Magneti desenvolve camisas de cilindro em alumínio - Abal
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consi<strong>de</strong>ravelmente a resistência ao <strong>de</strong>sgaste da liga. Contudo, ligas com gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
silício também po<strong>de</strong>m ser um probl<strong>em</strong>a, uma vez que fragilizam o material. Para <strong>de</strong>satar esse<br />
nó, os pesquisadores realizam testes com uma centrífuga que permita concentrar o el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong><br />
liga apenas na área exposta à abrasão e na quantida<strong>de</strong> exata.<br />
Como o silício apresenta menor <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> que o <strong>alumínio</strong>, quando vazado numa centrífuga numa<br />
velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1500 rotações por minuto, ele ten<strong>de</strong> a se concentrar na pare<strong>de</strong> interna da camisa.<br />
“Nestas condições, estariam atendidos os requisitos <strong>de</strong> resistência ao <strong>de</strong>sgaste na superfície<br />
interna da camisa <strong>de</strong>vido ao alto teor <strong>de</strong> silício segregado e ao mesmo t<strong>em</strong>po o componente não<br />
fragilizaria, pois o restante da camisa teria teor <strong>de</strong> silício mais baixo”, explica um dos<br />
coor<strong>de</strong>nadores do projeto e professor <strong>de</strong> engenharia <strong>de</strong> materiais da universida<strong>de</strong>, Antonio<br />
Augusto Couto.<br />
Os engenheiros agora estudam os parâmetros ótimos da fundição, como as velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
rotação da centrífuga e <strong>de</strong> vazamento do metal líquido e as t<strong>em</strong>peraturas do <strong>alumínio</strong> e do<br />
mol<strong>de</strong>. “Já realizamos alguns testes muito b<strong>em</strong>-sucedidos, <strong>em</strong> que a espessura da camisa ficou<br />
uniforme. Mas ainda perceb<strong>em</strong>os alguns vazios internos e t<strong>em</strong>os que ajustar algumas variáveis<br />
para que o silício vá para on<strong>de</strong> t<strong>em</strong> que ir”, diz Couto.<br />
Vantagens do <strong>alumínio</strong> centrifugado<br />
Atualmente, segundo o mentor do projeto junto ao Mackenzie, Gilson Vicentini, gerente<br />
comercial da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> camisa, há no mínimo meia dúzia <strong>de</strong> tecnologias para fabricação <strong>de</strong><br />
<strong>camisas</strong> <strong>de</strong> <strong>alumínio</strong> para blocos. “Mas o processo por centrifugação é o que mais apostamos”,<br />
explica. Entre as principais vantagens, estão: alta produtivida<strong>de</strong> (expectativa <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />
quatro <strong>camisas</strong> por minuto), melhoria das proprieda<strong>de</strong>s mecânicas e menor porosida<strong>de</strong> do<br />
material, evitando futuras fraturas.<br />
Couto, do Mackenzie, explica: “Outros processos <strong>de</strong> fundição, como a fundição por gravida<strong>de</strong>,<br />
gera um produto com um elevado nível <strong>de</strong> porosida<strong>de</strong>, in<strong>de</strong>sejável para todas as proprieda<strong>de</strong>s<br />
mecânicas da liga. Com a fundição por centrifugação, o nível <strong>de</strong> porosida<strong>de</strong> é extramente baixo,<br />
melhorando todas as proprieda<strong>de</strong>s mecânicas das ligas <strong>de</strong> <strong>alumínio</strong>”, explica. Segundo ele, a<br />
força provocada pela centrifugação pressiona o metal líquido contra a pare<strong>de</strong> do mol<strong>de</strong><br />
diminuindo a porosida<strong>de</strong> da liga, diz. Além do baixo peso, as ligas com Al-Si agregam vantagens<br />
como alta flui<strong>de</strong>z, baixa contração nos fundidos, elevada resistência à corrosão, boa<br />
soldabilida<strong>de</strong>, fácil brasag<strong>em</strong> e baixo coeficiente <strong>de</strong> expansão térmica.<br />
O estudo ainda está <strong>em</strong> fase preliminar, mas entre os pesquisadores da <strong>Magneti</strong> e do Mackenzie,<br />
o otimismo é gran<strong>de</strong>. Atualmente, até mesmo veículos equipados com motores <strong>em</strong> <strong>alumínio</strong>,<br />
como o Fit, da Honda, (veja reportag<strong>em</strong>) ainda levam <strong>camisas</strong> <strong>de</strong> ferro fundido. Se a viabilida<strong>de</strong><br />
da utilização <strong>de</strong>ssa liga <strong>em</strong> alguns tipos <strong>de</strong> motores se confirmar, será não apenas um feito<br />
inédito como a abertura <strong>de</strong> um mercado promissor e já bastante <strong>de</strong>mandado.