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XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO<br />

Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.<br />

São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.<br />

APLICAÇÃO DO MÉTODO DA<br />

AVALIAÇÃO 360º PARA AUXILIAR NO<br />

PLANO DE CARREIRA DE UMA<br />

CONSULTORIA DE PEQUENO PORTE<br />

Patricia Gomes Ferreira da Costa (UERJ)<br />

patriciagfc@yahoo.com.br<br />

Lucas Pinheiro Vivone (UFRJ)<br />

lucasvivone@poli.ufrj.br<br />

Raquel Gonçalves Coimbra Flexa (CEFET-RJ)<br />

raquelflexa@yahoo.com<br />

Este trabalho se propõe a apresentar uma análise crítica da aplicação<br />

do método da avaliação 360º em uma consultoria de pequeno porte,<br />

com o objetivo de auxiliar no plano de carreira da mesma. Por<br />

intermédio da adaptação do modelo de questiionário convencional às<br />

necessidades da organização e para alcançar o desafio de integração<br />

da gestão de pessoas, proposto às empresas e aos órgãos de Recursos<br />

Humanos por Chiavenato (2008), buscou-se promover a relação entre<br />

desempenho, competência e potencial de desenvolvimento. Deste modo,<br />

foi possível balizar valores e competências necessárias a cada função,<br />

o que tornou a análise de dados estatísticos obtidos com a aplicação de<br />

questionários, promovida pelos autores, mais profícua. Além disso,<br />

foram reconhecidas características individuais dos funcionários a<br />

serem enaltecidas e/ou desenvolvidas, bem como as limitações do<br />

método empregado nessa pesquisa. Com base nos dados captados no<br />

estudo em questão, chegou-se à conclusão que o tema ainda é pouco<br />

estudado; contudo há grande potencial de expansão para gerar<br />

vantagem competitiva.<br />

Palavras-chaves: Avaliação de desempenho, Avaliação 360°,<br />

Competências


1. Introdução<br />

A gestão de pessoas é um grande trunfo e deve ser bem administrada, a fim de gerar vantagem<br />

competitiva, por meio da melhor aplicação dos envolvidos nesse ambiente e da manutenção<br />

contínua do desenvolvimento dos mesmos.<br />

A gestão de pessoas não se dá de forma linear e constante, pois está inserida em um contexto<br />

que varia em cada empresa e que engloba sua cultura, a estrutura organizacional adotada e<br />

tem relação com os ambientes interno e externo de seu negócio e com a tecnologia empregada<br />

(CHIAVENATO, 2008). Para o autor, seus novos desafios são promover a interação entre as<br />

pessoas, agregando – através do recrutamento e seleção –, desenvolvendo e aplicando-as, isto<br />

é, treinando de acordo com os valores da instituição, mantendo as que tiverem<br />

correspondência neste sentido, monitorando e recompensando, por mérito.<br />

A avaliação de desempenho tem a finalidade de obter informações sobre o comportamento<br />

profissional do avaliado durante o seu desempenho no trabalho (CARVALHO, 1998 apud<br />

MOURA). Nesse sentido, o processo de avaliar surge como uma fonte de insumos<br />

substanciais para o alcance do desafio de gerir pessoas de maneira eficaz, visto que, deste<br />

modo, a empresa pode se conhecer e entender a si e aos seus funcionários.<br />

Diante do contexto explicitado e, por intermédio de uma revisão da literatura técnicocientífica,<br />

foram definidas duas premissas como base para este artigo. A primeira de uma<br />

elaboração conceitual a respeito de: avaliação de desempenho, competências e potencial de<br />

desenvolvimento e motivação, para, em seguida, partirmos para um estudo de caso com a<br />

aplicação de um modelo convencional adaptado à realidade da empresa onde fora aplicada.<br />

2. Referencial conceitual<br />

2.1 Desempenho, competências e potencial<br />

Para Stoffel (2000), desempenho é uma ação que pode ser verificada e mensurada e, portanto,<br />

um desempenho bom ou ruim pode ser diferenciado com base na medição de ações já<br />

realizadas. Por outro lado, potencial é definido por Resende (2003 apud SOUZA et. al., 2005)<br />

como uma condição passível de ser desenvolvida, um poder inerente à pessoa, refletido nos<br />

“conhecimentos, habilidades, experiências, interesses, caráter, entre outros, disponível para<br />

aplicação em qualquer situação de vida e de trabalho”. Nesse sentido, a avaliação do potencial<br />

estima possibilidades do desempenho futuro, enquanto a do desempenho confirma ou não a<br />

estimativa (SOUZA et. al., 2005).<br />

Nisembaum (2000 apud REYES, 2005) define competência como a integração sinérgica das<br />

habilidades, conhecimentos e comportamentos, manifestada pelo alto desempenho da pessoa,<br />

que contribui para os resultados da organização. Já para Boyatzis (1982 apud SANTOS;<br />

UBEDA, 2008), competência é um conjunto de características marcantes de uma pessoa que<br />

garantem resultados efetivos e um melhor desempenho no trabalho. Sob esta perspectiva,<br />

Lawler III (1995 apud SANTOS; UBEDA, 2008) estabelece uma relação entre desempenho e<br />

competência afirmando que não é possível pensar o conceito de competência sem expor a<br />

lógica do desempenho humano, uma vez que a avaliação do desempenho norteia a formação<br />

de competências individuais, de acordo com as necessidades do negócio.<br />

2.2 Avaliação de desempenho<br />

Avaliar é a base para a apreciação de um fato, de uma ideia, de um objetivo ou de um<br />

resultado, e para a tomada de decisão sobre qualquer situação que envolve uma escolha<br />

2


(LUCENA, 1995 apud ALMEIDA et. al., [s.d.]), ou seja, é a investigação de acontecimentos<br />

de modo a intervir adequadamente em busca da melhoria dos resultados.<br />

Partindo do pressuposto que desempenho é o conjunto de entregas e resultados de<br />

determinada pessoa para a empresa ou o negócio (DUTRA, 2004 apud SANTOS; UBEDA,<br />

2008), a avaliação de desempenho é o processo de rever a atividade produtiva passada para<br />

avaliar a contribuição que os indivíduos fizeram para o alcance dos objetivos do sistema<br />

administrativo (CERTO, 1994 apud CHIAVENATO, 2008).<br />

Embora a avaliação de desempenho tenha como objetivo promover o desenvolvimento das<br />

pessoas e das equipes às quais elas pertencem, de acordo com Chiavenato (2008), existem<br />

riscos inerentes à esta atividade, tais como: os envolvidos perceberem a avaliação como uma<br />

crítica destrutiva ao invés de construtiva, uma época de recompensa ou punição - o que afeta o<br />

clima organizacional -, o processo como tendencioso, os comentários provenientes da<br />

avaliação impertinentes ou quando a avaliação é ínócua, isto é, com perguntas que não<br />

tenham relação com o objetivo delineado.<br />

Portanto, é essencial definir a clareza, a idoneidade, a importância e os benefícios de um<br />

processo de avaliação alinhado à estratégia e à cultura organizacional, ou seja, extirpando o<br />

cunho pessoal buscando tangenciar o lado profissional de forma mais incisiva, visto que este,<br />

geralmente, visa a auxiliar a política de remuneração, fator de relevância neste cenário.<br />

2.3 Avaliação 360°<br />

A avaliação 360º é uma ferramenta de análise para retroação que permite que todos os<br />

integrantes de uma empresa, setor ou grupo se autoavaliem e possam avaliar os demais<br />

componentes, de modo a ter uma visão mais completa acerca das carcterísticas, capacidades e<br />

habilidades de cada profissional envolvido no processo.<br />

Felippe (2005 apud SILVA; KOVALESKI, 2006) ressalta que uma das vantagens desta<br />

aplicação é a obtenção de resultados sob diferentes prismas, o que permite uma avaliação<br />

imparcial e torna o processo mais justo e confiável. Todavia, é importante salientar que é<br />

imprescindível que seja dado ao avaliado o feedback do seu trabalho, postura,<br />

comprometimento e evolução ao longo do tempo, para que o mesmo seja capaz de elaborar<br />

sua autocritica e tenha a possibilidade de melhoria contínua.<br />

Porém, há riscos inerentes ao processo de avaliação e feedback quando este é corretivo, pois<br />

existe a possibilidade de haver o choque de ser criticado, seguido da raiva e da repulsa pela<br />

pessoa e pelo comentário tecido, se o retorno é dado em um momento inadequado para o<br />

avaliado ou mesmo se ele o encara como destrutivo. Mas, se o processo for claro e justo, com<br />

o tempo, há a aceitação. É preciso compreender que cada indivíduo tem seu tempo e que este<br />

deve ser respeitado.<br />

Para minimizar estes riscos, é crucial promover a orientação de que o objetivo é permitir que<br />

cada pessoa descubra suas áreas cega e desconhecida, conforme figura a seguir, e tenha a<br />

oportunidade de, ao longo do tempo, diminuí-las à medida em que se expuser e passar a<br />

consultar outras para receber feedback e advogar por seus pensamentos e idéias.<br />

A Matriz Johari – figura 1 – é uma ferramenta utilizada para evidenciar áreas conhecidas e<br />

desconhecidas pelas pessoas que participam da avaliação e direciona à conscientização, de<br />

gestores e funcionários, pelo desenvolvimento de habilidades ainda imaturas e a<br />

potencialização de qualidades que devem ser mantidas, pois estas agregam valor ao trabalho<br />

executado, logo, ao serviço prestado.<br />

3


Fonte: Adaptado de Costa ([S.d.])<br />

3. Estudo de caso<br />

Figura 1 - Matriz Johari<br />

A empresa na qual o projeto foi desenvolvido é uma consultoria de pequeno porte, cujo<br />

quadro de funcionários possui cerca de 20 pessoas, em sua maioria, engenheiros de produção<br />

e graduandos em tal curso. A mesma tem como valores principais: a ética, a idoneidade e a<br />

proficiência, o comprometimento com o resultado, a responsabilidade social em relação a<br />

todos os stakeholders envolvidos, além da da cultura de captar e desenvolver jovens talentos.<br />

O objetivo geral foi realizar a avaliação de desempenho para subsidiar a migração no plano de<br />

cargos e salários, além da participação nos lucros.<br />

3.2 Etapas do projeto<br />

3.2.1 Definição dos critérios a serem avaliados<br />

Com base na análise dos objetivos e especificidades da empresa, o método escolhido para a<br />

avaliação de desempenho foi a 360º, pois o número de avaliados seria baixo e a periodicidade<br />

desejada – semestral – permitiria o envolvimento de todos sem afetar as operações centrais da<br />

empresa.<br />

Além disso, a avaliação 360°, por captar informações provenientes de pontos de vista<br />

hierárquicos distintos, permite a identificação de conflitos internos e das atividades em que<br />

cada avaliado se destacou positiva e/ou negativamente.<br />

O questionário foi elaborado utilizando-se o método de escala gráfica de classificação e sua<br />

escolha foi baseada na simplicidade de compreensão e análise dos dados e na facilidade de<br />

comparação dos resultados de diferentes avaliados, somado ao fato de essa escala facilitar a<br />

interpretação de resultados sem a assessoria de um especialista da área de psicologia. No<br />

projeto em questão, usou-se para todos os critérios a seguinte escala: 1 – Péssimo, 2 – Ruim, 3<br />

– Regular, 4 – Bom, 5 - Muito bom.<br />

4


Em complemento e com o intuito de garantir o alinhamento da avaliação de desempenho com<br />

os valores e com a estratégia da organização, foi realizado o levantamento das competências<br />

consideradas fundamentais para cada cargo da mesma.<br />

Em seguida e com base nas competências levantadas, os critérios utilizados nos questionários<br />

da avaliação foram elaborados e divididos em: comportamentais, que visavam avaliar o<br />

relacionamento interpessoal, flexibilidade e motivação; de trabalho, isto é, execução das<br />

tarefas, referentes ao trabalho em equipe com pontualidade, produtividade e<br />

comprometimento com resultados; e os critérios específicos para os gestores de projeto, que<br />

tangenciavam a questão do relacionamento com os clientes e gestão de recursos, metas e<br />

prazos.<br />

3.2.2 Aplicação dos questionários<br />

Antes da efetiva aplicação dos questionários, foi desenvolvida uma matriz de correlação –<br />

avaliados versus avaliadores -, cuja função era identificar e explicitar quais seriam os<br />

envolvidos na avaliação de cada funcionário – elaborada de acordo com as atividades nas<br />

quais o avaliado fora alocado no semestre corrente.<br />

Fonte: os autores (2009)<br />

Avaliadores<br />

Funcionário 1<br />

Funcionário 2<br />

Avaliados<br />

Funcionário 1 X X 2<br />

Funcionário 2 X X X X 4<br />

Funcionário 3 X X X X X 5<br />

Funcionário 4 X X X X X 5<br />

Funcionário 5 X X X X 4<br />

Funcionário 6 X X X X 4<br />

2 4 5 5 4 4<br />

Figura 2 - Matriz de correlação<br />

Em seguida, deu-se início a etapa de coleta de dados que, segundo Marconi e Lakatos (2008)<br />

se inicia com a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas. No caso,<br />

através de um formulário criado, no qual além das questões referentes aos critérios<br />

elaborados, foi inserido um campo para o preenchimento do nome do avaliado - para o caso<br />

da autoavaliação - e do tipo de relacionamento com o avaliado - para o caso das demais.<br />

Para responder aos devidos questionários, cada avaliado recebeu os mesmos via e-mail,<br />

devendo preencher, de maneira confidencial, sua autoavaliação e a avaliação daqueles com os<br />

quais teve envolvimento em projetos ao longo do semestre, indicando o tipo de relação<br />

hierárquica, para que, dessa maneira fosse viável distinguir a opinião dos gestores e dos<br />

demais membros. O prazo estabelecido para essa etapa do processo de avaliação foi de duas<br />

semanas.<br />

Funcionário 3<br />

Funcionário 4<br />

Funcionário 5<br />

Funcionário 6<br />

5


3.2.3 Análise e tratamento dos dados obtidos<br />

No passo posterior, seguindo a metodologia indicada por Marconi e Lakatos (2008) para a<br />

elaboração dos dados, foram executadas a seleção dos resultados obtidos, que consistiu em<br />

examiná-los criticamente para detectar falhas que pudessem prejudicar o resultado da<br />

pesquisa e a tabulação, isto é, sua disposição em tabelas que facilitassem a verificação.<br />

Os dados recebidos foram exportados e compilados em uma planilha Excel e, utilizando o<br />

mesmo software, foram elaborados gráficos de comparação para cada funcionário participante<br />

da avaliação. As comparações realizadas foram:<br />

Entre a autoavaliação e a média da avaliação de terceiros a respeito da pessoa em questão:<br />

análise que permitiu a identificação de discrepâncias de percepção entre o avaliado e os<br />

demais funcionários com os quais teve contato ao longo do semestre em projetos,<br />

evidenciando, portanto, suas áreas cegas e/ou ocultas.<br />

5<br />

4,5<br />

4<br />

3,5<br />

3<br />

2,5<br />

2<br />

1,5<br />

1<br />

4,2<br />

4 4 4,1 4<br />

3,9<br />

Relacionamento<br />

interpessoal<br />

Fonte: os autores (2009)<br />

Aprendizado<br />

contínuo<br />

Imagem -<br />

Interna<br />

3<br />

4,0<br />

Imagem -<br />

Cliente<br />

4<br />

4,3<br />

5<br />

4,1<br />

Motivação Flexibilidade<br />

Autoavaliação<br />

Média da<br />

avaliação de<br />

terceiros<br />

Figura 3 - Gráfico da autoavaliação versus a média da avaliação de terceiros<br />

Entre a média da avaliação de terceiros a respeito da pessoa em questão e a média geral das<br />

avaliações de terceiros: comparação que permite o posicionamento do avaliado diante da<br />

média geral da empresa, evidenciando pontos em que o mesmo se destaca e os que<br />

necessitam de evolução.<br />

6


5<br />

4,5<br />

4<br />

3,5<br />

3<br />

2,5<br />

2<br />

1,5<br />

1<br />

4,6<br />

Relacionamento<br />

interpessoal<br />

Fonte: os autores (2009)<br />

4,7<br />

4,9 4,9<br />

4,6 4,6<br />

4,3 4,4 4,4 4,4 4,3 4,2<br />

Aprendizado<br />

contínuo<br />

Imagem -<br />

Interna<br />

Imagem -<br />

Cliente<br />

Motivação Flexibilidade<br />

média da avaliação de<br />

terceiros<br />

média geral das<br />

avaliações<br />

Figura 4 - Gráfico da média da avaliação de terceiros versus a média geral das avaliações<br />

Entre a avaliação dos gestores dos projetos e a média da avaliação do restante da equipe a<br />

respeito da pessoa em questão: demonstra discrepâncias entre a avaliação e a análise dos<br />

gestores que interagiram com o funcionário ao longo do semestre e a realizada pelos<br />

componentes das equipes coordenadas por eles, dessa maneira, é verificada pelos<br />

coordenadores e gestores o alinhamento entre a própria visão a respeito do avaliado e a da<br />

equipe.<br />

5<br />

4,5<br />

4<br />

3,5<br />

3<br />

2,5<br />

2<br />

1,5<br />

1<br />

Fonte: os autores (2009)<br />

3,3<br />

4,3<br />

Média Geral de todos os critérios<br />

Gestores<br />

Restante da equipe<br />

Figura 5 - Gráfico da avaliação dos gestores dos projetos versus a média da avaliação do restante da equipe<br />

Além dos gráficos de comparação, para os funcionários que ao longo do período avaliado<br />

estiveram envolvidos em mais de uma atividade, em equipes diferentes, foi realizada também<br />

uma verificação de notas discrepantes, a fim de identificar se houve conflitos internos,<br />

aptidões ou tendências de motivação.<br />

7


3.2.4 Utilização dos resultados obtidos<br />

Com o objetivo de alinhar os gestores responsáveis pelo feedback, foi realizada uma reunião<br />

para expor novamente os objetivos da avaliação. A partir dai, as análises dos dados de cada<br />

funcionário foram apresentadas individualmente para o gestor responsável pelo feedback do<br />

mesmo.<br />

A reunião de feedback foi executada de forma particular, por cada gestor, que se<br />

responsabilizou pela apresentação dos pontos relevantes – positivos e/ou negativos –<br />

depreendidos da análise dos dados obtidos acerca de cada colaborador. Ao longo da mesma,<br />

foi facultado ao funcionário o direito de expressar opiniões, justificativas e, também, críticas<br />

construtivas e pertinentes.<br />

Por fim, para realizar a promoção daqueles que se destacaram ao longo do período corrente,<br />

foi realizada um estudo com base nas análises extraídas da avaliação e nos comentários de<br />

gestores e avaliados provenientes da reunião de feedback. Com isso, os funcionários que se<br />

destacaram na avaliação, de modo global, foram considerados dentro do perfil e alinhados<br />

com o foco da empresa, e que obtiveram as competências necessárias para ocupar a<br />

subcategoria imediatamente acima da atual, foram realocados de acordo com a política de<br />

carreira da empresa.<br />

4. Considerações finais<br />

Uma vez que uma pesquisa tenta conhecer e explicar fenômenos (TRUJILLO, 1974 apud<br />

MARCONI; LAKATOS, 2008), neste caso, definir, analisar e diagnosticar situações<br />

enfrentadas pelos funcionários da empresa, de modo a auxiliá-los na melhoria contínua de seu<br />

perfil profissional, as etapas de elaboração deste estudo se mostraram adequadas sob alguns<br />

apsectos e limitado em outros.<br />

As vantagens foram percebidas, pois, conforme pretendido, foi viável a indicação de fatores<br />

relevantes ao desenvolvimento profissional individual, depois porque permitiu que a empresa<br />

vislumbrasse seu quadro de funcionários, de acordo com as competências requeridas, o que<br />

auxiliou no plano de carreira da mesma.<br />

Uma das preocupações vigentes era em relação à pesquisa tornar-se inócua, com questões que<br />

não corroborassem o objetivo final. Mas, quanto à abrangência, o questionário se mostrou<br />

adequado. Entretanto, com a aplicação via e-mail, por intermédio da utilização de um<br />

formulário criado, houve alguns problemas em relação à submissão das avaliações e que não<br />

foram indicadas pela plataforma, mas que, felizmente, não prejudicaram o resultado final.<br />

Contudo, diante deste fato, sugere-se o desenvolvimento e a aplicação de softwares mais<br />

seguros e adequados à esta finalidade, visto que, com maior número de dados, é preferível a<br />

utilização de um suporte que seja capaz de elaborar gráficos e correlações automaticamente, a<br />

fim de que seja despendido menor tempo na compilação e tabulação dos resultados e para que<br />

seja dedicado maior esforço nas análises.<br />

Outro fator relevante mencionado nas reuniões de feedback, foi a utilização da escala com 5<br />

níveis. As pessoas acabaram não achando clara a distinção entre estes, o que propiciou<br />

variações de compreensão. Além disso, no caso da avaliação do critério de conhecimentos<br />

técnicos, alguns funcionários realizaram a avaliação associando-o diretamente ao cargo.<br />

Esta indefinição suscitou a reflexão sobre a reavaliação da escala de modo a deixá-la menos<br />

abrangente, reduzindo a possibilidade de compreensões distintas acerca de sua descrição.<br />

Outra possibilidade é a separação dos questionários por cargo.<br />

8


Em meio à análise final da avaliação de desempenho, realizada junto a toda a equipe da<br />

empresa, surgiu o anseio de haver justificativa para notas baixas, quando possível, por<br />

intermédio da exposição de fatos reais, a fim de que seja possível a quem estiver recebendo o<br />

feedback identificar suas falhas e buscar melhorar neste aspecto, além de possibilitar a<br />

justificativa e o direito à defesa.<br />

Enfim, dada a relevância do processo de avaliação de desempenho, sugerimos estudos<br />

voltados a outras utilizações dos dados obtidos além de possíveis desdobramentos da<br />

avaliação 360° como ferramenta de geração de informações para a gestão de pessoas.<br />

Referências<br />

ALMEIDA, Katia de. et. al. A remuneração baseada no desempenho e seus impactos no negócio: um estudo de<br />

caso. [s.l.], [s.d.]. Disponível em:<br />

. Acesso em 23 fev.<br />

2010.<br />

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 3 ed.<br />

Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.<br />

COSTA, Arley. Percepção interpessoal. Macapá: Unifap, [s.d.].<br />

MARCONI, M.A.; LAKATOS, E. M.. Técnicas de Pesquisa. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2008.<br />

MOURA, Silvia Teresa de. Avaliação de Desempenho uma Visão Atual. São Paulo, [s.d.]. Disponível em:<br />

. Acesso em: 19 abril 2010.<br />

REYES, Jose Antonio Aravena. et. al. A implementação do sistema de gestão de pessoas por competência:<br />

estudo de caso: DaimlerChrysler do Brasil. In: XXV ENEGEP. XXV ENEGEP: A Engenharia de Produção e a<br />

Universidade Empreendedora. Porto Alegre: 2005.<br />

SANTOS, Fernando César Almada; UBEDA, Cristina Lourenço. A gestão de competências integrada à<br />

definição estratégica e à avaliação de desempenho humano: um estudo teórico. In: XXVIII ENEGEP. XXVIII<br />

ENEGEP: A integração de cadeias produtivas com a abordagem de manufatura sustentável. Rio de Janeiro:<br />

2008.<br />

SILVA, Ubirajara Brum da; KOVALESKI, João Luiz. Desenvolvimento de equipe através da liderança<br />

situacional e feedback 360º: caso de uma equipe de manutenção da Copel Distribuição S.A, Superintendência de<br />

Distribuição Centro-sul. In: XXVI ENEGEP. XXVI ENEGEP: Ética e Responsabilidade Social - a contribuição<br />

do engenheiro de produção. Fortaleza: 2006.<br />

SOUZA, Vera Lúcia de. et. al. Gestão de Desempenho. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005, 152 p..<br />

<strong>STO</strong>FFEL, Inácio. Administração do desempenho. Rio de Janeiro: Qualitymark, ABRH-Nacional, 2000.<br />

9

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