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ARQUITETURA

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CAIXA GERAL<br />

DE DEPÓSITOS<br />

N. o 09 | Outubro de 2012 | Ano III<br />

a revista da caixa<br />

PERIODICIDADE<br />

TRIMESTRAL<br />

<strong>ARQUITETURA</strong><br />

PRESENTE E FUTURO<br />

DE UMA DISCIPLINA<br />

QUE ENGRANDECE<br />

O NOME DE PORTUGAL<br />

ALÉM-FRONTEIRAS<br />

ÁLVARO<br />

SIZA VIEIRA<br />

NA PRIMEIRA PESSOA<br />

A GELO E FOGO<br />

VIAGEM ANTICRISE<br />

A UMA ILHA CHAMADA ISLÂNDIA<br />

DESCUBRA TUDO O QUE A CAIXA<br />

TEM PARA LHE OFERECER<br />

CONHEÇA A APP


Foto de capa: FG+SG - Fotografia de Arquitectura<br />

a revista da caixa<br />

Diretor Francisco Viana<br />

Editores Luís Inácio e Pedro Guilherme Lopes<br />

Arte e projeto Rui Garcia e Rui Guerra<br />

Colaboradores Ana Rita Lúcio, Helena<br />

Estevens, João Paulo Batalha, Leonor Sousa<br />

Bastos, Paula de Lacerda Tavares (texto);<br />

Anabela Trindade, Estúdio João Cupertino,<br />

Filipe Pombo e Gualter Fatia, com agências<br />

Corbis, Getty Images e iStockphoto (fotos);<br />

Marta Monteiro (ilustração),<br />

Dulce Paiva (revisão)<br />

Secretariado Teresa Pinto<br />

Gestor de Produto Luís Miguel Correia<br />

Produtor Gráfico João Paulo Batlle y Font<br />

REDAÇÃO<br />

TELEFONE: 21 469 81 96 FAX: 21 469 85 00<br />

R. Calvet de Magalhães, 242<br />

2770-022 Paço de Arcos<br />

PUBLICIDADE<br />

TELEFONE: 21 469 87 91 FAX: 21 469 85 19<br />

R. Calvet de Magalhães, 242<br />

2770-022 Paço de Arcos<br />

Diretor Comercial<br />

Pedro Fernandes (pedrofernandes@sic.pt)<br />

Diretor Comercial Adjunto<br />

Miguel Simões (msimoes@impresa.pt)<br />

Diretora Coordenadora<br />

Luísa Diniz (ldiniz@impresa.pt)<br />

Assistente<br />

Florbela Figueiras (ffigueiras@impresa.pt)<br />

Coordenador de Materiais<br />

José António Lopes (jalopes@impresa.pt)<br />

Editora Medipress - Sociedade Jornalística<br />

e Editorial, Lda.<br />

NPC 501 919 023 Capital Social: €74 748,90;<br />

CRC Lisboa<br />

Composição do capital da entidade proprietária<br />

Impresa Publishing, S. A. - 100%<br />

R. Calvet de Magalhães, 242<br />

2770-022 Paço de Arcos<br />

<br />

Impressão Lisgráfica - Impressão e Artes<br />

Gráficas, S. A.<br />

Propriedade<br />

Caixa Geral de Depósitos<br />

Av. João XXI, 63, 1000-300 Lisboa<br />

Periodicidade Trimestral<br />

(Edição n.º 9, julho/setembro 2012)<br />

Depósito Legal 314166/10<br />

Registo ERC 125938<br />

Tiragem 72 000 exemplares<br />

Correio do leitor cx@cgd.pt<br />

A Cx é uma publicação da Divisão Customer<br />

Publishing da Impresa Publishing,<br />

sob licença da Caixa Geral de Depósitos<br />

Do verbo construir<br />

POR MAIORES QUE SEJAM AS DIFICULDADES, os portugueses<br />

continuam a dar provas do seu talento, da sua qualidade<br />

e do seu profissionalismo, um pouco por todo o mundo!<br />

Esta é uma verdade inquestionável e a arquitetura não<br />

foge à regra.<br />

Tendo como embaixadores Álvaro Siza Vieira – um dos<br />

destaques desta edição com uma entrevista imperdível – e<br />

Eduardo Souto de Moura, as construções e intervenções<br />

com assinatura Made in Portugal vão conquistando<br />

prémios, distinções e primeiras páginas nas revistas<br />

internacionais da especialidade. Em destaque, uma nova<br />

geração de arquitetos, empenhada em traçar novos rumos<br />

e assumindo um pensamento em comum: o respeito<br />

pelo meio ambiente e a procura por soluções que se<br />

enquadrem na tão procurada sustentabilidade.<br />

Como tem sido habitual, as cidades, a arquitetura e<br />

a sustentabilidade são, efetivamente, dois dos eixos da<br />

sua Cx. E, como não poderia deixar de ser, eles estão<br />

presentes neste número, com o exemplo de um resort<br />

chamado Bom Sucesso e um jovem arquiteto que desenha<br />

cidades futuristas. Ou mesmo um autocarro amigo do<br />

ambiente; um movimento verde apostado em criar uma<br />

corrente de iniciativas mais saudáveis para a mobilidade<br />

urbana; ou uma jovem designer que aposta em roupas<br />

ecológicas.<br />

Mas há muito mais, claro, como uma marca de<br />

sapatos feitos de cortiça, uma viagem de sonho à quase<br />

desconhecida Islândia e outra, mais perto, pelo que de<br />

mais importante se vai fazendo, em termos culturais, em<br />

Lisboa e em Braga.<br />

Tudo isto, e muito mais, numa edição que assinala<br />

o reunir, numa única publicação, de todo o universo<br />

Caixa, incluindo uma seleção de produtos e serviços<br />

especialmente pensada para si. E que melhor forma de<br />

assinalar essa mudança de estratégia editorial do que uma<br />

edição dedicada à arquitetura? Afinal, ajudar a construir o<br />

futuro dos portugueses tem sido uma das traves mestras<br />

da atuação da Caixa Geral de Depósitos. Já lá vão mais de<br />

136 anos e, em vésperas de um 2013 que exigirá esforços<br />

a todos, a Caixa Geral de Depósitos volta a assumir-se<br />

como porto seguro e sinónimo de solidez e confiança.<br />

Esta revista está escrita nos termos do novo acordo ortográfico<br />

FRANCISCO VIANA<br />

editorial<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

e<br />

«AJUDAR A<br />

CONSTRUIR<br />

O FUTURO DOS<br />

PORTUGUESES<br />

TEM SIDO UMA DAS<br />

TRAVES MESTRAS<br />

DA ATUAÇÃO<br />

DA CAIXA GERAL<br />

DE DEPÓSITOS»<br />

3


i<br />

4<br />

interior<br />

06 Pormenor<br />

Notícias que saem da Caixa<br />

PESSOAS<br />

10 Histórias de sucesso<br />

Joaquim Menezes<br />

12 Talento<br />

Os desenhos de André Rocha e<br />

as receitas de Miguel Castro Silva<br />

ESTILO<br />

18 Design & arquitetura<br />

Os sapatos da Rutz e a Trienal<br />

de Arquitetura de Lisboa<br />

21 Automóveis<br />

O novo Mercedes Classe A<br />

22 Culto + Soluções<br />

Peças com muito estilo e<br />

ideias para o dia a dia<br />

24 Gourmet + Prazeres<br />

Emo e Bem-Me-Quer, e umas<br />

bolachas que aquecem a alma<br />

39 Observatório<br />

João Santa-Rita<br />

DESTINOS<br />

46 Roteiro<br />

Aldeias Históricas<br />

48 Fugas<br />

Aquapura Douro Valley<br />

VIVER<br />

52 Saúde<br />

Quase mulherzinha<br />

54 Educação<br />

Como reagir ao mobbing?<br />

55 Finanças<br />

Cartões pré-pagos<br />

58 Sustentabilidade<br />

Um autocarro amigo do<br />

ambiente, roupa ecológica e as<br />

boas práticas da CGD<br />

CULTURA<br />

61 Ler & Ouvir<br />

62 Lisbon Week<br />

Lisboa saiu à rua<br />

64 Festival Rota das Artes<br />

Com o apoio da Caixa<br />

68 Agenda<br />

69 Vintage<br />

O primeiro livro de receitas<br />

74 Fecho<br />

40Grande viagem<br />

Arquitectura<br />

de<br />

Islândia, uma ilha de origem vulcânica, 70 Institucional<br />

perto do Círculo Polar Ártico, tão<br />

Conheça os produtos e serviços<br />

Fotografia -<br />

selvagem quanto romântica.<br />

da CGD, criados a pensar em si.<br />

FG+SG<br />

Notícias CGD Foto:<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

DESTAQUES<br />

32 Com os pés na terra<br />

Com nomes consagrados ou jovens talentos, a arquitetura portuguesa continua<br />

a dar cartas pelo mundo. E a nova geração de arquitetos está a distinguir-se<br />

por projetos mais sustentáveis, atentos ao equilíbrio energético e a uma relação<br />

simbiótica com a Natureza.<br />

16 Design & arquitetura<br />

Com a Natureza como um livro<br />

aberto, um lote dos mais destacados<br />

arquitetos portugueses foi convidado<br />

a traçar a sua própria narrativa no<br />

guião do Bom Sucesso Architecture<br />

Resort.<br />

26 Entrevista<br />

Move-o a paixão pela arquitetura, a<br />

alegria de viver e o convívio com os<br />

amigos. Chama-se Álvaro Siza Vieira<br />

e é um dos mais premiados arquitetos<br />

portugueses.<br />

56 Sustentabilidade<br />

Conheça o Verde Movimento, um<br />

projeto que cria uma corrente<br />

de várias iniciativas que dão<br />

visibilidade a atitudes mais<br />

saudáveis de vida para o ambiente<br />

e para as pessoas.<br />

66 Cultura<br />

Uma juventude mais participativa,<br />

com mais ferramentas para os<br />

desafios do futuro. É este o legado<br />

do GNRation, o novo espaço criativo<br />

da cidade de Braga, instalado no<br />

antigo quartel da GNR local.


p<br />

pormenor<br />

IDEIA LUMINOSA<br />

Chama-se Sixties e é um candeeiro que promete<br />

dar resposta aos anseios dos mais exigentes<br />

utilizadores, mesmo dos que procuram os mais<br />

complicados ângulos de iluminação. O seu autor é<br />

Maxim Maximov, um designer industrial russo que<br />

se inspirou nos designers dos anos 60 para criar<br />

CO(R)PINHO<br />

DE LEITE<br />

O conceito eco-fashion não pára de<br />

surpreender e uma das mais recentes<br />

novidades chega-nos da Alemanha.<br />

A protagonista é Anke Domaske, uma<br />

designer de moda e microbiologista,<br />

que encontrou uma forma de unir<br />

as suas duas paixões: desenvolveu<br />

a QMilch, uma fibra especial<br />

obtida a partir do leite que permite<br />

confecionar roupa. A QMilch contém<br />

uma proteína derivada do leite azedo<br />

que, depois de tratada, permite<br />

obter as linhas com que são feitas as<br />

peças, com um surpreendente toque<br />

ao nível da seda (com a vantagem<br />

de, ao contrário da seda, poder ser<br />

produzida sem o uso de pesticidas).<br />

6 Cx<br />

a revista da caixa<br />

YOUNG VOLUNTEAM<br />

Apelo à ação<br />

Caixa associa-se à Sair da Casca e à ENTRAJUDA para<br />

promover o voluntariado junto dos mais novos<br />

o Programa Young VolunTeam é um<br />

projeto de promoção do voluntariado em<br />

escolas do ensino secundário, contribuindo<br />

para o desenvolvimento de competências<br />

fundamentais no crescimento dos jovens.<br />

Fruto de uma parceria entre a Caixa, a Sair<br />

da Casca e a ENTRAJUDA, o programa dará<br />

especial atenção a temas como a inclusão<br />

social, a educação, o empreendedorismo, o<br />

emprego e a cidadania.<br />

Na prática, o Young VolunTeam desafia as<br />

escolas a desenvolverem o seu próprio projeto<br />

de voluntariado, sendo que cada uma deve<br />

inscrever-se com um grupo de alunos e um<br />

professor, que irão receber formação para o<br />

efeito. Estes elementos serão os principais<br />

dinamizadores do Programa, não só na<br />

sua escola, mas também na comunidade<br />

envolvente, incluindo nas escolas de ensino<br />

básico, através de sessões de formação.<br />

Ao associar-se a esta iniciativa, a Caixa Geral<br />

de Depósitos reforça a aposta nos jovens<br />

portugueses, despertando a sua consciência<br />

CAMPANHA CAIXAZUL<br />

A campanha de publicidade iniciada a 28 de setembro<br />

pretende apresentar o serviço Caixazul, um serviço de<br />

proximidade, inovação e exclusividade. A confiança e<br />

o conhecimento das reais necessidades dos Clientes<br />

são a principal mensagem transmitida pela campanha.<br />

Com ela, procura-se demonstrar que a Caixa de hoje é<br />

um Banco de Clientes. Saiba mais sobre este serviço<br />

na página 71. Há um Banco que o conhece como<br />

ninguém. A Caixa. Com certeza.<br />

esta peça, feita em plástico, que faz lembrar uma<br />

palhinha gigante: um tubo em plástico, passível<br />

de ser dobrado em diferentes ângulos e posições,<br />

claramente assente na ideia de funcionalidade sem<br />

detalhes desnecessários (ou, se preferirem, um bom<br />

exemplo de como menos pode ser mais).<br />

cívica e social. Pretende-se contribuir<br />

para a valorização dos seus currículos,<br />

acrescentando-lhes vantagem competitiva<br />

e reconhecimento aquando da respetiva<br />

apresentação a universidades estrangeiras<br />

ou a propostas de emprego.


Fotos: D.R.<br />

DESIGN<br />

Caderneta de cromos virtual<br />

em portugal, não vão<br />

faltando exemplos de pessoas<br />

que fazem da criatividade a<br />

sua maior arma. José Cardoso<br />

é um desses casos. Resolveu<br />

enfrentar o desemprego com<br />

a criação do A Thousand<br />

Faces Staring Back at You,<br />

um site que queria ser uma<br />

caderneta de cromos. E o<br />

que, supostamente, seria um<br />

hobbie, virou um trabalho. A<br />

mecânica é simples: por um<br />

euro, e enviando uma foto<br />

acompanhada de algumas<br />

TRADUZIR À LETRA<br />

informações pessoais,<br />

qualquer pessoa pode<br />

encomendar o seu próprio<br />

cromo. Depois, compram-se<br />

carteirinhas esperando que nos<br />

saia o nosso próprio cromo (ou<br />

o da nossa cara-metade, do<br />

cão, do gato ou do periquito).<br />

Caso não saia, podemos<br />

tentar encontrar quem tenha<br />

o nosso cromo para a troca ou,<br />

até, procurar completar uma<br />

espécie de caderneta privada<br />

onde podem caber amigos e<br />

familiares.<br />

já imaginou se os ingleses utilizassem, traduzidas à letra,<br />

expressões tão portuguesas como «de pequenino é que se<br />

torce o pepino», «estás armado em carapau de corrida» ou<br />

«e tu nem sabes da missa metade»? Luís Santos imaginou e<br />

resolveu criar a página Portuguese Sayings (www.facebook.<br />

com/PortugueseSayings), onde frases famosas, provérbios e<br />

expressões idiomáticas ganham todo um novo significado.<br />

Invenção que<br />

salva vidas<br />

chama-se sara pimenta,<br />

é aluna de Engenharia<br />

Biomédica, da Universidade<br />

do Minho, e está nas bocas<br />

do mundo depois de ter<br />

desenvolvido um dispositivo<br />

portátil que, baseado numa<br />

análise espectrofotométrica,<br />

identifica o tipo de sangue<br />

de uma pessoa em apenas<br />

cinco minutos. Uma ideia<br />

que pode salvar vidas e<br />

que arrecadou o primeiro<br />

prémio, na categoria de<br />

Mestrado, num concurso<br />

de ideias promovido por<br />

um centro de investigação<br />

que faz parte da Fraunhofer<br />

Gesselchaft, uma<br />

organização europeia de<br />

investigação na área das<br />

engenharias.<br />

O MELHOR<br />

GERENTE<br />

DA EUROPA<br />

A Asics Tiger promoveu<br />

um concurso para eleger<br />

o melhor gerente de loja<br />

na Europa e o prémio<br />

viajou para Portugal, mais<br />

precisamente, para a loja<br />

da Asics no Outlet de<br />

Vila do Conde. É lá que<br />

trabalha Rafael Ribeiro, de<br />

28 anos, natural de Santa<br />

Maria da Feira e formado<br />

em Gestão de Empresas,<br />

na Universidade Lusíada<br />

do Porto, o jovem<br />

português que venceu<br />

mais de 40 colegas de<br />

países como Inglaterra,<br />

Alemanha, França,<br />

Dinamarca ou Holanda,<br />

entre outros.<br />

CAIXA PROMOVE A POUPANÇA<br />

Fazem já parte do património simbólico da Caixa, no que<br />

ao incentivo à poupança junto dos mais novos diz respeito.<br />

Falamos da Semana da Poupança na KidZania e da Exposição<br />

Eucação+Financeira.<br />

A primeira vai já no terceiro ano e surge na sequência do<br />

apoio que coloca a CGD como parceiro bancário oficial do<br />

parque onde se brinca às profissões. O incentivo à poupança<br />

e ao trabalho é, por isso, mais do que pertinente, sendo que,<br />

este ano, a ação contou com outro objetivo: a perceção do<br />

conceito de juro. No parque esteve o Cifrão, o embaixador da<br />

poupança da CGD, que deixou conselhos sobre a gestão do<br />

dinheiro e animou os presentes com música e dança.<br />

Já a Exposição Eucação+Financeira resulta de uma parceria<br />

com a Universidade de Aveiro e visa a formação de<br />

consumidores mais conscientes da realidade financeira.<br />

Desenhada para os mais jovens, a exposição passou já por<br />

40 cidades do País, envolvendo mais de 40 mil pessoas. O<br />

lançamento da terceira edição ocorreu em Setúbal, a 2 de<br />

outubro, na Escola Básica 2,3 de Bocage, seguindo-se sete<br />

meses de itinerância, até 24 de abril, em Aveiro (ver pág. 68).<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

7


p<br />

1<br />

pormenor<br />

8 Cx<br />

a revista da caixa<br />

DE OLHOS EM BICO Aos<br />

32 anos de idade, as famosas<br />

Pintarolas (pastilhas de chocolate<br />

num tubo colorido) chegaram<br />

à China e até já têm direito<br />

a um colorido spot televisivo.<br />

Em mandarim, claro!<br />

não podiam começar da melhor maneira<br />

estes seis dias (de 4 a 9 de dezembro) de<br />

cinema e literatura, no Cinema São Jorge: o<br />

Festival Ler 25 Anos/25 Filmes arranca com a<br />

antestreia exclusiva de On the Road, realizado<br />

por Walter Salles, a adaptação<br />

do livro de Jack Kerouak, que conta<br />

no elenco com nomes como Viggo Mortensen<br />

e Kirsten Dunst.<br />

A este filme juntam-se 24 obras<br />

cinematográficas selecionadas por Pedro<br />

Mexia (de Matar ou Não Matar, de Nicholas<br />

Ray, a Tess, de Roman Polanski, passando<br />

por Vidas em Fúria, de Stephen Frears, ou<br />

A Corte do Norte, de João Botelho) e outros<br />

motivos de interesse: a entrevista de Carlos<br />

Vaz Marques a António Lobo Antunes, ao<br />

vivo; a conferência de Gonçalo M. Tavares; os<br />

concertos das bandas dos escritores Afonso<br />

Cruz (The Soaked Lamb) e Jacinto Lucas Pires<br />

(Os Quais); o espetáculo de David Santos<br />

(Noiserv), autor de alguns dos temas musicais<br />

de José & Pilar; três concertos em parceria<br />

com o Festival Vodafone Mexefest; a emissão<br />

em direto do programa de rádio Prova Oral; e<br />

2<br />

DIA DA FORMAÇÃO FINANCEIRA<br />

Promover a literacia financeira, de<br />

norte a sul do País, foi o objetivo<br />

da mais recente iniciativa do Plano<br />

Nacional de Formação Financeira.<br />

Teve lugar no Dia Mundial da<br />

Poupança (31 de outubro).<br />

FESTIVAL LER<br />

Celebrar as bodas de ouro<br />

A revista Ler assinala 25 anos com um festival<br />

que promete agitar o início de dezembro<br />

GREEN PROJECT AWARDS<br />

mais debates, tertúlias, exposições, contadores<br />

de histórias e uma feira do livro. Pode<br />

acompanhar todas as novidades no blogue<br />

ler.blogs.sapo.pt e no Facebook da LER.<br />

A Culturgest recebeu, a 12 de setembro último, a cerimónia de entrega da quinta edição dos<br />

Green Project Awards. Na cerimónia, que contou com a presença de Assunção Cristas, ministra<br />

da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, foram distinguidos, uma<br />

vez mais, os projetos com as melhores práticas na promoção do desenvolvimento sustentável<br />

em Portugal. Descubra os projetos vencedores em www.greenprojectawards.pt e conheça,<br />

também, as melhores práticas de sustentabilidade na CGD<br />

em www.cgd.pt/Institucional/Sustentabilidade/Pages/Sustentabilidade.aspx.<br />

3<br />

MAIS VIAGENS LOW COST<br />

Está agendada para abril de 2013<br />

a abertura de uma base aérea da<br />

EasyJet, em Lisboa, numa medida<br />

que permitirá criar cinco novas<br />

rotas: Amesterdão, Astúrias,<br />

Bordéus, Copenhaga e Veneza.<br />

3<br />

IDEIAS<br />

Para brindar<br />

com bom vinho português,<br />

produzido de norte a sul,<br />

na sua noite de Natal.<br />

Este Herdade das Servas<br />

1. Vinhas Velhas tinto<br />

2009 é a segunda colheita<br />

(a primeira em 2005) deste<br />

topo de gama feito a partir<br />

de vinhas com mais de 50<br />

anos. Se o oferecer como<br />

prenda, saiba que pode<br />

envelhecer até mais 15 anos.<br />

A Lavradores de Feitoria<br />

2. – projeto no Douro<br />

que reúne 15 produtores,<br />

proprietários de 18 quintas<br />

– lançou duas novidades da<br />

marca Meruge: o branco de<br />

2011 (100% português, feito<br />

a partir da casta Viosinho,<br />

ideal para acompanhar polvo<br />

ou bacalhau) e o tinto de<br />

2009 (recentemente eleito<br />

como um dos melhores do<br />

ano no seu guia Vinhos de<br />

Portugal 2013).<br />

A dupla de produtores<br />

3. Quinta do Pôpa e Luís<br />

Pato lança a colheita de<br />

2008 do vinho criado a partir<br />

da combinação de duas<br />

castas autóctones da região<br />

do Douro e da Bairrada,<br />

respetivamente: Tinta Roriz<br />

e Baga, proveniente da vinha<br />

Pan. Este PaPo pode ser<br />

apreciado desde jovem ou<br />

ser guardado por muitos<br />

anos.


Fotos: D.R.<br />

SHORTOLOGY<br />

A história como nunca a viu<br />

quando pensamos numa<br />

enciclopédia histórica,<br />

imaginamos um livro com<br />

imensas páginas, dividido em<br />

vários volumes. E se lhe dissermos<br />

que pode ficar a conhecer<br />

mais de 100 acontecimentos<br />

e figuras da História mundial<br />

em poucos segundos? A ideia<br />

é de Mateo Civaschi e Milesi<br />

Gianmarco, diretores criativos da<br />

agência H-57, que apostaram na<br />

pictografia para criar o Shortology,<br />

um livro em que cada página<br />

conta episódios como a vida dos<br />

dinossauros, a evolução dos jogos<br />

JÁ CONHECE A APP<br />

CAIXADIRECTA?<br />

de vídeo, toda a série Lost, bem<br />

como a biografia de nomes como<br />

Michael Jackson, Maradona ou os<br />

Beatles.<br />

A Caixa associou-se ao lançamento do Windows 8 e lançou a<br />

aplicação Caixadirecta para tablet e PC, que lhe permite aceder,<br />

de forma simples e prática, ao serviço Caixadirecta on-line – o<br />

serviço de internet banking da CGD. Este é mais um testemunho<br />

da inovação dos produtos e serviços da Caixa, visando maior<br />

eficiência, acessibilidade e conforto dos seus Clientes. A App<br />

Caixadirecta permite aos Clientes da CGD efetuarem a maioria<br />

das operações bancárias, onde quer que estejam, em absoluta<br />

mobilidade. Além da componente transacional, a aplicação<br />

disponibiliza, também, outros serviços informativos, como as<br />

campanhas em destaque e a georreferenciação de Agências. Esta<br />

aplicação explora o leque de potencialidades do Windows 8, com<br />

a incorporação de opções de partilha e de busca, apresentando<br />

um desenho agradável e uma navegação muito intuitiva. Para<br />

fazer download desta aplicação, basta ter o novo sistema<br />

operativo Windows 8, aceder à Loja Windows e pesquisar por<br />

«CGD» ou «Caixa». Caixadirecta. O seu Banco sempre presente.<br />

Aponte a câmara do<br />

telemóvel ou tablet para<br />

este código, recorrendo<br />

a uma aplicação de leitura<br />

de código 2D<br />

Quer descobrir a obra de Siza Vieira?<br />

CASA DE CHÁ<br />

DA BOA NOVA<br />

Leça da Palmeira<br />

Classificada como<br />

Monumento Nacional,<br />

há quem a aponte como<br />

a mais emblemática obra<br />

de Siza Vieira. Embora,<br />

infelizmente, fechada ao<br />

público, continua a ser<br />

um exemplo perfeito da<br />

integração da arquitetura<br />

no sítio, sendo quase<br />

cinematográfica a sua<br />

localização entre as rochas,<br />

debruçada sobre o mar.<br />

PISCINA DAS MARÉS<br />

Leça da Palmeira<br />

Localizadas na Marginal<br />

de Leça da Palmeira,<br />

este conjunto de piscinas<br />

de água salgada é mais<br />

um exemplo da integração<br />

da obra no espaço que<br />

a acolhe. Inaugurada em<br />

1966 e mantendo-se atual,<br />

é uma obra que assenta<br />

nas formas criadas pela<br />

própria Natureza.<br />

PAVILHÃO DE PORTUGAL<br />

Lisboa<br />

É emblemática a enorme<br />

pala de betão que cobre<br />

a praça sob ela existente.<br />

Mais um grande exemplo<br />

de arquitetura, em grande<br />

destaque aquando da<br />

Expo’98.<br />

ADEGA MAYOR<br />

Campo Maior<br />

O minimalismo,<br />

perfeitamente enquadrado<br />

na planície alentejana,<br />

naquela que serve de base a<br />

um dos mais interessantes<br />

projetos de enoturismo<br />

nacionais.<br />

CASA DA <strong>ARQUITETURA</strong><br />

Matosinhos<br />

Vai ser construída junto ao<br />

Porto de Leixões. Um edifício<br />

com uma área total de nove<br />

mil metros quadrados, que<br />

representará a mais recente<br />

intervenção nacional de<br />

Álvaro Siza Vieira, um dos<br />

mais premiados e aclamados<br />

arquitetos portugueses.<br />

O CAPACETE INVISÍVEL<br />

Anna Haupt e Terese Alstin são duas designers industriais<br />

suecas que procuram conquistar o mundo com uma proposta<br />

inovadora: um capacete invisível para ciclistas. Demoraram<br />

sete anos a desenvolver aquele que batizaram de «Hövding»,<br />

um capacete que, na verdade, é um colarinho que contém<br />

um airbag, ativado por sensores e transformado (aí, sim) em<br />

capacete em caso de acidente. Dotado de uma bateria que<br />

demora seis horas a carregar, via USB, com autonomia até 18<br />

horas, o Hövding tem, ainda, uma caixa negra que grava dados<br />

nos dez segundos antes ou durante o acidente. O colarinho<br />

é lavável e está disponível em várias cores, e há (mais) um<br />

pormenor curioso: a montagem final tem lugar nas instalações<br />

portuguesas da empresa sueca Alva.<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

9


h<br />

histórias de sucesso<br />

JOAQUIM MENEZES<br />

Um salto para o sonho<br />

Primeiro português a receber o prestigiado Prémio Pierre Nicolau,<br />

da CIRP, e inúmeras vezes galardoado pelo seu empreendedorismo,<br />

reconhece no trabalho e no exemplo a forte alavanca para o sucesso do Grupo<br />

Iberomoldes, um dos maiores grupos mundiais da indústria de moldes,<br />

sediado na Marinha Grande<br />

Cx: Quando começou a trabalhar na Aníbal<br />

H. Abrantes, aos 15 anos, alguma vez pensou<br />

vir a ser distinguido com um prémio como o<br />

Pierre Nicolau 2011, da CIRP?<br />

Joaquim Menezes: Nós nunca esperamos<br />

essas coisas, acho eu. Mas o meu percurso<br />

– até pela natureza das minhas funções hoje<br />

em dia, que estão ligadas muito à área da<br />

engenharia, desenvolvimento e inovação<br />

da indústria – e, principalmente, o meu<br />

envolvimento em muitas das estâncias<br />

de desenvolvimento tecnológico a nível<br />

nacional e internacional permitem uma<br />

grande exposição. Senti-me muito honrado.<br />

Particularmente, porque os agraciados<br />

anteriores são pessoas que eu respeito muito,<br />

por serem empresários, a maioria de empresas<br />

que estão no mercado há muitos anos, de<br />

forma muito afirmada a nível dos produtos<br />

ou equipamentos que as suas empresas<br />

produzem e ajudaram a desenvolver.<br />

Cx: Mas a Iberomoldes também está no<br />

mercado já há uns anos…<br />

J. M.: Mas nós estamos em Portugal. Apesar<br />

de tudo, achamos que não somos notados da<br />

mesma forma do que as grandes empresas<br />

japonesas, alemãs ou inglesas agraciadas antes.<br />

Cx: O que representa um prémio como este?<br />

J. M.: Não sei, sinceramente, mas acho que<br />

dá alento aos outros engenheiros e às pessoas<br />

que objetivamente se interessam e se dedicam<br />

a este tema. Tenho ideia de que a minha<br />

carreira demonstra que, com empenhamento,<br />

10 Cx<br />

a revista da caixa<br />

Por Helena Estevens Fotografia João Cupertino<br />

SERRALHEIRO AINDA adolescente, foi trabalhador-estudante e tornou-se empresário.<br />

O presidente do Grupo Iberomldes crê que é a esta sua formação gradual – que lhe permitiu<br />

uma aprendizagem feita principalmente de experiências – que deve a maturidade necessária<br />

para gerir, de uma forma harmónica, as pessoas que trabalham consigo, numa base de respeito<br />

mútuo pelas suas expectativas.<br />

acabamos por ser notados, mesmo em<br />

Portugal, onde tendemos a desvalorizar o que<br />

fazemos, que é muito bom.<br />

Cx: Qual o segredo do sucesso da Iberomoldes?<br />

J. M.: Esse mesmo trabalho e todas as pessoas<br />

no grupo sentirem que todos nos esforçamos<br />

e tentamos, também, dar o exemplo por cima.<br />

Sentirem que, com trabalho, conseguimos<br />

fazer as coisas. Há que ser otimista, acreditar<br />

em si próprio, ser resiliente e consistente.<br />

Cx: Como é que num universo tão competitivo<br />

se fidelizam clientes?<br />

J. M.: Eu diria que é pela qualidade daquilo<br />

que produzimos, pela seriedade com que os<br />

negócios são feitos e um acompanhamento<br />

sempre em cima do acontecimento.<br />

Independentemente de os clientes estarem<br />

a encomendar muito ou pouco, há que<br />

manter uma relação profissional, muitas vezes<br />

também de confiança e interajuda. Acredito<br />

muito no networking. Costuma dizer-se – e<br />

eu sigo muito os provérbios – que quem não<br />

«COM TRABALHO<br />

CONSEGUIMOS FAZER<br />

AS COISAS. HÁ QUE SER<br />

OTIMISTA, ACREDITAR<br />

EM SI, SER RESILIENTE<br />

E CONSISTENTE»<br />

SONHADOR<br />

EMPENHADO<br />

aparece esquece. Independentemente dos<br />

negócios que se façam, nós devemos aparecer.<br />

Cx: O que falta ao nosso empreendedorismo?<br />

J. M.: Creio que não se pode pôr o problema<br />

em termos de Portugal. Tem mais a ver com<br />

a nossa maneira de ser e, principalmente,<br />

acreditarmos em nós próprios. Temos a<br />

tendência horrível e perversa de dizermos mal<br />

de nós próprios. Devemos viajar, e viajar não é<br />

para ir só ver monumentos, é viver as culturas,<br />

viver com as pessoas. Felizmente, tenho esse<br />

privilégio há muitos anos; mas não é só um<br />

privilégio, é a minha maneira de estar. E cada<br />

vez mais me orgulho dos meus compatriotas.<br />

Criticamos muitas vezes o desenrascanço,<br />

mas, desde a Alemanha e o Brasil aos EUA e<br />

Canadá, onde me cruzo com trabalhadores<br />

portugueses, os seus empregadores são os<br />

RESILIENTE


primeiros a elogiar a forma como, em situações<br />

ditas não convencionais, se desenrascam.<br />

Têm iniciativa, voluntarismo em determinado<br />

tipo de situações, que fazem com que sejam<br />

notados.<br />

Cx: O que desencadeou a Open Business<br />

Angels?<br />

J. M.: Ao nível dos business angels, a minha<br />

participação tem sido reduzida. É mais no<br />

sentido em que acredito que nós (empresários<br />

que já fizeram o caminho das pedras),<br />

naquilo em que pudermos, devemos ajudar<br />

os outros. O meu conceito de business angel<br />

não passa apenas por lhes dar o dinheiro para<br />

eles irem para a frente com as ideias. Muitas<br />

vezes, é até aconselhá-los a não fazerem nada.<br />

O balanço é positivo. Começou a falar-se de<br />

incubação de uma forma mais estruturada,<br />

EMPREENDEDOR<br />

LÍDER<br />

VISIONÁRIO<br />

menos voluntarista. Facilitou a vida a quem<br />

queira criar empresas: estão à disposição<br />

mecanismos, até de financiamento, etc., que<br />

permitem, de forma mais estruturada, que os<br />

empresários lancem mão das suas próprias<br />

iniciativas e ideias.<br />

Cx: Portugal é um País para jovens?<br />

J. M.: É. E, pessoalmente, quero acreditar que<br />

sim, porque sou português. Não encaro a<br />

minha vida noutro país que não seja Portugal.<br />

Cx: Que sonho tem ainda por concretizar?<br />

J. M.: Sentir que não deixo problemas atrás.<br />

Todos os dias, o que me faz pensar são as<br />

1400 famílias que dependem de mim. Tento,<br />

todos os dias, criar um sistema que permita,<br />

minimamente, que as pessoas que trabalham<br />

comigo sintam confiança.<br />

Print<br />

MUNDO<br />

SEM FRONTEIRAS<br />

Viver as culturas dos outros<br />

países é um privilégio a que<br />

devemos ambicionar.<br />

Crê firmemente na mobilidade,<br />

atitude que falta em Portugal,<br />

e, também, numa atitude de<br />

internacionalização, que todos<br />

temos, tendencialmente, no<br />

sangue, devendo mantê-la.<br />

Talvez por defender que viajar<br />

e trabalhar fora, conhecer<br />

outras culturas e viver essas<br />

mesmas culturas é cada vez<br />

mais fundamental no mundo<br />

global em que vivemos:<br />

«Tenho muita gente comigo<br />

que esteve a trabalhar lá fora<br />

e eu, todos os dias, reconheço<br />

que essas pessoas vêm com<br />

uma vivência e uma visão<br />

sobre o mundo muito mais<br />

adaptada à realidade em que<br />

vivemos hoje em dia do que<br />

aqueles que nunca saíram<br />

daqui.» Pessoas expostas<br />

a outras culturas, a outras<br />

maneiras de pensar e a outras<br />

formas de trabalhar aprendem<br />

ainda a estar no mundo,<br />

defende. Entre nós, há, ainda,<br />

muita dificuldade em nos<br />

deslocarmos 50 quilómetros<br />

para conhecer outras<br />

realidades.<br />

Não lamenta os tempos<br />

livres que não tem, mas,<br />

se tivesse mais, seria «para<br />

estar com os amigos, às<br />

vezes, até para estar sozinho.<br />

Eu viajo muito e, portanto,<br />

estou muito tempo sozinho,<br />

aparentemente sozinho,<br />

mas quando viajamos da<br />

forma como eu viajo acaba-<br />

-se por não se estar sozinho,<br />

porque, em viagem, vou a<br />

pensar no que vou fazer. É um<br />

turbilhão de que não consigo<br />

arredar-me».<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

11


12<br />

t<br />

talento<br />

ANDRÉ ROCHA<br />

A criatividade como<br />

ingrediente essencial<br />

Entre a suposta rigidez das regras arquitetónicas e a total liberdade<br />

de cidades ilustradas, um jovem arquiteto faz da persistência do traço um modo<br />

de vida e até já pensa num projeto que permita unir artistas e causas humanitárias<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

Por Pedro Guilherme Lopes Fotografia Anabela Trindade<br />

DE CERTA FORMA, André Rocha sabia que o seu futuro haveria de estar ligado à arte da criação.<br />

O desenho foi algo que acompanhou a sua infância e a formação de personalidade, ao ponto de<br />

ter memória de desenhar antes dos quatro anos. Rabiscos e folhas avulsas, uma delas dedicada ao<br />

tema «primavera» e enviada para o programa de José Jorge Duarte, quando ainda só havia a RTP<br />

para ver programas à tarde.<br />

Tinha oito anos e o prémio daí resultante<br />

apenas contribuiu para continuar a desenhar,<br />

enquanto lhe iam dizendo que, quando fosse<br />

grande, seria arquiteto. A ideia sedimentou,<br />

mas só no decorrer do curso de Arquitetura,<br />

na Universidade de Coimbra, viria a perceber o<br />

quanto o desenho é essencial como ferramenta<br />

de trabalho. «Antes disso, fascinava-me a<br />

possibilidade de ver o lado formal, aliado à<br />

funcionalidade, materializar-se. Porém, o curso<br />

de Arquitetura superou as minhas expectativas,<br />

por ser uma disciplina que congrega vários<br />

saberes, desde a história da arte, a psicologia,<br />

a engenharia, o desenho, entre outros».<br />

Em 2003/2004 decide criar um blog de<br />

desenho, intitulado A Persistência do Traço,<br />

onde foi explorando algum lado surrealista<br />

associado ao esboço urbano e à formação<br />

em arquitetura. «Nunca tive medo de<br />

experimentar exaustivamente, mesmo que<br />

possa estar a desviar-me de um bom percurso»,<br />

afirma. E o que não faltam são experiências<br />

urbanas, se é que assim podemos intitular<br />

estas ilustrações que mostram cidades verticais<br />

e suspensas, onde se conjuga o universo<br />

de banda desenhada com pormenores de<br />

portugalidade. «Gosto de explorar a diferença<br />

de escalas e de trabalhar espaços compactos,<br />

para, depois, deixá-los respirar com grandes<br />

vazios circundantes e inóspitos. Tal como<br />

gosto de jogar com a gravidade, provocando<br />

um certo desconcerto a quem visualiza a<br />

ilustração. A verticalidade tem, sobretudo,<br />

a ver com Portugal e a notável destreza com<br />

que os portugueses construíram cidades em<br />

paisagens tão acidentadas que, aparentemente,<br />

nos soariam a uma impossibilidade. A maioria<br />

das grandes cidades mundiais são planas.<br />

Em Portugal, em especial cidades como o<br />

Porto, Coimbra e Lisboa, são cidades quase<br />

verticais, onde a criação de sistemas de<br />

transporte como o funicular ou os elevadores<br />

fazem todo o sentido», revela.<br />

E será esta a forma como André Rocha vê as<br />

cidades portuguesas? «As cidades portuguesas<br />

cresceram desenfreadamente ao longo de três<br />

décadas, sem conseguirmos criar uma doutrina<br />

disciplinar no que diz respeito ao urbanismo»,<br />

responde. Uma das grandes diferenças será,<br />

ao contrário da geração dos seus pais, o facto<br />

de André assistir à vontade dos jovens em<br />

voltar aos centros das cidades. «Voltar ao<br />

centro histórico é o desejo de encontrar uma<br />

identidade. Quanto às periferias, prevejo muito<br />

trabalho para os arquitetos intervencionarem<br />

sobre as inúmeras pontas soltas que o recente<br />

urbanismo não soube prever de raiz.»<br />

Teoricamente, seriam motivos suficientes<br />

para não faltar encomenda de arquitetura, mas<br />

a realidade é outra, ao ponto de arquitetos<br />

conceituados ameaçarem fechar portas.<br />

Enquanto isso, jovens arquitetos e pequenos<br />

ateliers são distinguidos com vários prémios<br />

internacionais. «É um percurso vulgar,<br />

para qualquer arquiteto recém-formado, a<br />

adesão a concursos de arquitetura, como<br />

esperança de encontrar aí o primeiro passo<br />

Print<br />

MADE IN PONTE<br />

DE LIMA<br />

André Rocha poderá ser o<br />

nome que se segue numa lista<br />

onde cabem o Atelier Viana<br />

Cabral, com as suas Dulcineias,<br />

e Madalena Martins, com as<br />

Marias de Portugal e o Bicho de<br />

Sete Cabeças. Em comum, dois<br />

pontos: a origem dos projetos,<br />

Ponte de Lima, e a vontade<br />

de recuperar a iconografia<br />

popular. André não segue<br />

a área do artesanato, mas,<br />

claramente, também dota o<br />

seu trabalho de portugalidade,<br />

contemporaneidade e<br />

criatividade. «É uma geração<br />

que procura resgatar e<br />

reinventar o que mais nos<br />

identifica como marca<br />

Portugal», afirma. «Num<br />

momento em que tanto se<br />

fala de perda de soberania e<br />

identidade, mais do que nunca,<br />

temos assistido à proliferação<br />

de ideias que exaltam a nossa<br />

memória. Acredito que o<br />

empreendedorismo será uma<br />

das palavras chave para vencer<br />

a crise, até porque, julgo, quem<br />

optar por ficar no seu próprio<br />

País terá de ser inovador e<br />

proativo. Algo para o qual as<br />

nossas universidades pouco ou<br />

nada nos prepararam.»<br />

para o estabelecimento do seu atelier. Eu<br />

próprio, com o meu colega António Ildefonso,<br />

chegámos a ser premiados, em Itália, no<br />

primeiro projeto que elaborámos»(o atelier<br />

pode ser visto em Ildefonsorocha.com)»,<br />

analisa. «Devido à elevada quantidade de<br />

arquitetos que Portugal formou nos últimos<br />

anos, é preciso que nos consciencializemos<br />

que nem todos vão conseguir fazer arquitetura.<br />

Porém, o processo de fazer arquitetura, através<br />

da experimentação, é aplicável a outras áreas.<br />

Neste sentido, os arquitetos terão de ser<br />

bastante criativos nas saídas alternativas que a<br />

formação lhes poderá atribuir.»


Cx<br />

a revista da caixa13


t<br />

talento<br />

14 Cx<br />

a revista da caixa<br />

MIGUEL CASTRO E SILVA<br />

Maestro de sabores<br />

Divide-se entre a música e a cozinha, onde dá asas à criatividade.<br />

Longe vai o tempo em que, se certezas tinha, era de que o futuro não passaria<br />

por um restaurante. O destino encarregar-se-ia de lhe trocar as voltas<br />

Para fazer face aos gastos, coordenou os<br />

estudos de Biologia Marinha com uma<br />

passagem por um restaurante de Munique,<br />

onde todos os dias chegava peixe fresco.<br />

Mas, se hoje reconhece que aprendeu muito<br />

nessa fase, na altura, tinha bastante claro<br />

que, profissionalmente, a cozinha jamais<br />

seria uma opção. E, de facto, durante uns<br />

tempos não foi. Nem o curso, que trocou<br />

pela área têxtil, que lhe deu «oportunidade<br />

de viajar muito» e conhecer «muitos sítios».<br />

O bichinho, no entanto, ficou. «Gosto<br />

muito de cozinha. Antes de ser cozinheiro, ao<br />

fim do dia, ia para casa, punha uma música,<br />

bebia um copo de vinho; o meu relaxamento<br />

era ir para a cozinha neste ambiente.<br />

Antigamente, em minha casa, nunca se sabia<br />

quantas pessoas é que vinham para jantar.»<br />

«A cozinha é um pouco aquilo que não fiz<br />

na música, que é a parte criativa. Há várias<br />

cozinhas possíveis: uma cozinha inocente,<br />

mais terra a terra, digamos, de partilha<br />

e de convivência (como os Decastro), e<br />

uma cozinha sofisticada, um trabalho mais<br />

elaborado, com menus de degustação (como<br />

o Bull & Bear). Identifico-me com as duas.»<br />

Outra coisa de que gosta muito é explorar<br />

a sua cultura e recuperar sabores. Quando<br />

«arrancou» na cozinha, há cerca de 20 anos,<br />

a forma de cozinhar em Portugal era «um<br />

tradicional muito no mesmo registo» e, com<br />

alguns colegas, começou a explorar outras<br />

facetas da nossa cozinha, que considera ter<br />

«coisas fantásticas». Prova disso é o seu livro<br />

Por Helena Estevens Fotografia Filipe Pombo<br />

A PAIXÃO PELA COMIDA vem-lhe da infância, no Porto. Em casa, recorda o chefe do<br />

restaurante Largo, em Lisboa, «comia-se bem». A mãe – alemã e boa cozinheira – habituou-o<br />

à comida tradicional portuguesa com alguma influência do norte e centro da Europa. Foi,<br />

também, em casa que adquiriu o gosto da mesa, a partilha com amigos, algo que viria a revelar-<br />

-se útil quando foi estudar para fora, dividindo a casa: «Era eu que ficava encarregado da<br />

cozinha. Fazia o que gostava, e as pessoas ficavam contentes por lavarem a loiça», diz, sorrindo.<br />

The Food and Cooking of Portugal, que apresenta<br />

«uma amplitude enorme de referências<br />

marcadas pelos diferentes ambientes: Trás-os-<br />

-Montes, o Minho, as Beiras, o Alentejo, com<br />

realidades socioculturais e naturezas muito<br />

diferentes, um mais seco, mais parco, outro<br />

abundante, verde, o que influencia muito<br />

a gastronomia. Apesar de sermos um País<br />

pequeno, temos uma riqueza brutal e uma<br />

identidade gastronómica muito grande. Acho<br />

que há muito por fazer e já dei bastante no<br />

sentido de ajudar a recuperar alguns pratos».<br />

A COZINHA LIDA<br />

COM SABORES E<br />

AROMAS E COM A<br />

SUA CONJUGAÇÃO. OS<br />

VÁRIOS INGREDIENTES<br />

SÃO OS INSTRUMENTOS<br />

QUE DEVERÃO<br />

ESTAR EM SINTONIA<br />

Recuperar e divulgar. «Se falar em polenta,<br />

muitas pessoas já ouviram falar; se se falar<br />

em milhos, não. E é uma coisa que está tão<br />

enraizado na nossa cultura como na italiana.<br />

Temos um défice de divulgação lá fora.»<br />

As ideias surgem-lhe amiúde. «Já me<br />

aconteceu acordar a meio da noite com<br />

Print<br />

IDEIAS E TÉCNICA<br />

Não passa sem boa música<br />

ou um bom momento à mesa,<br />

acompanhado de bom vinho.<br />

Começou a tocar piano, «um<br />

instrumento hipercompleto»,<br />

aos seis anos, achando<br />

também interessante a<br />

guitarra e o trompete. E o<br />

violoncelo, pelo qual tem uma<br />

paixão especial, por «ser<br />

o instrumento que mais se<br />

assemelha à voz humana.<br />

Nunca toquei, mas acho um<br />

instrumento absolutamente<br />

fantástico». Infelizmente, não<br />

tem tido tempo para a música,<br />

tão importante na sua vida<br />

como a cozinha. O paralelismo<br />

é claro. «A cozinha é uma arte e<br />

uma ciência. Comparando com<br />

a música, um bom músico só<br />

se consegue expressar se tiver<br />

boa técnica; se não a tiver, pode<br />

ter ideias bonitas, mas não<br />

consegue concretizá-las.»<br />

uma coisa na cabeça e ter de me levantar<br />

e escrever aquilo. Surgem por leitura, um<br />

clique que se faz quando estou a ler alguma<br />

coisa, ou por engraçar com um ingrediente,<br />

com um sabor, e depois trabalhá-lo.» Outras<br />

vezes, nascem de desafios. Os caminhos são<br />

diversos; os resultados, deleitosos, mesmo<br />

que nem sempre fáceis. «Um dos pratos que<br />

me persegue é o bacalhau cozido a 80ºC com<br />

as migas; o outro é o robalo marinado, um<br />

prato de uma simplicidade extrema, mas que<br />

demorou anos – tive de evoluir dez anos para<br />

conseguir um prato daquela simplicidade»,<br />

refere, frisando manter «uma certa paixão pela<br />

vertente científica», explorando técnicas de<br />

cozedura e afins, que lhe permitem resultados<br />

interessantes. Há, também, a componente arte,<br />

a sabedoria de fazer um quadro de sabores. E é<br />

de arte que se fala perante os seus pratos, que<br />

descreve como uma cozinha «aromaticamente<br />

rica, mas muito elegante e não pesada». Duas<br />

coisas não dispensa: peixe e tomilho.


Cx<br />

a revista da caixa<br />

15


16<br />

d<br />

design & arquitetura<br />

BOM SUCESSO<br />

Viver na arte<br />

Com a Natureza como um livro aberto, alguns dos mais<br />

destacados arquitetos portugueses, e não só, foram convidados a traçar<br />

a sua própria narrativa no guião do Bom Sucesso Architecture Resort<br />

A HISTÓRIA conta-se de uma penada. Era<br />

uma vez um promotor que meteu na cabeça a<br />

ideia de fazer erguer um resort onde a hotelaria<br />

e a cultura fizessem casa, tendo por vizinhança<br />

uma das mais históricas vilas portuguesas e<br />

por morada 156 hectares de Natureza no seu<br />

estado mais puro. Para empurrar o plano para<br />

fora do papel e dar-lhe um traço distinto de<br />

tudo o que já foi feito em Portugal e por esse<br />

mundo fora, resolveu colocá-lo nas mãos de<br />

uma eminente seleção nacional e internacional<br />

de 23 arquitetos. Cada um por si, e todos<br />

pelo projeto, unidos em prol de um propósito<br />

comum: fazer do Bom Sucesso um sucesso<br />

de arquitetura, com um novo conceito de<br />

turismo.<br />

Chamadas a imprimir o seu cunho nas<br />

moradias que compõem o Bom Sucesso<br />

Architecture Resort, em Óbidos, duas gerações<br />

de arquitetos portugueses, com dois Prémios<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

Por Ana Rita Lúcio<br />

Pritzker à cabeça (Eduardo Souto Moura e<br />

Álvaro Siza Vieira), seguidos por nomes como<br />

Manuel Aires Mateus, Carrilho da Graça,<br />

Gonçalo Byrne, Madalena Cardoso de Menezes,<br />

Francisco Teixeira ou Nuno Graça Moura.<br />

À nata da arquitetura lusa juntaram-se, mais<br />

tarde, o inglês David Chipperfield e o espanhol<br />

Josep Llinás. A todos, foi lançado o repto de<br />

seguir à risca o guião que lhes fora proposto,<br />

sem prescindir da liberdade criativa individual.<br />

Um guião esboçado com a «consultoria» de<br />

Eduardo Souto Moura, a quem, de resto, foi<br />

delegada a missão de projetar o hotel de cinco<br />

estrelas Hilton Bom Sucesso, cuja inauguração<br />

está prevista para 2013.<br />

O desafio era quase literalmente<br />

construir edifícios em que se cruzassem as<br />

veias funcional e poética. «Imagine que se<br />

pedia a uma série de escritores que, com<br />

um determinado número de palavras,<br />

construíssem uma narrativa», exemplifica<br />

Francisco Teixeira Bastos, que, com Madalena<br />

Cardoso de Menezes, completa a dupla<br />

criativa a quem coube projetar cerca de 70<br />

moradias. Nesse vocabulário predefinido,<br />

para garantir a coerência global do projeto,<br />

estavam as coberturas vegetais, os vãos<br />

de grandes dimensões, as paredes lisas, a<br />

ausência de muros, os acabamentos em reboco<br />

de cal ou os pigmentos naturais responsáveis<br />

pela criação de núcleos cromáticos de casas<br />

brancas, verde-água e óxido de ferro. «A partir<br />

desse vocabulário, cada equipa construía a sua<br />

narrativa, a sua poesia para cada arquitetura»,<br />

remata Teixeira Bastos.<br />

A Natureza em casa<br />

E se é de poesia que se trata, poderíamos<br />

suspeitar que, pela depuração das linhas<br />

contemporâneas, o génio dos «artistas»<br />

convidados se traduziu numa composição em<br />

jeito de haikus arquitetónicos. Pela concisão,<br />

sem prescindir do refinamento, às 601 Design<br />

Villas (unidades em banda ou isoladas) serve-<br />

-lhes a metáfora com a tradicional forma<br />

poética japonesa, também por recusarem os<br />

excessos.<br />

Resolvida a necessidade de assegurar a<br />

identidade diferenciadora do projeto com a<br />

aposta forte na arquitetura contemporânea,<br />

era preciso, segundo Maria do Carmo Moreira,<br />

diretora de comunicação da Acordo – a<br />

sociedade promotora do empreendimento<br />

projeto Com arranque da<br />

atividade turística em 2009,<br />

o Bom Sucesso tem várias<br />

tipologias para férias ou fins<br />

de semana, existindo, ainda,<br />

outros lotes em fase de<br />

desenvolvimento


A SOBRIEDADE<br />

CONTEMPORÂNEA DO<br />

DESIGN É COMPENSADA<br />

PELA PAISAGEM<br />

–, dar voz à intromissão da Natureza. Para<br />

contrabalançar a sobriedade do design,<br />

havia que conciliá-la com o mais opulento<br />

enquadramento paisagístico, aproveitando os<br />

declives do terreno, a vista para a Lagoa de<br />

Óbidos e a riqueza da vegetação, denunciada<br />

pelas mais de 15 mil árvores (de entre as quais<br />

duas mil oliveiras, algumas delas milenares).<br />

Além de se privilegiarem os jardins exteriores,<br />

o sublinhar do Bom Sucesso com o tom<br />

do ambiente foi também conseguido com<br />

a singularidade do campo de golfe de 18<br />

buracos, imiscuído na malha das casas, e não à<br />

parte delas, como é habitual. «Nós queríamos<br />

que funcionasse como um prolongamento e<br />

que não houvesse um corte. A nossa ambição<br />

é que, um dia, no Google Earth, se veja o Bom<br />

Sucesso como uma mancha verde», adianta a<br />

porta-voz da Acordo.<br />

A cultura ali tão perto<br />

Num espaço onde as edificações transpiram<br />

arte por todos os poros, faltava, apenas, abrir<br />

uma porta para o elemento cultural entrar.<br />

Beneficiando da proximidade com Lisboa<br />

e toda a zona centro, a Região Oeste, como<br />

salienta Maria do Carmo Moreira, «tem,<br />

também, uma oferta cultural e um património<br />

histórico e artístico» à medida dos habitantes<br />

ou visitantes do Bom Sucesso. Não poderia ser<br />

de outro modo nesta unidade turística, onde<br />

se prevê a construção de um museu e de um<br />

centro de design numa das suas extensões,<br />

bem como de um anfiteatro ao ar livre para a<br />

realização de eventos e espetáculos. O remate<br />

perfeito para um enredo que começou, em<br />

2004, com a apresentação do projeto feita<br />

numa exposição de arquitetura no Centro<br />

Cultural de Belém. Desde 2009 a receber<br />

turistas e proprietários, aguardam-se, agora,<br />

as cenas dos próximos capítulos.<br />

O Bom Sucesso Architecture Resort oferece aos titulares<br />

de cartões CGD 10% de desconto em alojamento.<br />

Saiba quais os cartões em www.vantagenscaixa.pt.<br />

Print<br />

PASSOS PARA<br />

O (BOM) SUCESSO<br />

Ao completar oito anos<br />

de vida, o projeto do<br />

Bom Sucesso entra,<br />

agora, na última fase de<br />

desenvolvimento.<br />

Nascido da ambição de<br />

um promotor, em 2004,<br />

inicialmente, o projeto esbarrou<br />

na desconfiança de quem<br />

julgava impossível reunir,<br />

num mesmo espaço, o que<br />

a arquitetura portuguesa<br />

tem de melhor. Mas o Bom<br />

Sucesso não demorou até<br />

passar à realidade. Depois<br />

das primeiras edificações e<br />

da inauguração do campo<br />

de golfe, em 2008, o ano<br />

seguinte marcou o arranque<br />

da atividade turística no<br />

empreendimento situado<br />

nas imediações de Óbidos.<br />

O núcleo de arquitetos, que<br />

começou com 13 nomes,<br />

depressa passou para 23<br />

e, em breve, acolherá cerca<br />

de 40. Descubra este resort<br />

em www.bomsucesso.net.<br />

Cx<br />

a revista da caixa 17


18<br />

d<br />

design & arquitetura<br />

RUTZ<br />

Raiz calçada<br />

Com Portugal no coração, a marca de calçado feminino<br />

que dá, ainda, os primeiros passos cruza passado e futuro no mesmo<br />

caminho e mostra que a cortiça tem (novos) pés para andar<br />

EM TEMPOS de austeridade, não falta quem<br />

ande de pé atrás. Marcar passo e pôr freio<br />

ao sonho não estava, porém, nos planos de<br />

Raquel Castro e Hugo Baptista. Pé ante pé,<br />

puseram em marcha um projeto que junta<br />

tradição e inovação na mesma base. E daí até<br />

ao negócio começar a correr, foi um salto.<br />

Primeiro, foi preciso fazer o conceito<br />

arrancar, porque a vontade de partir para<br />

uma empresa com cunho próprio já vinha<br />

de longe. No ponto de partida estava a pátria<br />

que lhes serviu de força motriz. «Queríamos<br />

ter um produto exclusiva e intrinsecamente<br />

português, que nos permitisse dar a<br />

conhecer a história tão rica deste País, tanto<br />

dentro como fora de portas», sublinham.<br />

Desfraldada a bandeira da «portugalidade»,<br />

bastou ao casal de empreendedores ir no<br />

encalço do que é nacional… e bom. À<br />

prateleira das ideias foram, então, buscar a<br />

paixão pelos sapatos, trilhando um caminho<br />

de reconhecimento já desbravado, ou<br />

não fosse o calçado português «um setor<br />

em crescimento e com grande reputação<br />

internacional». Finalmente, para levar<br />

um pouco mais adiante a alma lusa,<br />

coroaram a marca com um dos mais nobres<br />

materiais produzidos para cá da fronteira e<br />

empurraram-no para o século XXI. Afinal,<br />

quem diria que a cortiça também foi feita<br />

para andar?<br />

O campo saiu à rua<br />

Mesmo sem saberem ainda com que linhas<br />

coser o projeto, os protagonistas desta<br />

história arriscaram seguir em frente. Algures<br />

em agosto de 2011, os dois jovens lançavam,<br />

assim, a semente do negócio. Depressa ele<br />

ganhou raízes – as mesmas que arraigaram<br />

na criação da Rutz. Na encruzilhada onde<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

Por Ana Rita Lúcio Fotografia Gualter Fatia<br />

confluem o passado e o futuro, o nome colhe<br />

o significado do termo inglês «roots» para<br />

dar conta do «orgulho nas raízes tradicionais<br />

portuguesas». Ao mesmo tempo, deixa em<br />

aberto a possibilidade de enveredar por novas<br />

rotas (routes, em inglês) de modernização<br />

do produto. «Não deixamos de ter as nossas<br />

raízes, mas temos um futuro e queremos<br />

continuar a reinventá-lo», remata Hugo.<br />

Com os pés bem assentes na terra – que<br />

dá a história e a cortiça –, a Rutz faz também<br />

questão de não chutar a preocupação com a<br />

natureza para canto: os materiais utilizados<br />

são respeitadores do ambiente e sustentáveis.<br />

Desengane-se, porém, quem julgar que<br />

estes sapatos – feitos integralmente à base<br />

de cortiça colorida e bordada – foram<br />

desenhados a pensar na vida do campo.<br />

Print<br />

LEVA ESTA<br />

CARTA AO MEU<br />

«NAMURADO»<br />

A primeira coleção de sapatos<br />

Rutz é inspirada na tradição<br />

dos Lenços dos Namorados.<br />

Mesmo escrevendo<br />

«curação» ou «namurado»<br />

com «u» e «buar» em vez de<br />

«voar», os erros ortográficos<br />

«não são motivo de vergonha»<br />

para os criativos desta marca.<br />

Muito menos os corações ou as<br />

flores bordadas. Se os sapatos<br />

Rutz fizerem corar, só se for<br />

pelo amor que neles se conta.<br />

Depois de terem viajado até<br />

ao Minho para «assentar»<br />

os motivos da Love Letters<br />

Collection (a primeira coleção<br />

para ambas as estações) sobre<br />

a antiga arte dos lenços dos<br />

namorados, Hugo e Raquel<br />

querem que as próximas<br />

coleções continuem como<br />

livros abertos para a tradição<br />

nacional. «Os nossos sapatos<br />

têm histórias para contar e é<br />

isso que apaixona as pessoas».<br />

Embora a inspiração possa ser rural, este<br />

é, essencialmente, um calçado feminino<br />

«urbano, sexy, ligado às tendências,<br />

disruptivo e sofisticado», apontam os seus<br />

criadores. Sem fechar a porta ao calçado<br />

masculino, mesmo que não para já, «para<br />

não dar passos maiores do que as pernas».<br />

No rumo da insígnia que, apesar da tenra<br />

idade, já está à venda em mais de 30 lojas –<br />

só em território nacional – e quer<br />

afirmar-se nos corredores da moda, onde não<br />

falta «muita competição», há, ainda, espaço<br />

para uma terceira via: a da inovação. Porque<br />

não querem perder a cortiça de vista, os<br />

responsáveis pela marca procuram «manter<br />

contacto permanente com a comunidade<br />

académica» e com outros players do setor da<br />

transformação da cortiça, sempre em busca<br />

«de novos desenvolvimentos no potencial<br />

de aplicação», garante Raquel.


Do pé para… o mundo<br />

Antes da Rutz entrar em velocidade de<br />

cruzeiro – depois do início efetivo da<br />

empresa, em janeiro deste ano, e da<br />

apresentação da primeira coleção, em março<br />

–, teve, no entanto, de palmilhar por várias<br />

unidades industriais até encontrar aquela<br />

que lhe deu chão para crescer. O design<br />

«e as ideias malucas», dizem, nascem nas<br />

cabeças de Raquel e de Hugo, mas cabe a<br />

uma fábrica de São João da Madeira dar vida<br />

aos sapatos. E chamar os criativos à terra,<br />

quando é caso disso. «Desenhamos o sapato,<br />

tal como queremos que ele seja, e esperamos<br />

que o modelador da fábrica nos diga se é<br />

A RUTZ ESTÁ À VENDA<br />

EM MAIS DE 30 LOJAS<br />

EM PORTUGAL E JÁ<br />

CHEGOU A HANNOVER<br />

possível. Nem sempre é…», admitem os<br />

sócios, num sorriso cúmplice.<br />

A primeira «fornada» de 500 pares –<br />

inicialmente sem encomendas no horizonte<br />

e contra todas as expectativas – revelou-se<br />

pequena para encher as medidas aos pedidos<br />

criativos Raquel Castro e<br />

Hugo Baptista seguem a par<br />

e passo o crescimento da Rutz<br />

que começaram a chegar de todos os cantos<br />

do mundo, via loja on-line e facebook.<br />

«Tínhamos previsto a internacionalização<br />

a dois ou três anos. Aconteceu em meses»,<br />

explicam. Estados Unidos, China e Rússia<br />

poderão ser as próximas paragens, numa<br />

lista de contactos potenciais que inclui<br />

Canadá, Luxemburgo, norte da Europa e<br />

culmina numa pequena loja de produtos de<br />

cortiça, em Hannover, a primeira a vender<br />

a marca Rutz lá fora. Propriedade de uma<br />

portuguesa radicada na Alemanha, como<br />

não poderia deixar de ser. Afinal, Portugal<br />

está nas raízes. E nos frutos que a marca dá,<br />

também.<br />

Conheça o Cartão Design da Caixa, nas versões pré-pago e de crédito (1) , exclusivo para estudantes e profissionais do design. Ao utilizar este cartão<br />

de crédito, contribui para a sua poupança, através da devolução de até 1% do valor efetuado em compras, a partir de um montante de 100 euros, com o limite<br />

máximo de 50 euros mensais. Saiba todas as condições em www.cgd.pt.<br />

(1) TAEG de 25,5%, para um montante de 1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 22,50%.<br />

Cx<br />

a revista da caixa 19


20<br />

d<br />

design & arquitetura<br />

TRIENAL DE ARQUITECTURA<br />

Mais perto de todos<br />

Até dezembro de 2013, sob o mote «Close, Closer»,<br />

a Trienal de Arquitectura irá dar a conhecer ao público a disciplina<br />

e o seu potencial, numa perspetiva de maior proximidade<br />

Por Pedro Guilherme Lopes<br />

O MOTE HAVIA sido dado por José Mateus,<br />

presidente da Trienal de Arquitectura de<br />

Lisboa, ao sublinhar a necessidade de,<br />

com meios muito mais escassos do que<br />

os inicialmente previstos, fazer um evento<br />

conceptualmente notável, capaz de fugir<br />

aos habituais clichés e de colocar questões<br />

filosóficas essenciais, tanto na forma como é<br />

concebido o programa como na experiência<br />

que o mesmo propõe.<br />

Neste cenário de crise, ao qual a<br />

arquitetura não escapa e onde se tornam<br />

fundamentais apoios como o da Caixa Geral<br />

de Depósitos, coube a Beatrice Galilee a tarefa<br />

de, como curadora, delinear o programa<br />

da Trienal de Arquitectura de Lisboa 2013.<br />

Numa apresentação agendada para a sede do<br />

evento, um edifício que se revela um ótimo<br />

exemplo do que a arquitetura pode fazer<br />

pelas cidades, Beatrice explicou que «o que<br />

Close, Closer vem propor é um entendimento<br />

da arquitetura enquanto prática espacial<br />

de reação, mais concretamente ao clima<br />

económico e político, às inquietações sociais<br />

e ao défice cívico que vivemos».<br />

Mais do que tijolo e cimento<br />

O objetivo passa por apresentar a arquitetura<br />

como sendo capaz de articular múltiplas<br />

perspetivas na construção dos espaços<br />

públicos urbanos, onde se definem<br />

identidade, memória coletiva e orientações<br />

de futuro. Um contexto de proximidade<br />

e acessibilidade, que apresentará quatro<br />

projetos de curadoria: Futuro Perfeito,<br />

A Realidade e Outras Ficções, Fórum Novos<br />

Públicos e Efeito Instituto.<br />

Futuro Perfeito, mais do que uma<br />

exposição, será um laboratório onde equipas<br />

com competências que permitem misturar<br />

as disciplinas de projeto e alta tecnologia<br />

imaginam a cidade do amanhã, partindo de<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

o que aí vem A apresentação contou com a presença (na mesa,<br />

da esquerda para a direita) de Graça Fonseca (vereadora da CM<br />

de Lisboa), José Mateus (presidente da Trienal) e dos curadores<br />

Beatrice Galilee, Liam Young, Mariana Pestana e José Esparza<br />

um olhar crítico sobre aquelas que habitamos.<br />

No Palácio dos Carvalhos, terá lugar<br />

A Realidade e Outras Ficções, uma exposição<br />

constituída por instalações à escala 1:1,<br />

totalmente funcionais. Um lugar situado<br />

entre a realidade e a ficção, onde todas as<br />

intervenções são funcionais e convidam<br />

o visitante a jantar, pernoitar, requerer um<br />

visto, no fundo, a fundir-se com a exposição.<br />

Será uma exposição de arquitetura hiper-real.<br />

O Fórum Novos Públicos apresentará,<br />

ao longo de três meses, um programa de<br />

workshops, de debates, de intervenções<br />

e de performances, realizado em espaços<br />

públicos da cidade e aberto à participação.<br />

Finalmente, e como reconhecimento<br />

do papel determinante de revistas,<br />

galerias, bibliotecas e museus no<br />

delinear da paisagem arquitetónica<br />

contemporânea, Efeito Instituto convidará<br />

várias instituições a desenharem uma<br />

curadoria rotativa no MUDE – Museu<br />

do Design e da Moda. Motivos mais do<br />

que suficientes para podermos afirmar que,<br />

até dezembro de 2013, Lisboa rimará<br />

com arquitetura.<br />

Print<br />

MAIS TRIENAL<br />

Outras iniciativas<br />

a ter em conta.<br />

Em resposta direta ao impacto<br />

social derivado da recessão<br />

e ao défice cívico e cultural<br />

criado pela crise na Europa,<br />

a 3. a edição da Trienal de<br />

Arquitectura de Lisboa lançou<br />

o Programa de Bolsas Crisis<br />

Buster. Com valores que<br />

medeiam entre os 500 e os<br />

2500 euros, estas bolsas serão<br />

atribuídas a ideias anti-crise de<br />

índole cívica para Lisboa e que<br />

reflitam um espírito social<br />

e empreendedor.<br />

Igualmente em marcha<br />

está já o concurso Prémio<br />

Universidades Trienal,<br />

destinado a intervenções<br />

na nova morada da Trienal<br />

de Arquitectura, o Palácio Sinel<br />

de Cordes.<br />

Foi, também, lançado<br />

um convite à apresentação<br />

de propostas e projetos com<br />

financiamento independente,<br />

passando os projetos<br />

selecionados a integrar<br />

a programação oficial<br />

da Trienal.<br />

E, pela primeira vez,<br />

a Trienal atribuirá um prémio<br />

(Prémio Début Trienal de<br />

Lisboa) a um jovem arquiteto<br />

ou a um estúdio. Qualquer<br />

atelier cuja média de idades<br />

seja inferior a 35 anos pode<br />

candidatar-se.<br />

Fotos: João Cupertino (conferência de imprensa); D.R. (equipa)


NUNCA TERÁ SIDO muito consensual a forma<br />

do Classe A. Pensado como um monovolume, a<br />

estética pouco tinha de desportivo, desviando-se<br />

até das linhas que eram familiares à Mercedes-<br />

-Benz. Por isto (e por muitas outras razões), eram<br />

grandes as expectativas em torno do novo modelo,<br />

que, pode dizer-se, é uma verdadeira revolução.<br />

O design do novo Classe A projeta-o, de imediato,<br />

para um terreno emocional completamente<br />

diferente do modelo a que sucede, muito mais<br />

próximo dos seus concorrentes germânicos. Com<br />

uma linha muito atraente, dinâmica, cheia de<br />

músculo, o novo Mercedes-Benz conquista-nos<br />

pelo visual muito antes de acedermos ao interior.<br />

Apesar de se tratar do modelo que dá acesso ao<br />

mundo Mercedes-Benz (e conduzimos mesmo a<br />

versão mais acessível, A 180 CDI BlueEFFICIENCY,<br />

equipada com o bloco 1.5 turbodiesel com 109<br />

cv), a montagem e a qualidade dos materiais não<br />

desiludem. O volante encontra-se no sítio certo, o<br />

espaço surpreende e a existência de diversos LED<br />

que iluminam o interior ajudam a transmitir aos<br />

ocupantes uma sensação muito confortável.<br />

Muito se tem falado do propulsor desta versão<br />

CLASSE A<br />

Classe de 2012<br />

A Mercedes-Benz atualizou o Classe A. Na verdade, tudo mudou,<br />

permitindo, agora, à marca um ombro a ombro na categoria<br />

com os seus principais rivais germânicos<br />

Por Luís Inácio<br />

de entrada na gama. Trata-se, na verdade, de um<br />

dCi de origem Renault (o mesmo que equipa o<br />

Mégane, por exemplo) e é esse o motivo de tanto<br />

falatório. É, por isso, indispensável dedicar algumas<br />

linhas a esse capítulo. O que dizer, portanto, sobre<br />

o comportamento, neste Mercedes-Benz, de um<br />

motor com provas dadas? Simples. Trata-se de um<br />

bloco que, ao nível das emissões de CO 2, atira este<br />

Mercedes para valores «verdes», entre as 105 e<br />

as 98 g/km; que, ao nível da economia, consegue<br />

registar uma média de 4,8 litros aos 100 km (foi<br />

esse o valor verificado no final do nosso ensaio,<br />

percorridos mais de mil quilómetros); e que não<br />

desaponta no que diz respeito ao dinamismo, com<br />

um binário de 260 Nm entre as 1750 rpm e as 2500<br />

rpm. Ponto final na «polémica».<br />

Em suma, este é um novo Classe A sem qualquer<br />

comparação possível com o modelo anterior. O<br />

novo Mercedes-Benz vai, finalmente, conseguir<br />

reclamar um lugar de topo entre os compactos na<br />

sua classe. Com um preço de acesso «canhão» de<br />

27 900 euros, vai, certamente, dar muito que falar.<br />

E trazer um rol de preocupações aos líderes BMW<br />

Série 1 e Audi A3.<br />

automóveis<br />

CARTÃO CAIXADRIVE<br />

O cartão Caixadrive (1)<br />

oferece-lhe descontos<br />

nas estações de serviço<br />

da Repsol em Portugal.<br />

Beneficie de descontos<br />

de 3%, no máximo de 20<br />

euros mensais, em todas as<br />

compras e abastecimentos<br />

efetuados com o seu<br />

cartão Caixadrive nestas<br />

estações de serviço em<br />

Portugal. Sempre que<br />

realizar compras com o<br />

cartão Caixadrive fora<br />

das mesmas, num valor<br />

total superior a 250 euros,<br />

beneficie de mais 3% de<br />

reembolso suplementar,<br />

num máximo de 3 euros<br />

mensais, para que as suas<br />

compras e abastecimentos<br />

tenham ainda mais<br />

desconto.<br />

Todas as compras<br />

efetuadas nas estações<br />

de serviço da Repsol em<br />

Portugal beneficiam, ainda,<br />

da isenção da comissão<br />

de abastecimento de<br />

combustível. Reforçando<br />

o conceito de mobilidade<br />

associado a este cartão,<br />

os titulares do Caixadrive<br />

beneficiam, também, de<br />

um pacote de seguros,<br />

especialmente dirigido para<br />

quem viaja com frequência,<br />

e de vantagens e benefícios<br />

dos parceiros da Caixa<br />

associados a este cartão de<br />

crédito.<br />

(1) TAEG de 24,7%, para um<br />

montante de 1500 euros,<br />

com reembolso a 12 meses,<br />

à TAN de 22,50%.<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

a<br />

21


22<br />

c<br />

culto<br />

MODEL M<br />

Em cima da coluna<br />

Da Geneva, um sistema de som compacto<br />

com dock para iPod e iPhone, que é,<br />

também, um rádio com seis memórias.<br />

O Model M tem dois altifalantes utilizando<br />

tecnologia patenteada para proporcionar<br />

um som estéreo real.<br />

POD<br />

Pod sentar-se aqui<br />

O estúdio de Benjamim Hurton<br />

criou para a holandesa De Vorm<br />

uma original cadeira, destinada a<br />

escritórios e a espaços privados.<br />

O formato permite ao utilizador<br />

sentar-se com todo o conforto e,<br />

simultaneamente, desfrutar de<br />

um espaço íntimo, num convite a<br />

evadir-se do mundo que o rodeia.<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

PENTAX K-01<br />

Imagens de culto<br />

Desenhada por Marc Newson para<br />

a Pentax, a compacta K-01 tem um<br />

encantador estilo retro. Está equipada<br />

com um sensor CMOS APS-C de 16,28<br />

MP e uma baioneta K, que permite<br />

montar praticamente todas as lentes<br />

SLR da marca; em paralelo, o designer<br />

criou também uma nova gama de<br />

objetivas XS. Venceu um dos prémios<br />

atribuídos pelo Red Dot Design Award,<br />

na categoria de Product Design.<br />

NORM 69<br />

Visionário<br />

Abandonado num sótão, o desenho,<br />

de 1969, assinado por Simon Karkov<br />

para este candeeiro foi recuperado<br />

pela Normann Copenhagen, em 2001.<br />

Inspirado pela Natureza, mantém-se<br />

como uma das peças mais icónicas da<br />

marca dinamarquesa. Os titulares de<br />

cartões CGD têm 15% de desconto, até<br />

31 de janeiro, em www.loja.inexistencia.<br />

com, apresentando o código<br />

«945613910». Não acumulável com<br />

outras promoções.<br />

VINTAGE WW1 CHRONOGRAPHE<br />

MONOPOUSSOIR<br />

Cronometrar à antiga<br />

O primeiro cronógrafo de pulso foi o ponto<br />

de partida para a conceção de um Bell &<br />

Ross que presta homenagem à aviação<br />

militar, reinterpretando o estilo dos anos<br />

20 num modelo com um pulsador único.<br />

Disponível na Anselmo 1910, com 10% de<br />

desconto para titulares de cartões CGD.<br />

Saiba quais em www.vantagenscaixa.pt.<br />

BOSS NUIT POUR FEMME<br />

Com um vestido preto<br />

Depois de ter lançado, em 1998, uma<br />

fragrância masculina inspirada pela noite<br />

(Boss Bottled Night), a Boss propõe<br />

agora, para ela, um complemento ao<br />

clássico vestido preto. O novo Nuit pour<br />

Femme convida a saídas noturnas de<br />

braço dado, com notas de pêssego<br />

branco, com um acorde aldeídico,<br />

jasmim, flores brancas, violeta, musgo,<br />

madeiras quentes e sândalo.<br />

Usufrua das vantagens que o cartão de crédito Caixa Gold (1) proporciona. Além de poder aderir à função de arredondamento e poupar sempre que<br />

o utiliza em compras, este cartão tem associado um programa de pontos para obtenção de descontos nas agências de viagens da Tagus, benefícios em vários<br />

parceiros e um completo pacote de seguros. Saiba mais em www.cgd.pt.<br />

(1) TAEG de 27,50%, para um montante de 2500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 21,00%.


OLÁ 2013!<br />

Para dar as boas-vindas ao novo ano,<br />

a Caixa Geral de Depósitos e a Tagus<br />

selecionaram algumas propostas para<br />

si. Com base em unidades hoteleiras<br />

de topo, estas sugestões – onde nem<br />

falta uma escapadela de quatro noites<br />

à Madeira ou três noites num barco-<br />

-hotel de luxo – prometem fazê-lo<br />

entrar em grande estilo em 2013.<br />

Pode optar entre duas noites no Yellow<br />

Montegordo 4* (€ 247), no Holiday Inn<br />

Algarve 4* (€ 227), no D. Pedro Golf<br />

4* (€ 200), no Eurosol Seia Camelo<br />

3* (€ 169), no Melia Braga 5* (€ 371),<br />

no D. Pedro Palace 5* (€ 352), no M’ar<br />

de Ar Muralhas 4* (€ 266) ou no Hotel<br />

dos Carqueijais 4* (€ 337). Se duas<br />

noites souberem a pouco, pode, ainda,<br />

escolher três noites no Barco Douro<br />

Spirit 5* (€ 494) ou no H2Otel 5*<br />

(€ 579) ou mesmo quatro noites no<br />

CS Madeira 4*, por 926 euros, incluindo<br />

avião e gala de fim de ano.<br />

Os preços são válidos para Clientes<br />

CGD, por pessoa, em quarto<br />

duplo, e sujeitos a confirmação e<br />

disponibilidade. As ofertas são válidas<br />

para reservas com o mínimo de 15 dias<br />

de antecedência (até 12 dezembro<br />

2012). Saiba quais os cartões que<br />

dão acesso a estes benefícios em<br />

www.vantagenscaixa.pt.<br />

O DOURO COMO NUNCA O VIU<br />

A Cenários d’Ouro foi a primeira empresa<br />

criada com o objetivo específico de dinamizar<br />

a Região do Douro e Trás-os-Montes. Tendo<br />

como base alguns dos mais belos cenários<br />

de Portugal e do mundo, selecionaram-se<br />

hotéis, restaurantes e animações, de forma<br />

a criar produtos que dão a possibilidade<br />

de conhecer e ter um contacto direto com<br />

A arquitetura e o design são duas<br />

disciplinas de inegável interesse, ganhando<br />

redobrado impacto quando se juntam. Esse<br />

é, precisamente, o objetivo da Companhia<br />

de Arquitectura e Design (CAD): elaborar<br />

projetos para obras novas ou remodelações,<br />

sendo o processo desenvolvido desde a fase<br />

de licenciamento até ao acompanhamento<br />

da obra, para que as preocupações do cliente<br />

sejam reduzidas ao máximo. Além disto, a<br />

soluções<br />

as realidades históricas, culturais e sociais<br />

da região. Fuja à rotina através de um<br />

cruzeiro no Douro, na ria de Aveiro ou no<br />

Alqueva ou de uma simples escapadela para<br />

descansar. Os Clientes da Caixa têm descontos<br />

de quatro a dez por cento em cruzeiros<br />

e em pacotes turísticos.<br />

Saiba quais os cartões que dão acesso a estes<br />

benefícios em www.vantagenscaixa.pt.<br />

CAD<br />

Projetos personalizados e sustentáveis<br />

A Companhia de Arquitectura e Design não esquece<br />

o respeito pelo ambiente<br />

CAD assume o respeito e as preocupações<br />

com o ambiente, procurando soluções<br />

inovadoras e sustentáveis que permitam<br />

formas equilibradas de habitar cada local.<br />

Se está a precisar de remodelar a sua casa ou<br />

construir uma de raiz, saiba que a parceria<br />

entre a CAD e o LardoceLar permite aos<br />

Clientes CGD usufruírem de vantagens<br />

na aquisição de serviços. Saiba tudo em<br />

www.lardocelar.com/servicos/cad.<br />

CUIDE DOS SEUS OLHOS<br />

Como qualquer outra parte do corpo, os nossos olhos precisam de ser devidamente<br />

examinados e acompanhados por médicos ou especialistas. A Ergovisão pretende,<br />

precisamente, aliar as consultas e os exames especiais à moda, qualidade e simpatia<br />

no atendimento. Um conceito multifuncional de serviços, que disponibiliza aos seus<br />

clientes um serviço clínico especializado, com consultas de Oftalmologia, Optometria,<br />

Contactologia e Terapia Visual, realizando, igualmente, exames complementares de<br />

diagnóstico, como tomografia (OCT), topografia corneana computorizada, queratometria<br />

computorizada, campos visuais ou retinografia.<br />

A isto junta-se a comercialização de produtos óticos, como armações, óculos de sol,<br />

lentes oftálmicas, lentes de contacto, entre outros, sempre com condições exclusivas<br />

para Clientes da Caixa.<br />

Saiba quais os cartões que dão acesso a estes benefícios em www.vantagenscaixa.pt.<br />

s<br />

Cx<br />

a revista da caixa23


24<br />

g gourmet<br />

EMO<br />

Vantagem emocional<br />

Quando estamos ali e vivemos aquele momento,<br />

indo ao encontro do que um dos mais recatados<br />

e sofisticados refúgios hoteleiros do sul do País, o<br />

melhor talvez seja pôr a razão de lado e deixar a<br />

emoção fluir. Lá, onde os espaços parecem vestir-se<br />

de gala para não destoar perante a planície algarvia<br />

e a imponência clássica da arquitetura, o difícil é<br />

não nos deixarmos mover pela rajada de sensações<br />

com que somos brindados. Não se estranha,<br />

por isso, que, no último piso do Tivoli Victoria,<br />

mergulhando sobre a ondulação dos campos de<br />

golfe a correr para o mar, em pano de fundo, se<br />

tenha chamado Emo ao apurado restaurante que<br />

ali se esconde. Porventura, em jeito de aviso face à<br />

torrente de emoções que se despertam. Primeiro,<br />

é o olhar que se rende, seduzido pela decoração<br />

ousada, onde o tom negro predominante não<br />

se deixa ensombrar pelo fulgor dos pormenores<br />

em prata ou marfim, dos painéis de azulejos de<br />

chacota manual metalizados em folha de ouro<br />

a revestir os pilares, ou pela reinterpretação da<br />

tradicional filigrana que sobe paredes e tetos.<br />

Finalmente, é o paladar que se comove com<br />

a verdadeira aventura gastronómica, na qual<br />

entramos pela mão do chef Bruno Rocha. Se a<br />

razão garante que o que nos vai deliciar são pratos<br />

que vogam ao sabor da riqueza dos produtos que<br />

a terra dá e das estações – há uma carta de verão<br />

e outra de inverno –, está lá, também, o exotismo<br />

das influências chegadas de todos os cantos do<br />

mundo para nos surpreender e emocionar. A. R. L.<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

EMO<br />

Morada<br />

Tivoli Victoria, Avenida dos Descobrimentos, 0,<br />

Vilamoura<br />

Telefone<br />

289 317 000<br />

Horário<br />

Das 19 às 22 horas. Encerra à segunda-feira.<br />

Preço médio<br />

€ 55<br />

FINA FLOR<br />

À MESA<br />

A tradição que quer bem<br />

e sabe ainda melhor.<br />

Não se sabe se Amália<br />

Rodrigues, alguma vez,<br />

terá dado de beber e<br />

comer às cordas vocais<br />

naquela que é uma das<br />

mais carismáticas casas<br />

de pasto da cidade<br />

dos arcebispos. Mas<br />

atrevemo-nos a afirmar<br />

que, se chamou mentiroso<br />

ao malmequer, é porque<br />

a diva do fado nunca terá<br />

provado a verdade do<br />

Mal-me-quer bracarense.<br />

Afinal, ali, o sabor não<br />

engana. A semente<br />

do restaurante que se<br />

tem vindo a plantar na<br />

memória gustativa de<br />

sucessivas gerações de<br />

comensais foi lançada, nos<br />

idos de 1953, por Joaquina<br />

Gomes, mas a linhagem<br />

familiar mostra que a raiz<br />

minhota continua a ser o<br />

ingrediente principal de<br />

uma receita de sucesso,<br />

cozinhada pelo chef José<br />

Gomes. Folheada a lista<br />

de iguarias, é impossível<br />

resistir ao bacalhau à moda<br />

da casa, que já colheu os<br />

frutos das boas críticas, às<br />

papas de sarrabulho, aos<br />

rojões à minhota ou<br />

ao polvo grelhado. Palavra.<br />

Bem-me-quer<br />

Morada<br />

Campo das Hortas, 5-6,<br />

Braga<br />

Telefone<br />

253 262 095<br />

Horário<br />

Das 12 às 15 horas. Das 19<br />

às 22 horas. Encerra às<br />

quintas-feiras<br />

Preço médio<br />

€ 15<br />

Fotos: D.R.


a delícia de...<br />

Leonor de<br />

Sousa Bastos<br />

PARA CERCA<br />

DE 90 UNIDADES<br />

> 100 g de manteiga<br />

amolecida<br />

> 120 g de açúcar<br />

amarelo<br />

> 170 g de farinha de trigo<br />

T55<br />

> 1/4 colher de chá de<br />

sal fino<br />

> 1 colher de chá de<br />

canela moída<br />

> 100 g de avelãs<br />

tostadas<br />

> 100 g de chocolate de<br />

culinária 52%<br />

> 1 ovo<br />

Aroma no ar<br />

O cheiro a bolachas acabadas de fazer tem<br />

açúcar caramelizado, manteiga morna,<br />

nozes tostadas, chocolate e especiarias.<br />

Quente, como um sol dourado de outono,<br />

através do vidro da cozinha<br />

BOLACHAS DE CANELA,<br />

AVELÃ E CHOCOLATE<br />

Doce novembro<br />

Picar grosseiramente as avelãs e o chocolate.<br />

Bater a manteiga com o açúcar até que esteja cremosa.<br />

Adicionar a farinha peneirada com o sal e a canela e bater até obter<br />

uma mistura homogénea.<br />

Adicionar o ovo e bater apenas até ligar todos os ingredientes.<br />

Juntar a avelã e o chocolate e misturar bem.<br />

Formar rolos com a massa, com cerca de três centímetros<br />

de diâmetro, e embrulhar em película aderente.<br />

Refrigerar a massa durante cerca de uma hora ou até que esteja firme.<br />

Pré-aquecer o forno a 200ºC.<br />

Preparar um tabuleiro de forno com uma folha de papel vegetal.<br />

Retirar os rolos de massa do frigorífico e cortar em fatias com cerca<br />

de um centímetro de espessura.<br />

Colocar as bolachas no tabuleiro espaçadas entre si cerca de um<br />

centímetro.<br />

Cozer durante cerca de quatro a cinco minutos ou até que estejam<br />

ligeiramente douradas.<br />

Retirar do forno e deixar arrefecer sobre uma grade de pastelaria.<br />

Nota: Gosto particularmente da combinação do chocolate com a avelã, ligeiramente tostada, porque<br />

o seu sabor se torna mais intenso e a sua crocância mais evidente. Apesar de tudo, e se o chocolate se<br />

presta a múltiplas combinações, é certo que estas bolachas ficam bem com qualquer fruto seco.<br />

prazeres<br />

PAPA FIGOS 2010<br />

Boa companhia para<br />

a mesa de inverno.<br />

No nariz, é rico de fruta<br />

madura, com notas de<br />

esteva, cacau e alguma<br />

madeira. De cor vermelha<br />

concentrada, este tinto<br />

duriense da Casa Ferreira<br />

apresenta-se, na boca,<br />

redondo e volumoso, com<br />

taninos bem integrados<br />

e final longo, com notas<br />

de frutos vermelhos<br />

maduros. É uma boa<br />

companhia para<br />

qualquer refeição de<br />

carnes vermelhas,<br />

assados no forno ou<br />

fondue. Segundo Luís<br />

Sottomayor, enólogo da<br />

Ferreirinha, a tecnologia<br />

utilizada na produção<br />

foi orientada para<br />

proporcionar um consumo<br />

jovem, embora possa<br />

beneficiar de um estágio<br />

em garrafa de dois a<br />

três anos, mantendo<br />

intactas as suas melhores<br />

qualidades até aos seis<br />

anos. Este tinto de 2010 foi<br />

produzido com uvas das<br />

castas do Douro Touriga<br />

Nacional, Touriga Franca,<br />

Tinta Roriz e Tinta Barroca,<br />

na Quinta da Leda, e<br />

lavradores selecionados<br />

pela Casa Ferreirinha<br />

na sub-região do Douro<br />

Superior.<br />

José Miguel Dentinho<br />

Este tinto<br />

duriense<br />

apresenta-se<br />

redondo e<br />

volumoso, com<br />

taninos bem<br />

integrados e<br />

final longo<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

p<br />

25


e<br />

26 Cx<br />

a revista da caixa<br />

entrevista


ÁLVARO SIZA VIEIRA<br />

Todos os projetos<br />

são um desafio<br />

Move-o a paixão pela arquitetura, a alegria de viver<br />

e o convívio com os amigos. E espera que o período mais conturbado<br />

que agora atravessamos se traduza numa evolução do papel do arquiteto,<br />

até porque já os há muito bons, no nosso País, afirma Siza Vieira.<br />

A começar por ele, acrescentamos nós<br />

Por Helena Estevens Fotografia Bruno Barbosa<br />

Cx: Há alguma política de arquitetura em Portugal?<br />

Álvaro Siza Vieira: Não há uma política em relação à economia, como pensar nisso em relação à<br />

arquitetura? O panorama na arquitetura é que há muito pouca obra e, havendo muito pouca obra, há<br />

muito poucos projetos; é tão simples como isso.<br />

Cx: O tempo da construção acabou?<br />

Á. S. V.: Acabar, não acredito. Espero que não seja esse o caso. Nunca acabou na história a construção.<br />

Há evolução, portanto, há necessidade de transformações. Interpreto o que se passa mais como um<br />

período de crise, embora se preveja demorado e possa ter efeitos em relação a eventuais excessos na<br />

forma de encarar a arquitetura, nas obras de fachada, deficiente estabelecimento de prioridades, uma<br />

certa contenção nos custos, portanto, também da própria expressão arquitetónica.<br />

Cx: José Mateus, presidente da Trienal de Arquitetura de Lisboa, afirmou que é preciso salvar o arquiteto<br />

português da extinção. Quer comentar?<br />

Á. S. V.: É um bocado o que se passa, não é? A extinção não creio. O mundo é grande e é quase uma<br />

constante na história portuguesa a emigração. Que, de resto, foi surpreendentemente aconselhada! Mas é<br />

um facto. Com a falta de trabalho e com a produção e formação de arquitetos, sem dúvida exagerada – e<br />

independentemente da crise –, há muita gente que tem de sair e isso está a acontecer. Isso não significa<br />

meios de extinção, nem significa que eles desapareçam ou que deixem de ser portugueses. Já há gente,<br />

também, a fazer projetos para fora, mantendo o seu centro de atividade, o seu escritório, em Portugal.<br />

Em extinção não acredito; agora que haja, primeiro em número, uma diminuição... Só espero que não vá<br />

tocar naquilo em que eles são absolutamente indispensáveis, que é o planeamento do território e a ordem<br />

no território. Espero que essa contenção não signifique esquecer a necessidade de qualidade e o que<br />

significa a formação.<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

27


e entrevista<br />

Cx: Quer isso dizer que estamos a formar arquitetos para exportação?<br />

Á. S. V.: Não só, espero eu! Mas, como dizia, pela quantidade que se<br />

está a formar ou se estava a formar, não sei, e pelo exageradíssimo<br />

abaixamento do ritmo na construção, parcialmente, tem de haver<br />

uma deslocação. O mundo, ainda hoje, é aberto, felizmente.<br />

Sabe que, em Portugal, e julgo que isso não mudou ainda, havia<br />

tantas escolas de arquitetura como em Espanha – e, em Espanha,<br />

queixavam-se de que os arquitetos eram de mais, de que não havia<br />

capacidade para absorver tanta formação a não ser exatamente com<br />

uma saída. Agora imagine em Portugal...<br />

Cx: Esse aumento de escolas de arquitetura corresponde ao aumento de<br />

qualidade dos cursos ou assistimos a um fenómeno inverso?<br />

Á. S. V.: Não, não serão todos da mesma qualidade, julgo eu, mas,<br />

enfim, não os conheço. Mas deduzo que, pelas mesmas razões, será<br />

impossível que todos tenham a mesma qualidade. Também significa<br />

muitíssimos professores. É certo que, atualmente, uma coisa que se<br />

verifica na escola é que a formação se prolonga para lá do curso. Que<br />

as pessoas fazem mestrados, doutoramentos...<br />

Muitos destinam-se a professores, durante muito tempo do ensino<br />

secundário. Mas, agora, há muita gente cuja motivação para os<br />

mestrados e doutoramentos é a dedicação ao ensino. Também aí, terá<br />

de haver uma competição e uma seleção.<br />

Cx: As saídas no ensino começam, igualmente, a esgotar-se…<br />

Á. S. V.: Em Portugal, havia muito poucos arquitetos antes do 25<br />

de Abril. Praticamente, havia arquitetos em Lisboa e no Porto,<br />

sobretudo em Lisboa, trabalhando em todo o território. Depois do<br />

25 de Abril, houve uma certa descentralização, apesar de tudo. As<br />

cidades do interior quiseram estar preparadas para uma coisa que<br />

veio a acontecer, que eram os financiamentos, com a entrada no<br />

mercado europeu, e começaram a exigir ter técnicos, o que criou<br />

uma apetência pelo curso de Arquitetura. Começou a haver saída<br />

para arquitetos e isso trouxe um aumento de frequência em cada<br />

escola [Porto e Lisboa], um movimento no sentido de criar mais<br />

escolas de arquitetura, porque a procura era muita. Foi uma coisa<br />

temporária. Depois, havia fundos comunitários – umas vezes, eram<br />

utilizados bem, outras mal. Houve, assim, uma multiplicação de<br />

escolas e uma multiplicação do número de arquitetos.<br />

Cx: Conseguir-se-á inverter esta situação?<br />

Á. S. V.: Acho que a inversão necessária começa não isoladamente<br />

pela arquitetura, mas pela economia em geral, pela viabilidade<br />

deste País. E as últimas notícias, as últimas decisões, não são de dar<br />

esperança nesse sentido, mas, como sabe, há uma movimentação<br />

muito forte e um reconhecimento muito generalizado de que<br />

não é este o caminho. Aliás, dentro da composição dos partidos<br />

no governo, há muitas vozes – vozes com peso – clamando que<br />

este não é o caminho e que é uma espécie de suicídio.<br />

Naturalmente, períodos como este, guerras, crises económicas, etc.,<br />

são também períodos de reflexão. Haverá, por isso, espera-se,<br />

uma reflexão sobre caminhos, agora especificamente da arquitetura,<br />

o seu papel dentro de transformações que intervêm no terreno,<br />

na própria construção e, portanto, uma reestruturação do papel<br />

do arquiteto, não é?<br />

28 Cx<br />

a revista da caixa<br />

Cx: O que farão os arquitetos quando já não puderem construir?<br />

Á. S. V.: Ou tentam noutras bandas ou encontram outras atividades.<br />

No ensino, mas também não é fácil aí. Há arquitetos que têm<br />

outros tipos de atividade simultaneamente ou que até abandonam a<br />

arquitetura por outras atividades; veja-se o Nadir Afonso... Não há<br />

tantas fronteiras entre atividades como se procura fazer crer. Muitas<br />

vezes, esta ideia da especialização – que, para mim, é uma ideia<br />

absolutamente errada – fecha caminhos, não é? Pelo contrário, há<br />

uma abertura e não há assim tantas fronteiras entre atividades que<br />

têm muito em comum. É o caso, por exemplo, do Nadir Afonso,<br />

que, hoje, é pintor em full time, e há outros que acumulam diferentes<br />

atividades no campo da arte ou mantêm até outras atividades.<br />

Cx: Já pensou enveredar pela pintura ou por outras artes?<br />

Á. S. V.: Pintura não, mas desenho e, um pouco, a escultura são<br />

atividades que eu fui mantendo. Pelo menos nos últimos dez anos,<br />

vinte. Esporadicamente, não sistematicamente. Para já, primeiro<br />

tenho trabalhos [de arquitetura] que estão em curso, trabalhos<br />

feitos, a maior parte deles projetos de há dez anos, que, nesta carga<br />

álvaro siza vieira, o primeiro Pritzker português,<br />

não esconde a sua preocupação face à atual<br />

conjuntura, mas acredita que a reflexão mostrará<br />

quais os melhores caminhos a seguir. Para o País.<br />

E para a arquitetura.


de burocracia e de pouco planeamento, ficaram a arrastar-se e que,<br />

finalmente, estão em construção. Estou a terminar um que também<br />

durou não sei quantos anos, por razões que se inventam, por<br />

obstáculos, por burocracias, que é o da Fundação Júlio Pomar, em<br />

Lisboa, mas tenho dois outros edifícios a meio da construção. Espero<br />

que se terminem. Até porque são financiados pela Comunidade<br />

Europeia, não totalmente, mas julgo que até 80 por cento, que estão<br />

em construção e lá vão indo. Bem, embora sempre com o sobressalto<br />

de que o construtor não aguente até ao fim, porque uma das coisas<br />

a que se assiste é ao atraso dos pagamentos, o construtor tem<br />

subempreiteiros a que, por vezes, não pode pagar e é toda esta cadeia<br />

a que estamos a assistir. Mas, enfim, esses estão em construção.<br />

Tenho um em Espanha e, portanto, o escritório mantém-se, embora<br />

tenha de haver contenção, houve uma redução do número de<br />

pessoas a trabalhar, e espero que seja possível mantê-lo, até por essas<br />

pessoas que estão a trabalhar aqui, algumas há muitos anos. Aqui há<br />

pouco tempo, numa entrevista, falaram-me sobre este assunto e se eu<br />

achava que seria possível manter o escritório, porque estariam outros<br />

a fechar. Eu disse que admitia que tivesse de fechar o escritório;<br />

«NÃO ACREDITO NA EXTINÇÃO<br />

DO ARQUITETO PORTUGUÊS.<br />

O MUNDO É MUITO GRANDE»<br />

não disse que ia fechar o escritório. No dia seguinte, havia muitas<br />

notícias de que eu ia fechar o escritório. Admitia – evidentemente,<br />

temos todos de admitir. Se a atividade baixa ou falta, não há mesmo<br />

outra solução, e eu, como alguns outros arquitetos, estou a tentar o<br />

trabalho fora. Eu diria fora da Europa. Na Europa, o único sítio que<br />

eu conheço onde se pode trabalhar com convicção é a Suíça.<br />

Cx: Porquê a Suíça?<br />

Á. S. V.: A começar, talvez, por não pertencer à Comunidade<br />

Europeia, quem sabe. E porque, na Suíça, está a construir-se<br />

muitíssimo. A Suíça recebe bem estes jovens arquitetos portugueses,<br />

porque tem consciência e conhecimento da sua qualidade. Eu fiz um<br />

trabalho na Suíça, recentemente, e foi voltar aos velhos prazeres da<br />

arquitetura, porque realmente não há este sufoco que sucede cá<br />

nos últimos anos, que é a pressa, o improviso, a insegurança na<br />

capacidade de os construtores se manterem, as possíveis interrupções<br />

de obra, etc. Um panorama tenebroso, uma dificuldade de controlo<br />

da obra. Sabe que um arquiteto tem de assinar um documento<br />

a dizer que se responsabiliza por tudo; sem isso, o projeto não<br />

é aceite. Responsabiliza-se por tudo: pelo seu próprio trabalho,<br />

pelo trabalho de toda a restante equipa, engenheiros de diferentes<br />

especialidades, a construção, a qualidade de construção. E na obra<br />

pública, sobretudo embora, por vezes, também aconteça em obras<br />

particulares, paga-se a uma equipa de gestão da obra, que é nomeada<br />

pelo dono da mesma, e que acaba por ter mais poder no controlo<br />

da obra do que o arquiteto que assinou aquele papel. Isto é uma<br />

situação que eu só conheço em Portugal – deve haver noutros países,<br />

mas, na Europa, não creio que haja. Em Espanha, quem autoriza e<br />

assina os pagamentos ao construtor é o arquiteto; aqui não, são as<br />

equipas de gestão de obra. Nós [arquitetos], por vezes, nem sabemos<br />

qual é o custo da obra. Quando eu digo período de reflexão e de<br />

reorganização também refiro coisas deste tipo. O estatuto e a relação<br />

entre os diversos intervenientes na construção estão nas ruas da<br />

amargura.<br />

Cx: Neste contexto, como explica a nova vaga de jovens arquitetos<br />

premiados no estrangeiro, como os 14 projetos finalistas e os três<br />

prémios atribuídos pelo Arch Daily ou do Ateliermob, distinguido, na<br />

Bienal de Veneza, com o prémio Future Cities?<br />

Á. S. V.: Antes de mais, explica-se por haver bons arquitetos jovens.<br />

Depois, há uma maior atividade nesse campo. Há muito mais<br />

prémios do que havia há anos. Na geração antes da minha, era<br />

coisa que, praticamente, não havia. Prémios internacionais eram<br />

poucos e os portugueses não tinham acesso, por razões sabidas,<br />

estavam cá num cantinho. Há toda uma geração antes da minha que<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

29


e entrevista<br />

tem grandes arquitetos, alguns nunca terão recebido um prémio, e<br />

isso, agora, é completamente diferente. Passou a haver prémios da<br />

Comunidade Europeia, das associações internacionais de arquitetos<br />

e mesmo prémios nacionais. Há muitos prémios e há gente com<br />

qualidade. Um prémio internacional, em Portugal, faz grande<br />

sucesso porque, realmente, antes não havia prémios internacionais.<br />

De resto, a arquitetura portuguesa contemporânea antes do 25 de<br />

Abril é pouquíssimo conhecida – ninguém sabia por esse mundo<br />

fora o que era a arquitetura portuguesa. Conheciam-se dois ou três<br />

nomes, que, individualmente, tinham contactos internacionais, mas<br />

mais nada. Depois do 25 de Abril, houve, também, uma integração<br />

nesse aumento, em todo o mundo, de atenção à arquitetura e<br />

respetiva valorização.<br />

Cx: O que mudou com o Pritzker, em 1992?<br />

Á. S. V.: Eu não mudei. Em relação ao trabalho, sem dúvida,<br />

há mudanças. Esse prémio é muito publicitado. Como é muito<br />

publicado em todo o mundo e tem impacto internacionalmente,<br />

abre a possibilidade a convites fora de Portugal e, nesse aspeto, sim,<br />

permite a maior divulgação do trabalho de quem é premiado. Mas<br />

também tem alguns inconvenientes.<br />

Cx: Quais?<br />

Á. S. V.: Um prémio é como uma marca, um carimbo, que é bem<br />

aceite por uns e mal aceite por outros. Também pode criar algumas<br />

dificuldades internamente. Mas o balanço geral é, realmente, de<br />

abertura de possibilidades de trabalho.<br />

Cx: O que o inspira?<br />

Á. S. V.: O que as pessoas que me procuram nesse campo querem,<br />

onde e com que possibilidades, com que condições, boas de responder<br />

a esses desejos e a essas oportunidades num determinado contexto.<br />

Cx: Tem materiais preferidos?<br />

Á. S. V.: Não tenho materiais preferidos. Materiais preferidos em<br />

cada casa, em cada caso, envolvendo as opções muito aspetos, como<br />

seja o económico ou o paisagístico, onde se insere a nova construção,<br />

a maior ou menor adaptabilidade ao sítio onde se está a construir.<br />

Há aspetos que conduzem à opção de escolha de materiais, que tem<br />

a ver com estética, tem a ver com muitos outros aspetos, o<br />

económico e o prático. E há grandes mudanças, também aí.<br />

Por exemplo, é normal fazer-se uma construção, em Portugal,<br />

em que se usa mármore, e usar-se não o mármore local, como foi<br />

durante anos, porque era o mais prático e económico. Acontece<br />

comprar-se, porque é mais barato, o mármore no Egito ou, neste<br />

momento, em Itália, grande produtora de mármore. Praticamente em<br />

todas as obras recentes em que se usa a pedra, ela vem da Índia ou<br />

da China; é muito mais barato.<br />

Cx: O que é que ainda não projetou e gostaria de projetar? E onde?<br />

Á. S. V.: Não tenho muito essa ansiedade. Mais ou menos, tenho<br />

projetado as oportunidades que me aparecem e não me posso<br />

queixar muito. Só houve um período em que tive de trabalhar para<br />

diversificação dos projetos que tinha, porque há uma tendência<br />

30 Cx<br />

a revista da caixa<br />

na arquitetura, como em todo o lado, a tal tendência para a<br />

especialização, o que vale é a especialização. E como eu trabalhei<br />

muito em habitação económica, praticamente a partir do 25 de<br />

Abril (programas SAL)... Na altura, houve muito interesse pelo que<br />

se passava em Portugal e esse interesse estendeu-se, também, à<br />

arquitetura e, por isso, fui convidado – foi dos primeiros convites<br />

que tive para fora de Portugal – para habitação económica, até com<br />

programas de participação. Na Holanda, na Alemanha, aconteceu<br />

isso. E, depois, foi-me posto um carimbo: eu era o da habitação<br />

económica! Tal como outros têm o carimbo «este é bom para<br />

museus» ou «este é bom para hospitais». É claro que o arquiteto<br />

precisa de praticar nas diferentes escalas, nos diferentes programas,<br />

nos diferentes papéis dos edifícios nas cidades, que vão desde a<br />

célula, que é a habitação, até aos edifícios públicos, as escolas, os<br />

edifícios dos museus, e que, normalmente, são edifícios de outra<br />

escala. E numa cidade encontram-se várias escalas, sendo que para<br />

trabalhar numa tem de se conhecer outra, porque elas estão em


elação. Tive de fazer concursos para sair do carimbo de habitação<br />

económica, não porque não gostasse, mas por sentir a necessidade<br />

de experimentar outra escala, outra expressão de trabalho. De resto,<br />

nunca andei ansiosamente à procura de fazer este ou aquele projeto.<br />

Cx: Tem um ambiente preferido para trabalhar?<br />

Á. S. V.: Aqui, no Porto, onde estou [edifício com vistas para o<br />

estuário do rio Douro e para o mar]. Mas este não é o meu primeiro<br />

escritório, já estive no centro da cidade. Aqui cria-se, quer dizer, um<br />

estúdio tem um determinado ambiente, que envolve uma equipa,<br />

que está aberta, também, aos demais elementos que estão fora:<br />

engenheiros, especialistas, etc., toda a variedade de técnicos que<br />

participam no projeto.<br />

Cx: Qual considera ter sido o maior desafio profissional da sua<br />

carreira?<br />

Á. S. V.: Cada obra é um desafio. Não há obras fáceis. Todas têm<br />

a sua especificidade, os problemas não são iguais. Muitas vezes,<br />

o ambiente onde se constrói é muito diferente; outras vezes, no<br />

mesmo ambiente, as circunstâncias são diferentes. Todas são difíceis<br />

e todas são um desafio, se se quiser pensar em fazer o melhor que<br />

se pode e que se sabe. Em certos aspetos, há programas que exigem<br />

uma maior coordenação, em que as equipas são mais vastas, o que<br />

é um estímulo, mas pode incluir dificuldades. Depois, há casos em<br />

que a urgência é tal que há uma aceleração no trabalho que é difícil<br />

controlar. Mas todos os trabalhos são um desafio e exigem uma<br />

grande concentração e empenho.<br />

Cx: O que se aprende a ensinar?<br />

Á. S. V.: Aprende-se muito. É fundamental. Nem toda a gente chega<br />

ou pode ou quer chegar ao ensino. É uma atividade complementar<br />

do trabalho profissional, mais direto. Por várias razões. Uma delas<br />

é que é mais presente a ideia do estudo; é preciso estudar para<br />

transmitir alguma coisa. Se houver uma certa preguiça profissional<br />

em manter-se atualizado, ali é mais premente manter-se atualizado.<br />

Depois, porque todos os anos se encontra gente diferente e gente<br />

nova. Na escola, há uma renovação permanente e isso cria, todos os<br />

anos, um período novo de entusiasmo, de sonho, etc.<br />

Cx: Que herança gostaria de deixar?<br />

Á. S. V.: Não gostaria de deixar, gostaria de ficar… mas é impossível.<br />

Não tenho nenhum desejo especial. A alegria de viver, os arquivos<br />

com desenhos, umas obras... Da maneira como estão as coisas, não<br />

ficarão muitas, porque há muitas. E, agora, agravado pela situação<br />

presente, abandonadas, degradadas... Em Portugal, perdeu-se a<br />

cultura da manutenção. Deixa-se que os edifícios entrem em ruínas<br />

e, depois, quando se pensa que há que fazer alguma coisa porque<br />

estão mesmo a cair ou a meter água, já é muito tarde e ou é muito<br />

caro ou é mesmo já inviável. De maneira que não sei se ficam<br />

muitos. Não me preocupo muito com isso. Há muitos abandonados,<br />

o Pavilhão de Portugal, duas obras antigas aqui em Matosinhos,<br />

que estão num estado desgraçado… Há muita coisa muito mal<br />

conservada.<br />

Cx: O que o faz sorrir?<br />

Á. S. V.: O convívio com as pessoas, basicamente, e também,<br />

eventualmente, os momentos de solidão que roçam por coisas<br />

divertidas, mas, sobretudo, o convívio com os amigos e com a família.<br />

Cx: Na Bienal de Arquitetura de Veneza, mencionaram, a propósito<br />

do seu trabalho, que «aparenta seguir numa direção oposta à do resto<br />

da profissão, mas parece estar sempre na frente, intocado e destemido<br />

com os desafios intelectuais e de trabalho que coloca a si mesmo».<br />

Revê-se nesta afirmação?<br />

Á. S. V.: É uma referência muito simpática e generosa, mas não me<br />

sinto numa posição oposta. Há muita gente que trabalha não no<br />

mesmo sentido, do ponto de vista do que faz esteticamente, mas<br />

trabalha no sentido de tentar uma enorme atenção ao problema que<br />

em cada caso encara. Há muita gente assim. Não me sinto nada um<br />

isolado. Em Portugal, há muita gente em relação à qual eu vejo uma<br />

grande identificação.<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

31


h<br />

32<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

história de capa<br />

<strong>ARQUITETURA</strong><br />

Com os pés<br />

na terra<br />

Com nomes consagrados ou jovens talentos,<br />

a arquitetura portuguesa continua a dar cartas pelo mundo.<br />

E a nova geração de arquitetos está a distinguir-se por projetos mais sustentáveis,<br />

atentos ao equilíbrio energético e a uma relação simbiótica com a Natureza<br />

Por João Paulo Batalha


Foto: FG+SG - Fotografia de Arquitectura<br />

Cx<br />

a revista da caixa33


h história de capa<br />

34<br />

Quem diria que Portugal seria, ainda hoje, um terreno<br />

fértil em novos talentos na arquitetura? A verdade é<br />

que os últimos anos não têm sido fáceis para tudo<br />

o que está ligado à indústria da construção. Depois<br />

de anos de crescimento constante, esta foi uma das<br />

áreas mais afetadas pela recessão económica, com um<br />

fluxo constante de más notícias: empresas de construção falidas,<br />

diminuição abruta de novas obras, quedas significativas no preço das<br />

casas e aperto na concessão de crédito imobiliário. E, no entanto,<br />

continua a haver talento nacional. Que, cada vez mais, se faz notar<br />

também fora de portas.<br />

No ano passado, Eduardo Souto de Moura foi uma das figuras<br />

portuguesas com maior projeção internacional, ao receber das mãos<br />

do Presidente dos EUA o Prémio Pritzker, considerado o Nobel da<br />

Arquitetura. O galardão consagrou um percurso feito dentro de<br />

portas, com obras tão emblemáticas como o Estádio de Braga ou,<br />

mais recentemente, a icónica Casa das Histórias Paula Rego, em<br />

Cascais. Antes de Souto de Moura, já, em 1992, tinha sido Álvaro<br />

Siza Vieira a conquistar o Pritzker – e só o facto de um país com a<br />

dimensão de Portugal albergar dois arquitetos deste gabarito é já um<br />

sinal eloquente da qualidade invulgar da nossa arquitetura.<br />

Consagrados em Portugal e pelo mundo fora (com o Pritzker a<br />

abrir-lhes as portas para mais obras internacionais), Siza Vieira e<br />

Souto de Moura são os dois grandes embaixadores da arquitetura<br />

portuguesa. Mas, atrás deles, vem toda uma nova geração de<br />

talentos, arquitetos portugueses formados no nosso País e que<br />

emprestam a sua visão a uma nova forma de olhar a arquitetura.<br />

Num mundo mais globalizado, que enfrenta novos desafios a nível<br />

económico, social e ambiental, a arquitetura não fica parada e<br />

integra hoje, cada vez mais, preocupações de sustentabilidade – com<br />

soluções inovadoras em áreas como a eficiência energética ou a<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

ATRÁS DE SIZA<br />

E SOUTO DE<br />

MOURA, VEM<br />

TODA UMA<br />

GERAÇÃO DE<br />

TALENTOSOS<br />

ARQUITETOS<br />

PORTUGUESES<br />

Print<br />

UMA ESCOLA<br />

PARA O MUNDO<br />

A importância do Porto.<br />

Para procurar as grandes<br />

referências da arquitetura<br />

portuguesa, há que rumar a<br />

norte. No que toca a palmarés<br />

de excelência, são poucas<br />

as cidades que se podem<br />

gabar de acolher um arquiteto<br />

vencedor do Pritzker. No<br />

caso do Porto, são dois – e,<br />

curiosamente, trabalham<br />

no mesmo edifício! Souto<br />

Moura (autor do Estádio de<br />

Braga) e Siza Vieira (autor<br />

do Pavilhão de Portugal,<br />

na Expo’98, ou da Casa de<br />

Chá da Boa Nova, em Leça<br />

da Palmeira - dois edifícios,<br />

infelizmente, hoje fechados<br />

ao público) são as duas<br />

referências mais consagradas<br />

da arquitetura portuguesa e<br />

dois grandes exemplos da<br />

famosa Escola do Porto, que<br />

produz arquitetos de exceção<br />

desde há quase um século.<br />

A tradição no ensino da<br />

arquitetura na Invicta deu-<br />

-lhe já fama mundial, e bem<br />

merecida. Aliando uma visão<br />

muito própria sobre o território<br />

a uma atitude vanguardista, a<br />

Escola do Porto tem produzido<br />

trabalhos icónicos na cidade<br />

– e dela para o mundo. Além<br />

de Siza e de Souto de Moura,<br />

nomes incontornáveis como<br />

Fernando Távora ou, nos<br />

primórdios, Marques da Silva<br />

(responsável pela Estação de<br />

S. Bento, considerada uma<br />

das mais belas estações de<br />

comboios do mundo) fazem<br />

justiça a uma tradição de<br />

belas-artes e arquitetura<br />

inscritas na identidade do<br />

Porto. E asseguram-nos um<br />

fluxo constante de novos<br />

talentos, que nos obriga a fixar<br />

as atenções ao norte.<br />

House)<br />

(Mima Campos/arqf.net José Marés); das (Piscina Arquitectura de<br />

casa museu Paula Rego,<br />

de Eduardo Souto de Moura<br />

(foto de abertura)<br />

Fotografia -<br />

são bento está entre as mais<br />

FG+SG<br />

belas estações de comboios<br />

do mundo<br />

Bento); São<br />

piscina das marés Obra<br />

de<br />

emblemática de Siza Vieira<br />

(estação<br />

mima house Vencedor do<br />

prémio Edifício do Ano 2011,<br />

Vaxter<br />

atribuído pelo Archdaily, o<br />

Allan<br />

mais importante website de<br />

arquitetura do mundo Fotos:


elação com a paisagem. Nem se pode dizer que seja propriamente<br />

uma novidade: as técnicas e os materiais podem ser outros, mas, no<br />

fim de contas, a arquitetura, a boa arquitetura, sempre foi isto: uma<br />

relação harmoniosa com o ambiente; uma forma de tornarmos nosso<br />

o espaço em que vivemos.<br />

De onde vem esta explosão de criatividade? É o próprio<br />

Siza Vieira que o diz (ver entrevista nesta edição):<br />

períodos de crise económica como o atual são<br />

combustível para a reflexão. Por um lado, a escassez<br />

de obras em Portugal está a empurrar os nossos<br />

arquitetos para trabalhos no estrangeiro, onde revelam<br />

o seu talento e capacidades. Por outro lado, a necessidade aguça o<br />

engenho. É, hoje, imperativo fazer uma construção mais eficiente<br />

e económica, salvaguardando preocupações de funcionalidade e<br />

conforto, mas, ao mesmo tempo, diminuindo impactos ambientais<br />

e custos de manutenção. E é aqui que muita da nova arquitetura se<br />

está a destacar.<br />

Cx<br />

a revista da caixa35


h história de capa<br />

36<br />

Não deixa de ser um paradoxo que novas visões sobre a cidade<br />

se estejam a tornar realidade em Portugal – um País onde, acusam<br />

arquitetos, paisagistas e ecologistas, falta uma cultura sólida de<br />

ordenamento do território. Isso mesmo é visível nas grandes áreas<br />

metropolitanas, onde a expansão de subúrbios, ao longo dos últimos<br />

anos, contrasta com centros históricos abandonados e em risco de<br />

degradação. Os custos deste desordenamento pagam-se a vários<br />

níveis: nas redes de infraestruturas necessárias para ligar a cidade<br />

aos subúrbios; no tempo e na energia perdidos em deslocações<br />

pendulares do centro das cidades para a periferia; nas perdas de<br />

produtividade relacionadas com este distanciamento, e, por fim, na<br />

degradação do conforto e qualidade de vida das populações.<br />

Talvez por isso, mais do que procurar um novo traço para os<br />

edifícios, os jovens arquitetos procuram novas formas de olhar a<br />

cidade. Veja-se o caso do Ateliermob. O coletivo, que se apresenta<br />

como «uma plataforma multidisciplinar de desenvolvimento de<br />

ideias, investigação e projetos nas áreas da arquitetura, design e<br />

urbanismo», tem uma visão global do papel da arquitetura, que<br />

vai muito além de desenhar edifícios. E a crise, aqui, é mais uma<br />

oportunidade. «Com o mercado imobiliário e o território […] em<br />

ebulição, é errado declarar que não há trabalho de arquitetura em<br />

Portugal», explica o Ateliermob, na apresentação do seu projeto<br />

Working with the 99%, vencedor do prémio Future Cities, na edição<br />

deste ano da Bienal de Veneza. Ao contrário de se alhear da crise,<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

Outras perspetivas<br />

Não é só enquanto disciplina que a Arquitetura vale<br />

prémios aos projetos portugueses. Em outubro, no âmbito<br />

do evento internacional World Architecture Festival, o<br />

fotógrafo português Fernando Guerra (metade da dupla<br />

FG+SG, que assinam a foto de capa) ganhou o prémio<br />

Arcaid Images para Fotografia de Arquitetura, na categoria<br />

Exteriores. A imagem vencedora é uma fotografia de<br />

um projeto de Francisco e Manuel Aires Mateus: o Lar de<br />

Idosos, em Alcácer do Sal. Também em outubro, Sizígia,<br />

um filme de Luís Urbano, rodado na Piscina das Marés<br />

(desenhada por Álvaro Siza Vieira), arrecadou o prémio<br />

de Melhor Curta-Metragem Internacional de Ficção, no<br />

Arquitectura Film Festival 2012, o único festival de cinema<br />

e arquitetura da América Latina.<br />

a arquitetura tem de lhe dar resposta. «Os arquitetos têm de<br />

desempenhar um papel mais relevante na vida das pessoas. Têm de<br />

ser vistos como uma ferramenta para melhorar as condições de vida<br />

das populações», aponta a equipa do projeto.<br />

Pensado, simultaneamente, como um trabalho de arquitetura<br />

construtiva e social, o projeto Working with the 99% distinguiu-se<br />

com o caso de estudo do Bairro PRODAC, em Lisboa, no qual os


Fotos: FG+SG - Fotografia de Arquitectura (lar de idosos em Alcácer do Sal); d.r. (Casa em Movimento e edifício da Fundação Iberê Camargo)<br />

membros do Ateliermob trabalharam de perto com os moradores<br />

de um bairro de génese ilegal para legalizar as casas de perto de 600<br />

famílias e qualificar o espaço público. Não se trata de arquitetura<br />

feita «apesar» da crise, mas de arquitetura feita como resposta à crise<br />

– um modelo de envolvimento social que, garantem os seus autores,<br />

pode e deve fazer caminho em países mais vulneráveis, como<br />

Portugal, Espanha, Itália ou Grécia.<br />

De resto, se não der respostas às questões do seu<br />

tempo, de pouco serve a arquitetura. Mais do que a<br />

criatividade do traço, a qualidade e a inovação das<br />

soluções fazem a diferença entre um edifício atraente e<br />

a verdadeira arquitetura. E aqui, como em tudo, é do<br />

querer que vem o poder. Que o digam Mário Sousa e<br />

Marta Brandão, criadores de um conceito inovador: a casa MIMA.<br />

O ponto de partida é simples: sendo um bem de primeira<br />

necessidade, a casa não devia precisar de ser feita por medida.<br />

Porque não conceber um edifício modular, mas personalizável, que<br />

seja possível instalar a uma fração do custo de uma construção de<br />

raiz? A ideia dos dois arquitetos começou a gizar-se ainda durante<br />

os seus tempos de estudantes, mas hoje é seguida com atenção em<br />

todo o mundo – a casa MIMA (em destaque na edição número 7 da<br />

Cx), aliás, ganhou o prémio Edifício do Ano 2011, atribuído pelo<br />

Archdaily, o mais importante website de arquitetura do mundo.<br />

Economia e flexibilidade são os principais méritos do conceito.<br />

Num terreno de apenas 57 metros quadrados, é instalada uma<br />

unidade MIMA com uma área habitável de 36 metros quadrados.<br />

E não se pense que se trata de um feio barracão pré-fabricado. O<br />

design é moderno e arejado, aberto ao exterior – a sala tem um pé-<br />

-direito de 2,40 metros. Além do mais, a casa é alterável em qualquer<br />

momento, graças a um sistema de calhas que permite adicionar ou<br />

subtrair paredes à medida das necessidades. É, no fundo, o conceito<br />

pronto-a-vestir aplicado à arquitetura: uma casa costumizável, bem<br />

desenhada e de baixo custo. A democratização da boa arquitetura.<br />

A riqueza do traço<br />

Mais do que traço, a arquitetura é, cada vez mais,<br />

responsável pelo dinamismo das cidades. Hoje, o turismo<br />

arquitetónico mobiliza cada vez mais pessoas em todo o<br />

mundo. A cidade do Porto, por exemplo, foi considerada<br />

o Melhor Destino Europeu de 2012 graças, em grande<br />

parte, à sua qualidade arquitetónica ímpar, traduzida em<br />

edifícios icónicos como a Casa da Música, de Rem Koolhas,<br />

ou o Museu de Serralves, de Siza Vieira. Aliás, a Câmara<br />

Municipal do Porto associou-se, recentemente, à delegação<br />

regional da Ordem dos Arquitetos e à Casa da Arquitetura<br />

para criar roteiros turísticos dedicados especialmente a<br />

alguns dos mais famosos arquitetos com obras na cidade,<br />

como Siza Vieira, Souto de Moura ou Cassiano Barbosa.<br />

E os turistas para este género de nicho não têm parado<br />

de crescer, vindos de toda a Europa e dos países asiáticos.<br />

vencedora A foto de<br />

Fernando Guerra que<br />

conquistou um prémio Arcaid<br />

Images para Fotografia de<br />

Arquitetura (à esquerda)<br />

ecológica Esta casa<br />

acompanha o movimento do<br />

sol ao longo do dia, procurando<br />

ser energeticamente<br />

autónoma. Chama-se Casa<br />

em Movimento.<br />

lá fora O edifício da Fundação<br />

Iberê Camargo, em Porto<br />

Alegre, no Brasil, tem a<br />

assinatura de Siza Vieira<br />

Cx<br />

a revista da caixa37


h história de capa<br />

38<br />

Os tempos, aliás, estão maduros para as ideias económicas. Na<br />

mesma senda da sustentabilidade, outro criador nacional, Miguel<br />

Vieira Lopes, foi, ainda, mais longe. Também adaptável e de baixo<br />

custo, o conceito Casas em Movimento é para ser lido no sentido<br />

literal. Esta é uma casa que se mexe a sério, acompanhando o<br />

movimento do Sol ao longo do dia! A ideia é tão simples como<br />

revolucionária: criar uma nova geração de casas moldáveis, às quais<br />

podemos acrescentar ou retirar elementos à medida que a família<br />

cresce ou diminui; e concebida para ser independente em termos<br />

energéticos. Para isso, a casa roda sobre si própria, para que, do lado<br />

de fora, os painéis fotovoltaicos possam aproveitar ao máximo a<br />

energia solar, ao mesmo tempo que, do lado de dentro, os espaços se<br />

renovam para tirar o maior partido possível da casa. É uma espécie<br />

de moradia viva, que acompanha o ciclo de vida dos seus moradores<br />

e cresce ou diminui de acordo com as suas necessidades. Por outro<br />

lado, o uso de materiais naturais, como a madeira ou a cortiça,<br />

assegura uma maior qualidade de isolamento térmico e acústico – e<br />

um uso mais inteligente da energia. É a casa vista, literalmente, como<br />

um habitat natural.<br />

Éeste tipo de criatividade que continua a marcar a<br />

arquitetura portuguesa. Com o ciclo de expansão<br />

suburbana interrompido pela crise, novos talentos<br />

procuram, agora, novas formas de revitalizar<br />

o espaço público e encontrar novos usos para<br />

velhos equipamentos. Outro projeto premiado<br />

internacionalmente fez precisamente isto. Desenvolvido na Trafaria,<br />

na margem sul do Tejo, o projeto OCO – Ocean & Coastline<br />

Observatory propôs-se recuperar um complexo de baterias de defesa<br />

de costa, construídas durante a II Guerra Mundial, adaptando-o<br />

a um centro cívico dedicado à preservação dos habitats costeiros.<br />

Desenvolvido por uma equipa liderada por João Segurado, o projeto<br />

ganhou o Open Architecture Challenge, organizado pela Habitat for<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

O PROJETO<br />

OCO (NA FOTO)<br />

PRETENDE<br />

TRANSFORMAR<br />

UMA ANTIGA<br />

ESTRUTURA<br />

MILITAR NUM<br />

CENTRO<br />

DEDICADO À<br />

PRESERVAÇÃO<br />

DOS HABITATS<br />

COSTEIROS<br />

CAIXA DE <strong>ARQUITETURA</strong><br />

A Caixa tem vindo a apoiar atividades<br />

relacionadas com a arquitetura<br />

e o design, no âmbito da sua<br />

responsabilidade e preocupação<br />

pelas múltiplas dificuldades com<br />

que as cidades e os seus habitantes<br />

se deparam. Falamos de questões<br />

como a sustentabilidade, o ambiente,<br />

a recuperação e reanimação das<br />

cidades, com o consequente<br />

rejuvenescimento urbano e<br />

populacional, entre outras.<br />

É neste contexto que se insere o<br />

apoio à Trienal de Arquitetura ou à<br />

Experimenta Design, assim como<br />

outras ações organizadas pela<br />

Ordem dos Arquitetos. Uma relação,<br />

aliás, reforçada a 18 de maio, com<br />

a assinatura de um protocolo de<br />

parceria, onde ficou definido um<br />

conjunto de vantagens para os<br />

membros da Ordem. Em causa estão<br />

benefícios em produtos e serviços<br />

financeiros, descontos de bilheteira<br />

na Culturgest e a emissão de um<br />

cartão de crédito co-branded, entre<br />

outros.<br />

A cerimónia teve lugar no Edifício-<br />

-Sede da CGD, tendo o protocolo<br />

sido assinado por José de Matos e<br />

João Belo Rodeia, respetivamente,<br />

presidentes da Comissão<br />

Executiva da CGD e da Ordem dos<br />

Arquitetos. Com este protocolo, a<br />

Caixa posiciona-se como parceiro<br />

privilegiado desta classe profissional,<br />

assegurando a presença em<br />

certames nacionais realizados pela<br />

Ordem dos Arquitetos, assim como<br />

em outras iniciativas ou projetos<br />

de interesse comum e canais<br />

de comunicação com os 20 mil<br />

membros da Ordem.<br />

Humanity, destacando-se entre mais de 500 projetos, precisamente<br />

pelo caráter inovador e pela sustentabilidade da ideia.<br />

Por vezes, são as ideias simples que resultam mais felizes. Uma<br />

visão clara, um traço distintivo e a vontade de reinventar a nossa<br />

relação com a cidade, ou a Natureza, transformam um espaço<br />

numa casa ou num edifício público onde a população se encontra<br />

e confronta ideias e opções para o futuro. Com um presente<br />

tão abalado pela conjuntura económica e com tantas incertezas<br />

no horizonte, uma sociedade dinâmica precisa de mais lugares<br />

de encontro e de debate. Em Portugal, velhos e novos talentos<br />

continuam a trabalhar para criar esses espaços e desafiar o nosso<br />

entendimento de cidade, de comunidade. Por vezes, com o olhar nos<br />

céus. Mas sempre com os pés e o coração bem assentes na terra.


Fotos: D.R.<br />

JOÃO<br />

Santa-Rita<br />

Arquitectura portuguesa,<br />

um referencial de cultura e de qualidade.<br />

DESDE MEADOS dos anos 70, com o número histórico da revista<br />

Architecture d’Aujourdhui (logo seguido de um outro número), num<br />

País a iniciar um novo rumo, a arquitectura portuguesa conquistou<br />

a atenção e o interesse do exterior e ganhou uma nova dimensão<br />

cultural e influência, que se foi consolidando até à actualidade.<br />

As realizações de obras sucederam-se, a sua complexidade<br />

e dimensão foi crescente e as sucessivas gerações foram sendo<br />

convocadas para novos desafios e possibilidades que o País e as<br />

instituições públicas e privadas lhes foram colocando.<br />

As instituições de ensino cresceram em dimensão e em número,<br />

abriram múltiplas actividades ao exterior, promovendo encontros<br />

de âmbito internacional, possibilitando aos seus alunos o contacto<br />

com os mais diversos autores, bem<br />

como com programas resultantes de<br />

uma integração na Europa, os quais<br />

viriam a possibilitar a ampla circulação<br />

pelo mundo dos novos aspirantes a<br />

arquitectos.<br />

Por outro lado, algumas das obras<br />

realizadas e a notoriedade além-<br />

-fronteiras de alguns arquitectos<br />

cativaram definitivamente o interesse<br />

pela arquitectura portuguesa,<br />

colocando-a, nas suas mais diversas<br />

expressões e modos de prática, num<br />

patamar de qualidade e de competência<br />

que viria a considerar como privilegiada<br />

a aquisição dos seus serviços.<br />

Jovens estagiários ou arquitectos<br />

foram sendo aceites em ateliers de prestígio internacional, chegando<br />

alguns a assumir posições de destaque, conhecendo, de um modo<br />

geral, uma crescente experiência e qualidade enquanto profissionais.<br />

A par do reconhecimento internacional de Siza Vieira, através dos<br />

sucessivos prémios e condecorações, e de Eduardo Souto de Moura,<br />

com o Pritzker, e, ainda, de Paulo David, com o Alvar Aalto, os<br />

arquitectos portugueses têm vindo a marcar a sua presença além-<br />

-fronteiras em eventos, em instituições de ensino, em concursos ou na<br />

realização de projectos e obras.<br />

É de salientar a recente selecção para lugares de prestígio, como é o<br />

caso de Pedro Gadanho, curador do MOMA na área da Arquitectura,<br />

ou de Diogo Burnay, director da Escola da Faculdade de Arquitectura e<br />

Planeamento da Dalhousie University, em Halifax, no Canadá.<br />

VICE-PRESIDENTE DO CONSELHO<br />

DIRECTIVO NACIONAL<br />

DA ORDEM DOS ARQUITECTOS<br />

observatório<br />

Recentemente, tem também sido notícia a sucessão de prémios<br />

alcançados por jovens arquitectos portugueses em concursos<br />

internacionais. Através da qualidade do seu trabalho, têm tido acesso<br />

a realizações de uma natureza e dimensão muito diferentes daquela a<br />

que, porventura, teriam na sua prática corrente em Portugal.<br />

Importa olhar para esta realidade num momento particularmente<br />

difícil para os serviços nas áreas da arquitectura, das engenharias e<br />

da construção, quiçá, sem paralelo na história do País. Mesmo em<br />

momentos similares dos anos 70 e meados dos anos 80, quando<br />

escasseavam os recursos financeiros, a nossa actividade conhecia<br />

ainda os períodos marcados pela necessidade da construção de<br />

equipamentos, de habitação e de serviços, que iam permitindo a<br />

continuidade da actividade e a sobrevivência dos ateliers, bem como o<br />

enquadramento das novas gerações.<br />

Os arquitectos têm vindo a repensar a sua actividade, entre outros<br />

modos, procurando a desmultliplicação dos seus serviços, esforço<br />

que não poderá deixar de contar<br />

com o apoio do Estado e das suas<br />

instituições.<br />

A Ordem dos Arquitectos tem<br />

vindo a alertar o Governo para a<br />

necessidade da criação de políticas<br />

de divulgação e de investimento<br />

que ajudem a inverter o processo de<br />

destruição dos ateliers e de emigração<br />

a que se assiste. Nomeadamente, a<br />

título de exemplo, através de acções<br />

no estrangeiro que alertem para a<br />

qualidade dos nossos serviços e,<br />

ainda, da inventariação do património<br />

do Estado, devoluto ou não, e<br />

da valorização do mesmo com a<br />

realização de estudos e projectos que<br />

perspectivem o seu futuro.<br />

As distinções e os prémios de carácter internacional que se têm<br />

sucedido são a melhor prova de que os arquitectos portugueses de<br />

várias gerações se tornaram, através das suas obras, dos seus projectos<br />

e do seu trabalho, um referencial tanto de cultura como de qualidade,<br />

o que constitui, certamente, um motivo de orgulho para todos.<br />

Importa não desperdiçar todo o esforço e empenho de décadas que<br />

culminou com a inegável valorização da profissão de arquitecto.<br />

Por opção do autor, este texto não segue as regras<br />

do novo acordo ortográfico.<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

o<br />

39


v<br />

40 Cx<br />

a revista da caixa<br />

grande viagem<br />

ISLÂNDIA<br />

Uma ilha de<br />

gelo


e fogo<br />

Se fosse uma sobremesa, a Islândia seria uma deliciosa<br />

bola de gelado de nata, coberta por um aveludado creme de chocolate quente.<br />

Reykjavik, a capital, seria como que o prato de luxo,<br />

onde nos é servido um país de origem vulcânica no limite do Círculo Polar Ártico,<br />

repleto de paisagens intocadas, tão selvagens quanto românticas<br />

Por Pedro Guilherme Lopes<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

41


v grande viagem<br />

Não deixa de ser curioso que, se fizermos<br />

uma sondagem, serão muitas as pessoas<br />

que afirmarão desconhecer que a Islândia<br />

é uma ilha. A maioria apontará a sua<br />

localização para uma zona próxima da<br />

Finlândia e não será de estranhar se uma<br />

larga percentagem apenas tiver ouvido falar deste país<br />

recentemente, mais precisamente pela forma como os<br />

islandeses escolheram lidar com a crise instalada.<br />

Aliás, a Islândia terá sido dos primeiros países a<br />

sentir a crise financeira que, há cerca de quatro anos,<br />

assola a Zona Euro (entretanto alastrada à Grécia,<br />

Itália, Espanha e, como bem sabemos, a Portugal),<br />

situação que conduziu a medidas inéditas tais como<br />

o redigir de uma nova Constituição, através de um<br />

processo de assembleias de cidadãos, ou o julgamento<br />

do antigo primeiro-ministro, Geeir Haarde, pela sua<br />

responsabilidade na crise.<br />

Pese o mediatismo que tais iniciativas lhe conferiram,<br />

com direito a manchetes em jornais e aberturas<br />

de blocos informativos na televisão, a Islândia manteve-<br />

-se como uma ilha turisticamente tranquila. Guardando,<br />

apenas, para alguns um cocktail de emoções que,<br />

sem esforço, podem combinar-se na viagem de uma<br />

vida.<br />

42 Cx<br />

a revista da caixa<br />

O nosso ponto de partida será Reykjavik, a capital e<br />

uma das cidades mais sustentáveis do mundo. Cem por<br />

cento abastecida por energia limpa e de baixo custo, é<br />

percorrida por vários veículos movidos a hidrogénio<br />

e é comum verem-se inúmeros habitantes a utilizar a<br />

bicicleta no seu dia a dia. Capital Europeia da Cultura<br />

em 2000, a cidade oferece elevada oferta nesse âmbito,<br />

sejam museus, sejam galerias de arte, passando pela<br />

ópera, orquestra sinfónica e uma companhia de bailado.<br />

Há mesmo quem garanta que Reykjavík é uma cidade<br />

que nunca pára, seja pelos concertos ao ar livre, pelas<br />

lojas modernas e surpreendentes, pelas pequenas galerias<br />

que se espalham pela cidade, pelos restaurantes onde<br />

apetece voltar ou pelas noites que se prolongam nos<br />

vários bares. E, claro, não faltam hotéis com excelentes<br />

condições para poder descansar de tanta agitação.<br />

Importa, aliás, referir que, no inverno, apenas encontrará<br />

alojamento nos hotéis da capital e das vilas mais<br />

importantes do país (não esqueça os charmosos hotéis<br />

de campo). Já os parques de campismo e as pousadas,<br />

muito procurados durante o verão, tanto por uma<br />

questão de preço como de proximidade com a Natureza,<br />

estão fechados durante os meses mais frios.<br />

Com mais ou menos frio, não faltam visitantes com<br />

vontade de descobrir um país ainda em estado bruto,


esquecendo, por vezes, que em grande parte do território<br />

são as forças da Natureza que ditam as leis. Não admira,<br />

por isso, que sejam vários os conselhos deixados,<br />

tais como utilizar sempre tendas bastante resistentes,<br />

ter atenção na travessia dos rios, procurar conhecer<br />

antecipadamente o estado das estradas (que pode variar<br />

muito rapidamente), não partir para uma caminhada<br />

sem o auxílio mínimo de um mapa (bússola ou GPS são<br />

recomendados) e utilizar, sempre, a roupa e o calçado<br />

mais adequados ao terreno e à época do ano.<br />

Deixamos, então, Reykjavik, apanhando a Ring<br />

Road, a estrada que circunda toda a ilha ao longo do<br />

litoral. Depressa nos vemos envolvidos em paisagens<br />

magníficas, onde nem faltam cavalos totalmente em<br />

liberdade.<br />

As quedas de água e o verde luxuriante são outra<br />

constante, bem como as enseadas de areia preta, que<br />

1 reykjavik Panorâmica<br />

colorida da capital<br />

islandesa<br />

1<br />

2 dettifoss Vista para a<br />

mais forte queda de água<br />

da Europa<br />

2<br />

3 litoral Uma das várias<br />

vilas de pescadores<br />

4 vulcânica Na zona do<br />

lago Myvatn são várias<br />

as marcas das origens<br />

da ilha<br />

3<br />

4<br />

nos recordam a origem vulcânica da ilha. Aliás, a<br />

Islândia é apontada como sendo a maior parcela de terra<br />

inteiramente de origem vulcânica, formada por planaltos<br />

de lava expelida através de fraturas ou por grandes<br />

vulcões de forma cónica.<br />

Nesta nossa viagem para a zona norte<br />

da ilha, rumamos à capital da região,<br />

Akureyri, por muitos apontada como sendo<br />

a mais bela cidade do país, principalmente<br />

quando a luz do crepúsculo incide sobre<br />

as montanhas cobertas de neve branca.<br />

A pouco mais de uma hora de viagem fica o Parque<br />

Natural Jokulsargljúfur e a imponente cascata Dettifoss,<br />

bem como o grande lago Myvatn, ponto incontornável<br />

para quem quer observar aves ou ver surpreendentes<br />

esculturas de lava emergindo da água. Completando os<br />

DICA<br />

Antes de partir, saiba<br />

que visitar a Islândia<br />

é apostar no turismo<br />

de Natureza, ou seja,<br />

não esteja à espera<br />

de umas férias<br />

dolce far niente.<br />

Entre glaciares e<br />

montanhas, fiordes<br />

e campos de lava,<br />

vulcões e piscinas<br />

naturais de água<br />

quente, motivos não<br />

faltarão para se sentir<br />

completamente livre<br />

e para experimentar<br />

atividades como<br />

snowboard,<br />

rafting, BTT, esqui,<br />

caminhada ou<br />

observação de<br />

baleias. E até<br />

encontra a banda<br />

sonora ideal sem<br />

sair do país; basta<br />

pensar em nomes<br />

como Björk, Sigur<br />

Ros, Múm, Mugisons<br />

ou Of Monsters And<br />

Men.<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

43


v grande viagem<br />

locais de visita obrigatória na região norte está Húsavik,<br />

o centro europeu da observação de baleias.<br />

Iniciando o percurso para sul, preparamo-nos para<br />

entrar na zona dos incontornáveis fiordes, rodeados<br />

por altas montanhas de rocha vulcânica. As pinceladas<br />

finais são-nos dadas pelas vilas piscatórias, com as suas<br />

tradicionais casas e marinas. Por esta altura, e se assim<br />

o desejar, pode abandonar a zona costeira para descobrir<br />

Landmannalaugar, um vale desértico, rodeado de<br />

montanhas vulcânicas, repleto de géisers, fumarolas e<br />

pequenas piscinas de água quente. E, a partir daqui,<br />

poderá partir rumo a um destino ainda mais famoso<br />

e interior: o vale de Porsmork (Thórsmörk), envolto<br />

por uma enorme cordilheira e perto do vulcão<br />

Eyjafjallajökull, o tal que, há dois anos, condicionou<br />

grande parte da Europa com a cinza que espalhou<br />

pelo ar.<br />

Chegados a sul, somos «esmagados» pela imponência<br />

do Vatnajokull, a maior superfície gelada da Europa,<br />

permitindo atividades tão diferentes como escalada<br />

e caminhadas, passeios de barco ou banhos de água<br />

quente em piscinas naturais escondidas… em cavernas<br />

de gelo!<br />

Se preferir, guarde estes mergulhos especiais para<br />

a Blue Lagoon, uma imensa piscina artificial geotérmica<br />

de quentes águas azul-turquesa, cuja cor contrasta com<br />

o cenário vulcânico envolvente. Aqui, pode optar entre<br />

os cuidados do SPA ou, simplesmente, deixar-se levar<br />

pela sensação de estar num lugar (e num país)<br />

realmente único.<br />

44 Cx<br />

a revista da caixa<br />

ASSISTIR A FENÓMENOS ÚNICOS<br />

Um dos momentos que atrai centenas<br />

de visitantes à Islândia é o solstício de<br />

verão, onde, durante um dia, em junho,<br />

o sol praticamente não se põe.<br />

Em Reykjavík, o sol nasce por volta<br />

das três da manhã, para se esconder<br />

já depois da meia-noite (daí a<br />

expressão «sol da meia-noite»),<br />

mas no norte do país a luz nem chega<br />

a desaparecer totalmente. Para<br />

assinalar o momento, existem sempre<br />

vários concertos e eventos, entre eles<br />

o já famoso Artic Open, onde pessoas<br />

de todo o mundo se juntam para jogar<br />

golfe durante o solstício.<br />

A partir desta data, os dias tornam-<br />

-se cada vez mais curtos, atingindo o<br />

seu ponto máximo de escuridão em<br />

dezembro, no solstício de inverno.<br />

Desta feita, o complicado vai ser ver a<br />

luz do dia, mas os dias curtos podem<br />

ser amplamente compensados se<br />

conseguir observar a aurora boreal,<br />

onde o céu ganha tonalidades<br />

esverdeadas. Um fenómeno<br />

imperdível!<br />

blue lagoon<br />

A maior atração<br />

da ilha promete<br />

banhos quentes<br />

ao ar livre


Guia de Viagem<br />

Ir<br />

A melhor forma de chegar<br />

a Reykjavik é optar por um dos voos<br />

da TAP, desde Lisboa ou do Porto,<br />

que fazem escala em Londres<br />

ou Copenhaga. A chegada à capital<br />

islandesa faz-se através de um voo<br />

da IcelandAir e as tarifas (ida e volta)<br />

rondam os 650 euros por pessoa.<br />

Para entrar no país, apenas terá de<br />

ter o passaporte com validade de,<br />

pelo menos, três meses.<br />

Saber<br />

Clima<br />

Não é fácil lidar com o clima<br />

islandês, ou não estivéssemos<br />

perante um país onde a Natureza<br />

ainda dita leis. A sua localização,<br />

junto ao Círculo Polar Ártico,<br />

faz com que a temperatura possa<br />

facilmente cair dos 18ºC para os<br />

10ºC numa questão de minutos,<br />

provocando, igualmente, belíssimos<br />

fenómenos, como o facto de, entre<br />

junho e agosto, os dias serem<br />

enormes e as noites muito claras.<br />

Já no inverno, bastante rigoroso,<br />

será muito fácil ver neve e pode<br />

contar com dias muito curtos.<br />

É, igualmente, entre setembro<br />

e janeiro que será mais fácil assistir<br />

a uma aurora boreal.<br />

Língua<br />

A língua nacional é o islandês,<br />

mas quase toda a população sabe<br />

falar inglês.<br />

Moeda<br />

A moeda local é a krona, sendo que<br />

um euro equivale a, sensilvelmente,<br />

160 kronas.<br />

O que levar<br />

Será quase impossível visitar<br />

a Islândia sem contactar<br />

de perto com a Natureza. Assim<br />

sendo, a primeira decisão será<br />

sobre acampar ou não acampar.<br />

Se a resposta for «sim», opte<br />

Informação na Net turista prevenido, vale por dois<br />

por levar uma tenda bastante<br />

resistente. Dê especial atenção<br />

às previsões meteorológicas,<br />

até para saber qual o tipo de roupa<br />

e de calçado mais adequado<br />

(incluindo se viajar com intenção<br />

de fazer canoagem ou BTT) e, já<br />

na Islândia, consulte o estado das<br />

estradas (www.road.is) antes de<br />

iniciar o percurso escolhido.<br />

Um mapa e um GPS serão aliados<br />

de peso nesta aventura, onde<br />

será importante não ceder<br />

a tentações como atravessar<br />

rios desconhecidos ou sair<br />

dos trilhos nas áreas geotermais.<br />

Visitar<br />

Será a maior atração do país:<br />

falamos da Blue Lagoon,<br />

uma enorme piscina artificial<br />

geotérmica com água quente e em<br />

tom azul-turquesa e à qual não<br />

falta um moderno SPA.<br />

No sul da ilha, o Skaftafell National<br />

Park é obrigatório para quem<br />

quer ver enormes glaciares,<br />

mas oferece muitas outras<br />

maravilhas, como mantos de lava,<br />

vegetação luxuriante ou cascatas.<br />

A propósito de cascatas<br />

(foss, em islandês),<br />

é impressionante a quantidade<br />

destas quedas de água que<br />

irá encontrar na ilha. Dettifoss<br />

será a mais famosa, até por ser<br />

considerada a cascata com mais<br />

força da Europa, mas os arco-íris<br />

que se formam em Skogarfoss<br />

ou a água jorrando do interior<br />

de uma montanha, em Barnafoss,<br />

também merecem destaque.<br />

Não deixe, igualmente, de descobrir<br />

Landmannalaugar, um vale<br />

desértico, onde não faltam piscinas<br />

naturais de água quente, géisers<br />

e fumarolas. E, claro, reserve tempo<br />

para a capital, Reykjavic, onde não<br />

faltarão ofertas culturais<br />

e monumentos a visitar.<br />

Ficar<br />

Em Reykjavic, será fácil encontrar<br />

um hotel onde ficar, havendo<br />

ofertas para todos os bolsos<br />

e carteiras. Leve na agenda nomes<br />

como o Radisson Blu 1919,<br />

o Borg Hotel, o Hilton Reykjavic<br />

ou o Hotel Holt.<br />

Aliás, se está a pensar visitar<br />

a Islândia durante o inverno, fique<br />

a saber que durante esta estação<br />

do ano apenas existe alojamento<br />

disponível na capital<br />

e nas principais vilas, pois<br />

os parques de campismo<br />

e as pousadas estão fechados.<br />

Estas últimas são dos alojamentos<br />

mais procurados, mas, como<br />

existem menos de 30 em toda<br />

islândia<br />

É um dos mais bem<br />

guardados segredos<br />

da Europa. Uma ilha<br />

com uma paisagem<br />

quase intocada e onde<br />

tão depressa podemos<br />

ver glaciares como um<br />

vulcão em atividade.<br />

Sites que não deve deixar de consultar: www.icelandnaturally.com; www.icetourist.is; www.icelandtouristboard.com;<br />

www.iww.is; www.visitreykjavik.is.<br />

a ilha, o ideal será antecipar-se<br />

na reserva através do site<br />

www.hostel.is. Outro site<br />

a que deverá dar atenção é www.<br />

farmholidays.is, que lhe permitirá<br />

optar por um hotel de campo ou<br />

por uma quinta para a sua estada.<br />

Comer<br />

Este apontamento intitula-<br />

-se «comer», mas vamos<br />

começar por falar de um licor<br />

(consideravelmente forte, diga-<br />

-se) elevado a bebida nacional:<br />

o brennivin, destilado a partir<br />

de batata e temperado com<br />

sementes de cominho.<br />

E se o clima frio do país ajuda à<br />

fama do dito licor, também dita leis<br />

no que toca à alimentação.<br />

O peixe, nomeadamente<br />

o salmão e o bacalhau, e a carne,<br />

principalmente de cordeiro, são<br />

a base de uma alimentação onde<br />

os cereais substituem os vegetais<br />

(que não se dão bem com o clima).<br />

Salmão e truta fumados, bem<br />

como arenque marinado, são<br />

alguns dos pratos típicos, muitas<br />

vezes acompanhados por skyr,<br />

feito a partir de queijo creme e de<br />

iogurte.<br />

CARTÃO MILES & MORE<br />

A CAIXA, EM PARCERIA COM O PROGRAMA<br />

MILES & MORE DA LUFTHANSA, CRIOU<br />

O CARTÃO DE CRÉDITO (1) QUE O DEIXA<br />

MAIS PERTO DA SUA PRÓXIMA VIAGEM,<br />

AO PERMITIR-LHE GANHAR E ACUMULAR<br />

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CARACTERÍSTICAS DO CARTÃO MILES &<br />

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Cx<br />

a revista da caixa<br />

45


46 Cx 46 Cx<br />

roteiro<br />

ALDEIAS HISTÓRICAS<br />

Viagem ao passado<br />

Escondidas na Beira Interior, belíssimas aldeias<br />

recuperadas preservam um pedaço do que é ser<br />

português, sem esquecerem de lançar um olhar ao futuro<br />

a revista da caixa<br />

Por Pedro Guilherme Lopes<br />

Ilustração Marta Monteiro/www.re-searcher.com<br />

1 piódão É uma das mais belas aldeias<br />

portuguesas, onde o xisto é rei e senhor.<br />

Vista ao longe, com as luzes das ruas e das<br />

casas ligadas, parece saída de um presépio.<br />

Visite o Núcleo Museológico do Piódão.<br />

2 idanha-a-velha Pitoresca, conserva<br />

um assinalável conjunto de ruínas, o que<br />

lhe confere um lugar de realce no contexto<br />

das estações arqueológicas do País. As<br />

muralhas e a ponte romanas são um bom<br />

exemplo desse legado.<br />

3 monsanto Erguida num local muito<br />

antigo, onde se regista a presença humana<br />

desde o Paleolítico, é considerada uma das<br />

mais características povoações portuguesas.<br />

4 castelo Novo É obrigatório visitar o<br />

Núcleo Museológico e o Miradouro Virtual,<br />

num sistema informático incorporado<br />

numa estrutura de suporte rotativa a 360º,<br />

que permite a visualização detalhada de<br />

particularidades do terreno envolvente.<br />

5 sortelha O seu castelo está<br />

classificado como Monumento Nacional<br />

desde 1910. Oferece várias opções aos<br />

adeptos de lojas de velharias.<br />

6 belmonte É a aldeia onde encontrará<br />

mais motivos históricos e culturais. O<br />

Ecomuseu, o Museu do Azeite e o Museu<br />

Judaico são referências, e, como há muito<br />

para ver, aproveite para ficar alojado<br />

na belíssima Pousada do Convento de<br />

Belmonte.<br />

7 linhares Além da riqueza do legado<br />

histórico, aqui encontra um simulador de<br />

parapente e um restaurante que não pode<br />

deixar de visitar: o Cova da Loba.<br />

8 castelo mendo Espreite as casas<br />

manuelinas, na Rua do Forno, e o Museu do<br />

Tempo e dos Sentidos, entre outros pontos<br />

de interesse.<br />

9 almeida Exemplarmente recuperada,<br />

como o demonstram o Picadeiro d’El Rey,<br />

a Igreja Matriz ou a Casamatas. Aproveite<br />

para dar um salto à pequena aldeia vizinha,<br />

Malpartida, onde encontrará um restaurante<br />

obrigatório: Casa de Irene.<br />

10 trancoso Do Castelo às Portas de El<br />

Rey, do Palácio Ducal ao curioso Cemitério<br />

dos Mouros, o que não faltam são atrações.<br />

Pode ficar no moderno Hotel Turismo de<br />

Trancoso e provar os sabores da região no<br />

Restaurante Água Benta ou no Quinta da<br />

Cerca.<br />

11 castelo rodrigo Aldeia romântica,<br />

com uma muito recomendada Casa da<br />

Cisterna, que o convida a ficar, e uma<br />

acolhedora casa de chá/loja chamada<br />

Sabores do Castelo. A menos de dois<br />

quilómetros encontra a vila de Figueira de<br />

Castelo Rodrigo, que centraliza todos os<br />

serviços de utilidade pública.<br />

12 marialva Não deixe de visitar a Igreja<br />

Matriz, o Castelo e a Porta do Anjo e o antigo<br />

tribunal. É obrigatório experimentar ficar<br />

nas belíssimas Casas de Côro, bem como<br />

dar um salto a Vila Nova de Foz Côa.


Cx<br />

a revista da caixa<br />

47


f<br />

fugas<br />

48<br />

AQUAPURA DOURO VALLEY<br />

O vale,<br />

o vinho<br />

e tanto charme<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

A comemorar cinco anos de vida, o Aquapura é,<br />

hoje, uma referência na belíssima região do Douro.<br />

Sofisticado, sem ser demasiado formal, este é um hotel de excelência,<br />

pensado ao pormenor para oferecer estadias que não se esquecem<br />

Por Pedro Guilherme Lopes Fotografia D.R.


Imagine-se a escassos dez minutos de carro<br />

do centro da Régua, prestes a chegar a<br />

uma propriedade de oito hectares, outrora<br />

conhecida por Quinta do Vale Abraão,<br />

localizada numa das sinuosas curvas<br />

características do Vale do Douro. O seu<br />

destino é o Aquapura Douro Valley, sendo<br />

que, desde logo, existe uma curiosidade: toda<br />

a informação relativa ao hotel foi enviada<br />

previamente, tornando o check in numa<br />

verdadeira receção de boas-<br />

-vindas, onde toda a atenção fica centrada<br />

em quem chega. «Temos tido a preocupação<br />

de antecipar soluções que, de alguma forma,<br />

quebrem o formalismo, sem descurar a<br />

postura e a conduta, e procurem facilitar<br />

o acesso a todos os serviços do hotel,<br />

concentrando a nossa atenção naquilo que os<br />

nossos hóspedes procuram». Quem o diz é<br />

Miguel Simões de Almeida, administrador do<br />

Aquapura, um hotel de excelência que, desde<br />

que abriu portas, em 2007, coleciona prémios<br />

e distinções nalgumas das importantes<br />

revistas mundiais.<br />

Quem aqui se desloca procura<br />

experiências gastronómicas e vitivinícolas,<br />

bem como relaxamento e recuperação<br />

emocional, numa região de rara beleza. No<br />

fundo, o lado emocional tem bastante peso<br />

quando se escolhe visitar o Aquapura, não<br />

deixando de ser relevante que, em termos<br />

de percentagem anual, cerca de 40 por<br />

cento dos turistas sejam portugueses. E são<br />

também eles que ajudam a fazer um balanço<br />

positivo destes primeiros cinco anos de vida.<br />

«Este foi um período de extrema exigência<br />

e empenhamento por parte dos acionistas,<br />

colaboradores e parceiros deste projeto<br />

de referência no Douro e em Portugal.<br />

Pelo momento que se iniciou e que ainda<br />

atravessamos, desde 2008, e pelas enormes<br />

mutações da conjuntura e das condições<br />

de mercado em que esta unidade tem<br />

vindo a operar, considero muito positivo<br />

o balanço deste período e os resultados<br />

possíveis perante este enquadramento»,<br />

afirma Miguel Simões de Almeida. «Julgo<br />

que a notoriedade da região foi reforçada,<br />

o prestígio da unidade e da sua gestão<br />

valorizada, mas, acima de tudo, o que<br />

esperamos é continuar a contribuir para<br />

o desenvolvimento desta unidade e desta<br />

região.»<br />

Oque salta, desde logo, à vista<br />

é o contraste que resulta<br />

da vontade de manter o<br />

traçado original do exterior<br />

(um edifício do século XIX),<br />

injetando-lhe modernidade<br />

em todos os pormenores do interior. Pela<br />

mão da conceituada designer de interiores,<br />

Nini Andrade Silva, os tons escuros, que<br />

sublinham a ligação à vinha e ao vinho,<br />

Cx<br />

a revista da caixa49


50<br />

servem de cenário a um minimalismo<br />

contemporâneo, que contrasta com as cores<br />

vivas do cenário exterior (são um verdadeiro<br />

bálsamo para a alma as panorâmicas<br />

proporcionadas pelas varandas e amplas<br />

janelas viradas para as vinhas e para o rio<br />

Douro). Nos 50 quartos e suítes, assim<br />

como nas 21 villas, além do conforto e da<br />

manutenção desse minimalismo, sobressai<br />

a aposta na alta tecnologia, presente no<br />

sistema de iluminação, nos telefones,<br />

televisões LCD com tecnologia IP e na<br />

Internet wifi.<br />

Cada quarto, cada área, reflete um<br />

ambiente acolhedor, onde se misturam<br />

1 2<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

4<br />

3<br />

panorâmica Perfeitamente<br />

integrada na paisagem, salta à vista<br />

a enorme piscina pensada para fazer<br />

lembrar a cor do vinho<br />

ficar Pode optar entre os quartos,<br />

as suítes (na foto) e as villas<br />

contemporânea O bar é exemplo<br />

da decoração sóbria e minimalista<br />

spa Aqui, não faltam propostas<br />

adaptadas aos desejos de cada<br />

hóspede<br />

no douro Os passeios de barco<br />

são uma das propostas do Aquapura<br />

5<br />

materiais cuidadosamente escolhidos com<br />

obras de arte de inspiração internacional.<br />

Os quartos Vale, por exemplo, além da vista<br />

para os terraços e vinhas, apresentam uma<br />

disposição original entre a casa de banho<br />

e a zona de descanso. Já os quartos Spa,<br />

situados de frente para a mata, com janelas<br />

panorâmicas, incluem uma cama queen size,<br />

uma banheira de grande dimensão com deck<br />

em madeira e um colchão spa, enquanto os<br />

quartos Rio, como o próprio nome indica,<br />

oferecem belíssimas panorâmicas sobre o rio<br />

Douro.<br />

As suítes também se distinguem entre si,<br />

ficando para as Aquapura a possibilidade<br />

de oferecerem diferentes cenários: vista<br />

para o Rio Douro, varanda privada, jardim<br />

de inverno ou duplex e uma banheira<br />

panorâmica. As suítes Panorâmica<br />

distinguem-se pela vista magnífica sobre<br />

o rio, através de amplas janelas, e, para<br />

quem quiser impressionar (ou ficar ainda<br />

mais impressionado), existe uma suíte<br />

Presidencial que apenas é alugada sob<br />

pedido e que oferece 165 m 2 de luxo e de<br />

privacidade.<br />

Privacidade, e muita, é o que<br />

encontrará nas villas. Totalmente<br />

mobiladas e equipadas,<br />

incluindo cozinha, apresentam<br />

espaços que variam entre os 140<br />

e os 234 m 2, com um, dois ou<br />

três quartos, oferecendo, ainda, piscinas para<br />

utilização exclusiva.<br />

E já que falamos em piscinas, seria<br />

impossível não dar o devido destaque<br />

à piscina exterior do Aquapura.<br />

Com 80 m 2 , situada entre as vinhas e o rio,<br />

recebe-nos em águas aquecidas e oferecenos<br />

inesquecíveis panorâmicas. Destaca-se,<br />

ainda, pela cor da pastilha utilizada no<br />

seu revestimento, que lhe confere um tom<br />

que, uma vez mais, faz lembrar o vinho.<br />

Quando as condições atmosféricas assim<br />

obrigam, o convite passa para a piscina<br />

interior, integrada num dos melhores spa<br />

do País. A tal viagem emocional e sensorial<br />

que procura quem visita o Aquapura ganha,<br />

nestes 2200 m 2 , novos contornos, seja na<br />

piscina, nos duches aromáticos, na sauna<br />

panorâmica, no laconium, no banho de ervas<br />

ou na surpreendente cama de água aquecida.<br />

Tudo isto, e muito mais, num spa onde não<br />

faltam propostas adaptadas ao desejo de<br />

cada hóspede.


Também preparados para os mais<br />

diversos desejos estão os espaços<br />

gastronómicos do Aquapura Douro<br />

Valley. Dois restaurantes de inspiração<br />

mediterrânica fazem as delícias de quem<br />

por aqui fica: Vale Abraão, situado no piso<br />

térreo, de ambiente informal aberto para o<br />

exterior, e Almapura, um espaço intimista<br />

onde o conceito de food & feeling dá origem<br />

a uma proposta que mistura as tradições<br />

portuguesas e as receitas internacionais.<br />

À disposição estão, igualmente, um bar, um<br />

pool bar e um wine room, local privilegiado<br />

para eventos privados até 16 pessoas.<br />

Em redor, os cinco hectares de mata<br />

e de jardins convidam, por um lado, a<br />

recuperar dos prazeres da gula e, por outro,<br />

a comungar com a natureza (possui mais de<br />

40 espécies de aves migratórias) a presença<br />

constante e magnética do Douro, onde<br />

poderá, com todo o apoio do Aquapura,<br />

realizar um romântico passeio de barco. E,<br />

sob o correr tranquilo das águas, perder o<br />

pensamento nas encostas de um vale famoso<br />

pelo seu vinho e onde se esconde um hotel<br />

com muito, muito charme.<br />

O Aquapura Douro Valley oferece aos titulares<br />

de cartões CGD um cocktail de boas-vindas<br />

& upgrade (mediante disponibilidade) ou,<br />

em alternativa, um jantar de três pratos em<br />

reservas com estadia mínima de três noites<br />

(bebidas não incluídas).<br />

Saiba quais os cartões abrangidos por esta<br />

oferta em www.vantagenscaixa.pt.<br />

Guia de Viagem<br />

Como ir<br />

Partindo do Porto, siga em direção à<br />

Ponte da Arrábida, apanhando a A4<br />

para Vila Real/Valongo/Ermesinde.<br />

Seguir pela saída 18, com sentido<br />

a Mesão Frio/Régua, virando à<br />

esquerda em direção a N15. Apanhe<br />

a N101, depois a N108, passando<br />

por Juncal de Baixo e por Adega do<br />

Chão antes de chegar ao Aquapura.<br />

Se sair de Lisboa, apanhe a A1 e siga<br />

até Viseu. Aí, apanhe primeiro o IP3,<br />

depois a A24, até à saída número 10,<br />

para Armamar. Siga as indicações<br />

para Régua/Tabuaço/Resende/<br />

Cinfães, convergindo com a N313 e,<br />

depois, com a N222.<br />

No Aquapura Douro Valley,<br />

encontrará quartos a partir de 180<br />

euros por noite.<br />

www.aquapurahotels.com<br />

O que fazer<br />

A partir do Aquapura<br />

São muitas as propostas<br />

de atividades, pensadas para<br />

agradar aos clientes.<br />

Para lá da incontornável piscina<br />

exterior e do fantástico spa, tem<br />

a possibilidade de experimentar<br />

uma prova de vinhos, um passeio<br />

de barco pelo Douro, uma<br />

viagem de comboio a vapor,<br />

uma aula de cozinha com o chef,<br />

jantares à luz das velas em casas<br />

históricas, jantares com enólogos<br />

ou piqueniques, entre outras<br />

sugestões.<br />

Descobrindo a região<br />

Ao escolher ficar no Aquapura,<br />

está a optar por uma das mais<br />

belas regiões do mundo: o Vale<br />

do Douro. E além da fantástica<br />

envolvente natural, poderá<br />

conhecer a história da região,<br />

visitando as suas cidades e<br />

recantos históricos: Lamego e a<br />

arquitetura barroca, a Régua com a<br />

sua marginal e o Museu do Douro,<br />

Vila Real e o magnífico Palácio de<br />

Mateus, terminando nas histórias<br />

centenárias de São João da<br />

Pesqueira, Pinhão ou Vila Nova de<br />

Foz Côa.<br />

Cx<br />

a revista da caixa51


52<br />

s<br />

saúde<br />

ADOLESCÊNCIA<br />

Quase mulherzinha<br />

Saiba como ajudar a sua filha na preparação<br />

da primeira consulta de ginecologia<br />

A ADOLESCÊNCIA é sempre um<br />

período de grandes mudanças físicas e de<br />

comportamento e nem sempre é fácil os<br />

pais entenderem ou fazerem-se entender,<br />

sobretudo quando se enfrenta a idade<br />

«dos segredos», dos primeiros afetos pelo<br />

sexo oposto e de uma nova relação com o<br />

próprio corpo. O diálogo entre mãe e filha<br />

é fundamental e deve dar o mote para uma<br />

vigilância médica adequada. «A primeira<br />

consulta de ginecologia deve ser feita por<br />

volta dos 13 anos, mas pode ser necessária<br />

antes, se a menstruação aparecer cedo de<br />

mais, antes dos nove anos, ou se for muito<br />

abundante ou muito dolorosa», esclarece<br />

Daniela Sobral, ginecologista no Hospital<br />

dos Lusíadas.<br />

A ida ao ginecologista pode ser um pouco<br />

assustadora, principalmente se as mães<br />

tentarem explicar, cheias de boa vontade,<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

como é o exame ginecológico. «Por norma,<br />

não observo as meninas na primeira consulta,<br />

exceto quando existe alguma queixa ou<br />

preocupação. Numa segunda consulta, é<br />

realizado um exame físico geral e um exame<br />

dos genitais externos. Muitas vezes, o exame<br />

ginecológico só é realizado muito mais tarde»,<br />

esclarece a ginecologista. Na opinião de<br />

Daniela Sobral, a presença da mãe (e, por que<br />

não, do pai) é sempre bem-vinda, uma vez<br />

que só esta conhece alguns detalhes da história<br />

A PRIMEIRA CONSULTA<br />

DE GINECOLOGIA DEVE<br />

SER FEITA POR VOLTA<br />

DE MULHER PARA MULHER<br />

Daniela Sobral é ginecologista<br />

e mentora da criação da Consulta<br />

de Ginecologia Infantil e para<br />

Adolescentes no Hospital dos<br />

Lusíadas, a qual é assegurada<br />

também pela ginecologista Alexandra<br />

Cordeiro. «Julgo que é mais<br />

confortável para as meninas que esta<br />

primeira abordagem seja feita por<br />

uma médica. Julgo que é importante<br />

para se sentirem mais à vontade»,<br />

afirma Daniela Sobral.<br />

clínica. «No final da consulta, peço sempre aos<br />

pais para saírem, para que a adolescente faça<br />

todas as perguntas que quiser e conte detalhes<br />

que não quis contar em frente dos pais.<br />

É essencial a relação de confiança mútua que<br />

aqui se desenvolve», afirma.<br />

Só conversar<br />

Na primeira consulta de ginecologia,<br />

os exames efetuados podem ser só «medir,<br />

pesar e avaliar a tensão arterial. Isto porque<br />

o mais importante, nesta primeira<br />

abordagem, é avaliar as preocupações da<br />

adolescente com a sua imagem, o acne,<br />

o excesso de pelos, o peso, o formato das<br />

suas mamas ou dos seus genitais externos<br />

(que podem não ser simétricos), as<br />

irregularidades e as dores menstruais, que<br />

podem ser dramáticas e que, por vezes, são<br />

de fácil solução», refere a ginecologista, que<br />

chama a atenção das mães, recomendando<br />

que, perante as queixas de dores menstruais<br />

das filhas, optem por dar-lhes um antiinflamatório,<br />

como o ibuprofeno. «Não faz<br />

sentido nenhum que tenham de aguentar<br />

a dor», diz. Por outro lado, esta consulta é,<br />

também, uma oportunidade para alertar para<br />

a «vacinação contra o vírus do papiloma<br />

humano, a qual protege do cancro do colo<br />

do útero, para a prática de exercício e de uma<br />

dieta equilibrada, para os riscos do tabaco,<br />

das drogas e do álcool, e, claro, começar<br />

a falar sobre sexualidade responsável, no<br />

sentido de evitar uma infeção sexualmente<br />

transmissível e uma gravidez não desejada,<br />

e que o uso de tampões não tem qualquer<br />

desvantagem nas meninas, sendo até mais<br />

higiénico, desde que usados de forma<br />

adequada.»<br />

DOS 13 ANOS Foto: Peter Dazeley


54<br />

e<br />

educação<br />

MOBBING<br />

Carga no trabalho<br />

Para lá dos limites físicos, a pressão psicológica exercida<br />

sobre trabalhadores não tem de ser suportada como uma inevitabilidade.<br />

Quando a carga não dá tréguas, há que não se deixar abater<br />

SÓ A ENTRADA, espiada pelos ponteiros do<br />

relógio a anunciar as 9 horas, dá conta da<br />

presença de João. Para lá do limiar da porta<br />

do 2.º andar, tudo o resto grita a ausência.<br />

A secretária e a cadeira há muito que foram<br />

expulsas do espaço que chamava seu, um<br />

entre tantos no labirinto de cubículos. Do<br />

computador e do telefone, só resta a memória<br />

que ficou gravada na fotografia que a parede<br />

ainda não largou, em tributo a tempos mais<br />

felizes. O serviço que durante anos a fio lhe<br />

coube, dizem, deixou de lhe servir, para ir cair<br />

em novos braços. Só ficou o vazio, talhado à<br />

medida de um desespero sem tamanho.<br />

Apesar de fictícia na identidade do<br />

protagonista, a história que aqui se conta<br />

cabe na realidade de um sem-número<br />

de trabalhadores, seja qual for o setor de<br />

atividade. Funcionários que, por mais<br />

empenhados que sejam e capacidades<br />

demonstrem, esbarram numa espiral de<br />

violência que sobre eles se exerce.<br />

Embora essa violência não costume<br />

assumir contornos de maus-tratos físicos,<br />

conhecem-se as mossas que as agressões<br />

psicológicas sistemáticas podem deixar. Se<br />

o fenómeno em causa é, geralmente,<br />

descrito pelo estrangeirismo<br />

mobbing (em inglês, «to<br />

mob» pode significar<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

Por Ana Rita Lúcio<br />

agredir com violência), em bom português<br />

ele é sinónimo de um ambiente de coação<br />

moral ou psicológica que se abate sobre os<br />

trabalhadores. Muito além das situações em<br />

que o stresse organizacional se intensifica<br />

pontualmente, trata-se de uma gestão das<br />

relações profissionais instilando o terror<br />

psicológico, através de comportamentos<br />

continuados que, inclusivamente, se tendem<br />

a tornar cada vez mais agressivos com o<br />

passar do tempo. Ainda que, habitualmente,<br />

um cenário de mobbing seja protagonizado<br />

por superiores hierárquicos em relação aos<br />

seus subordinados, também podem surgir<br />

casos entre colegas, conduzindo, em todo o<br />

caso, à degradação óbvia das condições de<br />

trabalho e pondo, ainda, em perigo a saúde<br />

física e psicológica do trabalhador.<br />

Precariedade gera (mais) violência<br />

As vítimas desta violência laboral gratuita<br />

são, não raras vezes, alvo de um ataque<br />

que esconde razões mais profundas: forçar<br />

os funcionários a abandonar o seu posto<br />

de trabalho e a organização. Uma pressão<br />

que é tanto mais forte numa conjuntura<br />

económica que tende a enfraquecer as<br />

condições de trabalho, facilitando o abuso<br />

de poder por parte de alguns empregadores,<br />

que, por exemplo, podem pretender reduzir<br />

MOBBING É<br />

SINÓNIMO DE<br />

UM AMBIENTE<br />

DE COAÇÃO<br />

NO TRABALHO<br />

Print<br />

DORES LABORAIS<br />

Se só recentemente ouviu a<br />

expressão mobbing, saiba que<br />

atrás dela se esconde uma<br />

realidade antiga, reconhecida<br />

pela Organização Mundial<br />

de Saúde e pela maioria das<br />

autoridades nacionais para<br />

as condições do trabalho. As<br />

consequências desta forma de<br />

terrorismo laboral são graves<br />

e podem traduzir-se em:<br />

> Baixa autoestima;<br />

> Ansiedade;<br />

> Apatia;<br />

> Problemas de concentração;<br />

> Depressão;<br />

> Isolamento social;<br />

> Alterações de humor;<br />

> Comportamentos<br />

disfuncionais, como<br />

distúrbios alimentares ou<br />

aumento de consumo de<br />

álcool e drogas;<br />

> Suicídio (em casos<br />

extremos).<br />

o número de assalariados sem terem de<br />

recorrer ao despedimento.<br />

O modus operandi neste tipo de situações é<br />

variável. No entanto, mobbing pode traduzir-<br />

-se, como no exemplo fictício do João que<br />

aqui se retratou, no isolamento da vítima, no<br />

esvaziamento do seu conteúdo de trabalho<br />

ou na atribuição de funções para as quais é<br />

sobrequalificada. Ou mesmo na humilhação<br />

perante os colegas, no ataque à sua esfera<br />

profissional ou privada e, ainda, na agressão<br />

verbal ou física, em casos extremos. Ferido<br />

na dignidade e no profissionalismo, é<br />

importante, porém, que quem trabalha saiba<br />

que não está sozinho e que resistir é possível:<br />

o Código do Trabalho proíbe o assédio moral<br />

que crie um «ambiente intimidativo, hostil,<br />

degradante, humilhante ou desestabilizador»<br />

e confere à vítima «o direito a uma<br />

indemnização por danos patrimoniais e não<br />

patrimoniais». Perante uma pressão que não<br />

cede, há que não baixar os braços.<br />

Foto: iStockphoto


Foto: iStockphoto<br />

CARTÕES PRÉ-PAGOS<br />

Dinheiro bem gerido<br />

Total conveniência nas compras e controlo dos gastos<br />

são apenas duas das vantagens dos cartões pré-pagos<br />

CARREGAM-SE COM o que se quer – até um<br />

máximo estipulado contratualmente – e sempre<br />

que se quiser, permitindo um maior controlo<br />

sobre os gastos, com a vantagem adicional de<br />

poderem ser carregados por terceiros. Uma<br />

entidade e referência, frequentemente sem<br />

qualquer associação a uma conta bancária, são<br />

tudo o que necessita para aumentar o saldo dos<br />

cartões pré-pagos disponibilizados atualmente.<br />

Os cartões pré-pagos limitam os gastos ao<br />

saldo disponível, correspondente aos fundos<br />

carregados previamente, não possibilitando<br />

gastar mais do que aquilo que, de facto, se tem.<br />

São, também, bastante convenientes nas diversas<br />

necessidades de transferência e utilização de<br />

fundos, facilitando a gestão das suas finanças no<br />

dia a dia. E para uma proteção acrescida, estes<br />

cartões obrigam à utilização de um número de<br />

identificação pessoal ou de um código.<br />

Usados como um cartão MasterCard ou Visa<br />

em qualquer estabelecimento comercial que<br />

aceite este tipo de pagamento, podem ser<br />

utilizados em mais de 48 mil estabelecimentos,<br />

em território nacional e 18 milhões em todo o<br />

mundo.<br />

Os pré-pagos revelam-se uma excelente<br />

alternativa, nomeadamente para o pagamento<br />

das mesadas e semanadas dos mais novos e,<br />

simultaneamente, uma forma de controlar os<br />

seus gastos e incentivá-los a gerir o seu próprio<br />

dinheiro com bom senso. Trata-se, pois, de um<br />

estímulo à responsabilidade e valorização das<br />

finanças pessoais dos seus filhos ou netos, de<br />

modo seguro e eficaz.<br />

Este tipo de cartão revela-se, também, uma<br />

solução muito prática para facilitar pagamentos<br />

pontuais ou para quem gosta de fazer compras<br />

através da Internet de forma segura.<br />

Outra das mais-valias é o facto de alguns<br />

cartões pré-pagos não obrigarem à associação<br />

de uma conta à ordem, sendo que, por norma,<br />

estes cartões vêm personalizados com o<br />

nome do cliente e dados para o carregamento<br />

(entidade e referência) no verso.<br />

Para maior comodidade, possibilitam o<br />

agendamento mensal do seu carregamento, com<br />

um montante predefinido, a partir de uma conta<br />

à ordem a que sejam associados. Terminada<br />

a sua validade, variável por períodos fixos de<br />

tempo, são renováveis automaticamente.<br />

Falamos, portanto, de uma solução prática<br />

e segura, ideal para a minimização de riscos<br />

e controlo de gastos. Saiba mais sobre estes e<br />

outros assuntos relacionados com a literacia<br />

financeira e a gestão do orçamento familiar em<br />

www.saldopositivo.pt.<br />

finanças<br />

CARTÕES PRÉ-PAGOS<br />

DA CAIXA<br />

> Fáceis de utilizar e limitados<br />

ao saldo pré-carregado, estes<br />

cartões permitem um maior<br />

controlo dos gastos, conferindo<br />

maior segurança.<br />

> Em função da idade e das<br />

necessidades de cada Cliente,<br />

a Caixa disponibiliza um leque<br />

de cartões pré-pagos.<br />

> Para compras e gestão da<br />

mesada, os jovens podem<br />

contar com os cartões Lol Júnior<br />

e Lol, dirigidos às idades entre<br />

os 10 e os 15 anos e entre os 15<br />

e os 18 anos, respetivamente.<br />

Estes cartões permitem<br />

associar uma funcionalidade<br />

de poupança, transferindo,<br />

automaticamente, no final de<br />

cada mês, o saldo que sobra no<br />

cartão (superior a dez euros)<br />

para a conta Caixa Projecto do<br />

seu utilizador.<br />

> Para maiores de 18 anos,<br />

os Clientes da Caixa têm à<br />

sua disposição um conjunto<br />

de cartões com finalidades<br />

diferentes:<br />

> O cartão Pro, para maior<br />

controlo das compras e<br />

pagamentos;<br />

> O cartão Webuy, um pré-pago<br />

virtual para compras on-line;<br />

> Os cartões Caixa Flow, que<br />

permitem partilhar o saldo com<br />

cartões adicionais a serem<br />

utilizados no estrangeiro;<br />

> O cartão My Baby, para<br />

a gestão das despesas<br />

relacionadas com o nascimento<br />

de um filho.<br />

f<br />

Cx<br />

a revista da caixa 55


56<br />

s<br />

sustentabilidade<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

VERDE MOVIMENTO<br />

Inspirar à ação<br />

Sustentabilidade é um tema em construção e há muito a aprender sobre ele.<br />

Nesse sentido, o Verde Movimento cria uma corrente de várias iniciativas que dão visibilidade<br />

a atitudes mais saudáveis para o ambiente e para as pessoas<br />

A IMPORTÂNCIA da responsabilidade<br />

individual para a reabilitação de um mundo<br />

melhor dá o impulso a eventos de rua, em<br />

Lisboa, que se traduzem em diversas formas de<br />

expressão. Segundo a mentora e organizadora<br />

deste projeto, Ana Rita Ramos, a ideia surgiu<br />

em parceria com a Câmara Municipal de<br />

Lisboa, a que depois se juntou a agência<br />

criativa Normajean (e, posteriormente, outros<br />

parceiros), com o objetivo de animar os<br />

jardins da capital com acontecimentos festivos,<br />

divertidos, visualmente apelativos e, sobretudo,<br />

que provem que é possível ter uma vida mais<br />

ecológica. Neste sentido, foram realizados em<br />

Lisboa quatro grandes eventos, dois em 2011 e<br />

dois este ano.<br />

O Verde Movimento tem vindo a crescer<br />

a nível de impacto dos eventos, da adesão do<br />

público e, também, da capacidade de chamar<br />

Por Paula de Lacerda Tavares<br />

parceiros para esta causa, tal como a Caixa<br />

Geral de Depósitos (ver caixa). A «obra» feita<br />

já é significativa:<br />

Quatro eventos em Lisboa, com milhares de<br />

participantes;<br />

Um Dia Verde (23 de setembro passado), nos<br />

jardins do Museu da Eletricidade, em Lisboa,<br />

em que mais de sete mil pessoas partilharam<br />

uma nova forma de estar na vida;<br />

Realização de 62 workshops, todos eles com<br />

lotação esgotada, em áreas tão distintas como<br />

Pais e Filhos, Viver Melhor, Experiências Zen,<br />

Nutrição, e muitos mais;<br />

No total dos programas que realizou, o<br />

Verde Movimento conseguiu juntar mais de<br />

20 mil pessoas, proporcionando-lhes novas<br />

experiências, todas gratuitas e de entrada livre,<br />

numa lógica educativa e pedagógica;<br />

Esforço em mostrar formas alternativas de<br />

arte, usando a reciclagem e a reutilização,<br />

como na Escultura do Desperdício;<br />

Apoio a projetos ainda marginais, porque o<br />

Verde Movimento acredita que é nas margens<br />

que surgem as ideias para mudar o mundo.<br />

É o exemplo do Mercado de Trocas, projeto<br />

que incentiva à troca de produtos em segunda<br />

mão sem a utilização de dinheiro, projeto<br />

apadrinhado pelo Verde Movimento desde o<br />

seu início;<br />

Partilha de novos conceitos, inéditos para<br />

muitas pessoas, como a energia cinética, em<br />

que os participantes têm de pedalar para<br />

produzir energia;<br />

o mural da cgd, a Escultura<br />

do desperdício e muita brincadeira<br />

ao ar livre, foram algumas das<br />

atividades do Dia Verde


Fotos: D.R. e João Cupertino<br />

Um site na Internet (www.verdemovimento.<br />

com) e uma página no facebook (www.<br />

facebook.com/verdemovimento), esta última<br />

com mais de 38 mil fãs, em que o Verde<br />

Movimento partilha, diariamente, inúmeras<br />

ideias para mudar o mundo, de forma<br />

gratuita, apenas porque acredita que é preciso<br />

sensibilizar cada vez mais pessoas.<br />

Ana Rita Ramos salienta que, «com os eventos<br />

do Verde Movimento, procuramos refletir<br />

sobre a importância da responsabilidade<br />

individual para um mundo melhor. Queremos<br />

inspirar as pessoas, as empresas e os parceiros<br />

privilegiados na área da sustentabilidade<br />

à ação. A sustentabilidade é um tema em<br />

construção e há muito a aprender. Tem a ver<br />

com o nosso estilo de<br />

vida e com os consumos<br />

quotidianos, com a forma<br />

como lidamos com o lixo<br />

que produzimos ou a<br />

maneira como comemos,<br />

como utilizamos os<br />

nossos recursos e energias<br />

disponíveis. Tem tudo a<br />

ver com a nossa atitude<br />

individual em cada<br />

momento das nossas<br />

vidas, com a consciência<br />

de tornarmos o mundo<br />

melhor. Cabe a cada um<br />

fazer a sua parte, porque um pequeno gesto<br />

multiplicado por muitas pessoas dá origem a<br />

uma grande transformação».<br />

Um Dia Verde «em grande»<br />

O Verde Movimento faz parte da corrente<br />

de cidadania que pretende amenizar o<br />

impacto humano sobre o ambiente e tornar a<br />

convivência social mais civilizada nesse âmbito.<br />

O dia 23 de setembro foi disso exemplo,<br />

nos jardins do Museu da Eletricidade, onde<br />

se deu um enorme contributo a favor da<br />

sustentabilidade. Com efeito, mais de sete mil<br />

pessoas estiveram ativamente presentes, os 16<br />

worshops esgotaram nas zonas zen, nas áreas<br />

de pais e filhos e nos recintos subordinados<br />

ao tema Viver Melhor, em que até o tema Mãos<br />

na Terra ensinou 221 crianças a trabalhar<br />

conceitos relacionados com as plantas, as<br />

sementes, a horta, o clima e a alimentação.<br />

Durante todo o dia, foram disponibilizadas<br />

massagens, feito um rastreio nutricional,<br />

pedalou-se para criar energia cinética para<br />

o concurso Eco DJ Contest e assistiu-se a<br />

momentos mágicos no Espaço Malabares,<br />

do Chapitô. Outro acontecimento marcante<br />

foi o da CRAS, que devolveu à natureza uma<br />

ave antes doente, sem esquecer as atuações<br />

de street dance com o espetáculo Da Rua<br />

para o Palco, que integrou jovens dançarinos<br />

de classes sociais muito desfavorecidas. Os<br />

carrinhos de rolamentos foram, também, um<br />

tremendo êxito para os pais, filhos e até avós,<br />

tanto que José Sá Fernandes, vereador da CM<br />

de Lisboa, convidou o Verde Movimento a<br />

realizar uma corrida, no Parque Eduardo VII,<br />

no próximo ano.<br />

No Mercado de Troca, constatou-se três<br />

vezes mais bens trocados do que em maio<br />

passado. Fazendo jus ao<br />

seu espírito solidário, o<br />

Verde Movimento entregou<br />

seis sacos gigantes de<br />

artigos ao Banco de Bens<br />

Doados/Entrajuda. Já no<br />

Mercado Bio e 2.ª Mão,<br />

houve a oferta de artigos<br />

e produtos de grande<br />

qualidade.<br />

Factos, vivências<br />

humanas e ambientais em<br />

harmonia, conjugados<br />

num Dia Verde que prova o<br />

grande espetáculo em que<br />

podemos tornar a vida e o planeta. Por isso,<br />

a responsável pelo Verde Movimento deixa o<br />

desafio: «Criemos, juntos, uma conspiração de<br />

generosidade. Acreditamos que a verdadeira<br />

magia da existência é sermos úteis, nem<br />

que seja apenas a uma pessoa. Cremos que<br />

generosidade é dar o que os outros não<br />

chegam a pedir… e dar gratuitamente.»<br />

Até ao final deste ano e em 2013, o Verde<br />

Movimento vai continuar a acontecer. Para<br />

o próximo ano preparam-se eventos ainda<br />

maiores, que chuguem a mais pessoas, tanto<br />

em Lisboa como no Porto, e o Dia Verde 2013<br />

terá lugar nas ruas da capital, em maio, com<br />

nova réplica em setembro.<br />

O Verde Movimento está a aumentar de<br />

tal forma que, revela a mentora do projeto,<br />

«estamos a ser muito solicitados por parceiros<br />

no Brasil, em Espanha e na Argentina,<br />

sobretudo através da nossa página no<br />

Facebook, que é realmente um sucesso.<br />

Em breve contaremos dar esse passo».<br />

Print<br />

PARCERIA FÉRTIL<br />

NO DIA VERDE<br />

A importância de ter a CGD<br />

como patrocinadora.<br />

Ana Rita Costa elogiou<br />

a forma como a CGD<br />

patrocinou o Dia Verde.<br />

«Participou ativamente,<br />

mostrando a incrível partilha<br />

de ADN com o Verde<br />

Movimento. Além do apoio<br />

do seu banco de voluntários,<br />

foi a promotora da nossa<br />

Escultura de Desperdício,<br />

que levou centenas<br />

de crianças a criarem<br />

um globo terrestre com<br />

materiais condenados ao<br />

aterro. E estimulou centenas<br />

e centenas de visitantes a<br />

escreverem num mural – o<br />

painel da CGD intitulado O<br />

Mundo que Queremos Ter –<br />

uma mensagem para mudar<br />

o mundo. A adesão foi tal, que<br />

o painel foi preenchido dos<br />

dois lados!». A responsável<br />

do Verde Movimento conclui<br />

que se constatou que ambas<br />

as entidades partilham<br />

«ambições, convicções,<br />

objetivos e sonhos. Assim,<br />

temos um terreno fértil para<br />

realizarmos projetos em<br />

conjunto no futuro».<br />

E foi, precisamente, com<br />

o mote «O Mundo que<br />

Queremos Ter» que «a Caixa<br />

se associou a este evento, por<br />

ter uma forte componente<br />

mobilizadora e pedagógica<br />

em torno dos valores da<br />

cidadania, convidando ao<br />

acolhimento, em família, de<br />

comportamentos sustentáveis<br />

que valorizem os recursos<br />

que temos ao nosso dispor<br />

e minimizem o desperdício<br />

no dia a dia», sublinhou Paula<br />

Viegas, responsável pelo<br />

Programa Corporativo de<br />

Sustentabilidade da CGD.<br />

Cx<br />

a revista da caixa 57


58<br />

s<br />

sustentabilidade<br />

AUTOCARRO ELÉTRICO<br />

Uma inovação sustentável<br />

A CaetanoBus é finalista nos European Business Awards<br />

com o C5 2500 EL. Um projeto totalmente inovador,<br />

com produção em série prevista para 2013, para serviço de aeroporto<br />

A CAETANOBUS REPRESENTA Portugal como finalista, na<br />

categoria Inovação, nos prémios European Business Awards<br />

2012/2013, a que a empresa concorreu com o autocarro elétrico<br />

C5 2500 EL e com o autocarro de duas frentes. O destaque dado<br />

ao C5 2500 EL, até pelas suas características únicas, acaba por ser<br />

natural, surgindo no seguimento da Menção Honrosa obtida, no<br />

final de 2011, nos Green Project Awards, uma iniciativa da Agência<br />

Portuguesa do Ambiente (APA), da Quercus-ANCN e GCI. Sendo<br />

um projeto capaz de cumprir três princípios fundamentais – a<br />

inovação, a excelência empresarial e a sustentabilidade –, este<br />

autocarro é um puro elétrico, destinado a transporte de passageiros,<br />

ideal para pequenos percursos urbanos.<br />

A sua não emissão de poluentes para a atmosfera, Emissões Zero,<br />

como está definido, constitui uma das características que<br />

o distinguiu no evento. Como salienta Jorge Pinto, CEO<br />

da CaetanoBus, «Portugal já tem uma componente de produção<br />

de energia de fontes renováveis bastante significativa, o que torna,<br />

por si só, o autocarro elétrico um veículo de baixo nível<br />

de emissões. Sendo, normalmente, a carga do veículo realizada<br />

durante a noite, quando há excesso de produção de eletricidade,<br />

o veículo contribui igualmente para o balanço energético».<br />

Com efeito, a área de sustentabilidade é uma preocupação real<br />

da CaetanoBus, no sentido de criar alternativas amigas do ambiente.<br />

Segundo Jorge Pinto, a ideia de inovar com este autocarro elétrico<br />

surgiu «na sequência de uma reunião sobre estratégia de produto,<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

Por Paula de Lacerda Tavares<br />

Print<br />

CARACTERÍSTICAS<br />

ÚNICAS<br />

Zero emissões diretas, entre<br />

outros pormenores.<br />

O C5 2500 EL tem<br />

uma autonomia de,<br />

aproximadamente, 150 km,<br />

baixo nível de emissão de<br />

ruído, zero por cento de<br />

emissões diretas e custo<br />

por quilómetro competitivo<br />

(1,0 Kwh por km). As novas<br />

tecnologias implementadas<br />

são as baterias de LiFePO4,<br />

sistemas de baixo consumo<br />

elétrico, sistema de<br />

carregamento incorporado<br />

e estrutura em alumínio.<br />

Em termos de estética e de<br />

conforto, trata-se de um<br />

veículo de piso baixo (low<br />

floor), com um conceito interior<br />

que permite uma grande<br />

acessibilidade dos passageiros.<br />

realizada em junho de 2009. Na altura, procurávamos soluções<br />

para fazer face à quebra de mercado de autocarros na Europa».<br />

O projeto foi, então, cofinanciado ao abrigo do Sistemas de Incentivo<br />

à Inovação e Desenvolvimento, em copromoção com empresas do<br />

setor industrial e entidades do SCTN.<br />

O C5 2500 EL tem as suas duas primeiras unidades protótipo<br />

produzidas. A primeira encontra-se num cliente da CaetanoBus, num<br />

programa de testes em concurso na Finlândia, cofinanciado pelo<br />

Governo Finlandês. A segunda unidade tem sido utilizada<br />

como demonstradora em diversas cidades (já foram feitas<br />

demonstrações em Lisboa e em Vila Nova de Gaia) e em aeroportos<br />

europeus. Jorge Pinto anuncia que «está prevista a sua entrada<br />

em serviço no aeroporto de Estugarda em março de 2013. Dada<br />

a situação económica de Portugal e a contenção do investimento,<br />

estamos a promover este veículo, principalmente, nos mercados<br />

de exportação. Os nossos mercados-alvo são os municípios e os<br />

aeroportos na Europa. Temos também em vista um possível projeto<br />

no Brasil. A nível internacional,, o veículo elétrico foi acolhido com<br />

bastante interesse, até por ser o único deste tipo que já fez serviço<br />

regular em algumas cidades e aeroportos europeus».<br />

Nesse sentido, a CaetanoBus tem promovido diversas iniciativas<br />

de divulgação de redes de transportes citadinos de zero emissões,<br />

ajudando à consciencialização para uma questão fundamental<br />

nos nossos dias.<br />

Foto: D.R.


Foto: Tom Merton<br />

BOAS PRÁTICAS<br />

Por um futuro melhor<br />

No seu dia a dia, a Caixa toma medidas para reduzir<br />

o seu impacto ambiental. Conheça os resultados alcançados<br />

A CAIXA PROCURA ser um exemplo ao nível<br />

das boas práticas tendentes à redução da sua<br />

pegada carbónica. Para tal, têm sido várias<br />

as medidas implementadas para redução do<br />

consumo global de eletricidade, incluindo a<br />

utilização de energias renováveis, a adoção de<br />

tecnologias de baixo carbono nos edifícios e<br />

na mobilidade, assim como uma adequada<br />

gestão de resíduos.<br />

O resultado deste desempenho é visível nos<br />

indicadores alcançados em 2011. O consumo<br />

global de eletricidade nas instalações da Caixa<br />

registou a maior redução anual desde o início<br />

da implementação de medidas de eficiência,<br />

tendo-se verificado um decréscimo de dez por<br />

cento em relação a 2010.<br />

No domínio da mobilidade, reforçaram-se<br />

as medidas de gestão eficiente da frota própria<br />

e das deslocações em serviço, o que levou a<br />

uma redução de 15 por cento de emissões de<br />

CO 2 face a 2010. Já a reciclagem de resíduos<br />

registou um aumento de 19 por cento.<br />

Estes resultados inserem-se no âmbito do<br />

Programa Caixa Carbono Zero, o programa<br />

estratégico da Caixa para o combate às<br />

alterações climáticas, lançado em 2007. Trata-<br />

-se de um projeto único no setor financeiro<br />

português, que posicionou a Caixa na<br />

liderança da transição para uma economia<br />

mais sustentável e de menor intensidade<br />

carbónica.<br />

Desde então, a Caixa reduziu 13 por cento<br />

do consumo de eletricidade, o equivalente<br />

ao consumo de 3250 habitações durante o<br />

período 2007/2011, poupando dois milhões<br />

de euros e evitando a emissão de 6500 t de<br />

CO 2 e por ano. Além disso, compensou mais<br />

de 8000 t CO 2 e resultantes da sua atividade,<br />

através do apoio a projetos sustentáveis de<br />

geração de créditos de carbono, e concedeu 42<br />

milhões de euros de financiamento em crédito<br />

para energias renováveis, que reduzem cerca<br />

de 12 000 t CO 2 por ano.<br />

São apenas alguns dos indicadores<br />

alcançados e que proporcionaram importantes<br />

distinções. Em 2011, a Caixa foi a melhor<br />

empresa portuguesa e a melhor instituição<br />

financeira ibérica na resposta às exigências de<br />

uma economia de baixo carbono, segundo o<br />

Carbon Disclosure Project, Report Ibérico 125<br />

2011, que avaliou as maiores empresas de<br />

Portugal e Espanha. A CGD assegurou, ainda,<br />

uma posição cimeira no Índice ACGE 2011 –<br />

Responsabilidade Climática em Portugal, tendo<br />

conquistado a liderança do setor financeiro e<br />

a segunda posição no total das 82 empresas<br />

avaliadas.<br />

Print<br />

RELATÓRIO DE<br />

SUSTENTABILIDADE<br />

DE 2011<br />

A Caixa obteve o nível<br />

máximo no cumprimento<br />

das diretrizes exigidas.<br />

O 4.º Relatório de<br />

Sustentabilidade da CGD<br />

foi elaborado de acordo<br />

com as diretrizes da Global<br />

Reporting Initiative, tendo<br />

obtido a nota A+, após<br />

verificação independente.<br />

Esta notação reconhece o<br />

mérito e a evolução da CGD<br />

ao nível dos três pilares da<br />

Sustentabilidade: económico,<br />

ambiental e social.<br />

Isso mesmo é assinalado ao<br />

longo do Relatório, tendo em<br />

conta os princípios da Carta<br />

para o Negócio Responsável<br />

do World Savings Banks<br />

Institute/European Savings<br />

Banks Group, subscrita<br />

pela CGD: relações justas<br />

e transparentes com os<br />

clientes; promoção da<br />

acessibilidade e inclusão<br />

financeira; negócio “amigo” do<br />

ambiente; desenvolvimento<br />

de relações responsáveis com<br />

os colaboradores; contribuição<br />

responsável para a sociedade;<br />

comunicação: atividades e<br />

políticas.<br />

Consulte o Relatório em<br />

www.cgd.pt e assista aos<br />

testemunhos, em vídeo, sobre<br />

o desempenho do Programa<br />

de Sustentabilidade da CGD.<br />

Cx<br />

a revista da caixa 59


60<br />

s<br />

sustentabilidade<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

TECIDOS ECOLÓGICOS<br />

Porque há sonhos<br />

que comandam a vida<br />

Confiança e uma visão positiva da vida e do futuro estão<br />

na base de uma empresa online de tecidos amigos do ambiente.<br />

Um projeto sustentável que prova que os sonhos se tornam realidade<br />

É SUSTENTÁVEL o compromisso assumido pela Tecidos Ecológicos,<br />

uma empresa online cuja filosofia se baseia no respeito pela vida em<br />

geral – pessoas, animais e planeta. Assente num princípio de respeito<br />

pela produção ética, recursos e processos naturais, tem como<br />

último objetivo o desenvolvimento de tecidos e de peças de roupa<br />

que sejam amigos do ambiente. Por outras palavras, criar moda de<br />

uma forma responsável, sem esgotar recursos renováveis ou poluir<br />

ao longo da sua manufatura, e que, simultaneamente, possam ser<br />

reabsorvidos pelo ambiente (biodegradabilidade), preservando todo<br />

o valor e significado para todas as pessoas que os vestem.<br />

Foi, sobretudo, isto que levou Marlene Oliveira a criar a Tecidos<br />

Ecológicos, em maio de 2011. Designer de moda, com preocupações<br />

éticas e ambientais, depressa se apercebeu, fruto da sua experiência,<br />

que, «em Portugal, havia um nicho de mercado a explorar» nesta<br />

área, o que a levou a «contactar fornecedores estrangeiros». Uma<br />

das condições essenciais para fechar negócio é assegurar de antemão<br />

que a parceria estabelecida é de comércio justo. «Comércio justo<br />

tem a ver com a ética e comigo. Sou vegetariana, por isso tenho<br />

preocupações com esse tipo de questões», afirma, explicando que<br />

apenas escolhe «fornecedores com certificação de comércio justo».<br />

Pouco mais de um ano depois, é com um sorriso nos lábios<br />

que Marlene Oliveira afirma que este seu projeto «está a correr bem<br />

e tem vindo a crescer». Não poderia ser, aliás, de outra maneira.<br />

À sua frente está, afinal, uma mulher que não acredita «na crise.<br />

Acho que está na cabeça das pessoas. Quando fazemos o que<br />

gostamos, as oportunidades acabam por surgir». E oportunidades<br />

não faltam. «A crise não a sinto», frisa, prometendo surpresas para<br />

breve. Entre elas, «projetos para mudar consciências, para uma visão<br />

mais positiva».<br />

Entre os seus clientes, a maioria são particulares, artesãos,<br />

designers, mais do que empresas de larga produção, embora a Tecidos<br />

Ecológicos forneça «marcas que começam a criar pequenas linhas<br />

ecológicas, sustentáveis».<br />

Alguns cliques são tudo o que é necessário para aceder a uma<br />

vasta gama de artigos ecológicos, «veganos» e com certificação de<br />

comércio justo. Para facilitar a escolha, os artigos encontram-se<br />

divididos por cores (azul, rosa, verde, amarelo, laranja, vermelho,<br />

castanho, branco e preto), por tipo (cetim, sarja, flanela, bombazina,<br />

Por Helena Estevens Fotografia Bruno Barbosa<br />

estampados, lisos, denims e malhas) e produtos, que incluem<br />

desde tecidos a retrosaria, passando por peças de vestuário já<br />

confecionadas, numa seleção que em breve será alargada.<br />

Existe igualmente a possibilidade de adquirir vales-presentes<br />

eletrónicos através do site (www.tecidosecologicos.com) e oferecer a<br />

familiares ou amigos, se assim o pretender. Uma surpresa que poderá<br />

ter reações bastante agradáveis numa altura em que o trabalho<br />

artesanal – ou personalizado, se se preferir – está a conquistar cada<br />

vez mais afetos.


1. GLAD RAG DOLL<br />

Diana Krall<br />

Universal<br />

Neste álbum, Krall reinventa<br />

clássicos dos anos 20<br />

e 30, recuperando os discos<br />

de 78 rotações que<br />

a acompanharam ao<br />

longo da vida. O disco<br />

está disponível em dois<br />

formatos, um standard<br />

e um em jewel box e deluxe,<br />

com quatro temas extra<br />

(€ 21,90, na FNAC on-line)<br />

8. THE HAUNTED MAN<br />

Bat for Lashes<br />

EMI Music<br />

Natasha Khan está de volta<br />

com um disco intimista,<br />

dotado de uma estranha<br />

melancolia luminosa. A pop<br />

independente ao melhor<br />

estilo, numa espécie de<br />

conto de fadas!<br />

(€ 15,90, na FNAC on-line)<br />

2. O LIVRO DA SELVA<br />

EMPRESARIAL<br />

Liliana Silva Cerqueira<br />

Gestão Plus<br />

Um guia útil, com reflexões<br />

e exemplos práticos, esta<br />

é uma sátira divertida, mas<br />

também muito inspiradora,<br />

que lhe permitirá construir<br />

uma carreira de sucesso.<br />

(€ 11,61, na Wook on-line)<br />

7. FUN HOME,<br />

UMA TRAGICOMÉDIA<br />

FAMILIAR<br />

Alison Bechdel<br />

Contraponto<br />

Best-seller internacional,<br />

trata-se de uma história<br />

agridoce da relação entre<br />

pai e filha, contada através<br />

de um romance gráfico.<br />

(€ 14,94, na Wook on-line)<br />

3. PERSÉPOLIS<br />

Marjane Satrapi<br />

Contraponto<br />

Com esta memória inteligente,<br />

divertida e comovente de uma<br />

rapariga que cresce no Irão,<br />

durante a Revolução Islâmica,<br />

Marjane Satrapi consegue<br />

transmitir uma mensagem<br />

universal de liberdade.<br />

(€ 17,91, na Wook on-line)<br />

6. BRANCA DE NEVE<br />

Stella Gurney<br />

Arte Plural Edições<br />

Prepare-se para uma<br />

das mais fascinantes<br />

adaptações de sempre<br />

deste conto tradicional.<br />

Em formato pop up, com<br />

ilustrações fantásticas<br />

e para todas as idades.<br />

(€ 14,94, na Wook on-line)<br />

5. BY MY SIDE<br />

Ben Harper<br />

EMI Music<br />

cultura<br />

A apresentadora de Hoje<br />

e de Sexta às 9 revela os<br />

títulos que, recentemente,<br />

mais a marcaram.<br />

JÁ ME CHEGOU às mãos o<br />

primeiro romance de Jaime<br />

Nogueira Pinto, Novembro,<br />

capaz de nos fazer repensar<br />

não só o passado como a<br />

construção do País que<br />

somos hoje. Atualmente,<br />

o disco que mais ouço é<br />

o MTV Unplugged, de<br />

Florence and the Machine,<br />

e, como filme, considero um<br />

dos melhores desta década o<br />

Amigos Improváveis. Uma<br />

história tocante que nos<br />

demonstra como pode ser<br />

fácil tratar a diferença.<br />

4. AS COISAS<br />

QUE TE CAEM<br />

DOS OLHOS<br />

Gabriele Picco<br />

Contraponto<br />

Ennio, jovem tímido,<br />

fascinado por lágrimas,<br />

encontra o diário de uma<br />

rapariga e, deslumbrado,<br />

parte numa busca<br />

incessante para devolver<br />

o livro à dona. Uma<br />

deliciosa fábula urbana<br />

sobre amor e imaginação<br />

(€ 13,95, na Wook on-line)<br />

Um dos músicos mais<br />

acarinhados pelos portugueses<br />

escolheu as suas baladas<br />

favoritas para uma retrospetiva<br />

de carreira, oferecendo 12<br />

das suas mais emblemáticas<br />

canções.<br />

(€ 17,99, na FNAC on-line)<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

c<br />

as escolhas de...<br />

Sandra<br />

Felgueiras<br />

Jornalista<br />

61


62<br />

d<br />

cultura<br />

LISBON WEEK<br />

Lisboa partilhada<br />

Injetando-lhe energia nas artérias urbanas, o Lisbon Week<br />

fez renascer a capital portuguesa pela via da cultura. Com sete rotas,<br />

que atravessaram sete colinas, durante sete dias, a receita foi partilhar<br />

Lisboa para, com ela, partilhar Portugal<br />

PARA LEVANTAR o ânimo de quem<br />

ande abatido, o melhor remédio pode ser<br />

um «cocktail de vitaminas», segundo a<br />

prescrição de António Costa. Uma injeção<br />

de energia pronta a colocar toda a gente em<br />

movimento, com aplicações localizadas em<br />

diversos centros nevrálgicos. No tratamento<br />

multifacetado, com duração de uma semana,<br />

estavam proibidas as interrupções, para que a<br />

cura revitalizante pudesse surtir efeito.<br />

Acontece que a receita passada pelo<br />

presidente da Câmara Municipal de<br />

Lisboa (CML), no dia 19 de setembro, no<br />

«consultório» improvisado do Miradouro de<br />

São Pedro de Alcântara, não estava destinada<br />

a curar os males de nenhuma pessoa doente.<br />

Antes, vinha reconhecer o bem que um<br />

evento como o Lisbon Week pode fazer a<br />

Lisboa, mobilizando as gentes para dar uma<br />

nova vida à capital.<br />

O vaticínio efetuado pelo autarca na<br />

apresentação do evento viria a confirmar-se<br />

no desfecho deste projeto turístico e cultural,<br />

que teve lugar entre 22 e 28 de outubro. Pelo<br />

menos, a julgar pelas proporções que esta<br />

semana assumiu, a razão parece assistir a<br />

António Costa. Ao longo de sete dias, dezenas<br />

de milhares pessoas – entre locais, visitantes<br />

e turistas – redescobriram recantos lisboetas,<br />

encontrando e partilhando ideias, tendências,<br />

projetos, espaços, produtos e histórias. Tudo<br />

inserido em sete rotas, espalhadas pelas<br />

sete colinas: Arte, História, Panorâmica,<br />

Gastronomia, Música, Moda e Tradição.<br />

E não é por acaso que se fala de partilha,<br />

nesta primeira edição do Lisbon Week,<br />

um projeto da agência de comunicação<br />

XN Brand Dynamics, em coprodução com<br />

a CML e com o apoio de vários parceiros,<br />

entre os quais se destaca a Caixa Geral<br />

de Depósitos. O tema escolhido foi,<br />

precisamente, «Share Portugal», num desafio<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

Por Ana Rita Lúcio Fotografia Gualter Fatia<br />

proposto pela organização para que todos os<br />

envolvidos partilhassem a cidade, para, com<br />

ela, partilharem a história, a tradição, mas<br />

também a capacidade inovadora e criativa de<br />

todo um País.<br />

Num evento pensado e feito «por todos<br />

e para todos», como adianta Xana Nunes,<br />

responsável pela XN Brand Dynamics<br />

e principal mentora do projeto, «os<br />

habitantes, os lojistas, os donos de galerias<br />

e os responsáveis pelos diferentes espaços e<br />

instituições foram chamados a criar as suas<br />

próprias dinâmicas, dentro da dinâmica<br />

geral». Já o mote «para todos» ajustou-se<br />

a uma programação pensada para captar<br />

públicos de todas as idades e com gostos<br />

diferenciados.<br />

Caminhos de cultura<br />

No final de outubro, quando o tempo ainda<br />

se revelava cúmplice de passeios por Lisboa,<br />

a proposta foi para que a cultura saísse,<br />

literalmente, à rua. Pedia-se, depois, aos<br />

participantes que a perseguissem, em cada<br />

uma das paragens obrigatórias: umas já<br />

velhas conhecidas, revisitadas sob uma luz<br />

diferente, outras ainda por desvendar.<br />

Assumindo-se como uma «plataforma<br />

de mostra de projetos, produtos e artistas<br />

portugueses», o Lisbon Week definiu como<br />

pontos de partida lugares emblemáticos,<br />

como o Miradouro de São Pedro de<br />

Alcântara, a Praça de Camões, o Largo de<br />

São Paulo, o Martim Moniz ou o Mercado<br />

da Ribeira. Para traçar cada uma das rotas,<br />

«oferecendo leituras diferentes da cidade»,<br />

como aponta Xana Nunes, foram convidados<br />

sete embaixadores: Isabel Sarmento, na<br />

Arte; José Sarmento de Matos, na História;<br />

João Botelho, na Panorâmica; José Avillez,<br />

na Gastronomia; Zé Pedro, dos Xutos e<br />

Pontapés, na Música; José Cabral (mais<br />

PARA TRAÇAR CADA<br />

UMA DAS ROTAS FORAM<br />

CONVIDADOS SETE<br />

EMBAIXADORES


A iniciativa que fez de Lisboa<br />

uma galeria a céu aberto<br />

Com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos, a Rota CGD Arte<br />

promoveu um (re)encontro entre os lisboetas e a arte que percorreu<br />

as ruas da capital. Durante sete dias, 38 galerias e museus abriram as<br />

suas portas e até algumas Agências da Caixa acolheram exposições,<br />

que incluíram trabalhos de Júlio Pomar e de Vieira da Silva. De entre<br />

uma extensa lista de atividades, destacaram-se, ainda, as ações Meet<br />

the Artist, vocacionadas para aproximar o público dos artistas, ou a<br />

exposição Blind Date, na Biblioteca dos Paulistas, da Igreja de Santa<br />

Catarina, onde foi possível adquirir obras de artistas portugueses cuja<br />

identidade só foi revelada após a compra.<br />

conhecido pelo blogue O Alfaiate Lisboeta),<br />

na Moda; e Carlos Coelho, na Tradição.<br />

Arte pela rua<br />

Quantas obras-primas tem uma cidade com<br />

sete colinas? Para responder à pergunta, a Rota<br />

CGD Arte elegeu a Praça de Camões como<br />

bastião, para daí partir para encontros com<br />

contadores de histórias, concertos e workshops,<br />

exposições, cinema ao ar livre e atividades<br />

lúdicas para crianças, como, por exemplo, o<br />

ateliê instrumental em que os mais pequenos<br />

aprenderam a tocar com a Orquestra<br />

Metropolitana de Lisboa. Convocando o<br />

público a olhar a arte de Lisboa sob o seu<br />

prisma, a embaixadora Isabel Sarmento<br />

e a curadora Filipa Oliveira desenharam<br />

um roteiro cujo ponto alto foi a exposição<br />

Vérride, no Palácio de Santa Catarina. Nela,<br />

reinventou-se a história do Palácio através da<br />

obra de 16 artistas contemporâneos, numa<br />

mostra vista por mais de 2400 pessoas.<br />

Mostrando, assim, que a cultura lisboeta está<br />

bem de saúde. E recomenda-se.<br />

Lisboa As ruas da<br />

cidade encheram-<br />

-se de visitantes,<br />

que não quiseram<br />

deixar de seguir as<br />

sete rotas propostas<br />

pelo Lisbon Week.<br />

Na Rota CGD Arte, as<br />

crianças tiveram um<br />

lugar privilegiado,<br />

como, por exemplo,<br />

demonstram algumas<br />

atividades lúdicas e o<br />

ateliê com a Orquestra<br />

Metropolitana de<br />

Lisboa (foto de<br />

abertura). Mas os<br />

adultos também não<br />

ficaram de fora e a<br />

exposição Vérride<br />

(foto da página 62,<br />

em baixo), no Palácio<br />

de Santa Catarina,<br />

revelou-se mesmo um<br />

sucesso, à semelhança<br />

das apresentações da<br />

Metropolitana.<br />

Cx<br />

a revista da caixa 63


64<br />

c<br />

cultura<br />

FESTIVAL ROTA DAS ARTES 2012<br />

A cultura em movimento<br />

A Cultura, a História e a Indústria andam novamente<br />

«de mãos dadas», por ocasião do Festival Rota das Artes 2012,<br />

um evento ambicioso que conta com o apoio da Caixa Geral de Depósitos<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

Por Paula Lacerda Tavares Fotografia João Cupertino<br />

COMEÇOU EM SETEMBRO e só terminará dentro de semanas,<br />

em data ainda definir. Falamos da segunda edição do Festival Rota<br />

das Artes, que tem vindo a convidar o público a visitar circuitos<br />

únicos dos vários espaços onde decorrem grandes espetáculos.<br />

O Festival promove roteiros especiais, em diversos locais nacionais<br />

emblemáticos, que incluem exibições de peças de arte de áreas tão distintas<br />

como a azulejaria, com a exposição A Revelação de uma Imagem Fragmentada, a<br />

tapeçaria com a mostra Uma Magia Construída do Avesso, peças antigas valiosas<br />

na exposição Prata, Ouro e Pedras Preciosas e, ainda, a exposição documental<br />

Lisboa, Antes e Depois do Terramoto. Com inspiração cultural, foi, também,<br />

delineado um guia de circuitos de restauração e comércio de particular interesse<br />

e qualidade para todos os visitantes.<br />

Este projeto contou com a colaboração do Museu Nacional de Arte Antiga,<br />

o Palácio Nacional da Ajuda, o Museu do Azulejo, o Planetário Calouste<br />

Gulbenkian e o Instituto Superior de Agronomia, entre outras parcerias de<br />

grande relevo nacional. A magia dos monumentos portugueses foi considerada,<br />

aliás, ideal para o ambiente pretendido nestes espetáculos, especialmente<br />

criados no âmbito do Festival, que conta com a participação de artistas<br />

excecionais, num conjunto de sete concertos e de duas apresentações dirigidas<br />

aos mais jovens.<br />

O concerto de abertura do Festival Rota das Artes 2012 teve lugar no<br />

Pavilhão de Exposições, nos Jardins da antiga Tapada Real da Ajuda, no passado<br />

a atuação de Maria<br />

João assinalou<br />

o arranque de um<br />

evento de sucesso


dia 21 de setembro, e proporcionou a oportunidade de homenagear Cole Porter<br />

ao som do ritmo contagiante dos Lisbon Swingers e da atuação marcante da<br />

cantora Maria João.<br />

De 28 a 30 de setembro, o Planetário Gulbenkian de Lisboa foi palco da<br />

ópera em três atos, O Mundo da Lua, de Joseph Haydn, dirigida pelo maestro<br />

Jean Bernard Pommier. Um espetáculo com características fantásticas, em que<br />

se convidou o público a «entrar» numa máquina do tempo e recuar 200 anos.<br />

Com um dos mais sugestivos libretos de sempre da ópera, esta obra desafiou<br />

os visitantes a imaginarem o mundo lunar, graças à avançada tecnologia do<br />

Planetário Gulbenkian, gerando sensações únicas aos passageiros desta estranha<br />

digressão espacial.<br />

Já a 3 de outubro, nos claustros do Mosteiro da Madre de Deus, Sara<br />

Mingardo, Jeremy Menuhin e Pavel Gomsiakov, três intérpretes de exceção,<br />

criaram um momento extraordinário em torno da obra de J. S. Bach, Shumann<br />

e Brahms, ilustrado com trabalhos de grandes pintores da época lisboeta do séc.<br />

XX, como Maria Helena Vieira da Silva ou Arpad Szènes.<br />

Para breve, estão previstos outros momentos de grande impacto. Numa<br />

dessas datas, a música clássica percorrerá as coleções do Museu Nacional de<br />

Arte Antiga, culminando com a apresentação cénica de O Retábulo do Mestre<br />

Pedro, de autoria de Manoel de Falla. Enquanto isso, o Palácio Nacional da<br />

Ajuda receberá a apresentação da ópera A Cinderela, de Rossini, numa produção<br />

concebida exclusivamente para a Sala D. Luís. Será uma fusão de teatro,<br />

fantoches e sombras chinesas, em harmonia com um conjunto de múltiplas<br />

projeções, oferecendo à audiência uma memória invulgar, tanto do local como<br />

da interpretação da obra.<br />

Em suma, este é um festival capaz de provocar vivências excecionais<br />

que conciliam várias formas de arte cénicas, musicais e de exposição, em<br />

monumentos carismáticos de Portugal, o que também lhe garante uma projeção<br />

internacional marcante.<br />

CULTURA NA CAIXA. COM CERTEZA<br />

Valorizar o que se faz de bom em Portugal é uma<br />

estratégia onde a CGD é peça essencial<br />

APOIO DE VALOR<br />

Nas palavras de Isabel<br />

Braz, da Direção de<br />

Comunicação e Marca da<br />

CGD, o Banco mantém<br />

uma presença importante<br />

no apoio à cultura. «No<br />

caso do Festival Rota das<br />

Artes, as características<br />

dos espetáculos atraíram<br />

a nossa atenção». Foram<br />

considerados muitos<br />

aspetos, como as várias<br />

correntes artísticas,<br />

os locais selecionados<br />

e a componente<br />

pedagógica do evento,<br />

que realizou previamente<br />

apesentações em<br />

algumas escolas.<br />

«Também a organização<br />

de roteiros para visitas<br />

a museus e exposições<br />

é uma vertente<br />

interessante, pois permite<br />

ao público novas formas<br />

de olhar todo o riquíssimo<br />

património aí presente.<br />

Toda esta diversificação<br />

permite-nos abranger<br />

muitos públicos e<br />

proporcionar aos nossos<br />

Clientes uma experiência<br />

da Marca e momentos<br />

de lazer de qualidade»,<br />

explica. A Caixa confirma,<br />

assim, a sua atuação<br />

positiva na vertente da<br />

responsabilidade social<br />

e no seu envolvimento<br />

com as diferentes<br />

comunidades, num<br />

apoio que permitiu a<br />

oferta de bilhetes a<br />

Clientes e colaboradores,<br />

neste caso, através de<br />

passatempos internos.<br />

«O sucesso dos primeiros<br />

espetáculos, quer em<br />

qualidade, quer em<br />

adesão do público,<br />

leva-nos a estar seguros<br />

de que a segunda fase,<br />

agendada para breve,<br />

terá um êxito igualmente<br />

assinalável», conclui.<br />

FAZER ACONTECER<br />

MAIS EM PORTUGAL<br />

O organizador do<br />

Festival Rota das Artes,<br />

Tito Celestino da Costa,<br />

salientou a eficácia da<br />

parceria com a CGD, que<br />

referiu ter decorrido de<br />

duas formas essenciais<br />

para a viabilidade do<br />

projeto: o patrocínio<br />

direto, através de um<br />

investimento financeiro, e<br />

na divulgação do Festival,<br />

incluindo-o no âmbito<br />

da responsabilidade<br />

social que a Instituição<br />

bancária sempre assumiu<br />

no panorama nacional.<br />

«A CGD tem uma das<br />

melhores equipas na<br />

área da Comunicação e<br />

que sabe a forma mais<br />

eficaz de transmitir o<br />

que se está a fazer no<br />

Festival», referiu. Tal<br />

aponta para o plano de<br />

crescimento que está a<br />

ser delineado pelos seus<br />

organizadores para criar<br />

um produto atrativo, não<br />

só a nível nacional. «No<br />

final deste ano, queremos<br />

já ter definido o projeto<br />

para o Festival Rota das<br />

Artes 2013. Para tal,<br />

temos de ser ainda mais<br />

eficazes na estratégia<br />

e criar um produto com<br />

diferentes vertentes, em<br />

espaços multifacetados,<br />

para abrir o leque de<br />

público a todas as idades<br />

e nacionalidades. Num<br />

momento em que tudo<br />

em Portugal tem um ponto<br />

de interrogação, temos<br />

de valorizar o que há de<br />

bom, ideia que partilho<br />

em absoluto com a Caixa<br />

Geral de Depósitos.»<br />

Cx<br />

a revista da caixa65


c<br />

cultura<br />

66 Cx<br />

a revista da caixa<br />

GNRATION<br />

Um legado de futuro<br />

Uma juventude mais participativa, com mais ferramentas<br />

para os desafios de futuro. É este o legado do GNRation, o novo espaço criativo<br />

da cidade de Braga, instalado no antigo quartel da GNR local<br />

APÓS UM ANO como Capital Europeia da<br />

Juventude, Braga prepara-se para acolher<br />

mais um projeto inovador, o GNRation,<br />

um espaço dedicado à criação, produção e<br />

consumo de atividades artísticas e criativas.<br />

Segundo Hugo Pires, presidente do Conselho<br />

de Administração da Braga 2012: Capital<br />

Europeia da Juventude e vereador da Câmara<br />

Municipal da cidade, «o projeto GNRation é<br />

um dos legados que queremos deixar à cidade<br />

e pretende centralizar todas as linhas de ação<br />

e objetivos programáticos da Capital Europeia<br />

da Juventude. Queremos que o legado seja<br />

uma juventude mais participativa, com mais<br />

Por Helena Estevens<br />

ferramentas para os desafios de futuro e uma<br />

estrutura sustentada no desenvolvimento de<br />

políticas de juventude e educação, formal e<br />

não formal, que sejam uma boa prática para<br />

todos os municípios portugueses».<br />

Quanto a Braga 2012, trata-se da marca<br />

que se pretende que perdure no tempo.<br />

«É o início de uma ‘nova viagem’ e deve ser<br />

o começo de uma renovada dinamização<br />

associativa, social, cultural, mas também<br />

económica, em particular, das indústrias<br />

criativas», explica o responsável. Como Capital<br />

Europeia da Juventude, a cidade visou não só<br />

dar ferramentas aos jovens para enfrentarem<br />

o mercado de trabalho, como promover<br />

a participação cívica e ativa, projetando a<br />

marca Braga como uma cidade com história,<br />

mas, também, com futuro. O GNRation vai<br />

«ao encontro destes objetivos, por ser um<br />

polo agregador de indústrias criativas e de<br />

empreendedores, fomentando o coworking e<br />

a troca de experiências e de ideias», adianta<br />

Hugo Pires. «A região norte de Portugal só será<br />

competitiva na nova economia criativa se for<br />

gerada uma massa crítica de empreendedores,<br />

estudantes, intelectuais, ativistas sociais,<br />

artistas, administradores e investidores que<br />

possam operar num contexto cosmopolita e


Fotos: D.R.<br />

open minded, onde as interações entre estes<br />

agentes geram mais ideias e criações, produtos,<br />

serviços e instituições, contribuindo, desta<br />

forma, para o seu desenvolvimento económico<br />

e social.» É exatamente aqui que entra o<br />

projeto GNRation, instalado no antigo quartel<br />

da GNR local.<br />

Envolver o público em geral e a<br />

comunidade em todo o projeto é um dos<br />

objetivos definidos, especialmente através das<br />

diversas parcerias estabelecidas, desenvolvidas<br />

para atrair não só público diverso como<br />

um vasto leque de oferta cultural, criativa,<br />

associativa e empreendedora. Nesse sentido,<br />

foram já encetados contactos e realizadas<br />

reuniões com diversas entidades públicas<br />

e privadas, lançando o mote para fazer<br />

cumprir os objetivos a que se propõe o<br />

GNRation. «Herdamos, desde logo, os<br />

parceiros envolvidos da Braga 2012: Capital<br />

Europeia da Juventude, podendo realçar-<br />

-se nível local e nacional, a Universidade<br />

do Minho [UM] e a Universidade Católica<br />

e instituições relacionadas, a Associação<br />

Académica da Universidade do Minho<br />

(através também do Liftoff – Gabinete do<br />

Empreendedor da Associação Académica<br />

da UM), galerias artísticas como a Galeria<br />

Mário Sequeira e a Galeria Show Me, bem<br />

como editoras, consultoras e artistas que se<br />

têm mostrado particularmente interessados»,<br />

explica Hugo Pires. Também a nível regional<br />

e internacional, continua, «estão a ser<br />

desenvolvidas plataformas de colaboração<br />

essenciais ao projeto, como a Waag Society’s<br />

Fablab Amsterdam (Holanda). Estão, ainda, a<br />

estabelecer-se diversas parcerias com o Brasil, e<br />

com a vizinha Espanha, no caso, com o Centro<br />

Galego de Arte Contemporânea de Santiago<br />

de Compostela. São acordos preparados para<br />

promover o diálogo intercultural, a troca de<br />

valor ao nível da produção, da experimentação<br />

e do apoio a jovens artistas, nos domínios das<br />

artes visuais», concretiza.<br />

Talento jovem na cidade<br />

O GNRation visa cativar e fixar jovens de<br />

talento na cidade. Este projeto está, assim,<br />

também inscrito no Programa Estratégico<br />

de Reabilitação Urbana do centro histórico<br />

de Braga, em execução pelo Município, que<br />

pressupõe como um dos seus objetivos a<br />

atração de jovens ao centro histórico. «Ainda<br />

recentemente, promovemos a venda de uma<br />

Eternamente jovem<br />

Fotógrafa e programadora cultural, Alexandra Ferreira é a primeira diretora convidada do GNRation.<br />

«O convite – de acordo com Hugo Pires – surgiu naturalmente com a composição da equipa de<br />

acompanhamento do projeto. Ao reunir as diferentes especialidades necessárias para o estudo do<br />

modelo de gestão do espaço, foi colocada a necessidade imperiosa de existir um elemento com<br />

conhecimento local e de experiência comprovada quer como programadora cultural, quer na gestão<br />

de espaços culturais. A juventude é sempre um marco para qualquer cidade, especialmente em<br />

Braga, ser jovem não é uma desvantagem é um orgulho poder ter uma visão diferente. O desafio é o<br />

GNRation ser sempre jovem». Ao longo deste ano caber-lhe-á a criação da rede de parceiros de um<br />

projeto que promete deixar marcas profundas na cidade.<br />

habitação – Casa a 1 Euro –, que foi um<br />

sucesso, e dinamizámos o projeto Encaixa-<br />

-te, de modo a instalar novos negócios no<br />

centro histórico. Se houver jovens a trabalhar<br />

no GNRation, eles provavelmente quererão<br />

morar no centro histórico e a dinamização<br />

criada, aliada aos parceiros e programação<br />

própria, produzirá, certamente, uma mistura<br />

explosiva, atraindo jovens – que estão ou saem<br />

da universidade ou com projetos criativos –<br />

que, de outra forma, voltariam para as suas<br />

localidades», frisa Hugo Pires.<br />

O objectivo passa por dividir o GNRation<br />

em três grandes áreas. A primeira, dedicada<br />

à produção, com gabinetes de trabalho e<br />

uma área de trabalho colaborativo, para<br />

acolher negócios nos setores do audiovisual,<br />

multimédia, música ou webdesign; outra<br />

destinada à experimentação, constituída<br />

por ateliers para residências temporárias de<br />

criativos; e, por último, os espaços de exibição,<br />

com um auditório para 200 pessoas, café-<br />

-concerto e zonas de lazer. Os interessados<br />

serão alvo de um processo de seleção,<br />

com critérios definidos por um júri de<br />

acompanhamento, constituído por diversos<br />

parceiros. Cabe, simultaneamente, ao júri<br />

definir a tipologia de espaço (residências,<br />

ateliers coletivos e/ou individuais), condições<br />

e tempo para cada projeto apresentado,<br />

ajustando as variáveis às necessidades de<br />

maturação e disponibilidade.<br />

Além da ocupação dos espaços do edifício,<br />

o GNRation contará com programação<br />

própria, em particular nas praças interiores<br />

e espaços comuns (auditório e espaços de<br />

acesso publico), a qual, além de potenciar os<br />

projetos existentes, procurará trazer eventos,<br />

instalações e artistas residentes. O GNRation<br />

será, assim, um espaço agregador do legado<br />

da Braga 2012: CEJ, dando continuidade à<br />

programação da CEJ neste novo espaço, com<br />

iniciativas várias relacionadas com as artes<br />

performativas, instalações artísticas, sessões de<br />

empreendedorismo, teatro ou música, entre<br />

muitas outras.<br />

Cx<br />

a revista da caixa67


68<br />

a<br />

agenda<br />

EXPOSIÇÕES<br />

Flagrante Deleite<br />

até 06.01.2013<br />

Fundação CGD – Culturgest, Lisboa<br />

-30% até 25 e maiores de 65 anos;<br />

-40% para titulares dos cartões Caixa<br />

IU, ISIC, ITIC e Caixa Fã (até 2 bilhetes).<br />

A exposição oferece uma<br />

perspetiva sobre o trabalho<br />

multifacetado de Rosemarie<br />

Trockel (Schwerte, Alemanha,<br />

1952), artista de referência na<br />

cena artística internacional dos<br />

últimos 30 anos. Tomando como<br />

leitmotif uma extensa série de<br />

colagens realizadas desde 2004,<br />

a exposição inclui, também,<br />

esculturas muito diversas,<br />

objetos de cerâmica e obras de<br />

parede feitas com lã.<br />

Cem Obras Para Dez Anos<br />

até 27.01.2013<br />

Fundação Arpad Szenes-Vieira da<br />

Silva, Lisboa<br />

Os Clientes da CGD têm um desconto<br />

de 75% em qualquer exposição da<br />

Fundação, mediante a apresentação<br />

de um cartão da Caixa.<br />

100 Obras, 10 Anos: Uma<br />

Selecção da Colecção da<br />

Fundação PLMJ baseia-se na<br />

cena artística contemporânea<br />

nacional e dos países de<br />

expressão portuguesa.<br />

Destacam-se os trabalhos de<br />

Joana Vasconcelos, José Pedro<br />

Croft, Julião Sarmento e Pedro<br />

Cabrita Reis, bem como de<br />

Celestino Mudaulane, Rosana<br />

Ricalde e Yomnamine.<br />

CONDIÇÕES EXCLUSIVAS PARA<br />

CARTÕES CGD<br />

40% DE DESCONTO NA AQUISIÇÃO<br />

DE ATÉ 2 BILHETES POR ESPETÁCULO<br />

AOS TITULARES DOS CARTÕES CAIXA<br />

FÃ, ITIC, ISIC, CAIXA IU E CAIXA ACTIVA.<br />

30% DE DESCONTO NA AQUISIÇÃO<br />

DE ATÉ 2 BILHETES POR ESPETÁCULO<br />

AOS TITULARES DOS CARTÕES CAIXA<br />

GOLD, CAIXA WOMAN, VISABEIRA<br />

EXCLUSIVE, LEISURE E CAIXADRIVE.<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

DANÇA/MÚSICA<br />

A Lã e a Neve<br />

14 a 16.12<br />

Fundação CGD – Culturgest, Lisboa<br />

Ver descontos na caixa Culturgest.<br />

Nas palavras da autora,<br />

Madalena Victorino: «Tomo<br />

os gémeos e a curiosidade<br />

que os envolve como fonte de<br />

pesquisa. A perceção do outro,<br />

os segredos da proximidade,<br />

ser o outro e nós mesmos num<br />

contacto; o espaço do outro<br />

que entra no nosso tempo,<br />

Exposição Educação+ Financeira<br />

Até 24.04.2013<br />

Entrada gratuita<br />

A Exposição Educação+<br />

Financeira resulta de uma<br />

parceria com a Universidade<br />

de Aveiro e visa a formação de<br />

consumidores mais conscientes<br />

da realidade financeira.<br />

Desenhada, sobretudo, para os<br />

mais jovens, a exposição passou<br />

já por 40 cidades, de norte a sul<br />

do País, envolvendo mais de 40<br />

mil pessoas. A edição 2012/2013<br />

está já em curso (ver quadro),<br />

estando toda a informação<br />

disponível em http://pmate.<br />

a antecipação, a telepatia, o<br />

encontro – eis os eixos que nos<br />

levaram a descobrir gémeos de<br />

várias idades, que vivem em<br />

aldeias da região de Guimarães<br />

e numa grande cidade como<br />

Lisboa. Fazê-los aproximar-se<br />

a propósito de um objeto de<br />

dança, música e silêncios que se<br />

constrói com eles e com artistas.<br />

A Lã e a Neve é um espetáculo<br />

que procura, nos corpos dos<br />

seus intérpretes, a força para<br />

sair e rebentar com os limites da<br />

comunicação.»<br />

CINEMA<br />

Cinanima<br />

08.12<br />

Fundação CGD – Culturgest, Lisboa<br />

Entrada gratuita<br />

À semelhança do que vem<br />

acontecendo há vários anos,<br />

a Culturgest associa-se ao<br />

Cinanima, projetando uma<br />

seleção de filmes premiados feita<br />

pela organização do Festival.<br />

Trata-se do mais importante<br />

festival de cinema de animação<br />

português, que decorre, em<br />

Espinho, desde 1976, tendo este<br />

ano a sua 36.ª edição, o que<br />

o torna um dos mais antigos<br />

festivais deste tipo de cinema em<br />

todo o mundo.<br />

OUTROS<br />

(pausa)<br />

Até 29.12<br />

Fundação CGD – Culturgest, Porto<br />

A Culturgest abriu em Lisboa,<br />

em fevereiro de 2011, uma<br />

livraria especializada em<br />

arte contemporânea, alheia<br />

a preocupações de ordem<br />

comercial, em que todas as<br />

publicações são disponibilizadas<br />

a preços reduzidos. Agora,<br />

um ano e meio depois da sua<br />

abertura, quando a oferta<br />

ascende a cerca de 500 títulos,<br />

é hora de fazer uma pausa<br />

nas exposições e partilhar<br />

temporariamente a livraria com<br />

o público do Porto.<br />

(pausa)<br />

Lisboa DMF, Neve); a e Lã (A Dussaud Georges Fotos:<br />

04 a 06.12.2012 Tondela<br />

11 a 13.12.2012 Estarreja<br />

08 a 10.01.2013 Oliveira de Azeméis<br />

15 a 17.01.2013 Albergaria<br />

22 a 24.01.2013 Condeixa<br />

28.1 a 01.02.2013 Pombal<br />

05 a0 7.02.2013 Ourém<br />

19 a 21.02.2013 Proença-a-Nova<br />

26 a 28.02.2013 Elvas<br />

05 a 07.03.2013 Borba<br />

12 a 14.03.2013 Mafra<br />

02 a 04.04.2013 Baião<br />

09 a 11.04.2013 V. R. St. António<br />

16 a 18.04.2013 Beja<br />

ua.pt/educacaomais. 22 a 24.04.2013 CNC – UA – Aveiro


REGISTO<br />

Receitas em livro<br />

Porque a informação tem um valor inestimável, a CGD conta a história<br />

do seu primeiro livro de receitas, onde se guardam os registos de quem a ajudou<br />

a tornar-se a maior instituição financeira e de crédito em Portugal<br />

DESDE SEMPRE, as sociedades organizadas<br />

sentiram necessidade de criar as suas próprias formas<br />

de registar os acontecimentos mais marcantes. As<br />

pessoas, instituições e empresas, na consecução<br />

das suas atividades e negócios, criaram técnicas<br />

e suportes específicos com vista a materializar os<br />

registos administrativos, contabilísticos e financeiros.<br />

Da história do suporte, ficaram-nos as «tabuinhas»<br />

de argila dos Sumérios, os papiros do Egito, os<br />

pergaminhos medievais e o papel, já na era moderna.<br />

Também a Caixa Geral de Depósitos sentiu<br />

necessidade de registar, desde o início da sua<br />

atividade, o seu movimento de entrada e saída<br />

de capitais. Na ausência de sistemas mecânicos<br />

de registo, havia que recorrer aos lançamentos<br />

manuscritos em livro, convenientemente cosidos<br />

e encadernados. Estes continham os registos<br />

devidamente numerados, sequencialmente, de<br />

forma a evitar falsificações, como a introdução ou<br />

supressão de folhas. O primeiro livro de receita da<br />

CGD, que data de 1877, espelha, precisamente, o<br />

início da atividade da Caixa, no que diz respeito<br />

à arrecadação de valores e à constituição do seu<br />

fundo financeiro de arranque das operações. Aqui<br />

encontramos o registo dos valores provenientes de<br />

diversas entidades e particulares. Não esqueçamos<br />

que, com a criação da CGD, se extinguiram<br />

outras instituições, herdando esta as suas funções,<br />

património e valores (a débito e crédito). São<br />

valores provenientes de depósitos obrigatórios por<br />

ordem dos Juízes da Comarcas, dos tesoureiros da<br />

Fazenda Pública da Junta do Depósito Público e<br />

ainda de particulares (por aquisição de arrematação<br />

de propriedades e outros bens em hasta pública),<br />

que iniciam os registos de receita da CGD. O valor<br />

do primeiro registo que encontramos neste livro<br />

de receita é de 646$434 réis, proveniente da<br />

Junta do Depósitos Público.<br />

Pelas folhas deste e dos restantes sete livros<br />

que constituem esta série, podemos aceder<br />

a informação preciosa sobre outros valores,<br />

entidades e pessoas que contribuíram para a<br />

constituição do fundo financeiro que permitiria à<br />

Caixa iniciar a sua atividade. Uma função de apoio,<br />

tanto ao Estado, como aos que, possuindo algum<br />

pecúlio, não se permitiam a grandes aventuras<br />

financeiras, mas também não aceitavam a ideia de<br />

ver o seu dinheiro eternizar debaixo do colchão.<br />

Foi com estas pessoas e muitos outros milhares,<br />

que nos anos seguintes se foram juntando, que a<br />

Caixa se tornou na maior Instituição financeira e<br />

de crédito em Portugal.<br />

vintage<br />

FACTOS<br />

registados<br />

em 1877<br />

Enquanto se abria o<br />

primeiro livro de receitas<br />

da CGD, outras páginas da<br />

história se escreveram.<br />

No primeiro dia do ano, a<br />

1. rainha Vitória de Inglaterra,<br />

é proclama Imperatriz da Índia.<br />

Thomas Edison inventa<br />

2. o fonógrafo.<br />

O Teatro Bolshoi de<br />

3. Moscovo assiste à<br />

estreia do célebre bailado<br />

O Lago dos Cisnes, que, à<br />

data, se revela um fracasso.<br />

Rutherford B. Hayes<br />

4. torna-se o 19.º<br />

Presidente dos Estados<br />

Unidos, sucedendo a Ulysses<br />

S. Grant, depois de um<br />

rescaldo eleitoral polémico.<br />

O Império Russo<br />

5. declara guerra ao<br />

Império Otomano.<br />

O escritor russo Lev<br />

6. Tolstoi publica a versão<br />

compilada do romance Anna<br />

Karenina.<br />

Nasce Hermann Hesse,<br />

7. escritor alemão e futuro<br />

Prémio Nobel da Literatura.<br />

A Roménia declara-<br />

8. -se independente do<br />

Império Otomano, o que só<br />

será reconhecido um ano<br />

mais tarde.<br />

O jornal diário norte-<br />

9. -americano<br />

Washington Post sai pela<br />

primeira vez em banca.<br />

Morre o escritor<br />

10. Alexandre Herculano,<br />

um dos expoentes máximos<br />

da literatura portuguesa.<br />

v<br />

Cx<br />

a revista da caixa69


70<br />

i<br />

institucional<br />

CAIXA EMPRESAS<br />

Para o seu negócio<br />

O apoio às exportações e o reforço da capitalização<br />

das empresas constituem prioridades para a Caixa<br />

A CAIXA DISPÕE de uma linha Caixa<br />

Empresas, para que possa lançar ou<br />

intensificar o investimento da sua empresa<br />

no apoio à exportação. Esta linha permite<br />

aliviar a tesouraria da empresa sob três<br />

formas: flexibilização de prazos e condições,<br />

vantagens e benefícios para empresas com<br />

relacionamento bancário global centrado<br />

na Caixa (domiciliação de vencimentos<br />

em contas da CGD, serviços de cobranças<br />

e produtos de tesouraria na ordem<br />

interna e externa, incluindo pagamentos e<br />

recebimentos, entre outros) e antecipação de<br />

recebimentos de exportação.<br />

Estes adiantamentos assumem duas<br />

modalidades: Remessas de Exportação e<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

Créditos Documentários de Exportação.<br />

As primeiras permitem o desconto<br />

de remessas simples (em que a Caixa<br />

procede apenas à antecipação de uma receita<br />

futura proveniente de uma exportação) ou<br />

documentárias (a Caixa envia ao seu banco<br />

correspondente no estrangeiro os documentos<br />

financeiros ou comerciais para cobrança,<br />

assegurando o cumprimento das condições<br />

definidas).<br />

Nos Créditos Documentários de Exportação,<br />

em especial relativamente aos mercados<br />

emergentes, a Caixa assume a garantia de<br />

pagamento, através da confirmação de cartas<br />

de crédito, eliminando riscos comerciais,<br />

políticos e de transferência.<br />

OFERTA CAIXA<br />

CAPITALIZAÇÃO<br />

A Caixa lançou, também, a oferta<br />

Caixa Capitalização, com uma<br />

dotação global de 1500 milhões<br />

de euros, visando proporcionar às<br />

empresas meios financeiros que<br />

satisfaçam as necessidades de<br />

reforço dos capitais permanentes.<br />

Esta oferta abrange três dimensões:<br />

Linhas de crédito para<br />

1. capitalização de empresas, uma<br />

forma inovadora de financiamento<br />

no mercado português, que combina<br />

características de capital e dívida,<br />

como sejam os prazos alargados<br />

de carência no reembolso, as<br />

remunerações variáveis a depender<br />

da performance das empresas, a<br />

possibilidade de capitalizar parte ou a<br />

totalidade dos juros, a não exigência<br />

de garantias hipotecárias, etc.;<br />

Atividade de Fundo de Fundos,<br />

Cartão Caixaworks Empreender (1), para apoiar a criação de novos negócios e empresas de pequena dimensão, designadamente, correspondendo às<br />

necessidades de tesouraria. Saiba mais em ww.cgd.pt.<br />

(1) TAE de 15,8% (com garantia real) ou 18,3% (com garantia pessoal), calculadas com base na média mensal da Euribor a 6M (base 360) + spread de 5,5% ou<br />

8%, respetivamente, para um montante de 1500 euros com reembolso a 12 meses. Taxas Euribor atualizadas em 01/01 e 01/07 de cada ano.<br />

2.<br />

destinada a estimular atuais e<br />

novos operadores de capital de risco<br />

(venture capital e private equity).<br />

Com esta iniciativa, espera-se<br />

incrementar o número e a diversidade<br />

de operadores independentes no<br />

mercado e a respetiva capacidade<br />

de investimento, aumentando,<br />

em consequência, o espectro das<br />

empresas beneficiárias dos meios<br />

financeiros disponibilizados;<br />

Fundos de capital de risco<br />

3.<br />

sob gestão da Caixa, para<br />

investimento direto em empresas<br />

da carteira de Clientes da CGD com<br />

bom potencial de crescimento e<br />

valorização. São quatro os fundos<br />

existentes, sendo de relevar o Caixa<br />

Mezzanine e o Caixa Reorganização<br />

Empresarial.<br />

A oferta Caixa Capitalização<br />

privilegiará, em qualquer das três<br />

vertentes, o apoio a empresas<br />

que atuem em setores de bens<br />

e serviços transacionáveis, com<br />

vocação para operar em mercados<br />

alargados (de exportação), influentes<br />

na substituição de importações ou<br />

relevantes no setor do comércio.


SERVIÇO CAIXAZUL<br />

Proximidade, inovação<br />

e exclusividade<br />

Um atendimento personalizado, sofisticado e de<br />

excelência, disponível em 580 Agências ou à distância<br />

O CAIXAZUL é um serviço da Caixa dirigido<br />

a Clientes exigentes, que se caracteriza pelo<br />

atendimento personalizado, sofisticado e de<br />

excelência. Disponível em 580 Agências, este<br />

serviço assegura:<br />

> Atendimento por um Gestor Dedicado, em<br />

Agência, através do telefone ou da Internet;<br />

> Disponibilidade 24 horas, sete dias por<br />

semana, através do Gestor on-line e do<br />

Caixadirecta telefone e on-line;<br />

> Acesso a produtos financeiros exclusivos<br />

ou com condições especiais;<br />

> Apoio financeiro rigoroso e de qualidade.<br />

O Gestor Dedicado proporciona um<br />

atendimento personalizado, adequado ao<br />

respetivo perfil de Cliente e a cada fase<br />

da sua vida, identifica as oportunidades<br />

que melhor servem as suas necessidades<br />

financeiras, apoia as decisões de<br />

investimento e seleciona as melhores<br />

alternativas entre os produtos e serviços que<br />

a Caixa oferece.<br />

Proximidade – O serviço Caixazul, através<br />

dos Gestores Dedicados, procura um<br />

relacionamento de confiança com o Cliente,<br />

sustentado na experiência, no rigor e na<br />

qualidade de um serviço que responda às<br />

suas expectativas. Além do atendimento<br />

personalizado nos espaços Caixazul, pode,<br />

ainda, contactar o seu Gestor Dedicado por<br />

telefone ou pelo Caixadirecta on-line. Ou<br />

seja, tem o seu Gestor Dedicado presente<br />

no canal mais conveniente consoante as<br />

situações.<br />

Inovação – Até hoje, foram várias as<br />

inovações do Caixazul, que acrescentam<br />

valor, flexibilidade e comodidade aos<br />

Clientes, como, por exemplo, o Gestor<br />

on-line. Trata-se de um serviço inovador e<br />

gratuito, disponível no Caixadirecta on-line,<br />

que permite trocar mensagens com o Gestor<br />

de forma simples, rápida e segura, marcar<br />

reuniões no dia e hora mais convenientes<br />

para o Cliente e conhecer as oportunidades<br />

de negócio em destaque.<br />

Exclusividade – Os Clientes Caixazul têm à<br />

disposição produtos e serviços exclusivos ou<br />

em condições especiais mais atrativas. Vão<br />

desde o cartão Caixazul, que os identifica<br />

como Clientes do serviço, até aos Depósitos<br />

on-line, que podem ser facilmente subscritos<br />

no Caixadirecta on-line (ver quadro).<br />

Há um Banco que o conhece como<br />

ninguém. A Caixa. Com certeza.<br />

Produtos e Serviços<br />

para Clientes Caixazul<br />

institucional<br />

Produtos /<br />

Serviços<br />

Exclusivos<br />

Produtos<br />

/ Serviços<br />

com<br />

Condições<br />

Especiais<br />

Gestor Dedicado x<br />

Gestor On-line x<br />

Serviço Caixazul GAT x<br />

Cartão Caixazul (1) x<br />

Cartão Caixa Gold (2) x<br />

Cartão Caixa Platina (3) x<br />

Depósito Caixazul Praemium x<br />

Depósitos Caixazul Netpr@zo<br />

3M, 6M e 12M<br />

x<br />

Depósitos Caixazul<br />

Netf@cil 1M<br />

x<br />

Caixazul Habitação (4) x<br />

Crédito Pessoal (5) x<br />

Oferta Global de Saúde<br />

Multicare (Planos e Cartões) (6)<br />

x<br />

Caixa Proteção Total – Seguro<br />

Acidentes Pessoais (6)<br />

x<br />

Caixa Seguro Viagem (6) x<br />

Caixa Seg. Empregada<br />

Doméstica (6)<br />

x<br />

Seguro Casa – Pack Recheio (6) x<br />

(1) TAEG de 1,1%, para um montante de 1500 euros, com reembolso<br />

a 12 meses, à TAN de 0,00%. (2) TAEG de 27,5%, para um montante<br />

de 2500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de 21,00%.<br />

(3) TAEG de 15,9%, para um montante de 5000 euros, com<br />

reembolso a 12 meses, à TAN de 12,00%. (4) TAE de 5,463%;<br />

TAER de 5,499%, calculadas à taxa Euribor 6 M, em novembro de<br />

2012, arredondadas à milésima e acrescidas de 4,50% de spread.<br />

Exemplo para um financiamento de 150 000 euros, a 30 anos, valor<br />

de avaliação de 200 000 euros, Cliente com 30 anos, com detenção<br />

dos seguintes produtos: Cartão de débito; Cartão de crédito;<br />

Caixadirecta; Domiciliação de Rendimentos; Carteira de depósitos,<br />

ativos e seguros financeiros com capital garantido a todo o tempo,<br />

superior a 50 000 euros, e Seguro de Vida e Multirriscos numa<br />

seguradora do Grupo Caixa. Comissão por reembolso antecipado,<br />

parcial ou total, 0,5% do capital reembolsado. (5) TAEG de 17,1%,<br />

calculada com base numa TAN de 14,408% (Euribor 3M + 14,200%),<br />

em novembro de 2012, para um crédito de 30 000 euros, com<br />

reembolso a 60 meses e garantia de fiança. Exemplo para operação<br />

com finalidade de lazer para Cliente Caixazul com cartão de débito<br />

ou débito diferido, cartão de crédito, domiciliação de rendimentos<br />

e serviço Caixadirecta. Prestação mensal 720,78 euros. Montante<br />

total imputado ao consumidor: 43 394,75 euros. (6) Produto da<br />

Fidelidade Mundial -Companhia de Seguros, SA, comercializado<br />

através da Caixa Geral de Depósitos, SA, na qualidade de mediador<br />

de seguros. A Caixa Geral de Depósitos, SA, doravante apenas CGD,<br />

pessoa coletiva n.º 500960046, matriculada na Conservatória do<br />

Registo Comercial de Lisboa, com o capital social de € 5 900 000<br />

000,00, com sede na Avenida João XXI, n.º 63, 1000-300 Lisboa,<br />

solicitou, em 19 de setembro de 2007, a sua inscrição no Instituto<br />

de Seguros de Portugal, na categoria de Mediador de Seguros<br />

Ligado, nos Ramos de Seguros de Vida e Não Vida e respetiva<br />

autorização para trabalhar com a Fidelidade – Companhia de<br />

Seguros, SA, encontrando-se registada sob o n.º 207186041. Os<br />

dados da CGD, enquanto Mediador de Seguros, estão disponíveis e<br />

podem ser consultados no sítio do Instituto de Seguros de Portugal<br />

(www.isp.pt). A CGD, enquanto mediador, não tem poderes para<br />

celebrar contratos de seguro em nome do Segurador, nem assume<br />

a cobertura dos riscos. A CGD, enquanto mediador de seguros<br />

ligado, não tem poderes de cobrança, embora enquanto instituição<br />

bancária possa executar as operações próprias desta atividade,<br />

designadamente, as operações de débito em conta ou transferência<br />

bancária autorizadas pelo respetivo titular.<br />

i<br />

Cx<br />

a revista da caixa 71


72<br />

i<br />

institucional<br />

O CAIXA FAMÍLIA é um serviço que permite<br />

agrupar as contas de poupança da família, para<br />

que todos possam beneficiar de uma taxa de<br />

juro superior à que teriam individualmente.<br />

E os benefícios crescem com o aumento do<br />

relacionamento com a Caixa. Veja, no quadro<br />

ao lado, o caso da Maria.<br />

A subscrição do Caixa Família é simples<br />

e flexível. Não precisa de abrir novas contas<br />

e cada familiar gere a sua conta de forma<br />

individual. Os familiares podem entrar e sair<br />

do grupo e reforçar as suas contas a partir de<br />

10 euros, sem entregas obrigatórias.<br />

Os aderentes ao Caixa Família devem<br />

ser familiares do titular da primeira conta a<br />

associar-se ao grupo: cônjuge, descendentes até<br />

4.º grau, colaterais ou seus descendentes até<br />

4.º grau e ascendentes até 2.º grau (incluindo<br />

por afinidade). Podem aderir duas contas de<br />

poupança, no mínimo, devendo a primeira ser<br />

de um titular maior de 18 anos. As duas contas<br />

não poderão ser tituladas apenas por cônjuges.<br />

Com um prazo de 181 dias, renovável<br />

automaticamente, e pagamento de juros<br />

semestral, o serviço permite mobilização<br />

antecipada, com perda total de juros sobre o<br />

valor mobilizado.<br />

Visite uma Agência da Caixa e saiba tudo<br />

sobre o Caixa Família.<br />

TODA A FAMÍLIA PASSA<br />

A BENEFICIAR DE UMA<br />

MELHOR TAXA DE JURO<br />

Arredonde com o seu cartão<br />

Ao efetuar compras com determinados cartões, pode beneficiar do arredondamento das compras realizadas, revertendo o montante<br />

do arredondamento, automaticamente, para uma conta de poupança, PPR ou fundo de pensões, conforme o cartão utilizado. É muito simples,<br />

basta pedir em qualquer Agência da Caixa ou do serviço Caixadirecta Telefone para associar um dos três programas de arredondamento<br />

à escolha a um cartão da Caixa elegível. Saiba mais em www.cgd.pt.<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

POUPANÇA<br />

Caixa Família<br />

Se quando a família se junta é sempre bom, por que não juntar<br />

o rentável ao agradável?<br />

1.º PASSO:<br />

Domiciliação<br />

do ordenado<br />

na Caixa<br />

2.º PASSO:<br />

Adesão ao<br />

Caixa Família<br />

3.º PASSO:<br />

Juntar mais<br />

familiares ao<br />

Caixa Família<br />

COM O CAIXA FAMÍLIA VANTAGENS<br />

A Maria tem 20 000 euros numa conta<br />

CaixaPoupança e o filho 2000 euros numa<br />

CaixaProjecto. Na Agência, soube que iria<br />

melhorar a remuneração, aderindo ao Caixa<br />

Família, e que o aumento seria ainda maior se<br />

domiciliasse o ordenado na CGD, pois poderia<br />

aderir ao Caixa Família Mais. A Maria assim fez.<br />

Ao associarem as contas no Caixa Família, mãe<br />

e filho passam a ter as poupanças remuneradas<br />

à TANB de 2,75%, no primeiro e segundo<br />

semestres, e a 0,95% + 20% da Euribor a 6<br />

meses nos restantes.<br />

Como a remuneração do Caixa Família é<br />

calculada em escalões, a Maria convidou o pai<br />

– que tem o cartão e uma conta de poupança<br />

Caixa Activa com 30 000 euros – a pertencer<br />

ao grupo.<br />

Assim, o somatório virtual das três contas<br />

subiu de escalão e cada uma passou a uma<br />

remuneração superior: TANB de 3%, no primeiro<br />

e segundo semestres, e de 1,05% + 20% da<br />

Euribor a 6 meses, nos restantes.<br />

Ao aderir ao Caixa Família Mais, a família da<br />

Maria aumentou, sem esforços, a remuneração<br />

das suas contas.<br />

Veja quanto acresce a taxa de juro em cada<br />

conta, com a associação das contas de<br />

poupança da família:<br />

Acréscimos à taxa de juro de cada conta, face à<br />

taxa de juro na conta original<br />

Maria:<br />

1.º e 2.º semestres: + 2,70 %;<br />

Restantes semestres: 20% da Euribor + 0,75 %.<br />

Filho da Maria:<br />

1.º e 2.º semestres: + 2,15%;<br />

Restantes semestres: 20% da Euribor + 0,2%.<br />

Pai da Maria:<br />

1.º e 2.º semestres: + 2,20 %;<br />

Restantes semestres: 20% da Euribor + 0,25 %.


CAIXA POUPANÇA SUPERIOR<br />

Uma solução exclusiva<br />

para estudantes universitários<br />

A NOVA CONTA Caixa Poupança Superior<br />

permite poupar facilmente durante o curso<br />

e mesmo depois de o acabar ou começar a<br />

trabalhar. Para aderir, basta ser detentor do<br />

cartão Caixa IU (ex-CUP), ISIC (1) ou Caixa<br />

Académica Estudante.<br />

Este é mais um instrumento facilitador da<br />

poupança na Caixa, especialmente vocacionado<br />

para responder às especificidades do segmento<br />

Universitário:<br />

Apela à pequena poupança dos estudantes;<br />

Ajusta-se à capacidade de aforro em cada fase<br />

do ciclo de vida;<br />

Possibilita o reforço do benefício na taxa de<br />

juro na transição para a vida profissional;<br />

Acompanha os Clientes ao longo da vida.<br />

Apresenta como característica diferenciadora<br />

uma remuneração-base de 0,6% TANB ao<br />

ano, majorada em função dos<br />

produtos e serviços subscritos,<br />

conferindo ao Cliente<br />

ainda maior vantagem<br />

após começar a trabalhar,<br />

caso domicilie o seu<br />

vencimento na Caixa (ver<br />

quadro).<br />

Por outro lado,<br />

sendo uma solução<br />

para a pequena<br />

poupança, além<br />

do mínimo de<br />

abertura de 10<br />

euros (em Agência),<br />

admite reforços<br />

pontuais ou<br />

TAXAS DE JURO:<br />

TANB<br />

Remuneração base 0,6%<br />

Com cartão de débito diferido ou crédito +<br />

serviço Caixadirecta<br />

Com cartão de débito diferido ou crédito<br />

+ serviço Caixadirecta + domiciliação de<br />

vencimentos ou LDN<br />

1,1%<br />

1,6%<br />

programados, a partir de 1 euro, em qualquer<br />

Agência ou através dos serviços Caixautomática,<br />

Caixadirecta telefone, on-line, mobile ou sms.<br />

Tem o prazo de seis meses e renova-se<br />

automaticamente por iguais períodos, sendo o<br />

pagamento de juros semestral, com capitalização<br />

automática.<br />

Permite mobilização de capital antes da data<br />

de vencimento (mínimo de 10 euros), de forma<br />

total ou parcial, apenas com perda total de juros<br />

corridos sobre o capital mobilizado.<br />

Toda a informação em www.cgd.pt, serviço<br />

Caixadirecta IU (808 212 213) ou em qualquer<br />

Agência da Caixa.<br />

(1) TAEG de 22,9%, para um montante de<br />

1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN de<br />

22,50%.<br />

UM CARTÃO MADE BY PARA CADA MULHER<br />

Porque as Clientes não são todas iguais, a<br />

Caixa criou a solução Made By para que cada<br />

uma possa fazer o seu próprio cartão. Agora,<br />

além de poder personalizar a imagem do<br />

cartão de crédito, pode, também, selecionar<br />

as funcionalidades que mais valoriza, pagando<br />

apenas aquilo que efetivamente lhe interessa.<br />

Por exemplo, a Margarida, mãe e mulher ativa,<br />

sem tempo a perder, paga tudo com o cartão<br />

para não se preocupar com trocos. Escolhe a<br />

foto dos filhos como imagem do cartão para<br />

andar sempre com a família na mala, opta pelo<br />

pagamento a cem por cento da dívida e, claro, o<br />

número máximo de dias para crédito gratuito.<br />

A Rita, solteira e super radical, não abdica do<br />

seu surf, faça chuva ou sol. Claro que o seu<br />

cartão tem ondas fantásticas como imagem<br />

e um pacote de seguros alargado para estar<br />

sempre bem protegida. Já a Teresa, sonhadora<br />

e fã de viagens, seleciona o programa de<br />

lealdade em milhas e uma foto do país<br />

preferido para ilustrar o cartão.<br />

Como vê, tem muitas razões para solicitar o<br />

cartão Made by. As suas escolhas irão definir a<br />

mensalidade a pagar, que pode variar entre um<br />

e cinco euros (acresce imposto de selo à taxa<br />

de 4%). No entanto, caso efetue um montante<br />

de compras e/ou de levantamentos a crédito<br />

mensais de valor igual ou superior a 250 euros,<br />

a mensalidade ser-lhe-á devolvida.<br />

O cartão Made By é feito por si e permite-lhe<br />

escolher, entre outros aspetos:<br />

> Uma imagem escolhida por si, de uma galeria<br />

ou a imagem standard;<br />

> A modalidade de pagamento entre 5% e<br />

100% do total em dívida;<br />

> O número de dias de crédito gratuito (entre 10<br />

a 40 dias, 15 a 45 ou 20 a 50);<br />

> O pacote de seguros (base, médio ou<br />

alargado);<br />

> O programa de lealdade (pontos fast Galp,<br />

cash-back, milhas aéreas ou nenhum);<br />

> O tipo de extrato: digital (apenas no<br />

Caixadirecta on-line) ou em papel;<br />

> A rede: VISA ou Mastercard.<br />

Um milhão de cartões num só cartão, único<br />

e inovador, vencedor do Trophées 2011<br />

Innovative Cards.<br />

TAEG de 22,4% a 28,8%, em função da<br />

mensalidade contratada, para um montante de<br />

1500 euros, com reembolso a 12 meses, à TAN<br />

de 21,00%.<br />

Cx<br />

a revista da caixa 73


74<br />

f<br />

fecho<br />

FUNDIMO<br />

PASSA<br />

A FUNDGER<br />

A Fundimo, Sociedade Gestora de<br />

Fundos de Investimento Imobiliário,<br />

SA foi constituída em 8 de janeiro<br />

de 1987, tendo como missão gerir e<br />

administrar o património de fundos<br />

de investimento imobiliário abertos e<br />

fechados.<br />

Já este ano, a 29 de agosto<br />

último, esta sociedade – detida a<br />

cem por cento pelo Grupo Caixa<br />

Geral de Depósitos – alterou a<br />

sua denominação para Fundger,<br />

Sociedade Gestora de Fundos de<br />

Investimento Imobiliário, SA.<br />

A alteração de nome da sociedade<br />

não implica qualquer mudança<br />

contratual com os Clientes e<br />

participantes dos seus fundos,<br />

permanecendo em vigor todas as<br />

relações comerciais e profissionais já<br />

existentes. Todos os fundos geridos/<br />

detidos pela sociedade mantiveram as<br />

respetivas denominações e condições<br />

de gestão e de comercialização<br />

específicas.<br />

A Fundger, SA detém, atualmente,<br />

27 fundos e cerca de 1,5 mil milhões<br />

de euros sob gestão, divididos pelos<br />

seguintes segmentos:<br />

Fundo Fundimo – fundo de<br />

investimento imobiliário aberto<br />

nacional, com maior volume sob<br />

gestão (940 milhões de euros),<br />

segundo a APFIPP;<br />

Vinte e quatro fundos de<br />

investimento imobiliário fechados,<br />

repartidos pelas seguintes categorias:<br />

- Promoção Imobiliária;<br />

- Reabilitação Urbana;<br />

- Associados a Câmaras Municipais;<br />

Dois fundos de investimento<br />

imobiliário de arrendamento<br />

habitacional.<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

CAIXA IMOBILIÁRIO<br />

Venha à Caixa e concretize um sonho<br />

Compre casa na Caixa Imobiliário.<br />

E os custos ficam por nossa conta<br />

Na aquisição de uma casa do Grupo<br />

CGD, a Caixa Imobiliário oferece-lhe todas<br />

as despesas inerentes aos impostos e demais<br />

encargos exclusivamente relacionados com o<br />

processo de compra. Para tal, basta escolher<br />

uma das casas devidamente assinaladas no site<br />

da Caixa Imobiliário para esta oferta exclusiva<br />

e concretizar a escritura até 31 de março de<br />

2013, ao preço de referência assinalado e<br />

publicitado no site.<br />

A oferta inclui o Imposto Municipal sobre as<br />

Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT), o<br />

Imposto de Selo (escritura e financiamento),<br />

as comissões de estudo e de avaliação, a<br />

preparação da minuta e os Serviços Casa<br />

Pronta (certidão on-line do registo predial<br />

e despesas com o serviço – hipoteca e<br />

financiamento). Quando o financiamento<br />

for efetuado através de outra instituição, os<br />

montantes relativos às comissões de estudo<br />

(IVA incluído) e de avaliação (impostos<br />

incluídos, caso aplicável) e à preparação da<br />

minuta (IVA incluído) são limitados àqueles<br />

que, em cada momento, constarem do<br />

preçário da CGD para as rubricas equivalentes.<br />

Não perca esta oportunidade única para ter<br />

a sua casa de sonho, com menos despesas, e<br />

beneficie, ainda, de bons preços e de um vasto<br />

leque de imóveis. Saiba quais as casas elegíveis<br />

para esta promoção em www.caixaimobiliario.<br />

pt e aproveite para conhecer também todas as<br />

atrativas funcionalidades do novo site<br />

da Caixa Imobiliário.<br />

Comprar casa é na Caixa. Com certeza.<br />

JÁ CONHECE O VANTAGENS CAIXA E A SUA LOJA VANTAGENS?<br />

O Vantagens Caixa (www.vantagenscaixa.pt) é o portal de parcerias da Caixa Geral de<br />

Depósitos, no qual pode descobrir todos os parceiros onde usufrui de descontos e benefícios<br />

associados ao seu cartão, entre outras vantagens. Nele, encontrará também a Loja Vantagens,<br />

que se afigura um modo fácil, seguro e cómodo<br />

para fazer as suas compras, quem sabe já para o<br />

Natal. Aí, encontrará material para a escola dos<br />

miúdos, perfumes e acessórios de moda, material<br />

eletrónico e informático, objetos de decoração,<br />

propostas culturais e experiências diversificadas,<br />

entre muito mais. Veja já em www.pmelink.<br />

pt/vantagenscaixa.pt e descubra variadíssimas<br />

propostas para amigos e família ou mesmo para<br />

si. Tem, também, à sua disposição o número de<br />

telefone 707 208 820 e o e-mail info@yunit.pt.

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