Avaliação da composição corporal, da ingestão nutricional e dos ...
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<strong>Avaliação</strong> <strong>da</strong> <strong>composição</strong> <strong>corporal</strong>, <strong>da</strong> <strong>ingestão</strong> <strong>nutricional</strong> e <strong>dos</strong><br />
conhecimentos sobre alimentação de futebolistas adolescentes<br />
Assessment of body composition, nutritional intake, and knowledge about<br />
food in young soccer players<br />
Bruno Araújo<br />
Orientado por: Mestre Isabel Pinto<br />
Co-orientado por: Prof. Doutor Vitor Hugo Teixeira<br />
Trabalho de Investigação<br />
Porto, 2009
Agradecimentos<br />
Ao Professor Doutor Vitor Hugo, pela prontidão no apoio prestado ao longo<br />
do desenvolvimento deste trabalho, tanto na clarificação <strong>da</strong>s dúvi<strong>da</strong>s que<br />
surgiram como nos reparos e sugestões forneci<strong>da</strong>s.<br />
À Mestre Isabel Pinto, pelo acompanhamento interessado e atento, e pela<br />
dicas imprescindíveis na definição do desenho do estudo.<br />
A to<strong>dos</strong> os profissionais do Futebol Clube de Paços de Ferreira, que<br />
prontamente se disponibilizaram para auxiliar o meu trabalho.<br />
A to<strong>dos</strong> os atletas que aceitaram participar no estudo.<br />
Ao Engenheiro Rui Chilro, pela disponibili<strong>da</strong>de e prontidão exemplar na<br />
resolução de problemas de foro informático que surgiram ao longo <strong>da</strong> elaboração<br />
deste documento.<br />
i
ii<br />
Índice<br />
Agradecimentos........................................................................................................i<br />
Lista de Abreviaturas..............................................................................................iv<br />
Resumo ...................................................................................................................v<br />
Abstract ................................................................................................................. vii<br />
1. Introdução........................................................................................................... 1<br />
2. Material e Méto<strong>dos</strong> ............................................................................................. 4<br />
2.1. Amostra........................................................................................................ 4<br />
2.2. Desenho do Estudo...................................................................................... 5<br />
2.3. Critérios de inclusão..................................................................................... 5<br />
2.4. Recolha de <strong>da</strong><strong>dos</strong> e procedimento do estudo.............................................. 6<br />
2.4.1. <strong>Avaliação</strong> <strong>da</strong>s Características Antropométricas .................................... 6<br />
2.4.2. <strong>Avaliação</strong> de Conhecimentos sobre Alimentação.................................. 6<br />
2.4.3. <strong>Avaliação</strong> <strong>da</strong> Ingestão Nutricional ......................................................... 7<br />
2.5. Técnicas de medições ................................................................................. 7<br />
2.6. Informatização <strong>da</strong> informação...................................................................... 8<br />
2.7. Análise de <strong>da</strong><strong>dos</strong> ......................................................................................... 8<br />
3. Resulta<strong>dos</strong>.......................................................................................................... 9<br />
3.1. Características Antropométricas .................................................................. 9<br />
3.2. Ingestão Nutricional ................................................................................... 10<br />
3.3. <strong>Avaliação</strong> de Conhecimentos..................................................................... 14<br />
4. Discussão......................................................................................................... 15
4.1. Características Antropométricas................................................................ 15<br />
4.2. Ingestão Nutricional ................................................................................... 16<br />
4.2.1. Energia e Macronutrientes .................................................................. 16<br />
4.2.2. Micronutrientes.................................................................................... 22<br />
4.3. <strong>Avaliação</strong> de Conhecimentos .................................................................... 26<br />
4.4. Limitações.................................................................................................. 28<br />
5. Conclusão .........................................................................................................29<br />
Referências Bibliográficas.....................................................................................30<br />
Índice de Anexos...................................................................................................38<br />
iii
iv<br />
AGMI – Áci<strong>dos</strong> Gor<strong>dos</strong> Monoinsatura<strong>dos</strong><br />
AGPI – Áci<strong>dos</strong> Gor<strong>dos</strong> Polinsatura<strong>dos</strong><br />
AGS – Áci<strong>dos</strong> Gor<strong>dos</strong> Satura<strong>dos</strong><br />
AHA – American Heart Association<br />
AI – Adequate Intake<br />
DC – Densi<strong>da</strong>de Corporal<br />
DP – Desvio Padrão<br />
DRI – Dietary Reference Intakes<br />
EAR – Estimated Average Requirements<br />
EM – Escolha Múltipla<br />
Lista de Abreviaturas<br />
FCPF – Futebol Clube de Paços de Ferreira<br />
GEM – Gasto Energético Médio<br />
HC – Hidratos de Carbono<br />
IMC – Índice de Massa Corporal<br />
MET – Equivalente Metabólico<br />
MG – Massa Gor<strong>da</strong><br />
NE – Necessi<strong>da</strong>des Energéticas<br />
RA – Registo Alimentar<br />
SPSS - Statistical Package for Social Sciences<br />
VF – Ver<strong>da</strong>deiro/Falso
Resumo<br />
Nos últimos anos, o interesse em determinar os atributos físicos e<br />
fisiológicos que podem ser úteis na identificação precoce de talentos no futebol<br />
tem crescido significativamente. Contudo, há ain<strong>da</strong> muito pouca informação<br />
acerca do estado <strong>nutricional</strong> e hábitos alimentares <strong>dos</strong> jogadores adolescentes.<br />
Na literatura, está bem definido que a nutrição associa<strong>da</strong> à prática de exercício<br />
físico regular é um <strong>dos</strong> determinantes cruciais na optimização <strong>da</strong> performance<br />
desportiva do atleta.<br />
Na adolescência, uma alimentação equilibra<strong>da</strong> e a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> aos níveis<br />
intensos de exercício físico, é essencial não só ao sucesso desportivo mas<br />
também ao correcto crescimento e desenvolvimento do atleta.<br />
Este estudo teve como objectivo avaliar a <strong>composição</strong> <strong>corporal</strong>, a <strong>ingestão</strong><br />
<strong>nutricional</strong> e os conhecimentos sobre nutrição de 140 jogadores de futebol<br />
adolescentes com i<strong>da</strong>des compreendi<strong>da</strong>s entre os 13 e 18 anos (média = 15,53 ±<br />
1,7). Foram medi<strong>da</strong>s as variáveis antropométricas (altura, peso, índice de massa<br />
<strong>corporal</strong> e 4 pregas cutâneas) e a <strong>ingestão</strong> <strong>nutricional</strong> foi obti<strong>da</strong> através de um<br />
registo alimentar de um dia. To<strong>dos</strong> os atletas responderam a um questionário<br />
específico de avaliação de conhecimentos sobre alimentação.<br />
Os jogadores de futebol adolescentes apresentaram uma índice de massa<br />
<strong>corporal</strong> médio de 21,8 ± 23 kg.m -2 e uma percentagem de massa gor<strong>da</strong> média de<br />
13,9 ± 4,1%.<br />
v
vi<br />
A percentagem de respostas correctas no questionário de avaliação <strong>dos</strong><br />
conhecimentos sobre alimentação revelou alguns conceitos erra<strong>dos</strong> nos<br />
jogadores de futebol adolescentes.<br />
Os resulta<strong>dos</strong> traduziram um padrão <strong>nutricional</strong> desadequado. O consumo<br />
de proteína (19,01% do total energético; 2,0 ± 0,5 g.kg -1 .dia -1 ), de gordura (33,5%<br />
do total energético) e de colesterol (345,6 mg.dia -1 ) excederam os valores<br />
recomen<strong>da</strong><strong>dos</strong> enquanto que a <strong>ingestão</strong> de hidratos de carbono (47,4% do total<br />
energético; 5,0 ± 1,3 g.kg -1 .dia -1 ) e de fibra (21,8 ± 13,8 g.dia -1 ) foram inferiores ao<br />
recomen<strong>da</strong>do. A <strong>ingestão</strong> de cálcio (983,2 ± 410,2 mg.dia -1 ) e vitamina C (55,1 ±<br />
37,1 mg.dia -1 ) foram inferiores às recomen<strong>da</strong>ções enquanto que o sódio (2,6 ± 0,8<br />
g.dia -1 ) superou as recomen<strong>da</strong>ções. A <strong>ingestão</strong> de ferro (19,1 ± 7,4 mg.dia -1 )<br />
satisfez as necessi<strong>da</strong>des <strong>dos</strong> atletas.<br />
Com base nestes resulta<strong>dos</strong>, parece evidente a necessi<strong>da</strong>de de fornecer<br />
educação alimentar aos atletas numa i<strong>da</strong>de precoce e de forma contínua ao longo<br />
<strong>da</strong> adolescência, não só para melhorar a performance desportiva, mas também<br />
para promover práticas alimentares mais saudáveis.<br />
Palavras-chave; Futebol; atletas adolescentes; <strong>composição</strong> <strong>corporal</strong>; <strong>ingestão</strong><br />
<strong>nutricional</strong>; conhecimentos sobre alimentação.
Abstract<br />
In recent years there has been a large interest in determining the physical<br />
and physiological attributes that may be useful in the early identification of talented<br />
soccer players. However, there is very little information about nutritional status and<br />
food habits of adolescent soccer players. In the literature, is well known that<br />
nutrition associated to regular physical exercise practice is one of the crucial<br />
determinants in athletic performance optimization.<br />
In adolescence, an appropriate dietary intake a<strong>da</strong>pted to intense physical<br />
exercise is essential not only to the sport success but also for optimal growth and<br />
development.<br />
The aim of this study was to evaluate the body composition (height, mass,<br />
skinfolds), nutritional intake and nutrition knowledge of 140 adolescent soccer<br />
players aged between 13 and 18 years (mean = 15.53 ± 1.7). Anthropometric<br />
variables of participants (height, weight, body mass index and 4 skinfolds) were<br />
measured and dietary intake was assessed using a one <strong>da</strong>y dietary record.<br />
Individuals were asked to fill in a specific questionnaire to acess nutrition<br />
knowledge.<br />
The adolescent soccer players showed a mean body mass index of 21,8 ±<br />
2,3 kg.m -2 and a mean body fat of 13,9 ± 4,1%.<br />
The percentage of correct answers on the nutrition knowledge<br />
questionnaire (57 to 70%) shown some misconceptions in adolescent soccer<br />
players.<br />
The results showed that the diet was unbalanced. Protein (19.1% of energy<br />
intake; 2.0 ± 0,5 g.kg -1 .<strong>da</strong>y -1 ), fat (33.5% of energy intake) and cholesterol (345.6<br />
vii
viii<br />
mg.<strong>da</strong>y -1 ) intake were above the recommen<strong>da</strong>tions, while carbohydrates (47.4%<br />
of energy intake; 5.0 ± 1.3 g.kg -1 .<strong>da</strong>y -1 ) and fiber (21.8 ± 13.8 g.<strong>da</strong>y -1 ) intake were<br />
below. Calcium (983.2 ± 410.2 mg.<strong>da</strong>y -1 ) and vitamin C (55.1 ± 37.1 mg.<strong>da</strong>y -1 )<br />
intake were lower than that recommended for athletes, while sodium (2.6 ± 0.8<br />
g.<strong>da</strong>y -1 ) was higher. Iron (19.1 ± 7.4 mg.<strong>da</strong>y -1 ) intake reached the athletes<br />
requirements.<br />
On the basis of these results, it seems clear that nutritional education<br />
should be given to soccer players at an early age and should continue throughout<br />
adolescence, not only to improve athletic performance, but also to promoting more<br />
healthy dietary practices.<br />
Key-words: soccer; young athletes; body composition; nutritional intake; nutrition<br />
knowledge
1. Introdução<br />
O futebol é o desporto mais popular em todo o mundo e é praticado por<br />
homens, mulheres e crianças com diferentes níveis de profissionalização (1) .<br />
A performance no futebol é um resultado <strong>da</strong> interacção entre factores<br />
inerentes ao atleta, tais como a capaci<strong>da</strong>de física e técnica, a capaci<strong>da</strong>de mental de<br />
análise de jogo (1-4) e os factores externos, como sejam a temperatura ambiente, a<br />
altitude e as alterações de fuso horário (5) .<br />
Tal como outros desportos, o futebol não é uma ciência, mas a ciência pode,<br />
sem qualquer margem de dúvi<strong>da</strong>, melhorar a performance de quem pratica este<br />
desporto.<br />
Durante um jogo de futebol, com duração de 90 minutos, um atleta corre, em<br />
média, 10 a 13 quilómetros, dependendo <strong>da</strong> posição que ocupa em campo (6) . Do<br />
ponto de vista fisiológico, é interessante realçar que esta distância é percorri<strong>da</strong> de<br />
um modo diversificado, alternando entre perío<strong>dos</strong> de passo e corri<strong>da</strong> de baixa<br />
intensi<strong>da</strong>de e momentos de alta intensi<strong>da</strong>de envolvendo o “sprint”, o salto, e as<br />
mu<strong>da</strong>nças bruscas de veloci<strong>da</strong>de e direcção (1, 6) . Esta particulari<strong>da</strong>de faz do futebol<br />
um desporto intermitente do ponto de vista energético, ou seja, apesar de cerca de<br />
70% <strong>da</strong>s movimentações de um jogador durante um jogo serem considera<strong>da</strong>s de<br />
baixa intensi<strong>da</strong>de, constata-se, através <strong>da</strong> medição <strong>da</strong> frequência cardíaca e <strong>da</strong><br />
temperatura <strong>corporal</strong>, que o consumo de oxigénio de um jogador de futebol<br />
profissional ronde os 70% do seu valor máximo (VO2máx) (6) . São precisamente estes<br />
momentos de alta intensi<strong>da</strong>de que distinguem os jogadores com diferentes níveis de<br />
profissionalização (7) .<br />
1
2<br />
A nutrição associa<strong>da</strong> ao treino regular é um <strong>dos</strong> determinantes fun<strong>da</strong>mentais<br />
para a optimização <strong>da</strong> performance desportiva do atleta (8, 9) . A satisfação <strong>da</strong>s<br />
necessi<strong>da</strong>des energéticas (NE) de treino e competição de um atleta requer um<br />
padrão alimentar equilibrado (10) . Nestas condições, está assegura<strong>da</strong> a varie<strong>da</strong>de<br />
<strong>nutricional</strong> e a quanti<strong>da</strong>de adequa<strong>da</strong> de energia necessária (11) . Uma correcta<br />
alimentação tem um papel determinante na manutenção <strong>da</strong>s reservas de energia<br />
para competição, nomea<strong>da</strong>mente o glicogénio muscular e hepático (12, 13) , para além<br />
de promover uma rápi<strong>da</strong> recuperação entre sessões de treino/competição e manter<br />
um bom estado de saúde em geral (11) .<br />
Segundo a FIFA, cerca de 18 milhões de jovens em todo mundo praticavam<br />
futebol, no ano 2000. Em 2006, o número ascendeu aos 21 milhões (14) .<br />
Na adolescência, as NE são superiores a qualquer outro momento <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>,<br />
uma vez que é uma fase tipicamente anabólica, caracteriza<strong>da</strong> por um elevado ritmo<br />
de crescimento e desenvolvimento <strong>corporal</strong> (15-18) . Se tal se aplica a qualquer<br />
adolescente, com certeza que para um atleta este correcto aprovisionamento<br />
energético e <strong>nutricional</strong> se reveste ain<strong>da</strong> de uma maior importância. Aliás, um aporte<br />
energético inadequado propicia um crescimento deficitário, um atraso <strong>da</strong>s alterações<br />
pubertárias e um risco acrescido de lesões no futuro (19-23) , traduzindo-se em última<br />
análise numa performance desportiva limita<strong>da</strong> (24) .<br />
De facto, vários estu<strong>dos</strong> têm sido desenvolvi<strong>dos</strong> com o objectivo de delinear<br />
as óptimas características físicas, psicológicas e biológicas na identificação de<br />
novos talentos (20, 25-29) .<br />
Os jogadores de futebol adolescentes têm necessi<strong>da</strong>des energéticas e<br />
nutricionais tão singulares que a nutrição desempenha um papel muito mais vasto<br />
do que o simples fornecimento de “combustível” para o jogo (30) .
Actualmente, o cálculo <strong>da</strong>s NE de um futebolista adolescente representa um<br />
grande desafio <strong>da</strong><strong>da</strong> a falta de informação nesta área (15, 31) . O extrapolamento <strong>da</strong>s<br />
recomen<strong>da</strong>ções energéticas e nutricionais para adultos na prática do cálculo <strong>da</strong>s<br />
necessi<strong>da</strong>des para futebolistas adolescentes é uma prática comum (31) . Do mesmo<br />
modo, também os equivalentes metabólicos (MET) (32) são adopta<strong>dos</strong> para a<br />
avaliação do gasto energético médio (GEM). Sendo este método uma importante<br />
ferramenta na nutrição desportiva, torna-se evidente uma subestimação <strong>da</strong>s NE do<br />
atleta adolescente. Também a i<strong>da</strong>de biológica do atleta deve ser ti<strong>da</strong> em conta,<br />
sendo até mais importante do que a própria i<strong>da</strong>de cronológica, uma vez que são as<br />
alterações pubertárias que determinam o aumento <strong>da</strong>s NE (15) .<br />
Sendo a alimentação do atleta um importante determinante do seu<br />
rendimento desportivo, torna-se imperativo o correcto acompanhamento do estado<br />
<strong>nutricional</strong> <strong>dos</strong> jovens futebolistas. Dado que os hábitos alimentares adquiri<strong>dos</strong><br />
durante a infância e adolescência têm tendência a manter-se na i<strong>da</strong>de adulta, o<br />
acompanhamento precoce <strong>dos</strong> atletas reveste-se ain<strong>da</strong> de maior relevância (33) .<br />
Estu<strong>dos</strong> realiza<strong>dos</strong> nos últimos anos sugerem, também, que um <strong>dos</strong><br />
determinantes do correcto aprovisionamento <strong>nutricional</strong> nos atletas, para além <strong>da</strong>s<br />
preferências alimentares, (34) são os conhecimentos que estes possuem acerca <strong>dos</strong><br />
padrões alimentares adequa<strong>dos</strong> (35-37) .<br />
Apesar de os trabalhos desenvolvi<strong>dos</strong> no sentido de avaliar a <strong>ingestão</strong><br />
alimentar em atletas adolescentes serem ain<strong>da</strong> escassos, os que foram realiza<strong>dos</strong><br />
demonstram uma <strong>ingestão</strong> energética insuficiente, bem como uma desadequa<strong>da</strong><br />
contribuição <strong>dos</strong> macronutrientes para o total energético (16, 30, 38-41) . Também a nível<br />
<strong>dos</strong> micronutrientes são visíveis algumas carências, nomea<strong>da</strong>mente <strong>da</strong>s vitaminas e<br />
3
4<br />
minerais essenciais ao período de crescimento e maturação que o adolescente<br />
experimenta (10, 30, 38) .<br />
Assim, é do consenso geral que há necessi<strong>da</strong>de de implementação de<br />
programas de educação alimentar para esta população (17, 30, 38, 39, 42) .<br />
Neste contexto, o objectivo deste estudo descritivo é caracterizar o perfil<br />
antropométrico, avaliar os conhecimentos sobre alimentação e a <strong>ingestão</strong> <strong>nutricional</strong><br />
de futebolistas. Pretende-se também comparar os valores <strong>da</strong> <strong>ingestão</strong> <strong>nutricional</strong><br />
com as recomen<strong>da</strong>ções preconiza<strong>da</strong>s para esta faixa etária e avaliar a sua<br />
adequabili<strong>da</strong>de.<br />
2. Material e Méto<strong>dos</strong><br />
2.1. Amostra<br />
Neste estudo participaram 140 jogadores de futebol do sexo masculino <strong>dos</strong><br />
escalões de formação do FCPF, com i<strong>da</strong>des compreendi<strong>da</strong>s entre os 13 e 18 anos,<br />
sendo que apenas 70 participaram na avaliação <strong>da</strong> <strong>ingestão</strong> alimentar. No decorrer<br />
do estudo to<strong>dos</strong> os atletas se encontravam em fase de competição e treino regular<br />
(4 treinos e um jogo por semana). To<strong>dos</strong> os atletas foram informa<strong>dos</strong> sobre os<br />
objectivos do estudo, tendo a participação destes sido voluntária. O anonimato e a<br />
confidenciali<strong>da</strong>de <strong>dos</strong> <strong>da</strong><strong>dos</strong> foi-lhes garanti<strong>da</strong>.
2.2. Desenho do Estudo<br />
Este estudo foi organizado em três momentos de avaliação.<br />
Na Fase 1, durante o final do mês de Fevereiro e mês de Março, os atletas<br />
foram informa<strong>dos</strong> acerca <strong>dos</strong> objectivos deste estudo e foi realiza<strong>da</strong> a avaliação<br />
antropométrica <strong>dos</strong> mesmos. Durante esta avaliação, os atletas foram abor<strong>da</strong><strong>dos</strong><br />
quanto à sua disponibili<strong>da</strong>de em responderem a um questionário de avaliação de<br />
conhecimentos sobre nutrição e alimentação.<br />
Na Fase 2, em mea<strong>dos</strong> de Março foram administra<strong>dos</strong> os questionários de<br />
avaliação de conhecimentos (Anexo 1).<br />
Na Fase 3, em Maio, procedeu-se à distribuição de um registo alimentar (RA)<br />
(Anexo 2) para avaliação <strong>da</strong> <strong>ingestão</strong> alimentar.<br />
2.3. Critérios de inclusão<br />
Foram incluí<strong>dos</strong> no estudo os atletas pertencentes aos escalões de formação<br />
do FCPF, com i<strong>da</strong>de compreendi<strong>da</strong> entre os 13 e 18 anos e que estivessem a<br />
cumprir a carga semanal de treinos e competição durante o estudo.<br />
Foram excluí<strong>dos</strong> <strong>da</strong> Fase 3 do estudo os atletas que não entregaram o RA,<br />
assim como os que não o preencheram correctamente (omissão de quanti<strong>da</strong>des e<br />
porções <strong>dos</strong> alimentos). Aqueles que referiram que o dia do RA não reflectiu um dia<br />
normal, no que respeita aos hábitos de <strong>ingestão</strong> alimentar, foram excluí<strong>dos</strong> <strong>da</strong><br />
amostra. Os atletas lesiona<strong>dos</strong> também não participaram neste estudo.<br />
5
6<br />
2.4. Recolha de <strong>da</strong><strong>dos</strong> e procedimento do estudo<br />
2.4.1. <strong>Avaliação</strong> <strong>da</strong>s Características Antropométricas<br />
Na etapa de avaliação antropométrica, foram recolhi<strong>dos</strong> o peso, a altura e<br />
espessura de quatro pregas cutâneas (bicipital, tricipital, subescapular, suprailíaca).<br />
Considerou-se como valor final a média de 3 medições consecutivas <strong>da</strong>s pregas<br />
cutâneas. Para o cálculo <strong>da</strong> densi<strong>da</strong>de <strong>corporal</strong> (DC) <strong>dos</strong> atletas <strong>dos</strong> sub-14 foi<br />
usa<strong>da</strong> a fórmula de Brook (43, 44) e para os atletas <strong>dos</strong> sub-15 aos sub-18 usou-se a<br />
equação de Durnin & Womersley (45) . A percentagem de massa gor<strong>da</strong> (MG) foi<br />
estima<strong>da</strong> usando a equação de Weststrate e Deurenberg (44, 46) .<br />
2.4.2. <strong>Avaliação</strong> de Conhecimentos sobre Alimentação<br />
A avaliação <strong>dos</strong> conhecimentos acerca <strong>da</strong> alimentação foi realiza<strong>da</strong> através<br />
de um questionário elaborado pelo investigador com base em questionários<br />
desenvolvi<strong>dos</strong> e vali<strong>da</strong><strong>dos</strong> para o efeito (47-49) . O questionário era constituído por 2<br />
secções (5 questões de escolha múltipla (EM) e 25 questões de ver<strong>da</strong>deiro/falso<br />
(VF)) que avaliam 2 domínios diferentes de conhecimento sobre alimentação: regras<br />
de alimentação saudável e alimentação do desportista em particular, perfazendo no<br />
total 30 questões. O questionário foi preenchido pelos atletas na presença do<br />
investigador para salvaguar<strong>da</strong>r a correcta resolução de algum problema que<br />
pudesse deturpar os resulta<strong>dos</strong>.
2.4.3. <strong>Avaliação</strong> <strong>da</strong> Ingestão Nutricional<br />
Os atletas pertencentes à amostra deste estudo procederam ao registo <strong>da</strong><br />
<strong>ingestão</strong> alimentar de um dia de treino. To<strong>dos</strong> os atletas receberam instrução<br />
detalha<strong>da</strong>, oral e escrita, acerca do modo como registar as quanti<strong>da</strong>des <strong>dos</strong><br />
alimentos ingeri<strong>dos</strong>. Pediu-se a to<strong>dos</strong> os atletas uma descrição detalha<strong>da</strong> e rigorosa<br />
de to<strong>dos</strong> os alimentos e bebi<strong>da</strong>s consumi<strong>da</strong>s, solicitando-se ain<strong>da</strong> o registo do<br />
método culinário, hora, companhia e local de consumo. Ademais, foi-lhes solicitado<br />
que não alterassem a <strong>ingestão</strong> alimentar habitual, por pensarem que o consumo de<br />
um determinado alimento deveria ser evitado ou promovido.<br />
Para a conversão de <strong>da</strong><strong>dos</strong> de <strong>ingestão</strong> alimentar expressos em medi<strong>da</strong>s<br />
caseiras para uni<strong>da</strong>des de massa (g), recorreu-se a apoio bibliográfico (50, 51) .<br />
2.5. Técnicas de medições<br />
O peso foi medido numa balança digital SECA, com precisão de 0,1 kg, com o<br />
atleta na posição vertical, no centro <strong>da</strong> balança com o peso bem distribuído sob os<br />
dois pés, com o olhar dirigido em frente e imóvel até o valor ser registado. O atleta<br />
esteve, sempre que possível, em roupa interior.<br />
A altura foi medi<strong>da</strong> num estadiómetro SECA, com precisão de 1 mm, com o<br />
atleta descalço, de costas para o estadiómetro, com os calcanhares uni<strong>dos</strong>, pernas<br />
direitas e braços ao longo do corpo e ombros relaxa<strong>dos</strong> e cabeça no plano horizontal<br />
de Frankfurt.<br />
7
8<br />
O peso foi avaliado em relação à altura através do cálculo do Índice de Massa<br />
Corporal (IMC) ou Índice de Quetelet, que é obtido dividindo o peso em quilogramas<br />
pela altura em metros quadra<strong>dos</strong> (IMC=Peso(kg)/Altura(m 2 )) (52) .<br />
Para a medição <strong>da</strong>s pregas cutâneas foi usado um lipocalibrador Harpenden ® ,<br />
procedendo-se às medições segundo a metodologia internacionalmente aceite (53) .<br />
2.6. Informatização <strong>da</strong> informação<br />
O armazenamento de to<strong>dos</strong> os <strong>da</strong><strong>dos</strong> recolhi<strong>dos</strong> foi efectuado numa base de<br />
<strong>da</strong><strong>dos</strong> cria<strong>da</strong> no programa informático Statistical Package for Social Sciences<br />
(SPSS) para Windows (versão 16.0). ®<br />
A conversão <strong>dos</strong> alimentos em nutrientes foi feita no programa Food<br />
Processor for Windows (Food Processor, Nutrient Analysis Software, version 8.0,<br />
2002 ESHA Research) ® , proveniente de tabelas de <strong>composição</strong> de alimentos do<br />
Departamento de Agricultura <strong>dos</strong> EUA, à qual foi acrescenta<strong>da</strong> informação relativa a<br />
alimentos e pratos culinários tipicamente portugueses, a partir <strong>da</strong> Tabela de<br />
Composição <strong>dos</strong> Alimentos Portugueses (54) .<br />
2.7. Análise de <strong>da</strong><strong>dos</strong><br />
Os <strong>da</strong><strong>dos</strong> foram analisa<strong>dos</strong> no programa informático SPSS para Windows<br />
(versão 16.0) ®.<br />
A análise descritiva <strong>dos</strong> parâmetros avalia<strong>dos</strong> foi efectua<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong><br />
determinação de medi<strong>da</strong>s de tendência central (média) e medi<strong>da</strong>s de dispersão<br />
(desvio padrão – dp).
Para testar a normali<strong>da</strong>de utilizou-se o teste de Kolmogorov-Smirnov. Para<br />
avaliação do significado estatístico <strong>dos</strong> parâmetros avalia<strong>dos</strong> foi usado o teste One-<br />
Sample T Test. O nível de significância adoptado foi de 5%.<br />
3. Resulta<strong>dos</strong><br />
3.1. Características Antropométricas<br />
As características antropométricas, demográficas e de <strong>composição</strong> <strong>corporal</strong><br />
<strong>dos</strong> atletas avalia<strong>dos</strong> estão descritas na Tabela 1. A i<strong>da</strong>de média <strong>da</strong> amostra foi de<br />
15,53 ± 1,7 anos. Analisando a amostra, é visível uma grande heterogenei<strong>da</strong>de em<br />
parâmetros como o peso médio (de 50,1 ± 10,1 a 72,7 ± 5,8kg) e a altura média (de<br />
157,3 ± 0,8 a 178,5 ± 0,7cm) entre os escalões de formação. No que respeita à<br />
%MG, à excepção <strong>dos</strong> sub-14 (18,4 ± 5,2%), to<strong>da</strong>s os escalões de formação<br />
apresentam valores semelhantes (de 12,5 ± 2,7 a 13,6 ± 3,3%).<br />
Tabela 1. Características antropométricas <strong>dos</strong> atletas (média ± desvio padrão)<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
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<br />
<br />
<br />
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<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
†<br />
<br />
† Significado estatístico comparativamente aos restantes escalões<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
9
10<br />
3.2. Ingestão Nutricional<br />
De acordo os resulta<strong>dos</strong> apresenta<strong>dos</strong> na Tabela 2, a <strong>ingestão</strong> energética<br />
média, situa-se entre as 2179 e as 2627 Kcal.dia -1 . No que respeita à <strong>ingestão</strong> de<br />
macronutrientes ajusta<strong>da</strong> ao peso <strong>corporal</strong>, observa-se uma média de <strong>ingestão</strong> de<br />
hidratos de carbono (HC) entre 4,5 e 5,3 g.kg -1 sendo assim inferior às<br />
recomen<strong>da</strong>ções (8) (6-10g.kg -1 .dia -1 ). A média de <strong>ingestão</strong> proteica varia entre 1,9 a<br />
2,2 g.kg -1 , ultrapassando assim o valor recomen<strong>da</strong>do (8) (1,2-1,7g.kg -1 .dia -1 ).<br />
Relativamente à <strong>ingestão</strong> de açúcar, à excepção <strong>dos</strong> sub-15, to<strong>dos</strong> os<br />
escalões de formação apresentam uma média de <strong>ingestão</strong> significativamente<br />
superior aos 10% do total calórico recomen<strong>da</strong><strong>dos</strong> (55) .<br />
Tabela 2. Ingestão energética de macronutrientes <strong>dos</strong> atletas (média ± desvio padrão)<br />
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† Significado estatístico entre valores de <strong>ingestão</strong> e recomen<strong>da</strong>ções (p≤0,05)
Gráfico 1. Contribuição energética <strong>dos</strong> macronutrientes para o valor <strong>da</strong> <strong>ingestão</strong> energética total<br />
No gráfico 1 observa-se que os atletas parecem ter um consumo excessivo de<br />
gordura, comparativamente ao que se recomen<strong>da</strong>, embora apenas os atletas <strong>dos</strong><br />
Sub-16 e Sub-17 apresentem significado estatístico (
12<br />
Tabela 3. Perfil de <strong>ingestão</strong> lipídica e colesterol <strong>dos</strong> atletas e respectiva contribuição energética para o valor<br />
energético total (média ± desvio padrão)<br />
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indica o número de atletas com uma <strong>ingestão</strong> de colesterol superior ao recomen<strong>da</strong>do (300mg.dia -1 )<br />
Analisando o perfil de <strong>ingestão</strong> lipídica, observa-se que os valores de <strong>ingestão</strong><br />
média de gordura satura<strong>da</strong> e monoinsatura<strong>da</strong> se encontram acima <strong>dos</strong> valores<br />
recomen<strong>da</strong><strong>dos</strong> (55) , ultrapassando, em to<strong>dos</strong> os escalões de formação, os 10% do<br />
valor calórico total. A média de <strong>ingestão</strong> de gordura polinsatura<strong>da</strong> encontra-se de<br />
acordo com as recomen<strong>da</strong>ções (55) .<br />
No que respeita ao colesterol, a <strong>ingestão</strong> média encontra-se acima <strong>dos</strong><br />
300mg.dia -1 recomen<strong>da</strong><strong>dos</strong>, em to<strong>dos</strong> os escalões de formação (15) . Dos 70 atletas<br />
avalia<strong>dos</strong>, o consumo excessivo de colesterol está presente em 46.
Gráfico 2. Prevalência de inadequação de vitamina C e ferro nos atletas<br />
Tabela 4. Ingestão de cálcio, sódio e fibra <strong>dos</strong> atletas (média ± desvio padrão)<br />
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† † † † † <br />
† † † † <br />
a Adequate Intake<br />
† Significado estatístico entre valores de <strong>ingestão</strong> e recomen<strong>da</strong>ções (p≤0,05)<br />
De acordo com a literatura (56) , a <strong>ingestão</strong> de ferro e vitamina C foi compara<strong>da</strong><br />
com as Estimated Average Requirements (EAR) e a <strong>ingestão</strong> de cálcio, sódio e fibra<br />
foi compara<strong>da</strong> com as Adequate Intakes (AI). Analisando o Gráfico 2, verifica-se<br />
uma prevalência de inadequação de vitamina C superior a 80% em to<strong>dos</strong> os<br />
escalões de formação, à excepção <strong>dos</strong> Sub-18 (55%) (57) . A prevalência de<br />
inadequação de ferro é de 17%, 6% e 9% nos Sub-14, Sub-16 e Sub-17,<br />
respectivamente, sendo que nenhum atleta <strong>dos</strong> Sub-15 e Sub-18 apresenta uma<br />
<strong>ingestão</strong> inadequa<strong>da</strong> de ferro (58) . Na Tabela 4 observa-se que, à excepção <strong>dos</strong> sub-<br />
18, to<strong>dos</strong> os escalões de formação apresentam uma média de <strong>ingestão</strong> de fibra e de<br />
cálcio abaixo <strong>da</strong>s AI, com significado estatístico (59, 60) . O consumo de sódio superou<br />
largamente as recomen<strong>da</strong>ções com significado estatístico em to<strong>dos</strong> os escalões de<br />
formação (61) .<br />
13
14<br />
3.3. <strong>Avaliação</strong> de Conhecimentos<br />
Tabela 5. Percentagem de respostas correctas às questões do questionário de avaliação de conhecimentos
A análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> do questionário de avaliação de conhecimentos<br />
mostra que existem alguns conceitos erra<strong>dos</strong> no que diz respeito aos conceitos<br />
básicos sobre nutrição e alimentação (Tabela 4). De facto, em 10 questões, mais de<br />
50% <strong>dos</strong> atletas inquiri<strong>dos</strong> responderam incorrectamente (EM2, VF2, VF10, VF12,<br />
VF13, VF16, VF17, VF19, VF20, VF21), o que representa uma necessi<strong>da</strong>de de<br />
educação alimentar nestes tópicos. Aliás, há perguntas (EM2 e VF2) com uma<br />
percentagem nula de respostas correctas em alguns escalões de formação (sub-14<br />
e sub-17).<br />
4. Discussão<br />
4.1. Características Antropométricas<br />
A caracterização antropométrica <strong>dos</strong> atletas representa uma etapa necessária<br />
ao cálculo <strong>da</strong>s suas necessi<strong>da</strong>des energéticas e respectiva adequação alimentar.<br />
Tendo em conta que actualmente a selecção e identificação de jogadores<br />
talentosos, assim como a própria definição <strong>da</strong> posição a ocupar em campo é uma<br />
prática ca<strong>da</strong> vez mais recorrente em i<strong>da</strong>des precoces, a caracterização do perfil<br />
antropométrico <strong>dos</strong> escalões de formação é ca<strong>da</strong> vez mais importante (28, 62) .<br />
A heterogenei<strong>da</strong>de de alturas é uma <strong>da</strong>s principais características físicas nas<br />
equipas de futebol (63) . Este aspecto tem especial evidência nos escalões de<br />
formação devido ao facto de os atletas serem agrupa<strong>dos</strong> pela sua i<strong>da</strong>de cronológica<br />
e não por outro qualquer critério relacionado com a maturação destes. Os resulta<strong>dos</strong><br />
obti<strong>dos</strong> neste estudo estão de acordo com estes <strong>da</strong><strong>dos</strong>, observando-se que a altura<br />
média <strong>dos</strong> atletas <strong>dos</strong> sub-14, por exemplo, varia entre 144,7 e 177,6 cm.<br />
15
16<br />
Rico-Sanz (1998), num estudo desenvolvido com uma amostra de jovens<br />
futebolistas de vários países entre os 14 e 18 anos, compilou um conjunto de<br />
características antropométricas que caracterizam essa amostra (64) . O peso médio<br />
observado foi de 67,2kg (62,5 a 72,3kg) e a %MG média era de 13,4 ± 2,52%. Do<br />
mesmo modo, outros estu<strong>dos</strong> foram realiza<strong>dos</strong> com futebolistas adolescentes <strong>da</strong><br />
mesma faixa etária, observando-se que o peso variava entre 55,8 ± 9,0 kg e a %MG<br />
se situava entre os 9,0 e 15,0% (16, 30, 33, 36, 38, 39, 41, 47) . Os resulta<strong>dos</strong> deste estudo<br />
assemelham-se aos obti<strong>dos</strong> nos estu<strong>dos</strong> supracita<strong>dos</strong>, observando-se na totali<strong>da</strong>de<br />
<strong>da</strong> amostra um peso médio de 63,5kg e uma média de %MG de 13,8% traduzindo<br />
assim um excesso de massa gor<strong>da</strong>, comparativamente aos 12% preconiza<strong>dos</strong> na<br />
literatura (11) .<br />
Analisando os resulta<strong>dos</strong> por escalão de formação, é visível uma grande<br />
diferença entre a %MG <strong>dos</strong> sub-14 e os restantes escalões. Tal facto pode estar<br />
relacionado com o pico de crescimento típico <strong>da</strong> puber<strong>da</strong>de. Estas alterações de<br />
crescimento, associa<strong>da</strong>s às restantes alterações pubertárias, são, em regra,<br />
responsáveis por uma diminuição <strong>da</strong> %MG.<br />
4.2. Ingestão Nutricional<br />
4.2.1. Energia e Macronutrientes<br />
Energia<br />
Na adolescência é fun<strong>da</strong>mental uma adequa<strong>da</strong> <strong>ingestão</strong> energética para<br />
assegurar o crescimento, desenvolvimento e maturação do indivíduo. Os atletas
têm, geralmente, necessi<strong>da</strong>des aumenta<strong>da</strong>s devido ao gasto energético extra<br />
proveniente do exercício físico (65, 66) . Entre os diferentes escalões de formação, a<br />
média <strong>da</strong> <strong>ingestão</strong> energética total variou entre 2179 e 2627 kcal.dia -1 (de 38,8 ± 6,9<br />
a 43,9 ± 11,0 kcal.kg -1 ). Em estu<strong>dos</strong> desenvolvi<strong>dos</strong> com amostras semelhantes os<br />
valores de <strong>ingestão</strong> energética variaram entre 2345 e 3478 kcal.dia -1 (16, 30, 36, 38, 41) .<br />
Os resulta<strong>dos</strong> deste estudo mostram uma <strong>ingestão</strong> energética superior aos<br />
observa<strong>dos</strong> por Boisseau et al.(2002) e por Leblanc et al. (2002) em diferentes<br />
grupos de futebolistas franceses (2345 kcal; 38,9 ± 3,5 kcal.kg -1 e 2352 kcal<br />
respectivamente) (38, 39) . Contudo, a <strong>ingestão</strong> energética é consideravelmente inferior<br />
aos resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong> por Ruiz et al. (2005) e por Garrido et al. (2007) numa<br />
amostra de futebolistas espanhóis (3478 kcal; 48,4 ± 2,4 kcal.kg -1 e 3148 kcal; 45,1 ±<br />
10,0 kcal.kg -1 respectivamente) (33, 41) . A razão para esta grande margem de variação<br />
deve-se, provavelmente, à grande variabili<strong>da</strong>de intra- e inter-individual típica destas<br />
i<strong>da</strong>des (66) . Outra possível razão para esta heterogenei<strong>da</strong>de de resulta<strong>dos</strong> reside no<br />
facto de em alguns estu<strong>dos</strong> haver uma sub- ou sobrestimativa <strong>da</strong> <strong>ingestão</strong><br />
energética. Aliás, este fenómeno é considerado um <strong>dos</strong> principais factores<br />
influenciadores <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> em estu<strong>dos</strong> deste género (67, 68) .<br />
Hidratos de Carbono<br />
Na literatura, está bem definido que os HC são a principal fonte de energia<br />
em desportos como o futebol e que as suas necessi<strong>da</strong>des em atletas estão<br />
aumenta<strong>da</strong>s, sob pena de haver um comprometimento <strong>da</strong> performance desportiva<br />
(69) . De facto, este macronutriente é necessário para repor as reservas de glicogénio,<br />
que é o principal substrato energético durante exercícios prolonga<strong>dos</strong> de eleva<strong>da</strong><br />
intensi<strong>da</strong>de (70) . Em adolescentes, tal facto reveste-se ain<strong>da</strong> de maior relevância<br />
17
18<br />
<strong>da</strong>do que as suas reservas de glicogénio são menores comparativamente às <strong>dos</strong><br />
adultos (71) .<br />
De acordo com as recomen<strong>da</strong>ções de macronutrientes para adolescentes (15) ,<br />
a contribuição energética aceitável <strong>dos</strong> HC deverá ser de 55-60%. Contudo, no<br />
contexto desta amostra, esta distribuição não se adequa na totali<strong>da</strong>de. A American<br />
College of Sports Medicine (8) preconiza que, para atletas, a contribuição energética<br />
<strong>dos</strong> HC deve ser no mínimo de 60% ou 6-10g.kg -1 .dia -1 .<br />
No presente estudo, a <strong>ingestão</strong> média de HC variou entre 4,5 ± 1,3 e 5,3 ± 1,3<br />
g.kg -1 .dia -1 , não atingindo por isso os valores recomen<strong>da</strong><strong>dos</strong>. Nestas condições<br />
sabe-se que o atleta experimentará a fadiga mais cedo (devido à diminuição <strong>da</strong><br />
concentração de glicogénio muscular), comprometendo a capaci<strong>da</strong>de de drible, a<br />
precisão de passe, a potência de remate e a performance de corri<strong>da</strong> (72, 73) .<br />
Considerando que para a maximização <strong>da</strong>s reservas de glicogénio em<br />
situação de recuperação ou preparação para uma competição, são requeri<strong>da</strong>s<br />
ingestões de HC na ordem <strong>dos</strong> 7-10 g.kg -1 .dia -1 (11) , e que durante o estudo os<br />
atletas se encontravam em fase competitiva, estes resulta<strong>dos</strong> traduzem uma<br />
necessi<strong>da</strong>de ain<strong>da</strong> maior de intervenção educativa.<br />
Quando expressa como percentagem <strong>da</strong> <strong>ingestão</strong> calórica total, observa-se<br />
uma média de <strong>ingestão</strong> situa<strong>da</strong> entre os 45,1 e 49,4%, ficando igualmente abaixo <strong>da</strong><br />
percentagem mínima recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> (60%).<br />
Para além <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong>de de HC consumi<strong>dos</strong> por esta amostra não ser<br />
suficiente para um atleta, também a proporção entre os tipos de HC não é<br />
adequa<strong>da</strong>. A quanti<strong>da</strong>de média de fibra ingeri<strong>da</strong> pelos atletas avalia<strong>dos</strong> neste estudo<br />
não atingiu, em nenhum <strong>dos</strong> escalões de formação, o valor mínimo recomen<strong>da</strong>do<br />
(38g.dia. -1 ), apresentando valores entre 13,8 ± 4,4 e 31,6 ± 17,2 g.dia -1 (36,3% e
83,2% <strong>da</strong>s recomen<strong>da</strong>ções, respectivamente). Resulta<strong>dos</strong> semelhantes foram<br />
obti<strong>dos</strong> por Ruiz et al. (2005), relatando consumos médios diários de fibra entre 13,8<br />
± 0,8 e 16,2 ± 1,0 g.dia -1 e por Garrido et al. (2007) que regista uma média de 23,3 ±<br />
6,9 g.dia -1 (33, 41) . Não obstante <strong>da</strong> fiabili<strong>da</strong>de de tais resulta<strong>dos</strong>, há que referir uma<br />
provável subestimativa do consumo de alimentos ricos em fibra (hortícolas) aquando<br />
o preenchimento <strong>dos</strong> RA uma vez que estes são normalmente consumi<strong>dos</strong> como<br />
constituintes de sala<strong>da</strong>s e/ou sopas. Sendo certo que o baixo consumo de fibra está<br />
associado a numerosos problemas de saúde, tais como a doença coronária,<br />
patologias gastrointestinais e obstipação, torna-se evidente a necessi<strong>da</strong>de de<br />
promoção do consumo de fruta e hortícolas nomea<strong>da</strong>mente em contexto escolar (74) .<br />
Para além disso, observando o Gráfico 2, parece haver uma tendência para a<br />
diminuição do consumo de fibra à medi<strong>da</strong> que a i<strong>da</strong>de aumenta. Tendo em conta<br />
que as escolhas alimentares nesta i<strong>da</strong>de são, em parte, condiciona<strong>da</strong>s pela família<br />
(16) , esta tendência pode estar associa<strong>da</strong> ao menor controlo parental na selecção <strong>dos</strong><br />
alimentos (nomea<strong>da</strong>mente no consumo de sopa), nos atletas mais velhos.<br />
Proteína<br />
Para a manutenção de um balanço azotado positivo, as DRI’s actuais<br />
preconizam que a <strong>ingestão</strong> proteica diária deve ron<strong>da</strong>r os 0,85 g.kg -1 .dia -1 , para a<br />
faixa etária <strong>dos</strong> 14-18 anos. Contudo, estu<strong>dos</strong> demonstram que esta quanti<strong>da</strong>de é<br />
insuficiente para atletas adolescentes (39, 75) . O futebol é um desporto que requer<br />
força e resistência durante 90 minutos e como tal deve ser providencia<strong>da</strong> uma<br />
quanti<strong>da</strong>de adequa<strong>da</strong> de proteína para sustentar a oxi<strong>da</strong>ção aminoacídica que,<br />
apesar de contribuir com menos de 10% para o total de produção energética (76) ,<br />
ocorre efectivamente durante a competição. Para além disso, um correcto<br />
19
20<br />
aprovisionamento proteico é também necessário para reparar as fibras musculares<br />
após exercício e promover o aumento de massa muscular. Assim, acredita-se que<br />
jovens que praticam exercício físico regular podem beneficiar de ingestões proteicas<br />
na ordem <strong>dos</strong> 1,2–1,7 g.kg -1 .dia -1 , dependendo do momento de <strong>ingestão</strong> (77) e <strong>da</strong><br />
intensi<strong>da</strong>de, frequência e duração do exercício (8, 78) .<br />
Em estu<strong>dos</strong> realiza<strong>dos</strong> neste contexto (30, 33, 38, 41) , observaram-se ingestões<br />
médias de proteína entre 1,4 a 2,2 g.kg -1 .dia -1 . Os resulta<strong>dos</strong> observa<strong>dos</strong> nesta<br />
amostra (1,9 a 2,2 g.kg -1 .dia -1 ) inserem-se nesta margem de variação e traduzem um<br />
consumo excessivo na totali<strong>da</strong>de <strong>dos</strong> atletas. Tal facto, pode estar relacionado com<br />
um elevado consumo de produtos cárneos, uma prática erra<strong>da</strong> mas bastante comum<br />
nos atletas. De facto, ao analisar o questionário de avaliação de conhecimentos<br />
aplicado neste estudo, é bem visível que a maioria <strong>dos</strong> atletas possui o errado<br />
conceito de que a carne é o grande fornecedor de energia para os treinos/jogos.<br />
Face a estes resulta<strong>dos</strong>, há uma questão que naturalmente se coloca: “o<br />
consumo excessivo de proteína acarreta riscos para a saúde <strong>dos</strong> atletas?”. Várias<br />
afirmações têm sido feitas em materiais educacionais focando os efeitos prejudiciais,<br />
tais como o comprometimento <strong>da</strong> saúde óssea (devido a uma maior excreção de<br />
cálcio), a transformação <strong>da</strong> proteína em excesso em gordura, a sobrecarga <strong>da</strong><br />
função renal e mesmo morte (79, 80) . Por outro lado, alguns investigadores classificam<br />
estas afirmações de “infun<strong>da</strong><strong>da</strong>s” e “sem evidência científica”, nomea<strong>da</strong>mente para<br />
indivíduos que praticam exercício físico com regulari<strong>da</strong>de (81) . Este tópico de<br />
discussão é, por isso, ain<strong>da</strong> alvo de grande controvérsia.
Gordura<br />
O consumo excessivo de gordura é um problema comum entre atletas, o que<br />
dificulta a <strong>ingestão</strong> <strong>da</strong>s quanti<strong>da</strong>des preconiza<strong>da</strong>s de HC (82) . Simultaneamente, a<br />
<strong>ingestão</strong> de gordura em quanti<strong>da</strong>des superiores às recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s vão promover<br />
uma alteração prejudicial na <strong>composição</strong> <strong>corporal</strong> do atleta, o que em última análise,<br />
vai comprometer a sua performance desportiva.<br />
Contudo, tal como os restantes macronutrientes, a gordura também é<br />
essencial para a manutenção do correcto funcionamento do nosso organismo e <strong>da</strong><br />
saúde em geral. É fun<strong>da</strong>mental no controlo <strong>da</strong> temperatura <strong>corporal</strong>, no transporte<br />
de vitaminas lipossolúveis e para garantir o fornecimento de áci<strong>dos</strong> gor<strong>dos</strong><br />
essenciais (66) . Para além disso, as reservas de gordura são também uma importante<br />
fonte energética nas fases finais de exercícios prolonga<strong>dos</strong> do tipo endurance (83, 84) .<br />
A média <strong>ingestão</strong> de gordura <strong>dos</strong> escalões de formação estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s variou<br />
entre os 80,1 ± 25,2 e 105,4 ± 15,4g.dia -1 . Quando expressa em percentagem <strong>da</strong><br />
<strong>ingestão</strong> energética total, observa-se que a média de <strong>ingestão</strong> <strong>dos</strong> atletas varia entre<br />
31,3 e 36,4%, o que reflecte um consumo excessivo de gordura.<br />
Na totali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> amostra, e à semelhança do que se observa relativamente à<br />
<strong>ingestão</strong> energética o consumo de gordura (33,8%) é superior ao registado por<br />
Boisseau et al. e por Leblanc et al. (30,8 e 32,7% respectivamente), mas é inferior<br />
aos resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong> por Ruiz et al. e por Garrido et al. (38,4 e 35,7%,<br />
respectivamente) (33, 38, 39, 41) .<br />
Não obstante, tão ou mais importante do que a quanti<strong>da</strong>de é a distribuição<br />
qualitativa <strong>da</strong> gordura. Segundo a American Heart Association (AHA) (85) , a<br />
contribuição percentual <strong>da</strong> gordura satura<strong>da</strong> para o total energético não deve<br />
exceder os 7%, o que não se verificou nos atletas avalia<strong>dos</strong> neste estudo (10,8 –<br />
21
22<br />
12,6%). Contudo, um estudo desenvolvido por Boisseau et al. (2002) revelou uma<br />
assombrosa contribuição <strong>dos</strong> áci<strong>dos</strong> gor<strong>dos</strong> satura<strong>dos</strong> (AGS) para o total energético<br />
(25,6%) (39) . Esta diferença pode estar associa<strong>da</strong> ao uso corrente de azeite como<br />
gordura de adição tradicionalmente observa<strong>da</strong> em populações mediterrâneas. Aliás,<br />
esta suposição é reforça<strong>da</strong> ao observarmos que os áci<strong>dos</strong> gor<strong>dos</strong> monoinsatura<strong>dos</strong><br />
(AGMI) são consumi<strong>dos</strong> em maior quanti<strong>da</strong>de que os AGS (12,7 - 16,1% vs 10,8 –<br />
12,6%).<br />
Simultaneamente, observa-se uma <strong>ingestão</strong> média de colesterol de<br />
357,1mg.dia -1 , sendo que do total <strong>dos</strong> 70 atletas avalia<strong>dos</strong> neste parâmetro, 46 deles<br />
ingeriram mais que 300mg.dia -1 .<br />
Esta desadequação quantitativa e qualitativa na <strong>ingestão</strong> de gordura pode ser<br />
representativa do moderno consumo tendencialmente focado em alimentos do tipo<br />
“fast-food” ricos em gordura e pobres em HC.<br />
4.2.2. Micronutrientes<br />
A literatura preconiza que as necessi<strong>da</strong>des vitamínicas e minerais <strong>dos</strong> atletas<br />
não estão aumenta<strong>da</strong>s relativamente às <strong>da</strong> população em geral, exceptuando os<br />
minerais perdi<strong>dos</strong> no suor (66) . Contudo, observam-se deficiências no aporte de<br />
alguns micronutrientes tanto em jovens atletas como em sedentários e, como tal,<br />
torna-se prioritário identificar as principais carências nutricionais (47) .<br />
Os adolescentes possuem características fisiológicas que os distinguem <strong>dos</strong><br />
adultos e, como tal, requerem considerações nutricionais específicas. Assim, neste<br />
estudo, apenas foram analisa<strong>dos</strong> os micronutrientes cuja <strong>ingestão</strong> é comumente<br />
desadequa<strong>da</strong> em futebolistas adolescentes e que, por isso, justificam uma<br />
monitorização mais regular.
Cálcio<br />
O cálcio é um mineral particularmente importante durante a adolescência,<br />
sendo que as suas necessi<strong>da</strong>des aumentam substancialmente nesta fase (59) . Um<br />
correcto aporte de cálcio é fun<strong>da</strong>mental no desenvolvimento ósseo, na contracção<br />
muscular, na condução <strong>dos</strong> impulsos nervosos, na regulação <strong>da</strong> pressão arterial,<br />
entre outros (86, 87) . Aliás, no caso particular do futebolista, a saúde óssea é um factor<br />
determinante na prevenção <strong>da</strong> contracção de lesões, nomea<strong>da</strong>mente fracturas<br />
ósseas (66) . Para além disso, um aporte de cálcio inferior a 1000mg.dia -1 , pode<br />
mesmo comprometer o efeito positivo do exercício físico na mineralização óssea (88) .<br />
Neste estudo, a deficiência no aporte de cálcio está bem presente, sendo que<br />
apenas 12 atletas conseguiram ingerir os 1300mg diários recomen<strong>da</strong><strong>dos</strong>. Estes<br />
resulta<strong>dos</strong> foram também observa<strong>dos</strong> nos estu<strong>dos</strong> desenvolvi<strong>dos</strong> por Boisseau et al<br />
(848mg.dia -1 ), Leblanc et al. (1108mg.dia -1 ), Garrido et al. (1095mg.dia -1 ) (33, 38, 39) .<br />
Uma possível razão para estes resulta<strong>dos</strong>, reside no facto de se ter observado,<br />
aquando a análise <strong>dos</strong> RA, que a omissão do pequeno-almoço é uma prática<br />
comum entre os atletas. De facto, o consumo de leite é consumido<br />
preferencialmente durante esta refeição. Simultaneamente, as escolhas alimentares<br />
<strong>dos</strong> adolescentes nas escolas baseiam-se, muito provavelmente, em sumos e<br />
refrigerantes em detrimento de leite e produtos lácteos. Neste aspecto, a escola<br />
parece ter um importante papel nomea<strong>da</strong>mente no controlo e selecção <strong>da</strong> oferta<br />
alimentar nos bufetes e máquinas de ven<strong>da</strong> automática (38) .<br />
Ferro<br />
Tal como o cálcio, também o aporte adequado de ferro é fun<strong>da</strong>mental para a<br />
manutenção de um estado de saúde pleno (89) . Este mineral é particularmente<br />
23
24<br />
importante na performance <strong>dos</strong> atletas devido ao seu papel no transporte de<br />
oxigénio em exercícios maioritariamente aeróbios, como o futebol. Assim, uma<br />
<strong>ingestão</strong> insuficiente de ferro diminuirá a performance do atleta e em casos de<br />
inadequação crónica a função cognitiva poderá estar também comprometi<strong>da</strong> (90) .<br />
Apesar de a <strong>ingestão</strong> insuficiente de ferro ser comum entre atletas (30, 38) , os<br />
resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong> neste estudo demonstram exactamente o oposto (151 – 189%<br />
EAR). Sendo a carne e deriva<strong>dos</strong> alimentos ricos em ferro, os resulta<strong>dos</strong><br />
observa<strong>dos</strong> podem estar associa<strong>dos</strong> mais uma vez ao elevado consumo destes<br />
alimentos.<br />
Vitamina C<br />
Durante o exercício físico, o trabalho muscular induz a produção de espécies<br />
reactivas de oxigénio, capazes de gerar um estado de stress oxi<strong>da</strong>tivo (91) . Este<br />
estado fisiológico, quando não rebatido, é responsável por <strong>da</strong>nos musculares e por<br />
uma redução <strong>da</strong> função imunológica comprometendo assim a performance<br />
desportiva do atleta (92) .<br />
A vitamina C é um potente antioxi<strong>da</strong>nte e, como tal, é essencial para anular o<br />
efeito prejudicial destas moléculas. Alguns investigadores defendem que as<br />
necessi<strong>da</strong>des desta vitamina estão aumenta<strong>da</strong>s nos atletas, <strong>da</strong>do o seu elevado<br />
consumo endógeno, não só para efeitos antioxi<strong>da</strong>ntes mas também devido ao seu<br />
papel em algumas vias metabólicas, nomea<strong>da</strong>mente na produção de carnitina,<br />
noradrenalina e colagéneo (93, 94) .<br />
À semelhança do que se verifica noutros estu<strong>dos</strong> (95) , à excepção <strong>dos</strong> sub-18,<br />
to<strong>dos</strong> os escalões de formação apresentam ingestões médias de vitamina C<br />
aparentemente insuficientes (62,4 – 76,5% <strong>da</strong> EAR).
Admitindo que os atletas têm necessi<strong>da</strong>des aumenta<strong>da</strong>s desta vitamina em<br />
relação a indivíduos sedentários, importa realçar que uma alimentação equilibra<strong>da</strong> é<br />
capaz de satisfazer as recomen<strong>da</strong>ções preconiza<strong>da</strong>s não havendo qualquer<br />
necessi<strong>da</strong>de de suplementação, salvo raras excepções de carência <strong>nutricional</strong><br />
evidente.<br />
Sódio<br />
As eleva<strong>da</strong>s taxas de su<strong>da</strong>ção verifica<strong>da</strong>s nos atletas resultam em per<strong>da</strong>s<br />
consideráveis de sódio, podendo atingir os 2g durante um jogo de futebol (96, 97) .<br />
Tendo em conta que o sódio é um mineral fun<strong>da</strong>mental na manutenção <strong>da</strong><br />
função fisiológica e <strong>da</strong> performance desportiva, nomea<strong>da</strong>mente na prevenção de<br />
cãibras, torna-se evidente a necessi<strong>da</strong>de de monitorizar as per<strong>da</strong>s deste mineral (98) .<br />
A <strong>ingestão</strong> média de sódio <strong>dos</strong> escalões de formação variou entre os 2,3 e<br />
2,8g. O consumo excessivo de sódio pode trazer consequências graves para a<br />
saúde, tais como a hipertensão, o que leva a que se crie a ideia que uma dieta rica<br />
em sódio é sempre prejudicial à saúde.<br />
Apesar <strong>da</strong> alimentação em geral fornecer sódio em quanti<strong>da</strong>des que excedem<br />
as recomen<strong>da</strong>ções, tal não é necessariamente ver<strong>da</strong>de em atletas que praticam<br />
exercício físico diariamente e até mais do que uma vez por dia (99) . Devido às<br />
eleva<strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s de sódio no suor, as recomen<strong>da</strong>ções preconiza<strong>da</strong>s podem,<br />
inclusivamente, não ser suficientes para repor o equilíbrio electrolítico.<br />
Assim, é evidente a dificul<strong>da</strong>de em estabelecer recomen<strong>da</strong>ções de <strong>ingestão</strong><br />
de sódio para atletas por duas razões: a produção de suor durante o exercício<br />
depende de vários factores, como a intensi<strong>da</strong>de e duração do exercício, o vestuário,<br />
25
26<br />
o estado de hidratação e condições ambientais (100) ; as per<strong>da</strong>s de suor apresentam<br />
grandes variações interindividuais (101) .<br />
4.3. <strong>Avaliação</strong> de Conhecimentos<br />
Parece evidente que os atletas que compõem a amostra deste estudo<br />
apresentam várias lacunas no que respeita aos conceitos básicos sobre nutrição e<br />
alimentação saudável e a algumas práticas importantes para desportistas.<br />
A percentagem de respostas correctas totais <strong>dos</strong> diferentes escalões de<br />
formação variou entre 57 e 70%, sendo que os sub-14 foram os que revelaram<br />
piores resulta<strong>dos</strong> enquanto que os sub-18 foram os que tiveram melhor prestação.<br />
Analisando as respostas ao questionário de avaliação de conhecimentos<br />
verifica-se que apenas 12,1% <strong>dos</strong> atletas conseguiram identificar a fruta como um<br />
alimento não fornecedor de proteína, sendo que 63,3% pensavam ser o ovo o<br />
alimento que não fornece este macronutriente.<br />
Quando questiona<strong>dos</strong> acerca <strong>da</strong> prática comum de bochechar a boca com<br />
água e deitar fora para efeitos de hidratação, 87,1% <strong>dos</strong> atletas referiram ser uma<br />
boa prática. Tendo em conta o impacto que o estado de desidratação tem na<br />
performance do atleta, estes resulta<strong>dos</strong> devem ser ti<strong>dos</strong> em conta numa futura<br />
intervenção de educação alimentar.<br />
Nas questões relativas à prática <strong>da</strong> suplementação (VF12, VF16, VF20)<br />
verifica-se que 58,6% <strong>dos</strong> atletas acreditam que a suplementação aumenta sempre<br />
o rendimento desportivo, e 50,7% têm a ideia de que quanto maior for a <strong>dos</strong>e de<br />
suplementação, melhores serão os resulta<strong>dos</strong>. Apenas 17,9% <strong>dos</strong> atletas têm noção<br />
de que os suplementos vitamínicos não fornecem energia e força muscular.<br />
Assumindo que a suplementação em adolescentes é uma prática ca<strong>da</strong> vez mais
comum, estes resulta<strong>dos</strong> traduzem uma necessi<strong>da</strong>de urgente de informar os atletas<br />
do risco que esta prática representa quando não supervisionado por um profissional<br />
na área (102) .<br />
Relativamente à <strong>composição</strong> <strong>nutricional</strong> <strong>da</strong>s bebi<strong>da</strong>s isotónicas, 75,7% <strong>dos</strong><br />
atletas julgam que a proteína é o principal nutriente presente nestas soluções.<br />
Apesar de a maioria <strong>dos</strong> atletas (72,9%) terem a noção de que o aporte<br />
proteico não é o único parâmetro a ter em conta no processo de aumento de massa<br />
muscular, está fortemente presente nesta amostra (75,7%) o falso conceito de que<br />
há uma relação directamente proporcional entre a quanti<strong>da</strong>de de proteína ingeri<strong>da</strong> e<br />
o aumento de massa muscular, um <strong>da</strong>do importante tendo em conta as eventuais<br />
consequências de uma <strong>ingestão</strong> excessiva de proteína, tais como a sobrecarga<br />
renal, o aumento <strong>da</strong> excreção urinária de cálcio, e a desidratação.<br />
Provavelmente, os atletas obtêm também alguma informação adicional por<br />
parte <strong>dos</strong> treinadores, sendo então legítimo equacionar a necessi<strong>da</strong>de de realizar<br />
sessões de educação alimentar para a equipa técnica do clube.<br />
Contudo, há alguma dispari<strong>da</strong>de entre os conhecimentos que os atletas<br />
possuem e as suas escolhas alimentares (36) .<br />
É importante realçar que a avaliação <strong>da</strong> <strong>ingestão</strong> alimentar foi realiza<strong>da</strong> em<br />
ambiente familiar, cuja influência nos hábitos alimentares está bastante presente<br />
nesta faixa etária (103) . Na reali<strong>da</strong>de, grande parte <strong>dos</strong> atletas refere ter feito as<br />
principais refeições em casa na companhia <strong>da</strong> família. Assim, as escolhas<br />
alimentares <strong>dos</strong> atletas nestas refeições são, em parte, defini<strong>da</strong>s pela família, não<br />
sendo tanto uma escolha pondera<strong>da</strong> de acordo com os conhecimentos que estes<br />
possuem. Simultaneamente, as mensagens transmiti<strong>da</strong>s pelos media,<br />
27
28<br />
nomea<strong>da</strong>mente a publici<strong>da</strong>de na televisão e em revistas, podem afectar<br />
negativamente os hábitos e escolhas alimentares <strong>dos</strong> adolescentes (104, 105) .<br />
4.4. Limitações<br />
Este estudo apresenta algumas limitações: o questionário de avaliação de<br />
conhecimentos administrado foi uma a<strong>da</strong>ptação de questionários vali<strong>da</strong><strong>dos</strong> para<br />
outros estu<strong>dos</strong> e como tal não foi vali<strong>da</strong>do para esta população; o método de<br />
avaliação <strong>da</strong> <strong>ingestão</strong> <strong>nutricional</strong> não foi o mais apropriado. O número de dias<br />
necessário para avaliar a <strong>ingestão</strong> <strong>nutricional</strong> varia de acordo com as características<br />
<strong>da</strong> amostra e com os nutrientes que se pretendem analisar, contudo a literatura<br />
define que, para atletas, um RA de 3 a 7 dias fornece estimativas fiáveis <strong>da</strong> <strong>ingestão</strong><br />
<strong>nutricional</strong> habitual (106) . Os RA de um dia não são, por norma, adequa<strong>dos</strong> a este tipo<br />
de estudo devido à variação intraindividual na <strong>ingestão</strong> <strong>nutricional</strong> diária, contudo<br />
podem ser aplica<strong>dos</strong> em grandes tamanhos amostrais uma vez que o aumento do<br />
número amostral dilui esta variação (106) . O tempo disponível para a realização deste<br />
estudo também foi um factor determinante na escolha deste método; os registos<br />
efectua<strong>dos</strong> pelos atletas apresentavam algumas lacunas, tais como a quantificação<br />
<strong>dos</strong> alimentos ingeri<strong>dos</strong>, condicionando assim a obtenção de resulta<strong>dos</strong> mais fiáveis;<br />
as recomen<strong>da</strong>ções adopta<strong>da</strong>s como termo de comparação com os resulta<strong>dos</strong><br />
obti<strong>dos</strong> podem não estar de acordo com a reali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> amostra deste estudo.
5. Conclusão<br />
A <strong>ingestão</strong> <strong>nutricional</strong> <strong>dos</strong> jogadores de futebol adolescentes avalia<strong>dos</strong> neste<br />
estudo revelou-se inadequa<strong>da</strong>. Observou-se um consumo excessivo de gordura e<br />
proteína em detrimento de um consumo insuficiente de HC.<br />
Estes resulta<strong>dos</strong> parecem representar um argumento para a necessi<strong>da</strong>de de<br />
transmitir aos atletas a importância do conhecimento e controlo do padrão alimentar<br />
de modo a melhorar as suas atitudes e comportamentos em relação aos hábitos<br />
alimentares. Só assim será possível promover a mu<strong>da</strong>nça no sentido de optimizar a<br />
condição física, reduzir a prevalência de lesões, promover a recuperação e acima de<br />
tudo manter o correcto crescimento, desenvolvimento e maturação <strong>dos</strong> nossos<br />
atletas.<br />
A baixa percentagem de respostas correctas obti<strong>da</strong>s através do questionário<br />
de avaliação de conhecimentos não deixa margem para dúvi<strong>da</strong>s de que há, entre os<br />
atletas, muitos conceitos erra<strong>dos</strong> no que respeita à prática de uma alimentação<br />
saudável e às particulari<strong>da</strong>des alimentares e nutricionais a que estes estão sujeitos.<br />
Tal facto, sugere que a implementação de um programa de educação alimentar é<br />
necessário em organizações desportivas, nomea<strong>da</strong>mente em clubes de futebol.<br />
O futebol é um <strong>dos</strong> desportos mais populares do mundo e nos últimos anos<br />
muita investigação tem sido desenvolvi<strong>da</strong> nos vários aspectos deste desporto.<br />
Contudo, a maioria <strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong> são desenvolvi<strong>dos</strong> com base em jogadores<br />
profissionais adultos, notando-se ain<strong>da</strong> uma falta de informação em crianças e<br />
adolescentes. Seria interessante explorar as percepções sobre a alimentação e o<br />
“pool” de mitos e falsos conceitos existentes nesta população. Assim, justifica-se<br />
mais investigação neste sentido.<br />
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37
38<br />
Índice de Anexos<br />
Anexo 1....................................................................................................................a1<br />
Anexo 2....................................................................................................................a5
a1<br />
ANEXO 1<br />
Questionário de <strong>Avaliação</strong> de Conhecimentos
a1<br />
ANEXO 1<br />
Questionário de <strong>Avaliação</strong> de Conhecimentos
B. Classifica as seguintes afirmações como falsas (F) ou ver<strong>da</strong>deiras (V).
ANEXO 2<br />
Registo <strong>da</strong> Ingestão Alimentar
REGISTO 24H
REGISTO 24H