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COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR, DA FIRMA E DO MERCADO

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<strong>COMPORTAMENTO</strong> <strong>DO</strong> CONSUMI<strong>DO</strong>R, <strong>DA</strong> <strong>FIRMA</strong> E <strong>DO</strong> MERCA<strong>DO</strong><br />

___________________________________________<br />

Aula 8<br />

3.5 ELASTICI<strong>DA</strong>DE<br />

Os efeitos de mudanças dos preços sobre as quantidades de equilíbrio podem ser<br />

avaliados pela elasticidade-preço. O conceito de elasticidade é muito importante em<br />

economia, porque ele refere-se à sensibilidade de uma variável em relação a outra. Essa<br />

sensibilidade indica que a mudança de uma variável, como preço ou renda, afeta a<br />

magnitude de outra variável, como quantidades demandadas ou ofertadas. Nesta seção,<br />

serão estudados os conceitos de elasticidade-preço da demanda, elasticidade-renda da<br />

demanda, elasticidade cruzada da demanda e elasticidade da oferta.<br />

3.5.1 Elasticidade-preço da demanda: ponto e arco<br />

Nas figuras anteriores, verificou-se que as quantidades demandadas variam<br />

inversamente com o preço. A quantificação dessa variação é dada pelo conceito de<br />

elasticidade. Assim, a elasticidade-preço da demanda de um bem X indica quanto irá<br />

variar a quantidade demandada desse bem em função de uma variação em seu preço. Em<br />

outras palavras, a elasticidade-preço da demanda (εpd) corresponde à variação<br />

proporcional das quantidades demandadas (∆q/q) em relação à variação proporcional dos<br />

preços (∆P/P), ou seja:<br />

εpd = (∆q/q) / (∆P/P) (1)<br />

No exemplo da demanda de um produto agrícola da Tabela 3.2, quando o preço se<br />

reduz de R$ 40 para R$ 30, a elasticidade-preço da demanda é: [(18 - 12) / 12] / [(30 — 40)<br />

/ 40] = - 2; porém, quando o preço passa de R$ 30 para R$ 20, a elasticidade cai para -1.<br />

Assim, o valor da elasticidade varia ao longo da curva de demanda e o conceito refere-se,<br />

portanto, à elasticidade em determinado ponto da curva.<br />

Figura 3.l0 a Diferentes elasticidades sobre uma mesma curva de demanda.<br />

Prof. Drd. Marcos Rambalducci<br />

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A Figura 3.l0a mostra os diferentes valores que a elasticidade-preço da demanda<br />

assume ao longo de uma mesma curva de demanda (os dados são da Tabela 3.2). A<br />

elasticidade é unitária no ponto em que o preço é 20 (os valores são considerados em<br />

módulo, isto é, sem o sinal), ou seja: [(18 - 24) / 18] / [(30 - 20) / 30] = I1I. Pontos da curva<br />

referentes a preços maiores do que 20 fornecem εpd >1, enquanto as elasticidades para<br />

preços menores do que 20 geram εpd < 1.<br />

Devido a essa variação, costuma-se utilizar também o conceito de elasticidade-arco,<br />

considerando-se a média dos preços e das quantidades, ou seja:<br />

ε a pd = [∆q/(q1 + q2)/2] / [∆P/(P1 + P2)/2)] (2)<br />

No exemplo anterior, a elasticidade-arco seria 1,40 quando o preço passa de 40 para<br />

30 e de 0,71 quando a variação é de 30 para 20. Como se observa, a elasticidade-arco,<br />

pegando as médias, reduz o valor das elasticidades em relação àquela obtida em um ponto<br />

específico da curva de demanda.<br />

Dependendo dos valores da elasticidade-preço, a demanda é considerada elástica<br />

(εpd > 1), inelástica (εpd < 1) ou unitária (εpd = 1). Produtos como carne bovina de<br />

primeira, eletrodomésticos e viagens apresentam demanda elástica, ou seja, pequenas<br />

variações proporcionais de preços acarretam variações proporcionais maiores das<br />

quantidades demandadas, enquanto alguns produtos como sal, medicamentos e alimentos<br />

de primeira necessidade apresentam demanda inelástica.<br />

Na Figura 3.10b, observa-se que a demanda mais elástica é a que se apresenta<br />

menos inclinada: assim, para uma mesma variação proporcional de preço (como de 3 para<br />

2), as quantidades variam de 4,1 para 5,8 no caso da demanda elástica (gráfico da<br />

esquerda), e de 3,8 para 4,4 para a demanda inelástica (gráfico da direita).<br />

Observando-se a equação 1, constata-se que, se as quantidades demandadas (∆Q/Q)<br />

variam com alterações muito pequenas de preços (∆P/P tendendo a zero), então a<br />

elasticidade tenderá ao infinito (εpd = ∞). Elasticidade infinita corresponde a uma<br />

demanda perfeitamente elástica e, nesse caso, a curva de demanda será horizontal.<br />

Exemplos de demanda perfeitamente elástica podem ser fornecidos por alguns produtos<br />

agrícolas no mercado internacional (concorrência perfeita): ao preço P0, qualquer<br />

quantidade poderá ser demandada, mas nenhuma a um preço maior (a um preço menor<br />

não será lógico, pois nenhum vendedor irá querer ofertar, se ele pode vender ao preço P0.<br />

Inversamente, elasticidade igual a zero corresponde a uma demanda perfeitamente<br />

inelástica e a curva de demanda será vertical: as quantidades demandadas não variam,<br />

por maior que seja a mudança dos preços (∆q/q tendendo a zero). Esse é o caso de<br />

medicamentos essenciais, como antibióticos e, provavelmente, o sal de cozinha: ninguém<br />

irá colocar mais sal nos alimentos por menor que seja seu preço.<br />

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Figura 3.l0b Elasticidades-preço da demanda.<br />

Como se pode verificar na Tabela 3.3, as elasticidades-preço da demanda são<br />

negativas (exceto para mandioca), indicando que as quantidades variam inversamente com<br />

os preços e que a curva de demanda é negativamente inclinada. Elasticidades-preço da<br />

demanda positivas são casos raros e sinalizam que o consumidor aumenta o consumo do<br />

bem quando seu preço eleva-se, e vice-versa. Esse fenômeno, indicando curvas de<br />

demanda positivamente inclinadas, é conhecido como Paradoxo de Giffen. Bens de Giffen<br />

são também bens inferiores (elasticidade-renda da demanda negativa), mas nem todos os<br />

bens inferiores são bens de Giffen (Ferguson, 1984, p. 73).<br />

As elasticidades variam de um produto para outro. Esses valores dependem do<br />

número de usos do bem e da existência ou não de substitutos (bens concorrentes). A lã,<br />

que pode ser usada tanto no vestuário, como em outros empregos industriais, apresenta<br />

elasticidade-preço mais elevada do que alimentos. Produtos como sal e açúcar, com<br />

poucos substitutos, tendem a ter baixa elasticidade-preço. No caso presente, açúcar<br />

apresentou elasticidade-preço da demanda próxima de zero, indicando curva de demanda<br />

para esse produto praticamente vertical (perfeitamente inelástica).<br />

A maioria dos alimentos da Tabela 3.3 apresenta demanda inelástica (εpd < I1I),<br />

indicando que mudanças dos preços geram variações proporcionalmente menores nas<br />

quantidades demandadas e em sentido contrário, tudo o mais constante. Com elasticidadepreço<br />

em torno da unidade, constituindo exceção, cereais/derivados, bebidas/café/mate e<br />

óleos/gorduras: as quantidades variam proporcionalmente e em sentido contrário aos<br />

preços. Entre os produtos não alimentares, vestuário/calçados e residência também<br />

apresentam demanda inelástica, enquanto combustível/transporte e lã para vestuário,<br />

possuem demanda elástica (εpd > I1I).<br />

Tabela 3.3 Exemplos de elasticidade-preço e elasticidade-renda referentes a produtos<br />

alimentares e não alimentares.<br />

Produtos Elasticidade-preço εpd Elasticidade- renda εRd<br />

ALIMENTARES<br />

1. Cereais e derivados -1,099 0,950<br />

2. Doces, salgados e especiarias - 0,781 1,100<br />

3. Frutas - 0,837 1,066<br />

4. Carnes e embutidos - 0,795 1,007<br />

5. Ovos, leite e derivados - 0,938 0,887<br />

6. Óleos e gorduras - 0,976 0,927<br />

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7. Bebidas, café e mate - 0,982 1,142<br />

8. Açúcar - 0,011 0,266<br />

9. Mandioca 0,280 - 0,565<br />

10. Farinha ... 0,360<br />

11. Margarina ... - 0,200<br />

NÃO ALIMENTARES<br />

12. Combustível e transporte - 1,213 1,339<br />

13. Vestuário e calçados - 0,682 1,316<br />

14. Residência - 0,606 1,009<br />

15. Lã para vestuário - 1,320<br />

16. Bens de consumo durável ... 2,90<br />

Fonte: (a) Produtos 1 a 7: pesquisa de orçamentos familiares na Região Metropolitana de Porto Alegre, feita em<br />

1995 pelo Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas da UFRGS (Garcia & Waquil, 1998, Tabela 2, p. 43); (b) Produtos 8, 9,<br />

120 14: Estudo Nacional da Despesa Familiar, de 1974/75 (Thomas, Strauss e Barbosa, 1991: Tabelas 7, 9 e 11); (e) Os<br />

produtos 10, 11 e 15 e 16 são dos EUA (Ferguson, 1984, p. 116 e 122).<br />

3.5.2 Elasticidade cruzada da demanda e elasticidade-renda<br />

A quantidade demandada de um bem X será sempre influenciada pelo preço desse<br />

bem (Px) e pela renda monetária do consumidor: qx = f(Px, R). A elasticidade-renda da<br />

demanda indica quanto será a variação proporcional da quantidade demandada de um bem<br />

X em virtude de uma variação proporcional da renda monetária do consumidor, ou seja:<br />

εRd = (∆qx/qx) / (∆R/R) (3)<br />

Em função da elasticidade-renda da demanda, os bens econômicos podem ser<br />

classificados em bens normais, essenciais, supérfluos e inferiores. Os bens normais ou<br />

superiores são aqueles para os quais a elasticidade-renda da demanda é positiva,<br />

indicando que a quantidade demandada varia no mesmo sentido da renda: todo aumento<br />

de renda implica maior consumo; inversamente, uma redução da renda monetária traduz-se<br />

em queda do consumo do bem em questão. Os bens essenciais são os que apresentam<br />

baixa elasticidade-renda (O < εRd < 1), enquanto os bens supérfluos são os que possuem<br />

alta elasticidade-renda (εRd > 1). Finalmente, os bens inferiores são os que apresentam<br />

elasticidade-renda negativa.<br />

A Tabela 3.3 mostra que mandioca, farinha e margarina possuem εRd < 0: um<br />

aumento de renda implica a redução do consumo, e vice-versa. Isso se explica porque,<br />

caindo a renda, os consumidores aumentam o consumo de mandioca, margarina e farinhas,<br />

uma vez que deixam de consumir manteiga e outros bens mais caros. Inversamente, com o<br />

aumento da renda, eles passam a consumir produtos mais dispendiosos, como manteiga e<br />

carnes, em detrimento desses produtos. Esses são bens inferiores, enquanto os demais,<br />

apresentados na Tabela 3.3, são bens normais.<br />

Os produtos bebidas/café/mate, combustível/transporte, vestuário/calçados e bens de<br />

consumo durável são bens supérfluos, enquanto os demais são bens essenciais (as<br />

elasticidades-renda de doces/salgados/especiarias, frutas e carnes/embutidos estão muito<br />

próximas da unidade). O conceito, porém, do que é essencial ou supérfluo depende do nível<br />

de renda do consumidor. Assim, bebidas, café e mate podem ser bens supérfluos para o<br />

operário da indústria de transformação da Região Metropolitana de Porto Alegre (públicoalvo<br />

da pesquisa efetuada), mas não para o consumidor das classes de mais alta renda da<br />

própria região. Geralmente, os bens de consumo duráveis, como aparelhos de som,<br />

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videocassete, automóveis e viagens de turismo, podem ser classificados como bens<br />

supérfluos ou de luxo.<br />

Na seção anterior, estudou-se a elasticidade própria da demanda, isto é, a influência<br />

do preço do bem X sobre suas próprias quantidades demandadas. Contudo, se dois bens,<br />

X e Y, forem substitutos ou complementares, o preço de um deles influenciará a quantidade<br />

demandada do outro. A elasticidade cruzada é dada por:<br />

εxy = (∆qx/qx) / (∆Py/Py) (4)<br />

A equação (4) está indicando que a quantidade demandada do bem X depende<br />

também do preço do bem Y; em outras palavras, a quantidade demandada do bem X é uma<br />

função tanto de Px, como de Py, isto é, qx = f(Px, Py).<br />

De acordo com a elasticidade cruzada da demanda, os bens econômicos podem ser<br />

classificados como substitutos, complementares ou independentes. Dois bens serão<br />

substitutos (ou concorrentes) quando a elasticidade cruzada for positiva (εxy > 0).<br />

Exemplos: manteiga e margarina, café e chá, carne suína e carne bovina. Estes últimos<br />

produtos serão substitutos se a quantidade demandada de carne suína (qx) variar no<br />

mesmo sentido do preço da carne bovina (Py): um aumento do preço da carne bovina (Py)<br />

implica maior consumo de carne suína, e vice-versa.<br />

Dois bens serão complementares (pão e margarina, café e açúcar, aparelho de som<br />

e CD), quando a elasticidade cruzada for negativa (εxy < 0). Assim, o aumento do preço do<br />

bem X provocará redução da demanda do bem complementar Y. Por exemplo, se o preço<br />

do café reduzir-se, aumentarão tanto as quantidades demandadas de café, como as<br />

quantidades demandadas de açúcar e de adoçante dietético. Ocorrerá o inverso se o preço<br />

do café aumentar.<br />

Quando não forem substitutos, nem complementares, os bens serão independentes,<br />

isto é, εxy = 0. Nesse caso, o preço do bem Y não exercerá nenhuma influência sobre as<br />

quantidades demandadas do bem X, e vice-versa.<br />

A Tabela 3.4 apresenta as elasticidades-preço cruzadas da demanda referentes a<br />

produtos alimentares na Região Metropolitana de Porto Alegre (1995). Na diagonal<br />

principal, estão as elasticidades-preço da demanda já apresentadas na Tabela 3.3. Fora<br />

dessa diagonal, estão as elasticidades cruzadas entre bens diferentes. Todas elas não são<br />

significantemente diferentes de zero; logo, os bens são relativamente independentes. Em<br />

outras palavras, são baixos os níveis de substituição ou de complementaridade entre os<br />

grupos de bens (geralmente, isso ocorre entre produtos simples e não entre grupos de<br />

produtos, como é o caso).<br />

Tabela 3.4 Elasticidades-preço cruzadas referentes a produtos alimentares na Região<br />

Metropolitana de Porto Alegre.<br />

Produtos εi1 εi2 εi3 εi4 εi5 εi5 εi6<br />

1. Cereais e derivados - 1,099 0,027 0,015 - 0,004 0,03 1 0,026 0,022<br />

2. Doces, salgados e especiarias 0,019 - 0,781 - 0,047 - 0,097 - 0,026 0,001 - 0,126<br />

3. Frutas 0,014 - 0,062 - 0,837 - 0,076 - 0,009 0,028 0,050<br />

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4. Carnes e embutidos - 0,010 - 0,027 - 0,01 6 - 0,795 - 0,028 - 0,026 - 0,070<br />

5. Ovos, leite e derivados 0,037 0,003 0,008 - 0,020 - 0,938 0,007 0,034<br />

6. Óleos e gorduras 0,075 0,018 0,049 - 0,125 0,016 - 0,976 0,256<br />

7. Bebidas, café e mate - 0,005 - 0,083 0,018 - 0,154 - 0,003 0,072 - 0,982<br />

Fonte: Pesquisa de orçamentos familiares na Região Metropolitana de Porto Alegre, feita em 1995 pelo Centro<br />

de Estudos e Pesquisas Econômicas da UFRGS (Garcia & Waquil, 1998, Tabela 3, p. 45).<br />

São relativamente substitutos óleos/gorduras com cereais/derivados (εxy = 0,075) e<br />

bebidas/café/mate com óleos/gorduras (εxy = 0,072). Já os casos de complementaridade<br />

são um pouco mais freqüentes: doces/salgados/especiarias com carnes/embutidos (εxy = -<br />

0,097) e com bebidas/café/mate (εxy = - 0,126); frutas com doces/salgados/especiarias<br />

(εxy = - 0,062) e com carnes/embutidos (εxy = - 0,076); carnes/embutidos com<br />

bebidas/café/mate (εxy = - 0,070); óleos/gorduras com carnes/embutidos (εxy = - 0,125) e<br />

bebidas/café/mate com doces/salgados/especiarias (εxy = -0,083 e com carnes/embutidos<br />

(εxy = - 0,154). O grupo de produtos ovos/leite/derivados, com elasticidades-preço<br />

cruzadas muito próximas de zero, são bens independentes dos demais.<br />

3.6 ESTRUTURAS DE MERCA<strong>DO</strong><br />

As características do mercado para um produto específico variam de uma região a<br />

outra. Em economias pequenas e em desenvolvimento, em geral, poucas firmas bastam<br />

para atender à demanda de determinado bem. Inversamente, em economias desenvolvidas<br />

e de grande tamanho, a probabilidade é maior de existirem muitas empresas ofertando o<br />

mesmo produto.<br />

Neste caso, a maior concorrência entre os vendedores tende a reduzir o preço de<br />

equilíbrio. Essa concorrência poderá ainda ser maior se a economia for “aberta” às<br />

importações. Em economias mais “fechadas”, com pouca oferta de produtos estrangeiros e<br />

poucas empresas no mercado, os preços tendem a se estabelecer em patamares mais<br />

elevados do que no caso de economias abertas.<br />

Independentemente da oferta de importações, o grau de concorrência no mercado de<br />

cada produto depende de suas características. Por exemplo, o numero de padarias<br />

ofertando pães em uma cidade é bastante elevado, em comparação ao número de<br />

montadoras de automoveis no conjunto do país. Para alguns produtos, como extração de<br />

petróleo no Brasil apenas uma empresa operando.<br />

As formas extremas de concorrencia são a concorrência pura, ou perfeita, e o<br />

monopólio. A concorrencia imperfeita corresponde a desvios da concorrência pura. A<br />

Petrobrás, no Brasil, é um exemplo de monopolio (estatal) e o das padarias, por existirem<br />

em grandes quantidades em todas as cidades, aproxima-se da concorrencia pura.<br />

No monopólio, existe apenas um vendedor, podendo haver muitos compradores ( o<br />

monopólio será bilateral se houver apenas um vendedor e um comprador, sendo este<br />

denominado monopsonista). O produto é homogêneo, no sentido de que não esxiste<br />

diferenciação oe preço é único.<br />

Na concorrência pura, o número de compradores e vendedores é grande, sendo o<br />

produto também homogeneo. Formas intermediárias entre a concorrência pura e o<br />

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monopólio são o oligopólio e a concorrência monopolística.<br />

No oligopólio puro, embora o produto seja homogêneo, com grandes número de<br />

compradores, existem poucos vendedores, como na distribuição de combuistíveis. No<br />

oligopólio diferenciado, haverá diferenciação de produto. Esse é o caso das montadoras de<br />

veículos e da fabricação de letrodomésticos, entre outros exemplos.<br />

Na concorrência monopolística, há grande número de compradores e vendedores, com<br />

diferenciação do produto, e esta é, ortanto, ema das formas mais comuns de mercado. A<br />

diferenciação do produto pode ser feita superficialmente pela modificação do design, novas<br />

embalagens, força da marca e outras formas geralmente impostas aos consumidores por<br />

uma publicidade atuante.<br />

Assim, o surgimento de produtos substitutos rompe com os monopólios. De outro lado,<br />

os bens difedificilmente são porfeitamente homogêneos, mas geralmente diferenciados. A<br />

diferenciação real ocorre pela mudança da composição quimica, variação dos serviços<br />

prestados, como transporte gratuito, instalação e assitência técnica pós-venda.<br />

Do lado dos compradores, o mercado estrutura-se em: monopsônio (um comprador<br />

com grande número de vendedores); monopólio bilateral (um comprador e um vendedor)<br />

e oligopsônio (pequeno número de compradores e grande número de vendedores).<br />

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