Guia de aplicações do SODIS

É ou não a água do SODIS?
Trabalhadores de extensão que fazem visitas de inspeção nas comunidades desenvolveram algumas ferramentas
para conferir se as pessoas realmente estão usando o SODIS na vida diária, ou se eles só dizem que fazem para
agradar o entrevistador… Pedindo um copo de água com SODIS é claro que o melhor modo de ver se a água de
beber descontaminada está disponível, é no momento da visita. Uma visita rápida no lugar onde as garrafas estão
expostas também pode ser muito instrutiva: foram encontradas, mais de uma vez, garrafas frias ao meio-dia…
um sinal que as garrafas há pouco tinham sido colocadas com a chegada do pessoal do projeto! Ou as garrafas
mostram uma fina camada de pó… provavelmente eles não foram retirados do telhado desde a última visita!
Apesar de monitorada a qualidade de água a nível de casa, às vezes é muito difícil saber se determinada amostra
realmente foi tratada. Mencionamos um exemplo do projeto em Matagalpa, Nicarágua, a seguinte pergunta foi
feita durante um estudo inicial: “Que tipo de tratamento você aplica a sua água de beber?” 22 moradores das 52
casas responderam que usam cloro. Foram testados os recipientes de água das 22 casas, mas o cloro residual
só foi encontrado em 2 recipientes…
Obviamente, o mesmo pode acontecer quando analisada a água com SODIS: é realmente o SODIS, ou é
apenas o olhar e o gosto da água com SODIS, mas realmente basta olhar a água natural de um ponto de vista
microbiológico?
Uma pesquisa da qualidade microbiológica da água pode ser útil ao avaliar os resultados de um projeto, mas
também tem algumas desvantagens:
- análises bacteriológicas são relativamente caras,
- os trabalhadores em extensão e usuários podem sentir que o SODIS não é uma tecnologia segura se a qualidade
de água não é analisada,
- um projeto do SODIS que desse muita importância aos aspectos analíticos provavelmente perderia de vista o fato
de que sua implementação de SODIS não é um problema técnico, mas muito mais uma educação/ conseqüência
de comunicação,
- amostras periódicas podem ser percebidas como muito controle externo.
Então, análises bacteriológicas são um valioso instrumento didático para demonstração, mas não indispensável
para a implementação de SODIS a nível de comunidade. A SODIS Foundation (Fundação SODIS) na Bolívia
nos proporciona um bom exemplo: nos últimos dois anos, uma equipe coordenou centenas de testes durante
seminários de demonstração, monitorando a qualidade da água nas comunidades, com visitas a nível doméstico,
etc. Mas a água com SODIS tratada diariamente no telhado e bebida pela equipe, nunca foi analisada, nem
mesmo uma vez, pois ninguém considerou isto como necessário!
• Na comunidade rural de Melikan, Indonésia, 40% dos aldeões
começaram a colocar seus recipientes em cadeiras ou em
pisos de concreto os quais, comparados as telhas de zinco,
telhado de azulejo ou outro apoio preto, não são locais ideais.
A parte de trás das cadeiras freqüentemente faziam
sombras para as garrafas em poucas horas. Apenas 50%
das amostras de água expostas estavam livre de coliformes
fecais. Depois de haverem recebido treinamento adequado
e as telhas de zinco adequadas, o número de aplicações
inadequadas caiu para 3% [26].
• Na Indonésia, uma comparação entre a comunidade rural e
da periferia mostrou que o número de aplicações incorretas
era significantemente baixa entre a população da periferia
com maior educação. Porém, ambas as comunidades
puderam obter melhor eficiência no tratamento com um
treinamento adicional ([26]/Notícias do SODIS No.2).
• Na Bolívia, durante um projeto de demonstração realizado
na comunidade de Sacabamba, algumas amostras de água
com SODIS contiveram altas concentrações de coliformes
fecais. A tampa da garrafa que se encontrava muita suja
provavelmente foi a responsável pela contaminação
[21].
• Na China, testes de campo realizados com garrafas de vidro
de 2,5 litros, revelaram que o SODIS poderia aumentar o
número de amostras livres de coliformes fecais de 25%
(água natural) para apenas 72% (água com SODIS). Depois
de substituir a garrafa de vidro grande por garrafas
plásticas de 1,25 litros, mais adequadas, 99,2% das
amostras de SODIS testadas indicaram 0 coliformes fecais
(Notícias do SODIS No.2
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