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impactos da utilização da estratégia logística de ... - Abepro

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XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO<br />

A Engenharia <strong>de</strong> Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão.<br />

Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2009<br />

IMPACTOS DA UTILIZAÇÃO DA<br />

ESTRATÉGIA LOGÍSTICA DE<br />

POSTPONEMENT NA CADEIA<br />

LOGÍSTICA DE CALÇADOS DA REGIÃO<br />

DO CRAJUBAR: UM ESTUDO DE CASO.<br />

Moisés dos Santos Rocha (UFC)<br />

moisessrocha@glen.ufc.br<br />

Fernando Ribeiro <strong>de</strong> Melo Nunes (UFC)<br />

ferimene@secrel.com.br<br />

Glawther Lima Maia (IFCE)<br />

glawther@ifce.edu.br<br />

Lucas Rebouças Guimarães (UFC)<br />

lucasreb@gmail.com<br />

Devido à competição acirra<strong>da</strong> nos mais diversos ramos <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s,<br />

ca<strong>da</strong> vez mais, faz-se necessário o aumento <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, varie<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

redução do ciclo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> dos produtos, inovação contínua, melhoria na<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e redução <strong>de</strong> custos. LLogo, a <strong>utilização</strong> por parte <strong>da</strong>s<br />

empresas <strong>de</strong> <strong>estratégia</strong>s <strong>logística</strong>s po<strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r a reduzir seus custos e<br />

aumentar o seu nível <strong>de</strong> serviços aos seus clientes. Este artigo trata <strong>de</strong><br />

uma análise dos <strong>impactos</strong> nos sistemas produtivos <strong>da</strong>s indústrias <strong>da</strong><br />

região do Cariri cearense produtoras <strong>de</strong> calçados tendo como matériaprima<br />

principal o SBR (Borracha <strong>de</strong> Butadieno Estireno), pela<br />

<strong>utilização</strong> <strong>da</strong> <strong>estratégia</strong> <strong>de</strong> posicionamento logístico, <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong><br />

postponement ou adiamento ou retar<strong>da</strong>mento (uma <strong>estratégia</strong> <strong>de</strong><br />

gestão <strong>de</strong> ressuprimento on<strong>de</strong> a diferenciação do produto é realiza<strong>da</strong> o<br />

mais próximo possível <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> elevando o grau <strong>de</strong> ausência <strong>de</strong><br />

erros). A metodologia utiliza<strong>da</strong> tem natureza qualitativa e<br />

experimental. Além disso, envolveu um estudo <strong>de</strong> caso, pois os<br />

procedimentos metodológicos <strong>de</strong>lineados foram aplicados em uma<br />

microempresa que realiza a montagem final <strong>de</strong> calçados <strong>da</strong> linha SBR.<br />

Esta possui várias características que a qualificam para esta análise<br />

como um excelente referencial para as <strong>de</strong>mais empresas do setor, como<br />

também para profissionais e acadêmicos que queiram enriquecer os<br />

seus conhecimentos sobre indústria <strong>de</strong> calçados, <strong>estratégia</strong>s <strong>logística</strong>s<br />

e seus <strong>impactos</strong> sobre a ca<strong>de</strong>ia <strong>logística</strong> <strong>de</strong> calçados do interior<br />

cearense.<br />

Palavras-chaves: Logística, Postponement, Indústria calçadista,<br />

Produção puxa<strong>da</strong>.


1. Introdução<br />

XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO<br />

A Engenharia <strong>de</strong> Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão<br />

Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2009<br />

Quando os mercados se tornam maduros, seu nível concorrencial se eleva consi<strong>de</strong>ravelmente,<br />

então, para que as empresas consigam sobreviver necessitam <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> vez mais produzir<br />

produtos diferenciados, que rapi<strong>da</strong>mente serão substituídos <strong>de</strong>vido a constante exigência,<br />

<strong>de</strong>sses mercados por novi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Este fenômeno é <strong>de</strong>finido como <strong>de</strong>scartabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Segundo Kotler (2004 apud KILIAN, 2005), o conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>scartabili<strong>da</strong><strong>de</strong> eleva a produção<br />

e o lançamento <strong>de</strong> novos produtos, além <strong>de</strong> exigir uma ampla varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos em um<br />

curto período <strong>de</strong> tempo e um rápido atendimento <strong>da</strong>s suas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Para Kilian (2005), o<br />

aspecto <strong>da</strong> <strong>de</strong>scartabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, está em gran<strong>de</strong> evidência nos dias atuais. Com a globalização<br />

elevaram-se os números <strong>de</strong> competidores nos mercados fazendo com que as empresas<br />

produzam ca<strong>da</strong> vez mais produtos diferenciados, o que muitas vezes implica no aumento do<br />

número <strong>de</strong> matérias-primas utiliza<strong>da</strong>s, como também <strong>de</strong> fornecedores e <strong>de</strong> operações nos seus<br />

processos produtivos. Um dos gran<strong>de</strong>s complicadores para a operação <strong>da</strong>s empresas é a sua<br />

localização com relação à maioria dos seus fornecedores e consumidores, fato que contribui<br />

para elevar seus custos logísticos totais forçando-as a buscarem novas <strong>estratégia</strong>s para<br />

conseguir manter os níveis <strong>de</strong> serviço exigidos pelos seus consumidores.<br />

Nesse contexto, surgem as <strong>estratégia</strong>s <strong>de</strong> posicionamento logístico basea<strong>da</strong>s no tempo, como<br />

formas <strong>de</strong> apóio às empresas para vencerem os <strong>de</strong>safios impostos pelo mercado. Tais<br />

<strong>estratégia</strong>s se tornaram viáveis <strong>de</strong>vido aos avanços <strong>da</strong> tecnologia <strong>de</strong> informação (TI),<br />

possibilitado pelo progresso <strong>da</strong> telefonia e <strong>da</strong> microeletrônica, como também pelo surgimento<br />

<strong>da</strong> internet e a redução dos custos <strong>de</strong> transporte em nível mundial. A primeira possibilita a<br />

rápi<strong>da</strong> troca <strong>de</strong> informações entre clientes e fornecedores e <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s próprias empresas,<br />

como também a existência <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> informações capazes <strong>de</strong> gerenciar gran<strong>de</strong><br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos e disponibilizar alto volume <strong>de</strong> informações, já a segun<strong>da</strong> permite o<br />

rápido <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> volumes variados <strong>de</strong> mercadorias a um custo atrativo.<br />

Dentre as <strong>estratégia</strong>s <strong>de</strong> posicionamento logístico, <strong>de</strong>staca-se o postponement (do inglês<br />

retar<strong>da</strong>mento) que consiste em adiar ou retar<strong>da</strong>r a movimentação <strong>de</strong> materiais, a<br />

transformação <strong>de</strong> matérias-primas em produtos semifinais (componentes) e/ou finais, até que<br />

se tenha a informação real <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos clientes (produção puxa<strong>da</strong>). Essa <strong>estratégia</strong>,<br />

bem administra<strong>da</strong>, confere flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e redução dos custos às empresas no atendimento à<br />

<strong>de</strong>man<strong>da</strong>, tornando-as mais ágeis e objetivas, <strong>de</strong>ixando em segundo plano as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

especulativas como a produção antecipa<strong>da</strong> utiliza<strong>da</strong> na formação <strong>de</strong> estoque (produção<br />

empurra<strong>da</strong>). Para uma implementação, bem sucedi<strong>da</strong>, <strong>de</strong>ssa <strong>estratégia</strong> é necessária à presença<br />

prévia <strong>de</strong> algumas características tecnológicas, <strong>de</strong> processos, <strong>de</strong> produtos e <strong>de</strong> mercado. Os<br />

<strong>impactos</strong> nos custos variam <strong>de</strong> acordo com o tipo <strong>de</strong> adiamento, isto é, do tipo <strong>de</strong> <strong>estratégia</strong><br />

postponement adota<strong>da</strong> (etiquetagem, embalagem, montagem, fabricação e <strong>de</strong> tempo).<br />

As indústrias calçadistas do interior do Estado do Ceará concentram-se, principalmente, na<br />

Região do Crajubar, formado pelos municípios <strong>de</strong> Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha.<br />

Produzem tipos variados <strong>de</strong> calçados, sendo a gran<strong>de</strong> maioria composta por produtos com<br />

baixo valor agregado, do tipo chinelo <strong>de</strong> <strong>de</strong>do, por exemplo.<br />

As empresas <strong>da</strong> região que produzem calçados <strong>de</strong> menor valor agregado atuam em três linhas:<br />

linha <strong>de</strong> calçados <strong>de</strong> PVC (Poli Cloreto <strong>de</strong> Vinila), linhas <strong>de</strong> calçados <strong>de</strong> SBR (Borracha <strong>de</strong><br />

Butadieno Estireno) e Linha EVA (Etileno Vinil Acetato). Com relação a estas três linhas <strong>de</strong><br />

calçados, os produtos po<strong>de</strong>m diferenciar-se em itens <strong>de</strong> maior e menor nível <strong>de</strong> agregação <strong>de</strong><br />

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valor. Segundo o jornal Diário do Nor<strong>de</strong>ste (2008), esse conjunto <strong>de</strong> indústrias forma um pólo<br />

calçadista <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância para a economia do Estado, sendo o primeiro colocado na<br />

pauta <strong>de</strong> exportações do Ceará há vários anos.<br />

Essas empresas fazem parte <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>ia <strong>logística</strong> complexa e operam em mercados com<br />

exigências varia<strong>da</strong>s tanto em termos <strong>de</strong> produtos como com relação aos níveis <strong>de</strong> serviço.<br />

Assim, o uso <strong>da</strong> <strong>estratégia</strong> postponement é uma saí<strong>da</strong> para a redução ou manutenção <strong>de</strong> seus<br />

custos, como também para a manutenção do nível <strong>de</strong> serviço exigido pela sua <strong>de</strong>man<strong>da</strong>.<br />

Para sobreviverem, as empresas, <strong>de</strong>vem sempre estar lançando novos e variados produtos e<br />

procurando manter um razoável nível <strong>de</strong> ocupação e custos dos seus respectivos sistemas<br />

produtivos <strong>de</strong>vido à sazonali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos produtos durante o ano. Mas como ressaltado<br />

anteriormente, aplicar a <strong>estratégia</strong> postponement tem suas implicações <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>da</strong>s<br />

características dos negócios e <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> com relação aos recursos humanos e capital.<br />

As empresas, muitas vezes, não po<strong>de</strong>m adiar suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s por falta <strong>de</strong> recursos em tempo<br />

hábil para manter o nível <strong>de</strong> serviço. Desta forma, este artigo trata <strong>de</strong> avaliar os <strong>impactos</strong> <strong>da</strong><br />

aplicação <strong>da</strong> <strong>estratégia</strong> <strong>logística</strong> <strong>de</strong> postponement na indústria calçadista do Crajubar,<br />

especificamente do segmento produtor <strong>de</strong> sandálias <strong>de</strong> SBR, através <strong>de</strong> um estudo <strong>de</strong> caso<br />

feito sobre <strong>da</strong>dos coletados em uma indústria <strong>de</strong>ste pólo e <strong>de</strong>sta linha <strong>de</strong> produtos.<br />

2. A indústria calçadista do Crajubar<br />

De origem familiar as mais antigas empresas <strong>da</strong> região se <strong>de</strong>senvolveram numa economia<br />

fecha<strong>da</strong>, suprindo mercados que as empresas lí<strong>de</strong>res do ramo calçadista, na época, não<br />

conseguiam cobrir. As empresas <strong>da</strong> época operavam em mercados pouco exigentes e algumas<br />

se tornaram empresas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte com mais <strong>de</strong> 500 funcionários, <strong>de</strong> acordo com critério<br />

utilizado pelo IBGE. Atualmente, a maioria <strong>da</strong>s empresas <strong>da</strong> região é <strong>de</strong> médio porte, tendo<br />

entre 100 e 499 funcionários, <strong>de</strong> acordo com esse critério <strong>de</strong> classificação.<br />

O crescimento <strong>de</strong>ssas empresas ocorreu, tanto no sentido vertical quanto no sentido horizontal<br />

<strong>de</strong>vido à sazonali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s dos produtos <strong>da</strong>s três linhas ocorrerem em períodos um<br />

pouco diferentes. Muitas empresas produzem produtos <strong>de</strong> outras linhas <strong>de</strong> produtos para<br />

manter ocupação dos seus sistemas produtivos e reduzir custos, fato possibilitado pela gran<strong>de</strong><br />

flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s linhas <strong>de</strong> montagem.<br />

As três linhas <strong>de</strong> produtos utiliza<strong>da</strong>s na região têm seus nomes <strong>de</strong>rivados dos nomes <strong>de</strong> suas<br />

matérias-primas básicas, linha <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> EVA, linha <strong>de</strong> produtos SBR e Linha <strong>de</strong><br />

produtos <strong>de</strong> PVC. Po<strong>de</strong>m operar na fabricação <strong>de</strong> matéria-prima, na montagem dos calçados e<br />

na distribuição. O processo produtivo <strong>da</strong> linha <strong>de</strong> PVC inclui operações <strong>de</strong> injeção <strong>de</strong><br />

componentes (alças, solados, cabi<strong>de</strong> e <strong>de</strong>talhes) e montagem. O processo produtivo <strong>da</strong> linha<br />

<strong>de</strong> EVA é composto por operações <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong> placas <strong>de</strong> EVA e montagem <strong>de</strong> calçados.<br />

E, por último, a linha <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> borracha (SBR) inclui fabricação <strong>de</strong> placas <strong>de</strong> borracha<br />

conforma<strong>da</strong>s e a montagem dos calçados.<br />

Os calçados <strong>da</strong> linha <strong>de</strong> SBR são compostos em sua maioria por dois componentes básicos, a<br />

alça <strong>de</strong> PVC e solado <strong>de</strong> SBR, cujo produto nacional mais representativo é a sandália<br />

Havaianas. O processo produtivo do solado <strong>de</strong> SBR é composto pelas seguintes operações:<br />

fabricação <strong>de</strong> placas e montagem dos produtos finais.<br />

A fabricação <strong>de</strong> placas é composta por operações <strong>de</strong> pesagem <strong>de</strong> ingredientes, mistura dos<br />

ingredientes no misturador (Bambori), laminação em calandras abertas, <strong>de</strong>scanso <strong>da</strong> massa,<br />

laminação fina, corte <strong>da</strong>s laminas (em mesas), vulcanização (prensagem) e <strong>de</strong>scanso <strong>da</strong>s<br />

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placas, prensa<strong>da</strong>s no formato dos solados. O processo <strong>de</strong> injeção <strong>da</strong> alça <strong>de</strong> PVC inclui as<br />

operações <strong>de</strong> mistura <strong>de</strong> PVC e pigmentos e a injeção <strong>de</strong>ssa mistura. Após os processos <strong>de</strong><br />

fabricação do solado e injeção <strong>da</strong> alça, principais componentes <strong>de</strong>sse produto, o mesmo po<strong>de</strong><br />

seguir para operação <strong>de</strong> montagem do produto. Outros possíveis componentes <strong>de</strong>sse produto<br />

são: o cabi<strong>de</strong> (injetado), o saco ou o cartucho (embalagens para ven<strong>da</strong>) e algum <strong>de</strong>talhe<br />

específicos (como etiquetas emborracha<strong>da</strong>s nas alças).<br />

As operações do processo <strong>de</strong> montagem dos mo<strong>de</strong>los em SBR, são o corte <strong>da</strong>s placas, em<br />

balancins, dividindo as em solados; preparação (limpeza e aplicação <strong>de</strong> serigrafia,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do mo<strong>de</strong>lo); e montagem, que é a colocação <strong>da</strong> alça no solado, como também a<br />

inclusão dos outros componentes no produto, geralmente realizados em esteiras. Depois <strong>da</strong><br />

montagem, os calçados são colocados nas caixas <strong>de</strong> acordo com gra<strong>de</strong> específica (plano <strong>de</strong><br />

produção). A gra<strong>de</strong> refere-se à quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pares por SKU (do inglês Stock Keeping Unit<br />

que significa código <strong>de</strong> referência) que entra na composição <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> caixa. A<br />

capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produção do processo <strong>de</strong> produção dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> SBR está dividi<strong>da</strong> em duas<br />

partes, a primeira parte refere-se à fabricação <strong>da</strong>s placas que necessitam <strong>de</strong> no mínimo sete<br />

dias para que as mesmas estejam prontas para a operação <strong>de</strong> corte, que é primeira operação do<br />

processo <strong>de</strong> montagem dos produtos.<br />

A montagem dos produtos é um processo intensivo em mão <strong>de</strong> obra e bastante flexível com<br />

relação à variação <strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> produtiva. A figura 1 representa <strong>de</strong> forma simplifica<strong>da</strong>,<br />

expondo apenas os seus principais participantes e o fluxo <strong>de</strong> materiais, não contemplando<br />

participantes pouco relevantes, como também o fluxo <strong>de</strong> informações e financeiro <strong>da</strong> mesma,<br />

à ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> abastecimento <strong>da</strong>s empresas <strong>de</strong> calçados <strong>da</strong> linha SBR <strong>da</strong> região do Crajubar.<br />

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Figura 1 – Representação <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> abastecimento <strong>da</strong>s empresas calçadistas <strong>da</strong> linha SBR <strong>da</strong> região do<br />

Crajubar-Ceará<br />

O canal <strong>de</strong> distribuição <strong>da</strong>s empresas do Crajubar é constituí<strong>da</strong> por diversas empresas, como:<br />

importadores internacionais, distribuidores regionais, atacadistas e varejistas locais. Estas<br />

empresas impõem uma varia<strong>da</strong> gama <strong>de</strong> exigências às empresas montadoras <strong>de</strong> calçados,<br />

explicitando o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> barganha do consumidor expostos por Porter (1991). As exigências<br />

para os montadores <strong>de</strong> calçados variam <strong>de</strong> acordo com a sua carteira <strong>de</strong> clientes, em geral são<br />

relativas ao preço dos produtos, ao prazo <strong>de</strong> entrega, ao prazo <strong>de</strong> pagamento, a varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

produtos (aumento <strong>da</strong> cartela <strong>de</strong> produtos), quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, novi<strong>da</strong><strong>de</strong>s (inclusão <strong>de</strong> novos mo<strong>de</strong>los)<br />

e a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>volução <strong>de</strong> produtos obsoletos.<br />

Os produtos <strong>da</strong>s três linhas <strong>de</strong> produção tratados neste artigo possuem características comuns:<br />

são produtos <strong>de</strong> mo<strong>da</strong> com ciclo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> extremamente curto (em média três meses); reduzido<br />

prazo <strong>de</strong> entrega; custos variados, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes e acessórios <strong>de</strong> ca<strong>da</strong><br />

SKU; vendidos <strong>de</strong> acordo com a carteira <strong>de</strong> pedidos (po<strong>de</strong>m ser compostos por calçados com<br />

tamanhos diferentes, quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s diferentes e variações diferentes do mesmo mo<strong>de</strong>lo, bem<br />

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como por um mesmo mo<strong>de</strong>lo do mesmo tamanho). As ven<strong>da</strong>s apresentam sazonali<strong>da</strong><strong>de</strong>; entre<br />

outros.<br />

3. Estratégia postponement<br />

Atualmente, as empresas têm utilizado uma série <strong>de</strong> <strong>estratégia</strong>s para conseguir se manter<br />

vivas nos mercados em que atuam, com o objetivo <strong>de</strong> reduzir seus custos, aumentar a<br />

flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos sistemas produtivos e manter o nível <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong>sejado<br />

pelos clientes. A <strong>estratégia</strong> postponement (ou retar<strong>da</strong>mento ou adiamento) surge na busca por<br />

melhores vantagens competitivas por parte <strong>da</strong>s empresas <strong>da</strong> qual procura retar<strong>da</strong>r o máximo<br />

possível a produção, visando entregar os produtos mediante pedido o mais próximo possível<br />

<strong>da</strong> encomen<strong>da</strong>, <strong>de</strong> forma a minimizar a margem <strong>de</strong> erro <strong>da</strong>s previsões <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>.<br />

Conforme Ferreira (2006), surge nas literaturas <strong>de</strong> marketing, em 1950, o conceito <strong>de</strong><br />

postponement (postergação <strong>da</strong> movimentação do produto ou <strong>da</strong> forma) <strong>de</strong>finido por Al<strong>de</strong>rson.<br />

Já em 1965, Bucklin criou o conceito oposto, o <strong>da</strong> especulação (finalizar to<strong>da</strong>s as operações o<br />

mais cedo possível no processo <strong>de</strong> manufatura). Ain<strong>da</strong> segundo Ferreira (2006), a tabela 1<br />

apresenta as contribuições <strong>de</strong> Pagh & Cooper ao combinar as quatro <strong>estratégia</strong>s <strong>de</strong><br />

postponement para a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos em uma matriz 2x2. As duas primeiras <strong>estratégia</strong>s<br />

são representa<strong>da</strong>s tanto pelo postponement <strong>de</strong> manufatura como pelo postponement logístico.<br />

As outras duas são forma<strong>da</strong>s pela contribuição <strong>de</strong> ambas, <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>estratégia</strong><br />

postponement plena, e pela ausência <strong>de</strong> ambas, <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>estratégia</strong> <strong>de</strong> especulação total.<br />

MANUFATURA<br />

Especulação<br />

Produção para estoque<br />

Postponement<br />

Produção por pedido<br />

Especulação<br />

Estoques <strong>de</strong>scentralizados<br />

Estratégia <strong>de</strong><br />

especulação total<br />

Estratégia <strong>de</strong><br />

postponement <strong>de</strong><br />

manufatura<br />

Fonte: Pagh e Cooper (1998, apud FERREIRA, 2006)<br />

LOGÍSTICA<br />

Tabela 1 – Matriz postponement e especulação<br />

Postponement<br />

Estoques centralizados e<br />

distribuição direta<br />

Estratégia <strong>de</strong><br />

postponement <strong>logística</strong><br />

Estratégia <strong>de</strong><br />

postponement plena<br />

Segundo Panitz (2006), postponement vem a ser uma <strong>estratégia</strong> <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> ressuprimento<br />

on<strong>de</strong> a diferenciação do produto é realiza<strong>da</strong> o mais próximo possível <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> elevando o<br />

grau <strong>de</strong> ausência <strong>de</strong> erros (ver figura 2).<br />

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Figura 2 – Evolução <strong>da</strong> <strong>logística</strong> tradicional para o postponement (PANITZ, 2006)<br />

Para Pires (2004), um importante conceito ao se abor<strong>da</strong>r o tema postponement e sua aplicação<br />

no processo <strong>de</strong> produto/processo é o configure to or<strong>de</strong>r, que é o ponto <strong>de</strong> separação entre o<br />

que é produzido para estoque e o que é produzido sob encomen<strong>da</strong>.<br />

Bowersox (1996) divi<strong>de</strong> a <strong>estratégia</strong> <strong>de</strong> postponement em duas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s: postponement <strong>de</strong><br />

manufatura ou forma e o postponement logístico ou <strong>de</strong> tempo. O primeiro tipo refere-se ao<br />

adiamento <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s produtivas, mantendo os produtos em estado neutro até ultimo<br />

momento possível e o segundo refere-se à manutenção <strong>de</strong> estoques em localizações<br />

estratégicas para o envio ao cliente quando o mesmo requisitar o produto, ou seja, o<br />

<strong>de</strong>slocamento dos estoques é adiado até o recebimento do pedido dos clientes.<br />

Zinn e Bowersox (1988, apud BALLOU, 2001), classificam cinco tipos <strong>de</strong> postponement,<br />

sendo quatro <strong>de</strong> forma ou produção (etiquetagem/rotulagem, embalagem, montagem e<br />

fabricação) e o adiamento <strong>de</strong> tempo. No postponement <strong>de</strong> etiquetagem, a etiqueta só é afixa<strong>da</strong><br />

uma vez que o produto foi vendido numa <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> marca ofereci<strong>da</strong>. No postponement <strong>de</strong><br />

embalagem, o produto só é embalado após ter sido vendido e <strong>de</strong>finido o tipo <strong>de</strong> embalagem<br />

(quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>, cor, tamanho, forma). No postponement <strong>da</strong> montagem, os componentes só são<br />

montados após a <strong>de</strong>finição <strong>da</strong> real necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> do cliente. No postponement <strong>da</strong> fabricação,<br />

somente parte do processo é fabricado uma vez que o produto só é finalizado com adições <strong>de</strong><br />

componentes a partir do fechamento do pedido. No postponement <strong>de</strong> adiamento <strong>de</strong> tempo,<br />

implica estocagem <strong>de</strong> produtos acabados em locais estratégicos, diferentes do <strong>de</strong>stino final, e<br />

movimentação apenas sob pedido.<br />

Os objetivos atuais <strong>da</strong> <strong>logística</strong> com relação aos custos à empresa, assim como <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

suprimentos inteira, focam em tra<strong>de</strong>-offs que levem os mesmos a atingir o mínimo custo total<br />

possível, visto que todos os custos estão intimamente relacionados e que a redução <strong>de</strong> custos<br />

em uma <strong>da</strong><strong>da</strong> função ou ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong> elevar consi<strong>de</strong>ravelmente os custos em outras funções<br />

ou ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Dessa forma, a <strong>utilização</strong> do postponement <strong>de</strong>ve focar este aspecto. Mas Van<br />

Hoek (1997, apud FERREIRA, 2006) <strong>de</strong>staca que o postponement não é uma <strong>estratégia</strong> viável<br />

para to<strong>da</strong>s as indústrias, como nem todos os produtos permitem pela combinação <strong>de</strong> uma<br />

varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos acabados <strong>de</strong> uma pequena base <strong>de</strong> componentes genéricos ou produtos<br />

semi-acabados.<br />

A <strong>utilização</strong> <strong>da</strong> <strong>estratégia</strong> postponement implica em vários <strong>impactos</strong> para os sistemas<br />

produtivos, para as ca<strong>de</strong>ias <strong>logística</strong>s nos quais os mesmos estão inseridos, bem como para a<br />

gestão <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos como um todo, sendo necessárias uma série <strong>de</strong> características<br />

para o sucesso <strong>de</strong> sua implantação. Segundo Ballou (2001) são necessárias:<br />

características tecnológicas e <strong>de</strong> processo: viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> separação entre operações<br />

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primárias e <strong>de</strong> adiamento, complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> limita<strong>da</strong> <strong>de</strong> personalização, projeto modular <strong>de</strong><br />

produtos;<br />

características <strong>de</strong> produtos: alta generali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> módulos, formulação específica <strong>de</strong><br />

produtos, periféricos específicos, produtos <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, aumento <strong>de</strong> cubagem e/ou <strong>de</strong><br />

peso <strong>de</strong> produtos através <strong>da</strong> personalização; e<br />

características <strong>de</strong> mercado: ciclo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> curto <strong>de</strong> produtos, alta flutuação <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s,<br />

tempos <strong>de</strong> espera curtos e confiáveis, preços competitivos, preços e clientes variados.<br />

Conforme Dornier (2000), postponement permite explorar as vantagens <strong>de</strong> escala sem<br />

comprometer a varie<strong>da</strong><strong>de</strong> dos produtos finais, os benefícios <strong>de</strong> consoli<strong>da</strong>ção, a redução <strong>da</strong><br />

complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> na manufatura e aju<strong>da</strong> a tornar os padrões <strong>de</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> mais previsíveis.<br />

Na tabela 2, Ballou (2001) apresenta os tipos <strong>de</strong> empresas que estariam interessa<strong>da</strong>s em<br />

aplicar o principio do adiamento.<br />

Tipos <strong>de</strong><br />

adiamento<br />

Etiquetagem<br />

Embalagem<br />

Montagem<br />

Fabricação<br />

Tipos <strong>de</strong> empresas potencialmente interessa<strong>da</strong>s<br />

Empresas que ven<strong>de</strong>m um tipo <strong>de</strong> produto sob diversas marcas;<br />

Empresas com produtos <strong>de</strong> alto valor unitário;<br />

Empresas com produtos <strong>de</strong> valor altamente flutuante.<br />

Empresas que ven<strong>de</strong>m produtos sob diversos tamanhos <strong>de</strong> embalagem;<br />

Empresas com produtos <strong>de</strong> alto valor unitário;<br />

Empresas com produtos <strong>de</strong> valor altamente flutuante;<br />

Empresas que ven<strong>de</strong>m produtos com várias versões;<br />

Empresa que ven<strong>de</strong>m um produto cuja cubagem é amplamente reduzi<strong>da</strong> se é<br />

vendido <strong>de</strong>smontado;<br />

Empresas com produtos <strong>de</strong> alto valor unitário;<br />

Empresas com produtos <strong>de</strong> valor altamente flutuante;<br />

Empresas que ven<strong>de</strong>m produtos com uma alta proporção <strong>de</strong> peças em comum;<br />

Empresas com produtos <strong>de</strong> alto valor unitário;<br />

Empresas com produtos <strong>de</strong> valor altamente flutuante;<br />

Empresas com produtos <strong>de</strong> alto valor unitário;<br />

Tempo Empresas com produtos <strong>de</strong> valor altamente flutuante;<br />

Empresas com gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> armazéns para distribuição.<br />

Fonte: Ballou (2001)<br />

4. Estudo <strong>de</strong> caso<br />

Tabela 2 – Tipos <strong>de</strong> empresas interessa<strong>da</strong>s em utilizar o postponement<br />

Para avaliar os <strong>impactos</strong> <strong>da</strong> <strong>utilização</strong> na <strong>estratégia</strong> <strong>de</strong> postponement sobre ca<strong>de</strong>ia <strong>logística</strong> <strong>da</strong><br />

indústria <strong>de</strong> calçados <strong>da</strong> região do Crajubar, foi escolhi<strong>da</strong> uma microempresa que realiza a<br />

montagem final <strong>de</strong> calçados <strong>da</strong> linha SBR, localiza<strong>da</strong> em Juazeiro do Norte. Esta possui<br />

várias características que a qualificam para esta análise como um excelente referencial para as<br />

<strong>de</strong>mais empresas do setor, como também para profissionais e acadêmicos que queiram<br />

enriquecer os seus conhecimentos sobre indústria <strong>de</strong> calçados, <strong>estratégia</strong>s <strong>logística</strong>s e seus<br />

<strong>impactos</strong> sobre a ca<strong>de</strong>ia <strong>logística</strong> <strong>de</strong> calçados do interior cearense.<br />

Po<strong>de</strong>-se ressaltar que o elevado interesse <strong>da</strong> empresa em questão na <strong>utilização</strong> <strong>de</strong>ssa <strong>estratégia</strong><br />

é <strong>de</strong>vido a mesma ven<strong>de</strong>r produtos com várias versões, diversos SKU`s, em um mesmo<br />

período, como também pelo reduzido ciclo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> maioria dos mesmos. Este fato leva a<br />

empresa a iniciar a confecção <strong>de</strong> seus produtos para a composição dos pedidos apenas quando<br />

existe a explicitação <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong>. Com o uso <strong>da</strong> <strong>estratégia</strong>, a empresa não realiza a produção<br />

empurra<strong>da</strong>, pois per<strong>de</strong>ria a flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>logística</strong> que possui atualmente.<br />

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Os gran<strong>de</strong>s volumes <strong>de</strong> estoque concentram-se nos componentes bases utilizados em vários<br />

produtos finais, o que reduz a probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> per<strong>da</strong>s, <strong>da</strong>nos e obsolescência <strong>da</strong>s matériasprimas<br />

pela empresa. Outra vantagem <strong>de</strong>sta <strong>estratégia</strong> para a organização resulta <strong>da</strong><br />

in<strong>de</strong>pendência relativa a seus fornecedores, cuja maioria se encontra localiza<strong>da</strong> nas<br />

proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. No segmento <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia produtiva que a empresa situa-se, a concorrência é<br />

bastante acirra<strong>da</strong> e pelo seu porte não representar, em termos <strong>de</strong> volume <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s, um cliente<br />

<strong>de</strong> alta significância para os fornecedores, po<strong>de</strong>ria sofrer com o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> barganha dos<br />

fornecedores, conforme (Porter, 1991).<br />

A aplicação <strong>da</strong> <strong>estratégia</strong> postponement <strong>da</strong> empresa ocorre na operação <strong>de</strong> montagem<br />

atualmente (iniciando com o corte dos solados, a qual produz para aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>man<strong>da</strong>). As<br />

<strong>de</strong>svantagens para a empresa na aplicação <strong>da</strong> <strong>estratégia</strong> postponement na operação <strong>de</strong><br />

montagem é a manutenção <strong>de</strong> estoques <strong>de</strong> matérias-primas o que eleva a imobilização<br />

consi<strong>de</strong>rável volume <strong>de</strong> capital e a per<strong>da</strong> <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>vido a problemas com<br />

absenteísmo e aumento <strong>da</strong> rotativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> mão-<strong>de</strong>-obra. Estas questões se constituem em um<br />

importante tra<strong>de</strong>-off para o tomador <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão principal <strong>da</strong> empresa, seu proprietário.<br />

No período em que este estudo estava sendo <strong>de</strong>senvolvido, a empresa possuía cerca <strong>de</strong> 250<br />

SKU`s, sendo que 100 mo<strong>de</strong>los representavam 60% <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s, 80 representavam 30%, os<br />

outros 70 mo<strong>de</strong>los apenas 10% <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s. Conforme o gerente <strong>de</strong> produção <strong>da</strong> empresa os<br />

mo<strong>de</strong>los possuem cerca <strong>de</strong> cinco versões em média, o que resulta em eleva<strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

referências em linha. Com relação aos seus fornecedores principais, estes estão localizados na<br />

mesma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que a empresa, mas <strong>de</strong>vido à representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> mesma frente aos seus<br />

fornecedores, o atendimento <strong>de</strong> seus pedidos tem um lead time variando entre 2 a 20 dias.<br />

Po<strong>de</strong>-se ressaltar que os fornecedores <strong>de</strong> placas <strong>de</strong> SBR têm média <strong>de</strong> atendimento que varia<br />

entre 2 e 15 dias, os fornecedores <strong>de</strong> alça entre 8 e 10 dias, e os fornecedores <strong>de</strong> tinta para<br />

serigrafia 2 dias. O lead time <strong>da</strong> empresa com relação ao atendimento aos seus clientes varia<br />

<strong>de</strong> acordo com a distância, os mo<strong>da</strong>is <strong>de</strong> transporte utilizados, a operação na qual a empresa<br />

inicia suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>logística</strong>s e a taxa <strong>de</strong> produção (pares/hora, pedidos/semana). A tabela 3<br />

apresenta os lead times médios <strong>de</strong> atendimento pela empresa a clientes em locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s como:<br />

o Estados <strong>de</strong> São Paulo, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Santa Catarina e as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Fortaleza, Belo<br />

Horizonte, Salvador e Recife Os mo<strong>da</strong>is utilizados são o rodoviário e o aéreo.<br />

Localização (Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ou Estado) Lead time médio (dias) Mo<strong>da</strong>l<br />

São Paulo 15 Aéreo<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro 15 Aéreo<br />

Santa Catarina 20 Aéreo<br />

Fortaleza 10 Rodoviário<br />

Belo Horizonte 10 Rodoviário<br />

Salvador 10 Rodoviário<br />

Recife 10 Rodoviário<br />

Fonte: Próprio autor<br />

Tabela 3 – Localização dos clientes e lead time <strong>de</strong> atendimento <strong>da</strong> empresa estu<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

De posse <strong>de</strong>ssas informações analisaram-se os <strong>impactos</strong> <strong>da</strong> <strong>utilização</strong> <strong>da</strong> <strong>estratégia</strong><br />

postponement sobre os aspectos: o nível <strong>de</strong> serviço e os custos totais associados. Estes são<br />

<strong>de</strong>terminados pela operação que a empresa escolhe para aplicar o adiamento.<br />

Tem-se como o primeiro cenário a representação <strong>da</strong> situação atual, on<strong>de</strong> a empresa faz o<br />

adiamento <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s produtivas a partir <strong>da</strong> macro operação <strong>de</strong> montagem dos pedidos,<br />

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como explicado anteriormente, utilizando estoques <strong>de</strong> componentes, o que confere a empresa<br />

a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> manter o nível <strong>de</strong> serviço atual, com as vantagens e as <strong>de</strong>svantagens<br />

explica<strong>da</strong>s anteriormente.<br />

No segundo cenário, caso a empresa retar<strong>da</strong>sse suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> forma a não manter<br />

estoques <strong>de</strong> componentes em suas instalações, teria o seu lead time aumentado em 15 dias<br />

<strong>de</strong>vido ao tempo <strong>de</strong> ressuprimento <strong>da</strong>s placas <strong>de</strong> SBR por parte dos fornecedores. Não se está<br />

levando em conta o tamanho dos lotes <strong>de</strong> produção, mas os lead times médios <strong>de</strong> pedidos<br />

atendidos para clientes <strong>da</strong>s locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s em questão pela empresa (São Paulo, Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

Santa Catarina, Fortaleza, Belo Horizonte, Salvador e Recife), pois os lead times apresentados<br />

tiveram como ponto <strong>de</strong> adiamento a operação <strong>de</strong> corte <strong>da</strong>s placas, que é realiza<strong>da</strong> pela<br />

empresa para a montagem dos mo<strong>de</strong>los que comporão os produtos a serem enviados, o que<br />

implica na formação e manutenção <strong>de</strong> estoque <strong>da</strong>s placas <strong>de</strong> SBR por parte <strong>da</strong> empresa.<br />

Verifica-se analisando essa situação que a empresa, caso não mantivesse estoque <strong>de</strong> materiais<br />

diretos teria seu custo <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> inventário reduzido, mas o nível <strong>de</strong> serviço seria<br />

extremamente prejudicado, o que afetaria em seqüência seus fluxo <strong>de</strong> caixa e a lucrativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> empresa. Além <strong>de</strong> aumentar a ameaça <strong>de</strong> novos concorrentes no setor capaz <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r a<br />

<strong>de</strong>man<strong>da</strong> com maior agili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Assim como também elevaria o risco ao ficar mais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

<strong>da</strong>s empresas fornecedoras <strong>de</strong> suas matérias-primas principais (placas <strong>de</strong> SBR e alça).<br />

Um dos custos mais relevante para a empresa calçadista é o <strong>de</strong> matéria-prima, placas <strong>de</strong> SBR<br />

para o solado, por ser um dos componentes <strong>de</strong> custo mais representativo dos produtos como<br />

também por fatores técnicos que po<strong>de</strong>m fazer com que os solados <strong>de</strong> borracha encolham e,<br />

posteriormente, rachem com o passar do tempo, que é algo consi<strong>de</strong>rado normal para esse tipo<br />

<strong>de</strong> material. Então, não só a empresa em questão, mas como outras que produzem produtos a<br />

partir <strong>de</strong> SBR, <strong>de</strong>vem encontrar o volume a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> estoques para manter o equilíbrio entre<br />

o nível <strong>de</strong> serviço e os custos causados pela obsolescência e per<strong>da</strong> <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> não só <strong>da</strong>s<br />

placas <strong>de</strong> SBR, mas também <strong>de</strong> outros componentes que compõem seus produtos finais.<br />

Na figura 3 são apresentados em separado os tempos <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> matéria-prima e os<br />

tempos <strong>de</strong> produção e transporte <strong>da</strong> empresa para as locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos seus clientes. Neste<br />

artigo foi retira<strong>da</strong> a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> empresa produzir seus produtos finais para estoque pelas<br />

características <strong>de</strong> mercado e por questões <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> relaciona<strong>da</strong>s aos componentes dos<br />

mesmos, já explicita<strong>da</strong>s. Deve-se contar o tempo correspon<strong>de</strong>nte ao nível <strong>de</strong> serviço somente<br />

a partir <strong>da</strong> montagem e entrega. Nota-se uma redução <strong>de</strong> 15 dias neste prazo, além do<br />

aumento <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, veja que o estoque <strong>de</strong> matérias primas e componentes se presta a<br />

fazer qualquer dos produtos finais.<br />

5. Conclusões<br />

Devido à competição acirra<strong>da</strong> nos mais diversos ramos <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, ca<strong>da</strong> vez mais, faz-se<br />

necessário o aumento <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, varie<strong>da</strong><strong>de</strong>, redução do ciclo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> dos produtos,<br />

inovação contínua, melhoria na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e redução <strong>de</strong> custos. A <strong>utilização</strong> por parte <strong>da</strong>s<br />

empresas <strong>de</strong> <strong>estratégia</strong>s <strong>logística</strong>s po<strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r a reduzir seus custos e aumentar o nível <strong>de</strong><br />

serviços aos seus clientes. O postponement é uma <strong>da</strong>s <strong>estratégia</strong>s que po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>da</strong>s<br />

para atingir esses dois objetivos tão conflitantes. Depen<strong>de</strong>ndo do seu ponto <strong>de</strong> aplicação,<br />

observam-se implicações nos custos <strong>de</strong> estoque, custo <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, nível <strong>de</strong> serviço e<br />

per<strong>da</strong>s <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>ssa forma as empresas que buscam aplicar o postponement ou<br />

qualquer outra <strong>estratégia</strong> <strong>logística</strong>, <strong>de</strong>ve não só avaliar os resultados individuais em ca<strong>da</strong><br />

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função, e sim o melhor resultado possível do conjunto, equilibrando custos totais e nível <strong>de</strong><br />

serviço.<br />

Po<strong>de</strong>-se afirmar que este estudo foi válido por avaliar a aplicação <strong>da</strong> <strong>estratégia</strong> <strong>logística</strong> <strong>de</strong><br />

postponement em uma ca<strong>de</strong>ia <strong>logística</strong> singular, como a ca<strong>de</strong>ia <strong>logística</strong> <strong>da</strong> indústria<br />

calçadista do Crajuba, interior do Ceará, <strong>de</strong>vido a peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong>s, como a distância dos<br />

fornecedores <strong>da</strong>s matérias-primas, a escassez <strong>de</strong> recursos, as gran<strong>de</strong>s distâncias dos seus<br />

clientes principais e do variado nível <strong>de</strong> exigência <strong>de</strong>sses clientes, o que neste caso implica no<br />

tra<strong>de</strong>-off entre esperar pelo lead time <strong>da</strong>s empresas que fabricam placas e alças, reduzindo os<br />

custos <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> inventário mas correndo o risco <strong>de</strong> prejudicar o nível <strong>de</strong> serviço aos<br />

clientes, ou manter estoque <strong>de</strong> matérias-primas, elevando seus custos <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong><br />

inventário para manter o nível <strong>de</strong> serviço a<strong>de</strong>quado.<br />

Po<strong>de</strong>-se concluir que os custos <strong>de</strong> transporte, nesse caso, também são bastante representativos.<br />

No setor <strong>de</strong> calçados, a toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão sobre os custos <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong>ve ser realiza<strong>da</strong><br />

numa fase anterior, que <strong>de</strong>finirá se a empresa <strong>de</strong>ve atuar ou não em tais mercados. Po<strong>de</strong>-se<br />

afirmar, também, que é necessária a realização <strong>de</strong> estudos nos outros elos e seguimentos <strong>de</strong>ssa<br />

ca<strong>de</strong>ia <strong>logística</strong> para aumentar o nível <strong>de</strong> conhecimento sobre o assunto e sobre <strong>estratégia</strong>s<br />

<strong>logística</strong>s aplica<strong>da</strong>s à indústria <strong>de</strong> calçados, com o propósito <strong>de</strong> apontar cominhos aos<br />

tomadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>ssa ca<strong>de</strong>ia <strong>logística</strong>, bem como <strong>de</strong> outras ca<strong>de</strong>ias <strong>logística</strong>s com<br />

características similares.<br />

Figura 3 – Lead times <strong>da</strong> operação <strong>da</strong> empresa <strong>de</strong> calçados com o adiamento <strong>de</strong> compra<br />

6. Referências bibliográficas<br />

BALLOU, Ronald H. Gerenciamento <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos: Planejamento, Organização, e Logística<br />

Empresarial. Ronald Ballou; Trad. Elias Pereira. - 4ª. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.<br />

BOWERSOX, Donald J.; CLOSS, David J. Logistical Management: Integrated Supply Chain Process. New<br />

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York: McGraw-Hill, 1996.<br />

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DIÁRIO DO NORDESTE. Negócios. Pauta <strong>de</strong> exportações (14/10/2008): Diversificação no Ceará salta 135%<br />

em nove anos. Disponível em: . Data <strong>de</strong><br />

acesso: 26 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2008.<br />

DORNIER, P. P. et. al. Logística e operações globais: texto e casos. São Paulo: Atlas, 2000.<br />

FERREIRA, K.A.; ALCÂNTRA; L.C.; e TOLEDO, J.C. O uso do postponement no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

produtos. XII SIMPEP – Bauru, São Paulo, Brasil, 6 a 8 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2006.<br />

INSTITUTO DO PVC. O PVC. Disponível em: . Data <strong>de</strong> acesso: 26 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2008.<br />

PANITZ, Carlos Eduardo. Dicionário <strong>de</strong> Logística, Gestão <strong>de</strong> Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos e Operações.<br />

Alternativa, 2006.<br />

PIRES, S.R.I. Gestão <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos: conceitos, <strong>estratégia</strong>s, práticas e casos – supply chain<br />

management. São Paulo: Atlas, 2004.<br />

PORTER, Michael E. Estratégia Competitiva. Rio Janeiro: Campus, 1991.<br />

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