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Netnografia e MROCs 1 : <strong>análise</strong> e <strong>coleta</strong> <strong>de</strong> <strong>dados</strong> <strong>em</strong><br />

<strong>pesquisas</strong> <strong>qualitativas</strong> <strong>na</strong> <strong>era</strong> <strong>das</strong> re<strong>de</strong>s sociais<br />

Introdução<br />

Giselda dos SANTOS COSTA 2 (IFPI)<br />

Resumo:<br />

Este artigo t<strong>em</strong> como objetivo fornecer os conceitos básicos sobre<br />

netnografia (KONIZETS,2010) e pesquisa <strong>em</strong> market <strong>na</strong>s comunida<strong>de</strong>s<br />

online (PETURIUS,2009) como metodologias <strong>de</strong> pesquisa <strong>em</strong> re<strong>de</strong>s sociais e<br />

apresentar o campo <strong>de</strong> <strong>análise</strong> <strong>de</strong> conteúdo e multimodal, que se<br />

preocupam com a qualida<strong>de</strong> da <strong>análise</strong> e <strong>coleta</strong> <strong>de</strong> <strong>dados</strong> nos<br />

acontecimentos <strong>na</strong> mídia impressa, televisiva e digital. Consi<strong>de</strong>rando a<br />

multimodalida<strong>de</strong> não como teoria e sim um campo <strong>de</strong> aplicação<br />

multidicipli<strong>na</strong>r (JEWITT, 2009).Também, citamos tipos <strong>de</strong> software com o<br />

objetivo <strong>de</strong> auxiliar a interpretação obtendo uma maior confiabilida<strong>de</strong> dos<br />

<strong>dados</strong> <strong>em</strong> <strong>pesquisas</strong> <strong>qualitativas</strong> online.<br />

Palavras-chave: pesquisa qualitativa online, software <strong>de</strong> <strong>análise</strong><br />

multimodal, media digital int<strong>era</strong>tiva<br />

Abstract:<br />

This paper aims to provi<strong>de</strong> the basics Netnography (KOZINES, 2010) and<br />

Market Research Online Comunities (PETURIUS,2009) as research<br />

methodologies in social networks and propose the field of content and<br />

multimodal a<strong>na</strong>lysis, that concerns how to account for increasing range of<br />

s<strong>em</strong>iotic resources available to cont<strong>em</strong>porary societies, particularity their<br />

affordances and role within multimodal texts in the age of int<strong>era</strong>ctive<br />

digital media. This context, multimodality refers to a field of application<br />

rather than a theory (JEWITT, 2009). Suggest that these new media is<br />

going to need advances a<strong>na</strong>lytical software obtaining more reliable<br />

interpretation in research online.<br />

Keywords: qualitative research online, multimodal a<strong>na</strong>lysis software,<br />

int<strong>era</strong>ctive digital media<br />

Um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> pessoas utiliza a Internet como um dispositivo <strong>de</strong><br />

comunicação altamente sofisticado que permite e autoriza a formação <strong>de</strong> culturas<br />

e comunida<strong>de</strong>s online. No primeiro capítulo do livro “Netnography: doing<br />

1<br />

Online research communities ou Market Research Online Communities (MROCs)<br />

2<br />

Profa. do Centro Fe<strong>de</strong>ral Tecnológico do Piauí e doutoranda <strong>em</strong> Linguística DINTER-UFPE/IFPI.<br />

E-mail: giseldacostas@hotmail.com<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Per<strong>na</strong>mbuco - Núcleo <strong>de</strong> Estudos <strong>de</strong> Hipertexto e Tecnologias <strong>na</strong> Educação - 1 -


ethnographic research online” <strong>de</strong> Kozinets (2010), enfatiza-se que as culturas e<br />

comunida<strong>de</strong>s online são t<strong>em</strong>as importantes para os cientistas sociais. Kozinets<br />

explica que, no início, o ambiente social on-line <strong>era</strong> visto com <strong>de</strong>sconfiança, como<br />

int<strong>era</strong>ções "impessoal",“agressiva ", "fria" e "anti-social "(KOZINETS, p. 23). Ao longo<br />

do t<strong>em</strong>po, as <strong>pesquisas</strong> põ<strong>em</strong> dúvi<strong>das</strong> nesses tipos <strong>de</strong> suposições. A comunicação<br />

mediada por computador (CMC 3 ) passou a ter relevância <strong>em</strong> <strong>pesquisas</strong> qualitativa,<br />

segundo Kozinets. E essas <strong>pesquisas</strong>, <strong>na</strong> <strong>era</strong> da web, vêm <strong>em</strong> forma <strong>de</strong> netnografia<br />

e Pesquisa <strong>em</strong> market <strong>na</strong>s comunida<strong>de</strong>s online (MROCs).<br />

Na primeira parte <strong>de</strong>ste artigo,discutir<strong>em</strong>os o referencial teórico da<br />

netnografia segundo os estudos <strong>de</strong> Kozinets (2010). Na segunda parte,<br />

enfatizar<strong>em</strong>os o que difere a pesquisa netnográfica da MROCs (Pretorius, 2009) e<br />

<strong>na</strong> terceira, e última parte, apresentar<strong>em</strong>os o mais novo campo <strong>de</strong> aplicação <strong>em</strong><br />

<strong>análise</strong> crítica multimodal (O´Halloran, no prelo), seguindo com ex<strong>em</strong>plicações <strong>de</strong><br />

softwares que ajudam o pesquisador a<strong>na</strong>lisar conteúdos e textos moltimodais<br />

int<strong>era</strong>tivos, contribuindo,assim, para uma maior confiabilida<strong>de</strong> <strong>na</strong> pesquisa<br />

qualitativa <strong>na</strong> <strong>era</strong> <strong>das</strong> re<strong>de</strong>s sociais.<br />

1. Netnografia<br />

No fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> 1990, pesquisadores <strong>de</strong> market começaram uma adaptação e<br />

expansão <strong>de</strong> <strong>pesquisas</strong> etnográficas <strong>em</strong> formatos online, especificamente pelo que<br />

Kozinets (2010) <strong>de</strong>nominou "netnography 4 - netnogragia", que são, <strong>em</strong> g<strong>era</strong>l a partir<br />

<strong>das</strong> <strong>na</strong>rrativas reflexivas que as pessoas po<strong>de</strong>m publicar online. Kozinets (2010) é<br />

um dos principais pesquisadores, que usa a netnografia <strong>na</strong>s áreas <strong>de</strong> market e<br />

comportamento do consumidor, ele <strong>de</strong>finiu a netnografia tanto <strong>em</strong> termos <strong>de</strong><br />

produtos e processo.Como um produto, uma netnografia é "um relato através <strong>de</strong><br />

textos escrito, imagens, sons e ví<strong>de</strong>os da cibercultura online, que informa através<br />

dos métodos da antropologia cultural" (KOZINETS, 2010, p. 62). Como processo, a<br />

3 Computer-Mediated Communications<br />

4 A mistura linguistica dos nomes InterNET com ethNOGRAPHY ( KAZINES, 2010)<br />

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netnografia é uma "metodologia <strong>de</strong> pesquisa qualitativa que se adapta a novas<br />

técnicas <strong>de</strong> pesquisa etnográfica para o estudo <strong>das</strong> culturas e comunida<strong>de</strong>s que<br />

estão surgindo através da comunicação mediada por computador" (KOZINETS, 2010,<br />

p. 62).<br />

Segundo Steffen e Ruppert (2009), citado <strong>em</strong> Kozinets (2010), exist<strong>em</strong><br />

algumas diferenças significativas <strong>em</strong> relação ao processo <strong>de</strong> investigação entre<br />

netnografia e etnografia. Ao contrário da etnografia, netnografia inci<strong>de</strong> ape<strong>na</strong>s<br />

sobre os grupos sociais representados <strong>na</strong> Internet, tais como fóruns, blogs, salas <strong>de</strong><br />

chat, portais <strong>de</strong> consumidores, grupos <strong>de</strong> notícias e plataformas <strong>de</strong> conteúdo<br />

g<strong>era</strong>do pelo usuário. Além disso, download <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> <strong>dados</strong> a partir <strong>de</strong><br />

uma comunida<strong>de</strong> online tor<strong>na</strong>-o padrão <strong>de</strong> métodos netnográficos para a <strong>coleta</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>dados</strong>.<br />

A maioria dos etnógrafos ainda realiza estudos que são exclusivamente<br />

situados no mundo social "offline" . No entanto, Garcia et al. (2009, p. 53) afirmam<br />

que qu<strong>em</strong> se concentrar exclusivamente no mundo socialmente "offline" nega que<br />

a vida cont<strong>em</strong>porânea é cada vez mais marcada por uma mobilida<strong>de</strong> virtual e<br />

geográfica. Os cientistas sociais <strong>de</strong>veriam respon<strong>de</strong>r a esta digitalização do nosso<br />

mundo social, buscando metodologias para acompanhar ativida<strong>de</strong>s e encontros<br />

sociais <strong>de</strong> pessoas online . Os autores informaram que praticamente to<strong>das</strong> as<br />

etnografias cont<strong>em</strong>porâneas "<strong>de</strong>ve incluir a comunicação e comportamento<br />

mediados por computador (GARCIA et al 2009, p. 57).<br />

Como diz Kozinets ( 2010, p. 42) a "netnografia, como a irmã mais velha da<br />

etnografia, é promíscua. Atribui-se e incorpora uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>pesquisas</strong><br />

e técnicas com abordagens diferentes”. Referindo-se aos procedimentos comuns<br />

etnográfico, Kozinets (2010) recomenda as seguintes etapas e procedimentos<br />

metodológicos para estudos que fornec<strong>em</strong> diretrizes específicas para ensi<strong>na</strong>r o<br />

pesquisador como planejar, focar e começar um estudo netnográfico da cultura<br />

online: (1) Fase inicial (entrée) (2); a ética <strong>na</strong> pesquisa, e (3) a <strong>coleta</strong> e <strong>análise</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>dados</strong>. Este último it<strong>em</strong>, por ser o <strong>de</strong>safio maior do pesquisador, será abordado <strong>na</strong><br />

sessão 3.0.<br />

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1.1 Fase inicial – Entrée<br />

A fase inicial <strong>de</strong> uma pesquisa netnográfica inclui a formulação do<br />

questionário e i<strong>de</strong>ntificação da comunida<strong>de</strong> online a<strong>de</strong>quado para o estudo. É<br />

necessário conhecer a comunida<strong>de</strong> selecio<strong>na</strong>da <strong>em</strong> seus fóruns, os t<strong>em</strong>as discutidos<br />

e seus participantes. Kozinets argumenta que, antes <strong>de</strong> entrar nessa cultura online<br />

e começar a sua participação, há itens importantes a ser<strong>em</strong> a<strong>na</strong>lisados: a) você<br />

precisa <strong>de</strong>cidir exatamente o que é que você vai estudar, b)como você vai fazer o<br />

estudo, c) como você vai se representar, d) como você vai trabalhar eticamente,<br />

e) e ter consciência <strong>de</strong> uma possível ruptura que esta pesquisa vai criar <strong>na</strong><br />

comunida<strong>de</strong> estudada.<br />

Kozinets (2010, p. 81) <strong>de</strong>screve como construir e focar as questões <strong>de</strong><br />

estudos apropriados para a netnografia e oferece orientações g<strong>era</strong>is para guiar a<br />

pesquisa, como:<br />

1-Fazer uma ou duas questões centrais seguido por mais <strong>de</strong> sete subquestões<br />

relacio<strong>na</strong><strong>das</strong>;<br />

2-Relacio<strong>na</strong>r a pergunta central para a estratégia específica da pesquisa<br />

qualitativa;<br />

3-Usar perguntas abertas " o que" ou "como";<br />

4- Focar <strong>em</strong> um único fenômeno ou conceito;<br />

5-Usar verbos exploratórios como "<strong>de</strong>scobrir", "compreen<strong>de</strong>r", "explorar",<br />

<strong>de</strong>screver” ou “relatar”;<br />

6-Especificar os participantes e o site da pesquisa para o estudo.<br />

1.2.Ética<br />

Em conformida<strong>de</strong> com a ética <strong>de</strong> investigação, Kozinets (2010) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />

alguns tópicos <strong>de</strong> conduta <strong>em</strong> uma pesquisa netnográfica: (a) o pesquisador <strong>de</strong>ve<br />

divulgar,informar a sua presença, afiliações e intenções aos m<strong>em</strong>bros da<br />

comunida<strong>de</strong> online durante toda o investigação, (b) o pesquisador <strong>de</strong>ve garantir a<br />

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confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong> e o anonimato dos informantes; e (c) o pesquisador <strong>de</strong>ve<br />

procurar e incorporar o feedback dos m<strong>em</strong>bros da comunida<strong>de</strong> online a ser<br />

pesquisado.<br />

Kozinets, também, sugere que o pesquisador <strong>de</strong>ve ter uma posição cui<strong>dados</strong>a<br />

sobre a questão <strong>de</strong> saber se o ambiente online é um meio público ou privado. O<br />

pesquisador <strong>de</strong>ve pedir um consentimento aos m<strong>em</strong>bros da comunida<strong>de</strong> para usar<br />

qualquer comentários específicos que estão a ser diretamente citado <strong>na</strong><br />

investigação. Da mesma forma, o estudioso, ao fi<strong>na</strong>l da pesquisa <strong>de</strong>ve apresentar<br />

algumas ou to<strong>das</strong> as conclusões do relatório fi<strong>na</strong>l do estudo para a comunida<strong>de</strong> <strong>em</strong><br />

foco.<br />

2. Pesquisa <strong>em</strong> market <strong>na</strong>s comunida<strong>de</strong>s online ( MROCs)<br />

A investigação netnográfica difere da pesquisa <strong>em</strong> market <strong>na</strong>s comunida<strong>de</strong>s<br />

online no requesito grupo focal. Segundo Pretorius ( 2009), a MROCs ainda está<br />

<strong>na</strong> sua infância, mas t<strong>em</strong> sido usada com muito sucesso <strong>em</strong> vários campos da<br />

pesquisa <strong>em</strong> market. Ela utiliza uma plataforma s<strong>em</strong>elhante a uma re<strong>de</strong> social,<br />

porém trabalha com uma comunida<strong>de</strong> online privada e protegida por senha on<strong>de</strong> o<br />

grupo <strong>de</strong> participantes-alvo se reúne para discutir t<strong>em</strong>as relacio<strong>na</strong>dos à pesquisa<br />

<strong>de</strong> uma <strong>em</strong>presa patroci<strong>na</strong>dora. É um serviço <strong>de</strong> pesquisa totalmente gerenciado.<br />

Assim, os resultados são seguros porque o grupo t<strong>em</strong> sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> comprovada.<br />

Mas os m<strong>em</strong>bros <strong>de</strong>sses grupos focais são livres para publicar fotos e ví<strong>de</strong>os,<br />

construir blogs, fóruns ou iniciar novas discussões. Os tópicos são facilitados pelos<br />

mediadores e os relatórios enviados periodicamente para a <strong>em</strong>presa patroci<strong>na</strong>dora.<br />

O método <strong>de</strong> pesquisa MROCs teve uma consi<strong>de</strong>rável evolução positiva com<br />

a chegada da Web 2.0 (ver Figura 01) e po<strong>de</strong> ser aplicado a um objeto <strong>de</strong><br />

investigação, incluindo a satisfação do cliente, testes <strong>de</strong> conceitos, g<strong>era</strong>ção <strong>de</strong><br />

idéias criativas/brainstoring, <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sites e comunicações, e<br />

envolvimento da marca do produto, entre outros (PRETORIUS, 2009).<br />

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Figura 1: Evolução da pesquisa <strong>em</strong> market<br />

Fonte: Plugged in<br />

Com este método, os consumidores tor<strong>na</strong>m-se copesquisadores ou co-<br />

criadores. Ainda para Pretorius (2009), as vantagens da cocriação são amplas tanto<br />

para as <strong>em</strong>presas quanto para os consumidores. As <strong>em</strong>presas po<strong>de</strong>m apren<strong>de</strong>r mais<br />

sobre as seus clientes, obter novas idéias para <strong>de</strong>sign, engenharia e o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento dos produtos, e minimizar os riscos <strong>de</strong> novos <strong>em</strong>preendimentos.<br />

Os consumidores po<strong>de</strong>m ajudar a criar produtos e serviços que atendam às suas<br />

necessida<strong>de</strong>s pessoais.<br />

Entretanto, conforme ressalta Pretorius (2009), este método t<strong>em</strong> uma<br />

varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> benefícios adicio<strong>na</strong>is, incluindo:<br />

Rapi<strong>de</strong>z: as comunida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m reduzir o t<strong>em</strong>po do ciclo <strong>de</strong> investigação 3-4<br />

s<strong>em</strong>a<strong>na</strong>s para uma s<strong>em</strong>a<strong>na</strong> (ou menos), ajudando as <strong>em</strong>presas a tomar <strong>de</strong>cisões<br />

oportu<strong>na</strong>s e acel<strong>era</strong>r o ciclo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do produto.<br />

Economia: ao contratar um grupo específico <strong>de</strong> participantes <strong>em</strong> uma base<br />

contínua, as <strong>em</strong>presas po<strong>de</strong>m economizar aluguel <strong>de</strong> instalações imobiliárias e<br />

<strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> viag<strong>em</strong>.<br />

Int<strong>era</strong>ção: comunida<strong>de</strong> ajuda os pesquisadores a obter uma perspectiva única sobre<br />

a vida dos produtos, enten<strong>de</strong>m suas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> estudo e colaboram <strong>de</strong><br />

forma a suscitar cocriadores.<br />

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Tamanho: o tamanho dos grupos focais varia <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigação,<br />

<strong>em</strong>bora a maioria seja entre 50-300 pessoas. G<strong>era</strong>lmente, é recomendado cerca <strong>de</strong><br />

150 participantes para manter o feedback <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po real e incentivar ao mesmo<br />

t<strong>em</strong>po a int<strong>era</strong>ção entre os m<strong>em</strong>bros.<br />

3.Coletas e <strong>análise</strong> dos <strong>dados</strong>: o <strong>de</strong>safio do pesquisador<br />

3.1 <strong>análise</strong> <strong>de</strong> conteúdo<br />

Po<strong>de</strong>mos, aqui, enfatizar que uma <strong>análise</strong> mesmo sendo qualitativa,<br />

também, t<strong>em</strong> outputs quantitativo. Passarelli et al (2010) afirma que o hipertexto<br />

digital, a int<strong>era</strong>tivida<strong>de</strong>, a interface multimídia, proprieda<strong>de</strong>s únicas dos<br />

ambientes virtuais, exig<strong>em</strong> métodos e técnicas <strong>de</strong> <strong>coleta</strong> <strong>de</strong> <strong>dados</strong> capazes <strong>de</strong><br />

capturar e registrar o movimento e a potência <strong>das</strong> relações e ações comunicativas<br />

<strong>em</strong> re<strong>de</strong>. Por isso, reintero aqui, a afirmação <strong>de</strong> O’Halloran ( no prelo) <strong>de</strong> que a<br />

<strong>análise</strong> qualitativa não po<strong>de</strong> permanecer essencialmente <strong>de</strong>limitada à capacida<strong>de</strong><br />

dos pesquisadores para captar e retratar a complexa int<strong>era</strong>ção dos recursos<br />

s<strong>em</strong>ióticos, especialmente nos casos <strong>de</strong> textos visuais dinâmicos como ví<strong>de</strong>os e os<br />

sites (t<strong>em</strong>a abordado no it<strong>em</strong> 3.2). Esses pesquisadores presisam <strong>de</strong> auxílio <strong>de</strong><br />

softwares para que seus <strong>dados</strong> tenham uma maior confiabilida<strong>de</strong>. Lowe ( 2007)<br />

observa que programas <strong>de</strong> software cria categorias, codifica, filtra, faz buscas e<br />

questio<strong>na</strong> os <strong>dados</strong> para respon<strong>de</strong>r às perguntas <strong>de</strong> investigação.<br />

Segundo o artigo <strong>de</strong> Will Lowe (2007), chamado Software for content<br />

a<strong>na</strong>lysis – a review, encontramos vários tipos <strong>de</strong> software que faz<strong>em</strong> a <strong>análise</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>dados</strong> <strong>de</strong> conteúdo mais fácil, mais confiável, mais precisos e mais transparente.<br />

Alguns <strong>de</strong>les são: AQUAD, CoAn, Co<strong>de</strong>-A-Text, DICTION, DIMAP-MCCA,<br />

HyperRESEARCH, KEDS, QED, TATOE, TEXTPACK, TextSmart, Transa<strong>na</strong>, WinMaxPro,<br />

WordStar, ATLAS/ti e NVIVO, sendo o NVIVO mais usado <strong>em</strong> <strong>pesquisas</strong> <strong>qualitativas</strong>,<br />

segundo os estudos <strong>de</strong> Kozines (2010).<br />

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Os tipos <strong>de</strong> <strong>dados</strong> a<strong>na</strong>lisados no NVIVO são imagens, áudio, ví<strong>de</strong>o, texto<br />

escrito. E <strong>de</strong>ntro do campo texto escrito,t<strong>em</strong>os: e-mail, relatórios, notícias,<br />

entrevistas, notas <strong>de</strong> campo, discurso e comentários. Vejamos <strong>na</strong> FIGURA 02 uma<br />

visão g<strong>era</strong>l <strong>de</strong>sta ferramenta tecnológica.<br />

Figura 2: Zo<strong>na</strong>s <strong>de</strong> trabalho do software NVIVO<br />

Fonte: Cação (2008)<br />

Cação 5 (2009), <strong>em</strong> seu trabalho “Análise qualitativa <strong>de</strong> <strong>dados</strong> com o NVIVO”,<br />

enum<strong>era</strong> seis vantagens e três <strong>de</strong>svantagens no uso <strong>de</strong>sta ferramenta <strong>em</strong> <strong>análise</strong><br />

dos <strong>dados</strong>. Vejamos:<br />

Vantagens:<br />

1- Faz o registro histórico <strong>de</strong> todo o processo <strong>de</strong> investigação;<br />

2- Garante a portabilida<strong>de</strong> do material;<br />

3- Organiza a documentação;<br />

4- Permite <strong>pesquisas</strong> múltiplas sobre o mesmo material;<br />

5 Um estudo mais <strong>de</strong>talhado como usar o NVIVO, ver Cação ( 2008).<br />

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5- Dá flexibilida<strong>de</strong> ao investigador;<br />

6- Promove a criativida<strong>de</strong>.<br />

Desvantagens:<br />

1- Introdução e codificação dos <strong>dados</strong> são trabalhosas e <strong>de</strong>mora<strong>das</strong>;<br />

2- A maioria do trabalho <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da pessoa, não no programa;<br />

3- Não apresenta soluções (não t<strong>em</strong> nenhuma fórmula mágica).<br />

Passarelli et al. ( 2010) afirmam que o ato que entrelaça essas instâncias<br />

do trabalho netnográfico é a interpretação, especificação, singularização e<br />

gen<strong>era</strong>lização. Além disso, a <strong>coleta</strong> e <strong>análise</strong> <strong>de</strong> <strong>dados</strong> não po<strong>de</strong>m <strong>em</strong>basar-se<br />

puramente <strong>em</strong> processo intuitivo (mesmo reconhecendo que a visão do observador<br />

interfere e recebe interferência do contexto <strong>em</strong> que está inserido), mas <strong>de</strong>ve<br />

contar com observações sérias, precisas e b<strong>em</strong> funda<strong>das</strong>, via registros b<strong>em</strong><br />

estruturados, principalmente quando envolve o discurso multimodal.<br />

3.2. Análise multimodal<br />

A investigação multimodal teve uma rápida expansão <strong>em</strong> meados dos anos<br />

2000. Na opinião <strong>de</strong> Smith et al. (no prelo), Gunther Kress e Theo van Leeuwen<br />

(1996, 2006) e Michael O "Toole (1994, 2010), fornec<strong>era</strong>m as bases para a pesquisa<br />

multimodal <strong>na</strong> década <strong>de</strong> 1980 e 1990, baseando-se nos trabalhos <strong>de</strong> Michael<br />

Halliday (1978,1985,1994,2004) com sua abordag<strong>em</strong> <strong>na</strong> s<strong>em</strong>iótica social integrando<br />

som e imag<strong>em</strong> como um conjunto <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as inter-relacio<strong>na</strong>dos. Smith et al. ( no<br />

prelo) continuam argumentando que Kress e van Leewuen (2006) exploram imagens<br />

e <strong>de</strong>sign visual, e O "Toole (2010) faz <strong>análise</strong> s<strong>em</strong>iótica da arte, pintura, escultura<br />

e arquitetura aplicando, também, o mo<strong>de</strong>lo sistêmico funcio<strong>na</strong>l. Assim, Kress e<br />

van Leeuwen (2006) adotam uma abordag<strong>em</strong> contextual (top-down) com uma<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da orientação à i<strong>de</strong>ologia, <strong>de</strong>rivando princípios g<strong>era</strong>is <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign visual<br />

que são ilustra<strong>das</strong> através <strong>de</strong> <strong>análise</strong> <strong>de</strong> texto, enquanto O"Toole (2010),<br />

<strong>de</strong>senvolve uma abordag<strong>em</strong> gramatical (top-up) trabalhando <strong>de</strong>ntro da linguística<br />

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sistêmico-funcio<strong>na</strong>l com <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>dos “textos” (ou seja, pinturas, <strong>de</strong>senhos<br />

arquitetônicos e esculturas) para <strong>de</strong>rivar uma estrutura que po<strong>de</strong> ser aplicada a<br />

outros campos.<br />

Como b<strong>em</strong> observa Smith et al. (no prelo), <strong>pesquisas</strong> subsequentes<br />

construída sobre estas duas abordagens esten<strong>de</strong>ram-se <strong>em</strong> novos domínios. Por<br />

ex<strong>em</strong>plo, as abordagens contextuais foram <strong>de</strong>senvolvi<strong>das</strong> para os sons da fala e<br />

música (VAN LEEUWEN, 1999), textos científicos (LEMKE, 1998), a hipermídia<br />

(LEMKE, 2002), ação e gesto (MARTINEC, 2000), pesquisa <strong>em</strong> educação (Jewitt,<br />

2006) e letramento (KRESS, 2003). Além disso, abordagens gramaticais à<br />

mat<strong>em</strong>ática (O'HALLORAN, 2005), a hipermídia (DJONOV,2007), market e eco-<br />

business ( MAYER, 2010) e uma série <strong>de</strong> outros textos multimodais com Bed<strong>na</strong>rek e<br />

Martin, (2010) que resultou <strong>em</strong> uma nova abordag<strong>em</strong> que t<strong>em</strong> sido chamado<br />

estudo crítico do discurso multimodal (SMITH et al., no prelo).<br />

Ainda segundo O'Halloran ( no prelo), a crescente popularida<strong>de</strong> da <strong>análise</strong> do<br />

discurso multimodal é evi<strong>de</strong>nciada por publicações mais recentes (BALDRY E<br />

THIBAULT, 2006; BATEMAN, 2008; BEDNAREK E MARTIN, 2010; JEWITT, 2009;<br />

LEMKE, 2009, UNSWORTH, 2008; O´TOOLE, 2010; VENTOLA E MOYA, 2009). Este<br />

novo campo <strong>de</strong> estudo, que requer referênciais teóricas e ferramentas<br />

metodológicas que, por sua vez, po<strong>de</strong>m ser aplicados tanto <strong>na</strong> linguística quanto<br />

<strong>em</strong> outros campos distintos <strong>de</strong> estudos. Conforme, sugere Jewitt (2009 apud<br />

O’HALLORAN e SMITH, no prelo), a multimodalida<strong>de</strong>, <strong>em</strong> sentido estrito, se refere<br />

a um campo <strong>de</strong> aplicação, <strong>em</strong> vez <strong>de</strong> uma teoria. Seguindo o mesmo pensamento,<br />

Kress (2009) observa que a multimodalida<strong>de</strong> da forma como está não é uma teoria,<br />

<strong>em</strong>bora muitas vezes seja usada como se fosse.<br />

O'Halloran (no prelo) enten<strong>de</strong> que, apesar <strong>de</strong> todos os avanços que foram<br />

alcançados para a<strong>na</strong>lisar a linguag<strong>em</strong>, imagens e outros recursos s<strong>em</strong>ióticos, muitos<br />

quadros e mo<strong>de</strong>los para a transcrição e <strong>análise</strong> <strong>de</strong> <strong>dados</strong> continuam a contar com<br />

baixa tecnologia. O’Halloran admite que a construção preferida por muitos<br />

pesquisadores para a<strong>na</strong>lisar e representar a int<strong>era</strong>ção <strong>de</strong> recursos s<strong>em</strong>ióticos ainda<br />

são tabelas e transcrição manual, como ex<strong>em</strong>plificado nos estudo <strong>de</strong> Baldry e<br />

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Thibault, (2006). Como O'Halloran (no prelo) enfatiza, <strong>em</strong>bora as tabelas possam<br />

ser eficazes para certos modos e recursos s<strong>em</strong>ióticos, essas <strong>análise</strong>s permanec<strong>em</strong><br />

essencialmente <strong>de</strong>limita<strong>das</strong> à capacida<strong>de</strong> dos pesquisadores para captar e retratar<br />

a complexa int<strong>era</strong>ção dos recursos s<strong>em</strong>ióticos, especialmente nos casos <strong>de</strong> textos<br />

visuais dinâmicos como ví<strong>de</strong>os e os sites.<br />

Nas concepções <strong>de</strong> O’Halloran et al. ( no prelo), a <strong>análise</strong> visual estática é<br />

relativamente viável <strong>em</strong> transcrições manuais, mesmo <strong>de</strong>ntro dos limites da pági<strong>na</strong><br />

impressa, enquanto a <strong>análise</strong> multimodal <strong>de</strong> outras mídias int<strong>era</strong>tivas aponta<br />

claramente as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> captar o di<strong>na</strong>mismo e a dimensio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> dos textos<br />

multimodais. Para Emmison e Smith ( 2004, p.4), citado <strong>em</strong> O’Halloran( no prelo),<br />

o visual <strong>de</strong>ve ser estudado <strong>em</strong> todos os el<strong>em</strong>entos do contexto <strong>de</strong> investigação <strong>em</strong><br />

si - incluindo objetos tridimensio<strong>na</strong>is, ambientes estruturais, projeto e assim por<br />

diante. Visual não são <strong>dados</strong> " o que a câm<strong>era</strong> po<strong>de</strong> registrar, mas. . . o que os<br />

olhos po<strong>de</strong>m ver”.<br />

Conforme Halliday e Greaves (2008 apud O’HALLORAN, no prelo), o a<strong>na</strong>lista<br />

humano nunca po<strong>de</strong> ser substituído pelo computador, mas os softwares aumentam<br />

o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> nosso alcance a<strong>na</strong>lítico, apresentando fenômenos mais ricos, mais<br />

complexos e <strong>de</strong>talhados para a <strong>análise</strong>. Para fazer isso, inevitavelmente, exig<strong>em</strong><br />

que os a<strong>na</strong>listas da multimodalida<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>ram a usar esses recursos e técnicas<br />

informacio<strong>na</strong>is para lidar a<strong>de</strong>quadamente com a <strong>na</strong>tureza <strong>de</strong>sses meios <strong>de</strong><br />

comunicação. Essas aplicações <strong>de</strong> software com a preocupação <strong>em</strong> <strong>análise</strong> mais<br />

<strong>de</strong>talhada e mais séria <strong>de</strong> texto int<strong>era</strong>tivos já exist<strong>em</strong>, por ex<strong>em</strong>plo, nós já t<strong>em</strong>os<br />

disponível <strong>na</strong> re<strong>de</strong> vários tipos <strong>de</strong> software como: ELAN, EXMARaLDA, ANVIL, C-BAS,<br />

MacVissSTA (Rohlfing et al. 2006; SCHMIDT et al. 2009) e eNTERFACE´10.<br />

É importante ressaltar, no entanto, que O'Halloran et al. (no prelo)<br />

recent<strong>em</strong>ente apresentaram um projeto <strong>de</strong> colaboração interdiscipli<strong>na</strong>r entre<br />

cientistas da computação e cientistas socias que v<strong>em</strong> ocorrendo no Laboratório da<br />

Análise Multimodal <strong>na</strong> Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Singapura. Um projeto intitulado “Eventos<br />

no mundo 6 ”, que visa <strong>de</strong>senvolver protótipo <strong>de</strong> software para <strong>análise</strong> <strong>de</strong> fenômenos<br />

6 Multimodal A<strong>na</strong>lysis Lab. http://multimodal-a<strong>na</strong>lysis-lab.org<br />

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multimodais. No artigo intitulado Multimodal Discourse A<strong>na</strong>lysis, O’Halloran ( no<br />

prelo) apresenta uma amostra <strong>de</strong> uma <strong>análise</strong> multimodal usando o software <strong>em</strong><br />

<strong>de</strong>staque. Como forma ilustrativa, ver Figuras 03 e 04.<br />

Figura 3: Software do lab <strong>análise</strong> multimodal<br />

Fonte: O'Halloran ( no prelo)<br />

Este software <strong>de</strong>senvolvido no projeto será utilizado para a<strong>na</strong>lisar os<br />

acontecimentos <strong>na</strong> mídia impressa, televisiva, e mídia digital com o objetivo <strong>de</strong><br />

investigar a interpretação <strong>de</strong> eventos <strong>em</strong> diferentes comunida<strong>de</strong>s socioculturais. Os<br />

papéis da equipe interdiscipli<strong>na</strong>r <strong>de</strong> investigação estão evoluindo e os<br />

investigadores estão apren<strong>de</strong>ndo novas abordagens, perspectivas e conhecimentos<br />

que estão resultando <strong>em</strong> novas formas <strong>de</strong> pensar sobre as anotações e <strong>análise</strong> dos<br />

fenômenos multis<strong>em</strong>ióticos ( O'HALLORAN, no prelo).<br />

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Figura 4: Software do lab <strong>análise</strong> multimodal<br />

Fonte: O'Halloran ( no prelo)<br />

Usuários do software são encorajados explicitar as ferramentas a<strong>na</strong>líticas<br />

que <strong>em</strong>pregam <strong>de</strong>ntro do ambiente digital int<strong>era</strong>tivo. Embora uma <strong>análise</strong><br />

discursiva (manual) também possa ser realizada, a affordance distintiva é a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar <strong>análise</strong>s categóricas e paramétricas, cujos resultados são<br />

armaze<strong>na</strong>dos <strong>em</strong> um banco <strong>de</strong> <strong>dados</strong> e, portanto, capazes <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> interrogados,<br />

visualizados, compartilhados e comparados, assim, a pesquisa qualitativa ganha<br />

um maior grau <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong>.<br />

Palavras fi<strong>na</strong>is<br />

O objetivo <strong>de</strong> nossa reflexão foi mostrar que etnógrafos e netnográfos, como<br />

outros pesquisadores, têm atualmente um amplo leque <strong>de</strong> meios ao seu dispor para<br />

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a realização <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> campo <strong>das</strong> re<strong>de</strong>s sociais. Sab<strong>em</strong>os que todos os textos,<br />

todos os eventos comunicativos, são s<strong>em</strong>pre realizados por meio <strong>de</strong> múltiplos<br />

recursos s<strong>em</strong>ióticos. No entanto, segundo Smith et al. (no prelo), encontrar<br />

maneira <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r como diferentes modos s<strong>em</strong>ióticos (linguag<strong>em</strong>, imagens<br />

visuais, a expressão facial, música, som, animação, objetos <strong>em</strong> 3D e assim por<br />

diante) trabalham juntos para criar objetos e eventos que são interpretados <strong>em</strong><br />

contextos sociais (notícias, <strong>de</strong>bates políticos, jogos ativida<strong>de</strong>s online,marketing<br />

entre outros) produzir um conjunto específico <strong>de</strong> efeitos <strong>de</strong> sentidos, é um dos<br />

principais <strong>de</strong>safios <strong>na</strong> <strong>coleta</strong> <strong>de</strong> <strong>dados</strong> para o a<strong>na</strong>lista <strong>em</strong> pesquisa <strong>qualitativas</strong> <strong>em</strong><br />

textos digitais int<strong>era</strong>tivos.<br />

Enfatizamos, também neste trabalho,segundo os estudos <strong>de</strong> O’Halloran ( no<br />

prelo), que as <strong>análise</strong> <strong>de</strong>stes novos meios <strong>de</strong> comunicação precisarão <strong>de</strong> auxílio <strong>de</strong><br />

tecnologias avança<strong>das</strong>. Pois, essas tecnologias irão auxiliar o pesquisador a captar<br />

e retratar a complexa interseção dos recursos s<strong>em</strong>ióticos. É importante ressaltar,<br />

também, que a pesquisa multimodal, hoje, apresenta interessantes oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> novas <strong>pesquisas</strong> <strong>em</strong> campos diversos tais como market, ciência cognitiva,<br />

ciência da computação e estudos <strong>de</strong> cin<strong>em</strong>a, antropologia, psicologia, educação,<br />

entre outros. Ela dá assim, o primeiro e o mais importante passo para a<br />

interdiscipli<strong>na</strong>rida<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>ira. Ainda para Jewitt ( 2009) citado <strong>em</strong> O’Hallaran<br />

(no prelo), a multimodalida<strong>de</strong> não se resume a uma teoria específica, mas abrange<br />

qualquer método <strong>de</strong>dicado aos estudos dos fenômenos s<strong>em</strong>ióticos.<br />

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