COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR, DA FIRMA E DO MERCADO
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<strong>COMPORTAMENTO</strong> <strong>DO</strong> CONSUMI<strong>DO</strong>R, <strong>DA</strong> <strong>FIRMA</strong> E <strong>DO</strong> MERCA<strong>DO</strong><br />
___________________________________________<br />
7. Bebidas, café e mate - 0,982 1,142<br />
8. Açúcar - 0,011 0,266<br />
9. Mandioca 0,280 - 0,565<br />
10. Farinha ... 0,360<br />
11. Margarina ... - 0,200<br />
NÃO ALIMENTARES<br />
12. Combustível e transporte - 1,213 1,339<br />
13. Vestuário e calçados - 0,682 1,316<br />
14. Residência - 0,606 1,009<br />
15. Lã para vestuário - 1,320<br />
16. Bens de consumo durável ... 2,90<br />
Fonte: (a) Produtos 1 a 7: pesquisa de orçamentos familiares na Região Metropolitana de Porto Alegre, feita em<br />
1995 pelo Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas da UFRGS (Garcia & Waquil, 1998, Tabela 2, p. 43); (b) Produtos 8, 9,<br />
120 14: Estudo Nacional da Despesa Familiar, de 1974/75 (Thomas, Strauss e Barbosa, 1991: Tabelas 7, 9 e 11); (e) Os<br />
produtos 10, 11 e 15 e 16 são dos EUA (Ferguson, 1984, p. 116 e 122).<br />
3.5.2 Elasticidade cruzada da demanda e elasticidade-renda<br />
A quantidade demandada de um bem X será sempre influenciada pelo preço desse<br />
bem (Px) e pela renda monetária do consumidor: qx = f(Px, R). A elasticidade-renda da<br />
demanda indica quanto será a variação proporcional da quantidade demandada de um bem<br />
X em virtude de uma variação proporcional da renda monetária do consumidor, ou seja:<br />
εRd = (∆qx/qx) / (∆R/R) (3)<br />
Em função da elasticidade-renda da demanda, os bens econômicos podem ser<br />
classificados em bens normais, essenciais, supérfluos e inferiores. Os bens normais ou<br />
superiores são aqueles para os quais a elasticidade-renda da demanda é positiva,<br />
indicando que a quantidade demandada varia no mesmo sentido da renda: todo aumento<br />
de renda implica maior consumo; inversamente, uma redução da renda monetária traduz-se<br />
em queda do consumo do bem em questão. Os bens essenciais são os que apresentam<br />
baixa elasticidade-renda (O < εRd < 1), enquanto os bens supérfluos são os que possuem<br />
alta elasticidade-renda (εRd > 1). Finalmente, os bens inferiores são os que apresentam<br />
elasticidade-renda negativa.<br />
A Tabela 3.3 mostra que mandioca, farinha e margarina possuem εRd < 0: um<br />
aumento de renda implica a redução do consumo, e vice-versa. Isso se explica porque,<br />
caindo a renda, os consumidores aumentam o consumo de mandioca, margarina e farinhas,<br />
uma vez que deixam de consumir manteiga e outros bens mais caros. Inversamente, com o<br />
aumento da renda, eles passam a consumir produtos mais dispendiosos, como manteiga e<br />
carnes, em detrimento desses produtos. Esses são bens inferiores, enquanto os demais,<br />
apresentados na Tabela 3.3, são bens normais.<br />
Os produtos bebidas/café/mate, combustível/transporte, vestuário/calçados e bens de<br />
consumo durável são bens supérfluos, enquanto os demais são bens essenciais (as<br />
elasticidades-renda de doces/salgados/especiarias, frutas e carnes/embutidos estão muito<br />
próximas da unidade). O conceito, porém, do que é essencial ou supérfluo depende do nível<br />
de renda do consumidor. Assim, bebidas, café e mate podem ser bens supérfluos para o<br />
operário da indústria de transformação da Região Metropolitana de Porto Alegre (públicoalvo<br />
da pesquisa efetuada), mas não para o consumidor das classes de mais alta renda da<br />
própria região. Geralmente, os bens de consumo duráveis, como aparelhos de som,<br />
Prof. Drd. Marcos Rambalducci<br />
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