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mas o coelheiro não<br />
que vives e reinas<br />
na vila do Pedrogão.<br />
Filho . Abém.<br />
A hipometria e o desenho da rima podem explicar-se por inserção de prosa<br />
rítmica pré-existente.<br />
Quando o diálogo recomeça, já o Filho voltou com os animais e objectos<br />
pedidos ou outros deles significantes.<br />
Clérigo . Requiescant in pacem.<br />
Filho . Maus pagadores te paguem.<br />
Clérigo . Inducas in tentationem.<br />
Filho . Responda-te Luís Homem.<br />
Luís Homem, correio-mor do reino desde 1525 (Braamcamp Freire 1919, 1944:<br />
262-3).<br />
Clérigo . Exaudi orationes nostras.<br />
Filho . Azambujo nessas costas.<br />
Clérigo . Pater noster<br />
torna a casa muito prestes<br />
e leva esse briviairo.<br />
Se o objecto que passa de mãos é de facto um breviário, não deve ter sido<br />
utilizado como no espaço que lhe é mais próprio. Procurar bocados de texto<br />
espalhados por todo o livro não seria funcional. No entanto, os gestos podem<br />
tê-lo fingido.<br />
Filho . Em dia dalgum fadairo<br />
foi quando vós pai nacestes<br />
porém se eu lá bolver<br />
benzei-vos se cá vier.<br />
Clérigo . Virás Francisco ora vai<br />
que filho és de bom pai<br />
e ta mãe boa molher<br />
dize-lhe que se eu tardar<br />
que tanja a béspora e repique<br />
muito bem por que nam fique<br />
a festa sem repicar.<br />
e há mester que correja<br />
muito bem essa igreja 234a<br />
e as galhetas bem sabe ela<br />
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