ARQUITETURA
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CAIXA GERAL<br />
DE DEPÓSITOS<br />
N. o 09 | Outubro de 2012 | Ano III<br />
a revista da caixa<br />
PERIODICIDADE<br />
TRIMESTRAL<br />
<strong>ARQUITETURA</strong><br />
PRESENTE E FUTURO<br />
DE UMA DISCIPLINA<br />
QUE ENGRANDECE<br />
O NOME DE PORTUGAL<br />
ALÉM-FRONTEIRAS<br />
ÁLVARO<br />
SIZA VIEIRA<br />
NA PRIMEIRA PESSOA<br />
A GELO E FOGO<br />
VIAGEM ANTICRISE<br />
A UMA ILHA CHAMADA ISLÂNDIA<br />
DESCUBRA TUDO O QUE A CAIXA<br />
TEM PARA LHE OFERECER<br />
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Foto de capa: FG+SG - Fotografia de Arquitectura<br />
a revista da caixa<br />
Diretor Francisco Viana<br />
Editores Luís Inácio e Pedro Guilherme Lopes<br />
Arte e projeto Rui Garcia e Rui Guerra<br />
Colaboradores Ana Rita Lúcio, Helena<br />
Estevens, João Paulo Batalha, Leonor Sousa<br />
Bastos, Paula de Lacerda Tavares (texto);<br />
Anabela Trindade, Estúdio João Cupertino,<br />
Filipe Pombo e Gualter Fatia, com agências<br />
Corbis, Getty Images e iStockphoto (fotos);<br />
Marta Monteiro (ilustração),<br />
Dulce Paiva (revisão)<br />
Secretariado Teresa Pinto<br />
Gestor de Produto Luís Miguel Correia<br />
Produtor Gráfico João Paulo Batlle y Font<br />
REDAÇÃO<br />
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Diretor Comercial<br />
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Diretora Coordenadora<br />
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Assistente<br />
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Coordenador de Materiais<br />
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Editora Medipress - Sociedade Jornalística<br />
e Editorial, Lda.<br />
NPC 501 919 023 Capital Social: €74 748,90;<br />
CRC Lisboa<br />
Composição do capital da entidade proprietária<br />
Impresa Publishing, S. A. - 100%<br />
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Impressão Lisgráfica - Impressão e Artes<br />
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Propriedade<br />
Caixa Geral de Depósitos<br />
Av. João XXI, 63, 1000-300 Lisboa<br />
Periodicidade Trimestral<br />
(Edição n.º 9, julho/setembro 2012)<br />
Depósito Legal 314166/10<br />
Registo ERC 125938<br />
Tiragem 72 000 exemplares<br />
Correio do leitor cx@cgd.pt<br />
A Cx é uma publicação da Divisão Customer<br />
Publishing da Impresa Publishing,<br />
sob licença da Caixa Geral de Depósitos<br />
Do verbo construir<br />
POR MAIORES QUE SEJAM AS DIFICULDADES, os portugueses<br />
continuam a dar provas do seu talento, da sua qualidade<br />
e do seu profissionalismo, um pouco por todo o mundo!<br />
Esta é uma verdade inquestionável e a arquitetura não<br />
foge à regra.<br />
Tendo como embaixadores Álvaro Siza Vieira – um dos<br />
destaques desta edição com uma entrevista imperdível – e<br />
Eduardo Souto de Moura, as construções e intervenções<br />
com assinatura Made in Portugal vão conquistando<br />
prémios, distinções e primeiras páginas nas revistas<br />
internacionais da especialidade. Em destaque, uma nova<br />
geração de arquitetos, empenhada em traçar novos rumos<br />
e assumindo um pensamento em comum: o respeito<br />
pelo meio ambiente e a procura por soluções que se<br />
enquadrem na tão procurada sustentabilidade.<br />
Como tem sido habitual, as cidades, a arquitetura e<br />
a sustentabilidade são, efetivamente, dois dos eixos da<br />
sua Cx. E, como não poderia deixar de ser, eles estão<br />
presentes neste número, com o exemplo de um resort<br />
chamado Bom Sucesso e um jovem arquiteto que desenha<br />
cidades futuristas. Ou mesmo um autocarro amigo do<br />
ambiente; um movimento verde apostado em criar uma<br />
corrente de iniciativas mais saudáveis para a mobilidade<br />
urbana; ou uma jovem designer que aposta em roupas<br />
ecológicas.<br />
Mas há muito mais, claro, como uma marca de<br />
sapatos feitos de cortiça, uma viagem de sonho à quase<br />
desconhecida Islândia e outra, mais perto, pelo que de<br />
mais importante se vai fazendo, em termos culturais, em<br />
Lisboa e em Braga.<br />
Tudo isto, e muito mais, numa edição que assinala<br />
o reunir, numa única publicação, de todo o universo<br />
Caixa, incluindo uma seleção de produtos e serviços<br />
especialmente pensada para si. E que melhor forma de<br />
assinalar essa mudança de estratégia editorial do que uma<br />
edição dedicada à arquitetura? Afinal, ajudar a construir o<br />
futuro dos portugueses tem sido uma das traves mestras<br />
da atuação da Caixa Geral de Depósitos. Já lá vão mais de<br />
136 anos e, em vésperas de um 2013 que exigirá esforços<br />
a todos, a Caixa Geral de Depósitos volta a assumir-se<br />
como porto seguro e sinónimo de solidez e confiança.<br />
Esta revista está escrita nos termos do novo acordo ortográfico<br />
FRANCISCO VIANA<br />
editorial<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
e<br />
«AJUDAR A<br />
CONSTRUIR<br />
O FUTURO DOS<br />
PORTUGUESES<br />
TEM SIDO UMA DAS<br />
TRAVES MESTRAS<br />
DA ATUAÇÃO<br />
DA CAIXA GERAL<br />
DE DEPÓSITOS»<br />
3
i<br />
4<br />
interior<br />
06 Pormenor<br />
Notícias que saem da Caixa<br />
PESSOAS<br />
10 Histórias de sucesso<br />
Joaquim Menezes<br />
12 Talento<br />
Os desenhos de André Rocha e<br />
as receitas de Miguel Castro Silva<br />
ESTILO<br />
18 Design & arquitetura<br />
Os sapatos da Rutz e a Trienal<br />
de Arquitetura de Lisboa<br />
21 Automóveis<br />
O novo Mercedes Classe A<br />
22 Culto + Soluções<br />
Peças com muito estilo e<br />
ideias para o dia a dia<br />
24 Gourmet + Prazeres<br />
Emo e Bem-Me-Quer, e umas<br />
bolachas que aquecem a alma<br />
39 Observatório<br />
João Santa-Rita<br />
DESTINOS<br />
46 Roteiro<br />
Aldeias Históricas<br />
48 Fugas<br />
Aquapura Douro Valley<br />
VIVER<br />
52 Saúde<br />
Quase mulherzinha<br />
54 Educação<br />
Como reagir ao mobbing?<br />
55 Finanças<br />
Cartões pré-pagos<br />
58 Sustentabilidade<br />
Um autocarro amigo do<br />
ambiente, roupa ecológica e as<br />
boas práticas da CGD<br />
CULTURA<br />
61 Ler & Ouvir<br />
62 Lisbon Week<br />
Lisboa saiu à rua<br />
64 Festival Rota das Artes<br />
Com o apoio da Caixa<br />
68 Agenda<br />
69 Vintage<br />
O primeiro livro de receitas<br />
74 Fecho<br />
40Grande viagem<br />
Arquitectura<br />
de<br />
Islândia, uma ilha de origem vulcânica, 70 Institucional<br />
perto do Círculo Polar Ártico, tão<br />
Conheça os produtos e serviços<br />
Fotografia -<br />
selvagem quanto romântica.<br />
da CGD, criados a pensar em si.<br />
FG+SG<br />
Notícias CGD Foto:<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
DESTAQUES<br />
32 Com os pés na terra<br />
Com nomes consagrados ou jovens talentos, a arquitetura portuguesa continua<br />
a dar cartas pelo mundo. E a nova geração de arquitetos está a distinguir-se<br />
por projetos mais sustentáveis, atentos ao equilíbrio energético e a uma relação<br />
simbiótica com a Natureza.<br />
16 Design & arquitetura<br />
Com a Natureza como um livro<br />
aberto, um lote dos mais destacados<br />
arquitetos portugueses foi convidado<br />
a traçar a sua própria narrativa no<br />
guião do Bom Sucesso Architecture<br />
Resort.<br />
26 Entrevista<br />
Move-o a paixão pela arquitetura, a<br />
alegria de viver e o convívio com os<br />
amigos. Chama-se Álvaro Siza Vieira<br />
e é um dos mais premiados arquitetos<br />
portugueses.<br />
56 Sustentabilidade<br />
Conheça o Verde Movimento, um<br />
projeto que cria uma corrente<br />
de várias iniciativas que dão<br />
visibilidade a atitudes mais<br />
saudáveis de vida para o ambiente<br />
e para as pessoas.<br />
66 Cultura<br />
Uma juventude mais participativa,<br />
com mais ferramentas para os<br />
desafios do futuro. É este o legado<br />
do GNRation, o novo espaço criativo<br />
da cidade de Braga, instalado no<br />
antigo quartel da GNR local.
p<br />
pormenor<br />
IDEIA LUMINOSA<br />
Chama-se Sixties e é um candeeiro que promete<br />
dar resposta aos anseios dos mais exigentes<br />
utilizadores, mesmo dos que procuram os mais<br />
complicados ângulos de iluminação. O seu autor é<br />
Maxim Maximov, um designer industrial russo que<br />
se inspirou nos designers dos anos 60 para criar<br />
CO(R)PINHO<br />
DE LEITE<br />
O conceito eco-fashion não pára de<br />
surpreender e uma das mais recentes<br />
novidades chega-nos da Alemanha.<br />
A protagonista é Anke Domaske, uma<br />
designer de moda e microbiologista,<br />
que encontrou uma forma de unir<br />
as suas duas paixões: desenvolveu<br />
a QMilch, uma fibra especial<br />
obtida a partir do leite que permite<br />
confecionar roupa. A QMilch contém<br />
uma proteína derivada do leite azedo<br />
que, depois de tratada, permite<br />
obter as linhas com que são feitas as<br />
peças, com um surpreendente toque<br />
ao nível da seda (com a vantagem<br />
de, ao contrário da seda, poder ser<br />
produzida sem o uso de pesticidas).<br />
6 Cx<br />
a revista da caixa<br />
YOUNG VOLUNTEAM<br />
Apelo à ação<br />
Caixa associa-se à Sair da Casca e à ENTRAJUDA para<br />
promover o voluntariado junto dos mais novos<br />
o Programa Young VolunTeam é um<br />
projeto de promoção do voluntariado em<br />
escolas do ensino secundário, contribuindo<br />
para o desenvolvimento de competências<br />
fundamentais no crescimento dos jovens.<br />
Fruto de uma parceria entre a Caixa, a Sair<br />
da Casca e a ENTRAJUDA, o programa dará<br />
especial atenção a temas como a inclusão<br />
social, a educação, o empreendedorismo, o<br />
emprego e a cidadania.<br />
Na prática, o Young VolunTeam desafia as<br />
escolas a desenvolverem o seu próprio projeto<br />
de voluntariado, sendo que cada uma deve<br />
inscrever-se com um grupo de alunos e um<br />
professor, que irão receber formação para o<br />
efeito. Estes elementos serão os principais<br />
dinamizadores do Programa, não só na<br />
sua escola, mas também na comunidade<br />
envolvente, incluindo nas escolas de ensino<br />
básico, através de sessões de formação.<br />
Ao associar-se a esta iniciativa, a Caixa Geral<br />
de Depósitos reforça a aposta nos jovens<br />
portugueses, despertando a sua consciência<br />
CAMPANHA CAIXAZUL<br />
A campanha de publicidade iniciada a 28 de setembro<br />
pretende apresentar o serviço Caixazul, um serviço de<br />
proximidade, inovação e exclusividade. A confiança e<br />
o conhecimento das reais necessidades dos Clientes<br />
são a principal mensagem transmitida pela campanha.<br />
Com ela, procura-se demonstrar que a Caixa de hoje é<br />
um Banco de Clientes. Saiba mais sobre este serviço<br />
na página 71. Há um Banco que o conhece como<br />
ninguém. A Caixa. Com certeza.<br />
esta peça, feita em plástico, que faz lembrar uma<br />
palhinha gigante: um tubo em plástico, passível<br />
de ser dobrado em diferentes ângulos e posições,<br />
claramente assente na ideia de funcionalidade sem<br />
detalhes desnecessários (ou, se preferirem, um bom<br />
exemplo de como menos pode ser mais).<br />
cívica e social. Pretende-se contribuir<br />
para a valorização dos seus currículos,<br />
acrescentando-lhes vantagem competitiva<br />
e reconhecimento aquando da respetiva<br />
apresentação a universidades estrangeiras<br />
ou a propostas de emprego.
Fotos: D.R.<br />
DESIGN<br />
Caderneta de cromos virtual<br />
em portugal, não vão<br />
faltando exemplos de pessoas<br />
que fazem da criatividade a<br />
sua maior arma. José Cardoso<br />
é um desses casos. Resolveu<br />
enfrentar o desemprego com<br />
a criação do A Thousand<br />
Faces Staring Back at You,<br />
um site que queria ser uma<br />
caderneta de cromos. E o<br />
que, supostamente, seria um<br />
hobbie, virou um trabalho. A<br />
mecânica é simples: por um<br />
euro, e enviando uma foto<br />
acompanhada de algumas<br />
TRADUZIR À LETRA<br />
informações pessoais,<br />
qualquer pessoa pode<br />
encomendar o seu próprio<br />
cromo. Depois, compram-se<br />
carteirinhas esperando que nos<br />
saia o nosso próprio cromo (ou<br />
o da nossa cara-metade, do<br />
cão, do gato ou do periquito).<br />
Caso não saia, podemos<br />
tentar encontrar quem tenha<br />
o nosso cromo para a troca ou,<br />
até, procurar completar uma<br />
espécie de caderneta privada<br />
onde podem caber amigos e<br />
familiares.<br />
já imaginou se os ingleses utilizassem, traduzidas à letra,<br />
expressões tão portuguesas como «de pequenino é que se<br />
torce o pepino», «estás armado em carapau de corrida» ou<br />
«e tu nem sabes da missa metade»? Luís Santos imaginou e<br />
resolveu criar a página Portuguese Sayings (www.facebook.<br />
com/PortugueseSayings), onde frases famosas, provérbios e<br />
expressões idiomáticas ganham todo um novo significado.<br />
Invenção que<br />
salva vidas<br />
chama-se sara pimenta,<br />
é aluna de Engenharia<br />
Biomédica, da Universidade<br />
do Minho, e está nas bocas<br />
do mundo depois de ter<br />
desenvolvido um dispositivo<br />
portátil que, baseado numa<br />
análise espectrofotométrica,<br />
identifica o tipo de sangue<br />
de uma pessoa em apenas<br />
cinco minutos. Uma ideia<br />
que pode salvar vidas e<br />
que arrecadou o primeiro<br />
prémio, na categoria de<br />
Mestrado, num concurso<br />
de ideias promovido por<br />
um centro de investigação<br />
que faz parte da Fraunhofer<br />
Gesselchaft, uma<br />
organização europeia de<br />
investigação na área das<br />
engenharias.<br />
O MELHOR<br />
GERENTE<br />
DA EUROPA<br />
A Asics Tiger promoveu<br />
um concurso para eleger<br />
o melhor gerente de loja<br />
na Europa e o prémio<br />
viajou para Portugal, mais<br />
precisamente, para a loja<br />
da Asics no Outlet de<br />
Vila do Conde. É lá que<br />
trabalha Rafael Ribeiro, de<br />
28 anos, natural de Santa<br />
Maria da Feira e formado<br />
em Gestão de Empresas,<br />
na Universidade Lusíada<br />
do Porto, o jovem<br />
português que venceu<br />
mais de 40 colegas de<br />
países como Inglaterra,<br />
Alemanha, França,<br />
Dinamarca ou Holanda,<br />
entre outros.<br />
CAIXA PROMOVE A POUPANÇA<br />
Fazem já parte do património simbólico da Caixa, no que<br />
ao incentivo à poupança junto dos mais novos diz respeito.<br />
Falamos da Semana da Poupança na KidZania e da Exposição<br />
Eucação+Financeira.<br />
A primeira vai já no terceiro ano e surge na sequência do<br />
apoio que coloca a CGD como parceiro bancário oficial do<br />
parque onde se brinca às profissões. O incentivo à poupança<br />
e ao trabalho é, por isso, mais do que pertinente, sendo que,<br />
este ano, a ação contou com outro objetivo: a perceção do<br />
conceito de juro. No parque esteve o Cifrão, o embaixador da<br />
poupança da CGD, que deixou conselhos sobre a gestão do<br />
dinheiro e animou os presentes com música e dança.<br />
Já a Exposição Eucação+Financeira resulta de uma parceria<br />
com a Universidade de Aveiro e visa a formação de<br />
consumidores mais conscientes da realidade financeira.<br />
Desenhada para os mais jovens, a exposição passou já por<br />
40 cidades do País, envolvendo mais de 40 mil pessoas. O<br />
lançamento da terceira edição ocorreu em Setúbal, a 2 de<br />
outubro, na Escola Básica 2,3 de Bocage, seguindo-se sete<br />
meses de itinerância, até 24 de abril, em Aveiro (ver pág. 68).<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
7
p<br />
1<br />
pormenor<br />
8 Cx<br />
a revista da caixa<br />
DE OLHOS EM BICO Aos<br />
32 anos de idade, as famosas<br />
Pintarolas (pastilhas de chocolate<br />
num tubo colorido) chegaram<br />
à China e até já têm direito<br />
a um colorido spot televisivo.<br />
Em mandarim, claro!<br />
não podiam começar da melhor maneira<br />
estes seis dias (de 4 a 9 de dezembro) de<br />
cinema e literatura, no Cinema São Jorge: o<br />
Festival Ler 25 Anos/25 Filmes arranca com a<br />
antestreia exclusiva de On the Road, realizado<br />
por Walter Salles, a adaptação<br />
do livro de Jack Kerouak, que conta<br />
no elenco com nomes como Viggo Mortensen<br />
e Kirsten Dunst.<br />
A este filme juntam-se 24 obras<br />
cinematográficas selecionadas por Pedro<br />
Mexia (de Matar ou Não Matar, de Nicholas<br />
Ray, a Tess, de Roman Polanski, passando<br />
por Vidas em Fúria, de Stephen Frears, ou<br />
A Corte do Norte, de João Botelho) e outros<br />
motivos de interesse: a entrevista de Carlos<br />
Vaz Marques a António Lobo Antunes, ao<br />
vivo; a conferência de Gonçalo M. Tavares; os<br />
concertos das bandas dos escritores Afonso<br />
Cruz (The Soaked Lamb) e Jacinto Lucas Pires<br />
(Os Quais); o espetáculo de David Santos<br />
(Noiserv), autor de alguns dos temas musicais<br />
de José & Pilar; três concertos em parceria<br />
com o Festival Vodafone Mexefest; a emissão<br />
em direto do programa de rádio Prova Oral; e<br />
2<br />
DIA DA FORMAÇÃO FINANCEIRA<br />
Promover a literacia financeira, de<br />
norte a sul do País, foi o objetivo<br />
da mais recente iniciativa do Plano<br />
Nacional de Formação Financeira.<br />
Teve lugar no Dia Mundial da<br />
Poupança (31 de outubro).<br />
FESTIVAL LER<br />
Celebrar as bodas de ouro<br />
A revista Ler assinala 25 anos com um festival<br />
que promete agitar o início de dezembro<br />
GREEN PROJECT AWARDS<br />
mais debates, tertúlias, exposições, contadores<br />
de histórias e uma feira do livro. Pode<br />
acompanhar todas as novidades no blogue<br />
ler.blogs.sapo.pt e no Facebook da LER.<br />
A Culturgest recebeu, a 12 de setembro último, a cerimónia de entrega da quinta edição dos<br />
Green Project Awards. Na cerimónia, que contou com a presença de Assunção Cristas, ministra<br />
da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, foram distinguidos, uma<br />
vez mais, os projetos com as melhores práticas na promoção do desenvolvimento sustentável<br />
em Portugal. Descubra os projetos vencedores em www.greenprojectawards.pt e conheça,<br />
também, as melhores práticas de sustentabilidade na CGD<br />
em www.cgd.pt/Institucional/Sustentabilidade/Pages/Sustentabilidade.aspx.<br />
3<br />
MAIS VIAGENS LOW COST<br />
Está agendada para abril de 2013<br />
a abertura de uma base aérea da<br />
EasyJet, em Lisboa, numa medida<br />
que permitirá criar cinco novas<br />
rotas: Amesterdão, Astúrias,<br />
Bordéus, Copenhaga e Veneza.<br />
3<br />
IDEIAS<br />
Para brindar<br />
com bom vinho português,<br />
produzido de norte a sul,<br />
na sua noite de Natal.<br />
Este Herdade das Servas<br />
1. Vinhas Velhas tinto<br />
2009 é a segunda colheita<br />
(a primeira em 2005) deste<br />
topo de gama feito a partir<br />
de vinhas com mais de 50<br />
anos. Se o oferecer como<br />
prenda, saiba que pode<br />
envelhecer até mais 15 anos.<br />
A Lavradores de Feitoria<br />
2. – projeto no Douro<br />
que reúne 15 produtores,<br />
proprietários de 18 quintas<br />
– lançou duas novidades da<br />
marca Meruge: o branco de<br />
2011 (100% português, feito<br />
a partir da casta Viosinho,<br />
ideal para acompanhar polvo<br />
ou bacalhau) e o tinto de<br />
2009 (recentemente eleito<br />
como um dos melhores do<br />
ano no seu guia Vinhos de<br />
Portugal 2013).<br />
A dupla de produtores<br />
3. Quinta do Pôpa e Luís<br />
Pato lança a colheita de<br />
2008 do vinho criado a partir<br />
da combinação de duas<br />
castas autóctones da região<br />
do Douro e da Bairrada,<br />
respetivamente: Tinta Roriz<br />
e Baga, proveniente da vinha<br />
Pan. Este PaPo pode ser<br />
apreciado desde jovem ou<br />
ser guardado por muitos<br />
anos.
Fotos: D.R.<br />
SHORTOLOGY<br />
A história como nunca a viu<br />
quando pensamos numa<br />
enciclopédia histórica,<br />
imaginamos um livro com<br />
imensas páginas, dividido em<br />
vários volumes. E se lhe dissermos<br />
que pode ficar a conhecer<br />
mais de 100 acontecimentos<br />
e figuras da História mundial<br />
em poucos segundos? A ideia<br />
é de Mateo Civaschi e Milesi<br />
Gianmarco, diretores criativos da<br />
agência H-57, que apostaram na<br />
pictografia para criar o Shortology,<br />
um livro em que cada página<br />
conta episódios como a vida dos<br />
dinossauros, a evolução dos jogos<br />
JÁ CONHECE A APP<br />
CAIXADIRECTA?<br />
de vídeo, toda a série Lost, bem<br />
como a biografia de nomes como<br />
Michael Jackson, Maradona ou os<br />
Beatles.<br />
A Caixa associou-se ao lançamento do Windows 8 e lançou a<br />
aplicação Caixadirecta para tablet e PC, que lhe permite aceder,<br />
de forma simples e prática, ao serviço Caixadirecta on-line – o<br />
serviço de internet banking da CGD. Este é mais um testemunho<br />
da inovação dos produtos e serviços da Caixa, visando maior<br />
eficiência, acessibilidade e conforto dos seus Clientes. A App<br />
Caixadirecta permite aos Clientes da CGD efetuarem a maioria<br />
das operações bancárias, onde quer que estejam, em absoluta<br />
mobilidade. Além da componente transacional, a aplicação<br />
disponibiliza, também, outros serviços informativos, como as<br />
campanhas em destaque e a georreferenciação de Agências. Esta<br />
aplicação explora o leque de potencialidades do Windows 8, com<br />
a incorporação de opções de partilha e de busca, apresentando<br />
um desenho agradável e uma navegação muito intuitiva. Para<br />
fazer download desta aplicação, basta ter o novo sistema<br />
operativo Windows 8, aceder à Loja Windows e pesquisar por<br />
«CGD» ou «Caixa». Caixadirecta. O seu Banco sempre presente.<br />
Aponte a câmara do<br />
telemóvel ou tablet para<br />
este código, recorrendo<br />
a uma aplicação de leitura<br />
de código 2D<br />
Quer descobrir a obra de Siza Vieira?<br />
CASA DE CHÁ<br />
DA BOA NOVA<br />
Leça da Palmeira<br />
Classificada como<br />
Monumento Nacional,<br />
há quem a aponte como<br />
a mais emblemática obra<br />
de Siza Vieira. Embora,<br />
infelizmente, fechada ao<br />
público, continua a ser<br />
um exemplo perfeito da<br />
integração da arquitetura<br />
no sítio, sendo quase<br />
cinematográfica a sua<br />
localização entre as rochas,<br />
debruçada sobre o mar.<br />
PISCINA DAS MARÉS<br />
Leça da Palmeira<br />
Localizadas na Marginal<br />
de Leça da Palmeira,<br />
este conjunto de piscinas<br />
de água salgada é mais<br />
um exemplo da integração<br />
da obra no espaço que<br />
a acolhe. Inaugurada em<br />
1966 e mantendo-se atual,<br />
é uma obra que assenta<br />
nas formas criadas pela<br />
própria Natureza.<br />
PAVILHÃO DE PORTUGAL<br />
Lisboa<br />
É emblemática a enorme<br />
pala de betão que cobre<br />
a praça sob ela existente.<br />
Mais um grande exemplo<br />
de arquitetura, em grande<br />
destaque aquando da<br />
Expo’98.<br />
ADEGA MAYOR<br />
Campo Maior<br />
O minimalismo,<br />
perfeitamente enquadrado<br />
na planície alentejana,<br />
naquela que serve de base a<br />
um dos mais interessantes<br />
projetos de enoturismo<br />
nacionais.<br />
CASA DA <strong>ARQUITETURA</strong><br />
Matosinhos<br />
Vai ser construída junto ao<br />
Porto de Leixões. Um edifício<br />
com uma área total de nove<br />
mil metros quadrados, que<br />
representará a mais recente<br />
intervenção nacional de<br />
Álvaro Siza Vieira, um dos<br />
mais premiados e aclamados<br />
arquitetos portugueses.<br />
O CAPACETE INVISÍVEL<br />
Anna Haupt e Terese Alstin são duas designers industriais<br />
suecas que procuram conquistar o mundo com uma proposta<br />
inovadora: um capacete invisível para ciclistas. Demoraram<br />
sete anos a desenvolver aquele que batizaram de «Hövding»,<br />
um capacete que, na verdade, é um colarinho que contém<br />
um airbag, ativado por sensores e transformado (aí, sim) em<br />
capacete em caso de acidente. Dotado de uma bateria que<br />
demora seis horas a carregar, via USB, com autonomia até 18<br />
horas, o Hövding tem, ainda, uma caixa negra que grava dados<br />
nos dez segundos antes ou durante o acidente. O colarinho<br />
é lavável e está disponível em várias cores, e há (mais) um<br />
pormenor curioso: a montagem final tem lugar nas instalações<br />
portuguesas da empresa sueca Alva.<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
9
h<br />
histórias de sucesso<br />
JOAQUIM MENEZES<br />
Um salto para o sonho<br />
Primeiro português a receber o prestigiado Prémio Pierre Nicolau,<br />
da CIRP, e inúmeras vezes galardoado pelo seu empreendedorismo,<br />
reconhece no trabalho e no exemplo a forte alavanca para o sucesso do Grupo<br />
Iberomoldes, um dos maiores grupos mundiais da indústria de moldes,<br />
sediado na Marinha Grande<br />
Cx: Quando começou a trabalhar na Aníbal<br />
H. Abrantes, aos 15 anos, alguma vez pensou<br />
vir a ser distinguido com um prémio como o<br />
Pierre Nicolau 2011, da CIRP?<br />
Joaquim Menezes: Nós nunca esperamos<br />
essas coisas, acho eu. Mas o meu percurso<br />
– até pela natureza das minhas funções hoje<br />
em dia, que estão ligadas muito à área da<br />
engenharia, desenvolvimento e inovação<br />
da indústria – e, principalmente, o meu<br />
envolvimento em muitas das estâncias<br />
de desenvolvimento tecnológico a nível<br />
nacional e internacional permitem uma<br />
grande exposição. Senti-me muito honrado.<br />
Particularmente, porque os agraciados<br />
anteriores são pessoas que eu respeito muito,<br />
por serem empresários, a maioria de empresas<br />
que estão no mercado há muitos anos, de<br />
forma muito afirmada a nível dos produtos<br />
ou equipamentos que as suas empresas<br />
produzem e ajudaram a desenvolver.<br />
Cx: Mas a Iberomoldes também está no<br />
mercado já há uns anos…<br />
J. M.: Mas nós estamos em Portugal. Apesar<br />
de tudo, achamos que não somos notados da<br />
mesma forma do que as grandes empresas<br />
japonesas, alemãs ou inglesas agraciadas antes.<br />
Cx: O que representa um prémio como este?<br />
J. M.: Não sei, sinceramente, mas acho que<br />
dá alento aos outros engenheiros e às pessoas<br />
que objetivamente se interessam e se dedicam<br />
a este tema. Tenho ideia de que a minha<br />
carreira demonstra que, com empenhamento,<br />
10 Cx<br />
a revista da caixa<br />
Por Helena Estevens Fotografia João Cupertino<br />
SERRALHEIRO AINDA adolescente, foi trabalhador-estudante e tornou-se empresário.<br />
O presidente do Grupo Iberomldes crê que é a esta sua formação gradual – que lhe permitiu<br />
uma aprendizagem feita principalmente de experiências – que deve a maturidade necessária<br />
para gerir, de uma forma harmónica, as pessoas que trabalham consigo, numa base de respeito<br />
mútuo pelas suas expectativas.<br />
acabamos por ser notados, mesmo em<br />
Portugal, onde tendemos a desvalorizar o que<br />
fazemos, que é muito bom.<br />
Cx: Qual o segredo do sucesso da Iberomoldes?<br />
J. M.: Esse mesmo trabalho e todas as pessoas<br />
no grupo sentirem que todos nos esforçamos<br />
e tentamos, também, dar o exemplo por cima.<br />
Sentirem que, com trabalho, conseguimos<br />
fazer as coisas. Há que ser otimista, acreditar<br />
em si próprio, ser resiliente e consistente.<br />
Cx: Como é que num universo tão competitivo<br />
se fidelizam clientes?<br />
J. M.: Eu diria que é pela qualidade daquilo<br />
que produzimos, pela seriedade com que os<br />
negócios são feitos e um acompanhamento<br />
sempre em cima do acontecimento.<br />
Independentemente de os clientes estarem<br />
a encomendar muito ou pouco, há que<br />
manter uma relação profissional, muitas vezes<br />
também de confiança e interajuda. Acredito<br />
muito no networking. Costuma dizer-se – e<br />
eu sigo muito os provérbios – que quem não<br />
«COM TRABALHO<br />
CONSEGUIMOS FAZER<br />
AS COISAS. HÁ QUE SER<br />
OTIMISTA, ACREDITAR<br />
EM SI, SER RESILIENTE<br />
E CONSISTENTE»<br />
SONHADOR<br />
EMPENHADO<br />
aparece esquece. Independentemente dos<br />
negócios que se façam, nós devemos aparecer.<br />
Cx: O que falta ao nosso empreendedorismo?<br />
J. M.: Creio que não se pode pôr o problema<br />
em termos de Portugal. Tem mais a ver com<br />
a nossa maneira de ser e, principalmente,<br />
acreditarmos em nós próprios. Temos a<br />
tendência horrível e perversa de dizermos mal<br />
de nós próprios. Devemos viajar, e viajar não é<br />
para ir só ver monumentos, é viver as culturas,<br />
viver com as pessoas. Felizmente, tenho esse<br />
privilégio há muitos anos; mas não é só um<br />
privilégio, é a minha maneira de estar. E cada<br />
vez mais me orgulho dos meus compatriotas.<br />
Criticamos muitas vezes o desenrascanço,<br />
mas, desde a Alemanha e o Brasil aos EUA e<br />
Canadá, onde me cruzo com trabalhadores<br />
portugueses, os seus empregadores são os<br />
RESILIENTE
primeiros a elogiar a forma como, em situações<br />
ditas não convencionais, se desenrascam.<br />
Têm iniciativa, voluntarismo em determinado<br />
tipo de situações, que fazem com que sejam<br />
notados.<br />
Cx: O que desencadeou a Open Business<br />
Angels?<br />
J. M.: Ao nível dos business angels, a minha<br />
participação tem sido reduzida. É mais no<br />
sentido em que acredito que nós (empresários<br />
que já fizeram o caminho das pedras),<br />
naquilo em que pudermos, devemos ajudar<br />
os outros. O meu conceito de business angel<br />
não passa apenas por lhes dar o dinheiro para<br />
eles irem para a frente com as ideias. Muitas<br />
vezes, é até aconselhá-los a não fazerem nada.<br />
O balanço é positivo. Começou a falar-se de<br />
incubação de uma forma mais estruturada,<br />
EMPREENDEDOR<br />
LÍDER<br />
VISIONÁRIO<br />
menos voluntarista. Facilitou a vida a quem<br />
queira criar empresas: estão à disposição<br />
mecanismos, até de financiamento, etc., que<br />
permitem, de forma mais estruturada, que os<br />
empresários lancem mão das suas próprias<br />
iniciativas e ideias.<br />
Cx: Portugal é um País para jovens?<br />
J. M.: É. E, pessoalmente, quero acreditar que<br />
sim, porque sou português. Não encaro a<br />
minha vida noutro país que não seja Portugal.<br />
Cx: Que sonho tem ainda por concretizar?<br />
J. M.: Sentir que não deixo problemas atrás.<br />
Todos os dias, o que me faz pensar são as<br />
1400 famílias que dependem de mim. Tento,<br />
todos os dias, criar um sistema que permita,<br />
minimamente, que as pessoas que trabalham<br />
comigo sintam confiança.<br />
Print<br />
MUNDO<br />
SEM FRONTEIRAS<br />
Viver as culturas dos outros<br />
países é um privilégio a que<br />
devemos ambicionar.<br />
Crê firmemente na mobilidade,<br />
atitude que falta em Portugal,<br />
e, também, numa atitude de<br />
internacionalização, que todos<br />
temos, tendencialmente, no<br />
sangue, devendo mantê-la.<br />
Talvez por defender que viajar<br />
e trabalhar fora, conhecer<br />
outras culturas e viver essas<br />
mesmas culturas é cada vez<br />
mais fundamental no mundo<br />
global em que vivemos:<br />
«Tenho muita gente comigo<br />
que esteve a trabalhar lá fora<br />
e eu, todos os dias, reconheço<br />
que essas pessoas vêm com<br />
uma vivência e uma visão<br />
sobre o mundo muito mais<br />
adaptada à realidade em que<br />
vivemos hoje em dia do que<br />
aqueles que nunca saíram<br />
daqui.» Pessoas expostas<br />
a outras culturas, a outras<br />
maneiras de pensar e a outras<br />
formas de trabalhar aprendem<br />
ainda a estar no mundo,<br />
defende. Entre nós, há, ainda,<br />
muita dificuldade em nos<br />
deslocarmos 50 quilómetros<br />
para conhecer outras<br />
realidades.<br />
Não lamenta os tempos<br />
livres que não tem, mas,<br />
se tivesse mais, seria «para<br />
estar com os amigos, às<br />
vezes, até para estar sozinho.<br />
Eu viajo muito e, portanto,<br />
estou muito tempo sozinho,<br />
aparentemente sozinho,<br />
mas quando viajamos da<br />
forma como eu viajo acaba-<br />
-se por não se estar sozinho,<br />
porque, em viagem, vou a<br />
pensar no que vou fazer. É um<br />
turbilhão de que não consigo<br />
arredar-me».<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
11
12<br />
t<br />
talento<br />
ANDRÉ ROCHA<br />
A criatividade como<br />
ingrediente essencial<br />
Entre a suposta rigidez das regras arquitetónicas e a total liberdade<br />
de cidades ilustradas, um jovem arquiteto faz da persistência do traço um modo<br />
de vida e até já pensa num projeto que permita unir artistas e causas humanitárias<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
Por Pedro Guilherme Lopes Fotografia Anabela Trindade<br />
DE CERTA FORMA, André Rocha sabia que o seu futuro haveria de estar ligado à arte da criação.<br />
O desenho foi algo que acompanhou a sua infância e a formação de personalidade, ao ponto de<br />
ter memória de desenhar antes dos quatro anos. Rabiscos e folhas avulsas, uma delas dedicada ao<br />
tema «primavera» e enviada para o programa de José Jorge Duarte, quando ainda só havia a RTP<br />
para ver programas à tarde.<br />
Tinha oito anos e o prémio daí resultante<br />
apenas contribuiu para continuar a desenhar,<br />
enquanto lhe iam dizendo que, quando fosse<br />
grande, seria arquiteto. A ideia sedimentou,<br />
mas só no decorrer do curso de Arquitetura,<br />
na Universidade de Coimbra, viria a perceber o<br />
quanto o desenho é essencial como ferramenta<br />
de trabalho. «Antes disso, fascinava-me a<br />
possibilidade de ver o lado formal, aliado à<br />
funcionalidade, materializar-se. Porém, o curso<br />
de Arquitetura superou as minhas expectativas,<br />
por ser uma disciplina que congrega vários<br />
saberes, desde a história da arte, a psicologia,<br />
a engenharia, o desenho, entre outros».<br />
Em 2003/2004 decide criar um blog de<br />
desenho, intitulado A Persistência do Traço,<br />
onde foi explorando algum lado surrealista<br />
associado ao esboço urbano e à formação<br />
em arquitetura. «Nunca tive medo de<br />
experimentar exaustivamente, mesmo que<br />
possa estar a desviar-me de um bom percurso»,<br />
afirma. E o que não faltam são experiências<br />
urbanas, se é que assim podemos intitular<br />
estas ilustrações que mostram cidades verticais<br />
e suspensas, onde se conjuga o universo<br />
de banda desenhada com pormenores de<br />
portugalidade. «Gosto de explorar a diferença<br />
de escalas e de trabalhar espaços compactos,<br />
para, depois, deixá-los respirar com grandes<br />
vazios circundantes e inóspitos. Tal como<br />
gosto de jogar com a gravidade, provocando<br />
um certo desconcerto a quem visualiza a<br />
ilustração. A verticalidade tem, sobretudo,<br />
a ver com Portugal e a notável destreza com<br />
que os portugueses construíram cidades em<br />
paisagens tão acidentadas que, aparentemente,<br />
nos soariam a uma impossibilidade. A maioria<br />
das grandes cidades mundiais são planas.<br />
Em Portugal, em especial cidades como o<br />
Porto, Coimbra e Lisboa, são cidades quase<br />
verticais, onde a criação de sistemas de<br />
transporte como o funicular ou os elevadores<br />
fazem todo o sentido», revela.<br />
E será esta a forma como André Rocha vê as<br />
cidades portuguesas? «As cidades portuguesas<br />
cresceram desenfreadamente ao longo de três<br />
décadas, sem conseguirmos criar uma doutrina<br />
disciplinar no que diz respeito ao urbanismo»,<br />
responde. Uma das grandes diferenças será,<br />
ao contrário da geração dos seus pais, o facto<br />
de André assistir à vontade dos jovens em<br />
voltar aos centros das cidades. «Voltar ao<br />
centro histórico é o desejo de encontrar uma<br />
identidade. Quanto às periferias, prevejo muito<br />
trabalho para os arquitetos intervencionarem<br />
sobre as inúmeras pontas soltas que o recente<br />
urbanismo não soube prever de raiz.»<br />
Teoricamente, seriam motivos suficientes<br />
para não faltar encomenda de arquitetura, mas<br />
a realidade é outra, ao ponto de arquitetos<br />
conceituados ameaçarem fechar portas.<br />
Enquanto isso, jovens arquitetos e pequenos<br />
ateliers são distinguidos com vários prémios<br />
internacionais. «É um percurso vulgar,<br />
para qualquer arquiteto recém-formado, a<br />
adesão a concursos de arquitetura, como<br />
esperança de encontrar aí o primeiro passo<br />
Print<br />
MADE IN PONTE<br />
DE LIMA<br />
André Rocha poderá ser o<br />
nome que se segue numa lista<br />
onde cabem o Atelier Viana<br />
Cabral, com as suas Dulcineias,<br />
e Madalena Martins, com as<br />
Marias de Portugal e o Bicho de<br />
Sete Cabeças. Em comum, dois<br />
pontos: a origem dos projetos,<br />
Ponte de Lima, e a vontade<br />
de recuperar a iconografia<br />
popular. André não segue<br />
a área do artesanato, mas,<br />
claramente, também dota o<br />
seu trabalho de portugalidade,<br />
contemporaneidade e<br />
criatividade. «É uma geração<br />
que procura resgatar e<br />
reinventar o que mais nos<br />
identifica como marca<br />
Portugal», afirma. «Num<br />
momento em que tanto se<br />
fala de perda de soberania e<br />
identidade, mais do que nunca,<br />
temos assistido à proliferação<br />
de ideias que exaltam a nossa<br />
memória. Acredito que o<br />
empreendedorismo será uma<br />
das palavras chave para vencer<br />
a crise, até porque, julgo, quem<br />
optar por ficar no seu próprio<br />
País terá de ser inovador e<br />
proativo. Algo para o qual as<br />
nossas universidades pouco ou<br />
nada nos prepararam.»<br />
para o estabelecimento do seu atelier. Eu<br />
próprio, com o meu colega António Ildefonso,<br />
chegámos a ser premiados, em Itália, no<br />
primeiro projeto que elaborámos»(o atelier<br />
pode ser visto em Ildefonsorocha.com)»,<br />
analisa. «Devido à elevada quantidade de<br />
arquitetos que Portugal formou nos últimos<br />
anos, é preciso que nos consciencializemos<br />
que nem todos vão conseguir fazer arquitetura.<br />
Porém, o processo de fazer arquitetura, através<br />
da experimentação, é aplicável a outras áreas.<br />
Neste sentido, os arquitetos terão de ser<br />
bastante criativos nas saídas alternativas que a<br />
formação lhes poderá atribuir.»
Cx<br />
a revista da caixa13
t<br />
talento<br />
14 Cx<br />
a revista da caixa<br />
MIGUEL CASTRO E SILVA<br />
Maestro de sabores<br />
Divide-se entre a música e a cozinha, onde dá asas à criatividade.<br />
Longe vai o tempo em que, se certezas tinha, era de que o futuro não passaria<br />
por um restaurante. O destino encarregar-se-ia de lhe trocar as voltas<br />
Para fazer face aos gastos, coordenou os<br />
estudos de Biologia Marinha com uma<br />
passagem por um restaurante de Munique,<br />
onde todos os dias chegava peixe fresco.<br />
Mas, se hoje reconhece que aprendeu muito<br />
nessa fase, na altura, tinha bastante claro<br />
que, profissionalmente, a cozinha jamais<br />
seria uma opção. E, de facto, durante uns<br />
tempos não foi. Nem o curso, que trocou<br />
pela área têxtil, que lhe deu «oportunidade<br />
de viajar muito» e conhecer «muitos sítios».<br />
O bichinho, no entanto, ficou. «Gosto<br />
muito de cozinha. Antes de ser cozinheiro, ao<br />
fim do dia, ia para casa, punha uma música,<br />
bebia um copo de vinho; o meu relaxamento<br />
era ir para a cozinha neste ambiente.<br />
Antigamente, em minha casa, nunca se sabia<br />
quantas pessoas é que vinham para jantar.»<br />
«A cozinha é um pouco aquilo que não fiz<br />
na música, que é a parte criativa. Há várias<br />
cozinhas possíveis: uma cozinha inocente,<br />
mais terra a terra, digamos, de partilha<br />
e de convivência (como os Decastro), e<br />
uma cozinha sofisticada, um trabalho mais<br />
elaborado, com menus de degustação (como<br />
o Bull & Bear). Identifico-me com as duas.»<br />
Outra coisa de que gosta muito é explorar<br />
a sua cultura e recuperar sabores. Quando<br />
«arrancou» na cozinha, há cerca de 20 anos,<br />
a forma de cozinhar em Portugal era «um<br />
tradicional muito no mesmo registo» e, com<br />
alguns colegas, começou a explorar outras<br />
facetas da nossa cozinha, que considera ter<br />
«coisas fantásticas». Prova disso é o seu livro<br />
Por Helena Estevens Fotografia Filipe Pombo<br />
A PAIXÃO PELA COMIDA vem-lhe da infância, no Porto. Em casa, recorda o chefe do<br />
restaurante Largo, em Lisboa, «comia-se bem». A mãe – alemã e boa cozinheira – habituou-o<br />
à comida tradicional portuguesa com alguma influência do norte e centro da Europa. Foi,<br />
também, em casa que adquiriu o gosto da mesa, a partilha com amigos, algo que viria a revelar-<br />
-se útil quando foi estudar para fora, dividindo a casa: «Era eu que ficava encarregado da<br />
cozinha. Fazia o que gostava, e as pessoas ficavam contentes por lavarem a loiça», diz, sorrindo.<br />
The Food and Cooking of Portugal, que apresenta<br />
«uma amplitude enorme de referências<br />
marcadas pelos diferentes ambientes: Trás-os-<br />
-Montes, o Minho, as Beiras, o Alentejo, com<br />
realidades socioculturais e naturezas muito<br />
diferentes, um mais seco, mais parco, outro<br />
abundante, verde, o que influencia muito<br />
a gastronomia. Apesar de sermos um País<br />
pequeno, temos uma riqueza brutal e uma<br />
identidade gastronómica muito grande. Acho<br />
que há muito por fazer e já dei bastante no<br />
sentido de ajudar a recuperar alguns pratos».<br />
A COZINHA LIDA<br />
COM SABORES E<br />
AROMAS E COM A<br />
SUA CONJUGAÇÃO. OS<br />
VÁRIOS INGREDIENTES<br />
SÃO OS INSTRUMENTOS<br />
QUE DEVERÃO<br />
ESTAR EM SINTONIA<br />
Recuperar e divulgar. «Se falar em polenta,<br />
muitas pessoas já ouviram falar; se se falar<br />
em milhos, não. E é uma coisa que está tão<br />
enraizado na nossa cultura como na italiana.<br />
Temos um défice de divulgação lá fora.»<br />
As ideias surgem-lhe amiúde. «Já me<br />
aconteceu acordar a meio da noite com<br />
Print<br />
IDEIAS E TÉCNICA<br />
Não passa sem boa música<br />
ou um bom momento à mesa,<br />
acompanhado de bom vinho.<br />
Começou a tocar piano, «um<br />
instrumento hipercompleto»,<br />
aos seis anos, achando<br />
também interessante a<br />
guitarra e o trompete. E o<br />
violoncelo, pelo qual tem uma<br />
paixão especial, por «ser<br />
o instrumento que mais se<br />
assemelha à voz humana.<br />
Nunca toquei, mas acho um<br />
instrumento absolutamente<br />
fantástico». Infelizmente, não<br />
tem tido tempo para a música,<br />
tão importante na sua vida<br />
como a cozinha. O paralelismo<br />
é claro. «A cozinha é uma arte e<br />
uma ciência. Comparando com<br />
a música, um bom músico só<br />
se consegue expressar se tiver<br />
boa técnica; se não a tiver, pode<br />
ter ideias bonitas, mas não<br />
consegue concretizá-las.»<br />
uma coisa na cabeça e ter de me levantar<br />
e escrever aquilo. Surgem por leitura, um<br />
clique que se faz quando estou a ler alguma<br />
coisa, ou por engraçar com um ingrediente,<br />
com um sabor, e depois trabalhá-lo.» Outras<br />
vezes, nascem de desafios. Os caminhos são<br />
diversos; os resultados, deleitosos, mesmo<br />
que nem sempre fáceis. «Um dos pratos que<br />
me persegue é o bacalhau cozido a 80ºC com<br />
as migas; o outro é o robalo marinado, um<br />
prato de uma simplicidade extrema, mas que<br />
demorou anos – tive de evoluir dez anos para<br />
conseguir um prato daquela simplicidade»,<br />
refere, frisando manter «uma certa paixão pela<br />
vertente científica», explorando técnicas de<br />
cozedura e afins, que lhe permitem resultados<br />
interessantes. Há, também, a componente arte,<br />
a sabedoria de fazer um quadro de sabores. E é<br />
de arte que se fala perante os seus pratos, que<br />
descreve como uma cozinha «aromaticamente<br />
rica, mas muito elegante e não pesada». Duas<br />
coisas não dispensa: peixe e tomilho.
Cx<br />
a revista da caixa<br />
15
16<br />
d<br />
design & arquitetura<br />
BOM SUCESSO<br />
Viver na arte<br />
Com a Natureza como um livro aberto, alguns dos mais<br />
destacados arquitetos portugueses, e não só, foram convidados a traçar<br />
a sua própria narrativa no guião do Bom Sucesso Architecture Resort<br />
A HISTÓRIA conta-se de uma penada. Era<br />
uma vez um promotor que meteu na cabeça a<br />
ideia de fazer erguer um resort onde a hotelaria<br />
e a cultura fizessem casa, tendo por vizinhança<br />
uma das mais históricas vilas portuguesas e<br />
por morada 156 hectares de Natureza no seu<br />
estado mais puro. Para empurrar o plano para<br />
fora do papel e dar-lhe um traço distinto de<br />
tudo o que já foi feito em Portugal e por esse<br />
mundo fora, resolveu colocá-lo nas mãos de<br />
uma eminente seleção nacional e internacional<br />
de 23 arquitetos. Cada um por si, e todos<br />
pelo projeto, unidos em prol de um propósito<br />
comum: fazer do Bom Sucesso um sucesso<br />
de arquitetura, com um novo conceito de<br />
turismo.<br />
Chamadas a imprimir o seu cunho nas<br />
moradias que compõem o Bom Sucesso<br />
Architecture Resort, em Óbidos, duas gerações<br />
de arquitetos portugueses, com dois Prémios<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
Por Ana Rita Lúcio<br />
Pritzker à cabeça (Eduardo Souto Moura e<br />
Álvaro Siza Vieira), seguidos por nomes como<br />
Manuel Aires Mateus, Carrilho da Graça,<br />
Gonçalo Byrne, Madalena Cardoso de Menezes,<br />
Francisco Teixeira ou Nuno Graça Moura.<br />
À nata da arquitetura lusa juntaram-se, mais<br />
tarde, o inglês David Chipperfield e o espanhol<br />
Josep Llinás. A todos, foi lançado o repto de<br />
seguir à risca o guião que lhes fora proposto,<br />
sem prescindir da liberdade criativa individual.<br />
Um guião esboçado com a «consultoria» de<br />
Eduardo Souto Moura, a quem, de resto, foi<br />
delegada a missão de projetar o hotel de cinco<br />
estrelas Hilton Bom Sucesso, cuja inauguração<br />
está prevista para 2013.<br />
O desafio era quase literalmente<br />
construir edifícios em que se cruzassem as<br />
veias funcional e poética. «Imagine que se<br />
pedia a uma série de escritores que, com<br />
um determinado número de palavras,<br />
construíssem uma narrativa», exemplifica<br />
Francisco Teixeira Bastos, que, com Madalena<br />
Cardoso de Menezes, completa a dupla<br />
criativa a quem coube projetar cerca de 70<br />
moradias. Nesse vocabulário predefinido,<br />
para garantir a coerência global do projeto,<br />
estavam as coberturas vegetais, os vãos<br />
de grandes dimensões, as paredes lisas, a<br />
ausência de muros, os acabamentos em reboco<br />
de cal ou os pigmentos naturais responsáveis<br />
pela criação de núcleos cromáticos de casas<br />
brancas, verde-água e óxido de ferro. «A partir<br />
desse vocabulário, cada equipa construía a sua<br />
narrativa, a sua poesia para cada arquitetura»,<br />
remata Teixeira Bastos.<br />
A Natureza em casa<br />
E se é de poesia que se trata, poderíamos<br />
suspeitar que, pela depuração das linhas<br />
contemporâneas, o génio dos «artistas»<br />
convidados se traduziu numa composição em<br />
jeito de haikus arquitetónicos. Pela concisão,<br />
sem prescindir do refinamento, às 601 Design<br />
Villas (unidades em banda ou isoladas) serve-<br />
-lhes a metáfora com a tradicional forma<br />
poética japonesa, também por recusarem os<br />
excessos.<br />
Resolvida a necessidade de assegurar a<br />
identidade diferenciadora do projeto com a<br />
aposta forte na arquitetura contemporânea,<br />
era preciso, segundo Maria do Carmo Moreira,<br />
diretora de comunicação da Acordo – a<br />
sociedade promotora do empreendimento<br />
projeto Com arranque da<br />
atividade turística em 2009,<br />
o Bom Sucesso tem várias<br />
tipologias para férias ou fins<br />
de semana, existindo, ainda,<br />
outros lotes em fase de<br />
desenvolvimento
A SOBRIEDADE<br />
CONTEMPORÂNEA DO<br />
DESIGN É COMPENSADA<br />
PELA PAISAGEM<br />
–, dar voz à intromissão da Natureza. Para<br />
contrabalançar a sobriedade do design,<br />
havia que conciliá-la com o mais opulento<br />
enquadramento paisagístico, aproveitando os<br />
declives do terreno, a vista para a Lagoa de<br />
Óbidos e a riqueza da vegetação, denunciada<br />
pelas mais de 15 mil árvores (de entre as quais<br />
duas mil oliveiras, algumas delas milenares).<br />
Além de se privilegiarem os jardins exteriores,<br />
o sublinhar do Bom Sucesso com o tom<br />
do ambiente foi também conseguido com<br />
a singularidade do campo de golfe de 18<br />
buracos, imiscuído na malha das casas, e não à<br />
parte delas, como é habitual. «Nós queríamos<br />
que funcionasse como um prolongamento e<br />
que não houvesse um corte. A nossa ambição<br />
é que, um dia, no Google Earth, se veja o Bom<br />
Sucesso como uma mancha verde», adianta a<br />
porta-voz da Acordo.<br />
A cultura ali tão perto<br />
Num espaço onde as edificações transpiram<br />
arte por todos os poros, faltava, apenas, abrir<br />
uma porta para o elemento cultural entrar.<br />
Beneficiando da proximidade com Lisboa<br />
e toda a zona centro, a Região Oeste, como<br />
salienta Maria do Carmo Moreira, «tem,<br />
também, uma oferta cultural e um património<br />
histórico e artístico» à medida dos habitantes<br />
ou visitantes do Bom Sucesso. Não poderia ser<br />
de outro modo nesta unidade turística, onde<br />
se prevê a construção de um museu e de um<br />
centro de design numa das suas extensões,<br />
bem como de um anfiteatro ao ar livre para a<br />
realização de eventos e espetáculos. O remate<br />
perfeito para um enredo que começou, em<br />
2004, com a apresentação do projeto feita<br />
numa exposição de arquitetura no Centro<br />
Cultural de Belém. Desde 2009 a receber<br />
turistas e proprietários, aguardam-se, agora,<br />
as cenas dos próximos capítulos.<br />
O Bom Sucesso Architecture Resort oferece aos titulares<br />
de cartões CGD 10% de desconto em alojamento.<br />
Saiba quais os cartões em www.vantagenscaixa.pt.<br />
Print<br />
PASSOS PARA<br />
O (BOM) SUCESSO<br />
Ao completar oito anos<br />
de vida, o projeto do<br />
Bom Sucesso entra,<br />
agora, na última fase de<br />
desenvolvimento.<br />
Nascido da ambição de<br />
um promotor, em 2004,<br />
inicialmente, o projeto esbarrou<br />
na desconfiança de quem<br />
julgava impossível reunir,<br />
num mesmo espaço, o que<br />
a arquitetura portuguesa<br />
tem de melhor. Mas o Bom<br />
Sucesso não demorou até<br />
passar à realidade. Depois<br />
das primeiras edificações e<br />
da inauguração do campo<br />
de golfe, em 2008, o ano<br />
seguinte marcou o arranque<br />
da atividade turística no<br />
empreendimento situado<br />
nas imediações de Óbidos.<br />
O núcleo de arquitetos, que<br />
começou com 13 nomes,<br />
depressa passou para 23<br />
e, em breve, acolherá cerca<br />
de 40. Descubra este resort<br />
em www.bomsucesso.net.<br />
Cx<br />
a revista da caixa 17
18<br />
d<br />
design & arquitetura<br />
RUTZ<br />
Raiz calçada<br />
Com Portugal no coração, a marca de calçado feminino<br />
que dá, ainda, os primeiros passos cruza passado e futuro no mesmo<br />
caminho e mostra que a cortiça tem (novos) pés para andar<br />
EM TEMPOS de austeridade, não falta quem<br />
ande de pé atrás. Marcar passo e pôr freio<br />
ao sonho não estava, porém, nos planos de<br />
Raquel Castro e Hugo Baptista. Pé ante pé,<br />
puseram em marcha um projeto que junta<br />
tradição e inovação na mesma base. E daí até<br />
ao negócio começar a correr, foi um salto.<br />
Primeiro, foi preciso fazer o conceito<br />
arrancar, porque a vontade de partir para<br />
uma empresa com cunho próprio já vinha<br />
de longe. No ponto de partida estava a pátria<br />
que lhes serviu de força motriz. «Queríamos<br />
ter um produto exclusiva e intrinsecamente<br />
português, que nos permitisse dar a<br />
conhecer a história tão rica deste País, tanto<br />
dentro como fora de portas», sublinham.<br />
Desfraldada a bandeira da «portugalidade»,<br />
bastou ao casal de empreendedores ir no<br />
encalço do que é nacional… e bom. À<br />
prateleira das ideias foram, então, buscar a<br />
paixão pelos sapatos, trilhando um caminho<br />
de reconhecimento já desbravado, ou<br />
não fosse o calçado português «um setor<br />
em crescimento e com grande reputação<br />
internacional». Finalmente, para levar<br />
um pouco mais adiante a alma lusa,<br />
coroaram a marca com um dos mais nobres<br />
materiais produzidos para cá da fronteira e<br />
empurraram-no para o século XXI. Afinal,<br />
quem diria que a cortiça também foi feita<br />
para andar?<br />
O campo saiu à rua<br />
Mesmo sem saberem ainda com que linhas<br />
coser o projeto, os protagonistas desta<br />
história arriscaram seguir em frente. Algures<br />
em agosto de 2011, os dois jovens lançavam,<br />
assim, a semente do negócio. Depressa ele<br />
ganhou raízes – as mesmas que arraigaram<br />
na criação da Rutz. Na encruzilhada onde<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
Por Ana Rita Lúcio Fotografia Gualter Fatia<br />
confluem o passado e o futuro, o nome colhe<br />
o significado do termo inglês «roots» para<br />
dar conta do «orgulho nas raízes tradicionais<br />
portuguesas». Ao mesmo tempo, deixa em<br />
aberto a possibilidade de enveredar por novas<br />
rotas (routes, em inglês) de modernização<br />
do produto. «Não deixamos de ter as nossas<br />
raízes, mas temos um futuro e queremos<br />
continuar a reinventá-lo», remata Hugo.<br />
Com os pés bem assentes na terra – que<br />
dá a história e a cortiça –, a Rutz faz também<br />
questão de não chutar a preocupação com a<br />
natureza para canto: os materiais utilizados<br />
são respeitadores do ambiente e sustentáveis.<br />
Desengane-se, porém, quem julgar que<br />
estes sapatos – feitos integralmente à base<br />
de cortiça colorida e bordada – foram<br />
desenhados a pensar na vida do campo.<br />
Print<br />
LEVA ESTA<br />
CARTA AO MEU<br />
«NAMURADO»<br />
A primeira coleção de sapatos<br />
Rutz é inspirada na tradição<br />
dos Lenços dos Namorados.<br />
Mesmo escrevendo<br />
«curação» ou «namurado»<br />
com «u» e «buar» em vez de<br />
«voar», os erros ortográficos<br />
«não são motivo de vergonha»<br />
para os criativos desta marca.<br />
Muito menos os corações ou as<br />
flores bordadas. Se os sapatos<br />
Rutz fizerem corar, só se for<br />
pelo amor que neles se conta.<br />
Depois de terem viajado até<br />
ao Minho para «assentar»<br />
os motivos da Love Letters<br />
Collection (a primeira coleção<br />
para ambas as estações) sobre<br />
a antiga arte dos lenços dos<br />
namorados, Hugo e Raquel<br />
querem que as próximas<br />
coleções continuem como<br />
livros abertos para a tradição<br />
nacional. «Os nossos sapatos<br />
têm histórias para contar e é<br />
isso que apaixona as pessoas».<br />
Embora a inspiração possa ser rural, este<br />
é, essencialmente, um calçado feminino<br />
«urbano, sexy, ligado às tendências,<br />
disruptivo e sofisticado», apontam os seus<br />
criadores. Sem fechar a porta ao calçado<br />
masculino, mesmo que não para já, «para<br />
não dar passos maiores do que as pernas».<br />
No rumo da insígnia que, apesar da tenra<br />
idade, já está à venda em mais de 30 lojas –<br />
só em território nacional – e quer<br />
afirmar-se nos corredores da moda, onde não<br />
falta «muita competição», há, ainda, espaço<br />
para uma terceira via: a da inovação. Porque<br />
não querem perder a cortiça de vista, os<br />
responsáveis pela marca procuram «manter<br />
contacto permanente com a comunidade<br />
académica» e com outros players do setor da<br />
transformação da cortiça, sempre em busca<br />
«de novos desenvolvimentos no potencial<br />
de aplicação», garante Raquel.
Do pé para… o mundo<br />
Antes da Rutz entrar em velocidade de<br />
cruzeiro – depois do início efetivo da<br />
empresa, em janeiro deste ano, e da<br />
apresentação da primeira coleção, em março<br />
–, teve, no entanto, de palmilhar por várias<br />
unidades industriais até encontrar aquela<br />
que lhe deu chão para crescer. O design<br />
«e as ideias malucas», dizem, nascem nas<br />
cabeças de Raquel e de Hugo, mas cabe a<br />
uma fábrica de São João da Madeira dar vida<br />
aos sapatos. E chamar os criativos à terra,<br />
quando é caso disso. «Desenhamos o sapato,<br />
tal como queremos que ele seja, e esperamos<br />
que o modelador da fábrica nos diga se é<br />
A RUTZ ESTÁ À VENDA<br />
EM MAIS DE 30 LOJAS<br />
EM PORTUGAL E JÁ<br />
CHEGOU A HANNOVER<br />
possível. Nem sempre é…», admitem os<br />
sócios, num sorriso cúmplice.<br />
A primeira «fornada» de 500 pares –<br />
inicialmente sem encomendas no horizonte<br />
e contra todas as expectativas – revelou-se<br />
pequena para encher as medidas aos pedidos<br />
criativos Raquel Castro e<br />
Hugo Baptista seguem a par<br />
e passo o crescimento da Rutz<br />
que começaram a chegar de todos os cantos<br />
do mundo, via loja on-line e facebook.<br />
«Tínhamos previsto a internacionalização<br />
a dois ou três anos. Aconteceu em meses»,<br />
explicam. Estados Unidos, China e Rússia<br />
poderão ser as próximas paragens, numa<br />
lista de contactos potenciais que inclui<br />
Canadá, Luxemburgo, norte da Europa e<br />
culmina numa pequena loja de produtos de<br />
cortiça, em Hannover, a primeira a vender<br />
a marca Rutz lá fora. Propriedade de uma<br />
portuguesa radicada na Alemanha, como<br />
não poderia deixar de ser. Afinal, Portugal<br />
está nas raízes. E nos frutos que a marca dá,<br />
também.<br />
Conheça o Cartão Design da Caixa, nas versões pré-pago e de crédito (1) , exclusivo para estudantes e profissionais do design. Ao utilizar este cartão<br />
de crédito, contribui para a sua poupança, através da devolução de até 1% do valor efetuado em compras, a partir de um montante de 100 euros, com o limite<br />
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Cx<br />
a revista da caixa 19
20<br />
d<br />
design & arquitetura<br />
TRIENAL DE ARQUITECTURA<br />
Mais perto de todos<br />
Até dezembro de 2013, sob o mote «Close, Closer»,<br />
a Trienal de Arquitectura irá dar a conhecer ao público a disciplina<br />
e o seu potencial, numa perspetiva de maior proximidade<br />
Por Pedro Guilherme Lopes<br />
O MOTE HAVIA sido dado por José Mateus,<br />
presidente da Trienal de Arquitectura de<br />
Lisboa, ao sublinhar a necessidade de,<br />
com meios muito mais escassos do que<br />
os inicialmente previstos, fazer um evento<br />
conceptualmente notável, capaz de fugir<br />
aos habituais clichés e de colocar questões<br />
filosóficas essenciais, tanto na forma como é<br />
concebido o programa como na experiência<br />
que o mesmo propõe.<br />
Neste cenário de crise, ao qual a<br />
arquitetura não escapa e onde se tornam<br />
fundamentais apoios como o da Caixa Geral<br />
de Depósitos, coube a Beatrice Galilee a tarefa<br />
de, como curadora, delinear o programa<br />
da Trienal de Arquitectura de Lisboa 2013.<br />
Numa apresentação agendada para a sede do<br />
evento, um edifício que se revela um ótimo<br />
exemplo do que a arquitetura pode fazer<br />
pelas cidades, Beatrice explicou que «o que<br />
Close, Closer vem propor é um entendimento<br />
da arquitetura enquanto prática espacial<br />
de reação, mais concretamente ao clima<br />
económico e político, às inquietações sociais<br />
e ao défice cívico que vivemos».<br />
Mais do que tijolo e cimento<br />
O objetivo passa por apresentar a arquitetura<br />
como sendo capaz de articular múltiplas<br />
perspetivas na construção dos espaços<br />
públicos urbanos, onde se definem<br />
identidade, memória coletiva e orientações<br />
de futuro. Um contexto de proximidade<br />
e acessibilidade, que apresentará quatro<br />
projetos de curadoria: Futuro Perfeito,<br />
A Realidade e Outras Ficções, Fórum Novos<br />
Públicos e Efeito Instituto.<br />
Futuro Perfeito, mais do que uma<br />
exposição, será um laboratório onde equipas<br />
com competências que permitem misturar<br />
as disciplinas de projeto e alta tecnologia<br />
imaginam a cidade do amanhã, partindo de<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
o que aí vem A apresentação contou com a presença (na mesa,<br />
da esquerda para a direita) de Graça Fonseca (vereadora da CM<br />
de Lisboa), José Mateus (presidente da Trienal) e dos curadores<br />
Beatrice Galilee, Liam Young, Mariana Pestana e José Esparza<br />
um olhar crítico sobre aquelas que habitamos.<br />
No Palácio dos Carvalhos, terá lugar<br />
A Realidade e Outras Ficções, uma exposição<br />
constituída por instalações à escala 1:1,<br />
totalmente funcionais. Um lugar situado<br />
entre a realidade e a ficção, onde todas as<br />
intervenções são funcionais e convidam<br />
o visitante a jantar, pernoitar, requerer um<br />
visto, no fundo, a fundir-se com a exposição.<br />
Será uma exposição de arquitetura hiper-real.<br />
O Fórum Novos Públicos apresentará,<br />
ao longo de três meses, um programa de<br />
workshops, de debates, de intervenções<br />
e de performances, realizado em espaços<br />
públicos da cidade e aberto à participação.<br />
Finalmente, e como reconhecimento<br />
do papel determinante de revistas,<br />
galerias, bibliotecas e museus no<br />
delinear da paisagem arquitetónica<br />
contemporânea, Efeito Instituto convidará<br />
várias instituições a desenharem uma<br />
curadoria rotativa no MUDE – Museu<br />
do Design e da Moda. Motivos mais do<br />
que suficientes para podermos afirmar que,<br />
até dezembro de 2013, Lisboa rimará<br />
com arquitetura.<br />
Print<br />
MAIS TRIENAL<br />
Outras iniciativas<br />
a ter em conta.<br />
Em resposta direta ao impacto<br />
social derivado da recessão<br />
e ao défice cívico e cultural<br />
criado pela crise na Europa,<br />
a 3. a edição da Trienal de<br />
Arquitectura de Lisboa lançou<br />
o Programa de Bolsas Crisis<br />
Buster. Com valores que<br />
medeiam entre os 500 e os<br />
2500 euros, estas bolsas serão<br />
atribuídas a ideias anti-crise de<br />
índole cívica para Lisboa e que<br />
reflitam um espírito social<br />
e empreendedor.<br />
Igualmente em marcha<br />
está já o concurso Prémio<br />
Universidades Trienal,<br />
destinado a intervenções<br />
na nova morada da Trienal<br />
de Arquitectura, o Palácio Sinel<br />
de Cordes.<br />
Foi, também, lançado<br />
um convite à apresentação<br />
de propostas e projetos com<br />
financiamento independente,<br />
passando os projetos<br />
selecionados a integrar<br />
a programação oficial<br />
da Trienal.<br />
E, pela primeira vez,<br />
a Trienal atribuirá um prémio<br />
(Prémio Début Trienal de<br />
Lisboa) a um jovem arquiteto<br />
ou a um estúdio. Qualquer<br />
atelier cuja média de idades<br />
seja inferior a 35 anos pode<br />
candidatar-se.<br />
Fotos: João Cupertino (conferência de imprensa); D.R. (equipa)
NUNCA TERÁ SIDO muito consensual a forma<br />
do Classe A. Pensado como um monovolume, a<br />
estética pouco tinha de desportivo, desviando-se<br />
até das linhas que eram familiares à Mercedes-<br />
-Benz. Por isto (e por muitas outras razões), eram<br />
grandes as expectativas em torno do novo modelo,<br />
que, pode dizer-se, é uma verdadeira revolução.<br />
O design do novo Classe A projeta-o, de imediato,<br />
para um terreno emocional completamente<br />
diferente do modelo a que sucede, muito mais<br />
próximo dos seus concorrentes germânicos. Com<br />
uma linha muito atraente, dinâmica, cheia de<br />
músculo, o novo Mercedes-Benz conquista-nos<br />
pelo visual muito antes de acedermos ao interior.<br />
Apesar de se tratar do modelo que dá acesso ao<br />
mundo Mercedes-Benz (e conduzimos mesmo a<br />
versão mais acessível, A 180 CDI BlueEFFICIENCY,<br />
equipada com o bloco 1.5 turbodiesel com 109<br />
cv), a montagem e a qualidade dos materiais não<br />
desiludem. O volante encontra-se no sítio certo, o<br />
espaço surpreende e a existência de diversos LED<br />
que iluminam o interior ajudam a transmitir aos<br />
ocupantes uma sensação muito confortável.<br />
Muito se tem falado do propulsor desta versão<br />
CLASSE A<br />
Classe de 2012<br />
A Mercedes-Benz atualizou o Classe A. Na verdade, tudo mudou,<br />
permitindo, agora, à marca um ombro a ombro na categoria<br />
com os seus principais rivais germânicos<br />
Por Luís Inácio<br />
de entrada na gama. Trata-se, na verdade, de um<br />
dCi de origem Renault (o mesmo que equipa o<br />
Mégane, por exemplo) e é esse o motivo de tanto<br />
falatório. É, por isso, indispensável dedicar algumas<br />
linhas a esse capítulo. O que dizer, portanto, sobre<br />
o comportamento, neste Mercedes-Benz, de um<br />
motor com provas dadas? Simples. Trata-se de um<br />
bloco que, ao nível das emissões de CO 2, atira este<br />
Mercedes para valores «verdes», entre as 105 e<br />
as 98 g/km; que, ao nível da economia, consegue<br />
registar uma média de 4,8 litros aos 100 km (foi<br />
esse o valor verificado no final do nosso ensaio,<br />
percorridos mais de mil quilómetros); e que não<br />
desaponta no que diz respeito ao dinamismo, com<br />
um binário de 260 Nm entre as 1750 rpm e as 2500<br />
rpm. Ponto final na «polémica».<br />
Em suma, este é um novo Classe A sem qualquer<br />
comparação possível com o modelo anterior. O<br />
novo Mercedes-Benz vai, finalmente, conseguir<br />
reclamar um lugar de topo entre os compactos na<br />
sua classe. Com um preço de acesso «canhão» de<br />
27 900 euros, vai, certamente, dar muito que falar.<br />
E trazer um rol de preocupações aos líderes BMW<br />
Série 1 e Audi A3.<br />
automóveis<br />
CARTÃO CAIXADRIVE<br />
O cartão Caixadrive (1)<br />
oferece-lhe descontos<br />
nas estações de serviço<br />
da Repsol em Portugal.<br />
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euros mensais, em todas as<br />
compras e abastecimentos<br />
efetuados com o seu<br />
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Portugal. Sempre que<br />
realizar compras com o<br />
cartão Caixadrive fora<br />
das mesmas, num valor<br />
total superior a 250 euros,<br />
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reembolso suplementar,<br />
num máximo de 3 euros<br />
mensais, para que as suas<br />
compras e abastecimentos<br />
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Todas as compras<br />
efetuadas nas estações<br />
de serviço da Repsol em<br />
Portugal beneficiam, ainda,<br />
da isenção da comissão<br />
de abastecimento de<br />
combustível. Reforçando<br />
o conceito de mobilidade<br />
associado a este cartão,<br />
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beneficiam, também, de<br />
um pacote de seguros,<br />
especialmente dirigido para<br />
quem viaja com frequência,<br />
e de vantagens e benefícios<br />
dos parceiros da Caixa<br />
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a revista da caixa<br />
a<br />
21
22<br />
c<br />
culto<br />
MODEL M<br />
Em cima da coluna<br />
Da Geneva, um sistema de som compacto<br />
com dock para iPod e iPhone, que é,<br />
também, um rádio com seis memórias.<br />
O Model M tem dois altifalantes utilizando<br />
tecnologia patenteada para proporcionar<br />
um som estéreo real.<br />
POD<br />
Pod sentar-se aqui<br />
O estúdio de Benjamim Hurton<br />
criou para a holandesa De Vorm<br />
uma original cadeira, destinada a<br />
escritórios e a espaços privados.<br />
O formato permite ao utilizador<br />
sentar-se com todo o conforto e,<br />
simultaneamente, desfrutar de<br />
um espaço íntimo, num convite a<br />
evadir-se do mundo que o rodeia.<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
PENTAX K-01<br />
Imagens de culto<br />
Desenhada por Marc Newson para<br />
a Pentax, a compacta K-01 tem um<br />
encantador estilo retro. Está equipada<br />
com um sensor CMOS APS-C de 16,28<br />
MP e uma baioneta K, que permite<br />
montar praticamente todas as lentes<br />
SLR da marca; em paralelo, o designer<br />
criou também uma nova gama de<br />
objetivas XS. Venceu um dos prémios<br />
atribuídos pelo Red Dot Design Award,<br />
na categoria de Product Design.<br />
NORM 69<br />
Visionário<br />
Abandonado num sótão, o desenho,<br />
de 1969, assinado por Simon Karkov<br />
para este candeeiro foi recuperado<br />
pela Normann Copenhagen, em 2001.<br />
Inspirado pela Natureza, mantém-se<br />
como uma das peças mais icónicas da<br />
marca dinamarquesa. Os titulares de<br />
cartões CGD têm 15% de desconto, até<br />
31 de janeiro, em www.loja.inexistencia.<br />
com, apresentando o código<br />
«945613910». Não acumulável com<br />
outras promoções.<br />
VINTAGE WW1 CHRONOGRAPHE<br />
MONOPOUSSOIR<br />
Cronometrar à antiga<br />
O primeiro cronógrafo de pulso foi o ponto<br />
de partida para a conceção de um Bell &<br />
Ross que presta homenagem à aviação<br />
militar, reinterpretando o estilo dos anos<br />
20 num modelo com um pulsador único.<br />
Disponível na Anselmo 1910, com 10% de<br />
desconto para titulares de cartões CGD.<br />
Saiba quais em www.vantagenscaixa.pt.<br />
BOSS NUIT POUR FEMME<br />
Com um vestido preto<br />
Depois de ter lançado, em 1998, uma<br />
fragrância masculina inspirada pela noite<br />
(Boss Bottled Night), a Boss propõe<br />
agora, para ela, um complemento ao<br />
clássico vestido preto. O novo Nuit pour<br />
Femme convida a saídas noturnas de<br />
braço dado, com notas de pêssego<br />
branco, com um acorde aldeídico,<br />
jasmim, flores brancas, violeta, musgo,<br />
madeiras quentes e sândalo.<br />
Usufrua das vantagens que o cartão de crédito Caixa Gold (1) proporciona. Além de poder aderir à função de arredondamento e poupar sempre que<br />
o utiliza em compras, este cartão tem associado um programa de pontos para obtenção de descontos nas agências de viagens da Tagus, benefícios em vários<br />
parceiros e um completo pacote de seguros. Saiba mais em www.cgd.pt.<br />
(1) TAEG de 27,50%, para um montante de 2500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 21,00%.
OLÁ 2013!<br />
Para dar as boas-vindas ao novo ano,<br />
a Caixa Geral de Depósitos e a Tagus<br />
selecionaram algumas propostas para<br />
si. Com base em unidades hoteleiras<br />
de topo, estas sugestões – onde nem<br />
falta uma escapadela de quatro noites<br />
à Madeira ou três noites num barco-<br />
-hotel de luxo – prometem fazê-lo<br />
entrar em grande estilo em 2013.<br />
Pode optar entre duas noites no Yellow<br />
Montegordo 4* (€ 247), no Holiday Inn<br />
Algarve 4* (€ 227), no D. Pedro Golf<br />
4* (€ 200), no Eurosol Seia Camelo<br />
3* (€ 169), no Melia Braga 5* (€ 371),<br />
no D. Pedro Palace 5* (€ 352), no M’ar<br />
de Ar Muralhas 4* (€ 266) ou no Hotel<br />
dos Carqueijais 4* (€ 337). Se duas<br />
noites souberem a pouco, pode, ainda,<br />
escolher três noites no Barco Douro<br />
Spirit 5* (€ 494) ou no H2Otel 5*<br />
(€ 579) ou mesmo quatro noites no<br />
CS Madeira 4*, por 926 euros, incluindo<br />
avião e gala de fim de ano.<br />
Os preços são válidos para Clientes<br />
CGD, por pessoa, em quarto<br />
duplo, e sujeitos a confirmação e<br />
disponibilidade. As ofertas são válidas<br />
para reservas com o mínimo de 15 dias<br />
de antecedência (até 12 dezembro<br />
2012). Saiba quais os cartões que<br />
dão acesso a estes benefícios em<br />
www.vantagenscaixa.pt.<br />
O DOURO COMO NUNCA O VIU<br />
A Cenários d’Ouro foi a primeira empresa<br />
criada com o objetivo específico de dinamizar<br />
a Região do Douro e Trás-os-Montes. Tendo<br />
como base alguns dos mais belos cenários<br />
de Portugal e do mundo, selecionaram-se<br />
hotéis, restaurantes e animações, de forma<br />
a criar produtos que dão a possibilidade<br />
de conhecer e ter um contacto direto com<br />
A arquitetura e o design são duas<br />
disciplinas de inegável interesse, ganhando<br />
redobrado impacto quando se juntam. Esse<br />
é, precisamente, o objetivo da Companhia<br />
de Arquitectura e Design (CAD): elaborar<br />
projetos para obras novas ou remodelações,<br />
sendo o processo desenvolvido desde a fase<br />
de licenciamento até ao acompanhamento<br />
da obra, para que as preocupações do cliente<br />
sejam reduzidas ao máximo. Além disto, a<br />
soluções<br />
as realidades históricas, culturais e sociais<br />
da região. Fuja à rotina através de um<br />
cruzeiro no Douro, na ria de Aveiro ou no<br />
Alqueva ou de uma simples escapadela para<br />
descansar. Os Clientes da Caixa têm descontos<br />
de quatro a dez por cento em cruzeiros<br />
e em pacotes turísticos.<br />
Saiba quais os cartões que dão acesso a estes<br />
benefícios em www.vantagenscaixa.pt.<br />
CAD<br />
Projetos personalizados e sustentáveis<br />
A Companhia de Arquitectura e Design não esquece<br />
o respeito pelo ambiente<br />
CAD assume o respeito e as preocupações<br />
com o ambiente, procurando soluções<br />
inovadoras e sustentáveis que permitam<br />
formas equilibradas de habitar cada local.<br />
Se está a precisar de remodelar a sua casa ou<br />
construir uma de raiz, saiba que a parceria<br />
entre a CAD e o LardoceLar permite aos<br />
Clientes CGD usufruírem de vantagens<br />
na aquisição de serviços. Saiba tudo em<br />
www.lardocelar.com/servicos/cad.<br />
CUIDE DOS SEUS OLHOS<br />
Como qualquer outra parte do corpo, os nossos olhos precisam de ser devidamente<br />
examinados e acompanhados por médicos ou especialistas. A Ergovisão pretende,<br />
precisamente, aliar as consultas e os exames especiais à moda, qualidade e simpatia<br />
no atendimento. Um conceito multifuncional de serviços, que disponibiliza aos seus<br />
clientes um serviço clínico especializado, com consultas de Oftalmologia, Optometria,<br />
Contactologia e Terapia Visual, realizando, igualmente, exames complementares de<br />
diagnóstico, como tomografia (OCT), topografia corneana computorizada, queratometria<br />
computorizada, campos visuais ou retinografia.<br />
A isto junta-se a comercialização de produtos óticos, como armações, óculos de sol,<br />
lentes oftálmicas, lentes de contacto, entre outros, sempre com condições exclusivas<br />
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s<br />
Cx<br />
a revista da caixa23
24<br />
g gourmet<br />
EMO<br />
Vantagem emocional<br />
Quando estamos ali e vivemos aquele momento,<br />
indo ao encontro do que um dos mais recatados<br />
e sofisticados refúgios hoteleiros do sul do País, o<br />
melhor talvez seja pôr a razão de lado e deixar a<br />
emoção fluir. Lá, onde os espaços parecem vestir-se<br />
de gala para não destoar perante a planície algarvia<br />
e a imponência clássica da arquitetura, o difícil é<br />
não nos deixarmos mover pela rajada de sensações<br />
com que somos brindados. Não se estranha,<br />
por isso, que, no último piso do Tivoli Victoria,<br />
mergulhando sobre a ondulação dos campos de<br />
golfe a correr para o mar, em pano de fundo, se<br />
tenha chamado Emo ao apurado restaurante que<br />
ali se esconde. Porventura, em jeito de aviso face à<br />
torrente de emoções que se despertam. Primeiro,<br />
é o olhar que se rende, seduzido pela decoração<br />
ousada, onde o tom negro predominante não<br />
se deixa ensombrar pelo fulgor dos pormenores<br />
em prata ou marfim, dos painéis de azulejos de<br />
chacota manual metalizados em folha de ouro<br />
a revestir os pilares, ou pela reinterpretação da<br />
tradicional filigrana que sobe paredes e tetos.<br />
Finalmente, é o paladar que se comove com<br />
a verdadeira aventura gastronómica, na qual<br />
entramos pela mão do chef Bruno Rocha. Se a<br />
razão garante que o que nos vai deliciar são pratos<br />
que vogam ao sabor da riqueza dos produtos que<br />
a terra dá e das estações – há uma carta de verão<br />
e outra de inverno –, está lá, também, o exotismo<br />
das influências chegadas de todos os cantos do<br />
mundo para nos surpreender e emocionar. A. R. L.<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
EMO<br />
Morada<br />
Tivoli Victoria, Avenida dos Descobrimentos, 0,<br />
Vilamoura<br />
Telefone<br />
289 317 000<br />
Horário<br />
Das 19 às 22 horas. Encerra à segunda-feira.<br />
Preço médio<br />
€ 55<br />
FINA FLOR<br />
À MESA<br />
A tradição que quer bem<br />
e sabe ainda melhor.<br />
Não se sabe se Amália<br />
Rodrigues, alguma vez,<br />
terá dado de beber e<br />
comer às cordas vocais<br />
naquela que é uma das<br />
mais carismáticas casas<br />
de pasto da cidade<br />
dos arcebispos. Mas<br />
atrevemo-nos a afirmar<br />
que, se chamou mentiroso<br />
ao malmequer, é porque<br />
a diva do fado nunca terá<br />
provado a verdade do<br />
Mal-me-quer bracarense.<br />
Afinal, ali, o sabor não<br />
engana. A semente<br />
do restaurante que se<br />
tem vindo a plantar na<br />
memória gustativa de<br />
sucessivas gerações de<br />
comensais foi lançada, nos<br />
idos de 1953, por Joaquina<br />
Gomes, mas a linhagem<br />
familiar mostra que a raiz<br />
minhota continua a ser o<br />
ingrediente principal de<br />
uma receita de sucesso,<br />
cozinhada pelo chef José<br />
Gomes. Folheada a lista<br />
de iguarias, é impossível<br />
resistir ao bacalhau à moda<br />
da casa, que já colheu os<br />
frutos das boas críticas, às<br />
papas de sarrabulho, aos<br />
rojões à minhota ou<br />
ao polvo grelhado. Palavra.<br />
Bem-me-quer<br />
Morada<br />
Campo das Hortas, 5-6,<br />
Braga<br />
Telefone<br />
253 262 095<br />
Horário<br />
Das 12 às 15 horas. Das 19<br />
às 22 horas. Encerra às<br />
quintas-feiras<br />
Preço médio<br />
€ 15<br />
Fotos: D.R.
a delícia de...<br />
Leonor de<br />
Sousa Bastos<br />
PARA CERCA<br />
DE 90 UNIDADES<br />
> 100 g de manteiga<br />
amolecida<br />
> 120 g de açúcar<br />
amarelo<br />
> 170 g de farinha de trigo<br />
T55<br />
> 1/4 colher de chá de<br />
sal fino<br />
> 1 colher de chá de<br />
canela moída<br />
> 100 g de avelãs<br />
tostadas<br />
> 100 g de chocolate de<br />
culinária 52%<br />
> 1 ovo<br />
Aroma no ar<br />
O cheiro a bolachas acabadas de fazer tem<br />
açúcar caramelizado, manteiga morna,<br />
nozes tostadas, chocolate e especiarias.<br />
Quente, como um sol dourado de outono,<br />
através do vidro da cozinha<br />
BOLACHAS DE CANELA,<br />
AVELÃ E CHOCOLATE<br />
Doce novembro<br />
Picar grosseiramente as avelãs e o chocolate.<br />
Bater a manteiga com o açúcar até que esteja cremosa.<br />
Adicionar a farinha peneirada com o sal e a canela e bater até obter<br />
uma mistura homogénea.<br />
Adicionar o ovo e bater apenas até ligar todos os ingredientes.<br />
Juntar a avelã e o chocolate e misturar bem.<br />
Formar rolos com a massa, com cerca de três centímetros<br />
de diâmetro, e embrulhar em película aderente.<br />
Refrigerar a massa durante cerca de uma hora ou até que esteja firme.<br />
Pré-aquecer o forno a 200ºC.<br />
Preparar um tabuleiro de forno com uma folha de papel vegetal.<br />
Retirar os rolos de massa do frigorífico e cortar em fatias com cerca<br />
de um centímetro de espessura.<br />
Colocar as bolachas no tabuleiro espaçadas entre si cerca de um<br />
centímetro.<br />
Cozer durante cerca de quatro a cinco minutos ou até que estejam<br />
ligeiramente douradas.<br />
Retirar do forno e deixar arrefecer sobre uma grade de pastelaria.<br />
Nota: Gosto particularmente da combinação do chocolate com a avelã, ligeiramente tostada, porque<br />
o seu sabor se torna mais intenso e a sua crocância mais evidente. Apesar de tudo, e se o chocolate se<br />
presta a múltiplas combinações, é certo que estas bolachas ficam bem com qualquer fruto seco.<br />
prazeres<br />
PAPA FIGOS 2010<br />
Boa companhia para<br />
a mesa de inverno.<br />
No nariz, é rico de fruta<br />
madura, com notas de<br />
esteva, cacau e alguma<br />
madeira. De cor vermelha<br />
concentrada, este tinto<br />
duriense da Casa Ferreira<br />
apresenta-se, na boca,<br />
redondo e volumoso, com<br />
taninos bem integrados<br />
e final longo, com notas<br />
de frutos vermelhos<br />
maduros. É uma boa<br />
companhia para<br />
qualquer refeição de<br />
carnes vermelhas,<br />
assados no forno ou<br />
fondue. Segundo Luís<br />
Sottomayor, enólogo da<br />
Ferreirinha, a tecnologia<br />
utilizada na produção<br />
foi orientada para<br />
proporcionar um consumo<br />
jovem, embora possa<br />
beneficiar de um estágio<br />
em garrafa de dois a<br />
três anos, mantendo<br />
intactas as suas melhores<br />
qualidades até aos seis<br />
anos. Este tinto de 2010 foi<br />
produzido com uvas das<br />
castas do Douro Touriga<br />
Nacional, Touriga Franca,<br />
Tinta Roriz e Tinta Barroca,<br />
na Quinta da Leda, e<br />
lavradores selecionados<br />
pela Casa Ferreirinha<br />
na sub-região do Douro<br />
Superior.<br />
José Miguel Dentinho<br />
Este tinto<br />
duriense<br />
apresenta-se<br />
redondo e<br />
volumoso, com<br />
taninos bem<br />
integrados e<br />
final longo<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
p<br />
25
e<br />
26 Cx<br />
a revista da caixa<br />
entrevista
ÁLVARO SIZA VIEIRA<br />
Todos os projetos<br />
são um desafio<br />
Move-o a paixão pela arquitetura, a alegria de viver<br />
e o convívio com os amigos. E espera que o período mais conturbado<br />
que agora atravessamos se traduza numa evolução do papel do arquiteto,<br />
até porque já os há muito bons, no nosso País, afirma Siza Vieira.<br />
A começar por ele, acrescentamos nós<br />
Por Helena Estevens Fotografia Bruno Barbosa<br />
Cx: Há alguma política de arquitetura em Portugal?<br />
Álvaro Siza Vieira: Não há uma política em relação à economia, como pensar nisso em relação à<br />
arquitetura? O panorama na arquitetura é que há muito pouca obra e, havendo muito pouca obra, há<br />
muito poucos projetos; é tão simples como isso.<br />
Cx: O tempo da construção acabou?<br />
Á. S. V.: Acabar, não acredito. Espero que não seja esse o caso. Nunca acabou na história a construção.<br />
Há evolução, portanto, há necessidade de transformações. Interpreto o que se passa mais como um<br />
período de crise, embora se preveja demorado e possa ter efeitos em relação a eventuais excessos na<br />
forma de encarar a arquitetura, nas obras de fachada, deficiente estabelecimento de prioridades, uma<br />
certa contenção nos custos, portanto, também da própria expressão arquitetónica.<br />
Cx: José Mateus, presidente da Trienal de Arquitetura de Lisboa, afirmou que é preciso salvar o arquiteto<br />
português da extinção. Quer comentar?<br />
Á. S. V.: É um bocado o que se passa, não é? A extinção não creio. O mundo é grande e é quase uma<br />
constante na história portuguesa a emigração. Que, de resto, foi surpreendentemente aconselhada! Mas é<br />
um facto. Com a falta de trabalho e com a produção e formação de arquitetos, sem dúvida exagerada – e<br />
independentemente da crise –, há muita gente que tem de sair e isso está a acontecer. Isso não significa<br />
meios de extinção, nem significa que eles desapareçam ou que deixem de ser portugueses. Já há gente,<br />
também, a fazer projetos para fora, mantendo o seu centro de atividade, o seu escritório, em Portugal.<br />
Em extinção não acredito; agora que haja, primeiro em número, uma diminuição... Só espero que não vá<br />
tocar naquilo em que eles são absolutamente indispensáveis, que é o planeamento do território e a ordem<br />
no território. Espero que essa contenção não signifique esquecer a necessidade de qualidade e o que<br />
significa a formação.<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
27
e entrevista<br />
Cx: Quer isso dizer que estamos a formar arquitetos para exportação?<br />
Á. S. V.: Não só, espero eu! Mas, como dizia, pela quantidade que se<br />
está a formar ou se estava a formar, não sei, e pelo exageradíssimo<br />
abaixamento do ritmo na construção, parcialmente, tem de haver<br />
uma deslocação. O mundo, ainda hoje, é aberto, felizmente.<br />
Sabe que, em Portugal, e julgo que isso não mudou ainda, havia<br />
tantas escolas de arquitetura como em Espanha – e, em Espanha,<br />
queixavam-se de que os arquitetos eram de mais, de que não havia<br />
capacidade para absorver tanta formação a não ser exatamente com<br />
uma saída. Agora imagine em Portugal...<br />
Cx: Esse aumento de escolas de arquitetura corresponde ao aumento de<br />
qualidade dos cursos ou assistimos a um fenómeno inverso?<br />
Á. S. V.: Não, não serão todos da mesma qualidade, julgo eu, mas,<br />
enfim, não os conheço. Mas deduzo que, pelas mesmas razões, será<br />
impossível que todos tenham a mesma qualidade. Também significa<br />
muitíssimos professores. É certo que, atualmente, uma coisa que se<br />
verifica na escola é que a formação se prolonga para lá do curso. Que<br />
as pessoas fazem mestrados, doutoramentos...<br />
Muitos destinam-se a professores, durante muito tempo do ensino<br />
secundário. Mas, agora, há muita gente cuja motivação para os<br />
mestrados e doutoramentos é a dedicação ao ensino. Também aí, terá<br />
de haver uma competição e uma seleção.<br />
Cx: As saídas no ensino começam, igualmente, a esgotar-se…<br />
Á. S. V.: Em Portugal, havia muito poucos arquitetos antes do 25<br />
de Abril. Praticamente, havia arquitetos em Lisboa e no Porto,<br />
sobretudo em Lisboa, trabalhando em todo o território. Depois do<br />
25 de Abril, houve uma certa descentralização, apesar de tudo. As<br />
cidades do interior quiseram estar preparadas para uma coisa que<br />
veio a acontecer, que eram os financiamentos, com a entrada no<br />
mercado europeu, e começaram a exigir ter técnicos, o que criou<br />
uma apetência pelo curso de Arquitetura. Começou a haver saída<br />
para arquitetos e isso trouxe um aumento de frequência em cada<br />
escola [Porto e Lisboa], um movimento no sentido de criar mais<br />
escolas de arquitetura, porque a procura era muita. Foi uma coisa<br />
temporária. Depois, havia fundos comunitários – umas vezes, eram<br />
utilizados bem, outras mal. Houve, assim, uma multiplicação de<br />
escolas e uma multiplicação do número de arquitetos.<br />
Cx: Conseguir-se-á inverter esta situação?<br />
Á. S. V.: Acho que a inversão necessária começa não isoladamente<br />
pela arquitetura, mas pela economia em geral, pela viabilidade<br />
deste País. E as últimas notícias, as últimas decisões, não são de dar<br />
esperança nesse sentido, mas, como sabe, há uma movimentação<br />
muito forte e um reconhecimento muito generalizado de que<br />
não é este o caminho. Aliás, dentro da composição dos partidos<br />
no governo, há muitas vozes – vozes com peso – clamando que<br />
este não é o caminho e que é uma espécie de suicídio.<br />
Naturalmente, períodos como este, guerras, crises económicas, etc.,<br />
são também períodos de reflexão. Haverá, por isso, espera-se,<br />
uma reflexão sobre caminhos, agora especificamente da arquitetura,<br />
o seu papel dentro de transformações que intervêm no terreno,<br />
na própria construção e, portanto, uma reestruturação do papel<br />
do arquiteto, não é?<br />
28 Cx<br />
a revista da caixa<br />
Cx: O que farão os arquitetos quando já não puderem construir?<br />
Á. S. V.: Ou tentam noutras bandas ou encontram outras atividades.<br />
No ensino, mas também não é fácil aí. Há arquitetos que têm<br />
outros tipos de atividade simultaneamente ou que até abandonam a<br />
arquitetura por outras atividades; veja-se o Nadir Afonso... Não há<br />
tantas fronteiras entre atividades como se procura fazer crer. Muitas<br />
vezes, esta ideia da especialização – que, para mim, é uma ideia<br />
absolutamente errada – fecha caminhos, não é? Pelo contrário, há<br />
uma abertura e não há assim tantas fronteiras entre atividades que<br />
têm muito em comum. É o caso, por exemplo, do Nadir Afonso,<br />
que, hoje, é pintor em full time, e há outros que acumulam diferentes<br />
atividades no campo da arte ou mantêm até outras atividades.<br />
Cx: Já pensou enveredar pela pintura ou por outras artes?<br />
Á. S. V.: Pintura não, mas desenho e, um pouco, a escultura são<br />
atividades que eu fui mantendo. Pelo menos nos últimos dez anos,<br />
vinte. Esporadicamente, não sistematicamente. Para já, primeiro<br />
tenho trabalhos [de arquitetura] que estão em curso, trabalhos<br />
feitos, a maior parte deles projetos de há dez anos, que, nesta carga<br />
álvaro siza vieira, o primeiro Pritzker português,<br />
não esconde a sua preocupação face à atual<br />
conjuntura, mas acredita que a reflexão mostrará<br />
quais os melhores caminhos a seguir. Para o País.<br />
E para a arquitetura.
de burocracia e de pouco planeamento, ficaram a arrastar-se e que,<br />
finalmente, estão em construção. Estou a terminar um que também<br />
durou não sei quantos anos, por razões que se inventam, por<br />
obstáculos, por burocracias, que é o da Fundação Júlio Pomar, em<br />
Lisboa, mas tenho dois outros edifícios a meio da construção. Espero<br />
que se terminem. Até porque são financiados pela Comunidade<br />
Europeia, não totalmente, mas julgo que até 80 por cento, que estão<br />
em construção e lá vão indo. Bem, embora sempre com o sobressalto<br />
de que o construtor não aguente até ao fim, porque uma das coisas<br />
a que se assiste é ao atraso dos pagamentos, o construtor tem<br />
subempreiteiros a que, por vezes, não pode pagar e é toda esta cadeia<br />
a que estamos a assistir. Mas, enfim, esses estão em construção.<br />
Tenho um em Espanha e, portanto, o escritório mantém-se, embora<br />
tenha de haver contenção, houve uma redução do número de<br />
pessoas a trabalhar, e espero que seja possível mantê-lo, até por essas<br />
pessoas que estão a trabalhar aqui, algumas há muitos anos. Aqui há<br />
pouco tempo, numa entrevista, falaram-me sobre este assunto e se eu<br />
achava que seria possível manter o escritório, porque estariam outros<br />
a fechar. Eu disse que admitia que tivesse de fechar o escritório;<br />
«NÃO ACREDITO NA EXTINÇÃO<br />
DO ARQUITETO PORTUGUÊS.<br />
O MUNDO É MUITO GRANDE»<br />
não disse que ia fechar o escritório. No dia seguinte, havia muitas<br />
notícias de que eu ia fechar o escritório. Admitia – evidentemente,<br />
temos todos de admitir. Se a atividade baixa ou falta, não há mesmo<br />
outra solução, e eu, como alguns outros arquitetos, estou a tentar o<br />
trabalho fora. Eu diria fora da Europa. Na Europa, o único sítio que<br />
eu conheço onde se pode trabalhar com convicção é a Suíça.<br />
Cx: Porquê a Suíça?<br />
Á. S. V.: A começar, talvez, por não pertencer à Comunidade<br />
Europeia, quem sabe. E porque, na Suíça, está a construir-se<br />
muitíssimo. A Suíça recebe bem estes jovens arquitetos portugueses,<br />
porque tem consciência e conhecimento da sua qualidade. Eu fiz um<br />
trabalho na Suíça, recentemente, e foi voltar aos velhos prazeres da<br />
arquitetura, porque realmente não há este sufoco que sucede cá<br />
nos últimos anos, que é a pressa, o improviso, a insegurança na<br />
capacidade de os construtores se manterem, as possíveis interrupções<br />
de obra, etc. Um panorama tenebroso, uma dificuldade de controlo<br />
da obra. Sabe que um arquiteto tem de assinar um documento<br />
a dizer que se responsabiliza por tudo; sem isso, o projeto não<br />
é aceite. Responsabiliza-se por tudo: pelo seu próprio trabalho,<br />
pelo trabalho de toda a restante equipa, engenheiros de diferentes<br />
especialidades, a construção, a qualidade de construção. E na obra<br />
pública, sobretudo embora, por vezes, também aconteça em obras<br />
particulares, paga-se a uma equipa de gestão da obra, que é nomeada<br />
pelo dono da mesma, e que acaba por ter mais poder no controlo<br />
da obra do que o arquiteto que assinou aquele papel. Isto é uma<br />
situação que eu só conheço em Portugal – deve haver noutros países,<br />
mas, na Europa, não creio que haja. Em Espanha, quem autoriza e<br />
assina os pagamentos ao construtor é o arquiteto; aqui não, são as<br />
equipas de gestão de obra. Nós [arquitetos], por vezes, nem sabemos<br />
qual é o custo da obra. Quando eu digo período de reflexão e de<br />
reorganização também refiro coisas deste tipo. O estatuto e a relação<br />
entre os diversos intervenientes na construção estão nas ruas da<br />
amargura.<br />
Cx: Neste contexto, como explica a nova vaga de jovens arquitetos<br />
premiados no estrangeiro, como os 14 projetos finalistas e os três<br />
prémios atribuídos pelo Arch Daily ou do Ateliermob, distinguido, na<br />
Bienal de Veneza, com o prémio Future Cities?<br />
Á. S. V.: Antes de mais, explica-se por haver bons arquitetos jovens.<br />
Depois, há uma maior atividade nesse campo. Há muito mais<br />
prémios do que havia há anos. Na geração antes da minha, era<br />
coisa que, praticamente, não havia. Prémios internacionais eram<br />
poucos e os portugueses não tinham acesso, por razões sabidas,<br />
estavam cá num cantinho. Há toda uma geração antes da minha que<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
29
e entrevista<br />
tem grandes arquitetos, alguns nunca terão recebido um prémio, e<br />
isso, agora, é completamente diferente. Passou a haver prémios da<br />
Comunidade Europeia, das associações internacionais de arquitetos<br />
e mesmo prémios nacionais. Há muitos prémios e há gente com<br />
qualidade. Um prémio internacional, em Portugal, faz grande<br />
sucesso porque, realmente, antes não havia prémios internacionais.<br />
De resto, a arquitetura portuguesa contemporânea antes do 25 de<br />
Abril é pouquíssimo conhecida – ninguém sabia por esse mundo<br />
fora o que era a arquitetura portuguesa. Conheciam-se dois ou três<br />
nomes, que, individualmente, tinham contactos internacionais, mas<br />
mais nada. Depois do 25 de Abril, houve, também, uma integração<br />
nesse aumento, em todo o mundo, de atenção à arquitetura e<br />
respetiva valorização.<br />
Cx: O que mudou com o Pritzker, em 1992?<br />
Á. S. V.: Eu não mudei. Em relação ao trabalho, sem dúvida,<br />
há mudanças. Esse prémio é muito publicitado. Como é muito<br />
publicado em todo o mundo e tem impacto internacionalmente,<br />
abre a possibilidade a convites fora de Portugal e, nesse aspeto, sim,<br />
permite a maior divulgação do trabalho de quem é premiado. Mas<br />
também tem alguns inconvenientes.<br />
Cx: Quais?<br />
Á. S. V.: Um prémio é como uma marca, um carimbo, que é bem<br />
aceite por uns e mal aceite por outros. Também pode criar algumas<br />
dificuldades internamente. Mas o balanço geral é, realmente, de<br />
abertura de possibilidades de trabalho.<br />
Cx: O que o inspira?<br />
Á. S. V.: O que as pessoas que me procuram nesse campo querem,<br />
onde e com que possibilidades, com que condições, boas de responder<br />
a esses desejos e a essas oportunidades num determinado contexto.<br />
Cx: Tem materiais preferidos?<br />
Á. S. V.: Não tenho materiais preferidos. Materiais preferidos em<br />
cada casa, em cada caso, envolvendo as opções muito aspetos, como<br />
seja o económico ou o paisagístico, onde se insere a nova construção,<br />
a maior ou menor adaptabilidade ao sítio onde se está a construir.<br />
Há aspetos que conduzem à opção de escolha de materiais, que tem<br />
a ver com estética, tem a ver com muitos outros aspetos, o<br />
económico e o prático. E há grandes mudanças, também aí.<br />
Por exemplo, é normal fazer-se uma construção, em Portugal,<br />
em que se usa mármore, e usar-se não o mármore local, como foi<br />
durante anos, porque era o mais prático e económico. Acontece<br />
comprar-se, porque é mais barato, o mármore no Egito ou, neste<br />
momento, em Itália, grande produtora de mármore. Praticamente em<br />
todas as obras recentes em que se usa a pedra, ela vem da Índia ou<br />
da China; é muito mais barato.<br />
Cx: O que é que ainda não projetou e gostaria de projetar? E onde?<br />
Á. S. V.: Não tenho muito essa ansiedade. Mais ou menos, tenho<br />
projetado as oportunidades que me aparecem e não me posso<br />
queixar muito. Só houve um período em que tive de trabalhar para<br />
diversificação dos projetos que tinha, porque há uma tendência<br />
30 Cx<br />
a revista da caixa<br />
na arquitetura, como em todo o lado, a tal tendência para a<br />
especialização, o que vale é a especialização. E como eu trabalhei<br />
muito em habitação económica, praticamente a partir do 25 de<br />
Abril (programas SAL)... Na altura, houve muito interesse pelo que<br />
se passava em Portugal e esse interesse estendeu-se, também, à<br />
arquitetura e, por isso, fui convidado – foi dos primeiros convites<br />
que tive para fora de Portugal – para habitação económica, até com<br />
programas de participação. Na Holanda, na Alemanha, aconteceu<br />
isso. E, depois, foi-me posto um carimbo: eu era o da habitação<br />
económica! Tal como outros têm o carimbo «este é bom para<br />
museus» ou «este é bom para hospitais». É claro que o arquiteto<br />
precisa de praticar nas diferentes escalas, nos diferentes programas,<br />
nos diferentes papéis dos edifícios nas cidades, que vão desde a<br />
célula, que é a habitação, até aos edifícios públicos, as escolas, os<br />
edifícios dos museus, e que, normalmente, são edifícios de outra<br />
escala. E numa cidade encontram-se várias escalas, sendo que para<br />
trabalhar numa tem de se conhecer outra, porque elas estão em
elação. Tive de fazer concursos para sair do carimbo de habitação<br />
económica, não porque não gostasse, mas por sentir a necessidade<br />
de experimentar outra escala, outra expressão de trabalho. De resto,<br />
nunca andei ansiosamente à procura de fazer este ou aquele projeto.<br />
Cx: Tem um ambiente preferido para trabalhar?<br />
Á. S. V.: Aqui, no Porto, onde estou [edifício com vistas para o<br />
estuário do rio Douro e para o mar]. Mas este não é o meu primeiro<br />
escritório, já estive no centro da cidade. Aqui cria-se, quer dizer, um<br />
estúdio tem um determinado ambiente, que envolve uma equipa,<br />
que está aberta, também, aos demais elementos que estão fora:<br />
engenheiros, especialistas, etc., toda a variedade de técnicos que<br />
participam no projeto.<br />
Cx: Qual considera ter sido o maior desafio profissional da sua<br />
carreira?<br />
Á. S. V.: Cada obra é um desafio. Não há obras fáceis. Todas têm<br />
a sua especificidade, os problemas não são iguais. Muitas vezes,<br />
o ambiente onde se constrói é muito diferente; outras vezes, no<br />
mesmo ambiente, as circunstâncias são diferentes. Todas são difíceis<br />
e todas são um desafio, se se quiser pensar em fazer o melhor que<br />
se pode e que se sabe. Em certos aspetos, há programas que exigem<br />
uma maior coordenação, em que as equipas são mais vastas, o que<br />
é um estímulo, mas pode incluir dificuldades. Depois, há casos em<br />
que a urgência é tal que há uma aceleração no trabalho que é difícil<br />
controlar. Mas todos os trabalhos são um desafio e exigem uma<br />
grande concentração e empenho.<br />
Cx: O que se aprende a ensinar?<br />
Á. S. V.: Aprende-se muito. É fundamental. Nem toda a gente chega<br />
ou pode ou quer chegar ao ensino. É uma atividade complementar<br />
do trabalho profissional, mais direto. Por várias razões. Uma delas<br />
é que é mais presente a ideia do estudo; é preciso estudar para<br />
transmitir alguma coisa. Se houver uma certa preguiça profissional<br />
em manter-se atualizado, ali é mais premente manter-se atualizado.<br />
Depois, porque todos os anos se encontra gente diferente e gente<br />
nova. Na escola, há uma renovação permanente e isso cria, todos os<br />
anos, um período novo de entusiasmo, de sonho, etc.<br />
Cx: Que herança gostaria de deixar?<br />
Á. S. V.: Não gostaria de deixar, gostaria de ficar… mas é impossível.<br />
Não tenho nenhum desejo especial. A alegria de viver, os arquivos<br />
com desenhos, umas obras... Da maneira como estão as coisas, não<br />
ficarão muitas, porque há muitas. E, agora, agravado pela situação<br />
presente, abandonadas, degradadas... Em Portugal, perdeu-se a<br />
cultura da manutenção. Deixa-se que os edifícios entrem em ruínas<br />
e, depois, quando se pensa que há que fazer alguma coisa porque<br />
estão mesmo a cair ou a meter água, já é muito tarde e ou é muito<br />
caro ou é mesmo já inviável. De maneira que não sei se ficam<br />
muitos. Não me preocupo muito com isso. Há muitos abandonados,<br />
o Pavilhão de Portugal, duas obras antigas aqui em Matosinhos,<br />
que estão num estado desgraçado… Há muita coisa muito mal<br />
conservada.<br />
Cx: O que o faz sorrir?<br />
Á. S. V.: O convívio com as pessoas, basicamente, e também,<br />
eventualmente, os momentos de solidão que roçam por coisas<br />
divertidas, mas, sobretudo, o convívio com os amigos e com a família.<br />
Cx: Na Bienal de Arquitetura de Veneza, mencionaram, a propósito<br />
do seu trabalho, que «aparenta seguir numa direção oposta à do resto<br />
da profissão, mas parece estar sempre na frente, intocado e destemido<br />
com os desafios intelectuais e de trabalho que coloca a si mesmo».<br />
Revê-se nesta afirmação?<br />
Á. S. V.: É uma referência muito simpática e generosa, mas não me<br />
sinto numa posição oposta. Há muita gente que trabalha não no<br />
mesmo sentido, do ponto de vista do que faz esteticamente, mas<br />
trabalha no sentido de tentar uma enorme atenção ao problema que<br />
em cada caso encara. Há muita gente assim. Não me sinto nada um<br />
isolado. Em Portugal, há muita gente em relação à qual eu vejo uma<br />
grande identificação.<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
31
h<br />
32<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
história de capa<br />
<strong>ARQUITETURA</strong><br />
Com os pés<br />
na terra<br />
Com nomes consagrados ou jovens talentos,<br />
a arquitetura portuguesa continua a dar cartas pelo mundo.<br />
E a nova geração de arquitetos está a distinguir-se por projetos mais sustentáveis,<br />
atentos ao equilíbrio energético e a uma relação simbiótica com a Natureza<br />
Por João Paulo Batalha
Foto: FG+SG - Fotografia de Arquitectura<br />
Cx<br />
a revista da caixa33
h história de capa<br />
34<br />
Quem diria que Portugal seria, ainda hoje, um terreno<br />
fértil em novos talentos na arquitetura? A verdade é<br />
que os últimos anos não têm sido fáceis para tudo<br />
o que está ligado à indústria da construção. Depois<br />
de anos de crescimento constante, esta foi uma das<br />
áreas mais afetadas pela recessão económica, com um<br />
fluxo constante de más notícias: empresas de construção falidas,<br />
diminuição abruta de novas obras, quedas significativas no preço das<br />
casas e aperto na concessão de crédito imobiliário. E, no entanto,<br />
continua a haver talento nacional. Que, cada vez mais, se faz notar<br />
também fora de portas.<br />
No ano passado, Eduardo Souto de Moura foi uma das figuras<br />
portuguesas com maior projeção internacional, ao receber das mãos<br />
do Presidente dos EUA o Prémio Pritzker, considerado o Nobel da<br />
Arquitetura. O galardão consagrou um percurso feito dentro de<br />
portas, com obras tão emblemáticas como o Estádio de Braga ou,<br />
mais recentemente, a icónica Casa das Histórias Paula Rego, em<br />
Cascais. Antes de Souto de Moura, já, em 1992, tinha sido Álvaro<br />
Siza Vieira a conquistar o Pritzker – e só o facto de um país com a<br />
dimensão de Portugal albergar dois arquitetos deste gabarito é já um<br />
sinal eloquente da qualidade invulgar da nossa arquitetura.<br />
Consagrados em Portugal e pelo mundo fora (com o Pritzker a<br />
abrir-lhes as portas para mais obras internacionais), Siza Vieira e<br />
Souto de Moura são os dois grandes embaixadores da arquitetura<br />
portuguesa. Mas, atrás deles, vem toda uma nova geração de<br />
talentos, arquitetos portugueses formados no nosso País e que<br />
emprestam a sua visão a uma nova forma de olhar a arquitetura.<br />
Num mundo mais globalizado, que enfrenta novos desafios a nível<br />
económico, social e ambiental, a arquitetura não fica parada e<br />
integra hoje, cada vez mais, preocupações de sustentabilidade – com<br />
soluções inovadoras em áreas como a eficiência energética ou a<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
ATRÁS DE SIZA<br />
E SOUTO DE<br />
MOURA, VEM<br />
TODA UMA<br />
GERAÇÃO DE<br />
TALENTOSOS<br />
ARQUITETOS<br />
PORTUGUESES<br />
Print<br />
UMA ESCOLA<br />
PARA O MUNDO<br />
A importância do Porto.<br />
Para procurar as grandes<br />
referências da arquitetura<br />
portuguesa, há que rumar a<br />
norte. No que toca a palmarés<br />
de excelência, são poucas<br />
as cidades que se podem<br />
gabar de acolher um arquiteto<br />
vencedor do Pritzker. No<br />
caso do Porto, são dois – e,<br />
curiosamente, trabalham<br />
no mesmo edifício! Souto<br />
Moura (autor do Estádio de<br />
Braga) e Siza Vieira (autor<br />
do Pavilhão de Portugal,<br />
na Expo’98, ou da Casa de<br />
Chá da Boa Nova, em Leça<br />
da Palmeira - dois edifícios,<br />
infelizmente, hoje fechados<br />
ao público) são as duas<br />
referências mais consagradas<br />
da arquitetura portuguesa e<br />
dois grandes exemplos da<br />
famosa Escola do Porto, que<br />
produz arquitetos de exceção<br />
desde há quase um século.<br />
A tradição no ensino da<br />
arquitetura na Invicta deu-<br />
-lhe já fama mundial, e bem<br />
merecida. Aliando uma visão<br />
muito própria sobre o território<br />
a uma atitude vanguardista, a<br />
Escola do Porto tem produzido<br />
trabalhos icónicos na cidade<br />
– e dela para o mundo. Além<br />
de Siza e de Souto de Moura,<br />
nomes incontornáveis como<br />
Fernando Távora ou, nos<br />
primórdios, Marques da Silva<br />
(responsável pela Estação de<br />
S. Bento, considerada uma<br />
das mais belas estações de<br />
comboios do mundo) fazem<br />
justiça a uma tradição de<br />
belas-artes e arquitetura<br />
inscritas na identidade do<br />
Porto. E asseguram-nos um<br />
fluxo constante de novos<br />
talentos, que nos obriga a fixar<br />
as atenções ao norte.<br />
House)<br />
(Mima Campos/arqf.net José Marés); das (Piscina Arquitectura de<br />
casa museu Paula Rego,<br />
de Eduardo Souto de Moura<br />
(foto de abertura)<br />
Fotografia -<br />
são bento está entre as mais<br />
FG+SG<br />
belas estações de comboios<br />
do mundo<br />
Bento); São<br />
piscina das marés Obra<br />
de<br />
emblemática de Siza Vieira<br />
(estação<br />
mima house Vencedor do<br />
prémio Edifício do Ano 2011,<br />
Vaxter<br />
atribuído pelo Archdaily, o<br />
Allan<br />
mais importante website de<br />
arquitetura do mundo Fotos:
elação com a paisagem. Nem se pode dizer que seja propriamente<br />
uma novidade: as técnicas e os materiais podem ser outros, mas, no<br />
fim de contas, a arquitetura, a boa arquitetura, sempre foi isto: uma<br />
relação harmoniosa com o ambiente; uma forma de tornarmos nosso<br />
o espaço em que vivemos.<br />
De onde vem esta explosão de criatividade? É o próprio<br />
Siza Vieira que o diz (ver entrevista nesta edição):<br />
períodos de crise económica como o atual são<br />
combustível para a reflexão. Por um lado, a escassez<br />
de obras em Portugal está a empurrar os nossos<br />
arquitetos para trabalhos no estrangeiro, onde revelam<br />
o seu talento e capacidades. Por outro lado, a necessidade aguça o<br />
engenho. É, hoje, imperativo fazer uma construção mais eficiente<br />
e económica, salvaguardando preocupações de funcionalidade e<br />
conforto, mas, ao mesmo tempo, diminuindo impactos ambientais<br />
e custos de manutenção. E é aqui que muita da nova arquitetura se<br />
está a destacar.<br />
Cx<br />
a revista da caixa35
h história de capa<br />
36<br />
Não deixa de ser um paradoxo que novas visões sobre a cidade<br />
se estejam a tornar realidade em Portugal – um País onde, acusam<br />
arquitetos, paisagistas e ecologistas, falta uma cultura sólida de<br />
ordenamento do território. Isso mesmo é visível nas grandes áreas<br />
metropolitanas, onde a expansão de subúrbios, ao longo dos últimos<br />
anos, contrasta com centros históricos abandonados e em risco de<br />
degradação. Os custos deste desordenamento pagam-se a vários<br />
níveis: nas redes de infraestruturas necessárias para ligar a cidade<br />
aos subúrbios; no tempo e na energia perdidos em deslocações<br />
pendulares do centro das cidades para a periferia; nas perdas de<br />
produtividade relacionadas com este distanciamento, e, por fim, na<br />
degradação do conforto e qualidade de vida das populações.<br />
Talvez por isso, mais do que procurar um novo traço para os<br />
edifícios, os jovens arquitetos procuram novas formas de olhar a<br />
cidade. Veja-se o caso do Ateliermob. O coletivo, que se apresenta<br />
como «uma plataforma multidisciplinar de desenvolvimento de<br />
ideias, investigação e projetos nas áreas da arquitetura, design e<br />
urbanismo», tem uma visão global do papel da arquitetura, que<br />
vai muito além de desenhar edifícios. E a crise, aqui, é mais uma<br />
oportunidade. «Com o mercado imobiliário e o território […] em<br />
ebulição, é errado declarar que não há trabalho de arquitetura em<br />
Portugal», explica o Ateliermob, na apresentação do seu projeto<br />
Working with the 99%, vencedor do prémio Future Cities, na edição<br />
deste ano da Bienal de Veneza. Ao contrário de se alhear da crise,<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
Outras perspetivas<br />
Não é só enquanto disciplina que a Arquitetura vale<br />
prémios aos projetos portugueses. Em outubro, no âmbito<br />
do evento internacional World Architecture Festival, o<br />
fotógrafo português Fernando Guerra (metade da dupla<br />
FG+SG, que assinam a foto de capa) ganhou o prémio<br />
Arcaid Images para Fotografia de Arquitetura, na categoria<br />
Exteriores. A imagem vencedora é uma fotografia de<br />
um projeto de Francisco e Manuel Aires Mateus: o Lar de<br />
Idosos, em Alcácer do Sal. Também em outubro, Sizígia,<br />
um filme de Luís Urbano, rodado na Piscina das Marés<br />
(desenhada por Álvaro Siza Vieira), arrecadou o prémio<br />
de Melhor Curta-Metragem Internacional de Ficção, no<br />
Arquitectura Film Festival 2012, o único festival de cinema<br />
e arquitetura da América Latina.<br />
a arquitetura tem de lhe dar resposta. «Os arquitetos têm de<br />
desempenhar um papel mais relevante na vida das pessoas. Têm de<br />
ser vistos como uma ferramenta para melhorar as condições de vida<br />
das populações», aponta a equipa do projeto.<br />
Pensado, simultaneamente, como um trabalho de arquitetura<br />
construtiva e social, o projeto Working with the 99% distinguiu-se<br />
com o caso de estudo do Bairro PRODAC, em Lisboa, no qual os
Fotos: FG+SG - Fotografia de Arquitectura (lar de idosos em Alcácer do Sal); d.r. (Casa em Movimento e edifício da Fundação Iberê Camargo)<br />
membros do Ateliermob trabalharam de perto com os moradores<br />
de um bairro de génese ilegal para legalizar as casas de perto de 600<br />
famílias e qualificar o espaço público. Não se trata de arquitetura<br />
feita «apesar» da crise, mas de arquitetura feita como resposta à crise<br />
– um modelo de envolvimento social que, garantem os seus autores,<br />
pode e deve fazer caminho em países mais vulneráveis, como<br />
Portugal, Espanha, Itália ou Grécia.<br />
De resto, se não der respostas às questões do seu<br />
tempo, de pouco serve a arquitetura. Mais do que a<br />
criatividade do traço, a qualidade e a inovação das<br />
soluções fazem a diferença entre um edifício atraente e<br />
a verdadeira arquitetura. E aqui, como em tudo, é do<br />
querer que vem o poder. Que o digam Mário Sousa e<br />
Marta Brandão, criadores de um conceito inovador: a casa MIMA.<br />
O ponto de partida é simples: sendo um bem de primeira<br />
necessidade, a casa não devia precisar de ser feita por medida.<br />
Porque não conceber um edifício modular, mas personalizável, que<br />
seja possível instalar a uma fração do custo de uma construção de<br />
raiz? A ideia dos dois arquitetos começou a gizar-se ainda durante<br />
os seus tempos de estudantes, mas hoje é seguida com atenção em<br />
todo o mundo – a casa MIMA (em destaque na edição número 7 da<br />
Cx), aliás, ganhou o prémio Edifício do Ano 2011, atribuído pelo<br />
Archdaily, o mais importante website de arquitetura do mundo.<br />
Economia e flexibilidade são os principais méritos do conceito.<br />
Num terreno de apenas 57 metros quadrados, é instalada uma<br />
unidade MIMA com uma área habitável de 36 metros quadrados.<br />
E não se pense que se trata de um feio barracão pré-fabricado. O<br />
design é moderno e arejado, aberto ao exterior – a sala tem um pé-<br />
-direito de 2,40 metros. Além do mais, a casa é alterável em qualquer<br />
momento, graças a um sistema de calhas que permite adicionar ou<br />
subtrair paredes à medida das necessidades. É, no fundo, o conceito<br />
pronto-a-vestir aplicado à arquitetura: uma casa costumizável, bem<br />
desenhada e de baixo custo. A democratização da boa arquitetura.<br />
A riqueza do traço<br />
Mais do que traço, a arquitetura é, cada vez mais,<br />
responsável pelo dinamismo das cidades. Hoje, o turismo<br />
arquitetónico mobiliza cada vez mais pessoas em todo o<br />
mundo. A cidade do Porto, por exemplo, foi considerada<br />
o Melhor Destino Europeu de 2012 graças, em grande<br />
parte, à sua qualidade arquitetónica ímpar, traduzida em<br />
edifícios icónicos como a Casa da Música, de Rem Koolhas,<br />
ou o Museu de Serralves, de Siza Vieira. Aliás, a Câmara<br />
Municipal do Porto associou-se, recentemente, à delegação<br />
regional da Ordem dos Arquitetos e à Casa da Arquitetura<br />
para criar roteiros turísticos dedicados especialmente a<br />
alguns dos mais famosos arquitetos com obras na cidade,<br />
como Siza Vieira, Souto de Moura ou Cassiano Barbosa.<br />
E os turistas para este género de nicho não têm parado<br />
de crescer, vindos de toda a Europa e dos países asiáticos.<br />
vencedora A foto de<br />
Fernando Guerra que<br />
conquistou um prémio Arcaid<br />
Images para Fotografia de<br />
Arquitetura (à esquerda)<br />
ecológica Esta casa<br />
acompanha o movimento do<br />
sol ao longo do dia, procurando<br />
ser energeticamente<br />
autónoma. Chama-se Casa<br />
em Movimento.<br />
lá fora O edifício da Fundação<br />
Iberê Camargo, em Porto<br />
Alegre, no Brasil, tem a<br />
assinatura de Siza Vieira<br />
Cx<br />
a revista da caixa37
h história de capa<br />
38<br />
Os tempos, aliás, estão maduros para as ideias económicas. Na<br />
mesma senda da sustentabilidade, outro criador nacional, Miguel<br />
Vieira Lopes, foi, ainda, mais longe. Também adaptável e de baixo<br />
custo, o conceito Casas em Movimento é para ser lido no sentido<br />
literal. Esta é uma casa que se mexe a sério, acompanhando o<br />
movimento do Sol ao longo do dia! A ideia é tão simples como<br />
revolucionária: criar uma nova geração de casas moldáveis, às quais<br />
podemos acrescentar ou retirar elementos à medida que a família<br />
cresce ou diminui; e concebida para ser independente em termos<br />
energéticos. Para isso, a casa roda sobre si própria, para que, do lado<br />
de fora, os painéis fotovoltaicos possam aproveitar ao máximo a<br />
energia solar, ao mesmo tempo que, do lado de dentro, os espaços se<br />
renovam para tirar o maior partido possível da casa. É uma espécie<br />
de moradia viva, que acompanha o ciclo de vida dos seus moradores<br />
e cresce ou diminui de acordo com as suas necessidades. Por outro<br />
lado, o uso de materiais naturais, como a madeira ou a cortiça,<br />
assegura uma maior qualidade de isolamento térmico e acústico – e<br />
um uso mais inteligente da energia. É a casa vista, literalmente, como<br />
um habitat natural.<br />
Éeste tipo de criatividade que continua a marcar a<br />
arquitetura portuguesa. Com o ciclo de expansão<br />
suburbana interrompido pela crise, novos talentos<br />
procuram, agora, novas formas de revitalizar<br />
o espaço público e encontrar novos usos para<br />
velhos equipamentos. Outro projeto premiado<br />
internacionalmente fez precisamente isto. Desenvolvido na Trafaria,<br />
na margem sul do Tejo, o projeto OCO – Ocean & Coastline<br />
Observatory propôs-se recuperar um complexo de baterias de defesa<br />
de costa, construídas durante a II Guerra Mundial, adaptando-o<br />
a um centro cívico dedicado à preservação dos habitats costeiros.<br />
Desenvolvido por uma equipa liderada por João Segurado, o projeto<br />
ganhou o Open Architecture Challenge, organizado pela Habitat for<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
O PROJETO<br />
OCO (NA FOTO)<br />
PRETENDE<br />
TRANSFORMAR<br />
UMA ANTIGA<br />
ESTRUTURA<br />
MILITAR NUM<br />
CENTRO<br />
DEDICADO À<br />
PRESERVAÇÃO<br />
DOS HABITATS<br />
COSTEIROS<br />
CAIXA DE <strong>ARQUITETURA</strong><br />
A Caixa tem vindo a apoiar atividades<br />
relacionadas com a arquitetura<br />
e o design, no âmbito da sua<br />
responsabilidade e preocupação<br />
pelas múltiplas dificuldades com<br />
que as cidades e os seus habitantes<br />
se deparam. Falamos de questões<br />
como a sustentabilidade, o ambiente,<br />
a recuperação e reanimação das<br />
cidades, com o consequente<br />
rejuvenescimento urbano e<br />
populacional, entre outras.<br />
É neste contexto que se insere o<br />
apoio à Trienal de Arquitetura ou à<br />
Experimenta Design, assim como<br />
outras ações organizadas pela<br />
Ordem dos Arquitetos. Uma relação,<br />
aliás, reforçada a 18 de maio, com<br />
a assinatura de um protocolo de<br />
parceria, onde ficou definido um<br />
conjunto de vantagens para os<br />
membros da Ordem. Em causa estão<br />
benefícios em produtos e serviços<br />
financeiros, descontos de bilheteira<br />
na Culturgest e a emissão de um<br />
cartão de crédito co-branded, entre<br />
outros.<br />
A cerimónia teve lugar no Edifício-<br />
-Sede da CGD, tendo o protocolo<br />
sido assinado por José de Matos e<br />
João Belo Rodeia, respetivamente,<br />
presidentes da Comissão<br />
Executiva da CGD e da Ordem dos<br />
Arquitetos. Com este protocolo, a<br />
Caixa posiciona-se como parceiro<br />
privilegiado desta classe profissional,<br />
assegurando a presença em<br />
certames nacionais realizados pela<br />
Ordem dos Arquitetos, assim como<br />
em outras iniciativas ou projetos<br />
de interesse comum e canais<br />
de comunicação com os 20 mil<br />
membros da Ordem.<br />
Humanity, destacando-se entre mais de 500 projetos, precisamente<br />
pelo caráter inovador e pela sustentabilidade da ideia.<br />
Por vezes, são as ideias simples que resultam mais felizes. Uma<br />
visão clara, um traço distintivo e a vontade de reinventar a nossa<br />
relação com a cidade, ou a Natureza, transformam um espaço<br />
numa casa ou num edifício público onde a população se encontra<br />
e confronta ideias e opções para o futuro. Com um presente<br />
tão abalado pela conjuntura económica e com tantas incertezas<br />
no horizonte, uma sociedade dinâmica precisa de mais lugares<br />
de encontro e de debate. Em Portugal, velhos e novos talentos<br />
continuam a trabalhar para criar esses espaços e desafiar o nosso<br />
entendimento de cidade, de comunidade. Por vezes, com o olhar nos<br />
céus. Mas sempre com os pés e o coração bem assentes na terra.
Fotos: D.R.<br />
JOÃO<br />
Santa-Rita<br />
Arquitectura portuguesa,<br />
um referencial de cultura e de qualidade.<br />
DESDE MEADOS dos anos 70, com o número histórico da revista<br />
Architecture d’Aujourdhui (logo seguido de um outro número), num<br />
País a iniciar um novo rumo, a arquitectura portuguesa conquistou<br />
a atenção e o interesse do exterior e ganhou uma nova dimensão<br />
cultural e influência, que se foi consolidando até à actualidade.<br />
As realizações de obras sucederam-se, a sua complexidade<br />
e dimensão foi crescente e as sucessivas gerações foram sendo<br />
convocadas para novos desafios e possibilidades que o País e as<br />
instituições públicas e privadas lhes foram colocando.<br />
As instituições de ensino cresceram em dimensão e em número,<br />
abriram múltiplas actividades ao exterior, promovendo encontros<br />
de âmbito internacional, possibilitando aos seus alunos o contacto<br />
com os mais diversos autores, bem<br />
como com programas resultantes de<br />
uma integração na Europa, os quais<br />
viriam a possibilitar a ampla circulação<br />
pelo mundo dos novos aspirantes a<br />
arquitectos.<br />
Por outro lado, algumas das obras<br />
realizadas e a notoriedade além-<br />
-fronteiras de alguns arquitectos<br />
cativaram definitivamente o interesse<br />
pela arquitectura portuguesa,<br />
colocando-a, nas suas mais diversas<br />
expressões e modos de prática, num<br />
patamar de qualidade e de competência<br />
que viria a considerar como privilegiada<br />
a aquisição dos seus serviços.<br />
Jovens estagiários ou arquitectos<br />
foram sendo aceites em ateliers de prestígio internacional, chegando<br />
alguns a assumir posições de destaque, conhecendo, de um modo<br />
geral, uma crescente experiência e qualidade enquanto profissionais.<br />
A par do reconhecimento internacional de Siza Vieira, através dos<br />
sucessivos prémios e condecorações, e de Eduardo Souto de Moura,<br />
com o Pritzker, e, ainda, de Paulo David, com o Alvar Aalto, os<br />
arquitectos portugueses têm vindo a marcar a sua presença além-<br />
-fronteiras em eventos, em instituições de ensino, em concursos ou na<br />
realização de projectos e obras.<br />
É de salientar a recente selecção para lugares de prestígio, como é o<br />
caso de Pedro Gadanho, curador do MOMA na área da Arquitectura,<br />
ou de Diogo Burnay, director da Escola da Faculdade de Arquitectura e<br />
Planeamento da Dalhousie University, em Halifax, no Canadá.<br />
VICE-PRESIDENTE DO CONSELHO<br />
DIRECTIVO NACIONAL<br />
DA ORDEM DOS ARQUITECTOS<br />
observatório<br />
Recentemente, tem também sido notícia a sucessão de prémios<br />
alcançados por jovens arquitectos portugueses em concursos<br />
internacionais. Através da qualidade do seu trabalho, têm tido acesso<br />
a realizações de uma natureza e dimensão muito diferentes daquela a<br />
que, porventura, teriam na sua prática corrente em Portugal.<br />
Importa olhar para esta realidade num momento particularmente<br />
difícil para os serviços nas áreas da arquitectura, das engenharias e<br />
da construção, quiçá, sem paralelo na história do País. Mesmo em<br />
momentos similares dos anos 70 e meados dos anos 80, quando<br />
escasseavam os recursos financeiros, a nossa actividade conhecia<br />
ainda os períodos marcados pela necessidade da construção de<br />
equipamentos, de habitação e de serviços, que iam permitindo a<br />
continuidade da actividade e a sobrevivência dos ateliers, bem como o<br />
enquadramento das novas gerações.<br />
Os arquitectos têm vindo a repensar a sua actividade, entre outros<br />
modos, procurando a desmultliplicação dos seus serviços, esforço<br />
que não poderá deixar de contar<br />
com o apoio do Estado e das suas<br />
instituições.<br />
A Ordem dos Arquitectos tem<br />
vindo a alertar o Governo para a<br />
necessidade da criação de políticas<br />
de divulgação e de investimento<br />
que ajudem a inverter o processo de<br />
destruição dos ateliers e de emigração<br />
a que se assiste. Nomeadamente, a<br />
título de exemplo, através de acções<br />
no estrangeiro que alertem para a<br />
qualidade dos nossos serviços e,<br />
ainda, da inventariação do património<br />
do Estado, devoluto ou não, e<br />
da valorização do mesmo com a<br />
realização de estudos e projectos que<br />
perspectivem o seu futuro.<br />
As distinções e os prémios de carácter internacional que se têm<br />
sucedido são a melhor prova de que os arquitectos portugueses de<br />
várias gerações se tornaram, através das suas obras, dos seus projectos<br />
e do seu trabalho, um referencial tanto de cultura como de qualidade,<br />
o que constitui, certamente, um motivo de orgulho para todos.<br />
Importa não desperdiçar todo o esforço e empenho de décadas que<br />
culminou com a inegável valorização da profissão de arquitecto.<br />
Por opção do autor, este texto não segue as regras<br />
do novo acordo ortográfico.<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
o<br />
39
v<br />
40 Cx<br />
a revista da caixa<br />
grande viagem<br />
ISLÂNDIA<br />
Uma ilha de<br />
gelo
e fogo<br />
Se fosse uma sobremesa, a Islândia seria uma deliciosa<br />
bola de gelado de nata, coberta por um aveludado creme de chocolate quente.<br />
Reykjavik, a capital, seria como que o prato de luxo,<br />
onde nos é servido um país de origem vulcânica no limite do Círculo Polar Ártico,<br />
repleto de paisagens intocadas, tão selvagens quanto românticas<br />
Por Pedro Guilherme Lopes<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
41
v grande viagem<br />
Não deixa de ser curioso que, se fizermos<br />
uma sondagem, serão muitas as pessoas<br />
que afirmarão desconhecer que a Islândia<br />
é uma ilha. A maioria apontará a sua<br />
localização para uma zona próxima da<br />
Finlândia e não será de estranhar se uma<br />
larga percentagem apenas tiver ouvido falar deste país<br />
recentemente, mais precisamente pela forma como os<br />
islandeses escolheram lidar com a crise instalada.<br />
Aliás, a Islândia terá sido dos primeiros países a<br />
sentir a crise financeira que, há cerca de quatro anos,<br />
assola a Zona Euro (entretanto alastrada à Grécia,<br />
Itália, Espanha e, como bem sabemos, a Portugal),<br />
situação que conduziu a medidas inéditas tais como<br />
o redigir de uma nova Constituição, através de um<br />
processo de assembleias de cidadãos, ou o julgamento<br />
do antigo primeiro-ministro, Geeir Haarde, pela sua<br />
responsabilidade na crise.<br />
Pese o mediatismo que tais iniciativas lhe conferiram,<br />
com direito a manchetes em jornais e aberturas<br />
de blocos informativos na televisão, a Islândia manteve-<br />
-se como uma ilha turisticamente tranquila. Guardando,<br />
apenas, para alguns um cocktail de emoções que,<br />
sem esforço, podem combinar-se na viagem de uma<br />
vida.<br />
42 Cx<br />
a revista da caixa<br />
O nosso ponto de partida será Reykjavik, a capital e<br />
uma das cidades mais sustentáveis do mundo. Cem por<br />
cento abastecida por energia limpa e de baixo custo, é<br />
percorrida por vários veículos movidos a hidrogénio<br />
e é comum verem-se inúmeros habitantes a utilizar a<br />
bicicleta no seu dia a dia. Capital Europeia da Cultura<br />
em 2000, a cidade oferece elevada oferta nesse âmbito,<br />
sejam museus, sejam galerias de arte, passando pela<br />
ópera, orquestra sinfónica e uma companhia de bailado.<br />
Há mesmo quem garanta que Reykjavík é uma cidade<br />
que nunca pára, seja pelos concertos ao ar livre, pelas<br />
lojas modernas e surpreendentes, pelas pequenas galerias<br />
que se espalham pela cidade, pelos restaurantes onde<br />
apetece voltar ou pelas noites que se prolongam nos<br />
vários bares. E, claro, não faltam hotéis com excelentes<br />
condições para poder descansar de tanta agitação.<br />
Importa, aliás, referir que, no inverno, apenas encontrará<br />
alojamento nos hotéis da capital e das vilas mais<br />
importantes do país (não esqueça os charmosos hotéis<br />
de campo). Já os parques de campismo e as pousadas,<br />
muito procurados durante o verão, tanto por uma<br />
questão de preço como de proximidade com a Natureza,<br />
estão fechados durante os meses mais frios.<br />
Com mais ou menos frio, não faltam visitantes com<br />
vontade de descobrir um país ainda em estado bruto,
esquecendo, por vezes, que em grande parte do território<br />
são as forças da Natureza que ditam as leis. Não admira,<br />
por isso, que sejam vários os conselhos deixados,<br />
tais como utilizar sempre tendas bastante resistentes,<br />
ter atenção na travessia dos rios, procurar conhecer<br />
antecipadamente o estado das estradas (que pode variar<br />
muito rapidamente), não partir para uma caminhada<br />
sem o auxílio mínimo de um mapa (bússola ou GPS são<br />
recomendados) e utilizar, sempre, a roupa e o calçado<br />
mais adequados ao terreno e à época do ano.<br />
Deixamos, então, Reykjavik, apanhando a Ring<br />
Road, a estrada que circunda toda a ilha ao longo do<br />
litoral. Depressa nos vemos envolvidos em paisagens<br />
magníficas, onde nem faltam cavalos totalmente em<br />
liberdade.<br />
As quedas de água e o verde luxuriante são outra<br />
constante, bem como as enseadas de areia preta, que<br />
1 reykjavik Panorâmica<br />
colorida da capital<br />
islandesa<br />
1<br />
2 dettifoss Vista para a<br />
mais forte queda de água<br />
da Europa<br />
2<br />
3 litoral Uma das várias<br />
vilas de pescadores<br />
4 vulcânica Na zona do<br />
lago Myvatn são várias<br />
as marcas das origens<br />
da ilha<br />
3<br />
4<br />
nos recordam a origem vulcânica da ilha. Aliás, a<br />
Islândia é apontada como sendo a maior parcela de terra<br />
inteiramente de origem vulcânica, formada por planaltos<br />
de lava expelida através de fraturas ou por grandes<br />
vulcões de forma cónica.<br />
Nesta nossa viagem para a zona norte<br />
da ilha, rumamos à capital da região,<br />
Akureyri, por muitos apontada como sendo<br />
a mais bela cidade do país, principalmente<br />
quando a luz do crepúsculo incide sobre<br />
as montanhas cobertas de neve branca.<br />
A pouco mais de uma hora de viagem fica o Parque<br />
Natural Jokulsargljúfur e a imponente cascata Dettifoss,<br />
bem como o grande lago Myvatn, ponto incontornável<br />
para quem quer observar aves ou ver surpreendentes<br />
esculturas de lava emergindo da água. Completando os<br />
DICA<br />
Antes de partir, saiba<br />
que visitar a Islândia<br />
é apostar no turismo<br />
de Natureza, ou seja,<br />
não esteja à espera<br />
de umas férias<br />
dolce far niente.<br />
Entre glaciares e<br />
montanhas, fiordes<br />
e campos de lava,<br />
vulcões e piscinas<br />
naturais de água<br />
quente, motivos não<br />
faltarão para se sentir<br />
completamente livre<br />
e para experimentar<br />
atividades como<br />
snowboard,<br />
rafting, BTT, esqui,<br />
caminhada ou<br />
observação de<br />
baleias. E até<br />
encontra a banda<br />
sonora ideal sem<br />
sair do país; basta<br />
pensar em nomes<br />
como Björk, Sigur<br />
Ros, Múm, Mugisons<br />
ou Of Monsters And<br />
Men.<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
43
v grande viagem<br />
locais de visita obrigatória na região norte está Húsavik,<br />
o centro europeu da observação de baleias.<br />
Iniciando o percurso para sul, preparamo-nos para<br />
entrar na zona dos incontornáveis fiordes, rodeados<br />
por altas montanhas de rocha vulcânica. As pinceladas<br />
finais são-nos dadas pelas vilas piscatórias, com as suas<br />
tradicionais casas e marinas. Por esta altura, e se assim<br />
o desejar, pode abandonar a zona costeira para descobrir<br />
Landmannalaugar, um vale desértico, rodeado de<br />
montanhas vulcânicas, repleto de géisers, fumarolas e<br />
pequenas piscinas de água quente. E, a partir daqui,<br />
poderá partir rumo a um destino ainda mais famoso<br />
e interior: o vale de Porsmork (Thórsmörk), envolto<br />
por uma enorme cordilheira e perto do vulcão<br />
Eyjafjallajökull, o tal que, há dois anos, condicionou<br />
grande parte da Europa com a cinza que espalhou<br />
pelo ar.<br />
Chegados a sul, somos «esmagados» pela imponência<br />
do Vatnajokull, a maior superfície gelada da Europa,<br />
permitindo atividades tão diferentes como escalada<br />
e caminhadas, passeios de barco ou banhos de água<br />
quente em piscinas naturais escondidas… em cavernas<br />
de gelo!<br />
Se preferir, guarde estes mergulhos especiais para<br />
a Blue Lagoon, uma imensa piscina artificial geotérmica<br />
de quentes águas azul-turquesa, cuja cor contrasta com<br />
o cenário vulcânico envolvente. Aqui, pode optar entre<br />
os cuidados do SPA ou, simplesmente, deixar-se levar<br />
pela sensação de estar num lugar (e num país)<br />
realmente único.<br />
44 Cx<br />
a revista da caixa<br />
ASSISTIR A FENÓMENOS ÚNICOS<br />
Um dos momentos que atrai centenas<br />
de visitantes à Islândia é o solstício de<br />
verão, onde, durante um dia, em junho,<br />
o sol praticamente não se põe.<br />
Em Reykjavík, o sol nasce por volta<br />
das três da manhã, para se esconder<br />
já depois da meia-noite (daí a<br />
expressão «sol da meia-noite»),<br />
mas no norte do país a luz nem chega<br />
a desaparecer totalmente. Para<br />
assinalar o momento, existem sempre<br />
vários concertos e eventos, entre eles<br />
o já famoso Artic Open, onde pessoas<br />
de todo o mundo se juntam para jogar<br />
golfe durante o solstício.<br />
A partir desta data, os dias tornam-<br />
-se cada vez mais curtos, atingindo o<br />
seu ponto máximo de escuridão em<br />
dezembro, no solstício de inverno.<br />
Desta feita, o complicado vai ser ver a<br />
luz do dia, mas os dias curtos podem<br />
ser amplamente compensados se<br />
conseguir observar a aurora boreal,<br />
onde o céu ganha tonalidades<br />
esverdeadas. Um fenómeno<br />
imperdível!<br />
blue lagoon<br />
A maior atração<br />
da ilha promete<br />
banhos quentes<br />
ao ar livre
Guia de Viagem<br />
Ir<br />
A melhor forma de chegar<br />
a Reykjavik é optar por um dos voos<br />
da TAP, desde Lisboa ou do Porto,<br />
que fazem escala em Londres<br />
ou Copenhaga. A chegada à capital<br />
islandesa faz-se através de um voo<br />
da IcelandAir e as tarifas (ida e volta)<br />
rondam os 650 euros por pessoa.<br />
Para entrar no país, apenas terá de<br />
ter o passaporte com validade de,<br />
pelo menos, três meses.<br />
Saber<br />
Clima<br />
Não é fácil lidar com o clima<br />
islandês, ou não estivéssemos<br />
perante um país onde a Natureza<br />
ainda dita leis. A sua localização,<br />
junto ao Círculo Polar Ártico,<br />
faz com que a temperatura possa<br />
facilmente cair dos 18ºC para os<br />
10ºC numa questão de minutos,<br />
provocando, igualmente, belíssimos<br />
fenómenos, como o facto de, entre<br />
junho e agosto, os dias serem<br />
enormes e as noites muito claras.<br />
Já no inverno, bastante rigoroso,<br />
será muito fácil ver neve e pode<br />
contar com dias muito curtos.<br />
É, igualmente, entre setembro<br />
e janeiro que será mais fácil assistir<br />
a uma aurora boreal.<br />
Língua<br />
A língua nacional é o islandês,<br />
mas quase toda a população sabe<br />
falar inglês.<br />
Moeda<br />
A moeda local é a krona, sendo que<br />
um euro equivale a, sensilvelmente,<br />
160 kronas.<br />
O que levar<br />
Será quase impossível visitar<br />
a Islândia sem contactar<br />
de perto com a Natureza. Assim<br />
sendo, a primeira decisão será<br />
sobre acampar ou não acampar.<br />
Se a resposta for «sim», opte<br />
Informação na Net turista prevenido, vale por dois<br />
por levar uma tenda bastante<br />
resistente. Dê especial atenção<br />
às previsões meteorológicas,<br />
até para saber qual o tipo de roupa<br />
e de calçado mais adequado<br />
(incluindo se viajar com intenção<br />
de fazer canoagem ou BTT) e, já<br />
na Islândia, consulte o estado das<br />
estradas (www.road.is) antes de<br />
iniciar o percurso escolhido.<br />
Um mapa e um GPS serão aliados<br />
de peso nesta aventura, onde<br />
será importante não ceder<br />
a tentações como atravessar<br />
rios desconhecidos ou sair<br />
dos trilhos nas áreas geotermais.<br />
Visitar<br />
Será a maior atração do país:<br />
falamos da Blue Lagoon,<br />
uma enorme piscina artificial<br />
geotérmica com água quente e em<br />
tom azul-turquesa e à qual não<br />
falta um moderno SPA.<br />
No sul da ilha, o Skaftafell National<br />
Park é obrigatório para quem<br />
quer ver enormes glaciares,<br />
mas oferece muitas outras<br />
maravilhas, como mantos de lava,<br />
vegetação luxuriante ou cascatas.<br />
A propósito de cascatas<br />
(foss, em islandês),<br />
é impressionante a quantidade<br />
destas quedas de água que<br />
irá encontrar na ilha. Dettifoss<br />
será a mais famosa, até por ser<br />
considerada a cascata com mais<br />
força da Europa, mas os arco-íris<br />
que se formam em Skogarfoss<br />
ou a água jorrando do interior<br />
de uma montanha, em Barnafoss,<br />
também merecem destaque.<br />
Não deixe, igualmente, de descobrir<br />
Landmannalaugar, um vale<br />
desértico, onde não faltam piscinas<br />
naturais de água quente, géisers<br />
e fumarolas. E, claro, reserve tempo<br />
para a capital, Reykjavic, onde não<br />
faltarão ofertas culturais<br />
e monumentos a visitar.<br />
Ficar<br />
Em Reykjavic, será fácil encontrar<br />
um hotel onde ficar, havendo<br />
ofertas para todos os bolsos<br />
e carteiras. Leve na agenda nomes<br />
como o Radisson Blu 1919,<br />
o Borg Hotel, o Hilton Reykjavic<br />
ou o Hotel Holt.<br />
Aliás, se está a pensar visitar<br />
a Islândia durante o inverno, fique<br />
a saber que durante esta estação<br />
do ano apenas existe alojamento<br />
disponível na capital<br />
e nas principais vilas, pois<br />
os parques de campismo<br />
e as pousadas estão fechados.<br />
Estas últimas são dos alojamentos<br />
mais procurados, mas, como<br />
existem menos de 30 em toda<br />
islândia<br />
É um dos mais bem<br />
guardados segredos<br />
da Europa. Uma ilha<br />
com uma paisagem<br />
quase intocada e onde<br />
tão depressa podemos<br />
ver glaciares como um<br />
vulcão em atividade.<br />
Sites que não deve deixar de consultar: www.icelandnaturally.com; www.icetourist.is; www.icelandtouristboard.com;<br />
www.iww.is; www.visitreykjavik.is.<br />
a ilha, o ideal será antecipar-se<br />
na reserva através do site<br />
www.hostel.is. Outro site<br />
a que deverá dar atenção é www.<br />
farmholidays.is, que lhe permitirá<br />
optar por um hotel de campo ou<br />
por uma quinta para a sua estada.<br />
Comer<br />
Este apontamento intitula-<br />
-se «comer», mas vamos<br />
começar por falar de um licor<br />
(consideravelmente forte, diga-<br />
-se) elevado a bebida nacional:<br />
o brennivin, destilado a partir<br />
de batata e temperado com<br />
sementes de cominho.<br />
E se o clima frio do país ajuda à<br />
fama do dito licor, também dita leis<br />
no que toca à alimentação.<br />
O peixe, nomeadamente<br />
o salmão e o bacalhau, e a carne,<br />
principalmente de cordeiro, são<br />
a base de uma alimentação onde<br />
os cereais substituem os vegetais<br />
(que não se dão bem com o clima).<br />
Salmão e truta fumados, bem<br />
como arenque marinado, são<br />
alguns dos pratos típicos, muitas<br />
vezes acompanhados por skyr,<br />
feito a partir de queijo creme e de<br />
iogurte.<br />
CARTÃO MILES & MORE<br />
A CAIXA, EM PARCERIA COM O PROGRAMA<br />
MILES & MORE DA LUFTHANSA, CRIOU<br />
O CARTÃO DE CRÉDITO (1) QUE O DEIXA<br />
MAIS PERTO DA SUA PRÓXIMA VIAGEM,<br />
AO PERMITIR-LHE GANHAR E ACUMULAR<br />
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CARACTERÍSTICAS DO CARTÃO MILES &<br />
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29,7%, PARA UM MONTANTE DE € 2500, COM<br />
REEMBOLSO A 12 MESES, À TAN DE 22,50%. MILES<br />
& MORE CLASSIC (COMPRAS): TAEG DE 28,0%,<br />
PARA UM MONTANTE DE € 1500, COM REEMBOLSO<br />
A 12 MESES, À TAN DE 22,50%.<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
45
46 Cx 46 Cx<br />
roteiro<br />
ALDEIAS HISTÓRICAS<br />
Viagem ao passado<br />
Escondidas na Beira Interior, belíssimas aldeias<br />
recuperadas preservam um pedaço do que é ser<br />
português, sem esquecerem de lançar um olhar ao futuro<br />
a revista da caixa<br />
Por Pedro Guilherme Lopes<br />
Ilustração Marta Monteiro/www.re-searcher.com<br />
1 piódão É uma das mais belas aldeias<br />
portuguesas, onde o xisto é rei e senhor.<br />
Vista ao longe, com as luzes das ruas e das<br />
casas ligadas, parece saída de um presépio.<br />
Visite o Núcleo Museológico do Piódão.<br />
2 idanha-a-velha Pitoresca, conserva<br />
um assinalável conjunto de ruínas, o que<br />
lhe confere um lugar de realce no contexto<br />
das estações arqueológicas do País. As<br />
muralhas e a ponte romanas são um bom<br />
exemplo desse legado.<br />
3 monsanto Erguida num local muito<br />
antigo, onde se regista a presença humana<br />
desde o Paleolítico, é considerada uma das<br />
mais características povoações portuguesas.<br />
4 castelo Novo É obrigatório visitar o<br />
Núcleo Museológico e o Miradouro Virtual,<br />
num sistema informático incorporado<br />
numa estrutura de suporte rotativa a 360º,<br />
que permite a visualização detalhada de<br />
particularidades do terreno envolvente.<br />
5 sortelha O seu castelo está<br />
classificado como Monumento Nacional<br />
desde 1910. Oferece várias opções aos<br />
adeptos de lojas de velharias.<br />
6 belmonte É a aldeia onde encontrará<br />
mais motivos históricos e culturais. O<br />
Ecomuseu, o Museu do Azeite e o Museu<br />
Judaico são referências, e, como há muito<br />
para ver, aproveite para ficar alojado<br />
na belíssima Pousada do Convento de<br />
Belmonte.<br />
7 linhares Além da riqueza do legado<br />
histórico, aqui encontra um simulador de<br />
parapente e um restaurante que não pode<br />
deixar de visitar: o Cova da Loba.<br />
8 castelo mendo Espreite as casas<br />
manuelinas, na Rua do Forno, e o Museu do<br />
Tempo e dos Sentidos, entre outros pontos<br />
de interesse.<br />
9 almeida Exemplarmente recuperada,<br />
como o demonstram o Picadeiro d’El Rey,<br />
a Igreja Matriz ou a Casamatas. Aproveite<br />
para dar um salto à pequena aldeia vizinha,<br />
Malpartida, onde encontrará um restaurante<br />
obrigatório: Casa de Irene.<br />
10 trancoso Do Castelo às Portas de El<br />
Rey, do Palácio Ducal ao curioso Cemitério<br />
dos Mouros, o que não faltam são atrações.<br />
Pode ficar no moderno Hotel Turismo de<br />
Trancoso e provar os sabores da região no<br />
Restaurante Água Benta ou no Quinta da<br />
Cerca.<br />
11 castelo rodrigo Aldeia romântica,<br />
com uma muito recomendada Casa da<br />
Cisterna, que o convida a ficar, e uma<br />
acolhedora casa de chá/loja chamada<br />
Sabores do Castelo. A menos de dois<br />
quilómetros encontra a vila de Figueira de<br />
Castelo Rodrigo, que centraliza todos os<br />
serviços de utilidade pública.<br />
12 marialva Não deixe de visitar a Igreja<br />
Matriz, o Castelo e a Porta do Anjo e o antigo<br />
tribunal. É obrigatório experimentar ficar<br />
nas belíssimas Casas de Côro, bem como<br />
dar um salto a Vila Nova de Foz Côa.
Cx<br />
a revista da caixa<br />
47
f<br />
fugas<br />
48<br />
AQUAPURA DOURO VALLEY<br />
O vale,<br />
o vinho<br />
e tanto charme<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
A comemorar cinco anos de vida, o Aquapura é,<br />
hoje, uma referência na belíssima região do Douro.<br />
Sofisticado, sem ser demasiado formal, este é um hotel de excelência,<br />
pensado ao pormenor para oferecer estadias que não se esquecem<br />
Por Pedro Guilherme Lopes Fotografia D.R.
Imagine-se a escassos dez minutos de carro<br />
do centro da Régua, prestes a chegar a<br />
uma propriedade de oito hectares, outrora<br />
conhecida por Quinta do Vale Abraão,<br />
localizada numa das sinuosas curvas<br />
características do Vale do Douro. O seu<br />
destino é o Aquapura Douro Valley, sendo<br />
que, desde logo, existe uma curiosidade: toda<br />
a informação relativa ao hotel foi enviada<br />
previamente, tornando o check in numa<br />
verdadeira receção de boas-<br />
-vindas, onde toda a atenção fica centrada<br />
em quem chega. «Temos tido a preocupação<br />
de antecipar soluções que, de alguma forma,<br />
quebrem o formalismo, sem descurar a<br />
postura e a conduta, e procurem facilitar<br />
o acesso a todos os serviços do hotel,<br />
concentrando a nossa atenção naquilo que os<br />
nossos hóspedes procuram». Quem o diz é<br />
Miguel Simões de Almeida, administrador do<br />
Aquapura, um hotel de excelência que, desde<br />
que abriu portas, em 2007, coleciona prémios<br />
e distinções nalgumas das importantes<br />
revistas mundiais.<br />
Quem aqui se desloca procura<br />
experiências gastronómicas e vitivinícolas,<br />
bem como relaxamento e recuperação<br />
emocional, numa região de rara beleza. No<br />
fundo, o lado emocional tem bastante peso<br />
quando se escolhe visitar o Aquapura, não<br />
deixando de ser relevante que, em termos<br />
de percentagem anual, cerca de 40 por<br />
cento dos turistas sejam portugueses. E são<br />
também eles que ajudam a fazer um balanço<br />
positivo destes primeiros cinco anos de vida.<br />
«Este foi um período de extrema exigência<br />
e empenhamento por parte dos acionistas,<br />
colaboradores e parceiros deste projeto<br />
de referência no Douro e em Portugal.<br />
Pelo momento que se iniciou e que ainda<br />
atravessamos, desde 2008, e pelas enormes<br />
mutações da conjuntura e das condições<br />
de mercado em que esta unidade tem<br />
vindo a operar, considero muito positivo<br />
o balanço deste período e os resultados<br />
possíveis perante este enquadramento»,<br />
afirma Miguel Simões de Almeida. «Julgo<br />
que a notoriedade da região foi reforçada,<br />
o prestígio da unidade e da sua gestão<br />
valorizada, mas, acima de tudo, o que<br />
esperamos é continuar a contribuir para<br />
o desenvolvimento desta unidade e desta<br />
região.»<br />
Oque salta, desde logo, à vista<br />
é o contraste que resulta<br />
da vontade de manter o<br />
traçado original do exterior<br />
(um edifício do século XIX),<br />
injetando-lhe modernidade<br />
em todos os pormenores do interior. Pela<br />
mão da conceituada designer de interiores,<br />
Nini Andrade Silva, os tons escuros, que<br />
sublinham a ligação à vinha e ao vinho,<br />
Cx<br />
a revista da caixa49
50<br />
servem de cenário a um minimalismo<br />
contemporâneo, que contrasta com as cores<br />
vivas do cenário exterior (são um verdadeiro<br />
bálsamo para a alma as panorâmicas<br />
proporcionadas pelas varandas e amplas<br />
janelas viradas para as vinhas e para o rio<br />
Douro). Nos 50 quartos e suítes, assim<br />
como nas 21 villas, além do conforto e da<br />
manutenção desse minimalismo, sobressai<br />
a aposta na alta tecnologia, presente no<br />
sistema de iluminação, nos telefones,<br />
televisões LCD com tecnologia IP e na<br />
Internet wifi.<br />
Cada quarto, cada área, reflete um<br />
ambiente acolhedor, onde se misturam<br />
1 2<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
4<br />
3<br />
panorâmica Perfeitamente<br />
integrada na paisagem, salta à vista<br />
a enorme piscina pensada para fazer<br />
lembrar a cor do vinho<br />
ficar Pode optar entre os quartos,<br />
as suítes (na foto) e as villas<br />
contemporânea O bar é exemplo<br />
da decoração sóbria e minimalista<br />
spa Aqui, não faltam propostas<br />
adaptadas aos desejos de cada<br />
hóspede<br />
no douro Os passeios de barco<br />
são uma das propostas do Aquapura<br />
5<br />
materiais cuidadosamente escolhidos com<br />
obras de arte de inspiração internacional.<br />
Os quartos Vale, por exemplo, além da vista<br />
para os terraços e vinhas, apresentam uma<br />
disposição original entre a casa de banho<br />
e a zona de descanso. Já os quartos Spa,<br />
situados de frente para a mata, com janelas<br />
panorâmicas, incluem uma cama queen size,<br />
uma banheira de grande dimensão com deck<br />
em madeira e um colchão spa, enquanto os<br />
quartos Rio, como o próprio nome indica,<br />
oferecem belíssimas panorâmicas sobre o rio<br />
Douro.<br />
As suítes também se distinguem entre si,<br />
ficando para as Aquapura a possibilidade<br />
de oferecerem diferentes cenários: vista<br />
para o Rio Douro, varanda privada, jardim<br />
de inverno ou duplex e uma banheira<br />
panorâmica. As suítes Panorâmica<br />
distinguem-se pela vista magnífica sobre<br />
o rio, através de amplas janelas, e, para<br />
quem quiser impressionar (ou ficar ainda<br />
mais impressionado), existe uma suíte<br />
Presidencial que apenas é alugada sob<br />
pedido e que oferece 165 m 2 de luxo e de<br />
privacidade.<br />
Privacidade, e muita, é o que<br />
encontrará nas villas. Totalmente<br />
mobiladas e equipadas,<br />
incluindo cozinha, apresentam<br />
espaços que variam entre os 140<br />
e os 234 m 2, com um, dois ou<br />
três quartos, oferecendo, ainda, piscinas para<br />
utilização exclusiva.<br />
E já que falamos em piscinas, seria<br />
impossível não dar o devido destaque<br />
à piscina exterior do Aquapura.<br />
Com 80 m 2 , situada entre as vinhas e o rio,<br />
recebe-nos em águas aquecidas e oferecenos<br />
inesquecíveis panorâmicas. Destaca-se,<br />
ainda, pela cor da pastilha utilizada no<br />
seu revestimento, que lhe confere um tom<br />
que, uma vez mais, faz lembrar o vinho.<br />
Quando as condições atmosféricas assim<br />
obrigam, o convite passa para a piscina<br />
interior, integrada num dos melhores spa<br />
do País. A tal viagem emocional e sensorial<br />
que procura quem visita o Aquapura ganha,<br />
nestes 2200 m 2 , novos contornos, seja na<br />
piscina, nos duches aromáticos, na sauna<br />
panorâmica, no laconium, no banho de ervas<br />
ou na surpreendente cama de água aquecida.<br />
Tudo isto, e muito mais, num spa onde não<br />
faltam propostas adaptadas ao desejo de<br />
cada hóspede.
Também preparados para os mais<br />
diversos desejos estão os espaços<br />
gastronómicos do Aquapura Douro<br />
Valley. Dois restaurantes de inspiração<br />
mediterrânica fazem as delícias de quem<br />
por aqui fica: Vale Abraão, situado no piso<br />
térreo, de ambiente informal aberto para o<br />
exterior, e Almapura, um espaço intimista<br />
onde o conceito de food & feeling dá origem<br />
a uma proposta que mistura as tradições<br />
portuguesas e as receitas internacionais.<br />
À disposição estão, igualmente, um bar, um<br />
pool bar e um wine room, local privilegiado<br />
para eventos privados até 16 pessoas.<br />
Em redor, os cinco hectares de mata<br />
e de jardins convidam, por um lado, a<br />
recuperar dos prazeres da gula e, por outro,<br />
a comungar com a natureza (possui mais de<br />
40 espécies de aves migratórias) a presença<br />
constante e magnética do Douro, onde<br />
poderá, com todo o apoio do Aquapura,<br />
realizar um romântico passeio de barco. E,<br />
sob o correr tranquilo das águas, perder o<br />
pensamento nas encostas de um vale famoso<br />
pelo seu vinho e onde se esconde um hotel<br />
com muito, muito charme.<br />
O Aquapura Douro Valley oferece aos titulares<br />
de cartões CGD um cocktail de boas-vindas<br />
& upgrade (mediante disponibilidade) ou,<br />
em alternativa, um jantar de três pratos em<br />
reservas com estadia mínima de três noites<br />
(bebidas não incluídas).<br />
Saiba quais os cartões abrangidos por esta<br />
oferta em www.vantagenscaixa.pt.<br />
Guia de Viagem<br />
Como ir<br />
Partindo do Porto, siga em direção à<br />
Ponte da Arrábida, apanhando a A4<br />
para Vila Real/Valongo/Ermesinde.<br />
Seguir pela saída 18, com sentido<br />
a Mesão Frio/Régua, virando à<br />
esquerda em direção a N15. Apanhe<br />
a N101, depois a N108, passando<br />
por Juncal de Baixo e por Adega do<br />
Chão antes de chegar ao Aquapura.<br />
Se sair de Lisboa, apanhe a A1 e siga<br />
até Viseu. Aí, apanhe primeiro o IP3,<br />
depois a A24, até à saída número 10,<br />
para Armamar. Siga as indicações<br />
para Régua/Tabuaço/Resende/<br />
Cinfães, convergindo com a N313 e,<br />
depois, com a N222.<br />
No Aquapura Douro Valley,<br />
encontrará quartos a partir de 180<br />
euros por noite.<br />
www.aquapurahotels.com<br />
O que fazer<br />
A partir do Aquapura<br />
São muitas as propostas<br />
de atividades, pensadas para<br />
agradar aos clientes.<br />
Para lá da incontornável piscina<br />
exterior e do fantástico spa, tem<br />
a possibilidade de experimentar<br />
uma prova de vinhos, um passeio<br />
de barco pelo Douro, uma<br />
viagem de comboio a vapor,<br />
uma aula de cozinha com o chef,<br />
jantares à luz das velas em casas<br />
históricas, jantares com enólogos<br />
ou piqueniques, entre outras<br />
sugestões.<br />
Descobrindo a região<br />
Ao escolher ficar no Aquapura,<br />
está a optar por uma das mais<br />
belas regiões do mundo: o Vale<br />
do Douro. E além da fantástica<br />
envolvente natural, poderá<br />
conhecer a história da região,<br />
visitando as suas cidades e<br />
recantos históricos: Lamego e a<br />
arquitetura barroca, a Régua com a<br />
sua marginal e o Museu do Douro,<br />
Vila Real e o magnífico Palácio de<br />
Mateus, terminando nas histórias<br />
centenárias de São João da<br />
Pesqueira, Pinhão ou Vila Nova de<br />
Foz Côa.<br />
Cx<br />
a revista da caixa51
52<br />
s<br />
saúde<br />
ADOLESCÊNCIA<br />
Quase mulherzinha<br />
Saiba como ajudar a sua filha na preparação<br />
da primeira consulta de ginecologia<br />
A ADOLESCÊNCIA é sempre um<br />
período de grandes mudanças físicas e de<br />
comportamento e nem sempre é fácil os<br />
pais entenderem ou fazerem-se entender,<br />
sobretudo quando se enfrenta a idade<br />
«dos segredos», dos primeiros afetos pelo<br />
sexo oposto e de uma nova relação com o<br />
próprio corpo. O diálogo entre mãe e filha<br />
é fundamental e deve dar o mote para uma<br />
vigilância médica adequada. «A primeira<br />
consulta de ginecologia deve ser feita por<br />
volta dos 13 anos, mas pode ser necessária<br />
antes, se a menstruação aparecer cedo de<br />
mais, antes dos nove anos, ou se for muito<br />
abundante ou muito dolorosa», esclarece<br />
Daniela Sobral, ginecologista no Hospital<br />
dos Lusíadas.<br />
A ida ao ginecologista pode ser um pouco<br />
assustadora, principalmente se as mães<br />
tentarem explicar, cheias de boa vontade,<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
como é o exame ginecológico. «Por norma,<br />
não observo as meninas na primeira consulta,<br />
exceto quando existe alguma queixa ou<br />
preocupação. Numa segunda consulta, é<br />
realizado um exame físico geral e um exame<br />
dos genitais externos. Muitas vezes, o exame<br />
ginecológico só é realizado muito mais tarde»,<br />
esclarece a ginecologista. Na opinião de<br />
Daniela Sobral, a presença da mãe (e, por que<br />
não, do pai) é sempre bem-vinda, uma vez<br />
que só esta conhece alguns detalhes da história<br />
A PRIMEIRA CONSULTA<br />
DE GINECOLOGIA DEVE<br />
SER FEITA POR VOLTA<br />
DE MULHER PARA MULHER<br />
Daniela Sobral é ginecologista<br />
e mentora da criação da Consulta<br />
de Ginecologia Infantil e para<br />
Adolescentes no Hospital dos<br />
Lusíadas, a qual é assegurada<br />
também pela ginecologista Alexandra<br />
Cordeiro. «Julgo que é mais<br />
confortável para as meninas que esta<br />
primeira abordagem seja feita por<br />
uma médica. Julgo que é importante<br />
para se sentirem mais à vontade»,<br />
afirma Daniela Sobral.<br />
clínica. «No final da consulta, peço sempre aos<br />
pais para saírem, para que a adolescente faça<br />
todas as perguntas que quiser e conte detalhes<br />
que não quis contar em frente dos pais.<br />
É essencial a relação de confiança mútua que<br />
aqui se desenvolve», afirma.<br />
Só conversar<br />
Na primeira consulta de ginecologia,<br />
os exames efetuados podem ser só «medir,<br />
pesar e avaliar a tensão arterial. Isto porque<br />
o mais importante, nesta primeira<br />
abordagem, é avaliar as preocupações da<br />
adolescente com a sua imagem, o acne,<br />
o excesso de pelos, o peso, o formato das<br />
suas mamas ou dos seus genitais externos<br />
(que podem não ser simétricos), as<br />
irregularidades e as dores menstruais, que<br />
podem ser dramáticas e que, por vezes, são<br />
de fácil solução», refere a ginecologista, que<br />
chama a atenção das mães, recomendando<br />
que, perante as queixas de dores menstruais<br />
das filhas, optem por dar-lhes um antiinflamatório,<br />
como o ibuprofeno. «Não faz<br />
sentido nenhum que tenham de aguentar<br />
a dor», diz. Por outro lado, esta consulta é,<br />
também, uma oportunidade para alertar para<br />
a «vacinação contra o vírus do papiloma<br />
humano, a qual protege do cancro do colo<br />
do útero, para a prática de exercício e de uma<br />
dieta equilibrada, para os riscos do tabaco,<br />
das drogas e do álcool, e, claro, começar<br />
a falar sobre sexualidade responsável, no<br />
sentido de evitar uma infeção sexualmente<br />
transmissível e uma gravidez não desejada,<br />
e que o uso de tampões não tem qualquer<br />
desvantagem nas meninas, sendo até mais<br />
higiénico, desde que usados de forma<br />
adequada.»<br />
DOS 13 ANOS Foto: Peter Dazeley
54<br />
e<br />
educação<br />
MOBBING<br />
Carga no trabalho<br />
Para lá dos limites físicos, a pressão psicológica exercida<br />
sobre trabalhadores não tem de ser suportada como uma inevitabilidade.<br />
Quando a carga não dá tréguas, há que não se deixar abater<br />
SÓ A ENTRADA, espiada pelos ponteiros do<br />
relógio a anunciar as 9 horas, dá conta da<br />
presença de João. Para lá do limiar da porta<br />
do 2.º andar, tudo o resto grita a ausência.<br />
A secretária e a cadeira há muito que foram<br />
expulsas do espaço que chamava seu, um<br />
entre tantos no labirinto de cubículos. Do<br />
computador e do telefone, só resta a memória<br />
que ficou gravada na fotografia que a parede<br />
ainda não largou, em tributo a tempos mais<br />
felizes. O serviço que durante anos a fio lhe<br />
coube, dizem, deixou de lhe servir, para ir cair<br />
em novos braços. Só ficou o vazio, talhado à<br />
medida de um desespero sem tamanho.<br />
Apesar de fictícia na identidade do<br />
protagonista, a história que aqui se conta<br />
cabe na realidade de um sem-número<br />
de trabalhadores, seja qual for o setor de<br />
atividade. Funcionários que, por mais<br />
empenhados que sejam e capacidades<br />
demonstrem, esbarram numa espiral de<br />
violência que sobre eles se exerce.<br />
Embora essa violência não costume<br />
assumir contornos de maus-tratos físicos,<br />
conhecem-se as mossas que as agressões<br />
psicológicas sistemáticas podem deixar. Se<br />
o fenómeno em causa é, geralmente,<br />
descrito pelo estrangeirismo<br />
mobbing (em inglês, «to<br />
mob» pode significar<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
Por Ana Rita Lúcio<br />
agredir com violência), em bom português<br />
ele é sinónimo de um ambiente de coação<br />
moral ou psicológica que se abate sobre os<br />
trabalhadores. Muito além das situações em<br />
que o stresse organizacional se intensifica<br />
pontualmente, trata-se de uma gestão das<br />
relações profissionais instilando o terror<br />
psicológico, através de comportamentos<br />
continuados que, inclusivamente, se tendem<br />
a tornar cada vez mais agressivos com o<br />
passar do tempo. Ainda que, habitualmente,<br />
um cenário de mobbing seja protagonizado<br />
por superiores hierárquicos em relação aos<br />
seus subordinados, também podem surgir<br />
casos entre colegas, conduzindo, em todo o<br />
caso, à degradação óbvia das condições de<br />
trabalho e pondo, ainda, em perigo a saúde<br />
física e psicológica do trabalhador.<br />
Precariedade gera (mais) violência<br />
As vítimas desta violência laboral gratuita<br />
são, não raras vezes, alvo de um ataque<br />
que esconde razões mais profundas: forçar<br />
os funcionários a abandonar o seu posto<br />
de trabalho e a organização. Uma pressão<br />
que é tanto mais forte numa conjuntura<br />
económica que tende a enfraquecer as<br />
condições de trabalho, facilitando o abuso<br />
de poder por parte de alguns empregadores,<br />
que, por exemplo, podem pretender reduzir<br />
MOBBING É<br />
SINÓNIMO DE<br />
UM AMBIENTE<br />
DE COAÇÃO<br />
NO TRABALHO<br />
Print<br />
DORES LABORAIS<br />
Se só recentemente ouviu a<br />
expressão mobbing, saiba que<br />
atrás dela se esconde uma<br />
realidade antiga, reconhecida<br />
pela Organização Mundial<br />
de Saúde e pela maioria das<br />
autoridades nacionais para<br />
as condições do trabalho. As<br />
consequências desta forma de<br />
terrorismo laboral são graves<br />
e podem traduzir-se em:<br />
> Baixa autoestima;<br />
> Ansiedade;<br />
> Apatia;<br />
> Problemas de concentração;<br />
> Depressão;<br />
> Isolamento social;<br />
> Alterações de humor;<br />
> Comportamentos<br />
disfuncionais, como<br />
distúrbios alimentares ou<br />
aumento de consumo de<br />
álcool e drogas;<br />
> Suicídio (em casos<br />
extremos).<br />
o número de assalariados sem terem de<br />
recorrer ao despedimento.<br />
O modus operandi neste tipo de situações é<br />
variável. No entanto, mobbing pode traduzir-<br />
-se, como no exemplo fictício do João que<br />
aqui se retratou, no isolamento da vítima, no<br />
esvaziamento do seu conteúdo de trabalho<br />
ou na atribuição de funções para as quais é<br />
sobrequalificada. Ou mesmo na humilhação<br />
perante os colegas, no ataque à sua esfera<br />
profissional ou privada e, ainda, na agressão<br />
verbal ou física, em casos extremos. Ferido<br />
na dignidade e no profissionalismo, é<br />
importante, porém, que quem trabalha saiba<br />
que não está sozinho e que resistir é possível:<br />
o Código do Trabalho proíbe o assédio moral<br />
que crie um «ambiente intimidativo, hostil,<br />
degradante, humilhante ou desestabilizador»<br />
e confere à vítima «o direito a uma<br />
indemnização por danos patrimoniais e não<br />
patrimoniais». Perante uma pressão que não<br />
cede, há que não baixar os braços.<br />
Foto: iStockphoto
Foto: iStockphoto<br />
CARTÕES PRÉ-PAGOS<br />
Dinheiro bem gerido<br />
Total conveniência nas compras e controlo dos gastos<br />
são apenas duas das vantagens dos cartões pré-pagos<br />
CARREGAM-SE COM o que se quer – até um<br />
máximo estipulado contratualmente – e sempre<br />
que se quiser, permitindo um maior controlo<br />
sobre os gastos, com a vantagem adicional de<br />
poderem ser carregados por terceiros. Uma<br />
entidade e referência, frequentemente sem<br />
qualquer associação a uma conta bancária, são<br />
tudo o que necessita para aumentar o saldo dos<br />
cartões pré-pagos disponibilizados atualmente.<br />
Os cartões pré-pagos limitam os gastos ao<br />
saldo disponível, correspondente aos fundos<br />
carregados previamente, não possibilitando<br />
gastar mais do que aquilo que, de facto, se tem.<br />
São, também, bastante convenientes nas diversas<br />
necessidades de transferência e utilização de<br />
fundos, facilitando a gestão das suas finanças no<br />
dia a dia. E para uma proteção acrescida, estes<br />
cartões obrigam à utilização de um número de<br />
identificação pessoal ou de um código.<br />
Usados como um cartão MasterCard ou Visa<br />
em qualquer estabelecimento comercial que<br />
aceite este tipo de pagamento, podem ser<br />
utilizados em mais de 48 mil estabelecimentos,<br />
em território nacional e 18 milhões em todo o<br />
mundo.<br />
Os pré-pagos revelam-se uma excelente<br />
alternativa, nomeadamente para o pagamento<br />
das mesadas e semanadas dos mais novos e,<br />
simultaneamente, uma forma de controlar os<br />
seus gastos e incentivá-los a gerir o seu próprio<br />
dinheiro com bom senso. Trata-se, pois, de um<br />
estímulo à responsabilidade e valorização das<br />
finanças pessoais dos seus filhos ou netos, de<br />
modo seguro e eficaz.<br />
Este tipo de cartão revela-se, também, uma<br />
solução muito prática para facilitar pagamentos<br />
pontuais ou para quem gosta de fazer compras<br />
através da Internet de forma segura.<br />
Outra das mais-valias é o facto de alguns<br />
cartões pré-pagos não obrigarem à associação<br />
de uma conta à ordem, sendo que, por norma,<br />
estes cartões vêm personalizados com o<br />
nome do cliente e dados para o carregamento<br />
(entidade e referência) no verso.<br />
Para maior comodidade, possibilitam o<br />
agendamento mensal do seu carregamento, com<br />
um montante predefinido, a partir de uma conta<br />
à ordem a que sejam associados. Terminada<br />
a sua validade, variável por períodos fixos de<br />
tempo, são renováveis automaticamente.<br />
Falamos, portanto, de uma solução prática<br />
e segura, ideal para a minimização de riscos<br />
e controlo de gastos. Saiba mais sobre estes e<br />
outros assuntos relacionados com a literacia<br />
financeira e a gestão do orçamento familiar em<br />
www.saldopositivo.pt.<br />
finanças<br />
CARTÕES PRÉ-PAGOS<br />
DA CAIXA<br />
> Fáceis de utilizar e limitados<br />
ao saldo pré-carregado, estes<br />
cartões permitem um maior<br />
controlo dos gastos, conferindo<br />
maior segurança.<br />
> Em função da idade e das<br />
necessidades de cada Cliente,<br />
a Caixa disponibiliza um leque<br />
de cartões pré-pagos.<br />
> Para compras e gestão da<br />
mesada, os jovens podem<br />
contar com os cartões Lol Júnior<br />
e Lol, dirigidos às idades entre<br />
os 10 e os 15 anos e entre os 15<br />
e os 18 anos, respetivamente.<br />
Estes cartões permitem<br />
associar uma funcionalidade<br />
de poupança, transferindo,<br />
automaticamente, no final de<br />
cada mês, o saldo que sobra no<br />
cartão (superior a dez euros)<br />
para a conta Caixa Projecto do<br />
seu utilizador.<br />
> Para maiores de 18 anos,<br />
os Clientes da Caixa têm à<br />
sua disposição um conjunto<br />
de cartões com finalidades<br />
diferentes:<br />
> O cartão Pro, para maior<br />
controlo das compras e<br />
pagamentos;<br />
> O cartão Webuy, um pré-pago<br />
virtual para compras on-line;<br />
> Os cartões Caixa Flow, que<br />
permitem partilhar o saldo com<br />
cartões adicionais a serem<br />
utilizados no estrangeiro;<br />
> O cartão My Baby, para<br />
a gestão das despesas<br />
relacionadas com o nascimento<br />
de um filho.<br />
f<br />
Cx<br />
a revista da caixa 55
56<br />
s<br />
sustentabilidade<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
VERDE MOVIMENTO<br />
Inspirar à ação<br />
Sustentabilidade é um tema em construção e há muito a aprender sobre ele.<br />
Nesse sentido, o Verde Movimento cria uma corrente de várias iniciativas que dão visibilidade<br />
a atitudes mais saudáveis para o ambiente e para as pessoas<br />
A IMPORTÂNCIA da responsabilidade<br />
individual para a reabilitação de um mundo<br />
melhor dá o impulso a eventos de rua, em<br />
Lisboa, que se traduzem em diversas formas de<br />
expressão. Segundo a mentora e organizadora<br />
deste projeto, Ana Rita Ramos, a ideia surgiu<br />
em parceria com a Câmara Municipal de<br />
Lisboa, a que depois se juntou a agência<br />
criativa Normajean (e, posteriormente, outros<br />
parceiros), com o objetivo de animar os<br />
jardins da capital com acontecimentos festivos,<br />
divertidos, visualmente apelativos e, sobretudo,<br />
que provem que é possível ter uma vida mais<br />
ecológica. Neste sentido, foram realizados em<br />
Lisboa quatro grandes eventos, dois em 2011 e<br />
dois este ano.<br />
O Verde Movimento tem vindo a crescer<br />
a nível de impacto dos eventos, da adesão do<br />
público e, também, da capacidade de chamar<br />
Por Paula de Lacerda Tavares<br />
parceiros para esta causa, tal como a Caixa<br />
Geral de Depósitos (ver caixa). A «obra» feita<br />
já é significativa:<br />
Quatro eventos em Lisboa, com milhares de<br />
participantes;<br />
Um Dia Verde (23 de setembro passado), nos<br />
jardins do Museu da Eletricidade, em Lisboa,<br />
em que mais de sete mil pessoas partilharam<br />
uma nova forma de estar na vida;<br />
Realização de 62 workshops, todos eles com<br />
lotação esgotada, em áreas tão distintas como<br />
Pais e Filhos, Viver Melhor, Experiências Zen,<br />
Nutrição, e muitos mais;<br />
No total dos programas que realizou, o<br />
Verde Movimento conseguiu juntar mais de<br />
20 mil pessoas, proporcionando-lhes novas<br />
experiências, todas gratuitas e de entrada livre,<br />
numa lógica educativa e pedagógica;<br />
Esforço em mostrar formas alternativas de<br />
arte, usando a reciclagem e a reutilização,<br />
como na Escultura do Desperdício;<br />
Apoio a projetos ainda marginais, porque o<br />
Verde Movimento acredita que é nas margens<br />
que surgem as ideias para mudar o mundo.<br />
É o exemplo do Mercado de Trocas, projeto<br />
que incentiva à troca de produtos em segunda<br />
mão sem a utilização de dinheiro, projeto<br />
apadrinhado pelo Verde Movimento desde o<br />
seu início;<br />
Partilha de novos conceitos, inéditos para<br />
muitas pessoas, como a energia cinética, em<br />
que os participantes têm de pedalar para<br />
produzir energia;<br />
o mural da cgd, a Escultura<br />
do desperdício e muita brincadeira<br />
ao ar livre, foram algumas das<br />
atividades do Dia Verde
Fotos: D.R. e João Cupertino<br />
Um site na Internet (www.verdemovimento.<br />
com) e uma página no facebook (www.<br />
facebook.com/verdemovimento), esta última<br />
com mais de 38 mil fãs, em que o Verde<br />
Movimento partilha, diariamente, inúmeras<br />
ideias para mudar o mundo, de forma<br />
gratuita, apenas porque acredita que é preciso<br />
sensibilizar cada vez mais pessoas.<br />
Ana Rita Ramos salienta que, «com os eventos<br />
do Verde Movimento, procuramos refletir<br />
sobre a importância da responsabilidade<br />
individual para um mundo melhor. Queremos<br />
inspirar as pessoas, as empresas e os parceiros<br />
privilegiados na área da sustentabilidade<br />
à ação. A sustentabilidade é um tema em<br />
construção e há muito a aprender. Tem a ver<br />
com o nosso estilo de<br />
vida e com os consumos<br />
quotidianos, com a forma<br />
como lidamos com o lixo<br />
que produzimos ou a<br />
maneira como comemos,<br />
como utilizamos os<br />
nossos recursos e energias<br />
disponíveis. Tem tudo a<br />
ver com a nossa atitude<br />
individual em cada<br />
momento das nossas<br />
vidas, com a consciência<br />
de tornarmos o mundo<br />
melhor. Cabe a cada um<br />
fazer a sua parte, porque um pequeno gesto<br />
multiplicado por muitas pessoas dá origem a<br />
uma grande transformação».<br />
Um Dia Verde «em grande»<br />
O Verde Movimento faz parte da corrente<br />
de cidadania que pretende amenizar o<br />
impacto humano sobre o ambiente e tornar a<br />
convivência social mais civilizada nesse âmbito.<br />
O dia 23 de setembro foi disso exemplo,<br />
nos jardins do Museu da Eletricidade, onde<br />
se deu um enorme contributo a favor da<br />
sustentabilidade. Com efeito, mais de sete mil<br />
pessoas estiveram ativamente presentes, os 16<br />
worshops esgotaram nas zonas zen, nas áreas<br />
de pais e filhos e nos recintos subordinados<br />
ao tema Viver Melhor, em que até o tema Mãos<br />
na Terra ensinou 221 crianças a trabalhar<br />
conceitos relacionados com as plantas, as<br />
sementes, a horta, o clima e a alimentação.<br />
Durante todo o dia, foram disponibilizadas<br />
massagens, feito um rastreio nutricional,<br />
pedalou-se para criar energia cinética para<br />
o concurso Eco DJ Contest e assistiu-se a<br />
momentos mágicos no Espaço Malabares,<br />
do Chapitô. Outro acontecimento marcante<br />
foi o da CRAS, que devolveu à natureza uma<br />
ave antes doente, sem esquecer as atuações<br />
de street dance com o espetáculo Da Rua<br />
para o Palco, que integrou jovens dançarinos<br />
de classes sociais muito desfavorecidas. Os<br />
carrinhos de rolamentos foram, também, um<br />
tremendo êxito para os pais, filhos e até avós,<br />
tanto que José Sá Fernandes, vereador da CM<br />
de Lisboa, convidou o Verde Movimento a<br />
realizar uma corrida, no Parque Eduardo VII,<br />
no próximo ano.<br />
No Mercado de Troca, constatou-se três<br />
vezes mais bens trocados do que em maio<br />
passado. Fazendo jus ao<br />
seu espírito solidário, o<br />
Verde Movimento entregou<br />
seis sacos gigantes de<br />
artigos ao Banco de Bens<br />
Doados/Entrajuda. Já no<br />
Mercado Bio e 2.ª Mão,<br />
houve a oferta de artigos<br />
e produtos de grande<br />
qualidade.<br />
Factos, vivências<br />
humanas e ambientais em<br />
harmonia, conjugados<br />
num Dia Verde que prova o<br />
grande espetáculo em que<br />
podemos tornar a vida e o planeta. Por isso,<br />
a responsável pelo Verde Movimento deixa o<br />
desafio: «Criemos, juntos, uma conspiração de<br />
generosidade. Acreditamos que a verdadeira<br />
magia da existência é sermos úteis, nem<br />
que seja apenas a uma pessoa. Cremos que<br />
generosidade é dar o que os outros não<br />
chegam a pedir… e dar gratuitamente.»<br />
Até ao final deste ano e em 2013, o Verde<br />
Movimento vai continuar a acontecer. Para<br />
o próximo ano preparam-se eventos ainda<br />
maiores, que chuguem a mais pessoas, tanto<br />
em Lisboa como no Porto, e o Dia Verde 2013<br />
terá lugar nas ruas da capital, em maio, com<br />
nova réplica em setembro.<br />
O Verde Movimento está a aumentar de<br />
tal forma que, revela a mentora do projeto,<br />
«estamos a ser muito solicitados por parceiros<br />
no Brasil, em Espanha e na Argentina,<br />
sobretudo através da nossa página no<br />
Facebook, que é realmente um sucesso.<br />
Em breve contaremos dar esse passo».<br />
Print<br />
PARCERIA FÉRTIL<br />
NO DIA VERDE<br />
A importância de ter a CGD<br />
como patrocinadora.<br />
Ana Rita Costa elogiou<br />
a forma como a CGD<br />
patrocinou o Dia Verde.<br />
«Participou ativamente,<br />
mostrando a incrível partilha<br />
de ADN com o Verde<br />
Movimento. Além do apoio<br />
do seu banco de voluntários,<br />
foi a promotora da nossa<br />
Escultura de Desperdício,<br />
que levou centenas<br />
de crianças a criarem<br />
um globo terrestre com<br />
materiais condenados ao<br />
aterro. E estimulou centenas<br />
e centenas de visitantes a<br />
escreverem num mural – o<br />
painel da CGD intitulado O<br />
Mundo que Queremos Ter –<br />
uma mensagem para mudar<br />
o mundo. A adesão foi tal, que<br />
o painel foi preenchido dos<br />
dois lados!». A responsável<br />
do Verde Movimento conclui<br />
que se constatou que ambas<br />
as entidades partilham<br />
«ambições, convicções,<br />
objetivos e sonhos. Assim,<br />
temos um terreno fértil para<br />
realizarmos projetos em<br />
conjunto no futuro».<br />
E foi, precisamente, com<br />
o mote «O Mundo que<br />
Queremos Ter» que «a Caixa<br />
se associou a este evento, por<br />
ter uma forte componente<br />
mobilizadora e pedagógica<br />
em torno dos valores da<br />
cidadania, convidando ao<br />
acolhimento, em família, de<br />
comportamentos sustentáveis<br />
que valorizem os recursos<br />
que temos ao nosso dispor<br />
e minimizem o desperdício<br />
no dia a dia», sublinhou Paula<br />
Viegas, responsável pelo<br />
Programa Corporativo de<br />
Sustentabilidade da CGD.<br />
Cx<br />
a revista da caixa 57
58<br />
s<br />
sustentabilidade<br />
AUTOCARRO ELÉTRICO<br />
Uma inovação sustentável<br />
A CaetanoBus é finalista nos European Business Awards<br />
com o C5 2500 EL. Um projeto totalmente inovador,<br />
com produção em série prevista para 2013, para serviço de aeroporto<br />
A CAETANOBUS REPRESENTA Portugal como finalista, na<br />
categoria Inovação, nos prémios European Business Awards<br />
2012/2013, a que a empresa concorreu com o autocarro elétrico<br />
C5 2500 EL e com o autocarro de duas frentes. O destaque dado<br />
ao C5 2500 EL, até pelas suas características únicas, acaba por ser<br />
natural, surgindo no seguimento da Menção Honrosa obtida, no<br />
final de 2011, nos Green Project Awards, uma iniciativa da Agência<br />
Portuguesa do Ambiente (APA), da Quercus-ANCN e GCI. Sendo<br />
um projeto capaz de cumprir três princípios fundamentais – a<br />
inovação, a excelência empresarial e a sustentabilidade –, este<br />
autocarro é um puro elétrico, destinado a transporte de passageiros,<br />
ideal para pequenos percursos urbanos.<br />
A sua não emissão de poluentes para a atmosfera, Emissões Zero,<br />
como está definido, constitui uma das características que<br />
o distinguiu no evento. Como salienta Jorge Pinto, CEO<br />
da CaetanoBus, «Portugal já tem uma componente de produção<br />
de energia de fontes renováveis bastante significativa, o que torna,<br />
por si só, o autocarro elétrico um veículo de baixo nível<br />
de emissões. Sendo, normalmente, a carga do veículo realizada<br />
durante a noite, quando há excesso de produção de eletricidade,<br />
o veículo contribui igualmente para o balanço energético».<br />
Com efeito, a área de sustentabilidade é uma preocupação real<br />
da CaetanoBus, no sentido de criar alternativas amigas do ambiente.<br />
Segundo Jorge Pinto, a ideia de inovar com este autocarro elétrico<br />
surgiu «na sequência de uma reunião sobre estratégia de produto,<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
Por Paula de Lacerda Tavares<br />
Print<br />
CARACTERÍSTICAS<br />
ÚNICAS<br />
Zero emissões diretas, entre<br />
outros pormenores.<br />
O C5 2500 EL tem<br />
uma autonomia de,<br />
aproximadamente, 150 km,<br />
baixo nível de emissão de<br />
ruído, zero por cento de<br />
emissões diretas e custo<br />
por quilómetro competitivo<br />
(1,0 Kwh por km). As novas<br />
tecnologias implementadas<br />
são as baterias de LiFePO4,<br />
sistemas de baixo consumo<br />
elétrico, sistema de<br />
carregamento incorporado<br />
e estrutura em alumínio.<br />
Em termos de estética e de<br />
conforto, trata-se de um<br />
veículo de piso baixo (low<br />
floor), com um conceito interior<br />
que permite uma grande<br />
acessibilidade dos passageiros.<br />
realizada em junho de 2009. Na altura, procurávamos soluções<br />
para fazer face à quebra de mercado de autocarros na Europa».<br />
O projeto foi, então, cofinanciado ao abrigo do Sistemas de Incentivo<br />
à Inovação e Desenvolvimento, em copromoção com empresas do<br />
setor industrial e entidades do SCTN.<br />
O C5 2500 EL tem as suas duas primeiras unidades protótipo<br />
produzidas. A primeira encontra-se num cliente da CaetanoBus, num<br />
programa de testes em concurso na Finlândia, cofinanciado pelo<br />
Governo Finlandês. A segunda unidade tem sido utilizada<br />
como demonstradora em diversas cidades (já foram feitas<br />
demonstrações em Lisboa e em Vila Nova de Gaia) e em aeroportos<br />
europeus. Jorge Pinto anuncia que «está prevista a sua entrada<br />
em serviço no aeroporto de Estugarda em março de 2013. Dada<br />
a situação económica de Portugal e a contenção do investimento,<br />
estamos a promover este veículo, principalmente, nos mercados<br />
de exportação. Os nossos mercados-alvo são os municípios e os<br />
aeroportos na Europa. Temos também em vista um possível projeto<br />
no Brasil. A nível internacional,, o veículo elétrico foi acolhido com<br />
bastante interesse, até por ser o único deste tipo que já fez serviço<br />
regular em algumas cidades e aeroportos europeus».<br />
Nesse sentido, a CaetanoBus tem promovido diversas iniciativas<br />
de divulgação de redes de transportes citadinos de zero emissões,<br />
ajudando à consciencialização para uma questão fundamental<br />
nos nossos dias.<br />
Foto: D.R.
Foto: Tom Merton<br />
BOAS PRÁTICAS<br />
Por um futuro melhor<br />
No seu dia a dia, a Caixa toma medidas para reduzir<br />
o seu impacto ambiental. Conheça os resultados alcançados<br />
A CAIXA PROCURA ser um exemplo ao nível<br />
das boas práticas tendentes à redução da sua<br />
pegada carbónica. Para tal, têm sido várias<br />
as medidas implementadas para redução do<br />
consumo global de eletricidade, incluindo a<br />
utilização de energias renováveis, a adoção de<br />
tecnologias de baixo carbono nos edifícios e<br />
na mobilidade, assim como uma adequada<br />
gestão de resíduos.<br />
O resultado deste desempenho é visível nos<br />
indicadores alcançados em 2011. O consumo<br />
global de eletricidade nas instalações da Caixa<br />
registou a maior redução anual desde o início<br />
da implementação de medidas de eficiência,<br />
tendo-se verificado um decréscimo de dez por<br />
cento em relação a 2010.<br />
No domínio da mobilidade, reforçaram-se<br />
as medidas de gestão eficiente da frota própria<br />
e das deslocações em serviço, o que levou a<br />
uma redução de 15 por cento de emissões de<br />
CO 2 face a 2010. Já a reciclagem de resíduos<br />
registou um aumento de 19 por cento.<br />
Estes resultados inserem-se no âmbito do<br />
Programa Caixa Carbono Zero, o programa<br />
estratégico da Caixa para o combate às<br />
alterações climáticas, lançado em 2007. Trata-<br />
-se de um projeto único no setor financeiro<br />
português, que posicionou a Caixa na<br />
liderança da transição para uma economia<br />
mais sustentável e de menor intensidade<br />
carbónica.<br />
Desde então, a Caixa reduziu 13 por cento<br />
do consumo de eletricidade, o equivalente<br />
ao consumo de 3250 habitações durante o<br />
período 2007/2011, poupando dois milhões<br />
de euros e evitando a emissão de 6500 t de<br />
CO 2 e por ano. Além disso, compensou mais<br />
de 8000 t CO 2 e resultantes da sua atividade,<br />
através do apoio a projetos sustentáveis de<br />
geração de créditos de carbono, e concedeu 42<br />
milhões de euros de financiamento em crédito<br />
para energias renováveis, que reduzem cerca<br />
de 12 000 t CO 2 por ano.<br />
São apenas alguns dos indicadores<br />
alcançados e que proporcionaram importantes<br />
distinções. Em 2011, a Caixa foi a melhor<br />
empresa portuguesa e a melhor instituição<br />
financeira ibérica na resposta às exigências de<br />
uma economia de baixo carbono, segundo o<br />
Carbon Disclosure Project, Report Ibérico 125<br />
2011, que avaliou as maiores empresas de<br />
Portugal e Espanha. A CGD assegurou, ainda,<br />
uma posição cimeira no Índice ACGE 2011 –<br />
Responsabilidade Climática em Portugal, tendo<br />
conquistado a liderança do setor financeiro e<br />
a segunda posição no total das 82 empresas<br />
avaliadas.<br />
Print<br />
RELATÓRIO DE<br />
SUSTENTABILIDADE<br />
DE 2011<br />
A Caixa obteve o nível<br />
máximo no cumprimento<br />
das diretrizes exigidas.<br />
O 4.º Relatório de<br />
Sustentabilidade da CGD<br />
foi elaborado de acordo<br />
com as diretrizes da Global<br />
Reporting Initiative, tendo<br />
obtido a nota A+, após<br />
verificação independente.<br />
Esta notação reconhece o<br />
mérito e a evolução da CGD<br />
ao nível dos três pilares da<br />
Sustentabilidade: económico,<br />
ambiental e social.<br />
Isso mesmo é assinalado ao<br />
longo do Relatório, tendo em<br />
conta os princípios da Carta<br />
para o Negócio Responsável<br />
do World Savings Banks<br />
Institute/European Savings<br />
Banks Group, subscrita<br />
pela CGD: relações justas<br />
e transparentes com os<br />
clientes; promoção da<br />
acessibilidade e inclusão<br />
financeira; negócio “amigo” do<br />
ambiente; desenvolvimento<br />
de relações responsáveis com<br />
os colaboradores; contribuição<br />
responsável para a sociedade;<br />
comunicação: atividades e<br />
políticas.<br />
Consulte o Relatório em<br />
www.cgd.pt e assista aos<br />
testemunhos, em vídeo, sobre<br />
o desempenho do Programa<br />
de Sustentabilidade da CGD.<br />
Cx<br />
a revista da caixa 59
60<br />
s<br />
sustentabilidade<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
TECIDOS ECOLÓGICOS<br />
Porque há sonhos<br />
que comandam a vida<br />
Confiança e uma visão positiva da vida e do futuro estão<br />
na base de uma empresa online de tecidos amigos do ambiente.<br />
Um projeto sustentável que prova que os sonhos se tornam realidade<br />
É SUSTENTÁVEL o compromisso assumido pela Tecidos Ecológicos,<br />
uma empresa online cuja filosofia se baseia no respeito pela vida em<br />
geral – pessoas, animais e planeta. Assente num princípio de respeito<br />
pela produção ética, recursos e processos naturais, tem como<br />
último objetivo o desenvolvimento de tecidos e de peças de roupa<br />
que sejam amigos do ambiente. Por outras palavras, criar moda de<br />
uma forma responsável, sem esgotar recursos renováveis ou poluir<br />
ao longo da sua manufatura, e que, simultaneamente, possam ser<br />
reabsorvidos pelo ambiente (biodegradabilidade), preservando todo<br />
o valor e significado para todas as pessoas que os vestem.<br />
Foi, sobretudo, isto que levou Marlene Oliveira a criar a Tecidos<br />
Ecológicos, em maio de 2011. Designer de moda, com preocupações<br />
éticas e ambientais, depressa se apercebeu, fruto da sua experiência,<br />
que, «em Portugal, havia um nicho de mercado a explorar» nesta<br />
área, o que a levou a «contactar fornecedores estrangeiros». Uma<br />
das condições essenciais para fechar negócio é assegurar de antemão<br />
que a parceria estabelecida é de comércio justo. «Comércio justo<br />
tem a ver com a ética e comigo. Sou vegetariana, por isso tenho<br />
preocupações com esse tipo de questões», afirma, explicando que<br />
apenas escolhe «fornecedores com certificação de comércio justo».<br />
Pouco mais de um ano depois, é com um sorriso nos lábios<br />
que Marlene Oliveira afirma que este seu projeto «está a correr bem<br />
e tem vindo a crescer». Não poderia ser, aliás, de outra maneira.<br />
À sua frente está, afinal, uma mulher que não acredita «na crise.<br />
Acho que está na cabeça das pessoas. Quando fazemos o que<br />
gostamos, as oportunidades acabam por surgir». E oportunidades<br />
não faltam. «A crise não a sinto», frisa, prometendo surpresas para<br />
breve. Entre elas, «projetos para mudar consciências, para uma visão<br />
mais positiva».<br />
Entre os seus clientes, a maioria são particulares, artesãos,<br />
designers, mais do que empresas de larga produção, embora a Tecidos<br />
Ecológicos forneça «marcas que começam a criar pequenas linhas<br />
ecológicas, sustentáveis».<br />
Alguns cliques são tudo o que é necessário para aceder a uma<br />
vasta gama de artigos ecológicos, «veganos» e com certificação de<br />
comércio justo. Para facilitar a escolha, os artigos encontram-se<br />
divididos por cores (azul, rosa, verde, amarelo, laranja, vermelho,<br />
castanho, branco e preto), por tipo (cetim, sarja, flanela, bombazina,<br />
Por Helena Estevens Fotografia Bruno Barbosa<br />
estampados, lisos, denims e malhas) e produtos, que incluem<br />
desde tecidos a retrosaria, passando por peças de vestuário já<br />
confecionadas, numa seleção que em breve será alargada.<br />
Existe igualmente a possibilidade de adquirir vales-presentes<br />
eletrónicos através do site (www.tecidosecologicos.com) e oferecer a<br />
familiares ou amigos, se assim o pretender. Uma surpresa que poderá<br />
ter reações bastante agradáveis numa altura em que o trabalho<br />
artesanal – ou personalizado, se se preferir – está a conquistar cada<br />
vez mais afetos.
1. GLAD RAG DOLL<br />
Diana Krall<br />
Universal<br />
Neste álbum, Krall reinventa<br />
clássicos dos anos 20<br />
e 30, recuperando os discos<br />
de 78 rotações que<br />
a acompanharam ao<br />
longo da vida. O disco<br />
está disponível em dois<br />
formatos, um standard<br />
e um em jewel box e deluxe,<br />
com quatro temas extra<br />
(€ 21,90, na FNAC on-line)<br />
8. THE HAUNTED MAN<br />
Bat for Lashes<br />
EMI Music<br />
Natasha Khan está de volta<br />
com um disco intimista,<br />
dotado de uma estranha<br />
melancolia luminosa. A pop<br />
independente ao melhor<br />
estilo, numa espécie de<br />
conto de fadas!<br />
(€ 15,90, na FNAC on-line)<br />
2. O LIVRO DA SELVA<br />
EMPRESARIAL<br />
Liliana Silva Cerqueira<br />
Gestão Plus<br />
Um guia útil, com reflexões<br />
e exemplos práticos, esta<br />
é uma sátira divertida, mas<br />
também muito inspiradora,<br />
que lhe permitirá construir<br />
uma carreira de sucesso.<br />
(€ 11,61, na Wook on-line)<br />
7. FUN HOME,<br />
UMA TRAGICOMÉDIA<br />
FAMILIAR<br />
Alison Bechdel<br />
Contraponto<br />
Best-seller internacional,<br />
trata-se de uma história<br />
agridoce da relação entre<br />
pai e filha, contada através<br />
de um romance gráfico.<br />
(€ 14,94, na Wook on-line)<br />
3. PERSÉPOLIS<br />
Marjane Satrapi<br />
Contraponto<br />
Com esta memória inteligente,<br />
divertida e comovente de uma<br />
rapariga que cresce no Irão,<br />
durante a Revolução Islâmica,<br />
Marjane Satrapi consegue<br />
transmitir uma mensagem<br />
universal de liberdade.<br />
(€ 17,91, na Wook on-line)<br />
6. BRANCA DE NEVE<br />
Stella Gurney<br />
Arte Plural Edições<br />
Prepare-se para uma<br />
das mais fascinantes<br />
adaptações de sempre<br />
deste conto tradicional.<br />
Em formato pop up, com<br />
ilustrações fantásticas<br />
e para todas as idades.<br />
(€ 14,94, na Wook on-line)<br />
5. BY MY SIDE<br />
Ben Harper<br />
EMI Music<br />
cultura<br />
A apresentadora de Hoje<br />
e de Sexta às 9 revela os<br />
títulos que, recentemente,<br />
mais a marcaram.<br />
JÁ ME CHEGOU às mãos o<br />
primeiro romance de Jaime<br />
Nogueira Pinto, Novembro,<br />
capaz de nos fazer repensar<br />
não só o passado como a<br />
construção do País que<br />
somos hoje. Atualmente,<br />
o disco que mais ouço é<br />
o MTV Unplugged, de<br />
Florence and the Machine,<br />
e, como filme, considero um<br />
dos melhores desta década o<br />
Amigos Improváveis. Uma<br />
história tocante que nos<br />
demonstra como pode ser<br />
fácil tratar a diferença.<br />
4. AS COISAS<br />
QUE TE CAEM<br />
DOS OLHOS<br />
Gabriele Picco<br />
Contraponto<br />
Ennio, jovem tímido,<br />
fascinado por lágrimas,<br />
encontra o diário de uma<br />
rapariga e, deslumbrado,<br />
parte numa busca<br />
incessante para devolver<br />
o livro à dona. Uma<br />
deliciosa fábula urbana<br />
sobre amor e imaginação<br />
(€ 13,95, na Wook on-line)<br />
Um dos músicos mais<br />
acarinhados pelos portugueses<br />
escolheu as suas baladas<br />
favoritas para uma retrospetiva<br />
de carreira, oferecendo 12<br />
das suas mais emblemáticas<br />
canções.<br />
(€ 17,99, na FNAC on-line)<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
c<br />
as escolhas de...<br />
Sandra<br />
Felgueiras<br />
Jornalista<br />
61
62<br />
d<br />
cultura<br />
LISBON WEEK<br />
Lisboa partilhada<br />
Injetando-lhe energia nas artérias urbanas, o Lisbon Week<br />
fez renascer a capital portuguesa pela via da cultura. Com sete rotas,<br />
que atravessaram sete colinas, durante sete dias, a receita foi partilhar<br />
Lisboa para, com ela, partilhar Portugal<br />
PARA LEVANTAR o ânimo de quem<br />
ande abatido, o melhor remédio pode ser<br />
um «cocktail de vitaminas», segundo a<br />
prescrição de António Costa. Uma injeção<br />
de energia pronta a colocar toda a gente em<br />
movimento, com aplicações localizadas em<br />
diversos centros nevrálgicos. No tratamento<br />
multifacetado, com duração de uma semana,<br />
estavam proibidas as interrupções, para que a<br />
cura revitalizante pudesse surtir efeito.<br />
Acontece que a receita passada pelo<br />
presidente da Câmara Municipal de<br />
Lisboa (CML), no dia 19 de setembro, no<br />
«consultório» improvisado do Miradouro de<br />
São Pedro de Alcântara, não estava destinada<br />
a curar os males de nenhuma pessoa doente.<br />
Antes, vinha reconhecer o bem que um<br />
evento como o Lisbon Week pode fazer a<br />
Lisboa, mobilizando as gentes para dar uma<br />
nova vida à capital.<br />
O vaticínio efetuado pelo autarca na<br />
apresentação do evento viria a confirmar-se<br />
no desfecho deste projeto turístico e cultural,<br />
que teve lugar entre 22 e 28 de outubro. Pelo<br />
menos, a julgar pelas proporções que esta<br />
semana assumiu, a razão parece assistir a<br />
António Costa. Ao longo de sete dias, dezenas<br />
de milhares pessoas – entre locais, visitantes<br />
e turistas – redescobriram recantos lisboetas,<br />
encontrando e partilhando ideias, tendências,<br />
projetos, espaços, produtos e histórias. Tudo<br />
inserido em sete rotas, espalhadas pelas<br />
sete colinas: Arte, História, Panorâmica,<br />
Gastronomia, Música, Moda e Tradição.<br />
E não é por acaso que se fala de partilha,<br />
nesta primeira edição do Lisbon Week,<br />
um projeto da agência de comunicação<br />
XN Brand Dynamics, em coprodução com<br />
a CML e com o apoio de vários parceiros,<br />
entre os quais se destaca a Caixa Geral<br />
de Depósitos. O tema escolhido foi,<br />
precisamente, «Share Portugal», num desafio<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
Por Ana Rita Lúcio Fotografia Gualter Fatia<br />
proposto pela organização para que todos os<br />
envolvidos partilhassem a cidade, para, com<br />
ela, partilharem a história, a tradição, mas<br />
também a capacidade inovadora e criativa de<br />
todo um País.<br />
Num evento pensado e feito «por todos<br />
e para todos», como adianta Xana Nunes,<br />
responsável pela XN Brand Dynamics<br />
e principal mentora do projeto, «os<br />
habitantes, os lojistas, os donos de galerias<br />
e os responsáveis pelos diferentes espaços e<br />
instituições foram chamados a criar as suas<br />
próprias dinâmicas, dentro da dinâmica<br />
geral». Já o mote «para todos» ajustou-se<br />
a uma programação pensada para captar<br />
públicos de todas as idades e com gostos<br />
diferenciados.<br />
Caminhos de cultura<br />
No final de outubro, quando o tempo ainda<br />
se revelava cúmplice de passeios por Lisboa,<br />
a proposta foi para que a cultura saísse,<br />
literalmente, à rua. Pedia-se, depois, aos<br />
participantes que a perseguissem, em cada<br />
uma das paragens obrigatórias: umas já<br />
velhas conhecidas, revisitadas sob uma luz<br />
diferente, outras ainda por desvendar.<br />
Assumindo-se como uma «plataforma<br />
de mostra de projetos, produtos e artistas<br />
portugueses», o Lisbon Week definiu como<br />
pontos de partida lugares emblemáticos,<br />
como o Miradouro de São Pedro de<br />
Alcântara, a Praça de Camões, o Largo de<br />
São Paulo, o Martim Moniz ou o Mercado<br />
da Ribeira. Para traçar cada uma das rotas,<br />
«oferecendo leituras diferentes da cidade»,<br />
como aponta Xana Nunes, foram convidados<br />
sete embaixadores: Isabel Sarmento, na<br />
Arte; José Sarmento de Matos, na História;<br />
João Botelho, na Panorâmica; José Avillez,<br />
na Gastronomia; Zé Pedro, dos Xutos e<br />
Pontapés, na Música; José Cabral (mais<br />
PARA TRAÇAR CADA<br />
UMA DAS ROTAS FORAM<br />
CONVIDADOS SETE<br />
EMBAIXADORES
A iniciativa que fez de Lisboa<br />
uma galeria a céu aberto<br />
Com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos, a Rota CGD Arte<br />
promoveu um (re)encontro entre os lisboetas e a arte que percorreu<br />
as ruas da capital. Durante sete dias, 38 galerias e museus abriram as<br />
suas portas e até algumas Agências da Caixa acolheram exposições,<br />
que incluíram trabalhos de Júlio Pomar e de Vieira da Silva. De entre<br />
uma extensa lista de atividades, destacaram-se, ainda, as ações Meet<br />
the Artist, vocacionadas para aproximar o público dos artistas, ou a<br />
exposição Blind Date, na Biblioteca dos Paulistas, da Igreja de Santa<br />
Catarina, onde foi possível adquirir obras de artistas portugueses cuja<br />
identidade só foi revelada após a compra.<br />
conhecido pelo blogue O Alfaiate Lisboeta),<br />
na Moda; e Carlos Coelho, na Tradição.<br />
Arte pela rua<br />
Quantas obras-primas tem uma cidade com<br />
sete colinas? Para responder à pergunta, a Rota<br />
CGD Arte elegeu a Praça de Camões como<br />
bastião, para daí partir para encontros com<br />
contadores de histórias, concertos e workshops,<br />
exposições, cinema ao ar livre e atividades<br />
lúdicas para crianças, como, por exemplo, o<br />
ateliê instrumental em que os mais pequenos<br />
aprenderam a tocar com a Orquestra<br />
Metropolitana de Lisboa. Convocando o<br />
público a olhar a arte de Lisboa sob o seu<br />
prisma, a embaixadora Isabel Sarmento<br />
e a curadora Filipa Oliveira desenharam<br />
um roteiro cujo ponto alto foi a exposição<br />
Vérride, no Palácio de Santa Catarina. Nela,<br />
reinventou-se a história do Palácio através da<br />
obra de 16 artistas contemporâneos, numa<br />
mostra vista por mais de 2400 pessoas.<br />
Mostrando, assim, que a cultura lisboeta está<br />
bem de saúde. E recomenda-se.<br />
Lisboa As ruas da<br />
cidade encheram-<br />
-se de visitantes,<br />
que não quiseram<br />
deixar de seguir as<br />
sete rotas propostas<br />
pelo Lisbon Week.<br />
Na Rota CGD Arte, as<br />
crianças tiveram um<br />
lugar privilegiado,<br />
como, por exemplo,<br />
demonstram algumas<br />
atividades lúdicas e o<br />
ateliê com a Orquestra<br />
Metropolitana de<br />
Lisboa (foto de<br />
abertura). Mas os<br />
adultos também não<br />
ficaram de fora e a<br />
exposição Vérride<br />
(foto da página 62,<br />
em baixo), no Palácio<br />
de Santa Catarina,<br />
revelou-se mesmo um<br />
sucesso, à semelhança<br />
das apresentações da<br />
Metropolitana.<br />
Cx<br />
a revista da caixa 63
64<br />
c<br />
cultura<br />
FESTIVAL ROTA DAS ARTES 2012<br />
A cultura em movimento<br />
A Cultura, a História e a Indústria andam novamente<br />
«de mãos dadas», por ocasião do Festival Rota das Artes 2012,<br />
um evento ambicioso que conta com o apoio da Caixa Geral de Depósitos<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
Por Paula Lacerda Tavares Fotografia João Cupertino<br />
COMEÇOU EM SETEMBRO e só terminará dentro de semanas,<br />
em data ainda definir. Falamos da segunda edição do Festival Rota<br />
das Artes, que tem vindo a convidar o público a visitar circuitos<br />
únicos dos vários espaços onde decorrem grandes espetáculos.<br />
O Festival promove roteiros especiais, em diversos locais nacionais<br />
emblemáticos, que incluem exibições de peças de arte de áreas tão distintas<br />
como a azulejaria, com a exposição A Revelação de uma Imagem Fragmentada, a<br />
tapeçaria com a mostra Uma Magia Construída do Avesso, peças antigas valiosas<br />
na exposição Prata, Ouro e Pedras Preciosas e, ainda, a exposição documental<br />
Lisboa, Antes e Depois do Terramoto. Com inspiração cultural, foi, também,<br />
delineado um guia de circuitos de restauração e comércio de particular interesse<br />
e qualidade para todos os visitantes.<br />
Este projeto contou com a colaboração do Museu Nacional de Arte Antiga,<br />
o Palácio Nacional da Ajuda, o Museu do Azulejo, o Planetário Calouste<br />
Gulbenkian e o Instituto Superior de Agronomia, entre outras parcerias de<br />
grande relevo nacional. A magia dos monumentos portugueses foi considerada,<br />
aliás, ideal para o ambiente pretendido nestes espetáculos, especialmente<br />
criados no âmbito do Festival, que conta com a participação de artistas<br />
excecionais, num conjunto de sete concertos e de duas apresentações dirigidas<br />
aos mais jovens.<br />
O concerto de abertura do Festival Rota das Artes 2012 teve lugar no<br />
Pavilhão de Exposições, nos Jardins da antiga Tapada Real da Ajuda, no passado<br />
a atuação de Maria<br />
João assinalou<br />
o arranque de um<br />
evento de sucesso
dia 21 de setembro, e proporcionou a oportunidade de homenagear Cole Porter<br />
ao som do ritmo contagiante dos Lisbon Swingers e da atuação marcante da<br />
cantora Maria João.<br />
De 28 a 30 de setembro, o Planetário Gulbenkian de Lisboa foi palco da<br />
ópera em três atos, O Mundo da Lua, de Joseph Haydn, dirigida pelo maestro<br />
Jean Bernard Pommier. Um espetáculo com características fantásticas, em que<br />
se convidou o público a «entrar» numa máquina do tempo e recuar 200 anos.<br />
Com um dos mais sugestivos libretos de sempre da ópera, esta obra desafiou<br />
os visitantes a imaginarem o mundo lunar, graças à avançada tecnologia do<br />
Planetário Gulbenkian, gerando sensações únicas aos passageiros desta estranha<br />
digressão espacial.<br />
Já a 3 de outubro, nos claustros do Mosteiro da Madre de Deus, Sara<br />
Mingardo, Jeremy Menuhin e Pavel Gomsiakov, três intérpretes de exceção,<br />
criaram um momento extraordinário em torno da obra de J. S. Bach, Shumann<br />
e Brahms, ilustrado com trabalhos de grandes pintores da época lisboeta do séc.<br />
XX, como Maria Helena Vieira da Silva ou Arpad Szènes.<br />
Para breve, estão previstos outros momentos de grande impacto. Numa<br />
dessas datas, a música clássica percorrerá as coleções do Museu Nacional de<br />
Arte Antiga, culminando com a apresentação cénica de O Retábulo do Mestre<br />
Pedro, de autoria de Manoel de Falla. Enquanto isso, o Palácio Nacional da<br />
Ajuda receberá a apresentação da ópera A Cinderela, de Rossini, numa produção<br />
concebida exclusivamente para a Sala D. Luís. Será uma fusão de teatro,<br />
fantoches e sombras chinesas, em harmonia com um conjunto de múltiplas<br />
projeções, oferecendo à audiência uma memória invulgar, tanto do local como<br />
da interpretação da obra.<br />
Em suma, este é um festival capaz de provocar vivências excecionais<br />
que conciliam várias formas de arte cénicas, musicais e de exposição, em<br />
monumentos carismáticos de Portugal, o que também lhe garante uma projeção<br />
internacional marcante.<br />
CULTURA NA CAIXA. COM CERTEZA<br />
Valorizar o que se faz de bom em Portugal é uma<br />
estratégia onde a CGD é peça essencial<br />
APOIO DE VALOR<br />
Nas palavras de Isabel<br />
Braz, da Direção de<br />
Comunicação e Marca da<br />
CGD, o Banco mantém<br />
uma presença importante<br />
no apoio à cultura. «No<br />
caso do Festival Rota das<br />
Artes, as características<br />
dos espetáculos atraíram<br />
a nossa atenção». Foram<br />
considerados muitos<br />
aspetos, como as várias<br />
correntes artísticas,<br />
os locais selecionados<br />
e a componente<br />
pedagógica do evento,<br />
que realizou previamente<br />
apesentações em<br />
algumas escolas.<br />
«Também a organização<br />
de roteiros para visitas<br />
a museus e exposições<br />
é uma vertente<br />
interessante, pois permite<br />
ao público novas formas<br />
de olhar todo o riquíssimo<br />
património aí presente.<br />
Toda esta diversificação<br />
permite-nos abranger<br />
muitos públicos e<br />
proporcionar aos nossos<br />
Clientes uma experiência<br />
da Marca e momentos<br />
de lazer de qualidade»,<br />
explica. A Caixa confirma,<br />
assim, a sua atuação<br />
positiva na vertente da<br />
responsabilidade social<br />
e no seu envolvimento<br />
com as diferentes<br />
comunidades, num<br />
apoio que permitiu a<br />
oferta de bilhetes a<br />
Clientes e colaboradores,<br />
neste caso, através de<br />
passatempos internos.<br />
«O sucesso dos primeiros<br />
espetáculos, quer em<br />
qualidade, quer em<br />
adesão do público,<br />
leva-nos a estar seguros<br />
de que a segunda fase,<br />
agendada para breve,<br />
terá um êxito igualmente<br />
assinalável», conclui.<br />
FAZER ACONTECER<br />
MAIS EM PORTUGAL<br />
O organizador do<br />
Festival Rota das Artes,<br />
Tito Celestino da Costa,<br />
salientou a eficácia da<br />
parceria com a CGD, que<br />
referiu ter decorrido de<br />
duas formas essenciais<br />
para a viabilidade do<br />
projeto: o patrocínio<br />
direto, através de um<br />
investimento financeiro, e<br />
na divulgação do Festival,<br />
incluindo-o no âmbito<br />
da responsabilidade<br />
social que a Instituição<br />
bancária sempre assumiu<br />
no panorama nacional.<br />
«A CGD tem uma das<br />
melhores equipas na<br />
área da Comunicação e<br />
que sabe a forma mais<br />
eficaz de transmitir o<br />
que se está a fazer no<br />
Festival», referiu. Tal<br />
aponta para o plano de<br />
crescimento que está a<br />
ser delineado pelos seus<br />
organizadores para criar<br />
um produto atrativo, não<br />
só a nível nacional. «No<br />
final deste ano, queremos<br />
já ter definido o projeto<br />
para o Festival Rota das<br />
Artes 2013. Para tal,<br />
temos de ser ainda mais<br />
eficazes na estratégia<br />
e criar um produto com<br />
diferentes vertentes, em<br />
espaços multifacetados,<br />
para abrir o leque de<br />
público a todas as idades<br />
e nacionalidades. Num<br />
momento em que tudo<br />
em Portugal tem um ponto<br />
de interrogação, temos<br />
de valorizar o que há de<br />
bom, ideia que partilho<br />
em absoluto com a Caixa<br />
Geral de Depósitos.»<br />
Cx<br />
a revista da caixa65
c<br />
cultura<br />
66 Cx<br />
a revista da caixa<br />
GNRATION<br />
Um legado de futuro<br />
Uma juventude mais participativa, com mais ferramentas<br />
para os desafios de futuro. É este o legado do GNRation, o novo espaço criativo<br />
da cidade de Braga, instalado no antigo quartel da GNR local<br />
APÓS UM ANO como Capital Europeia da<br />
Juventude, Braga prepara-se para acolher<br />
mais um projeto inovador, o GNRation,<br />
um espaço dedicado à criação, produção e<br />
consumo de atividades artísticas e criativas.<br />
Segundo Hugo Pires, presidente do Conselho<br />
de Administração da Braga 2012: Capital<br />
Europeia da Juventude e vereador da Câmara<br />
Municipal da cidade, «o projeto GNRation é<br />
um dos legados que queremos deixar à cidade<br />
e pretende centralizar todas as linhas de ação<br />
e objetivos programáticos da Capital Europeia<br />
da Juventude. Queremos que o legado seja<br />
uma juventude mais participativa, com mais<br />
Por Helena Estevens<br />
ferramentas para os desafios de futuro e uma<br />
estrutura sustentada no desenvolvimento de<br />
políticas de juventude e educação, formal e<br />
não formal, que sejam uma boa prática para<br />
todos os municípios portugueses».<br />
Quanto a Braga 2012, trata-se da marca<br />
que se pretende que perdure no tempo.<br />
«É o início de uma ‘nova viagem’ e deve ser<br />
o começo de uma renovada dinamização<br />
associativa, social, cultural, mas também<br />
económica, em particular, das indústrias<br />
criativas», explica o responsável. Como Capital<br />
Europeia da Juventude, a cidade visou não só<br />
dar ferramentas aos jovens para enfrentarem<br />
o mercado de trabalho, como promover<br />
a participação cívica e ativa, projetando a<br />
marca Braga como uma cidade com história,<br />
mas, também, com futuro. O GNRation vai<br />
«ao encontro destes objetivos, por ser um<br />
polo agregador de indústrias criativas e de<br />
empreendedores, fomentando o coworking e<br />
a troca de experiências e de ideias», adianta<br />
Hugo Pires. «A região norte de Portugal só será<br />
competitiva na nova economia criativa se for<br />
gerada uma massa crítica de empreendedores,<br />
estudantes, intelectuais, ativistas sociais,<br />
artistas, administradores e investidores que<br />
possam operar num contexto cosmopolita e
Fotos: D.R.<br />
open minded, onde as interações entre estes<br />
agentes geram mais ideias e criações, produtos,<br />
serviços e instituições, contribuindo, desta<br />
forma, para o seu desenvolvimento económico<br />
e social.» É exatamente aqui que entra o<br />
projeto GNRation, instalado no antigo quartel<br />
da GNR local.<br />
Envolver o público em geral e a<br />
comunidade em todo o projeto é um dos<br />
objetivos definidos, especialmente através das<br />
diversas parcerias estabelecidas, desenvolvidas<br />
para atrair não só público diverso como<br />
um vasto leque de oferta cultural, criativa,<br />
associativa e empreendedora. Nesse sentido,<br />
foram já encetados contactos e realizadas<br />
reuniões com diversas entidades públicas<br />
e privadas, lançando o mote para fazer<br />
cumprir os objetivos a que se propõe o<br />
GNRation. «Herdamos, desde logo, os<br />
parceiros envolvidos da Braga 2012: Capital<br />
Europeia da Juventude, podendo realçar-<br />
-se nível local e nacional, a Universidade<br />
do Minho [UM] e a Universidade Católica<br />
e instituições relacionadas, a Associação<br />
Académica da Universidade do Minho<br />
(através também do Liftoff – Gabinete do<br />
Empreendedor da Associação Académica<br />
da UM), galerias artísticas como a Galeria<br />
Mário Sequeira e a Galeria Show Me, bem<br />
como editoras, consultoras e artistas que se<br />
têm mostrado particularmente interessados»,<br />
explica Hugo Pires. Também a nível regional<br />
e internacional, continua, «estão a ser<br />
desenvolvidas plataformas de colaboração<br />
essenciais ao projeto, como a Waag Society’s<br />
Fablab Amsterdam (Holanda). Estão, ainda, a<br />
estabelecer-se diversas parcerias com o Brasil, e<br />
com a vizinha Espanha, no caso, com o Centro<br />
Galego de Arte Contemporânea de Santiago<br />
de Compostela. São acordos preparados para<br />
promover o diálogo intercultural, a troca de<br />
valor ao nível da produção, da experimentação<br />
e do apoio a jovens artistas, nos domínios das<br />
artes visuais», concretiza.<br />
Talento jovem na cidade<br />
O GNRation visa cativar e fixar jovens de<br />
talento na cidade. Este projeto está, assim,<br />
também inscrito no Programa Estratégico<br />
de Reabilitação Urbana do centro histórico<br />
de Braga, em execução pelo Município, que<br />
pressupõe como um dos seus objetivos a<br />
atração de jovens ao centro histórico. «Ainda<br />
recentemente, promovemos a venda de uma<br />
Eternamente jovem<br />
Fotógrafa e programadora cultural, Alexandra Ferreira é a primeira diretora convidada do GNRation.<br />
«O convite – de acordo com Hugo Pires – surgiu naturalmente com a composição da equipa de<br />
acompanhamento do projeto. Ao reunir as diferentes especialidades necessárias para o estudo do<br />
modelo de gestão do espaço, foi colocada a necessidade imperiosa de existir um elemento com<br />
conhecimento local e de experiência comprovada quer como programadora cultural, quer na gestão<br />
de espaços culturais. A juventude é sempre um marco para qualquer cidade, especialmente em<br />
Braga, ser jovem não é uma desvantagem é um orgulho poder ter uma visão diferente. O desafio é o<br />
GNRation ser sempre jovem». Ao longo deste ano caber-lhe-á a criação da rede de parceiros de um<br />
projeto que promete deixar marcas profundas na cidade.<br />
habitação – Casa a 1 Euro –, que foi um<br />
sucesso, e dinamizámos o projeto Encaixa-<br />
-te, de modo a instalar novos negócios no<br />
centro histórico. Se houver jovens a trabalhar<br />
no GNRation, eles provavelmente quererão<br />
morar no centro histórico e a dinamização<br />
criada, aliada aos parceiros e programação<br />
própria, produzirá, certamente, uma mistura<br />
explosiva, atraindo jovens – que estão ou saem<br />
da universidade ou com projetos criativos –<br />
que, de outra forma, voltariam para as suas<br />
localidades», frisa Hugo Pires.<br />
O objectivo passa por dividir o GNRation<br />
em três grandes áreas. A primeira, dedicada<br />
à produção, com gabinetes de trabalho e<br />
uma área de trabalho colaborativo, para<br />
acolher negócios nos setores do audiovisual,<br />
multimédia, música ou webdesign; outra<br />
destinada à experimentação, constituída<br />
por ateliers para residências temporárias de<br />
criativos; e, por último, os espaços de exibição,<br />
com um auditório para 200 pessoas, café-<br />
-concerto e zonas de lazer. Os interessados<br />
serão alvo de um processo de seleção,<br />
com critérios definidos por um júri de<br />
acompanhamento, constituído por diversos<br />
parceiros. Cabe, simultaneamente, ao júri<br />
definir a tipologia de espaço (residências,<br />
ateliers coletivos e/ou individuais), condições<br />
e tempo para cada projeto apresentado,<br />
ajustando as variáveis às necessidades de<br />
maturação e disponibilidade.<br />
Além da ocupação dos espaços do edifício,<br />
o GNRation contará com programação<br />
própria, em particular nas praças interiores<br />
e espaços comuns (auditório e espaços de<br />
acesso publico), a qual, além de potenciar os<br />
projetos existentes, procurará trazer eventos,<br />
instalações e artistas residentes. O GNRation<br />
será, assim, um espaço agregador do legado<br />
da Braga 2012: CEJ, dando continuidade à<br />
programação da CEJ neste novo espaço, com<br />
iniciativas várias relacionadas com as artes<br />
performativas, instalações artísticas, sessões de<br />
empreendedorismo, teatro ou música, entre<br />
muitas outras.<br />
Cx<br />
a revista da caixa67
68<br />
a<br />
agenda<br />
EXPOSIÇÕES<br />
Flagrante Deleite<br />
até 06.01.2013<br />
Fundação CGD – Culturgest, Lisboa<br />
-30% até 25 e maiores de 65 anos;<br />
-40% para titulares dos cartões Caixa<br />
IU, ISIC, ITIC e Caixa Fã (até 2 bilhetes).<br />
A exposição oferece uma<br />
perspetiva sobre o trabalho<br />
multifacetado de Rosemarie<br />
Trockel (Schwerte, Alemanha,<br />
1952), artista de referência na<br />
cena artística internacional dos<br />
últimos 30 anos. Tomando como<br />
leitmotif uma extensa série de<br />
colagens realizadas desde 2004,<br />
a exposição inclui, também,<br />
esculturas muito diversas,<br />
objetos de cerâmica e obras de<br />
parede feitas com lã.<br />
Cem Obras Para Dez Anos<br />
até 27.01.2013<br />
Fundação Arpad Szenes-Vieira da<br />
Silva, Lisboa<br />
Os Clientes da CGD têm um desconto<br />
de 75% em qualquer exposição da<br />
Fundação, mediante a apresentação<br />
de um cartão da Caixa.<br />
100 Obras, 10 Anos: Uma<br />
Selecção da Colecção da<br />
Fundação PLMJ baseia-se na<br />
cena artística contemporânea<br />
nacional e dos países de<br />
expressão portuguesa.<br />
Destacam-se os trabalhos de<br />
Joana Vasconcelos, José Pedro<br />
Croft, Julião Sarmento e Pedro<br />
Cabrita Reis, bem como de<br />
Celestino Mudaulane, Rosana<br />
Ricalde e Yomnamine.<br />
CONDIÇÕES EXCLUSIVAS PARA<br />
CARTÕES CGD<br />
40% DE DESCONTO NA AQUISIÇÃO<br />
DE ATÉ 2 BILHETES POR ESPETÁCULO<br />
AOS TITULARES DOS CARTÕES CAIXA<br />
FÃ, ITIC, ISIC, CAIXA IU E CAIXA ACTIVA.<br />
30% DE DESCONTO NA AQUISIÇÃO<br />
DE ATÉ 2 BILHETES POR ESPETÁCULO<br />
AOS TITULARES DOS CARTÕES CAIXA<br />
GOLD, CAIXA WOMAN, VISABEIRA<br />
EXCLUSIVE, LEISURE E CAIXADRIVE.<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
DANÇA/MÚSICA<br />
A Lã e a Neve<br />
14 a 16.12<br />
Fundação CGD – Culturgest, Lisboa<br />
Ver descontos na caixa Culturgest.<br />
Nas palavras da autora,<br />
Madalena Victorino: «Tomo<br />
os gémeos e a curiosidade<br />
que os envolve como fonte de<br />
pesquisa. A perceção do outro,<br />
os segredos da proximidade,<br />
ser o outro e nós mesmos num<br />
contacto; o espaço do outro<br />
que entra no nosso tempo,<br />
Exposição Educação+ Financeira<br />
Até 24.04.2013<br />
Entrada gratuita<br />
A Exposição Educação+<br />
Financeira resulta de uma<br />
parceria com a Universidade<br />
de Aveiro e visa a formação de<br />
consumidores mais conscientes<br />
da realidade financeira.<br />
Desenhada, sobretudo, para os<br />
mais jovens, a exposição passou<br />
já por 40 cidades, de norte a sul<br />
do País, envolvendo mais de 40<br />
mil pessoas. A edição 2012/2013<br />
está já em curso (ver quadro),<br />
estando toda a informação<br />
disponível em http://pmate.<br />
a antecipação, a telepatia, o<br />
encontro – eis os eixos que nos<br />
levaram a descobrir gémeos de<br />
várias idades, que vivem em<br />
aldeias da região de Guimarães<br />
e numa grande cidade como<br />
Lisboa. Fazê-los aproximar-se<br />
a propósito de um objeto de<br />
dança, música e silêncios que se<br />
constrói com eles e com artistas.<br />
A Lã e a Neve é um espetáculo<br />
que procura, nos corpos dos<br />
seus intérpretes, a força para<br />
sair e rebentar com os limites da<br />
comunicação.»<br />
CINEMA<br />
Cinanima<br />
08.12<br />
Fundação CGD – Culturgest, Lisboa<br />
Entrada gratuita<br />
À semelhança do que vem<br />
acontecendo há vários anos,<br />
a Culturgest associa-se ao<br />
Cinanima, projetando uma<br />
seleção de filmes premiados feita<br />
pela organização do Festival.<br />
Trata-se do mais importante<br />
festival de cinema de animação<br />
português, que decorre, em<br />
Espinho, desde 1976, tendo este<br />
ano a sua 36.ª edição, o que<br />
o torna um dos mais antigos<br />
festivais deste tipo de cinema em<br />
todo o mundo.<br />
OUTROS<br />
(pausa)<br />
Até 29.12<br />
Fundação CGD – Culturgest, Porto<br />
A Culturgest abriu em Lisboa,<br />
em fevereiro de 2011, uma<br />
livraria especializada em<br />
arte contemporânea, alheia<br />
a preocupações de ordem<br />
comercial, em que todas as<br />
publicações são disponibilizadas<br />
a preços reduzidos. Agora,<br />
um ano e meio depois da sua<br />
abertura, quando a oferta<br />
ascende a cerca de 500 títulos,<br />
é hora de fazer uma pausa<br />
nas exposições e partilhar<br />
temporariamente a livraria com<br />
o público do Porto.<br />
(pausa)<br />
Lisboa DMF, Neve); a e Lã (A Dussaud Georges Fotos:<br />
04 a 06.12.2012 Tondela<br />
11 a 13.12.2012 Estarreja<br />
08 a 10.01.2013 Oliveira de Azeméis<br />
15 a 17.01.2013 Albergaria<br />
22 a 24.01.2013 Condeixa<br />
28.1 a 01.02.2013 Pombal<br />
05 a0 7.02.2013 Ourém<br />
19 a 21.02.2013 Proença-a-Nova<br />
26 a 28.02.2013 Elvas<br />
05 a 07.03.2013 Borba<br />
12 a 14.03.2013 Mafra<br />
02 a 04.04.2013 Baião<br />
09 a 11.04.2013 V. R. St. António<br />
16 a 18.04.2013 Beja<br />
ua.pt/educacaomais. 22 a 24.04.2013 CNC – UA – Aveiro
REGISTO<br />
Receitas em livro<br />
Porque a informação tem um valor inestimável, a CGD conta a história<br />
do seu primeiro livro de receitas, onde se guardam os registos de quem a ajudou<br />
a tornar-se a maior instituição financeira e de crédito em Portugal<br />
DESDE SEMPRE, as sociedades organizadas<br />
sentiram necessidade de criar as suas próprias formas<br />
de registar os acontecimentos mais marcantes. As<br />
pessoas, instituições e empresas, na consecução<br />
das suas atividades e negócios, criaram técnicas<br />
e suportes específicos com vista a materializar os<br />
registos administrativos, contabilísticos e financeiros.<br />
Da história do suporte, ficaram-nos as «tabuinhas»<br />
de argila dos Sumérios, os papiros do Egito, os<br />
pergaminhos medievais e o papel, já na era moderna.<br />
Também a Caixa Geral de Depósitos sentiu<br />
necessidade de registar, desde o início da sua<br />
atividade, o seu movimento de entrada e saída<br />
de capitais. Na ausência de sistemas mecânicos<br />
de registo, havia que recorrer aos lançamentos<br />
manuscritos em livro, convenientemente cosidos<br />
e encadernados. Estes continham os registos<br />
devidamente numerados, sequencialmente, de<br />
forma a evitar falsificações, como a introdução ou<br />
supressão de folhas. O primeiro livro de receita da<br />
CGD, que data de 1877, espelha, precisamente, o<br />
início da atividade da Caixa, no que diz respeito<br />
à arrecadação de valores e à constituição do seu<br />
fundo financeiro de arranque das operações. Aqui<br />
encontramos o registo dos valores provenientes de<br />
diversas entidades e particulares. Não esqueçamos<br />
que, com a criação da CGD, se extinguiram<br />
outras instituições, herdando esta as suas funções,<br />
património e valores (a débito e crédito). São<br />
valores provenientes de depósitos obrigatórios por<br />
ordem dos Juízes da Comarcas, dos tesoureiros da<br />
Fazenda Pública da Junta do Depósito Público e<br />
ainda de particulares (por aquisição de arrematação<br />
de propriedades e outros bens em hasta pública),<br />
que iniciam os registos de receita da CGD. O valor<br />
do primeiro registo que encontramos neste livro<br />
de receita é de 646$434 réis, proveniente da<br />
Junta do Depósitos Público.<br />
Pelas folhas deste e dos restantes sete livros<br />
que constituem esta série, podemos aceder<br />
a informação preciosa sobre outros valores,<br />
entidades e pessoas que contribuíram para a<br />
constituição do fundo financeiro que permitiria à<br />
Caixa iniciar a sua atividade. Uma função de apoio,<br />
tanto ao Estado, como aos que, possuindo algum<br />
pecúlio, não se permitiam a grandes aventuras<br />
financeiras, mas também não aceitavam a ideia de<br />
ver o seu dinheiro eternizar debaixo do colchão.<br />
Foi com estas pessoas e muitos outros milhares,<br />
que nos anos seguintes se foram juntando, que a<br />
Caixa se tornou na maior Instituição financeira e<br />
de crédito em Portugal.<br />
vintage<br />
FACTOS<br />
registados<br />
em 1877<br />
Enquanto se abria o<br />
primeiro livro de receitas<br />
da CGD, outras páginas da<br />
história se escreveram.<br />
No primeiro dia do ano, a<br />
1. rainha Vitória de Inglaterra,<br />
é proclama Imperatriz da Índia.<br />
Thomas Edison inventa<br />
2. o fonógrafo.<br />
O Teatro Bolshoi de<br />
3. Moscovo assiste à<br />
estreia do célebre bailado<br />
O Lago dos Cisnes, que, à<br />
data, se revela um fracasso.<br />
Rutherford B. Hayes<br />
4. torna-se o 19.º<br />
Presidente dos Estados<br />
Unidos, sucedendo a Ulysses<br />
S. Grant, depois de um<br />
rescaldo eleitoral polémico.<br />
O Império Russo<br />
5. declara guerra ao<br />
Império Otomano.<br />
O escritor russo Lev<br />
6. Tolstoi publica a versão<br />
compilada do romance Anna<br />
Karenina.<br />
Nasce Hermann Hesse,<br />
7. escritor alemão e futuro<br />
Prémio Nobel da Literatura.<br />
A Roménia declara-<br />
8. -se independente do<br />
Império Otomano, o que só<br />
será reconhecido um ano<br />
mais tarde.<br />
O jornal diário norte-<br />
9. -americano<br />
Washington Post sai pela<br />
primeira vez em banca.<br />
Morre o escritor<br />
10. Alexandre Herculano,<br />
um dos expoentes máximos<br />
da literatura portuguesa.<br />
v<br />
Cx<br />
a revista da caixa69
70<br />
i<br />
institucional<br />
CAIXA EMPRESAS<br />
Para o seu negócio<br />
O apoio às exportações e o reforço da capitalização<br />
das empresas constituem prioridades para a Caixa<br />
A CAIXA DISPÕE de uma linha Caixa<br />
Empresas, para que possa lançar ou<br />
intensificar o investimento da sua empresa<br />
no apoio à exportação. Esta linha permite<br />
aliviar a tesouraria da empresa sob três<br />
formas: flexibilização de prazos e condições,<br />
vantagens e benefícios para empresas com<br />
relacionamento bancário global centrado<br />
na Caixa (domiciliação de vencimentos<br />
em contas da CGD, serviços de cobranças<br />
e produtos de tesouraria na ordem<br />
interna e externa, incluindo pagamentos e<br />
recebimentos, entre outros) e antecipação de<br />
recebimentos de exportação.<br />
Estes adiantamentos assumem duas<br />
modalidades: Remessas de Exportação e<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
Créditos Documentários de Exportação.<br />
As primeiras permitem o desconto<br />
de remessas simples (em que a Caixa<br />
procede apenas à antecipação de uma receita<br />
futura proveniente de uma exportação) ou<br />
documentárias (a Caixa envia ao seu banco<br />
correspondente no estrangeiro os documentos<br />
financeiros ou comerciais para cobrança,<br />
assegurando o cumprimento das condições<br />
definidas).<br />
Nos Créditos Documentários de Exportação,<br />
em especial relativamente aos mercados<br />
emergentes, a Caixa assume a garantia de<br />
pagamento, através da confirmação de cartas<br />
de crédito, eliminando riscos comerciais,<br />
políticos e de transferência.<br />
OFERTA CAIXA<br />
CAPITALIZAÇÃO<br />
A Caixa lançou, também, a oferta<br />
Caixa Capitalização, com uma<br />
dotação global de 1500 milhões<br />
de euros, visando proporcionar às<br />
empresas meios financeiros que<br />
satisfaçam as necessidades de<br />
reforço dos capitais permanentes.<br />
Esta oferta abrange três dimensões:<br />
Linhas de crédito para<br />
1. capitalização de empresas, uma<br />
forma inovadora de financiamento<br />
no mercado português, que combina<br />
características de capital e dívida,<br />
como sejam os prazos alargados<br />
de carência no reembolso, as<br />
remunerações variáveis a depender<br />
da performance das empresas, a<br />
possibilidade de capitalizar parte ou a<br />
totalidade dos juros, a não exigência<br />
de garantias hipotecárias, etc.;<br />
Atividade de Fundo de Fundos,<br />
Cartão Caixaworks Empreender (1), para apoiar a criação de novos negócios e empresas de pequena dimensão, designadamente, correspondendo às<br />
necessidades de tesouraria. Saiba mais em ww.cgd.pt.<br />
(1) TAE de 15,8% (com garantia real) ou 18,3% (com garantia pessoal), calculadas com base na média mensal da Euribor a 6M (base 360) + spread de 5,5% ou<br />
8%, respetivamente, para um montante de 1500 euros com reembolso a 12 meses. Taxas Euribor atualizadas em 01/01 e 01/07 de cada ano.<br />
2.<br />
destinada a estimular atuais e<br />
novos operadores de capital de risco<br />
(venture capital e private equity).<br />
Com esta iniciativa, espera-se<br />
incrementar o número e a diversidade<br />
de operadores independentes no<br />
mercado e a respetiva capacidade<br />
de investimento, aumentando,<br />
em consequência, o espectro das<br />
empresas beneficiárias dos meios<br />
financeiros disponibilizados;<br />
Fundos de capital de risco<br />
3.<br />
sob gestão da Caixa, para<br />
investimento direto em empresas<br />
da carteira de Clientes da CGD com<br />
bom potencial de crescimento e<br />
valorização. São quatro os fundos<br />
existentes, sendo de relevar o Caixa<br />
Mezzanine e o Caixa Reorganização<br />
Empresarial.<br />
A oferta Caixa Capitalização<br />
privilegiará, em qualquer das três<br />
vertentes, o apoio a empresas<br />
que atuem em setores de bens<br />
e serviços transacionáveis, com<br />
vocação para operar em mercados<br />
alargados (de exportação), influentes<br />
na substituição de importações ou<br />
relevantes no setor do comércio.
SERVIÇO CAIXAZUL<br />
Proximidade, inovação<br />
e exclusividade<br />
Um atendimento personalizado, sofisticado e de<br />
excelência, disponível em 580 Agências ou à distância<br />
O CAIXAZUL é um serviço da Caixa dirigido<br />
a Clientes exigentes, que se caracteriza pelo<br />
atendimento personalizado, sofisticado e de<br />
excelência. Disponível em 580 Agências, este<br />
serviço assegura:<br />
> Atendimento por um Gestor Dedicado, em<br />
Agência, através do telefone ou da Internet;<br />
> Disponibilidade 24 horas, sete dias por<br />
semana, através do Gestor on-line e do<br />
Caixadirecta telefone e on-line;<br />
> Acesso a produtos financeiros exclusivos<br />
ou com condições especiais;<br />
> Apoio financeiro rigoroso e de qualidade.<br />
O Gestor Dedicado proporciona um<br />
atendimento personalizado, adequado ao<br />
respetivo perfil de Cliente e a cada fase<br />
da sua vida, identifica as oportunidades<br />
que melhor servem as suas necessidades<br />
financeiras, apoia as decisões de<br />
investimento e seleciona as melhores<br />
alternativas entre os produtos e serviços que<br />
a Caixa oferece.<br />
Proximidade – O serviço Caixazul, através<br />
dos Gestores Dedicados, procura um<br />
relacionamento de confiança com o Cliente,<br />
sustentado na experiência, no rigor e na<br />
qualidade de um serviço que responda às<br />
suas expectativas. Além do atendimento<br />
personalizado nos espaços Caixazul, pode,<br />
ainda, contactar o seu Gestor Dedicado por<br />
telefone ou pelo Caixadirecta on-line. Ou<br />
seja, tem o seu Gestor Dedicado presente<br />
no canal mais conveniente consoante as<br />
situações.<br />
Inovação – Até hoje, foram várias as<br />
inovações do Caixazul, que acrescentam<br />
valor, flexibilidade e comodidade aos<br />
Clientes, como, por exemplo, o Gestor<br />
on-line. Trata-se de um serviço inovador e<br />
gratuito, disponível no Caixadirecta on-line,<br />
que permite trocar mensagens com o Gestor<br />
de forma simples, rápida e segura, marcar<br />
reuniões no dia e hora mais convenientes<br />
para o Cliente e conhecer as oportunidades<br />
de negócio em destaque.<br />
Exclusividade – Os Clientes Caixazul têm à<br />
disposição produtos e serviços exclusivos ou<br />
em condições especiais mais atrativas. Vão<br />
desde o cartão Caixazul, que os identifica<br />
como Clientes do serviço, até aos Depósitos<br />
on-line, que podem ser facilmente subscritos<br />
no Caixadirecta on-line (ver quadro).<br />
Há um Banco que o conhece como<br />
ninguém. A Caixa. Com certeza.<br />
Produtos e Serviços<br />
para Clientes Caixazul<br />
institucional<br />
Produtos /<br />
Serviços<br />
Exclusivos<br />
Produtos<br />
/ Serviços<br />
com<br />
Condições<br />
Especiais<br />
Gestor Dedicado x<br />
Gestor On-line x<br />
Serviço Caixazul GAT x<br />
Cartão Caixazul (1) x<br />
Cartão Caixa Gold (2) x<br />
Cartão Caixa Platina (3) x<br />
Depósito Caixazul Praemium x<br />
Depósitos Caixazul Netpr@zo<br />
3M, 6M e 12M<br />
x<br />
Depósitos Caixazul<br />
Netf@cil 1M<br />
x<br />
Caixazul Habitação (4) x<br />
Crédito Pessoal (5) x<br />
Oferta Global de Saúde<br />
Multicare (Planos e Cartões) (6)<br />
x<br />
Caixa Proteção Total – Seguro<br />
Acidentes Pessoais (6)<br />
x<br />
Caixa Seguro Viagem (6) x<br />
Caixa Seg. Empregada<br />
Doméstica (6)<br />
x<br />
Seguro Casa – Pack Recheio (6) x<br />
(1) TAEG de 1,1%, para um montante de 1500 euros, com reembolso<br />
a 12 meses, à TAN de 0,00%. (2) TAEG de 27,5%, para um montante<br />
de 2500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 21,00%.<br />
(3) TAEG de 15,9%, para um montante de 5000 euros, com<br />
reembolso a 12 meses, à TAN de 12,00%. (4) TAE de 5,463%;<br />
TAER de 5,499%, calculadas à taxa Euribor 6 M, em novembro de<br />
2012, arredondadas à milésima e acrescidas de 4,50% de spread.<br />
Exemplo para um financiamento de 150 000 euros, a 30 anos, valor<br />
de avaliação de 200 000 euros, Cliente com 30 anos, com detenção<br />
dos seguintes produtos: Cartão de débito; Cartão de crédito;<br />
Caixadirecta; Domiciliação de Rendimentos; Carteira de depósitos,<br />
ativos e seguros financeiros com capital garantido a todo o tempo,<br />
superior a 50 000 euros, e Seguro de Vida e Multirriscos numa<br />
seguradora do Grupo Caixa. Comissão por reembolso antecipado,<br />
parcial ou total, 0,5% do capital reembolsado. (5) TAEG de 17,1%,<br />
calculada com base numa TAN de 14,408% (Euribor 3M + 14,200%),<br />
em novembro de 2012, para um crédito de 30 000 euros, com<br />
reembolso a 60 meses e garantia de fiança. Exemplo para operação<br />
com finalidade de lazer para Cliente Caixazul com cartão de débito<br />
ou débito diferido, cartão de crédito, domiciliação de rendimentos<br />
e serviço Caixadirecta. Prestação mensal 720,78 euros. Montante<br />
total imputado ao consumidor: 43 394,75 euros. (6) Produto da<br />
Fidelidade Mundial -Companhia de Seguros, SA, comercializado<br />
através da Caixa Geral de Depósitos, SA, na qualidade de mediador<br />
de seguros. A Caixa Geral de Depósitos, SA, doravante apenas CGD,<br />
pessoa coletiva n.º 500960046, matriculada na Conservatória do<br />
Registo Comercial de Lisboa, com o capital social de € 5 900 000<br />
000,00, com sede na Avenida João XXI, n.º 63, 1000-300 Lisboa,<br />
solicitou, em 19 de setembro de 2007, a sua inscrição no Instituto<br />
de Seguros de Portugal, na categoria de Mediador de Seguros<br />
Ligado, nos Ramos de Seguros de Vida e Não Vida e respetiva<br />
autorização para trabalhar com a Fidelidade – Companhia de<br />
Seguros, SA, encontrando-se registada sob o n.º 207186041. Os<br />
dados da CGD, enquanto Mediador de Seguros, estão disponíveis e<br />
podem ser consultados no sítio do Instituto de Seguros de Portugal<br />
(www.isp.pt). A CGD, enquanto mediador, não tem poderes para<br />
celebrar contratos de seguro em nome do Segurador, nem assume<br />
a cobertura dos riscos. A CGD, enquanto mediador de seguros<br />
ligado, não tem poderes de cobrança, embora enquanto instituição<br />
bancária possa executar as operações próprias desta atividade,<br />
designadamente, as operações de débito em conta ou transferência<br />
bancária autorizadas pelo respetivo titular.<br />
i<br />
Cx<br />
a revista da caixa 71
72<br />
i<br />
institucional<br />
O CAIXA FAMÍLIA é um serviço que permite<br />
agrupar as contas de poupança da família, para<br />
que todos possam beneficiar de uma taxa de<br />
juro superior à que teriam individualmente.<br />
E os benefícios crescem com o aumento do<br />
relacionamento com a Caixa. Veja, no quadro<br />
ao lado, o caso da Maria.<br />
A subscrição do Caixa Família é simples<br />
e flexível. Não precisa de abrir novas contas<br />
e cada familiar gere a sua conta de forma<br />
individual. Os familiares podem entrar e sair<br />
do grupo e reforçar as suas contas a partir de<br />
10 euros, sem entregas obrigatórias.<br />
Os aderentes ao Caixa Família devem<br />
ser familiares do titular da primeira conta a<br />
associar-se ao grupo: cônjuge, descendentes até<br />
4.º grau, colaterais ou seus descendentes até<br />
4.º grau e ascendentes até 2.º grau (incluindo<br />
por afinidade). Podem aderir duas contas de<br />
poupança, no mínimo, devendo a primeira ser<br />
de um titular maior de 18 anos. As duas contas<br />
não poderão ser tituladas apenas por cônjuges.<br />
Com um prazo de 181 dias, renovável<br />
automaticamente, e pagamento de juros<br />
semestral, o serviço permite mobilização<br />
antecipada, com perda total de juros sobre o<br />
valor mobilizado.<br />
Visite uma Agência da Caixa e saiba tudo<br />
sobre o Caixa Família.<br />
TODA A FAMÍLIA PASSA<br />
A BENEFICIAR DE UMA<br />
MELHOR TAXA DE JURO<br />
Arredonde com o seu cartão<br />
Ao efetuar compras com determinados cartões, pode beneficiar do arredondamento das compras realizadas, revertendo o montante<br />
do arredondamento, automaticamente, para uma conta de poupança, PPR ou fundo de pensões, conforme o cartão utilizado. É muito simples,<br />
basta pedir em qualquer Agência da Caixa ou do serviço Caixadirecta Telefone para associar um dos três programas de arredondamento<br />
à escolha a um cartão da Caixa elegível. Saiba mais em www.cgd.pt.<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
POUPANÇA<br />
Caixa Família<br />
Se quando a família se junta é sempre bom, por que não juntar<br />
o rentável ao agradável?<br />
1.º PASSO:<br />
Domiciliação<br />
do ordenado<br />
na Caixa<br />
2.º PASSO:<br />
Adesão ao<br />
Caixa Família<br />
3.º PASSO:<br />
Juntar mais<br />
familiares ao<br />
Caixa Família<br />
COM O CAIXA FAMÍLIA VANTAGENS<br />
A Maria tem 20 000 euros numa conta<br />
CaixaPoupança e o filho 2000 euros numa<br />
CaixaProjecto. Na Agência, soube que iria<br />
melhorar a remuneração, aderindo ao Caixa<br />
Família, e que o aumento seria ainda maior se<br />
domiciliasse o ordenado na CGD, pois poderia<br />
aderir ao Caixa Família Mais. A Maria assim fez.<br />
Ao associarem as contas no Caixa Família, mãe<br />
e filho passam a ter as poupanças remuneradas<br />
à TANB de 2,75%, no primeiro e segundo<br />
semestres, e a 0,95% + 20% da Euribor a 6<br />
meses nos restantes.<br />
Como a remuneração do Caixa Família é<br />
calculada em escalões, a Maria convidou o pai<br />
– que tem o cartão e uma conta de poupança<br />
Caixa Activa com 30 000 euros – a pertencer<br />
ao grupo.<br />
Assim, o somatório virtual das três contas<br />
subiu de escalão e cada uma passou a uma<br />
remuneração superior: TANB de 3%, no primeiro<br />
e segundo semestres, e de 1,05% + 20% da<br />
Euribor a 6 meses, nos restantes.<br />
Ao aderir ao Caixa Família Mais, a família da<br />
Maria aumentou, sem esforços, a remuneração<br />
das suas contas.<br />
Veja quanto acresce a taxa de juro em cada<br />
conta, com a associação das contas de<br />
poupança da família:<br />
Acréscimos à taxa de juro de cada conta, face à<br />
taxa de juro na conta original<br />
Maria:<br />
1.º e 2.º semestres: + 2,70 %;<br />
Restantes semestres: 20% da Euribor + 0,75 %.<br />
Filho da Maria:<br />
1.º e 2.º semestres: + 2,15%;<br />
Restantes semestres: 20% da Euribor + 0,2%.<br />
Pai da Maria:<br />
1.º e 2.º semestres: + 2,20 %;<br />
Restantes semestres: 20% da Euribor + 0,25 %.
CAIXA POUPANÇA SUPERIOR<br />
Uma solução exclusiva<br />
para estudantes universitários<br />
A NOVA CONTA Caixa Poupança Superior<br />
permite poupar facilmente durante o curso<br />
e mesmo depois de o acabar ou começar a<br />
trabalhar. Para aderir, basta ser detentor do<br />
cartão Caixa IU (ex-CUP), ISIC (1) ou Caixa<br />
Académica Estudante.<br />
Este é mais um instrumento facilitador da<br />
poupança na Caixa, especialmente vocacionado<br />
para responder às especificidades do segmento<br />
Universitário:<br />
Apela à pequena poupança dos estudantes;<br />
Ajusta-se à capacidade de aforro em cada fase<br />
do ciclo de vida;<br />
Possibilita o reforço do benefício na taxa de<br />
juro na transição para a vida profissional;<br />
Acompanha os Clientes ao longo da vida.<br />
Apresenta como característica diferenciadora<br />
uma remuneração-base de 0,6% TANB ao<br />
ano, majorada em função dos<br />
produtos e serviços subscritos,<br />
conferindo ao Cliente<br />
ainda maior vantagem<br />
após começar a trabalhar,<br />
caso domicilie o seu<br />
vencimento na Caixa (ver<br />
quadro).<br />
Por outro lado,<br />
sendo uma solução<br />
para a pequena<br />
poupança, além<br />
do mínimo de<br />
abertura de 10<br />
euros (em Agência),<br />
admite reforços<br />
pontuais ou<br />
TAXAS DE JURO:<br />
TANB<br />
Remuneração base 0,6%<br />
Com cartão de débito diferido ou crédito +<br />
serviço Caixadirecta<br />
Com cartão de débito diferido ou crédito<br />
+ serviço Caixadirecta + domiciliação de<br />
vencimentos ou LDN<br />
1,1%<br />
1,6%<br />
programados, a partir de 1 euro, em qualquer<br />
Agência ou através dos serviços Caixautomática,<br />
Caixadirecta telefone, on-line, mobile ou sms.<br />
Tem o prazo de seis meses e renova-se<br />
automaticamente por iguais períodos, sendo o<br />
pagamento de juros semestral, com capitalização<br />
automática.<br />
Permite mobilização de capital antes da data<br />
de vencimento (mínimo de 10 euros), de forma<br />
total ou parcial, apenas com perda total de juros<br />
corridos sobre o capital mobilizado.<br />
Toda a informação em www.cgd.pt, serviço<br />
Caixadirecta IU (808 212 213) ou em qualquer<br />
Agência da Caixa.<br />
(1) TAEG de 22,9%, para um montante de<br />
1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de<br />
22,50%.<br />
UM CARTÃO MADE BY PARA CADA MULHER<br />
Porque as Clientes não são todas iguais, a<br />
Caixa criou a solução Made By para que cada<br />
uma possa fazer o seu próprio cartão. Agora,<br />
além de poder personalizar a imagem do<br />
cartão de crédito, pode, também, selecionar<br />
as funcionalidades que mais valoriza, pagando<br />
apenas aquilo que efetivamente lhe interessa.<br />
Por exemplo, a Margarida, mãe e mulher ativa,<br />
sem tempo a perder, paga tudo com o cartão<br />
para não se preocupar com trocos. Escolhe a<br />
foto dos filhos como imagem do cartão para<br />
andar sempre com a família na mala, opta pelo<br />
pagamento a cem por cento da dívida e, claro, o<br />
número máximo de dias para crédito gratuito.<br />
A Rita, solteira e super radical, não abdica do<br />
seu surf, faça chuva ou sol. Claro que o seu<br />
cartão tem ondas fantásticas como imagem<br />
e um pacote de seguros alargado para estar<br />
sempre bem protegida. Já a Teresa, sonhadora<br />
e fã de viagens, seleciona o programa de<br />
lealdade em milhas e uma foto do país<br />
preferido para ilustrar o cartão.<br />
Como vê, tem muitas razões para solicitar o<br />
cartão Made by. As suas escolhas irão definir a<br />
mensalidade a pagar, que pode variar entre um<br />
e cinco euros (acresce imposto de selo à taxa<br />
de 4%). No entanto, caso efetue um montante<br />
de compras e/ou de levantamentos a crédito<br />
mensais de valor igual ou superior a 250 euros,<br />
a mensalidade ser-lhe-á devolvida.<br />
O cartão Made By é feito por si e permite-lhe<br />
escolher, entre outros aspetos:<br />
> Uma imagem escolhida por si, de uma galeria<br />
ou a imagem standard;<br />
> A modalidade de pagamento entre 5% e<br />
100% do total em dívida;<br />
> O número de dias de crédito gratuito (entre 10<br />
a 40 dias, 15 a 45 ou 20 a 50);<br />
> O pacote de seguros (base, médio ou<br />
alargado);<br />
> O programa de lealdade (pontos fast Galp,<br />
cash-back, milhas aéreas ou nenhum);<br />
> O tipo de extrato: digital (apenas no<br />
Caixadirecta on-line) ou em papel;<br />
> A rede: VISA ou Mastercard.<br />
Um milhão de cartões num só cartão, único<br />
e inovador, vencedor do Trophées 2011<br />
Innovative Cards.<br />
TAEG de 22,4% a 28,8%, em função da<br />
mensalidade contratada, para um montante de<br />
1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN<br />
de 21,00%.<br />
Cx<br />
a revista da caixa 73
74<br />
f<br />
fecho<br />
FUNDIMO<br />
PASSA<br />
A FUNDGER<br />
A Fundimo, Sociedade Gestora de<br />
Fundos de Investimento Imobiliário,<br />
SA foi constituída em 8 de janeiro<br />
de 1987, tendo como missão gerir e<br />
administrar o património de fundos<br />
de investimento imobiliário abertos e<br />
fechados.<br />
Já este ano, a 29 de agosto<br />
último, esta sociedade – detida a<br />
cem por cento pelo Grupo Caixa<br />
Geral de Depósitos – alterou a<br />
sua denominação para Fundger,<br />
Sociedade Gestora de Fundos de<br />
Investimento Imobiliário, SA.<br />
A alteração de nome da sociedade<br />
não implica qualquer mudança<br />
contratual com os Clientes e<br />
participantes dos seus fundos,<br />
permanecendo em vigor todas as<br />
relações comerciais e profissionais já<br />
existentes. Todos os fundos geridos/<br />
detidos pela sociedade mantiveram as<br />
respetivas denominações e condições<br />
de gestão e de comercialização<br />
específicas.<br />
A Fundger, SA detém, atualmente,<br />
27 fundos e cerca de 1,5 mil milhões<br />
de euros sob gestão, divididos pelos<br />
seguintes segmentos:<br />
Fundo Fundimo – fundo de<br />
investimento imobiliário aberto<br />
nacional, com maior volume sob<br />
gestão (940 milhões de euros),<br />
segundo a APFIPP;<br />
Vinte e quatro fundos de<br />
investimento imobiliário fechados,<br />
repartidos pelas seguintes categorias:<br />
- Promoção Imobiliária;<br />
- Reabilitação Urbana;<br />
- Associados a Câmaras Municipais;<br />
Dois fundos de investimento<br />
imobiliário de arrendamento<br />
habitacional.<br />
Cx<br />
a revista da caixa<br />
CAIXA IMOBILIÁRIO<br />
Venha à Caixa e concretize um sonho<br />
Compre casa na Caixa Imobiliário.<br />
E os custos ficam por nossa conta<br />
Na aquisição de uma casa do Grupo<br />
CGD, a Caixa Imobiliário oferece-lhe todas<br />
as despesas inerentes aos impostos e demais<br />
encargos exclusivamente relacionados com o<br />
processo de compra. Para tal, basta escolher<br />
uma das casas devidamente assinaladas no site<br />
da Caixa Imobiliário para esta oferta exclusiva<br />
e concretizar a escritura até 31 de março de<br />
2013, ao preço de referência assinalado e<br />
publicitado no site.<br />
A oferta inclui o Imposto Municipal sobre as<br />
Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT), o<br />
Imposto de Selo (escritura e financiamento),<br />
as comissões de estudo e de avaliação, a<br />
preparação da minuta e os Serviços Casa<br />
Pronta (certidão on-line do registo predial<br />
e despesas com o serviço – hipoteca e<br />
financiamento). Quando o financiamento<br />
for efetuado através de outra instituição, os<br />
montantes relativos às comissões de estudo<br />
(IVA incluído) e de avaliação (impostos<br />
incluídos, caso aplicável) e à preparação da<br />
minuta (IVA incluído) são limitados àqueles<br />
que, em cada momento, constarem do<br />
preçário da CGD para as rubricas equivalentes.<br />
Não perca esta oportunidade única para ter<br />
a sua casa de sonho, com menos despesas, e<br />
beneficie, ainda, de bons preços e de um vasto<br />
leque de imóveis. Saiba quais as casas elegíveis<br />
para esta promoção em www.caixaimobiliario.<br />
pt e aproveite para conhecer também todas as<br />
atrativas funcionalidades do novo site<br />
da Caixa Imobiliário.<br />
Comprar casa é na Caixa. Com certeza.<br />
JÁ CONHECE O VANTAGENS CAIXA E A SUA LOJA VANTAGENS?<br />
O Vantagens Caixa (www.vantagenscaixa.pt) é o portal de parcerias da Caixa Geral de<br />
Depósitos, no qual pode descobrir todos os parceiros onde usufrui de descontos e benefícios<br />
associados ao seu cartão, entre outras vantagens. Nele, encontrará também a Loja Vantagens,<br />
que se afigura um modo fácil, seguro e cómodo<br />
para fazer as suas compras, quem sabe já para o<br />
Natal. Aí, encontrará material para a escola dos<br />
miúdos, perfumes e acessórios de moda, material<br />
eletrónico e informático, objetos de decoração,<br />
propostas culturais e experiências diversificadas,<br />
entre muito mais. Veja já em www.pmelink.<br />
pt/vantagenscaixa.pt e descubra variadíssimas<br />
propostas para amigos e família ou mesmo para<br />
si. Tem, também, à sua disposição o número de<br />
telefone 707 208 820 e o e-mail info@yunit.pt.