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ALUAUTO: alumínio em automotivos - Abal

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+ Entrevista:<br />

Políticas públicas<br />

+ Reengenharia:<br />

Integração de peças<br />

+ Transportes:<br />

Mais carga, por menos<br />

+ Mercado:<br />

Consumo de <strong>alumínio</strong> irá dobrar<br />

+ Tendência:<br />

América do Norte<br />

Dieta rígida<br />

Redução no peso dos automóveis passa necessariamente por aumento no consumo<br />

do <strong>alumínio</strong>, que deverá dobrar até 2025. A previsão é um crescimento expressivo<br />

nos próximos anos tanto nos Estados Unidos como na Europa, conforme trabalhos<br />

divulgados pela Ducker e BBC Research<br />

Um corpo bonito, com medidas perfeitas e mais leves deixou de ser preocupação somente<br />

para modelos e manequins no mundo da moda há algum t<strong>em</strong>po. As pessoas do mundo todo<br />

controlam seus pesos como forma de preservar a saúde. A indústria automobilística também<br />

passou a adotar tal filosofia nos veículos produzidos com o mesmo objetivo: preservar a<br />

saúde, mas do meio-ambiente. Logicamente, essa verdadeira dieta pela qual passam os<br />

automóveis serve também para economizar recursos, aprimorar e racionalizar processos e<br />

aumentar a segurança e a eficiência no consumo.<br />

Enquanto o inimigo a ser combatido no corpo humano é a gordura, a dieta imposta aos<br />

veículos se concentra no <strong>em</strong>prego cada vez mais intenso de itens com menor peso,<br />

principalmente fabricados <strong>em</strong> <strong>alumínio</strong>. Se mundialmente essa aplicação se concentrava no<br />

sist<strong>em</strong>a powertrain, <strong>em</strong> trocadores de calor e rodas – itens que ainda lideram o consumo de<br />

<strong>alumínio</strong> automotivo – agora esse metal ganha mercado rapidamente <strong>em</strong> outras partes do<br />

automóvel, como capôs, porta-malas, para-choques, acoplamentos de direção e braços de<br />

suspensão, conforme revelam pesquisa realizada pela Ducker Worldwide, no mercado norteamericano,<br />

e um estudo mundial produzido pela BBC Research englobando toda a área de<br />

transportes.<br />

Para dar ideia da evolução esperada no setor, o trabalho da Ducker projeta que o consumo<br />

médio das indústrias automobilísticas norte-americanas saltará dos 148 quilos de <strong>alumínio</strong><br />

registrados por veículo <strong>em</strong> 2009 para 250 kg <strong>em</strong> 2025, o que representará 16% do total de<br />

matérias-primas aplicadas na produção ou o dobro da participação atual. Segundo a pesquisa,<br />

essa previsão se mostra bastante conservadora. Para 2012 a expectativa é que o <strong>em</strong>prego do<br />

<strong>alumínio</strong> <strong>em</strong> automóveis e caminhonetes nos Estados Unidos alcance a casa dos 156 kg.


Fonte: Ducker Worldwide, 2011<br />

Já <strong>em</strong> relação ao peso médio dos veículos, o estudo aponta uma tendência de queda de<br />

10,6% entre 2008 e 2025. Nesse período, a expectativa é de uma elevação de 8% no<br />

<strong>em</strong>prego do <strong>alumínio</strong> nos automóveis e caminhonetes. A estimativa da Ducker do mix de<br />

materiais utilizados na fabricação dos modelos se baseou <strong>em</strong> vários fatores, como tecnologia,<br />

custo, disponibilidade de material e a meta da economia de combustível anunciada pelo<br />

governo americano.


Fonte: Ducker Worldwide, 2011<br />

A administração Obama firmou um acordo com a indústria e principais grupos ambientalistas<br />

para reduzir a <strong>em</strong>issão de CO2. O objetivo é aumentar a eficiência no consumo de combustível<br />

<strong>em</strong> mais de 100%: de 11 km/l, base de 2008, para 23 km/l <strong>em</strong> 2025. Diante desse cenário,<br />

as montadoras buscam formas de reduzir o peso dos veículos. O objetivo é eliminar cerca de<br />

180 kg <strong>em</strong> cada unidade fabricada, s<strong>em</strong> abdicar do conforto, segurança e até mesmo do<br />

tamanho dos carros. O trabalho desenvolvido pela Ducker estima que para atingir essa meta<br />

será necessário o maior uso do <strong>alumínio</strong> pelo setor.


Fonte: Ducker Worldwide, 2011<br />

A participação dos aços avançados de alta resistência (AHSS- Advanced High Strength<br />

Steels), com 590 MPa ou mais, também está crescendo <strong>em</strong> substituição aos aços tradicionais,<br />

conforme revela o trabalho. No entanto, o potencial de redução de peso desse tipo de material<br />

é limitado. Quilo por quilo, o <strong>alumínio</strong> reduz proporcionalmente mais que o dobro <strong>em</strong><br />

comparação aos AHSS. Apenas como ex<strong>em</strong>plo, com 102 kg de <strong>alumínio</strong> por veículo será<br />

possível retirar <strong>em</strong> média 82 kg do peso total dos automóveis <strong>em</strong> 2025, representando 44%<br />

da meta de redução de peso. Já os aços de alta resistência consegu<strong>em</strong> a queda almejada ao<br />

tornar as espessuras das chapas menores. Entretanto, para manter a funcionalidade de<br />

componentes, como capôs, portas, bagageiros e para-lamas, essa redução, por limitações de<br />

rigidez, é restrita. Os novos AHSS <strong>em</strong> desenvolvimento promet<strong>em</strong> melhorar a<br />

conformabilidade das chapas, mas a densidade deles continuará sendo 2,9 vezes superior a<br />

do <strong>alumínio</strong>.<br />

Fonte: Ducker Worldwide, 2011<br />

Em recente entrevista, o presidente do Grupo de Transportes da Aluminium Association e<br />

diretor de Marketing da Alcoa Inc., Randall Scheps, comentou que a pesquisa deixa claro que<br />

chegou a hora do <strong>alumínio</strong> <strong>em</strong> razão dos novos projetos privilegiar<strong>em</strong> a redução no consumo<br />

de combustível. “Carros e caminhonetes serão mais leves e econômicos graças ao <strong>alumínio</strong>,<br />

s<strong>em</strong> perder<strong>em</strong> o conforto e a segurança”, ressalta. “As regras federais de consumo mais<br />

rigorosas e a preocupação dos consumidores <strong>em</strong> relação aos preços da gasolina têm levado as<br />

montadoras a se mover<strong>em</strong> com maior rapidez, reformulando o desenho dos veículos,<br />

adotando <strong>em</strong> seus projetos combustíveis alternativos, novas tecnologias e materiais mais<br />

avançados”. Scheps l<strong>em</strong>brou ainda que o <strong>alumínio</strong> é o caminho mais curto, seguro,<br />

ecologicamente correto e de baixo custo para as indústrias dar<strong>em</strong> início a esse trabalho.<br />

O gerente mundial de materiais e produção da Ford, Matthew Zaluzec, projetou que entre<br />

2015 e 2020 a companhia deverá se valer intensivamente do <strong>alumínio</strong> <strong>em</strong> seus modelos:


I<br />

“Pode não ser <strong>em</strong> 100%, mas deverá chegar a mais de 50%”. A Bloomberg revelou a intenção<br />

da Ford de <strong>em</strong>pregar entre 115 kg a 340 kg de <strong>alumínio</strong> <strong>em</strong> cada veículo.<br />

Pesquisa da BBC Research “Materiais leves no setor de transporte” comprova a tendência de<br />

aumento mundial no <strong>em</strong>prego do <strong>alumínio</strong> na indústria automotiva, b<strong>em</strong> como nas indústrias<br />

aeronáutica, naval e ferroviária, e prevê o crescimento da d<strong>em</strong>anda de US$ 95,5 bilhões no<br />

ano passado para cerca de US$ 125,3 bilhões <strong>em</strong> 2015. “Por um período de cinco anos a taxa<br />

anual deverá ser de +5,6%”, estima o estudo. Isso porque a redução de peso estrutural é<br />

considerada uma das maneiras mais indicadas para a economia no consumo de combustível e<br />

também como forma de aprimorar o des<strong>em</strong>penho. Atualmente é aceito que 75% do consumo<br />

médio de combustível de um automóvel, por ex<strong>em</strong>plo, esteja relacionado diretamente ao seu<br />

peso. Para 2011, a expectativa, segundo o estudo, é do mercado de transportes alcançar os<br />

68,5 milhões de toneladas de <strong>alumínio</strong> ou US$ 106,4 bilhões.<br />

O caminho para esse trabalho foi dado pioneiramente pela indústria aeronáutica que se valeu<br />

de materiais com pesos menores, mas com condições de responder<strong>em</strong> pelas exigências<br />

mecânicas e de resistência, des<strong>em</strong>penho e durabilidade, como as ligas de <strong>alumínio</strong>. A<br />

indústria automobilística somente intensificou o uso deste metal a partir da década de 90.<br />

Apesar disso, hoje o setor dá claros sinais que o <strong>em</strong>prego deverá crescer substancialmente<br />

nos próximos anos.

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