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Data: 07/<strong>12</strong>/20<strong>09</strong><br />

1. Valor Econômico - SP<br />

Proposta de repatriação enfrenta resistências<br />

Congresso: Concessão de benefícios fiscal e penal provocam polêmica<br />

Engavetada por duas vezes desde que surgiu, a proposta de permitir a<br />

repatriação de ativos enviados ao exterior ilegalmente nos últimos anos<br />

mediante a concessão de benefícios fiscais e penais já começa a sofrer<br />

resistências logo no início de sua tramitação no Congresso Nacional.<br />

Recém-chegado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara<br />

dos Deputados, o projeto de lei que prevê a repatriação recebeu duas<br />

emendas do relator, deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que retiram<br />

do texto boa parte do atrativo que exercia sobre possíveis interessados<br />

em trazer de volta dinheiro não declarado hoje localizado fora do país.<br />

Em outra frente, setores que atuam no combate à evasão de divisas e à<br />

lavagem de dinheiro já avaliam a proposta com preocupação.<br />

Tramitam hoje no Congresso dois projetos de lei que preveem a<br />

repatriação. No Senado, o Projet o de Lei (PL) nº 354, de 20<strong>09</strong>, de<br />

autoria do senador Delcídio Amaral (PT-MS), foi reapresentado com<br />

alterações e teve o prazo para emendas concluído no fim de agosto mas<br />

até agora não passou por nenhuma votação. Na Câmara dos Deputados,<br />

a Comissão de Finanças e Tributação aprovou em setembro o PL nº<br />

5.228, de 2005, de autoria do deputado José Mentor (PT-SP), apensado<br />

ao PL nº 113, de 2003. Ainda que com algumas diferenças, as duas<br />

propostas têm como principal atrativo a redução de alíquotas de Imposto<br />

de Renda (IR) e de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para<br />

quem trouxer o dinheiro de volta ou mesmo declarar o dinheiro que<br />

mantém no exterior e a anistia penal para os crimes de sonegação fiscal<br />

e evasão de divisas que cometeu ao remeter os recursos para fora<br />

ilegalmente.<br />

São justamente esses dois pontos que receberam propostas de emenda<br />

do relator Arnaldo Faria de Sá na CCJ da Câmara. Uma delas retira os<br />

benefícios fiscais da repatriação e equipara as alíquota s de IR previstas<br />

no projeto às praticadas hoje. Assim, as alíquotas de 15% para quem<br />

declarar os recursos, mas os mantiver no exterior, e de 10% para quem<br />

repatriar os valores, previstas no projeto de lei, passariam a ser, com a<br />

incorporação da emenda, as mesmas da lei atual: 27,5% para pessoas<br />

físicas e 34% para empresas, além de todos os encargos e multas<br />

cobrados de quem não declarou os valores.<br />

O deputado Faria de Sá, que se diz favorável ao projeto de repatriação,<br />

afirma que não é preciso benefício fiscal para que surja interesse na<br />

repatriação dos recursos não declarados. "Esse dinheiro não está<br />

rendendo nada lá fora", diz. Na justificativa da emenda, o deputado<br />

argumenta que a concessão de alíquotas menores fere os princípios da<br />

isonomia tributária e da capacidade contributiva previsto na Constituição<br />

Federal. "Os contribuintes de que estamos tratando lidam com enormes<br />

volumes de recursos e estão sendo beneficiados com tratamento<br />

tributário irrisório", afirma, na justificativa da emenda.<br />

A segunda emenda proposta pelo relator do projeto prevê que o<br />

recolhimento dos tributos feito na declaração e na repatriação dos ativos


no exterior deve ser acompanhado da identificação da origem dos<br />

recursos. Pelo texto original do projeto, o ato de declarar os valores é<br />

acompanhado de uma declaração de que o dinheiro não é proveniente de<br />

crimes como tráfico de pessoas, órgãos e drogas, contrabando de armas<br />

e pornografia infantil, entre outros - o que, pela justificativa do<br />

deputado, não traduz segurança jurídica suficiente à sociedade por ser<br />

um ato unilateral, sujeito à fraude e falsidade. "Quero dificultar o<br />

ingresso de dinheiro de tráfico de drogas", diz Faria de Sá.<br />

O autor do projeto que tramita na Câmara, deputado José Mentor,<br />

garante que a anistia fiscal e penal existirá apenas na evasão de recursos<br />

provenientes da sonegação fiscal, como o texto da proposta prevê, e que<br />

o dinheiro fruto de crimes como tráfico de drogas e contrab ando não<br />

pode se beneficiar da lei. Segundo ele, em caso de indícios de que os<br />

recursos trazidos de volta não são oriundos de sonegação, a pessoa ou<br />

empresa fica sujeita à punição pelo crime que deu origem ao dinheiro e<br />

também pelo crime de evasão fiscal. Relator da CPI do Banestado, que<br />

apurou um esquema gigantesco de evasão de divisas por meio das<br />

contas CC5 do banco em 2003, Mentor diz que houve casos em que<br />

pessoas "esfriaram dinheiro quente", ou seja, valores declarados, mas<br />

que foram enviados para fora do país por meio de doleiros - em uma<br />

época em que havia restrições à remessa de divisas ao exterior - por<br />

conta de diversos planos econômicos fracassados que acabavam<br />

reduzindo ou confiscando o patrimônio dos contribuintes.<br />

Ainda assim, especialistas afirmam que é praticamente impossível<br />

identificar a origem do dinheiro repatriado quando ele já está legalizado<br />

no sistema financeiro no exterior, o que impediria separar o dinheiro da<br />

sonegação daquele proveniente do tráf ico de drogas, por exemplo. Isso<br />

porque tanto o sonegador quanto o traficante utilizam estruturas<br />

semelhantes para remeter recursos ilegalmente para fora do país:<br />

empresas de fachada e empresas off-shore, das quais não se conhecem<br />

os sócios, e têm doleiros em comum. "Não há uma conta bancária no<br />

nome do Fernandinho Beira-Mar", afirma o delegado Luís Flávio<br />

Zamprogna, que atua na divisão de crimes financeiros e de lavagem de<br />

dinheiro da Polícia Federal, referindo-se ao traficante Luiz Fernando da<br />

Costa, que já soma 100 anos de pena de prisão e está preso desde 2001.<br />

"É muito difícil para os órgãos de fiscalização distinguirem o dinheiro<br />

proveniente de sonegação fiscal do dinheiro vindo do tráfico de drogas",<br />

diz Zamprogna. Segundo ele, depois que o dinheiro saiu e circulou por<br />

vários países, entre eles paraísos fiscais, não se acha mais a origem. A<br />

Colômbia, onde Beira-Mar foi capturado, já foi palco do problema:<br />

economistas estimam a entrada de bilhões de dólares provenientes do<br />

trá fico de drogas durante um programa de repatriação de ativos<br />

mediante anistia feito em 1993 para atrair investimentos no país.<br />

É por esse motivo que a proposta brasileira de repatriação não é bem<br />

vista por procuradores, juízes e policiais federais que atuam no combate<br />

a crimes contra o sistema financeiro e de lavagem de dinheiro. Ainda que<br />

não haja uma posição oficial das entidades de classe a respeito dos<br />

projetos de lei, já há discussões internas sobre o tema. Entre membros<br />

do Ministério Público e da Justiça que atuam diretamente em processos<br />

que envolvem crime de evasão fiscal a oposição à proposta é clara.<br />

"Existe uma involução, uma cronologia de benevolência em relação aos<br />

crimes fiscais no país", diz Fausto Martin De Sanctis, juiz da 6ª Vara<br />

Criminal da Justiça Federal de São Paulo responsável pelo julgamento de<br />

alguns dos mais importantes processos por crime contra o sistema


financeiro nacional em andamento no país. "A lei dos crimes contra o<br />

sistema financeiro nacional vem sendo duramente atacada", afirma.<br />

Da mesma posição de De Sanctis compartilham procuradores que atuam<br />

em inquéritos relacionados a crimes financeiros. "Os projetos de<br />

repatriação são absurdos, são uma vergonha", diz Rodrigo de Grandis,<br />

procurador da República que atua no Ministério Público Federal em São<br />

Paulo. "É o tipo de benefício penal que só se aplica ao crime do colarinho<br />

branco", afirma. "Se a evasão fiscal não tem mais relevância, que seja<br />

retirada da lei dos crimes contra o sistema financeiro nacional." Para a<br />

procuradora da República Karen Louise Jeanette Kahn, que atua nos<br />

processos gerados pelas operações Suíça e Kaspar I e II, realizadas pela<br />

Polícia Federal para investigar esquemas de evasão de divisas por meio<br />

de doleiros e de escritórios de representação de bancos suíços instalados<br />

no Brasil, os projetos não resolvem o problema e estimulam as pessoas a<br />

continuar enviando recursos para fora do país ilegalmente. Segundo ela,<br />

a anistia penal à evasão impede o combate a um crime que foi<br />

intensificado nos últimos anos.<br />

"Nossa maior preocupação é a extinção da punibilidade dos crimes de<br />

evasão e sonegação prevista nos projetos", diz o juiz federal Fernando<br />

Mattos, presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe).<br />

Segundo ele, a entidade está discutindo o tema e já fez um pedido para<br />

ser ouvida na CCJ da Câmara, onde o projeto aguarda parecer do relator.<br />

"A proposta pode transformar dinheiro ilícito em dinheiro lícito", diz. De<br />

acordo com o delegado Luís Flávio Zamprogna, o grupo que compõe a<br />

Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro<br />

(Enccla), da qual faz parte, emitiu já no ano passado, quando a proposta<br />

de repatriação esteve em discussão, uma nota técnica se posicionando<br />

de forma contrária aos projetos.<br />

O contraponto é feito pela Associação Nacional dos Membros do<br />

Ministério Público (Conamp), que reúne membros do órgão nos Estados e<br />

também no âmbito Federal. José Carlos Cosenzo, que preside a entidade,<br />

afirma que foi criada uma comissão interna para discutir a proposta, que<br />

chegou à conclusão de que ela precisa ser aperfeiçoada, mas é viável. "É<br />

uma opção que o Estado tem que fazer, e é uma opção muito séria",<br />

afirma Cosenzo. "Nós não fazemos a lei, mas se a lei permitir a anistia,<br />

será cumprida", diz. "O que não podemos é judicializar a conduta do<br />

Parlamento." Segundo o presidente da Conamp, "no mundo todo<br />

projetos de repatriação como esses tiveram sucesso". Ele se refere a<br />

experiências do tipo realizadas na Alemanha, Argentina, França e<br />

Espanha. Além desses países, a Itália aprovou recentemente uma anistia<br />

à repatriação e, nos Estados Unidos, está em andamento um programa<br />

de revelação voluntária de valores não declarados que prevê o<br />

pagamento de impostos devidos nos últim os seis anos, com juros e<br />

multa, em troca de livrar os contribuintes de processos criminais.<br />

Segundo o Departamento de Justiça americano, cerca de 7,5 mil<br />

americanos com ativos não declarados no exterior revelaram suas<br />

posições até a primeira quinzena de outubro. O país também abriu um<br />

precedente inédito recentemente ao conseguir um acordo com a Suíça<br />

para que o banco UBS revele detalhes sobre 4,45 mil contas bancárias<br />

com recursos suspeitos de serem fruto de sonegação fiscal.<br />

Cristine Prestes, de São Paulo<br />

07/<strong>12</strong>/20<strong>09</strong>


2. Valor Econômico - SP<br />

TSE pode obrigar certidões negativas em eleições<br />

Juliano Basile, de Brasília<br />

07/<strong>12</strong>/20<strong>09</strong><br />

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deverá aprovar uma nova norma para<br />

as eleições de 2010 determinando a publicidade de todas as certidões<br />

necessárias para que os políticos se tornem candidatos. Ao se<br />

candidatar, os políticos têm que apresentar certidões negativas de<br />

condenação criminal, a declaração de imposto de renda e uma certidão<br />

cível para os casos de eventual processo por improbidade administrativa.<br />

Hoje, mesmo se tiverem sofrido condenações criminais, os políticos não<br />

sofrem objeções formais às suas candidaturas. Com isso, a apresentação<br />

de certidões é algo meramente formal para a Justiça Eleitoral. O político<br />

apresenta os seus dados e eles ficam registrados nos tribunais eleitorais.<br />

O presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Britto, quer mudar essa<br />

prática. A ideia dele é divulgar todas essas certidões na internet para que<br />

os eleitores tenham mais info rmações a respeito do perfil dos<br />

candidatos. Para o ministro, a divulgação ajudaria os eleitores a obter<br />

mais dados sobre os políticos e, com isso, votar de maneira mais<br />

consciente.<br />

"É impressionante o número de casos de corrupção que aparecem no<br />

Brasil e nos colocam sob alerta", disse Britto, durante debate sobre<br />

corrupção, na sexta-feira. "Mas, nem tudo está perdido. Nós votamos a<br />

cada dois anos", continuou ele, referindo-se ao intervalo entre as<br />

eleições municipais e as presidenciais. "E isso é um processo de<br />

educação em concreto."<br />

Para Britto, a divulgação dessas certidões dos políticos deveria ficar<br />

prevista nas resoluções do TSE que regulam as eleições. Essas regras<br />

estão sendo discutidas neste mês para serem aprovadas até o início de<br />

março.<br />

Na quarta-feira, o TSE definiu as regras para a propaganda política em<br />

vários meios de comunicação, como rádio, TV, jornais, revistas<br />

impressas e internet.<br />

Na sexta-feira, o tribunal discutiu o sistema de votação eletrônico. No dia<br />

14, será a vez de o TSE debater a divulgação de certidões para os<br />

políticos.<br />

Em outras ocasiões, o tribunal adotou uma postura cautelosa com<br />

relação à publicização de informações dos políticos. Em 2008, o TSE<br />

discutiu a possibilidade de divulgar uma lista dos políticos que<br />

respondem a processos na Justiça. Na ocasião, Britto foi favorável à<br />

divulgação, mas acabou vencido.<br />

Em seguida, entidades representativas de juízes, procuradores e líderes<br />

religiosos, como as associações Brasileira dos Magistrados (AMB), dos<br />

Juízes Federais (Ajufe), dos Membros do Ministério Público (Conamp),


dos Procuradores da República (ANPR) e a Confederação Nacional dos<br />

Bispos do Brasil (CNBB), pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) a<br />

proibição da candidatura de políticos que sofreram condenações na<br />

Justiça. Em agosto de 2008, o STF negou o pedido, por nove votos a<br />

dois, e novamente o ministro Britto ficou vencido.<br />

Agora, no entanto, o caso é diferente, pois o presidente do TSE não<br />

pretende impor, como condição para a candidatura, que o político tenha<br />

"ficha limpa". Ele quer apenas divulgar a ficha do político na internet<br />

para que o eleitor possa se informar melhor a respeito dos candidatos.<br />

Esse debate terá início no dia 14 e a votação final, no TSE, deverá<br />

ocorrer no início de março.<br />

3. Valor Econômico - SP<br />

Investigação do caso Banestado motivou o debate<br />

De São Paulo<br />

07/<strong>12</strong>/20<strong>09</strong><br />

Em discussão desde 2003 no Brasil, a ideia de se permitir uma ampla<br />

repatriação de ativos enviados ilegalmente ao exterior ao longo dos<br />

anos, com a concessão de uma inédita anistia penal e um generoso<br />

benefício fiscal, não avançou no passado, ainda que sob condições<br />

econômicas favoráveis - como a escassez de dólares e uma possível fuga<br />

de capitais provocada pela crise mundial. Agora, mesmo diante da<br />

crescente pressão sobre o câmbio provocada pela entrada de<br />

investimentos estrangeiros, o tema não só voltou à tona como teve,<br />

finalmente, sua tramitação iniciada no Congresso Nacional, após quatro<br />

anos de espera.<br />

Diante do ambiente econômico desfavorável, há quem atribua o avanço<br />

das propostas às eleições de 2010, com o argumento de que o dinheiro<br />

repatriado seria bem-vindo em campanhas eleitorais. Mas é no ambiente<br />

jurídico que a retomada da ideia de uma anistia à repatriação de ativos<br />

desviados ilegalmente encontra hoje um maior número de explicações<br />

plausíveis. A principal delas é o cerco à evasão de divisas promovido nos<br />

últimos anos pela Polícia Federal e pelo Ministério Público desde as<br />

investigações sobre o esquema de evasão de divisas por meio das contas<br />

CC5 no Banestado.<br />

Durante a força-tarefa criada para apurar os crimes em 2003, foram<br />

feitas 95 denúncias pelo Ministério Público Federal que envolveram 684<br />

pessoas - o que gerou uma centena de condenações até agora. Mais de<br />

1,17 mil contas no exterior , que movimentaram US$ 28,1 bilhões, foram<br />

investigadas. Estima-se, no entanto, que um valor muito maior foi<br />

enviado ilegalmente para o exterior por meio de doleiros nos últimos<br />

anos: de US$ 70 bilhões a US$ 150 bilhões.<br />

Além de não ter precedentes no país, o caso Banestado provocou um<br />

efeito em cascata. Os acordos de delação premiada feitos por doleiros<br />

que participaram do esquema - e entregaram suas listas de clientes e de<br />

operações real izadas em troca de redução de penas - e as investigações<br />

realizadas acabaram fornecendo ao Ministério Público e à Polícia Federal<br />

uma quantidade gigantesca de informações, que levaram a novos


inquéritos e operações de combate à evasão. Desde 17 de agosto de<br />

2004, quando foi feita a Operação Farol da Colina, que investigou o<br />

esquema do Banestado, pelo menos outras 18 operações da Polícia<br />

Federal tiveram como foco o combate ao mercado negro de moeda<br />

estrangeira no país. De 2006 para cá, somente o Ministério Público<br />

Federal em São Paulo fez <strong>12</strong>5 denúncias por crime de evasão de divisas.<br />

Entre elas, duas foram resultantes das operações Suíça e Kaspar I e II<br />

da PF, que investigaram esquemas de evasão montados por doleiros em<br />

conjunto com representantes dos bancos suíços Credit Suisse, UBS e AIG<br />

no Brasil.<br />

A conclusão é óbvia: clientes desses doleiros estão acuados, muitos deles<br />

já respondem processos criminais na Justiça e os que não foram<br />

denunciados correm o risco de vir a ser em um futuro próximo. Para<br />

esses casos, uma lei que possibilite a repatriação de ativos com anistia<br />

penal cairia como uma luva. "É bem possível que esteja ocorrendo uma<br />

pressão pela aprovação de um projeto de repatriação por parte dessas<br />

pessoas e empresas", diz o presidente da Associação Nacional dos<br />

Membros do Ministério Público (Conamp), José Carlos Cosenzo. Já nos<br />

casos de evasão que até hoje não foram alvo de investigações, a<br />

proposta pode não surtir efeito. "Ninguém deixa dinheiro lá fora só para<br />

não pagar imposto", diz um especialista ouvido pelo Valor. O dinheiro<br />

ainda escondido serviria, por exemplo, para o pagamento de propinas e<br />

para o caixa dois de campanhas eleitorais sem que se levantasse<br />

suspeitas. (CP)<br />

4. Última Instância - SP<br />

Procurador consegue no STF derrubar suspensão de 45 dias por<br />

crime ambiental<br />

Da Redação - 06/<strong>12</strong>/20<strong>09</strong> - 17h05<br />

A condenação imposta pelo CNMP (Conselho Nacional do Ministério<br />

Público) a um procurador do Acre foi suspensa pelo ministro Ricardo<br />

Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), que considerou que a<br />

sanção disciplinar extrapolou o limite legal.<br />

O procurador Willia<strong>ms</strong> João Silva foi suspenso por 45 dias de suas<br />

atividades funcionais, assim como dos direitos e vantagens decorrentes<br />

do cargo por ele ocupado, sob acusação da prática de crimes ambientais.<br />

Lewandowski, relator do recurso no Supremo, entendeu que ele foi<br />

condenado por violação dos deveres funcionais previstos no artigo 54,<br />

incisos I e VI, a, da Lei Complementar Estadual número 8/1983, cuja<br />

pena prevista é a de suspensão inferior a quarenta e cinco dias.<br />

No entanto, o CNMP aplicou as sanções previstas no artigo 56, inciso IV,<br />

combinado com o artigo 58 da mesma lei, em que a sanção aplicável é a<br />

de suspens ão de quarenta e cinco a noventa dias.<br />

A defesa do procurador alegou, em síntese, que: a) na imposição da<br />

pena não foi observada a dosimetria aplicável ao caso (a pena aplicada é<br />

maior do que o máximo previsto); b) o indeferimento do pedido de<br />

perícia violou o princípio constitucional do contraditório e da ampla


defesa e c) não poderia ter sido punido pelo uso indevido de papel<br />

timbrado, posto que essa infração não constou da portaria que deu início<br />

ao processo administrativo disciplinar.<br />

A liminar terá validade até o julgamento de seu mérito. O julgamento do<br />

caso foi avocado pelo CNMP no Processo Administrativo Disciplinar<br />

0.00.000.000828/2007-42, diante da impossibilidade de ser ele julgado<br />

pelo Conselho Superior do Ministério Público do Acre, por ausência de<br />

quorum em virtude de impedimentos e suspeições dos conselheiros do<br />

órgão.<br />

5. Consultor Jurídico - SP<br />

Ministro do STF suspende pena a procurador do Acre<br />

Por entender que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP)<br />

extrapolou o limite legal na aplicação da sanção disciplinar ao procurador<br />

Willia<strong>ms</strong> João Silva, o ministro Ricardo Lewandowski suspendeu a<br />

punição. O procurador foi suspenso por 45 dias de suas atividades<br />

funcionais, assim como dos direitos e vantagens decorrentes do cargo<br />

por ele ocupado, sob acusação da prática de crimes ambientais.<br />

O procurador foi condenado por violação dos deveres funcionais previstos<br />

no artigo 54, incisos I e VI, a, da Lei Complementar Estadual número<br />

8/1983, cuja pena prevista é a de suspensão inferior a 45 dias. Mas o<br />

CNMP aplicou as sanções previstas no artigo 56, inciso IV, combinado<br />

com o artigo 58 da mesma lei, em que a sanção aplicável é a de<br />

suspensão de 45 a 90 dias.<br />

A defesa alegou que na imposição da pena não foi observada a<br />

dosimetria aplicável ao caso, já que a pena aplicada é maior do que o<br />

máximo previsto. T ambém alegou que o indeferimento do pedido de<br />

perícia violou o princípio constitucional do contraditório e da ampla<br />

defesa. Sustentou, ainda, que não poderia ter sido punido pelo uso<br />

indevido de papel timbrado, posto que essa infração não constou da<br />

portaria que deu início ao processo administrativo disciplinar.<br />

O julgamento do caso foi avocado pelo CNMP no Processo Administrativo<br />

Disciplinar, diante da impossibilidade de ser ele julgado pelo Conselho<br />

Superior do Ministério Público do Acre, por ausência de quórum em<br />

virtude de impedimentos e suspeições dos conselheiros do órgão. Com<br />

informações da Assessoria de Imprensa do STF.<br />

MS 28.450<br />

6. Folha de S. Paulo - SP<br />

Acusados, membros do TCE querem ver prova<br />

Eduardo Bittencourt e Robson Marinho vão à Justiça por cópia de<br />

documento de diretor da Camargo Corrêa que cita os dois<br />

Bittencourt nega vínculo com construtora; Marinho diz que não recebeu<br />

valores e lamenta que seu nome apareça numa lista apócrifa


DA REPORTAGEM LOCAL<br />

Os conselheiros Eduardo Bittencourt e Robson Marinho, do Tribunal de<br />

Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), vão pedir na Justiça cópia do<br />

documento apreendido na casa de um executivo da construtora Camargo<br />

Corrêa com citação ao nome deles e menção de valores em dólares.<br />

A empresa foi alvo da Operação Castelo de Areia, deflagrada pela Polícia<br />

Federal e pelo Ministério Público Federal, em março deste ano. À época,<br />

a polícia apreendeu documentos na casa de quatro diretores da Camargo<br />

Corrêa. A planilha com o nome dos conselheiros foi localizada na casa do<br />

executivo Pietro Bianchi.<br />

"O absurdo é que todos falam da planilha e citam os nom es de políticos<br />

ou de outras pessoas públicas, sempre com valores, mas os principais<br />

interessados, as pessoas citadas e seus advogados não têm acesso a<br />

nada", diz o advogado Paulo Sérgio Santo André, que defende<br />

Bittencourt e vai pedir cópia da planilha ao juiz Fausto Martin De Sanctis,<br />

da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo.<br />

Segundo reportagem de "O Estado de S. Paulo", a planilha traz nove<br />

citações ao TCE paulista, com registros de valores que somam cerca de<br />

US$ 1,37 milhão, de supostos repasses feitos de 26 de março a 2 de<br />

outubro de 1998. Ainda segundo o texto, há referências às obras das<br />

linhas Amarela e Verde do Metrô e aos nomes de Bittencourt e de<br />

Marinho.<br />

O tribunal é o órgão responsável por fiscalizar obras, contratos e<br />

licitações públicas.<br />

"O dr. Bittencourt desconhece completamente tudo isso. Não tem<br />

qualquer vínculo com as pessoas da empresa e ele faz parte de um órgão<br />

onde as decisões são colegiadas, não individuais", afirmou Santo André.<br />

A assessoria de Marinho informou que o conselheiro desconhece a<br />

denúncia e não tem nenhum relacionamento profissional com a<br />

construtora ou os executivos. Marinho nega ter recebido valores e disse<br />

lamentar o fato de seu nome aparecer em uma lista apócrifa.<br />

Advogados da Camargo Corrêa informaram que a construtora ainda não<br />

teve acesso nem ao relatório da Polícia Federal nem à denúncia oferecida<br />

pelo Ministério Público Federal, o que dificulta a defesa da empresa. O<br />

grupo nega ter cometido qualquer atividade ilícita e alerta que<br />

documentos divulgados no início da operação se mostraram, ao final,<br />

legais.<br />

Feldman<br />

O secretário de Esportes da cidade de São Paulo e deputado federal<br />

licenciado, Walter Feldman (PSDB), cujo nome também apareceu na<br />

planilha da construtora como um dos supostos beneficiários de<br />

pagamentos, protocolou dois pedidos na Polícia Federal. Feldman pediu<br />

para ter acesso a todos os documentos e colocou à disposição dos<br />

investigadores o sigilo bancário e fiscal dele."Pedi ao diretor-geral,<br />

Luiz Fernando Corrêa, que a investigação seja feita e,<br />

principalmente, que a conclusão seja divulgada. Jamais participei<br />

de qualquer situação assim e quero ter a chance de me defender<br />

de uma forma aberta e correta", afirmou o secretário.<br />

7. Diário de Cuiabá - MT<br />

Corregedor-Nacional do MP apresenta desafios institucionais<br />

durante 'X Encontro Estadual do Ministério Público Mato-


grossense”<br />

Da Reportagem<br />

Unidade, mensuração dos resultados das ações efetivadas e um regime<br />

disciplinar unitário são, na avaliação do Corregedor-Nacional do<br />

Ministério Público, promotor Sandro de Justiça José Neis, os principais<br />

desafios do Ministério Público Brasileiro.<br />

Ontem, à noite, ele participou da abertura do “X Encontro Estadual do<br />

Ministério Público Mato-grossense”, no auditório da Procuradoria Geral de<br />

Justiça.<br />

De acordo com ele, a unidade e a isonomia no Ministério Público<br />

Brasileiro foram alguns dos assuntos que nortearam as discussões<br />

promovidas durante o Congresso Nacional do Ministério Público realizado<br />

este ano, em Santa Catarina.<br />

“O fortalecimento da instituição passa necessariamente pela unidade do<br />

Ministério Público Brasileiro, que abrange os Ministérios Públicos<br />

Estaduais e da União”, ressaltou.<br />

8. Folha de S. Paulo - SP<br />

Procurador vê vazamento de informação<br />

SAMANTHA LIMA<br />

DA SUCURSAL DO RIO<br />

Há sinais de uso no mercado de informação privilegiada sobre a compra<br />

das Casas Bahia pelo grupo Pão de Açúcar, afirma o procurador da<br />

República Sady D'Assumpção Torres, coordenador do grupo do Ministério<br />

Público Federal que atua em conjunto com a CVM (Comissão de Valores<br />

Mobiliários).<br />

As ações da Globex, razão social do Ponto Frio, fecharam com alta<br />

superior a 35% na quinta-feira, horas antes do anúncio do negócio. A<br />

movimentação foi muito superior à média diária do papel.<br />

"Há indícios de uso de informação privilegiada na operação. Toda<br />

movimentação atípica, principalmente de empresas com pouca liquidez,<br />

é uma indicação. Estamos atentos, mas precisamos esperar e analisar",<br />

disse ele.<br />

A CVM informou ontem que "acompanha e analisa as informações e<br />

notícias relativas às companhias abertas e adota as medidas devidas<br />

quando necessário". Não detalhou, porém, quais providências foram<br />

tomadas especificamente em relação a esse caso.<br />

Segundo D'Assumpção, existem "alguns casos sigilosos" investigados<br />

pelo grupo, criado em 2007 depois da operação de compra da Ipiranga<br />

pela Petrobras, Braskem e Ultra.<br />

Na ocasião, a valorização em 33% dos papéis da Ipiranga levou a CVM a<br />

investigar o uso de informações privilegiadas. Operações realizadas por<br />

26 investidores foram investigadas, um deles funcionário da Petrobras.<br />

Desses, quatro tiveram bloqueado o dinheiro obtido com a venda das<br />

ações.<br />

Outro caso cujo desfecho foi acompanhado pelo grupo resultou na<br />

assinatura de um termo de ajustamento de conduta.<br />

Em 2008, o fundo uruguaio Vailly pagou multa de R$ 2,2 milhões à CVM


por ter lucrado R$ 600 mil com a negociação de ações da Suzano<br />

Petroquímica antes do anúncio da compra da empresa pela Petrobras,<br />

um ano antes.<br />

O caso de maiores consequências foi a negociação de ações da Perdigão<br />

no mercado americano, em 2006, dias antes de a Sadia ter tentado<br />

comprar o controle da concorrente.<br />

Os ex-executivos da Sadia Luiz Gonzaga Murat Junior e do ABN Amro<br />

Alexandre Ponzio de Azevedo foram condenados pela SEC, órgão que<br />

fiscaliza o mercado de capitais americano, a pagar, juntos, multa de US$<br />

500 mil.<br />

Murat e Romano Ancelmo Fontana Filho, outro ex-executivo da Sadia,<br />

foram impedidos de atuar como administradores de empresas abertas<br />

por cinco anos.<br />

A atuação dos três resultou, ainda, na primeira denúncia feita pelo<br />

Ministério Público Federal à Justiça por crime de uso de informação<br />

privilegiada, em andamento em São Paulo.<br />

"Na conta de lucros e perdas, a gente tem lucro. Criamos um fator de<br />

risco para esse tipo de ação. As punições e o bloqueio de recursos<br />

ilustram o risco que essas pessoas correm ao insistir na prática", diz o<br />

procurador.<br />

9. O Estado de S. Paulo - SP<br />

''Rei do grampo'' enriqueceu à sombra de Roriz<br />

Sob forte esquema de proteção, Barbosa teria mais 20 fitas inéditas<br />

sobre rede de corrupção em Brasília<br />

Ameaçado de morte, o economista Durval Barbosa, pivô da Operação<br />

Caixa de Pandora, que desbaratou o "mensalão do DEM", é mantido sob<br />

forte esquema de segurança desde 27 de novembro, em local secreto, à<br />

disposição do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Amparado pelo<br />

Programa de Proteção a Testemunhas do Ministério da Justiça, ele tem<br />

arsenal de fitas, que constitui o maior arquivo digital sobre a rede de<br />

corrupção na capital do País.<br />

Conhecido como "rei do grampo", Durval teria mais 20 gravações<br />

inéditas, o que tira o sono de muita gente. O próximo depoimento vai<br />

ocorrer após a Polícia Federal concluir perícia de documentos e vídeos<br />

apreendidos na primeira fase da operação. Até agora ele anexou ao<br />

processo 30 fitas, o suficiente para colocar nas cordas o governador José<br />

Roberto Arruda (DEM-DF), suspeito de se r chefe de uma rede de<br />

arrecadação e distribuição de propina que funcionava no seu governo e<br />

envolvia secretários de Estado, parlamentares e autoridades.<br />

Delegado de Polícia Civil aposentado, o piauiense Durval Barbosa montou<br />

sua máquina de grampos na década 90, quando comandou a instituição.<br />

De posse de um equipamento do porte do Guardião da Polícia Federal,<br />

capaz de interceptar centenas de telefones simultaneamente e cruzar<br />

dados, ele usou a grampolândia para chantagear autoridades e políticos.<br />

De família de imigrantes do Piauí, Durval é irmão do deputado Milton<br />

Barbosa (PSDB), também delegado da Polícia Civil. Os dois cresceram à<br />

sombra do cacique Joaquim Roriz (ex-PMDB, hoje no PSC), governador<br />

do DF por quatro vezes.


A aliança com Roriz foi construída em cima da central de grampos, que o<br />

ex-governador teria usado para bisbilhotar rivais e aterrorizar servidores,<br />

inclusive do Judiciário. Nos últimos governos dele (1998-2006), os<br />

irmãos chegaram ao apogeu.<br />

Barbosa - que, segundo o Ministério Público, tem patrimônio de R$ 20<br />

milhões - instalou-se em 2000 na Companhia de Desenvolvimento do<br />

Planalto Central (Codeplan), estatal responsável pela administração dos<br />

gastos da máquina. Milton elegeu-se deputado distrital.<br />

A central de grampos chegou a atender grupos privados, inclusive da<br />

máfia da grilagem de terras no DF, conforme apurou a CPI da Grilagem<br />

da Câmara Legislativa. Em 20<strong>09</strong>, a CPI das Escutas Clandestinas indiciou<br />

Barbosa no seu relatório final.<br />

Desde a década de 90, ele estabeleceu conexões com João Arcanjo<br />

Ribeiro, o Comendador Arcanjo, condenado a 40 anos de prisão, e com o<br />

empresário de jogos Carlinhos Cachoeira. Aliou-se também a Messias<br />

Ribeiro, dono da Sapiens Tecnologia, envolvida num esquema de desvio<br />

de dinheiro público no governo Roriz, desvendado pela Operação<br />

Megabyte. Em 4 anos, foi desviado um total de R$ 1,2 bilhão, diz o<br />

Ministério Público.<br />

Barbosa fez acordo de delação p remiada em troca de redução de pena<br />

por seus crimes. Ele responde a 37 processos na Justiça. Na primeira<br />

instância, é réu em um caso criminal e 17 ações civis, quase todas por<br />

improbidade administrativa, no período em que comandou a Codeplan,<br />

de 2000 a 2006. Outros 19 processos correm na segunda instância. Sua<br />

situação complicou-se em fevereiro passado, quando teve a primeira<br />

condenação e viu os demais processos começarem a andar.<br />

10. Folha de S. Paulo - SP<br />

FGV é acusada de desvio de verba em SP<br />

Ministério Público acusa em ação suposta fraude e superfaturamento em<br />

contrato da fundação com a prefeitura, em 2003<br />

Segundo promotor, FGV atuou como intermediária para permitir que<br />

empresas tivessem contratos com a prefeitura sem licitação<br />

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO<br />

DA REPORTAGEM LOCAL<br />

O Ministério Público de São Paulo ajuizou ação em que acusa a Fundação<br />

Getúlio Vargas de se associar a assessores de alto escalão da gestão<br />

Marta Suplicy (PT) para fraudar e superfaturar em 338% um contrato de<br />

R$ 21,8 milhões firmado pela entidade com a Prefeitura de São Paulo,<br />

em 2003.<br />

A FGV foi contratada para modernizar o sistema de informática das<br />

escolas municipais e implantar novos sistemas de gestão pela então<br />

secretária da Educação, Maria Aparecida Perez, mulher do deputado<br />

federal Carlos Zarattini (PT).<br />

Além de Maria Aparecida, também foi denunciado na ação o então<br />

gerente da Prodam (empresa municipal de informática) Raphael Pacheco.<br />

Após deixar a prefeitura, ele foi nomeado pelo governo Lula diretor de


Negócios da Dataprev, uma estatal federal ligada ao Ministério da<br />

Previdência.<br />

Contratada com dispensa de licitação apesar de não atuar em serviços de<br />

informática, a FGV, segundo o promotor Saad Mazloum, trabalhou como<br />

"simples intermediária" para permitir que outras empresas recebessem<br />

da prefeitura sem a necessidade de licitação.<br />

O caso começou em 2002, quando a prefeitura iniciou contatos com uma<br />

empresa de Belo Horizonte (MG), a Auge Tecnologia, para contratar os<br />

serviços de informática.<br />

Segundo depoimentos de funcionários de carreira da Prodam, as<br />

negociações eram conduzidas por Pacheco.<br />

O corpo técnico da Prodam, na época, fez restrições ao trabalho da Auge,<br />

e ela não foi contratada. Porém, acabou assumindo o serviço depois que<br />

a própria FGV firmou o contrato.<br />

Segundo sindicância aberta pela prefeitura, a FGV jamais prestou<br />

nenhum tipo de serviço, que aind a foi fatiado com outras empresas.<br />

Ainda mais grave, conforme a denúncia, foi a descoberta de um<br />

superfaturamento de 338% no contrato, na comparação com orçamentos<br />

feitos pela própria Prodam na época -um dos itens, o trabalho de<br />

analistas de suporte, estava 427% acima dos preços normais.<br />

Ou seja, a prefeitura deveria ter pago no máximo R$ 4,9 milhões, e não<br />

R$ 21,8 milhões, e ainda assim caso o serviço tivesse sido totalmente<br />

feito pela FGV. Porém, segundo a prefeitura, o contrato não foi concluído,<br />

mas a fundação recebeu R$ 6,5 milhões -novos pagamentos foram<br />

bloqueados após notificação da Promotoria.<br />

"O parecer técnico concluiu pela ocorrência de extraordinário<br />

superfaturamento", afirma o promotor Mazloum.<br />

Na ação, ele pede a condenação da FGV e da Auge por improbidade<br />

administrativa e a proibição de realizarem novos contratos com o poder<br />

público.<br />

Maria Aparecida Perez e Raphael Pacheco também foram denunciados<br />

por improbidade, com perda de cargo público, caso este jam trabalhando<br />

em órgãos de governo, e suspensão dos diretos políticos.<br />

O promotor requer ainda que todos os acusados devolvam o valor de R$<br />

3,9 milhões aos cofres públicos, além de multa.<br />

11. O Globo - RJ<br />

Governo abre processo contra 7 operadoras de telefonia<br />

Se constatadas irregularidades, Claro, TIM, Vivo, Oi , Embratel, Nextel e<br />

GVT podem ser multadas em até R$ 3 milhões<br />

Gustavo Paul<br />

BRASÍLIA e RIO. A Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério<br />

da Justiça abriu ontem sete processos administrativos contra empresas<br />

de telefonia celular pelo descumprimento das regras para o Serviço de<br />

Atendimento ao Consumidor (SAC).<br />

Se constatadas irregularidades cometidas por Claro, TIM, Vivo, Oi ,<br />

Embratel, Nextel e GVT, elas serão multadas em até R$ 3 milhões, como<br />

prevê o Código de Defesa do Consumidor.<br />

Ao constatar que as operadoras de telefonia fixa e celular são as que<br />

receberam mais reclamações sobre atendimento, o Ministério da Justiça


ameaçou ontem tomar medidas mais drásticas, incluindo a criminalização<br />

de seus dirigentes. Segundo a secretária de Direito Econômico, Mariana<br />

Tavares de Araújo, como reclamações, avisos e multas não surtiram<br />

efeito, o próximo passo poderá ser atuar sobre seus executivos. A<br />

renovação das concessões das empresas também poderá ser<br />

condicionada à melhoria dos serviços.<br />

Uma equipe da SDE ligou para as operadoras e constatou que elas não<br />

seguem o decreto do SAC, em vigor há um ano.<br />

— O ministro Tarso Genro (Justiça) pediu para refletirmos sobre as<br />

implicações deste fato (não cumprimento das regras) sobre as<br />

concessões — disse Mariana, ressaltando não haver ainda estudos<br />

conclusivos sobre as medidas.<br />

Desde dezembro de 2008, os SACs das operadoras de serviços públicos<br />

regulados têm de seguir regras mais rígidas, como oferecer, no início da<br />

ligação, a opção de o consumidor falar com um atendente e a de<br />

cancelar o contrato imediatamente. Um ano depois, as operadoras de<br />

telefonia fixa e de celular são os maiores alvos das queixas dos<br />

consumidores. Segundo o Departamento de Proteção e Defesa do<br />

Consumidor (DPDC), nesse período, 29,6% das reclamações foram sobre<br />

as empresas de celular e 24 ,21%, sobre as fixas.<br />

As empresas de celular com maior número de reclamações são Claro e<br />

Oi/Brasil Telecom. Na telefonia fixa, a Oi também está em primeiro,<br />

seguida da GVT.<br />

— A telefonia celular é o setor mais preocupante. O SAC deles não tem<br />

funcionado a contento — disse o diretor do DPDC, Ricardo Morishita.<br />

Especialista: empresas cometem crime contra cliente A Claro disse estar<br />

“implementando novos sistemas e medidas”.<br />

A Oi/Brasil Telecom não quis falar sobre o ranking, e a TIM afirmou não<br />

ter sido notificada pela SDE. A Nextel também disse não ter sido<br />

notificada, mas ressaltou “realizar treinamentos semanais”.<br />

A Embratel disse cumprir rigorosamente as normas do SAC. Já a Vivo<br />

afirmou ter “um dos menores índices de reclamação junto aos Procons” e<br />

que não foi notificada. Mas disse atender a todos os requisitos do<br />

decreto. A GVT não retornou as ligações do GLOBO.<br />

José Augusto Peres, vice-presidente do Ministério Público do Consumidor,<br />

propôs ao DPDC que, em cada estado, Procon, Ministério Público e<br />

Delegacia do Consumidor discutam se é o caso de criminalizar as<br />

empresas de telefonia. Ele explica que, pelo artigo 72 do Código de<br />

Defesa do Consumidor, é crime impedir e dificultar o acesso dos<br />

consumidores a suas informações pessoais em cadastros, fichas e<br />

registros.<br />

A pena é de detenção de seis meses a um ano e multa. Já o artigo 73<br />

considera crime deixar de corrigir imediatamente uma informação nesses<br />

cadastros, com pena de detenção de um a seis meses e multa: —<br />

Quando a empresa se nega a entregar a gravação onde consta o acordo<br />

feito com o consumidor, ela está impedindo o acesso à informação. E


quando, depois de 90 dias, diz não ter mais como recuperar a gravação,<br />

ela está dificultando esse acesso. Na minha opinião, já podemos pensar<br />

que as empresas estão cometendo crimes contra o consumidor.<br />

COLABOROU Nadja Sampaio<br />

<strong>12</strong>. O Povo - CE<br />

Ministério Público abre seleção para 537 vagas no Ceará<br />

As oportunidades são para a capital e interior do Estado. As inscrições já<br />

podem ser feitas a partir de amanhã, 7<br />

05 Dez 20<strong>09</strong> - 16h01min<br />

O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) lança edital para<br />

diversas vagas de estágio em Fortaleza e no Interior. As oportunidades<br />

são para os cursos de direito, ciências contábeis, psicologia, informática,<br />

serviço social, entre outros. Os detalhes da quantidade de vagas por<br />

curso e por unidade regional estão presentes no Anexo I, do edital.<br />

Para as vagas na capital, os interessados devem fazer sua inscrição no<br />

Núcleo Gestor de Estágio, na rua Assunção, nº 1.100, José Bonifácio, de<br />

7 a 18 de dezembro. Para as vagas do interior, as inscrições devem ser<br />

feitas na sedes da Procuradoria de Justiça, no período de 7 a 11 de<br />

dezembro. O horário de atendimento é sempre das 8h às 14h. Os<br />

candidatos devem apresentar no ato da inscrição os seguintes<br />

documentos: cópia do históric o escolar; comprovação de matriculado;<br />

declaração de inexistência de antecedentes criminais; documento relativo<br />

à qualificação pessoal (RG,CPF OU CNH) e certidão da quitação eleitoral<br />

emitida no site www.tre-ce.gov.br; atestado médico de sanidade física e<br />

mental; atestado de idoneidade, fornecido por três membros do<br />

Ministério Público. Os candidatos serão avaliados através de prova<br />

escrita, contando com uma questão discursiva e cinco objetivas.<br />

Aprovados, os candidatos são submetidos a segunda fase, onde serão<br />

avaliados apresentação pessoal, fluência verbal e capacidade de<br />

organização e coerência de ideias, objetividade em suas argumentações,<br />

inter-relacionamento, afinidade com a área de atuação do estágio. Como<br />

benefício, os estagiários recebem auxílio transporte e bolsa no valor de<br />

R$ 460. A carga horária é de seis horas diárias.<br />

Para outras informações, acesse o edital da seleção, no site do Ministério<br />

Público do Ceará & www.mp.ce.gov.br.<br />

TEPLACON RH<br />

Interes sados devem enviar currículo para o e-mail:<br />

teplaconrh@teplacon.com.br, no assunto colocar o nome do curso.<br />

Telefone: 3261.0500<br />

Administração<br />

Vagas: 2 - Bolsa: R$ 465 + auxílio transporte - Carga-horária:<br />

30h/semana - Requisito: 1 vaga para área de Maracanaú e 1 vaga para<br />

Fortaleza.<br />

Contábeis<br />

Vaga: 1 - Bolsa: R$ 600 + auxílio transporte - Carga-horária:<br />

30h/semana<br />

Publicidade e Propaganda ou Informática<br />

Vaga: 1 - Bolsa: A combinar - Carga-horária: 30h/semana - Requisito:<br />

Conhecimentos nos programas de edição e imagem.


CENTRO DE ESTÁGIO<br />

Rua Pedro Borges, 33, sala 619 - Telefones: (85) 3<strong>09</strong>1.6783 e<br />

3221.6872 - Site: www.centrodeestagio.com.br - Interessados devem<br />

comparecer com RG, CPF, Declaração do Curso, uma foto 3x4 e o<br />

currículo<br />

Publicidade e Propaganda<br />

Vaga: 1 - Bolsa: R$ 500 + VT + VR - Carga-horária: 6h/dia - Requisito:<br />

Cursar a partir do 5º semestre, possuir conhecimentos em Corel Draw e<br />

Photoshop<br />

Ensino Médio<br />

Vagas: <strong>12</strong> - Bolsa: R$ 130 - Carga-horária: 4h/dia - Requisito: Morar nas<br />

imediações do bairro: Jereissati II, Parque Araxá ou Varjota. Estagiar na<br />

área de Atendimento<br />

Vagas: 2 - Bolsa: R$ 232 - Carga-horária: 4h/dia - Requisito: Morar nas<br />

imediações da Parquelândia. Estagiar como Empacotador.<br />

Administração<br />

Vaga: 1 - Bolsa: R$ 500 + VT + VR - Carga-horária: 6h/dia - Requisito:<br />

Cursar a partir do 1º semestre<br />

Educação Física<br />

Vaga: 1 - Bolsa: R$ 250 + VT - Carga-horária: 3h/dia - Requisito: Cursar<br />

a partir do 3º semestre. Estagiar na área de Musculação.<br />

Pedagógico<br />

Vagas: 2 - Bolsa: R$ 240 + VT + VR - Carga-horária: 4h/dia - Requisito:<br />

Cursar o Pedagógico no Instituto de Educação do Ceará. Estagiar na área<br />

de Recreação Infantil.<br />

Pedagogia<br />

Vaga: 1 - Bolsa: R$ 500 + VT - Carga-horária: 6h/dia - Requisito:<br />

Conhecimentos em informática básica. Estagiar na área de Coordenação.<br />

CIEE<br />

Av. Barão de Studart, 2360, térreo, Edifício Torre Quixadá - Aldeota. Os<br />

interessados deverão comparecer ao endereço acima para informações<br />

Administração<br />

Código: 267764 - Vaga: 1 - Bolsa R$ 400 + VT - Requisitos: Cursar entre<br />

1º e 4º semestres - Carga-horária: 30h/semana<br />

Estatística<br />

Código: 273578 - Vaga: 1 - Bolsa R$ 415 + VT - Requisitos: Cursar entre<br />

4º e 7º semestres -<br />

Carga-horária: 20h/semana<br />

Turismo<br />

Código: 267926 - Vaga: 1 - Bolsa: R$ 350 + VT - Requisitos: Cursar<br />

entre 4º e 7º semestres, inglês fluente - Carga-horária: 30h/semana<br />

Engenharia de Produção<br />

Código: 255811 - Vaga: 1 - Bolsa: R$ 3.40 por hora + VT - Requisitos:<br />

Cursar entre 6º e 8º semestres - Carga-horária: 30h/semana<br />

Técnico em Mecatrônica<br />

Código: 222749 - Vaga: 1 - Bolsa: R$ 450 + VT - Requisitos: Cursar<br />

entre 3º e 6º semestres - Carga-horária: 30h/semana<br />

Administração/Gestão de pequenas e médias empresas<br />

Código: 275641 - Vaga: 1 - Bolsa: R$ 400 + VT - Requisitos: Cursar<br />

entre 2º e 5º semestres - Carga-horária: 30h/semana<br />

Contábeis<br />

Código: 273480 - Vag a: 1 - Bolsa: R$ 665 + VT - Requisitos: Cursar<br />

entre 3º e 5º semestres -<br />

Carga-horária: 30h/semana<br />

Código: 275727 - Vaga: 1 - Bolsa: R$ 700 + VT - Requisitos: Cursar


entre 4º e 7º semestres -<br />

Carga-horária: 30h/semana<br />

IEL<br />

Enviar currículo com o código da vaga para estagio-iel@sfiec.org.br.<br />

Telefones: (85) 3421.6511/ 3421.6510/ 3421.6514 - Site:<br />

www.iel.org.br/estagio ou www.mundoiel.org.br<br />

Ensino Médio<br />

Código: 5844 - Vaga: 1 - Horário: 8h as <strong>12</strong>h - Requisito: Conhecimentos<br />

em Informática Básica (Windows, Word, Excel) - Bolsa: R$ 232 + auxílio<br />

transporte<br />

Serviço Social<br />

Código: 5849 - Vaga: 1 - Semestre: Cursar a partir do 5º semestre -<br />

Horário: 14h as 18h - Requisito: conhecimento em Informática Básica<br />

(Windows, Word, Excel) - Bolsa: R$ 236 + VR + VT + Plano de saúde<br />

coparticipativo<br />

Administração, Contábeis ou Economia<br />

Código: 5842 - Vaga: 1 - Requisitos: cursar a partir do 4º semestre e<br />

conhecimentos em Excel (Formula e funções básicas) e Conceito s<br />

Administrativos - Horário: 8h as 14h/ <strong>12</strong>h as 18h - Bolsa: R$ 514 +<br />

auxílio transporte + Almoço no local<br />

Administração<br />

Código: 5816 - Vaga: 1 - Requisitos: cursar a partir do 5º semestre e<br />

conhecimentos em Excel, Outlook e Word (Intermediários) - Horário: 10h<br />

as 16h - Bolsa: R$ 465 + refeição no Local + Auxílio transporte + 2%<br />

sobre a taxa de serviço do hotel<br />

Informática, Redes<br />

Código: 5801 - Vaga: 1 - Horário: 8h30min às 14h30min - Bolsa: R$ 400<br />

+ Auxílio Transporte + ajuda de Custo para Alimentação - Requisitos:<br />

Rede de Manutenção de Computadores , Instalação e configuração de<br />

Computadores<br />

Turismo<br />

Código: 5843 - Vagas: 2 - Horário: 18h as 22h - Bolsa: R$ 354 + Aux.<br />

transporte - Requisitos: Cursar a partir do 6º semestre ou com 50% do<br />

curso concluído e Inglês Conversação - Atividades: orientações a<br />

passageiros no aeroporto - Local do estágio: Aeroporto de Fortaleza<br />

Ciências Atuarias<br />

Código: 5759 - Vaga: 1 - Carga-horária: 30h/semana & Bolsa: R$ 543 +<br />

A ux. Transporte + almoço - Requisitos: Cursar a partir do 5º semestre e<br />

conhecimentos em Excel Intermediário e SPSS (software estatístico) -<br />

Empresa em Eusébio<br />

Código: 5797 - Vaga: 1 - Carga-horária: 30h/semana - Horário: 8h as<br />

14h - Bolsa: R$ 450 + Aux. transporte - Requisitos: Cursar a partir do 4º<br />

semestre, conhecimentos em Excel intermediário, SQL, boa redação,<br />

matemática atuarial e estatística básica<br />

Administração, Processos Gerenciais<br />

Código: 5772 - Vagas: 4 - Carga-horária: 30h/semana & Horário: 14h as<br />

20h - Bolsa: R$ 450 + aux. transporte - Requisitos: Cursar a partir do 2º<br />

semestre e ter informática básica<br />

Ciências Contábeis<br />

Código: 5776 - Vaga: 1 - Carga-horária: 30h/semana & Horário: 7h30 as<br />

13h30min - Bolsa: R$ 400 + aux. transporte - Requisitos: A partir do 5º<br />

semestre / Excel Intermediário, Sistemas contábeis, classificação<br />

contábeis e matemática financeira. Já ter cursado as disciplinas. Empresa<br />

em Caucaia<br />

Código: 5778 - Vaga: 1 - Carga-horária: 30h/semana & Horário: 7h30 as<br />

13h30 - Bolsa: R$ 500 + aux. Transporte + refeição no local -


Requisitos: Cursar a partir do 5º semestre, ter conhecimentos e vivência<br />

em conciliação contábil e ter excel intermediário. Empresa em Maracanaú<br />

Administração, Processos Gerenciais, Contábeis, Gestão de Finanças e<br />

Gestão Empresarial<br />

Código: 5780 - Vagas: 3 - Carga-horária: 30h/semana & Horário: 14h as<br />

20h - Bolsa: R$ 390 + aux. transporte - Requisitos: Cursar a partir do 1º<br />

semestre e ter Pacote Office Básico<br />

Administração, Marketing, Ciências Econômicas e Ciências Contábeis<br />

Código: 5796 - Vaga: 1 - Carga-horária: 30h/semana & Horário: 10h as<br />

16h - Bolsa: R$ 500 + aux. Transporte + ajuda de custo para<br />

alimentação - Requisitos: Cursar a partir do 5º semestre e ter noções de<br />

informática, técnicas de vendas e marketing. Necessário ter habilitação<br />

em carro<br />

Administração, Marketing, Administração com Habilitação em Marketing<br />

Código: 5832 - Vaga: 1 - Carga-horária: 30h/sema na & Horário: 8h às<br />

14h - Bolsa: R$ 500 + aux transporte + refeição - Requisitos: Cursar a<br />

partir do 5º semestre e ter pacote Office Básico e Corel intermediário<br />

Engenharia de Produção e Administração<br />

Código: 5834 - Vaga: 1 - Carga-horária: 30h/semana & Bolsa: R$ 597 +<br />

aux. transporte - Requisitos: Cursar a partir do 2º semestre e ter<br />

Informática, Gerenciamento de Projetos, Inglês Intermediário<br />

Ciências Contábeis, Administração ou Economia<br />

Código: 5839 - Vaga: 1 - Carga-horária: 30h/semana - Horário: 8h as<br />

14h - Bolsa: R$ 465 + aux transporte e refeição no local - Requisitos:<br />

Cursar a partir do 3º semestre e Informática. Empresa em Pacatuba<br />

Administração e Processos Gerenciais<br />

Código: 5840 - Vagas: 8 - Carga-horária: 30h/semana - Horário: 14h as<br />

20h - Bolsa: R$ 390 + aux transporte - Requisitos: Cursar a partir do 1º<br />

semestre e ter Informática Básica<br />

13. Veja - SP<br />

Poder, dinheiro, corrupção e...<br />

O governador de Brasília estrela um dos mais repugnantes espetáculos<br />

de corrupção já vistos na história. Sem nenhum pudor, políticos foram<br />

filmados recebendo dinheiro de propina em meias, cuecas, bolsas e até<br />

via Correios. Depois, ainda rezam, agradecendo a Deus a graça<br />

alcançada<br />

Diego Escosteguy e Alexandre Oltramari<br />

No dia 4 de setembro de 2006, no auge da eleição para o governo do<br />

Distrito Federal, José Roberto Arruda encaminha-se até o escritório do<br />

delegado aposentado Durval Barbosa, então secretário do governo e seu<br />

coordenador de campanha. Ele aperta a mão de Durval e lhe dá um<br />

tapinha nas costas: "Meu presidente!". Arruda acomoda-se gostosamente<br />

no sofá, dá um profundo suspiro e pede um chazinho à secretária. Tira<br />

do bolso um papelzinho e diz a Durval: "Queria ver quatro coisinhas com<br />

você. Só posso pedir para você porque é algo pessoal". Arruda começa<br />

pela corrupção miúda, pedindo a Durval que consiga emprego para o<br />

filho dele numa das empresas que mantêm contratos com o governo.<br />

Depois abusa um pouquinho mais e recomenda que o delegado "ajude" a<br />

empresa de um amigo. Finalmente pergunta sobre o financiamento para<br />

a campanha. "Estou medroso com esse troço", diz Arruda. Durval tenta<br />

tranquilizá-lo: "A gente só não pode internalizar o dinheiro". Ato


contínuo, Durval abre o armário, pega um pacote com 50 000 reais e o<br />

entrega a Arruda. "Ah, ótimo", agradece o candidato. Num lapso de 23<br />

minutos e 45 segundos, com o equipamento do ladino Durval e a<br />

desfaçatez de Arruda, produziu-se o primeiro capítulo da mais<br />

devastadora peça de corrupção já registrada na história do país.<br />

Talvez encantado com o espírito do Natal que se aproxima, Arruda veio a<br />

público na semana passada para dizer que, sim, ele recebeu o pacotão<br />

de dinheiro que aparece no vídeo - mas que, por nobreza de coração,<br />

usou os recursos na compra de panetones para os pobres que habitam a<br />

periferia de Brasília. Nem Papai Noel acreditou. A burlesca cena<br />

protagonizada por Arruda está num dos trinta vídeos entregues por<br />

Durval aos promotores do Ministério Público do Distrito Federal, aos<br />

quais VEJA teve acesso na íntegra (assista a uma seleção dos vídeos<br />

exclusivos). Ele também forneceu documentos e prestou um minucioso<br />

depoimento, expondo as vísceras do esquema de corrupção chefiado por<br />

Arruda e pelo empresário Paulo Octávio, vice-governador de Brasília. Até<br />

o início da crise, o ex-delegado era secretário de Relações Institucionais -<br />

uma espécie de embaixador da corrupção do governo de Brasília. Cabia à<br />

turma dele coordenar as fraudes nas licitações do governo, achacar os<br />

fornecedores e repassar o butim a Arruda e Paulo Octávio, distribuindo o<br />

restante da propina aos deputados da base aliada na Câmara Legislativa<br />

do DF. Ou seja, uma versão brasiliense e democrata do mensalão<br />

petista.<br />

A colaboração de Durval, que espera com isso receber um perdão<br />

judicial, resultou na Operação Caixa de Pa ndora, deflagrada há uma<br />

semana pela Procuradoria-Geral da República e pela Polícia Federal, na<br />

qual se apreenderam, nos escritórios da quadrilha, documentos e cerca<br />

de 700 000 reais em dinheiro vivo. Os promotores calculam que a<br />

quadrilha do panetone tenha desviado dos cofres públicos a formidável<br />

soma de 500 milhões de reais - de modo que os pobres de Brasília,<br />

graças quem sabe às orações da propina divulgadas por Durval, devem<br />

desfrutar um gordo Natal neste ano. Inexiste quantia, contudo, que<br />

supere a força simbólica de uma imagem como a do governador Arruda<br />

recebendo um bem fornido maço de notas de 100 reais. Não é à toa que<br />

as produções de Durval se tornaram hits instantâneos na internet e<br />

correram as televisões do mundo: nunca se registrou com tamanha<br />

precisão, muito menos de maneira tão límpida e pedagógica, a ilimitada<br />

capacidade dos políticos de ignorar os mínimos princípios de dignidade<br />

pública. O sentimento de repulsa é inevitável.<br />

Essa indignação apareceu graças a o talento dramatúrgico do obstinado<br />

Durval. Durante anos, ele gravou com esmero as estripulias cometidas<br />

pelos maganos dessa máfia. Além da participação especialíssima de<br />

Arruda, o Generoso, aparecem nos filmes deputados, empresários,<br />

jornalistas, lobistas, burocratas, assessores. São filmes ricos em elenco -<br />

e, sobretudo, em conteúdo. Todos foram rodados nos escritórios do<br />

diretor Durval. O enredo é sempre o mesmo. Os personagens procuram<br />

o delegado em busca de dinheiro e favores. O final é igualmente<br />

previsível. Como se descobriu nos últimos dias, os coadjuvantes sempre<br />

dão um jeitinho de sair de lá com dinheiro - seja nas meias, na cueca, na<br />

bolsa, no paletó (veja os quadros). Antes de embolsarem o cachê, esses<br />

bufões da corrupção combinam negociatas e trocam confidências sobre<br />

os esquemas de cada um. Enquanto eles riem, só resta à plateia chorar:<br />

toda essa deprimente patuscada é paga com nosso dinheiro.


As gravações demonstram que Durval era o gerente da quadrilha,<br />

intermediando negociatas entre a cúpula do governo e as empresas que<br />

sobrevivem de contratos públicos. Num dos vídeos inéditos, gravado no<br />

dia 14 de outubro deste ano, Geraldo Maciel, assessor de Arruda,<br />

encaminha a Durval as determinações do governador. Maciel conta que<br />

Arruda ordenou a contratação da Brasif, empresa ligada ao DEM. "Esse<br />

pessoal vai assumir os compromissos com você", explica o assessor de<br />

Arruda. "Compromissos", na linguagem da quadrilha, significa propina.<br />

"Ele (Arruda) é quem decide", responde o delegado. Em seguida, os dois<br />

acertam como será direcionada a licitação para contratar a Brasif - e<br />

como será o rateio. "O que ficaria livre para ele?", pergunta Maciel, numa<br />

referência a Arruda. "Um e duzentos", esclarece Durval. Um milhão,<br />

claro.<br />

Pobre Durval. Numa das conversas, Maciel, o assessor de Arruda,<br />

desabafou: "Não aguento mais o Leonardo Prudente no meu pé. Ele quer<br />

entrar em todas". Prudente é aquele deputado que guardou os maços de<br />

dinheiro na meia - e que aparece em outro vídeo, mas neste estocando<br />

dinheiro num envelope, pelo menos. Deve ter sido a única vez na qual<br />

Prudente foi... prudente. Na operação de busca e apreensão, quando os<br />

policiais estiveram em sua casa, o deputado tentou esconder sua fortuna<br />

de todas as formas. Prometeu até colaborar - mas os agentes flagraram<br />

o caseiro dele correndo na rua com uma sacola abarrotada de dinheiro.<br />

"Tudo bem, vou mostrar", anuiu Prudente, revelando aos policiais o<br />

esconderijo dos 80 000 reais que guardava em casa - a banheira de<br />

hidromassagem.<br />

Os quadrilheiros seguiam um rígido código de conduta - quem se<br />

desviasse dele, como o voraz deputado das meias, transformava-se num<br />

pária. Nos vídeos, Durval deixava claro quais eram as regras do jogo:<br />

"Não pode levar para casa. Isso é uma distorção. Não é democrático.<br />

Tem que ajudar os outros". Para a turma do panetone, a comunhão da<br />

propina era uma obrigação moral. O publicitário Abdon Bucar, que fez a<br />

campanha de Arruda, presta serviços para o DEM e detinha contratos<br />

com o governo de Brasília, reclama de 1 milhão de reais que caíram na<br />

conta dele - caíram para ser lavados e sair de lá limpinhos. "Meu<br />

contador disse que vou ter de arranjar outra nota, que a última deu<br />

problema", explica o publicitário. Ele reclama do atraso na parte que lhe<br />

é devida. E avisa: "Vou arrochar os caras". Logo depois, cobra "os 750<br />

000 do PFL". Durval, como sempre, ouve a reclamação com paciência e<br />

promete resolver. Depois de anos gravando e operando a corrupção, e<br />

ameaçado por 32 processos na Justiça, Durval negociou a delação<br />

premiada com o Ministério Público, por meio do jornalista Edson Sombra,<br />

um amigo dele que afirma guardar mais de uma centena de fitas<br />

envolvendo dezenas de autoridades em Brasília.<br />

A implosão do esquema de corrupção montado no governo do DF<br />

provocou um abalo sísmico no DEM. Diante das cenas chocantes, os<br />

democratas concluíram que a única saída para minimizar o prejuízo<br />

eleitoral do partido c om o escândalo seria a expulsão imediata do<br />

governador. A estratégia, porém, precisou ser alterada após uma reunião<br />

na qual Arruda ameaçou revelar segredos que aparentemente não<br />

podem ser expostos à luz do sol. "Se vocês radicalizarem comigo, eu<br />

radicalizo com vocês", avisou o governador. Nem todo mundo entendeu.<br />

Não parece ter sido o caso do presidente do DEM, o deputado Rodrigo<br />

Maia, amigo de Arruda e padrinho de algumas nomeações em seu<br />

governo. Além da suspeita de que Arruda possa ter colocado sua


máquina de desvios a serviço do partido, um detalhe ainda desconhecido<br />

liga a cúpula do DEM ao epicentro do tremor. Maia é íntimo do<br />

publicitário Paulo César Roxo Ramos, arrecadador informal da campanha<br />

de Arruda e acusado por Durval de operar a engrenagem de achaques<br />

que funcionava no governo do amigo.<br />

A intimidade de Paulo Roxo com o presidente do partido era tal que no<br />

sábado dia 28, assim que foi divulgado o primeiro vídeo da corrupção, o<br />

publicitário correu à casa em que Maia vive em Brasília, não por<br />

coincidência alugada por outro amigo do presidente do DEM, André<br />

Felipe de Oliveira, ex-secretário de Esportes no governo Arruda. Roxo<br />

estava preocupado com a reação de Arruda caso o DEM decidisse<br />

emparedá-lo. "Você precisa segurar o partido. O desgaste pode ser muito<br />

maior se Arruda fizer uma besteira", alertou. Essa proximidade alimenta<br />

a suspeita de que a arca clandestina de Brasília pode ter contaminado o<br />

caixa nacional do partido. Na semana passada, sob a condição de<br />

anonimato, um dirigente do DEM revelou a VEJA que pelo menos oito<br />

comitês de candidatos apoiados pelo partido nas últimas eleições<br />

municipais receberam dinheiro captado por operadores de Arruda. O<br />

deputado José Mendonça, do DEM de Pernambuco, era um dos mais<br />

aflitos. Ele pediu insistentemente a deputados e senadores do DEM que<br />

poupem Arruda da expulsão.<br />

PROPINA NA SACOLINHA<br />

Em 2006, o deputado José Roberto Arruda, então candidato ao governo<br />

de Brasília, aparece no víde o refestelado no sofá do gabinete de Durval<br />

Barbosa, um de seus caixas de campanha, recebendo dinheiro vivo.<br />

Apanha os maços sem nenhum constrangimento. Mostra alguma<br />

preocupação apenas em sair com as notas.<br />

"Tô nervoso com esse troço (…). Eu tô achando que podia passar lá em<br />

casa, porque descer com isso aqui..."<br />

Ganha uma sacolinha de papel para esconder o dinheiro - segundo ele,<br />

usado para comprar panetones para os pobres.<br />

PROPINA NA MEIA<br />

Uma das cenas mais acachapantes já vistas na vasta cinebiografia da<br />

corrupção foi a do presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente,<br />

colocando dinheiro nos bolsos do paletó, nas calças e, sem ter mais onde<br />

enfiá-lo, apelando até para as meias. Diante de imagens irrefutáveis, o<br />

parlamentar do DEM explicou que não havia nada de mais na cena. O<br />

dinheiro era para ser usado em sua campanha e foi acondicionado nas<br />

roupas daquela maneira grotesca apenas por questão de segurança. Na<br />

sua casa, a polícia encontrou 80 000 reais escondidos numa banheira.<br />

- É que eu não uso pasta! - justificou.<br />

PROPINA NA CUECA<br />

Dono de um jornal que faz loas seguidas ao governo, o empresário Alcyr<br />

Collaço foi filmado guardando maços de notas nas partes íntimas. Para<br />

que tudo coubesse sem desconforto, ele tira até o celular do bolso da<br />

frente da calça. Em uma conversa com o ex-secretário Durval Barbosa, o<br />

empresário mostra que é bem informado sobre a distribuição da propina:


Durval: O Arruda, ele dá 1 milhão por mês ao Filipelli...<br />

Alcyr: Oitocentos paus. 500 é Filipelli (...) Vai 100 para o Michel, 100<br />

para o Eduardo e 100 para o Henrique Alves, e 100 ia para o Fernando<br />

Diniz. Morreu. 800 paus.<br />

PROPINA NA BOLSA<br />

A deputada Eurides Brito mostra que no inseparável acessório feminino<br />

cabe sempre mais alguma coisa. Na fila do mensalão, em segundos, a<br />

parlamentar entra na sala, tranca a porta, nem se senta e coloca cinco<br />

maços de dinheiro na bolsa de couro. Parecia apre ssada. Em conversa<br />

com o ex-secretário, Eurides ainda fala mal do patrão Arruda. Logo<br />

depois, com a bolsa estufada, a distrital deixa a sala com a mesma<br />

rapidez com que entrou.<br />

PROPINA NO BOLSO<br />

O deputado Junior Brunelli é corregedor da Câmara Legislativa. Caberia a<br />

ele fiscalizar a atividade de seus colegas. Em perfeita sintonia com seus<br />

pares, ele também aparece sorrateiramente no gabinete de Durval<br />

Barbosa, senta-se à sua frente, troca algumas palavras, enquanto recebe<br />

um maço de notas. Nem confere - e sequer faz qualquer comentário<br />

sobre o dinheiro antes de enfiá-lo no bolso.<br />

PROPINA NA MESA<br />

Representantes de uma empresa que tem contrato com o governo de<br />

Brasília entregam a Durval Barbosa uma "encomenda": uma mala preta<br />

com 298 000 reais. O dinheiro, segundo eles, era para ser dividido entre<br />

os secretários. Eles retiram pacotes de cédulas e os vão empilhando em<br />

cima da mesa.<br />

Empresário: Vim trazer aqui uma encomenda.<br />

Durval: Tá certo. (. ..) Aqui tem quanto?<br />

Empresário: Cem... duzentos... duzentos e cinquenta, duzentos e<br />

noventa... e oito.<br />

A ORAÇÃO DA PROPINA<br />

Depois de uma reunião no gabinete de Barbosa, onde embolsavam<br />

propina, Leonardo Prudente e Brunelli convocam uma oração para<br />

agraceder a "bênção" recebida. Abraçados, os três ouvem a homilia<br />

proferida por Brunelli:<br />

"Pai eterno, eu te agradeci por estarmos aqui. Sabemos que somos<br />

falhos, somos imperfeitos, mas que o teu sangue nos purifique (...)<br />

Somos gratos pela vida do Durval ter sido instrumento de bênção para<br />

nossas vidas (...)".<br />

Brunelli é filho do fundador de uma igreja evangélica que vendia lotes no<br />

céu.<br />

Como funciona a delação premiada


Everett Collection/Grupo Keystone<br />

SEM SAÍDA<br />

Denzel Washington viveu o traficante Frank Lucas no cinema: delação<br />

A humanidade, como regra, abomina os traidores. No mundo do crime,<br />

em que vigoram normas e convenções bem peculiares, a delação quase<br />

sempre é sinônimo de pena capital para o envolvido. No mundo<br />

civilizado, a delação premiada - instituto jurídico que concede extinção<br />

ou diminuição de pena em troca da colaboração com a Justiça - tem sido<br />

uma das principais ferramentas para combater o crime organizado.<br />

Apesar de prevista na lei brasileira há vinte anos, a delação ainda é<br />

pouco aplicada no Brasil. O caso atual, com Durval Barbosa delatando os<br />

outros membros de sua quadrilha, pode abrir caminho para o uso mais<br />

intensivo desse mecanismo.<br />

Nos Estados Unidos, esse tipo de negociação entre criminoso e Justiça, a<br />

plea bargain, foi decisivo para dinamitar as ramificações do narcotráfico<br />

na polícia de Nova York, no início da década de 70. A faxina foi possível<br />

graças a um acordo de colaboração com o narcotraficante Frank Lucas,<br />

um negro de origem pobre que fez fortuna vendendo heroína. A droga<br />

chegava à América dentro dos caixões que transportavam os corpos dos<br />

soldados mortos na Guerra do Vietnã. Tudo com a cumplicidad e de<br />

militares americanos. Condenado a setenta anos de prisão, Lucas passou<br />

apenas seis anos encarcerado como prêmio por sua ajuda à Justiça. Sua<br />

história chegou ao cinema com O Gângster, filme que tem Denzel<br />

Washington no papel principal.<br />

A delação premiada também foi decisiva, na década de 80, quando as<br />

autoridades italianas travavam um intenso combate contra a máfia. A<br />

oferta de perdão ou benefícios a delatores permitiu o desmonte de uma<br />

gigantesca estrutura criminosa entranhada no aparelho estatal. Um dos<br />

delatores mais conhecidos desse período foi Tommaso Buscetta, o<br />

principal colaborador da Operação Mãos Limpas. Além do perdão para<br />

seus crimes, Buscetta conseguiu garantia de vida para ele e a família.<br />

Suas confissões levaram à prisão perpétua de dezenove mafiosos. Depois<br />

disso, Buscetta se escondeu nos Estados Unidos. Ele não foi o único<br />

delator que ficou famoso no caso. Em retaliação às investigações, o juiz<br />

que comandou o processo, Giovanni Falcone, foi assassinado num<br />

atentado a bomba. O mafioso que detonou a dinamite usada para<br />

executá-lo também se tornou colaborador da Justiça. Só que ele tentou<br />

usar a delação para se vingar de inimigos - e acabou desmascarado. É<br />

uma lição que não pode ser esquecida. Se bem usada, a delação é capaz<br />

de implodir máfias e punir culpados. Do contrário, pode servir para<br />

destruir reputações e perpetuar a injustiça.<br />

14. O Globo - RJ<br />

Mensalão mineiro: MP quer devolução de verba<br />

Em nova ação, promotores cobrarão do tucano Azeredo e outros<br />

envolvidos o ressarcimento de R$ 2 milhões<br />

Fábio Fabrini


BELO HORIZONTE. O Ministério Público de Minas Gerais quer que o<br />

senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e os demais envolvidos no<br />

chamado mensalão mineiro devolvam o dinheiro supostamente desviado<br />

dos cofres estaduais. Em nova ação judicial contra o grupo, cobrará o<br />

ressarcimento, em valores corrigidos, de pelo menos R$ 2 milhões dos<br />

R$ 3,5 milhões que teriam sido usados para financiar a campanha do<br />

tucano à reeleição ao governo mineiro, em 1998.<br />

A promotoria de Defesa do Patrimônio Público analisa a conduta dos<br />

acusados para distinguir quais foram os responsáveis diretos pelos<br />

desvios e quais os beneficiários. A previsão é que a ação seja ajuizada no<br />

início de 2010. Além de Azeredo, que enfrentará ação penal no Supremo<br />

Tribunal Federal (STF) por ter foro privilegiado , 11 pessoas respondem a<br />

processo criminal na Justiça de Minas e podem ser arroladas.<br />

Entre os réus estão o ex-vicegovernador de Minas Walfrido dos Mares<br />

Guia, que era coordenador da campanha; o candidato a vice na chapa<br />

tucana em 98, Clésio Andrade; Marcos Valério Fernandes de Souza,<br />

apontado como operador do esquema; seus sócios na agência SMP&B e<br />

dirigentes de estatais mineiras.<br />

Segundo a denúncia da Procuradoria Geral da República, as empresas<br />

públicas repassaram verbas, a título de patrocínio, para a agência de<br />

Valério promover eventos esportivos (Enduro da Independência, Iron<br />

Biker e Super Cross), mas os recursos foram desviados para o caixa dois<br />

da campanha.<br />

No total, R$ 3,5 milhões teriam sido desviados, mas o MP já cobra o<br />

ressarcimento de R$ 1,5 milhão em ação ajuizada em 2004 contra exadministradores<br />

da Companhia de Abastecimento de Minas (Copasa),<br />

ainda não julgada, segundo a promotoria.<br />

O restante, referente a repasses do Banco do Estado de Minas Gerais<br />

(Bemg e) e da Comig, será cobrado agora.<br />

Procurado ontem, Azeredo não se pronunciou sobre a nova ação. Por<br />

meio de sua assessoria, voltou a dizer que nunca houve mensalão em<br />

Minas e que as questões financeiras envolvendo a campanha de 1998<br />

não eram de sua responsabilidade.<br />

Ao responder sobre a decisão do STF, o governador de Minas Gerais,<br />

Aécio Neves (PSDB), defendeu o financiamento público de campanhas e<br />

disse que o senador Azeredo é vítima do momento político que o país<br />

vive.<br />

Para ele, a ação permitirá ao senador provar sua inocência.<br />

—– Problemas ocorreram na prestação de contas, na arrecadação de<br />

recursos, mas não vi nada que me desse garantias de que tenha havido,<br />

enfim, uma intermediação, uma ação direta do senador — afirmou Aécio.<br />

Aécio disse crer que o mensalão mineiro e o recente escândalo no<br />

governo do Distrito Federal não terão impacto na candidatura da<br />

oposição: — Será uma eleição difícil, certamente para os dois lados, mas<br />

continuo confiante na nossa capacidade de vencer. n


15. O Globo - RJ<br />

Jogar duro contra a criminalidade<br />

ALOIZIO MERCADANTE<br />

Ninguém aguenta mais. A violência está perigosamente próxima de todos<br />

nós. O simples ato de sair às ruas tornou-se uma aventura temerária.<br />

Mesmo nas nossas casas não estamos seguros. Precisamos reagir de<br />

forma firme. De fato, há uma clara percepção da sociedade brasileira de<br />

que é necessário endurecer o jogo contra o crime organizado.<br />

Nunca é demais lembrar que a Constituição dispõe ser a segurança<br />

garantia individual, direito social e dever do Estado. Mas, quando se<br />

chega ao ponto de as esposas de policiais não poderem mais deixar<br />

uniformes dos maridos secando nos varais, pelo receio de violência da<br />

parte de delinquentes, percebe-se que, na prática, nem mesmo os<br />

agentes do Estado têm a garantia de segurança que a Constituição<br />

anuncia para todos os brasileiros.<br />

Infelizmente, a nossa realidade, apesar dos coordenados esforços de<br />

União, Estados e Municípios, ainda é de insufi ciência frente ao problema<br />

da segurança pública. Em alguns pontos, podemos estar próximos da<br />

ruptura do tecido social e da substituição do estado de direito por um<br />

ordenamento assentado pura e simplesmente na coação de bandidos e<br />

milicianos.<br />

Pois bem, no Senado Federal aprovamos, na última quar ta-feira, duas<br />

importantes matérias para enfrentar essa situação: a lei de tipificação do<br />

crime organizado e a alteração da Constituição Federal para que venha a<br />

ser fixado piso de remuneração para os servidores policiais, inclusive<br />

bombeiros militares.<br />

A primeira teve como ponto de partida projeto da senadora Serys<br />

Slhesssarenko (PT-MT); a segunda teve como primeiro signatário o<br />

senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Relatei, na Comissão de<br />

Constituição, Justiça e Cidadania, o projeto que dispõe sobre o crime<br />

organizado, e apresentei um substitutivo com base nas diretrizes da<br />

Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado e nos estudos<br />

da Estratégia Nacional de Combate à Corr upção e à Lavagem de<br />

Dinheiro (ENCCLA), concertada pelo Ministério da Justiça. Quanto ao piso<br />

salarial para os policiais, tive a iniciativa de, por meio da PEC n o44, de<br />

2007, suscitar o debate em torno desse tema um ano e meio antes da<br />

apresentação da proposição ora aprovada pelos senadores.<br />

O piso salarial proporcionará aos policiais condições mais dignas para o<br />

exercício da profissão, o que eliminará a necessidade de se recorrer a<br />

“bicos” para complementar a remuneração.<br />

O objetivo maior é tornar nossas polícias estaduais tão operantes e<br />

eficientes quanto a Polícia Federal.<br />

É importante salientar que o piso será fixado por lei ordinária, de forma a<br />

que se encontre um patamar equitativo, tal como se estabeleceu para os<br />

profissionais da educação.


Por outro lado, a lei do crime organizado dispõe de maneira mais severa<br />

sobre a restrição de liberdade para os que se reúnem para o fim de<br />

cometer crimes cuja pena mínima seja superior a quatro anos. A lei<br />

confer e ainda à polícia e ao Ministério Público os meios adequados para<br />

investigar as redes de meliantes e levar às cadeias os verdadeiros<br />

tubarões dessas associações devotadas à perturbação da paz e à<br />

anulação da ordem pública. Só a articulação criminal em si implicará a<br />

pena de três a dez anos de reclusão. Aqui devem ser destacadas as<br />

normas bem mais eficientes sobre a infiltração de agentes, o acesso das<br />

autoridades a registros, dados cadastrais, documentos e informações, a<br />

colaboração premiada e a ação controlada. E, se houver policiais<br />

envolvidos nos crimes, a intervenção do Ministério Público na<br />

investigação será obrigatória. Estejam certos: não haverá mais<br />

complacência com as “bandas podres”. Os bons policiais (a maioria)<br />

prevalecerão.<br />

Com isso, foi dado um primeiro e relevante passo para a formação de um<br />

imprescindível mutirão destinado ao enfrentamento concreto da questão<br />

de segurança pública. Estamos começando a construir um Brasil mais<br />

seguro.<br />

Estejam certos: n ão haverá mais complacência com as “bandas podres”<br />

ALOIZIO MERCADANTE é senador (PT-SP).<br />

16. O Globo - RJ<br />

Relatora ignorou alertas do MP e mudou o projeto<br />

Eurides Brito foi flagrada enchendo a bolsa de dinheiro<br />

BRASÍLIA. A deputada Eurides Brito (PMDB-DF), que aparece nos vídeos<br />

de Durval Barbosa recebendo dinheiro, foi uma das relatoras do Plano<br />

Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot) do Distrito Federal. Ela acolheu<br />

as alterações propostas pelo governo Arruda e ignorou os alertas do<br />

Ministério Público do DF, que durante a tramitação do projeto expediu<br />

sete recomendações ao Executivo e ao Legislativo alertando para vícios e<br />

inconsistências do projeto.<br />

Segundo o MP, o Pdot aprovado pela Câmara Distrital agride o meio<br />

ambiente e fere as regras de tombamento da capital, Patrimônio Cultural<br />

da Humanidade.<br />

A criação do Setor Habitacional do Catetinho, com capacidade para 25<br />

mil moradias, é apontada como a mais grave, já que o setor está<br />

localizado numa área de mananciais.<br />

A Área Sul, criada no novo Plano Diretor, tem capacidade para um<br />

milhão de novo s habitantes.<br />

Não por acaso, quem lançou um dos primeiros empreendimentos no<br />

bairro foi o empresário J.C. Gontijo, flagrado pela câmera entregando<br />

pacotes de dinheiro a Durval. O Reserva Santa Mônica é apresentado no


site da Gontijo como “um verdadeiro bairro planejado dentro de<br />

exuberante reserva ecológica”.<br />

Pelo novo Pdot, a Reserva Ambiental do Tororó será destinada à<br />

construção de condomínios de luxo. Enquanto Joaquim Roriz focou a<br />

expansão do DF na população de baixa renda, a atuação de Arruda e<br />

Paulo Octávio é voltada às classes média e alta. O metro quadrado no DF<br />

é dos mais caros do país. No Setor Noroeste, de classe média alta,<br />

quitinetes foram anunciadas por R$ 500 mil. O metro quadrado em áreas<br />

comerciais do bairro custa R$ 18 mil.<br />

O Pdot acabou com os planos diretores locais, desestimulando a<br />

participação da sociedade.<br />

— O fim dos PDLs ajudou a piorar a especulação imobiliária — destaca a<br />

geógrafa Mônica Veríssimo, da Fundação Sustentabil idade e<br />

Desenvolvimento.<br />

Mônica alerta para um outro problema da gestão de Arruda e Paulo<br />

Octávio: a alteração dos gabaritos dos prédios sem estudo prévio de<br />

impacto ambiental e demanda de infraestrutura. O tombamento impõe à<br />

área central o limite de seis andares, mas a regra não é observada nos<br />

bairros. Águas Claras, de classe média, foi planejado para ter prédios de<br />

até 17 andares, mas alguns já são construídos com 32.<br />

A arquiteta Tania Battela, do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-DF),<br />

lembra que até a Unesco, por meio do Conselho Internacional de<br />

Monumentos e Sítios, já aprovou moção cobrando do governo estudos<br />

sobre impactos do Pdot na área tombada de Brasília. José Celso Gontijo,<br />

Paulo Octávio e Marcelo Carvalho não quiseram dar entrevistas.<br />

17. Supremo Tribunal Federal - DF<br />

MPF tem até o final da vigência de concurso para nomear<br />

candidatos aprovados dentro do número de vagas<br />

A ministra Ellen Gracie, do Supremo Tribunal Federal, indeferiu liminar<br />

em Mandado de Segurança (MS 28236) ajuizado por candidatos<br />

aprovados dentro do número de vagas do 24º Concurso para o cargo de<br />

Procurador da República que pediam nomeação e posse pela<br />

Procuradoria Geral da República. Ela considerou as informações<br />

prestadas pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de que a<br />

vigência do concurso só findará em <strong>12</strong>/11/2010.<br />

De acordo com o mandado de segurança, o edital do concurso anunciou<br />

o provimento de 148 vagas e, após a homologação do resultado final, o<br />

Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF) estabeleceu que<br />

86 vagas seriam providas por três candidatos aprovados no 23º concurso<br />

e 83 aprovados no 24º, sendo certo que a convocação dos aprovados<br />

avançou apenas até a 68ª colocada. Em 20<strong>09</strong>, segundo relata, foram<br />

nomeados 10 candidatos.<br />

Os impetrantes sustentam a ocorrência de violação do seu direito líquido<br />

e certo de serem nomeados e empossados no cargo de procurador da<br />

República, já que foram aprovados dentro do número de vagas previstas<br />

no edital.


A ação destaca ainda a ausência de motivação e de interesse público<br />

para postergação de sua nomeação, dado que a posse não causará a<br />

quebra da ordem de prioridades fixadas pelo CSMPF. Chama atenção<br />

para o fato de que, recentemente, foram veiculadas notícias de que o<br />

Ministério Público Federal pretende realizar novo concurso.<br />

Em sua decisão, a ministra do STF entende que a fumaça do bom direito<br />

não está evidenciada diante da densidade jurídica dos argumentos<br />

postos nas informações prestadas pelo procurador-geral da República.<br />

De acordo com o trecho que cita, o edital assegura que o prazo de<br />

eficácia do concurso será de dois anos, contados da publicação do ato<br />

homologatório, que aconteceu em 13/11/2008 e, por isso, a vigência do<br />

24º Concurso Público se findará somente em <strong>12</strong>/11/2010.<br />

A ministra dest aca que, ainda segundo as informações do procuradorgeral<br />

da República, o direito do impetrante só seria violado se o<br />

Ministério Público Federal não providenciasse, dentro do prazo de<br />

validade do certame, a sua nomeação ao cargo de procurador da<br />

República. Ellen Gracie constatou ainda que o pedido de liminar<br />

formulado tinha conteúdo satisfativo, “já que se confunde com o mérito<br />

da própria impetração, o que não recomenda o seu deferimento”.<br />

Processos relacionados<br />

MS 28236<br />

18. Correio da Bahia - BA<br />

Ministério Público pede cassação de três deputados estaduais na<br />

Bahia<br />

Redação CORREIO<br />

O Ministério Público Eleitoral entrou com ação no Tribunal Regional<br />

Eleitoral (TRE) com pedido de cassação contra o mandato de três<br />

deputados estaduais da Bahia. Ângelo Coronel, que migrou do Partido da<br />

República (PR) para o Partido Progressista (PP); Maria Luiza Barradas,<br />

eleita pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e que<br />

migrou para o Partido Social Cristão (PSC); e Paulo Magalhães Júnior,<br />

que se desfiliou do Partido Democratas (DEM) para ingressar no PSC,<br />

serão julgados pelo TRE e poderão perder cargos na Assembleia<br />

Legislativa do estado.<br />

A Procuradoria Regional Eleitoral na Bahia (PRE/BA) considerou irregular<br />

a troca partidária por violar a Resolução nº 22.610 do Tribunal Superior<br />

Eleitoral (TSE), que determina a perda do cargo eletivo caso haja<br />

desfiliação partidária sem justa causa. Nenhum dos três deputados<br />

ingressou no TRE para obter declaração de justa causa para a<br />

transferência partidária, direito assegurado na mesma resolução do TSE.<br />

Segundo o procurador regional eleitoral Sidney Madruga, mesmo se<br />

existisse acordo entre os partidos políticos para a desfiliação dos<br />

parlamentares, isso não impede que os mandatos sejam cassados “a<br />

existência de eventual ajuste entre o mandatário e o grêmio político, no<br />

sentido de autorizar a desfiliação não elide a incidência da norma em


tela”, disse.<br />

Caso o TSE julgue procedente a ação, o presidente da Assembleia<br />

Legislativa da Bahia deve empossar os respectivos suplentes em prazo<br />

máximo de dez dias.<br />

Veja mais:<br />

Ministério Público pede a Agerba que cancele contratos irregulares<br />

19. Consultor Jurídico - SP<br />

MPF tem até o final da vigência de concurso<br />

Baseada em informações prestadas pela Procuradoria-Geral da<br />

República, a ministra Ellen Gracie, do Supremo Tribunal Federal,<br />

considerou que a vigência do concurso para o cargo de procurador da<br />

República só terminará em <strong>12</strong> de novembro de 2010. Ela negou liminar<br />

em Mandado de Segurança ajuizado por candidatos aprovados dentro do<br />

número de vagas do 24º Concurso para o cargo de procurador da<br />

República que pediam nomeação e posse pela Procuradoria-Geral da<br />

República.<br />

De acordo com o Mandado de Segurança, o edital do concurso anunciou<br />

o provimento de 148 vagas e, após a homologação do resultado final, o<br />

Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF) estabeleceu que<br />

86 vagas seriam providas por três candidatos aprovados no 23º concurso<br />

e 83 aprovados no 24º, sendo certo que a convocação dos aprovados<br />

avançou apenas até a 68ª colocada. Em 20<strong>09</strong>, segundo relata, foram<br />

nomeados 10 candidatos.<br />

Os impetrantes sust entam a ocorrência de violação do seu direito líquido<br />

e certo de serem nomeados e empossados no cargo de procurador da<br />

República, já que foram aprovados dentro do número de vagas previstas<br />

no edital.<br />

A ação destaca ainda a ausência de motivação e de interesse público<br />

para postergação de sua nomeação, dado que a posse não causará a<br />

quebra da ordem de prioridades fixadas pelo CSMPF. Chama atenção<br />

para o fato de que, recentemente, foram veiculadas notícias de que o<br />

Ministério Público Federal pretende fazer novo concurso.<br />

A ministra do STF entende que a fumaça do bom direito não está<br />

evidenciada diante da densidade jurídica dos argumentos postos nas<br />

informações prestadas pelo procurador-geral da República. De acordo<br />

com o trecho que cita, o edital assegura que o prazo de eficácia do<br />

concurso será de dois anos, contados da publicação do ato<br />

homologatório, que aconteceu em 13 de novembro de 2008 e, por isso, a<br />

vigência do 24º Concurso Público se findará somente em <strong>12</strong> de novem<br />

bro de 2010.<br />

A ministra destaca que, ainda segundo as informações do procuradorgeral<br />

da República, o direito do impetrante só seria violado se o MPF não<br />

providenciasse, dentro do prazo de validade do certame, a sua nomeação<br />

ao cargo de procurador da República. Ellen Gracie constatou ainda que o<br />

pedido de liminar formulado tinha conteúdo satisfativo, “já que se<br />

confunde com o mérito da própria impetração, o que não recomenda o


seu deferimento”. Com informações da Assessoria de Imprensa do STF.<br />

MS 28236<br />

20. Consultor Jurídico - SP<br />

Ações do MP focam movimentos evangélicos em expansão<br />

Por Alessandro Cristo<br />

A recente decisão que condenou o casal Estevam e Sônia Hernandes por<br />

evasão de divisas, dada na terça-feira (1º/<strong>12</strong>) pela 6ª Vara Federal<br />

Criminal de São Paulo, põe novamente em destaque o nível de atenção<br />

dedicada pelo Ministério Público e pela Justiça aos movimentos religiosos<br />

de massa chamados neopentecostais evangélicos. Em crescimento<br />

contínuo há mais de 40 anos e com previsão de abranger metade dos<br />

brasileiros até 2020, as igrejas não têm atraído apenas fiéis. Sob os<br />

holofotes, ao reunir milhões de adeptos nas ruas, eleger parlamentares e<br />

colocar no ar programas diários e até canais exclusivos de televisão,<br />

despertam também a atenção de quem duvida de que o seu sucesso<br />

venha mesmo do céu.<br />

Os alvos preferidos têm sido as igrejas Renascer em Cristo e Universal<br />

do Reino de Deus. As principais denúncias, no entanto, enfrentam<br />

dificuldades na Justiça. O Ministério Público tenta encaixar a tese de que,<br />

como não precisam explicar a origem do que recebem, as igrejas mais<br />

engajadas em atividades extracultos podem estar lavando dinheiro.<br />

Assim, as empresas e fundações criadas para administrar canais de<br />

televisão, projetos assistenciais, bens imóveis e até contratar<br />

funcionários estariam esquentando dinheiro sujo.<br />

O problema é justamente esse: até agora, nenhuma prova trazida a<br />

público levou a indícios de dinheiro ganho em crimes. As acusações<br />

menos voláteis se baseiam apenas no fato de entidades com imunidade<br />

tributária investirem em negócios empresariais — o que a lei não proíbe,<br />

desde que os tributos das empresas sejam pagos normalmente. Ou seja,<br />

a possibilidade de haver lavagem já é motivo para acusações. “Aí é<br />

elocubrar”, diz Luiz Flávio Borges D’Urso, advogado que defende os<br />

Hernandes e preside a seccional paulista da Ordem dos Advogados do<br />

Brasil.<br />

Até o acidente ocorrido em janeiro com o prédio da sede da Igreja<br />

Renascer, liderada pelo casal, virou a ssunto para o MP. Uma<br />

investigação apura se o desabamento do teto do templo, na Zona Central<br />

de São Paulo, que matou nove pessoas, foi culpa da direção, mesmo<br />

tendo a recente reforma do telhado sido aprovada pelo Instituto de<br />

Pesquisas Tecnológicas da Universidade de São Paulo.<br />

Nesta quinta-feira (3/<strong>12</strong>), a Justiça concedeu liminar ao MP que<br />

suspende a execução da reconstrução do prédio. O MP alega que o<br />

edifício vai trazer impacto no trânsito da região, no bairro do Cambuci, e<br />

que uma comissão especializada da Prefeitura é que deveria ter<br />

autorizado o alvará. Segundo a Assessoria de Imprensa da Igreja, o<br />

alvará foi expedido em agosto e passou duas vezes pela avaliação da<br />

Comissão de Edificações e Uso do Solo (Ceuso). A Igreja, no entanto,<br />

funciona neste local, na zona central da cidade, há mais de 20 anos.


Nem o jogador Kaká escapou. Membro mais ilustre — e responsável por<br />

um dos maiores dízimos — da igreja do apóstolo Estevam Hernandes, o<br />

craque de futebol recebeu na Itália, quando ainda jogava no Milan, uma<br />

intimação para prestar depoimentos sobre seu envolvimento na suposta<br />

lavagem. Não compareceu. A autoria da estranha intimação, no entanto,<br />

não foi assumida por ninguém.<br />

A defesa dos Hernandes desconfiou do pedido e descobriu que o<br />

documento não havia sido homologado pela Justiça brasileira, como<br />

manda a lei, mas saiu direto do MP. Marcelo Mendroni, promotor paulista<br />

que tinha o nome assinado no pedido, negou o envio. Para complicar, o<br />

documento ainda exibia as armas da Justiça, como se tivesse saído da 1ª<br />

Vara Criminal de São Paulo. “Por parte do Juízo, em momento algum se<br />

determinou ou se expediu ofício à Justiça italiana para intimação da<br />

mencionada testemunha”, disse o juiz da 1ª Vara em despacho.<br />

Para D’Urso, atribuir ao recebimento de dízimos a pecha de esquema de<br />

lavagem de dinheiro é criminalizar a atividade religiosa. “Todas as<br />

religiões sobrevivem das doações, que são destinadas à manutenção das<br />

entidades e a obras soci ais comuns”, diz. A proibição de uma atividade<br />

lícita ou a criação de mecanismos que a restrinjam, para o advogado, é<br />

“uma hipocrisia”.<br />

Condenação precipitada<br />

Em relação à condenação dos Hernandes por evasão de divisas, o<br />

advogado afirma que o juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Federal<br />

Criminal de São Paulo, se precipitou, o que pode garantir a absolvição no<br />

julgamento da apelação. Segundo D’Urso, a sentença do juiz se baseou<br />

em provas vindas da Procuradoria de Miami, nos Estados Unidos, onde o<br />

casal cumpriu pena por entrar com US$ 56 mil não declarados. “Mas os<br />

documentos vieram para instruir o processo que corre na 1ª Vara, e não<br />

poderiam ser emprestados à 6ª Vara, salvo com autorização expressa da<br />

Procuradoria de Miami”.<br />

Segundo o advogado, a autorização é exigência prevista no Acordo de<br />

Assistência Judiciária em Matéria Penal firmado entre os governos<br />

brasileiro e norteamericano, validado no Brasil pelo Decreto 3.810/01.<br />

Ele afirma que um ofício do Ministério da Justiça confirma a autorização<br />

verbal — e não expressa — da Procuradoria norteamericana, o que<br />

anularia as provas usadas na condenação. Como a fase de instrução<br />

acabou e o juiz não pode mais se manifestar no processo, só restaria a<br />

absolvição. “Juiz não pode emendar sentença, acabou sua jurisdição”, diz<br />

D'Urso.<br />

Também foram religiosos os argumentos que levaram o juiz a aumentar<br />

a pena dos fundadores da Renascer na condenação. "A motivação não<br />

teria relevância se não fossem os réus quem são. Líderes religiosos, os<br />

acusados veneram as coisas sagradas e os mandamentos divinos", diz a<br />

sentença. Segundo ele, por defenderem esses princípios, "não poderiam<br />

incorrer à prática delitiva para o continuísmo de enriquecimento sem<br />

causa aparente colocado em marcha junto ao emaranhado de dogmas da<br />

fé cristã".<br />

O agravante, segundo a sentença, se deve à função sacerdotal dos<br />

acusados. "Existem circunstâncias agravantes, em especial a de violação<br />

de dever inerente a ministério, o u seja, atividade religiosa, nos termos


do artigo 61, inciso II, alínea ‘g’ (terceira figura), do Código Penal, de<br />

forma que aumento a pena aproximadamente em 1/6 (um sexto)”.<br />

No entanto, a interpretação do dispositivo foi deformada, segundo<br />

D’Urso. Diz o texto do Código Penal: “São circunstâncias que sempre<br />

agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: ter o<br />

agente cometido o crime com abuso de poder ou violação de dever<br />

inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão.” Por isso, diz o<br />

advogado, “a lei não agrava em função da qualidade do ofício que a<br />

pessoa exerce, mas em violação cometida durante o exercício ofício”, o<br />

que, de acordo com ele, em nada se relaciona com uma viagem ao<br />

exterior.<br />

Problema localizado<br />

Isso não quer dizer que existe má vontade ou perseguição contra as<br />

igrejas, na opinião do criminalista Arthur Lavigne, que defende outro alvo<br />

religioso do MP, o bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino<br />

de Deus. “Os excessos são condenáveis, o MP extrapola, mas isso<br />

acontece em todos os segmentos”, afirma. “Os advogados também<br />

abusam, quando levam, por exemplo, uma testemunha para mentir em<br />

favor de seu cliente”.<br />

Para Lavigne, embora tenham ambições e desejem a vitória como<br />

qualquer advogado, os promotores e procuradores públicos devem se<br />

conscientizar que, como representam o Estado, podem fazer um estrago<br />

muito maior. “O exercício da atividade leva à ânsia pela vitória, mas o<br />

MP deveria agir como um juiz, de forma a pacificar conflitos”, diz. “Mas<br />

são problemas isolados, e não da classe”.<br />

Holofotes da mídia também são um chamariz sedutor tanto para o MP<br />

quanto para a Polícia e o Judiciário, que podem forçar distorções,<br />

segundo o advogado. “Por que todo crime precisa ter imediatamente um<br />

suspeito? Isso é um comportamento defeituoso, que pode levar a erros<br />

judiciais. Trabalha-se apenas para confirmar convicções. Quantos<br />

inocentes saíram dos corredores da morte nos Estados Unidos depois q<br />

ue passaram a ser colhidas provas de DNA?”<br />

De acordo com ele, os juízes de primeiro grau, por estarem mais<br />

próximos das denúncias, se contaminam com a repercussão dos crimes<br />

e, por isso, tendem a condenar. “Basta ver a quantidade de prisões que<br />

são revogadas em recursos”, diz. Já como o Supremo Tribunal Federal,<br />

instâncias acima, trabalha com assuntos constitucionais, privilegia as<br />

garantias individuais.<br />

Pressão universal<br />

Antes da Renascer em Cristo, outra comunidade entrou na mira do<br />

Ministério Público. Edir Macedo, líder da Universal do Reino de Deus,<br />

também foi acusado de lavar dinheiro, com o qual teria comprado a Rede<br />

Record, em 1989. Novamente as acusações ainda não tiveram desfecho.<br />

A investida começou depois que imagens captadas pela Rede Globo<br />

foram exibidas com insistência pelos telejornais, mostrando os obreiros<br />

da igreja levando sacolas de ofertas dos fiéis em um culto celebrado no<br />

estádio do Maracanã. A presssão contra a Universal, dona da Rede Reco<br />

rd de Televisão, a segunda maior rede televisiva, é potencializada pela<br />

concorrência no setor, comanda pela líder Rede Globo de Televisão.<br />

Macedo chegou a ficar 15 dias preso em 1992 por estelionato e


charlatanismo. “Prender sob o argumento de que ele está enganando as<br />

pessoas com a sua religião ou coisa parecida é um absurdo, porque as<br />

pessoas têm fé naquilo que querem ter fé. Eu estou convencido de que<br />

se não tomarmos cuidado, daqui a pouco a polícia entra na sua casa e<br />

prende qualquer um sem nenhum critério. É preciso discutir o critério<br />

pelo qual o juiz julga ser charlatanismo.” A crítica, feita em 1992, foi do<br />

atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.<br />

Em seguida, vieram também denúncias de sonegação de impostos, crime<br />

financeiro e formação de quadrilha na compra da Record, e de<br />

contrabando e uso de documento falso na entrada de equipamentos<br />

eletrônicos estrangeiros no país, que seriam usados pela rede de<br />

televisão.<br />

Mais tarde, em 2005, a R ecord e a Rede Mulher — esta também de<br />

propriedade de Macedo —, foram punidas por exibir depoimentos de<br />

pessoas que afirmavam ter sido adeptas de religiões africanas, como o<br />

Candomblé e a Ubanda, mas que se converteram ao Evangelho e<br />

deixaram a prática. A Justiça entendeu que havia discriminação a<br />

religiões afrobrasileiras, e condenou os canais a exibir por sete dias um<br />

programa de resposta, que deveria ser gravado nos próprios estúdios da<br />

emissora, com duração de uma hora. A decisão foi suspensa pelo<br />

Superior Tribunal de Justiça um mês depois.<br />

Discriminação também foi a alegação do Ministério Público Federal para<br />

pedir a proibição de circulação do livro Orixás, Caboclos e Guias: Deuses<br />

ou Demônios?, escrito por Edir Macedo. Segundo a ação civil pública, o<br />

livro era preconceituoso em relação às religiões de origem africana. A<br />

distribuição foi proibida em 2005 pela Justiça em primeiro grau, mas a<br />

decisão foi revertida no ano seguinte em segunda instância.<br />

Em agosto, nov a denúncia. A direção da igreja era acusada de formação<br />

de quadrilha e lavagem de dinheiro, mas a decisão judicial que autorizou<br />

a abertura do processo penal novamente não detalhou qual era o<br />

dinheiro sujo a ser lavado.<br />

Como as denúncias chegavam de forma extremamente rápida à<br />

imprensa — a concorrentes da Record, inclusive —, e ganhavam<br />

destaque com frequência, Edir Macedo passou a revidar. Ações contra<br />

jornais foram a maneira encontrada para levar as críticas à Justiça. A<br />

jornalista Elvira Lobato, da Folha de S.Paulo, foi um dos alvos escolhidos<br />

para centenas de ações individuais de fiéis por todo o Brasil, devido a<br />

reportagens consideradas ofensivas. As ações, no entanto, caíram uma a<br />

uma porque a Justiça considerou ter havido orquestração.<br />

Denúncias sem origem<br />

Um dos casos já chegou ao Supremo Tribunal Federal. Um Habeas<br />

Corpus pediu o trancamento da Ação Penal por lavagem de dinheiro<br />

contra o casal Hernandes e está em julgamento pelo Plenário da Corte. A<br />

discussão definirá o conceito de organização criminosa e a possibilidade<br />

de o Ministério Público usar, em suas denúncias, esse conceito como<br />

crime antecedente para justificar denúncia de lavagem de dinheiro.<br />

No julgamento do caso no Supremo Tribunal Federal, o ministro Marco<br />

Aurélio lembrou que não existe crime sem lei anterior que o defina, nem<br />

pena sem prévia menção legal, conforme o inciso XXXIX do artigo 5º da<br />

Constituição Federal. Em seu voto, Marco Aurélio disse que é necessária


a edição de lei para dizer o que é uma organização criminosa. Ratificar a<br />

uma convenção internacional sobre assunto — a Convenção de Palermo,<br />

ratificada pelo Brasil com o Decreto 5.015, de 2004 —, no seu<br />

entendimento, não foi o mesmo que criar o tipo penal. O ministro Dias<br />

Toffoli acompanhou o relator. O julgamento foi interrompido por pedido<br />

de vista da ministra Cármen Lúcia, no último dia 10 de novembro.<br />

Integrantes do MP têm declarado que se o STF concluir que a formação<br />

de orga nização criminosa não compõe a ordem jurídica, por não haver<br />

lei específica que trate do assunto, as denúncias por lavagem de dinheiro<br />

podem cair. Criminalistas dizem que não é bem assim, já que a maior<br />

parte das denúncias traz outros tipos de acusação, como forma de<br />

emplacar alguma delas. No entanto, se elas forem trancadas, a falha<br />

deve ser atribuída exclusivamente aos propositores das denúncias.<br />

Em denúncias de lavagem de dinheiro, o Ministério Público afirma que o<br />

conceito de organização criminosa existe e está devidamente explicado<br />

na Convenção de Palermo. A ligação entre lavagem de dinheiro e<br />

organização criminosa, segundo o MP, é feita porque, de acordo com a<br />

legislação brasileira — a Lei 9.613/98 —, a ocultação de bens ilícitos<br />

sempre é antecedida por outro crime, aquele que gerou os bens ilícitos.<br />

21. Diário de Pernambuco - PE<br />

Investigação<br />

O Ministério Público Federal (MPF) deve iniciar, na próxima semana, as<br />

investigações sobre supostos superfaturamentos nos cachês de shows<br />

promovidos pela Empetur em parceria com o Ministério do Turismo. A<br />

instituição escolheu ontem, por sorteio, o procurador federal Antonio<br />

Carlos Barreto Campello para comandar o processo. Dois pedidos de<br />

investigação foram protocolados no MPF nesta semana, tendo um sido<br />

apresentado por deputados da oposição e outro pelo deputado Sílvio<br />

Costa Filho, que pediu exoneração da Secretaria de Turismo na última<br />

terça-feira.<br />

No Tribunal de Contas do Estado (TCE), as investigações entram em<br />

nova fase com a indicação de três auditores para cuidar do caso.<br />

"Dependendo da complexidade da auditoria, o númerode auditores pode<br />

aumentar", esclareceu o conselheiro Marcos Loreto. Ainda ontem, o trio<br />

de auditores planejou a forma como vão trabalhar e, segundo Loreto, há<br />

possibilidade de o tribunal envi ar técnicos para fazer análises nos 22<br />

municípios onde ocorreram os shows dos projetos Festejos Natalinos e<br />

Verão Pernambuco, no final de 2008 e começo de 20<strong>09</strong>. As auditorias no<br />

TCE foram requeridas pela oposição e pelo governo do estado. Três<br />

secretários, incluindo Silvio Costa Filho, registraram o requerimento no<br />

protocolo do tribunal, na semana passada.<br />

A Polícia Federal, a pedido do ex-secretário de Turismo, também<br />

investigará o caso, mas a instituição informou que o procedimento será<br />

feito em sigilo. O pedido de investigação deve ser encaminhado ao<br />

corregedor da instituição, que não tem prazo para análise, podendo abrir<br />

um inquérito policial ou optar pelo arquivamento.<br />

22. Consultor Jurídico - SP


MPF-SP move ação contra norma imposta pela OAB-SP<br />

O Ministério Público Federal em São Paulo entrou com Ação Civil Pública<br />

na Justiça Federal contra a OAB-SP e o Estado de São Paulo. Ele quer<br />

que a OAB-SP deixe de exigir que os advogados candidatos a vagas de<br />

assistência judicial e jurídica à população carente não possuam débitos<br />

com a tesouraria da entidade. Quando há alguma pendência financeira, o<br />

advogado fica impedido de exercer a assistência judicial.<br />

A OAB paulista tem convênio com a Defensoria Pública do Estado de São<br />

Paulo desde julho de 2007 para que advogados se candidatem a vagas<br />

de assistência judicial e jurídica à população carente, para expandir e<br />

complementar os serviços prestados pela Defensoria.<br />

A OAB-SP exige, no ato da inscrição, que o advogado só poderá ser<br />

inscrito se estiver “em dia com os cofres da Tesouraria da OAB-SP”. O<br />

MPF recebeu reclamações sobre essa exigência, em 2007, e iniciou<br />

apurações a respeito. A Defensoria Pública disse qu e o requisito foi uma<br />

exigência da OAB.<br />

Procurada pela revista Consultor Jurídico, a OAB-SP afirmou que não foi<br />

oficialmente informada da Ação Civil Pública. Porém, Marcos da Costa,<br />

diretor-tesoureiro da entidade, adiantou que “é preciso esclarecer que a<br />

OAB tem um custo extremamente elevado com o convênio, arcando com<br />

as despesas de manutenção de mais de 300 pontos para atendimento de<br />

mais de 1 milhão de pessoas carentes ao ano”.<br />

Marcelo da Costa disse, ainda, que apesar de obrigado legalmente, o<br />

Estado não está ressarcindo a OAB-SP pelas despesas. “Como a OAB não<br />

recebe um único centavo de dinheiro público, depende do pagamento<br />

das anuidades, sua principal fonte de receita, para continuar prestando<br />

esse importante serviço aos advogados e à população carente paulista”,<br />

afirma o diretor-tesoureiro da OAB- SP.<br />

Para a procuradora da República Adriana da Silva Fernandes,<br />

responsável pelo caso, “essa exigência do convênio viola o direito<br />

fundamental à liberdade profissional e ao trabalho, além de ser medida<br />

que foge da razoabilidade. É desproporcional, uma vez que a OAB-SP já<br />

dispõe da ação executiva para a cobrança de seus créditos”. Com<br />

informações do MPF em São Paulo<br />

Ação 20<strong>09</strong>.61.00.0256<strong>09</strong>-6<br />

23. Diário de Cuiabá - MT<br />

Audiência pública discute qualidade dos serviços de internet em<br />

Tabaporã<br />

Da Reportagem<br />

O Ministério Público Estadual (MPE) promoveu nesta semana, uma<br />

audiência pública no município de Tabaporã (640 km de Cuiabá) para<br />

discutir a qualidade do serviço de internet prestado no município.<br />

Além da população, o evento também contou com a participação de<br />

autoridades e representantes de entidades locais. A audiência ocorreu na


terça-feira (01), na Câmara Municipal de Vereadores.<br />

De acordo com a promotora de Justiça Roberta Cheregati, inúmeras<br />

reclamações foram feitas na Promotoria de Justiça de Tabaporã,<br />

referente a má qualidade do sinal de dados oferecido pela empresa que<br />

atua na cidade. “A população se manifestou sobre os problemas<br />

ocasionados, já que o serviço de internet é imprescindível para a<br />

realização das tarefas profissionais e cotidianas. Temos que debater o<br />

tema para tomarmos as devidas providências e garantir um serviço de<br />

qualidade”, disse.<br />

24. Gazeta de Alagoas - AL<br />

Prefeito reage a acusações do MP<br />

Com bens bloqueados pela Justiça, Nen de Humberto nega participação<br />

em fraude e questiona sumiço de nota fiscal<br />

| CARLA SERQUEIRA - Repórter<br />

O prefeito de Olho d’Água das Flores, Carlos André Paes Barreto dos<br />

Anjos, mais conhecido como Nen de Humberto, reagiu ontem às<br />

acusações do Ministério Público Estadual de que seria membro de uma<br />

quadrilha que fraudava licitações para desviar recursos do município.<br />

O prefeito e mais <strong>12</strong> acusados, entre eles secretários da sua atual<br />

gestão, como a primeira-dama, Ana Cláudia Gomes, secretária de<br />

Assistência Social, tiveram os bens bloqueados pela Justiça, por decisão<br />

do juiz Ivan Brito, divulgada na última quinta-feira. No mesmo recurso, o<br />

MP solicitou o afastamento dos secretários e do prefeito dos cargos<br />

públicos, mas o magistrado negou.<br />

25. Jornal da Manhã - MG<br />

Choperia faz acordo com MP<br />

Em tempo recorde, acabou arquivada ação judicial da Promotoria de<br />

Defesa do Meio Ambiente motivada por reclamação de vizinhos de<br />

choperia do bairro Mercês, incomodados com o barulho durante feijoada<br />

nas tardes de sábado. Um acordo discutido e formalizado na promotoria<br />

comandada por Carlos Alberto Valera pôs fim à demanda distribuída para<br />

2ª Vara Cível de Uberaba.<br />

A informação foi divulgada ontem pelo advogado Raphael Andrade M.<br />

Fernandez, que atua na defesa dos interesses da choperia, que fez<br />

concessões após liminar favorável aos vizinhos do estabelecimento. O<br />

acordo entre as partes foi discutido durante audiência, tendo o Ministério<br />

Público também reconhecido a importância do estabelecimento, que gera<br />

diversos empregos e cumpre com demais normas públicas.<br />

Desta forma, a decisão do Tribunal de Justiça de Minas, mantendo a<br />

liminar concedida pelo juiz Fabiano Rubinger, perdeu seu objeto. Aliás, o<br />

acordo foi cele brado antes mesmo da publicação do entendimento do<br />

TJMG, órgão judicial que até então desconhecia o entendimento firmado<br />

na forma de TAC (Termo de Ajustamento de Conduta).


Conforme o acordado entre as partes, a choperia está autorizada a<br />

executar sonorização mecânica. Sobre a ocupação do passeio, o<br />

advogado revela já ter protocolado requerimento junto à Prefeitura, com<br />

projeto arquitetônico adequado. O mesmo profissional garante que o dito<br />

"pagode" deixou de ser realizado no estabelecimento desde o ano de<br />

2007, quando a direção preferiu manter somente música ao vivo com<br />

cantor (voz e violão).<br />

Encerrando, Raphael Fernandez afirmou que “em decisão alinhada com o<br />

Ministério Público, a choperia busca atender às normas da legislação<br />

aplicável e garantir um lazer de qualidade para seu público sem<br />

incomodar os moradores do entorno”.<br />

26. Jornal do Dia - SE<br />

Déda quer ajuda do MP para fiscalizar programas<br />

Chico Freire<br />

chicofreire@jornaldodiase.com.br<br />

Toda e qualquer denúncia de irregularidade tem que ser investiga e os<br />

responsáveis punidos. Os programas sociais do governo são feitos para<br />

atender o povo pobre de Sergipe. Quem se atrever a meter política ou<br />

malandragem nos programas sociais do governo do Estado vão se ver<br />

com o Ministério Público e com a polícia. Foi o que disse na tarde de<br />

ontem o governador licenciado Marcelo Déda (PT), sobre possíveis<br />

irregularidades na distribuição de cestas básicas e no programa Mão<br />

Amiga.<br />

Marcelo disse também que vai buscar o Ministério Público para que<br />

auxiliar o governo em todos os municípios e garantir que não vai ser<br />

entregue nenhum cartão do Mão amiga para quem não seja diretamente<br />

vinculado ao programa, ou seja, os catadores de laranja e o cortadores<br />

de cana.<br />

Com relação a suspensão das distribuições de Cestas Básicas, Déda disse<br />

que conversou o governador em exercí cio, Belivaldo Chagas (PSB), e se<br />

concluiu que o programa de Cestas Básicas é fundamental para quem<br />

precisa. Nós as vezes de classe media, olhamos esse programa como um<br />

programa menor, mais quem está precisando sabe como ele é<br />

importante, observou, acrescentando que, um programa como esse não<br />

pode viver sob suspeita.<br />

Para o governador, é preciso estabelecer critérios e convocar o Ministério<br />

Público, setores do governo encarregados do programa e aplicar o<br />

programa sem abrir polemica e sem criar nenhum tipo de dúvidas.<br />

Mandei suspender para reelaborar as regras de distribuição.<br />

27. Última Instância - SP<br />

MPF quer que advogado em débito com OAB possa integrar<br />

convenio com Defensoria<br />

Da Redação - 04/<strong>12</strong>/20<strong>09</strong> - 20h57<br />

O MPF (Ministério Público Federal) em São Paulo moveu ação civil pública<br />

para impedir que a seccional paulista da OAB (Ordem dos Advogados do


Brasil) e a Defensoria Pública do Estado exijam que os advogados<br />

candidatos ao Convênio de Assistência Judiciária estejam em dia com a<br />

unidade da Ordem.<br />

A Procuradoria abriu investigação depois de ter recebido reclamações<br />

sobre a exigência em 2007. A Defensoria Pública informou que o<br />

requisito foi uma exigência da OAB. Já a OAB teria afirmado que a<br />

exigência ocorre pois deixar de pagar à OAB, depois de regularmente<br />

notificado a fazê-lo, é uma infração disciplinar.<br />

Para a procuradora da República Adriana da Silva Fernandes,<br />

responsável pelo caso, “essa exigência do convênio viola o direito<br />

fundamental à liberdade profissional e ao trabalho, além de ser medida<br />

que foge da razoabilidade, além de ser desproporcional, uma vez que a<br />

OAB/S P já dispõe da ação executiva para a cobrança de seus créditos”,<br />

não restando outra alternativa a não ser a ação civil pública, proposta no<br />

último dia 2.<br />

“É descabido e inadmissível impor óbice ao livre exercício da profissão<br />

como estratégia para constranger o advogado ao pagamento de seus<br />

débitos, como fazem os réus por meio do referido convênio”, afirma<br />

Adriana Fernandes.<br />

Outro lado<br />

Em nota divulgada na noite desta sexta-feira (4/<strong>12</strong>), a OAB-SP alega que<br />

tem custos elevados com a manutenção do convênio. “Como a OAB não<br />

recebe um único centavo de dinheiro público, depende do pagamento<br />

das anuidades, sua principal fonte de receita, para continuar prestando<br />

esse importante serviço aos advogados e à população carente paulista”,<br />

disse o diretor-tesoureiro da OAB-SP, Marcos da Costa.<br />

Segundo o comunicado, a Ordem mantém mais de 300 pontos de<br />

atendimento, que servem a mais de 1 milhão de pessoas carentes por<br />

ano. A entidade argumenta ainda que, “apesar de leg almente obrigado,<br />

o Estado não vem cumprindo com sua obrigação de ressarcir a entidade<br />

por essas despesas”.<br />

28. Jornal do Dia - SE<br />

Telefonia é campeã de reclamação<br />

Balanço de um ano da lei que regulamenta o Serviço de Atendimento ao<br />

Consumidor (SAC) aponta que as empresas de telefonia fixa e móvel<br />

respondem por mais da metade das reclamações registradas em todos os<br />

Institutos de Defesa do Consumidor (Procons) do país. As companhias de<br />

celular têm 29,6% das reclamações e as de telefonia fixa, 24,21%.<br />

Segundo pesquisa do Sistema Nacional de Informações de Defesa do<br />

Consumidor (Sindec), a OI/Brasil Telecom foi a empresa com mais<br />

queixas recebidas pelo SAC, ao todo foram 1.277 reclamações na<br />

telefonia celular e 2.184 na fixa. Claro, Tim, Vivo, CTBC e Nextel<br />

completam a lista no setor móvel. GVT, Telefônica, Embratel/Net, Tim,<br />

CTBC Telecom e Intelig estão entre as que receberam mais queixas na<br />

área de telefonia fixa.<br />

Outros setores também apresentam irregularidades e são criticados pelos<br />

clientes. É o caso dos cartões de crédito, bancos, serviços de TV por


assinatura e financeiras. E ntre os principais problemas questionados<br />

pelos consumidores estão as dificuldades de acesso, cancelamento dos<br />

serviços e as deficiências nos atendimentos. O decreto do SAC<br />

revolucionou um setor que estava totalmente sem regulamentação e<br />

criando inúmeros transtornos aos consumidores, disse Alexandre<br />

Gavronski procurador da República, antes do seminário.<br />

De acordo com o vice-presidente da Associação Nacional do Ministério<br />

Público de Defesa do Consumidor (MPCON), José Augusto Peres, a<br />

regulamentação do setor é positiva porque a maioria da empresas<br />

tiveram interesse de se adapta às normas e o consumidor é o maior<br />

beneficiado com isso.<br />

29. Jornal do Dia - SE<br />

Prefeito e ex-prefeito de Barra dos Coqueiros são processados<br />

pelo MPF/SE<br />

O Ministério Público Federal em Sergipe (MPF/SE) ingressou com ação de<br />

improbidade administrativa contra o ex-prefeito de Barra dos Coqueiros<br />

Airton Sampaio Martins e o atual governante do município, Gilson dos<br />

Anjos Silva. Ambos contrataram irregularmente dezenas de agentes de<br />

endemias, em caráter temporário, entre os anos de 2002 e 2006.<br />

De acordo com o procurador da República Silvio Amorim Junior, os<br />

agentes foram contratados para efetuar serviços de combate à dengue.<br />

O procurador responsável pela ação ressalta que, apesar de a doença<br />

requerer ações permanentes por parte dos órgãos públicos e da própria<br />

sociedade, os gestores de Barra dos Coqueiros contrataram<br />

temporariamente os profissionais, ao invés de realizar concurso público.<br />

A legislação, tanto federal quanto municipal, estabelece que esse tipo de<br />

contratação pode ser feita por um prazo máximo de dois anos, mas<br />

alguns dos contratos foram permanentemente reno vados pelo municpio,<br />

e alguns agentes de endemias permaneceram vinculados à Prefeitura por<br />

quase seis anos.<br />

Além disso, o município acabou sendo condenado pela Justiça do<br />

Trabalho, exatamente em razão da contratação indevida.<br />

Todos os agentes de endemias contratados eram indicadas pelo prefeito<br />

da época ou por seus auxiliares, inexistindo sequer a realização de um<br />

processo seletivo simplificado.<br />

Pedidos - Na ação de improbidade, o procurador da República requer à<br />

Justiça Federal que os réus sejam condenados ao ressarcimento integral<br />

do dano gerado pela contratação indevida, perda da função pública,<br />

suspensão dos direitos políticos por até oito anos, além de pagamento de<br />

multa e proibição de contratar com o Poder Público.<br />

30. Supremo Tribunal Federal - DF<br />

Liminar suspende pena desproporcional imposta pelo CNMP a<br />

procurador de Justiça do Acre por desvio de conduta<br />

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal,<br />

suspendeu ato do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que<br />

condenou o procurador de Justiça do estado do Acre Willia<strong>ms</strong> João Silva<br />

à pena de suspensão pelo prazo de 45 dias de suas atividades funcionais,<br />

assim como dos direitos e vantagens decorrentes do cargo por ele


ocupado, sob acusação da prática de crimes ambientais.<br />

A defesa alega, em síntese, que: a) na imposição da pena não foi<br />

observada a dosimetria aplicável ao caso (a pena aplicada é maior do<br />

que o máximo previsto); b) o indeferimento do pedido de perícia violou o<br />

princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa e c) não<br />

poderia ter sido punido pelo uso indevido de papel timbrado, posto que<br />

essa infração não constou da portaria que deu início ao processo<br />

administrativo disciplinar.<br />

A liminar foi concedida no Mandado de Segurança (MS) 28450 e terá<br />

validade até o julgament o de seu mérito. O julgamento do caso foi<br />

avocado pelo CNMP no Processo Administrativo Disciplinar (PAD)<br />

0.00.000.000828/2007-42, diante da impossibilidade de ser ele julgado<br />

pelo Conselho Superior do Ministério Público do Acre, por ausência de<br />

quórum em virtude de impedimentos e suspeições dos conselheiros do<br />

órgão.<br />

Sanção indevida<br />

Ao deferir o pedido de liminar, o ministro Ricardo Lewandowski, relator<br />

do MS, observou que o CNMP extrapolou o limite legal na aplicação da<br />

sanção disciplinar ao procurador. Isto porque ele foi condenado por<br />

violação dos deveres funcionais previstos no artigo 54, incisos I e VI, a,<br />

da Lei Complementar Estadual número 8/1983, cuja pena prevista é a de<br />

suspensão inferior a quarenta e cinco dias, mas o CNMP aplicou as<br />

sanções previstas no artigo 56, inciso IV, combinado com o artigo 58 da<br />

mesma lei, em que a sanção aplicável é a de suspensão de quarenta e<br />

cinco a noventa dias.<br />

Processos relacionados<br />

MS 28450<br />

31. Correio Braziliense - DF<br />

O sumiço das doações<br />

Barcos e equipamentos entregues ao Ibama por empresas estatais e<br />

privadas em 2001 desaparecem no Rio. Ministério Público Federal<br />

recomenda recuperação dos bens<br />

Lúcio Vaz e Danielle Santos<br />

Dois meses após pedir informações ao Instituto Brasileiro do Meio<br />

Ambiente (Ibama) sobre o paradeiro de 14 embarcações doadas à<br />

autarquia pela extinta Companhia de Navegação Lloydbrás, o Ministério<br />

Público Federal recomendou ao Ibama e ao Instituto Chico Mendes, em<br />

23 de julho, que recuperem a posse dos rebocadores Paulista e<br />

Paraibano e localizem e recuperem as demais embarcações que foram<br />

doadas para serem afundadas na Reserva Extrativista Marinha de Arraial<br />

do Cabo, no Rio. O Instituto Chico Mendes também apura internamente o<br />

extravio, o roubo e o sucateamento de veículos e equipamentos na<br />

mesma reserva marinha.


As 14 embarcações, supostamente sucatas, foram doadas em 2001 para<br />

serem utilizadas como atratores artifi ciais — peças submersas que<br />

seriam colonizadas por corais e peixes, além de impedir a pesca<br />

industrial por arrastão. Mas o Ministério Público apurou que dois<br />

rebocadores encontram-se indevidamente na posse de um homem<br />

identificado como Oziel Alves Lírio, estando localizadas na Cooperativa de<br />

Pesca de Niterói e São Gonçalo (RJ).<br />

Os procuradores também concluíram que “nenhuma das embarcações<br />

doadas teve o destino previsto no termo de doação”. Portanto, não foi<br />

realizado qualquer afundamento na reserva marinha. Ficou claro também<br />

que o Ibama e a Fundação Chico Mendes não têm conhecimento do<br />

paradeiro das embarcações.<br />

Ouvido pelos procuradores, o ex-chefe da reserva de Arraial do Cabo<br />

Fábio Fabiano informou que quatro chatas — pequenas embarcações<br />

rudimentares — foram cortadas e vendidas por um estaleiro onde se<br />

encontravam. O rebocador Paraibano teria sido reformado, depois de<br />

comprado por Oziel Alves, responsável pela sua guarda, por R$ 7,5 mil.<br />

Em 2006, ele teria ofereci do o rebocador a um empresário por R$ 250<br />

mil. Finalmente, o rebocador foi encontrado na cooperativa de pesca.<br />

O Ministério Público exigiu providências e disse que o seu não<br />

atendimento implicaria na adoção de sanções administrativas e medidas<br />

judiciais. No momento da doação, os bens da Lloydbrás estavam<br />

localizados na Baía de Guanabara, onde foram vistoriados e registrados<br />

em fotografias. O Ibama se comprometeu a fazer o resgate e a remoção<br />

das embarcações para Arraial do Cabo.<br />

Abusadinha<br />

A Reserva Marinha de Arraial do Cabo também recebeu, em 2003,<br />

doações da empresa Odebrecht no valor de R$ 186 mil. Os veículos e<br />

equipamentos foram tombados naquele ano, mas agora estão perdidos<br />

ou sucateados. Os bens de maior valor são duas lanchas. O motor de<br />

popa da Mariadinha, de 200Hp, depois de abandonado por um ano e<br />

meio dentro da água salgada, sofreu dano tão grande que o seu conserto<br />

não se justifica mais economicamente. Foi retirado do casco e largado<br />

num galpão d o porto. O casco encontra-se abandonado no estaleiro<br />

Coral, devendo anos de diárias.<br />

A lancha Abusadinha, de 30 pés, com dois motores a diesel, foi<br />

reformada pelo estaleiro Cassinú, mediante a conversão de sua multa de<br />

R$ 150 mil. Mas encontra-se parada e com vários problemas. As suas<br />

reformas somaram R$ 84 mil. Logo, a conversão de multa não teria sido<br />

compensada. Além disso, sumiram equipamentos da lancha, como o<br />

radar, o sonar, o aparelho GPS e rádios VHF.<br />

Um laptop Toshiba foi roubado de dentro de um carro da reserva, em<br />

frente à casa de um funcionário. O roubo foi registrado, mas a polícia<br />

não encontrou nenhum indício de arrombamento no veículo. O<br />

computador não foi reposto e ninguém foi responsabilizado. A moto<br />

Yamaha DT 180 teve o seu motor e tanque de combustível arrancados.<br />

Um carro Gol 1.6 batido foi levado para a Prefeitura de Arraial do Cabo,<br />

onde acabou depenado. Também sumiu um bote inflável com remos.<br />

Questionado pelo Correio, o Ibama reconhe ceu que recebeu as doações,


mas salientou que todos os bens foram repassados para a Fundação<br />

Chico Mendes no momento da sua criação, em 2007. Em nota ao jornal,<br />

o instituto informou que abriu processo administrativo para apurar as<br />

irregularidades informadas à autarquia “referentes a supostos desvio e<br />

perda de patrimônio da Reserva de Arraial do Cabo”. “Os resultados das<br />

apurações serão imediatamente levados a público após a conclusão dos<br />

trabalhos investigativos. Os possíveis envolvidos serão penalizados<br />

conforme a lei”, diz a nota assinada pela Diretoria de Uso Sustentável e<br />

pela Procuradoria Federal Especializada do Instituto Chico Mendes.<br />

Rebocadores<br />

Em 23 de julho deste ano, o Ministério Público Federal recomendou ao<br />

Ibama e ao Instituto Chico Mendes que recuperem a posse de dois<br />

rebocadores e localize outras 10 embarcações doadas pela Lloydbrás. Os<br />

procuradores afirmam que os dois órgãos não têm conhecimento do<br />

paradeiro dessas embarcações. Os rebocadores estariam de p osse de<br />

uma pessoa no Rio de Janeiro.<br />

Ninguém sabe, ninguém viu<br />

Um rádio VHF protátil<br />

Três roupas de mergulho<br />

Duas garrafas de mergulho<br />

Três válvulas com profundímetros<br />

Três máscaras de mergulho<br />

Filmadora digital*<br />

Radar, sonar e GPS Plóter<br />

Oito chatas**<br />

Dois rebocadores<br />

Quatro lanchas<br />

* Com caixa estanque especial para mergulhos<br />

** Pequenas embarcações rudimentares com ou sem motor de propulsão<br />

32. O Estado de S. Paulo - SP<br />

O STF e o crime de lavagem<br />

Dependendo da decisão que der a um pedido de habeas corpus<br />

impetrado pelos advogados dos fundadores da igreja Renascer em Cristo,<br />

os "bispos" Estevam Hernandes Filho e Sônia Haddad Hernandes,<br />

acusados de lavar dinheiro, por meio de empresas vinculadas à entidade,<br />

e desviar doações para proveito próprio, a Primeira Turma do STF poderá<br />

abrir um precedente que reduzirá drasticamente o alcance da Lei de<br />

Lavagem (Lei 9.613/98).<br />

Advertência nesse sentido vem sendo feita pelos promotores do Grupo<br />

de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do<br />

Ministério Público de São Paulo, desde que os ministros José Antonio<br />

Toffoli e Marco Aurélio Mello apresentaram seus votos manifestando-se a<br />

favor do trancamento da ação penal movida contra o casal Hernandes. O<br />

Gaeco é uma força-tarefa especializada na investigação de crimes contra<br />

a administração pública e contra o sistema financeiro e outros delitos de<br />

natureza econômica.


O julgamento do habeas corpus foi suspenso por um pedido de vista da<br />

ministra Carmen Lúcia e os promotores paulistas temem que, quando o<br />

caso for retomado, a posição de Toffoli e Marco Aurélio saia vencedora. O<br />

ponto central da discussão são os conceitos jurídicos de "crime<br />

antecedente" e de "organização criminosa", com base nos quais as<br />

severas sanções da Lei 9.613/98 são aplicadas aos integrantes do crime<br />

organizado. Em outras palavras, para que sejam condenados pela Justiça<br />

pela prática de lavagem, os denunciados precisam ter cometido<br />

previamente um ilícito, como, por exemplo, desvio de dinheiro público,<br />

evasão fiscal ou fraude.<br />

Tendo por modelo a legislação adotada pelos países da OCDE, a Lei de<br />

Lavagem considera crime antecedente qualquer delito praticado por uma<br />

organização criminosa. Mas, segundo Marco Aurélio, por não ter sido<br />

tipificado, o delito de formação de "organização criminosa" não poderia<br />

ser aceito como antecedente do crime de oculta ção de bens ilícitos. Na<br />

medida em que a Lei 6.913 não definiu o que é organização criminosa,<br />

faltaria ao Ministério Público base legal para fundamentar suas<br />

acusações. Ou seja, se não há o tipo penal do que se supõe que teria<br />

provocado o surgimento do que posteriormente seria lavado, não há<br />

como se afirmar que réus acusados com base na Lei 9.613/98 praticaram<br />

o delito de lavagem. Assim, não poderiam ser condenados.<br />

Para os promotores paulistas, o entendimento dos dois ministros peca<br />

pelo excesso de formalismo jurídico, podendo levar ao trancamento de<br />

90% das ações por lavagem de dinheiro. "Seria um retrocesso. Vai<br />

desmoronar tudo o que o Brasil conquistou no combate ao crime de<br />

lavagem. São centenas de condenações sob risco. Tudo o que o<br />

Ministério Público construiu contra organizações criminosas por lavagem<br />

é amparado na Lei 9.613/98. Ela não contém palavras inúteis e não<br />

comporta interpretações", diz José Reinaldo Guimarães Carneiro,<br />

secretário executivo do Gaeco, depois d e lembrar que, quando faz uma<br />

denúncia de lavagem à Justiça, o Ministério Público parte da premissa de<br />

que esse ilícito é praticado por organizações em cujo âmbito as funções<br />

criminosas de cada integrante são definidas por critérios de<br />

especialização, numa estrutura funcional bem ordenada. Os promotores<br />

também afirmam que se baseiam no conceito de organização criminosa<br />

definido pela Convenção de Palermo, que foi ratificada pelo Brasil em<br />

2004.<br />

Evidentemente, os promotores paulistas estão certos quando advertem a<br />

Primeira Turma do STF para as consequências do precedente que poderá<br />

ser aberto caso prevaleça o entendimento dos ministros Toffoli e Marco<br />

Aurélio. Mas o fato é que uma convenção internacional não cria tipos<br />

penais e a legislação penal brasileira até hoje não definiu "crime<br />

organizado" ou "organização criminosa", limitando-se a tratar do delito<br />

de formação de bando e quadrilha. Há três anos, a Comissão de<br />

Constituição e Justiça do Senado aprovou um projeto que t ipifica o<br />

conceito de organização criminosa, fechando as lacunas da Lei 9.613/98.<br />

Até hoje, porém, ele não foi votado em caráter definitivo. Os promotores<br />

deveriam se queixar ao Congresso.<br />

33. Consultor Jurídico - SP<br />

Justiça bloqueia bens e aplicações de médico


A Justiça paulista determinou a indisponibilidade dos bens móveis e<br />

imóveis e ainda bloqueou as contas e aplicações financeiras do médico<br />

Roger Abdelmassih e de seu sócio Vicente Ghilardi Abdelmassih, donos<br />

da Clínica de Andrologia São Paulo. Roger está preso desde agosto sob a<br />

acusação de ter molestado sexualmente pacientes em sua clínica de<br />

reprodução assistida em São Paulo. A liminar da juíza Adriana Sachsida<br />

Garcia é do dia 30 de novembro. Cabe recurso.<br />

A juíza entendeu que havia risco que justificaria o receio do Ministério<br />

Público de que os réus se desfaçam da totalidade do patrimônio ou que<br />

se sintam tentados a adotar medidas com esse objetivo para excluir bens<br />

pessoais que possam servir para reparação das vítimas.<br />

“Ante o exposto, defiro a liminar requerida, inaudita altera pars,<br />

determinando a indisponibilidade dos bens dos réus e o arresto de seus<br />

bens móveis e imóveis, na seguinte conformidade”, sen tenciou a juíza.<br />

“Defiro notificação dos cartórios de registro de imóveis identificados na<br />

petição inicial (fls. 39), a fim de que seja bloqueada a transferência de<br />

domínio de titularidade dos réus”, completou a magistrada, que ainda<br />

determinou o bloqueio, por meio eletrônico, dos ativos financeiros em<br />

nome dos réus.<br />

Ela atendeu o pedido do promotor de Justiça Roberto Senise Lisboa em<br />

ação cautelar de arresto de bens. O representante do Ministério Público<br />

alegou que os réus violaram os direitos garantidos pelo Código de Defesa<br />

do Consumidor.<br />

De acordo com o entendimento do Ministério Público, eles teriam<br />

assegurado falsamente o sucesso do tratamento de reprodução assistida,<br />

deixado de fornecer uma via do instrumento de contrato feito com os<br />

clientes e cópias de exames das pacientes.<br />

Ainda de acordo com a ação, os acusados não prestaram informações<br />

plenas e adequadas sobre as consequências dos procedimentos<br />

adotados, e constrangeram os clientes a assinar termos de<br />

consentimento informado, valendo-se da situação de inferioridade em<br />

que se encontravam os pacientes e omitindo informações relevantes<br />

quanto à utilização e destinação do material biológico excedente.<br />

Leia a decisão:<br />

Despacho Proferido.<br />

Vistos, Trata-se de ação cautelar de arresto de bens, preparatória de<br />

ação civil pública, que o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO<br />

PAULO promove em face de CLÍNICA DE ANDROLOGIA SÃO PAULO<br />

LTDA., ROGER ABDELMASSIH e VICENTE GHILARDI ABDELMASSIH,<br />

visando prestação jurisdicional que decretasse liminarmente a<br />

indisponibilidade dos bens de titularidade dos réus, para o fim de<br />

garantir a efetividade do processo principal, no qual será postulada a<br />

condenação no pagamento de indenização por danos patrimoniais e<br />

morais em favor do Fundo de Direitos Difusos e das vítimas que<br />

utilizaram os serviços prestados pelos réus.<br />

O pedido veio fundamentado na alegação de que os réus violaram os<br />

direitos garantidos pelo Código de Defesa do Consu midor, por meio do<br />

seguinte proceder: assegurando falsamente o sucesso do tratamento de<br />

reprodução assistida; deixando de fornecer uma via do instrumento de<br />

contrato entabulado entre as partes, bem como dos exames realizados


pelas pacientes; abstendo-se de prestar informação plena e adequada<br />

sobre as consequências dos procedimentos adotados; constrangendo<br />

consumidores à assinatura de “termos de consentimento informado”,<br />

valendo-se da situação de inferioridade em que se encontravam os<br />

pacientes e omitindo informação relevante quanto à utilização e<br />

destinação do material biológico excedente.<br />

O autor ainda postulou a desconsideração da personalidade jurídica. Este<br />

o relato do necessário. Decido. O pedido de liminar merece deferimento<br />

à vista dos elementos de prova trazidos aos autos, que demonstram<br />

satisfatoriamente a existência dos requisitos autorizadores da medida. A<br />

farta documentação que instrui o Inquérito Civil instaurado pela 5ª<br />

Promotoria de Justiça do Consumidor bem pr eenche a exigência do<br />

fumus boni juris, havendo fundados indícios de responsabilidade dos<br />

réus.<br />

Igualmente plausível é a hipótese de redução dos réus ao estado de<br />

insolvência ou eventual desvio de bens; frustrando a aplicação de<br />

penalidade a ser objeto da ação principal, em caso de julgamento de<br />

procedência. É de conhecimento notório – pela ampla divulgação da<br />

mídia – fatos outros, que não descritos na inicial, a compor panorama no<br />

qual se justifica o receio de que os réus possam consumir a totalidade do<br />

patrimônio ou sentir a tentação de adotar medidas com o fito de excluir<br />

bens pessoais do destino da reparação das vítimas.<br />

Há imputação de ilicitudes diversas, inclusive graves crimes que<br />

justificam a prisão preventiva do corréu Roger Abdelmassih. Nesse<br />

contexto, configura-se o periculum in mora. Anoto ainda, por oportuno,<br />

que igualmente se encontram presentes os requisitos autorizadores da<br />

desconsideração da personalidade jurídica, pois as ilicitudes descritas na<br />

inic ial bem correspondem aos conceitos de abuso de direito e excesso<br />

de poder a que o legislador se referiu no artigo 28 do Código de Defesa<br />

do Consumidor.<br />

Ante o exposto, defiro a liminar requerida, inaudita altera pars,<br />

determinando a indisponibilidade dos bens dos réus e o arresto de seus<br />

bens móveis e imóveis, na seguinte conformidade: Defiro notificação dos<br />

cartórios de registro de imóveis identificados na petição inicial (fls. 39), a<br />

fim de que seja bloqueada a transferência de domínio de titularidade dos<br />

réus; Nesta data, determino por meio eletrônico o bloqueio de ativos<br />

financeiros de titularidade dos réus em contas e/ou aplicações<br />

financeiras, conforme comprovante que segue.<br />

À míngua do valor das indenizações, determino o bloqueio do valor<br />

correspondente ao valor da causa. Aguarde-se pelo prazo de 48 horas e<br />

tornem cls. para nova consulta ao Sistema BACENJUD 2.0 e<br />

determinação das demais providências pertinentes, as quais decorrerão<br />

da identificação das contas cor rentes e de aplicação financeira. Também<br />

por meio eletrônico, nesta data, são solicitados à Receita Federal<br />

informes sobre as três últimas declarações de rendimentos em nome de<br />

cada um dos corréus; No mais, após a efetivação do arresto, cite-se para<br />

contestar, observadas as formalidades legais e cautelas de praxe.<br />

Int.<br />

São Paulo, 30 de novembro de 20<strong>09</strong>.


Adriana Sachsida Garcia<br />

Juíza de Direito<br />

34. Diário do Nordeste - CE<br />

Crise na Polícia Civil<br />

6/<strong>12</strong>/20<strong>09</strong><br />

MARCOS RENAN P. M. C. SANTOS*<br />

Recentes notícias destacadas na imprensa local revelaram recíprocas<br />

acusações acerca da prática de tortura e do desvio de conduta funcional<br />

por parte de integrantes da Polícia Civil do Ceará, tendo como supostos<br />

autores, dentre outros, o atual superintendente da referida instituição e<br />

um ex-deputado estadual. Esse fato, dada a qualificação dos<br />

protagonistas que, mutuamente, se acusam, já merece, por si só, pronta<br />

e eficaz apuração, seja qual for o órgão encarregado de fazê-la.<br />

Desde que entrou em vigor o Código de Processo Penal brasileiro, em<br />

1º/01/1942, até hoje, essa lei adjetiva tem comportado substanciosas e<br />

sucessivas alterações, através de leis infraconstitucionais, atendendo-se<br />

aos avanços da sociedade moderna, especialmente para adaptar-se ao<br />

novo texto constitucional.<br />

Não obstante as discussões sobre quem detém o poder de investigar<br />

fatos delituos os, tendo, de um lado, partidários de que também compete<br />

ao Ministério Público realizar, de forma autônoma e independente, as<br />

respectivas investigações e, do outro, os que defendem essa atribuição<br />

somente à polícia judiciária, todos sabem que, por força de preceito<br />

constitucional, é o órgão ministerial o titular da ação penal pública e,<br />

portanto, o destinatário direto dos procedimentos inquisitoriais realizados<br />

pelo aparelho policial, quando, ressalte-se, tenha sido objeto de<br />

investigação fato tipificado como crime, cuja ação penal seja de natureza<br />

pública.<br />

A controvérsia, nesse ponto, encontra-se à espera de decisão plenária do<br />

Supremo Tribunal Federal, muito embora o Superior Tribunal de Justiça,<br />

reiteradas vezes, e a 2ª Turma daquela Excelsa Corte de Justiça do País<br />

já tenham pacificado o entendimento de que pode, sim, o Ministério<br />

Público proceder investigações independentes, não prescindindo o<br />

"Parquet" de inquérito policial para lhe dar suporte ao eventual<br />

oferecimen to de denúncia, tudo em decorrência do que restou por ele<br />

próprio apurado.<br />

Fernanda Palma, professora catedrática de Direito Penal da Faculdade de<br />

Direito da Universidade de Lisboa, em artigo publicado no jornal "Correio<br />

da Manhã", em Lisboa, Portugal, edição de 15/11/20<strong>09</strong>, depois de<br />

defender a reforma do Código de Processo Penal português de 1987,<br />

pontificou: "O Código centra a direção da investigação no Ministério<br />

Público, ao qual a Constituição confere autonomia.<br />

Mas esse sistema é posto em causa pelos defensores da direção da<br />

investigação pela Polícia ou pelos que gostariam de regressar ao modelo<br />

francês de instrução e a um processo mais inquisitivo". Vê-se, pois, que<br />

segundo a citada regente lisboeta, o sistema português de investigação


suscita discussões.<br />

No Brasil também se questiona a proficiência das investigações, com<br />

simpatizantes de que sejam elas realizadas igualmente pelo Ministério<br />

Público, e, por outro lado, outros desejando que sua condução fiq ue<br />

somente a cargo da polícia judiciária. Portanto, a conclusão a que se<br />

chega é a de que não há, no momento, unanimidade sobre qual o<br />

modelo correto, perfeito e acabado.<br />

Destaque-se que a comissão de juristas responsável pela elaboração de<br />

reforma do Código Penal brasileiro, cujos trabalhos já se acham sob a<br />

apreciação do Congresso, tendo como seu coordenador o ministro<br />

Hamilton Carvalhido, do STJ, e relator o professor Eugênio Pacelli de<br />

Oliveira, cria o juiz das garantias, responsável pelo controle da legalidade<br />

da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja<br />

franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário,<br />

circunstância que, em tese, daria maior segurança e seriedade às<br />

investigações, respeitados que seriam, no mínimo, os princípios<br />

constitucionais relativos aos direitos e às garantias constitucionais do<br />

investigado.<br />

Esperamos que as investigações em torno do episódio que deu origem a<br />

este artigo sejam feitas, po r quem assim couber, com isenção,<br />

responsabilidade e total observância aos preceitos constitucionais.<br />

Importa ressaltar que "a atividade policial deve ser vista como um<br />

serviço público prestado pelo Estado, que deve ser eficiente para<br />

assegurar a segurança pública, como pressuposto de ambiente livre da<br />

violência para o desenvolvimento da pessoa humana (.). O exercício do<br />

poder de polícia de forma democrática é pressuposto essencial para a<br />

efetividade da segurança pública em um Estado Democrático de Direito"<br />

(Thiago André Peerobom de Ávila - Projeto de Tese de Doutorado na<br />

FDUL).<br />

A prevalecer como verdadeira a asserção do governador Cid Gomes, para<br />

quem não existe crise na Polícia Civil, mas sim "uma parcela que é séria<br />

e outra que é desonesta", que sejam os desonestos punidos nos termos<br />

da legislação vigente. A sociedade já não mais tolera a impunidade.<br />

*Promotor de Justiça , mestrando em Direito pela Faculdade de Direito<br />

da Universidade de Lisboa<br />

35. Correio Braziliense - DF<br />

Estrutura de menos<br />

TSE vê dificuldade em aplicar novas regras eleitorais e estuda como<br />

atuar na fiscalização da internet em campanhas. Se não for encontrada<br />

saída, Judiciário deve ser socorrido pelo Ministério Público<br />

Izabelle Torres<br />

Depois das negociações intensas no Congresso e da disputa envolvendo<br />

os mais diferentes interesses, a nova lei eleitoral(1) aprovada às pressas<br />

pelos parlamentares em setembro começou a ser questionada no<br />

Judiciário. Nos bastidores, advogados e ministros que integram o


Tribunal Superior Eleitoral (TSE) têm admitido que as novas regras —<br />

principalmente as que liberam o uso da internet em campanhas —<br />

jogaram para a Justiça Eleitoral uma responsabilidade de fiscalização<br />

sem que o órgão tenha se preparado e montado estrutura adequada<br />

capaz de encontrar e punir irregularidades praticadas por meio da rede.<br />

Diante dos mais diversos argumentos e da dificuldade prevista para que<br />

a Justiça possa desemp enhar as funções de fiscalização, juristas<br />

articulavam com Ministério Público para que o órgão questionasse alguns<br />

termos da lei no Supremo Tribunal Federal (STF). O assunto é tratado<br />

discretamente nos bastidores. Procuradores analisam quais normas<br />

devem dificultar o trabalho do TSE e podem criar brechas para atos<br />

fraudulentos, corrupção e propaganda eleitoral irregular. Práticas que, se<br />

realizadas pela internet, dificilmente serão detectadas e punidas pela<br />

Justiça a tempo.<br />

Fontes ouvidas pelo Correio afirmam que a análise dessas dificuldades e<br />

da posição que será adotada pelo MP estão sob a responsabilidade da<br />

subprocuradora Sandra Cureau, que tem participado de debates e<br />

audiências sobre as novas regras. A entrada em campo dos procuradores<br />

pode não ser necessária. Ontem, o PDT encurtou o caminho dos<br />

questionamentos e entrou com ação direta de inconstitucionalidade<br />

contra dispositivos da lei, incluindo a maior preocupação dos ministros do<br />

TSE, que é a liberação para o uso d a internet durante as campanhas<br />

eleitorais.<br />

Conduta<br />

Durante audiência pública realizada pelo TSE para ouvir sugestões de<br />

diferentes órgãos sobre a conduta que deve ser adotada para<br />

implementar a nova lei eleitoral, o relator das instruções de 2010,<br />

ministro Arnaldo Versiani, deu o tom das dúvidas e inseguranças da<br />

Corte quanto à possibilidade de fiscalização do uso da rede mundial de<br />

computadores nas campanhas. Disse que algumas normas previstas na<br />

Lei nº <strong>12</strong>.034/<strong>09</strong> são bem intencionadas, mas ressaltou que será um<br />

desafio fazer com que o TSE consiga aplicar as multas e punições<br />

previstas na lei.<br />

Segundo outro ministro ouvido pelo Correio, as dificuldades previstas<br />

pela Corte estão principalmente nos critérios para a aplicação de multas<br />

a sites e provedores, assim como na forma usada para determinar a<br />

retirada da rede de notícias referentes aos candidatos. Nos bastidores,<br />

apesar do discurso de alguns de que as novas regras respeitaram alguma<br />

decisões e restrições já impostas pelo TSE, a avaliação de magistrados é<br />

de que a lei criou obstáculos à atuação da Justiça, fazendo com que a<br />

Corte tenha de encontrar uma saída para conseguir cumprir o papel de<br />

fiscal e juiz nas eleições.<br />

Na prática, o Congresso liberou a internet para que os parlamentares<br />

usufruíssem livremente dos benefícios da rede e, ao mesmo tempo,<br />

numa tentativa de aparentar intenção de aumentar o controle nas<br />

campanhas, jogou para a Justiça Eleitoral — pega de surpresa pelas<br />

mudanças — a responsabilidade de aplicar as punições e exercer a<br />

fiscalização em um território de comunicação livre, ainda considerado<br />

incontrolável. É com base nesses argumentos que magistrados, juristas e<br />

procuradores discutem a melhor forma de implementar a nova lei e<br />

comemoram discretamente o fato de algumas normas estarem sendo<br />

questionadas judicialmente.


“A lei encampou o entendimento de que a internet é um campo livre e<br />

estabeleceu algumas poucas regras. Ainda estamos tentando saber c<br />

omo serão aplicadas essas regras, já que a lei permitiu a propaganda na<br />

internet e estabeleceu certas restrições, inclusive aplicação de multas.<br />

Também passou a prever o direito de resposta. Esse campo, apesar de<br />

ser livre, pode criar certo obstáculo á Justiça Eleitoral”, disse Versiani.<br />

1- Recursos<br />

A Lei nº <strong>12</strong>.034/<strong>09</strong> foi sancionada no dia 29 de setembro, depois de<br />

meses sendo discutida pelos congressistas. A norma foi considerada uma<br />

reforma da antiga lei eleitoral e institui novas regras para as eleições,<br />

uma das quais garante a liberdade do uso da internet para fazer<br />

propaganda durante a campanha e também para arrecadar recursos. A<br />

lei já passa a valer a partir das próximas eleições. Ao sancionar a norma,<br />

o presidente Lula vetou três artigos do projeto. Com a norma em vigor, o<br />

TSE terá até o dia 5 de março para aprovar em plenário uma minuta<br />

sobre a nova lei e regras complementares.<br />

Faça seu comentário sobre este assunto na reportagem publicada no site<br />

do Correio<br />

Votos na rede<br />

Algumas mudanças previstas na nova lei eleitoral:<br />

Candidatos ou qualquer outra pessoa podem manter sites, blogs e<br />

páginas em sites de relacionamento, como Orkut e Twitter, durante o<br />

período eleitoral. Dessa forma, os candidatos poderão pedir votos<br />

oficialmente nas páginas eletrônicas a partir DE 5 de julho do ano das<br />

eleições.<br />

Apesar da liberação, a lei proíbe propaganda eleitoral paga na internet,<br />

com possibilidade de aplicação de multa de R$ 5 a R$ 30 mil para quem<br />

descumprir a regra.<br />

Para evitar a formação de um mercado de cadastros de endereços<br />

eletrônicos, fica proibida a venda de banco de dados com e-mails dos<br />

brasileiros.<br />

Os candidatos poderão usar mensagens eletrônicas, conhecidas como<br />

torpedos, durante a campanha eleitoral.<br />

O candidato ou partido político que se sentir ofendido por declarações<br />

publicadas em sites têm assegurado direito de resposta na internet, que<br />

deverá ficar disponível durante o mesmo tempo em que ficou a<br />

mensagem considerada ofensiva.<br />

Se o endereço for comunicado à Justiça Eleitoral e hospedado, direta ou<br />

indiretamente, em provedor estabelecido no Brasil, as páginas da<br />

internet ficam liberadas para uso de qualquer candidato, partido político<br />

ou coligações.<br />

Os provedores de internet não serão mais obrigados a cumprir prazo de<br />

24 horas para retirar propaganda considerada irregular por decisão da<br />

Justiça Eleitoral. De acordo com a lei, o prazo deve ser determinado pela


Justiça.<br />

36. Valor Econômico - SP<br />

Sustentabilidade: Sistema da Bertin prevê rastreamento da carne<br />

Alda do Amaral Rocha, de São Paulo<br />

07/<strong>12</strong>/20<strong>09</strong><br />

Quase seis meses depois de ter sido acusada pelo Ministério Público<br />

Federal do Pará de contribuir para o desmatamento da Amazônia junto<br />

com outros frigoríficos de carne bovina, a Bertin S.A. está lançando um<br />

sistema que promete a rastreabilidade do produto e a garantia de que a<br />

carne provém de um processo sustentável.<br />

A partir desta semana, a carne in natura comercializada com a marca<br />

Bertin, à venda no varejo, terá uma etiqueta com um código de<br />

rastreabilidade com informações sobre a origem do produto. O diretor<br />

marketing da companhia, Marcos Scaldelai, explica que o consumidor<br />

poderá ter informações sobre a origem e a garantia de que o produto<br />

não provém de animais criados em áreas de desmatamento e trabalho<br />

escravo.<br />

Segundo ele, o consumidor deve digitar o número no site da Bertin (<br />

www.bertin.com.br ) para obter informações como a relação de fazendas<br />

que forneceram animais em determinado dia de abate e local das<br />

propriedades. Na própria página da Bertin, há um link para os sites do<br />

Ibama e do Ministério do Trabalho. No primeiro, o consumidor poderá<br />

checar se a propriedade de origem do boi está na lista das que<br />

desmatam ou não e no segundo, se há trabalho escravo.<br />

Num primeiro momento, apenas a carne in natura produzida na unidade<br />

da Bertin em Lins terá a etiqueta, mas a partir de janeiro o sistema deve<br />

estar implantado nas demais plantas da empresa, segundo Scaldelai.<br />

A Bertin foi incorporada pela JBS S.A em setembro deste ano, mas por<br />

enquanto as operações das empresas seguem separadas, já que o<br />

negócio está sob a análise do Conselho Administrativo de Defesa<br />

Econômica (Cade). De acordo com o diretor de marketing, a tendência é<br />

que sistema de rastreabilidade seja implantado também pela JBS no<br />

futuro.<br />

Ele afirma que o sistema para garantir a sustentabilidade da carne já<br />

vinha sendo desenvolvido pela Bertin antes da ação do Ministério Público,<br />

em junho. Na ocasião, a empresa foi acusada de comprar bovinos de<br />

fazendas que desmatavam áreas da floresta amazônica e interrompeu a<br />

aquisição de animais dessas propriedades.<br />

37. Folha de S. Paulo - SP<br />

Painel Regional<br />

ELIANE SILVA - painelregional@uol.com.br<br />

Multa


A Iesa, empresa de equipamentos metalúrgicos sediada em Araraquara,<br />

vai pagar R$ 2,2 milhões a duas entidades sociais de Araraquara por ter<br />

descumprido acordos trabalhistas com o Ministério Público do Trabalho.<br />

O novo TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) foi firmado após os<br />

fiscais do Ministério Público flagrarem irregularidades na empresa no<br />

primeiro semestre deste ano. No período, dois trabalhadores morreram<br />

em acidentes na Iesa. Além da compensação "a título de dano moral<br />

coletivo", segundo o MPT, a empresa também deverá melhorar as<br />

condições de trabalho. A direção da Iesa foi procurada para comentar o<br />

TAC, mas não se manifestou.<br />

Nova alta. Nas usinas do Estado, o preço do álcool teve novo reajuste na<br />

última semana. O preço do litro do etanol hidratado, utilizado nos<br />

veículos flex, subiu 0,755% e passou a valer R$ 0,935, sem impostos.<br />

Baixa. Segu ndo o Cepea, da Esalq/USP, no entanto, o álcool anidro,<br />

misturado à gasolina, caiu 0,872% -custa R$ 1,0581.<br />

Pirata. O Ministério da Justiça assinou convênios antipirataria com as<br />

prefeituras de Curitiba e São Paulo. Ribeirão Preto, Brasília e Rio de<br />

Janeiro também fazem parte da fase inicial do projeto, tido pela União<br />

como o início da municipalização das ações de combate à pirataria.<br />

Objetivo. O programa do ministério tem como meta mapear rotas e<br />

controlar as mercadorias antes de chegar às cidades. O alvo, diz a pasta,<br />

não é o camelô.<br />

Refis. A Prefeitura de Araraquara prorrogou para 4 de janeiro o prazo<br />

para os contribuintes renegociaram os débitos com IPTU e ISS contraídos<br />

até o final de 2008. Quem pagar à vista ganha isenção de juros e multas.<br />

Bonança. Helio Castro Neves, piloto de Ribeirão da Fórmula Indy que<br />

passou por maus bocados neste ano, será pai nos próximos dias. A<br />

mulher de Helinho, a colombiana Adriana Henao, está com quase nove<br />

meses de gr avidez. A filha vai se chamar Mikaela.<br />

Memória. Acusado de evasão fiscal nos EUA, o piloto foi inocentado em<br />

abril após julgamento rumoroso. Se condenado, poderia pegar até 35<br />

anos de prisão.<br />

Reprodução. Após 20 anos em Ribeirão, o Centro de Reprodução<br />

Humana Prof. Franco Junior passa a atender pacientes em uma filial na<br />

capital paulista, em janeiro.<br />

Com MARCELO TOLEDO, LEANDRO MARTINS e JEAN DE SOUZA<br />

38. O Globo - RJ<br />

MEC deve afastar servidores do Inep após Enem<br />

Governo quer também recuperar dinheiro gasto em prova adiada<br />

Demétrio Weber


BRASÍLIA. O Ministério da Educação (MEC) planeja demitir servidores do<br />

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep)<br />

responsáveis pela realização do Exame Nacional do Ensino Médio<br />

(Enem). O ministério só espera concluir a aplicação do teste, hoje, e o<br />

envio das folhas de respostas e redações aos centros de correção, nos<br />

próximos dias, para iniciar a reestruturação da Diretoria de Avaliação da<br />

Educação Básica do Inep.<br />

Se tudo der certo neste fim de semana, o MEC começará a preparar<br />

também a nova edição do Enem. A ideia é fazer o próximo teste em abril<br />

de 2010. Para isso, o ministério considera indispensável convencer o<br />

Tribunal de Contas da União (TCU) a autorizar o MEC a contratar<br />

empresas sem licitação para realizar as provas. O procurador do<br />

Ministério Público junto ao TCU, Marinus Marsico, é contra.<br />

O ministério considera que o vazamento dos cadernos de questões, em<br />

outubro, ocorreu por falha do Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção<br />

(Connasel), empresa contratada mediante licitação para realizar o<br />

exame. Ainda assim, considera que o Inep cometeu erros. Especialmente<br />

na supervisão do contrato, já que o Connasel era novato na aplicação do<br />

Enem. Em tese, só isso já seria suficiente para que dirigentes do Inep<br />

redobrassem a atenção.<br />

Após adiar o Enem no dia 1º de outubro, numa quinta-feira pela manhã<br />

— a primeira prova estava marcada para o sábado, dia 3 —, o ministro<br />

Fernando Haddad criou uma força-tarefa para organizar a nova edição do<br />

exame. A equipe ficou subordinada ao secretário-executivo José<br />

Henrique Paim. As reuniões ocorriam na sede do ministério e não na do<br />

Inep, que funciona em prédio alugado.<br />

Na ocasião, prevaleceu o entendimento de que qualquer mudança no<br />

Inep, naquele momento, poderia inviabilizar a nova preparação do<br />

exame cerca de dois meses depois. Temia-se o impacto negativo de uma<br />

troca de comando sobre a já abalada credibilidade do exame.<br />

O Connasel venceu a licitação por R$ 116 milhões, sem a concorrência<br />

de outras empresas.<br />

A Fundação Cesgranrio, que havia aplicado o Enem em todas as edições<br />

anteriores, chegou a se habilitar para a disputa.<br />

Mas abandonou-a antes da abertura das propostas.<br />

O Inep desembolsou R$ 38 milhões. Haddad espera reaver o dinheiro por<br />

meio de ação judicial.<br />

A PF indiciou cinco pessoas pelo vazamento, e o Ministério Público<br />

Federal já anunciou que irá denunciá-los à Justiça.<br />

Enquanto tenta recuperar os R$ 38 milhões, o MEC gastará R$ 148<br />

milhões no contrato emergencial, sem licitação, com a Fundação<br />

Cesgranrio e o Cespe, encarregados de aplicar as provas neste fim de<br />

semana com uma nova gráfica, os Correios e as Forças Armadas.<br />

39. Folha de S. Paulo - SP


Barbosa usou tecnologia de espião para gravar Arruda<br />

Provável estratégia teve câmera no botão do paletó e tinta invisível para<br />

marcar cédulas<br />

Investigado e alvo de ações, ex-secretário do governo do DF, auxiliado<br />

pela PF, filmou distribuição de dinheiro em troca de delação premiada<br />

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA<br />

Fama de chantagista, dezenas de processos, inquéritos criminais e ações<br />

de improbidade milionárias nas costas, o policial civil e ex-secretário<br />

Durval Barbosa cedeu à PF o próprio corpo como instrumento para captar<br />

as gravações que atingiram o governo de José Roberto Arruda (DEM-DF).<br />

Em troca, queria o benefício da delação premiada. E se transformou em<br />

uma espécie de homem-bomba da Operação Caixa de Pandora, apesar<br />

de não ter recebido nenhuma garantia de que terá os benefícios da<br />

delação, pois as denúncias que fez, gravou e filmou dizem respeito a<br />

autoridades que têm direito a foro especial e, portanto, tramitam no<br />

Superior Tribunal de Justiça.<br />

Os processos a que responde, contudo, estão na primeira instância, na<br />

qual o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios não demonstra<br />

disposição de lhe oferecer benefícios.<br />

Barbosa conhecia o ambiente onde seria feita a gravação, desfrutava da<br />

confiança do governador (que já fora abalada no passado, mas havia<br />

sido restabelecida) e, na retaguarda, contava com a PF.<br />

Segundo especialistas ouvidos pela Folha, o mais provável é que Durval<br />

Barbosa tenha usado o que há de mais simples: uma câmera de vídeo<br />

adaptada ao botão do paletó, no qual também foi instalado um microfone<br />

imperceptível.<br />

Na parte de dentro do paletó, o dispositivo foi conectado a um aparelho<br />

de MP4, com bateria com autonomia de quatro a oito horas de gravação.<br />

Foi assim que chegou à residência oficial do governador em Águas<br />

Claras, no dia 21 de outubro, e iniciou um bate-papo com o então chefe<br />

da Casa Civil, José Geraldo Maciel. O governador chegou quase uma hora<br />

depois, por volta de 13h, e quis ficar a sós com Barbosa.<br />

Na ocasião, apenas se falou no pagamento à base aliada, para o qual<br />

haveria R$ 400 mil disponíveis e aos quais se juntariam outros R$ 200<br />

mil com o mesmo destino -tudo bancado por empresas que mantinham<br />

contrato com o governo.<br />

Ao deixar o local, Barbosa se dirigiu à PF. Lá, devolveu o equipamento.<br />

As imagens e sons captados foram repassados a um computador para<br />

transcrição, o que se transformou em um relatório de 53 páginas incluído<br />

no inquérito.<br />

Paralelamente, os policiais lançaram mão de outros artifícios tecnológicos<br />

para buscar as digitais de eventuais beneficiários do mensalão do DF.<br />

Misturaram uma tinta especial invisível a um componente químico<br />

reagente a um certo tipo de luz -o mais seguro é infravermelho- e<br />

marcaram notas que Barbosa repassaria a Maciel para distribuição à<br />

deputados da base aliada, conforme orientação de Arruda. O símbolo era<br />

uma elipse no centro da qual havia o número 650, em referência ao<br />

inquérito do caso, que tramit a no STJ.<br />

A ideia era, ao deflagrar a busca e apreensão, no dia 27 de novembro,<br />

encontrar na casa de pelo menos parte dos alvos algumas notas<br />

marcadas. Entre os montantes em espécie apreendidos pela PF há R$<br />

700 mil, mas nenhuma das cédulas era das carimbadas.


40. O Estado de S. Paulo - SP<br />

Atropelador pega 8 anos de prisão<br />

Decisão inédita de júri popular de Niterói condena por homicídio doloso<br />

estudante que matou jovem<br />

Em decisão inédita para crimes de trânsito no Estado, a Justiça do Rio<br />

condenou o estudante de Direito Thiago de Almeida Viana, de 26 anos,<br />

pelo homicídio doloso - com intenção de matar - de Tatiana Harder<br />

Accurso. Em 2002, a garota, então com 17 anos, foi atropelada pelo<br />

Corsa dirigido pelo estudante em Niterói, no Grande Rio. No fim da noite<br />

de quinta-feira, o Tribunal do Júri da 3ª Vara Criminal da cidade<br />

considerou o estudante culpado e o juiz Peterson Barroso Simão o<br />

sentenciou a oito anos de prisão.<br />

De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), Viana disputava um<br />

racha com o comerciante Bruno Albuquerque de Miranda, de 28 anos.<br />

Miranda foi condenado a três anos por homicídio doloso - sem intenção<br />

de matar - e teve a pena convertida em prestação de serviços à<br />

comunidade. Eles tiveram as habilitações para dirigir suspensas por cinco<br />

e três anos, respectivamente.<br />

"Foi um marco para a Justiça do Rio. É raro no Brasil obter o dolo em<br />

crimes de trânsito. A sentença para o homicídio culposo nesses casos é<br />

tímida e revertida em prestação de serviços, cujo efeito intimidatório é<br />

mínimo. A mudança de mentalidade da população foi decisiva para a<br />

correta interpretação da legislação", disse o promotor Alexandre Joppert.<br />

Tatiana foi derrubada de sua moto pelo Passat de Miranda e depois<br />

atropelada pelo Corsa de Viana. A acusação aponta que ambos estavam<br />

alcoolizados e trafegavam acima dos limites de velocidade na Estrada<br />

Francisco da Cruz Nunes. A promotoria sustenta também que os<br />

acusados já tinham um longo histórico de multas.<br />

"Há duas formas de homicídio doloso. Na primeira, há a intenção de<br />

matar; na segunda, a exemplo deste caso, o acusado aceita o risco de<br />

resultado morte ao praticar ações negligentes ou imprudentes", afirmou<br />

Joppert.<br />

Os condenados vão rec orrer à segunda instância em liberdade. "Não<br />

houve dolo. Foi um lastimável acidente e admitimos a conduta culposa<br />

do cliente (Viana), que foi negligente e imprudente. O MPE admitiu em<br />

plenário que não houve pega. As acusações de excesso de velocidade e<br />

embriaguez são suposições. Laudos técnicos negam. Houve o clamor<br />

popular, mas a jurisprudência é uníssona em não caracterizar o dolo em<br />

acidentes de trânsito", afirmou o advogado Paulo Garcez.<br />

41. O Globo - RJ<br />

MP apura caso da Rua Oliveira Machado<br />

Pedido de privatização da rua em Icaraí é retirado da pauta da Câmara,<br />

mas órgão informa que investigação continuará<br />

Jaciara Moreira


jaciara.moreira@oglobo.com.br<br />

O Ministério Público (MP) estadual vai investigar se há, de fato, projetos<br />

para a construção de prédios na Rua Desembargador Oliveira Machado,<br />

em Icaraí. A notícia de que a rua seria transformada em área particular<br />

pela prefeitura e vendida aos moradores levou o promotor Luciano<br />

Mattos, titular da promotoria de Meio Ambiente e Urbanismo, a instaurar<br />

inquérito para apurar o caso.<br />

Na última quarta-feira, o Executivo recuou e mandou retirar da pauta da<br />

Câmara a mensagem que pede a privatização da rua. Ainda assim,<br />

Mattos diz que vai investigar o caso. Segundo o promotor, a preocupação<br />

com aquela área existe desde setembro do ano passado, quando o MP<br />

recebeu denúncia anônima alertando sobre a venda dos imóveis da rua<br />

para a construtora RJZCyrela.<br />

— Na época, instauramos procedimento para analisar o caso.<br />

Pedimos informações à Secretaria municipal de Urbanismo, mas o órgão<br />

negou que houvesse pedidos de licença para obras ali. A mensagem do<br />

Executivo fortalece a denúncia — diz Mattos que, em outubro passado,<br />

entrou com duas ações na 4a Vara Cível da cidade, pedindo que a<br />

prefeitura não conceda novas licenças para a construção de prédios de<br />

mais de seis andares em Icaraí e no Jardim Icaraí. — Não importa se a<br />

mensagem saiu de pauta, vamos seguir com a investigação.<br />

Segundo denúncia, prédio seria residencial A RJZCyrela nega que tenha<br />

projeto para construir na rua.<br />

Contudo, documento enviado ao MP e protocolado sob o número<br />

2008.00142560 denuncia que o objetivo da empresa é erguer no<br />

endereço dois prédios — um com 60 apartamentos de quatro quartos e<br />

outro com 90 de três quartos.<br />

Os moradores do Edifício San Martin, localizado na Rua Otávio Carneiro e<br />

com um dos blocos volt ado para a Rua Desembargador Oliveira<br />

Machado, temem que o projeto saia do papel.<br />

— Há análises para avaliar o impacto da obra na região? A sensação de<br />

insegurança que esse assunto gera é grande, pois não há clareza nos<br />

critérios adotados pela prefeitura para querer vender a rua aos<br />

moradores.<br />

Isso pode virar regra e acontecer em qualquer área semelhante — afirma<br />

o economista Bruno Neves, síndico do prédio.<br />

Em carta enviada ao GLOBO-Niterói, a leitora Angélica Santos, de Icaraí,<br />

comentou o assunto: — O bairro inteiro já sabe que todos os imóveis<br />

dessa rua foram comprados por uma construtora.<br />

A quem pode favorecer o desaparecimento de uma rua em um dos<br />

quarteirões mais valorizados da cidade? Procurado pelo GLOBO-Niterói, o<br />

prefeito Jorge Roberto Silveira não explicou por que retirou o projeto da<br />

Câmara.


42. O Globo - RJ<br />

Ameaça de multa pelos anos de abandono<br />

Tentativa de acordo para a reforma do imóvel fracassou<br />

Além da restauração do solar, o Ministério Público Federal (MPF) quer<br />

que a Funarj pague uma multa correspondente ao dobro dos prejuízos<br />

causados pelo abandono. Se não houver recursos suficientes para as<br />

obras necessárias, o MPF pede ainda que o Instituto do Patrimônio<br />

Artístico e Histórico Nacional (Iphan) se responsabilize pelas reformas.<br />

— O MPF tentou resolver a questão por meio de um acordo, um termo de<br />

ajustamento de conduta, mas as instituições não se manifestaram —<br />

disse a procuradora da República Gisele Porto, responsável pela ação civil<br />

pública.<br />

Cláudia Luna, coordenadora da ONG Nosso Papel, responsável pelo<br />

projeto Ponto de Cultura de Paquetá, lamenta o fechamento da biblioteca<br />

não só pela decadência do patrimônio histórico, mas pela interrupção do<br />

atendimento na biblioteca. Ela foi uma das organizadoras de um<br />

abaixoassinado entregue na ú ltima segunda-feira à Secretaria municipal<br />

de Cultura.<br />

A Biblioteca Popular funcionava desde 1977 na construção.<br />

O acervo, com cerca de 15.300 títulos, ainda está lá, assim como parte<br />

da memória da Ilha de Paquetá, que inclui fotografias antigas.<br />

— O solar é fundamental para a educação das crianças da ilha porque,<br />

além dos livros, o espaço abriga exposições, lançamentos e cursos. A ilha<br />

tem cerca de quatro mil moradores, sendo cerca de 700 crianças e<br />

adolescentes. Eles são desprovidos de opções de lazer e cultura e vivem<br />

isolados até por conta do preço das passagens das barcas — argumenta<br />

Cláudia.<br />

Bens tombados, porém tombados<br />

Em Paquetá, há 17 bens tombados em níveis diferentes — um deles é<br />

um conjunto de ilhas próximas. A Escola Municipal Pedro Bruno, um dos<br />

dez imóveis tombados pelo município, é outra construção da ilha que<br />

carece de restauração.<br />

Na fachada lateral, há infiltrações e muitas janelas estão com os vidros<br />

quebrados.<br />

O palacete, em estilo neoclássico, foi a terceira e última sede da Fazenda<br />

São Roque e, desde da década de 60, funciona como escola. Paulo Vidal,<br />

da Subsecretaria municipal de Patrimônio, diz que há um projeto em<br />

curso para reformar toda a escola.<br />

Em frente à escola, há um singelo coreto, na Praça São Roque, feito de<br />

alvenaria, com colunas toscanas e guarda corpo em cobogós cerâmicos.<br />

No alto, há um beiral recortado em madeira. Alguns pedaços estão


faltando.<br />

No Parque Darke de Mattos, na Praia José Bonifácio, quase todas as<br />

luminárias e brinquedos estão quebrados. O lugar, tombado pelo Inepac,<br />

foi parte de uma antiga residência. Seus jardins têm árvores centenárias,<br />

túneis, mirantes e trilhas.<br />

43. O Globo - RJ<br />

Justiça manda Iphan cumprir a lei e aplicar multas para proteger<br />

bens<br />

Decisão é fruto de ação movida pelo MP federal em Petrópolis<br />

Jacqueline Ribeiro<br />

Com base numa ação do Ministério Público federal em Petrópolis, a<br />

Justiça determinou que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico<br />

Nacional (Iphan) aplique, em todo o território nacional, as multas<br />

previstas no decreto-lei 25/1937, que regulamenta a proteção do<br />

patrimônio histórico e artístico.<br />

A ação civil pública é fruto de um inquérito instaurado pelo MP para<br />

apurar a inércia de mais de 70 anos no cumprimento da legislação, uma<br />

vez que, segundo informações do próprio Iphan no processo, as multas<br />

previstas no decreto jamais foram aplicadas. Na falta de uma solução<br />

administrativa, o MP propôs a ação, que tramitou na 2ª Vara Federal de<br />

Petrópolis e resultou na condenação do instituto.<br />

O desrespeito à legislação foi verificado pelo procurador da República<br />

Fabiano de Moraes, em análises de procedimentos instaurado s em<br />

Petrópolis. A ação foi proposta há dois anos, com o objetivo de obrigar o<br />

Iphan a exercer seu poder de polícia e aplicar sanções sempre que forem<br />

constatados danos a bens históricos e artísticos tombados pela União. O<br />

pedido do procurador foi aceito recentemente pelo juiz Fábio Nobre<br />

Bueno Brandão, da 2ª Vara Federal, que, em sua decisão, ordena que o<br />

instituto cumpra a determinação em 90 dias.<br />

Após este prazo, o Iphan pode ser multado em R$ 10 mil por cada caso<br />

de descumprimento.<br />

No processo, o procurador acrescenta que as multas devem ser<br />

revertidas ao Fundo Nacional de Direitos Difusos, voltado para projetos<br />

em áreas como patrimônio cultural e meio ambiente.<br />

44. O Globo - RJ<br />

Solar Del Rei, em Paquetá, vive seus dias de plebeu<br />

Imóvel que já hospedou Dom João VI está interditado e espera reforma<br />

emergencial para não desabar por completo<br />

Jaqueline Costa<br />

Depois de ter sido a mais suntuosa propriedade de Paquetá e de ter


hospedado por diversas vezes Dom João VI , o Solar Del Rei, em<br />

Paquetá, vive tristes dias. Logo na entrada, uma placa adverte sobre a<br />

interdição e o risco de desabamento. O imóvel, que abriga a única<br />

biblioteca da ilha, foi fechado pela prefeitura em 27 de outubro, após<br />

anos de abandono. A construção está caindo aos pedaços.<br />

Em decorrência dos problemas no telhado, infiltrações e rachaduras se<br />

espalham por toda parte, o forro do teto está empenado e ameaça cair, e<br />

estão podres as esquadrias de madeira. O muro da propriedade também<br />

corre o risco de ruir. Nas salas que abrigam duas carruagens do século<br />

XIX, a água escorre pelas paredes internas nos dias de chuva.<br />

Para garantir a restauração do imóvel his tórico, o Ministério Público<br />

Federal está movendo uma ação civil pública contra a Fundação Anita<br />

Mantuano de Artes do Rio (Funarj), proprietária do solar. Mas a<br />

instituição informa que, como o imóvel está cedido para o município do<br />

Rio por prazo indeterminado desde 1976, cabe à prefeitura fazer a<br />

manutenção dele.<br />

O município reconhece a responsabilidade e informa que está prevista<br />

uma obra emergencial, que inclui parte da cobertura, esquadrias e o<br />

muro. Mas ainda não há data para começar, já que os R$ 667 mil<br />

orçados ainda não foram liberados. Segundo Paulo Vidal, coordenador da<br />

Subsecretaria municipal de Patrimônio Cultural, está prevista uma<br />

restauração completa, financiada pelo BNDES.<br />

— A reforma emergencial deve durar seis meses e visa a dar segurança<br />

ao solar, ao acervo e às pessoas que lá trabalham. Em seguida, assim<br />

que os trâmites do financiamento estiverem resolvidos, começará uma<br />

reforma completa, incluindo a parte de paisagismo, que custará cerca de<br />

R$ 1.900 — explica Paulo.<br />

Em 21 de outubro, o Iphan realizou uma vistoria no local e constatou que<br />

o principal ponto de deterioração é o telhado. Foi feito um novo ofício à<br />

prefeitura para que obras emergenciais sejam iniciadas logo. Segundo o<br />

laudo, o imóvel está em franco estado de degradação interna e externa.<br />

A visita anterior da instituição ao solar ocorreu em 2006, quando já<br />

haviam sido feitas recomendações para cessar o processo de ruína.<br />

45. O Globo - RJ<br />

TCU vai investigar voo de Lulinha<br />

Procurador vê indícios de prejuízo aos cofres públicos no uso de avião da<br />

FAB<br />

BRASÍLIA. O procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas<br />

da União (TCU), Marinus Marsico, pediu ontem ao tribunal que investigue<br />

o uso de avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para transportar Fábio<br />

Luiz Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Lula, e 15 convidados,<br />

em 9 de outubro. Para Marsico, há indícios de desrespeito aos princípios<br />

constitucionais da moralidade, eficiência e economicidade, com prejuízo<br />

aos cofres públicos.<br />

Na representação, Marsico argumenta que os princípios constitucionais<br />

estão acima de qualquer norma seguida pela FAB sobre o transporte de


autoridades.<br />

“Há indícios de que os princípios constitucionais da moralidade, da<br />

eficiência e, sobretudo, da economicidade não foram respeitados, repitase,<br />

ainda que qualquer norma infraconstitucional teoricamente ampare o<br />

ocorrido”, diz o texto.<br />

Marsico baseou-se em reportagem da “Folha de S.Paulo”, que noticiou<br />

que um dos aviões da FAB que servem à Presidência estava a dez<br />

minutos de pousar em Brasília, numa sexta-feira, quando recebeu ordem<br />

para voltar a São Paulo. A razão era buscar o presidente do Banco<br />

Central, Henrique Meirelles, o filho de Lula e os convidados, cujos nomes<br />

não foram divulgados.<br />

46. Supremo Tribunal Federal - DF<br />

2ª Turma: defesa tem direito de contestar novos documentos<br />

juntados ao processo<br />

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) conheceu em parte<br />

de Habeas Corpus (HC 87114) impetrado pela defesa de Marcos Moreira,<br />

condenado a 15 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado, e<br />

concedeu a ordem para anular decisão do Tribunal de Justiça de São<br />

Paulo, que deu provimento ao recurso de apelação interposto pelo<br />

Ministério Público e negou provimento ao apelo da defesa.<br />

De acordo com o relator do habeas corpus, ministro Cezar Peluso, o<br />

órgão julgador baseou-se em documentos novos juntados pelo Ministério<br />

Público nas contrarrazões de apelação sem que fosse aberta vista à<br />

defesa para contraditá-los. O argumento de que o ato implicaria a<br />

nulidade do acórdão por cerceamento de defesa havia sido rejeitado pelo<br />

Superior Tribunal de Justiça (STJ).<br />

Em voto relatado pelo ministro Gilson Dipp, o STJ considerou que “os<br />

documentos juntados pelo Ministério Público apenas somaram-se ao<br />

robusto acervo probatório analisado pelos jurados em plenário, não<br />

tendo sido determinantes para a manutenção da condenação do paciente<br />

pelo Tribunal a quo”. A decisão da Segunda Turma do STF que conheceu<br />

do HC em parte e, nesta parte concedeu a ordem, foi unânime.<br />

Processos relacionados<br />

HC 87114<br />

47. Consultor Jurídico - SP<br />

Advogado e cliente conseguem trancar ação penal<br />

Por Marina Ito<br />

A inclusão de declaração falsa de pobreza para obter o benefício da<br />

Justiça gratuita não caracteriza crime de falsidade ideológica. Com esse<br />

fundamento, a 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de<br />

Janeiro, com base no voto do desembargador Siro Darlan, concedeu<br />

Habeas Corpus e trancou ação penal movida pelo Ministério Público<br />

contra um advogado e sua cliente.


“A declaração de pobreza como é cediço goza de presunção relativa,<br />

passível, portanto, de prova em contrário”, disse Darlan. O<br />

desembargador citou o Código Penal Comentado, de Guilherme de Souza<br />

Nucci, que explica que o juiz pode negar o pedido de Justiça gratuita ao<br />

se deparar com provas que mostrem as condições financeiras da parte.<br />

Em uma ação de reparação de danos, o juiz concedeu a gratuidade. Na<br />

sentença, revogou o benefício e determinou o encaminhamento da<br />

declaração de pobreza ao Ministério Público, que denunciou a parte e o<br />

advogado por crime de falsidade ideológica.<br />

“Não houve pelo magistrado averiguação a fim de verificar a veracidade<br />

da declaração, haja vista que lhe foi deferido o beneficio e<br />

posteriormente, somente na sentença, foi cassado o benefício”, disse<br />

Darlan na decisão. Para o desembargador, o juiz poderia pedir de ofício<br />

que fosse aferida a condição ou mesmo a outra parte poderia ter<br />

impugnado a decisão que concedeu o benefício.<br />

Com base em precedentes do Supremo Tribunal Federal e do Superior<br />

Tribunal de Justiça, o desembargador disse que não podia ser<br />

considerado documento a declaração de pobreza assinada pela parte e<br />

anexada aos autos pelo seu advogado.<br />

Clique aqui para ler a decisão.<br />

48. Correio da Bahia - BA<br />

Revitalização: Juíza libera obra do Hotel Hilton na capital baiana<br />

Oscar Valporto | Redação CORREIO | Foto: Divulgação<br />

O grupo Imocom conseguiu a suspensão da liminar da Justiça Federal<br />

que impedia as obras de construção do novo Hotel Hilton, no Comércio,<br />

em conjunto de prédios ao lado do Mercado Modelo. A juíza Nilza Reis<br />

revogou sua própria liminar anterior, concedido a pedido do Ministério<br />

Público Federal que questiona o projeto com duas ações - uma civil,<br />

outra cautelar.<br />

A empresa pretende retomar logo as obras. “Vamos começar a trabalhar<br />

logo porque queremos inaugurar o Hilton, em Salvador, em dezembro de<br />

20<strong>12</strong>”, afirmou o diretor de construção e incorporação do Grupo Imocom,<br />

Duarte Sanganha.<br />

Os prédios do Hilton no Comércio: empresa prepara retomada<br />

O projeto do Hilton prevê 170 apartamentos, centro de convenções, um<br />

spa, restaurante e dois bares. O Imocom comprou seis casarões,<br />

inclusive o casarão de azulejos azuis, na Praça Cayru, uma das<br />

referências da r egião, que será a principal fachada do hotel. “As obras<br />

vão recomeçar pela recuperação e reforço das estruturas antigas. É a<br />

intervenção mais difícil. Vai ser a primeira a começar e a última a<br />

terminar”, afirmou o diretor Duarte Sanganha.<br />

O projeto do Hilton tem a aprovação da prefeitura de Salvador e do<br />

Iphan, mas o Ministério Público questiona na Justiça o gabarito do hotel e


a falta de licença da superintendência regional do Iphan. “Seguimos as<br />

orientações da prefeitura e confiamos na Justiça. O Hilton será um marco<br />

em Salvador e ajudará a revitalização do Comércio”, disse Sanganha.<br />

49. A Gazeta - ES<br />

Aécio defende Azeredo no mensalão tucano<br />

05/<strong>12</strong>/20<strong>09</strong> - 00h00 (Outros - A Gazeta)<br />

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse ontem que o<br />

senador tucano Eduardo Azeredo (MG), “foi vítima do conturbado<br />

momento político pelo qual estamos passando”. Na quinta-feira, o<br />

Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou denúncia oferecida pelo<br />

Ministério Público Federal e abriu processo criminal contra o senador.<br />

Azeredo passou a ser réu em ação penal por suspeita de envolvimento<br />

com crimes de peculato (uso de cargo público em benefício próprio) e<br />

lavagem de dinheiro no esquema de desvio de recursos públicos, caixa 2,<br />

na campanha de 1998 ao governo do Estado. O caso é conhecido como<br />

mensalão tucano.<br />

De acordo com o governador, Azeredo é um “homem de bem e quem o<br />

conhece sabe disso”. Ele reconheceu que problemas ocorreram na<br />

prestação de contas e arrecadação de recursos para a campanha, mas<br />

disse não ter visto indícios de atuação direta do senador ou de<br />

responsabilidade direta dele.<br />

Para Aécio, a partir de agora Azeredo terá oportunidade de mostrar sua<br />

participação no processo e garantir sua inocência. “O senador Eduardo<br />

Azeredo não foi condenado. O STF apenas autorizou a abertura de<br />

processo e, agora, com serenidade e tranquilidade, ele terá condições de<br />

se defender e de provar sua inocência.”<br />

Testemunha<br />

Já o deputado federal Ciro Gomes (PSB), disse ontem, em Cuiabá, que<br />

também não acredita no envolvimento de Azeredo no caso do mensalão<br />

tucano. “Juntando a fragilidade das provas apresentadas – o documento<br />

citado contra ele é falso – e pelo que conheço de sua vida honesta, ética,<br />

tenho segurança que ele não se envolveu de jeito nenhum”, disse<br />

acrescentando que estaria disposto a ser testemunha do tucano no<br />

processo criminal aberto no STF.<br />

Ciro disse ter ficado comovido com o senador, que tem declarado ser<br />

inocente. Segundo o deputado, estaria havendo uma confusão entre<br />

mensalão e caixa dois. “A acusaç ão é caixa dois e nela não tem provado<br />

a participação do Azeredo”. A denúncia refere-se, segundo ele, à época<br />

em que o tucano foi candidato ao governo e perdeu. “Conheço sua<br />

seriedade, sua compostura e sei de sua ética”, destacou. (Agência<br />

Estado)<br />

50. Zero Hora - RS


Iphan é obrigado a aplicar multas<br />

A Justiça Federal condenou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico<br />

Nacional (Iphan) a aplicar multas previstas no Decreto-lei 25/1937, que<br />

organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. A ordem<br />

judicial decorre de uma ação proposta pelo Ministério Público Federal em<br />

Petrópolis, no Rio de Janeiro, para obrigar o instituto a exercer seu poder<br />

de polícia, aplicando sanções sempre que constatar danos a bens<br />

tombados pela União. A decisão deve ser cumprida em 90 dias. Após<br />

esse prazo, cada caso de descumprimento da sentença implicará multa<br />

de R$ 10 mil.<br />

51. O Povo - CE<br />

MP adia reconstituição da prisão de assaltantes<br />

05 Dez 20<strong>09</strong> - 03h<strong>12</strong>min<br />

Promotores que apuram as denúncias de tortura contra quatro presos,<br />

supostamente praticadas pelos delegados Francisco Cavalcante e<br />

Alexandra Medeiros, comunicaram ontem o adiamento da reconstituição<br />

das prisões, até então marcada para a próxima segunda-feira, no<br />

Eusébio.<br />

O Grupo Especial de Atuação Temporária, do Ministério Público Estadual,<br />

criado para apurar as denúncias, justificou o adiamento por ``questões<br />

de ordem técnica``. Ainda não há data definida para a reconstituição.<br />

Os presos Otacílio Siqueira Júnior, Gilson Lopes Justino, Francisco Lopes<br />

Justino e Francisco da Silva Monteiro afirmaram ter sido torturados pelos<br />

dois delegados para acusar o superintende da Polícia Civil, Luiz Carlos<br />

Dantas, de envolvimento na tentativa de homicídio contra a delegada<br />

Alexandra Medeiros, em agosto último.<br />

O próprio superintendente também é acusado da prática de tortura,<br />

dessa feita c ontra sequestradores. Mas, há mais de duas semanas, o<br />

presidente do inquérito ainda não foi indicado. Ontem, o corregedorgeral<br />

José Armando Costa se recusou a comentar a demora com O<br />

POVO.<br />

52. Jornal do Dia - SE<br />

Auditores poderão responder inquérito por quebra de sigilo<br />

A ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça (STJ),<br />

determinou a abertura de inquérito policial contra Marcos Lima e outros<br />

auditores do Sindicato dos Auditores Fiscais (Sindat), em razão de<br />

quebra de sigilos nas interceptações telefônicas, atendendo a denúncia<br />

do ex-conselheiro do Tribunal de Contas Flávio Conceição.<br />

A ministra pediu parecer do Ministério Público, que também foi favorável<br />

ao pedido. Depois da decisão da ministra Eliana Calmon, haverá<br />

investigação por meio da Polícia Federal e do próprio MP, que abrirá<br />

inquérito e enviará o resultado para o STJ, que será visto por outro<br />

relator.<br />

Flávio Conceição de Oliveira Neto requereu a instauração do inquérito<br />

policial a fim de apurar suposta quebra de sigilo de interceptações


telefônica, contidas nos autos, perpetradas no âmbito do Tribunal de<br />

Justiça do Estado de Sergipe, nominando como possíveis autores dos<br />

delitos os responsáveis pela Ação Popular proposta perante o juízo da<br />

<strong>12</strong>ª Vara Cível da Comarca de Aracaju (SE), visando anular o ato de<br />

nomeação e posse como conselheiro, deferida pela justiça.<br />

53. Fórum PC - SP<br />

Executivos podem ser presos por desrespeito ao consumidor<br />

Depois da divulgação do ranking onde os 8 primeiros piores em<br />

atendimento ao consumidor são ligados à telefonia, a pressão do Sistema<br />

Nacional de Defesa do Consumidor aumentou e ganhou um aliado<br />

poderoso – O Ministério da Justiça.<br />

O SNDC destaca que as medidas e as multas aplicadas as empresas de<br />

Telecom para que cumpram os dispositivos do Decreto do SAC (Serviço<br />

de Atendimento ao Consumidor) não estão surtindo efeito.<br />

As operadoras fixas e móveis continuam liderando as queixas de quem<br />

procura atendimento pelos call centers - juntas, concentram 53,8% das<br />

reclamações. Por conta disso, o Ministério da Justiça vai estudar duas<br />

sugestões do Ministério Público: Criminalizar executivos das operadoras e<br />

incluir o desrespeito às regras nas análises sobre renovação de<br />

concessões. Se for aceita, pode ocorrer, em breve a prisão de algum<br />

executivo de telecom cuja a empresa continue a desrespeitar o<br />

consumidor.<br />

Font e: Ministério da Justiça<br />

AZ<br />

54. O Tempo - MG<br />

Ligação entre diretores da Aneel e empresas é suspeita<br />

Eles são acusados de favorecimento de companhias e não cumprir<br />

quarentena<br />

Ana Paula Pedrosa<br />

A relação entre diretores e ex-diretores da Agência Nacional de Energia<br />

Elétrica (Aneel) e as empresas que a agência tem obrigação de regular<br />

deve ser investigada pelo Ministério Público Federal (MPF). O pedido de<br />

investigação partiu da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que<br />

investigou o setor de energia elétrica.<br />

No relatório que foi aprovado na última segunda-feira, até o último<br />

momento, havia a intenção de pedir o indiciamento do diretor geral da<br />

Aneel, Nelson Hubner. A acusação era de prevaricação (crime contra a<br />

administração pública), por não ter apresentado à CPI os dados<br />

referentes às perdas dos consumidores provocadas pelo erro na<br />

metodologia de cálculo do reajuste tarifário.<br />

No parecer final, porém, foi pedida apenas a investigação de Hubner e de<br />

18 ex-diretores e superintendentes da agência. Os dep utados suspeitam<br />

que os dirigentes do órgão regulador tenham privilegiado algumas das


empresas que deveriam fiscalizar. Os deputados também acusam os exdiretores<br />

de não cumprirem a quarentena de <strong>12</strong> meses estabelecida na<br />

lei de 1996, que criou a Aneel. A quarentena é o prazo que a pessoa tem<br />

que aguardar entre sair do cargo no órgão público e começar a trabalhar<br />

em alguma empresa privada.<br />

Controle externo. A CPI da Energia Elétrica sugeriu a criação de um<br />

conselho de agências reguladoras, para fazer um controle externo dos<br />

órgãos. Esse conselho seria formado por dois integrantes indicados pela<br />

Câmara dos Deputados, dois indicados pelo Senado, dois indicados pelo<br />

Executivo e três representantes dos órgãos de defesa do consumidor,<br />

com mandato de dois anos.<br />

O deputado federal Elismar Prado (PT-MG), um dos integrantes da CPI da<br />

Energia Elétrica, diz que o órgão é necessário para garantir mais<br />

transparência e isenção aos processos de reajustes tarifários. Já o<br />

deputado esta dual Délio Malheiros (PV) não concorda. De acordo com<br />

ele, a responsabilidade de fiscalizar a atuação das agências é do<br />

Ministério Público, e não é necessário criar outro órgão fiscalizador para<br />

isso.<br />

Conserto. A CPI também apresentou sugestões sobre o ressarcimento do<br />

consumidor em caso de queima de equipamentos provocada por<br />

problema na rede elétrica. Hoje, o consumidor tem que esperar até dez<br />

dias pela vistoria da distribuidora. Se o aparelho for consertado antes, o<br />

consumidor perde o direito à indenização.<br />

De acordo com o deputado Elismar Prado, a ideia é que as distribuidoras<br />

criem uma rede de assistência técnica credenciada onde o consumidor<br />

possa levar os aparelhos para conserto imediato. Os técnicos dessas<br />

empresas fariam um laudo ou parecer sobre a causa do dano do<br />

equipamento e o consumidor apresentaria esse documento junto com a<br />

nota fiscal do conserto para ser ressarcido. O prazo para que a<br />

distribuidora pague seria de 48 horas.<br />

Publicado em: 07/<strong>12</strong>/20<strong>09</strong>

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