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ilha das canárias - PT7AA

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Ainda tínhamos alguma gasolina, mas as baterias estavam praticamente esgota<strong>das</strong> e<br />

o gerador tinha pifado de vez. Retiramos, desmontamos e recolocamos o carburador várias<br />

vezes, mas o gerador não “pegava”. Para não perder totalmente contato com o continente,<br />

apelamos para o único recurso possível, naquelas circunstâncias: levamos uma de nossas<br />

baterias para junto da torre do farol automático e depois de uma boa limpeza nos painéis<br />

solares, fizemos a ligação dos mesmos à nossa bateria, que começou a receber e acumular<br />

energia. Dois dias depois, quando a bateria já apresentava carga suficiente, instalamos uma<br />

antena dipolo para 40 metros com uma <strong>das</strong> extremidades presa à torre de alumínio e a outra<br />

ponta amarrada às ruínas da casa do faroleiro. Levamos o rádio para lá, e assim<br />

conseguimos voltar a falar com os colegas de Natal e Fortaleza, fazendo contatos curtos,<br />

para evitar que a bateria gastasse com rapidez a carga elétrica conseguida com tanta<br />

dificuldade.<br />

Na manhã do dia 7 de agosto o Delícia apontou no horizonte e pouco tempo depois<br />

ancorava no local de costume. Zelinha e André foram logo para lá, levando boa parte de<br />

nossa bagagem. Eu fiquei cuidando da embalagem dos últimos objetos e carregando os<br />

volumes para o ponto de atracação do barco inflável.<br />

Zelinha retornou logo depois trazendo a nova equipe, que era composta de um<br />

funcionário do IBAMA e quatro estudantes da UFRN, dois rapazes e duas moças. As moças<br />

eram as mesmas que foram minhas companheiras na primeira viagem ao Atol, Marta e<br />

Sandra. Os cumprimentos foram rápidos, e logo nos despedimos, embarcando, sem perda<br />

de tempo, o restante de nossa bagagem. Dispondo de pouco tempo para fazer a travessia<br />

da barreta, o funcionário do IBAMA nos acompanhou até o barco, para trazer de volta o<br />

inflável. E logo depois o Delícia tomou o caminho de volta a Natal.<br />

Depois de umas dez horas de navegação, já à noite, mestre Zeca falou que, a partir<br />

daquele momento, seria conveniente aproar o Delícia na direção exata de Natal, pois<br />

deveríamos estar chegando lá muito antes do amanhecer.<br />

Sabendo que o veleiro não dispunha de GPS, que a navegação era feita somente com<br />

o uso da bússola, perguntei a ele como era que esse direcionamento poderia ser feito.<br />

Sorrindo, Zeca me mostrou de que maneira ele fazia esse procedimento. E aquilo me<br />

pareceu ser a coisa mais simples, mais elementar do mundo...<br />

Tirando de uma gaveta um radinho de p<strong>ilha</strong>, desses pequeninos, que se compra em<br />

qualquer camelô, Zeca sintonizou uma estação de rádio de Natal e fez alguns movimentos<br />

com a mão que segurava o rádio, até conseguir a melhor intensidade do sinal.<br />

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