureza com suas<br />

águas cristalinas. É feito dentro<br />

da unidade a captação e<br />

o tratamento dessa água que<br />

vai abastecer os bairros<br />

Carandá Bosque e Cidade de<br />

Jardim.<br />

Da junção desses dois<br />

córregos que ocorre dentro do<br />

parque nasce o Córrego Prosa<br />

que vai percorrer boa parte da<br />

cidade. É notável a diferença<br />

anos exatamente na encosta do<br />

córrego Vendas. “Há oito anos<br />

o rio era limpo, crianças de<br />

outros locais da cidade entravam<br />

no rio para tomar banho<br />

e brincavam, os peixes eram<br />

visíveis, desce só água suja<br />

aqui, a sujeira vem dos postos<br />

de gasolina e esgotos”, relata<br />

a ribeirinha.<br />

Segundo Dália Benites, para<br />

manter a preservação das árvo-<br />

da águas do desbarrancado,<br />

que é transparente, para as<br />

águas do Joaquim Português<br />

que descem turvas carregando<br />

areia e sujeira devido os problemas<br />

em suas nascentes. O<br />

Prosa sai da unidade de con-<br />

res e o local sem sujeira, alunos<br />

das escolas Joaquim Murtinho<br />

e Hércules Maymone fazem coleta<br />

de lixo no Córrego Vendas.<br />

No meio de tanta água suja<br />

e lixo a moradora e seus 10<br />

filhos comemoram nunca terem<br />

ficado doente, pois a família<br />

colabora com a limpeza<br />

do lugar.”A gente nunca jogou<br />

lixo, varro, faço coletas de lixo<br />

diariamente”, afirma Dália.<br />

servação em boas condições e<br />

vai sofrendo a ação da poluição<br />

no decorrer de seu curso<br />

com o lixo residencial e de tubulação<br />

de esgotos que são jogados<br />

em plena luz do dia e<br />

sob os olhos da população.<br />

Foto: Juliana Fonini<br />

Pureza - Nascente está inteiramente intacta e longe da poluição


E m F o c o<br />

C AMPO GRANDE - SETEMBRO - 2007<br />

R E S E N H A S<br />

M ARCO - Com Sargent Peppers os Beatles elevaram o Rock à categoria de arte e marcaram o cenário musical<br />

O álbum que mudou a história<br />

Pedro Martinez<br />

Um dos álbuns mais importantes<br />

da história do Rock,<br />

que foi lançado em vinil, o<br />

Sargent Peppers traz uns<br />

Beatles bem diferentes daqueles<br />

que todo mundo conhecia.<br />

Todas as psicodelias conhecidas<br />

da época num só disco.<br />

Além da criatividade de cada<br />

um dos integrantes, o uso de<br />

alucinógenos também contribuiu<br />

muito para a “piração”<br />

que é demonstrada nas canções.<br />

Se formos comparar a história<br />

do Rock com a vida, pensaríamos<br />

assim sobre o<br />

Sargent Peppers: a vida tem<br />

três estágios, o primeiro é a<br />

infância onde somos, inevitavelmente,<br />

ingênuos e inocentes,<br />

sem se preocupar com<br />

nenhuma coisa além dos nossos<br />

instintos primários, vivemos<br />

para brincar somente.<br />

Depois vem a idade adulta<br />

onde descobrimos, devido à<br />

nossa percepção mais apurada,<br />

coisas que jamais pensávamos<br />

existir e além disso, é<br />

claro, temos que nos preocupar<br />

com coisas maiores que só<br />

a brincadeira. E por fim vem a<br />

velhice que tem os mesmos<br />

aspectos da vida adulta mais<br />

o temor da morte e o aparecimento<br />

das limitações físicas.<br />

No meio dessa vida, entre<br />

a infância e a fase adulta existe<br />

a adolescência, um período<br />

onde acontece nossa mudan-<br />

L ITERATURA<br />

Foto: ymskrecordings.com<br />

Trans formação - As músicas de Sargent Peppers mostram um grupo amadurecido em suas idéias<br />

ça de caráter e quando tentamos<br />

colocar a nossa cara no<br />

mundo com as “novidades”<br />

que descobrimos sobre a existência.<br />

Exatamente o que o<br />

Sargent Peppers representa na<br />

história do Rock, uma fase de<br />

mudanças do pensamento<br />

musical do grupo, um amadurecimento<br />

de suas idéias.<br />

O disco abre com<br />

“Sgt.Pepper’s Lonely Hearts<br />

Club Band”, que serve como<br />

uma introdução à Banda do<br />

Sargento Pimenta; ao final, há<br />

a apresentação de um tal de<br />

“Billy Shears”, representado<br />

por Ringo, que entra cantando<br />

“A Little Help From My<br />

Friends”, faixa que acabou<br />

sendo banida das rádios inglesas<br />

à época pelo verso “I get<br />

Conto feito de nuances<br />

Thiago Andrade<br />

Um jovem rapaz, que<br />

pouco antes de casar, descobre-se<br />

completamente arruinado<br />

financeiramente e decide<br />

que não lhe resta escolha<br />

alguma além do suicídio.<br />

Desta história simples e trágica<br />

surge “A Viuvinha”, um<br />

conto de não mais que 40<br />

páginas que o autor José de<br />

Alencar escreveu no início<br />

de sua carreira. Apesar da<br />

suposta simplicidade, o autor<br />

é capaz de ampliar a história,<br />

enchendo-a de<br />

nuances e reviravoltas que<br />

abrem espaço para que se trate<br />

de temas românticos, como<br />

a dor da perda ou a recuperação<br />

depois de uma grande<br />

queda, com certa profundidade.<br />

Publicado em 1857, “A<br />

Viuvinha” é quase uma continuação<br />

do conto “Cinco<br />

Minutos”, escrito um ano<br />

antes. Ambos têm muito em<br />

comum, tanto em um como<br />

no outro estão presentes: o<br />

mesmo narrador; a prima<br />

para quem as cartas foram<br />

escritas; Carlota, mulher do<br />

narrador, e o mesmo cenário.<br />

José de Alencar em momento<br />

algum dá nome ao<br />

narrador à prima, ele a chama<br />

apenas de D em ambas<br />

histórias. Talvez seja uma<br />

forma de fazer com que os<br />

leitores, na sua maioria mulheres<br />

burguesas da época, se<br />

identificassem com o que<br />

liam.<br />

Ambos os textos são marcados<br />

pela verossimilhança.<br />

As duas estórias estão cheias<br />

de citações de horários<br />

precisos e alusões a situações<br />

características da vida carioca<br />

na época, assim como também<br />

existem referências a<br />

obras e lugares do Rio de Janeiro.<br />

Retirando assim o caráter<br />

fictício da narrativa, José<br />

explora o lado subjetivo de<br />

seus personagens. Jorge, um<br />

burguês consternado ou Carolina,<br />

a jovem virgem apai-<br />

Autor - José de Alencar escreveu o conto “A viuvinha” em 1857<br />

xonada, personagens cheios<br />

de ingênuo romantismo; ou o<br />

Sr. Almeida, paternal e seco,<br />

eles formam a tríade central da<br />

história.<br />

É interessante prestar atenção<br />

na forma como José de<br />

Alencar trabalha a tensão entre<br />

o tema romântico em um<br />

ambiente completamente realista.<br />

E como ele retrata a burguesia<br />

sem nenhum preconceito,<br />

fazendo uma ode à vida<br />

que existe apenas para o amor,<br />

tratando o trabalho como um<br />

castigo árduo.<br />

Enquanto em “Cinco Minutos”,<br />

o narrador é o personagem<br />

principal e representa bem<br />

o burguês que não trabalha,<br />

vive apenas para encontrar o<br />

amor que busca com todo afinco;<br />

em “A Viuvinha”, o jovem<br />

Jorge é o burguês que enfrenta<br />

um dos seus maiores pesadelos,<br />

o empobrecimento. Antes<br />

de decidir procurar trabalho,<br />

encontrar alguma forma de se<br />

enriquecer novamente, Jorge<br />

abandona tudo, seu casamento,<br />

seu nome, sua própria<br />

vida e decidi acabar com<br />

a própria vida.<br />

Apesar das doses cavalares<br />

de romantismo, o texto<br />

acaba prendendo a atenção<br />

devido aos acontecimentos<br />

inusitados e a forma como<br />

José amarra tudo isso e cria<br />

um desfecho instigante. O<br />

narrador revela que soube de<br />

toda história por ser vizinho<br />

de Jorge e Carolina, os personagens<br />

centrais de “A<br />

Viuvinha” e que sua esposa,<br />

Carlota é grande amiga de<br />

Carolina e daí surge à ligação<br />

entre “Cinco Minutos”<br />

e “A Viuvinha”.<br />

Considerado um romance<br />

urbano, o livro mostra os<br />

vícios da sociedade que retrata<br />

e ao tratar de temas<br />

como pobreza e amor, permanece<br />

atual, mas não se<br />

pode esperar a mesma ingenuidade<br />

que percebe-se no<br />

final do século passado.<br />

high with a little help from my<br />

friends”, pois muitos viam<br />

nestes versos uma alusão às<br />

drogas (“ficar alto com uma<br />

mãozinha de meus amigos...”).<br />

Depois temos a polêmica<br />

“Lucy In The Sky With<br />

Diamonds” que, de acordo<br />

com Paul, foi inspirada em<br />

alguns desenhos feitos por<br />

Julian, filho de John. Polêmi-<br />

cas à parte, o fato é que além<br />

de suas iniciais formarem o<br />

termo L.S.D., esta faixa se tornou<br />

um clássico do<br />

psicodelismo, pela sua letra e<br />

arranjos “surreais”. Prossegue<br />

com “Getting Better”, canção<br />

com clima e letra bastante otimistas.<br />

Depois vem “Fixing A<br />

Hole” no qual Paul faz uma<br />

analogia com “o buraco na sua<br />

estrutura que impede sua mente<br />

de seguir em frente” e segue<br />

com “She’s Leaving<br />

Home”, que relata de forma<br />

triste o conflito de gerações,<br />

pois conta a história de uma<br />

jovem que abandona a casa<br />

dos pais por sentir falta de<br />

atenção e carinho, ao que estes<br />

ficam perplexos, pois “nós<br />

lhe demos tudo que o dinheiro<br />

pode comprar”.<br />

Para encerrar o Lado A temos<br />

“Being For The Benefit Of<br />

Mr.Kite!”, canção que serve de<br />

contraponto à melancolia da<br />

anterior, devido à atmosfera<br />

meio “circense” recriada pela<br />

banda.<br />

O Lado B começa com<br />

“Within You, Without You”,<br />

composição de Harrison que<br />

segue a linha de seus trabalhos<br />

da época com influências<br />

indianas. Depois temos<br />

quatro faixas bem divertidas e<br />

descompromissadas: a primeira<br />

é “When I’m Sixty-Four”,<br />

no qual Paul canta as alegrias<br />

de ter 64 anos(!) de idade – de<br />

acordo com ele, esta canção foi<br />

feita em homenagem ao seu<br />

15<br />

pai; a segunda é “Lovely Rita<br />

Meter Maid”, dedicada às<br />

moças que cuidavam do<br />

parquímetro (aparelho utilizado<br />

para controlar o tempo em<br />

que um carro permanecia estacionado<br />

nos EUA e Inglaterra<br />

naquela época – processo<br />

similar ao que no Brasil chamamos<br />

de “Área Azul”).<br />

Após o canto de um galo<br />

temos a terceira faixa – “Good<br />

Morning, Good Morning”, canção<br />

animadíssima que serve de<br />

prenúncio à despedida da<br />

Banda do Sargento Pimenta<br />

em “Sgt.Pepper’s Lonely<br />

Hearts Club Band (reprise)”.<br />

Mas enquanto a banda vai se<br />

despedindo começam os primeiros<br />

acordes de “A Day In<br />

The Life”, intrigante canção<br />

que forma um verdadeiro painel<br />

sonoro ao mesmo tempo<br />

em que trata de problemas<br />

existenciais de uma forma totalmente<br />

inédita até então! Ao<br />

final dela temos um longo<br />

acorde (cerca de 40 segundos)<br />

produzido por três pianos, e<br />

em seguida um som emitido<br />

em 20 mil hertz – audível somente<br />

para cães.<br />

Descrito assim, através de<br />

palavras, é impossível se ter<br />

uma idéia da riqueza dos arranjos,<br />

mas ouçam e descubram<br />

porque esse é um dos<br />

álbuns mais importantes da<br />

história do Rock, pois com ele<br />

o Rock foi elevado à categoria<br />

de “Arte”e o mundo nunca<br />

mais foi o mesmo.<br />

Foto: johngushue.typepad.com<br />

Obra-prima - Radiohead imprime som experimental em Ok Computer e revela medos de integrantes<br />

Músicas compostas de traumas<br />

Felipe Duarte<br />

O 3º álbum do Radiohead,<br />

o OK Computer, faz 10 anos<br />

em 2007. Lançado sob muitas<br />

suspeitas se seria um bom<br />

trabalho dando continuidade<br />

aos dois primeiros CD’s, cheios<br />

de hits, OK Computer mudou<br />

um pouco a face do grupo,<br />

se utilizando de muitas<br />

ferramentas experimentais,<br />

que nos dois álbuns seguintes<br />

ficou muito claro, pois<br />

não foi utilizado nenhuma<br />

guitarra num CD de banda de<br />

rock.<br />

Este terceiro disco contribui<br />

para mostrar a personalidade<br />

do grupo, principalmente<br />

do vocalista Thom<br />

Yorke. Já em sua primeira<br />

música, Airbag, mostra um<br />

dos traumas do vocalista.<br />

Thom tem muito medo de<br />

andar de carros, pela quantidade<br />

de acidentes que se<br />

mostra. Airbag é uma das<br />

músicas destinadas a este<br />

tema. Uma de suas composições,<br />

que não se encontra<br />

neste CD, se intitula Killer<br />

Cars (Carros Assassinos), o<br />

que já fala muito por si só.<br />

Na segunda faixa,<br />

Paranoid Android (Andróide<br />

Paranóico), a letra é inspirada<br />

no livro, que mais tarde<br />

virou filme, Guia do<br />

Mochileiro das Galáxias,<br />

mais precisamente do robô<br />

que acompanhava os viajantes.<br />

Todas as referências do<br />

Radiohead mostra suas<br />

vivências, sejam elas a própria<br />

vida, um filme, notícias<br />

que viram na TV, etc.<br />

Diferente do esperado,<br />

este álbum atingiu grande<br />

conceito, e teve muitas músicas<br />

de sucesso. A mais destacada<br />

é a Karma Police (Polícia<br />

do Carma), que com um<br />

ritmo cheio de amargor e voz<br />

desesperadora faz o ouvinte<br />

repensar ações e pensar em<br />

melhoras num futuro. Mas a<br />

amargura não se prende só a<br />

esta música. A quarta faixa,<br />

Exit Music(For a Film) Música<br />

de Sáida(Para um Filme),<br />

o grupo fez com o intuito de<br />

tocar no fim de um filme,<br />

pois, para o grupo, é perfeita<br />

para qualquer um. Mas a melodia<br />

é levada em ritmo de<br />

suicídio ao cortar os pulsos,<br />

angustiante e vagarosamente.<br />

Obra-prima do rock alternativo,<br />

OK Computer, traz o<br />

uso dos efeitos eletrônicos<br />

nas composições sem exageros,<br />

como feito nos anos 80.<br />

Este álbum não pode se encaixar<br />

em um estilo, pois<br />

trouxe uma sobrevida ao<br />

rock, que em ciclos, volta a<br />

vida por um grupo que inova.<br />

Ainda em 2007, é esperado<br />

um novo CD do<br />

Radiohead, que lançou seu<br />

sexto álbum em 2003, e nunca<br />

ficou tanto tempo sem lançar<br />

algo.


16<br />

T U R I S M O<br />

E m F o c o<br />

C AMPO GRANDE - SETEMBRO - 2007<br />

P RAZER - Aprender outras culturas na Europa economizando satisfaz turistas que procuram diversão<br />

Aventura nos diversos lugares<br />

do mundo atraem mochileiros<br />

Jairo Gonçalves<br />

O prazer pela aventura,<br />

portunidade de conhecer<br />

ovas culturas e principalente<br />

os baixos custos atram<br />

os turistas mochileiros.<br />

oi o que aconteceu com três<br />

migas que em Dezembro de<br />

996 deixaram o Brasil com<br />

estino à Europa em uma viaem<br />

de quarenta dias, passano<br />

por oito países.<br />

Após planejarem a viagem<br />

urante seis meses, as três<br />

migas, sem nenhuma orienação<br />

de guias turísticos sabim<br />

apenas que enfrentariam o<br />

nverno europeu e para tanto,<br />

m mês antes da viagem pasaram<br />

a tomar vitamina C para<br />

vitar uma gripe.<br />

A escolha pela baixa temorada<br />

foi pela economia da<br />

poca. Com a cotação do dóar<br />

baixa, a viagem toda, para<br />

ada uma, ficou no que seria<br />

oje R$ 3 mil. “Como fomos<br />

otalmente por conta, viajamos<br />

m categoria econômica, prieiro<br />

destino: São Paulo –<br />

alvador – Bruxelas. Já na<br />

uropa todas as viagens foram<br />

eitas de trem de um país ao<br />

utro”, relembra a funcionária<br />

ública Neide Leite.<br />

“Ao chegar vimos como o<br />

urista, em especial o brasileio,<br />

é bem tratado na Europa.<br />

s informações são muito bem<br />

adas”, afirma a professora<br />

aria do Carmo. “Com exceão<br />

dos franceses. Que você<br />

ede informação em inglês e<br />

les respondem em francês”,<br />

omplementa a publicitária<br />

ídia Coimbra.<br />

Por elas terem acima de trina<br />

anos de idade não podiam<br />

icar em albergues da juvenude<br />

então, segundo Maria do<br />

armo, a escolha dos hotéis<br />

ra feita nos aeroportos atraés<br />

de um painel com nome<br />

os hotéis, foto, preço e ao<br />

evantar o fone do gancho a<br />

igação era feita diretamente ao<br />

otel. “Este foi um dos prolemas<br />

que enfrentamos: os<br />

otéis. Na Holanda mesmo,<br />

osso segundo destino, fomos<br />

arar num hotel velho, que<br />

heirava mofo e o aquecedor<br />

Fotos: Arquivo Pessoal<br />

Fotografias -Recordações dos amantes das viagens para o exterior do país escolheram os pontos turísticos e com objetos tradicionais<br />

estava queimado. Tivemos que<br />

dormir todas juntas”, relembra<br />

Lídia como se estivesse<br />

sentindo o frio daquela noite.<br />

Outro fator que marcou a<br />

estada em Amsterdã foi Neide<br />

ter sido assaltada. “Levaram<br />

minha carteira com identidade<br />

e por sorte só havia travelcheque<br />

que foram cancelados<br />

e recuperados em Londres em<br />

dinheiro”, relembra.<br />

Alimentação<br />

Sempre com o objetivo de<br />

economizar para que pudessem<br />

conhecer mais lugares em<br />

novos países a alimentação se<br />

baseou em lanches frios.<br />

“Comprávamos tudo nos<br />

mercados e fazíamos nossos<br />

lanches. O que era melhor, já<br />

que a comida européia é<br />

ruim”, afirma Lídia<br />

“As lanchonetes populares<br />

da França não são higiênicas.<br />

A garçonete pegava com a mão<br />

os ingredientes”, relembra. “Já<br />

a cerveja, a gente comprava<br />

quente mesmo, e colocava pra<br />

gelar do lado de fora da janela”,<br />

relembra Neide.<br />

De Amisterdã, na Holanda,<br />

as amigas viajaram para Paris.<br />

“Única coisa que foi planejada.<br />

Passar o ano novo embaixo<br />

do Arco do Triunfo”, destaca<br />

Maria do Carmo.<br />

A falta de informação prévia<br />

sobre os países foi a grande<br />

dificuldade enfrentada pelas<br />

mochileiras. Ao chegarem<br />

em Londres, na madrugada, já<br />

não havia ônibus e tiveram que<br />

dormir em um hotel de refugiados<br />

africanos. “O hotel era<br />

tão velho que o chão<br />

rangia.”Chegamos a ficar perdidas<br />

na cidade e foi um brasileiro,<br />

dentro do ônibus que<br />

nos levou ao hotel”, relembra<br />

Lídia.<br />

Na Suíça, pagaram a diária<br />

de hotel mais cara da viagem.<br />

Cerca de U$ 30,00 por pessoa,<br />

em quarto sem banheiro. Este<br />

ficava no corredor. “Procurá-<br />

vamos ficar sempre no mesmo<br />

quarto e nossa média de<br />

diária era de U$ 10,00 por pessoa<br />

nos outros países”, ressalta<br />

Neide.<br />

“Nos Alpes, alugamos roupas<br />

de esquiar e esquecemos<br />

o estresse dos hotéis”, relembra<br />

Lídia.<br />

Para entrar na Eslovênia,<br />

país fora da União Européia,<br />

tiveram que pagar novo visto<br />

e lá ficaram na casa de uma<br />

amiga, que anos antes tinha<br />

feito intercâmbio no Brasil.<br />

Uma economia nos gastos.<br />

Com destino à Itália, em<br />

meio à paisagem em que só se<br />

via neve, presenciaram cenas<br />

de racismo contra refugiados<br />

da Bósnia e Croácia, que estavam<br />

em guerra.<br />

“Os guardas italianos chegavam,<br />

identificavam os refugiados<br />

e jogavam fora do trem.<br />

Foi uma cena chocante”, relembra<br />

a professora Maria do<br />

Carmo.<br />

“Eles não querem que países<br />

ricos se encham com povos<br />

pobres de refugiados de<br />

guerra”, ressalta Lídia.<br />

Na Itália conheceram<br />

Veneza, onde já ao descer do<br />

trem o turista se depara com<br />

muitas lojas de máscaras e<br />

souvenires. “Existem biscateiros<br />

(pessoa que vende de tudo)<br />

no mundo todo”, recorda<br />

Lídia. Depois foram a Mescla,<br />

Roma e o Vaticano. “Fiquei<br />

horrorizada porque o Vaticano<br />

é pura ostentação de riqueza.<br />

Tudo é puro ouro”, desabafa<br />

Neide.<br />

Já na Espanha, depois de<br />

passar por Madri, o último<br />

destino foi a cidade de Granada,<br />

onde visitaram Alambra –<br />

castelo dos mouros, uma das<br />

sete novas maravilhas do mundo,<br />

votada recentemente.<br />

Experiência<br />

A falta de cultura e informação<br />

sobre as regiões fizeram<br />

perder coisas interessantes, na<br />

opinião de Maria do Carmo,<br />

como o passeio de Gôndola<br />

em Veneza ou mesmo chegar<br />

até a Grécia, que fica perto.<br />

“Naquela época não tínhamos<br />

a facilidade da internet e<br />

este tipo de viagem deve ser<br />

planejada. Fazer o roteiro e ter<br />

conhecimento cultural do que<br />

vai aproveitar”, destaca Maria<br />

do Carmo.<br />

Visitar museus, castelos,<br />

perceber a alegria dos italianos<br />

e espanhóis e sentir a frieza dos<br />

franceses foram algumas experiências<br />

que marcaram para<br />

Lídia. “Sofremos de ficar com<br />

bolhas caminhando muito a pé,<br />

mas cada passo valeu a pena”,<br />

ressalta a publicitária.<br />

“Para mim ficou claro que<br />

o melhor lugar do mundo pra<br />

se viver é o Brasil, por causa<br />

do calor humano”, finaliza<br />

Neide.<br />

Turismo especializado com destinos comerciais<br />

Kamila Lovizon<br />

Viajar hoje em dia não virou<br />

só motivo de lazer, algumas<br />

empresas de turismo em Campo<br />

Grande estão se especializando<br />

em levar turistas sacoleiros para<br />

centros comerciais de outros<br />

Estados. Viagens rápidas, com<br />

pacotes que não incluem<br />

estadias em hotéis.<br />

Joceane Zanon tem uma<br />

agência de turismo que, leva<br />

pessoas com idades entre 18,<br />

25 a 42 anos, entre eles mulheres,<br />

homens e casais, atacadistas<br />

e lojistas para Goiânia<br />

quase todos os finais de semanas.<br />

“Eles compram de<br />

tudo, roupas, calçados, bolsas,<br />

acessórios, tem gente que vende<br />

pra lojas e também do camelódromo”,<br />

explica Joceane.<br />

Segundo ela o valor das compras<br />

é pessoal, sem nenhum<br />

limite ou restrição de cota mínima<br />

ou máxima.<br />

“Por média vai de 30 pessoas<br />

em cada excursão. Deixamos<br />

eles nos setores de confecção e<br />

só buscamos no dia seguinte no<br />

local marcado de encontro para<br />

volta, a noite é por conta, tem<br />

aqueles hotéis mais baratos por<br />

perto”, esclarece Joceane, dona<br />

da agência de turismo. A<br />

viagem custa R$ 120,00,<br />

partindo na sexta e retornando<br />

na segunda de madrugada.<br />

Da mesma maneira a<br />

sacoleira Ivone (nome fictício,<br />

pois a personagem não quer<br />

se identificar), funcionário<br />

Tribunal de Contas, também<br />

se interessou pelas viagens ao<br />

comércio de compras em outros<br />

Estados. Seu destino preferido<br />

é a Capital Paulista. “Fui<br />

com uma amiga Dona de Loja<br />

que faz disso seu trabalho,<br />

para mim ainda é um bico”,<br />

conta ela que já foi duas vezes<br />

a São Paulo. A sacoleira pretende<br />

montar a própria loja.<br />

Carla (nome fictício) é formada<br />

em jornalismo e também é<br />

uma turista de compras em São<br />

Paulo. “Um dia fomos de sacola,<br />

fizemos algumas compras e deu<br />

certo, o valor pode dobrar que<br />

não sai caro. Em São Paulo a<br />

venda no atacado é muito<br />

acessível, tanto no preço quanto<br />

na qualidade. Compensa bem<br />

mais comprar tudo lá, cama,<br />

mesa, banho, casa, roupas e<br />

acessórios do que em outro<br />

lugar”. A estudante ainda<br />

satiriza. “Agora porque São Paulo<br />

vende por atacado barato? Lá,<br />

eles têm um incentivo do<br />

governo e os impostos são<br />

baixíssimos”, critica Carla.<br />

As amigas Ivone e Carla<br />

pagam R$ 230,00 pela viagem<br />

em uma agência de turismo que<br />

não é especializada em viagens<br />

para turistas sacoleiros. No<br />

Foto: Arquivo Pessoal<br />

Sacoleiros -Viajantes seguem para São Paulo por terem custo de mercadorias mais baratos, investem em compras por atacado e vendem em próprias lojas<br />

entanto o ônibus deixa as<br />

viajantes no centro comercial da<br />

cidade. “Compensa muito<br />

comprar lá, ficamos o dia todo<br />

só em função disso, não temos<br />

mais tempo pra nada, e se você<br />

compra mais de 50 peças,<br />

algumas lojas entregam no hotel,<br />

se não você coloca num táxi e as<br />

leva com você”, relata Ivone.

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