Coordenação Pedagógica - Ambiente Virtual de Aprendizagem
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<strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong><br />
Direito Reservado ao PosEAD.<br />
Brasília-DF, 2010.<br />
Pós-Graduação a Distância<br />
1
<strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong><br />
2<br />
Elaboração:<br />
Produção:<br />
Aline Sampaio <strong>de</strong> Oliveira<br />
Equipe Técnica <strong>de</strong> Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário<br />
Apresentação........................................................................................................................................ 4<br />
Organização do Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Estudos e Pesquisa ................................................................................ 5<br />
Organização da Disciplina ................................................................................................................... 6<br />
Introdução ............................................................................................................................................ 8<br />
Provocação ........................................................................................................................................... 9<br />
Unida<strong>de</strong> I – A Escola como Local <strong>de</strong> Trabalho na Perspectiva da Supervisão Escolar. ................... 11<br />
Capítulo 1 – A Atuação do Pedagogo e a Supervisão Escolar ....................................................... 11<br />
Capítulo 2 – Conceituando <strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong>. .................................................................. 13<br />
Capítulo 3 – O Papel do Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico na Organização da Escola ................................ 17<br />
Unida<strong>de</strong> II – Perfil e I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico ........................................................... 21<br />
Capítulo 4 – O Perfil do Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico diante das Necessida<strong>de</strong>s da Escola .................. 21<br />
Capítulo 5 – O Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico no Desenvolvimento das Relações Interpessoais<br />
da Escola ................................................................................................................ 24<br />
Unida<strong>de</strong> III – A Atuação do Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico na Busca da Autonomia da Escola .............. 27<br />
Capítulo 6 – Projeto <strong>de</strong> Ação <strong>Pedagógica</strong>/Planejamento Educacional ........................................... 27<br />
Capítulo 7 – Conceito <strong>de</strong> Projeto Político-Pedagógico .................................................................. 29<br />
Capítulo 8 – O Papel da <strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong> na Elaboração<br />
do Projeto Político-Pedagógico ................................................................................ 31<br />
Unida<strong>de</strong> IV – A <strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong> na Busca da Qualida<strong>de</strong> do Ensino ................................... 33<br />
Capítulo 9 – Conceituando Qualida<strong>de</strong> do Ensino .......................................................................... 33<br />
Capítulo 10 – O Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico e a Formação Continuada. ............................................. 37<br />
Capítulo 11 – A Avaliação como Elemento Indispensável da Ação Coor<strong>de</strong>nativa ............................ 40<br />
Para (não) Finalizar .............................................................................................................................. 44<br />
Referências ........................................................................................................................................... 46<br />
Pós-Graduação a Distância<br />
3
<strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong><br />
4<br />
Apresentação<br />
Caro aluno,<br />
Bem-vindo ao estudo da disciplina <strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong>.<br />
Este é o nosso Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Estudos e Pesquisa, material elaborado com o objetivo <strong>de</strong> contribuir para a realização e o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> seus estudos, assim como para a ampliação <strong>de</strong> seus conhecimentos.<br />
Para que você se informe sobre o conteúdo a ser estudado nas próximas semanas, conheça os objetivos da disciplina, a<br />
organização dos temas e o número aproximado <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> estudo que <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>dicadas a cada unida<strong>de</strong>.<br />
A carga horária <strong>de</strong>sta disciplina é <strong>de</strong> 60 (sessenta) horas, cabendo a você administrar o tempo conforme a sua<br />
disponibilida<strong>de</strong>. Mas, lembre-se, há uma data-limite para a conclusão do curso, implicando a apresentação ao seu tutor<br />
das ativida<strong>de</strong>s avaliativas indicadas.<br />
Os conteúdos foram organizados em unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> estudo, subdivididas em capítulos <strong>de</strong> forma didática, objetiva e<br />
coerente. Eles serão abordados por meio <strong>de</strong> textos básicos, com questões para reflexão, que farão parte das ativida<strong>de</strong>s<br />
avaliativas do curso; serão indicadas também fontes <strong>de</strong> consulta para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas<br />
complementares.<br />
Desejamos a você um trabalho proveitoso sobre os temas abordados nesta disciplina. Lembre-se <strong>de</strong> que, apesar <strong>de</strong><br />
distantes, po<strong>de</strong>mos estar muito próximos.<br />
A <strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> do PosEAD
Organização do Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Estudos e Pesquisa<br />
Organização do Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Estudos e Pesquisa<br />
Apresentação: Mensagem da <strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> do PosEAD.<br />
Organização da Disciplina: Apresentação dos objetivos e carga horária das unida<strong>de</strong>s.<br />
Introdução: Contextualização do estudo a ser <strong>de</strong>senvolvido pelo aluno na disciplina, indicando a importância <strong>de</strong>sta para<br />
a sua formação acadêmica.<br />
Ícones utilizados no material didático<br />
Provocação: Pensamentos inseridos no material didático para provocar a reflexão sobre sua prática<br />
e seus sentimentos ao <strong>de</strong>senvolver os estudos em cada disciplina.<br />
Para refletir: Questões inseridas durante o estudo da disciplina, para estimulá-lo a pensar a respeito do<br />
assunto proposto. Registre aqui a sua visão, sem se preocupar com o conteúdo do texto. O importante<br />
é verificar seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. É fundamental que você reflita<br />
sobre as questões propostas. Elas são o ponto <strong>de</strong> partida <strong>de</strong> nosso trabalho.<br />
Textos para leitura complementar: Novos textos, trechos <strong>de</strong> textos referenciais, conceitos <strong>de</strong><br />
dicionários, exemplos e sugestões, para apresentar novas visões sobre o tema abordado no texto básico.<br />
Sintetizando e enriquecendo nossas informações: Espaço para você fazer uma síntese dos textos<br />
e enriquecê-los com a sua contribuição pessoal.<br />
Sugestão <strong>de</strong> leituras, filmes, sites e pesquisas: Aprofundamento das discussões.<br />
Praticando: Ativida<strong>de</strong>s sugeridas, no <strong>de</strong>correr das leituras, com o objetivo pedagógico <strong>de</strong> fortalecer<br />
o processo <strong>de</strong> aprendizagem.<br />
Para (não) finalizar: Texto, ao final do Ca<strong>de</strong>rno, com a intenção <strong>de</strong> instigá-lo a prosseguir na reflexão.<br />
Referências: Bibliografia consultada na elaboração da disciplina.<br />
Pós-Graduação a Distância<br />
5
<strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong><br />
6<br />
Organização da Disciplina<br />
Ementa:<br />
A coor<strong>de</strong>nação pedagógica e a complexida<strong>de</strong> da organização escolar. A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e o perfil do coor<strong>de</strong>nador pedagógico.<br />
O papel da coor<strong>de</strong>nação pedagógica e do coor<strong>de</strong>nador pedagógico, como elementos articuladores <strong>de</strong> propostas <strong>de</strong> ação<br />
coletiva na escola. A relação professor, coor<strong>de</strong>nador pedagógico e a realida<strong>de</strong> social. Planejamento, avaliação e técnicas<br />
ou instrumentos da ação pedagógica. Mediação da coor<strong>de</strong>nação pedagógica no fortalecimento da autonomia escolar,<br />
bem como na busca da qualida<strong>de</strong> da escola.<br />
Objetivos:<br />
• I<strong>de</strong>ntificar as diversas áreas <strong>de</strong> atuação do pedagogo na escola.<br />
• Conceituar a coor<strong>de</strong>nação pedagógica e o papel do coor<strong>de</strong>nador pedagógico.<br />
• Analisar o perfil e a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do coor<strong>de</strong>nador pedagógico frente às necessida<strong>de</strong>s da escola.<br />
• Investigar o coor<strong>de</strong>nador pedagógico como elemento aglutinador das relações interpessoais que acontecem na<br />
escola.<br />
• Refletir sobre os pressupostos do planejamento educacional, reconhecendo a função do coor<strong>de</strong>nador pedagógico<br />
na concepção e execução do Projeto Político-Pedagógico.<br />
• Definir qualida<strong>de</strong> do ensino, verificando o papel do coor<strong>de</strong>nador pedagógico na formação continuada e na avaliação<br />
que acontece na escola.<br />
Unida<strong>de</strong> I – A Escola como Local <strong>de</strong> Trabalho na Perspectiva da Supervisão Escolar<br />
Carga horária: 10 horas<br />
Conteúdos Capítulos<br />
A Atuação do Pedagogo e a Supervisão Escolar 1<br />
Conceituando <strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> Escolar 2<br />
O Papel do Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico na Organização da Escola 3<br />
Unida<strong>de</strong> II – Perfil e I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico<br />
Carga horária: 10 horas<br />
Conteúdos Capítulos<br />
O Perfil do Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico diante das Necessida<strong>de</strong>s da<br />
Escola<br />
4<br />
O Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico no Desenvolvimento das Relações<br />
Interpessoais da Escola<br />
5
Organização da Disciplina<br />
Unida<strong>de</strong> III – A Atuação do Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico na Busca da Autonomia da Escola<br />
Carga horária: 20 horas<br />
Conteúdos Capítulos<br />
Projeto <strong>de</strong> Ação <strong>Pedagógica</strong>/Planejamento Educacional 6<br />
Conceituando o Projeto Político-Pedagógico 7<br />
O Papel da <strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong> na Elaboração do Projeto<br />
Político-Pedagógico<br />
8<br />
Unida<strong>de</strong> IV – A <strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong> na Busca da Qualida<strong>de</strong> do Ensino<br />
Carga horária: 20 horas<br />
Conteúdos Capítulos<br />
Conceituando Qualida<strong>de</strong> do Ensino 9<br />
O Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico e a Formação Continuada 10<br />
A Avaliação como Elemento Indispensável da Ação Coor<strong>de</strong>nativa 11<br />
Pós-Graduação a Distância<br />
7
<strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong><br />
8<br />
Introdução<br />
O Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Estudos e Pesquisa da disciplina <strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong> tem como objetivos apresentar seus principais<br />
pressupostos e investigar como esta área atua na organização do trabalho pedagógico da escola. Em cada unida<strong>de</strong>,<br />
versaremos sobre temas que buscam aprofundar os conhecimentos relacionados à coor<strong>de</strong>nação pedagógica, permitindo<br />
reflexões e críticas. Do mesmo modo, buscaremos investigar como é o trabalho do coor<strong>de</strong>nador pedagógico e como este<br />
se comporta frente aos <strong>de</strong>safios da escola.<br />
Na primeira unida<strong>de</strong>, buscamos situar as diversas áreas <strong>de</strong> atuação do pedagogo e, em particular, a coor<strong>de</strong>nação<br />
pedagógica. Faremos um breve resgate da trajetória da supervisão educacional no Brasil e <strong>de</strong> como esta passou a ser<br />
<strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação pedagógica. Discute conceitos em que diversos autores dão para o tema e versa sobre o<br />
papel do coor<strong>de</strong>nador pedagógico na instituição escolar.<br />
A segunda unida<strong>de</strong> aborda as qualida<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>ve possui o coor<strong>de</strong>nador pedagógico, traçando as características que<br />
moldam o perfil <strong>de</strong>ste educador. Trata, ainda, sobre a importância do coor<strong>de</strong>nador pedagógico para fortalecer a sua<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> profissional, apontando as disfunções que ocorrem no processo quando isso não acontece. Demonstra que o<br />
coor<strong>de</strong>nador pedagógico <strong>de</strong>senvolve as relações interpessoais na escola quando dialoga e interage com os professores.<br />
O planejamento educacional e seus principais pressupostos são discutidos na terceira unida<strong>de</strong> visando à busca da autonomia<br />
e qualida<strong>de</strong> da escola. Conceitua os diversos tipos <strong>de</strong> planejamento existentes, ressaltando a importantíssima função<br />
que possui o Projeto Político-Pedagógico como instrumento po<strong>de</strong>roso na escola <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e o papel da coor<strong>de</strong>nação<br />
pedagógica em sua elaboração e concretização.<br />
A última unida<strong>de</strong> apresenta a qualida<strong>de</strong> da escola, <strong>de</strong>finindo suas características. Para alcançá-la, a coor<strong>de</strong>nação<br />
pedagógica atua na formação continuada dos profissionais que atuam na escola, por meio <strong>de</strong> estudos e reflexão<br />
permanentes. Finalizando, temos a avaliação da aprendizagem e institucional como elementos balizadores na busca<br />
permanente da excelência da educação e da qualida<strong>de</strong> oferecida pela escola.<br />
Esperamos que você possa aprofundar sua trajetória <strong>de</strong> aperfeiçoamento profissional e que este ca<strong>de</strong>rno seja bastante<br />
proveitoso para sua formação. Sucesso!<br />
Antes <strong>de</strong> prosseguir, reflita sobre a mensagem a seguir da escritora e poetisa goiana Cora Coralina (1889-1985).<br />
”Feliz aquele que transfere o que sabe e apren<strong>de</strong> o que ensina.”<br />
Fonte: http://www.umtoque<strong>de</strong>motivacao.com/motivacao/cronicas/a-ratoeira<br />
A Fábula do Rato<br />
Um rato, olhando pelo buraco na pare<strong>de</strong>, vê o fazen<strong>de</strong>iro e sua esposa<br />
abrindo um pacote. Pensou logo no tipo <strong>de</strong> comida que haveria ali.
Introdução<br />
Ao <strong>de</strong>scobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado.<br />
Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos:<br />
– Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa!<br />
A galinha disse:<br />
– Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um gran<strong>de</strong><br />
problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não<br />
me incomoda.<br />
O rato foi até o porco e disse:<br />
– Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira!<br />
– Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que<br />
eu possa fazer, a não ser orar. Fique tranquilo que o Sr. Será<br />
lembrado nas minhas orações.<br />
O rato dirigiu-se à vaca. E ela lhe disse:<br />
– O quê? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que<br />
não!<br />
Então, o rato voltou para casa abatido para encarar a ratoeira.<br />
Naquela noite ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando<br />
sua vítima.<br />
A mulher do fazen<strong>de</strong>iro correu para ver o que havia pegado.<br />
No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pegado a cauda <strong>de</strong> uma<br />
cobra venenosa. E a cobra picou a mulher… O fazen<strong>de</strong>iro a levou<br />
imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre.<br />
Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada<br />
melhor que uma canja <strong>de</strong> galinha. O fazen<strong>de</strong>iro pegou seu cutelo<br />
e foi provi<strong>de</strong>nciar o ingrediente principal.<br />
Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram<br />
visitá-la.<br />
Para alimentá-los, o fazen<strong>de</strong>iro matou o porco.<br />
A mulher não melhorou e acabou morrendo.<br />
Muita gente veio para o funeral. O fazen<strong>de</strong>iro então sacrificou a<br />
vaca, para alimentar todo aquele povo.<br />
“Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante <strong>de</strong> um<br />
problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se<br />
<strong>de</strong> que, quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre risco.<br />
O problema <strong>de</strong> um é problema <strong>de</strong> todos.”<br />
Autor Desconhecido<br />
Disponível em:http://www.via6.com/topico.php?tid=67529<br />
Pós-Graduação a Distância<br />
9
<strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong><br />
10<br />
Introdução<br />
Essa fábula tem alguma relação com o fazer pedagógico da escola?<br />
Justifique.
Unida<strong>de</strong> I<br />
A Escola como Local <strong>de</strong> Trabalho na<br />
Perspectiva da Supervisão Escolar<br />
Capítulo 1 – A Atuação do Pedagogo e a Supervisão Escolar<br />
Vamos conhecer as muitas atuações do pedagogo <strong>de</strong>ntro da escola.<br />
Este profissional, que é antes <strong>de</strong> tudo, um professor, po<strong>de</strong> atuar <strong>de</strong><br />
muitas formas na organização escolar.<br />
São muitas as atribuições do pedagogo <strong>de</strong>ntro da escola. Esse profissional, que é primeiramente um professor,<br />
po<strong>de</strong> também atuar como supervisor educacional, orientador educacional e gestor educacional. Na educação atual,<br />
há diversas áreas <strong>de</strong> atuação do pedagogo que têm o mesmo objeto <strong>de</strong> atuação que é o processo <strong>de</strong> conhecimento.<br />
Essas áreas se articulam <strong>de</strong>ntro do trabalho coletivo na organização escolar e do trabalho pedagógico. A unida<strong>de</strong><br />
introdutória abordará sucintamente as várias formas <strong>de</strong> atuação do pedagogo numa perspectiva do trabalho coletivo<br />
na organização escolar.<br />
Administração Escolar – Representado pelo Diretor da escola que tem como incumbência envolver toda a comunida<strong>de</strong><br />
escolar na gestão da escola. Nesse enfoque, o gestor conjuga o compromisso político que o fazer educativo exige com<br />
sua própria competência técnica e <strong>de</strong> todos os agentes educacionais para aten<strong>de</strong>r bem a comunida<strong>de</strong> e promover o ensino<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. O diretor também é o profissional que se responsabiliza pelo cotidiano da escola, gerenciando-a em seus<br />
aspectos físicos e humanos. Além disso, o diretor <strong>de</strong>ve buscar sempre o fortalecimento da relação escola-comunida<strong>de</strong>,<br />
buscando fortalecer essa parceria.<br />
Orientação Educacional – Representada pelo Orientador Educacional. Segundo Grispum (2003), caracteriza-se como<br />
um conjunto articulado e coerente <strong>de</strong> tarefas e ações que ten<strong>de</strong>m a promover um ensino diversificado e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />
dando atendimento aos diferentes usuários, por meio da promoção das relações interpessoais. Assim, possui um caráter<br />
mediador, sendo elo entre a família, aluno e escola, promovendo as relações interpessoais na escola.<br />
Supervisão Escolar/<strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong> – Representada pelo Supervisor Pedagógico ou Coor<strong>de</strong>nador<br />
Pedagógico. Também <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação pedagógica, a supervisão escolar é um processo técnico-pedagógico<br />
que visa alcançar a qualida<strong>de</strong> do ensino, por meio do domínio dos fundamentos da política educacional e do currículo.<br />
Para isso, o coor<strong>de</strong>nador pedagógico <strong>de</strong>ve conhecer e estimular a atuação profissional dos professores, subsidiando-os<br />
com apoio técnico e material, acompanhando <strong>de</strong> perto o <strong>de</strong>sempenho do aluno, verificando a avaliação que acontece<br />
na escola.<br />
Para Saviani (1985), o pedagogo escolar é aquele que domina sistematicamente e intencionalmente as formas <strong>de</strong><br />
organização do processo <strong>de</strong> formação cultural que se dá no interior das escolas. E como especialista <strong>de</strong>ve ter o domínio<br />
das formas pelas quais o saber sistematizado é convertido em saber escolar, tornando-o, transmissível e assimilável na<br />
relação entre professor-aluno. E no interior das escolas, o pedagogo <strong>de</strong>ve lembra-ser do seu papel, o qual será provi<strong>de</strong>nciar<br />
uma organização tal que cada criança, cada educando, em especial e os indivíduos das camadas trabalhadoras, não vejam<br />
Pós-Graduação a Distância<br />
11
<strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong><br />
12<br />
A Escola como Local <strong>de</strong> Trabalho na Perspectiva da Supervisão Escolar Unida<strong>de</strong> I<br />
frustrados seus anseios <strong>de</strong> assimilar os conhecimentos metodológicos, e sim possibilitar um conhecimento, uma cultura<br />
que atribua uma nova qualida<strong>de</strong> às suas lutas no seio da socieda<strong>de</strong>.<br />
Vejamos o que Libâneo (2001) diz a respeito do pedagogo escolar:<br />
A atuação do pedagogo escolar é imprescindível na ajuda aos professores no aprimoramento do<br />
seu <strong>de</strong>sempenho na sala <strong>de</strong> aula. [...] na análise e compreensão das situações <strong>de</strong> ensino com base<br />
em conhecimentos teóricos, ou seja, na vinculação entre as áreas do conhecimento pedagógico e o<br />
trabalho <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula.<br />
Finalizando este capítulo, po<strong>de</strong>-se concluir que é muito gran<strong>de</strong> a responsabilida<strong>de</strong> do pedagogo, qualquer que seja a sua<br />
área <strong>de</strong> atuação. Por isso, esse profissional <strong>de</strong>ve procurar superar o trabalho fragmentado <strong>de</strong>ntro da escola e promover<br />
a qualida<strong>de</strong> do ensino.<br />
O pedagogo é antes <strong>de</strong> tudo um professor. Você concorda com<br />
essa afirmação?<br />
Justifique sua resposta, escrevendo um texto <strong>de</strong> aproximadamente<br />
10 linhas.<br />
Encaminhe para o e-mail do tutor da disciplina.
A Escola como Local <strong>de</strong> Trabalho na Perspectiva da Supervisão Escolar Unida<strong>de</strong> I<br />
Capítulo 2 – Conceituando <strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong><br />
“Supervisor” é o que procura a “visão sobre”, no interesse da função<br />
coor<strong>de</strong>nadora e articuladora <strong>de</strong> ações, é também quem estimula<br />
oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> discussão coletiva, crítica e contextualizada do<br />
trabalho.<br />
RANGEL, 2001.<br />
Antes <strong>de</strong> começar os estudos sobre a coor<strong>de</strong>nação pedagógica, é preciso discorrer brevemente acerca das várias fases<br />
que esta área pedagógica teve no contexto brasileiro.<br />
Inicialmente <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> supervisão escolar ou educacional, a coor<strong>de</strong>nação pedagógica sofreu uma enorme evolução<br />
ao longo dos anos, passando por fases distintas ate chegar ao conceito e atribuição que possui atualmente.<br />
Para vários autores, <strong>de</strong>ntre eles Nerici (1973), a supervisão escolar teve três formas distintas: fiscalizadora, construtiva<br />
e criativa.<br />
Fiscalizadora – Esta modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Supervisão, consi<strong>de</strong>rada por muitos como inspeção escolar, seguia padrões rígidos<br />
e inflexíveis e não levavam em consi<strong>de</strong>ração as peculiarida<strong>de</strong>s e especificida<strong>de</strong>s das diversas regiões brasileiras e muito<br />
menos as diferenças individuais <strong>de</strong> cada aluno. Na visão <strong>de</strong> Alarcão (apud RANGEL, 2001) a supervisão educacional<br />
surgiu nos ano 1970, na qual a função <strong>de</strong> controle era a sua principal característica.<br />
Construtiva – A segunda fase, chamada <strong>de</strong> construtiva, surgiu da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhorar significativamente a<br />
atuação dos professores. Para resolver os problemas <strong>de</strong>tectados, os inspetores escolares passaram a promover cursos<br />
<strong>de</strong> aperfeiçoamento para os professores.<br />
Criativa – Atualmente a supervisão escolar encontra-se em sua fase criativa, a qual é separada da inspeção. Tem como<br />
o objetivo o aprimoramento <strong>de</strong> todo o processo ensino-aprendizagem e a busca, incessante, pela qualida<strong>de</strong> do ensino.<br />
A supervisão escolar criativa tem <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>mocrática, inovadora e compartilhada. Por isso, estimula os professores<br />
a se aprimorarem profissionalmente. Nessa visão, o aluno é beneficiado por meio <strong>de</strong> uma educação voltada para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento do educando em todos os seus aspectos. A supervisão escolar atual combate então aquilo que é<br />
consi<strong>de</strong>rado distorções: a evasão, repetência, o não aproveitamento do aluno. Nessa concepção são muitos os <strong>de</strong>safios<br />
a serem sanados.<br />
Antes <strong>de</strong> continuar, faça a seguinte reflexão:<br />
Qual é o papel da supervisão diante das diversas necessida<strong>de</strong>s da<br />
escola?<br />
Feita essa breve explanação sobre as fases da supervisão educacional, apresenta-se conceito do termo na visão <strong>de</strong><br />
autores importantes.<br />
Pós-Graduação a Distância<br />
13
<strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong><br />
14<br />
A Escola como Local <strong>de</strong> Trabalho na Perspectiva da Supervisão Escolar Unida<strong>de</strong> I<br />
Segundo Lomonico (1987), vários são os autores que <strong>de</strong>finem esse termo. A seguir serão colocados alguns conceitos<br />
importantes <strong>de</strong> supervisão educacional.<br />
De acordo com Andra<strong>de</strong> (1979, p.9), “a supervisão educacional é o processo pelo qual se orienta a escola como um todo,<br />
para a consecução <strong>de</strong> suas finalida<strong>de</strong>s”. Po<strong>de</strong> ser conceituada, também, como um processo dinâmico <strong>de</strong> assistência<br />
técnico-pedagógica que garante parâmetros para a relação ensino-aprendizagem, orientando os profissionais da escola<br />
para uma melhor utilização <strong>de</strong> recursos humanos e materiais, tendo em vista a busca pela qualida<strong>de</strong> do ensino.<br />
Na visão <strong>de</strong> Przybylski (1985, p.16), a supervisão escolar é o processo que tem por objetivo prestar ajuda técnica, no<br />
planejamento, <strong>de</strong>senvolvimento e avaliação das ativida<strong>de</strong>s educacionais em nível <strong>de</strong> sistema ou unida<strong>de</strong> escolar, tendo<br />
em vista o resultado das ações pedagógicas, o melhor <strong>de</strong>sempenho e aprimoramento permanente do pessoal envolvido<br />
na situação ensino-aprendizagem.<br />
A supervisão escolar passou, então, a ser entendida como orientação profissional e assistência, dadas por pessoas<br />
competentes em matéria <strong>de</strong> educação, no local e tempo necessários, visando ao aperfeiçoamento da situação total<br />
ensino – aprendizagem. Esse conceito <strong>de</strong> supervisão escolar po<strong>de</strong> ser aplicado a todos os níveis e fases do processo<br />
educacional. Ele tanto se aplica a técnicos em educação, supervisores e dirigentes, como a professores e coor<strong>de</strong>nadores<br />
pedagógicos.<br />
Para Rangel (2004), a supervisão passa <strong>de</strong> educacional e escolar para pedagógica, caracterizando-se como um trabalho<br />
<strong>de</strong> assessoria ao professor, no que diz respeito ao planejamento, acompanhamento, coor<strong>de</strong>nação, controle, avaliação e<br />
atualização do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem.<br />
Na visão <strong>de</strong> Lima (apud RANGEL, 2004), a supervisão pedagógica <strong>de</strong>ve ser inserida nos fundamentos e nos processos<br />
pedagógicos, auxiliando e promovendo a coor<strong>de</strong>nação das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sses processos e a atualização coletiva dos<br />
professores.<br />
Para Spears (1978, apud PRZYBYLSKI, 1985, p.17), a supervisão visa facilitar a aprendizagem do aluno, proporcionando<br />
as condições a<strong>de</strong>quadas ao aprendizado e ao ensino. O autor ainda complementa:<br />
Supervisão é um processo <strong>de</strong> efetuar o aprimoramento do ensino através do trabalho com pessoas<br />
que estão lidando com alunos [...] é um processo <strong>de</strong> estimulação do crescimento e uma maneira <strong>de</strong><br />
ajudar os professores a se ajudarem a si mesmos.<br />
Medina (2002) atribui à Supervisão Escolar a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> uma ação repensada, mais didática, menos burocrática e voltada<br />
para o fazer pedagógico, que é a base para a construção <strong>de</strong> uma nova escola, que responda aos anseios da socieda<strong>de</strong> e<br />
seja efetivamente <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />
É percebido que ao longo dos anos a supervisão educacional passou a adquirir várias <strong>de</strong>nominações, como orientação<br />
pedagógica, supervisão pedagógica, supervisão educacional, supervisão <strong>de</strong> ensino e, finalmente, coor<strong>de</strong>nação pedagógica.<br />
Isso ocorreu porque ela <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser uma ativida<strong>de</strong> meramente burocrática e passou a ter um contexto mais pedagógico.<br />
Por acreditar que a supervisão pedagógica não é uma função meramente burocrática e sim, fundamentalmente <strong>de</strong> cunho<br />
pedagógico, adotar-se-á neste estudo o termo coor<strong>de</strong>nação pedagógica.<br />
Na visão <strong>de</strong> Libâneo (2004), coor<strong>de</strong>nação pedagógica é uma tarefa que canaliza o esforço coletivo das pessoas para os<br />
objetivos estabelecidos. Atua junto à direção, buscando “a articulação e convergência do esforço <strong>de</strong> cada integrante<br />
<strong>de</strong> um grupo, visando a atingir os objetivos”, e ainda, “a coor<strong>de</strong>nação pedagógica que tem como principal atribuição a<br />
assistência pedagógico-didática aos professores, para se chegar a uma situação i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino (consi<strong>de</strong>rando<br />
o i<strong>de</strong>al e o possível)”.<br />
Dessa forma, o autor afirma que as funções da coor<strong>de</strong>nação pedagógica po<strong>de</strong>m ser sintetizadas da seguinte forma:<br />
planejar, coor<strong>de</strong>nar, gerir e acompanhar todas as ativida<strong>de</strong>s pedagógico-didaticas e curriculares da escola e da sala <strong>de</strong><br />
aula, visando atingir níveis satisfatórios na aprendizagem dos alunos.
A Escola como Local <strong>de</strong> Trabalho na Perspectiva da Supervisão Escolar Unida<strong>de</strong> I<br />
Agora que se conceituou a coor<strong>de</strong>nação pedagógica, seguem suas atribuições específicas, segundo Libâneo.<br />
1. Coor<strong>de</strong>nar e gerir a elaboração <strong>de</strong> diagnóstico, estudos e discussões para a elaboração do projeto pedagógicocurricular<br />
e <strong>de</strong>mais projetos da escola.<br />
2. Assegurar a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ação pedagógica da escola, propondo orientações e ações <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do<br />
currículo e do ensino, visando à aprendizagem efetiva dos alunos.<br />
3. Assessorar pedagógica e didaticamente os professores, especialmente em relação a:<br />
• elaboração e <strong>de</strong>senvolvimento dos planos <strong>de</strong> ensino;<br />
• <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências em métodos e procedimentos <strong>de</strong> ensino;<br />
• prática <strong>de</strong> gestão e manejo <strong>de</strong> situações próprias <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula, buscando a motivação e solução <strong>de</strong><br />
conflitos;<br />
• apoio na adoção <strong>de</strong> estratégias pedagógicas diferenciadas para soluções <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem<br />
dos alunos;<br />
• realização <strong>de</strong> projetos conjuntos entre os professores;<br />
• <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências;<br />
• práticas <strong>de</strong> avaliação da aprendizagem.<br />
4. Cuidar dos aspectos organizacionais do ensino: supervisão das ativida<strong>de</strong>s pedagógicas e curriculares <strong>de</strong> rotina,<br />
coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> reuniões pedagógicas, elaboração do horário escolar, planejamento e coor<strong>de</strong>nação do conselho<br />
<strong>de</strong> classe, organização <strong>de</strong> material didático e equipamentos.<br />
5. Assegurar, <strong>de</strong>ntro da coor<strong>de</strong>nação pedagógica, a articulação da gestão e organização da escola, por meio <strong>de</strong>:<br />
• exercício <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong>mocrático-participativa;<br />
• criação do clima <strong>de</strong> trabalho cooperativo e solidário;<br />
• i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> soluções técnicas e organizacionais para gestão das relações interpessoais e mediação<br />
<strong>de</strong> conflitos.<br />
6. Promover a formação continuada e <strong>de</strong>senvolvimento profissional dos professores.<br />
7. Apoiar os alunos com dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizagem.<br />
8. Organizar formas <strong>de</strong> atendimento a alunos com necessida<strong>de</strong>s educativas especiais.<br />
9. Criar condições necessárias para integrar os alunos na vida da escola por meio <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> socialização.<br />
10. Promover ações que assegurem o estreitamento escola-família-comunida<strong>de</strong>.<br />
11. Formular e acompanhar, com a participação dos professores, procedimentos e recursos <strong>de</strong> avaliação da<br />
aprendizagem dos alunos.<br />
12. Acompanhar e avaliar o <strong>de</strong>senvolvimento do projeto pedagógico-curricular e dos planos <strong>de</strong> ensino, a atuação<br />
do corpo docente por meio <strong>de</strong> práticas colaborativas.<br />
Pós-Graduação a Distância<br />
15
<strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong><br />
16<br />
A Escola como Local <strong>de</strong> Trabalho na Perspectiva da Supervisão Escolar Unida<strong>de</strong> I<br />
Para saber mais sobre coor<strong>de</strong>nação pedagógica, sugerimos a leitura<br />
da obra:<br />
(LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola Pública: teoria e<br />
prática. 4. ed. Goiânia: Alternativa, 2005).<br />
Dos conceitos abordados, po<strong>de</strong>-se concluir que a coor<strong>de</strong>nação pedagógica tem como norte e objetivo a qualida<strong>de</strong> do ensino,<br />
por meio do assessoramento do professor. Posteriormente, iremos refletir com mais profundida<strong>de</strong> sobre o significado do<br />
termo qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino e sua relação com a coor<strong>de</strong>nação pedagógica.
A Escola como Local <strong>de</strong> Trabalho na Perspectiva da Supervisão Escolar Unida<strong>de</strong> I<br />
Capitulo 3 – O Papel do Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico<br />
na Organização da Escola<br />
No capítulo anterior, <strong>de</strong>stacou-se que a coor<strong>de</strong>nação pedagógica tem um papel importante na busca da qualida<strong>de</strong> do ensino<br />
estendida a todos os alunos. Agora vamos estudar o papel do coor<strong>de</strong>nador pedagógico diante das necessida<strong>de</strong>s da escola.<br />
Na visão <strong>de</strong> Medina (1997) o supervisor é o profissional que faz a leitura da escola na sua totalida<strong>de</strong>. Ao que Alarcão<br />
(apud RANGEL, 2001) complementa: “é peça vital, pois sabe interpretar a historia passada da escola e planejar seu<br />
futuro”.<br />
Para respon<strong>de</strong>r aos anseios da escola o supervisor se aproxima do professor regente <strong>de</strong> classe para juntos realizarem<br />
um trabalho <strong>de</strong> parceria. A parceria ocorre na medida em que ambos, supervisor e professor, compreen<strong>de</strong>m que são<br />
profissionais que trabalham em instâncias diferenciadas da escola, mas possuem o mesmo objetivo que é a aprendizagem<br />
do aluno. Segundo Medina (apud RANGEL e SILVA, 1997):<br />
Nesse processo, professor e supervisor têm seu objeto próprio <strong>de</strong> trabalho: o primeiro, o que o aluno<br />
produz; e o segundo, o que o professor produz. O professor conhece e domina os conteúdos lógicosistematizados<br />
do processo <strong>de</strong> ensinar e apren<strong>de</strong>r; o supervisor possui um conhecimento abrangente<br />
a respeito das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> quem ensina e das formas <strong>de</strong> encaminhá-las, consi<strong>de</strong>rando as condições<br />
<strong>de</strong> existência dos que apren<strong>de</strong>m (alunos). Nesta relação, o professor não per<strong>de</strong> o controle sobre seu<br />
trabalho, uma vez que e condição essencial do ato <strong>de</strong> ensinar. No diálogo do professor com o supervisor<br />
surgem as formas para encaminhar o acompanhamento da aprendizagem dos alunos.<br />
Sendo parceiro do professor e atuando não sobre ele, mas junto a ele, o supervisor escolar atua como facilitador do<br />
auto-aprimoramento do educador em sua ação docente (SPEARS, 1978, apud PRZYBYLSKI, 1985).<br />
Para Rangel (2001), o supervisor propicia aos professores assessoramento teórico-metodológico diante dos problemas<br />
educacionais cotidianos, criando momentos <strong>de</strong> reflexão teórico-prática. É responsável pelo serviço <strong>de</strong> assessoramento<br />
<strong>de</strong> todas as ativida<strong>de</strong>s que tenham influência no processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem, visando ao seu melhor planejamento,<br />
coor<strong>de</strong>nação e execução dos mesmos, para que mais eficientemente sejam atendidas as necessida<strong>de</strong>s e aspirações do<br />
educando e da comunida<strong>de</strong>, bem como mais plenamente sejam efetivados os objetivos gerais <strong>de</strong> Educação e aqueles<br />
específicos da escola.<br />
Dessa forma, o supervisor escolar ou coor<strong>de</strong>nador pedagógico atua como facilitador do auto-aprimoramento do educador<br />
em sua ação docente (SPEARS, 1978, apud PRZYBYLSKI, 1985).<br />
Segundo Carneiro (2002), po<strong>de</strong>-se dizer que a função precípua do supervisor escolar é irradiar energia estimuladora para<br />
a manutenção <strong>de</strong> um clima participativo, auxiliando e promovendo a coor<strong>de</strong>nação das ativida<strong>de</strong>s do processo pedagógico<br />
e sua atualização, pelo estudo e pelas práticas coletivas dos professores.<br />
De acordo com Libâneo (2004):<br />
O coor<strong>de</strong>nador pedagógico respon<strong>de</strong> pela viabilização, integração e articulação do trabalho pedagógicodidático<br />
em ligação direta com os professores, em função da qualida<strong>de</strong> do ensino. [...] O papel do<br />
coor<strong>de</strong>nador pedagógico é <strong>de</strong> monitoração sistemática da prática pedagógica dos professores,<br />
sobretudo mediante procedimentos <strong>de</strong> reflexão e investigação.<br />
Libâneo (2004, p. 219-221) cita 12 atribuições do coor<strong>de</strong>nador pedagógico que examinaremos a seguir.<br />
Pós-Graduação a Distância<br />
17
<strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong><br />
18<br />
A Escola como Local <strong>de</strong> Trabalho na Perspectiva da Supervisão Escolar Unida<strong>de</strong> I<br />
• Respon<strong>de</strong>r por todas as ativida<strong>de</strong>s pedagógico-didáticas e curriculares da escola e pelo acompanhamento das<br />
ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula.<br />
• Supervisionar a elaboração <strong>de</strong> diagnósticos do projeto pedagógico-curricular da escola.<br />
• Propor para discussão, junto aos professores, o projeto pedagógico-curricular da escola.<br />
• Orientar a organização curricular e o <strong>de</strong>senvolvimento do currículo, incluindo assistência didática direta aos<br />
professores sobre elaboração dos planos <strong>de</strong> ensino, <strong>de</strong> escolha <strong>de</strong> livros e formas <strong>de</strong> avaliação.<br />
• Acompanhar e supervisionar as ativida<strong>de</strong>s dos professores nas mais diversas ativida<strong>de</strong>s pedagógico-didáticas:<br />
<strong>de</strong>senvolvimento dos planos <strong>de</strong> ensino, gestão da classe, orientação <strong>de</strong> aprendizagem etc.<br />
• Coor<strong>de</strong>nar reuniões pedagógicas e entrevistas com os professores, diagnosticando problemas <strong>de</strong> ensino e<br />
aprendizagem.<br />
• Organizar as turmas <strong>de</strong> alunos, <strong>de</strong>signar professores para as turmas, elaborar o horário escolar, planejar e<br />
coor<strong>de</strong>nar o Conselho <strong>de</strong> Classe.<br />
• Propor e coor<strong>de</strong>nar ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formação continuada e <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento profissional dos professores.<br />
• Elaborar e executar programas e ativida<strong>de</strong>s com pais e comunida<strong>de</strong>, especialmente <strong>de</strong> teor científico e<br />
cultural.<br />
• Acompanhar o processo <strong>de</strong> avaliação da aprendizagem.<br />
• Cuidar da avaliação processual do corpo docente.<br />
• Acompanhar e avaliar o <strong>de</strong>senvolvimento do plano pedagógico-curricular e dos planos <strong>de</strong> ensino e outras formas<br />
<strong>de</strong> avaliação institucional.<br />
Nesse sentido, é importante que o coor<strong>de</strong>nador pedagógico atue sempre procurando intergrar as diversas disciplinas,<br />
objetivando o <strong>de</strong>senvolvimento pleno do aluno, visando à interdisciplinarida<strong>de</strong>.<br />
Po<strong>de</strong>mos concluir, então, que o coor<strong>de</strong>nador pedagógico é o profissional que, na escola, possui o importante papel<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver e articular ações pedagógicas que viabilizem a qualida<strong>de</strong> no <strong>de</strong>sempenho do processo ensinoaprendizagem.<br />
Segue um relato <strong>de</strong> uma manhã <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> uma coor<strong>de</strong>nadora pedagógica que André e Vieira (2006)<br />
nos trazem:<br />
Um dia normal <strong>de</strong> aula se inicia. A coor<strong>de</strong>nadora chega à escola com entusiasmo<br />
para elaborar a agenda da semana. Passa inicialmente pela sala dos professores<br />
para <strong>de</strong>sejar a eles um bom dia <strong>de</strong> trabalho. Logo ao entrar, recebe a notícia <strong>de</strong><br />
que o professor <strong>de</strong> Língua Portuguesa vai faltar. Consulta o horário e verifica<br />
que ele daria todas as aulas naquele dia. Não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar os alunos sem aula.<br />
Imediatamente, verifica se há professores com “janela” e tenta arrumar as<br />
substituições. Na primeira aula, ela mesma entra na classe e conversa com os<br />
alunos sobre o trimestre que passou, aproveita para fazer um levantamento das<br />
dificulda<strong>de</strong>s que encontraram, já tendo em mente o conselho <strong>de</strong> classe que se<br />
aproxima. Na segunda aula, precisara aten<strong>de</strong>r um pai <strong>de</strong> aluno que havia marcado<br />
no dia anterior. Enquanto aguarda o pai que está atrasado, seleciona um texto<br />
para os professores lerem e discutirem no próximo encontro. Neste ano, estão
A Escola como Local <strong>de</strong> Trabalho na Perspectiva da Supervisão Escolar Unida<strong>de</strong> I<br />
A partir do relato <strong>de</strong>scrito, aponte que atribuições a coor<strong>de</strong>nadora<br />
realizou na escola. Justifique com exemplos, escrevendo um texto<br />
<strong>de</strong> aproximadamente 10 linhas.<br />
Encaminhe para o e-mail do tutor da disciplina.<br />
revendo o projeto político-pedagógico e necessitam, enquanto coletivo escolar,<br />
refletir sobre diferentes teorias <strong>de</strong> ensino e seus pressupostos. Escolhe um texto<br />
que trata <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>ssas teorias. Quando houver tempo preten<strong>de</strong> discutir com a<br />
outra orientadora se o texto é apropriado ou não e planejar uma dinâmica para<br />
estimular a discussão. O pai chega, é atendido, e em seguida um grupo <strong>de</strong> alunos<br />
a procura com algumas reclamações sobre uma prova. Ela pergunta se haviam<br />
conversado com a professora e os orienta que <strong>de</strong>vem sempre procurar primeiro<br />
a professora antes <strong>de</strong> trazer o problema para a coor<strong>de</strong>nação. Em seguida,<br />
chama a professora <strong>de</strong> Matemática para conversar sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
variar suas estratégias <strong>de</strong> aula para conseguir que os alunos tenham um melhor<br />
aproveitamento. A coor<strong>de</strong>nadora tem acompanhado essa professora, que é nova<br />
na escola. Conversam sobre a rotina da aula e sobre diversas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
variação. A professora sai da sala em busca <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios que possam enriquecer<br />
a fixação do conteúdo. Final da manhã...<br />
Pós-Graduação a Distância<br />
19
Perfil e I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do<br />
Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico<br />
Capítulo 4 – O Perfil do Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico<br />
diante das Necessida<strong>de</strong>s da Escola<br />
Unida<strong>de</strong> II<br />
O coor<strong>de</strong>nador pedagógico é um criador <strong>de</strong> cultura <strong>de</strong> aprendizagem.<br />
Ele liberta a energia das pessoas, buscando a criativida<strong>de</strong> na solução<br />
dos problemas.<br />
Przybylski, 1985.<br />
Agora que se conhece qual o papel do supervisor/coor<strong>de</strong>nador na escola, po<strong>de</strong>-se refletir sobre a seguinte questão:<br />
Qual o perfil que o coor<strong>de</strong>nador pedagógico <strong>de</strong>ve possuir para atuar<br />
com competência na escola?<br />
Segundo o Módulo <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico da Agência <strong>de</strong> Certificação Nacional, para exercer suas funções, o<br />
coor<strong>de</strong>nador pedagógico <strong>de</strong>ve possuir algumas competências genéricas.<br />
Competência 1: Compreen<strong>de</strong>r e expressar-se em Língua Portuguesa e <strong>de</strong>codificar diferentes linguagens (conjunturas,<br />
símbolos, proposições).<br />
Competência 2: Compreen<strong>de</strong>r fenômenos naturais <strong>de</strong> processos histórico-geograficos, da produção tecnológica e<br />
manifestações artísticas por meio <strong>de</strong> bases teóricas do processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem.<br />
Competência 3: Enfrentar situações-problema.<br />
Competência 4: Coor<strong>de</strong>nar diferentes pontos <strong>de</strong> vista, refutando ou <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo uma hipótese.<br />
Competência 5: Intervir <strong>de</strong> forma participativa na escola, respeitando os valores da comunida<strong>de</strong> e consi<strong>de</strong>rando a<br />
diversida<strong>de</strong> sociocultural.<br />
Ao que Girardi (1982) complementa, indicando algumas qualida<strong>de</strong>s que o coor<strong>de</strong>nador pedagógico <strong>de</strong>ve agregar para<br />
exercer seu papel com competência e atingir a consecução dos objetivos estabelecidos.<br />
Luci<strong>de</strong>z quanto à Educação: <strong>de</strong>ve ter i<strong>de</strong>ias claras quanto à educação e i<strong>de</strong>ntificar o que a escola quer alcançar em<br />
seu processo educativo.<br />
Pós-Graduação a Distância<br />
21
<strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong><br />
22<br />
Perfil e I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico Unida<strong>de</strong> II<br />
Segurança: <strong>de</strong>ve ter soli<strong>de</strong>z no seu posicionamento e atuação no planejamento, no assessoramento e na execução dos<br />
projetos educativos, com segurança, uma vez que conhece a problemática educacional.<br />
Consciência do papel das suas funções: <strong>de</strong>ve ter muito claro seu espaço <strong>de</strong> atuação e exercícios <strong>de</strong> suas funções.<br />
Dessa forma, obtém o respeito <strong>de</strong> outros profissionais, inclusive dos professores.<br />
Criticida<strong>de</strong>: <strong>de</strong>ve possuir capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> julgar e <strong>de</strong> emitir juízo crítico a partir <strong>de</strong> pressupostos racionais, provocando<br />
em sua equipe a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> constante reflexão.<br />
Racionalida<strong>de</strong>: <strong>de</strong>ve ser o profissional que utiliza a razão, tendo o cuidado <strong>de</strong> não pulverizar o planejamento <strong>de</strong> tal forma<br />
que perca o sentido <strong>de</strong> globalida<strong>de</strong> e disperse o trabalho coletivo, e <strong>de</strong> não esquecer sua estratégia posição <strong>de</strong> mediador<br />
entre professores, alunos, direção e coor<strong>de</strong>nador.<br />
Diligência: <strong>de</strong>ve trabalhar <strong>de</strong> forma estimulante e cooperativa, havendo constante reavaliação e replanejamento das<br />
ativida<strong>de</strong>s quando necessário.<br />
Li<strong>de</strong>rança: <strong>de</strong>ve exercer a função <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>r, na medida em que é capaz <strong>de</strong> comandar, orientar e estimular toda uma equipe<br />
na busca dos objetivos educacionais, agindo não <strong>de</strong> forma autoritária, mas como um profissional seguro das orientações,<br />
sugestões e concepções <strong>de</strong>fendidas. O espírito <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança por competência, supõe uma aceitação <strong>de</strong> todos aqueles<br />
com quem compartilha suas ações.<br />
A seguir, as qualida<strong>de</strong>s, na visão <strong>de</strong> Libâneo (2004, p.216), para exercer a função <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nador.<br />
Autorida<strong>de</strong> – exercício <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>legado para coor<strong>de</strong>nar as medidas tomadas coletivamente, implicando <strong>de</strong>terminadas<br />
qualida<strong>de</strong>s e conhecimento <strong>de</strong> suas funções.<br />
Responsabilida<strong>de</strong> – exigência inerente a autorida<strong>de</strong>. No caso <strong>de</strong> tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões resolvidas coletivamente, a<br />
responsabilida<strong>de</strong> final é a do coor<strong>de</strong>nador.<br />
Decisão – capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> selecionar a medida mais a<strong>de</strong>quada conforme situações concretas. Tendo como base um plano<br />
<strong>de</strong> trabalho, objetivos e tarefas estabelecidas por meio da participação da equipe da escola, o coor<strong>de</strong>nador irá tomar as<br />
medidas necessárias.<br />
Disciplina – habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compatibilizar a conduta individual com as normas e os interesses coletivos.<br />
Iniciativa – capacida<strong>de</strong> crítica e criadora <strong>de</strong> encontrar soluções aos problemas, enfrentando imprevistos que possam<br />
ocorrer.<br />
Ao que Zieger (apud ROSA e ABREU, 2001, p. 35), complementa.<br />
• Respeita as atribuições <strong>de</strong> cada setor, somando as suas para o sucesso do processo <strong>de</strong> ensinoaprendizagem.<br />
• Toma iniciativa no sentido <strong>de</strong> dinamizar, constantemente, as etapas do processo educativo.<br />
• Desperta a imaginação e a criativida<strong>de</strong> para buscar soluções para problemas novos e velhos voltados à<br />
aprendizagem.<br />
• Envolve a vida da escola e o processo educativo <strong>de</strong> um sentido profundamente humano, <strong>de</strong> tal forma que<br />
favoreça um ambiente propício para o diálogo entre todos os agentes comprometidos com a aquisição <strong>de</strong><br />
conhecimentos e formação <strong>de</strong> competências no aluno.<br />
De acordo com documento editado pela Secretaria <strong>de</strong> Educação e Cultura da Prefeitura <strong>de</strong> Salvador (2008), o coor<strong>de</strong>nador<br />
pedagógico <strong>de</strong>ve ser uma pessoa:
Perfil e I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico Unida<strong>de</strong> II<br />
Criativa, estudiosa, organizada, leitora e ouvinte, aberta aos conhecimentos, às inovações, [...]<br />
também <strong>de</strong>verá estar atenta aos aspectos das relações interpessoais inerentes a convivência humana<br />
no cotidiano do universo escolar.<br />
Finalizando, Vasconcellos (2006) salienta que a coor<strong>de</strong>nação pedagógica <strong>de</strong>ve ser assumida por um profissional altamente<br />
qualificado.<br />
Partindo do que vimos sobre o perfil do coor<strong>de</strong>nador pedagógico,<br />
responda as questões:<br />
1. Escolha <strong>de</strong>z atribuições que este profissional <strong>de</strong>ve ter que<br />
você consi<strong>de</strong>ra importante. Justifique, fundamentando a<br />
sua resposta.<br />
2. Escreva três qualida<strong>de</strong>s do coor<strong>de</strong>nador pedagógico que<br />
não foram apontadas. Justifique sua resposta.<br />
Encaminhe para o e-mail do tutor da disciplina.<br />
Pós-Graduação a Distância<br />
23
<strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong><br />
24<br />
Perfil e I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico Unida<strong>de</strong> II<br />
Capítulo 5 – O Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico no Desenvolvimento<br />
das Relações Interpessoais da Escola<br />
Uma importante função do coor<strong>de</strong>nador pedagógico é a <strong>de</strong> propiciar um clima favorável ao trabalho da escola, fazendo com<br />
que se instaure o trabalho cooperativo, mediando as relações que acontecem na escola. Para isso, precisa ter li<strong>de</strong>rança<br />
e consolidar sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, conquistando o respeito dos professores.<br />
Você já conheceu um coor<strong>de</strong>nador pedagógico que é constantemente<br />
chamado <strong>de</strong> “mil e uma utilida<strong>de</strong>s”?<br />
E o coor<strong>de</strong>nador pedagógico “faz-tudo” ou “apaga-fogo”?<br />
É muito comum na escola alguns coor<strong>de</strong>nadores, a maioria <strong>de</strong>les muito bem intencionados, receberem diversos apelidos<br />
que <strong>de</strong>scaracterizam sua verda<strong>de</strong>ira função. Nesse capítulo vamos investigar como esse processo ocorre.<br />
Vasconcellos (2006), ao <strong>de</strong>finir o papel da coor<strong>de</strong>nação pedagógica aponta suas disfunções: o coor<strong>de</strong>nador pedagógico<br />
não é tapa-buraco, não é fiscal do professor; não é <strong>de</strong>do-duro, não é be<strong>de</strong>l, enfatizando categoricamente que essas não<br />
<strong>de</strong>vem ser atribuições do coor<strong>de</strong>nador pedagógico.<br />
Dessa forma, a coor<strong>de</strong>nação pedagógica é a articuladora do projeto político-pedagógico, organizando a reflexão, a<br />
participação e os meios para que a escola alcance a excelência, <strong>de</strong> forma que cumpra sua tarefa <strong>de</strong> propiciar que todos<br />
os alunos aprendam e se <strong>de</strong>senvolvam. (Os assuntos: projeto político-pedagógico e qualida<strong>de</strong> da escola serão estudados<br />
com maior aprofundamento nas próximas unida<strong>de</strong>s).<br />
A coor<strong>de</strong>nação pedagógica será exercida por um educador que irá transitar entre os diversos membros do grupo (professores,<br />
direção, pais, <strong>de</strong>mais funcionários, alunos e comunida<strong>de</strong>), sistematizando e integrando o trabalho. Esse profissional lutará<br />
contra aquilo que torna a escola um local <strong>de</strong>sumanizador: evasão, autoritarismo, repetência, discriminação etc.<br />
Diz Alarcão (2001) sobre a coor<strong>de</strong>nação pedagógica:<br />
Processo em que um professor, em princípio mais experiente e mais informado, orienta um outro<br />
professor ou candidato a professor no seu <strong>de</strong>senvolvimento humano e profissional.<br />
Libâneo (2005) enfatiza que o coor<strong>de</strong>nador pedagógico valoriza o sistema <strong>de</strong> relações interpessoais, buscando um clima<br />
amistoso <strong>de</strong> trabalho, fortalecendo as relações baseadas no diálogo e no consenso.<br />
A mesma visão possui Vasconcellos (2006), que enfatiza a atuação da coor<strong>de</strong>nação pedagógica acontece no campo<br />
da mediação, no qual se estabelece a interação com o professor. Para tal, afirma que o coor<strong>de</strong>nador pedagógico <strong>de</strong>ve<br />
exercer algumas funções.<br />
• Acolher o professor em suas necessida<strong>de</strong>s.<br />
• Criticar os acontecimentos, ajudando o professor a enten<strong>de</strong>r as contradições existentes.<br />
• Ter a transformação como uma das metas a atingir.<br />
• Procurar caminhos alternativos, buscando fornecer materiais e provocar o avanço.
Perfil e I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico Unida<strong>de</strong> II<br />
• Acompanhar o processo <strong>de</strong> aprendizagem em todas as suas dimensões.<br />
Ao que Fonseca (2001) completa:<br />
• Ser instrumento <strong>de</strong> transformação da realida<strong>de</strong> – resgatar a potência da coletivida<strong>de</strong>, gerar esperança.<br />
• Aglutinar pessoas em torno <strong>de</strong> uma causa comum.<br />
• Gerar solidarieda<strong>de</strong>, parceria.<br />
• Ajudar a construir a unida<strong>de</strong> (não uniformida<strong>de</strong>); superando o caráter fragmentário das práticas em educação,<br />
a mera justaposição e possibilitando a continuida<strong>de</strong> da linha <strong>de</strong> trabalho na instituição.<br />
• Aumentar o grau <strong>de</strong> realização e, portanto, <strong>de</strong> satisfação <strong>de</strong> trabalho.<br />
• Fortalecer o grupo para enfrentar conflitos, contradições e pressões.<br />
Pelo que foi exposto, verifica-se que os autores possuem posições convergentes ao enfatizarem que o coor<strong>de</strong>nador<br />
pedagógico tem como foco o trabalho docente, ajudando cada profissional no seu aprimoramento pessoal, ao mesmo<br />
tempo em que auxilia os professores a se constituírem enquanto grupo.<br />
Mas o que vem a ser grupo?<br />
Gayotto e Domingues (1996) citando Sartre dizem que o simples agrupamento <strong>de</strong> pessoas é anterior ao grupo. Dessa<br />
forma:<br />
Há relações <strong>de</strong> serialida<strong>de</strong>, aglomerados <strong>de</strong> pessoas anônimas que não interatuam entre si e não têm<br />
objetivos comuns, mas objetivos em comum. A passagem da série ao grupo implica na consciência<br />
dos interesses comuns e no reconhecimento da inter<strong>de</strong>pendência. (SARTRE, apud GAYOTTO;<br />
RODRIGUES, 1995, p.22).<br />
Portanto, o grupo constitui-se em um sistema <strong>de</strong> ações, que surge das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seus membros, visando objetivos<br />
e estabelecendo tarefas para alcançá-los.<br />
Fonte: htpp//blog.centopeia.com/.../group_member_450px.jpeg<br />
Pós-Graduação a Distância<br />
25
A Atuação do Coor<strong>de</strong>nador<br />
Pedagógico na Busca da<br />
Autonomia da Escola<br />
Capítulo 6 – Projeto <strong>de</strong> Ação<br />
<strong>Pedagógica</strong>/Planejamento Educacional<br />
Unida<strong>de</strong> III<br />
Na busca da autonomia da escola e no alcance da qualida<strong>de</strong> do ensino, é importante que a escola realize o planejamento<br />
educacional.<br />
O que vem a ser planejamento educacional? Como o planejamento<br />
educacional po<strong>de</strong> ser instrumento da autonomia da escola e<br />
qualida<strong>de</strong> do ensino?<br />
De acordo com Turra (1988), muitos autores apresentam posições diferentes em relação ao planejamento, mas há dois<br />
aspectos que são unânimes: a previsão metódica <strong>de</strong> uma ação a ser <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ada e a racionalização dos meios para<br />
atingir os fins. Assim, o planejamento requer que se pense no futuro, favorecendo a passagem gradativa <strong>de</strong> uma situação<br />
existente para uma situação <strong>de</strong>sejada.<br />
Segundo Romão e Padilha (1997, p. 80):<br />
Pensar em planejar a educação é parte essencial da reflexão sobre como realizar e organizar o trabalho<br />
escolar, o que significa encarar <strong>de</strong> frente os problemas <strong>de</strong>ssa instituição e do sistema educacional<br />
como um todo, compreen<strong>de</strong>ndo as relações institucionais, interpessoais e profissionais nela presentes,<br />
avaliando e ampliando a participação <strong>de</strong> diferentes atores em sua administração [...].<br />
Para Libâneo (2005), o planejamento escolar consiste na previsão da ação a ser realizada, implicando <strong>de</strong>finição <strong>de</strong><br />
necessida<strong>de</strong>s a aten<strong>de</strong>r, objetivos a serem atingir <strong>de</strong>ntro das possibilida<strong>de</strong>s, procedimentos e recursos a serem adotados,<br />
tempo <strong>de</strong> execução e formas <strong>de</strong> avaliação. Dentro <strong>de</strong>ssa perspectiva, tem um caráter processual, sendo uma ativida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> constante <strong>de</strong> reflexão e ação.<br />
Para o autor, o planejamento aten<strong>de</strong> a algumas funções que veremos a seguir.<br />
• Diagnóstico e análise da realida<strong>de</strong>.<br />
• Definição <strong>de</strong> objetivos e metas, compatibilizando políticas e diretrizes do sistema escolar com as expectativas<br />
da equipe escolar.<br />
• Determinação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s e tarefas a serem <strong>de</strong>senvolvidas em função das priorida<strong>de</strong>s, condições e recursos<br />
disponíveis.<br />
Pós-Graduação a Distância<br />
27
<strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong><br />
28<br />
A Atuação do Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico na Busca da Autonomia da Escola Unida<strong>de</strong> III<br />
Segundo Coaracy (1972), o planejamento educacional é um processo contínuo que se preocupa com o “para on<strong>de</strong> ir” e<br />
“quais as maneiras a<strong>de</strong>quadas para chegar lá”, consi<strong>de</strong>rando-se a situação presente e as possibilida<strong>de</strong>s futuras, para<br />
que o <strong>de</strong>senvolvimento da educação atenda as necessida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong> e também do indivíduo. Em seguida, a autora<br />
<strong>de</strong>screve alguns objetivos.<br />
• Relacionar o <strong>de</strong>senvolvimento do sistema educacional com o <strong>de</strong>senvolvimento do país em geral e <strong>de</strong> cada<br />
comunida<strong>de</strong> em particular.<br />
• Estabelecer as condições necessárias para o aperfeiçoamento dos fatores que influenciam diretamente sobre<br />
a eficiência do sistema educacional (estrutura, administração, financiamento, pessoal, procedimentos e<br />
instrumentos).<br />
• Alcançar maior coerência interna na <strong>de</strong>terminação dos objetivos e nos meios para atingi-los.<br />
• Conciliar e aperfeiçoar a eficiência interna e externa do sistema.<br />
• Diagnóstico e análise da realida<strong>de</strong>.<br />
Agora, <strong>de</strong>ve-se compreen<strong>de</strong>r o que significa planejamento curricular e sua relação com o projeto político-pedagógico da<br />
escola.<br />
A escola <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve realizar o seu planejamento, <strong>de</strong> forma global e sistemática, <strong>de</strong> todas as suas ações visando<br />
aten<strong>de</strong>r aos objetivos estabelecidos, tendo como foco a aprendizagem do aluno. Esse nível <strong>de</strong> planejamento <strong>de</strong>nominado<br />
<strong>de</strong> planejamento curricular acontece na escola, na qual são estabelecidas as linhas-mestras que norteiam todo o trabalho.<br />
Assim, o planejamento curricular é <strong>de</strong>finido como:<br />
Uma tarefa multidisciplinar que tem por objeto a organização <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> relações lógicas e<br />
psicológicas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um ou vários campos do conhecimento, <strong>de</strong> tal modo que se favoreça ao máximo<br />
o processo ensino-aprendizagem (SARUBBI, 1971, p. 34).<br />
Libâneo (2004) explica que o projeto pedagógico curricular consolida-se num documento que <strong>de</strong>talha objetivos,<br />
diretrizes e ações do processo educativo a ser trabalhado na escola, expressando <strong>de</strong>ssa forma, a cultura da escola<br />
(aqui entendida como crenças e valores, significados, modos <strong>de</strong> pensar e agir), conhecendo, orientando e intervindo<br />
na realida<strong>de</strong>.<br />
O autor explica a expressão projeto pedagógico curricular: pedagógico em uma concepção na qual a pedagogia é<br />
consi<strong>de</strong>rada como a reflexão sistemática sobre as práticas educativas. A expressão curricular, por sua vez, marca o<br />
referencial concreto do projeto político-pedagógico da escola, uma vez que o currículo é <strong>de</strong>finido como a projeção e<br />
<strong>de</strong>sdobramento <strong>de</strong>sse projeto.<br />
O planejamento curricular é uma tarefa contínua que acontece na escola para se alcançar a autonomia da escola e<br />
a qualida<strong>de</strong>. Desse planejamento surge, em níveis mais específicos, o planejamento <strong>de</strong> ensino, como uma ativida<strong>de</strong><br />
sistematizada e metódica concebida pelo professor junto a seus alunos, para obtenção <strong>de</strong> objetivos <strong>de</strong>finidos.<br />
Destaque, <strong>de</strong> todo o capítulo, cinco aspectos importantes para<br />
reflexão. Faça uma síntese <strong>de</strong> no máximo 10 linhas, justificando<br />
as suas escolhas.<br />
Encaminhe para o e-mail da tutora.<br />
Agora que já conhecemos o planejamento educacional e os tipos <strong>de</strong> planejamento que acontecem na escola, vamos<br />
estudar com maior profundida<strong>de</strong> o projeto político-pedagógico e seus pressupostos.
A Atuação do Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico na Busca da Autonomia da Escola Unida<strong>de</strong> III<br />
Capítulo 7 – Conceito <strong>de</strong> Projeto Político-Pedagógico<br />
Na busca da autonomia pela escola há o Projeto Político-Pedagógico da escola que expressa objetivos e ações a serem<br />
alcançados.<br />
Ao estudarmos o projeto <strong>de</strong> escola, verificamos que existem diferentes nomenclaturas para <strong>de</strong>fini-lo: projeto pedagógico,<br />
proposta pedagógica, projeto político-pedagógico. Em nossos estudos, iremos consi<strong>de</strong>rar o termo Projeto Político-<br />
Pedagógico como o mais a<strong>de</strong>quado, consi<strong>de</strong>rando esses termos como indissociáveis.<br />
O projeto é pedagógico quando possibilita a efetivação da intencionalida<strong>de</strong> da escola, ou seja, ser a formadora do cidadão<br />
participativo, compromissado, crítico e criativo, <strong>de</strong>finindo ações educativas. É político, no sentido do compromisso com<br />
a formação do cidadão para um tipo <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong>, sendo assim, o político indissociável do pedagógico. Essa interligação<br />
é tratada por Saviani, quando menciona: “dimensão política se cumpre na medida em que ela se realiza enquanto prática<br />
especifica pedagógica” (apud VEIGA, 1996, p. 13).<br />
Mas o que vem a ser Projeto Político-Pedagógico?<br />
Na visão <strong>de</strong> Veiga (1996), o projeto busca uma direção, constituindo-se em uma ação intencional que tem um compromisso<br />
<strong>de</strong>finido coletivamente.<br />
O projeto político-pedagógico é o plano <strong>de</strong> ação que visa a estruturar métodos, técnicas e procedimentos didáticos e<br />
pedagógicos com objetivos comuns na formação <strong>de</strong> indivíduos (OLIVEIRA, 2002 p. 26). O projeto, construído coletivamente,<br />
consi<strong>de</strong>rando as peculiarida<strong>de</strong>s e a cultura do contexto na qual a escola está inserida, <strong>de</strong>finirá o processo <strong>de</strong> ensinoaprendizagem,<br />
possibilitando que a escola crie sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e busque a qualida<strong>de</strong> centrada no aluno.<br />
Para Vasconcellos (2004), o projeto político-pedagógico é <strong>de</strong>finido como:<br />
É o plano global da instituição. Po<strong>de</strong> ser entendido como a sistematização, nunca <strong>de</strong>finitiva, <strong>de</strong> um<br />
processo <strong>de</strong> Planejamento Participativo, que se aperfeiçoa e se concretiza na caminhada, que <strong>de</strong>fine<br />
claramente o tipo <strong>de</strong> ação educativa que se quer realizar. É um instrumento teórico-metodológico<br />
para a intervenção e mudança da realida<strong>de</strong>. É um elemento <strong>de</strong> organização e integração da ativida<strong>de</strong><br />
prática da instituição neste processo <strong>de</strong> transformação.<br />
Souza (1999, p. 29-30) conceitua o projeto pedagógico como:<br />
O projeto pedagógico é bem mais que o plano diretor da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizagem com sua<br />
história, seu currículo, seus métodos, seus atores internos e externos. Ele, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instituinte<br />
<strong>de</strong>sse plano, vai além, estabelecendo vínculos e tradições, prevendo estratégias para a obtenção <strong>de</strong><br />
recursos e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> capital intelectual da organização, criando condições para que essa<br />
organização institucionalize-se, incorporando e implementando valores.<br />
Vejamos como Gadotti diz sobre o projeto político-pedagógico :<br />
Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar<br />
quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> e buscar uma<br />
nova estabilida<strong>de</strong> em função da promessa que cada projeto contém <strong>de</strong> estado melhor que o presente.<br />
Pós-Graduação a Distância<br />
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<strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong><br />
30<br />
A Atuação do Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico na Busca da Autonomia da Escola Unida<strong>de</strong> III<br />
Um projeto educativo po<strong>de</strong> ser tomado como promessa frente a <strong>de</strong>terminadas rupturas. As promessas<br />
tornam-se visíveis os campos <strong>de</strong> ação possível, comprometendo esses atores e autores. (GADOTTI<br />
1990, apud VEIGA, 1996, p.12).<br />
Portanto, verifica-se que o projeto político-pedagógico é um processo <strong>de</strong> permanente reflexão dos problemas da escola e<br />
propicia a vivencia <strong>de</strong>mocrática necessária para a participação <strong>de</strong> todos os membros da comunida<strong>de</strong> escolar e o exercício<br />
da autonomia.<br />
Souza (1999) afirma que o projeto político-pedagógico possui variadas dimensões: filosófica, política, cultural, social e<br />
técnicas.<br />
Filosófica – estabelece uma forma <strong>de</strong> entendimento e transformação da realida<strong>de</strong>, explicitando-se por meio da análise<br />
crítica da realida<strong>de</strong> e mantendo, constantemente, a relação da teoria com a prática (práxis).<br />
Política – possibilita uma permanente construção, avaliação e formulação em busca da excelência dos resultados. Nessa<br />
dimensão são expressos o exercício <strong>de</strong>mocrático e a cidadania.<br />
Cultural – salienta a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> valores, das normas e das crenças, refletida nos diferentes comportamentos <strong>de</strong>ntro<br />
das organizações, significando que elas são formadas por distintas culturas. (HANDY, apud SOUZA, 1999). É fonte <strong>de</strong><br />
referência e <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> dos atores envolvidos nos processos da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizagem.<br />
Técnica – Desenvolve-se por meio <strong>de</strong> instrumentos que, longe <strong>de</strong> serem consi<strong>de</strong>rados receitas preestabelecidas,<br />
possibilita o pensar das ações da escola, buscando a direção da prática pedagógica para que responda às <strong>de</strong>mandas e<br />
às necessida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong>.<br />
Agora que enten<strong>de</strong>mos o conceito <strong>de</strong> projeto político-pedagógico e conhecemos as suas dimensões, vamos ver, no capítulo<br />
seguinte, como ele é construído e qual é o papel da coor<strong>de</strong>nação pedagógica nesse processo.
A Atuação do Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico na Busca da Autonomia da Escola Unida<strong>de</strong> III<br />
Capítulo 8 – O Papel da <strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong><br />
na Elaboração do Projeto Político-Pedagógico<br />
Anteriormente vimos que o projeto político-pedagógico é a concretização das políticas públicas na escola, tendo como<br />
missão ser resposta às aspirações da socieda<strong>de</strong>. Não <strong>de</strong>ve ser algo imposto, mas sim construído coletivamente, <strong>de</strong> forma<br />
participativa, pois expressa a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e os anseios <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> escolar.<br />
A construção do projeto político-pedagógico acontece na escola por meio das discussões e reuniões que envolvem toda a<br />
comunida<strong>de</strong> escolar, ou seja, entre a direção da escola, coor<strong>de</strong>nação, corpo docente e discente, funcionários e membros<br />
da comunida<strong>de</strong>, visando à qualida<strong>de</strong> do ensino. Assim, vamos estudar neste capítulo a função da coor<strong>de</strong>nação pedagógica<br />
na elaboração do projeto.<br />
Na visão <strong>de</strong> Vasconcellos (2006), a coor<strong>de</strong>nação pedagógica atuará como a articuladora do projeto político-pedagógico<br />
da instituição no campo pedagógico, organizando a reflexão, a participação e os meios <strong>de</strong> concretização do mesmo, <strong>de</strong><br />
tal forma que a escola possa cumprir sua tarefa <strong>de</strong> propiciar que todos os alunos aprendam e se <strong>de</strong>senvolvam, como<br />
seres humanos plenos, partindo do pressuposto <strong>de</strong> que todos têm direitos e são capazes <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r.<br />
Nesse processo, o coor<strong>de</strong>nador pedagógico terá como incumbência fazer com que toda a comunida<strong>de</strong> escolar conheça e<br />
reflita sobre as metodologias e recursos possíveis, procurando sensibilizá-los para a importância <strong>de</strong>sse momento.<br />
Segundo o autor, a construção do projeto político-pedagógico requer dos participantes, principalmente da coor<strong>de</strong>nação,<br />
três níveis <strong>de</strong> competências envolvidos na formação humana: conceitual, procedimental e atitudinal.<br />
Atitudinal: é a dimensão mais difícil <strong>de</strong> ser trabalhada, pois envolve valores, interesses, sentimentos. Na escola, o<br />
coor<strong>de</strong>nador precisa ter o cuidado <strong>de</strong> não adotar uma postura “moralista” frente aos professores e sim procurar ter uma<br />
atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> acolhimento e <strong>de</strong> entendimento, apresentando um novo caminho, outra possibilida<strong>de</strong>.<br />
Nessa dimensão há algumas categorias <strong>de</strong> análise importantes que <strong>de</strong>verão ser consi<strong>de</strong>radas.<br />
• Criticida<strong>de</strong> que se contrapõe a ingenuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> não perceber a existência do problema, sendo preciso uma<br />
atitu<strong>de</strong> investigativa e <strong>de</strong> compromisso <strong>de</strong> transformação. A crítica envolve o resgate <strong>de</strong> aspectos positivos,<br />
cabendo também a autocrítica por parte do coor<strong>de</strong>nador.<br />
• Totalida<strong>de</strong> que envolve a percepção das múltiplas relações e complexida<strong>de</strong> das várias partes envolvidas.<br />
• Historicida<strong>de</strong> que busca a investigação histórica do processo, <strong>de</strong> como se chegou a uma <strong>de</strong>terminada situação.<br />
A história do profissional e da instituição ajuda a enten<strong>de</strong>r a realida<strong>de</strong>.<br />
• Sensibilida<strong>de</strong> e confiança que envolve a capacida<strong>de</strong> do coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> perceber o outro, reconhecer lacunas<br />
e potenciais. A confiança se estabelece em atitu<strong>de</strong>s concretas do cotidiano.<br />
Procedimental: diz respeito ao domínio por parte da coor<strong>de</strong>nação pedagógica, ao saber-fazer, ou seja, a concretização<br />
das ações pedagógicas da escola.<br />
Essa dimensão envolve algumas características:<br />
• Categorias <strong>de</strong> intervenção.<br />
– Práxis: envolve a transformação das i<strong>de</strong>ias em ações concretas e a transformação da consciência, para que<br />
aconteça na escola a dinâmica constante <strong>de</strong> ação-reflexão, aproximando a teoria da prática.<br />
Pós-Graduação a Distância<br />
31
<strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong><br />
32<br />
A Atuação do Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico na Busca da Autonomia da Escola Unida<strong>de</strong> III<br />
– Método: a coor<strong>de</strong>nação pedagógica precisa ter seu projeto <strong>de</strong> trabalho estruturado vinculado ao projeto<br />
politico-pedagógico.<br />
– Continuida<strong>de</strong>/Ruptura: a coor<strong>de</strong>nação pedagógica ajuda o grupo a enten<strong>de</strong>r quais são os seus problemas,<br />
procurando superá-los.<br />
– Diálogo problematizador: a coor<strong>de</strong>nação é instrumento <strong>de</strong> interlocução do professor, pois ao falar o professor<br />
organiza suas i<strong>de</strong>ias, chegando a uma conclusão. O coor<strong>de</strong>nador, por sua vez, tendo uma visão geral do trabalho,<br />
dá direcionamento ao trabalho do professor.<br />
– Significação: a coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong>senvolve o importante papel <strong>de</strong> resgatar o valor e o sentido do ensino como<br />
espaço <strong>de</strong> transformação.<br />
• Categorias <strong>de</strong> sustentação:<br />
– Ética: envolve a responsabilida<strong>de</strong> pelos próprios atos.<br />
– Visão <strong>de</strong> processo: diz respeito a compreensão dos passos possíveis <strong>de</strong> serem realizados, baseando-se na<br />
concepção metodológica intervenção na realida<strong>de</strong>.<br />
– Avaliação: envolve a visão crítica e o questionamento do próprio trabalho, sendo fator <strong>de</strong> revitalização pessoal<br />
e institucional.<br />
– Participação: cabe ao coor<strong>de</strong>nador pedagógico procurar a construção do projeto político-pedagógico <strong>de</strong> forma<br />
mais participativa possível, levando em consi<strong>de</strong>ração a posição dos outros, porém, tendo uma postura marcada<br />
pelo respeito e <strong>de</strong>terminação.<br />
Conceitual: refere-se à clareza que <strong>de</strong>ve se ter sobre o conceito <strong>de</strong> projeto político-pedagógico, cabendo à coor<strong>de</strong>nação<br />
a tarefa <strong>de</strong> buscar, conhecer, discernir. Há duas características importantes nesse processo:<br />
• Construção, <strong>de</strong>sconstrução: ocorre com o diálogo entre as teorias já existentes (enraizadas) e as teorias<br />
inovadoras.<br />
• Saberes disciplinares: ocorre com a reflexão conjunta do coor<strong>de</strong>nador e os professores sobre a prática<br />
<strong>de</strong>stes, que acontece na interação e articulação verda<strong>de</strong>ira entre eles.<br />
Concluindo este capítulo, vemos que a construção do projeto político-pedagógico exige do coor<strong>de</strong>nador pedagógico que<br />
seja um articulador, organizando a reflexão, a participação e os meios para a concretização do mesmo.
Unida<strong>de</strong> IV<br />
A <strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong> na<br />
Busca da Qualida<strong>de</strong> do Ensino<br />
Capítulo 9 – Conceituando Qualida<strong>de</strong> do Ensino<br />
Vimos, no <strong>de</strong>correr dos estudos, que o Projeto Político-Pedagógico construído coletivamente, articulado <strong>de</strong> forma<br />
participativa e visando à aquisição <strong>de</strong> competência pelo aluno passa a ser suporte fundamental da escola da qualida<strong>de</strong>.<br />
O coor<strong>de</strong>nador pedagógico atua como “maestro”, afinando sua orquestra, buscando a concretização <strong>de</strong>sse instrumento.<br />
Neste capítulo veremos o que é a qualida<strong>de</strong> da educação que muitos falam e poucos precisam seu significado.<br />
O que é a qualida<strong>de</strong> do ensino? Como <strong>de</strong>finir a escola <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>?<br />
Para conceituarmos a qualida<strong>de</strong> do ensino iremos mencionar os estudos <strong>de</strong> Oliveira (2002), a qual analisou, em sua<br />
dissertação <strong>de</strong> mestrado, os fatores que fazem uma escola ser <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />
Conforme a autora, a educação, entendida como prática transformadora e <strong>de</strong>mocrática que busca a excelência, visa a<br />
procedimentos didáticos e metodológicos centrados nos interesses, necessida<strong>de</strong>s características dos membros <strong>de</strong> seu<br />
processo, tendo o aluno como agente do processo.<br />
Assim, a qualida<strong>de</strong> do ensino formaliza-se por meio do projeto político-pedagógico. Nesse processo existem alguns fatores<br />
que <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>stacados.<br />
1. Equipe docente: atores envolvidos diretamente na execução do projeto político-pedagógico que, em constante processo<br />
<strong>de</strong> aprendizagem, implementam e acompanham o processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem, criando novos conhecimentos,<br />
<strong>de</strong>senvolvendo novas habilida<strong>de</strong>s e incorporando novos valores.<br />
Segundo Brzezinski (1996 apud 2002), o docente precisa <strong>de</strong> competência política (relações do indivíduo consigo mesmo,<br />
com o grupo e com a comunida<strong>de</strong>), competência técnica (procedimentos, técnicas e metodológicas) e competência<br />
científica (conteúdos transmitidos e produzidos).<br />
2. Relação professor-aluno: relação (interação) permeada <strong>de</strong> respeito mútuo. Assim essa relação diz respeito àquela<br />
que: “o aluno estabelece com o professor, com outros alunos e com o conhecimento, É que vai compondo e ampliando<br />
seu repertório <strong>de</strong> significados” (CENPEC, 1994).<br />
Para Cunha (1993), a relação professor-aluno é uma influência do trato do conteúdo e ensino, sendo fundamental a<br />
maneira como o professor relaciona-se com a sua área <strong>de</strong> conhecimento, assim como a própria percepção <strong>de</strong> ciência e a<br />
produção do conhecimento. Outra característica importante nessa relação é a metodologia utilizada pelo professor, pois<br />
na visão da autora: “Parece consequência natural que o professor que tem uma boa relação com os alunos preocupe-se<br />
com os métodos <strong>de</strong> aprendizagem e procure formas dialógicas <strong>de</strong> interação” (CUNHA, 1993, p.147).<br />
Pós-Graduação a Distância<br />
33
<strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong><br />
34<br />
A <strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong> na Busca da Qualida<strong>de</strong> do Ensino Unida<strong>de</strong> IV<br />
3. Objetivos: ponto <strong>de</strong> partida para se refletir sobre que formação se preten<strong>de</strong> que os alunos possuam, que a escola <strong>de</strong>seja<br />
proporcionar e tem condições <strong>de</strong> atingir. São, <strong>de</strong>ssa forma, referências que orientam a atuação educativa e apresentam<br />
diferentes categorias, que serão explicadas a seguir.<br />
• Capacida<strong>de</strong> cognitiva: influencia fortemente a postura do indivíduo em relação às metas que preten<strong>de</strong> atingir<br />
em diversas situações <strong>de</strong> vida, vinculando-se ao uso <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> representação e <strong>de</strong> comunicação, envolvendo<br />
a resolução <strong>de</strong> problemas.<br />
• Representação física: envolve o autoconhecimento, o uso do corpo na expressão das emoções, nos jogos.<br />
• Afetiva: refere-se a motivações, autoestima, sensibilida<strong>de</strong>, atitu<strong>de</strong>s no convívio social, sendo vinculada à<br />
valorização do resultado dos trabalhos produzidos e das ativida<strong>de</strong>s realizadas. Possibilita ao aluno compreen<strong>de</strong>r<br />
melhor a si mesmo e aos outros. Relaciona-se estreitamente com a relação interpessoal, que será <strong>de</strong>scrita a<br />
seguir.<br />
• Relação interpessoal: envolve compreen<strong>de</strong>r, conviver e trabalhar com os outros, <strong>de</strong>scobrindo as diferenças<br />
entre as pessoas. Permite ao aluno e professor <strong>de</strong>senvolver a empatia, colocar-se no lugar do outro.<br />
• Capacida<strong>de</strong> ética: possibilita ao aluno reger as próprias ações e tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão por meio <strong>de</strong> um sistema<br />
<strong>de</strong> princípios, segundo o qual se analisam os valores envolvidos nesses processos. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ssa<br />
capacida<strong>de</strong> permite compreen<strong>de</strong>r razões e consequências, permitindo a superação da rigi<strong>de</strong>z moral no julgamento<br />
e na atuação pessoal, nas relações interpessoais e na compreensão das relações sociais.<br />
• Capacida<strong>de</strong> estética: <strong>de</strong>senvolve a produção da arte, apreciando diferentes produções artísticas confeccionadas<br />
em diferentes culturas e momentos históricos.<br />
• Inserção social: refere-se à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o aluno perceber-se como parte integrante <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong> uma classe, <strong>de</strong> um ou vários grupos sociais e <strong>de</strong> comprometer-se pessoalmente com questões relevantes<br />
para a vida coletiva.<br />
Dentro <strong>de</strong>ssa perspectiva a escola <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, sensibilizada em fazer com que alunos <strong>de</strong>senvolvam capacida<strong>de</strong>s, ajusta<br />
sua maneira <strong>de</strong> ensinar, seleciona os conteúdos <strong>de</strong> modo a auxiliá-los a se a<strong>de</strong>quarem às várias vivências a que são<br />
expostos em seu universo cultural; consi<strong>de</strong>ra as capacida<strong>de</strong>s que os alunos possuem e as potencializa, preocupando-se<br />
com aqueles que encontram dificulda<strong>de</strong>s no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> suas capacida<strong>de</strong>s básicas.<br />
De acordo com os PCNs: “[...] é importante salientar que a escola tem como função potencializar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
todas as capacida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> modo a tornar o ensino mais humano, mais ético” (PCN, 1998).<br />
4. Currículo: para Sacristán (1998), o currículo po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido como a concretização das funções da escola e a<br />
forma particular <strong>de</strong> enfocá-las num momento histórico e social <strong>de</strong>terminado, para um nível ou modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> educação.<br />
Dessa forma, o currículo po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido como a concretização dos fins sociais e culturais que se atribui à educação<br />
escolarizada.<br />
Na visão <strong>de</strong> Rodrigues (1992), o currículo é a ativida<strong>de</strong> principal da escola, o instrumento mediante o qual a escola prepara<br />
o aluno para o exercício da cidadania. Assim, a escola <strong>de</strong>ve criar condições capazes <strong>de</strong> incorporar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
ações que levem o indivíduo a conhecer a sua realida<strong>de</strong> e, ao mesmo, reconhecer-se como sujeito capaz <strong>de</strong> transformá-la.<br />
Souza (1999b) diz que no currículo <strong>de</strong>vem estar presentes concepções que formam a sua essência.<br />
Complexida<strong>de</strong>: refere-se à varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas com que o currículo trabalha (professores, pais, funcionários, alunos);<br />
aos múltiplos objetos do processo (disciplinas, valores, culturas, práticas sociais); aos diversos processos e métodos<br />
pedagógicos; aos instrumentos e recursos tecnológicos.<br />
Multirreferencialida<strong>de</strong>: significa que o currículo <strong>de</strong>ve ser construído com base em um referencial múltiplo a partir<br />
<strong>de</strong> leis nacionais, estaduais e orientações do projeto político-pedagógico da própria escola, com toda carga cultural<br />
e expectativas.
A <strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong> na Busca da Qualida<strong>de</strong> do Ensino Unida<strong>de</strong> IV<br />
Subjetivida<strong>de</strong>: embora <strong>de</strong>finido coletivamente e dirigido a uma coletivida<strong>de</strong>, o currículo é capaz <strong>de</strong> ter um significado<br />
único para cada sujeito individualmente consi<strong>de</strong>rado.<br />
Conteúdo: na escola <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, o modo <strong>de</strong> conceber os conteúdos assume o papel principal, pois são por meio <strong>de</strong>stes<br />
que os objetivos são operacionalizados. Assim é importante que haja uma reflexão sobre a seleção dos conteúdos, não<br />
se restringindo apenas aos fatos e conceitos, mas também procedimentos, valores, normas e atitu<strong>de</strong>s.<br />
Conforme os PCNs (1998), os conteúdos são instrumentos para que os alunos <strong>de</strong>senvolvam as capacida<strong>de</strong>s que lhes<br />
permitam produzir e usufruir dos bens culturais, sociais e econômicos.<br />
Avaliação: entendida como um conjunto <strong>de</strong> atuações que orienta a intervenção pedagógica, acontece <strong>de</strong> forma contínua<br />
e sistemática. A avaliação <strong>de</strong> uma escola <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> ultrapassa o caráter classificatório que leva a excluir e supera<br />
o ato <strong>de</strong> medir quantitativamente os resultados (sobre esse tópico veremos no capítulo 11 um aprofundamento maior<br />
sobre o tema).<br />
Orientações didáticas: segundo os PCNs (1998), na escola <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser incluídas orientações que são<br />
subsídios à reflexão sobre como ensinar. Enten<strong>de</strong>ndo que o ensino não po<strong>de</strong> estar limitado a um único padrão, existem,<br />
nas orientações didáticas, alguns tópicos que são consi<strong>de</strong>rados importantes e que serão discutidos a seguir.<br />
• Autonomia: concebida ao mesmo tempo como uma capacida<strong>de</strong> a ser <strong>de</strong>senvolvida pelo aluno e, também,<br />
como um princípio didático geral e orientador das práticas pedagógicas. É uma opção metodológica que<br />
consi<strong>de</strong>ra o educando na construção <strong>de</strong> seus próprios conhecimentos, valorizando suas próprias experiências,<br />
seus conhecimentos prévios, a interação que acontece entre o professor e o aluno, além daquela que ocorre<br />
entre os alunos. Também se refere à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> posicionar-se, <strong>de</strong>senvolver projetos pessoais e coletivos,<br />
ter discernimento, estabelecer critérios e eleger princípios éticos, envolvendo aspectos intelectuais, morais,<br />
afetivos e políticos.<br />
• Diversida<strong>de</strong>: consi<strong>de</strong>rada como elemento essencial <strong>de</strong> uma escola <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. O professor <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar a<br />
diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada aluno, analisando suas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem e avaliando a eficácia das medidas<br />
adotadas.<br />
Essa escola tem como valor máximo o respeito às diferenças uma vez que são consi<strong>de</strong>radas um fator <strong>de</strong> enriquecimento.<br />
Esse princípio está comprometido com a equida<strong>de</strong>, na qual todos têm direito <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r.<br />
• Interação e cooperação: são princípios e objetivos <strong>de</strong> uma escola <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Dessa forma, são fundamentais<br />
as situações em que os alunos possam apren<strong>de</strong>r a dialogar, a ouvir o outro e ajudá-lo, a pedir ajuda, receber<br />
críticas, posicionar-se, coor<strong>de</strong>nar ações para ter êxito em tarefas conjuntas etc. Nessa escola é essencial<br />
apren<strong>de</strong>r procedimentos <strong>de</strong>ssa natureza e valorizá-los como forma <strong>de</strong> convívio escolar e social.<br />
• Disponibilida<strong>de</strong> para a aprendizagem: é necessário o envolvimento do aluno na aprendizagem, o empenho em<br />
estabelecer relações entre o que já sabe e o que está apren<strong>de</strong>ndo, em usar os instrumentos a<strong>de</strong>quados que<br />
conhece e dispõe para alcançar a maior compreensão possível. Essa aprendizagem exige uma ousadia para<br />
se colocar problemas, buscar soluções e experimentar novos caminhos, <strong>de</strong> maneira totalmente diferente da<br />
aprendizagem mecânica, na qual o aluno limita seu esforço apenas em memorizar ou estabelecer relações<br />
diretas e superficiais.<br />
• Organização do tempo: permite ao professor criar situações em que o aluno, progressivamente, controla a<br />
realização <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s. Por meio <strong>de</strong> erros e acertos, o aluno toma consciência <strong>de</strong> suas possibilida<strong>de</strong>s,<br />
construindo mecanismos <strong>de</strong> auto-regulação que possibilitam <strong>de</strong>cidir como organizar seu tempo. Por essa razão,<br />
são importantes as ativida<strong>de</strong>s em que o professor é apenas o orientador do trabalho, cabendo aos alunos o<br />
planejamento e a execução.<br />
• Organização do espaço: <strong>de</strong>ve estar em consonância com a construção da autonomia. Assim é preciso consi<strong>de</strong>rar<br />
que as carteiras sejam móveis, que os alunos tenham acesso aos materiais <strong>de</strong> uso diário, que as pare<strong>de</strong>s sejam<br />
utilizadas para exposição <strong>de</strong> trabalhos, tendo a possibilida<strong>de</strong> inclusive <strong>de</strong> os alunos assumirem a responsabilida<strong>de</strong><br />
Pós-Graduação a Distância<br />
35
<strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong><br />
36<br />
A <strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong> na Busca da Qualida<strong>de</strong> do Ensino Unida<strong>de</strong> IV<br />
pela <strong>de</strong>coração, or<strong>de</strong>m e limpeza da classe. Quando o espaço é tratado <strong>de</strong>ssa maneira, passa a ser objeto <strong>de</strong><br />
aprendizagem e respeito.<br />
• Seleção <strong>de</strong> material: há na escola <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais, a fim <strong>de</strong> que os conteúdos possam<br />
ser tratados da maneira mais ampla possível. Para o livro didático é dada uma especial atenção no que<br />
concerne à sua qualida<strong>de</strong>, à coerência e a eventuais restrições que apresentem em relação aos objetivos<br />
educacionais propostos. Embora seja importante e exerça gran<strong>de</strong> influência, esse não é o único material<br />
a ser trabalhado, utilizando-se, também, jornais, revistas, folhetos, propagandas, enfim materiais que<br />
possibilitem ao aluno estabelecer vínculos entre o que se passa na escola e no mundo. Importantíssima<br />
também é a necessida<strong>de</strong> do uso do computador pelos alunos e pela escola como um todo, sendo a tecnologia<br />
um instrumento <strong>de</strong> aprendizagem escolar para que os alunos possam estar atualizados em relação às<br />
<strong>de</strong>mandas sociais presentes e futuras.<br />
Para saber mais sobre os PCNs e qualida<strong>de</strong>, sugerimos a leitura<br />
do fascículo:<br />
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria <strong>de</strong><br />
Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:<br />
introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/<br />
SEF, 1998.<br />
Fonte: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf<br />
• Participação dos pais: a escola <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> tem os pais dos alunos como co-participantes no processo <strong>de</strong><br />
educação <strong>de</strong> seus filhos. Essa relação foi estudada por Paro (2000) e será analisada adiante.<br />
Na visão do autor, para ser <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, a escola precisa da a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> sua comunida<strong>de</strong> (dos alunos, pais e<br />
responsáveis) aos propósitos educativos a que ela <strong>de</strong>ve visar, resultando em ações efetivas que contribuem<br />
para o êxito dos estudantes.<br />
Uma <strong>de</strong>ssas ações seria a escola <strong>de</strong>spertar, em seus alunos, o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r, tendo presente a continuida<strong>de</strong><br />
entre a educação familiar e escolar, i<strong>de</strong>ntificando formas <strong>de</strong> buscar a a<strong>de</strong>são da família para a sua tarefa <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolver nos educandos atitu<strong>de</strong>s positivas em relação ao apren<strong>de</strong>r e ao ensinar.<br />
Antes <strong>de</strong> prosseguir os estudos, sugerimos que você dê uma pausa<br />
na leitura e reflita sobre o que foi dito até agora. Verifique os<br />
aspectos que caracterizam uma escola <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />
Faça um resumo, caracterizando a escola <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />
Justifique, com exemplos, escrevendo um texto <strong>de</strong> aproximadamente<br />
10 linhas.<br />
Aponte pelo menos quatro características que não foram abordadas<br />
e que você consi<strong>de</strong>ra i<strong>de</strong>al em uma escola <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />
Encaminhe para o e-mail do tutor da disciplina.
A <strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong> na Busca da Qualida<strong>de</strong> do Ensino Unida<strong>de</strong> IV<br />
Capítulo 10 – O Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico<br />
e a Formação Continuada<br />
A Educação Continuada faz-se necessária pela própria natureza<br />
do saber e do fazer humanos como práticas que se transformam<br />
constantemente. A realida<strong>de</strong> muda e o saber que construímos<br />
sobre ela precisa ser revisto e ampliado sempre. Dessa forma,<br />
um programa <strong>de</strong> educação continuada se faz necessário para<br />
atualizarmos nossos conhecimentos, principalmente para<br />
analisarmos as mudanças que ocorrem em nossa prática,<br />
bem como atribuirmos direções esperadas a essas mudanças.<br />
CHIRSTOV apud GUIMARÃES, 2006, p. 9.<br />
Przybylski, 1985.<br />
Vimos, em unida<strong>de</strong>s anteriores, que o coor<strong>de</strong>nador pedagógico tem papel imprescindível na escola. Ele atua na escola<br />
em diversas instâncias, sempre tendo como foco a apropriação do saber historicamente acumulado pelo aluno. Assim, o<br />
professor, responsável direto pela formação do aluno, <strong>de</strong>ve estar sempre se atualizando, estudando, buscando cada vez<br />
mais o aprimoramento <strong>de</strong> sua prática.<br />
Você concorda com essa i<strong>de</strong>ia? Por quê? Reflita um pouco sobre<br />
a relação coor<strong>de</strong>nação pedagógica e formação dos professores.<br />
Os autores <strong>de</strong>nominam <strong>de</strong> forma diversa o programa <strong>de</strong> aperfeiçoamento docente: Formação Continuada, Educação<br />
Continuada, Treinamento em Serviço. Porém são unânimes ao afirmar que a formação continuada é uma das atribuições<br />
mais importantes do coor<strong>de</strong>nador pedagógico.<br />
Em nossos estudos, vamos utilizar o termo Formação Continuada por acreditarmos que este se aproxima mais <strong>de</strong> um<br />
programa <strong>de</strong> construção da autonomia intelectual do corpo docente.<br />
De acordo com Christov (2006), a Educação Continuada é atribuição essencial do coor<strong>de</strong>nador pedagógico, <strong>de</strong>vendo ser<br />
composta <strong>de</strong> várias ações: cursos, seminários, simpósios, mas também, trabalho pedagógico coletivo, reuniões planejadas<br />
e sistematizadas, orientações técnicas e estudos individuais.<br />
Placco (2001, p. 26-27), refere-se à Formação Continuada como:<br />
Um processo complexo e multi<strong>de</strong>terminado, que ganha materialida<strong>de</strong> em múltiplos espaços/ativida<strong>de</strong>s,<br />
não se restringindo a cursos e/ou treinamentos, e que favorece a apropriação <strong>de</strong> conhecimentos,<br />
estimula a busca <strong>de</strong> outros saberes e introduz uma fecunda inquietação contínua com o já conhecido...<br />
Pós-Graduação a Distância<br />
37
<strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong><br />
38<br />
A <strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong> na Busca da Qualida<strong>de</strong> do Ensino Unida<strong>de</strong> IV<br />
Geglio (2006, p. 113) <strong>de</strong>fine a Formação Continuada dos professores como:<br />
Consi<strong>de</strong>ro essa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formação aquela que ocorre no próprio local <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>sse<br />
profissional, ou seja, na escola. [...] Refiro-me a ela como um meio contínuo e consequente para a<br />
Formação Continuada <strong>de</strong>sses professores. Um contexto natural e legítimo para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong>ssa prática. Uma ação que acontece no coletivo, e no coletivo dos pares, juntamente com a figura<br />
do coor<strong>de</strong>nador pedagógico.<br />
A Formação Continuada <strong>de</strong>ssa forma acontece como etapa <strong>de</strong> preparação do profissional da educação. Devemos então<br />
nos atentar para a palavra continuada, que significa que esse processo <strong>de</strong> aperfeiçoamento nunca terá fim, <strong>de</strong>vendo<br />
ser constantemente alimentado e estimulado.<br />
Perrenoud (2000) enten<strong>de</strong> a formação continuada enquanto a última das <strong>de</strong>z competências profissionais a serem<br />
cultivadas com priorida<strong>de</strong> pelo professor. Última, não por ter menos importância que as <strong>de</strong>mais, mas, ao contrário, por<br />
ser essa competência a responsável pela manutenção e pelo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> todas as outras adquiridas ao longo da<br />
vida, seja profissional, seja pessoal.<br />
Assim, a Formação Continuada na escola <strong>de</strong>ve se constituir em um espaço <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> novos conhecimentos, <strong>de</strong><br />
troca <strong>de</strong> diferentes saberes e <strong>de</strong> repensar e transformar o trabalho dos professores.<br />
Para Libâneo (2004, p. 227), a Formação Continuada <strong>de</strong>ve fazer parte das próprias condições <strong>de</strong> trabalho do professor<br />
e respon<strong>de</strong>r às transformações que passa a escola:<br />
A Formação Continuada é o prolongamento da formação inicial visando ao aperfeiçoamento profissional<br />
teórico e pratico no próprio contexto <strong>de</strong> trabalho e ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma cultura geral mais<br />
ampla, para alem do exercício profissional.<br />
Na visão <strong>de</strong> Mello (2004), a formação continuada vem ao encontro da necessida<strong>de</strong> legítima do profissional estar apren<strong>de</strong>ndo<br />
sempre e <strong>de</strong>ve apresentar algumas características.<br />
• A formação continuada <strong>de</strong>ve ser dirigida ao corpo docente no coletivo, não aos professores isoladamente e<br />
terá como eixo a <strong>de</strong>manda concreta dos professores que participam da formação.<br />
• Acontece no horário <strong>de</strong> trabalho e é parte da atuação docente.<br />
• Valoriza o papel da equipe responsável pelo planejamento das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> formação, evitando ações elaboradas<br />
externamente.<br />
• É instrumento básico <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento profissional.<br />
• O professor autogerencia sua própria formação continuada, <strong>de</strong>senvolvendo projetos pessoais <strong>de</strong> estudo e<br />
trabalho.<br />
Partindo <strong>de</strong>sse pressuposto, po<strong>de</strong>mos perceber que o coor<strong>de</strong>nador pedagógico ao trabalhar a formação dos professores<br />
<strong>de</strong>ve criar na escola uma cultura <strong>de</strong> permanente transformação, atuando como incentivador da aprendizagem permanente,<br />
da troca <strong>de</strong> experiências e do crescimento profissional dos professores. (Módulo Coor<strong>de</strong>nador Pedagógico, Agência <strong>de</strong><br />
Certificação Ocupacional, Secretaria <strong>de</strong> Educação, governo da Bahia, p. 5).<br />
De acordo com Placco (2005), o coor<strong>de</strong>nador pedagógico <strong>de</strong>ve ajudar os professores a refletir sobre a própria atuação em<br />
sala <strong>de</strong> aula. Concordando com essa autora, Libâneo afirma que coor<strong>de</strong>nador pedagógico possibilitaria aos professores não<br />
somente a reflexão sobre a prática docente, buscando o entendimento das dificulda<strong>de</strong>s encontradas, como a resolução<br />
dos conflitos no coletivo da escola.<br />
Outra atribuição do coor<strong>de</strong>nador pedagógico é <strong>de</strong> propiciar momentos <strong>de</strong> estudos para e com os educadores com os quais
A <strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong> na Busca da Qualida<strong>de</strong> do Ensino Unida<strong>de</strong> IV<br />
trabalha. Assim, este profissional:<br />
Deve incumbir-se <strong>de</strong> orientar e auxiliar esta formação, a fim <strong>de</strong> que os professores <strong>de</strong>senvolvam e<br />
aperfeiçoem suas habilida<strong>de</strong>s, renovando conhecimentos, repensando a práxis educativa, buscando<br />
novas metodologias <strong>de</strong> trabalho e aliando teoria e prática, uma vez que não existe a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
dicotomia entre uma e outra.<br />
A Formação Continuada para ocorrer <strong>de</strong> forma efetiva precisa priorizar a cooperação, o trabalho coletivo e a reflexão critica<br />
dos docentes sobre as suas próprias práticas. Partindo <strong>de</strong>sse pressuposto, po<strong>de</strong>mos inferir que ao atuar no aprimoramento<br />
do corpo docente o coor<strong>de</strong>nador pedagógico enfoca também uma questão crucial que é a valorização do professor. A<br />
formação continuada só efetivamente se concretizará se forem <strong>de</strong>senvolvidas a auto-estima e motivação do professor.<br />
Para concluir, po<strong>de</strong>mos perceber que o coor<strong>de</strong>nador pedagógico, ao trabalhar a escola como lócus <strong>de</strong> formação continuada<br />
e atuar no <strong>de</strong>senvolvimento profissional do professor, acaba por consequência, aprimorando e <strong>de</strong>senvolvendo sua própria<br />
prática.<br />
A Formação Continuada é elemento crucial da coor<strong>de</strong>nação<br />
pedagógica, sendo uma atribuição muito importante, pois age<br />
diretamente sobre e na prática do professor.<br />
Assim, escreva a sua trajetória <strong>de</strong> formação, inicial e continuada.<br />
Quais foram as ações que você, caro aluno, realizou nesse sentido. O<br />
que você preten<strong>de</strong> fazer futuramente para continuar sua formação?<br />
Descreva <strong>de</strong>talhadamente e encaminhe o seu texto para a tutora.<br />
Pós-Graduação a Distância<br />
39
<strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong><br />
40<br />
A <strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong> na Busca da Qualida<strong>de</strong> do Ensino Unida<strong>de</strong> IV<br />
Capítulo 11 – A Avaliação como Elemento<br />
Indispensável da Ação Coor<strong>de</strong>nativa<br />
Nesta unida<strong>de</strong> vamos estudar a avaliação da escola como aliada da coor<strong>de</strong>nação pedagógica na busca da qualida<strong>de</strong>. Para<br />
isso, vamos rever os conhecimentos abordando alguns conceitos sobre a avaliação.<br />
Para Oliveira (2002), a avaliação permeia todo o projeto pedagógico, possibilitando não só a i<strong>de</strong>ntificação dos problemas,<br />
mas também das possíveis soluções, possibilitando os ajustes para uma escola <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />
A avaliação vista como acompanhamento da aprendizagem é contínua, é uma espécie <strong>de</strong> mapeamento<br />
que vai i<strong>de</strong>ntificando as conquistas e os problemas dos alunos em seu <strong>de</strong>senvolvimento. Desta forma,<br />
tem caráter investigativo e processual. Ao invés <strong>de</strong> estar a serviço da nota, a avaliação passa a<br />
contribuir com a função básica da escola, que é promover o conhecimento e, para o professor,<br />
transforma-se num recurso preciosos <strong>de</strong> diagnóstico (CENPEC, 1994).<br />
Segundo os PCN (1998), a avaliação, entendida como um conjunto <strong>de</strong> atuações que orienta a intervenção pedagógica,<br />
acontece contínua e sistematicamente por meio da interpretação qualitativa do conhecimento do aluno. Dessa forma, é<br />
um subsidio do professor, fornecendo-lhe meios para uma reflexão <strong>de</strong> sua prática, para a criação <strong>de</strong> novas metodologias<br />
e retomadas <strong>de</strong> aspectos que <strong>de</strong>veriam ser repensados no processo <strong>de</strong> aprendizagem individual ou <strong>de</strong> grupo. Para o aluno,<br />
a avaliação é o instrumento <strong>de</strong> consciência <strong>de</strong> suas conquistas e dificulda<strong>de</strong>s. No que diz respeito à escola, a avaliação<br />
tem a função <strong>de</strong> localizar os aspectos educacionais que <strong>de</strong>mandam maior apoio, possibilitando a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s.<br />
Assim, a avaliação é um meio <strong>de</strong> ajustes constantes, num mecanismo <strong>de</strong> regulação do processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem,<br />
contribuindo efetivamente para que o ato educativo tenha êxito.<br />
A escola que tem o compromisso com o <strong>de</strong>senvolvimento do potencial do aluno, que se expressa pela qualida<strong>de</strong> das<br />
relações que estabelece e pela profundida<strong>de</strong> dos saberes construídos, tem na avaliação, uma referência à análise <strong>de</strong><br />
seus objetivos, que lhe permite redimensionar investimentos, <strong>de</strong> modo que os alunos aprendam cada vez mais. Dentro<br />
<strong>de</strong>ssa concepção, é consi<strong>de</strong>rado tanto o processo que o aluno <strong>de</strong>senvolve como o produto alcançado, <strong>de</strong> forma que não<br />
se aplica apenas ao aluno, mas também, às condições oferecidas para que a aprendizagem ocorra.<br />
Dentro <strong>de</strong>ssa concepção, na escola <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> a avaliação não é tarefa somente dos professores, também o aluno<br />
realiza a autoavaliação:<br />
A autoavaliação é uma situação <strong>de</strong> aprendizagem em que o aluno <strong>de</strong>senvolve estratégias <strong>de</strong> análise<br />
e interpretação <strong>de</strong> suas produções e dos diferentes procedimentos para se avaliar. Além <strong>de</strong>sse<br />
aprendizado ser, em si, importante, porque é central para a construção da autonomia dos alunos,<br />
cumpre o papel <strong>de</strong> contribuir com a objetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejada na avaliação, uma vez que esta só po<strong>de</strong>rá<br />
ser construída com a coor<strong>de</strong>nação dos diferentes pontos <strong>de</strong> vista tanto do aluno quanto do professor<br />
(PCN, 1998).<br />
Na visão <strong>de</strong> Villas Boas (2005), a avaliação acontece para que se verifique o que o aluno já apren<strong>de</strong>u, a fim <strong>de</strong> que se<br />
provi<strong>de</strong>nciem os meios necessários para a continuida<strong>de</strong> dos estudos. Assim, a avaliação é uma gran<strong>de</strong> aliada do professor,<br />
pois avalia-se para a promoção da aprendizagem do aluno, sendo ambas avaliação e aprendizagem indissociáveis. Além<br />
disso, a avaliação ocorre também para investigar o <strong>de</strong>senvolvimento do trabalho <strong>de</strong> toda a escola e o da sala <strong>de</strong> aula,<br />
sendo criada <strong>de</strong>ssa forma a cultura avaliativa, baseada na parceria, respeito mútuo, serieda<strong>de</strong> e rigor.<br />
Importante também é a <strong>de</strong>finição que um dos maiores estudiosos brasileiros, Luckesi (2003) faz sobre a avaliação. Para<br />
o autor, a avaliação é um ato <strong>de</strong> qualificação da realida<strong>de</strong>, a partir <strong>de</strong> dados relevantes, para uma tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />
sobre o que está ocorrendo na perspectiva <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r a intervenção e melhorar os resultados.
A <strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong> na Busca da Qualida<strong>de</strong> do Ensino Unida<strong>de</strong> IV<br />
Para Libâneo (2004), é preciso distinguir a avaliação do aproveitamento escolar do aluno (avaliação da aprendizagem)<br />
e a avaliação institucional. Na primeira os professores avaliam a aprendizagem do aluno e também são avaliados por<br />
ele, com bases no processo ensino-aprendizagem. A segunda tem como objetivo realizar um diagnóstico mais amplo do<br />
sistema educacional como um todo e também da escola, em âmbito local. Dessa forma:<br />
A avaliação da escola é um processo pelo qual os especialistas (diretor, coor<strong>de</strong>nador pedagógico) e<br />
os professores discutem e avaliam sua escola em função do aprimoramento pedagógico-curricular e<br />
da qualida<strong>de</strong> do ensino (Libâneo, 2004, p. 254).<br />
Sobre a avaliação realizada na escola, este autor aponta alguns aspectos que tem que ser consi<strong>de</strong>rados.<br />
• Diagnóstico sobre a escola: dados estatísticos sobre a escola, reprovação, evasão, situação socioeconômica<br />
da comunida<strong>de</strong>.<br />
• Clima organizacional da escola: tipo <strong>de</strong> direção, envolvimento da equipe, relações interpessoais na escola, etc.<br />
• Acompanhamento do rendimento dos alunos: análise sistemática dos resultados em cada turma.<br />
• Avaliação da execução do projeto político-pedagógico: avaliação da escola no seu conjunto, dos objetivos<br />
propostos e ações para serem concretizados.<br />
• Avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho dos professores: por meio da observação sistemática <strong>de</strong> suas aulas, do diálogo e<br />
da reflexão conjunta entre os professores, direção e coor<strong>de</strong>nação da escola.<br />
Mas qual é o papel da coor<strong>de</strong>nação pedagógica na avaliação?<br />
Lomonico (1987, p.30) ajuda-nos a enten<strong>de</strong>r o papel do coor<strong>de</strong>nador pedagógico na avaliação da escola, apontando os<br />
indicadores que viabilizam esse processo.<br />
• Elaboração <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> avaliação do <strong>de</strong>sempenho dos professores.<br />
• Registro e avaliação das condições materiais e humanas da escola que interferem no processo ensinoaprendizagem<br />
e proposição <strong>de</strong> medidas para sanar <strong>de</strong>ficiências.<br />
• Levantamento com os professores dos fatores que contribuíram negativamente ou positivamente no rendimento<br />
escolar.<br />
• Análise dos instrumentos <strong>de</strong> avaliação elaborados pelos professores, bimestralmente.<br />
• Estudo com a equipe docente dos problemas relativos à frequência dos alunos.<br />
• Registros e gráficos estatísticos bimestrais do rendimento escolar dos alunos <strong>de</strong> cada classe e série e por<br />
matéria <strong>de</strong> currículo.<br />
• Relatórios da avaliação quantitativa e qualitativa da metas propostas no programa curricular.<br />
Verificamos que a avaliação da escola é uma função primordial da coor<strong>de</strong>nação pedagógica na busca da qualida<strong>de</strong> do<br />
ensino. Assim, é especialíssima a função do coor<strong>de</strong>nador pedagogo nesse processo. Batista e Seiffert (2006) afirmam<br />
que avaliar e coor<strong>de</strong>nar são verbos-atos da complexa tarefa <strong>de</strong> educar. Dessa forma:<br />
Pós-Graduação a Distância<br />
41
<strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong><br />
42<br />
A <strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong> na Busca da Qualida<strong>de</strong> do Ensino Unida<strong>de</strong> IV<br />
O coor<strong>de</strong>nador po<strong>de</strong>, em suas relações com a aprendizagem, ensino e avaliação, ser um sujeito que<br />
pergunta e <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ia questões, ao mesmo tempo que escuta, busca alternativas e altera seus<br />
próprios questionamentos <strong>de</strong> provedor <strong>de</strong> respostas a mediador das interrogações. (BATISTA e<br />
SEIFFERT, 2006, 164).<br />
Verificamos que, na avaliação que acontece na escola, o aluno<br />
tem papel fundamental nesse processo, sendo sujeito <strong>de</strong> sua<br />
aprendizagem. Assim, construa um exemplo <strong>de</strong> autoavaliação<br />
realizado pelo aluno. Vamos lá! É mais simples do que parece. Para<br />
facilitar, este instrumento já está iniciado e você <strong>de</strong>verá continuá-lo.<br />
Encaminhe-o para o e-mail da tutora.<br />
Ficha <strong>de</strong> autoavaliação do aluno em relação à aprendizagem<br />
Perguntas Sempre Às vezes Nunca Por quê?<br />
1. Meus ca<strong>de</strong>rnos estão<br />
sempre em or<strong>de</strong>m?<br />
2.<br />
3.<br />
4.<br />
5.<br />
6.<br />
7.<br />
8.<br />
9.<br />
10.<br />
Para saber mais sobre avaliação, sugerimos a leitura da obra:<br />
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem na escola:<br />
reelaborando conceitos e recriando a prática. Salvador: Malabares<br />
Comunicação e Eventos, 2003.
Para (não) Finalizar<br />
Muito bem! Você concluiu o Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Estudos e Pesquisa da disciplina <strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong>.<br />
Cada capítulo foi concebido com muito carinho sobre os temas que buscassem aprofundar conhecimentos, propiciando<br />
reflexões críticas que fossem importantes na construção <strong>de</strong> novos referenciais e que fossem potencialmente significativos<br />
em sua prática profissional.<br />
No transcorrer dos estudos <strong>de</strong>sta disciplina direcionamos o foco para a concepção atual <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação pedagógica, <strong>de</strong><br />
assessoramento do corpo docente por meio do diálogo reflexivo e constante avaliação, findando por completo a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />
supervisão como tarefa essencialmente fiscalizadora no cumprimento das exigências burocráticas da escola.<br />
Vimos que a coor<strong>de</strong>nação pedagógica tem a importante tarefa <strong>de</strong> contribuir para a qualida<strong>de</strong>, buscando acolher o<br />
professor, orientando-o, fazendo com que a escola seja locus <strong>de</strong> permanente reflexão e aperfeiçoamento profissional<br />
docente.<br />
Salientamos que o coor<strong>de</strong>nador pedagógico precisa, por meio da sua atuação, consolidar sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> profissional, não<br />
com autoritarismo, mas exercendo a li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> forma respeitosa. Quando isso não acontece, ocorrem as chamadas<br />
disfunções que fazem com que esse profissional não seja respeitado e perca o seu real sentindo na organização do<br />
trabalho da escola.<br />
Estudamos, também, que a coor<strong>de</strong>nação pedagógica <strong>de</strong>ve ser elemento <strong>de</strong> articulador com a comunida<strong>de</strong>, buscando<br />
trazê-la para o interior da escola. Para tanto, o Projeto Político-Pedagógico é construído <strong>de</strong> forma participativa visando<br />
à autonomia da escola.<br />
Por último, gostaríamos <strong>de</strong> lembrar que o aluno e seu pleno <strong>de</strong>senvolvimento é a mais legítima preocupação do<br />
coor<strong>de</strong>nador pedagógico. Partindo <strong>de</strong>sse pressuposto a coor<strong>de</strong>nação pedagógica dá enorme importância ao processo<br />
avaliativo, tanto em relação à aprendizagem do aluno, quanto em relação as condições da escola para respon<strong>de</strong>r às<br />
suas necessida<strong>de</strong>s.<br />
Salientamos que não tivemos o intuito <strong>de</strong> esgotar os temas abordados, mesmo porque isso seria uma tarefa impossível<br />
<strong>de</strong>vido à complexida<strong>de</strong> dos mesmos e pelo tempo <strong>de</strong> que dispomos. Assim, cabe a você, caro aluno, buscar o aprofundamento<br />
das questões tratadas, aqui, a partir <strong>de</strong> sua atuação pedagógica e interesses próprios.<br />
Esperamos ter contribuído para a sua formação como profissional competente, crítico e reflexivo. Obrigada por fazer<br />
parte <strong>de</strong> seu processo <strong>de</strong> aperfeiçoamento profissional!<br />
Finalmente, gostaria <strong>de</strong> citar Paulo Freire, que resume, <strong>de</strong> forma genial, a real função da coor<strong>de</strong>nação pedagógica, a <strong>de</strong><br />
fazer com que o aluno aprenda, se <strong>de</strong>senvolva, tenha sucesso em sua vida acadêmica e seja feliz.<br />
Pós-Graduação a Distância<br />
43
<strong>Coor<strong>de</strong>nação</strong> <strong>Pedagógica</strong><br />
44<br />
Para (não) Finalizar<br />
A ESCOLA<br />
(Paulo Freire)<br />
Escola é...<br />
o lugar on<strong>de</strong> se faz amigos<br />
não se trata só <strong>de</strong> prédios, salas, quadros,<br />
programas, horários, conceitos...<br />
Escola é, sobretudo, gente,<br />
gente que trabalha, que estuda,<br />
que se alegra, se conhece, se estima.<br />
O diretor é gente,<br />
O coor<strong>de</strong>nador é gente, o professor é gente,<br />
o aluno é gente,<br />
cada funcionário é gente.<br />
E a escola será cada vez melhor<br />
na medida em que cada um<br />
se comporte como colega, amigo, irmão.<br />
Nada <strong>de</strong> ‘’ilha cercada <strong>de</strong> gente por todos os lados”.<br />
Nada <strong>de</strong> conviver com as pessoas e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>scobrir<br />
que não tem amiza<strong>de</strong> a ninguém<br />
nada <strong>de</strong> ser como o tijolo que forma a pare<strong>de</strong>,<br />
indiferente, frio, só.<br />
Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,<br />
é também criar laços <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong>,<br />
é criar ambiente <strong>de</strong> camaradagem,<br />
é conviver, é se “amarrar nela”!<br />
Ora , é lógico...<br />
numa escola assim vai ser fácil<br />
estudar, trabalhar, crescer,<br />
fazer amigos, educar-se,<br />
ser feliz."<br />
Fonte: http://www.paulofreire.org<br />
Fonte:http://www.hunika.com/.br
Referências<br />
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2001a.<br />
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