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ilha das canárias - PT7AA

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29 de janeiro – data da partida<br />

Finalmente chegou o dia da partida, 29 de janeiro. O comandante da embarcação,<br />

pelo que nos foi informado, era o mestre Manoel, um morenão de gestos rudes e jeitão<br />

decidido, que estava sempre usando grandes óculos escuros e que impunha indiscutível<br />

respeito e autoridade sobre o restante da tripulação. Logo que chegamos ao cais, pela<br />

manhã ainda cedo, ele nos informou que podíamos trazer o material para bordo, pois o Rio<br />

Turi sairia para o mar no final da tarde.<br />

Por volta do meio-dia já estávamos com toda nossa carga acumulada nas<br />

proximidades do barco (foto ao lado) e somente<br />

aguardávamos as ordens do comandante Manoel para<br />

colocar tudo a bordo.<br />

Pouco a pouco fomos nos ambientando com os<br />

preparativos para a partida, conhecendo os pescadores,<br />

nossos companheiros de viagem e nos adaptando às regras<br />

vigentes em barcos de pesca.<br />

O Rio Turi era um barco de madeira que devia ter uns quinze metros de comprimento<br />

por uns três e meio de largura. Na parte traseira havia uma cabine de dois andares, sendo a<br />

parte mais baixa destinada aos alojamentos da tripulação e a cozinha. Acima dela, de<br />

tamanho bem menor, ficava a cabine de comando, com o leme, o GPS, o rádio de VHF<br />

marítimo e o beliche do comandante Manoel. Essa parte superior era rodeada por uma<br />

amurada de madeira, que guarnecia não só a cabine de comando, mas também delimitava e<br />

protegia a área que servia para a circulação <strong>das</strong> pessoas.<br />

Por detrás dessa cabine, também cercado pela amurada, havia um espaço<br />

normalmente utilizado para o transporte de bóias, cor<strong>das</strong>, tubos de gás e os equipamentos<br />

de salvatagem. O comandante Manoel havia mandado colocar uma lona cobrindo<br />

precariamente essa parte do barco e nos informou que ali seriam nossas acomodações<br />

durante a viagem. Era o nosso apartamento cinco estrelas, a melhor opção de acomodação<br />

que eles tinham condição de nos oferecer. O local descrito pode ser localizado na foto da<br />

página anterior, onde se observa perfeitamente a cobertura de lona azul.<br />

Rapidamente os marinheiros colocaram nossa bagagem a bordo, deixando-nos<br />

somente com os colchonetes e a bagagem de mão. Eles acomodaram nossos volumes, da<br />

melhor maneira possível, no reduzido espaço livre entre os beliches da tripulação, ocupando<br />

boa parte do corredor e atravancando a estreita e única passagem que havia por lá. Era ali o<br />

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