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ANA TERESA CIRIGLIANO VILLEL - Semesp

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O Estado de Minas Gerais também teve o academicismo, onde cópias de estilos<br />

compuseram cidades mais “progressistas”, como a nova capital Belo Horizonte. Nem<br />

as dificuldades das rotas de comunicação com o Rio de Janeiro e distância das<br />

grandes novidades não impediam a chegada das mudanças e sua utilização nos<br />

edifícios. As cidades à margem da ferrovia ingressaram mais cedo na modernidade<br />

e os edifícios das estações foram construídos segundo protótipos importados. Os<br />

trilhos de ferro traziam não apenas produtos, mas também idéias, e assim, nas<br />

construções começavam-se a generalizar o emprego do tijolo e ganhar aspectos<br />

italianos ao invés de portugueses, como a platibanda no lugar do beiral português.<br />

Uberaba foi um exemplo disso, dada à sua localização estratégica, na Estrada do<br />

Anhangüera, que correspondia à trilha rumo à Goiás que os paulistas traçaram entre<br />

as rotas de penetração no interior, no fim do século XVII (PONTES, 1978).<br />

A chegada dos trilhos da Companhia Mojiana de Estradas de Ferro em 1889 na<br />

cidade possibilitou a vinda de imigrantes, que por sua vez trouxeram consigo novos<br />

“estilos” e técnicas construtivas, aumentando a demanda por materiais de<br />

construção. A disseminação dos padrões neoclássicos fazia dos revestimentos,<br />

como a pintura naturalista, a ornamentação das fachadas e a decoração dos<br />

interiores, a principal modificação necessária para adequar aos padrões da<br />

província, bem como a utilização da tecnologia do “ferro-cimento-estuque”. Os novos<br />

materiais que chegavam pela ferrovia eram os mais diversos, entre eles:<br />

travejamentos de aço, as madeiras, o cimento, ferragens, tintas, telhas francesas,<br />

moldes de décor pré-fabricado e até mobiliários. A expansão industrial buscou<br />

mercado para a absorção de produtos fabricados em série e também se refletiu nos<br />

edifícios das estações ferroviárias, todas em ferro. A partir daí, as construções<br />

começaram a apresentar detalhamentos mais apurados e estilos mais definidos: as<br />

platibandas surgiram com os ornamentos de estátuas e apliques em estuque; as<br />

colunas passaram a imitar os estilos jônico e coríntio e os arcos plenos foram<br />

utilizados nas esquadrias.<br />

Figura 1 – Platibandas ornamentadas, característica importante do ecletismo (Foto:<br />

Renata Gutierrez, 2005)<br />

Assim, em 1893, por Lei Municipal, todas as casas que fossem construídas ou<br />

reconstruídas em Uberaba eram obrigadas a possuir platibandas, quando<br />

encostadas no alinhamento dos passeios, de acordo com a Lei n.º 8 de 21 de março<br />

de 1893, que foi alterada no ano seguinte.

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