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Metamorfoses da paisagem e do habitar em Brasília - FAV | UFG

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METAMORFOSES DA PAISAGEM E DO HABITAR EM BRASÍLIA: CASO DA<br />

ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS<br />

Pedro Henrique Máximo Pereira<br />

arqurbarv.pedrohenrique.mx@gmail.com<br />

Universi<strong>da</strong>de de <strong>Brasília</strong><br />

Universi<strong>da</strong>de Estadual de Goiás<br />

Universi<strong>da</strong>de Federal de Goiás<br />

Resumo<br />

este trabalho discute as relações existentes entre Paisag<strong>em</strong> e Habitar na ci<strong>da</strong>de de <strong>Brasília</strong>,<br />

sob o conceito de metamorfose, que se fun<strong>da</strong> a partir <strong>do</strong> momento <strong>em</strong> que se consideram<br />

as t<strong>em</strong>porali<strong>da</strong>des e espaciali<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s interferências humanas. Diante disso, o recorte<br />

espacial é a esplana<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Ministérios, que apresenta uma tensão existente entre o cotidiano<br />

e o monumental, respectivamente representa<strong>do</strong>s pela ro<strong>do</strong>viária e o congresso nacional, na<br />

estrutura <strong>do</strong> lugar que se configura no vazio que os permeia. A probl<strong>em</strong>ática suscita<strong>da</strong> refere-se<br />

a uma nova espécie de <strong>habitar</strong> a <strong>paisag<strong>em</strong></strong> moderna que foi redesenha<strong>da</strong> a partir desta nova<br />

espaciali<strong>da</strong>de.<br />

Palavras-chave: Paisag<strong>em</strong>, Habitar, <strong>Brasília</strong><br />

Abstract<br />

this work discusses the relations existents between Landscape and Dwelling in the <strong>Brasília</strong> city,<br />

under concept of metamorphose, which flows from the moment that consider the t<strong>em</strong>poralities<br />

and spatialities of human interferences. Given this, the studies area is the esplanade of Ministries,<br />

which presents a tension between the <strong>da</strong>ily and the monumental, respectively represented by the<br />

congress and the national road, in the structure of the place that sets up the void that permeates<br />

th<strong>em</strong>. the issue raised relates to a new species to dwelling the modern landscape that has been<br />

redrawn from this new spatiality.<br />

Key-works: Landscape, Dwelling, <strong>Brasília</strong><br />

1. O Background <strong>da</strong> Discussão: <strong>do</strong> político ao cultural<br />

O movimento moderno brasileiro possuiu algumas especifici<strong>da</strong>des se<br />

o compararmos às manifestações <strong>do</strong> mesmo caráter na europa e esta<strong>do</strong>s<br />

Uni<strong>do</strong>s. o que o diferenciou, <strong>em</strong> termos gerais, foi a sua estreita vinculação à<br />

identi<strong>da</strong>de nacional, que buscou na história os fun<strong>da</strong>mentos para a construção<br />

de sua brasili<strong>da</strong>de. o movimento antropofágico de 1928 representou o auge<br />

desta relação, que colheu de forma plena os frutos <strong>da</strong>s manifestações ocorri<strong>da</strong>s<br />

precedent<strong>em</strong>ente no território nacional, como a exposição de anita Malfatti <strong>em</strong><br />

1917 e a S<strong>em</strong>ana de arte Moderna de 1922.<br />

a déca<strong>da</strong> de 1920 foi d<strong>em</strong>asia<strong>da</strong> importante para este movimento no país,<br />

não somente pelos eventos acima cita<strong>do</strong>s, mas pelo olhar volta<strong>do</strong> à cultura<br />

nacional e suas manifestações precedentes. os nomes chaves deste marco<br />

iSSn 2316-6479<br />

Monteiro, r. H. e rocHa, c. (orgs.). anais <strong>do</strong> V S<strong>em</strong>inário nacional de Pesquisa <strong>em</strong> arte e cultura Visual<br />

Goiânia-Go: <strong>UFG</strong>, FaV, 2012<br />

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foram Lucio costa 1 e tarsila <strong>do</strong> amaral 2 que se atentaram para as ci<strong>da</strong>des<br />

mineiras a fim de observar a arte colonial e encontrar nestas manifestações o<br />

cerne de um possível espírito nacional.<br />

as déca<strong>da</strong>s 1930 e 1940 apresentaram ao país importantes nomes de<br />

artistas que fizeram este trabalho de pesquisa <strong>da</strong>s manifestações culturais<br />

plurais <strong>do</strong> Brasil. entre Lucio costa e tarsila <strong>do</strong> amaral estavam oscar<br />

ni<strong>em</strong>eyer, oswald de andrade, affonso eduar<strong>do</strong> reidy, Flávio de carvalho,<br />

cândi<strong>do</strong> Portinari entre outros, que consoli<strong>da</strong>ram no país o movimento moderno<br />

e tiveram um importante papel de representa-lo nas formas de pintura, escultura,<br />

arquitetura, literatura e música.<br />

a segun<strong>da</strong> república abraçou este grande projeto moderno, primeiro, por<br />

sua estreita vinculação à alta burguesia cafeeira paulista, segun<strong>do</strong>, pela projeção<br />

nacional que se vislumbrava a partir <strong>da</strong>s manifestações artísticas. Uma prova disso<br />

é o cenário <strong>do</strong> rio de Janeiro que se transformou com a consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> escola<br />

carioca de arquitetura que possibilitou importantes intervenções arquitetônicas e<br />

urbanas para garantir à até então capital nacional, um status de ci<strong>da</strong>de moderna,<br />

como a construção <strong>do</strong> Ministério <strong>da</strong> educação e Saúde <strong>em</strong> 1937, o aeroporto<br />

Santos Dumont <strong>em</strong> 1947 e o Museu de arte Moderna <strong>em</strong> 1948.<br />

este importante vínculo entre política e arte tiveram <strong>em</strong> <strong>Brasília</strong> o apogeu<br />

desta relação. tratou-se de unir <strong>em</strong> um só projeto arte, técnica e ciência. a<br />

construção <strong>da</strong> nova capital federal, tanto no senti<strong>do</strong> ideológico quanto no senti<strong>do</strong><br />

projetual, assumiu t<strong>em</strong>porali<strong>da</strong>des múltiplas e paralelas que se intercruzaram<br />

sob a decisão política de Juscelino Kubistchek e nos traços de Lucio costa nos<br />

anos de 1950. <strong>Brasília</strong>, nome pensa<strong>do</strong> por José Bonifácio <strong>em</strong> 1823, revelou que<br />

o desejo de transferência <strong>da</strong> capital federal <strong>da</strong>ta os mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XiX. além<br />

<strong>do</strong> percurso histórico que levou à construção de <strong>Brasília</strong> <strong>em</strong> 1960 e de seus<br />

condicionantes, Lucio costa trouxe no plano <strong>da</strong> capital uma ebulição teórica que<br />

apresentou raízes historiográficas desde a filosofia social, também <strong>da</strong> primeira<br />

metade <strong>do</strong> século XiX (LeitÃo e FicHer, 2009, p. 20-21).<br />

1 nasceu na França <strong>em</strong> 1902 e mu<strong>do</strong>u-se para o Brasil aos 14 anos. É conheci<strong>do</strong> como um <strong>do</strong>s “intérpretes <strong>do</strong> Brasil”,<br />

pois t<strong>em</strong> um intenso trabalho de análise e pesquisa quanto a uma identi<strong>da</strong>de nacional. Formou-se pela escola<br />

nacional de Belas artes <strong>do</strong> rio de Janeiro <strong>em</strong> 1924, <strong>da</strong> qual foi diretor por nove meses. criou o SPHan <strong>em</strong> 1937<br />

juntamente com rodrigo de Melo e carlos Drummond de andrade, e revelou ao país o importante arquiteto oscar<br />

ni<strong>em</strong>eyer (ScHLee, 2010).<br />

2 nasceu <strong>em</strong> São Paulo <strong>em</strong> 1886, na déca<strong>da</strong> de 1910 estu<strong>do</strong>u pintura e escultura no país e <strong>em</strong> 1920 foi à França<br />

estu<strong>da</strong>r na acad<strong>em</strong>ie Julien, e logo retornou ao país, para participar <strong>da</strong> S<strong>em</strong>ana de arte Moderna de 1922. Foi uma<br />

importante artista <strong>do</strong> movimento antropofágico, e pintou <strong>em</strong> suas obras os diversos brasis observa<strong>do</strong>s <strong>em</strong> suas<br />

pesquisas de campo.<br />

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Fruto, tanto <strong>da</strong> síntese <strong>da</strong>s reflexões precedentes sobre a ci<strong>da</strong>de moderna,<br />

quanto de um desejo histórico 3 de transferência <strong>da</strong>ta<strong>da</strong> desde 1823, <strong>Brasília</strong>,<br />

enquanto narrativa e discurso, assumiu um papel simbólico de ci<strong>da</strong>de total diante<br />

<strong>da</strong> articulação dialética estabeleci<strong>da</strong> entre ord<strong>em</strong> e poder, cultura e política, arte<br />

e ciência, encontran<strong>do</strong> nos traços e Lucio costa e nas obras de ni<strong>em</strong>eyer que<br />

se localizam no eixo monumental, a celebração <strong>do</strong>s mitos de progresso e <strong>da</strong>s<br />

ideologias nacionais (ScHULZ, 2008, p.176 – 177).<br />

2. Das metamorfoses: <strong>da</strong> <strong>paisag<strong>em</strong></strong> ao <strong>habitar</strong><br />

a ci<strong>da</strong>de como obra de arte expõe uma imag<strong>em</strong> direta <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po,<br />

através de um presente porta<strong>do</strong>r não apenas de futuros, mas também<br />

de outros passa<strong>do</strong>s possíveis. ScHULZ, 2008<br />

“nasceu <strong>do</strong> gesto primário de qu<strong>em</strong> assinala um lugar ou dele toma posse:<br />

<strong>do</strong>is eixos cruzan<strong>do</strong>-se <strong>em</strong> ângulo reto, ou seja, o próprio sinal <strong>da</strong> cruz.” Foi assim<br />

que Lucio costa (2009, p.36) iniciou a descrição <strong>do</strong> processo de concepção <strong>da</strong><br />

nova capital Federal <strong>do</strong> Brasil, <strong>em</strong> 1957. Freitas (2007), estabelecen<strong>do</strong> um diálogo<br />

entre a transmutação sígnica ocorri<strong>da</strong> entre a imag<strong>em</strong>-ideia e a imag<strong>em</strong>-objeto <strong>do</strong><br />

processo de concepção e construção de <strong>Brasília</strong>, diz: “seu desenho, um pássaro,<br />

um avião ou um arco-e-flecha, é resulta<strong>do</strong> de imagens construí<strong>da</strong>s por uma<br />

geometria tensiona<strong>da</strong>...” (ibid., p. 8) e com isso, “o recurso de Lucio costa à orig<strong>em</strong><br />

<strong>da</strong> formação <strong>da</strong> ocupação territorial brasileira, ten<strong>do</strong> como alicerce o signo cristão<br />

fez o primeiro traça<strong>do</strong> <strong>da</strong> nova capital...” (ibid., p. 9 – Figura 1). neste senti<strong>do</strong>,<br />

buscou-se como aponta Puls (2006, p. 10), a construção de um mun<strong>do</strong> artificial,<br />

onde seus artefatos exist<strong>em</strong> <strong>em</strong> função <strong>do</strong> hom<strong>em</strong> para garantir sua existência.<br />

Lucio costa desenhou nas planícies <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong> brasileiro, no centro <strong>do</strong><br />

país, o centro <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>em</strong> sua mais subliminar interpretação. assim como nos<br />

aponta Mircea eliade (1992), fun<strong>da</strong><strong>do</strong> o centro <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, o cosmo4 se estabelece<br />

por uma hierofania qualquer5 . Este, o espaço cria<strong>do</strong>, d<strong>em</strong>arca<strong>do</strong> e hierarquiza<strong>do</strong>,<br />

se estratifica diante <strong>do</strong> universo identitário que é, ao mesmo t<strong>em</strong>po, construí<strong>do</strong><br />

3 Segun<strong>do</strong> Leitão e Ficher (2009, p. 20-21), a fomentação de transferência <strong>da</strong> capital Federal ganhou senti<strong>do</strong> quan<strong>do</strong><br />

de fato houve, durante o transcorrer <strong>do</strong>s anos, diversos estu<strong>do</strong>s de longo alcance, que vislumbraram um possível sítio<br />

para a construção de <strong>Brasília</strong> após a Proclamação <strong>da</strong> república. t<strong>em</strong>-se a destacar o quadrilátero cruls (<strong>em</strong> 1892,<br />

após a proclamação <strong>da</strong> república, foi nomea<strong>da</strong> a comissão para a escolha <strong>do</strong> sítio <strong>do</strong> Distrito Federal. a comissão<br />

estabeleci<strong>da</strong> foi constituí<strong>da</strong> por 22 militares e chefia<strong>da</strong> pelo astrônomo Luiz Cruls, que percorreu a região por sete<br />

meses e constituíram o relatório cruls. como resulta<strong>do</strong> imediato destes trabalhos, d<strong>em</strong>arcou-se o quadrilátero cruls<br />

com dimensões de 160x90km, no esta<strong>do</strong> de Goiás), primeira d<strong>em</strong>arcação no território <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> de Goiás, que, pelas<br />

“... acui<strong>da</strong>des de suas informações fez com que seja possível considera-lo também uma primeira aproximação ao<br />

projeto <strong>da</strong> capital...” (ibid 2009, p. 22). esta locali<strong>da</strong>de foi consideravelmente amplia<strong>da</strong> pelos estu<strong>do</strong>s posteriores,<br />

levan<strong>do</strong>-se <strong>em</strong> consideração os aspectos físico-geográficos <strong>do</strong> sítio, aspectos estes que faz<strong>em</strong> parte <strong>da</strong> <strong>paisag<strong>em</strong></strong><br />

que se erigiu sob as ideias de Lucio costa.<br />

4 Estabeleci<strong>do</strong> o lugar, estabelece-se o Cosmo e o Caos, sen<strong>do</strong> este segun<strong>do</strong>, uma “ameaça” à organização<br />

estabeleci<strong>da</strong> nas ações hierofânicas e simbólicas.<br />

5 Para Mircea eliade (1992), a hierofania acontece quan<strong>do</strong> o sagra<strong>do</strong> se manifesta.<br />

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pelo fenômeno <strong>do</strong> <strong>habitar</strong>. <strong>em</strong> outras palavras, à medi<strong>da</strong> que se fun<strong>da</strong> o espaço,<br />

fun<strong>da</strong>-se o universo, o cosmo, o lugar <strong>do</strong> Ser no mun<strong>do</strong>: “instalar-se num território,<br />

construir uma mora<strong>da</strong> pede, conforme vimos, uma decisão vital, tanto para a<br />

comuni<strong>da</strong>de como para o indivíduo. trata-se de assumir a criação <strong>do</strong> “mun<strong>do</strong>”<br />

que se escolheu <strong>habitar</strong>” (ibid, p. 31).<br />

Figura 1 - croquis de Lucio costa de sua proposta para <strong>Brasília</strong> no concurso de 1957. as imagens representam o<br />

processo de concepção <strong>da</strong> capital Federal. Fonte: Lucio costa, 2009, p. 36.<br />

a <strong>Brasília</strong> foi atribuí<strong>da</strong> <strong>em</strong> 1960, mais que a imag<strong>em</strong> de uma nova ci<strong>da</strong>de.<br />

A imag<strong>em</strong> de <strong>Brasília</strong> significou para os brasileiros uma nova geração, moderna,<br />

organiza<strong>da</strong>, distinta de suas ci<strong>da</strong>des confusas de orig<strong>em</strong> portuguesa e <strong>da</strong>s<br />

<strong>em</strong>ergentes metrópoles <strong>em</strong> processos de industrialização6 (BrUanD, 2003).<br />

contu<strong>do</strong>, a ci<strong>da</strong>de construí<strong>da</strong> pela novacap não foi exatamente a ci<strong>da</strong>de pensa<strong>da</strong><br />

inicialmente por Lucio costa. assim como considerou argan (2005, p. 73),<br />

...a chama<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de ideal na<strong>da</strong> mais é <strong>do</strong> que um ponto de referência<br />

<strong>em</strong> relação ao qual se med<strong>em</strong> os probl<strong>em</strong>as <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de real, a qual,<br />

pode, s<strong>em</strong> dúvi<strong>da</strong>, ser concebi<strong>da</strong> como uma obra de arte que,<br />

no decorrer de sua existência, sofreu modificações, alterações,<br />

acréscimos, diminuições, deformações, às vezes ver<strong>da</strong>deiras crises<br />

destrutivas. (grifo meu)<br />

este pensamento arganiano pode ser perfeitamente aplicável ao caso de<br />

<strong>Brasília</strong>. De fato, há um distanciamento entre o projeto apresenta<strong>do</strong> por Lucio<br />

costa e a ci<strong>da</strong>de executa<strong>da</strong>, fatores estes que alteraram substancialmente a<br />

Paisag<strong>em</strong>. Segun<strong>do</strong> Milton Braga (2010, p. 227-231), houve um deslocamento<br />

para leste <strong>da</strong> área central que compreende o cruzamento <strong>do</strong>s eixos estruturantes,<br />

aumentan<strong>do</strong> assim, tanto para leste quanto para oeste as dimensões <strong>do</strong> eixo<br />

monumental (Figura 2). além de uma série de espaços “suprimi<strong>do</strong>s”, os edifícios<br />

<strong>do</strong>s ministérios foram diminuí<strong>do</strong>s para fins econômicos, expandin<strong>do</strong> assim a<br />

largura <strong>do</strong> grama<strong>do</strong> central, que configura um grande vazio que permite o diálogo<br />

entre os edifícios inseri<strong>do</strong>s na esplana<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Ministérios e a ro<strong>do</strong>viária.<br />

6 A desconsiderar as duas capitais regionais planeja<strong>da</strong>s precedent<strong>em</strong>ente, Belo Horizonte e Goiânia, que de certo<br />

mo<strong>do</strong>, apresentaram sucesso <strong>em</strong> seus processos de urbanização e incitaram a execução <strong>do</strong> antigo sonho <strong>do</strong> país<br />

de transferência <strong>da</strong> capital (BrUanD, 2003, p.353)<br />

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Figura 2 - À esquer<strong>da</strong> o plano apresenta<strong>do</strong> por Lucio costa à noVacaP <strong>em</strong> 1957 e à esquer<strong>da</strong> o plano construí<strong>do</strong>,<br />

apresentan<strong>do</strong> as metamorfoses existentes entre o ideal e o construí<strong>do</strong>. Fonte: costa e Lima, 2009, p.50.<br />

ana Medeiros (2007) indica que há uma identi<strong>da</strong>de implícita na Paisag<strong>em</strong><br />

Cultural que se configurou ao se erigir e se manter por tanto t<strong>em</strong>po, a relação<br />

entre estes edifícios, o horizonte, e os vazios. Uma m<strong>em</strong>ória diretamente liga<strong>da</strong><br />

aos monumentos que r<strong>em</strong><strong>em</strong>oram os t<strong>em</strong>pos áureos, não somente <strong>da</strong> arquitetura<br />

e urbanismo brasileiros, mas de uma socie<strong>da</strong>de sonha<strong>do</strong>ra e idealista. esta<br />

imag<strong>em</strong> identitária ficou ain<strong>da</strong> mais marca<strong>da</strong> quan<strong>do</strong> a Ro<strong>do</strong>viária se consoli<strong>do</strong>u<br />

como ponto de encontro e passag<strong>em</strong>, onde uma ebulição cultural <strong>da</strong>s massas<br />

brasileiras advin<strong>da</strong>s de to<strong>da</strong>s as partes <strong>do</strong> país passava por ela, fazen<strong>do</strong> Lucio<br />

costa, ao observar a apropriação <strong>da</strong> ro<strong>do</strong>viária, reconhecer que “eles (as<br />

massas) estão com a razão, eu é que estava erra<strong>do</strong>... Na ver<strong>da</strong>de, o sonho foi<br />

menor <strong>do</strong> que a reali<strong>da</strong>de” (apud MeDeiroS, 2007, p. 5).<br />

o percurso que se estabelece entre a ro<strong>do</strong>viária e o congresso nacional (2<br />

km) e seus edifícios conjuntamente com a bor<strong>da</strong> <strong>do</strong>s vazios que os configuram,<br />

fun<strong>do</strong>u uma espécie de estrutura Lugar, onde no vazio <strong>em</strong> específico, se<br />

estabelece as tensões fortuitas de um <strong>habitar</strong> multifaceta<strong>do</strong>. Por um la<strong>do</strong> o<br />

<strong>habitar</strong> ideal, habita<strong>do</strong> por um parentesco próximo ao Modulor, que reconhece<br />

a especifici<strong>da</strong>de deste espaço e se apropria dele nas t<strong>em</strong>porali<strong>da</strong>des pensa<strong>da</strong>s<br />

a priori por Lucio costa. Por outro la<strong>do</strong> o <strong>habitar</strong> real, habita<strong>do</strong> por um ser de<br />

personali<strong>da</strong>des múltiplas e híbri<strong>da</strong>s, advin<strong>do</strong> de diversas espaciali<strong>da</strong>des <strong>do</strong> país<br />

e <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, de diversas origens socioculturais, e fragmentário por essência.<br />

contrapon<strong>do</strong> pelas margens o discurso de Medeiros (2007), na defesa<br />

de que no espaço se encontram duas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des de brechas (objetiva –<br />

socioeconômicas – e subjetiva – poética) e nele se “inscrev<strong>em</strong>” e “realizam”<br />

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as diferenças, <strong>da</strong> menor à extr<strong>em</strong>a, que ana Fani 7 (2007, p.13), ao olhar para<br />

a Esplana<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Ministérios, diz que na morfologia que configura este espaço,<br />

os passos <strong>do</strong> flâneur são “proibi<strong>do</strong>s” 8 . De fato existe um distanciamento entre<br />

apreensão e apropriação, e se o espaço não propicia este segun<strong>do</strong>, cabe ao<br />

habitante reinventar as possibili<strong>da</strong>des de fazê-lo. Sobre os grama<strong>do</strong>s centrais<br />

deste trecho, por ex<strong>em</strong>plo, observa-se “estrias” estabeleci<strong>da</strong>s pelos percursos<br />

<strong>do</strong>s transeuntes nas mais diversas direções e intensi<strong>da</strong>des. não obstante ao<br />

percurso estabeleci<strong>do</strong> pelas vias desenha<strong>da</strong>s por Lucio costa, a completude<br />

<strong>da</strong> percepção e apropriação se dá no centro, quan<strong>do</strong> o percurso se estabelece<br />

sobre os grama<strong>do</strong>s e as tensões entre o poder (monumental - representa<strong>do</strong> pelo<br />

congresso nacional) e o popular (cotidiano – representa<strong>do</strong> pela ro<strong>do</strong>viária) se<br />

manifestam na mais sublime intensi<strong>da</strong>de: apesar <strong>da</strong> distância que configura o<br />

vazio, estas distintas cama<strong>da</strong>s <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de parec<strong>em</strong> “<strong>da</strong>r as mãos”.<br />

esse fato nos r<strong>em</strong>ete à ilustre colocação de Brandão (2007), perfeitamente<br />

aplicável ao caso de <strong>Brasília</strong>, que diz que “...o monumento surge de nosso mo<strong>do</strong><br />

de <strong>habitar</strong> o mun<strong>do</strong>, de nossa experiência ativa dele, de nossos gestos e ações<br />

no mun<strong>do</strong> público” (ibid., p. 54) Sen<strong>do</strong> assim, o monumento que se comporta<br />

como el<strong>em</strong>ento transt<strong>em</strong>poral – está hoje, r<strong>em</strong><strong>em</strong>ora um passa<strong>do</strong> e se destina<br />

ao futuro e por muitas vezes intangível -, se torna um componente <strong>do</strong> cotidiano e<br />

<strong>do</strong> <strong>habitar</strong>, sen<strong>do</strong> construí<strong>do</strong> como um Lugar no qual “...hom<strong>em</strong> presente habita<br />

o real (e não o passa<strong>do</strong> ou o futuro) e nele constrói sua ver<strong>da</strong>de e sua salvação<br />

enquanto indivíduo inseri<strong>do</strong> <strong>em</strong> um mun<strong>do</strong> público” (ibid., p. 54).<br />

Em sua especifici<strong>da</strong>de, relações t<strong>em</strong>porais se estabelec<strong>em</strong> no processo de<br />

construção e apropriação <strong>do</strong> espaço, e este, <strong>em</strong> uma estrutura mais complexa,<br />

se transforma <strong>em</strong> Lugar à medi<strong>da</strong> que uma outra estrutura, a simbólica, sob a<br />

forma de uma película tênue se estabelece entre o habitante e o espaço habita<strong>do</strong><br />

“numa espécie de paraíso terrestre <strong>da</strong> matéria, fundi<strong>do</strong> na <strong>do</strong>çura de uma matéria<br />

adequa<strong>da</strong>” (BacHeLarD, 2005, p.27).<br />

7 Ana Fani (2007) define lugar como sen<strong>do</strong> “a porção <strong>do</strong> espaço apropriável para a vi<strong>da</strong>”. São pelas diversas maneiras<br />

que o hom<strong>em</strong> se apropria <strong>do</strong> espaço <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, seja caminhan<strong>do</strong>, locomoven<strong>do</strong>, trabalhan<strong>do</strong>, flanan<strong>do</strong>, etc., que<br />

os espaços vão ganhan<strong>do</strong> significa<strong>do</strong>s pelo uso e apropriação. Fani também destaca o espaço vazio e monumental<br />

como sen<strong>do</strong> detentores <strong>do</strong> lugar, não somente estabelec<strong>em</strong> laços com a história de um povo, mas carregam consigo<br />

o peso <strong>da</strong> história <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de.<br />

8 A distância entre os edifícios, a priorização <strong>do</strong> tráfego de carros contribu<strong>em</strong> para uma “expulsão” <strong>do</strong> flâneur.<br />

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Figura 3 - A simetria alcança<strong>da</strong> por Lucio Costa e Ni<strong>em</strong>eyer, o Horizonte e o Vazio.<br />

Fonte: nacaoturismo.com.br.<br />

Permanecen<strong>do</strong> “intacta” por aproxima<strong>da</strong>mente 47 anos, a Paisag<strong>em</strong> <strong>do</strong> trecho<br />

ro<strong>do</strong>viária – congresso nacional (Figura 3), <strong>em</strong> 2006, recebeu outros importantes<br />

edifícios de autoria de ni<strong>em</strong>eyer: a Biblioteca nacional9 e o Museu nacional, na<br />

porção Sul <strong>do</strong> Setor cultural. De grande impacto visual, a simetria consegui<strong>da</strong> por<br />

Lucio Costa ao pensar a disposição <strong>da</strong>s edificações e por Ni<strong>em</strong>eyer ao projetálos10<br />

, se perdeu por edificações que de massa pesa<strong>da</strong> e densa, ofuscaram o diálogo<br />

que se estabelecia ao fun<strong>do</strong> entre a catedral, os Ministérios e o congresso11 .<br />

Figura 4 - no primeiro plano <strong>da</strong> imag<strong>em</strong> o Museu nacional e ao fun<strong>do</strong> à direita a Biblioteca nacional,<br />

situa<strong>do</strong>s no Setor cultura, na esplana<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Ministérios. Fonte: autor, 2010.<br />

9 Figuerola (2007) diz que a massa <strong>da</strong> Biblioteca Nacional é sóbria e monumental.<br />

10 Fala-se aqui <strong>do</strong>s Ministérios, <strong>do</strong> Congresso Nacional, <strong>da</strong> Catedral e articulação entre eles por meio <strong>do</strong> vazio e <strong>do</strong><br />

horizonte.<br />

11 não se desconsidera a relevância <strong>do</strong> Palácio itamarati e o Palácio <strong>da</strong> Justiça. como eles, <strong>da</strong>s visa<strong>da</strong>s <strong>da</strong> ro<strong>do</strong>viária<br />

para o horizonte, se “escond<strong>em</strong>” atrás <strong>do</strong>s ministérios, sob esta perspectiva não se constitu<strong>em</strong> marcos visuais.<br />

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Diversas críticas foram feitas às obras, cuja grande maioria se dá pela<br />

grande interferência visual que estes edifícios possu<strong>em</strong>. claramente, estes<br />

edifícios que estão sobre uma mesma plataforma de concreto parec<strong>em</strong> “<strong>da</strong>r as<br />

costas” a to<strong>do</strong> o entorno e dialogar<strong>em</strong> entre si. Santos (2005) critica seu autor<br />

de forma incisiva, chama-o de autofágico e acusa-o de devorar seu próprio<br />

repertório num certo “espasmo criativo”. Medeiros (2007) por sua vez, <strong>em</strong><br />

defesa <strong>da</strong> preservação <strong>do</strong> silêncio cheio de significa<strong>do</strong>s que o vazio liberava,<br />

diz que o museu para muitos é um grito que ecoa, e “desrespeita” o vazio.<br />

S<strong>em</strong> tomar nenhum parti<strong>do</strong>, reflete-se aqui sobre as quali<strong>da</strong>des apropriativas<br />

<strong>do</strong> espaço <strong>do</strong> <strong>habitar</strong>, ou como nos diz Ana Fani (2007, p. 18), o espaço<br />

apropriável para a vi<strong>da</strong>. até que ponto a inserção destes edifícios interferiu na<br />

receptivi<strong>da</strong>de simbólica <strong>do</strong> trecho? É certo que a quali<strong>da</strong>de clássica de <strong>Brasília</strong><br />

consegui<strong>da</strong> por sua simetria se perdeu com a inserção destes edifícios, mas e<br />

a apropriação identitária <strong>do</strong> trecho, ain<strong>da</strong> se dá?<br />

trata-se de uma discussão de dupla argumentação. Se <strong>Brasília</strong><br />

representa o auge <strong>do</strong> movimento moderno no Brasil e no mun<strong>do</strong>, deveria ela<br />

ser congela<strong>da</strong> no t<strong>em</strong>po, e assim como as ci<strong>da</strong>des tradicionais históricas ser<strong>em</strong><br />

resguar<strong>da</strong><strong>da</strong>s enquanto patrimônios históricos? olhar para <strong>Brasília</strong> com olhos<br />

tradicionalistas a deixa desloca<strong>da</strong> dentro <strong>do</strong> seu próprio discurso. to<strong>da</strong>s as<br />

retóricas <strong>do</strong>s modernistas orto<strong>do</strong>xos apregoavam uma abrupta desvinculação<br />

de seus produtos com a história e com a tradição. no entanto, olhar para<br />

<strong>Brasília</strong> com por estes vieses lhe confer<strong>em</strong> um ar tradicionalista de um grande<br />

monumento urbano inscrito na história. até que ponto a inserção <strong>do</strong>s edifícios<br />

na explana<strong>da</strong> <strong>do</strong>s ministérios se colocam negativamente às expressões <strong>do</strong><br />

<strong>habitar</strong> moderno? Não seria estas intervenções a própria afirmação de seu<br />

caráter moderno?<br />

3. Colocações finais: <strong>habitar</strong> a <strong>paisag<strong>em</strong></strong> moderna<br />

Diante <strong>do</strong> discuti<strong>do</strong> no decorrer deste trabalho, constata-se que as<br />

metamorfoses <strong>da</strong> <strong>paisag<strong>em</strong></strong> urbana de <strong>Brasília</strong> ocorreram desde sua construção<br />

<strong>em</strong> relação ao plano original, e a inserção <strong>do</strong>s referi<strong>do</strong>s edifícios no Setor cultual<br />

metamorfosearam tanto a <strong>paisag<strong>em</strong></strong> urbana quanto cultural no que se refere ao<br />

trecho de estu<strong>do</strong>. não por acaso estas metamorfoses estiveram circunstancia<strong>da</strong>s<br />

por questões políticas, que buscavam vincular à <strong>paisag<strong>em</strong></strong> moderna sua imag<strong>em</strong>.<br />

contu<strong>do</strong>, estas obras trouxeram à esplana<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Ministérios seu caráter moderno<br />

de auto renovação. o conceito de metamorfose nos cabe neste contexto mais<br />

que o conceito de transformação, visto que o primeiro traz um caráter renova<strong>do</strong>r<br />

e reestrutura<strong>do</strong>r, muito liga<strong>do</strong> ao discurso progressista <strong>do</strong> movimento moderno.<br />

iSSn 2316-6479<br />

Monteiro, r. H. e rocHa, c. (orgs.). anais <strong>do</strong> V S<strong>em</strong>inário nacional de Pesquisa <strong>em</strong> arte e cultura Visual<br />

Goiânia-Go: <strong>UFG</strong>, FaV, 2012<br />

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as metamorfoses <strong>do</strong> <strong>habitar</strong>, no entanto, se dão por argumentos distintos.<br />

Habitar a <strong>paisag<strong>em</strong></strong> de <strong>Brasília</strong> se refere a uma postura moderna. a identi<strong>da</strong>de<br />

moderna que alvorece desde mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XVi solicitou novas espaciali<strong>da</strong>des<br />

e novas propostas estéticas. Le corbusier <strong>em</strong> seu manifesto L’Espirit Nouveu<br />

nos apresentou uma <strong>em</strong>ergencial necessi<strong>da</strong>de destas transformações visto<br />

o surgimento deste novo habitante <strong>do</strong> novo mun<strong>do</strong>, e <strong>em</strong> <strong>Brasília</strong>, de fato,<br />

materializou-se esta utopia. Observar, analisar e viver a <strong>paisag<strong>em</strong></strong> desta ci<strong>da</strong>de<br />

como se observa, analisa e vive a ci<strong>da</strong>de tradicional é de certo mo<strong>do</strong> incoerente,<br />

pois se trata de outra espécie de morfologia urbana, de outras leituras <strong>do</strong> <strong>habitar</strong><br />

e de novas maneiras de <strong>habitar</strong> a ci<strong>da</strong>de.<br />

4. Referências Bibliográficas<br />

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Minicurrículo<br />

Pedro Henrique Máximo Pereira é gradua<strong>do</strong> <strong>em</strong> arquitetura e Urbanismo pela UeG, mestran<strong>do</strong><br />

<strong>em</strong> arquitetura e Urbanismo pela UnB, acadêmico de artes Visuais Licenciatura pela <strong>UFG</strong> e<br />

professor de arquitetura e Urbanismo <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de estadual de Goiás.<br />

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Monteiro, r. H. e rocHa, c. (orgs.). anais <strong>do</strong> V S<strong>em</strong>inário nacional de Pesquisa <strong>em</strong> arte e cultura Visual<br />

Goiânia-Go: <strong>UFG</strong>, FaV, 2012<br />

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